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Eficácia do laser de baixa intensidade na cicatrização de queimaduras

Aline Dantas Souza

1 [email protected]

Dayana Priscila Maia Mejia2

Pós-graduação em Fisioterapia Dermato-Funcional – Faculdade Ávila

Resumo

As queimaduras são lesões traumáticas que sabemos poder atingir qualquer indivíduo,

causadas por diversas maneiras. Tendo em vista o desafio que as queimaduras

proporcionam, tanto pela sua gravidade como pela complicação de cura em longo prazo,

podendo gerar cicatrizes hipertróficas e/ou aderidas, conforme as propriedades fisiológicas

do laser de baixa intensidade. Avaliarei como esse recurso terapêutico, auxiliaria no

processo de cicatrização de lesões causadas por queimaduras. Descreverei as propriedades

fisiológicas do laser na cicatrização e a eficácia desse tratamento. No desenvolvimento do

trabalho abordarei também a estrutura da pele, definição de queimadura e fisiopatologia da

queimadura. A pesquisa tem cunho bibliográfico baseada em livros, publicações e produções

científicas oficializadas sobre o assunto pertinente. Na aplicação do laser, analiso a

aceleração de difusão das células restauradoras e o aumento organizacional do colágeno,

todavia não se dispõe de muito conteúdo científico para maior amplitude de informações de

profundidade das lesões, padronizações e processos regenerativos. O tratamento com laser

foi bem tolerado e apresentou índices satisfatórios em pacientes lesionados. A rápida

cicatrização, melhora de textura, ratificação de irregularidades de superfície, são os

principais motivos para considerarmos o tratamento com laser terapêutico.

Palavra-chave: Queimadura; Laser de baixa intensidade; cicatrização.

1. Introdução

As queimaduras tem um efeito devastador no ser humano, as feridas são consequências de

uma agressão ao tecido animado. A evolução do tratamento das queimaduras caminham desde

3000 a.C., com a tecnologia os ferimentos ficaram mais graves exemplo da pólvora. Sabe-se

que cerca de 1.000.000 pessoas são ocasionadas às queimaduras por ano, destes somente

100.000 procuram pronto atendimento hospitalar e 2.500 vem a óbito em decorrência de suas

lesões. As grandes descobertas do mundo; o avanço da industrialização; as guerras; o

crescimento populacional; as descobertas científicas; a variedade de produtos disponíveis e o

ritmo da vida moderna favorecem em larga escala ao crescimento de casos relacionados a

queimaduras tanto por negligência quanto por acidentes. Ao longo da história percebe-se que

o tratamento de queimaduras modifica-se de acordo com os conhecimentos adquiridos em

cada época. Esta evolução vem desde a pré-história, com registros de aplicação de vários

agentes sobre as feridas e, na atualidade, os tratamentos têm bases cientifica que leva em

consideração a fisiopatologia, utilizando de um arsenal farmacológico e de equipamentos de

alta tecnologia (NONATO, CARVALHO, 2000).

__________________________

1Pós-graduando em Fisioterapia em Dermato-Funcional

2Orientadora,Dayana Priscila Maia Mejia

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Dentre as varias terapias propostas para o tratamento de queimados, destaca-se o laser de

baixa intensidade, cuja utilização possibilita o processo de cicatrização (MESTER et al, 1971;

RIBEIRO, 2004).

A designação laser, na realidade, originou-se da abreviação de Light Amplification by

Stimulated Emission of Radiation, cujo significado é Ampliação da Luz por Emissão

Estimulada, teoria é creditada ao físico Albert Einstein. Um dos grandes avanços da ciência,

nas últimas décadas foi o desenvolvimento dos aparelhos a laser. As diferentes aplicações dos

lasers possibilitaram grandes alterações nos processo de recuperação das queimaduras, desde

a redução do tempo de recuperação dos pacientes ao maior controle e domínio das dores

crônicas. O laser possui algumas propriedades peculiares que o tornam capaz de propiciar

efeitos biomoduladores sobre organismos vivos. Dentre estas propriedades encontram-se a

coerência espacial e temporal, a monocromaticidade e a direcionalidade. Resultados

específicos podem ser obtidos pelo fato das ondas da radiação do feixe de laser se propagar

com coerência de fase no tempo e espaço, por proporcionarem, ao operador, a opção de

selecionar um único comprimento de onda a ser aplicado e por fornecerem alta concentração

de energia em uma determinada região (MESTER; MESTER; MESTER, 1985).

As lesões que atingem além da derme reticular, não podem ser tratadas igualmente, pois o

risco de infecção é maior, com possibilidade de amputações. Estas lesões necessitam de

procedimentos cirúrgicos para promover a cura. Para o sucesso destas cirurgias é necessário

uma neovascularização no local, que pode ser favorecido com a utilização do laser de baixa

intensidade (VEÇOSO, 1993).

