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1 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Educação Física Moacir Antunes Ferreira Junior Nielly Aparecida Da Silva Pereira Pâmella Faria Gonzaga EFEITOS DO TREINAMENTO CONTÍNUO NO LIMIAR ANAERÓBIO EM PRATICANTES DE FUTSAL FEMININO LINS – SP 2009

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Educação Física

Moacir Antunes Ferreira Junior

Nielly Aparecida Da Silva Pereira

Pâmella Faria Gonzaga

EFEITOS DO TREINAMENTO CONTÍNUO NO

LIMIAR ANAERÓBIO EM PRATICANTES DE

FUTSAL FEMININO

LINS – SP

2009

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MOACIR ANTUNES FERREIRA JUNIOR

NIELLY APARECIDA DA SILVA PEREIRA

PÂMELLA FARIA GONZAGA

EFEITOS DO TREINAMENTO CONTÍNUO NO LIMIAR ANAERÓBIO EM

PRATICANTES DE FUTSAL FEMININO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Auxilium, Curso de Educação Física, sob a orientação do Prof. Ms Leandro Paschoali Rodrigues Gomes e orientação técnica da Profª Esp. Ana Beatriz Lima.

LINS – SP

2009

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Ferreira Junior, Moacir Antunes; Pereira, Nielly Aparecida da Silva; Gonzaga, Pâmella Faria.

F441e Efeitos do Treinamento Contínuo no Limiar Anaeróbio (LAn) em

Atletas Praticantes de Futsal Feminino / Moacir Antunes Ferreira Junior; Nielly Aparecida da Silva Pereira; Pâmella Faria Gonzaga. – – Lins, 2009.

59p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins – SP, para graduação em Educação Física, 2009

Orientadores: Ana Beatriz Lima; Leandro Paschoali Rodrigues Gomes.

1. Futsal. 2. Limiar Aneróbio. 3. Treinamento.I. Título CDU 796

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MOACIR ANTUNES FERREIRA JÚNIOR

NIELLY APARECIDA DA SILVA PEREIRA

PÂMELLA FARIA GONZAGA

EFEITOS DO TREINAMENTO CONTÍNUO NO LIMIAR ANAERÓBIO EM

PRATICANTES DE FUTSAL FEMININO

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de licenciado em Educação Física.

Aprovada em: _____/______/2009

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Leandro Paschoali Rodrigues Gomes

Titulação: Mestre em Educação Física - UNIMEP

Assinatura:_________________________________

1º Prof (a): ______________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_________________________________

2º Prof (a): ______________________________________________________

Titulação: ______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:_________________________________

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A minha mãe Ana e ao meu pai Moacir A jornada parecia árdua e difícil. O desanimo por muitas vezes tentou se

apoiar. Porém seria injusto desistir, pois, vocês um dia sonharam comigo e me amaram antes que eu existisse, se alegraram com minha chegada ao mundo como alguém que recebe um lindo e precioso presente, acompanharam o meu crescimento e muitas vezes sem pensar abdicaram-se de seus sonhos que o meu fosse realizado. A vocês que me deram a vida, a oportunidade de vitoria, que me amaram, me deram carinho e atenção nas horas em que mais precisei e que apenas me escutaram sem nenhum questionamento nos momentos de mau humor. A vocês que vêem com muito alivio e orgulho o fim de mais uma etapa e o começo de uma realização.

Obrigado pelo sonho que realizo hoje, em que me transformo de estudante em profissional.

Moacir A minha noiva Tamiris e ao meu neném que está vindo

Por você ter tido muita paciência comigo todos esses anos e sempre ficar ao meu lado para tudo que sempre precisei, com muito amor e carinho. E por você me dar um novo sentido a minha vida, um neném, e que seja um neném abençoado por Deus, ele nem chegou e já não consigo fazer outra coisa a não ser pensar em como será ser pai, mas a única certeza que tenho é que irei fazê-los felizes! Tamiris sou muito grato a Deus por ter encontrado o amor verdadeiro, TE AMO MUITO, TE AMO SEMPRE!

Moacir A minha irmã Patrícia e ao meu cunhado Leandro

Por todos os momentos bons e ruins que passamos juntos, espero que consigam tudo e mais um pouco que desejarem em suas vidas. O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Moacir A minha eterna sobrinha Letícia (in memory)

Que quando chegou ao mundo trouxe amor, alegria e as melhores expectativas possíveis para todos nós. Assim que se foi, no começo não entendi muito como isso poderia acontecer com uma criança tão pequenina e linda, cheia de alegria e muito caminho pela frente ainda. Com o tempo, mas com muito tempo passei a acreditar que a Lele veio com vários significados importantes, um deles foi trazer amor onde já parecia ofuscado. Hoje choro com muita saudade, mas sei que ela está feliz e olhando para mim lá de cima,

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por isso não desanimo e tento aprender um pouquinho do que ela deixou aqui comigo, o AMOR!

Moacir

Finalmente, após esse longo processo, onde pude vivenciar diferentes

emoções, posso me orgulhar de estar concluindo com êxito essa fase tão

importante em minha vida.

Vejo que o caminho difícil foi percorrido e vencido com muita motivação

e que todos os minutos a ele dedicados valeram à pena!

Portanto dedico à Deus, claro, pois sem todas as bênçãos recebidas eu

não chegaria ao fim, à minha mãe, que é meu porto seguro e meu exemplo,

que esteve ao meu lado em todas as horas, me incentivando e apoiando,

podendo agora comemorarmos juntas mais uma vitória. À toda minha família

por todo apreço e confiança depositados em mim. Dedico também aos meus

amigos Monique, Mariana, Évelin, Ariane, Aline, Leandro, Franco, Rodrigo e

todos os outros, mesmo que sem saber me ajudaram. A dedicatória vai

também à todos os meus amigos de classe, pela companhia, atenção e

amizade e principalmente aos meus companheiros de pesquisa Pâmella e

Moacir , afinal foi uma longa jornada e em meio a discussões e troca de afeto,

conseguimos finalizar esse trabalho com sucesso e que essa amizade possa

perdurar por toda vida. Ao amigo e grande incentivador Danilo (Peru), por toda

paciência e dedicação e especialmente aos meus professores que me

ensinaram e colaboraram para minha formação. Muito Obrigada por tudo!!

Nielly**

A minha heroína Mãe Suzel

Por qual tenho o maior orgulho em dizer, que com muito amor, força de

vontade, de ver e fazer a diferença criou três filhas para serem vencedoras,

mas sempre nos alertando dos obstáculos que teríamos que transpor e que, às

vezes poderíamos cair, mas não permaneceríamos caídos como o joio depois

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de uma ventania e sim nós levantaríamos com muita fé e humildade para

permanecermos em pé. É para você Mãe, TE AMO.

Ao meu Pai Waldemar

Que de formas diferentes também contribuiu para esta conquista. Não é

fato de que por certas vezes esteve ausente que deixarei de dividir mais essa

alegria com você Pai. TE AMO.

A minhas irmãs Suellen e Paula

Por estarem sempre ao meu lado me ajudando e me incentivando para

que de modo algum ficasse parada no tempo. É nossa esta Vitória, AMO

MUITO VOCÊS.

A minha Avó Ica

Que sempre em suas orações me apresentou para que eu pudesse

receber está benção. Muito Obrigada, AMO MUITO A SENHORA.

Aos meus amigos de pesquisa que me acompanharam nesta caminhada

Moacir e Niellly, que agora neste momento comemoramos juntos à realização

de um dos nossos objetivos e a todos vocês do 4º ano do Curso de Educação

Física de Licenciatura Plena de 2009. AMO TODOS VOCÊS, sentirei muita

saudades, foi um prazer enorme ter os conhecido, vocês fizeram a diferença

em minha vida.

E há você que ao ler está dedicatória, saberá o quanto foi importante

para que esta pesquisa fosse realizada.

"Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre com o meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amo r e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneir a você chega lá." (Ayrton Senna)

PÂMELLA

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AGRADECIMENTOS

No ano de 2006 ganhamos um presente de Deus, questionamos o porquê deste presente e ELE com sua paciência nos explicaste em nossos corações tudo dependia de nós e agora sabemos que este presente foi crescimento, a semente foi plantada, nasceu uma linda arvore agora vamos colher os frutos... O nosso agradecimento ao Deus todo poderoso... MUITO OBRIGADA NÓS TE AMAMOS.

Ao nosso orientador HILINHO...

Por ter nos compreendido neste momento em precisaríamos de sua orientação, para que este trabalho fosse concluído, muito obrigada por tudo até pelos puxões de orelha... MUITO OBRIGADA VOCÊ FOI E É ESPECIAL EM NOSSAS VIDAS...

“Nosso agradecimento por repartir seus conhecimentos, colocando em nossas mãos as ferramentas com asas quais abriremos novos horizontes, rumo à satisfação plena dos ideais humanos e profissionais.”

Aos nossos colaboradores e amigos professores.

Equipe de Futsal Feminino de Promissão do DECAR, a todos da Clinica de Ed. Física do Unisalesiano de Lins, Profª Giseli, Profº Darlan, Profº Wonder. MUITO OBRIGADA...

A um grande amigo Danilo (Piru)

Com sua simplicidade, seu jeito tímido, parecia que não sabia nada, mas Deus não nos dá rótulos, somos iguais a um livro para sabermos o conteúdo temos que abri-lo, lermos e interpretá-lo, assim o conhecemos nos ensinou nos ajudou muito, não poderíamos nos esquecer de lhe agradecer por tudo... MUITO OBRIGADA...

Aos nossos amigos...

Por você ter gostado de mim do jeito que sou... Por ter me aceitado com meus defeitos E por saber também elogiar minhas virtudes. Por me ensinar que a cada dia Podemos recomeçar por me fazer sentir Um alguém diferente e por eu saber Que sempre poderei contar contigo. Nossos agradecimentos, a todos do 4º ano de Ed. Física Licenciatura Plena de 2009.

MOACIR NIELLY E PÂMELLA

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RESUMO

O Futsal é uma modalidade esportiva de grande ascensão no Brasil, enquadrando-se como uma das mais praticadas em todo o país, sendo sua característica de predomínio aeróbio. Diferentes métodos de treinamento são utilizados para desenvolver a capacidade aeróbia, onde a dosagem de intensidade de esforço é uma preocupação na prescrição e controle do treinamento. Neste sentido, o conhecimento sobre as cargas de treino torna-se fundamental na elaboração de estratégias do treinamento a ser realizado. O presente estudo teve como objetivo analisar e comparar os Efeitos do Treinamento Contínuo no Limiar Anaeróbio (LAn) e a 50% do LAn em praticantes de Futsal Feminino. A amostra experimental foi composta por 14 sujeitos do gênero feminino divididos em 2 grupos (Grupo I: idade 16,28 ± 0,48 anos, Estatura 161,14 ± 5,75 cm, MCT 54,84 ± 8,16 Kg, %G 21,91 ± 2,96 %, VO2max 40,77 ± 2,04 ml/kg/min, LAn 9,71 ± 1,53 Km/h; Grupo II: idade 16,14 ± 0,37 anos, Estatura 162,42 ± 5,91 cm, MCT 59,51 ± 12,32 Kg, %G 25,25 ± 4,31 %, VO2max 39,36 ± 5,10 ml/kg/min, LAn 8,65 ± 1,05 Km/h) aparentemente saudáveis e praticantes da modalidade em questão, sendo submetidos a 2 protocolos de avaliação: antropometria (GUEDES; GUEDES, 2003); ergoespirométrico e limiar anaeróbio (HECK et al., 1985). Os procedimentos foram os mesmos adotados para a reavaliação. Ambos os grupos realizaram um treinamento contínuo com duração de 30min cada sessão, 2 dias por semana, totalizando 6 semanas de treino, sendo as intensidades: Grupo I velocidade do LAn; Grupo II a 50% do LAn. Através da analise de variância anova two way seguido do teste de tukey, verificou-se que as voluntárias apresentaram melhoras significantes em relação aos valores Pré em algumas variáveis MCT e %G, contudo, não houve diferença estatisticamente significante no VO2max e LAn. Com os resultados obtidos podemos concluir que após intervenção com a metodologia aplicada, houve redução significante no %G e MCT (p≤0,05), demonstrando a eficiência da proposta metodológica com treinamento contínuo no LAn e 50% do LAn na modalidade Futsal, em modificar variáveis da composição corporal no referido grupo pesquisado. Já os resultados obtidos em relação aos valores encontrados Pós de VO2max e LAn não houve melhora significante, todavia, o comportamento observado em ambos os grupos indica que, possivelmente, em um período maior de investigação e um número maior de sessões semanais, essas modificações possam ser traduzidas de forma estatisticamente significante (p≤0,05), como um efeito positivo do treinamento.

