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EDWARDS - EFEITO DO TOMATE idéia, porém, não é coerente com o conceito de que tudo está contido dentro da mente divina e de que tudo é feito por meio dessa mente (a forma de idealismo de Edwards). A própria queda do homem deve ter feito parte da mente divina. Nenhum pensador calvinista foi capaz de dar uma explicação adequada e respeitável da existência do mal, exceto atribuindo-o a um decreto divino ativo, o que faz Deus ser a causa do mal. Quando um filósofo calvinista oferece alguma explicação adequada, nesse instante ele deixa de ser um completo calvinista. Se existe somente Uma Causa, então essa causa única também éa causa do mal. De acordo com Edwards, o homem faz muitas coisas que parecem atos bons; mas, na realidade, veneno em algum lugar, e os melhores atos humanos não agradam a Deus. Portanto, até mesmo nos atos bons algum mal, e o homem precisa arrepender-se deles. Um calvinismo realmente radicall Isso ignora o fato de que os homens serão julgados de acordo com seus atos, os bons e os maus (Rom, 2:6), o que significa que Deus haverá de reconhecer bons atos, até mesmo da parte de homens não-regenerados. De outra sorte, teríamos de dizer que Deus punirá os homens pela prática do bem, e não meramente por praticarem o mal! Isso é manifestamente absurdo. Requisitos Desarrazoados. Se Deus requer a perfeição moral da parte de todos os homens, ele confere sua graça apenas aos eleitos, para que obedeçam eficazmente aos seus mandamentos. O homem regenerado, pois, está preparado para seguir a santificação ou a obediência universal à vontade de Deus. A graça divina garante que essa vontade será cumprida, pelo que a santidade faria parte necessária da regeneração. A graça outorgada aos eleitos não poderá falhar, pelo que a perseverança ou a segurança eterna (que vide) segue-se naturalmente à conversão. Alguns seguidores de Edwards tentaram ultrapassá-lo em seu calvinismo radical, chegando mesmo a desejarem estar condenados, se isso promovesse a glôria de Deus! Mas tudo isso é uma completa distorção do amor de Deus, do intuito universal do evangelho e da benevolência de Deus. muitas distorções assim no calvinismo radical. Este sistema cria um Deus de vontade. Ver o artigo separado sobre Calvinismo. Obras. Notes on the Mind; Religious Affections; Dissertation Conceming the Nature 01 True Virtue; Freedom of the Will; Original Sino (AM E F P) EFA(MEDIDA) No hebraico........ _medida». Essa palavra ocorre por vinte e oito vezes: Êxo. 16:36; Lev. 5:11; 6:20; 19:36; Núm. 5:15; 28:5; Ju1. 6:19; Rute 2:17; 1 Sam. 1:24; 17:17; Isa. 5:10; Eze. 45:10,11,13,24; 46:5,7, 11,14; Amós 8:5; Zac. 5:6-10. Um efa era igual a três medidas (no hebraico, seah). Era uma medida para secos, equivalente ao bato, para medir líquidos. Essa medida era suficientemente grande para nela caber uma pessoa (Zac, 5:6,10). :E: uma medida mais exatamente descrita em Lev. 19:36. Valia por uma décima parte de um homer, que era a carga de um burro, ou seja, cerca de duzentos e vinte litros. Portanto, o efa tinha cerca de 22 litros. A maior parte das reterências bíblicas ao efa está ligada a cereais. Ver Eze. 45:13; 46:14; Ju1. 6:19; Deu. 25:14 e Pro. 20:10. Ver o artigo sobre Pesos e Medidas. personagens mencionados nas páginas do Antigo Testamento, a saber: 1. O filho mais velho de Midiã, que lhabitava na Arábia Petrea. Ele emprestou o seu nome a uma cidade (Gên. 25:4; I c-e. 1:33). Essa cidade, com algum territôrío ao seu redor, fazia parte de Midíã, na margem leste do mar Morto. Efá tinha relações de sangue com Abraão por meio da concubina deste, Quetura. Isaias mencionou os jovens camelos de Midiã e de Efá (lsa. 60:6). As referências bíblicas aos descendentes de Efâ mostram que eles estavam aparentados com os midianitas, com os ismaelitas e com a nação de Sabâ, descendente de Quetura. 2. Uma concubina de Calebe, da tribo de Judá, também tinha esse nome. Ver I Crô. 2:46. Ela viveu algum tempo depois de 1860 A.C. 3. Um filho de Jadai, da tribo deJudá (I Crê, 2:47). Viveu depois de 1836 A.C. Provavelmente, esse homem era da mesma linhagem de Calebe, através de sua concubina, conforme se vê no número «dois», acima. EFAI No hebraico. -semelhante a um pAssara-. Nome de um homem cujos filhos foram deixados no território de Judâ, após o exílio babilônico (Jer. 40:8). Viveu em tomo de 548 A.C. Eles parecem ter sido massacrados por Ismael (Jer, 41:3). Habitavam em Netofá, uma cidade ou 81:Upo de aldeias perto de Belém. Eram oficiais que serviam sob Gedalias, o governante de Judá nomeado pelos babilônios. EFATÁ No aramaico é o imperativo passivo, que tem a força de «sê aberto•. Essa foi a palavra que Jesus disse ao surdo, curando-o de sua surdez (Mar. 7:34). O incidente exibe uma daquelas raras ocasiões em que os autores dos evangelhos, que escreveram em grego, preferiram dizer-nos exatamente as palavras proferi- das pelo Senhor Jesus. em aramaico. Alguns poucos estudiosos têm-se valido dessa circunstância para tentar convencer-nos de que os evangelhos originais foram escritos em aramaico. Naturalmente, esses estudiosos não dependem somente disso, em sua contenção. Como é 6bvio, a tradição oral da Igreja primitiva foi preservada em aramaico, e não em grego. Porém, quando esses ensinos eram vertidos "li. forma escrita, o grego era o idioma usado, pois então qualquer pessoa, de todo o império romano, e até mesmo fora dele, era capaz de ler tais documentos, o que não teria acontecido se os livros do Novo Testamento tivessem sido escritos em aramaico. Assim é que os evangelhos não dão qualquer sinal de terem sido traduzidos para o grego e nem jamais foi encontrado qualquer manuscrito neotestamentário antigo em aramaico. Além disso, aqueles de que dispomos, provenientes de uma época posterior, dão mostras de terem sido traduzidos de um original grego. Mas, quanto ao milagre da cura do surdo, deve haver conexão com as palavras de Isaias 35:5: «Então se abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos; os coxos saltarão como cervos e a lingua dos mudos cantará... » Nos tempos modernos, essas palavras de Jesus ao surdo são incluídas no ritual do batismo de infantes, pela Igreja Cat6lica Romana. EFEITO DO TOMATE Por muito tempo. na América do Norte, as pessoas EPÂ (PFSSOA) No hebraico, .trevas•• Foi o nome de v6riOl 278

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Page 1: EDWARDS - EFEITO DO TOMATE...O efeito do tomate é a rejeição de alguma teoria ou idéia, porque a mesma não faz sentido para quem a rejeita. Essa rejeição é um ato a priori,

EDWARDS - EFEITO DO TOMATEidéia, porém, não é coerente com o conceito de quetudo está contido dentro da mente divina e de quetudo é feito por meio dessa mente (a forma deidealismo de Edwards). A própria queda do homemdeve ter feito parte da mente divina. Nenhumpensador calvinista foi capaz de dar uma explicaçãoadequada e respeitável da existência do mal, excetoatribuindo-o a um decreto divino ativo, o que fazDeus ser a causa do mal. Quando um filósofocalvinista oferece alguma explicação adequada, nesseinstante ele deixa de ser um completo calvinista. Seexiste somente Uma Causa, então essa causa únicatambém é a causa do mal. De acordo com Edwards, ohomem faz muitas coisas que parecem atos bons;mas, na realidade, há veneno em algum lugar, e osmelhores atos humanos não agradam a Deus.Portanto, até mesmo nos atos bons há algum mal, e ohomem precisa arrepender-se deles. Um calvinismorealmente radicall Isso ignora o fato de que os homensserão julgados de acordo com seus atos, os bons e osmaus (Rom, 2:6), o que significa que Deus haverá dereconhecer bons atos, até mesmo da parte de homensnão-regenerados. De outra sorte, teríamos de dizerque Deus punirá os homens pela prática do bem, enão meramente por praticarem o mal! Isso émanifestamente absurdo.

Requisitos Desarrazoados. Se Deus requer aperfeição moral da parte de todos os homens, eleconfere sua graça apenas aos eleitos, para queobedeçam eficazmente aos seus mandamentos. Ohomem regenerado, pois, está preparado para seguira santificação ou a obediência universal à vontade deDeus. A graça divina garante que essa vontade serácumprida, pelo que a santidade faria parte necessáriada regeneração. A graça outorgada aos eleitos nãopoderá falhar, pelo que a perseverança ou a segurançaeterna (que vide) segue-se naturalmente à conversão.Alguns seguidores de Edwards tentaram ultrapassá-loem seu calvinismo radical, chegando mesmo adesejarem estar condenados, se isso promovesse aglôria de Deus! Mas tudo isso é uma completadistorção do amor de Deus, do intuito universal doevangelho e da benevolência de Deus. Há muitasdistorções assim no calvinismo radical. Este sistemacria um Deus de má vontade. Ver o artigo separadosobre Calvinismo.

Obras. Notes on the Mind; Religious Affections;Dissertation Conceming the Nature 01 True Virtue;Freedom of the Will; Original Sino (AM E F P)

EFA(MEDIDA)No hebraico........ _medida». Essa palavra ocorre

por vinte e oito vezes: Êxo. 16:36; Lev. 5:11; 6:20;19:36; Núm. 5:15; 28:5; Ju1. 6:19; Rute 2:17; 1 Sam.1:24; 17:17; Isa. 5:10; Eze. 45:10,11,13,24; 46:5,7,11,14; Amós 8:5; Zac. 5:6-10. Um efa era igual a trêsmedidas (no hebraico, seah). Era uma medida parasecos, equivalente ao bato, para medir líquidos. Essamedida era suficientemente grande para nela caberuma pessoa (Zac, 5:6,10). :E: uma medida maisexatamente descrita em Lev. 19:36. Valia por umadécima parte de um homer, que era a carga de umburro, ou seja, cerca de duzentos e vinte litros.Portanto, o efa tinha cerca de 22 litros. A maior partedas reterências bíblicas ao efa está ligada a cereais.Ver Eze. 45:13; 46:14; Ju1. 6:19; Deu. 25:14 e Pro.20:10. Ver o artigo sobre Pesos e Medidas.

personagens mencionados nas páginas do AntigoTestamento, a saber:

1. O filho mais velho de Midiã, que lhabitava naArábia Petrea. Ele emprestou o seu nome a umacidade (Gên. 25:4; I c-e. 1:33). Essa cidade, comalgum territôrío ao seu redor, fazia parte de Midíã, namargem leste do mar Morto. Efá tinha relações desangue com Abraão por meio da concubina deste,Quetura. Isaias mencionou os jovens camelos deMidiã e de Efá (lsa. 60:6). As referências bíblicas aosdescendentes de Efâ mostram que eles estavamaparentados com os midianitas, com os ismaelitas ecom a nação de Sabâ, descendente de Quetura.

2. Uma concubina de Calebe, da tribo de Judá,também tinha esse nome. Ver I Crô. 2:46. Ela viveualgum tempo depois de 1860 A.C.

3. Um filho de Jadai, da tribo deJudá (I Crê, 2:47).Viveu depois de 1836 A.C. Provavelmente, essehomem era da mesma linhagem de Calebe, através desua concubina, conforme se vê no número «dois»,acima.