O uso do laser no tratamento de queimaduras está baseado na sua ação anti-inflamatória, com

consequente analgesia. Isto foi observado em experimentos que utilizaram lasers de diferentes

comprimentos de onda, dosagens e modos de aplicação. Diversos resultados de estudos sobre

os efeitos desse tipo de terapia, tanto em clinica humana, quanto em animais ou in vitro foram

publicados fundamentando, em sua maioria, a teoria de que a regeneração tissular e a

cicatrização de feridas favorecidas quando tratadas com a laser terapia. Alguns estudos

refletiam casos pontuais ou experiência de clínicos cuja casuística apresentada era pequena,

pouco significativa, e metodologia de pouca qualidade cientifica e, portanto, passiva de

contestação, mas com o avanço das pesquisas, a metodologia empregada, permitiu melhoria

na qualidade dos trabalhos e a consequente evolução na confiabilidade dos resultados. Alguns

estudos com laser terapia de baixa intensidade demostram que ele pode produzir efeitos em

outras partes do corpo além do local onde o tecido e irradiado caracterizando o efeito

sistêmico. Este efeito pode ser justificado pelo fato de que células do tecido irradiado

produzem substancias que se espalham e circulam nos vasos sanguíneos e no sistema

linfático. Há trabalhos na literatura que demostram resultados positivos estatisticamente

significantes nos grupos irradiados , quando comparados ao grupo controle, mesmo quando o

controle situa-se no próprio animal ou no indivíduo tratado (RIBEIRO, ZEZELL, 2004).

Apesar de muitos estudos já realizados sobre os efeitos e participações da luz laser nos

processos de reparação tecidual, tem-se ainda, um longo percurso para se descobrir quanto a

dosagem, tipo de aparelho, efeito sistêmico, indicações e mecanismo de ação local para esse

tratamento. Resultados negativos ainda se fazem presente tornando necessária a continuação

dos estudos em busca de explicações mais objetivas sobre como o laser pode influenciar o

tecido biológico. Verificaremos nesse estudo a recuperação das lesões (queimaduras) após a

irradiação do laser de baixa potencias. Para concluirmos a eficácia do tratamento a laser em

um queimado precisamos ter em mente qual sua função no tecido lesionado e, de acordo com

Henriques (2010), o tratamento a laser tem base na sua ação anti-inflamatória e no processo

de cicatrização.

2. Estrutura da pele

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Para Azulay e Azulay (2006), a pele do homem corresponde a 15% de seu peso corporal, é o

órgão que protege e cobre o corpo humano, através de uma barreira impermeável, resistente e

flexível, mas não intransponível, que tem como principal função a proteção contra ameaças

físicas externas, além de importantes funções imunitárias (regulação térmica) e metabólicas

(produção de vitamina D). A pele apresenta alterações constantes, sendo dotada de grande

capacidade renovadora e de reparação.

A pele e suas funções citadas acima se fundem com as membranas de revestimento,

considerada o maior órgão isolado do corpo é também um órgão sensitivo dotado de uma

infinidade de terminações nervosas que fornecem sensibilidade ao tato e pressão, alterações

de temperatura e estimulo doloroso. No que diz respeito a sensibilidade geral, a pele é sua

fonte principal.

O sistema tegumentar divide-se em duas camadas: a epiderme (camada mais superficial) e a

derme (camada mais profunda). A hipoderme é uma camada que fica abaixo da derme e não

faz mais parte da pele, apenas lhe serve de suporte.

A epiderme é a primeira camada da pele, tem uma espessura média de 0,2 mm e é

caracterizada por um grande dinamismo, com multiplicação, diversificação e renovação

constante das células que a compõem. As células da epiderme têm, essencialmente, duas

funções: elaboração da proteína queratina (para formação da camada córnea) e elaboração da

melanina (correspondente ao pigmento que dá a cor à pele).

A derme é a camada intermédia, situada abaixo da epiderme e por cima da hipoderme, é

constituída por fibras de colágeno, elastina e reticulina, além de vasos sanguíneos e nervos

sensitivos. É nesta camada que se localizam os folículos pilosos, glândulas sudorípara e

sebáceas.