Palavras-chave: Futsal. Limiar Anaeróbio. Treinamento. VO2max.

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ABSTRACT

The Futsal is a esportiva modality of great ascension in Brazil, being fit

as one of the most practised in all the country, being its characteristic of aerobic predominance. Different methods of training are used to develop the aerobic capacity, where the dosage of effort intensity is a concern in the lapsing and control of the training. In this direction, the knowledge on loads of trainings becomes basic in the elaboration of strategies of the training to be carried through. The present study it had as objective to analyze and to compare the Effect of the Continuous Training in the Anaerobic Threshold (LAn) and 50% of the LAn in practitioners of Feminine Futsal. The experimental sample was composed for 14 citizens of the feminine sort divided in 2 groups (Group I: age 16,28 ± 0,48 years, Stature 161,14 ± 5,75 cm, 8,16 54,84 MCT ± kg, %G 21.91 ± 2.96%, VO2max 40,77 ± 2,04 ml/kg/min, LAn 9.71 ± 1,53 Km/h; Group II: age 16,14 ± 0,37 years, Stature 162,42 ± 5.91 cm, 12,32 59.51 MCT ± kg, %G 25,25 ± healthful and pparently practicing 4.31%, VO2max 39,36 ± 5,10 ml/kg/min, LAn 8,65 ± 1,05 Km/h) of the modality in question, being submitted the 2 protocols of evaluation: anthropometry (GUEDES; GUEDES, 2003); ergoesperometria and determination of the LAn (HECK et al., 1985). The procedures had been the same ones adopted for the reevaluation. Both the groups had carried through a continuous training with duration of 30min each session, 2 days per week, having totalized 6 weeks of trainings, being the intensities: Group I speed of the LAn; Group II 50% of the LAn. Through the T-Student Test for pareados data (p≤0,05), it was verified that the volunteers had presented significant improvements in relation to the values Daily pay in some 0 variable (MCT and %G), however, it did not have significant difference (Group I statistical: VO2max 40,60 ± 4,20 ml/kg/min, LAn 8,78 ± 1.41 Km/h; Group II: VO2max 37,70 ± 3,57 ml/kg/min, LAn 8,26 ± 0,65 Km/h). With the gotten results we can after conclude that intervention with the applied methodology, had significant reduction in %G and MCT (p≤0,05), demonstrating the efficiency of the proposal metodológica with continuous training in LAn and 50% of the LAn in the Futsal modality, in modifying 0 variable of the corporal composition in the related searched group. Already the results gotten in relation to the values found After de VO2max and LAn did not have significant improvement, however, the behavior observed in both the groups indicates that, possibly, a bigger period of inquiry and a bigger number of weekly sessions, these modifications can be translated of statistical significant form (p≤0,05), as a positive effect of the training. Keywords: Anaerobic Threshold. Futsal. Training. VO2max

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Foto da Equipe de Futsal Feminino – DECAR................................ 57

LISTA DE TABELA

TABELA 1 – Resultados do pré e pós testes................................................. 38

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADP: Adenosina difosfato

ATP: Adenosina trifosfato

bpm: batimentos por minuto

CaO2: Conteúdo Arterial de O2

CBD: Confederação Brasileira de Desportos

CBFS: Confederação Brasileira de Futsal

CEP: Comitê de Ética e Pesquisa

CND: Conselho Nacional de Desportos

CO2: Dióxido de Carbono

cm: centímetro

DC: Dobra Cutânea

DECAR: Departamento de Esportes, Cultura, Arte e Recreação

EST: Estatura

FC: Freqüência Cardíaca

FCmax: Freqüência Cardíaca Máxima

IAT: Individual Anaerobic Threshold

ID: Idade

IMC: Índice de Massa Corporal

Kg: Quilograma

Km/h: Quilômetros por hora

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LAEF: Laboratório de Avaliação do Esforço Físico

LAer: Limiar Aeróbio

LACmin: Lactato Mínimo

LAn: Limiar Anaeróbio

LDH: Lactato Desidrogenase

LL: Limiar de Lactato

LV: Limiar Ventilatório

l/min: litros por minuto

m: metro

ml: mililitro

ml/min: mililitro por minuto

ml/kg/min: mililitro por quilograma por minuto

mm: milímetro

mM: milimol

m/min: metros por minuto

MM: Massa Magra

MG:Massa Gorda

MSSLAC: Maximal Lactate Steady State

MCT: Massa Corporal Total

NaF: Fluoreto de Sódio

NADH: Nicotinamide adenine dinucleotide

O2: Oxigênio

OBLA: Onset of Blood Lactate Accumulation

OPLA: Onset of Plasma Lactate Accumulation

PA: Posição Anatômica

PCr: Fosfocreatina

Pi: Fosfato inorgânico

R: Coeficiente Respiratório

VE: Ventilação Pulmonar

VO2: Consumo de Oxigênio

VO2max: Consumo máximo de Oxigênio

VO2pico: Consumo de Oxigênio Pico

W: Watts

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(a – v)O2: Diferença Artério-Venosa de Oxigênio

µl: micro litro

%G: Percentual de Gordura

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13

1 CONCEITOS PRELIMINARES........................... ............................... 14

1.1 O Futsal no Brasil............................................................................... 14

1.2 Futsal Feminino.................................................................................. 15

1.3 Antropometria..................................................................................... 15

1.4 Consumo Máximo de Oxigênio (VO2max).......................................... 16

1.5 Produção de Lactato........................................................................... 20

1.6 Limiar Anaeróbio (LAn)............. ......................................................... 23

1.7 Efeitos do Treinamento Aeróbio......................................................... 27

2 CASUÍSTICA E MÉTODOS............................. .................................. 34

2.1 Sujeitos............................................................................................... 34

2.2 Materiais............................................................................................. 34

2.3 Condições Ambientais........................................................................ 35

2.4 Protocolo I – Antropometria (MCT, Estatura, %G)............................. 35

2.5 Protocolo II – (Determinação do VO2max, LAn)................................. 36

2.6 Análise Estatística.............................................................................. 37

2.7 Resultados.......................................................................................... 38

2.8 Discussão........................................................................................... 39

2.9 Conclusão........................................................................................... 46

REFERÊNCIAS...............................................................................................

48

APÊNDICES................................................................................................... 53

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INTRODUÇÃO

O Futsal é uma modalidade esportiva de grande ascensão no Brasil,

sendo esta modalidade uma das mais praticadas em todo o país. Nos últimos

anos tem-se observado o crescimento exponencial, com inegável progresso em

termos qualitativos. Ocorreram aperfeiçoamento da parte puramente mecânica

do movimento, o que deu ao praticante maior velocidade, força, destreza e

equilíbrio (MENEZES, 1998).

De cordo com Fernandes Filho (1998) os praticantes desta modalidade

necessitam fundamentalmente de capacidades físicas como resistência,

velocidade, força, flexibilidade, agilidade, coordenação, ritmo e equilíbrio para

um melhor desempenho.

Entre os índices mais estudados para predição do desempenho aeróbio

temos o consumo máximo de oxigênio (VO2max) e o liminar anaeróbio (LAn)

(DENADAI, 1999).

Tais índices têm apresentado uma excelente validade e reprodutibilidade

para o acompanhamento dos atletas em suas respectivas atividades e,

também, possuem uma alta correlação com a performance em provas de

média e longa duração (PAZIN et al., 2007).

O Teste de ergoespirometria (realizado de maneira direta) possibilita

avaliar, de maneira precisa, a capacidade cardiorrespiratória e metabólica, pois

é de grande importância para o desenvolvimento de um programa de

condicionamento físico (RONDON et al., 1998).

A despeito do grande número de informações que se acumularam nas

últimas décadas, sobre os aspectos relacionados à avaliação aeróbia, muitos

profissionais envolvidos com a avaliação e/ou preparação de atletas ou mesmo

de indivíduos que buscam no exercício a melhora da qualidade de vida, têm

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encontrado dificuldades em realizar a ligação entre os dados obtidos em

pesquisas laboratoriais e clínicas, e suas aplicações práticas (DENADAI, 1999).

O presente estudo se propõe a uma investigação na área da Fisiologia

do Exercício, limitando-se a comparar e apresentar os resultados obtidos

através de avaliações (pré e pós treinamento) realizadas no Laboratório de

Avaliação do esforço Físico – LAEF, no Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium, no município de Lins – SP. As avaliações as quais os sujeitos

participantes foram submetidos são: Perfil Antropométrico (MCT, Estatura,

%G); Avaliação Aeróbia (determinação do VO2max, LAn ).

Nesta pesquisa, a partir dos resultados obtidos através das avaliações

iniciais, foram utilizados dois tipos de treinamentos contínuo aos sujeitos

participantes, sendo um grupo treinando na velocidade do LAn e o outro na

velocidade a 50% do LAn, ambos com freqüência de dois (2) dias semanais,

com duração de trinta (30) minutos cada sessão, totalizando seis (6) semanas

de treino.

Em face ao exposto o objetivo geral deste trabalho foi analisar os Efeitos

do Treinamento Contínuo no LAn em praticantes de Futsal Feminino, da

equipe do DECAR Promissão – SP.

Este estudo será norteado pelo seguinte problema: verificar as respostas

fisiológicas e antropométricas sobre Efeitos do Treinamento Contínuo no LAn

em praticantes de Futsal Feminino.

Após análise dos resultados comparados, poderá se verificar a validade

do estudo através de melhoras adaptativas ocorridas nos diferentes tipos de

treinamento.

1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 O Futsal no Brasil

No ano de 1957, em Minas Gerais, houve uma tentativa de fundar-se a

Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS), a ata foi encaminhada ao

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Conselho Nacional de Desportos (CND), mas o CND não acatou tal ata que foi

registrada dia 30 de setembro de 1957 com o nº 2.551. Esta situação como

conselho subordinado a CBD perdurou até 1979. Em 15 de junho de 1979 foi

realizada a Assembléia Geral que fundou a Confederação Brasileira de Futebol

de Salão (CBFS), tendo sido eleito, para o período 1980/1983, como

presidente, Aécio de Borba Vasconcelos (FIGUEIREDO, 1996).

1.2 Futsal Feminino

O Futsal feminino ganha espaço cada vez maior no Brasil e no mundo.

Em terras brasileiras a modalidade entre as mulheres, além de ter

campeonatos semelhantes ao masculino na Taça Brasil e no Campeonato

Brasileiro de Seleções, desde 2005 é realizada, todos os anos, a Liga Futsal

Feminina. A cada temporada o que se vê é o crescimento do número de

participantes nos campeonatos, o que eleva a qualidade técnica e o interesse

do torcedor. Aos poucos está havendo crescimento do investimento no Futsal

feminino. O desenvolvimento da categoria entre as mulheres é uma aposta em

todo mundo, tanto que a Seleção Brasileira de Futsal feminina já é destaque

internacional. A equipe brasileira é Bicampeã Sul-Americana, nas edições

realizadas aqui no Brasil, em 2005, e no Equador, em 2007. As jogadoras,

assim como os homens, também ganharam o mundo. Nos campeonatos dos

Estados Unidos, da Europa e da Ásia existem atletas do país atuando (CBFS).

