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Centro Social de Azurva — 16 de Novembro de 2007 Educar para Educar para Educar para Educar para Amanhã Amanhã Amanhã Amanhã – nº3 nº3 nº3 nº3 Nesta edição: Editorial 1 Breve História do Racismo 2 Social inclusion: Dream or reality? 3 Textos de opinião 4 e 5 Uma ida ao cinema 6 Deficiência Visual 7 Deficiência Mental 8 Onde pode informar- se sobre apoios ao cidadão com deficiência? 9 Equipamentos e Mate- riais 10 Deficiência física 11 Visita à APPACDM 12 Anuncie aqui! 13 A Inclusão na Banda Desenhada 14 Editorial Termos como preconceito, discriminação, racismo e xenofobia, são frequentemente transmiti- dos pela comunicação social, ou referidos em conversas informais sendo, contudo, aplicados de forma indiferenciada. Numa edição dedicada à temática Inclusão Social, impõe-se, assim, a necessidade de precisar este vocabulário. Preconceito define-se como “… atitude favorável ou desfavorável em relação a membros de algum grupo, baseada sobretudo no facto da pertença a esse grupo e, não necessariamente, em caracte- rísticas particulares de membros individuais.” (Neto, 1998, p. 507). Deste modo, quando antevemos os comportamentos e interesses de alguém porque pertence a um grupo (ex: ecologistas, betinhos, ciga- nos, etc.) estamos a utilizar os nossos preconceitos. Como se pode depreender, esta acção em si, não é negativa, principalmente se tivermos consciência que estamos a ser redutores na nossa avaliação. Do preconceito avançamos para a discriminação, e esta sim é sempre prejudicial. Aqui exis- te uma dimensão comportamental, ou seja, membros de grupos particulares são tratados de modo posi- tivo ou negativo por causa da sua pertença a determinado grupo. Reforçando, discriminamos alguém quando estabelecemos uma relação diferente com essa pessoa, só porque ela detém certas característi- cas. Os alvos deste comportamento são múltiplos, discriminamos por sexo (sexismo), idade, por ser portador de alguma deficiência, por raça (racismo), orientação sexual, aparência, doença, etc. O racismo surge, então, como uma discriminação por um indivíduo que pertence a uma raça diferente da nossa. A dificuldade de definição surge no conceito de raça. Este é bastante impreciso já que tenta agrupar indivíduos com determinadas características morfológicas (físicas), mas o problema é atribuir o grau de importância a essas características. Dizemos que duas pessoas são de raças diferentes, pois têm um tom de pele diferente, mas o mesmo não se passa para a cor do cabelo e dos olhos. Na verdade, as classificações de raças vão desde 3 raças até às 300. Por este motivo, o termo racismo pas- sou a designar, a discriminação tanto de raças como culturas (etnias, religiões, etc.). Por fim, xenofobia significa fobia (medo exagerado) por tudo o que seja diferente. Desta for- ma, pode-se empregar este termo, para representar uma aversão a diferentes raças, a homossexuais, a deficientes, a outras religiões, etc. Esperamos, com a presente edição, fornecer mais informação sobre esta temática e, se é que é possível, contribuir para a diminuição de atitudes discriminatórias perante alguns grupos de seres- humanos. Foto do Painel realizado na formação de ATL que se encontra em exposição no Cento Social de Azurva Trabalho realizado pelos formandos no módulo de Acompanhamento de Crianças

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Centro Social de Azurva — 16 de Novembro de 2007

Educar para Educar para Educar para Educar para Amanhã Amanhã Amanhã Amanhã –––– nº3 nº3 nº3 nº3

Nesta edição:

Editorial 1

Breve História do Racismo

2

Social inclusion: Dream or reality?

3

Textos de opinião 4 e 5

Uma ida ao cinema 6

Deficiência Visual 7

Deficiência Mental 8

Onde pode informar-se sobre apoios ao

cidadão com deficiência?

9

Equipamentos e Mate-

riais 10

Deficiência física 11

Visita à APPACDM 12

Anuncie aqui! 13

A Inclusão na Banda

Desenhada

14

Editorial Termos como preconceito, discriminação, racismo e xenofobia, são frequentemente transmiti-

dos pela comunicação social, ou referidos em conversas informais sendo, contudo, aplicados de forma indiferenciada. Numa edição dedicada à temática Inclusão Social, impõe-se, assim, a necessidade de

precisar este vocabulário. Preconceito define-se como “… atitude favorável ou desfavorável em relação a membros de algum grupo, baseada sobretudo no facto da pertença a esse grupo e, não necessariamente, em caracte-rísticas particulares de membros individuais.” (Neto, 1998, p. 507). Deste modo, quando antevemos os comportamentos e interesses de alguém porque pertence a um grupo (ex: ecologistas, betinhos, ciga-nos, etc.) estamos a utilizar os nossos preconceitos. Como se pode depreender, esta acção em si, não é

negativa, principalmente se tivermos consciência que estamos a ser redutores na nossa avaliação. Do preconceito avançamos para a discriminação, e esta sim é sempre prejudicial. Aqui exis-te uma dimensão comportamental, ou seja, membros de grupos particulares são tratados de modo posi-tivo ou negativo por causa da sua pertença a determinado grupo. Reforçando, discriminamos alguém quando estabelecemos uma relação diferente com essa pessoa, só porque ela detém certas característi-cas. Os alvos deste comportamento são múltiplos, discriminamos por sexo (sexismo), idade, por ser

portador de alguma deficiência, por raça (racismo), orientação sexual, aparência, doença, etc. O racismo surge, então, como uma discriminação por um indivíduo que pertence a uma raça

diferente da nossa. A dificuldade de definição surge no conceito de raça. Este é bastante impreciso já que tenta agrupar indivíduos com determinadas características morfológicas (físicas), mas o problema é atribuir o grau de importância a essas características. Dizemos que duas pessoas são de raças diferentes, pois têm um tom de pele diferente, mas o mesmo não se passa para a cor do cabelo e dos olhos. Na verdade, as classificações de raças vão desde 3 raças até às 300. Por este motivo, o termo racismo pas-

sou a designar, a discriminação tanto de raças como culturas (etnias, religiões, etc.). Por fim, xenofobia significa fobia (medo exagerado) por tudo o que seja diferente. Desta for-

ma, pode-se empregar este termo, para representar uma aversão a diferentes raças, a homossexuais, a

deficientes, a outras religiões, etc. Esperamos, com a presente edição, fornecer mais informação sobre esta temática e, se é que

é possível, contribuir para a diminuição de atitudes discriminatórias perante alguns grupos de seres-

humanos.