A hipoderme é a camada subcutânea, e tem como funções o isolamento do calor, de modo a

permitir a conservação da temperatura corporal, a diminuição do impacto perante um trauma,

com a gordura subcutânea, que tem um efeito amortecedor e representa um depósito potencial

de calorias, para períodos com carência alimentar. É formado por tecido adiposo entremeado

com tecido conjuntivo frouxo. Analisando as camadas da pele percebe-se que existem

subdivisões nas camadas. A epiderme se divide em: Camada basal ou germinativa, camada

espinhosa ou Malpigui, camada granulosa, camada lúcida e camada córnea. A derme divide-

se em: camada papilar e camada reticular (GUIRRO E GUIRRO, 2002);

A epiderme:

a) Camada basal ou germinativa: Camada mais profunda apoiada em membrana basal bem

desenvolvida formada por células colunares baixas, é a mais interna e profunda da epiderme,

e separada da derme, sua expressiva capacidade de regeneração se faz principalmente pela

intensa capacidade mitótica.

b) Camada espinhosa ou de Malpigui: é a responsável pela manutenção das células da

epiderme lhes conferindo resistência ao atrito, células cúbicas ou achatadas (queratinócitos)

com mais queratina que as basais. Começam a formar junções celulares umas com as outras.

E está acima da camada basal.

c) Camada granulosa: células com aspecto polígono, ligeiramente achatadas e sua principal

função pode estar relacionada à queratinização da pele, pois em seu citoplasma são

encontrados grânulos de querato hialina. Também está relacionada com a produção de ácido

hialurônico.

d) Camada lúcida: Camada muito delgada identificada por forte acidofilia, situada entre a

granulosa e a córnea e com células intimamente interligadas que faz suas organelas e seu

núcleo desaparecerem. Essa camada, assim como a granulosa tem a função de queratinização

do epitélio logo que entra em contato com a camada córnea.

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e) Camada córnea: Camada mais superficial, caracterizada por ser constituído basicamente

por células mortas e delgadas, com células achatadas e sem núcleos. Seu citoplasma é cheio

de queratina o que a responsabiliza contra agressões físicas e químicas da pele.

A derme:

a) Camada papilar: É delgada, formada por tecido conjuntivo frouxo que dá origem às papilas

dérmicas. Estão presentes nesta camada, fibrilas especiais de colágeno, inserindo-se na

membrana basal de um lado, e de outro, penetram profundamente na derme (junção dermo-

epidérmica). Estas ajudam na fixação da derme à epiderme, além de facilitar a nutrição das

células da epiderme, pelos vasos sanguíneos presentes na camada reticular da derme.

b) Camada reticular: É mais espessa, formada por tecido conjuntivo denso. Tanto a camada

papilar, quanto esta camada em questão possui muitas fibras do sistema elástico,

responsáveis, em parte, pela elasticidade da pele. Encontram-se também nessa camada, vasos

sanguíneos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.

3. Queimaduras

A queimadura é uma lesão tecidual causada por excesso de calor, eletricidade, radioatividade

ou produtos químicos corrosivos que desnaturam as proteínas das células da pele afirma

Andrade (2011). A lesão cutânea pode ocasionar a perda importante do mecanismo de

homeostase do indivíduo, uma vez que a termo regulação, o controle de saída de eletrólitos e

componentes vasculares podem ser acometidos.

Borges (2006) conceitua queimadura como um trauma de origem térmica capaz de causar

lesões diversas nos tecidos orgânicos. No caso de indivíduos mais comprometidos com as

lesões, surgem preocupações com a hiperemia restrita a área queimada, alterações celulares

imunológicas, envolvimento das vias aéreas e ocorrências de traumatismo associado, podem

evoluir ate o óbito.

Dentre as formas de queimadura destacam-se as de efeito térmico e dentre os muitos fatores

subsequentes o tipo de queimadura mais comum ocasiona-se por chamas de fogo, contatos

com água fervente ou outros líquidos quentes e contatos com objetos aquecidos. As menos

frequentes são as ocasionadas por correntes elétricas ou fatores químicos, sendo a primeira

considerada muito grave e geralmente letal (JUNIOR et al 2010).

As queimaduras são classificadas de acordo com a profundidade da lesão cutânea e a extensão

corporal atingida. Quanto maior a extensão da superfície corporal queimada e a profundidade

da lesão, maior a gravidade.

De acordo com a classificação de Knobel (1998) as queimaduras são classificadas como:

- Primeiro grau - quando apenas a camada superficial da pele (epiderme) é atingida. O sinal

característico é a presença de vermelhidão da pele e ardor como ocorre na queimadura solar.

Serra e Gomes (1999), concluíram que, clinicamente, a região atingida encontra-se

hiperemiada na ausência de bolhas ou flictenas.

- Segundo grau – quando, além da camada superficial, a camada intermediária da pele

(derme) é atingida. Os sinais característicos são a presença de bolhas, dor e a perda de líquido

pela área queimada. Também apresentam uma cor rósea após a rotura da bolha. São

classificadas em superficial, quando apenas a camada superficial da derme é atingida, e

profunda, quando além da camada superficial da derme a camada profunda também é

atingida, podendo, essa última, transformar-se em queimadura do terceiro grau.