1.3 Antropometria

A antropometria é um recurso muito importante para análise completa de

um indivíduo, pois suas informações estão ligadas ao crescimento,

desenvolvimento e envelhecimento, sendo indispensável na avaliação do

estado físico e no controle das diversas variáveis que estão envolvidas durante

uma prescrição de treinamento (MARINS; GIANNICHI, 2003).

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De acordo com Pitanga (2004) antropometria é o estudo direcionado às

mensurações morfológicas humanas, englobando massa corporal, estatura,

circunferências e dobras cutâneas.

A antropometria é a ciência que estuda e avalia o tamanho, peso e as

proporções do corpo humano, usando medidas de rápida e fácil realização, não

necessitando de equipamentos sofisticados e alto custo financeiro. Tais

medidas devem ser realizadas de forma correta, seguindo uma metodologia

definida, a fim de que os resultados sejam entendidos e utilizados por outros

autores (FERNADES FILHO, 1998).

Segundo Marins; Giannichi (2003) um referencial importante que pode

ser obtido através da antropometria é a elaboração do perfil antropométrico

especifico para cada esporte. Como este perfil indica se um indivíduo terá

maiores ou menores possibilidades de desempenho em um dado esporte, este

indicativo serve como orientação para as pessoas que pretendam iniciar uma

vida desportiva. Um simples exemplo de como a antropometria pode auxiliar no

processo de escolha esportiva se dá através da variável estatura; onde um

jovem adolescente que possua uma estatura elevada, poderá optar por ser

jogador de Basquete, Voleibol ou goleiro de Futsal.

1.4 Consumo Máximo de Oxigênio (VO2max)

Segundo Denadai (1999) a capacidade do ser humano para realizar

exercícios de média e longa duração depende principalmente do metabolismo

aeróbio. Deste modo, um dos índices mais utilizados para avaliar essa

capacidade é o VO2max. Este índice representa a capacidade máxima de

integração do organismo em captar, transportar e utilizar o O2 para os

processos aeróbios de produção de energia durante a contração muscular.

Embora o consumo de oxigênio (VO2) em repouso seja muito similar

entre indivíduos sedentários e treinados, durante o esforço máximo os

indivíduos treinados possuem valores de VO2max, que são em média duas

vezes maior do que aqueles apresentados por indivíduos sedentários

(DENADAI, 2000).

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Através de um estudo científico pioneiro Robison et al., apud DENADAI

(1999) identificaram o VO2max como um fator determinante do desempenho

em exercícios de longa duração.

O VO2max é denominado como a mais alta captação de consumo de

oxigênio que um indivíduo alcança respirando o ar atmosférico ao nível do mar

(SIMÕES et al., 1998)

Leite (2000) define VO2max como a maior quantidade de O2 que o

sistema cardiovascular é capaz de entregar aos tecidos do organismo, durante

uma atividade física máxima, sendo que, quanto mais se utilizar os músculos

durante uma atividade física, maior será o VO2max.

O VO2max pode ser expresso em valores absolutos (l/min) ou em

valores relativos à massa corporal (ml/kg/min). Como a necessidade de energia

varia em função da área de superfície corporal, o VO2max é geralmente

expresso em valores relativos (CAPUTO et al., 2008).

Em exercícios onde não existe a sustentação do peso corporal (natação

e ciclismo) a performance em exercícios de endurance é mais relacionada com

o VO2max expresso em valores absolutos (Wilmore; Costill, 2001).

Denadai (1999) verificou que durante a atividade física o requerimento

de O2 para os músculos ativos pode aumentar até vinte vezes em relação ao

repouso, enquanto que para a musculatura inativa, o consumo permanece

inalterado.

A performance aeróbia de um grupo heterogênio de atletas recebe

profunda influência do VO2max, porém, em atletas altamente treinados, a

predição de performance pelo VO2max pode apresentar limitações (CAPUTO,

et al., 2008).

De acordo com estudos realizados por Hill; Lupton apud CAPUTO et al.

(2008) foi verificado que o VO2 aumenta na mesma proporção do aumento da

intensidade do esforço, até que se atinja uma intensidade crítica, a partir da

qual não existe mais aumento do VO2, mesmo com o indivíduo ainda sendo

capaz de aumentar a intensidade de esforço.

Deste modo, segundo Denadai (1999) é assumido que o esforço

realizado além da estabilização do VO2 (platô de VO2) foi suportado pelo

metabolismo anaeróbio, resultando em acúmulo de lactato intracelular, acidose

e uma exaustão inevitável.

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Independentemente do critério utilizado, estudos mais recentes têm

mostrado que somente a metade de todos os indivíduos testados apresenta um

verdadeiro platô de VO2 durante o exercício máximo (SIMÕES, 1998).

É importante ressaltar que na literatura alguns autores como Armstrong;

Welsman (1994); Jackson et al., (1995) têm proposto que o termo “consumo de

oxigênio de pico (VO2pico)”, o qual representa o maior consumo de oxigênio

obtido durante um exercício realizado até a exaustão, é mais apropriado do que

o termo VO2max, o qual convencionalmente implica na existência de um platô

de VO2.

A literatura científica aponta fatores determinantes e limitantes do

VO2max para um melhor entendimento e análise de resultados (DENADAI,

1999).

Dentre estes fatores determinantes podemos citar:

a) Fator Genético;

b) Idade (Cronológica / Biológica) e Sexo;

c) Treinamento.

Quanto aos fatores limitantes do VO2max, devemos estar atentos a

algumas variáveis fisiológicas, sendo elas:

a) Ventilação Pulmonar (VE) e Difusão Alvéolo-Capilar de O2;

b) Sistema de transporte de O2 e a Diferença artério-venosa de O2.

Em relação aos efeitos do treinamento aeróbio sobre o VO2max, durante

alguns anos muitos pesquisadores assumiram que o nível de variação na

melhora do VO2max era influenciado principalmente pelo grau de envolvimento

do indivíduo com o programa de treinamento.

Um grande comprometimento determinaria um grande percentual de

melhora do VO2max, e um baixo comprometimento apresentaria uma pequena

ou nenhuma melhora do VO2max. Recentemente alguns autores têm proposto

a existência de pessoas que “respondem” e outras que “não respondem” ao

treinamento. Quanto maior for o nível inicial de condicionamento físico, menor

será a melhora relativa determinada pelo mesmo programa de treinamento. Os

maiores valores de VO2max são atingidos dentro de 8 a 18 meses de

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treinamento, indicando que cada indivíduo possui um nível limitado de VO2max

que pode ser atingido (WILMORE; COSTILL, 1994).

Segundo Fahey et al., apud DENADAI (1999) este limite parece ser

potencialmente influenciado pelo nível de atividade física realizado na infância.

Devemos ressaltar que as adaptações fisiológicas determinadas pelo

treinamento físico são altamente específicas para o tipo de exercício realizado.

Normalmente os valores de VO2max são mais altos quando uma grande

quantidade de massa muscular está envolvida no exercício realizado

(WILMORE; COSTILL, 1994).

A importância do conceito da especificidade do treinamento é reforçada

quando analisamos os resultados encontrados por Magel et al. apud CAPUTO

et al. (2008) que em sua pesquisa onde os sujeitos tiveram seu VO2max

avaliado na natação e na esteira rolante, Pré e Pós um programa de

treinamento na natação (1hora/dia, 3 dias/semana, 10 dias). Após o período de

treinamento, o VO2max mensurado na natação aumentou 11%, enquanto o

VO2max mensurado na corrida não se modificou significantemente. Pôde-se

verificar que, se o teste na esteira rolante tivesse sido utilizado isoladamente

para avaliar os efeitos do treinamento, os autores teriam chegado à conclusão

de que não teriam ocorrido adaptações com o programa de treinamento

realizado. Sendo assim, verificou-se que deve ser utilizado um ergômetro

específico que proporcione um movimento similar ao movimento utilizado pelo

atleta em seu esporte.

De acordo com Denadai (1999) o VO2max apresenta uma grande

influência do componente genético e o destreinamento pode modificá-lo

(diminuir ou aumentar, respectivamente) em ± 20%, um indivíduo que em seu

estado sedentário, possua um VO2max de 40 ml/kg/min, provavelmente não irá

ultrapassar os 50 ml/kg/min, por mais altamente treinado que possa estar. Por

outro lado, um indivíduo altamente treinado que possua um VO2max de 75

ml/kg/min e seja por qualquer motivo obrigado a parar totalmente de treinar por

mais de 30 dias (tornando-se sedentário), provavelmente não terá um VO2max

menor que 55 ml/kg/min.

A diminuição do VO2max com a interrupção do treinamento se deve

tanto a uma diminuição do volume de ejeção máximo quanto a uma diminuição

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da extração de O2, o oposto do que ocorre com o treinamento (POWERS;

HOWLEY, 2000).

Segundo Simões et al., (1998) devemos estar atentos as tabelas de

referência existentes, as quais podem fornecer informações qualitativas sobre a

capacidade aeróbia de um indivíduo em um determinado momento, e não

realizar de modo isolado, ou seja, sem a análise de outros critérios e

classificações quanto ao seu estado de treinamento.

Além disso, é importante destacar que o VO2max, provavelmente em

função de seus fatores limitantes (centrais), nem sempre se modifica com o

destreinamento, embora nestas condições possam ter existidos adaptações

funcionais e consequentemente em indivíduos altamente treinados, o emprego

do VO2max como único índice para avaliar os efeitos do destreinamento, pode

levar a conclusões incorretas. Para estes indivíduos, é mais aconselhável o

emprego de um índice submáximo (LAn), que parece sempre responder ao

treinamento ou ao destreinamento (DENADAI, 1999).

1.5 Produção de Lactato

Desde que Fletcher; Hopkins apud DENADAI (1999) demonstraram a

formação de lactato durante a contração muscular, muita atenção tem sido

dada aos prováveis mecanismos que controlam a produção e remoção do

lactato durante o exercício.

No final da década de 50 e início da década de 60, foi introduzido o

conceito de “início do metabolismo anaeróbio para mensurar a performance

cardiorrespiratória”. Através de estudos científicos foi observado que durante o

exercício com incremento de cargas a cada 3 minutos, atingia-se um ponto

onde a VE (ventilação pulmonar) aumentava em maior grau do que o VO2.

Como as mudanças na VE e no lactato sanguíneo eram coincidentes, este

momento foi definido como “ponto de ótima eficiência ventilatória” (HOLLMANN

apud DENADAI, 1999).

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Pesquisas realizadas por Zagatto; Cavalcanti; Moraes (2007) a partir da

década de 60 identificaram na resposta do lactato sanguíneo ao exercício, um

índice valioso a ser utilizado para avaliação aeróbia.

Posteriormente Wasserman; Mcllory apud SIMÕES et al. (1998)

baseados em um estudo utilizando indivíduos com patologias cardiovasculares,

introduziram o termo “Limiar Anaeróbio (LAn)”, propondo que parâmetros

ventilatórios poderiam ser utilizados para se estimar o ponto de inflexão da

curva de lactato.

Wasserman apud CAPUTO et al. (2008) relata que o limiar anaeróbio

onde se determina a acidose-metabólica durante o exercício de carga

progressiva, representa a transição Aeróbio-Anaeróbia do processo de

transferência de energia e pode ser obtida por variáveis metabólicas e

ventilatórias.

Aplicações práticas da determinação do LAn, incluem a prescrição da

intensidade adequada de exercício, predição de performance e a avaliação dos

efeitos do treinamento aeróbio, principalmente durante um acompanhamento

longitudinal (DENADAI, 2000).