Foto do Painel realizado na formação de ATL que se encontra em exposição no Cento Social de Azurva

Trabalho realizado pelos formandos no módulo de Acompanhamento de Crianças

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Página 2 Educar para Amanhã – nº3

Breve História do Racismo

O racismo surge na Cultura Ocidental, ligado a certas con-

cepções sobre a Natureza Humana, que fundamentaram a sua

discriminação, tendo em vista a exploração de outros povos.

As primeiras concepções racistas modernas surgem em

Espanha, em meados do século XV, em torno da questão dos

judeus e dos muçulmanos. Até então, os teólogos católicos limi-

tavam-se a exigir a conversão ao cristianismo dos crentes destas

religiões para que pudessem ser tolerados. Contudo, rapidamen-

te colocam a questão da "limpeza de sangre" (limpeza de sangue).

Não basta convertê-los, "limpando-lhes a alma", era necessário

limpar-lhes também o sangue. Só que acabam por chegar à con-

clusão que este, uma vez infectado por uma destas religiões,

permaneceria impuro para sempre. A religião determinava a raça

e a raça determinava a religião.

No século XVI esta concepção é estendida ao Índios e

Negros. No entanto, a violência em que assentava a escravatura,

será um dos principais argumentos utilizados entre os séculos

XVI e XVIII para condenar esta concepção.

A declaração dos Direitos do Homem, elaborada no século

XVIII, consagra a ideia da igualdade de todos os seres humanos,

independentemente da sua raça, religião, nacionalidade, idade ou

sexo. Diversos países, desde então, integraram estes princípios

nas suas constituições, mas a verdade é que não tardaram em

adoptar medidas restritivas à sua aplicação. A França, que simbo-

lizou esta mesma Declaração, não tardou logo em 1804, em

decretar a re-introdução da escravatura nas colónias e, ao longo

de todo o século XIX, em proteger o tráfico clandestino dos

negreiros. Embora teoricamente todos os Homens fossem consi-

derados iguais, desta igualdade foram excluídos os negros, os

índios e todos as "raças" consideradas "selvagens", "incivilizadas",

"primitivas", etc.

A razão que apresentavam era a seguinte: estes possuíam

hábitos de vida e uma cultura que lhes impossibilitava assumir

plenamente a condição de Homens (Cidadãos). Daí, que nas

respectivas colónias, a população fosse hierarquizada em função

da sua aproximação ao ideal de Homem (Cidadão).

Curiosamente, nos finais do século XIX, as teorias racistas

conhecem um enorme desenvolvimento graças à teoria da evolu-

çaõ. Os princípios da evolução foram deturpados procurando

fundamentar a superioridade de uns povos sobre os demais.

Surgiram conceitos como superioridade genética, segundo o qual

havia raças que seriam o culminar da evolução, e outras que

eram inferiores pois não conseguiram atingir esse ideal. Na ver-

dade, a teoria da evolução, reforçada pelas descobertas da gené-

tica, argumenta que a variabilidade genética é vantajosa para uma

espécie. Concretamente, nunca se pode afirmar que uma raça é

superior à outra, mas sim que a existência de várias raças, é útil

para o ser-humano como espécie.

Porém o racismo teimou em manter-se, o melhor exemplo

desta situação é dado pelo EUA: apenas nos anos 60 do século

XX acabaram, em todos os seus Estados, as excepções legais à

igualdade de direitos de entre negros e brancos, o que não

impediu que as desigualdades de tratamento tivessem con-

tinuado.

Actualmente o racismo aberto (aquele que é manifesta-

do publicamente) está em declínio, contudo surgem novas

formas de racismo:

Racismo regressivo – ambos os grupos coexistem paci-

ficamente, mas em situação de stress retoma a discrimina-

ção do grupo minoritário. Por outras palavras, quando

surge uma crise o grupo minoritário torna-se um bode

expiatório (Ex: actualmente dado o descontentamento

generalizado por parte dos pequenos comerciantes, culpa-

se a comunidade chinesa).

Racismo aversivo – alguém esconde o seu racismo tanto

perante os outros como a si próprio, exibindo-os somente

em situações que aparentemente nada tenham a ver com

racismo (ex.: numa entrevista de emprego não é seleccio-

nado um candidato por ser de raça africana, mas a discri-

minação não é admitida).

Na verdade, o racismo não tem fronteiras e existe até

dentro da mesma raça (e, aqui, é bom distinguir "raça" de

etnia ou nacionalidade). Denomine-se nacionalismo, bairris-

mo, regionalismo ou tribalismo, o efeito é o mesmo: a

intolerância frente ao Outro que não é igual a mim: no

corpo, na língua, na religião, nos costumes ou nas crenças.

E, noutro plano das sociedades desenvolvidas: no simples

direito à cidadania ou no estatuto social.

Trabalho realizado no módulo de Acompanhamento de Crianças por Rute, Raquel, Pedro, Ricardo e Madalena

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Social inclusion: Dream or reality?

Centro Social de Azurva — 16 de Novembro de 2007

Trabalho realizado na formação do módulo LCE (Língua Inglesa) por os formandos Ricardo ,Pedro, Madalena, Raquel e Rute.

Walking in sidewalks; the barriers are huge; Cars parked on sidewalks make people going in the street and risking their lives.

To withdraw Money is impossible: the ATM is too high and the steps make it very hard.

