educandario de luz - diversos

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    EDUCANDRIO DE LUZ FRANCISCO CNDIDO XAVIER

    Ditados por Espritos Diversos

  • 2

    INDICE EDUCANDRIO DE LUZ

    Educandrio De Luz O Grupo Perfeito Agrupamentos Espiritistas O Grupo Reajustado Grupo No Grupo Conjunto Seara Esprita Espirituais Prtica Mos Obra Lutas Na Equipe Evangelizao Na Leira Divina Tentativa E Aprendizado Na Tarefa De Equipe Concentrao Mental O Esprita Na Equipe Grupo Em Crise No Grupo Esprita Prece Instruo Esprita Misso Do Templo Esprita Orao A Jesus Prece No Templo Esprita Templo Vivo Na Boa Luta Sigamos Com Jesus Em Orao Nossa Prece Indagaes A Ns Mesmos Diretrizes Individuais Nos Grupos Nosso Grupo Histria Ligeira Templos Espritas Viso Espiritual De Um Centro... Em Desobsesso Caridade E Jesus Entre Irmos Em Equipe Esprita O Centro Esprita

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    EDUCANDRIO DE LUZ

    Bezerra de Menezes

    Prezados irmos Ondina Moutinho Vieira, Urbano Vieira e Walter

    Barcelos. A vossa consulta com respeito organizao de um volume, que

    relacione todas as nossas despretensiosas observaes sobre a formao e a importncia do Grupo Esprita Cristo, nos volumes diversos que ns outros, os companheiros desencarnados, temos psicografado atravs do mdium Francisco Cndido Xavier, uma sugesto de trabalho sumamente oportuna e respeitvel.

    Na hiptese de realizardes o vosso plano de ao, nesse sentido, aconselhamos, sem qualquer presuno, aos prezados amigos para que vos dirijais as Editoras de nossa Consoladora Doutrina que so detentoras dos direitos autorais quanto aos livros que se vos faro objeto de estudo e consulta, solicitando-lhes a permisso para que faam isso, de modo a no ferirmos direitos concedidos aos nossos irmos dos servios editoriais que nos recebem o trabalho medinico, demonstrando-nos respeitoso apreo.

    A nossa lembrana visa unicamente a cultivarmos sempre a prtica do respeito mtuo em nossos setores de ideal e de ao.

    E, realmente, a tarefa a que vos propondes nos merece ateno e carinho, porquanto, cada centro esprita evanglico para ns todos um educandrio de luz.

  • 4

    O GRUPO PERFEITO Irmo X

    O Esprito de Jlio Marques comandava o pequeno agrupamento com critrio e

    bondade. Condutor paciente do diminuto rebanho de companheiros espritas-cristos. Duas vezes por semana, incorporado na mdium D.Maria Paula, orientava os amigos na atividade evanglica. Ternura aliada experincia, firmeza conjugada abnegao. Conflitos e dificuldades morais ecoavam nele de modo particular, arrancando-lhe palavras iluminadas de benevolncia e candura, a deslizarem nas alheias feridas por blsamo de esperana.

    Numa das noites em que lhe compartilhvamos a responsabilidade, feio de apagado trabalhador da retaguarda, notamos a presena de jovem senhora na assistncia. Identificava-se por Dona Clara. Dama inteligente, distinta. Punha os pensamentos mostra na conversao espontnea. Insatisfeita. Inquiridora.

    To logo notou Marques encerrando o comentrio edificante, pespegou-lhe interrogao queima roupa:

    -Irmo Jlio, posso pedir-lhe uma orientao? O interpelado respondeu humilde: -Sou deficiente demais para isso; entretanto, estou nesta casa para servir... E o entendimento continuou: -Desejo formar um grupo esprita, de acordo com o meu ideal...Acha o senhor

    que posso pensar nisso? -Sem dvida alguma. Todos somos chamados obra do Senhor... -Mas eu quero, irmo Jlio, organizar um crculo de criaturas elevadas e

    sinceras, que apenas cogitem da virtude praticada, unicamente da virtude praticada!... -Grande propsito! -Uma instituio em que as pessoas se confraternizem, com rigoroso censo de

    pureza ntima...Nada de egosmo, irritao, incompreenso, contenda... -Sim, minha filha... -Um grmio, em que todos os associados vibrem pelo padro do Evangelho...

    Pessoas simples e imaculadas, que no encontrem qualquer obstculo para a harmonia de convivncia... Verdadeiros apstolos do bem... O irmo Jlio est ouvindo?

    -Sim, filha, continue... -Anseio por uma comunidade consagrada s realizaes espritas sem a mais

    leve perturbao. Os mdiuns sero espelhos mentais cristalinos, retratando o verbo do Alto, como os lagos transparentes que refletem o Sol. Os diretores governaro as tarefas, na posio de almas primorosas, capazes de todos os sacrifcios pela causa da verdade, e os cooperadores, corretos e conscientes, integraro equipe afinada, de maneira incondicional com os princpios da nossa Doutrina de Luz...

    -Plano sublime!... -O ambiente lembrar uma fonte viva de paz e sabedoria em que os justos

    desencarnados se sentiro vontade para ministrar aos homens os ensinamentos das Esferas Superiores, com a segurana de quem usa a instrumentao irrepreensvel...

    -Sim, sim... -Aspiro a criao de um conjunto que desconhea imperfeies e fraquezas,

    problemas e atritos... -Deus nos oua... -Entre as paredes da organizao que me proponho levantar, ningum ter

    lugar para malquerena ou desnimo... Tudo ser tranqilidade e alegria... Nenhuma brecha para discrdias.

    -Que o Senhor nos ampare...

  • 5

    -Um Templo a edificar-se na base de cooperadores que jamais descero da nobreza prpria, a ofertarem um espetculo permanente de Cu na Terra, para a exaltao da caridade...

    -Sim, sim... Observando que o amigo espiritual no se desviava dos conceitos curtos, sem

    enunciar opinies abertas, Dona Clara acentuou: -Posso contar com o Senhor? -Ah! Filha, no me vejo habilitado... -Ora essa! Por qu? -Sou um esprito demasiadamente imperfeito...Ainda estou muito ligado a Terra. -Mas, recebemos tantos ensinamentos de sua boca! -Esses ensinamentos no me pertencem, chegam dos mentores que se

    compadecem de minha insuficincia...Brotam em minha frase como a flor que desponta de um vaso rachado. No confunda a semente que divina, com a terra que, s vezes, no passa de lama...

    -Ento, o irmo Jlio ainda tem lutas por vencer? -No queira saber minha filha... Tenho a esposa, que prossegue viva em

    dolorosa velhice, possuo um filho no manicmio, um genro obsedado, dois netos em casa de correo... Minha nora, ontem, fez duas tentativas de suicdio, tamanhas as privaes e provaes em que se encontram. Preciso atender aos que o Senhor me concedeu... Minhas dvidas do passado confundem-se com as deles. Por isso, h momentos em que me sinto fatigado, triste... Vejo-me diariamente necessitado de orar e trabalhar para restabelecer o prprio nimo... Como verifica, embora desencarnado, sofro abatimentos e desencantos que nem sempre fazem de mim o companheiro desejado.

    -Oh! assim? -Como no, filha? Todos estamos evoluindo, aprendendo... Dona Clara refletiu um momento e voltou carga: -Mas, em algum lugar, haver decerto uma associao impecvel... Diga, irmo

    Jlio, o senhor sabe de alguma equipe sem defeito, como eu quero? E se sabe, onde que ela est?

    O esprito amigo, senhoreando integralmente a mdium, pensou tambm por um instante e respondeu com a mais pura ingenuidade que j havia at agora:

    -Sim, minha filha, um grupo assim to perfeito deve existir... Com toda certeza deve ser o grupo de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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    AGRUPAMENTOS ESPRITAS Emmanuel

    Os agrupamentos espiritistas necessitam entender que o seu aparelhamento no pode ser anlogo ao das associaes propriamente humanas.

    Um grmio esprita cristo deve ter, mais que tudo, a caracterstica familiar, onde o amor e a simplicidade figurem na manifestao de todos os sentimentos.

    Em uma entidade doutrinria, quando surgem as dissenses e lutas internas, revelando partidarismos e hostilidades, sinal de ausncia do Evangelho nos coraes, demonstrando-se pelo excesso de material humano e pressagiando o naufrgio das intenes mais generosas.

    Nesses ncleos de estudo nenhuma realizao se far sem fraternidade e humildade legtimas, sendo imprescindvel que todos os companheiros, entre si, vigiem na boa vontade e na sinceridade, a fim de no transformarem a excelncia de seu patrimnio espiritual numa reproduo dos conventculos catlicos, inutilizados pela intriga e pelo fingimento

  • 7

    O GRUPO REAJUSTADO Irmo X

    Instalara-se o grupo de aprendizes do Evangelho, rogando trabalho. Alfredo Saraiva, o farmacutico do bairro, foi aclamado dirigente. Olmpico

    Caramuru e Otvio Mafra, dois comercirios prestigiosos, prometiam cooperar. Dona Oflia e Ado Cunha, velho casal da esquina, suspiravam pelas sesses. Dona Amanda e Dona Gertrudes ofereciam servios medinicos. Dona Generosa, viva desde muito tempo, alegava a necessidade de orao. Joo Pires, o dono da casa, no cabia em si de contente.

    Nove pessoas ao todo. Depois da prece inaugural, manifesta-se Irm Clara, atravs das faculdades de

    Dona Amanda. Afirma-se confortada, feliz. A formao do conjunto repercutira no Alm. Instrutores amigos haviam registrado os votos da pequena comunidade. Os companheiros haviam pedido trabalho e o trabalho no faltaria. Em nome de vrios mentores espirituais, ali se achava igualmente interessada em servir. O grupo bem afinado funcionaria como valiosa instrumentao para o socorro celeste. Ningum receasse. Bastariam a boa vontade, a f, o amor. Esperava, assim, a harmonizao de todos num s objetivo: o objetivo de espalhar o bem. Em torno deles, surgiam a ignorncia e a misria, gerando o sofrimento. Poderiam fazer muito. Distribuiriam consolao, esclarecimento, esperana.

    As reunies comearam animadamente. Depois da prece, a leitura evangelizante. Textos preciosos, aconselhando esforo e diligncia no bem.