- Terceiro grau - quando além da derme o tecido celular subcutâneo (camada profunda da

pele) é atingido; ou seja, hipoderme. O sinal característico é a ausência de dor na área

queimada, a formação de uma crosta seca e branca e a facilidade em extrair os pelos. É a mais

grave de todas as lesões térmicas, visto que provoca lesões deformantes, não restando tecido

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cutâneo capaz de regenerar; de imediato haverá a necessidade de enxertia para reparação da

lesão. As queimaduras nos três graus de severidade podem ser caracterizadas conforme estudo

de Knobel (1998):

Figura 2 – graus de queimadura

Conforme estudos de Serra e Gomes (1999) a grande dificuldade prática está na diferenciação

entre a queimadura de segundo grau profundo e lesão de terceiro grau; bem como a presença

de infecção ou uma grave instabilidade hemodinâmica que pode provocar o aprofundamento

da lesão, ou seja, uma queimadura de segundo grau superficial pode evoluir para um segundo

grau profundo ou terceiro grau. Em decorrência disso, numa primeira avaliação não se deve

diagnosticar, sendo de suma importância diagnosticar novamente o paciente decorrido 48 a 72

horas da lesão.

4. Fisiopatologia da queimadura

A destruição tecidual resulta da coagulação, desnaturação da proteína ou ionização do

conteúdo celular. A ruptura da pele pode levar a complicações como perda aumentada de

líquidos, infecção, hipotermia, cicatrização, imunidade comprometida e alterações na função,

aparência e imagem corpórea, edema, hipovolemia, problemas respiratórios e dor, entre outras

complicações (SILVA E CASTILHOS, 2010).

Considerando-se todo o espectro das lesões traumáticas, a queimadura possui caráter peculiar,

principalmente por ser a pele o maior tecido do corpo humano, do qual dependemos para a

regulação térmica, homeostase hidroeletrolítica, proteção contra micro-organismos e outros

agentes ambientais. Dentre as respostas fisiopatológicas às graves lesões térmicas, a perda

rápida e volumosa de líquidos é, geralmente, a mais impactante, no primeiro atendimento.

Entretanto, diversos outros mecanismos fisiopatológicos desencadeiam-se, em graus e

momentos variados, em cada paciente, individualmente, tais como: diminuição do débito

cardíaco, aumento da resistência vascular sistêmica e diminuição da oferta tecidual de

oxigênio. O quadro clínico inicial de choque é hipovolêmico em sua essência, entretanto,

fatores como depressão miocárdica direta e liberação de mediadores inflamatórios

contribuem, sobremaneira, para um tratamento mais complexo e prolongado. Concomitante

ao choque hipovolêmico inicial, ocorre um período de hipometabolismo. O débito cardíaco

encontra-se reduzido e também há diminuição do consumo de oxigênio tissular. Em seguida à

satisfatória compensação volêmica, aproximadamente após 48 horas, inicia-se uma nova fase

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metabólica, que deve perdurar por cerca de 12 a 15 dias. Essa fase hipermetabólica é

consequência da resposta endócrino-metabólica desencadeada pela agressão térmica, dor,

hipóxia e ansiedade, e tem como objetivos manter a temperatura corporal e permitir a

regeneração tecidual.

Tortora (2006) afirma que não haverá regeneração de uma nova pele, se o dano destruir a

camada basal e suas células-tronco. Importante fato segundo Toledo (2003) é que na

fisiopatologia das queimaduras se considera o aumento da permeabilidade capilar e o edema

com as ocorrências maiores e fundamentais.

Na fisiopatologia do edema, observa-se o influxo de líquido para interstício, por aumento da

permeabilidade capilar a proteínas plasmáticas e diminuição da pressão intersticial, com

desequilíbrio entre forças hidrostáticas e oncóticas. Existem evidências significativas que

mediadores bioquímicos também agem na formação do edema. Imediatamente após o trauma

térmico ocorre liberação de histamina pelos mastócitos, possivelmente, por exposição do

colágeno no tecido acometido. Entretanto, níveis elevados de histamina são apenas

transitórios, indicando que esteja envolvida tão-somente na fase inicial do aumento da

permeabilidade capilar.

5. Laser de baixa potência

O laser de baixa potência tem sido usado desde o final da década de 1960, sendo a sua

potência de radiação tão baixa (2 a 30 mW) que os efeitos biológicos ocorrem devido aos

efeitos diretos da irradiação e não como resultado do aquecimento. Mester (1985) no início

dos anos setenta, foi o primeiro a utilizar o laser de baixa potência na cicatrização e no reparo

de feridas em humanos (GUIRRO ; GUIRRO, 2002).

Com base nos estudos realizados por Mester (1985) principalmente pela velocidade

aumentada da cicatrização, esta modalidade de laser tornou-se popular, contudo, diante do

fato de que muitos estudos publicados não são exclusivamente positivos, justifica-se a

realização de novas pesquisas referentes à cicatrização de tecidos (CARVALHO et al,. 2001).