EFAINo hebraico. -semelhante a um pAssara-. Nome de

um homem cujos filhos foram deixados no territóriode Judâ, após o exílio babilônico (Jer. 40:8). Viveu emtomo de 548 A.C. Eles parecem ter sido massacradospor Ismael (Jer, 41:3). Habitavam em Netofá, umacidade ou 81:Upo de aldeias perto de Belém. Eramoficiais que serviam sob Gedalias, o governante deJudá nomeado pelos babilônios.

EFATÁNo aramaico é o imperativo passivo, que tem a

força de «sê aberto•. Essa foi a palavra que Jesus disseao surdo, curando-o de sua surdez (Mar. 7:34). Oincidente exibe uma daquelas raras ocasiões em queos autores dos evangelhos, que escreveram em grego,preferiram dizer-nos exatamente as palavras proferi­das pelo Senhor Jesus. em aramaico. Alguns poucosestudiosos têm-se valido dessa circunstância paratentar convencer-nos de que os evangelhos originaisforam escritos em aramaico. Naturalmente, essesestudiosos não dependem somente disso, em suacontenção. Como é 6bvio, a tradição oral da Igrejaprimitiva foi preservada em aramaico, e não emgrego. Porém, quando esses ensinos eram vertidos "li.forma escrita, o grego era o idioma usado, pois entãoqualquer pessoa, de todo o império romano, e atémesmo fora dele, era capaz de ler tais documentos, oque já não teria acontecido se os livros do NovoTestamento tivessem sido escritos em aramaico.Assim é que os evangelhos não dão qualquer sinal deterem sido traduzidos para o grego e nem jamais foiencontrado qualquer manuscrito neotestamentárioantigo em aramaico. Além disso, aqueles de quedispomos, provenientes já de uma época posterior,dão mostras de terem sido traduzidos de um originalgrego.

Mas, quanto ao milagre da cura do surdo, devehaver conexão com as palavras de Isaias 35:5: «Entãose abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão osouvidos dos surdos; os coxos saltarão como cervos e alingua dos mudos cantará...» Nos tempos modernos,essas palavras de Jesus ao surdo são incluídas noritual do batismo de infantes, pela Igreja Cat6licaRomana.

EFEITO DO TOMATEPor muito tempo. na América do Norte, as pessoas

EPÂ (PFSSOA)No hebraico, .trevas•• Foi o nome de v6riOl

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EFER - EF:ESIOSuma dessas sugestões esteja com a razão.

EdSIOSEsboço:

I. O Vexatório Problema da Autoriaa. A Confirmação Históricab, A Critica Moderna: Natureza do Problema

11. Data e Proveniência111. Para Quem foi Escrita? PropósitosIV. Temas CentraisV. Conteúdo

VI. BibliografiaA epistola aos Efésios é um dos documentos

religiosos mais elevados que jâ foram produzidos, eisso devido tanto à sua sublime mensagem como suasformas nobres de expressão.

Esta epístola, escrita essencialmente sem aspressões da controvérsia, e sem a necessidade de daratenção a grandes necessidades pastorais, acima detodos os demais documentos do N.T., contém as maissignificantes e profundas declarações sobre os eternospropósitos de Deus relativos aos homens, com a únicapossivel exceção do oitavo capitulo da epistola aosRom. (ver Efé. capo 1). Além disso, esta epistolaencerra as mais claras revelações divinas acerca danatureza e do destino da igreja (ver caps, 1,3,5). Oscapitulos quatro a sexto são extraordinários em suaconcisa mas eloqiiente expressão sobre as conseqüên­cias práticas da vida cristã, em face do elevado destinodeterminado para os remidos pelo sangue de Cristo.

I. O Vuatódo Problema ela AutoriaQuatro epistolas são largamente aceitas, sem

qualquer disputa séria, como obras paulinas clássi­cas. Essas epistolas são aos Romanos, aos Güatas, e Ie 11 Corintios. São tio similares quanto a questõescomo estilo, vocabulário e caracteristicas literárias detodos os tipos, e apresentam idéias e doutrinas tioparecidas, que praticamente nenhum erudito sériotem duvidado de que todas elas tenham saido da mes­ma pena e que o seu autor foi o apôstolo Paulo.Comumente, outras cinco epístolas são aceitas comopaulinas, com pouca disputa. Essas outras cincoepistolas são Colossenses, Filipenses, I e 11Tessaloni­censes e Filemom, A essàs nove epístolas, a maioriados estudiosos adicionam a epístola aos Efésios.Outros eruditos conservadores também acrescentamas chamadas epistolas ..pastorais», a saber, I e 11Timóteo e Tito, ao mesmo tempo que muitos sábioseruditos, e quase todos os intérpretes liberais,acreditam que essas epistolas pastorais foram escritasposteriormente, pois refletiriam uma igreja cristimais desenvolvida, embora seu autor ou autorestivessem usado o nome de Paulo, tendo incorporado,nas mesmas, idéias nitidamente paulinas. (Quanto

EFES-DAMIM aos problemas de autoria das citadas epístolas, ver osartigos sobre cada uma delas).No. hebraico, «fronteira de sangue.. Nome de um

lugar onde os filisteus acamparam, entre Socó e a. A CoafbmaçIo m.tórIcaAzeca, pouco antes de Golias ser morto por Davi (I A controvérsia sobre a autoria da epistola aosSam. 17:1). Esse lugar é chamado Pas-Damim, em I Efésios não tinha qualquer significação até osCrô, 11:13. Ficava localizado no territ6rio de Judâ. primórdios do século XIX, quando, por razões deTalvez o solo avermelhado tenha ajudado a dar o vocabulário, de ausência de situação real a que senome que o lugar recebeu, embora isso também se dirigia essa epístola, de uma avançada dou1rlnadevesse às muitas batalhas sanguinolentas que os «eclesiástica», e de certas supostas expressêesfilisteus e os israelitas travaram nessa localidade. Tem posteriores, como, -por exemplo, «santos apóstolos esido identificado com a moderna Beit Fased, que fica profetas», começou-se a pôr seriamente em dúvidaa suleste de Socô, Mas as ruínas de Damum, cerca que Paulo tivesse sido realmente o autor dessade seis quilômetros e meio a nordeste de Socô, têm epistola. Todavia, se a questio da autoria dessasido identificadas como o que resta de Efes-Damim. epistola dependesse somente da confirmaçlo hist6-Portanto, o local exato é desconhecido, a menos que rica, não se teria levantado qualquer questão séria.

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tinham a certeza de que o tomate não deveria sercomido, por ser tóxico. Porém, os franceses e ositalianos vinham comendo tomates desde muitotempo. Apesar disso, dizer a um norte-americano,antes de 1820: «Coma este tomate, porque os italianoscomem tomate», poderia provocar forte reação de_repúdio. Isso era assim porque todos os norte-ameri­canos sabiam que o tomate é uma fruta tóxica.Finalmente, Robert Gibbon Johnson resolveu desven­dar a verdade. Assim, na escadaria do tribunal deSalém, em Nova Jérsei, aos olhos de todos oscircunstantes, ele comeu alguns tomates. Todosficaram olhando, esperando ver o pobre Sr. Johnsoncair morto. Porém, ele continuava de pé, com umsorriso meio tolo no rosto. Somente depois disso osnorte-americanos resolveram aceitar que os francesese italianos tinham estado com a razão o tempo todo.

O efeito do tomate é a rejeição de alguma teoria ouidéia, porque a mesma não faz sentido para quem arejeita. Essa rejeição é um ato a priori, porque nãoresulta de qualquer experiência comprovadora. Nocampo da medicina, por exemplo, o ..efeito dotomate», opera cada vez em que alguém afirma quedescobriu algo novo, mas outras pessoas consideramisso uma impossibilidade. Na filosofia e na religião, o«efeito do tomate» entra em ação sempre que alguémdiz algo que não se harmoniza com os dogmas dealgum individuo ou de alguma denominação. E que oscríticos usam um padrão de verdade que consistenaquilo que «eu» ou a minha «denominação» diz.Tudo aquilo que não concorda com isso, automatica­mente torna-se um tomate tóxico.

EFERNo hebraico, «veado». Foi o nome de três pessoas

diferentes, no Antigo Testamento:1. O segundo filho de Midiã e irmão de Efâ (que

vide) (I Crô. 1:33). Eles estavam relacionados aAbraão por meio de sua concubina, Quetura, Abraãohavia enviado esses seus descendentes mais para ooriente (Gên. 25:4-6; I Crô. 1:33). Talvez houvessevários clãs entre os midianitas, ou então esse nomepode ter sido usado frouxamente para indicar povosque não estavam racialmente relacionados entre si.Seja como for, em tempos posteriores, alguns delesmostraram-se dispostos a ajudar Israel (Exo, 3:1),ao passo que outros, dentre eles, eram inimigos deIsrael (Núm, 31:2 ss; Juí, 6:1 ss), Efer viveu entre1900 e 1800 A.C.

2. Um filho de Esdras, da tribo de Judâ (I Crô.4:17). Viveu em cerca de 1400 A.C.

3. O chefe de uma das familias de Manassés,conhecido por sua habilidade como guerreiro (I Crô,5:24). Viveu em cerca de 800 A.C.

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EF~SIOS

Embora fosse considerado um herege gnóstico, N.T.Mhcion foi quem imprimiu o primeiro impulso óbvio b. A CrItIea Modema: Natanza cio PrabIIIIIapara a formação do «cânon» do N.T., em sua forma No entanto, nos tempos modernos, virios argumen-mais primitiva. Mârcíon rejeitava a autoridade do tos têm sido apresentados por alguns eruditos,A.T., mas aceitava dez epístolas paulinas, já que o contrários à autoria paulina da epístola aos Ef&:ios.apóstolo Paulo era o seu herói, bem como uma forma Erasmo, contemporâneo de Lutero, e que foi omutilada do evangelho de Lucas,' como o seu «cânon» compilador do primeiro N.T. grego impresso,dos documentos sagrados. A igreja cristã, por causa observou algumas peculiaridades de estilo da epístoladisso, começou então a preparar o seu próprio aos Ef&:ios, em contraste com outras epistolas«cinon,., utilizando-se do .cânon,. bâsíco de Márcion. paulinas; e isso lançou uma sombra de dúvida sobreO «cânon» neotestamentârio do século 11 D.C. essa epistola, como obra do apóstolo Paulo.consistia essencialmente de dez das epistolas paulinas Entretanto, não houve nenhuma dúvida verdadeirae dos quatro evangelhos. NIo foi senão já nos fins do até o surgimento de Evanson, o deista inglês, queséculo IV D.C. que todos os vinte e sete livros que hoje publicou um livro sobre os evangelhos, no ano deconhecemos tivessem sido universalmente reconheci- 1782. Esse autor foi seguido rapidamente pordos como o Novo Testamento autorizado. Quanto a numerosos outros críticos, como Usteri (1824), Dedetalhes sobre o problema inteiro do 'Cânon ver o Wette (1826), etc. Baur e os seus discfpulos rejeitaramartigo. a epistola aos Efêsios como paulina, juntamente com

A epistola aos Efésios fazia parte do -cãnon» Colossenses, porquanto encontraram ali alguns traçosmarcionita, embora ela ali houvesse recebido o titulo de gnosticismo, porquanto pensavam erroneamentede Aos Laodicenses, porquanto ele cria que ela fosse a que o gnosticismo só surgira depois dos tempos desuposta «epístola perdida», referida em Col. 4:16. e Paulo. Desde os dias desses críticos, pois, tomou-sedeveras interessante que alguns eruditos modernos costumeiro, incluindo até mesmo alguns intérpretestêm concordado com essa suposição de Márcion. E conservadores, supor que a epistola aos Efésios não éisso porque, desde o descobrimento do papiro de autoria paulina, ainda que muitos outros a tenham.Chester Beatty» (pertencente ao inicio do século lU defendido como tal, a despeito disso, mantendo-aD.C., que é o mais antigo documento de. que dentro da coletânea dos escritos sagrados paulinos.dispomos, dentre as epístolas paulinas), verificou-se Abaixo oferecemos as principais objeções feitas contraque as palavras ....em Éfeso ... lO, em Efé. 1:1, não a autoria paulina da epístola aos Efésios:aparecem no texto original. Por conseguinte, se essa 1. Essa epistola não foi escrita para qualquereplstola foi escrita não tendo qualquer destino comunidade distinta, posto que as palavras -emparticular em mira, conforme indicam nossos mais Éfeso» não aparecem nos mais antigos manuscritosantigos manuscritos (o papiro Chester Beatty, P(46), que possuimos. NIo era costume de Paulo escreverAleph e B), então parece lógica a conclusão de que uma epistola sem visar qualquer comunidade.'âqueIa a que damos o nome de .epistola aos Efêsios» 2. Outrossim, essa epistola não visou qualquerna realidade foi escrita à igreja de Laodicêia, Essa «situação de vida real- em particular, nem qualqueridma, entretanto, não é mais fâ.cil de ser defendida do necessidade eclesiástica, o que significa que lhe faltaque a tradição que afirma que ela foi escrita aos qualquer conexão geográfica ou histórica, caracterls-Efêsios. (Ver seção 111 deste artigo, que mostra para tica essa definidamente não-paulina, conforme sequem essa epistola foi escrita, onde há detalhes sobre pode averiguar pelo estilo de suas outras epistolas,o destino da eplstola). reconhecidamente paulinas.