    Entretanto, o pessoal parecia no ouvir. To logo se incorporava Irm Clara, principiavam as queixas e peties. Dona Gertrudes pedia assistncia para o marido, gozador do mundo, que estimava na descrena e no sarcasmo a sua razo de ser. Saraiva pedia passes contra o reumatismo. Caramuru insistia por alguma proteo ao estabelecimento em que se mantinha empregado. Iniciada outra reunio, Dona Oflia queria um remdio para a renitente dor de cabea. Cunha solicitava ajuda para a sua loja de armarinho. Precisava de fregueses. Os tempos andavam bicudos. E os impostos subiam, constringentes. Dona Generosa perseverava implorando uma comunicao direta com o filho desencarnado.

    Irm Clara, esprito afvel e benevolente, amparava a todos como podia. Valorosa e otimista, voltava ao intercmbio, de semana a semana; todavia, o ambiente era o mesmo. Mafra lembrava a necessidade de receber uma indicao eficaz para a perna direita. Desde que fora abalroado por um automvel, vivia capengando. Pires rogava passes para dois tios que se achavam em desalento. Quando a mensageira ocupava o aparelho medinico de Dona Gertrudes, Dona Amanda reclamava:

    -Eu tambm sou filha de Deus. E descontava as noites em que no podia incomodar a benfeitora. Pedia

    recursos contra a sua antiga doena do estmago, deprecava proteo para dois netos endiabrados na escola, rogava concurso para a filha, obrigada a suportar um esposo rixento e infiel.

    Irm Clara recorria lei das provas. Asseverava o impositivo da luta, indispensvel ao aperfeioamento. Reportava-se ao prprio Cristo que no pudera furtar-se cruz. Os circunstantes comoviam-se. Dona Oflia e Dona Gertrudes enxugavam lgrimas de emoo.

    Reconstituda porm a assemblia, continuava o petitrio. Caramuru dizia-se fatigado! No se agentava sobre as pernas. Dona Amanda lamentava-se da gastrite. Mafra declarava-se cada vez mais coxo.

    Quando o grupo completou o dcimo aniversrio de existncia, a orientadora espiritual notificou que tentaria comear a obra da caridade do crculo. Reuniria os pensamentos dos amigos numa s vibrao de otimismo e confiana, em favor da velha

  • 8

    irm enferma. Deviam estar habilitados prestao do auxlio. Que todos orassem e se fortalecessem, mentalmente, cooperando.

    Chegada a noite do servio, Clara compareceu, esperanosa. Pela primeira vez, a protetora pediu. Rogou a todos a necessria concentrao espiritual de energias, em benefcio da doente. Ela, Clara, seria a portadora das foras curativas para a pobrezinha.

    Quando, porm, se preparava para a tarefa, eis que Dona Oflia solicitou um passe para a dor de cabea. Dona Generosa reclamou a mensagem que aguardava. Saraiva perguntou se poderia usar o iodo em doses mais altas. Dona Amanda asseverou que o genro se fizera insuportvel, implorando, por isso, algum trabalho de desobsesso.

    Antes da prece final, o dirigente indagou: -O benefcio nossa enferma ausente foi realizado, irm? Clara, gentil, explicou que no. No conseguira. O grupo estava cheio de

    necessidades e dores. Alguma pea, ali, funcionava mal. Traria, por essa razo, um inspetor.

    Realmente, na sesso seguinte, o inspetor apareceu. O Irmo Cludio incorporou-se em Dona Gertrudes e falou, firme:

    -Meus amigos, o Espiritismo Doutrina de progresso. Durante dez anos consecutivos, vocs foram auxiliados para aprenderem a auxiliar.

    -Sim, sim... - comentou Saraiva, desapontado. -Irm Clara est conosco. -Reconheo ajuntou o visitante, sem agressividade reconheo que nossa

    amiga um raro exemplar de carinho e pacincia; entretanto, segundo me parece, a Lei que extinguiu o cativeiro no Brasil de 13 de maio de 1888. Clara nossa irm. No escrava. Esqueamo-nos um pouco. Arejemos a cabea para que o corao consiga trabalhar. Quem realmente pratica o dom da caridade, encontra caridade para si.

    O silncio pesou por minutos. -Que mais nos aconselha, amigo? -Tudo est dito esclareceu Cludio, sem afetao. -Que Deus esteja conosco! - falou Saraiva, solene. O instrutor fixou um gesto de despedida e rematou: -Que Deus permanece conosco no h dvida. preciso saber, porm, se

    estamos, de nossa parte, com Deus. Cludio retirou-se e Irm Clara voltou a entender-se com os amigos. Mas,

    naquela noite, o quadro surgia outro. Dona Generosa silenciou sobre a vinda do filho. Mafra resignou-se com o defeito fsico. Dona Amanda no se referiu lcera gstrica. Saraiva conformou-se com o reumatismo. Caramuru nada pediu para a casa em que trabalhava. Cunha esqueceu a loja. Dona Oflia aliviara a cabea. Pires, calado, parecia enfim satisfeito com a sorte dos familiares.

    Terminada a reunio, o diretor perguntou com humildade mentora da casa se tudo estava bem.

    Irm Clara, paciente, informou: -Creio que o nosso inspetor resolveu o problema. Graas a Deus! E todos os companheiros, preocupados, repetiram a uma voz: Graas a Deus!

  • 9

    GRUPO NO GRUPO Albino Teixeira

    A famlia esprita, em cuja intimidade cooperas na seara da Verdade e do Bem,

    aguarda sejas para ela: o concurso no trabalho e o alvio na provao; o equilbrio nos instantes alegres e a escora nos tempos difceis; a mensagem de estmulo, na obra em realizao, e a palavra de bno, na

    travessia dos obstculos; o refgio de paz e o apoio fraterno; a observao compreensiva e a amizade real. Assim , porque se um Grupo Esprita um templo aberto necessidade e

    indagao de todas as criaturas, o grupo de trabalho que persevera dentro dele diferente; essa equipe de coraes, aos quais nos agregamos para servir, comumente o grupo de nossas afinidades, afetos e desafetos que trazemos de existncias passadas, que nem sempre esto associados a ns pelos laos consangneos, mas at agora jungidos ao nosso esprito por vnculos magnticos. nesse grupo ntimo que encontramos grandes alegrias e grandes dores, consolaes e desafios, facilidades e empeos, tesouros de amor e testes de burilamento moral, entre os quais ser-nos- possvel aproveitar o tempo, com mais segurana, ressarcindo erros e aprimorando qualidades que nos facilitem acesso s vanguardas de luz.

  • 10

    CONJUNTO Emmanuel

    Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, tambm eles estejam

    comigo.... Jesus Joo, (17:24).

    Arme-se a vossa falange de deciso e coragem! Mos obra! O arado est

    pronto; a terra espera; arai!. -Cp. XX, 40.

    Num templo esprita-cristo, razovel anotar que todo trabalho ao de

    conjunto. Cada companheiro indicado tarefa precisa; cada qual assume a feio de

    pea particular na engrenagem do servio, sem cuja cooperao os mecanismos do bem no funcionam em harmonia.

    Indispensvel apagar-nos pelo brilho da obra. Na aplicao da eletricidade, congregam-se implementos diversos, mas

    interessa, acima de tudo, a produo da fora, e, no aproveitamento da fora, a grande usina um espetculo de grandeza, mas no desenvolve todo o concurso de que suscetvel, sem a tomada simples.

    Necessrio, assim, saibamos reconhecer por ns mesmos o que seja essencial a fazer pelo rendimento digno da atividade geral.

    Orientando ou colaborando, em determinadas ocasies, a realizao mais importante que se nos pede o esclarecimento temperado de gentileza ou a indicao paciente e clara da verdade ao nimo do obreiro menos acordado, na edificao espiritual. Noutros instantes, a obrigao mais valiosa que as circunstncias nos solicitam o entendimento com uma criana, a conversa fraternal com um doente, a limpeza de um mvel ou a conduo de um fardo pequenino.

    Imprescindvel, porm, desempenhar semelhantes incumbncias, sem derramar o cido da queixa e sem azedar o sentimento na averso sistemtica. Irritar-se algum, no exerccio das boas obras, o mesmo que rechear o po com cinzas.

    Administrar amparando e obedecer, efetuando o melhor!... Em tudo, compreender que o modo mais eficiente de pedir trabalhar e que o

    processo mais justo de recomendar fazer, mas trabalhar e fazer, sem tristeza e sem revolta, entendendo que benfeitorias e providncias so recursos preciosos para ns mesmos. Em todas as empresas do bem, somos complementos naturais uns dos outros. O Universo sustentado na base da equipe. Uma constelao famlia de sis. Um tomo agregado de partculas.

    Nenhum de ns procure destaque injustificvel. Na direo ou na subalternidade, baste-nos o privilgio de cumprir o dever que

    a vida nos assinala, discernindo e elucidando, mas auxiliando e amando sempre. O corao, motor da vida orgnica, trabalha oculto e Deus, que para ns o Annimo Divino, palpita em cada ser, sem jamais individualizar-se na luz do bem.

  • 11

    SEARA ESPIRITA Emmanuel

    Porque cada rvore se conhece pelo seu prprio fruto; pois no se colhem figos

    no espinheiro, nem uvas nos abrolhos. Jesus (Lucas 6:44).

    assim, meus irmos, que deveis julgar examinando as obras. Se os que se

    dizem investidos de poder divino revelam sinais de uma misso de natureza elevada, isto , se possuem no mais alto grau as virtudes crists e eternas: a caridade, o amor, a indulgncia, a bondade que concilia os coraes; se, em apoio das palavras apresentam os atos, podereis ento dizer: Estes so realmente enviados de Deus.

    Cp. XXI, 8. Penetrando a seara esprita, rememora o Cristianismo Redivivo, que se lhe

    configura nas menores atividades, e no te circunscrevas expectao. Em semelhante campo de f, sem rituais e sem smbolos, sem convenes e

    sem exigncias, descobrirs facilmente os recomendados do Senhor, a surgirem naqueles companheiros cujas dificuldades ultrapassam as nossas.

    Pleiteias a mensagem dos entes queridos que te antecederam na viagem do tmulo, entretanto, basta procures e divisars amigos diversos que no somente perderam a presena de seres inesquecveis, mas tambm as possibilidades primrias da intimidade domstica.

    Solicitas proteo para os filhos educados nos primores de tua bno, agora em obstculos inquietantes no estudo ou na profisso, contudo distinguirs ao teu lado, pais valorosos e incapazes de aliviar as necessidades singelas dos rebentos da prpria carne, sem a assistncia do amparo pblico.