De acordo com Denadai (1999) os mecanismos que controlam o

metabolismo do lactato durante o exercício têm sido objeto de um grande

número de pesquisas e revisões. Todavia existem muitas controvérsias sobre o

referido tema, principalmente quando se tratam dos mecanismos que controlam

sua produção durante o exercício. Importante citarmos as duas correntes

básicas de pesquisa, sendo a primeira formada por autores que propõem que a

produção de lactato está relacionada com a hipóxia tecidual; e a segunda

formada por autores que apontam outros fatores, excluindo destes a hipóxia

tecidual.

Katz; Sahlin apud CAPUTO et al. (2008) estão entre os autores que

sustentam que a produção de lactato durante o exercício submáximo ocorre em

função da diminuição da oferta de O2 para a atividade mitocondrial. Dados de

pesquisas apontaram que até no exercício submáximo (40% VO2max) existe

uma queda da concentração do NADH (Nicotinamida adenina dinucleotídeo)

mitocondrial e manutenção dos valores de lactato. No exercício mais intenso

(>40% VO2max) há um aumento do NADH acima dos valores de repouso, que

é acompanhado por um aumento de lactato muscular e sanguíneo. Tais

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resultados de acordo com os autores sugerem que a oferta de O2, mais do que

a limitação da conexão malato-aspartato (responsável pela introdução de

equivalentes de redução do NADH citoplasmático na cadeia de transportes de

elétrons da mitocôndria), estaria associado ao aumento da produção do lactato

durante o exercício. Existindo uma diminuição da oferta de O2 a respiração é

estimulada pelo aumento da adenosina-difosfato (ADP), pelo fosfato inorgânico

(Pi) e NADH extramitocondrial. Tais fatores estimulam a glicólise, a qual

aumenta a formação de NADH extramitocondrial. Estas modificações,

combinadas com o aumento do NADH mitocondrial, resultam em um aumento

ainda maior do NADH citoplasmático, o qual desvia a ação da enzima lactato-

desidrogenase (LDH) em direção à formação de lactato.

Rowell et al. apud DENADAI (1999) estudaram um grupo de indivíduos

durante o exercício com aumento progressivo de carga, respirando uma

mistura contendo apenas 11% de O2. Foi verificado pelos autores que durante

a hipóxia, o fluxo de sangue femoral aumentou para compensar a queda da

diferença (a–v)O2, mantendo o VO2 e a eficiência muscular (equivalente

calórico da carga / equivalente calórico do VO2). Mesmo com os resultados

indicando que a oferta de O2 não limitou o metabolismo, foi observado que a

hipóxia determinou um aumento da liberação de lactato (3 vezes maior).

Associado a este aumento, ocorreu também um aumento da adrenalina

circulante.

Baseados principalmente nestes estudos, Stainsby; Brooks apud

DENADAI (2000) concluem que a liberação de lactato pelo músculo é um pobre

indicador de deficiência de O2, já que a produção de lactato ocorre por outros

motivos, provavelmente por ação de massa, e não pela queda na tensão de O2.

Embora exista controvérsia sobre os mecanismos que controlam a

produção de lactato, há um consenso na literatura que a concentração de

lactato no sangue varia muito pouco em relação aos valores de repouso,

quando se realizam esforços que correspondem em até 50–75% VO2max.

Acima desta intensidade, existe um aumento exponencial da concentração de

lactato no músculo e no sangue (DENADAI, 1999).

Segundo Brooks apud DENADAI (2000) informações existentes na

literatura mostra que é um erro interpretar-se que o acúmulo de lactato no

sangue reflete apenas a produção de lactato muscular. Na realidade a

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concentração sanguínea de lactato depende do balanço entre a liberação de

lactato (influenciado principalmente pela produção de lactato dos músculos em

atividade, não refletindo, porém exatamente sua produção total) e sua remoção

do sangue.

Embora o músculo esquelético seja o maior sítio de produção e

liberação de lactato durante o exercício, outros órgãos (intestino, fígado, pele)

podem também produzir e liberar lactato. Durante o exercício físico,

aproximadamente 75% do lactato é removido através da oxidação, sendo uma

fração mínima (10–15%) convertida em glicose via Ciclo de Cori (CAPUTO et

al., 2008).

De acordo com Denadai (1999) o fato do lactato sanguíneo praticamente

não se modificar em relação aos valores de repouso durante o exercício leve e

moderado, não significa necessariamente que a produção de lactato neste tipo

de exercício seja pequena.

Deste modo, autores como Brooks apud CAPUTO et al. (2008) têm

sugerido que o aumento exponencial do lactato sanguíneo, que ocorre em uma

determinada intensidade submáxima de esforço, pode refletir um aumento

exponencial da liberação de lactato pelo músculo e/ou uma diminuição da

capacidade de remoção de lactato. Esta menor remoção pode ocorrer pela

diminuição do fluxo de sangue para a região esplâncnica (fígado e rins) com

um aumento da intensidade de esforço, como o demonstrado por ROWELL

(apud CAPUTO et al., 2008) e também por uma incapacidade dos músculos

em extrair e oxidar o lactato na mesma freqüência na qual ele é liberado.

1.6 Limiar Anaeróbio (LAn)

Vários estudos vêm sendo realizados em busca de um índice que possa

refletir a perfeita integração que deve existir entre os sistemas cardiovascular,

respiratório e muscular, e que expresse o aumento da demanda energética que

existe durante o exercício (SIMÕES et al., 1998).

Um dos maiores problemas relacionados à determinação e utilização do

LAn segundo Simões et al., (1998) ocorre em função do grande número de

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terminologias empregadas pelos pesquisadores para identificar fenômenos

iguais ou semelhantes. Além disso, existem também diferentes definições e

referências que são utilizadas para a interpretação da resposta do lactato

sanguíneo durante o exercício com aumento progressivo de cargas. Apesar do

grande número de terminologias e referências utilizadas para se determinar os

limiares, os mesmos podem ser basicamente divididos em duas categorias. É

importante ressaltar que nestas duas categorias, existem autores que se

utilizam de concentrações fixas, e outros que se utilizam de concentrações

variáveis de lactato para identificar o fenômeno definido por sua terminologia.

Farrel et al., apud DENADAI (1999) propuseram o termo OPLA (Onset of

Plasma Lactate Accumulation) como sendo a intensidade de exercício anterior

ao aumento exponencial do lactato no sangue. Embora autores utilizem

basicamente o mesmo referencial do estudo anterior, eles definem esta

intensidade de exercício como sendo o Limiar de Lactato (LL) (IVY et al.;

TANAKA et al.; WELTMAN et al., apud DENADAI, 1999).

Outros autores Coggan; Coyle apud DENADAI (2000), porém, utilizando

a mesma terminologia (LL), apresentam outra referência para sua

determinação. Coyle et al., apud DENADAI (2000) definiram o LL como sendo

a intensidade de exercício que determina um aumento de 1mM no lactato

sanguíneo, acima dos valores da linha de base (∆1 mM). O autor justifica sua

metodologia por encontrar no LL, intensidades de exercício que são 5%

maiores do que as encontradas no OPLA, sendo estas muito próximas às

velocidades selecionadas pelos atletas durante a prova de maratona. Além

disso, em ciclistas, o emprego da intensidade correspondente ao LL, resulta em

uma freqüência muito similar da glicogenólise muscular, resultando num tempo

de fadiga, em função da depleção de glicogênio, também muito similar entre os

sujeitos (3 horas).

As metodologias citadas anteriormente para determinação do OPLA e do

LL utilizam-se de concentrações variáveis de lactato sanguíneo, para

determinar o fenômeno por elas definido, encontrando geralmente intensidades

de exercício que correspondem a uma concentração de lactato entre 1,5-

3,0mM. Kindermann et al., apud DENADAI (1999) diferentemente dos estudos

anteriores, propõem o termo Limiar Aeróbio (LAer), utilizando para sua

determinação uma concentração fixa de lactato. Deste modo, os autores

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definem o LAer como sendo a intensidade de exercício correspondente a 2mM

de lactato no sangue. Os autores propõem que a intensidade mínima de

exercício que deve ser utilizada para melhora da capacidade aeróbia, deve ser

aquela correspondente ao LAer.

Através destas informações podemos dizer que os limiares que

identificam o início do acúmulo do lactato no sangue são OPLA, LL e LAer

(DENADAI, 2000).

Em relação aos limiares que identificam a máxima fase estável de

lactato no sangue podemos incluir MSSLAC (Maximal Lactate Steady State),

OBLA (Onset of Blood Accumulation) e IAT (Individual Anaerobic Threshold)

(SIMÕES et al., 1998)

Um grande número de estudos, realizados principalmente por

investigadores alemães e escandinavos, têm proposto a identificação da

intensidade de exercício correspondente à máxima fase estável de lactato

(MSSLAC), utilizando principalmente concentrações fixas de lactato (4mM),

porém com diferentes terminologias. O grupo de cientistas alemães propõe o

termo Limiar Anaeróbio (LAn) (KINDERMANN et al., apud DENADAI, 1999) ou

Limiar Aeróbio-anaeróbio (MADER apud DENADAI, 1999), enquanto que o

grupo escandinavo propõe o termo OBLA (SJODIN; JACOBS, apud DENADAI,

1999) para identificar a intensidade de exercício correspondente a 4mM de

lactato no sangue.

Heck et al., apud CAPUTO et al. (2008) justificaram a escolha desta

concentração fixa, em função da maioria dos sujeitos apresentarem nesta

intensidade de exercício, o máximo balanço entre a produção e a remoção de

lactato. Embora os autores tenham proposto o uso de uma concentração fixa

(4mM) para identificar a MSSLAC, os mesmos mostram que a concentração de

lactato corresponde a esta intensidade, pode variar entre 3-5,5mM.

Stegmann et al., apud DENADAI (1999) ressaltam que, embora a

concentração de lactato na MSSLAC seja aproximadamente 4mM, em seu

estudo foi encontrada uma variação individual muito grande (1,5 – 7,0 mM). Em

função disso, os autores introduzem o termo Limiar Anaeróbio Individual (IAT),

propondo uma metodologia que identifique a MSSLAC de maneira

individualizada.

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Para a confirmação e/ou identificação da intensidade de exercício de

MSSLAC, Heck et al., apud CAPUTO et al. (2008) propõem que durante a

realização de um exercício contínuo (tempo > 30 min), a concentração de

lactato no sangue não aumente mais do que 1 mM nos últimos 20 minutos de

exercício. Já Urhausen et al., apud CAPUTO et al. (2008) propõem um

aumento de até 1 mM entre o 15º minuto e o final do exercício, ou um aumento

menor do que 0,5 mM durante os 15 minutos finais do exercício.

De acordo com Tegtbur et al., apud CAPUTO et al. (2008) em recente

estudo, propõem uma interessante metodologia par identificar a velocidade

equivalente a MSSLAC. Com a realização das primeiras cargas existe uma

diminuição do lactato, até que se atinja um valor mínimo (LACmin), a partir do

qual começa a existir um novo aumento do lactato. Segundo os autores, o

LACmin corresponde à intensidade de exercício onde existe equilíbrio entre a

produção e remoção de lactato. Em seu estudo os autores relatam ainda que

essa intensidade (LACmin) correspondeu à velocidade de MSSLAC para a

maioria dos sujeitos.

Além da vantagem de permitir uma avaliação anaeróbia e aeróbia em

um só teste, verificou-se também que a metodologia não sofre influência, como

outras metodologias (MAASSEN et al., apud DENADAI, 1999) da

disponibilidade de substratos (glicogênio muscular).