Por eaquato, no que diz respeito à confirmaçãohist6rica, basta observarmos que o cclnon» neotesta- 3. Há.vocabulârio que não pertence ao vocabuliriomentário mais primitivo, preparado por Márcion, paulino. Nessa epístola comparativamente curta,continha a epístola aos Efésios como livro de autoria existem quarenta e dois vocábulos que não são usadospaulina, embora sob um titulo diferente do daquele em qualquer outra porção do N.T., bem como oitentaque hoje usualmente designa essa epístola, Policarpo, e dois vocábulos que não são utilizados em qualquerque foi martirizado em 168 D.C., faz alusão a essa das outras epistolas paulinas.epistola, em sua própria epistola aos Filipenses 4. Há. questões de estilo e de estrutura nas(capitulos primeiro e décimo segundo). Isso nos sentenças. Alguns estudiosos descobrem na epístolamostra que essa epístola, desde os tempos mais aos Efésios um temperamento diferente daquele queremotos" antes mesmo dos anos da canonização dos transpareee nas epistolas reconhecidamente paulinas.livros neotestamentârios, já.usufruia de alto prestigio. Em vez de sua expressão qual torrente, encontramosMais ou menos nesse tempo encontramos o cânon uma mente calma e ruminante. Nos trechos de Efé.muratoriano, que dava testemunho sobre a autorida- 1:3,14,15; 2:1-7,11-13,14-18,19-22; 3:1-19; 4:11-19,de dessa epístola, Entre as igrejas para quem Paulo 20-24; .6:14-20, alguns estudiosos encontram umaescreveu, esse citado «cânon» alista Efeso em segundo sucessão de expressões prolongadas, de reverberaçõeslugar. Por igual modo, lrineu, que foi martirizado em continuadas, e que eles não sentem serem paulinas.202 D.C., cita de forma definida a epistola aos Somente em ColoSsenses, no primeiro capitulo, temosEf&:ios. (Ver Adv. Haer, v. 2,36:i.S,8). Esta última algu~a coisa semelhante no corpus das escrituras dereferência parece indicar que antes desse tempo os Paulo.'valentinianos aceitavam essa epistola como autêntica. 5. Há. questões de expressões não-paulinas. NaClemente de Alexandria, por semelhante modo, epistola aos Efésios há uma forte inclinação paraacrescenta o seu testemunho sobre a autoridade dessa compostos, com a preposição grega «sun» (com), oepístola e sobre sua eutoriapaulína. (Ver Strom. iv.6S que não pode ser observado em outras epistolasePard. i.18). Origenes, pouco mais tarde (254 D.C.), paulinas. Também há um número extraordinârio deigualmente a menciona como de autoria paulina. (Ver frases que contêm a palavra grega, «aíon» (ver ;afé.Phil. 6,54). Finalmente, o historiador eclesiástico, 1:21; 2:2,7 e 3:21), - que não podem serEusébio, cita a nossa epistola aos Efésios em sua encontradas em outras epistolas paulinas. Além disso,Itomologoumena. Pode-se observar, portanto, que a 'outros eruditos v&m algumas palavras usadas emeplstola aos Ef&:ios desfruta de notável ccnfirmação outras epistolas de Paulo que recebem um sentidohistórica~ tanto como qualquer outro dos livros do não-paulino. Por exemplo: da ethne» (as nações), que

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EF:tSIOSem outras epistolas significa enio-judeus», mas na dade de materíel que temos em Ef6$ios .. 6 mubDeplstola aos Efésios significa enão-eristios». (Ver Efé. pequena. A carta inteira poder ser lida facJ1.4:17). Similar é o caso do vocábulo grego «oíkono- mente em vinte minutos. A quantidade pequena demia", que aparece em Efésios nlo com o sentido matéria simplesmente nlo oferece uma baSe aDequa­paulino usual de «mordomia», mas antes, recebe o da para os tipos de julgamentos que alguns estudiosossentido de «planos ou «norma». (Ver Efé. 1:10 e 3:9). fazem concernentes a questões de estilo, vocabulilio•.Ver igualmente o vocábulo «místêrio», em relação aos termos, etc. Também. o uso de amanuensescrentes, em Col. 1:27 indica «Cristo em vós, a diferentes, na produção de documentos diversos,esperança da glória», ao passo que em 2:3 é Cristo podia ter modificado as cartas de Pauló (nas questOes«em quem estão ocultos todos os tesouros da sob consideração) adequadamente para criar certossabedoria e do conhecimento•. Porém. na epistola aos problemas à respeito.Efésios, esse mistério é o eplano» divino que procura d. As expressões nio-paulinas. O que temos faladounir todas as coisas em volta de Cristo (ver Efé. 1:10), sob o ponto(c) também Seaplica aqui. Ocorpointeimincluindo a idéia de que os gentios são co-herdeiros das cartas de Paulo, sendo retativamente pequeno,juntamente com os judeus (ver EU. 3:6). Em Efé. 5:32 não pode representar todas as expressões possIveis doessa mesma palavra se reveste de um significado Apóstolo. Cada documento, portanto. deve ser uma«mlstico», que alguns estudiosos consideram ser um simples representação de algumas expressões pauli-«uso helenista secundários, não podendo ser encontra- nas. Cada carta de Paulo, necessariamente, apresentado em qualquer das epistolas consideradas definitiva- algumas expressões e idéias que as outras não contem.mente paulinas, e. Os supostos conceitos não-ptlulinos, que

6. Alguns conceitos existentes na eplstola aos supostamente seriam por demais «eclesiásticos»para aEfésios, apesar de talvez se relacionarem a idéias sua época, e que conteriam pouqulssimas id6iaspaulinas, parecem ser desenvolvimentos que refletem escatológicas, não formam uma objeção justa. Pois aum período posterior ao de Paulo. Há grande ênfase epístola aos Colossenses frisa fortemente a doutrinasobre a igreja cristã e pouca saliência posta sobre da igreja; e não é razoável supormos que Paulo nIoquestões escatológicas. O estudo sobre a doutrina dos pudesse enfatizar ainda mais esse tema, em uma«dons espirituais», diferente daquele que aparece na ocasião posterior qualquer. Além disso, nlo hiprimeira epístola aos Corintios, e a questão sobre a negligência pelo aspecto escatol6gico na eplstola aosdescida ao hades (ver Efé. 4:8-10), não aparecem Efésios, Porquanto o grande e notável primeirocomo temas paulinos em nenhuma outra porção dos capitulo dessa epístola consiste principalmente deescritos paulinos. questões escatológicas. Outrossim, a questlo da

7. A grande similaridade com a epístola aos «íescída ao hades» era um pensamento comumColossenses, sugere que esta epístola aos Efésios foi naquela época, no seio da igreja cristã, conforme seuma expansão com base naquela, feita por algum dos pode ver nos trechos de I Ped. 3:18-20 e 4:6, tema essediscípulos de Paulo, ou por alguém cujo her6i era o igualmente aludido em FU. 2:9-11. embora ali nIoapóstolo Paulo. seja especificamente declarado. Ver a descida

Aqueles que procanm defender a autoria paalbaa mencionada em Rom, 10:7. Isso responde lobjeçloCndIelonal dm procurado NIpOIIder a tocIaI.... de número 6.dlBcaldades, coaforme _ li abab:o: f. Há estudiosos que tem considerado a 6bvia

a. Em resposta às razões 1 e 2, esses eruditos similaridade entre a epistola aos Efésios e a deperguntam: Por que se pensaria que Paulo não Colossenses, como uma prova em favor da autoriapoderia ter escrito uma epístola «circular». não pauliaa, e não algo que milita contra a mesma. Poisendereçada a qualquer comunidade em particular, isso pode sugerir-nos que, algum tempo depois denão baseada em qualquer situação geográfica ou haver escrito a epístola aos Colossenses, em uma.outrapastoral? Pois a verdade é que Paulo poderia ter epistola, Paulo expandiu os temas que haviaescrito uma epístola geral, a fim de ensinar elevadas abordado naquela primeira. Isso responde à sétima edoutrinas, tendo-a enviado para uma localidade bem última dessas objeções. Não nos parece, entretanto,geral, como a Ásia Menor, com a esperança de que a que a epistola aos Efésios tenha sido «copiada» damesma receberia boa circulação entre as igrejas epístola aos Colossenses, em qualquer sentido,cristãs, tal como esperou que acontecesse às epístolas porquanto não aparece qualquer cópia verbatim, OUaos Colossenses e aos Laodicenses (ver Col. 4:16). seja, palavra por palavra. conforme se esperaria noMuito presumem aqueles que pensam saber tudo caso de alguém ter supostamente «expaildidolJ essaacerca do método e do caráter de Paulo, acerca dos epistola a fim de produzir a epístola aos Efésios.seus hábitos, ou acerca de alguma decisão diversa que Se Paulo do ......_ a eplstola aos Ef6sioã. qualele possa ter tido. seria a razão de um pseud&Dimo, isto é, de aJau6m

b. O vocabulário não paulino poderia ser explicado que escreveu sem revelar o próprio nome, fazendo-o emà base simples do assunto abordado por ele, nessa lugar desse apóstolo? Por que essa eplstola teria sidoepístola aos Efêsios, porquanto envolvia temas atribuída a Paulo? Em primeiro lugar, devemo-nosconhecidos por ele mas não ventilados em qualquer de lembrar que, nos tempos antigos, não era consideradosuas demais epístolas, e que, envolviam, naturalmen- errado escrever um livro ou uma obra qualquer emte, palavras diversas para expressâ-los. A eoletânea nome de algum personagem famoso. com o intuito depaulina total de nove ou dez epístolas, que a maioria ajudar na sua circulaçlo e prestigio. Existem muitosdos estudiosos admite como paulína, dificilmente documentos antigos dessa natureza, e os muitlssimospode ser considerada como uma demonstração do livros ap6crifos do N.T. mostram exatamente essevocabulário conhecido pelo ápóstolo Paulo, como se tipo abundante de atividade literária. Embora fossemele s6 conhecesse essas palavras, dependendo das reconhecidos como pseud&nimos, muitos destes liVl'Olnecessidades da ocasião, Isso responde à objeção antigos desfnitaram de grande fama e circulação, at6número (3). mesmo entre alguns cristãos primitivos.

c. A questão de estilo e da estrutura das sentenças, Alguns estudiosos acreditam que a eplstola aosabordada na objeção de número 4, não é muito diHcll Efésios foi escrita como uma espécie de epl8tola depara responder. Devemos nos lembrar que a quanti- apresentação, para ser posta juntamente com a