    Diligencias a cura da enfermidade ligeira que te apoquenta e contemplars muitos daqueles que trazem molstias irreversveis, para os quais chega uma frase de esperana, a fim de louvarem as dores da prpria vida.

    Pedes, mentalmente, arrimo soluo de negcios materiais que te propiciem finanas mais dilatadas, no entanto, surpreenders os ps desnudos de irmos que vieram de longe, busca de um simples pensamento confortador, vencendo, passo a passo, largas distncias, por lhes faltar qualquer recurso para o custeio da conduo.

    Rogas conselho em assunto determinado, no obstante o arsenal dos conhecimentos de que dispes, todavia, reconhecers, frente a frente, amigos diversos que nunca tiveram, em toda a existncia fsica, a bendita oportunidade de um livro s mos.

    Se o Plano Superior j te permite pisar na seara esprita no te limites prece. Todos os tipos de rogativa que se voltem para o Bem Infinito so respeitveis,

    no entanto, pensa em nosso Divino Mestre que orou auxiliando e realiza algo de bom, em favor dos irmos em Humanidade, que Ele mesmo nos apresenta.

    Espiritismo Cristianismo e Cristianismo quer dizer Cristo em ns para estender o Reino de Deus e servir em seu nome.

  • 12

    ESPIRITUAIS Eugnio S. Brito

    Examinando os variados setores de nossas atividades e encarecendo o valor da

    contribuio dos diversos amigos que colaboram conosco, preciso salientar o esforo dos Espritos Arquitetos em nossa equipe de trabalhos habituais.

    Em cada reunio esprita, orientada com segurana, temo-los prestativos e operantes, eficientes e unidos, manipulando a matria mental necessria formao de quadros educativos.

    Simplifiquemos o assunto, quanto seja possvel, para compreender a necessidade de nosso auxlio a esses obreiros silenciosos.

    Aqui, como em toda parte onde tenhamos uma agremiao de pessoas com fins determinados, existe na atmosfera-ambiente um centro mental definido, para o qual convergem todos os pensamentos, no somente nossos, mas tambm daqueles que nos comungam as tarefas gerais.

    Esse centro abrange vasto resevatrio de plasma sutilssimo, de que se servem os trabalhadores a que nos referimos, na extrao dos recursos imprescindveis criao de formas-pensamentos, constituindo entidades e paisagens, telas e coisas semi-inteligentes, com vistas transformao dos companheiros dementados que intentamos socorrer.

    Uma casa como a nossa ser, inevitavelmente, um pouso acolhedor, abrigando, em nossos objetivos de confraternizao, os amigos desencarnados, enfermos e sofredores, a se desvairarem na sombra.

    Para que se recuperem, indispensvel recebam o concurso de imagens vivas sobre as impresses vagas e descontnuas a que se recolhem. E para esse gnero de colaborao especializada so trazidos os arquitetos de Vida Espiritual, que operam com precedncia em nosso programa de obrigaes, consultando as reminiscncias dos comunicantes que devem ser amparados, observando-lhes o pretrito e anotando-lhes os labirintos psicolgicos, a fim de que em nosso santurio sejam criados, temporariamente embora, os painis movimentados e vivos, capazes de conduzi-los metamorfose mental, imprescindvel vitria do bem.

    assim que, aqui dentro, em nossos horrios de ao, formam-se jardins, templos, fontes, hospitais, escolas, oficinas, lares e quadros outros em que os nossos companheiros desencarnados se sintam como que tornando realidade pregressa, atravs da qual se pem mais facilmente ao encontro de nossas palavras, sensibilizando-se nas fibras mais ntimas e favorecendo-nos, assim, a interferncia que deve ser eficaz e proveitosa.

    Delitos, dificuldades, problemas e tragdias que ficaram distncia, requisitam dos nossos companheiros da ilustrao espiritual muito trabalho para que sejam devidamente revisionados, objetivando-se o amparo a todos aqueles que nos visitam, em obedincia aos planos traados de mais alto.

    assim que as foras mento-neuro-psquicas de nosso agrupamento so manipuladas por nossos desenhistas, na organizao de fenmenos que possam revitalizar a viso, a memria, a audio e o tato dos Espritos sofredores, ainda em trevas mentais.

    Espelhos ectoplsmicos e recursos diversos so tambm por eles improvisados, ajudando a mente dos nossos amigos encarnados, que operam na fraseologia assistencial, dentro do Evangelho de Jesus, a fim de que se estabelea perfeito servio de sintonia, entre o necessitado e ns outros.

    Para isso, porm, para que a nossa ao se caracterize pela eficincia, necessrio oferecer-lhes o melhor material de nossos pensamentos, palavras, atitudes e concepes.

  • 13

    Toda a cautela recomendvel no esforo preparatrio da reunio de intercmbio com os desencarnados menos felizes, porque a ela comparecemos, na condio de enfermeiros e instrutores, ainda mesmo quando no tenhamos, em nosso campo de possibilidades individuais, o remdio ou o esclarecimento indispensveis.

    Em verdade, contudo, atravs da orao, convertemo-nos em canais do socorro divino, apesar da precariedade de nossos recursos, e, em vista disso, preciso haja de nossa parte muita tranqilidade, carinho, compreenso e amor, a fim de que a colaborao dos nossos companheiros arquitetos encontre em ns base segura para a formao dos quadros de que nos utilizamos na obra assistencial.

    Nossa palavra simplesmente a palavra de um aprendiz.Achamo-nos entre os mais humildes recm-vindos lide espiritual, mas, aproveitando as nossas experincias do passado, tomamos a liberdade de palestrar, comentando alguns dos aspectos de nossa sementeira e de nossa colheita, que funcionam todos os dias, conforme o ensinamento imortal do Senhor:

    -A cada um por suas obras.

  • 14

    PRTICA Emmanuel

    Pergunta 372. - Como deveremos entender a sesso esprita? Resposta A sesso esprita deveria ser, em toda parte, uma cpia fiel do

    cenculo fraterno, simples e humilde do Tiberades, onde o Evangelho do Senhor fosse refletido em esprito e verdade, sem qualquer conveno do mundo, de modo que, entrelaados todos os pensamentos na mesma finalidade amorosa e sincera, pudesse a assemblia constituir aquela reunio de dois os mais coraes, em nome do Cristo, onde o esforo dos discpulos ser sempre santificado pela presena do seu amor.

    Pergunta 373. - Como deve ser conduzida uma sesso esprita, de sua abertura

    ao encerramento? Resposta Nesse sentido, h que considerar a excelncia da codificao

    Kardequiana; contudo, ser sempre til a lembrana de que as reunies doutrinrias devem observar o mximo de simplicidade, como as assemblias humildes e sinceras do Cristianismo primitivo, abstendo-se de qualquer expresso que apele mais para os sentidos materiais que para a alma profunda, a grande esquecida de todos os tempos da Humanidade.

  • 15

    MOS OBRA Emmanuel

    Que fareis, pois, irmos? Quando vos ajuntais, cada um de vs tem salmo, tem

    doutrina, tem revelao, tem lngua, tem interpretao. Faa-se tudo para edificao. Paulo. (I Cor., 14:26).

    A igreja de Cornto lutava com certas dificuldades mais fortes, quando Paulo lhe

    escreveu a observao aqui transcrita. O contedo da carta apreciava diversos problemas espirituais dos companheiros

    do Peloponeso, mas podemos insular o versculo e aplic-lo a certas situaes dos novos agrupamentos cristos, formados no ambiente do Espiritismo, na revivescncia do Evangelho.

    Quase sempre notamos intensa preocupao nos trabalhadores, por novidades

    em fenomenologia e revelao. Alguns ncleos costumam paralisar atividades quando no dispem de mdiuns

    adestrados. Por qu? Mdium algum solucionar, em definitivo, o problema fundamental da

    iluminao dos companheiros. Nossa tarefa espiritual seria absurda se estivesse circunscrita a freqncia

    mecnica de muitos, a um centro qualquer, simplesmente para assinalarem o esforo de alguns poucos.

    Convenam-se os discpulos de que o trabalho e a realizao pertencem a todos

    e que imprescindvel se movimente cada qual no servio edificante que lhe compete. Ningum alegue ausncia de novidades, quando vultosas concesses da esfera superior aguardam a firme deciso do aprendiz de boa vontade, no sentido de conhecer a vida e elevar-se.

    Quando vos reunirdes, lembrai a doutrina e a revelao, o poder de falar e de

    interpretar de que j sois detentores e colocai mos obra do bem e da luz, no aperfeioamento indispensvel.

  • 16

    LUTAS NA EQUIPE Emmanuel

    Qual ocorre na turma de escola, o atormentado momento da auscultao de

    valores chega sempre para a equipe de ao espiritual. No estabelecimento de ensino, o exame peridico das matrias professadas. No grupo de realizaes da alma o tempo de provao a se definir por

    expresses diversas. Perplexidade desequilbrio nos setores mais altos do ideal. Laboriosa travessia de atoleiros do sentimento. Verificao de pontos fracos. Contagem de perdas e danos depois dos acidentes de natureza moral. Chegada a ocasio perigosa, ouvem-se escapatrias apressadas: -No tenho culpa. -No comigo. -Estou fora. -Nada sei. A organizao se converte para logo em viveiro de farpas magnticas,

    conturbando e ferindo os prprios componentes. Entretanto, preciso contar com isso. Construo exige marteladas. Aprendizado pede demonstraes. Obstculo o metro da resistncia. Tribulao cadinho da f. Nem azedume, nem irritao. No instante do testemunho, saibamos simplesmente reparar o caminho

    estragado e seguir adiante. Hora de mais luz tambm hora de mais trabalho para que a paz se estabelea.

  • 17

    Imunizemos o grupo contra a perturbao, acusando a ns mesmos,

    acentuando a nossa responsabilidade e aprendendo com o fracasso. Somos ainda no mundo Espritos imperfeitos e, sem a dificuldade, de nenhum

    modo conseguiramos segurana e auto-superao. Convenamo-nos de que a crise a mestra da experincia e sem experincia,

    em qualquer empresa edificante da Terra, impossvel melhorar e compreender, servir e perseverar

  • 18

    EVANGELIZAO Emmanuel

    Todos os estudiosos que solicitam de amigos do Alm um roteiro de orientao

    no devem esquecer o Evangelho de Jesus, roteiro das almas em que cada corao deve beber o divino ensinamento para a marcha evolutiva.

