educaÇÃo patrimonial fortes e fortalezas...

30
“O MAIOR ASSOMBRO DA NOSSA HISTÓRIA É A UNIDADE NACIONAL” Alceu de Amoroso Lima TURISMO MILITAR EDUCAÇÃO PATRIMONIAL Fortes e Fortalezas www.unisantos.br/fortifications www.secomandi.com.br POR ONDE TUDO COMEÇOU ... “Historia magistra vitae” Cicero, 106-43 a.C. Exposição Iconográfica Casa Martim Afonso, São Vicente, SP 2018 - 486 anos do início da colonização oficial do Brasil

Upload: dangtuong

Post on 24-Jan-2019

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

“O MAIOR ASSOMBRO DA NOSSA

HISTÓRIA É A UNIDADE NACIONAL”

Alceu de Amoroso Lima

TURISMO MILITAR

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL

Fortes e Fortalezas

www.unisantos.br/fortifications

www.secomandi.com.br

POR ONDE TUDO COMEÇOU ...

“Historia magistra vitae”

Cicero, 106-43 a.C.

Exposição Iconográfica

Casa Martim Afonso,

São Vicente, SP

2018 - 486 anos do início da colonização

oficial do Brasil

EXPOSIÇÃO ICONOGRÁFICA – POR ONDE TUDO COMEÇOU ...

Comemoração dos 486 anos do início da colonização oficial do Brasil.

Casa Martim Afonso, São Vicente, com abertura oficial no dia 18 de janeiro de 2018, às 19h00.

Realização: Prefeitura Municipal de São Vicente – por meio da Secretaria de Cultura – e

Fundação Cultural Exército Brasileiro.

Apoio cultural: 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea – Forte dos Andradas –, Academia de

História Militar Terrestre do Brasil, International Scientific Committee on Fortifications and Military

Heritage e Universidade Católica de Santos.

A Exposição Iconográfica é composta por 20 painéis (40 x 60 cm), maquete da Fortaleza de

Santo Amaro, réplicas de caravelas dos séculos XVI/XVII, lançamento regional do último CD da

Banda Sinfônica do Exército (distribuição gratuita de cem exemplares) e projeção de vídeos sobre

Arquitetura e Turismo Militar.

Com muita iconografia e pouca prosa, a exposição retrata uma “viagem virtual” às 19

fortificações coloniais – que “circundam o vastíssimo perímetro da América de origem portuguesa,

desde fronteira do oeste e ligando pela costa as do norte às do sul” – indicadas pelo governo do Brasil

para concorrerem, entre 2020/2026, ao título de Patrimônio Mundial pela UNESCO –

Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Patrimônio Cultural Mundial, reconhecido pela UNESCO, “é composto por monumentos,

grupos de edifícios ou sítios que tenham um excepcional e universal valor histórico (...), de

fundamental importância para a memória, a identidade e a criatividade dos povos e a riqueza das

culturas”. O Estado de São Paulo concorre com duas fortificações coloniais:

Fortaleza de Santo Amaro, Guarujá, e Forte São João, Bertioga.

____ E tudo começou em 1532, quando Martim Afonso de Souza, capitão-mor do Brasil,

após mandar parte da sua esquadra reconhecer o litoral – da Foz do Amazonas ao Rio da Prata –

escolheu a região central de uma estreita e alongada planície costeira, outrora coberta pela Mata

Atlântica, para dar início a colonização oficial da América de origem portuguesa. A esquadra de

Martim Afonso era composta por “fidalgos, militares de estirpe, soldados portugueses, mercenários

italianos e franceses, bombardeiros, besteiros e espingardeiros”, segundo o compêndio História do

Exército Brasileiro, IBGE/EME/1972, fonte de inspiração para a exposição que visa mostrar o lado

belo da Arquitetura Militar no Brasil.

________

O site da Unesco: http://whc.unesco.org/en/tentativelists/5997/ contém a descrição completa da

solicitação do governo do Brasil, sobre o conjunto de fortificações coloniais. Categorização:

monumentos de série; Arquitetura militar; XVI até o século XIX; cobertura nacional. O Ministério

da Cultura, por meio do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), está

fazendo a parte técnica de sua competência. Resta agora a sociedade local manifestar sua aprovação

e reconhecer a importância desta distinção pela Unesco.