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EFgSIOScoletânea de escritos paulinos, na tentativa de surgido depois da publicação e circulaçl.o darestaurar o interesse pelas epístolas desse ap6stolo. literatura lucana; e isso indicaria, quando muito, oGoodspeed foi quem primeiro expês essa teoria, fim do século I D.C., como o tempo da escrita dasupondo que Filemom (ou algum outro dos primeiros epístola aos Efésios. As citações que aparecem nosdisclpulos de Paulo) tivesse sido o seu compilador, isto escritos dos pais da igreja, entretanto, indicam queé, da' coleção dos escritos paulinos, bem como o autor isso não poderia ter acontecido mais tarde que ada eplstola de apresentação, que seria a de Efésios. As primeira porção do século 11 D.C.epistolas de Paulo tinham um interesse e uma Por outro lado, se a nossa epistola aos Efésios éaplicação locais; mas algum disclpulo seu pode ter realmente paulina (que é a suposição deste autor)visto claramente a sua aplícação universal, motivo fi~a 6bvio que a mesma foi escrita ao mesmo tempopelo qual interessou-se por reavivar o interesse pelas que asepistolas aos Colossenses e a Filemom,mesmas, tendo usado o método acima descrito para (Comparar Col. 4:7,8 com Bfê. 6:21,22 e File 23 e 24,realizar o seu alvo. Goodspeed, pois, supunha que trechos que exibem circunstâncias definidamente«cada linha dela (da epistola aos Efésios) mostra sua similares, sob as quais essas três eplstolas foramdivida para com uma ou outra das nove epístolas de escritas, além de mostrarem que Paulo vinha sendoPaulo», o que serviria para demonstrar quão ajudado pelos mesmos companheiros de trabalho). Naintimamente vinculado estava o seu autor ao ap6stolo epístola aos Colossenses, Onésimo, o escravo conver-Paulo, pelo menos no tocante à simpatia e ao estudo tido que voltou à companhia de seu senhor, éde seus escritos. Sem importar quem teria sido esse mencionado como co-portador dessa eplstola, junta-suposto autor, é evidente que ele sõ poderia ter sido mente com Tíquico, Isso não é dito na epístola aosum judeu, segundo se vê em Efé. 2:11,12, onde seu Efésios; mas as circunstâncias parecem indicar que oautor se expressa -como se os seus leitores pertences- envio da epístola aos Efésios teve lugar ou pouco antessem a uma categoria diferente da sua, sem nos ou pouco depois do envio da epistola aos Colossenses.referirmos às muitas expressões de origem semítica, A maioria dos estudiosos que atribuem a Paulo acomo filhos da desobediência, «da ira», «da luz» e autoria da epístola aos Efésios, pensa que a mesma foi«obras das trevas», escrita pouco depois da eplstola aos Celossenses,

CoDeIado - e que foi. escrita em Roma, - durante1. Temos exposto os VáriOS'pN e eontn. sobre a o periodo de aprisionamento descrito nos versiculos

autoria paulina de Efé. A posição deste artigo é que, finais do livro de Atos. Outros eruditos, contudo,apesar de haver dificuldades que devem ser reconhe- atribuem-na a um período de aprisionamentocidas e estudadas, não há objeções avassaladoras à anterior, em Cesaréia, descrito a partir do capituloautoria paulina dessa epístola. A epistola é mui vigésimo terceiro do livro de Atos. Isso fazia a cartaprovavelmente paulina, considerando-se que reflete ter sido escrita cerca de dois ou três anos antes. e bemgrande gênio, profundas expressões e conceitos provável que Paulo tenha chegado em Roma em cercaprofundos, possuidora de qualidades que a destacam de 58 D.C., o que significaria que as epistolas que eleacima de todos os demais livros do N.T. Porventura escreveu dali poderiam ser datadas em qualquerPaulo teria algum disc(pulo que o ultrapassou? A ponto, entre 58 e 60 D.C., supondo-se que ele foiepístola é muito mais que um mero sumário das idéias aprisionado pela primeira vez por um periodo de doispaulinas, Antes, é um empreendimento ambicioso, anos ou pouco mais. (Ver Atos 28:30).possuindo sinais de grande originalidade e poder. A Podemos observar como Paulo, em File. 22, requerepístola tenta formular uma filosofia da religião, a que Filemom lhe prepare um cômodo, em antecipa-qual, ao mesmo tempo, é uma filosofia da história ção à visita que tencionava fazer para breves dias.humana. e o documento teol6gico mais profundo do Dificilmente Paulo poderia ter escrito tais palavras emN.T., apesar de sua brevidade. Cesaréia, .mas poderia tê-lo feito quando se aproxi-

2. O real problema; Prezados amigos, conforme se mava o fim do período de seu aprisionamento nadá com todos os livros do N.T., cuja autoria é cidade de Roma, ou, pelo menos, na esperança de quedisputada, nosso real problema aqui não é afirmar seu aprisionamento terminaria dentro de poucos dias·que «Paulo o escreveu» ou «Paulo não escreveu-o Os trechos de Efé. 3:1; 4:1 e 6:20 identificamAntes, nosso cuidado deveria ser: Quanto do mesmo definidamente essa epistola como missiva enviada daeu já aprendi? Quanto do mesmo venho praticando? prisão. E o tradicional «primeiro aprisionamentoO que sei acerca de 'vir a participar de toda a romano.. é uma boa idéia proposta pelos estudiososplenitude divina' (3:19)? O que sei acerca de fazer de' para situar essa prisão. embora tal sugestão sejaC . ti de oda 'da . diári (1 lO)? Jâ acompanhada de algumas dificuldades. No entanto,

nsto o mo vo t a VI e VIver o: outros eruditos têm sugerido efeso como lugar ondefui libertado dos vícíes pagãos que ele deplora? foi escrita a epistola a Filemom, porquanto PauloConheço algo da inspiração, revelação e iluminação também foi aprisionado ali. A cidade de Colossosda alma, sobre o que o livro fala (1:18)? ficava nas proximidades e Paulo pode ter desejado

D. n.ta • Pnn-eal"" ficar ali algum tempô, - antes de linatmenteSea epistola aos Efésios não foi escrita por Paulo, a despedir-se de efeso, para fazer sua visita final à

sua proveniência não pode ser determinada, porquan- Macedõnía e à cidade de Corinto. Ora, isso situaria oto essa questão se toma impossivel de ser investigada, tempo da escrita da epístola a Filemom tio cedo comojá que não teremos para ela qualquer conexão o verão de 54 D.C.histórica. Além disso, se ela não é de autoria paulina, .A aludo feita por Paulo de que ele lutou «.. .emnão pode ter sido escrita antes.de 90 a 92 A.C., mais É/eso com/eras... » (I Cor. 15:32), talvez indique queou menos na época em que se fazia a coleção dos realmente Paulo tenha sido aprisionado em efeso.escritos paulinos, que já usufruiam de intensa embora o livro de Atos nada nos diga a respeito. Nãocirculaçlo na igreja cristã primitiva. Assim, pois, se a obstante, continua sendo forte a conjectura de que eleteoria de Goodspeed está correta, e não existe teoria deveras foi aprisionado 1Lli, apesar de que a maioriamelhor, ficando assim comprovado que essa eplstola dos eruditos opine que o primeiro aprisionamento emnão é de autoria de Paulo, então a «epfstola de Roma seja a sugestão mais isenta de dificuldades. Nloapresentação», que seria a nossa atual epfstolaaos obstante, O.S. Duncan(St. Paul's Ephesian Ministry,Efésios, como já dissemos, mui provavelmente teria 1929) sugeriu nada menos de três períodos diversos de

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EF~SIOS

aprisionamento em efeso, supondo que todas as de muitos outros estudiosos de skuJ.os posteri~)chamadas «eplstolas da prisão» foram escritas supunha ter podido identificar com aquela quedaquela cidade. Esse autor- tem sido secundado em atualmente chamamos de caos Ef&ios». Entretanto,suas opiniões por alguns excelentes eruditos, como- nenhum manuscrito antigo diz caos Laodícensess ouE.J. Goodspeed (History 01 Early Christian Litera- frase semelhante, que nos permita identificar talture, 1942), bem como por outros nomes respeitáveis epistola; e todos os problemas que sio contrários aodo mundo da literatura bíblica. Não devemos deixar tradicional endereço, caos Efésios», se fazem presen-de observar, entretanto, que em sua tradução, no tes no caso de Laodicéia, além do problema adicionalponto onde ele apresenta introduções a cada um dos que não existe qualquer evidencia textual em favorlivros do N.T" nessa época ainda Aceitava ·a idéia de desse suposto endereço, ao passo que pelo" menosque Paulo escreveu suas «epístolas da prisão» quando manuscritos posteriores exibem o endereço caosestava aprisionado na cidade de Roma. Por Efêsios».conseguinte, a questão continua sem solução: mas, Essa .......... de qIUIIq..-~, no teor d&afinal de contas, não se reveste de grande ímportân- pr6pria eplstola, tem provocado muita discusslo ecia, controvérsia. As provas textuais de mais peso

Ver uma nota mais detalhada sobre este assunto no evidentemente favorecem a omissão das palavras cemartigo sobre Colossenses, seção 11. Êfeso», e isso deixa a questão insolúvel. do ponto de

m. Para Quem foi &ai,,' PropóIIto. vista textual. Outrossim, os trechos de Efé. 1:15 e 3:2A epistola aos Efésios, menos do que qualquer das parecem indicar que o autor sagrado ainda não havia

demais epístolas de Paulo, tem alguma vinculação visitado o lugar para onde escrevia, embora se saibaal I alidad nh 'd A f_ perfeitamente bem que Paulo passou longo perlodo de

com qu quer oc e co eci a. essa epístola tempo em Êfesc, segundo se compreende através dofaltam as saudações locais. Por essa razão, muitoseruditos têm duvidado que essa epístola tivesse décimo nono capitulo do livro de Atos. A maioria dosqualquer endereço certo, pensando que a mesma foi intérpretes, na realidade com base em pouquissimas

. i I de provas textuais. supõe que essa tenha SIdo umaescnta como mera «ep sto a apresentação», por enístola circular, enviada para certo número. departe de algum dos discípulos Intimes de Paulo, a fim"Y Áde restaurar o interesse pela literatura paulina. (Ver a igrejas da sia, mui provavelmente as mesmas que

b A . são mencionadas no livro de Apocalipse. a saber,seção so re a c utoria», no tocante a detalhes sobre E:feso, Esmirna, Sardes, Colossos, FUadélfia, Laodi-essa suposição). Mas outros estudiosos têm supostoque essa epistola foi uma circular, enviada às igrejas céia e Tiatira, incluindo até mesmo outras localidadeslocais da Asia Menor, que poderia ter incluído a de não mencionadas no N.T. em parte alguma.Éfeso; e, posto que a cidade de Éfeso era a mais Em favor do ponto de vista ventilado no fim doimportante daquela região, finalmente essa epístola parágrafo acima, pode-se dizer que a nossa eplstolaveio a ser chamada de «epístola aos Efésios». aos Efésios tem certa conexio com as epistolas aos

Colossenses e a Filemom, pois Filemom evidentemen-Para muitos estudiosos, as palavras que aparecem te residia na cidade de Colossos. TIquico estava então

no primeiro versiculo dessa epistola, c...aos santos em sua companhia, e o ap6stolo declara que ele estavaque vivem em efeso...•, conforme aparecem em pronto a informar aos leitores de sua eplstola quaisalguns dos manuscritos antigos, que São seguidos eram as condições de sua pessoa (Paulo estava entAopela esmagadora maioria das traduções de.todos os aprisionado), Na epístola aos Colossenses lemos quetempos, solucionam o problema de «para quem. essa Onésimo também estava em companhia de Paulo;epistola foi escrita. Infelizmente, porém, a questão mas não ocorria outro tanto no tempo em que elenão pode ser solucionada com essa facilidade; pois é escreveu a epistola aos Efésios. Nio obstante,fato Inequívoco que a maioria dos manuscritos antigos Onésimo poderia já ter sido enviado de volta a seunão contém essas palavras. Abaixo oferecemos Ias senhor, Filemom; mas também é possivel que aevidências textuais a respeito: epístola aos Efésios tenha sido escrita antes. tendo

