educaÇÃo sexual na escola: atividades criativas e lÚdicas
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EDUCAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA: ATIVIDADES CRIATIVAS E LÚDICAS COMO RECURSO PEDAGÓGICO
Jurandir Ferreira de Paiva Júnior, UNESP/Araraquara
Resumo Este resumo expandido versa sobre atividades criativas e lúdicas de educação sexual. Discutiu-se a educação sexual para o Ensino Médio, pautado na aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Objetivou-se difundir a educação sexual como abordagem educativa e inerente aos direitos humanos. Justificou-se, principalmente, o direito à educação e à saúde na garantia de uma educação sexual crítica e reflexiva. Nesse viés, problematizou-se a educação sexual na sala de aula como saber científico e a emancipação dos saberes sobre as temáticas de gênero e sexualidade nos espaços escolares. A metodologia constou-se do método dedutivo, a partir da aplicação de atividades criativas e lúdicas como recurso pedagógico, fundamental para a mediação no processo de ensino e aprendizagem. Por fim, a intenção é defender a educação sexual embasada pelo ECA, como subsídio legal e, sobretudo, pela garantia no atendimento à diversidade sexual despertando novos olhares na comunidade escolar. Palavras-chave: Educação sexual. Lei 8.069/1990. Prática Pedagógica. Ensino médio. Introdução
Ao discutir educação sexual na escola é se preocupar com questões de
igualdade e equidade, bem como refletir as relações escolares contra todas as
formas de preconceito. Tanto que, esse estudo se consistiu nas possibilidades de
intervenção educativa, perante todas as formas de discriminação referente às
temáticas de gênero e sexualidade, à educação para a sexualidade e para a
conscientização em atendimento da diversidade sexual no âmbito escolar.
Dessa forma, ao inserir a educação sexual no projeto político pedagógico da
escola é sabido que há a necessidade planejamentos bem elaborados e recheados
de práticas pedagógicas dinâmicas. Nesse sentido, a mediação pedagógica no
processo de ensino e aprendizagem possibilita o entendimento prazeroso e
gradativo se guiada por atividades criativas e lúdicas como recursos norteadores.
A educação sexual na escola a partir de atividades criativa e lúdicas
A educação sexual pelas Orientações Técnicas de Educação em Sexualidade
para o Cenário Brasileiro, publicada pela UNESCO em 2014, traz um novo termo e
afirmando que:
A educação em sexualidade está presente em todos os espaços de socialização – família, escola, igreja, pares, trabalho, mídia –, mas ocorre de forma pulverizada, fragmentada e desassociada de um plano de sociedade inclusiva baseada nos direitos humanos. Portanto, torna-se relevante a atuação do sistema educacional na tarefa de reunir, organizar, sistematizar e ministrar essa dimensão da formação humana (BRASIL, 2014, p. 11).
Para entender a dimensão humana da sexualidade é indissociável relacionar
seus aspectos biológicos, socioculturais, psicológicos, ético-religiosos e educativos.
Em Maia e Ribeiro (2011, p. 78-79), entende-se que “a educação sexual nas
escolas deve fundamentar-se em uma concepção pluralista da sexualidade, ou seja,
no reconhecimento da multiplicidade de comportamentos sexuais e de valores a eles
associados”. Nessa perspectiva, a educação sexual na escola ocorre de forma
intencional e emancipatória da sexualidade.
Já os recursos pedagógicos têm por definição elementos facilitadores no
processo sistemático de ensino e de aprendizagem, de uma educação mediante as
esferas de integralização para interdisciplinaridades nas áreas do conhecimento.
Para Oliveira (2010, p. 38) “vivenciar uma situação lúdica supõe uma relativa
entrega, uma confiança no meio ambiente e, principalmente, nas pessoas que dele
participam e em si mesmo”. Mas, só há ludicidade quando o sujeito age em
plenitude, ou seja, que se envolve por inteiro numa atividade. Pois, o lúdico é “[...]
um fenômeno interno do sujeito e, espontaneamente, provoca manifestações
exteriores” (Luckesi, 2010, s/p). Assim, é fundamental atividades criativas e lúdicas
para a aprendizagem e bem-estar do corpo e da mente.
Em Luckesi (2010) e Oliveira (2010), obteve-se que atividades criativas e
lúdicas são fundamentais para a aprendizagem e para o desenvolvimento humano
das/os alunas/os e, principalmente, se for trabalhado com os atributos da
criatividade e da ludicidade (novidade, originalidade, variedade, imaginação,
espontaneidade, curiosidade, descoberta, invenção, prazer, afetividade).