    Habitualmente, invoca-se a velhice de sua letra e a repetio de seus

    enunciados. O Esprito do Evangelho de Cristo, porm, sempre a luz da vida. Determinados companheiros buscam justificar o cansao das frmulas, alegando que em Espiritismo, temos obras definitivas da revelao, com o sabor de novidade preciosa, em matria de esclarecimento geral e esforo educativo. O Evangelho, todavia, como um Sol de espiritualidade. Todas essas obras notveis dos missionrios humanos, na sua tarefa de interpretao, funcionam como telescpios, aclarando-lhe a grandeza. que a sua luz se dirige atmosfera interior da criatura, intensificando-se no clima da boa vontade e do amor, da sinceridade e da singeleza.

    A misso do Espiritismo a do Consolador, que permanecer entre os homens

    de sentimento e de razo equilibrados, impulsionando a mentalidade do mundo para uma esfera superior. Vindo em socorro da personalidade espiritual que sofre, nos tempos modernos, as penosas desarmonias do homem fsico do planeta, estabelece o Consolador a renovao dos valores mais ntimos da criatura e no poder executar a sua tarefa sagrada, na hiptese de seus trabalhadores abandonarem o esforo prprio, no sentido de operar-se o reajustamento das energias morais de cada indivduo.

    A capacidade intelectual do homem restrita ao seu aparelhamento sensorial;

    todavia, a iluminao de seu mundo intuitivo o conduz aos mais elevados planos de inspirao, onde a inteligncia se prepara, em face das generosas realizaes que lhe compete atingir no imenso futuro espiritual.

    A grande necessidade, ainda e sempre, a da evangelizao ntima, para que

    todos os operrios da causa da verdade e da luz conheam o caminho de suas atividades regeneradoras, aprendendo que toda obra coletiva de fraternidade, na redeno humana, no se efetua sem a cooperao legtima, cuja base o esclarecimento sincero, mas tambm a abnegao, em que o discpulo sabe ceder, tolerar e amparar, no momento oportuno.

    Para a generalidade dessa orientao moral faz-se indispensvel que todos os

    centros de estudo doutrinrio sejam iluminados pelo Espiritismo evanglico, a fim de que a mentalidade geral se aplique luta da edificao prpria, sem fetichismos e sem o apoio temporal de foras exteriores, mesmo porque se Jesus convocou ao seu corao magnnimo todos os que choram com o vinde a mim, vs os que sofreis, tambm asseverou tomai a vossa cruz e segui-me!..., esclarecendo a necessidade de experincias edificantes no crculo individual.

    Resumindo, somos compelidos a concluir que, em Espiritismo, no basta crer.

    preciso renovar-se. No basta aprender as filosofias e as cincias do mundo, mas sentir e aplicar com o Cristo.

  • 19

    NA LEIRA DIVINA Emmanuel

    No templo do Evangelho, surgem obreiros de variada expresso... Os oportunistas que se fazem negociantes. Os ociosos que se fazem discutidores. Os revoltados que se fazem azedos. Os tristes que se fazem inoperantes. Os maledicentes que se fazem inteis. Os orgulhosos que se fazem negativistas. Os desanimados que se fazem estreis. Os rebeldes que se fazem doentes. Os crticos que se fazem inquisidores. Os vaidosos que se fazem ingratos. Todavia, o Celeste Semeador, no santurio de sua bno, conta com os servos

    infatigveis do amor puro que, distncia da discrdia e da sombra, se consagram construo da mente melhor para a Vida Melhor.

    So esses os obreiros que no se fazem isso ou aquilo, mas que fazem a

    Vontade Divina, para que o Senhor se faa em todos, plasmando a verdadeira felicidade de cada um.

  • 20

    TENTATIVA E APRENDIZADO Irmo Jacob

    Depois de variadas experincias, vim a Pedro Leopoldo pela primeira vez, aps a

    libertao. Como se me afigurou diferente o grupo que eu visitara, em agosto de 1937, em

    companhia do meu prezado Watson! A casa humilde estava repleta de gente desencarnada. Os companheiros, ao redor da mesa, eram poucos. No excedia de vinte o

    nmero de pessoas no recinto. As paredes como que se desmaterializavam, dando lugar a vasto ajuntamento de almas necessitadas, que o orientador da casa, com a colaborao de muitos trabalhadores, procurava socorrer com a palavra evanglica.

    Entrei, ladeando trs irmos, recebendo abraos acolhedores. Notando os cuidados do dirigente, prevendo as particularidades da reunio,

    recordei os Espritos controladores a que se referem comumente nossos companheiros da Inglaterra.

    Estvamos perante equilibrado diretor espiritual. Todas as experincias e realizaes da noite permaneciam programadas. Incontveis fios de substncia escura partiam, como riscos mveis, das

    entidades perturbadas e sofredoras, tentando atingir os componentes da pequena assemblia de encarnados, mas, sob a superviso do mentor do grupo, fez-se belo trao de luz, em torno do quadrado a que vocs se acolhiam, trao esse que atraa as emanaes de plmbea cor, extinguindo-as.

    Explicou-me um amigo que as pessoas angustiadas, sem o corpo fsico, projetam escuros apelos, filhos da tristeza e da revolta, nas casas de fraternidade crist em que se improvisam tarefas de auxlio.

    Enquanto vocs oravam e atendiam a solicitaes entre os dois mundos, observei que trabalhadores espirituais extraam de alguns elementos da reunio grande cpia de energias fludicas, aproveitando-as na materializao de benefcios para os desencarnados em condies dolorosas.

    No pude analisar toda a extenso do servio que a se processava, mas esclareceu-me dedicado companheiro que em todas as sesses de f religiosas, consagradas ao bem do prximo, os cooperadores dispostos a auxiliar com alegria so aproveitados pelos mensageiros dos planos superiores, que retiram deles os recursos magnticos que Reichenbach batizou por foras dicas, convertendo-os em utilidades preciosas para as entidades dementes e suplicantes. Minha mente, contudo, interessava-se na aproximao com o mdium, fixa na idia de valer-se dele para contato menos ligeiro com o mundo que eu havia deixado.

  • 21

    NA TAREFA DE EQUIPE Andr Luiz

    Meu amigo: No tema, nem receie. O timoneiro do barco o Senhor. Coloquemos sobre o leme as nossas mos e

    esperemos, nele. O trabalho delicado na administrao, mas se a glria humana pertence

    queles que a procuram, a humildade divina dos coraes que a buscam. Despreocupados do imprio do eu, alcanaremos o Reino de Deus. O discpulo fiel no pede, nem rejeita. Aceita as determinaes do Senhor, com

    deliberao ardente de obedecer para maior exaltao de quem tudo nos deu. Continuemos, assim, de esperanas entrelaadas. O amor do amigo verdadeiro desce abaixo das razes ou se eleva acima das

    estrelas. Por isso, o Mestre chamou amigo aos aprendizes da hora primeira. Nossa unio tem imperativos a que no poderemos fugir. Subiremos com a

    graa celeste. No descansaremos, at que todos respirem no cimo do monte. O cascalho do personalismo excessivo ainda o grande impedimento da

    jornada. Demora-se nas bases da senda e por isso mesmo nos dilacera. Contudo, ainda que nossos ps sangrem na estrada, recordar-nos-emos de que Jesus lavou os ps dos discpulos e purificou-os.

    Haja mais amor nos coraes para que o rio das ddivas transite no santurio, sem prejuzo do bem coletivo. At mesmo para receber a felicidade preciso preparao. Sem vaso adequado, os bens do Alto se contaminam com as perturbaes do campo inferior, qual acontece gota diamantina que se converte em lama quando cai na poeira da Terra.

    Grande a misso do templo do bem; e os irmos que oficiam em seus altares no lhe podem esquecer as finalidades sublimes.

    Muito se pedir quele que muito recebeu. E o nosso grupo no se constitui ao acaso. Trabalhemos servindo ao bem, com esquecimento de todo mal. Atendamos, ainda e sempre, aos nossos deveres do primeiro instante, com

    lgrimas de alegria. No nos arrependeremos de haver renunciado. E possuiremos conosco, mais tarde, o supremo jbilo de reconhecer quo doce o jugo do Senhor, porquanto, em companhia dEle, muito leve e sublime o peso de nossos pequeninos trabalhos na Causa da Humanidade.

  • 22

    CONCENTRAO MENTAL Andr Luiz

    Amigos, muito se fala em concentrao mental. Crculos de f concentram-se em apelos intempestivos ao Cristo. Concentram-se companheiros de ideal com impecvel silncio exterior,

    sustentando inadequado alarido interno. No entanto, foroso indagar de ns mesmos que recursos estaremos reunindo. Simplesmente palavras ou simplesmente splicas? Sabemos que o justo requerimento deve apoiar-se no direito justo. Situando a cabea entre as mos, imprescindvel no esquecer que nos cabe

    centralizar em semelhante atitude os resultados de nossa vida cotidiana, os pequeninos prmios adquiridos na regenerao de ns mesmos e as vibraes que estamos espalhando ao longo de nosso caminho.

    por isso que oferecemos, despretensiosamente, aos companheiros alguns lembretes, que consideramos de importncia na garantia de nossa concentrao espiritual.

    1 No olvide, fora do santurio de sua f, o concurso respeitvel que compete a voc dentro dele.

    2 Preserve seus ouvidos contra as tubas da calnia ou da maledicncia, sabendo que voc deve escutar par a construo do bem.

    3 No empreste seu verbo a palavras indignas, a fim de que as sugestes da Esfera Superior lhe encontre a boca limpa.

    4 No ceda seus olhos fixao das faltas alheias, entendendo que voc foi chamado a ver para auxiliar.

    5 Cumpra o seu dever cada dia, por mais desagradvel ou constrangedor lhe parea, reconhecendo que a educao no surge sem disciplina.

    6 Aprenda a encontrar tempo para conviver com os bons livros, melhorando os prprios conhecimentos.

    7 No se entregue clera ou ao desnimo, leviandade ou aos desejos infelizes, para que a sua alma no se converta numa nota desafinada no conjunto harmonioso da orao.

