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5 6 Distribuição gratuita Educação Musical 5.ª / 6.ª classe Actualização curricular Guia Metodológico do Professor República de Angola Ministério da Educação PLA-EM56GM_20191524_CAPA_1P.indd 1 29/05/2019 16:50

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56Distribuição gratuita

Educação Musical5.ª / 6.ª classeActualização curricular

Guia

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República de AngolaMinistério da Educação

PLA-EM56GM_20191524_CAPA_1P.indd 1 29/05/2019 16:50

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TítuloGuia Metodológico do Professor de Educação Musical da 5.ª/6.ª classe

Coordenação GeralManuel Afonso José Amândio F. Gomes João Adão Manuel

Coordenação TécnicaMaria Milagre L. Freitas Cecília Maria da Silva Vicente Tomás

Consultoria e Assessoria TécnicaPlural Editores

Ano/Edição2019/1.ª Edição

Tiragem6000

Revisto e aprovado pelo Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE) – Ministério da Educação

© Ministério da Educação da República de Angola

Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução desta obra por qualquer meio (fotocópia, offset, fotografias, etc.) sem o consentimento escrito do INIDE, abrangendo esta proibição o texto, as ilustrações e o arranjo gráfico. A violação destas regras será passível de procedimento judicial de acordo com o estipulado no Código dos Direitos de Autores.

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EDUCAÇÃO MUSICAL

GUIA METODOLÓGICOEDUCAÇÃO MUSICAL5.ª e 6.ª CLASSES

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GUIA METODOLÓGICO

Índice

Introdução ............................................................................................................. 4

Como ensinar a disciplina de Educação Musical ..................................................... 5

Objectivos da Educação Musical na 5.ª e 6.ª classes .............................................. 6

Temas, Objectivos e sua Operacionalização – 5.ª Classe ......................................... 7

TEMA I – Unidade introdutória ................................................................................ 7• Música – conceito ........................................................................................... 7• Tipos de musica ............................................................................................. 8• Características da música ............................................................................... 8

TEMA II – O som e as suas propriedades ................................................................ 9• O timbre e a intensidade ................................................................................. 9• A altura e duração do som ............................................................................... 9

TEMA III – Leitura e escrita musical ........................................................................ 10• Símbolos musicais .......................................................................................... 10

TEMA IV – Compassos musicais ............................................................................ 11• Conceito e tipos de compasso ......................................................................... 11• Modos e espécies de compassos .................................................................... 11

TEMA V – Estudo das escalas musicais .................................................................. 13• Conceito de escala ......................................................................................... 13

Temas, Objectivos e sua Operacionalização – 6.ª Classe ......................................... 14

TEMA I – A escala (remediação) ............................................................................. 14• Conceito de escala ......................................................................................... 14• Intervalos metolódicos .................................................................................... 14• Acidentes musicais ......................................................................................... 15• Modos da escala ............................................................................................ 16

TEMA II – Educação vocal ...................................................................................... 17• Conceito de voz e canto .................................................................................. 17• O motivo e a frase musical .............................................................................. 18• Tipos de canto ................................................................................................ 18

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EDUCAÇÃO MUSICAL

TEMA III – Os instrumentos musicais ..................................................................... 19• Tipos de instrumentos musicais ...................................................................... 19

Proposta de um modelo de plano de aula ................................................................ 20

Conclusão ............................................................................................................. 22

Bibliografia ............................................................................................................ 23

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Introdução

A Educação Musical, imprescindível na formação integral do ser humano é um veículo valioso de de-senvolvimento que permite a transmissão de valores formativos e educativos.

A utilização sistemática de instrumentos musicais nas actividades desenvolvidas com crianças pro-move um ambiente saudável.

Este guia pretende facilitar a comunicação entre o professor e o aluno, proporcionando conhecimentos sólidos e eficazes, e foi elaboradocom base no programa de Educação Musical, que pretende desen-volver no aluno um conjunto de habilidades criativas, expressivas, comunicativas, interpretativas e re-flexivas, orientadas para a sua formação inicial.

A Educação Musical é a área de estudos que tem por objectivo o ensino e a aprendizagem da música. O ensino da educação musical deve ser sistemático, para que o aluno aprenda com maior eficácia.

As aulas de educação musical, no ensino primário, decorrem durante três trimestres do respectivo ano lectivo, em sessões semanais, de acordo os horários de cada classe. No ensino primário, 6.ª classe decorrem ao longo de três trimestres do respectivo ano lectivo, em duas sessões semanais de 50 minutos cada.

As aulas de educação musical são muito importantes, porque a música transmite diversos valores culturais e intelectuais no processo de ensino-aprendizagem.

Na criança, as habilidades motoras básicas adquirem-se de forma progressiva, durante as diferentes fases do seu desenvolvimento.

Cabe ao professor orientar os alunos de forma gradual e progressiva, ajudando-os a adquirirem atitu-des, hábitos e habilidades que se requerem na Educação Musical.

O acompanhamento ajudará a criança a cantar melhor, com ritmo, afinação e entoação.

Este guia do professor apresenta, ainda, uma sugestão de aula para cada primeiro subtema da uni-dade temática em estudo, devendo o professor apoiar-se nelas para planificar as suas aulas. Contudo, não se excluem outras formas de ensino.