Em outro estudo (HIGINO & DENADAI, 1998), foi testada a influência do

tipo de exercício que induz o acúmulo de lactato, antes do teste incremental

com cargas progressivas. Este modelo é bastante interessante, pois além das

implicações teóricas que podem ser levantadas com este modelo, pode-se

também verificar a possibilidade de avaliarem-se atletas de multiesportes em

uma única sessão de testes. Embora concentração de lactato 7 minutos após o

exercício anaeróbio e na intensidade do LACmin terem sidos significantemente

maiores após o exercício de corrida, do que após o teste de Wingate, a

intensidade (W) no LACmin não foi significantemente diferente. Os dados deste

estudo denotam também que fatores que potencialmente poderiam influenciar

a resposta do lactato durante o exercício não interferem na intensidade de

esforço (W) correspondente ao LACmin, sugerindo a validade do teste

empregado.

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A literatura científica aponta fatores que podem influenciar o

metabolismo do lactato, sendo estes para um melhor entendimento e análise

de resultados (DENADAI, 1999).

Dentre estes fatores podemos citar:

a) Idade;

b) Tipo de Fibra Muscular;

c) Disponibilidade de Substrato.

1.7 Efeitos do Treinamento Aeróbio

Sabe-se que o componente aeróbio é responsável pelo fornecimento de

energia para indivíduos que realizam esforços em um período de tempo

prolongado (DENADAI, 2000).

O treinamento aeróbio produz maior estresse do que os sistemas

energéticos anaeróbios. Parte da energia necessária para os esforços máximos

(30”) é derivada do metabolismo oxidativo. Assim, períodos repetidos de

exercícios de esforço Máximo também aumentam a capacidade aeróbia dos

músculos de tolerar o ácido que se acumula em seu interior durante a glicólise

anaeróbia. Embora essa alteração seja pequena, pode se esperar que esse

aumento do potencial oxidativo muscular auxilie os esforços dos sistemas

energéticos anaeróbios para suprir as necessidades energéticas musculares

durante o esforço altamente anaeróbio (WILMORE; COSTILL, 2001).

De acordo com Denadai (1999) a avaliação aeróbia é de suma

importância para acompanhar os efeitos do treinamento, onde o seu índice

deve ser sensível para captar as alterações sistêmicas e enzimáticas que são

determinadas pela realização do exercício.

Segundo Powers; Howley (2000) a realização regular de exercício

aumenta a capacidade do sistema cardiovascular de liberar sangue para os

músculos em atividade e a capacidade muscular de produzir energia

aerobiamente levando a uma melhora de desempenho.

A adaptação ao treinamento é a soma das transformações estruturais e

fisiológicas, ocorrida em virtude da repetição sistemática de exercícios, que

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resultam de uma exigência específica que se impõe ao organismo,

dependendo do volume, da intensidade e da freqüência do treinamento

(WILMORE; COSTILL, 2001).

Entretanto, de acordo com Bompa (2002) o treinamento físico é benéfico

quando leva o organismo a adaptar-se ao estresse provocado pelo esforço. Se

o estresse não é suficiente, a adaptação não ocorre, porém, se o estresse é

intolerável, podem ocorrer lesões ou supertreinamento.

Inerente aos benefícios adquiridos com o treinamento físico é o conceito

da reversibilidade, o qual mostra que quando o treinamento físico é suspenso

ou reduzido, os sistemas corporais se reajustam de acordo com a diminuição

do estimulo (COYLE, 1994).

As adaptações do organismo decorrentes dos processos de treinamento

desportivo podem ser agudas ou crônicas, sendo que as adaptações agudas

são aquelas que ocorrem durante ou imediatamente após o exercício,

buscando um estado de equilíbrio orgânico e atendendo as demandas do

estímulo imposto pelas atividades físicas. Já as adaptações crônicas, são

efeitos do treinamento desportivo e correspondem a alterações

morfofisiológicas derivadas da repetição sistemática de exercício (WILMORE;

COSTILL, 2001).

McArdle et al., (2003) ressaltam que adaptações induzidas com o

treinamento aeróbio estão relacionadas ao metabolismo de cada tipo de fibra

muscular, onde todas as fibras aprimoram seu potencial aeróbio pré-existente.

O objetivo de qualquer programa de treinamento é melhorar o

desempenho. As adaptações musculares não são instantâneas e as melhoras

máximas dos sistemas energéticos dos músculos podem exigir meses de

treinamento (WILMORE; COSTILL, 2001).

De acordo com Wilmore; Costill (2001) o acúmulo de ácido lático é

considerado uma causa importante de fadiga durante o exercício de esforço

máximo e de curta duração. Os músculos treinados aerobiamente apresentam

atividade enzimática glicolítica menores. Por isso, eles podem apresentar uma

menor capacidade de metabolismo anaeróbio ou de desprender menos energia

oriunda da glicólise. Assim podemos dizer que as alterações da atividade

enzimática muscular são altamente específicas ao tipo de treinamento. Para se

assegurar que um determinado programa satisfaça as expectativas do atleta,

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os resultados devem ser monitorados durante o período de treinamento. Muitos

consideram o VO2max como o melhor meio para se avaliar as adaptações ao

treinamento aeróbio. No entanto, o exame não é prático para ser utilizado

regularmente e ele não consegue mensurar as adaptações musculares ao

treinamento.

Embora ainda exista ainda muita polêmica em torno das metodologias

empregadas para identificar as respostas do Lactato durante o exercício

progressivo, diferentes estudos têm mostrado que a utilização dos limiares (LL,

OPLA, LAn, OBLA, IAT e LV), é o índice mais adequado, superando inclusive o

VO2max para a prescrição da intensidade do exercício (a carga se trona mais

relativa à capacidade funcional de cada sujeito), controle dos efeitos do

treinamento e predição de performance (DENADAI, 1999).

Em indivíduos jovens e aparentemente saudáveis, o VO2max varia entre

40 e 50 ml.kg-1.min-1. Em atletas altamente treinados estes valores podem ser

de 1,5 a 2 vezes maior, como o encontrado em corredores (60 a 85 ml.kg-1.min-

1), ciclistas (60 a 74 ml.kg-1.min-1) e nadadores (50 a 70 ml.kg-1.min-1). Além

disso, diversos estudos que analisaram grupos heterogêneos em relação ao

VO2max (variação maior que 15-20%) têm encontrado que este índice pode ser

responsável por aproximadamente 70 a 80% da variação da performance

aeróbia encontrada em corredores, ciclistas e nadadores (DENADAI, 2000).

Entretanto, uma série de estudos que analisaram grupos mais

homogêneos em relação ao VO2max, têm verificado que embora os atletas de

endurance apresentam valores bem elevados deste índice, o mesmo não

permite uma discriminação adequada do desempenho aeróbio. Nestes

estudos, o VO2max tem apresentado uma baixa correlação com a performance

(r = 0,50 – 0,60), explicando a variação do desempenho em apenas 25 – 40%

(DENADAI, 2000).

Já Wilmore; Costill (2001) mostram que o lactato começa a acumular no

sangue quando a intensidade do exercício ultrapassa 50% a 60% do VO2max

nos indivíduos não treinados, e 70% a 80% do VO2max em indivíduos

treinados em endurance. Assim, vários métodos de monitoração das

adaptações ao treinamento foram utilizados. No entanto, o mais fácil parece ser

a comparação de valores de lactato sanguíneo obtidos após uma atividade

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realizada em um ritmo fixo, em vários momentos durante um período de

treinamento.

Estudos verificaram que a melhora percentual determinada pelo

treinamento na resposta do lactato parece ocorrer em função da maior taxa de

remoção deste substrato durante o exercício com pouca ou nenhuma

modificação na taxa de produção (DENADAI, 1999).

Segundo Denadai (1999) o máximo desempenho que pode ser obtido

em um exercício depende de vários fatores: sistemas de produção de energia,

aspectos neuromusculares (técnicas), tática, aspectos psicológicos

(maturação), recursos ergogênicos e vestimentas e/ou material esportivo.

Algumas adaptações ocorrem nos músculos e muitas envolvem

alterações do sistema de energia e, outras alterações ocorrem no sistema

cardiovascular, aumentando a circulação para os músculos. Assim, pode-se

dizer que as alterações mais perceptíveis do treinamento aeróbio são o

aumento da capacidade de realizar o exercício submáximo prolongado e o

aumento da capacidade aeróbia máxima, existindo também variações

individuais tanto na resistência submáxima, quanto no VO2max. É evidente que

indivíduos que apresentam um alto nível de condicionamento físico podem

apresentar uma alteração menor da potência aeróbia do que aqueles que

levam uma vida sedentária (WILMORE; COSTILL, 2001).

A resposta do lactato sanguíneo tem se mostrado sensível para as

adaptações do treinamento. O aumento da intensidade de esforço onde são

observadas determinadas concentrações de lactato ocorre tanto quanto se

expressa esta intensidade em valores absolutos (W ou m/min) ou em

intensidades relativas ao VO2max. Este desvio à direita na curva de lactato

parece ocorrer em função da maior taxa de remoção deste substrato durante o

exercício, com pouca ou nenhuma modificação na taxa de produção. A melhora

percentual determinada pelo treinamento na resposta do lactato tem sido mais

expressiva do que a observada no VO2max. Além disso, em alguns estudos

verificaram que mesmo quando o VO2max não apresentou a sensibilidade para

as adaptações determinadas pelo treinamento, a resposta do lactato continuou

indicando a existência de novas adaptações (DENADAI, 1999).

Em consequência destas informações é possível compreender os

diferentes comportamentos e variações que o VO2max e a resposta do lactato

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podem apresentar quando são utilizados para a avaliação aeróbia, que

genericamente pode ser realizada com os seguintes objetivos: prescrição da

intensidade relativa de esforço, determinação dos efeitos do destreinamento e

a predição da performance em atividades com predomínio aeróbio (DENADAI,

2000).

De acordo com Denadai (2000) é importante analisar o critério que foi

adotado em cada um dos métodos diretos, especialmente quando o objetivo for

à experimental onde seja necessário tornar a intensidade relativa à capacidade

funcional do individuo a ser testado.

De acordo com Magel et al., apud DENADAI (1999) o VO2 atingido

durante o esforço máximo depende também do protocolo e/ou ergômetro

utilizado, e do tipo de atividade onde o atleta é especificamente treinado.

Porém alguns autores propõem o termo “consumo de oxigênio de pico

(VO2 pico)”, o qual representa o maior consumo de oxigênio obtido durante um

exercício realizado até a exaustão, sendo mais apropriado do que o termo

VO2max, o qual convencionalmente implica na existência de um platô de VO2

ARMSTRONG & WELSMAN, 1994; JACKSON et al., 1995).

Armstrong et al., (1996) nos dizem que em crianças e adolescentes,

somente a minoria dos indivíduos testados, na esteira rolante ou bicicleta

ergométrica, apresentam também um platô de VO2.

O VO2max está mais intimamente ligado à capacidade funcional do

sistema cardiovascular de liberar sangue aos músculos em atividade durante o

trabalho máximo ou supramáximo (> 100% do VO2max) enquanto mantém a

pressão arterial média. A capacidade de sustentação do exercício submáximo

prolongado está relacionada à manutenção da homeostasia decorrente das

propriedades estruturais e bioquímicas específicas dos músculos em atividade

(POWERS; HOWLEY, 2000).

Nos indivíduos jovens sedentários, 50% do aumento do VO2max é

devido a um aumento da diferença arteriovenosa de O2 sistêmica. Esta quando

aumentada se deve a um aumento da densidade capilar dos músculos

treinados necessária para aceitar o aumento do fluxo sanguíneo muscular

máximo. A maior densidade capilar permite que haja um trânsito

suficientemente lento dos eritrócitos pelo músculo, fornecendo uma difusão

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adequada do O2, a qual é facilitada pelo aumento do número de mitocôndrias

(POWERS; HOWLEY, 2000).