------

Solicitamos a divulgação do projeto do governo do Brasil (IPHAN/MinC) – nas redes sociais e/ou por outros meios de comunicação – pois assim, acreditamos, você estará contribuindo para dar ao

Estado de São Paulo um ou dois títulos de Patrimônio Mundial pela UNESCO - Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

O Brasil tem 14 sítios culturais já reconhecidos pela UNESCO, mas nenhum no Estado de São Paulo, razão pela qual estamos divulgando, voluntariamente, a indicação de duas fortificações do antigo sistema defensivo colonial do Porto de Santos, sobreviventes do Século XVI - Fortaleza de Santo Amaro, Guarujá, e Forte São João, Bertioga. As dezenove (19) fortificações coloniais do Brasil

indicadas estão descritas no site da UNESCO: http://whc.unesco.org/en/tentativelists/5997/ .

Para alcançar tal objetivo, precisamos nos inserir entre os "gestores de sítios, autoridades locais e regionais, comunidades locais, ONGs e outros interessados na preservação do patrimônio

cultural e natural do país" (Iphan, Notícias).

Você pode se colocar entre os "interessados na preservação do nosso patrimônio cultural", sem qualquer ônus e/ou obrigação formal, apenas divulgando o texto que acompanha o

convite anexo e, se possível, aceitando o convite expedido pela Prefeitura Municipal de São Vicente.

• POR ONDE TUDO COMEÇOU ... é um projeto educacional expositivo focado no sistema defensivo da Baía de Santos e na motivação estratégica que levou o Porto de Santo a se

desenvolveu a partir do lagamar de Enguaguaçu – longe das “vistas” e dos “fogos” dos canhões dos piratas e dos corsários –, tendo a Leste a proteção natural da Ilha de Santo Amaro e, no seu

entorno, um complexo sistema de fortificações, em três linhas sucessivas de defesa. Este fantástico sistema colonial de defesa do porto e das vilas de São Vicente e de Santos – substituído por duas

fortificações do período republicano – está aberto ao Turismo Militar na Região Metropolitana da Baixada Santista. A exposição é complementada por belas fotos atuais das demais fortificações

coloniais situadas na fronteira terrestre – determinantes para o rompimento do “cordão de Tordesilhas” – e no litoral, determinantes para a manutenção da unidade nacional. As 19

fortificações indicadas para o patrimônio da humanidade têm históricos ilustrados no portal:www.funceb.org.br/revista.asp

Para saber mais... consulte o projeto EDUCAÇÃO PATRIMONIAL_ Fortes e Fortalezas disponível no site de Professor Emérito da Unisantos:

www.secomandi.com.bre/ou www.unisantos.br/fortifications

Venha conhecer a Casa Martim Afonso, 486 anos depois ...

Elcio Rogerio Secomandi, [email protected]

Membro efetivo do ICOFORT – International Scientific Committee on Fortifications and MilitaryHeritage – na Região Metropolitana da Baixada Santista.

EVOLUÇÃO DO SISTEMA DEFENSIVO

Fortalezas, cidades e altos muros,

Por eles vereis, filha, edificados. (Os Lusíadas, C II, 156)

Processo Indicativo para o Patrimônio Mundial

Com o propósito de incentivar a produção de trabalhos acadêmicos e/ou técnicos sobre o

patrimônio histórico-militar, estamos desenvolvendo diversas atividades na área da Educação

Patrimonial, visando divulgar a inclusão de dezenove fortificações coloniais do Brasil na Lista

Indicativa da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para

titulação como Patrimônio Mundial.

O Governo Federal, por iniciativa do IPHAN/MinC, incluiu na Lista Indicativa/2015, 19

fortificações coloniais que “permeiam o vasto perímetro da América de origem portuguesa”, para

concorrem entre 2020/2026, em conjunto, ao honroso título de Patrimônio Cultural Mundial pela

UNESCO.

O caminho a percorrer é longo e exaustivo, e se torna necessária uma manifestação positiva da

sociedade local sobre a inclusão de duas fortificações coloniais de defesa do Porto de Santos.

Esperamos, assim, alcançar “pessoas que se reúnem para construir e dividir novos conhecimentos,

investigar para conhecer melhor, entender e transformar a realidade que nos cerca”(Iphan)

Patrimônio Cultural Mundial, reconhecido pela UNESCO, “é composto por monumentos, grupos de

edifícios ou sítios que tenham um excepcional e universal valor histórico (...), de fundamental

importância para a memória, a identidade e a criatividade dos povos e a riqueza das culturas”.