Os autores

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EDUCAÇÃO MUSICAL

Como ensinar a disciplina de Educação Musical

O Programa de Educação Musical está estruturado de forma que cada uma das suas partes permita uma avanço progressivo no processo de ensino desta disciplina.

É fundamental que se faça uma óptima utilização dos documentos que são colocados à disposição do professor, de forma a ajudá-lo a conduzir o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, tais como: Programa, livro do aluno, livro do professor (guia metodológico), orientações metodologias e outros materiais pedagógicos.

Na planificação das aulas é fundamental, para enquadrares diversos materiais de trabalho nas activi-dades orientadas pelo professor. Para tal, o professor deverá:

■ conhecer os exercícios a serem realizados e os objectivos da Educação Musical a serem cumpri-dos em cada uma das suas fases ou etapas;

■ preparar os materiais que a criança utiliza na Educação Musical;

■ relacionar os conteúdos novos com os da aula anterior;

■ cumprir com os objectivos da aula, dentro do tempo lectivo disponível, o que requer, por parte do professor, algum dinamismo e, por parte dos alunos, uma participação activa;

■ promover a criação de um mural com os trabalhos realizados pelos alunos, de modo a estimular as suas iniciativas e a elevar a auto-estima.

Sugestões metodológicas

A Educação Musical é uma disciplina com uma linguagem específica, por isso, a abordagem dos seus conteúdos deve contemplar a aplicação de métodos activos, através dos quais o aluno constrói os conhecimentos, fazendo ou realizando algo.

O desenvolvimento das aulas em torno de cada um dos exercícios programados realiza-se em três fases distintas: introdução, desenvolvimento e conclusão.

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GUIA METODOLÓGICO

Objectivos da Educação Musical para as 5.ª e 6.ª classes

Em qualquer programa de ensino, os objectivos educacionais traduzem o conjunto das aprendizagens delineadas para um determinado ano lectivo ou ciclo de aprendizagem. É com base neles que se inicia todo o trabalho de planificação e preparação do processo de ensino-aprendizagem. É, por isso, nossa intenção começar esta abordagem com a aprendizagem dos objectivos previstos para a Educação Musical.

Assim, na 5.ª classe, no final da unidade temática I, o aluno deve ser capaz de:

■ definir os conceitos fundamentais da música;

■ distinguir os tipos e as características da música.

No final da unidade temática II, o aluno deve ser capaz de:

■ identificar as propriedades/qualidades do som e operacionalizá-las.

No final da unidade temática III, o aluno deve ser capaz de:

■ saber ler e escrever os símbolos musicais.

No final da temática IV, o aluno deve ser capaz de:

■ identificar os tipos de compasso e suas variedades;

■ reconhecer as representações numéricas e gráficas dos compassos.

No final da unidade da temática V, o aluno deve ser capaz de:

■ distinguir os graus tonais da escala musical;

■ entoar as notas da escala modelo de DÓ maior, no sentido ascendente e descendente.

Na 6.ª classe, no final da unidade temática I, o aluno deve ser capaz de:

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EDUCAÇÃO MUSICAL

Temas, objectivos e sua operacionalização 5.ª Classe

TEMA I – Unidade introdutória

Música – conceito

Objectivos: Definir os conceitos fundamentais da música e distinguir os tipos e características da música.

Recursos: Manual do professor, manual do aluno, caderno das actividades, lápis, caderno diário, qua-dro, giz e outros materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

Uma vez que o aluno já possui conhecimentos sobre a voz e o canto, bem como a noção de articula-ção de sons, o professor terá como ponto de partida todos estes pressupostos para introduzir a noção de música. O professor começará por questionar os alunos sobre o que sabem acerca da palavra música. Pretende-se, com esta pergunta, que os alunos exteriorizem as suas sensações, estimulando o interesse deles sobre assunto. Posteriormente, o professor, servindo-se das opiniões dos alunos, formará o conceito: “Música é arte de combinar os sons, de modo a torná-los agradáveis aos nossos ouvidos”.

Em seguida, o professor propõem a entoação de uma canção conhecida pelos alunos ou outra que já tenha sido ensinada, por exemplo, “Todos os patinhos sabem bem nadar” ou “Atirei o pau ao gato”. Após isto, o professor fará menção à entoação dos alunos, aproveitando para corrigir a cacofonia (de-safinação) produzida por alguns. Assim, ele explica por que razão se deve cantar bem, porque uma canção bem executada não só agrada aos ouvidos, mas também acalenta a alma e afasta muitos males.

Depois dessa explicação, deverá também falar sobre o cumprimento da higiene bucal a observar a quando da execução da canção, assim como a postura já estudada nas classes anteriores.

É importante que o professor não iniba quaisquer iniciativas dos alunos, ainda, muitas vezes, a execu-ção não seja correta. Deverá, contudo, estimular tais iniciativas, apontando sempre a linha do bem fazer e levando os alunos a tirarem lições morais ou educativas para a vida.

Finalmente, o professor orienta o trabalho para casa, que é escutar a música do artista que mais apre-cia e trazê-la na próxima aula.

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GUIA METODOLÓGICO

Tipos de música (instrumental, vocal e mista)

Objectivos: Distinguir os tipos e as características da música.