As palavras «.. .em ~/eso, .. » estão contidas nos mss assim precedido a visita feita por On6simo. AADG e na maioria das versões latinas, bem como em comparação entre Colo 4:7,8 e Efé. 6:21,22 c File.todos os manuscritos minúsculos posteriores. As 23.24, mostra-nos a relaçio bem definida entre essastraduções ASV, BR, NE, 10, PH e WY seguem esses três epístolas, Por conseguinte, se a eplstola aosmanuscritos, (Quanto à identificação dessas tradu- Efésios é verdadeiramente paulina, então adquireções, ver a introdução ao NTI e a lista de abreviações grande força a idéia de ter sido ela uma ceplstoIadas mesmas). Contudo, os manuscritos mais antigos. circular•. Outrossim, o fato de que essas tres missivascomo P(46), o mais antigo manuscrito existente das são apresentadas como epistolas escritas cna prisio.,epistolas de Paulo, um papiro pertencente ao sêc, UI sem importar se Paulo era prisioneiro em Roma, emD.C., não contém essas palavras. Esse te5temunhoé Cesaréia ou em E:feso, mostra-nos haver Intimaconsubstanciado, igualmente, pela omissão dessas conexão entre elas, e que todas as trêsforam enviadaspalavras nos dois mais antigos mss unciais, escritos aproximadamente para a mesma loc@ÜZação. a saber.em velino, que se conhecem, a saber, os mss Aleph e a Ásia Menor, da qual a cidade de E.feso era um dosB, ainda que, em ambos, um escriba posterior, principais centros populosos.naturalmente, escreveu as palavras em·~/eso. Os mss Nio obstante, se nio pudermos aceitar a autoria424(2) e 1739 também omitem essas palavras, e os paulina da epistola aos Ef&ios, então as referenciaspais da igreja Márcion, Tertuliano, Orlgenes e BasUio que poderiam identificar a localidade aproximadaomitiram-nas também em suas referências a essa para onde essa eplstola foi enviada sio todasepistola. e interessante Que BasUio diz especifica- artificiais, tendo sido inseridas por quem quer quemente que a alusão a Efeso se fazia ausente na tenha escrito esse livro. a fim de dar-lhe um sabormaioria dos manuscritos que ele conhecia. Por sua paulino. Porém. se essa eptstola é deveras pauliDa,vez, Márcion diz que essa eplstola foi escrita caos éntão as palavras «em Sfeso., naturalmente. devemLaodicenses», embora isso tivesse sido somente uma ter sido ajuntadas à eplstola, primeiramente poropinião, baseada na menção de Col. 4:16, onde Paulo causa de sua intima conexio com as cartas paulinasfala de uma epistola caos Laodícenses», que enviadas para as proximidades daquela cidade, todasatualmente desconhecemos, mas que Márcion (além- as quais foram enviadas por intermédio de nquico; c,

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EFl!:8IOSem segundo lugar, porque não havia nenhum livro de·origem apostólica dirigido a :E:feso, um dos lugaresmais importantes dentre aqueles onde Paulo labutouno evangelho e isso preencheria a lacuna, Além disso,posto que :E:feso era a grande capital daquela região,sendo a cidade. mais populosa, cópias da «epistolacircular», enviada àquela ârea geral, com o tempo muinaturalmente, seriam consideradas como enviadaspara os crentes «em Êfeso», e não para. os de qualqueroutra localidade, quando alguns dos primeiroscopistas desejaram emprestar-lhe uma identificaçãolocal.

'-o lIIptdada apeDM _que os primeiros copistasmeramente escolheram 0_ por causa de seuprestigio e importância, em detrimento de qualqueroutra localidade próxima, como a localidade especi­fica para onde essa epistola foi enviada.

O motivo que mais recomenda a teoria da -epistolacircular», como explicação para os destinatârios danossa epístola aos Efêsios, é que ela representa aúnica alternativa plausivel para a teoria da autorianlo paulina; sendo essa a razão pela qual tantoseruditos conservadores, não tendo idéia melhor doque essa, e querendo reter sua identificação comoepístola paulína, se têm apegado a essa citada teoria.Pois nenhum erudito nas questões textuais haveria deincluir as palavras «em :efeso», que aparecem logo noprimeiro versiculo dessa epístola, ignorando o fato deque mui provavelmente essas palavras foram incluidasposteriormente, não refletindo realmente seus verda­deiros destinatários, Nenhum manuscrito anterior aosêeulo IV D.C. inclui as palavras «em Bfeso»; pelo quetambém se pode concluir que essa epístola, apesar denão ter sido especificamente enviada para os crentesque habitavam naquela cidade, foram incluídos comohabitantes de uma ârea geral maior, a Ásia Menor.Essa é a posição tomada pela grande maioria doseruditos conservadores modernos, ao passo que amaioria dos eruditos liberais prefere pensar na autorianlo-paulina, conforme foi descrito na seção desteartigo, intitulada «O Vexatório Problema da Auto­ria».

Portanto, essa epistola foi realmente endereçada«•••aos santos e fiéis em Cristo Jesus ... lO, conforme otexto grego pode ser traduzido, se omitirmos aspalavras «em Efeso-. No entanto, o particípio presentedo verbo grego, «OUSinlO, conforme se verifica emcertos papiros pertencentes ao século primeiro da eracristã, significa «local», motivo pelo qual algunsestudiosos têm conjecturado que a saudação de Paulo.deve ser compreendida como «aos santos locais, quesIo fiéis em Cristo, Jesus». Essa tradução posslvelfavorece a teoria da -epístola circular», pois, nessecaso, ver-se-ia que essa epístola realmente teve umdestino, ainda que extremamente amplo, o queexplica a ausência de quaisquer referências pessoais.

Mas existem eruditos que pensam que foi deixadoum .espaço em branco, no manuscrito original, de talmodo que as cópias que fossem enviadas às diversascongregações locais preenchessem ali o nome dasdiversas localidades, segundo o caso. Todavia, essemétodo de envio de missivas não tem paralelohistórico quanto aos métodos Iíterâríos, bastando essarazão para que ele não seja muito provável.Outrossim, se tais nomes tivessem sido inseridos, éperfeitamente certo que ao menos alguns delestivessem sido preservados para nós, do mesmo modoque o titulo «aos Efésios» foi preservado em tantosmanuscritos. De outro' modo, teriamos de supor quetodas as demais cópias se perderam, e que forampre8el'Vadas tio somente aquelas e~dereçadas .aos

Efésios-, o que parece absurdo, devido l altaporcentagem de improbabilidade.

Além das razões que já abordamos.l sobre por querllzio a cidadede efeso veio a ser associada à nossa«epistola aos Efêsios», podemos acrescentar aquiaquela outra que resulta de 11 Tim. 4:12, que diz:«Quanto a Tíquico, mandei-o até «:E:feso». Posto tersido ele o portador das epistolas aos Colossenses e aFilemom, e visto que ele foi também o portador daepistola aos Efésios (ver Efé. 6:21), é apenas naturalvincular essa epístola a :E:feso, supondo-se, mediante acomparação entre essas duas referências, que quandoele foi ali, levou a epistola de Paulo para eles.

Essa epístola foi enviada, segundo nos parece certo,à igreja cristã universal, uma sociedade de âmbitomundial. e não local. a saber. aos «santos e fiéis emCristo Jesus», sem importar se foi o apóstolo Paulo ououtro qualquer que a escreveu.

Quais foram os propósitos dessa eplstola 110IEfésios, escrita para a Igreja Universal? O primeirocapitulo estabelece__o. tom, ao .anunciar o elevmdestino dos remidos como «plenitude daquele quepreenche a tudo em todos-o Devemos observar queesse primeiro capitulo é muito semelhante, quanto àsua mensagem, embora seja uma abordagem maisabreviada, ao oitavo capitulo da epistola aosRomanos, não havendo literatura religiosa maiselevada, no mundo inteiro, 40 que aquela que nossosolhos encontram nesses dois trechos biblicos. Um dospropósitos centrais dessa epístola, portanto, é a desalientar esse elevadissimo destino dos remidos,apresentando as vârias aplicações desse conceito, noque diz respeito ao andar cristão diârio.

Goodspeed, e aqueles que seguem as suas idéias,supõem que um discipulo qualquer de Paulo é queteria escrito a epistola aos Efêsíos, como uma espéciede «epístola de apresentação- para as demais epistolaspaulinas, a fim de despertar novamente o interessepelos escritos paulinos. Nlo há meios para confirmar­mos ou negarmos essa teoria; mas, quando muito,isso deve ser reputado uma mera hipótese. Mas, aindaque assim realmente tivesse acontecido, e que essetivesse sido um dos propósitos da escrita dessaepistola, contudo, acima dessa razão avulta aquelaoutra, que é a de revelar o elevadíssimo destino daigreja cristã, e o que isso deve significar em relação àconduta díâría, tanto acerca da igreja cristã inteiracomo em relação ao individuo.

I!:.ewidente, na própria epístola, que se caracterizapor sua elevada cristologia, que Paulo combatiaalguma forma do gnosticismo, tal como se verificatambém no caso da epistola aos Colossenses, Sabemosatualmente que formas anteriores e mais primitivasdo gnosticismo já existiam, certamente, antes docomeço do movimento cristão, não sendo, portanto,um desenvolvimento. doutrin6rio.de séculos posterío­res. Por conseguinte, a epistola aos Efêsios deve serclassificada entre as «epístolas que combatemheresias», o que significa simplesmente que um deseus propósitos era apologético. Apesar de ter porintuito ensinar elevadas doutrinas cristãs, não foi elaescrita exclusivamente com essa finalidade, mastambém tinha outros objetivos. Se porventura ela foiescrita por algum dos discípulos de Paulo, então umde :seus propósitos, pelo menos parcialmente, foiexaltar a teologia paulina aps olhos da igreja cristi,sobretudo no que se relaciona a questões queenvolvem a igreja e o seu destino especifico, porqueessas questões, apesar de serem abordadas em outrostrechos, são descritas de maneira mais completa evigorosa em nossa eplstola aos Efésios.

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EF:S:SIOS.Seu principal prop6sito era o de confirmar os seus as coisas», isto é, que ele fosse o S_"OI' de ttuIo, •

inalas na fé, ampliando os seus horizontes, personagem unificadora de toda a criaçlo. Com bueapertando ainda mais os laços de fraternidade que jã nisso se deriva a grane:te esperança dos ~os uniam: ensinando--lhes assim que as mais universais da missão de Cristo, que; apesar de nIoprofundas nperiências e os mais exaltados pensa- ser dito claramente esse tanto, di-nps a entender quementos podem ..encontrados dentro do corpo a que Cristo estabeleceu uma diferença em toda a parte,todos eles pertenciam; e que na unidade deles jazia a para melhor, afetando não 56 a igreja crista, mas at6prantia da unidade de toda a humanidade, e, de os próprios perdidos no estado eterno, embora issofato, da criação inteira, na pessoa de Cristo». (Franeis não queira dizer, sob hip6tese alguma, - que elesW. Beare). venham a receber o mesmo tipo de vida dos eleitos. O

IV. T__ e-trmI evangelho ap6crifo de Nicodemos também apresentaNenhuma outra eplstola de Paulo se tem mostrado Cristo nesse ministério, como também ó faz o

dotada de maior influencia sobre a bist6ria sub. Testamento apócrifo de Abralo, apesar de que esses. Is ~L.' livros expõem um resultado universalista, como se a

qOente da igreja cristã do que a ep tola aos EIÇ3010S. descida de Cristo ao hades significasse salvação paraSomente as epístolas aos Romanos e aos Gâlatas têm todos. Apesar da teologia de Paulo nlo descera tanto,sido mais largamente usadas. E a projeçlo da epístola é justo observarmos que Cristo, sendo a mais elevadaaos Efésios é resultado natural das idéias elevadas e figura cosmol6gica da hist6ria, estabeleceu umadas expressões eloqüentes 'existentes nessa epístola. diferença universal e cosmol6gica para melhor. Esse éPode-se sentir a notâvel influência do ap6stolo Paulo o tema central dos capi~os rzeíroe qU,art.0'."-através dessa epístola, tal como a influencia de 1 1 ON\Tertuliano foi transmitida atravês de Cipriano. Eis os eplstola aos Ef6sios. Efé. : , cet1:amente, ensmagrandes temas da epístola aos Efêsios: este conceito. Ver sobre Minbio da Vontade de Deu.