Destaca Ortiz et al. (2001) que este tipo de laser gera efeitos fotoquímicos, foto físicos e

fotobiológicos, afetando não só a área de aplicação como também as regiões circundantes. O

poder de penetração da luz laser de baixa potência, não vai além de poucos milímetros, sendo

que a sua energia é absorvida nos diferentes estratos da pele. Como o laser de baixa potência e

contínuo, consequentemente seu efeito cicatricial torna-se muito eficaz. O êxito se deve

particularmente às respostas que induz os tecidos, como redução de edema, diminuição do

processo inflamatório, aumento de fagocitose, da síntese de colágeno e da baixa intensidade

para acelerar a cicatrização e regeneração do indivíduo com queimadura (TUNER, 1999).

Os efeitos não térmicos produzidos pela radiação de baixa potência são amplamente

discutidos, pois, de certo modo, não são conhecidos todos os mecanismos nem todos os

elementos que participam da conversão da energia luminosa em energia bioquímica, capaz de

gerar processos tão distintos como o analgésico ou o bioestimulante (CARVALHO et al,.

2001).

As respostas desencadeadas pela radiação laser nos tecidos biológicos estão relacionadas com

o comprimento de onda, o regime de pulso e o nível de energia depositado, os quais vão desde

os efeitos bioestimulantes até os cirúrgicos (TABELA 3). Os elementos geradores da radiação

laser podem ser agrupados em três grandes categorias: cristais, semicondutores ou gases.

Apesar dos diferentes estados da matéria, o princípio é o mesmo para todos (GUIRRO;

GUIRRO 2002).

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Figura 3 - Distribuição dos diferentes equipamentos com os seus respectivos comprimentos de onda, regimes de

pulso e ações, Fonte: Guirro e Guirro (2002, p.211)

De acordo com Guirro e Guirro (2002), os equipamentos mais utilizados na prática

fisioterapêutica são os de Hélio-Neônio (HeNe) e os de Arseneto de Gálio (AsGa). No entanto

esse quadro foi modificado com a chegada dos equipamentos de Alumínio-Gáliolndio-

Fósforo (AlGalnP) e os de Arseneto-Gálio-Alumínio (AsGaAl), os quais possuem

características específicas, segundo a FIGURA 4, já estão dominando o mercado mundial.

Uma das vantagens dos equipamentos de AlGalnP e os de AsGaAl está fundamentada na

potência média emitida (30 mW), a qual é muito superior ao do HeNe (2 mW) ou mesmo do

AsGa. A outra vantagem é decorrente do fato do material gerador (semicondutores) estar na

forma de um diodo, o qual facilita o projeto do aparelho, bem como a sua utilização em

relação ao de HeNe, já que não há necessidade da fibra óptica. Várias empresas fabricantes de

laser de baixa potência já lançaram novos equipamentos com potência média de 30mW no

mercado nacional.

Figura 4 - Características físicas dos diferentes equipamentos de laser de baixa potência

Fonte: Guirro e Guirro (2002, p.211)

Apontam Guirro e Guirro (2002) que são vários os autores a relacionarem a profundidade da

radiação laser com os tecidos biológicos. Todos são unânimes em afirmar que os estratos

biológicos são uma grande barreira à penetração da radiação óptica. Em relação às diferentes

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profundidades, cabe ressaltar que diferentes estudos relacionam a profundidade de penetração

com diferentes porcentagens de energia. A radiação laser pode atingir entre 9,7 – 14,2 mm

com 1% da energia incidente.

5.1. Efeitos fisiológicos do laser de baixa potência

Embora a radiação laser de baixa potência não tenha capacidade ionizante, isto é, não rompe

ligações químicas, a sua propriedade de indução fotobiológica é capaz de provocar alterações

bioquímicas, bioelétricas e bionergéticas nas células (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

A justificativa da ação do laser sobre os tecidos biológicos tem sido recentemente dirigida

para o estudo das células ou substâncias que respondem a essa forma de radiação. O estudo

dos fotorreceptores tem direcionado as pesquisas nas últimas décadas. Eles podem ser

divididos em primários (substâncias fotorreativas) e secundários (estruturas que respondem ao

campo eletromagnético) (COLLS, 1984).

As respostas decorrentes da irradiação laser podem ser classificadas em primárias e

secundárias. Os efeitos primários podem ser definidos como sendo as respostas celulares

decorrentes da absorção da energia e os secundários as alterações fisiológicas que não afetam

somente a unidade celular, mas sim toda a série de tecido. (VEÇOSO, 1993).Colls (1984)

explica que os efeitos do laser são divididos em: efeitos primários, secundários e terapêuticos.