O Brasil possui 14 Sítios do Patrimônio Cultural, mas nenhum deles no Estado de São Paulo; dos 7

Sítios do Patrimônio Natural apenas parte da Mata Atlântica, no Sudeste brasileiro:

http://whc.unesco.org/en/statesparties/BR

.

1

“A Lista Indicativa funciona como um instrumento de planejamento de preparação de

candidaturas, assemelhando-se a um inventário (...) apresentado pelos países que ratificaram a

Convenção do Patrimônio Mundial da UNESCO. Essa iniciativa pode ensejar a participação de

gestores de sítios, autoridades locais e regionais, comunidades locais, ONGs e outros interessados

na preservação do patrimônio cultural e natural do país (IPHAN, Notícias) (o grifo é nosso).

Os próximos passos dependem de um dossiê a ser elaborado por um Comitê Técnico nomeado pelo

IPHAN, com a participação de pessoas responsáveis pelos bens patrimoniais, governos municipais e

estaduais e outras instituições ou profissionais que possam contribuir para a elaboração do dossiêe pela

condução da candidatura. Após análise e aprovação pelo governo do Brasil, o dossiê será enviado ao

Centro de Patrimônio da UNESCO para análise do ICOMOS/ICOFORT _ www.icofort.org _, por meio

de seus membros efetivos (especialistas em fortificações, no caso). Três (3) especialistas deverão

elaborar um parecer, com participação do Comitê Técnico e da equipe que elaborou o dossiê, podendo

conter recomendações e diligências a serem cumpridas. Em seguida, um relatório (base) será

encaminhado ao Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO, para inclusão ou não das fortificações

constantes da Lista Indicativa, do governo do Brasil.

Estão na Lista Indicativa 2020 / 2026 duas fortificações do antigo sistema defensivo do Porto de Santos,

que materializam a nossa história regional: o Forte São João, primeira fortificação real do Brasil

(1532/1551) e a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande (1583/1584), mais expressivo conjunto

arquitetônico-militar do Estado de São Paulo.

2

EVOLUÇÃO DO SISTEMA DEFENSIVO

Portugal pode e deve orgulhar-se de haver possuído um dos maiores conjuntos de

fortificações do mundo, e que ainda se conserva, até em nossos dias, englobando cerca de trezentas

fortificações construídas com caráter permanente, das quais mais de uma centena e meia estão

situadas no Brasil (...) (FERREIRA, p. 13).

Portugal também deve orgulhar-se de nos ter deixado uma grande herança do período

colonial e que marcou profundamente a formação da nossa nacionalidade: o idioma, a cultura, as

igrejas (...) e as fortificações, pontilhando o litoral e a imensa fronteira terrestre que nos separa das

nações de origem espanhola e de antigos protetorados da Inglaterra, França e Holanda.

Por esta e outras razões geopolíticas, um verdadeiro “colar de fortificações” foi erguido no

perímetro da América de origem portuguesa. A cidade de Fortaleza (e seu próprio nome) surgiu no

entorno da Fortaleza da Nossa Senhora da Conceição (1611/1649). O Forte dos Reis Magos (1594)

deu origem à cidade de Natal, e assim por diante ...

“O maior assombro da nossa

Tristão de Ataídhistória é a

unidade nacional”

e.

Estamos, portanto, apresentando uma síntese do Capítulo 9 do livro

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL- Fortes e Fortalezas, na versão “OnLine”,

direcionando-o para o conjunto de 19 fortificações incluído no Processo

Indicativo para o Patrimônio Mundial, em 2015, do governo do Brasil

(MinC/Iphan) para a avaliação pela UNESCO – Nações Unidas para a

Educação, a Ciência e a Cultura.

3

O historiador do Estado do Ceará, Gustavo Barroso, assim o descreve, na introdução ao livro

“Fortificações do Brasil”:

“Lembrando que havia nascido quase à sombra dos muros artilhados de um destes fortes, – o que deu

o nome à minha terra natal –, procurei enumerar de memória os principais que, desde as fronteiras do

oeste, ligando pela costa os do norte aos do sul, circundam com seus muros arruinados ou

abandonados, seus canhões adormecidos na ferrugem e no pó, o vastíssimo perímetro da antiga

América portuguesa” (BARRETO, p. 9).

Fortins, fortes, fortalezas (...), redutos, baterias, pontos fortes, disseminados por todo o território

nacional, materializam um rico patrimônio histórico-cultural construído ao longo dos últimos cinco

séculos – na Colônia, no Império e na República – para proteger as águas e as terras do Brasil

continental.