Recursos: Manual do professor, manual do aluno, caderno das actividades, lápis, caderno diário, qua-dro, giz e outros materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

Uma vez que o aluno já possui conhecimentos sobre a voz e o canto, bem como a noção de articula-ção de sons, o professor terá como ponto de partida todos estes pressupostos para introduzir a noção de tipos de música.

Na aula anterior, os alunos aprenderam o conceito de música e nesta irão recordá-lo.

Então, se a música é a arte de combinar os sons com a finalidade de agradar aqueles que a escutam, existem diferentes tipos de música.

Quanto ao tipo, a música pode ser vocal, instrumental ou mista. Ela é vocal quando é executada sim-plesmente por vozes humanas; instrumental quando é executada apenas por instrumentos musicais, como, por exemplo, a harpa, o órgão, o piano, etc. Quando reunidas as vozes e os instrumentos mu-sicais, temos a música vocal-instrumental ou, simplesmente, música mista.

Após isto, o professor orienta os alunos na resolução dos exercícios referentes ao tema que se encon-tram no caderno de actividades.

Características da música

Sugestões metodológicas

O professor deve começar por recapitular os conteúdos leccionados na aula anterior.

De seguida, transmite aos alunos que a música pode ser sacra, profana e clássica.

Música sacra (gospel): É aquela que é natural, que exprime a natureza sagrada ou religiosa ou ainda exprime os sentimentos mais profundos da alma humana perante o seu Deus e Criador.

Música profana ou mosiquete: É a música ligeira, nascida nos meios populares e que nos oferece todas as emoções e sentimentos nas suas alterações e estilos. Por exemplo: canções regionais, po-pulares, folclóricas (que retratam as tradições de um povo, modinhas, valsa, rumba, mazurcas, tangos, merengues, kuduro, etc.).

Música clássica: É a música científica e artística, pois corresponde ao conhecimento íntimo e pro-fundo da natureza musical.

O professor poderá ainda seleccionar vários alunos que interpretarão diferentes tipos de música, en-quanto os restantes tentarão enunciar as diferentes entre elas.

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EDUCAÇÃO MUSICAL

TEMA II – O som e suas propriedades

Timbre sonoro e intensidade

Objectivos: Distinguir os diferentes timbres sonoros e as suas propriedades.

Recursos: Ggarrafas plásticas, garrafas de vidro, latas de gasosa ou de leite, batuque, viola rudimen-tar, piano, tamboretes, caderno, livro do professor, livro do aluno, materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

No mundo que nos circunda, o som está presente em todo o lado. Pretende-se, com esta temática, que os alunos desenvolvem a capacidade de distinguir os tipos de sons e as suas variantes para os poderem utilizar como meio de expressão pessoal.

Para facilitar a aprendizagem e para motivar os alunos no decorrer deste processo, é importante que o professor tenha, previamente, solicitado aos alunos os objectos referenciados, para os utilizarem na produção de sons. O professor deverá questionar os alunos sobre os sons produzidos, se são iguais ou produzidos. Sem dúvida que os alunos responderão que são diferentes.

A partir daí, o professor desenvolverá a temática, explicando a natureza dos sons e a riqueza que nos transmitem na sua diversidade. Também procederá à sua classificação, tendo em conta quatro pro-priedades: altura, duração, intensidade e timbre. Contudo, só estudarão o timbre e a intensidade.

O professor começa por ditar as definições:

Timbre: É a propriedade que distingue a qualidade do som produzido por diferentes corpos sonoros. Representa a cor do som, ou seja, é pelo timbre que distinguimos o som de uma guitarra, de um piano, de um batuque, de uma lata ou de garrafa vazia, de uma flauta, de uma voz humana, etc.

Intensidade: É o grau de força com que se propaga um som. Existem sons fortes e outros menos fortes.

O professor deverá certificar-se de que os alunos perceberam distinção entre os conceitos aprendidos nesta lição. Posteriormente irá solicitar aos alunos apitos, garrafas se tampa e vuvuzelas.

Altura e a duração do som

Objectivos: Identificar e comparar a altura do som e a sua duração.

Recursos: Caderno diário, caderno de actividades, algum instrumento musical, se existir, tampas de metal, garrafas de vidro, triângulo metálico, xilofone e materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

O som é produzido por corpos quando colocados em vibração. Esta vibração transfere-se no ar pelas moleculas, até alcançar os nossos ouvidos. Os temas a desenvolver serão a altura e a duração.

O professor começa por rever os conceitos anteriores. Lê-os, com atenção, em voz alta e faz algumas perguntas de recapitulação, para garantir a assimilação dos conteúdos pelos alunos. Posteriormente, apresenta os dois e conceitos da aula do dia, definindo-os. A duração é o tempo que se prolonga na entoação do som; dá exemplos concretos batendo numa tampa de metal sem interromper o som. Deixa que o som termine que pare por si só.

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GUIA METODOLÓGICO

Em seguida apresenta o conceito de altura como o posicionamento da nota pentagrama e pela clave.

Então, transmite aos alunos que, depois de aprendidos os quatro elementos que caracterizam os sons, já têm as noções básicas necessárias para entenderem os conceitos de ritmo e harmonia. Re-lembra, também que, entender estas temáticas serão aprendidas no próximo ano e na classe se-guinte.