Esses atributos, por exemplo, estão relacionados com as “habilidades
peculiares que permitem se sair bem de uma situação, mesmo que parcialmente”
(Vinha, 2010, p. 17). Isso pode ocorrer de tal forma que se resulta na ativação de
novos conhecimentos.
Além de ferramentas pedagógicas para a discussão das temáticas de gênero
e sexualidade em sala de aula é indispensável um amparo legal. Por isso, o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) postulado pela Lei 8.069, de 13 de julho de
1990, dispõe sobre os Direitos Fundamentais infanto-juvenis, orienta na garantia de
direitos. Contudo, o Estatuto apresenta as disposições legais para medidas de
proteção, medidas socioeducativas, políticas públicas, prioridade absoluta no
atendimento e na efetivação de direitos, tais como o direito à educação e à saúde e
demais direitos essenciais para crianças e adolescentes.
Neste viés, um projeto político pedagógico com a inclusão da educação
sexual pautado no ECA, como abordagem educativa, trata-se da articulação e
efetivação dos direitos fundamentas de crianças e adolescentes na escola. Contudo,
a escola visa a articulação da educação sexual emancipatória, de forma científica,
crítica e reflexiva como direito à todas as pessoas. Em especial, aplicando-se a
oferta direito à educação e à saúde.
A metodologia constou-se de método dedutivo, com atividades criativas e
lúdicas, de ação dialógica e reflexiva sobre as temáticas de gênero e sexualidade.
Desta forma, os procedimentos metodológicos deste estudo se baseiam na
importância de discutir gênero e sexualidade a partir de um projeto de educação
sexual na escola. Bem como, o desenvolvimento de novos conhecimentos a partir
da utilização de recursos pedagógicos criativos e lúdicos.
Na tabela abaixo, ilustrou-se uma relação sequencial para exemplificar as
temáticas entre os direitos fundamentais postulados pelo ECA, as unidades
temáticas de gênero e sexualidade na educação sexual e as atividades criativas e
lúdicas como recurso para desenvolver um projeto de educação sexual na escola.
Direitos Fundamentais - ECA
Temáticas de gênero e sexualidade
Atividades criativas e lúdicas
Direito à vida e à Saúde Direito à liberdade, respeito e dignidade Direito à convivência familiar e comunitária Direito à educação, cultura, esporte e lazer Direito à profissionalização e proteção no trabalho
- Desenvolvimento Humano - Relacionamentos - Comunicação - Comportamento Sexual - Saúde Sexual e Reprodutiva - Sociedade e Cultura
Dinâmica do Conto de Fadas Apresentação de vídeos (Ex.: Baby baby) Teatro Caixa de perguntas ou dinâmica da bexiga Desenho do corpo humano Dinâmica do Camisão Bonecos e imagens
Considerações finais
A escola que se propõe a discutir a educação sexual na escola é aquela que
se preocupa com as questões de gênero e sexualidade, bem como de olhares para
a igualdade e equidade no âmbito escolar. Por fim, a finalidade deste trabalho é
defender a educação sexual com a aplicação do ECA, pela garantia do direito à
educação em sexualidades sem corroborar com preconceitos e discriminações e,
sobretudo, o atendimento à diversidade sexual e de gênero despertando novos
olhares na comunidade escolar. Referências
BRASIL. Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm. Acesso em: 04 abril 2019. ______. Orientações técnicas de educação em sexualidade para o cenário brasileiro: tópicos e objetivos de aprendizagem. Brasília: UNESCO, 2014. MAIA, A. C. B.; RIBEIRO, P. R. M. Educação sexual: princípios para ação. Doxa: Revista Brasileira de Psicologia e Educação. V. 15. UNESP/FCLAR: Laboratório Editorial, 2011. OLIVEIRA, V. B. Brincar: caminho de saúde e felicidade. Petrópolis/RJ: Vozes, 2010. LUCKESI, C. C. Ludicidade e Atividades Lúdicas: uma abordagem a partir da experiência interna. Disponível em: www.luckesi.com.br. Acesso em: 04 abril 2019. VINHA, M. L. Criatividade em ação: escrita de roteiros para Animações Virtuais. Curitiba: Honoris Causa, 2010.