Essas fortificações, embora erguidas com solidez suficiente para durar séculos, já não têm mais

utilidade operacional, exceto algumas que ainda hospedam unidades militares modernas. É importante,

por isso, que a sociedade brasileira se mobilize com o propósito de resgatar a memória nacional pelo

viés da defesa militar, fundamentada em longa história de povoamento e conquistas territoriais.

Os fortins, fortes e fortalezas que sobrevivem e pontilham a fronteira terrestre e o litoral do Brasil

precisam ser preservados. Esse fantástico acervo histórico-cultural está inserido no “DNA” da nossa

nação e bem representa o perfil militar das Bandeiras.

4

Por estas e outras razões históricas, dezenove fortificações coloniais do Brasil foram incluídas na

Lista Indicativa 2015, da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura) para titulação como Patrimônio Mundial:

O conjunto de fortificações do Brasil apresenta-se como um testemunho material único de um

contato produzido entre diferentes culturas do Velho e do Novo Mundo.

As construções feitas com o objetivo de garantir a posse e a segurança dos novos territórios formam

um conjunto sem semelhança a outros sistemas fortificados edificados no mesmo período em outros

lugares do mundo, tendo um importante papel na ocupação territorial da América do Sul.

Para saber mais ...

Como tudo começou ... http://secomandi.com.br/Fortificacoes-no-Brasil.aspx

Roteiro para trabalhos acadêmicos sobre fortificações

www.secomandi.com.br/dissertacoes

Breve histórico ilustrado sobre as 19 fortificações indicadas para o Patrimônio Mundial

www.funceb.org.br/revista.asp

www.cultura.gov.br <buscar> Lista Indicativa 2015 Unesco

As revistas DaCultura, da Fundação Cultural Exército Brasileiro,

contêm as fotos (capas) a seguir e breves históricos sobre as 19

fortificações indicadas, em conjunto, para reconhecimento futuro como

Patrimônio Mundial.

www.funceb.org.br/revista.asp

6

BREVE RELATO SOBRE AS 19 FORTIFICAÇÕES INDICADAS PARA O PATRIMÔNIO MUNDIAL

(O texto original está em inglês, com tradução automática pelo Google, no portal da UNESCO)

Fonte_ Portal da UNESCO: http://whc.unesco.org/en/tentativelists/5997/

• Data da apresentação: 30/01/2015

• Critérios: (ii) (iv)

• Categoria: Cultural

• Enviado por:Delegação Permanente do Brasil para a UNESCO

• Estado, Província ou Região:Estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte,

Paraíba, Amapá, Rondônia e Mato Grosso do Sul

• Ref .: 5997

• Descrição

• Categorização: monumentos em série; Arquitetura militar; Séculos XVI a XIX; cobertura nacional.

O conjunto de fortalezas instaladas pelos europeus no Brasil originou-se em um processo de ocupação do território, diferente daqueles encontrados em outras potências coloniais. Baseou-se em um esforço descentralizado, decorrente das ações de habitantes das diferentes capitanias que formaram o Brasil,

sem mais intervenção da mãe-país. Isso resultou na construção de centenas de fortalezas, espalhadas por todo o país, construídas para atender mais aos interesses locais do que a pátria.

• As fortalezas não só marcaram a presença de cidades e cidades de origem lusitana, mas também o contato entre diferentes culturas. Muitos dos edifícios defensivos e assentamentos foram instalados onde já havia assentamentos indígenas, enquanto fortes franceses, ingleses, holandeses e espanhóis foram destruídos por forças que não foram enviadas dos países-mãe, mas por residentes no Brasil.

• Estes foram mobilizados sem mais diretrizes da Europa, marcando a formação de um território com sua própria língua e identidade, diferente de todos os outros territórios existentes no Novo Mundo e

um território que teria uma maior extensão geográfica do que o continente europeu. Devido à natureza dos esforços descentralizados provenientes de pequenas ações comunitárias sem maior apoio do governo português, o resultado foi uma variedade de trabalhos, com diferentes traços, estilos e técnicas de construção que serviram para demarcar a ingenuidade e a criatividade das pessoas em chegando a soluções únicas para abordar condições ecológicas e culturais que eram muito diferentes das existentes no Velho Mundo. Ainda hoje, há dezenas dessas fortalezas luso-

brasileiras que destacam suas atividades no estabelecimento de uma cultura única.

• O objetivo deste aplicativo é apresentar um conjunto de fortalezas que inclui uma seleção de 19 (dezenove) monumentos que representam as formidáveis defesas implantadas no Brasil, os pontos que serviram para definir as fronteiras do mar e do “interland” que resultaram no maior país latino-

americano: Brasil.