5.1.1. Efeitos primários ou diretos

Esses efeitos diretos subdividem-se em três outros efeitos: bioquímico, bioelétrico e

bioenergético.

a) Efeito bioquímico;

Este efeito é responsável por:

- Liberação de substâncias pré-formadas, tais como: histamina, serotonina e bradicinina.

- Modificações das reações enzimáticas: proporcionam modificações estimulatórias ou

inibitórias em reações enzimáticas normais, como na produção de ATP (adenosina trifosfato),

inibição da síntese de prostaglandina e lise de fibrina. O efeito bioquímico, em alguns casos,

interfere na produção de certas substâncias como, por exemplo, as prostaglandinas. É um

mecanismo bastante similar a inibição produzida por outros anti-inflamatórios. A produção

hormonal também pode ser alterada pela radiação laser, sendo observado um aumento na

liberação de T3 e T4 em ratas obesas, bem como aumento da atividade da parótida. Com

relação à analgesia, ela pode ser explicada em parte pela liberação de Beta endorfina e

serotonina. Inserida nos efeitos bioquímicos, deve-se incluir a ação fibrinolítica (GUIRRO;

GUIRRO, 2002).

b) Efeito bioelétrico;

São várias as respostas decorrentes da alteração do potencial elétrico. Como efeito principal

está à normalização do potencial da membrana atuando como um fator de equilíbrio da

atividade funcional celular. Passarela et al., (1988) apud Guirro e Guirro, (2002), relatam a

geração de potenciais eletroquímicos após a irradiação com laser de baixa potência. Estes

potenciais seriam responsáveis, por exemplo, pela normalização da atividade das membranas.

Através da produção de ATP (ação indireta) e mobilidade iônica (ação direta através dos

fótons), ocorre a potencialização da bomba de sódio e potássio.

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c) Efeito bioenergético;

Neste contexto é citada a teoria do bioplasma, na qual não há conclusões unânimes nem

conclusivas (COLLS, 1984).

Os efeitos relacionados à reparação tecidual são:

- Aumento do tecido de granulação;

- Regeneração de fibras nervosas;

- Neoformação de vasos sanguíneos e regeneração dos vasos linfáticos;

- Aumento da quantidade de colágeno após irradiação, das ligações cruzadas do colágeno e da

tensão de ruptura da ferida;

- Aceleração do processo de cicatrização;

- Incremento da atividade fagocitária dos linfócitos e macrófagos.

Nos vários estudos que analisaram as respostas celulares e teciduais frente à estimulação laser

de baixa potência há referências à proliferação dos fibroblastos e aumento da produção de

colágeno (GUIRRO; GUIRRO, 2002). A ação biológica do laser no reparo tecidual está bem

documentada, sendo atribuída a essa modalidade energética efeitos como: aumento na tensão

de ruptura de cicatrizes; modificação da motricidade do sistema linfático no edema, bem

como resultados animadores em cicatrizes eritematosas, hipertrófico e pigmentado (GUIRRO;

GUIRRO 2002).

Segundo Karu; Pyatibrat e Kalendo (1995), existem razões para achar que o fenômeno de

biomodulação é de natureza fotobiológica, e de acordo com seus estudos a luz laser atua na

cadeia respiratória da mitocôndria, podendo causar o stress oxidante, modulando comisso as

atividades celulares. Em outro trabalho realizado por Karu; Pyatibrat ;Kalendo, (2001) a luz

mudaria a permeabilidade da membrana o que desencadearia a aceleração da cascata celular.

No trabalho de Al-Watban, Andres e Zhang (2000), foi evidenciado que a irradiação com

laser não cirúrgico de baixa potência influencia no aumento de fibroblastos (fibroplasia).

Sanches del Campo et al.; apud Ocanã-Quero et al.(1995) relataram uma inibição e efeito

destrutivo no sistema biológico pela irradiação laser. Já outro autor como Basford (1995), diz

que o laser não acelera, mas retarda outros processos dependendo da dosimetria aplicada.

O experimento realizado por Parizotto (1988), apud Guirro e Guirro, (2002), sobre o processo

de reparação tecidual após irradiação por laser de HeNe, demonstrou que houve um aumento

na quantidade de pontes de hidrogênio formadas na molécula de colágeno, além da melhor

organização da estrutura fibrilar e molecular do colágeno.

5.1.2. Efeitos secundários ou indiretos

Segundo Veçoso (1993), existem os seguintes efeitos:

-Estímulo á microcirculação: com a liberação da histamina pelo laser, ocorre a paralisação dos

esfíncteres pré-capilares, como consequência, o fluxo sanguíneo se vê aumentado.

- Estímulo ao trofismo celular: com o aumento na produção de ATP, a velocidade mitótica é

também aumentada, o que proporciona em escala tissular, aumento da velocidade de

cicatrização e também melhor trofismo dos tecidos.