Orienta a tarefa para a casa e despede-se de seus alunos com uma canção previamente preparada.

TEMA III – Leitura e escrita musical

Símbolos musicais ■ Pauta e clave

■ Notas

■ Figuras

■ Outros sinas

Objectivos: Saber ler e escrever os símbolos musicais e saiba diferenciar os símbolos e aplicá-los em situações concretas.

Recursos: Manual do professor, manual do aluno, cartolina com desenho dos símbolos, caderno de actividades, materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

No dia-a-dia utilizamos símbolos para comunicar. Tais sinais constituem a linguagem que nos leva a perceber o universo das coisas que nos cercam na sua diversidade e complexidade. A música é tam-bém um destes universos vasto e complexo, e, para a compreendermos, precisamos de saber codifi-car e descodificar a sua linguagem. Assim, se precisamos de ler e escrever música, terémos de deitar mãos aos símbolos que nos permitirão fazer tal prática.

Para a efetivação desta aula, o professor terá como ponto de partida o conhecimento dos alunos sobre a noção de símbolo. Então, questionará os alunos sobre que símbolos conhecem. Também po-derá falar brevemente dos símbolos como: a bandeira da República, os sinais de trânsito, etc., e o que eles representam.

Depois desta conversa introdutória com os alunos, o professor apresentará os principais símbolos que a linguagem musical utiliza, tais como: pauta, clave, notas, figuras e outros.

Anunciará, também, que nesta aula apenas abordará a pauta e a clave, deixando para a aula seguinte os restantes símbolos.

O professor, então, procede à explicação dos conceitos de pauta ou pentagrama e clave ou chave, com base no resumo previamente preparado:

Pauta: É o conjunto de cinco linhas (daí pentagrama) e quatro espaços, paralelos, horizontais e equi-distantes, onde se escrevem as notas e outros sinais musicais.

Clave: Símbolo musical que se escreve no início de uma pauta, para indicar a leitura das notas musicais. Existem três tipos de claves: clave Sol (a mais usada na música moderna), clave de Fa e clave de Dó.

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EDUCAÇÃO MUSICAL

Posteriormente, orientará os alunos a prepararem o caderno e a esferográfica para escreverem o apontamento ditado. É fundamental escrever no quadro ou na cartolina os símbolos em causa, dei-xando bem claras as suas características.

O professor poderá, obviamente, confirmar a clareza da sua exposição mediante perguntas e respos-tas que dirigirá a uma amostra de três ou quatro alunos, questionando sobre o conteúdo leccionado, ao memso tempo que os orienta na execução do desenho dos respectivos símbolos no quadro.

TEMA IV – Compassos musicais

Conceito e tipos de compassos

Objetivos: Conhecer o conceito de compasso e identificar os tipos e espécies de compassos.

Recursos: Livro do professor, livro do aluno, caderno de actividades, materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

Quando falamos, andamos ou nos movemos para qualquer lugar, fazemo-lo numa determinada cadên-cia, isto é, num movimento ordenado, para se evitar “hiatos” e se criar harmonia e serenidade. A mú-sica é um tipo de linguagem que mobiliza à sua volta de si, um conjunto de regras que concorrerem para a efetivação da sua cadência, harmonia e conforto de movimento.

Com base na noção de música que os alunos adquiriram nas classes anteriores, o professor poderá, começar por convidar os alunos a cantarem uma das canções por eles já conhecida. Observará se a canção foi bem executada nos parâmetros de movimento, de tempo, de pausas, etc.

Certamente, os alunos já ouviram falar do termo “compasso”, nas disciplinas de Matemática, Física e Geometria, como instrumento de medição. Este será o ponto de partida para provocar um breve diá-logo com os alunos. Em seguida, explicará, brevemente, aos alunos, a noção de compasso musical, dizendo: compasso musical é a divisão dos tempos da música em partes iguais. Na pauta musical, o compasso é identificado por uma barra vertical, delimitando notas e outros sinas musicais. O profes-sor deverá ditar o apontamento aos alunos e desenhará no quadro, primeiro a pauta, e, em seguida, dentro das linhas, as barras verticais e dentro dessas barras, desenhará as notas e as respectivas figuras.

Tipos de compassos: existem três tipos de compassos: binário (dois tempos), ternário (três tempos) e quaternário (quatro tempos). O professor explicará, também, a representação numérica e gráfica dos compassos, conforme está plasmado nos seus materiais didácticos.

Modo ou espécies de compassos

Objectivos: Conhecer os compassos simples e composto e distingui-los.

Recursos: Cadernos diários, livros do professor e do aluno, réguas, lâmina , e os materiais de uso corrente.

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GUIA METODOLÓGICO

Sugestões metodológicas

O professor vai agora explicar o modo como os compassos são organizados e as suas respectivas partes.

As partes internas do compasso são classificadas em:

a) unidade de tempo;

b) unidade de compasso.

Entende-se por unidade de tempo o valor musical que sozinho preenche um tempo do compasso. Qualquer figura pode representar a unidade de tempo. De momento, estudemos apenas as mais co-muns: colcheia, semínima e mínima.

São exemplos de unidades de tempo:

1 – Colcheia:

Obs.: Vamos entender o compasso com três pulsos, então a cada colcheia corresponderá um pulso do compasso.