• A seleção de monumentos caiu sobre os seguintes trabalhos:

• 1 - Forte de São Antônio de Ratones (Florianópolis / SC, 27º 28 '21 "S,48º 33' 41" W): Construído em 1740 durante a implementação da capitania(estado) de Santa Catarina para apoiar as lutas na parte sul do país-continente contra o espanhol. A conquista da ilha de Santa Catarina pelosespanhóis em 1777 e a troca da ilha pela Colônia de Sacramento (Uruguai)interrompeu temporariamente o ciclo de confrontos no sul. Estes seriamreavivados com a independência do Brasil e a última ação militar brasileirano Uruguai, apoiada pelos fortes em Santa Catarina, ocorrenda em 1864.Alavancando a “insularidade”, a posição do forte é formada por curva decortina, uma construção adequada de recursos precários disponíveis então. AUniversidade Federal de Santa Catarina mantém um programa de visitas aolocal. Proteção federal de 1938.

• 2 - Forte de Santa Cruz de Anhatomirim (Governador Celso Ramos / SC,27º 25 '36 "S, 48º 33' 51" W): Construído em 1740, foi a principal defesa dacapitania de Santa Catarina e, ao longo dos séculos, serviu com outrasfunções como um hospital e até mesmo um albergue para viajantesestrangeiros que podem ter sido infectados por doenças contagiosas. O fortefoi mantido operacional e em constante expansão até a década de1950. Com uma forma irregular, a fortaleza consiste em uma série debaterias interconectadas, cada uma com um design robusto e muitosimples. O conjunto é completado pelo grande quartel, que já foi aresidência do governador, e um portão monumental de estilooriental. Administrado pela Universidade Federal de Santa Catarina.

• 3 - -Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande (Guarujá / SP, 23º 59'40 "S, 46º 18' 25" W): Construído a partir de 1584, quando Portugal eBrasil faziam parte da União Ibérica (1580-1640), foi projetado peloarquiteto italiano Bautista Antonelli em resposta a um ataque do corsárioinglês George Fenton realizado no ano anterior. A Fortaleza, no entanto,ainda não estava pronta quando outro inglês, Thomas Cavendish, demitiu acidade de Santos em 1588. O forte, a principal defesa de Santos, foimantido em operação até 1908. Seu formato é de duas baterias retangularessobrepostas com uma cortina longa defendendo a costa e uma bateriaauxiliar em cima da elevação onde está localizada. Atualmente, atua comoum museu municipal. Proteção federal de 1964.

• 4 - -Forte de São João (Bertioga / SP, 23º 51 '18 "S, 46º 08' 04" W):Originalmente construído em 1532 para impedir que os povos indígenasusassem o canal de Bertioga para atacar as cidades de Santos, era o postomilitar em que chegou o artilheiro alemão Hans Staden, autor de uma dasprimeiras contas da conquista da América. A partir disso, os moradores deSão Vicente o usaram para expulsar os calvinistas franceses queencontraram um assentamento no Rio de Janeiro em 1555. O forte atual foierguido em 1750 no contexto da fixação das fronteiras com a Américaespanhola, com uma bateria retangular muito estreita e na parte de trás umagrade na forma de uma tenaille. Hoje é um museu administrado pelogoverno municipal. Proteção federal de 1940.

• 5 - -Fortaleza de Santa Cruz da Barra (Niterói / RJ, 22 ° 56 '16 "S, 43° 8' 3" W): O Forte começou a ser criado em 1578 como a principaldefesa da cidade do Rio de Janeiro, e foi mantido em operações eexpansão constante por trezentos anos. No início do século XVIII,tornou-se o maior forte da América portuguesa, sua construção irregularsendo um testemunho de diferentes estilos e programasdefensivos. Mesmo considerando sua importância, não poderia impedir ocorsário francês René Duguay-Trouin de invadir a Baía de Guanabaraem 1711 e despedir a cidade. A fortaleza ainda está em uso pelo Exército,que tem seu próprio programa de visitas turísticas. Proteção federal de1939.