Our society isn’t ready to offer disabled people a normal life. They are more than 630 thousand (data from the National Statistic Institute, census 2001). Some disabled people fight for a better life, but some conform themselves with the limited life they have. In their daily routine they find several obstacles that make their mobility and their access to determined places difficult. According to the interview referred previously, 71% of people consider that the major difficulty is to travel in public transports. The electric, the train, the bus offer obstacles and because of that more than half of the people inquired claim never to have used none of those means of transport. It’s not only in the streets they find barriers:30% of answers show that there are people with no special equipments at home, like access ramps or elevators altough these are needed. The main reason for this is their high cost. The difficulties felt aren’t only these. When disabled people go through the street they feel difficulties, because they find cars parked on sidewalks. To withdraw money is also impossible: the ATM is too high and most of the times it has steps that make the task even worst. The access to a public building is not for everyone, because most of the times it has many steps impossible to overcome. Little job opportunities When a company hires disabled people it sometimes forgets the necessary changes that have to be done, thinking only in the about the money they receive from the government. Their main needs are: conditions to enter the building, working less hours or days a week, bathrooms or their workplace changed, etc. What really happens is that most people end up adapting to the already existent conditions. Concerning to job satisfaction, it simply doesn’t exists, because most people don’t work in the area of formation and 78% of the people inquired consider that they hardly can change for a better job. So, in conclusion, when we speak of social inclusion, it seems that we are only talking about a dream real for a minority.

A public building, but not for everyone. The steps don’t allow way in for limited people.

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Página 4 Educar para Amanhã – nº3

Ser diferente

Os textos de opinião que se apresentam foram construídos inter-relacionando slogans/frases, surgidos a

partir de um “brainstorming”.

Assim sendo, os/as slogans/frases que surgiram foram os/as seguintes:

Não ver as pessoas de maneira diferente. MadalenaNão ver as pessoas de maneira diferente. MadalenaNão ver as pessoas de maneira diferente. Madalena

--- Rostos da diferença. Raquel Rostos da diferença. Raquel Rostos da diferença. Raquel

- Ajuda quem precisa. Ricardo

- Somos todos iguais. Madalena

- Todos diferentes, todos iguais. Paula

-- UmaUma mãomão contracontra aa exclusão.exclusão. ElisabeteElisabete

-- Não se deixem levar pela diferença. Ricardo Não se deixem levar pela diferença. Ricardo

Textos de opinião Textos de opinião Textos de opinião --- Textos de opinião Textos de opinião Textos de opinião --- Textos de opinião Textos de opinião Textos de opinião ---

Não ver as pessoas de maneira diferente

Para mim, não se deve ser indiferente para as pessoas, sejam elas de raças diferentes ou até deficientes ou mesmo

com outros problemas.

Nós somos todos iguais, não devemos excluir, pois essas pessoas são iguais a nós.

Ao lutar contra a diferença estamos a saber vencer as barreiras, ao não se deixarem levar pela diferença estão a ser

pessoas humildes e humanas, porque assim todos nós estamos a lutar contra a exclusão.

Ana Raquel pereira

Todos diferentes, todos iguais

Lutar contra a diferença, hoje em dia, ainda está a ser um grande problema, porque a sociedade ainda vê certas pessoas

de maneira diferente. Desde o ser deficientes ou de outra raça, as pessoas são vistas ainda com rostos de diferença e

devemos ajudar quem precisa.

Somos todos iguais, mas na vida há muitas rivalidades: o criticar as pessoas que são gordas, altas, baixas, antipáticas, etc.

Os toxicodependentes, as pessoas de baixo nível social e económico, as pessoas de cor e vindas de outros países e

etnia cigana são sempre pessoas mais excluídas, por isso há muita exclusão social.

Gostaria de fazer um apelo. Não se deixem levar pela diferença, se todos formos mudando as nossas maneiras de ser

este mundo será muito melhor.

Ajudem os deficientes, pois somos todos iguais. Madalena

Fig. 2 Fig. 1

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Centro Social de Azurva — 16 de Novembro de 2007

Lutar Contra a DiferençaLutar Contra a DiferençaLutar Contra a DiferençaLutar Contra a Diferença

Se na rua vais e encontras pessoas diferentes, não as olhes de

outra maneira, pois são pessoas como tu, apesar de serem diferen-

tes.

Se estás na rua e vês uma pessoa que precisa de ajuda, faz o que

puderes para a ajudares, pois nunca se sabe se algum dia também

não vais precisar de ajuda. Afinal, somos todos iguais, mesmo

tendo uma ou mais diferenças.

Vamos tentar incluir as pessoas diferentes no nosso meio social.

Paula Gouveia

Rostos da Diferença

Rostos da diferença é não olhar para um deficiente como se não fosse humano como nós.

Uma mão contra a exclusão é ajudar quem precisa e não meter a pessoa à parte.

Não devemos ver as pessoas de maneira diferente porque somos todos iguais, mesmo sendo deficientes ou com

outro tipo de problema são humanos como nós e têm sentimentos como nós.

Lutar contra a diferença é vencer as pessoas que discriminam

Ricardo Nunes .

“Uma mão contra a exclusão” Queremos ser os rostos da diferença!

Não vamos ver as pessoas de maneira diferente, porque somos todos iguais. Pretos, Brancos, Amarelos, onde está a

diferença?

Vamos mostrar a nossa solidariedade e ajudar quem precisa, não nos deixemos levar pela diferença. Somos todos

diferentes, mas no fundo todos iguais!

Para um mundo melhor, vamos todos lutar contra a diferença. Elisabete

Restos de Diferença

Lutar contra a diferença é vencer muitas barreiras, porque somos todos iguais.

Não vejas as pessoas de maneira diferente e ajuda quem precisa, porque os deficientes são pessoas como

nós.

Não se deixem levar pela diferença, porque podem dar uma mão para lutar contra a exclusão e deixarem de

pôr os deficientes de parte.

Todos diferentes, todos iguais, porque somos todos seres humanos.

Rostos de diferença é uma pessoa ver um deficiente e pensar que não é humano.