Denadai et al., (2003) explicam que atualmente existe uma diversidade

de protocolos elaborada e validada para predição no desempenho de longa

duração.

A literatura aponta como tempo médio para se atingir a exaustão em

exercícios realizados na intensidade correspondente a 4mM de lactato, 30 e 60

minutos. Aplicando-se o critério do Limiar de Lactato (LL), Limiar Aeróbio (LAer)

ou Limiar Anaeróbio Individual (IAT), normalmente o tempo máximo de esforço

fica entre 1hora e 1hora e 30minutos, podendo chegar até 3horas (ALTIMARI

et al., 2007).

Yoshida et al., apud DENADAI (1999) afirmam que a identificação do

LAn permite realizar a predição do desempenho em provas de média e longa

duração, o acompanhamento longitudinal dos efeitos do treinamento e também

a prescrição da intensidade de treinamento. Os estudos existentes sugerem

que, qualquer um dos critérios utilizados (OPLA, LL, LAer, OBLA, LAn), com

concentrações fixas ou não, parecem ser adequados para se realizar a

predição do desempenho e o acompanhamento longitudinal dos efeitos do

treinamento, em atletas com alto desempenho ou mesmo em indivíduos não

ativos.

De acordo com Dantas (2003) treinamentos contínuos são treinos onde

envolvem a aplicação de cargas contínuas caracterizada pelo predomínio do

volume sobre a intensidade. Proporcionam basicamente o desenvolvimento da

resistência aeróbia. São também chamados de exercícios cíclicos, cuja

duração é prolongada com intensidade baixa, moderada ou alta (50 a 80% do

VO2max) em ritmo cadenciado, provocando uma melhoria no transporte de O2

até o nível celular desenvolvendo a resistência aeróbia.

A intensidade pode variar, porém, deve atender pelo menos à

intensidade limiar, para garantir a ocorrência de adaptações fisiológicas

aeróbias (McARDLE et al., 2003).

Existe um número bastante ponderável de métodos de treinamento

contínuo dentre os quais devem ser conhecidos os sete mais importantes:

a) cerutty: treinamento para corrida de meio-fundo e fundo;

b) marathon-training: treinamento de fundistas e maratonistas;

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c) cross-promenade: proporciona uma quebra da rotina do trabalho,

excelente para períodos de transição e microciclos de recuperação;

d) aeróbico: treinamento cardiopulmonar de atletas de desportos

terrestres coletivos e não atletas;

e) zona alvo: treinamento da resistência aeróbia de atletas de desportos

terrestres acíclicos e não atletas;

f) fatlek: concebido inicialmente para treinamento de fundistas e meio-

fundistas, hoje em dia pode ser aplicado no treino de todos os

desportos que necessitam de resistência aeróbica;

g) corrida contínua: treinar a resistência aeróbica de atletas de

desportos cíclicos.

O treinamento contínuo por uma hora ou mais se tornou popular entre os

trotadores e outros entusiastas da aptidão, incluindo atletas de endurance

competitivos (DANTAS, 2003).

Por causa de sua natureza submáxima, o treinamento contínuo com

exercícios progride com relativo conforto. Isto contrata com os perigos

potenciais do treinamento intervalado de alta intensidade para os indivíduos

com propensão coronária e com o alto nível de motivação necessário para um

exercício tão extenuante (McARDLE et al., 2003).

Mcardle et al., (2003) relatam que uma vantagem do treinamento

contínuo para atletas de endurance é que ele permite exercitar-se quase com a

mesma intensidade da competição real. Assim, como o recrutamento das

unidades motoras apropriadas depende da intensidade do exercício, o

treinamento contínuo pode ser aplicado perfeitamente aos atletas de

endurance em termos de adaptações ao nível celular; contrastando com o

treinamento intervalado que costumam impor um estresse desproporcional às

unidades motoras de contração rápida, e não às unidades de contração lenta,

recrutadas predominantemente na competição de endurance.

Contudo, pode-se argumentar que uma sessão contínua de exercício de

alta intensidade pode produzir os mesmos benefícios aeróbios que o

treinamento aeróbio intervalado. Porém, até o momento não existem

evidencias diretas de que o treinamento aeróbio intervalado produza maiores

adaptações musculares do que o treinamento contínuo (WILMORE, COSTILL,

2001).

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2 CASUÍSTICA E MÉTODOS

2.1 Sujeitos

Após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do

Unisalesiano, sob registro de Protocolo nº 289 e preenchimento do termo de

consentimento livre e esclarecido foi realizado o presente estudo com o

objetivo de analisar e comparar os Efeitos do Treinamento Contínuo no LAn e a

em praticantes de Futsal Feminino.

A amostra experimental foi composta por quatorze (14) indivíduos do

gênero feminino praticantes da modalidade Futsal, estudantes, voluntárias,

aparentemente saudáveis, fisicamente ativas, com média de idade 16,28 ± 0,48

anos, sendo as jogadoras pertencentes à equipe de Futsal do Departamento de

Esportes Cultura, Arte e Recreação (DECAR), município de Promissão/SP,

sendo que realizam duas (2) sessões de treinos semanais, onde cada sessão

possuindo uma (1) hora de duração e todas treinando a 3 anos no referido

departamento. Antes de iniciarem as avaliações, os responsáveis tomaram

conhecimento dos procedimentos dos quais os indivíduos seriam submetidos e

assinaram o termo de concordância (Apêndice A) referente à participação no

presente estudo.

2.2 Materiais

Para as avaliações realizadas no Laboratório de Avaliação do Esforço

Físico (LAEF) foram utilizados os seguintes matérias:

a) Adipômetro CESCORF;

b) Álcool 70%;

c) Algodão;

d) Analisador de gases METALYZER 3B - R2;

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e) Analisador Eletroquímico – Yellow Spring, Inc, EUA (YSLL 1500 –

SPORT);

f) Ar Condicionado;

g) Balança TANITA TBF 305;

h) Capilares heparinizados e calibrados para 25µl;

i) Computador;

j) Cronômetro;

k) Estadiômetro – SANNY;

l) Esteira Rolante – IMBRAMED, ATL 10200;

m) Ficha para coleta de dados;

n) Fluoreto de Sódio (NaF) 2%;

o) Frequêncimetro Cardíaco – POLAR modelo A1;

p) Impressora;

q) Lancetas;

r) Luvas de procedimento descartáveis;

s) Máscaras - tamanho pequeno SMALL;

t) Tubo Ependorf.

2.3 Condições Ambientais

As avaliações foram realizadas no Laboratório de Avaliação do Esforço

Físico – LAEF, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, município de

Lins/SP, nos períodos matutino e vespertino, sendo as avaliações inicias

realizadas no mês de Abril e as finais no mês de Julho do corrente ano.

2.4 Protocolo I – Avaliação Antropométrica (MCT, Estatura, %G)

Para a mensuração da MCT segundo Guedes; Guedes (2003) o

avaliado deve ficar em pé de costas para a escala de medida sem calçado e

com o mínimo de roupa possível. O mesmo deverá subir no centro da balança,

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em posição anatômica (PA), distribuindo a massa do corpo igualmente entre

ambos os pés, sendo assim registrada sua medida.

Estatura – Distância entre o vértex e a região plantar, sendo que o

avaliado deve estar descalço, com os pés unidos, colocando em contato com a

escala de medida as superfícies superiores dos calcanhares, a cintura pélvica,

a cintura escapular e a região occipital. O avaliado deve estar em apnéia

respiratória (GUEDES; GUEDES, 2003).

Composição Corporal – Para a realização destas medidas utilizou-se o

método de dobras cutâneas (DC), através de valores de espessura das dobras

as quais mensuram indiretamente a espessura do tecido adiposo subcutâneo.

O presente estudo utilizou-se três dobras cutâneas, de acordo com o

protocolo de Guedes; Guedes (2003) para classificar os sujeitos dentro do

padrão normativo de medidas sucessivas, no lado direito do avaliado,

considerando a média da somatória (∑) das três dobras como sendo o valor

adotado para este ponto.

Subescapular – Obliquamente ao eixo longitudinal do corpo, segundo

orientação dos arcos costais, a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da

escápula (GUEDES; GUEDES, 2003).

Suprailíaca – Prega vertical mensurada num ponto médio entre a última

costela e a crista ilíaca (GUEDES; GUEDES, 2003).

Coxa – Prega vertical mensurada na linha média da coxa, a dois terços

da distância entre a patela e o quadril (GUEDES; GUEDES, 2003).

2.5 Protocolo II – Avaliação Aeróbia (Determinação do VO2max, LAn)

Durante a realização do teste progressivo na esteira ergométrica, os

indivíduos utilizaram uma máscara no tamanho pequeno (SMALL), de acordo

com as características das atletas avaliadas. A referida máscara permite a

respiração através da boca e nariz, conectada com o analisador de gases

(METALYZER 3B) onde a mensuração do fluxo de ar e análises de gases

espirados se dá através da técnica (breatch – by – breatch) para mensurar o

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VO2max. Foi utilizado o protocolo de carga progressiva na esteira rolante,

sendo monitorado a FC através de um Frequêncimetro Cardíaco (POLAR).

Antes do início de cada avaliação foi realizado um aquecimento na

esteira de 5 minutos a 5 km/h, sendo posteriormente iniciado o teste com

velocidade de 7 Km/h e inclinação constante de 1%, tendo um aumento de 1

Km/h a cada estágio que se completava no final de 3 minutos. Ao final de cada

estágio foi verificada a FC e realizada uma pausa de até 30 segundos para a

coleta de sangue no lóbulo da orelha através de capilares calibrados e

heparinizados e transferidos imediatamente para tubos ependorfs contendo

50µl de Fluoreto de Sódio (NaF) a 2%, para determinar a concentração de

Lactato sanguíneo em cada velocidade. Para a determinação da velocidade do

LAn foi utilizado a concentração fixa de 3,5 mM (HECK et al., 1985). Os

procedimentos foram os mesmos adotados para a reavaliação.

Para o teste ser completo o avaliado deve chegar até a exaustão

máxima voluntária, adotando-se como VO2max o valor mais alto de consumo

obtido durante o teste. Se faz necessário estar atento a sinais que possam

interromper o teste, sendo eles o aumento da FCmax prevista pela idade, cor

avermelhada na face, hiperventilação, descompasso de passadas e a razão

das trocas gasosas - coeficiente respiratório (R) excedesse o valor de 1,0

(MACHADO; GUGLIELMO; DENADAI, 2002).

2.6 Análise Estatística

Para o tratamento dos dados, foi utilizada estatística descritiva para

apresentação dos resultados por meio de média e desvio padrão. E foi utilizada

Análise de Variância (ANOVA) two-way seguida do teste Post Hoc de Tukey

para a localização das diferenças quando verificado efeito significante. Os

efeitos e diferenças foram considerados significantes quando p ≤ 0,05 (FILHO,

1999).

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2.7 RESULTADOS

TABELA 1: Resultados do pré e pós testes.

LAn 50% LAn

ID (PRÉ) (anos)

16,28 ± 0,48

16,14 ± 0,37

ID (PÓS) (anos)

EST (PRÉ) (cm)

EST (PÓS) (cm)

MCT (PRÉ) (Kg)

MCT (PÓS) (Kg)

%G (PRÉ) (%)

%G (PÓS) (%)

VO2max (PRÉ) (ml/kg/min)

VO2max (PÓS) (ml/kg/min)

LAn (PRÉ) (Km/h)

LAn (PÓS) (Km/h)

------

161,14 ± 5,75

------

54,84 ± 8,16

54,15 ± 8,25*

21,91 ± 2,96

21,39 ± 3,06*

40,77 ± 2,04

40,60 ± 4,20

9,71 ± 1,53

8,78 ± 1,41

------

162,42 ± 5,91

------

59,51 ± 12,32#

59,10 ± 12,24*#

25,25 ± 4,31#

24,80 ± 4,34*#

39,36 ± 5,10

37,70 ± 3,57

8,65 ± 1,05

8,26 ± 0,65

*P ≤ 0,05 Efeito significante em relação aos valores Pré. #P ≤ 0,05 Efeito significante em relação ao LAn

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Tabela 1: Valores médios e desvio-padrão das variáveis idade (ID),

estatura (EST), massa corporal total (MCT), percentual de gordura (%G),

VO2max (VO2max) e limiar anaeróbio (LAn) do grupo que realizou um

treinamento de corrida no LAn e o outro grupo a 50% do LAn (50%LAn), na

fase inicial (PRÉ) e após 6 semanas de treinamento (PÓS).