    8 Caminhe no clima do otimismo e da boa vontade para com todos. 9 No dependure sua imaginao no cinzento cabide da queixa e nem

    mentalize o mal de ningum. 10 Cultive o auxlio constante e desinteressado aos outros, porque, no

    esquecimento do prprio eu, voc poder ento concentrar as suas energias mentais na prece, de vez que, desse modo, o seu pensamento erguer-se-, vitorioso, para servir em nome de Deus

  • 23

    O ESPRITA NA EQUIPE Emmanuel

    Numerosos companheiros estaro convencidos de que integrar uma equipe de

    ao esprita se resume em presenciar os atos rotineiros da instituio a que se vinculam e resgatar singelas obrigaes de feio econmica. Mas no assim. O esprita, no conjunto de realizaes espritas, uma engrenagem inteligente com o dever de funcionar em sintonia com os elevados objetivos da mquina.

    Um templo esprita no simples construo de natureza material. um ponto do Planeta onde a f raciocinada estuda as leis universais,

    mormente no que se reporta conscincia e justia, edificao do destino e imortalidade do ser.

    Lar de esclarecimento e consolo, renovao e solidariedade, em cujo equilbrio cada corao que lhe compe a estrutura moral se assemelha a pea viva de amor na sustentao da obra em si.

    No bastar freqentar-lhe as reunies. preciso auscultar as necessidades dessas mesmas reunies, oferecendo-lhes

    soluo. Respeitar a orientao da casa, mas tambm contribuir, de maneira espontnea,

    com os dirigentes, na extino de censuras e rixas, perturbaes e dificuldades, tanto quanto possvel no nascedouro, a fim de que no se convertam em motivos de escndalo.

    Falar e ouvir construtivamente. Efetuar tarefas consideradas pequeninas, como sejam: sossegar uma criana,

    amparar um doente, remover um perigo ou fornecer uma explicao, sem que, para isso, haja necessidade de pedidos diretos. Sobretudo, na organizao esprita, o esprita chamado a colaborar na harmonia comum, silenciando melindres e apagando ressentimentos, estimulando o bem e esquecendo omisses no terreno da exigncia individual.

    Todos ns, encarnados e desencarnados, comparecemos no templo esprita no intuito de receber o concurso dos Mensageiros do Senhor; no entanto, os Mensageiros do Senhor esperam igualmente por nosso concurso, no amparo a outros, e a nossa cooperao com eles ser sempre, acima de tudo, trabalhar e servir, auxiliar e compreender.

  • 24

    GRUPO EM CRISE Emmanuel

    Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vs,

    pedireis o que quiserdes, e vos ser feito. Jesus (Joo, 15:7).

    Habitualmente, quando as tarefas de uma equipe consagrada ao servio do bem

    parecem devidamente estabilizadas, a crise explode. Desequilibra-se o clima das boas obras e a tempestade ruge. Desentendem-se irmos na sombra da discrdia, quando mais necessria se faz

    a luz da harmonia. Edificaes que se figuravam consolidadas apresentam brechas arrasadoras. Todo o esquema das realizaes em andamento se mostra superficialmente

    comprometido. Afastam-se companheiros de posies importantes, deixando claros difceis de

    preencher. Esses so os dias de exame, em que a ventania da crtica esbraveja em torno de

    ns, experimentando-nos a segurana da construo. E esses so igualmente os dias para a serenidade maior. Diante deles, nada de irritao, nem de desnimo.

    Reunirmo-nos, mais estreitamente uns aos outros na fidelidade ao trabalho, a fim de conjurar perigos maiores, o nosso dever.

    Urge consertar a mquina de ao, como pudermos, dentro de todos os recursos lcitos, maneira dos ferrovirios que restauram a locomotiva descarrilada e, depois de coloc-la em condies de servios nos trilhos justos, seguir para a frente.

    Nem acusaes, nem lamentos. Trabalhar com mais ardor, esquecendo o mal e lembrando o bem. Restabelecer a unio e avanar adiante. Compreender que as horas para a f no so aquelas do Sol rutilando no

    firmamento azul, mas precisamente aquelas outras em que as nuvens despejam ameaas de algum lugar do Cu.

    Todos encontramos dificuldades no caminho em que transitamos. Sempre que chamados a servir, foroso recordar que estamos carregando

    encargos que a Divina Providncia nos confiou, no bem de todos. E, cuidando de satisfazer aos Desgnios de Deus, sejam quais forem os riscos e

    tropeos com que sejamos defrontados, estejamos convencidos de que Deus cuidar de ns.

  • 25

    NO GRUPO ESPIRITA Emmanuel

    Porque, onde estiverem dois ou trs reunidos em meu nome, ali estou no meio

    deles. Jesus (Mateus, 18:20).

    Compreendendo-se que cada obreiro da seara esprita crist se incube de tarefa

    especfica, foroso indagar, de quando em quando, a ns mesmos, o que somos, no grupo de trabalho a que pertencemos:

    Uma chave de soluo nos obstculos ou um elemento que os agrava? Um companheiro assduo s lies ou um assistente que, por desfastio, aparece

    de vez em vez? Um amigo que compreende e ajuda ou um crtico inveterado que tudo complica

    ou desaprova? Um blsamo que restaura ou um custico que envenena? Um enfermeiro consagrado ao bem da comunidade ou um doente que deva ser

    tolerado e tratado pelos demais? Um manancial de auxlio ou uma charneca deserta sem benefcios para

    ningum? Um apoio nas boas obras ou uma brecha para a influncia do mal? Uma planta frutfera ou um parasito destruidor? Um esteio da paz ou um veculo da discrdia? Uma bno ou um problema? Faamos semelhante observao e verificaremos, sem dificuldade, se estamos

    simplesmente na Doutrina Esprita ou se a Doutrina Esprita j est claramente em ns.

  • 26

    PRECE Emmanuel

    Senhor: Esta uma das casas que nos deste orao para que a tua bno nos clareie

    o caminho. Ensina-nos a construir dentro dela o lar de nossos coraes, em cuja doce

    intimidade aprendamos de ti a bondade e a renncia, o devotamento e a compaixo. Que dela faas um lugar consagrado ao teu servio, onde estejamos contigo, de

    alma descerrada aos sofrimentos e necessidades do prximo, a fim de que os nossos irmos de humanidade aqui te encontrem a Celeste Presena.

    Ajuda-nos a exalt-la, atravs do respeito nossa prpria conscincia para que ela seja dignificada na venerao dos outros.

    Discpulos do Espiritismo que te restauram na Terra a Doutrina da Luz, faze-nos compreender que o Centro Esprita um templo de trabalho educativo e de solidariedade humana, onde a honra do teu nome est empenhada em nossas mos.

    Induze-nos concrdia e simplicidade, para que a separao e o orgulho no nos arrojem s trevas.

    Desperta-nos o sentimento e o raciocnio em tuas lies, para que tenhamos o corao e o crebro sintonizados no verdadeiro bem, escalando os degraus da caridade e da cultura no rumo da Sabedoria e do Amor que nos aguardam na imortalidade vitoriosa.

    Senhor, no desconhecemos que os nossos prprios enganos podem obscurecer-nos o entendimento, imobilizando-nos os passos nos labirintos da sombra.

    Auxilia-nos, assim, a cultivar o carter acima da convico e o exemplo acima das palavras.

    Mergulha as razes da nossa existncia nas guas de tua misericrdia, para que a fraternidade frutifique em nossos dias e inspira-nos a humildade para que no vivamos distrados na iluso.

    Concede-nos a alegria incessante do servio, a fim de que sejamos agradecidos ao suor e s lgrimas dos companheiros que lutaram e sofreram, antes de ns, para que este santurio se erga em teu nome e compadece-te de nossas mos no arado de nossos deveres, para que sejamos fiis tua confiana, hoje e sempre.

    Assim seja.

  • 27

    INSTRUO ESPRITA Emmanuel

    Escola benemrita, o templo esprita um lar de luz, aberto instruo geral

    para o entendimento das leis que regem os fenmenos da evoluo e do destino. Cada irmo de ideal, entre as paredes que lhe demarcam o recinto, quando se

    pronuncia no grau do conhecimento que j conquistou, comparvel ao professor que fala da ctedra que lhe pertence para a edificao dos alunos.

    E no se diga que um instituto terrestre de ensino usual, onde sejam pagas as explicaes professadas em aula, seja mais importante.

    A matemtica instrumento inseparvel da cincia para que se mea a propriedade das grandezas, mas, sem a educao do carter, possvel de transformar-se em delrio de clculos para a destruio.

    A lingstica descerra a estrutura dos idiomas, no entanto, sem esprito de fraternidade, o poliglota mais hbil pode no passar de um dicionrio pensante.

    A psicologia investiga as ocorrncias da vida mental, a desdobrar-se nos meandros da anlise psquica, entretanto, sem o estudo da reencarnao, reduz-se a frio holofote que desvenda males e chagas sem oferecer-lhes consolo.

    A histria esclarece o passado, todavia, no guarda o objetivo de consertar a histria presente de quantos lhe acolhem apontamentos e informaes.

    Um ttulo acadmico atribui honrosa competncia cerebral, contudo, apesar de todos os roteiros da deontologia, no determina, de modo positivo, em renovaes do sentimento.

    Amemos no templo esprita a escola das diretrizes que nos orientem escolha e conduta.

    Dentro dele, abramos a alma com sinceridade aos que nos escutam e ouamos com respeito os que nos dirigem a palavra, permutando experincias que nos corrijam as preferncias e as atitudes.

    O Evangelho, que consubstancia as mais altas normas para a sublimao do esprito, acima de todas as tcnicas que aformoseiam a inteligncia, no nasceu nem de ritos, nem de imposies, nem de etiquetas e nem de culto externo.

    A maior mensagem descida dos Cus Terra, para dignificar a vida e iluminar o corao, surgiu das palavras inesquecveis de Jesus que procurava o povo e do povo que procurava Jesus.

  • 28

    MISSO DO TEMPLO ESPRITA Emmanuel

    Um templo esprita , na essncia, um educandrio em que as leis do Ser, do

    Destino, da Evoluo e do Universo so examinadas claramente, fazendo luz e articulando orientao, mas, por isso, no deve converter-se num instituto de mera preocupao academicista.

    Manter o simpsio dos seareiros experientes, sempre que necessrio, mas no o situar por cima da obra de evangelizao popular.

    Alentar a tribuna em que o verbo primoroso lhe honorificar os princpios, diante de assemblias cultas e atentas; contudo, no se esquecer do entendimento fraternal, de corao para corao, em que os companheiros mais sbios se disponham, pacientemente, a responder s perguntas e a sossegar as inquietaes dos menos instrudos.