Pedro

Todos diferentes, todos iguaisTodos diferentes, todos iguaisTodos diferentes, todos iguais

Apesar de sermos todos diferentes, somos todos iguais.

Devíamos ajudar quem precisa, quer sejam deficientes, pobres ou de etnia cigana. Por vezes, uma pequena ajuda faz toda a dife-

rença.

Não ver as pessoas de maneira diferente, quer sejam deficientes, toxicodependentes ou de etnia cigana.

Uma mão contra a exclusão, deve-se dar ajuda às pessoas que têm dificuldade de conseguirem integrar-se na sociedade.

Não se deixem levar pela diferença, o ser humano não devia deixar-se levar pela diferença em relação aos deficientes.

Rute

Textos de opinião Textos de opinião Textos de opinião --- Textos de opinião Textos de opinião Textos de opinião --- Textos de opinião Textos de opinião Textos de opinião ---

Trabalho realizado no módulo de Linguagem e Comunicação Figura 1 e 2: Formandos em sala após a realização do painel sobre a Inclusão Social Figura 3: Foto de trabalhos realizados na APPACDM (ver página 12) durante uma visita realizado no módulo de Assistência à Criança

em Domicilio

Fig.3

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Página 6 Educar para Amanhã – nº3

Comentários dos formandos do EFA sobre o filme.

“Gostei muito do filme, foi interessante. Acho que o

filme está muito bem realizado e alerta-nos para os

dias de hoje, uma altura em que ainda existe o racis-

mo.”

Ana Raquel

“Eu adorei o filme!!

É um filme sobre uma pessoa que tentou lutar pela

liberdade e o que aconteceu foi muito interessante.”

Ricardo Nunes

“Achei que Nelson Mandela foi um grande homem.

Achei o filme muito interessante.”

Pedro Miguel

“Gostei muito de ver o filme.

Retrata a vida de Nelson Mandela e da luta que tra-

vou por causa do racismo e da liberdade do seu

povo.”

Rute Caldeira Costa

“Eu gostei muito do filme de Nelson Mandela.

Acho que é um homem com um H grande que lutou

por uma causa que ainda hoje existe: o racismo; mas

pelo menos conseguiu fazê– lo pelo seu povo.

Acho que todas as pessoas deviam ir ver este filme.”

Paula Gouveia

No dia 9 de Outubro fomos ver o filme “Mandela – meu Prisioneiro, meu Ami-

go “ que retrata a vida de Nelson Mandela, no âmbito do tema de vida, numa

sessão da formação profissionalizante Assistência de Crianças ao Domicílio.

Nelson Mandela, líder político sul-africano, nasceu em 1918 na África do Sul.

Formou-se em direito e envolveu-se na oposição ao regime “Apartheid”, tor-

nando-se líder do Congresso Nacional Africano (CNA), fazendo campanhas por

uma sociedade democrática mais livre e multirracial.

Mandela foi detido em Agosto de 1962, sentenciado a 5 anos de prisão por

viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves.

Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem e conspiração para

ajudar os outros países a invadir a Africa do Sul.

Enquanto Mandela estava na prisão enviou uma declaração para o CNA em que

dizia para se unirem e lutarem.

Recusando trocar uma liberdade condicional pela recusa em incentivar a luta

armada, Mandela em 1990 foi libertado e participou nas negociações para acabar

com o “Apartheid”, na 1ª eleição multirracial, após 35 anos da descriminação

branca.

Em 1993 Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o prémio Nobel da paz.

``Minha luta é por uma

Sociedade democrática

Livre onde todas as pessoas

De todas as raças vivam

Juntas em harmonia e com

Oportunidades iguais ´´.

Uma ida ao cinema Mandela: Meu Prisioneiro, Meu Amigo

Título original: Goodbye Bafana

De: Bille August

Com: Joseph Fiennes, Dennis

Haysbert, Diane Kruger

Género: Drama

Classificação: M/16

África do Sul/ALE/BEL/FRA, 2007, Cores, 140 min.

Argumento África do Sul, 1968. Vinte e cinco milhões de negros vivem sobre o domínio de uma minoria de

quatro milhões de brancos. Os negros não têm direito de voto, liberdade de movimento, não

podem possuir terras ou habitação e não têm acesso à educação.

James Gregory é branco e considera que os negros são uma raça inferior. Tendo crescido numa

quinta em Transkei, aprendeu a falar Xhosa em criança. Isso torna-o o homem perfeito para ser o

guarda prisional responsável por vigiar Nelson Mandela e os seus camaradas em Robben Island, pois não só fala a sua língua como pode ouvi-los e tornar-se um espião. Mas este plano volta-se

contra quem o arquitectou. Ao privar com Mandela, Gregory começa a questionar o "apartheid" e

torna-se progressivamente defensor de uma África do Sul livre e democrática.

Ficha do filme cinecartaz.publico.pt

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Página 7 Centro Social de Azurva — 16 de Novembro de 2007

A deficiência visual inclui dois grupos: cegueira e visão sub-

normal.

Cegueira: É considerado cego aquele que apresenta desde ausência

total de visão até a perda da percepção luminosa. A sua

aprendizagem dá-se através da integração dos sentidos

remanescentes preservados. Terá como principal meio de lei-

tura e escrita o sistema Braille. Deverá, no entanto, ser

incentivado a usar o seu resíduo visual nas actividades de

vida diária sempre que possível.

Visão Subnormal ou Baixa Visão

É considerado portador de baixa visão aquele que apresenta

desde a capacidade de perceber luminosidade até o grau em que a deficiência visual interfira ou limite o seu desempenho.

A sua aprendizagem dá-se através dos meios visuais, mesmo

que sejam necessários recursos especiais.

Tanto a cegueira total quanto a visão subnormal pode afectar

a pessoa em qualquer idade. Bebés podem nascer sem visão

e outras pessoas podem tornar-se deficientes visuais em

qualquer fase da vida. A perda de visão pode ocorrer repenti-

namente de um acidente ou doença súbita, ou tão gradual-

mente que a pessoa atingida demore a tomar consciência do

que está acontecendo. Ela também ocorre independentemen-te do sexo, religião, crenças, grupo étnico, raça, antepassa-

dos, educação, cultura, saúde, posição social, condições de

residência ou qualquer outra condição específica.