5.1.3. Efeitos terapêuticos

Descreve Colls (1984), os seguintes efeitos terapêuticos: analgésico, anti-inflamatório,

antiedematoso e cicatrizante.

a) Efeito analgésico;

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Explica-se por vários fatores:

-Fator anti-inflamatório: a nível local reduzindo a inflamação, provocando a reabsorção de

exsudatos e favorecendo a eliminação de substancias alógenas, através do estímulo a

microcirculação.

- Interferência da mensagem elétrica: através da manutenção do potencial de membrana e

como a mensagem elétrica constitui-se em uma despolarização, este processo de inversão de

polaridades seria dificultado, com isso proporcionaria uma menor sensação dolorosa.

- Estimulação, direta ou indireta sobre a mente, a liberação de beta endorfina evitando a

redução do limiar de excitabilidade dos receptores dolorosos através da redução na síntese de

prostaglandinas, pois decresce a potencialização da bradicinina e como consequência, tem-se

a manutenção do limiar de excitabilidade dos receptores dolorosos.

- Provocando a normalização e o equilíbrio da energia no local da lesão: com a liberação de

histamina e bradicinina, ocorre a sensibilização dos receptores dolorosos, que é corrigido

através do aumento da permeabilidade de vênulas e das dilatações das arteríolas (COLLS,

1984).

b) Efeito anti-inflamatório;

Ainda de acordo com Colls (1984) este efeito justifica-se por dois fatores:

- Interferência na síntese de prostaglandinas: sua redução decresce as alterações

proporcionadas pela inflamação.

- Estímulo á microcirculação: garantindo um aporte eficiente de elementos nutricionais e

defensivos para região lesada, favorecendo sua resolução.

c) Efeito antiedematoso;

Também se justifica por dois fatores:

- Estímulo a microcirculação: favorece melhores condições de drenagem do plasma que forma

o edema.

- Ação fibrinolítica: proporciona a resolução efetiva do isolamento causado pela coagulação

do plasma, que determina o edema duro (COLLS, 1984).

d) Efeito cicatrizante;

Para a maioria dos autores (COLLS, 1984; HERRERO, 1988; VEÇOSO, 1993) o efeito

cicatrizante é o que mais se destaca. É caracterizado por:

- Incrementa a produção de ATP: o laser eleva a produção de ATP (KARU, PYATIBRAT ;

KALENDO, 1995) proporcionando um aumento da atividade mitótica (COLLS, 1984;

HERRERO, 1988; SILVA; HAIDAR FILHO ; MUSSKOPF, 1998; VEÇOSO, 1993) e

aumento da síntese de proteína por intermédio da mitocôndria (GRECO et al., 1989;

PASSARELLA et al., 1988) tendo como consequência, o aumento da regeneração tecidual

em um processo de reparação (COLLS, 1984; HERRERO, 1988; SILVA; HAIDAR FILHO;

MUSSKOPF, 1998; VEÇOSO, 1993);

- Estímulo à microcirculação: aumenta o aporte de elementos nutricionais associado ao

aumento da velocidade mitótica, facilitando a multiplicação das células (COLLS, 1984;

SILVA; HAIDAR FILHO; MUSSKOPF, 1998);

- Formação de novos vasos, a partir dos pré-existentes (BIBIKOVA; BELKIN ; ORON, 1994;

COLLS, 1984; GONZALEZ ; CRUANAS, 1988; SILVA; HAIDAR FILHO; MUSSKOPF,

1998; VEÇOSO, 1993);

Reddyet al. (1998), demonstrou experimentalmente que o laser terapêutico possui um efeito

cicatrizante através da estimulação da matriz colagenosa. Ele utilizou 24 coelhos da raça

Nova Zelândia, realizando uma tenotomia no tendão de Aquiles, seguida de sutura. Os

animais foram imobilizados e submetidos a uma dose de 1 J/dia do laser He-Ne (632,8 nm)

por 14 dias no tendão de Aquiles. No 15º dia os coelhos eram sacrificados e o tendão excitado

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para posterior análise bioquímica. Observaram um aumento de 26% de colágeno quando

comparando com o grupo controle.

Abergelet al. (1984), em seus experimentos, também demonstraram que o uso do laser

estimulou a produção de colágeno no processo de cicatrização tecidual.

6. Metodologia

O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório e

descritivo. Para Duarte et. al (2005), a revisão bibliográfica, num sentido amplo, é o

planejamento global inicial de qualquer trabalho de pesquisa que vai desde a identificação,

localização e obtenção da bibliografia pertinente sobre o assunto, até a apresentação de um

texto sistematizado, onde é apresentada toda literatura que o aluno examinou, de forma a

evidenciar o entendimento do pensamento dos autores, acrescido de suas próprias ideias e

opiniões.