• 6 - -Fortaleza de São João (Rio de Janeiro / RJ, 22 ° 56 '36 "S, 43 ° 9'25" W): erguido no local onde os colonos de São Vicente fundaram acidade do Rio de Janeiro em 1565 para lutar contra os francesesCalvinistas que se estabeleceram na Baía de Guanabara dez anosantes. Atacada várias vezes pelos franceses e indígenas, o forte serviucomo base de operações para a conquista da região. Construído ao longode quase trezentos anos, de 1602 a 1864, o cluster é formado por trêsfortes diferentes, um de rastreio italiano, uma bateria irregular e outrocasemado no canal de navegação. Ainda em uso pelo Exército, é ummuseu. Proteção federal de 1938.

• 7 - -Fortaleza Nossa Senhora de Monte Serrat (Salvador / BA, 12° 55 '47 "S, 38 ° 31' 3" W): Construído em 1582, é um forte detransição com algumas características de um castelo medieval, comsuas grandes torres em saliente ângulos, mas com um terre-pleinjá seadaptou ao uso de canhões e um quarto exposto na parte de trás dasparedes. Participou em combates contra corsários ingleses eholandeses em 1587, 1599, 1604 e 1627. Foi levado pela frota daCompanhia Holandesa das Índias Ocidentais em 1624, servindocomo ponto de resistência holandês contra os locais em um cercopelos moradores de Salvador . Recolhido em 1625, foi novamenteatacado pelos holandeses em 1638, participando também doencontro contra a frota da Companhia das Índias Ocidentais em1647. Nesses tempos de conflito, sempre foi guarnecido pormoradores da milícia da Bahia. Atualmente é gerido peloExército. Proteção federal de 1957.

• 8 - -Forte Santo Antônio da Barra (Salvador / BA, 13 ° 0 '36 "S,38 ° 31' 58" W): O forte é moldado em um decágono irregular emtenaille, com grandes barracões em suas muralhas. Construído nolugar da segunda cidade lusitana de Salvador (1534), teve que serevacuado por causa da resistência nativa e foi reconstruído durante1582, logo após a União das Coroas de Portugal e Espanha (1580-1640), com a crescente risco de ataques por potências européias. Oforte era parte das defesas adicionais de Salvador e ocorreu emcombates contra corsários ingleses e holandeses, que marcaram ahistória da cidade no final do século XVI e início do séculoXVII. Atualmente serve como um museu naval. Proteção federal de1938.

• 9 - Fortaleza de Santa Maria (Salvador / BA, 13 ° 0 '16 "S, 38 ° 32' 2"W): O primeiro forte de Santa Maria foi erguido logo após a reconquistada Bahia, em 1652, quando uma frota com mais de dez mil soldados(espanhol, italiano e português) vieram a Salvador para retomar acidade, ocupada pelas forças da Companhia Holandesa das ÍndiasOcidentais. Ele serviu para defender o pequeno porto, onde osholandeses desembarcaram no ano anterior e que mais uma vez foiusado para atacar a cidade em 1625. O trabalho atual é o resultado deuma reconstrução em 1694, em forma de retângulo com paredes emuma linha suave de tenailles, com um capuz elevado nas paredes, comoé típico da arquitetura militar da Bahia. Pertence ao Exército,responsável por sua manutenção. Proteção federal de 1938.

• 10 - -Forte de São Diogo (Salvador / BA, 13 ° 0'6.89 "S, 38 ° 31'58.03"W): O Forte faz parte do complexo Barra de Salvador, juntamente comos Forças Santo Antônio e Santa Maria. Juntamente com o Forte deSanta Maria, o Forte de São Diogo foi construído em 1625 ereconstruído em 1694 sob a forma de uma bateria semicircular, comsede na encosta onde está centrada e onde foi fundado o primeiroassentamento português da Bahia. O Forte teve que ser abandonado em1634 por causa da resistência nativa. Na pequena entrada na frente doForte de São Diogo, os holandeses se posicionaram em 1624, com asforças espanhol-italiano-lusitanas dirigindo os holandeses no anoseguinte. É propriedade do Exército. Proteção federal de 1954.

• 11 - -Forte São Marcelo (Salvador / BA): conhecida como NossaSenhora do Pópulo e Forte São Marcelo ou como "Forte do Mar", foiconstruído longe da costa por medo dos portugueses de novas invasõesholandeses. Sua função era impedir a entrada do porto de Salvador,cruzando fogos com os Forte de São Francisco, São Felipe e São Paulo deGamboa. Influenciado pelo desenho de Forte Bugio, no pós-praia de Tejo,a sua construção prolongada até século XVIII, com a participação doengenheiro francês Felipe Guiton e seu compatriota Pedro Garcin. Odesenho circular é constituído por uma torre principal envolvida por umanel de igual altura, formado pelo aterro perimétrico e quartéis. Emarenito e maçonaria, possui um cofre de barril e é o único exemplo aindaexistente de fortificações em forma circular no país. Pertence à IPHAN eestá sob proteção federal desde 1938.