A deficiência visual interfere nas nossas habilidades e capaci-

dades e afecta, não somente a vida da pessoa que perdeu a

visão, mas também dos membros da família, amigos, cole-

gas, professores, empregadores e outros. Entretanto, com

tratamento precoce, atendimento educacional adequado, pro-

gramas e serviços especializados, a perda da visão não signi-

ficará o fim da vida independente e não ameaçará a vida ple-

na e produtiva.

DEFICIÊNCIA VISUALDEFICIÊNCIA VISUALDEFICIÊNCIA VISUAL Mitos que prevalecem em relação às pessoas cegas

Mitos � Realidades �

• Perder a visão de um olho é o mesmo que perder 50% da visão.

• Embora haja per-da de visão do lado afectado e perda de percepção da profun-didade, a visão não fica reduzida a meta-de.

• Os óculos ajudam sempre a corrigir a visão.

• Há problemas de visão que podem ser corrigidos por lentes, outros não podem, e alguns, apesar de cor-rigidos, mantêm a visão limitada.

• As crianças com visão limitada têm uma percepção mais apura-da dos obstáculos.

• A audição e o uso de auxiliares ópticos são tidos como neces-sários para explicar a percepção dos obstá-culos.

• As crianças com limitações visuais são dotadas de poderes extra sensoriais, ou são compensadas com talentos especiais para a música, possuem audição, tacto e pala-dar super- sensíveis.

• As crianças com limitações visuais não têm poderes extra-sensoriais e em lugar de disporem de com-pensação natural, são mais sujeitas a ter limitações adicionais. Algumas apresentam talentos especiais ou sentidos mais aguça-dos, que resultam do aumento da atenção em relação aos outros sentidos, da prática diligente ou das opor-tunidades de apren-der.

• A visão residual é danificada pelo uso. Ler na cama com luz fraca ou ver televisão, são coisas que arruí-nam os olhos.

• A visão residual é perdida ou atrofiada pelo desuso. Aprende-mos a ver e quanto mais "olhamos " mais "vemos".

O olho é um órgão dos animais que permite detectar a luz e transformar essa percepção em impulsos eléctricos. Os olhos mais simples não fazem mais do que detectar se as zonas ao seu redor estão iluminadas ou escuras. Os mais complexos servem para proporcionar o sentido da visão. O cristalino, uma lente natural, focaliza a imagem.

Trabalho realizado no módulo de Cidadania e Empregabilidade pelos formandos Pedro e Ricardo

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Página 8 Educar para Amanhã – nº3

O atraso mental é um termo que se usa quando uma

pessoa apresenta certas limitações no seu funcionamento mental e

no desempenho de tarefas como as de comunicação, cuidado pes-

soal e de relacionamento social.

Estas limitações provocam uma maior lentidão na aprendizagem e

no desenvolvimento dessas pessoas.

As crianças com atraso mental podem precisar de mais tempo para

aprender a falar, a caminhar e a aprender as competências necessá-

rias para cuidar de si, tal como vestir-se ou comer com autonomia.

É natural portanto que enfrentem dificuldades na escola. No entanto

aprenderão, mas necessitarão de mais tempo. É possível que não-

consigam aprender algumas coisas.

Quais são as causas do Atraso Mental?

Os investigadores encontraram muitas causas da deficiência mental. As mais comuns são:

• Condições genéticas. Por vezes, o atraso mental é causado por genes anormais herdados dos pais, por erros ou

acidentes produzidos na altura em que os genes se combinam uns com os outros, ou ainda por outras razões de

natureza genética. Alguns exemplos de condições genéticas propiciadoras do desenvolvimento de uma deficiência

mental incluem o síndroma de Down ou a fenilcetonúria;

• Problemas durante a gravidez. O atraso mental pode resultar de um desenvolvimento inapropriado do embrião

ou do feto durante a gravidez. Por exemplo, pode acontecer que, a quando da divisão das células, surjam problemas

que afectem o desenvolvimento da criança. Uma mulher alcoólica ou que contraia uma infecção durante a gravidez,

como a rubéola, por exemplo, pode também ter uma criança com problemas de desenvolvimento mental.

• Problemas ao nascer. Se o bebé tem problemas durante o parto, como, por exemplo, se não recebe oxigénio

suficiente, pode também acontecer que venha a ter problemas de desenvolvimento mental.

Problemas de saúde. Algumas doenças, como o sarampo ou a meningite podem estar na origem de uma deficiência

mental, sobretudo se não forem tomados todos os cuidados de saúde necessários. A mal nutrição extrema ou a

exposição a venenos como o mercúrio ou o chumbo podem também originar problemas graves para o desenvolvi-

mento mental das crianças. Nenhuma destas causas produz, por si só, uma deficiência mental. No entanto, consti-

tuem riscos, uns mais sérios outros menos, que convém evitar tanto quanto possível. Por exemplo, uma doença

como a meningite não provoca forçosamente um atraso mental; o consumo excessivo de álcool durante a gravidez

também não; todavia , constituem riscos demasiado graves para que não se procure todos os cuidados de saúde

necessários para combater a doença, ou para que não se evite o consumo de álcool durante a gravidez.

A deficiência mental não é uma doença. Não pode ser contraída a partir do contágio com outras pessoas, nem o

convívio com um deficiente mental provoca qualquer prejuízo em pessoas que o não sejam. O atraso mental não é

uma doença mental, como a depressão, por exemplo. Não sendo uma doença, também não faz sentido procurar ou

esperar uma cura para a deficiência mental. A grande maioria das crianças com deficiência mental conseguem apren-

der a fazer muitas coisas úteis para a comunidade, e todas elas aprendem algo para sua utilidade e bem-estar da

comunidade em que vivem. Para isso precisam, em regra, de mais tempo e de se esforçarem muito mais do que

qualquer outra criança. Jorge Nunes Barbosa

Continuação deste artigo na página seguinte

Deficiência Mental

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Centro Soci al d e Az urva — 16 d e Novem bro de 2 007

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INSTITUIÇÕES DE APOIO: A Associação Portuguesa de Pais e Amigos

do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos, de âmbito nacio-

nal, que tem como missão a normalização, a integração social e o bem estar.