    Fornecer informaes preciosas aos pesquisadores da Verdade, na esfera dos conhecimentos superiores que veicula; no entanto, trabalhar com maior devotamento em favor dos cados em provao e necessidade que lhe batem porta, esmagados de sofrimento.

    Prestigiar a cincia do mundo que suprime as enfermidades e valorizar o benefcio da prece e do magnetismo curativo, no socorro aos doentes.

    Divulgar o ensino, multiplicando o po. Um templo esprita, revivendo o Cristianismo, um lar de solidariedade

    humana, em que os irmos mais fortes so apoio aos mais fracos e em que os mais felizes so trazidos ao amparo dos que gemem sob infortnio.

    Nesse sentido, lcito recordar os apelos endereados pelo Mundo Espiritual aos espritas, atravs da Codificao Kardequiana, no item 4, do captulo XX, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que nos apontam o rumo certo:

    Ide, pois, e levai a palavra divina aos grandes que a desprezaro; aos eruditos que exigiro provas; aos pequenos e simples que a aceitaro, porque principalmente entre os mrtires do trabalho, na provao terrena, encontrareis fervor e f.

    Ide! Esses recebero, com hinos de gratido e louvores a Deus, a santa consolao que lhes levareis, e baixaro a fronte, rendendo-lhes graas pelas aflies que a Terra lhes destina.

    Espritas, reflitamos! Estudemos, sentindo, compreendendo, construindo e ajudando sempre. Auxiliemos o prximo, sustentando, ainda, todos aqueles que procuram auxiliar. Jesus chamou a equipe dos apstolos que lhe asseguraram cobertura obra

    redentora, no para incensar-se e nem para encerr-los em torre de marfim, mas para ergu-los condio de amigos fiis, capazes de abenoar, confortar, instruir e servir ao povo que, em todas as latitudes da Terra, lhe constitui a amorosa famlia do corao.

  • 29

    ORAO A JESUS

    Auta de Souza

    Abenoa, Senhor, a casa que nos deste, No campo de trabalho e anseio que bendigo... Neste pouso de paz, temos o doce abrigo Que nos revela o Amor por Luz do Lar Celeste. A caridade aqui a fora que nos veste De jbilo ao saber que marchamos contigo... D-nos, Senhor, o dom de ver-te o brao amigo Onde o brilho do Bem aqui se manifeste. Conserva-nos a porta aberta a quem procura Conforto solido, socorro desventura, Resposta, auxlio e f, padecendo ao buscar-te!... Que a nossa casa em Ti, no Amor que no se cansa Seja um lar consagrado bondade e esperana Que te louve a Presena e o Nome, em toda parte.

  • 30

    PRECE NO TEMPLO ESPRITA Emmanuel

    Cap. XXVIII Item 4

    Senhor Jesus, abenoa, por misericrdia, o lar que nos deste ao servio da

    orao. Rene-nos aqui em teu amor e ensina-nos a procurar-te para que no nos

    percamos margem do caminho. Nos instantes felizes, s nossa fora, para que a alegria no nos torne ingratos e

    insensveis. Nos momentos amargos, s nosso arrimo, para que a tristeza no nos faa

    abatidos e inteis. Nos dias claros, concede-nos a bno do suor no trabalho digno. Nas noites tempestuosas, esclarece-nos o esprito para que te entendamos a

    advertncia. Inclina-nos a pensar sentindo, para que no guardemos gelo no crebro, e

    induze-nos a sentir pensando para que no tenhamos fogo no corao. Ajuda-nos para que a caridade em nossa existncia no seja vaidade que

    dilacere os outros e para que a humildade em nossos dias no seja orgulho rastejante!... Auxilia-nos para que a nossa f no se converta em fanatismo e para que o

    nosso destemor no se transforme em petulncia. Amorvel Benfeitor, perdoa as nossas faltas. Mestre Sublime, reergue-nos para a lio. E, sobretudo, Senhor, faze que entendamos a Divina Vontade, a fim de que,

    aprendendo a servir contigo, saibamos dissolver a sombra de nossa presena na glria de Tua luz!

  • 31

    TEMPLO VIVO Agar

    uma felicidade encontrar o reduto dos trabalhadores operantes do Espiritismo.

    Que dizer duma comunidade de abelhas consagradas a perene descanso na colmia? De rvores que florescessem verdejantes, mas sem frutos? De fontes abertas, todavia sem gua que traduza socorro ativo aos sedentos? No suponham que ns, os desencarnados, estejamos repousando em calmaria destruidora. O nosso esforo ingente, o trabalho incessante.

    Temos, tambm, em todas as direes de nossa luta, os centros espirituais de servio aos semelhantes. Nossos agrupamentos, contudo, no se restringem aos incensos da adorao e, sim, se estendem a tarefas eficientes e seguras, nas quais, qual acontece num conjunto musical, cada companheiro um instrumento adequado harmonia do todo e cada corao ferramenta bendita para que a vontade de Jesus se manifeste.

    Aqui temos, pois, uma demonstrao dos templos de f viva no futuro mundo. Cada crente colaborador vivo na obra do Mestre Divino. Este usa a palavra para a edificao coletiva, outro emprega as mos fraternas no auxlio curativo, enquanto outros se utilizam de foras benficas e salutares para a transmisso dos valores espirituais de planos mais altos.

    Trabalhemos, assim, meus amigos, conscientes de que o Espiritismo Cristo processo renovado com Jesus, escola para ensinar, casa de produo incessante do bem e sementeira viva de bnos e luzes, em que todos ns, individualmente, podemos contribuir com a nossa parte na construo do Reino de Deus na Terra. O porvir acena-nos frente, induzindo-nos para o Alto.

    A f sem obras congela o pensamento e determina a anestesia temporria do esprito.

    O servio a alma de nossas organizaes que se dirigem para o mundo regenerado, com vistas vida eterna.

    Jesus o Senhor da Verdade e do Bem, o Prncipe da Paz e o Salvador dos Homens. Entretanto, tambm o Trabalhador Divino de p nas mos, limpando a eira do mundo.

    E se no sabemos, ainda, dentro de nossa insignificncia, ligar-nos ao Supremo Orientador do Planeta, atravs da Verdade que ainda no conquistamos inteiramente, do Bem que ainda no sabemos praticar com a perfeio desejada e da Paz que ainda no sabemos preservar em ns mesmos, busquemo-lo por intermdio do trabalho no bem, porque o servio o caminho aberto a todas as criaturas, desde o verme at o anjo, na direo de Deus.

  • 32

    NA BOA LUTA Emmanuel

    A seara do bem que Jesus nos descortina se revela por trabalho rduo, com

    alicerces no esprito de equipe. Servio de confraternizao e apoio mtuo em que os tarefeiros, de coraes interligados e mos unidas, so convocados a duro labor, comeando no burilamento de si mesmos.

    face disso, cada ncleo de atividade esprita evidenciando-se na condio de posto avanado do Cristianismo redivivo, h de ser, por fora de suas prprias finalidades, um campo de peleja moral, onde os lidadores atuam, armados com recursos da alma, quais sejam o entendimento e a tolerncia, a bondade e a pacincia, a humildade e a abnegao, baseados no amor que o Cristo nos legou.

    Ponderemos, quanto a isso, e reconheamos a nossa obrigao de trabalhar pelo bem para que se faa, em toda parte, o bem de todos. Lavrar o solo do esprito com os instrumentos do estudo, semear a compreenso, difundir os valores humanos, exemplificar lealdade aos compromissos esposados na oficina de elevao, espalhar para os outros, tanto quanto possvel, as bnos do Senhor.

    Justo que nessas linhas de batalha espiritual apaream ocorrncias menos felizes. De quando em quando, companheiros caem alvejados por inimigos da luz, atravs das brechas que eles mesmos formaram, requisitando amparo urgente na retaguarda; muitos recuam assustados, ao observarem a extenso da obra a fazer; outros exigem frias ou licenas indefinidas, receando obstculos; e outros, ainda, fogem amedrontados, ante os riscos da luta.

    Em favor de todos, Jesus Cristo, o Supremo Comandante das Hostes do Bem, promove e promover sempre o socorro adequado, nas condies precisas; entretanto, a fim de compreendermos nossas prprias dificuldades, recordemos que, no grupo constitudo por ele mesmo, Jesus, nos primeiros dias do Evangelho, conquanto a equipe se erigisse to somente com doze companheiros, no faltaram problemas e desarmonias, negaes e deseres.

    Reflitamos nisso e, aceitando as nossas responsabilidades de trabalhar e servir, estejamos com o Divino Mestre, nas provas e aflies da frente, seguindo para a frente.

  • 33

    SIGAMOS COM JESUS Joo de Deus

    Meus filhos, a nova era divina primavera Nascente, clara, loua... Ao sol do evangelho vivo, Busquemos trabalho ativo, Enquanto raia a manh. Partamos ao dia lindo, Colhendo e distribuindo As flores do amor cristo. Convertamos nossa lida Na bno indefinida De paz e de redeno. Onde a mente enferma e pobre De ignorncia se cobre Na treva em que se conduz Passemos servindo, em bando, Felizes, despetalando Os lrios alvos da luz. Onde a dor exibe chagas, Angstias, misrias, pragas, Desnimo e solido, Espalhemos com bondade As rosas da caridade Que nunca fenecero. Onde o frio rijo aoite Aos que choram sob a noite, Sem a ternura de algum, Trazendo incentivo e lume, Libertemos o perfume Das aucenas do bem. Onde a revolta se exprime, Na mgoa, no horror, no crime, Nas hecatombes at Plantemos com segurana Verdes palmas de esperana Para a vitria da f. Comecemos desde agora, Ao doce calor da aurora,

  • 34

    Servindo sem descansar. Quem no Evangelho no dorme Encontra colheita enorme Nas bnos do Eterno Lar!... E se algum amaldioa Nossa oferta humilde e boa, Digamos sem aflio:- -Por amor fazemos isto!... Sigamos com Jesus Cristo, Filhos do meu corao!