2.8 DISCUSSÃO

Considerando que o perfil antropométrico e o desempenho aeróbio de

atletas praticantes de Futsal podem servir, pelo menos em parte, como

indicador de sucesso nesta modalidade ou ainda auxiliar no processo de

detecção de jovens talentos, o presente estudo teve como objetivo analisar e

comparar os Efeitos do Treinamento Contínuo no Limiar Anaeróbio (LAn) e

50% (LAn) em praticantes de Futsal Feminino 16,28 ± 0,48 anos. Ambos os

grupos realizaram um treino contínuo com duração de 30min cada sessão, 2

dias por semana, totalizando 6 semanas do programa de treinamento.

Os principais achados foram que após intervenção com a metodologia

aplicada, as participantes estudadas apresentaram em avaliação Pós

treinamento redução significante no %G e MCT (Tabela 1; p≤0,05),

demonstrando a eficiência da proposta metodológica com treinamento contínuo

(LAn) e 50% (LAn) na modalidade Futsal, em modificar variáveis da

composição corporal no referido grupo pesquisado.

Esses resultados são semelhantes com relação às características

morfológicas, apresentadas no estudo de Avelar et al., (2007) onde os atletas

pesquisados parecem ser eutróficos, além de possuírem adiposidade corporal

reduzida, observada através de valor do IMC e pela espessura de dobras

cutâneas, respectivamente.

Corroborando com os achados no presente estudo, podemos destacar

alguns estudos onde foram verificada redução nas referidas variáveis

antropométricas, %G e MCT.

Cyrino et al., (2002) verificaram em seu trabalho as características

morfológicas antes e após um programa de treinamento específico da

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modalidade, com duração de 24 semanas (3 sessões semanais alternadas),

em 8 jogadores de Futsal da categoria Juvenil e 11 meninos não praticantes de

nenhuma modalidade esportiva ou de qualquer outro programa sistematizado

de exercícios físicos que compuseram o grupo controle. Foi verificado que o

%G diminuiu somente no grupo treinado (8,23%), todavia sem significância

estatística (p≥0,05). O grupo treinado obteve ainda um aumento significante na

massa magra (MM) (p≤0,05), ao passo que as modificações no grupo controle

não foram significantes. Vale ressaltar que nenhuma diferença estatisticamente

significante entre os grupos que pudesse ser atribuída ao período de

treinamento (24 semanas) foi observada nessas variáveis.

Podemos citar outras pesquisas onde foram obtidos valores de MCT na

modalidade Futsal, como por exemplo, o trabalho apresentado por Levandoski

et al., (2007) onde a amostra foi composta por 11 atletas do gênero feminino

com idades entre 15 a 17 anos, verificou-se em relação às variáveis

antropométricas, onde a MCT média das atletas ficou em 62,47 ± 8,38 Kg. Já

Almeida et al., (2007) avaliaram um grupo composto por 13 atletas adultas

campeãs nacionais e regionais do Rio de Janeiro, obtendo média etária de 22,2

± 1,6 anos e MCT média de 62,00 ± 2,87 Kg. Já Queiroga et al., (2005) em

estudo com 112 atletas de média etária de 22,5 anos e que disputaram a “X”

Taça Brasil de Clubes em 2001, obtiveram MCT média de 59,05 ± 6,2 Kg.

Em seu estudo (SOARES; MOREIRA; GIUGLIANO, 2008) através de

pesquisa experimental onde 27 indivíduos do gênero masculino com idade

média de 9,44 ± 1,08 anos, participaram de um protocolo de treinamento de

Futsal durante 16 semanas. O protocolo de treinamento foi baseado em

exercícios tradicionais e recreativos relacionados à modalidade, onde se

constatou que para as variáveis MCT, Estatura e IMC não ocorreram

diferenças significativas durante as 16 semanas de intervenção. Por outro lado,

quando analisado as variáveis %G e MM, diferenças significativas foram

detectadas com redução do %G e aumento da MM na amostra estudada após

intervenção com o programa de treinos no Futsal (p≤0,05).

Diversos estudos (CYRINO et al., 2002; FONSECA et al., 2004; LEAL

JUNIOR et al., 2006) tem investigado a influência de programas de treinamento

específicos, entre eles o Futsal, em variáveis morfológicas, funcionais e

metabólicas. Entretanto, nenhum destes trabalhos analisou a influência de um

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programa de treinamento de Futsal com metodologia adaptada a situações

alternativas com relação à ludicidade e aderência por parte da amostra

estudada (adolescentes).

Diferenças na composição corporal em função do treinamento de Futsal

na categoria Infantil, podem ser questionadas, devido ao processo

maturacional, como discutido no estudo de Cyrino et al., (2002). Estes

resultados sugerem que variações positivas no aspecto morfológico em função

de intervenção com o Futsal, parecem ser mais evidentes em idades precoces,

especulando-se que nesta fase o componente motivacional seja aumentado e

assim podendo potencializar os resultados em variáveis da composição

corporal.

Os valores de MCT [Pós] 54,15 ± 8,25 Kg (Grupo LAn) encontrados

nesta pesquisa podem ser comparados aos encontrados por (Faria & Salvador,

2005; Glaner, 2003; Machado & Krebs, 2001) onde os valores se encontram

entre 49,44 ± 8,16 Kg a 54,27 ± 8,43 Kg, o que pode demonstrar que o grupo

que treinou no LAn da amostra pesquisada se enquadra dentro destes padrões

verificados na literatura. Já o grupo que treinou a 50% do LAn, onde MCT [Pós]

59,10 ± 12,24 Kg, se deve as características individuais e biológicas das atletas

pertencentes ao referido grupo.

Além disso, questionamentos podem ocorrer com relação à diminuição

do %G e possível aumento da MM devido à maturação sexual, com uma maior

contribuição de hormônios neste processo. No entanto, o tecido adiposo

desempenha diversas funções. Porcentagens muito baixas de gordura corporal

estão associadas a quedas na produção de hormônios sexuais, tanto no

homem quanto na mulher. Na mulher, porcentagens muito reduzidas de

hormônios sexuais estão associadas a distúrbios reprodutivos, tais como

amenorréia e osteopenia. Além disso, hoje sabemos que o tecido adiposo é um

tecido endocrinologicamente ativo, ou seja, produz e secreta hormônios. Sabe-

se que estão envolvidos em diversas funções fisiológicas importantes tanto no

indivíduo saudável como nas condições patológicas como a obesidade. Porém,

hoje sabemos que a composição macro-nutricional das dietas influencia e

modula essa produção hormonal do tecido adiposo (COUTINHO, 2006).

Em relação à composição corporal, a proporção ideal entre massa

gorda (MG) e MM não só de atletas de Futsal, mas também de outras

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modalidades, ainda parece não estar bem definida, já que tanto uma

quantidade de MCT, principalmente de MG exagerada, pode fazer com que o

atleta fique mais pesado e perca, entre outras capacidades motoras,

resistência aeróbia, velocidade e agilidade (CYRINO et al., 2002).

Sendo assim, parece haver uma proporção ideal entre o peso do sujeito

e seus componentes de MG e MM que podem variar entre as modalidades

(TORIOLA et al., 1985) e também entre as categorias (PERES 1996; SILVA et

al., 1997; SOUZA 1999).

Os benefícios da atividade física sistematizada para a saúde e

performance de crianças e adolescentes a curto e médio prazo parecem estar

bem constatados na literatura (HANSEN et al., 1991; CALFAS 1994; CSM

2001; FAIGENBAUM, 2007). Entretanto, uma atenção em especial deve ser

direcionada para a continuidade destes benefícios ao longo da vida do

indivíduo. Nesse sentido, eleva-se a importância da aplicação de programas de

treinamento que enfatizem metodologias alternativas, as quais envolvam

situações prazerosas e lúdicas durante o treinamento, mesmo que trabalhando

com uma modalidade tradicional como o Futsal, estando de acordo com outros

estudos que preconizam a participação de crianças e adolescentes em

exercícios e/ou atividades físicas atrativas (SOARES; MOREIRA; GIUGLIANO,

2008).

Em relação aos valores encontrados Pós-treinamento de VO2max e LAn

não houve melhora significante, demonstrando que a proposta metodológica

com o treinamento contínuo (LAn) e 50% (LAn), não foi eficiente

estatisticamente, contudo, o comportamento observado em ambos os grupos

indica que, possivelmente, em um período maior de investigação e um número

maior de sessões semanais, essas modificações possam ser traduzidas de

forma estatisticamente significante (p≤0,05), como um efeito positivo do

treinamento e, por conseqüência, como um efeito deletério da falta de atividade

física sistematizada.

Importante também citar que houve melhoras nos índices VO2max e LAn

respectivamente em algumas das atletas avaliadas no estudo, sendo que para

uma análise individual, o treinamento nos demonstra melhoras biológicas, o

que nos pode traduzir que em modalidades coletivas como o Futsal, se deve

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respeitar as características individuais e táticas (posições das atletas) para um

melhor compreendimento dos resultados obtidos.

A dificuldade de se encontrar trabalhos na literatura para se realizar uma

discussão onde sejam próximas as características dos estudos como idade,

gênero, tipos de treinamento realizado e protocolos de avaliações, denotam a

dificuldade de se fazer comparações mais específicas nos resultados obtidos.

Contudo, os estudos apresentados nos oferecem bases para possíveis

reflexões e conclusões.

O futsal é uma modalidade que devido as suas características em

determinados momentos há o predomínio de disponibilidade dos estoques de

glicogênio como substrato energético para as variadas situações encontradas

dentro de uma partida (exercícios de baixa a moderada intensidade)

(ALTIMARI et al., 2009).

Estas características fisiológicas estão associadas ao metabolismo

aeróbio, em que Willians; Armstrong apud Vasconcelos et al. (2007) através de

análise com métodos invasivos, sugeriram que a velocidade crítica pode ser

compreendida como a intensidade de corrida correspondente à MLSS, em que

há um predomínio da utilização do sistema oxidativo de fornecimento de

energia, no qual a taxa de remoção do lactato sanguíneo é equivalente à

produção, fazendo com que o indivíduo mantenha a intensidade de esforço

constante sem o aparecimento da fadiga.

Deste modo, segundo Bar-Or apud Vasconcelos et al. (2007) pela baixa

capacidade glicolítica da criança influenciar na transição para o “steady state”

durante o exercício, parece favorecer as crianças na realização de exercícios

aeróbios submáximos. Além de que o déficit de O2 é menor na criança quando

ocorre a transição do repouso para o exercício.

Em nosso estudo não houve melhoras significantes (p≥0,05) no LAn em

relação ao seu valor Pré em ambos os grupos, entretanto, os valores médios

de lactato encontrados no presente estudo devem ser analisados com

restrições, em função da variabilidade inter-individual relativamente grande e

também do número reduzido de participantes (7 sujeitos) em cada grupo.