1. Cristo Jesus é aquele que preenche tudo em 3. Em sua aplicaçio aos crentes, aos eleitóSetodos, sendo esse o seu tema principal e central. O predestinados, esse tema se eleva mais ainda. Nóprimeiro capitulo dessa epístola tem a finalidade tocante aos remidos vemos que eles sI.o «a plenitude,-preclpua de situar o Senhor Jesus na mais elevada daquele que preenche a tudo em todOSlt, o que, como 6posição cosmológica possível, do mesmo modo que ôbvío, eleva a pessoa de Cristo muito acima da ordem.Paulo faz nos capítulos primeiro e segundo de sua dos seres angelicais, e, por conseqüêneíe, os remjdosepístola aos Colossenses: «...porquanto nele habita são elevados, em Cristo, acima dos anjos. O oitaWtcorporalmente toda a plenitude da Divindade» (Col. capitulo da epistola aos Romanos define eú.aelevaçlo2:9). Portanto, vê-se no primeiro capitulo da epístola em termos de nossa transformação segundo a imagemaos Efêsios que Cristo é o mais elevado poder de Cristo, ao passo que o trecho de 11 Ped. 1:4 o fazcosmológico, acima de qualquer ser angelical. em termos de nossa participação na natureza divina.

Mas os gnósticos, em contraste com isso, ensina- N... epIItoIa, o trecho de Efé. 1:23 é o versiculovam que apesar de Cristo ter sido uma exaltada central que ensina essa doutrina. Ora, esse é ofigura, certamente mais do que humana, provavel- verdadeiro e completo evangelho de Cristo. NIomente da ordem angelical, não pertencia, entretanto, envolve o evangelho de CrisM meramente o perdIoà ordem mais elevada de todas, isto é, a ordem divina; dos pecados e a mudança de endereço para os lugarese que, apesar dele ter sido o criador; não era o criador celestiais. Antes, manuseamos uma transformaçlode «todos os mundos», mas tio somente deste mundo, celestial e divinamente determinada do ser humano,o que fazia dele «o deus deste mundos, As epistolas que farã os remidos subirem até à pr6pria posiçloaos Colossenses e aos Efésios, entretanto, contradi- ocupada por Cristo, levando-os a herdarem aquilozem essa tese gnôstica, mostrando que o Senhor Jesus que Cristo herdarão Assim nos ensinam passagensé o cabeça de toda a criação, o ponto em tomo de como Rom. 8:14 e ss e EU. 1:11. Muitos verslculosquem tudo tem sua unidade e significação, pois nada desse primeiro capitulo da epistola aos Ef&iosmais profundo e vigoroso do que isso poderia ter sido descrevem o elevadissimo privilégio dos eleitos,dito com relação à sua divindade inerente do que motivo pelo qual esse capitulo é um dos que maioreSPaulo diz acerca de Cristo. O «mistériOlt de Deus informaçõesnos prestam sobre o tema, perdendo emconsiste exatamente nessa unidadede tudo em tomo ímportâncía apenas para o oitavo capitulo da eplstolade Cristo, - o que se manifestará quando ele aos Romanos, se é que realmente assmr'aContece. Atéassumir a posição que lhe compete, e vir a que ponto o «evangelho de Paulo» areta os homens,ocupá-la de forma universal, 80$ olhos de todas as pois, é um dos temas centrais da epistola aos Ef6sios.criaturas inteligentes. . . Esse tema central envolve outros temas secundirios,

2. A criação inteira, portanto, estâ relacionada a como a questão inteira da predestinaçl.o e da eleiçlo,Cristo, e, de uma maneira ou de outra, encontra nele tio disputada na história eclesiâstica subseqilente.o seu alvo e o seu propósito de ser. (Efé. 1:10). Nlo (Ver Efé. 1:4,5).sabemos como tudo isso se concretízarâ, mas o 4. O segundo capitulá da epistola aos Ef&iossegundo capitulo da epístola aos Filipenses dá-nos a mostra-nos como essa redenção e eleição afetam OJentender a mesma verdade. O quarto capitulo da gentios. Eles são elevados do paganism,o para osepístola aos Efêsíos, em conexão com aquele trecho lugares celestiais. A redenção dos gentios, porantes citado, repete a idéia popular nos séculos I e 11 conseguinte, é utn dos temas centrais dessa eplstola,da era cristã, e que finalmente foi incorporada no embora seja uma subcátegoria da redençl.o humana,chamado «Credo Apostólico», isto é, a idéia da conforme aparece no teor do primeiro capitulo dadescida de Cristo ao hades, onde ele realizou uma mesma. Um outro subproduto da reconciliaçlo comobra remidora. Alguns dizem que ele ofereceu Cristo e da unidade que foi estabelecida entre judeus esalvação aos perdidos. Outros dizem que ele 56 gentios, é o ensino que aqueles que estavam emmelhorou seu estado.Ver o artigo sobre a Descida de inimizade seria unidos, sendo tanto os judeus comoCnsto ao Hades, os gentios convertidos, edificados sobre o alicerce doi

........... de Cristo ao hades e sua subseqilente ap6stolos e profetas, sendo o pr6prio Jesus Cristo alIICeIIIio aos céus, sI.o especificamente declaradas I?rincipal pedrà de esquina. Portanto, na igreja cristI,como necessârias ao fato de que ele «enchesse a todas J\ldeu$ e gentios sIo unidos em Cristo, estabeleceado-

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EF~SIOS

que envolve uma relação especial, um privilégio semigual, é um «mistério», ilustrado pelo matrim&nioterrestre. e salientada a unidade, pois é declaradoque os dois (mar:ido e mulher, que representam,respectivamente, Cristo e sua igreja) tornar-se-io'umas6 carne. O tema do povo celestial, a noiva de Cristo,em sua relação para com o Senhor Jesus, é um«mistério», algo que antes era completamentedesconhecido, mas que agora nos foi revelado pelavontade divina.

d. O trecho de Efé. 6:19 menciona o mistério doevangelho, isto é, o evangelho conforme o mesmo éplenamente revelado, com tudo quanto está implicitonesse ensino, relativamente à redenção humana, algoque foi totalmente oculto dos profetas antigos. Oevangelho, pois, revela certas verdades anteriormenteocultas, verdades exaltadas, que falam sobre umaredenção e uma glorificação transcendentais para oscrentes. Que o rIJ,ero homem pudesse estar destinadopara um alvo tio elevado e celestial era algodesconhecido nos tempos do A.T., mas que nos foirevelado em Cristo, através do apóstolo Paulo, oagente dessa revelação.

8.. Deus como .Pai. (Ver Efé, 1:2; 2:4,.5; 3:13,15).Deus aparece nessas passagens (;omo o cabeça de todaa criação, que é vista como se fosse muitasfamllias.

9. O Espirito Santo, como agente da iluminaçioespiritual. (Ver Efé. 1:18 e ss), Ele é o revelador daunidade que há em Cristo (ver Efé. 3:5). O acesso aDeus Pai se dá por meio do Esplrito Santo, para todos(ver Efé. 2:18). E todos os crentes se tomam umahabitação de Deus, através do Espírito (ver Efé. 2:22).Além disso, o Espírito Santo aparece nessa epístolacomo o poder revigorador, no homem interior, queproduz a piedade prática dos crentes (ver Efé. 3:16 e'ss.). Outrossim, a unidade entre os membros da igrejase verifica por meio do Esplrito Santo (ver Efé. 4::U. Ofruto do Espírito Santo é bondade, verdade e retidão,(Ver Efé. 5:9). Na batalha contra o reino das trevas, oEspírito é a nossa espada. nossa principal armaofensiva. (Ver Efé. 6:17). \e o Espírito Santo,igualmente, quem nos assegura poder na oração. (VerEfé. 6:18).

V. CoateâdoI. Seção Doutrinária -Os Elevados Prop6sitos de;

Deus quanto ao Destino Humano. 1:1-3:21.1. Saudação (1:1,2)2. Ação de graças e louvor (1:3-8)3. Mistério da vontade de Deus, mediante Cristo:

(1:9-14)4. Oração pedindo iluminação dos crentes (1:15-22)5. O mais alto propósito de Deus para o homem:

a igreja como a plenitude daquele que enchetudo em todosl(1:23).

6. O propósito 'de Deus relativo aos gentios (2:1-10)7. A unidade espiritual de todos em Cristo (2:11-22)8. A missão de Paulo, e como,a mesma se aplica A

igreja e aos propósitos de Deus-o mistério daigreja (3:1-13)

9. Segundaoraçlo: que a igreja experimente o amorde Cristo e sua plenitude habitadora (3:14-21)

lI. Seção Exortat6ria-Conseqil@ncias práticas dasdoutrinas da primeira seçio (4:1-6:24)

1. Exortações à unidade e ao andar digno. l. luzdos elevados propôsítos de Deus para os remidos

(4:1-16)

2. Segunda. exortaçlo:' ponto final em todas aspráticas do ànterior paganismo (4:17-32)

.3. Terceira exortaçio: amor e pureza, como.filhos

se uma unidade que elimina as antigas divergências,conforme se v! no segundo capitulo dessa epístola,

5. Tudo isso se revestia de significação pessoal parao pr6prio apóstolo Paulo. Isso revelava a glória de seuchamamento, que o convocara especialmente para sero apóstolo dos gentios. (Ver Efé. 3:.14-21).

6. As conseqüências práticas dessa redenção geral,e seu elevado destino, são os temas ou assuntoscentrais dessa epístola, a começar por Efé. 4:1 .até ofim do mesmo. Uma maneira digna de andar é o temageral (ver Efê, 4:1-16), o que requer a negação da vidaantiga de ignorância e de hábitos pecaminosos. (VerEfé. 4:17-32). Porém, a unidade de todos os crentesem Cristo requer a unidade da igreja como umacomunidade de seres humanos. (Ver Efé. 4:1-8). Etambém exige o exercicio apropriado dos donsministeriais da igreja (ver Efé, 4:9 e ss), porquantoCristo capacita a todos a servirem-no de algumamaneira especifica. Além disso, a unidade em Cristotambém importa na unidade no lar, entre esposo eesposa, visto que essa relação é análoga à de Cristo esua igreja. (Ver Efé. 5:22-33). A unidade em Cristoprovoca o conflito contra o reino das trevas e contra osseus muitissimos agentes que povoam ao redor daterra. Esses poderes malignos são considerados seresperfeitamente reais pelo autor sagrado, - quetambém ajunta que os remidos devem resistir-lhes deinaneira diligente. (Ver Efé. 6:10-20). Em partealguma das Escrituras o conflito dos crentes contra asforças malignas é salientado e descrito com maiorclareza do que nessa passagem que é uma das porçõesmais eloqüentes da epistola aos Efésios.