  • 35

    EM ORAO Emmanuel

    Senhor Jesus! Esta a casa em que nos honorificas a confiana, permitindo-nos cooperar

    contigo no servio aos semelhantes, em favor de ns mesmos. Faze-nos sentir que nos concedes aqui um educandrio da alma, em funo de

    nosso prprio burilamento para a imortalidade vitoriosa. Ilumina-nos o entendimento, a fim de que possamos discernir os teus desgnios

    de nossos desejos. Ensina-nos a receber todos aqueles que nos batam s portas, na condio de

    mensageiros da tua bondade, capazes de instruir-nos no amor que nos legaste. Ajuda-nos, para que venhamos a ser blsamo aos que sofrem, escora aos que

    esmorecem, coragem aos abatidos e paz aos que jazem no desespero. Nos dias obscuros ou intranqilos, quando as nossas imperfeies no nos

    consintam perceber-te as diretrizes, s, por misericrdia, a luz que nos oriente em rumo certo.

    Nas horas de incerteza ou perturbao, s o equilbrio que nos reajuste sentimentos e raciocnios.

    Induze-nos a reconhecer que os mais fortes de ns, somos o apoio dos mais fracos; os mais cultos, o auxlio dos menos cultos; os sos, o socorro devido aos doentes e que todos quantos j puderam entesourar as luzes do carter cristo devem ser, diante de Ti, o amparo de quantos ainda no conseguem apresentar o padro de vida espiritual elevado e nobre tanto quanto desejam.

    Senhor! Abenoa-nos e que, junto ao benemrito patrono deste lar da paz e da bno,

    possamos ns tambm aprender a servir-te, servindo o prximo, hoje e sempre. Assim seja.

  • 36

    NOSSA PRECE Maria Dolores

    Ampara-nos, Senhor, Este repouso de amor Em que a paz nos descansa. Porto, refgio, lar, Em que podemos cultivar As bnos da esperana. Perante a caridade por dever, Faze-nos perceber Que nesta casa em que nos aconchegas, A todos nos entregas A bendita oficina Que nos renove a f na Bondade Divina. De rotina em rotina E surpresa em surpresa, Deixa-nos discernir Que, em contemplando a prpria Natureza, Da rocha mais hostil ao solo mais fecundo, Tudo auxlio na lei Se te atende na estrada ao lema de servir. Tudo auxlio na lei Do firmamento ao cho... Serve o Sol, serve o mar sem derramar-se em vo, O tronco no devora os frutos que oferece, A fonte ajuda e passa em sussurros de prece, O vento ampara a flor, a flor perfuma a vida, Faz-se po e celeiro a semente esquecida... Ajuda-nos, Senhor, a repartir o bem Sem traar condies, sem perguntar a quem... Aspiramos a ser contigo, dia a dia, Blsamo, reconforto, unio, alegria, Agasalho do templo e corao da escola, O prato que alimenta e o verbo que consola... Concede-nos o dom de cooperar contigo, Trabalhar e seguir pelo teu brao amigo. Tanto luz do porvir quanto na luz de agora, Faze, por fim, Senhor, Que a nossa casa seja, hora por hora, Um caminho de f para o Reino do Amor.

  • 37

    INDAGAES A NOS MESMO

    Maria Dolores

    Que seremos na casa de nossa f, em companhia daqueles que comungam conosco o mesmo ideal e a mesma esperana?

    Uma fonte cristalina ou um charco pestilento? Um sorriso que ampara ou um soluo que desanima? Uma abelha laboriosa ou um verme roedor? Um raio de luz ou uma nuvem de preocupaes? Um ramo de flores ou um galho de espinhos? Um manancial de bnos ou um poo de guas estagnadas? Um amigo que compreende e perdoa ou um inquisidor que condena e destri? Um auxiliar devotado ou um espectador inoperante? Um companheiro que estimula as particularidades elogiveis do servio ou um

    censor contumaz que somente repara imperfeies e defeitos? Um pessimista inveterado ou um irmo da alegria? Um cooperador sincero e abnegado ou um doente espiritual, entrevado no catre

    dos preconceitos humanos, que deva ser transportado em alheios ombros, feio de problema insolvel?

    Indaguemos de ns mesmos, quanto nossa atitude na comunidade a que nos

    ajustamos, e roguemos ao Senhor para que o vaso de nossa alma possa refletir-lhe a Divina Luz.

  • 38

    DIRETRIZES INDIVIDUAIS NOS GRUPOS Andr Luiz

    Se voc foi chamado a cooperar num grupo de atividade crist, agradea as

    oportunidades de servir e esquea seus direitos imaginrios para que a luz do dever resplandea em seu caminho.

    Pagar mensalidade do estilo e colaborar com o dinheiro no difcil; d o

    concurso direto de suas foras na obra a realizar. Guarde para seus companheiros a gentileza de que se sente credor diante deles;

    a cordialidade alicerce da paz. Antes de exigir novas manifestaes dos amigos espirituais, no deixe de

    manifestar, por sua vez, atravs de atos, palavras e pensamentos, os sublimes valores que j recebeu; se o intercmbio com o plano invisvel agradvel, o trabalho da experincia humana eminentemente importante.

    Aplique os ensinamentos evanglicos no servio dirio a que consagra o

    corao; se voc no est interessado em espiritualizar-se, intil que as entidades superiores se sacrifiquem por sua causa.

    No use a crtica, nem a reprovao; faa o bem que estiver ao seu alcance,

    porque o problema no o de repetir - se fosse comigo faria assim - mas de imprimirmos nossas obrigaes pessoais frente do Cristo.

    No perca tempo reclamando contra a ingratido, procurando o espinho ou

    medindo as pedras da estrada; lembre-se de que o seu grupo tambm uma orquestra convocada a executar o servio de Jesus para a Harmonia Divina da vida e, se voc no usar o instrumento que lhe compete com a eficincia devida, a msica viver sempre desafinada.

    .

  • 39

    NOSSO GRUPO Andr Luiz

    Nosso grupo de trabalho esprita-cristo, em verdade, assemelha-se ao campo

    consagrado lavoura comum. Almas em pranto que o procuram simbolizam terrenos alagadios que nos cabe

    drenar proveitosamente. Observadores agressivos e rudes so espinheiros magnticos que devemos

    remover sem alarde. Freqentadores enquistados na ociosidade mental constituem gleba seca que

    nos compete irrigar com carinho. Criaturas de boa ndole, mas vacilantes na f, expressam erva frgil que nos

    pede socorro at que o tempo as favorea. Confrades irritadios, padecendo melindres pessoais infindveis, so os arbustos

    carcomidos por vermes de feio aspecto. Irmos sonhadores, eficientes nas idias e negativos na ao, representam

    flores improdutivas. Pedinches inveterados, que nunca movem os braos nas boas obras, afiguram-

    se-nos folhagem estril que precisamos suportar com pacincia. Amigos dedicados ao mexerico e ao sarcasmo so pssaros arrasadores que

    prejudicam a sementeira. O companheiro, porm, que traz consigo o corao, para servir, o semeador

    que sai com Jesus a semear, ajudando incessantemente a execuo do Plano Divino e preparando a Seara do Amor e da Sabedoria, em favor da Humanidade, no Futuro Melhor.

  • 40

    HISTORIA LIGEIRA Andr Luiz

    O candidato ao ministrio cristo penetrou o templo do servio e proclamou-se

    transformado. Na primeira semana, afirmou-se favorecido pela divina Luz e, depois de solene

    profisso de f, assinalou fronteiras entre ele e o pecado, entre a sua perfeio e o mundo envilecido.

    Na segunda semana, discursou, ardentemente, conclamando o povo salvao com o Cristo.

    Na terceira, traou programas e promessas, na esfera da beneficncia, mostrando-se inclinado a socorrer infelizes, curar doentes e asilar criancinhas abandonadas.

    Na quarta, declarou-se vtima da incompreenso e da discrdia, entre pesadas nuvens

    de tristeza e insubmisso. Na quinta, apareceu cansado e desiludido, indicando os males do mundo e os

    defeitos dos irmos. Na sexta, rogou ao Senhor licena para descansar. Na stima, deitou-se e dormiu por duzentos anos. Nesse candidato s bnos do Evangelho, temos a histria de milhes. Muitos chamados, poucos escolhidos. Oportunidades para todos e servio de raros. Em verdade, o Divino Amigo continua curando, levantando, consolando,

    reanimando e convidando almas para o banquete do Reino de Deus, mas os seguidores e discpulos comeam a tarefa no calor fervente do entusiasmo, elevado tenso mais alta...

    Pronunciam votos comovedores, gesticulam e ensinam; entretanto, em poucos dias, antes mesmo de marcharem dez passos, na senda da elevao, reclamam frias espirituais para o repouso de vrios scalos

  • 41

    TEMPLOS ESPIRITAS Albino Teixeira

    Assegurando o progresso, o trabalho educativo estende-se no mundo, em todas

    as direes. Escolas primrias... Colgios de instruo complementar... Faculdades superiores... Cursos de formao tcnica... Corporaes de ensino profissional... Academias de arte... Estabelecimentos para divulgao de Cincias sociais e econmicas... Aulas de boas maneiras... Institutos de eugenia... Crculos de cultura, ligados aos diversos departamentos da atividade humana... Entretanto, organizemos o templo esprita, levantemos o templo esprita,

    sustentemos o templo esprita e prestigiemos o templo esprita, porque se as religies tradicionais, muito louvavelmente, administram esperana e consolo, somente a Doutrina Esprita estudando a reencarnao e a sobrevivncia individual alm da morte, a mediunidade e a comunicao dos espritos, a necessidade da prestao de servio espontneo ao prximo e a fatalidade da evoluo, a responsabilidade de viver e a divina justia na conscincia de cada um, , em si, e por si, a religio natural de Jesus, traando rumo certo e ensinando a viver.

  • 42

    VISO ESPIRITUAL DE UM CENTRO ESPIRITA Eugnio S. Vitor

    ...Satisfazendo, porm, ao nosso objetivo essencial, aproveitaremos os minutos

    de que dispomos para falar-lhes, de algum modo, acerca da tela de nossas atividades. Qual ocorre aos demais santurios de nossa f, orientados pelo devotamento ao

    bem, junto aos quais o Plano Superior mantm operosas e abnegadas equipes de assistncia, nossa casa, consagrada Espiritualidade, hoje um pequeno mas expressivo porto de auxlio, erigido feio de pronto socorro.

    Com a superviso e cooperao de vasto corpo de colaboradores em que se

    integram, mdicos e religiosos, inclusive sacerdotes catlicos, ministros evanglicos e mdiuns espritas j desencarnados, alm de magnetizadores, enfermeiros, guardas e padioleiros, temos aqui diversificadas tarefas de natureza permanente.