• 12 - -Forte de São Tiago das Cinco Pontas (Recife / RE, 8 ° 4 '18 "S, 34° 52' 51" W): Originalmente construído como um forte pentagonal, comdesenho italiano, pela empresa Holandesa das Índias Ocidentais em 1630.Foi um elemento-chave para as defesas holandesas da cidade de Recife,sendo mantida sob cerco pelos moradores de Pernambuco durante osconfrontos de 1630 a 1635 e assentos subsequentes de 1645 a 1654. Foireconstruído pelos moradores de Pernambuco no final do século XVII,adotando um layout retangular. No entanto, foi mandido o mesmo nomeoriginal durante o episódio da ocupação holandesa de Pernambuco. Agorafunciona como o Museu da Cidade do Recife. Proteção federal de 1938.

• 13 - -Forte de São João Batista do Brum (Recife / PE, 8 ° 3 '10 "S, 34° 52' 15" W): As origens do Forte remontam a 1595, quando oscorsários ingleses, sob o comando de James Lancaster, ergueram oforte. Mais tarde, o forte passaria por várias expansões emodificações. Uma modificação que marcou sua história foi aconstrução de Schans de Bruyne, pelos holandeses em 1630, um dosprincipais pontos de resistência para o cerco das forças luso-brasileiras,que ocorreu entre 1630 e 1635. O Forte foi reconstruído em tijolo epedra com o mesmo layout dos holandeses em 1690, uma cortina reta aomar com bastiões e meio bastiões para pousar, mantendo a versão emportuguês do nome holandês, Brum. Pertence ao Exército, que abrigaum museu. Proteção federal de 1938.

• 14 - -Forte de Santa Cruz de Itamaracá (Itamaracá / PE): conhecidocomo Fort Orange , é um dos testemunhos da ação portuguesa eholandesa em Pernambuco durante o período colonial. O monumentofoi construído na década de 1630 por militares holandeses servindo aCompanhia das Índias Orientais e sofreu várias mudanças em suaestrutura desde a restauração portuguesa de 1654, mudando seu nomepara Fortaleza Santa Cruz de Itamacará . Na alvenaria de calcário elimão, o forte atual apresenta um design regular de polígonosquadrangulares, com bastiões pentagonais nos vértices do sistemaVauban, caixões de pedreira, portões escudoados, bem como quartéispara as tropas, a Casa do Comando, bunkers sob as paredes ,envolvendo o embankement. Proteção federal de 1938.

• 15 - Forte de Santa Catarina (Cabedelo / PB, 6 ° 58'8.51 "S, 34 °50'24.80" W): Projetado a partir de 1590, o Forte foi construído após umalonga campanha para dominar os habitantes nativos, que disputavam comos franceses a ocupação de seus territórios. Atacado em 1596 por trezenavios franceses, o Forte foi reconstruído pelos habitantes locais em 1603.Em 1631, sofreu um ataque holandês da Companhia das Índias Ocidentaisantes de ser retomado em 1634. Reconstruído pelos holandeses dois anosdepois, a configuração atual é de 1700, mantendo partes dos recortes dosfortes dos Países Baixos: uma linha de tenailles para o rio, com bastiõesdefendendo o lado da terra. É administrado hoje pelo Governo do Estado daParaíba, que mantém um museu no local. Proteção federal de 1938.

• 16 - Forte de Reis Magos (Natal / RN, 5 ° 45 '22 "S, 35 ° 11' 41" W):Construído de acordo com o projeto 1597 do padre jesuíta espanhol GasparSamperes, o forte é o primeiro da América Lusitana a seguir o traçadoitaliano, uma arquitetura única no Brasil, com uma linha de tenaille ao ladodo rio e meio bastiões com orillons ao lado da terra. Construído como parteda campanha dos moradores de Pernambuco para expulsar comerciantesfranceses que se relacionavam com as tribos indígenas. Foi atacado poruma força francesa e indiana no mesmo ano de sua construção. Mais tarde,em 1634, o Forte foi tomado pelos holandeses, permanecendo sob suaadministração há vinte anos. Administrado pela IPHAN, é a maior atraçãocultural da cidade de Natal / RN. Proteção federal de 1943.