7. Os mistérios da epistola aos Efésios. Deconformidade com o vocabulário paulino, um«mistério» não é nenhum assunto insondável, que sópossa ser conhecido por alguns poucos individuosseletos, conforme esse vocábulo é usualmente usado,sobretudo como era empregado para indicar aschamadas «religiões misteriosas» dos dias desseapóstolo. Pelo contrário, um «mistério» é um «segredodesvendado», pertencente à categoria das verdades«reveladas», visto que tais verdades não podem serdescobertas pela percepção dos sentidos ou pela razãohumana. Ver o trecho de Efé. 3:5, onde essa definiçãoessencial aparece na própria epístola. e misterdesdobrarmos essa questão, conforme fazemos abai­xo:

a. Efé. 1:10 apresenta-nos o maior e todo inclusivo«mistério». Trata-se da unidade universal de todas ascoisas em redor de Cristo, a expansão total de suaobra criativa, bem como os resultados finais dessaobra. Esse lnist6rio, naturalmente, inclui todos osoutros mistérios_Ver MId6do da V...... ele 0-.

b. O trecho de Efé. 3:4, que introduz o tema daigreja, assevera que esse é um mistério. Os gentiosdeveriam ser salvos e equiparados em pé de igualdadecom os judeus crentes, em Cristo, formando umacomunidade religiosa remida, o que era temaprofético; mas a verdadeira natureza dessa comuni­dade, segundo a descrição de Paulo nos capitulosprimeiro a quinto dessa epístola, - era um «mistério».Portanto, na qualidade de plenitude daquele queenche a tudo em todos, na qualidade de um c()1J)omtstico que incorpora tanto judeus como gentios (poisdivisões entre os dois foram eliminadas. em Cristo,desde que se convertam a ele), a Igreja cristl era umassunto que os profetas antigos percebiam apenas muiindistintamente; e, em seu sentido completo, confor-me Paulo o revelou, era algo totalmente ignorado, .e,portanto, um «mistério».

c. A igreja cristl, na p05içio de noiva de C1:üto, o

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EF~SIOS - ~FESO

veio AtalQ 111, rei de Pérgamo, que, em 133 A.C••doou a cidade aos ront.J.llOS. Não foi muito tempodepois disso que Êfeso tomou-se a capital daprovincia romana da Ásia. Então ela cresceu de talmodo em importância que chegou a rivalizar comAntioquia da Síria, com Alexandria e com Constan­tinopla (atual Istambul, na Turquia Européia).

E:feso tomou-se um dos grandes centros domovimento cristão primitivo. De fato, depois queJerusalém foi destruída, no ano 70 D.C., tomou-se ocentro cristão mais importante da época. Paulopassou ali três anos, evangelizando a cidade e a regiãoem derredor, de tal modo que a Igreja cristã ficoubem estabelecida na Ásia Menor (na porção ocidentalda moderna Turquia). Ver Col. 1:7 e 2:1. Paulo usavaessa cidade como sua sede de operações na ÁsiaMenor. Durante esse tempo ele escreveu suasepistolas aos crentes de Corinto.

:B bem possivel que Paulo tenha lutado literalmentecom feras, naquela cidade, onde pode ter sofrido umperíodo de detenção que não é mencionado. Ver ICor. 15:32. Alguns estudiosos supõem que aschamadas «cartas da prisão», de Paulo, ou•. pelomenos, uma parte delas, tenham sido escritas emÉfeso, e não em Roma, conforme tradicionalmente sepensa. Mas, também pode tê-las escrito parcialmenteem Êfeso e parcialmente em Roma.

Quando Paulo deixou a cidade, deixou Timóteoencarregado da igreja cristã local (I Tim. 1:3). E niodemorou muito para que a igreja fosse invadida,juntamente com outras, por falsos ensinamentos,conforme Paulo havia predito que sucederia (Atos20:29,30 e n Tim. 4:3).

e possivel que o décimo sexto capitulo da eplstolaaos Romanos na realidade tenha sido uma cartaenviada a Éfeso. Essa possibilidade é discutida noartigo sobre a epistola aos Romanos, na oitava seção,Integridade da Epístola. Mas, como é claro, temos aepistola de Paulo aos Efésios, que pode ter sido umaepistola «circular», e não especificamente enviada aoscrentes de efeso, visto que as palavras «em Êfeso», noprimeiro versículo do primeiro capitulo dessa epistola,não aparecem no original. Esse problema é discutidono artigo sobre a epistola aos Efêsíos, em sua terceiraseção, Para Quem Foi Escrita? Propósitos. A autoriapaulina dessa epistola tem sido posta em dúvida poralguns estudiosos, questão essa discutida naquelemesmo artigo, em sua primeira seção, O Vexat6rioProblema da Autoria.

A. tndlça. também fazem o ap6stolo Joio tervivido ali, como também Maria. mie de Jesus. quefora entregue por ele aos cuidados do disclpuloamado, segundo se aprende em João 19:27. Joio,pois, teria. recebido jurisdição sobre as sete principaisigrejas daquela ma. Mas há probabilidades de quenão tenha sido ele o autor do livro de Apocalipse, quefoi dirigido a essas cidades (incluindo efeso). Antes. oautor do Apocalipse teria sido João, o vidente, e nãoJoão, o apóstolo, embora ele também fizesse parte dogrupo joanino. Isso reflete a opinião de algunseruditos, contra a opinião de outros, que dizemprecisamente o contrário. Em favor da associaçlo deJoão com a cidade de Êfeso, temos o testemunho delrineu e Eusébio (3.21), dois pais da Igreja, quedeixaram registrados vários incidentes (,Ia vida doapóstolo Joio, que ocorreram ali. Mais tarde, Inâcío(Efésíos 11) adicionou mais algumas informaçõessobre a questão, Subseqüentemente, E:feso tornou-seum importante centro do cristianismo e um certonúmero de concílios foi efetuado nessa cidade. VerSobre Éfe~o., Concilias de.

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tFESOEsboço:

I. Localização e Caracterização Geral11. História

111. ReligiãoIV. Éfeso e a ArqueologiaI. I.oc-lIzeçlo e~ GenIefeso era uma antiga cidade grega no território da

Lidia, na Ásia Menor.Ficava localizada na desembo­cadura do rio Caister, cerca de cinqüenta e seisquilômetros a suleste de Izmir (a antiga Esmirnamencionada no Novo Testamento). Ficava entre asduas antigas cidades de Esmirna e Mileto. Era umadas mais importantes cidades da Ásia Menor, no queatualmente é a Turquia. Na época do surgimento dó"cristianismo, Êfeso também estava ficando maisimportante do que as cidades vizinhas. Em parte,devia sua prosperidade: aos favores feitos por seusgovernantes. Lísímaco chamou a cidade de Arísone,em honra à sua segunda esposa. Atalo Filadelfoconstruiu excelentes docas e instalações portuárias.Êfeso tornou-se o grande empório da Ásia Menor, nolado ocidental das montanhas do Taurus, conformenos diz Estrabão (14.5.641,663). Era a capital da Ásiaproconsular, uma cidade rica e o principal porto dacosta ocidental da Ásia Menor. Seu nome, muiprovavelmente, significa «desejâvel-. Quanto aoaspecto religioso, era conhecida mundialmente porcausa de seu famoso templo de Ârtemis, Oferecemosao leitor um longo artigo sob esse titulo, que incluimuita informação sobre Êfeso e seus costumes,sobretudo no campo religioso. O lago antigo ficaagora a onze quilômetros da beira-mar, por causa dodepósito de entulho, no processo de muitos séculos.

D.m.tóIIaAo que parece, efeso foi fundada por gregos

jônicos, em cerca de 1050 A.C., especificamente sob adireção de Androclus, filho do rei ateniense, Cedro.Desde os dias mais antigos, competia com Mlleto eEsmirna, para ser o porto de exportação da ÁsiaMenor. Creso, rei da Lídía, obteve o controle de Êfesoem cerca de 562 A.C., somente para que os lldiosperdessem esse controle para os persas, em S46 A.C.Os persas mantiveram o dominio sobre :Bfeso até queAlexandre, o Grande, devolveu a cidade aos dominiosgregos. Os macedêníos (334-283 A.C.), os selêucidas(280-187 A.C.) e os pergamenes (187-133 A.C.),foram os governantes da área, emsucessão, Então

da luz e a plenitude de louvor e utilidade no reinoceleste (5:1-20)

4. Quarta exortação: observância da subordinaçãomútua entre todos os membros da casa cristl(5:21-6:9) .

a. Maridos e mulheres- o matrimênio simboliularelação entre Cristo e sua igreja (5:21-33) .

b. Pais e filhos (6:1-4) .c. Escravos e senhores (§:~:9)

5. Quinta exortação: necessidade de usar toda aarmadura de Deus, na batalha contra o mal(6:10-17)

6. Sexta exortação: apelo à prâtica da oração(6:21,22)

111. Recomendação sobre o portador da epistola(6:21,22)

IV. Bênção final (6:23,24)VI. BlbllopaIIa

AM EN GO(I833) I IB LAN MOF NTI TI TINVIN ROZ

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iFESOA cidade de Sfeso era vulnerável aos ataques. pelo Em Atos 19:36 nos 6 dada a informaçlo de que a

que foi saqueada repetidas vezes por invasores. Os imagem que era a~ada naquele templo havia .caldoIOdos atacaram-na e obtiveram controle sobre a do céu». Sem dúvida isso significa que algummesma. em 262 D.C. Os árabes. em 655 e 717 D.C." meteorito foi recolhido e amoldado para formar uma"Os turcos. em 1090 e. por duas vezes. novamente. no imagem. Somente em tempos modernos aceitou-se asku10 x~V. Os mongôls, sob 'I'a,merlio, completaram queda de meteoritos. Atê bem recentemente, osa destruiç1.o da cidade, em 1403~ Finalmente, o céticos afirmavam que êimposslvel caírem rochas doislamismo chegou a controlar toda aquela região, :firmamento. O fato é que os santuários tornavam-sepondo fim ao poder do cristianismo naquela região do pontos de exploração comercial; e questões econêmi-mundo. Atualmente, uma pequena cidade turca, de cas causaram maiores dificuldades para Paulo emnome Ayasaluk, assinala o local antigo. :E:feso (ver Atos 19:23 ss) do que as questões religiosas.

m. ...... em suas lutas contra o paganismo.O dkimo nono capitulo do Hvro de Atos fala sobre O culto id6latra em Sfeso tinha o apoio de Hvros

o conflito que o cristianismo precisou eidrentar para sagrados chamados Ephesia grammata, que eramestabelecer ali um centro de operações. Desde o numerosos livros que continham encantamentos,começo de sua hist6ria, Êfeso fora um centro forte do artes mágicas, etc. Quando o evangelho lançou raizespoliteísmo, Diana (ver o artigo sobre Ártemia, um em :E:feso, grande quantidade desse material foi~go detalhado) tomou-se a principal deusa da quei!Jlado, avaliado em cinqüenta mil peças de prataCIdade e um grande empreendimento comercial foi (equivalentes cerca de cento e sessenta anos deestabelecido em tomo de seu nome.. Ãrtemis era o trabalho de um operArio comum - Atos 19:19).nome grego de Diana, conforme os romanos Quanto a completos comentários a esse respeito, bemchamavam essa divindade. Ã semelhança de Apolo, como sobre as artes mágicas, praticadas em Êfeso, verela era representada armada de arco e flechas, que ela as notas expositivas em Atos 19:19, no NTI. Medianteusava a fim de subjugar monstros e gigantes. Era essas artes mágicas, os homens procuram empregarconsiderada uma divindade benéfica e ajudadora. forças desconhecidas (ocultas), em seu beneficio, ou,Apolo era tido como o deus luminoso do dia e ela, com outras vezes, para prejudicar seus inimigos. Essassua tocha, era a deusa da luz, à noite. Veio a ser artes são uma espécie de excursão pelas dimensõesidentificada com a deusa da lua e da noite. Seu dos poderes ocultos que os homens sempre pensamdomlnio era a natureza. Todas as feras eram que os cercam, no mistério que é a vida.consagradas e ela, embora fosse considerada uma Nos dias do Novo Testamento havia uma numerosacaçadora. Também foi assumindo os aspectos da colônia judaica em Sfeso. Assim, com o vigorosodeusa da guerra, Minerva. O paganismo retrata paganismo que ali medrava, com uma boa comunida-deuses e deusas sob muitos aspectos, pelo que ela de judaica e com um cristianismo crescente, Sfesotambém aparecia como a Deusa Virgem, reverenciada veio a ser uma cidade cosmopolita quanto a questões.pelas donzelas como sua protetora. No entanto, nos religiosas. E, em tempos de intolerância, isso sempreprimeiros tempos de sua história, foram-lhe ofereci- significará convite a dificuldades. O cristianismo,dos sacrificios humanos. porém, gradualmente foi ganhando terreno, 56 tendo