A APPACDM de Aveiro nasceu em 1986, tendo funcionado provisoriamente numa moradia cedida pela Câmara Municipal de Aveiro. Em 1991 passou a ocupar instala-ções definitivas em Azurva.

Montes de Azurva 3800-732 Aveiro Telefone: 234920110 Fax: 234933807 Email:[email protected]

APPACDM de Aveiro

Sede e Centro de Recursos: Av. Artur Ravara, nº 34 3810 – 096 Aveiro Tel.: 234 423 251 – Fax: 234 382 202 E-mail: [email protected] |

Gafanha Colónia Agrícola 3830 – 025 Gafanha da Nazaré Tel.: 234 390 980 Fax: 234 390

989

Centro de Reabilitação Pro-fissional Serviço Domiciliário de Apoio às Famílias: Colónia Agrícola 3830 – 025 Gafanha da Nazaré Tel.: 234 390 980 Fax: 234 390 989 E-mail: [email protected] |

PESQUISA REALIZADA POR RUTE E MADALENA NO MÓDULO DE CIDADANIA E EMPREGABILIDADE

Neste site podemos obter informação sobre: Legislação Nacional - Transporte Próprio - Transportes Públicos - Habitação - Emprego - Segurança Social - Abono Complementar a Crianças e Jovens Deficientes - Subsídio de Educação Especial - Subsídio Mensal Vitalício - Complemento por Dependência - Pensão de Invalidez do Regime Contributi-vo - Pensão Social de Invalidez não Contributivo - Acolhimento Familiar a Pessoas Idosas e a Pessoas com Deficiência a Partir da Idade adulta - Acolhimento Familiar a Crianças e Jovens - Saúde - Ajudas Técnicas - Finanças - Imposto sobre Rendimento das pessoas Singulares (IRS) - Isenção de Direitos na Importação de Objectos Destinados a Pessoas com Deficiên-cia - Isenção de Juros nas Contas a Prazo - Ensino - Trabalho - Diversos

www.pcd.pt

Secretariado Nacional para a reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência Neste site podemos esclarecermo-nos sobre algumas dúvidas. As mais frequentes são sobre: - Ajudas técnicas - Arrendamento - Cultura, desporto e lazer - Educação - Emprego e formação profissio-nal - Estacionamento - Fiscalidade - Habitação própria - Habitação social - Não discriminação - Protecção na maternidade e paternidade - Protecção social - Regimes de interdição e inabili-tação e da tutela - Saúde - Sistema de quotas de emprego

www.sneripd.pt

Poderá ainda obter o esclarecimento de algumas dúvidas sobre estas ou outras matérias ligando para a Linha Directa do SNRIPD.

Horário (dias úteis) 10.00 h. às 12.30 h. - 14.00 h. às 17.00 h.

Trabalho realizado por Paula e Elisabete na formação de Cidadania e

Onde pode informarOnde pode informarOnde pode informarOnde pode informar----se sobre apoios ao cidadão com deficiência?se sobre apoios ao cidadão com deficiência?se sobre apoios ao cidadão com deficiência?se sobre apoios ao cidadão com deficiência?

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Página 10 Educar para Amanhã – nº3

Equipamentos e Materiais Livro Falado É o livro gravado em fitas cassete, muito utilizado. Constitui eficiente recurso como livro didáctico no segundo grau e no ensino superior. A utilização do livro falado, no primeiro grau, deve limitar-se tanto quanto possível, à literatura ou aos didácticos, de leitura complementar. Circuito Fechado de Televisão (CCTV) Aparelho acoplado a um televisor que amplia, electronicamente, material impres- so. Também pode mudar a polaridade (o preto, em fundo branco, pode ser visto como impressão branca em fundo preto) e alterar o contraste e o brilho. Um aluno pode usar este dispositivo para ler livros e mapas comuns, ampliado até 60 vezes, como também pode fazer tarefas escritas que utilizem caneta, lápis ou máquina de escrever. Termo-copiadora Duplicador de materiais, empregando calor e vácuo, para produzir relevo em película de PVC. Recursos Ópticos Recursos ópticos são dispositivos prescritos por um oftalmologista. São compostos de uma ou mais lentes para aumentar ou ajustar a imagem visual. Orientação e Mobilidade A educação e reabilitação de deficientes da visão como processos para atender as necessidades das pessoas portadoras de cegueira e de deficiências graves da visão, envolvem a aplicação de técnicas especializadas, além das utilizadas nos processos gerais de educação. A Orientação e Mobilidade para pessoa com incapacidade visual proporciona a habilidade de conhecer seu ambiente e mover-se livremente pelo uso de técnicas específicas adquiridas.

• Mobilidade: é capacidade ou estado nato do ser orgânico de se mover, reagindo a estímulos internos ou externos, que podem abranger qualquer área do organismo quer em equilíbrio estático ou dinâmico.

• Orientação: é a habilidade do indivíduo para reconhecer o ambiente que o cerca e o relacionamento espa-cial e temporal do ambiente em relação a ele próprio.

• Locomoção: é o movimento de um organismo de um lugar a outro através de seu próprio mecanismo orgânico. Computadores Hoje, computadores estão sendo largamente usados, tanto nas escolas como no trabalho.

• Sintetizadores de voz Permitem ao aluno, deficiente visual, ouvir o que aparece na tela do computador, através de uma caixa de som ou phones de ouvido.