    Nossa reunio est garantida por trs faixas magnticas protetoras. A primeira guarda a assemblia constituda e aqueles desencarnados que se lhes

    conjugam tarefa da noite. A segunda faixa encerra um crculo maior, no qual se aglomeram algumas

    dezenas de companheiros daqui ainda em posio de necessidade, cata de socorro e esclarecimento.

    A terceira, mais vasta, circunda o edifcio, com a vigilncia de sentinelas

    eficientes, porque alm dela temos uma turba compacta a turba dos irmos que ainda no podem partilhar, de maneira mais ntima, o nosso esforo no aprendizado evanglico. Essa multido assemelha-se que vemos, freqentemente, diante dos templos catlicos, espritas ou protestantes com incapacidade provisria de participao no culto da f.

    Bem junto direo de nossas atividades, est reunida grande parte da equipe

    de funcionrios espirituais que nos preservam as linhas magnticas defensivas. frente da mesa orientadora, congregam-se os companheiros em luta a que

    nos referimos. E em contraposio com a porta de acesso ao recinto, dispomos em ao de

    dois gabinetes, com leitos de socorro nos quais se alonga o servio assistencial. Entre os dois, instala-se grande rede eletrnica de conteno, destinada ao

    amparo e controle dos desencarnados rebeldes ou recalcitrantes, rede essa que um exemplar das muitas que, da vida espiritual, inspiraram a medicina moderna no tratamento pelo eletrochoque.

    E assim organiza-se nossa casa para desenvolver a obra fraterna em que se

    empenha, em favor dos companheiros que no encontraram, depois da morte, seno as suas prprias perturbaes.

  • 43

    Assinalando, de maneira fugacssima, o setor de nossa movimentao, devemos recordar que, acima da crosta terrestre comum, temos uma cinta atmosfrica que classificamos por cinta densa, com a profundidade aproximada de 50 quilmetros, e, alm dela, possumos a cinta leve, com a profundidade aproximada de 950 quilmetros, somando mil quilmetros acima da esfera em que vocs presentemente respiram.

    Nesse grande mundo areo, encontramos mltiplos exemplares de almas

    desencarnadas, junto de variadas espcies de criaturas sub-humanas, em desenvolvimento mental no rumo da Humanidade.

    Milhes de Espritos alimentam-se da atmosfera terrestre, demorando-se, por

    vezes, muito tempo, na contemplao ntima de suas prprias vises e criaes, nas quais habitualmente se imobilizam, maneira da alga marinha que nutre a si mesma, absorvendo os princpios do mar.

  • 44

    EM DESOBSESSO Emmanuel

    Imagina-te perdido, longe de casa, em noite de temporal. Por fora, a sombra espessa se te afigura povoada de monstros, enquanto as

    vozes da natureza se assemelham a clamor desarticulado de aflio e loucura... De instante a instante, cambaleias nos charcos, golpeado pelo chicote da

    ventania... E, por dentro, assinalas o pavor do desconhecido e o temor de retroceder. Gritas e choras, acabando identificado por viajantes do desespero no quadro

    estarrecedor... No entanto, de improviso, surge doce refgio que a luz banha, sublime... E nesse lar de amor encontras agasalho, conforto, lume e po. Ento compreenders que um Templo de Socorro, aberto aos coraes que a

    morte conturbou uma porta do Cu e uma bno de Deus.

  • 45

    CARIDADE E JESUS Emmanuel

    A histria do Bom Samaritano, ainda hoje, compele-nos a reconhecer na

    caridade o caminho aberto por Jesus unio e paz, entre as criaturas, e no antes dele.

    Os papiros do Egito ancio no se reportam a qualquer sentimento, qual o da

    Parbola, capaz de reunir coraes estranhos uns aos outros. Os documentrios de Roma Imperial no evidenciam qualquer vestgio de

    semelhante demonstrao de calor humano. As pginas da Grcia antiga, conquanto se definam, at agora, por pices da

    cultura filosfica de todos os tempos, no nos revelam indcios desse amor ao prximo, desacompanhado de indagaes.

    Arquivos de povos outros que passaram na Terra, antes do Cristo, no revelam

    qualquer sinal desse imperativo de amparo imediato a necessitados que se desconhea. Jesus, porm, com a histria do Samaritano generoso, inaugura um mundo

    novo no campo emotivo da Humanidade, com base na assistncia a qualquer irmo do caminho terrestre, que se veja em calamidade e penria, sem distino de credo e raa.

    Caridade, onde esteja, a presena de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sempre que te detenhas a contemplar um hospital ou um lar consagrado aos

    desprotegidos, uma instituio de auxlio social ou de socorro fraterno, eleva o pensamento Bondade Divina em sinal de louvor e colabora, quanto puderes, em benefcio dos outros.

    Atravs do ensinamento do Senhor, todas as criaturas vlidas so naturalmente

    chamadas pelas Leis de Deus, sustentao possvel daquelas outras que estejam cadas em provao.

    E sempre que te observes, frente de quaisquer dessas obras dedicadas

    compreenso e ao amor, recorda que te achas, perante a irradiao da Luz Divina, ou mais propriamente, ante a Caridade e Jesus

  • 46

    ENTRE IRMOS Emmanuel

    Um tipo de beneficncia indispensvel ao xito nas tarefas de grupo: o

    entendimento entre os companheiros. No nos referimos ao entendimento de superfcie, mas compreenso de base,

    atravs da pacincia recproca, que se apresente, na esfera do trabalho, para a superao de todos os empeos.

    Acostumamo-nos a subestimar as exigncias pequeninas, como sejam a

    supresso de um equvoco, a reformulao de um pedido, uma frase calmante em hora difcil, o afastamento de uma queixa... E a tisna de sombra passa a enovelar-se com outras tisnas de sombra; a breve espao, ei-las transformadas em bola de trevas, intoxicando o nimo da equipe com a obra ameaada de colapso ou desequilbrio.

    No ignoramos que um parafuso desarranjado numa roda em movimento

    compromete a segurana do carro, que o curto-circuito em recanto esquecido suscetvel de incendiar e destruir edifcios inteiros... Mesmo assim, no sanamos, comumente, o mal-entendido, capaz de converter-se em agente de perturbao ou desordem, arrasando largas somas de servio, no qual se garante a paz da comunidade. Estabelecido o descontrole no mecanismo de nossas relaes uns com os outros, pausemos um minuto de meditao e prece, para observar com serenidade o desajuste em causa ou o hiato havido. Em seguida, aceitemos a mais elevada funo da palavra: a da construo do bem e saibamos esclarecer-nos, mutuamente, esculpindo o verbo em tolerncia e fraternidade, a fim de que a marcha eficiente do grupo no se interrompa.

    Certifiquemo-nos de que muito corao do caminho espera unicamente um

    toque de gentileza para se descerrar alegria e ao trabalho, ao apaziguamento e renovao, lembrando certas portas de nobre e slida estrutura que agentam golpes e murros de violncia, sem se alterarem, mas que se abrem, de imediato, sob a doce presso de uma chave.

  • 47

    EM EQUIPE ESPIRITA Emmanuel

    Em verdade vos digo que se dois dentre vs, sobre a Terra, concordarem a

    respeito de qualquer coisa que porventura pedirem, ser-lhes- concedida por meu Pai que est nos Cus.

    Jesus (Mateus, 18:19). Aceitar-nos na condio de obreiros, chamados por Jesus a servir e servir. Compreendermo-nos em lide como sendo uma s famlia na intimidade do lar,

    esquecendo-nos pelo rendimento da obra. Acreditar mas acreditar mesmo que nada conseguiremos de bom, perante o

    Senhor, sem humildade e pacincia, tolerncia e compreenso, uns diante dos outros. Situar a mente e o corao, na lavoura do bem comum. Fazer o que se deve, mas prestar apoio discreto e desinteressado aos

    companheiros, na desincumbncia das responsabilidades que lhes competem. Associarmo-nos ao esforo geral do grupo, no cumprimento do programa de

    ao, traado em benefcio do prximo, sem esperar pedidos ou requisies de concurso fraterno.

    Observarmos, todos ns, que nos achamos na Seara de Jesus, no porque a estejam laos queridos, ou almas abenoadas de nosso tesouro afetivo, a quem desejamos agradar e a quem realmente devemos ajudar, quanto nos seja possvel, mas, acima de tudo, para trabalhar por ns e para ns mesmos, aproveitando as novas concesses que o Senhor nos fez, por acrscimo de misericrdia, a fim de que se nos melhore o gabarito espiritual, nos empreendimentos de resgate e elevao.

    Caminhar para a frente, desculpando-nos com entendimento mtuo, quanto s prprias fraquezas, sem melindres e sem queixas que apenas redundam em complicaes e perda de tempo.

    Agir e servir, sem menosprezar as tarefas aparentemente pequeninas, com sejam: colaborar na limpeza, transmitir um recado, ouvir atenciosamente os irmos mais necessitados que ns mesmos, ou socorrer uma criana.

    Cada um de ns, na equipe de ao esprita, pea importante nos mecanismos do bem.

    Jamais esquecer-nos de que o maior gnio no consegue realizar-se sozinho e que, por isso mesmo, Jesus nos trouxe edificao do Reino de Deus, valorizando o princpio da interdependncia e a lei da cooperao.

  • 48

    O CENTRO ESPIRITA Emmanuel

    O Centro de Espiritismo Evanglico, por mais humilde, sempre santurio de

    renovao mental na direo da vida superior. Nenhum de ns que serve, embora com a simples presena, a uma instituio

    dessa natureza, deve esquecer a dignidade do encargo recebido e a elevao do sacerdcio que nos cabe.

    Nesse sentido, sempre lastimvel duvidar da essncia divina da nossa tarefa. O ensejo de conhecer, iluminar, contribuir, criar e auxiliar, que uma organizao

    nesses moldes nos faculta, procede invariavelmente de algum ato de amor ou de alguma sementeira

    de simpatia que nosso Esprito, ainda no burilado, deixou distncia, no pretrito escuro que at agora no resgatamos de todo.

    Um Centro Esprita uma escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graas, aprimorar-nos e aperfeioar os outros, na senda eterna.

    Quando se abrem as portas de um templo esprita cristo ou de um santurio domstico, dedicado ao culto do Evangelho, uma luz divina acende-se nas trevas da ignorncia humana e atravs dos raios benfazejos desse astro de fraternidade e conhecimento, que brilha para o bem da comunidade, os homens que dele se avizinham, ainda que no desejem, caminham, sem perceber, para a vida melhor.