2 – Semínima:

Obs.: Vamos entender o compasso com quatro pulsos, então a cada semínima corresponderá um pulso do compasso.

3 – Mínima:

Obs.: Vamos entender o compasso com dois pulsos, então a cada mínima lhe corresponderá um pulso do compasso.

Entende-se por unidade de compasso o valor musical que sozinho ou em junção com outro valor preen-che o compasso inteiro.

Obs.: Quando uma figura não consegue preencher todo o compasso, então terémos exemplos de duas figuras ligadas

entre si para totalizar a representação de todos os tempos do compasso. Como exemplo temos o compasso 9/8 cuja

unidade de compasso é representada por uma mínima pontuada ligada a uma semínima pontuada. Veja no final do texto

a tabela comparativa de compassos simples e compostos.

Quanto ao modo, existem dois géneros de compassos:

■ compassos simples;

■ compassos compostos.

Eles reconhecem-se pelas suas fracções, nas quais o numerador representa a quantidade de tempos de cada compasso e o denominador representa ou determina a unidade máxima de tempo no com-passo.

Podemos distinguir os compassos simples dos compassos compostos pelo numerador: 2, 3 e 4 indi-cam os compassos simples; 6, 9 e 12 indicam os compassos compostos.

Binário Ternário Quaternário

Simples Compostos Simples Compostos Simples Compostos

2/2 6/4 3/2 9/4 4/2 12/4

2/4 6/8 3/4 9/8 4/4 12/8

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EDUCAÇÃO MUSICAL

Para saber o número de tempos contidos em cada compasso composto, temos de dividir o numerador por três. O compasso 6/8 é, então, um compasso composto com dois tempos. O denominador oito representa a colcheia, como já sabemos; no entanto, no compasso 6/8, são necessárias três col-cheias para obtermos um tempo, porque o denominador representa a figura de nota que vale um terço do tempo.

A unidade de tempo é semínima com o ponto de aumento, visto que ela vale três colcheias. No com-passo 6/8, pomos dois grupos de colcheias, ou duas semínimas com o ponto de aumento, ou equiva-lente.

TEMA V – Estudo da escala musical

Conceito de escala

Objectivos: Conhecer o conceito e escala musical e sua entoação nas formas ascendente e descente.

Recursos: Livro do professor, livro do aluno, caderno de actividades, quadro, giz, algum instrumento musical, lápis, caderno e papel branco.

Sugestões metodológicas

O professor começará por rever com os alunos os conhecimentos adquiridos nas aulas anteriores. Mostrará, através do desenho, no quadro ou numa lâmina previamente elaborada, posição das sete notas musicais da escala. Em seguia, o professor explica que estas notas se sobrepõem em forma de escada, no sentido de baixo para cima, e que podem ser lidas de cima para baixo (ascendente: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si (Dó 8.ª) e (descendente: Dó, Si, Lá, Sol, Fá, Mi, Ré, (Dó 8.ª).

Apresentada esta argumentação, o professor anuncia que os alunos devem anotar o conceito de es-cala, dizendo que ela serve para determinar os sons das notas; posteriormente, indica-lhes que dese-nha, nos seus cadernos, a figura que consta da lâmina (no caso, a pauta musical com as notas da escala natural de Dó). A seguir, o professor entoa as notas da escala, de forma audível, para que os alunos possam reproduzir o exercício, de forma individual.

Finalmente, o professor faz o resumo da aula e orienta a tarefa para casa, que consistirá na entoação da escala ascendente.

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GUIA METODOLÓGICO

Temas, objectivos e sua operacionalização 6.ª Classe

TEMA I – A escala (remediação)

Conceito de escala (remediação)

Objectivos: Conhecer o conceito de escala musical e sua entoação nas formas ascendente e des-cente.

Recursos: Livro do professor, livro do aluno, caderno de actividades, quadro, giz, algum instrumento musical, lápis, caderno, papel branco.

Sugestões metodológicas

O professor começará por rever com os alunos os conhecimentos adquiridos nas aulas anteriores. Mostrará, através do desenho, no quadro ou numa lâmina previamente elaborada, posição das sete notas musicais da escala. Em seguia, o professor explica que estas notas se sobrepõem em forma de escada, no sentido de baixo para cima, e que podem ser lidas de cima para baixo (ascendente: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si (Dó 8.ª) e (descendente: Dó, Si, Lá, Sol, Fá, Mi, Ré, (Dó 8.ª).

Apresentada esta argumentação, o professor anuncia que os alunos devem anotar o conceito de es-cala, dizendo que ela serve para determinar os sons das notas; posteriormente, indica-lhes que dese-nha, nos seus cadernos, a figura que consta da lâmina (no caso, a pauta musical com as notas da escala natural de Dó). A seguir, o professor entoa as notas da escala, de forma audível, para que os alunos possam reproduzir o exercício, de forma individual.

Intervalos melódicos

Objectivos: Identificar os intervalos entre as notas e classificá-los.

Recursos: Caderno diário, livro de música e materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

É a partir dos intervalos que montamos os acordes e as diversas escalas encontradas no mundo da música.