• Impressão aumentada, gerada por hardware Um processador de tela com um monitor de computador grande permite ao aluno de baixa visão controlar tamanho, contraste e brilho do programa, apresentado na tela. O aluno pode dispor a página, automaticamente, em determinada velocidade ou apagar partes da tela que pos-sam distraí-lo dos controles. Impressoras Braille. São impressoras especiais de computadores, que produzem material em Braille. É possí-vel imprimir, em Braille, qualquer arquivo, mesmo em disquete. Existem hoje, no mercado mundial, diferentes tipos de impressoras Braille, seja para uso individual (pequeno porte) ou para produção em larga escala (médio e grande porte). A velocidade de produção é muito variada. Algumas impressoras Braille podem utili-zar folha, mas a maioria funciona com formulário contínuo.

• Scanner de Mesa A transferência de textos impressos para microcomputadores (via scanner) vem alcan-çando ampla utilização, entre estudantes e profissionais cegos. Impressão ampliada Um recurso utilizado é o de impressão dos livros com tamanho de letra aumentado e modificação do tipo de letra (com ou sem serifa, negritada ou não, larga ou estreita), conforme a necessidade visual do aluno.

‹—Equipamentos para cegos Par de baralhos acondicionado em caixa de

madeira, com 108 cartas de tamanho normal, tipos ampliados, ideal para pessoas portadoras de baixa visão em várias actividades educacio-

nais e recreativas.

Com 28 peças de MDF nas cores básicas este dominó é um excelente material para o desen-volvimento da coordenação motora fina e para o reconhecimento de formas variadas através do tacto.

Bola de Couro com Guizo para Futebol de Salão - oficial, facilita a socialização através da recrea-ção, desenvolvendo a atenção auditiva, a noção espaço-temporal e a coordenação motora. Ideal para educação física.

Organismos de Apoio

Trabalho realizado por Ricardo e Pedro em CE

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FACTORES DE RISCO

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Trabalho realizado por:Ana Raquel Pereira em CE

DEFICIÊNCIA FÍSICA É o nome dado à caracterização dos problemas que ocorrem

no cérebro ou sistema locomotor e levam a um mal funciona-

mento ou paralisia dos membros inferiores e/ou superiores.

A Deficiência física pode ter várias etiologias, entre as princi-

pais estão os: factores genéticos, factores virais ou bacteriano,

factores neonatal, factores traumáticos (especialmente os

medulares).

TIPOS

• Lesão cerebral (paralisia cerebral, hemiplegias)

• Lesão medular (tetraplegias, paraplegias)

• Miopatias (distrofias musculares)

• Patologias degenerativas do sistema nervoso central

(esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica)

• Lesões nervosas periféricas

• Amputações

• Sequelas de politraumatismos

• Malformações congénitas

• Distúrbios posturais da coluna

• Sequelas de patologias da coluna

• Distúrbios dolorosos da coluna vertebral e das articula-

ções dos membros

• Artropatias

• Reumatismos inflamatórios da coluna e das articulações

• Lesões por esforços repetitivos (L.E.R.)

• Sequelas de queimaduras

CAUSAS

Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição; materna; rubéola; toxoplasmose; trauma de par-

to; subnutrição; outras.

Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cere-

bral; tumor cerebral e outras.

Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento

por arma branca; acidentes de trânsito; mergulho em águas

rasas. Traumatismos diretos; quedas; processos infecciosos;

processos degenerativos e outros.

Amputações: causas vasculares; traumas; malformações

congênitas; causas metabólicas e outras.

Mal formações congênitas: por exposição à radiação;

uso de drogas; causas desconhecidas.

Artropatias: por processos inflamatórios; processos dege-nerativos; alterações biomecânicas; hemofilia; distúrbios

metabólicos e outros.

⇒ Violência urbana ⇒ Uso de drogas

⇒ Acidentes desporti-vos

⇒ Sedentarismo

⇒ Acidentes do tra-balho

⇒ Epidemias/endemias

⇒ Tabagismo ⇒ Agentes tóxicos

⇒ Maus hábitos ali-mentares

⇒ Falta de saneamento básico

Alguns equipamentos de Apoio:

1,2,3,4-BARRAS DE APOIO 5-Rampas para carros

6-Rampa para cadeira de rodas 7-Mesa para cadeira de rodas 8-Mesa com pés 9-Borda para prato 10-disco de rotação

DADOS ESTATÍSTICOS A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que, em tempos de paz, 10% da população de países desenvolvi-dos são constituídos de pessoas com algum tipo de deficiência. Para os países em vias de desenvolvimento esti-ma-se de 12 a 15%. Destes, 20% seriam portadores de deficiência física. Considerando-se o total dos portadores de qualquer deficiência, apenas 2% deles recebem atendimento especializado, público ou privado. (Ministério da Saúde - Coordenação de Atenção a Grupos Especiais, 1995).

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Um testemunho São quase 27 anos a ser diferente. Diferente no aspecto físico, diferente na mobilidade, diferente na expressão oral, diferen-te nos movimentos, diferente até na forma de viver, diferente em quase tudo. Milhões de pessoas confundem o verdadeiro significado da palavra “diferente” e não hesitam em ligarem à palavra “deficiente” mas, geralmente, não o fazem correctamente, como as pessoas deficientes merecem. Muitas vezes, na opinião do senso comum, deficiente é ser coitadinho, incapaz, inválido, aleijado, impotente, anjinho, e tantas outras palavras que ferem e revoltam quem é tratado com tais adjectivos! Esses, desistiram há muito da vida, talvez porque também concorda-rem, em parte, com os tais milhões, e deixam-se estar na caminha a ver novelas, e a comerem o pãozinho que a pensão miserável dá para comprar, é mais fácil para todos. Quantas casas portuguesas alojam uma pessoa assim? Muitas, segura-mente! Felizmente, consegui fugir a essa condição. Como, não sei? Talvez por culpa da minha mãe que nunca me deixou ser dife-rente duma forma negativa. Obrigava-me a ir à escola pública, a comer na cantina, a fazer os deveres, a estudar, batia-me quando tirava notas baixas, tinha que ser o melhor em tudo, tinha que superar as minhas limitações, porra, mas que mãe chata, e assim foi até ao 12º! Ela conseguiu que o filho fosse diferente pela positiva, foi mérito dela, mas meu também. Infe-lizmente, não me obrigou a ir para a faculdade, um lugar utópico para alguém com uma incapacidade física muito elevada, mas fui para um centro de reabilitação, onde aprendi a crescer como homem diferente, a superar algumas limitações, a fazer amigos, e a ter uma profissão, o design gráfico! Foram dos melhores anos da minha vida. Em Abril de 2000, tudo acabou, tinha agora a chance, com 23 anos, de ir para a tal caminha ver novelas, mas não fui, continuei a procurar o caminho do meu sonho que sempre foi ter um emprego e tornar-me financeiramente autónomo, até que, em Março de 2001, apareceu uma oportunidade de estágio que a minha mãe não permitiu que eu desperdiçasse. Hoje sou funcionário do tal lugar utópico, uma faculdade pública! Estou bem integrado, tenho o meu próprio modo de vida, adoro as novas tecnologias e elas ajudam-me a viver o dia-a-dia com um pouco de felicidade. Sei que nunestá eminente: a compra duma nova casa! O meu aspecto físico, a minha cadeira eléctrica, os inúmeros preconceitos da sociedade, as barreiras arquitectónicas deste país, entre outros aspectos, não se conseguem sobrepor à minha força de vontade, ao meu gosto pela vida, ao prazer de trabalhar, à euforia de ver o Porto campeão, ao meu orgulho, às minhas ambições, enfim, aos meus sonhos. Quando muda-rem as mentalidades, eu serei mais feliz… Manuel Francisco Costa