No trabalho apresentado por Marques Junior (2007) onde a amostra foi

composta por 13 meninas com idade entre 12 a 18 anos, as quais treinavam

Futsal 2 vezes por semana (2 horas por sessão) sendo para a determinação da

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potência aeróbia máxima utilizou-se o teste indireto [vai-e-vem de 20m (neste

estudo utilizou-se 10m)] Léger & Lambert (1982) onde os resultados de

VO2max das goleiras diminuiu (Pré: 4,01 ± 4,47 ml/kg/min e Pós: 1,54 ± 1,27

ml/kg/min) e não alteraram o resultado dos estágios (Pré e Pós: 3,5 ± 3,53

ml/kg/min) e as atletas de linha obtiveram um valor de VO2max Pré maior (Pré:

7,34 ± 6,65 ml/kg/min e Pós: 7,22 ± 5,97 ml/kg/min) sendo o resultado do

estágio Pós melhor (Pré: 4,5 ± 2,16 e Pós: 5,5 ± 2,58 ml/kg/min). Algumas

meninas participantes nas duas posições referidas tiveram elevação na idade

durante o estudo, o que alterou os resultados do VO2max, mesmo que as

atletas alcancem e/ou aumentem o número de estágios no teste. O VO2max

das atletas de linha era de se esperar que fosse melhor do que as goleiras.

Mas Van Mechelen et al., apud Marques Junior (2007) considera o time de

Futsal fraco no VO2max principalmente no que se refere as que atuam nas

posições de linha, porque meninas de 12 a 14 anos que não são atletas

obtiveram em sua investigação um VO2max de 6,4 ± 1,5 ml/kg/min.

Lima et al., (2005) discordam desses autores, pois para comprovar um

ruim VO2max a literatura do Futsal feminino de iniciadas deveria informar

dados sobre esse componente, fato que não ocorre. Bangsbo (1998) acredita

que estes fatores citados são uma espécie de “desculpa”, pois se a equipe não

realiza treinos de corrida intervalada, é evidente que não vai maximizar o

VO2max.

De acordo com Matveev apud Marques Junior (2007) na etapa inicial do

treinamento ou período básico, deve-se trabalhar variações nas cargas do

treinamento, devendo estar atento a inter-relação volume intensidade.

A literatura é conclusiva em afirmar que o treino de velocidade otimiza

significativamente o VO2max, ação que ocorre no Futsal (RODAS et al., 2000).

Para isto é necessário segundo Verkhoshansky apud Campeiz; Oliveira,

(1999) uma correta distribuição das cargas de treinamentos, da sucessão

interconexão das cargas de diferente orientação fisiológica, das sessões de

treinamentos, dos conhecimentos do heterocronismo dos sistemas energéticos

mobilizados, volume e intensidade dos exercícios, enfim do conhecimento dos

aspectos quantitativos e qualitativos que envolvem o treinamento e a

competição dos futebolistas.

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Segundo Ekblom apud Lima; Silva; Souza (2005) apesar de não ser um

elemento determinante, a resistência aeróbia influencia intensamente o

desempenho individual e o nível competitivo da equipe.

Os resultados encontrados por Lima; Silva; Souza (2005) em seu

estudo, onde participaram 13 jogadores de Futsal, do gênero masculino com

idade de 18,6 ± 1,9 anos, foi verificado através de valores indiretos do VO2max

58,5 ± 8,5 ml/kg/min. Esses dados são semelhantes aos encontrados por

Souza (2002), estudando atletas de mesma idade, jogadores de futebol de

campo. Apesar de essas modalidades serem realizadas em ambientes

distintos, as exigências metabólicas são similares, justificando os achados.

Quanto à medida direta do VO2max, no mesmo trabalho foram encontrados

valores de 62,8 ± 10,1 ml/kg/min, semelhantes aos relatos de Jones; Helmes

(1993), que, estudando atletas de futebol de campo entre 14 e 18 anos,

verificaram que o VO2max variava de 55,1 a 61,1 ml/kg/min.

É importante ressaltar ainda que, ao ser atingido um VO2max superior a

70ml/kg/min, pode haver comprometimento na velocidade desenvolvida pelo

atleta. Isso pode ser explicado pelo fato de, com altos níveis de VO2max, o

indivíduo trabalhar e desenvolver preferencialmente as fibras Tipo I (fibras

lentas), que atuam sob metabolismo aeróbio BANGSBO apud Lima; Silva;

Souza (2005).

A formação do lactato proveniente do metabolismo anaeróbico é

importante por permitir a manutenção da atividade física durante o exercício

intenso, em que o aporte de O2 não é suficiente para a demanda energética,

sendo que a mensuração de acúmulo de lactato pode ser utilizada como um

índice do metabolismo aeróbico (GHORAYEB et al., 1999).

As fibras glicolíticas (Tipo II) apresentam um número relativamente

pequeno de mitocôndrias, sendo a capacidade limitada do metabolismo

aeróbico. A fibra tipo II “b”, também conhecida como fibra glicolítica rápida,

possui características bioquímicas e de fadiga que se encontram entre as fibras

tipo II “a” e tipo II “c”, por isso, conceitualmente, as fibras II “b” quando

treinadas de forma aeróbica apresentam características muito pequenas do

sistema oxidativo (POWERS; HOWLEY, 2000).

Devido às características do Futsal em constante movimentação

máxima, a degradação de ATP na maioria dos casos é mais acentuada do que

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a ressíntese (ADP + Pi) o que pode levar o atleta a um quadro de fadiga local

acentuada (Powers; Howley, 2000), contudo, devido a sua peculiaridade

quanto às regras, que permite a troca ilimitada entre os atletas, alguns minutos

de descanso no banco de reservas possibilitariam uma melhor ressíntese de

fosfocreatina (PCr). Assim a potência máxima pode ser considerada uma das

principais características, pois o atleta pode ser exigido ao máximo e recuperar-

se inúmeras vezes (ARAÚJO et al., 1996).

De acordo com Balikian (2002) as diversas posições ou funções táticas

exercidas pelos jogadores determinam grande variabilidade individual no que

diz respeito à intensidade e volume dos deslocamentos em partida e,

conseqüentemente, às respostas fisiológicas frente ao treinamento e ao jogo.

Estas exigências se alteram em virtude de alguns fatores, como o

padrão de jogo adotado pela equipe, o tipo de marcação, o placar do jogo e

principalmente a posição do jogador em quadra, que está relacionada às suas

ações e apesar da constante troca de posições em sistema de rodízio, quase

sempre tende a permanecer mais tempo na sua posição tradicional, na qual

provavelmente este atleta deve ter treinado com mais especificidade e está

mais acostumado a jogar (ALTIMARI, 2009).

Segundo Soares & Tourinho Filho (2006) os atletas de Futsal

desenvolvem uma característica própria da posição exercida, pois há

diferenças entre a distância e intensidade dos deslocamentos de atletas de

diferentes posições num jogo de Futsal.

2.9 CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos no presente estudo os principais

achados foram que após intervenção com a metodologia aplicada, as

participantes estudadas apresentaram em avaliação pós-treinamento redução

significante no %G e MCT (p≤0,05), demonstrando a eficiência da proposta

metodológica com treinamento contínuo no LAn na modalidade Futsal, em

modificar variáveis da composição corporal no referido grupo pesquisado.

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Já os resultados obtidos no presente trabalho em relação aos valores

encontrados pós-treinamento de VO2max e LAn não houve melhora significante

demonstrando que a proposta metodológica não foi eficiente estatisticamente,

contudo, o comportamento observado em ambos os grupos, sugere - se um

período maior de investigação e um número maior de sessões semanais, essas

modificações possam ser traduzidas de forma positivas do treinamento.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PROJETO DE PESQUISA: Efeito do Treinamento Contínuo no Limiar Anaeróbio (LAn) em Praticantes de Futsal Feminino.

Orientador: Prof. Ms. Leandro Paschoali Rodrigues Gomes

Graduando: Moacir Antunes Ferreira Junior

Graduando: Nielly Aparecida Pereira

Graduando: Pâmella Faria Gonzaga Este projeto visa analisar e comparar os resultados do treinamento

contínuo em diferentes intensidades de corrida, um no LAn e o outro a 50% do

LAn, onde se possa verificar as adaptações da capacidade e da performance

aeróbia em praticantes de Futsal Feminino na faixa etária de 16 a 17 anos de

idade.

Para que se possam avaliar os resultados do trabalho torna-se

necessário a aplicação de avaliações iniciais para a prescrição das

intensidades do treinamento e as finais após um período de seis (6) semanas

de treinamento, para devidas análises e conclusões.

Os voluntários submeter-se-ão aos testes que avaliarão as condições

físicas iniciais, bem como as respostas orgânicas em conseqüência do

treinamento específico. Para tanto serão aplicados os seguintes testes:

Para determinação do perfil antropométrico (MCT, Est, %G) os sujeitos

serão submetidos aos protocolos existentes na literatura (GUEDES; GUEDES,

2003).

Para mensurar a capacidade aeróbia (VO2max e LAn): os sujeitos serão

acoplados a um analisador de gases (CORTEX – METALYZER 3B), e

realizarão um teste progressivo de esforço em esteira rolante (ATL/10200 –

INBRA SPORT) até a exaustão voluntária, com velocidade inicial de 7 Km/h e

incrementos de carga de 1 Km/h a cada 3 minutos. No final de cada estágio de

3 minutos foi realizada uma pausa de até 30 segundos para verificar a FC e

realizar a coleta de sangue (25µl) do lóbulo da orelha em capilares calibrados e

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heparinizados e transferidos imediatamente para tubos ependorfs contendo

50µl de fluoreto de sódio (NaF) a 2 %, para determinar a concentração do

Lactato sanguíneo em cada velocidade. Para determinar a velocidade do limiar

anaeróbio será utilizada a concentração fixa de 3,5mM (HECK et al., 1985). A

inclinação da esteira será mantida fixa em 1%, já que esta condição reflete

mais precisamente ao custo energético da corrida em ambientes abertos.

Os procedimentos para as avaliações iniciais e finais serão as mesmas.

Eu_________________________________________RG nº_______________

Pai/Mãe ou responsável legal pela aluna____________________________

RG n°_______________Residente à Rua________________ _____nº______

Bairro___________CEP:_________________Cidade_______________UF___

Fone:(14)_____________Cel: (14)____________________________________

Li e entendi as informações precedentes e, voluntariamente, concordo

em autorizar minha filha a participar do projeto de pesquisa mencionado acima.

Sei que os testes e medidas não trarão nenhum risco à sua saúde e que

os dados coletados serão mantidos em sigilo e não serão consultados por

pessoas leigas sem a minha devida autorização, no entanto poderão ser

usados para fins de pesquisa científica e publicados de acordo com o rigor

ético de pesquisa científica, desde que minha privacidade e identidade sejam

sempre resguardas.

Os pesquisadores me orientaram quanto: 1- total liberdade para sair da

pesquisa; 2- o objetivo da pesquisa, 3 - responder todas as questões que eu

possa ter, 4 - não haver ônus por minha participação e todo o trabalho estará

respaldado em proteger a minha integridade física, psíquica e social.

Os riscos dos testes são aqueles inerentes a qualquer prática de

atividade física extenuante.

Comprometo-me a freqüentar todas as sessões de treinamento visando

além dos benefícios físicos a serem obtidos com o treinamento, colaborar para

um bom desempenho do trabalho científico. Comprometo-me também, a não

praticar nenhum outro tipo de atividade física que seja sistematizada, pois

estou ciente que isso afetaria os resultados da pesquisa. Aceito os

procedimentos a serem utilizados nas avaliações, responsabilizando-me pela

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informação prestada quanto ao meu estado de saúde para a execução dos

testes propostos.

__________________________ _________________________

Graduando(a) Atleta

__________________________ __________________________

Graduando(a) Responsável

_________________________ __________________________

Graduando(a) Orientador

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APÊNDICE B

Figura 1: Foto da Equipe de Futsal Feminino – DECAR

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