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EDUCAÇÃO MUSICAL

A distância entre dois objectos mede-se em centímetros e o espaço de tempo que separa duas partes de um filme mede-se em minutos. No caso da música, o intervalo entre duas ou mais notas em função da sua altura mede-se em tons. Desta forma, intervalo é a distância sonora existente entre duas ou mais notas musicais. É impossível obtermos um intervalo tendo somente uma nota como referência.

Vamos tomar por exemplo a escala de Dó Maior que é:

Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si – (Dó 8.ª)

O professor entoa a escala de forma ascendente e descendente. Posteriormente, escreve as sete (7) notas da escala no quadro e enumera-as em numeração romana I – II – IIl – IV – V – VI – VII – VIII. Estes números romanos serão denominados graus. Existe ainda um intervalo que tem um nome espe-cial, o UNÍSSONO; trata-se de um intervalo entre dois sons com a mesma altura, por exemplo, Fá______Fá.

Assim, o professor saber conferir que os intervalos começam com as distâncias entre uma nota e outra. Deste modo, entre a nota Dó e Ré existe um intervalo de dois semi-tons, o que vai completar um intervalo de segunda (2.ª). E assim sucessivamente. Então o professor demonstra que os interva-los começam no de 2.ª – 3.ª – 4.ª – 5.ª – 6.ª – 7.ª, e por aí em diante. Pode também demonstrar atra-vés da pauta musical onde ele desenha o intervalo de 2.ª, 3.ª e 4.ª. Dirá aos alunos que estes inter-valos se classificam em simples e compostos.

Os intervalos simples são aqueles que se situam dentro do limite de uma oitava (quer dizer, os que estão dentro da ordem ___Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si e Dó___. Os intervalos que ultrapassarem esta primeira oitava transitando para outras oitavas serão considerados compostos.

Deve demonstrar estas situações na pauta, para esclarecer os alunos, nomeadamente os intervalos de 9.ª, 10.ª e 11.ª, orientando os alunos na realização de exercícios variados, até que entendam a matéria. A existência de um teclado ou guitarra facilitará a tarefa.

Intervalos superiores e inferiores

Os intervalos podem ser inferiores ou superiores. São superiores quando a primeira nota é mais grave do que a segunda, por exemplo ( Dó — Sol ) sentido ascendente.

Os intervalos são inferiores quando a primeira nota é mais aguda de que a segunda, por (Lá –Ré) des-cendente e assim sucessivamente. Deve, do mesmo modo, exercitar com os alunos a entoação des-tas notas com intervalos.

Finalmente, o professor recapitula a aula e faz perguntas de controlo.

■ O que é o intervalo?

■ Quando é que se considera um intervalo simples e composto?

■ A tarefa para casa consistirá na elaboração de pautas com representação de intervalos de 10.ª, 12.ª, 14.ª e 15.ª.

Os acidentes musicais

Objectivos: Saber o conceito de acidente musical e identificar tipos de acidentes.

Recursos: Caderno, lápis, manual, caderno de actividades e outros materiais de uso corrente.

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GUIA METODOLÓGICO

Sugestões metodológicas

Este assunto é, na realidade, o mais polémico, pois existem várias formas de classificar os acidentes musicais.

Os acidentes podem ser fixos ou correntes. Isto fará com que o professor conheça as armaduras de clave.

De notar que os principais acidentes são três:

■ o sustenido (#) aumenta meio tom a nota natural;

■ o bemol (b) que diminui meio tom a nota natural;

■ o bequadro (inserir a figura do sinal), que destrói o efeito de qualquer dos dois acidentes, tornando a nota natural.

Assim sendo, acidentalmente é o sinal que se coloca no princípio da pauta, entre a clave e a fracção do compasso, ou antes de uma nota, para alterar sua entoação ou altura dentro da pauta musical.

Deve também transmitir aos alunos que os acidentes se colocam antes da figura de uma nota, para alterar a sua altura, porém nunca o seu valor.

Se a escola dispuser de um teclado seu, o professor pode demonstrar que nas teclas pretas do piano estão representados os acidentes. Seguindo a ordem da esquerda para a direita, as teclas pretas fazem os sustenidos ou aumentam meio tom à nota da tecla branca que ela precede. No sentido con-trário, isto é, da direita para a esquerda, a tecla preta diminui meio tom a nota da tecla branca que ela antecede.

O professor deve exercitar os movimentos sonoros na entoaçao subindo fazendo sustenidos, e des-cendo, fazendo bemóis.

Os modos da escala

Objectivos: Reconhecer as escalas de modo maior e as de modo menor.

Recursos: Caderno, livro do aluno, teclado, guitarra, e materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

Uma vez que os alunos já aprenderam o conceito de escala e já exercitaram a entoação da mesma de modo ascendente e descendente:

(Dó – Ré – Mi – Fá – Sol – Lá – Si (Dó) e (Dó) – Sí – Lá – Sol – Fá – Má – Ré – Dó), o professor deverá entoar algumas vezes com os alunos para a familiarização da altura das notas.

Posteriormente, o professor anuncia o assunto do dia, dizendo que as escalas se classificam em modos, dependendo da distribuição dos tons e semitons.