O ........ de DIua. em efeso, chegou a ser uma sido suplantado, séculos mais tarde, pelo islamismo,da maravilhas do mundo antigo. Foi erigido em S50 que conquistava territ6rios com a força da espada dosA.C. Era uma obra magnificente da arquitetura fanáticos seguidores de Maomé. Mas, antes disso,janica. Ficava em uma plataforma com cerca de cento Êfeso finalmente chegou a contar com templose trinta metros de comprimento por cerca de setenta e cristãos que procuravam copiar a majestade datres metros de largura. Dez degraus levavam ao adoração à deusa Diana. O imperador Justinianopavimento dessa plataforma e mais três degraus edificou um templo cristão em honra a João, no locallevavam ao nivel do pavimento do pr6prio templo. O do antigo templo de Diana. :E: irônico que o quarto~mplo tinha cem metros de comprimento por crescente .do islamismo veio a rebrilhar sobre ascinqüenta metros de largura. Havia duas fileiras de cúpulas das anteriores igrejas cristãs. E ainda maisoito colunas cada, na frente e na parte de trás do irônico é que, ainda mais tarde, o lugar tomou-seedificio e duas fileiras de vinte colunas de cada lado desolado, onde nem imagens pagãs, nem cruzes e nemdo santuário, totalizando "cento e dezoito colunas. quartos crescentes eram exibidos. O pr6prio marCada coluna era um monolito de mármore, com 16,75 retirou-se do antigo porto de Sfeso, que agora fica am de altura; e dezoito dessas colunas, em cada onze quilômetros', de distlncia da beira-mar. Atual­extremidade, eram elaboradamente esculpidas. O mente há um pantanal"· cheio de canas onde.teto era coberto com grandes telhas de mármore antigamente, grandes navios traziam suas mercado-branco. O santuário interno era circundado por rias, provenientes de todas as partes do mundocolunas, tendo trinta e dois metros de comprimento antigo.por vinte e um metros de largura. Havia uma Em Éfeso esteve a igreja cristã que perdera sehornamentação interna de inigualável beleza, muito primeiro amor (Apo. 2:4) e que fora advertida nointrincada. Havia obras de Fídías, de Pranteies, de sentido de que, se não se arrependesse, teria removidoScopas, de Parrásio e de Apeles, grandes artistas o seu candeeiro (Apo. 2:5). Isso acabou acontecendo,plásticos do passado. embora no processo de vários séculos. Importantes.

Juntamente Com a pr6pria cidade de Éfeso, o concílios cristãos foram efetuados ali, antes do tristetemplo de Diana teve uma história muito agitada. fim da cidade. Ver o artigo separado sobre Éfeso.Sofreu vários saques e, pelo menos por duas vezes foi Concitios de.incendiado. O incêndio que ficou mais not6rio foi ~ de IV. t.t.o ••~336 A.C., ateado por um efésio de nome Herostrato o Ap6s muita pesquisa paciente, o arque6logo J.T.9ue el~ teria feito apenas com o prop6sito 'de Woods descobriu as ruínas do grande templo deimortalizar o seu nome. Mas esse templo sempre era Diana. Isso ocorreu em 1870. Mostrou que era quatroreconstruido pelos efésios, ap6s cada novo ataque vezes maior que o Partenon de Atenas. As escavações~do. Todavia, em 262 D.C., os bárbaros godos demonstraram a grandiosidade da estrutura, descritaarrparam-no e assim terminou a sua hist6ria. na terceira seçlo,. acima. O Instituto Austrlaco de

,as

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A casa t radicional do Ap6stolo João e Maria, mãe de Jesus , em 2feso,reconhecida em 1967 pelo Papa Paulo VI.

Cortesia, Fate Magazine

A Basilica do Ap6stolo Joio, supostamente marcando a localidade deseu &e:pultamento.

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EFETUAI A VOSSA SALVAÇÃOI FU. 2:12O que significa essa declaraçlo? Ser, Jlio.pauliDa?1. Não é idéia nãe-paulina, porquanto nlo há nela

qualquer pensamento de merecer a salvação atrav6sde boas obras, ritos, cerímõuías, sacramentos. Issoseria inteiramente oposto à teologia paulina.

2. Não obstante, o original grego indica mais doque apenas «desenvolver.. nossa porção espiritual, porhavermos sido salvos por Deus. Além disso, significamuito mais do que «expressar extemamente- asalvação que possuímos internamente, ou «darevidências» de que somos convertidos.

3. Pelo contrário, Paulo mostra que realmentepomos em funcionamento a nossa salvação, emtermos não legalistas.

a. O processo (do principio ao fim, da conversioà glorificaçio), na realidade ter! de ser efetuadomediante o exercício da vontade humana, que «acolhee encoraja.. a vontade divina, para que esta opere. Àacolhida à vontade divina, denominamos «fé,..Portanto, em sentido importante, o desenvolvimentode nossa salvação é o exercício da fé inicial e continua.

b. Essa fé, entretanto, é encarada como umprincipio vivo e ativo, que transforma um homemsegundo a imagem moral e metaftsica deCristo. Paulodizia: «Deveis ter uma "fé genuína; também deveispermitir e encorajar o Espírito, para que realize a suaobra; deveis ser verdadeiramente santificados: deveisrealmente desenvolver as virtudes morais; deveis sertransformados; deveis viver a vida caracterizada peloamor. Do contrário, não haverá a salvação em vós.Tudo isso se refere ao lado humano, e comocooperamos com o Espirito de Deus.

c. Desenvolvemos nossa salvação porque cadaavanço na espiritualidade é realizado por nós, àmedida que vamos cooperando com o poder divino.Nenhum avanço pode ser atingido sem essa coopera­ção.

d. A essência dessa idéia é a de que «soinôsresponsáveis» por cada passo de nossa salvaçlo,incluindo a conversão (quando nos achegamos aCristo), a santificação (quando permitimos que o seuEspirito nos tome santos) e as boas obras (quandopomos em prática a lei do amor).

e. O versiculo seguinte, naturalmente, expõe olado divino de todo esse processo. Não poderiamosquerer a vontade de Deus, e nem querer pô-la emprática, e realmente pratícâ-la, a menos que o seuSanto Espirito nos inspirasse e nos capacitasse atanto. Assim sendo, o p8n.dulo balouça de volta à puragraça divina. A araça se acha no alicerce de todo onosso ser e em tudo que estamos nos tornando.(Comparar isso com I Cor. 4:7 e 15:10).

4. Notemos como até mesmo as «boas obras.. de umindivíduo; as suas atividades, a sua bondade expressapor meio de atos, e aquelas coisas que ele faz paracumprir a sua missão, tudo foi preordenado e agorarecebe de Deus a energia (ver as notas em Efé. 2:10 noNTI). Por conseguinte, devemos ao Senhor as nossasprôprias boas obras. Deus faz cada homem tomar-seum ser singular, em si mesmo e em sua misslo (verApo. 2:17). Nada existe no homem decaido· nopecado, que possa produzir tais resultados, sem a

:tFESO - EFETUAID.C., a fim de restaurar a disciplina clerical na ÁsiaMenor.

5. Tim6teo 11 Aeluro, patriarça de Alexandria,convocou um concilio realizado em efeso, em 476D.C., a fim de declarar a sé de efeso independente dopatriarcado de Constantinopla. (AM E)

2FEso, CONetuOS DEVer o artigo geral sobre 21.. que procura mostrar

a importância desse antigo centro cristão. Suaimportância, como centro do cristianismo, perduroupor vários séculos. Foi apenas natural que váriosconcílios cristãos tivessem ocorrido ali. Ver o artigogeral sobre os Concllios Ecumênicos.

1. O Terceiro Concilio Ecumênico foi efetuado emÉfeso, Foi convocado pelo imperador Teod6sio 11. Foipresidido por Cirilo, patriarca de Alexandria e contoucom a presença de cerca de duzentos bispos, quasetodos eles orientais. Foi efetuado de junho a setembrode 431 D.C. Seu principal alvo foi a condenação donestorianismo (que vide). Por ocasião desse concílioopunham-se uns aos outros alexandrinos e antio­queanos (ver os artigos sobre eles). Eles se reuniamformando grupos separados. O grupo alexandrino,mais numeroso, dirigido por Cirilo, posteriormentefoi reconhecido oficialmente, quando houve areconciliação. Esse concilio definiu a unidade pessoalde Cristo, afirmando ainda que a Virgem Maria eratheôtokos (mãe de «Deus..), que eram idéias a que osnestorianos se opunham. Quanto a esta última, aênfase recaia sobre -Deus» e não sobre «mãe..,conforme faz hoje em dia a Igreja Cat6lica Romana.A idéia é de que a Maria era a mãe de Jesus Cristo, oqual é Deus, e não que Deus tem mãe.

2. O concilio dos Ladrões (no latim, latrocinium),conforme foi mais tarde estigmatizado, também foiconvocado por Teod6sio, em agosto de 449 D.C.Diôscuro, patriarca de Constantinopla, foi quem opresidiu. Estiveram presentes cerca de cento e trintabispos de dioceses orientais. Eles endossaram oeutiquianismo (que vide) que era o ensino doarquimandrita de Constantinopla, Eutlquio (quevide). Essa decisão foi anulada pelo concUio deCalcedônia em 451 D.C., o qual declarou que essesinodo de Éfeso não deveria ser reconhecido comoverdadeiramente ecumênico. O papa de Roma, LeãoI, apelidou-o de sinodo dos «Ladrões.., por causa dadecisão ali tomada, contrâria à teologia romana.

3. Foi convocado um concílio por Policrates, bispode Efeso, em cerca de 200 D.C., para discutir a dataem que deveria ser observada a páscoa.

4. João Cris6stomo, patriarca de Constantinopla,convocou um concílio que se reuniu em Êfeso em 401

Arqueologia realizou notáveis escavações nesse lugar,desde o ano de 1896; e os labores de vluios outrosestudiosos vieram juntar-se a isso. Ficou demonstradoque Éfeso contava com muitos ediftcios públicos,tipicos das cidades grego-romanas.A porçlo principalda cidade contava com esp18ndidos teatros, banhos,bibliotecas, a agorá (praça do mercado) e ruaspavimentadas de mármore. A descoberta de muitasmoedas e de artefatos conferem uma compreensãoainda maior quanto à cultura e à hist6ria dessacidade. Havia sobre o monte Piom um grande teatro,com capacidade entre vinte e cinco mil a cinqüentamil espectadores.

A arqueologia tem provado que a cidade continuoua prosperar, mesmo quando o seu porto diminuiu deimportância. Sob o imperador Cláudio, foi remode­lado o seu teatro (meados do século I O.C.). Nos diasde Trajano (inicio do século 11 D.C.), houve novasobras nesse teatro. Foi Cláudio quem mandoupavimentar com mármore certas ruas da cidade. Neroconferiu à cidade um estádio. Domiciano alargou eembelezou a avenida central. Outros melhoramentosforam realizados, antes do ataque dos bárbarosgodos, em 262 D.C. (AM RAM UNA Z)