Como critérios de inclusão, serão selecionados artigos de diversas literaturas, publicados em

Português, com os resumos disponíveis na base de dados informatizada da biblioteca virtual

em saúde (BVS), MEDLINE, LILACS, portal periódico da CAPES e SciELO, também

analisamos livros, publicações e produções cientificas. Para identificação dos materiais de

pesquisa, tomamos por recorte temporal, o período de quarenta anos, ou seja, de 1971 a 2011,

analisando a evolução da tecnologia laser no tratamento de queimaduras. A pesquisa foi

realizada entre os meses de Setembro de 2014 e marco de 2015.

7. Resultados e discussão

Sabendo das principais origens causadoras de queimaduras, e preocupações decorrentes, ainda

hoje vemos muita divergência em quais terapias podem evoluir positivamente para o paciente

no quadro de cicatrização tecidual, por isso venho com esse artigo par ressaltar as proporções

benéficas que o laser de baixa intensidade promove no processo de cicatrização de

queimaduras evitando adversidades futuras.

Souza (2007) realizou procedimentos com laser em pacientes odontológico, com intuito de

melhores resultados no quadro de cicatrização dos pacientes, analisando o estudo e seus

efeitos fisiológicos pertinentes ao tratamento a laser, podemos ter melhor clareza nos

benefícios que o tratamento com laser de baixa potencia nos proporcionam, levando em

consideração resultados notoriamente expressivos no quadro dos pacientes submetidos ao

processo, endossando as propriedades benéficas do laser na reparação tecidual.

Damante (2007) confirmou que diversos autores seguem uma padronização na utilização do

laser terapêutico em animais com resultados criteriosamente avaliados e de grande valia na

cicatrização que ratificam a aplicabilidade do laser em seres humanos.

Sendo assim, diversas pesquisas levantam-se na expectativa de melhores resultados no

processo cicatricial na utilização do laser de baixa potencia promovendo a reconstituição das

áreas lesionadas (STADLER, 2000; REDDY, 1998; VARGAS et al., 1999; WALKER et al.,

2000) .

Percebe-se que alguns autores ainda tem receio de afirmar positivamente as melhoras que a

laser terapia proporcionam na cicatrização/melhorias das queimaduras, levando em

consideração os padrões adotados para realização dos processos e técnicas, pois existem

certas divergências na amplitude de informações, de profundidade das lesões, assim como no

processo regenerativo, pois alguns que fizeram seus trabalhos bibliográficos associados a

estudos de casos sentiram dificuldade na interpretação de resultados. Todavia existem

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diversas pesquisas e artigos científicos como já citados que ratificam os benefícios que o laser

de baixa potencia proporciona sem dúbia interpretação.

8. Conclusão

O laser terapêutico de baixa intensidade tem sido amplamente utilizado para tratamentos

alternativos e não invasivos, promovendo aceleração nos processos de cicatrização, redução

da dor, edema, modulando a inflamação e também recentemente está sendo utilizado na área

de estética facial e corporal. O laser terapia trabalha no reparo das incisões cirúrgicas e a

melhora é visível. O excelente aspecto estético é uma herança incondicional desta terapia.

Fatos notoriamente observados nos casos de queimaduras.

O artigo trouxe a técnica terapêutica do Laser de Baixa Potência como interventor nas lesões

de queimaduras nessa fase de cicatrização, mostrando-se altamente eficaz, tanto na aceleração

do processo cicatricial, por ser um anti-inflamatório potente, como no processo de

reorganização do colágeno, significando uma cicatriz mais organizada e menos probabilidade

de se tornar uma hipertrófica.

A terapia com laser de baixa intensidade pode ser sim considerada um importante coadjuvante

no processo de cicatrização de queimaduras, diminuindo o tempo de cura, reduzindo os riscos

inflamatórios e melhores resultados na reparação tecidual. Seu emprego pode minimizar ou

mesmo suprimir a utilização de fármacos anti-inflamatórios, o que reduz a possibilidade de

ocorrer efeitos adversos associados a tais medicamentos.

Contudo, novos estudos são necessários para determinar parâmetros padronizados no uso do

LBI nessas situações, como a dose ou fluência, o número de aplicações, o comprimento de

onda, os pontos de aplicação.

Utilizando de referencias bibliográficas, que no momento, sofre uma escassez de informação,

não posso esmiuçar mais no tratamento de queimaduras com o laser de baixa potência. Porem,

com o discernimento fisiológico do laser, e também conhecendo a fisiopatologia das

queimaduras conclui-se que o principio ativo do laser de baixa potência corresponderá à

necessidade dos pacientes acometidos de queimaduras para sua melhor recuperação e

cicatrização.

9. Referencias bibliográficas

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