Começa por definir o que é o modo a maneira como estão distribuidos os tons e semitons na escala; essa distribuição é feita de duas formas: o modo maior, que se toma como escala-modelo a de Dó maior (Dó-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si-Dó) e a do modo menor que começa com a nota Lá (Lá-Si-Dó-Ré-Mi-Fá-Sol--Lá).

Para melhor compreender este aspecto o professor deve perguntar aos alunos se se recordam dos intervalos melódicos estudados na aula anterior. Depois de rever as matérias desta aula, para melhor

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EDUCAÇÃO MUSICAL

compreensão, o professor escreve no quadro a equação musical do modo maior. Caso os alunos se tenham esquecido ou não tenham aprendido bem, o professsor irá recordá-los com a seguinte equa-ção, correspondente a 2 tons – ½ ton – 3 tons -1/2 ton ou T-T-ST-T-T-T-ST. De salientar que tanto o modo maior como o modo menor são diatónicos.

No modo maior o professor deve dizer aos seus alunos que os semitons estão localizados entre os intervalos de III para o IV e nos do VII para o VIII. O professor deve desenhar no quadro a escala-mo-delo e determinar os intervalos onde se localizam os semitons.

No modo da escala menor, os semitons encontram-se localizados entre os intervalos de II para o III e nos de V para VI. Assim sendo, a sua equação musical corresponde a:

■ T-ST-T-T-ST-T-T

A escala menor tem duas formas: a menor harmónica e a menor melódica.

Devido à complexidade desta matéria, o professor deve exercitar bem a entoação das escalas maior e menor e consultar um músico experimente para mais esclarecimentos.

Os alunos compreenderão as matérias exercitando-as várias vezes com a ajuda do professor. Deve também orientar os alunos na reprodução das formas ascendentes e descencendentes das escalas maiores e menores.

TEMA II – Educação vocal

Conceito de voz e canto

Objectivos: Conhecer e reconhecer o conceito de voz e de canto.

Recursos: Caderno do aluno, livro do professor, livro do aluno, esferográfica, lápis, régua e materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

Sendo a voz humana o primeiro instrumento naturalmente estabelecido, cabe a cada humano usá-lo de forma correcta e higienizada. Neste contexto, o professor deverá recorrer à disciplina de Estudo do Meio para falar do aparelho fonador e do Sistema respiratório, identificando os órgãos que o com-põem e os cuidados a ter com as cordas vocais, pois são elas que produzem a voz. Deverá também mencionar a higiene bucal. Assim, o canto é a execução vocal da música. É uma actividade que har-moniza o ambiente comunitário, pelo que, na execução de uma canção, o professor deve ensiná-la por partes, para que o aluno possa aprendê-la.

Também deverá ensinar as regras de canto, tais como: a postura, a leveza, o posicionamento em palco e o vestuário a utilizar.

Acautelando todas as condições necessárias, o professor poderá seleccionar alguns alunos para re-presentarem cantores (seus conhecidos) e, de forma livre, interpretarem algumas canções por eles escolhidas. À medida que os alunos vão interpretando os seus ídolos, o professor anotará as regula-ridades ou irregularidades ocorridas, fazendo as correcções devidas e os elogios merecidos, ao mesmo tempo que fornece conselhos úteis à utilização da voz no canto.

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GUIA METODOLÓGICO

Finalmente, orienta o trabalho para casa, relacionado com a higiene da voz (não gritar, não consumir alimentos muito doces ou muito quentes, com gás, etc.).

Despede-se dos seus alunos com uma canção bem conhecida, como, por exemplo: “Chegou a hora do adeus”.

Motivo e frase musical

Objectivo: Distinguir motivo musical de frase musical

Recursos: Caderno, livro do professor, livro do aluno, discos ou toca fitas e materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

Em música, um motivo é um fragmento recorrente perceptível ou saliente ou uma sucessão de notas que podem ser utilizadas para construir as partes ou a totalidade de uma melodia, ou seja, o motivo é a unidade rítmica que compõe uma frase musical.

O professor pode criar e recriar vários trechos musicais de cantores conhecidos e cantar com os alu-nos, realçando as várias partes da frase ou os motivos que compõem estas frases.

Feito isto, deverá orientar alguns exercícios de consolidação e trabalho para casa.

Tipos ou classificação do canto

Sugestões metodológicas

Ao tratar desta tematica, o professor deve elucidar seus alunos para as diferentes formas de cantar.

O canto pode ser realizado por uma só pessoa ou por várias. O professor deve, em simultâneo, simu-lar o canto, pedindo que as crianças o façam duas a duas e três a três, sucessivamente.

Assim, explicará os tipos de cantos existentes, realçando os tipos abaixo:

■ Canto a solo ----------------------------------------------------- canto executado por uma pessoa.

■ Canto em dueto ----------------------------------------------canto executado por duas pessoas.

■ Canto em trio --------------------------------------------------- canto executado por três pessoas.

■ Canto em quarteto ----------------------------------------- canto executado por quatro pessoas.

■ Canto em oiteto ----------------------------------------------- canto executado por oito pessoas.

■ Coral (mais de 12 cantores), pode ir até mais de uma centena.

■ Salientar que, nestes conjuntos de pessoas, se deve ter em conta as combinações de vozes, para que o canto seja harmonioso.

■ O professor deve dizer aos seus alunos que existem várias vozes, mas as principais num grupo coral são o soprano, o contralto, o tenor e o baixo.