VISITA À APPACDM A APPACDM funciona desde 1986, em 1991 passou a ocupar instalações definitiva em Azurva.

Esta é uma instituição particular de solidariedade social sem fins lucrativos. Os utentes têm de ter

mais de 16 anos para poderem ir para a instituição. O utente pode ser referido através da segurança

social, hospitais e centros de saúde.

A APPACDM tem 100 utentes e 62 funcionários ao serviço. A sua função é o acompanhamento,

orientação e ensino de técnicas e procedimentos que facilitam a integração do utente na sociedade.

A sala das Actividades da Vida Diária (AVD) é muito importante pois treina competências básicas

necessárias que promovem e melhoram a autonomia do utente no seu dia-a-dia.

Durante a visita vimos algumas peças elaboradas por utentes da Associação, portadores de deficiência ligeira e moderada. São sempre

acompanhados nestas actividades por um monitor, que os aconselha e orienta. Algumas peças são feitas

por encomenda, fazendo delas uma peça original e única.

A associação presta diversos serviços internos e externos à comunidade desde jardinagem e floricul-

tura, reprografia e a reciclagem de electrodomésticos, onde as pessoas podem ir entregar os seus elec-

trodomésticos para reparação ou doar para reciclagem e posterior venda, colaborando na angariação de

fundos para assegurar o bom funcionamento da instituição.

Comentários dos formandos do Curso EFA sobre a visita à instituição: “Gostei da instituição porque tratam os meninos com muito carinho e fazem um óptimo trabalho!

Os trabalhos que eles fazem com a reciclagem de papel são muito

bons. Adorei!! “

Ricardo “Na minha opinião acho que trabalham bem e são muito dedica-

dos aos utentes. Gostei muito de ir visitar a instituição.” Rute “Eu achei tratavam muito bem os utentes e davam muito cari-

nho.” Pedro

“Gostei muito da visita. Na minha opinião acho que as actividades deles estão muito bem organizadas. Também achei que eles são tratados com muito carinho. Gostei muito dos trabalhos deles.” Ana Raquel

Visita realizada pelos formandos acompanhados pela formadora da área de Assistência à Criança em Domicilio

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Auxiliar de Acção Educati-

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Centro Social de Azurva — 16 de Novembro de 2007 Página 13

ANUNCIE AQUI! Estes anúncios foram realizados em formação no módulo de Linguagem e Comunicação

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Educar para Amanhã – Nº 3

A Inclusão na Banda Desenhada Maurício de Sousa decidiu abordar o tema nas suas historias para mostrar que as crianças cegas têm a mesma capacidade de aprender, sentir e brincar que as outras.

A Turma da Mónica - Maurício de Sousa (Editora Globo)

Trabalho elaborado no módulo CE com os formandos:

Ricardo, Pedro, Madalena, Paula, Rute, Raquel

Formandos do Curso EFA - B3 de Auxiliar de Acção Educativa: Ricardo Nunes Paula Gouveia Pedro Pereira Rute Costa Madalena Pinto Raquel Pereira Elisabete Resende

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Este jornal surge como uma actividade

integrada no tema de vida, A Inclusão.

Social. Este tema foi abordado nos últi-

mos 3 meses pelos formandos do Curso

de Educação e Formação de Adultos, B3 ,

cuja entidade promotora é o Centro

Social de Azurva e a entidade formadora

a Reapn/ Portugal.

Para este jornal contribuíram as áreas de

formação de base e da formação profis-

sionalizante.

Respectivamente para a formação de

base, Cidadania e Empregabilidade (CE),

Linguagem e Comunicação (LC), Lingua-

gem e Comunicação - Inglês (LCE) ,

Matemática para a Vida(MV) e Tecnolo-

gias de Informação e Comunicação (TIC)

e para a formação profissionalizante,

Acompanhamento de Crianças(AC),

Assistência a Crianças no Domicilio

(ACD) e Actividades de tempos livres

(ATL).

Salienta-se que a construção gráfica foi

realizada pelos formandos nas sessões de

TIC.

Este Jornal é a ultima edição, uma vez que

o curso terminará em breve.

Esperamos que estas três edições tenham

proporcionado aos leitores momentos de

reflexão e aprendizagem, ao terem

conhecimento das actividades que foram

desenvolvidas e apresentadas nestas edi-

ções.

Enquanto mediadora e, uma vez que esta

é a ultima edição, deixo ficar os meus

parabéns aos formandos e formadores

pelo trabalho desenvolvido e pelo empe-

nho que sempre demonstraram.

Aos formandos deixo a mensagem:

Deve-se sempre acreditar!

Catarina Gilo

(Mediadora do Curso)