Se na turma existirem alunos que frenquentam a igreja, o professor seleccionará estes alunos estes cantarão uma canção religiosa, para que se demonstre o efeito da combinação das vozes. Terminados os exercícios, orienta a tarefa do dia e despede-se dos seus alunos.

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EDUCAÇÃO MUSICAL

TEMA III – Os instrumentos musicais

Tipos de instrumentos musicais

Objectivos: Conhecer e identificar alguns instrumentos musicais.

Recursos: Manual do aluno, livro do professor, caderno, régua e materiais de uso corrente.

Sugestões metodológicas

O professor deve começar por analisar o conceito de instrumentos de um modo geral e, posterior-mente, de forma específica. Ao falar dos instrumentos musicais desta forma ele destacará o seguinte conceito de instrumento musical:

Instrumento musical – é qualquer artefacto capaz de produzir música. É definido como tal todo arte-facto que consegue controlar com precisão pelo menos algumas das características do som produ-zido, tais como: altura (grave, médio e agudo), duração (curta ou longa), intensidade e timbre.

O estudo dos instrumentos musicais é conhecido como organologia. O professor deve dizer que exis-tem diversas formas de classificar os instrumentos musicais, segundo diferentes perspectivas, e cada uma delas se presta melhor para uma dada finalidade. A mais comum baseia-se na forma pela qual o som é produzido. Para elaborar essa classificação o elemento usado foi o tipo de vibração causado pelo material usado no corpo vibratório, a partir do qual o som é produzido.

Essa abordagem gerou as seguintes famílias dos instrumentos musicais:

a) Idiofones (instrumentos de som próprio);

b) Membranofones (instrumentos com membranas);

c) Cordofones (instrumentos de cordas);

d) Aerofones (instrumentos de ar).

Deve dizer aos seus alunos que nesta classificação também se enquadram alguns instrumentos afri-canos e até angolanos. Contudo, este sistema apresentou como restrição, por se restringir aos instru-mentos europeus e ao seu modo de utilização. Essa concepção gera algumas inconsistências, como no caso dos instrumentos de teclado mecânicos.

Idiofones – são aqueles que produzem som ao serem percutidos, provocando a vibração de todo o instrumento musical. Alguns exemplos são: agogô; bateria (pratos); bloco sonoro; caneca; carrilhão; castanholas; chocalho; gongos; matraca; pratos; reco-reco; sino; sinos tubulares; triângulo; vibrafone; xilofone.

Membranofones – são aqueles em que o som é produzido quando são percutidos sobre uma mem-brana esticada que entra em vibração. As membranas podem ser de origem animal, sintética ou até mesmo de tecido. Alguns exemplos são: bateria; caixa; puíta; pandeireta (pele); pandeiro (pele); surdo; tambor; tamborim; zabumba.

Cordofones –são aqueles em que o som é obtido pela vibração das cordas. As cordas podem ser de-dilhadas, percutidas ou colocadas em vibração com um arco (friccionadas). Alguns exemplos são: baixo, bandolim, banjo, berimbau; cavaquinho, cítara, contrabaixo, cravo; guitarra, guitarra inglesa; harpa; lira; piano; sanfona, violão, viola, viola caipira, violino, violoncelo. O professor não pode esque-cer de mencionar os instrumentos de origem africana e local. Posteriormente, dirá aos seus alunos que nas aulas constituir pequenas bandas com instrumentos por si fabricados.

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Conclusão

Rever os caminhos pelos quais trilha a música no ensino primário em Angola é de suma importância para compreendermos o momento actual, principalmente a partir de 2008, em que se prevê a obriga-toriedade da música na escola.

Este percurso mostrou que somente o empenho dos professores com cursos de formação continuada não é suficiente para manter a música na escola. Isso ocorre, em parte, pela linguagem musical apre-sentar maiores dificuldades do que a linguagem oral, visual, que a história nos mostrou ter sido mais facilmente compreendida a partir da leitura de manuais. Já os documentos oficiais nos mostram uma complexa e numerosa gama de conhecimentos em música que devem ser ministrados pelo professor desde a Educação Infantil até o ensino médio. Ainda que passíveis de críticas, as metodologias e os conteúdos apresentados nos documentos exigem uma formação específica na área, e o cumprimento de tais propostas só poderá ser bem executado por profissionais formados para tal.

Ainda que o número de técnicos em música seja muito inferior ao necessário contingente escolar, acreditamos que esta realidade, tende a modificar-se, ainda que a passos lentos, à medida que profis-sionais qualificados vão ocupando o seu lugar de direito no espaço escolar.

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Bibliografia / Outros Recursos

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Curso Completo de Teoria Musical e Solfejo, Belmira Cardoso e Mário Mascarenhas

Guitarra mágica acordes, Eurico Cebolo.

Música na educaçao primária, Maria Pilar Escudeiro.

Magia da música 6.º ano, Maria Helena Cabral.

Musica educacion artistica en la primaria, Encarnacion López Arenosa e Emílio Molina.

Melos e Harmonia Acústica, Guerra-peixe.

Vive La Música, M.ª Ángeles Gutierrez

Solfeo II,Carlos Santoys.

Cantar em Português, Domingos Morais.

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