• 17 - Fortaleza de São José (Macapá / AP, 0 ° 1'50.60 "N ° 51 ° 2'57.77" W): A fortificação

quadrada de traço italiano de acordo com a escola francesa foi construída na margem norte do rio

Amazonas, onde os irlandeses e, em seguida, os britânicos estabeleceram postos comerciais e

assentamentos para negociar com os nativos no início do século XVII. Após a expulsão dessas

ocupações, foi construído um Forte português no mesmo local, destruído pelos franceses em 1697

como resultado da propriedade reivindicada da margem norte da foz do rio Amazonas. O Forte atual foi

erguido em 1764 por colonos portugueses que, provenientes da vila evacuada de El Jadida, Marrocos,

participaram da formação da colônia estabelecida na região. A área protegida pela fortificação foi mais

tarde ocupada pelos franceses em 1838 e 1895, mas a situação foi resolvida por meios

diplomáticos. Administrado pelo Governo do Estado do Amapá, o edifício está aberto aos visitantes,

com atividades culturais que se realizam dentro e em redor. Proteção federal de 1943.

• 18 - Forte do Príncipe da Beira (Costa Marques / RO, 12 ° 25 '40 "S, 64 ° 25' 22" W):

Construído de acordo com o traços talienne em 1776 em uma tentativa fracassada de estabelecer uma

posição comercial com a América espanhola. Está localizado em uma área ocupada pelos povos

indígenas, região onde os espanhóis estabeleceram a missão jesuíta de Santa Rosa. A presença

portuguesa na área, que garantiu a comunicação fluvial entre os estados modernos do Pará e a região

de mineração no Mato Grosso. O Forte sofreu dois ataques de tropas espanholas provenientes dos

Andes, ambos repelidos, consolidando assim, a posse da fronteira atual. Atualmente, é administrado

pelo Exército e está aberto a visitações. Proteção federal de 1950.

• 19 - Forte de Coimbra (Corumbá / MS, 19º 55 '12 "S, 57º 47' 31" W): Instalado na margem leste dorio Paraguai, como forma de reivindicar a propriedade desta rota de comunicação para Portugal. OForte primitivo foi atacado e destruído pelos habitantes nativos, levando à reconstrução em alvenariade pedra no final do século XVIII (1777) com um angulações em tenailles e bastiões voltados para orio Paraguai. Este Forte foi atacado sem sucesso pelo espanhol em 1802, e tomado pelo Paraguai em1864. Desabilitado como fortificação ativa em 1998, ainda hoje é mantido pelo Exército e está aberto avisitações. Proteção federal de 1974.

• _______________

• Os fortes de artilharia acima escolhidos representam um esforço construtivo descentralizado,associado a interesses locais de diferentes capitanias para a ocupação do Brasil. É, por isto,representativo da diversidade das soluções arquitetônicas com diferentes traços, estilos e técnicas deconstrução. São influências significativas das propostas arquitetônicas clássicas, como os fortes traçosde escolas francesas (Forças Príncipe da Beira e Macapá), estilo holandês (Bum e Cinco Pontas),espanhol (Barra Grande e Reis Magos) e português (São João / RJ e Coimbra), bem como soluçõeslocais, exemplificadas pelos fortes de Salvador e pelas fortalezas de Santa Cruz / RJ e Anhatomirim.

• Justificativa de Valor Universal Destaque

• Justificativa para a seleção de componentes

• As dimensões continentais do Brasil são o resultado de um lento processo de expansão, ocorrendoao longo de quatro séculos. A construção das fortalezas funcionou em grande parte paraconsolidar futuras estratégias de ocupação dessas vastas áreas geográficas. Com base nessecritério, o conjunto de locais foi delimitado por Fortes Príncipe da Beira / RO e Coimbra / MS,como marcos na fronteira ocidental; o São José do Macapá / AP, como uma marca dasconfigurações da fronteira norte; o conjunto de fortalezas na ilha de Santa Catarina (Ratones eAnhatomirim), marcando a divisão sul; e marcando as fronteiras extremas do leste, o Forte deReis Magos, em Natal / RN e o Forte de Santa Catarina, em Cabedelo / PB.

• As fortalezas de Pernambuco (Cinco Pontas e Brum) marcam as lutas contra os holandeses. Porsua vez, as fortalezas da Baía de Todos os Santos (Monte Serrat, Santa Maria, São Diogo e SantoAntônio da Barra) e Baía da Guanabara (Santa Cruz e São João) marcam as defesas das duascapitais do Brasil colonial, Salvador e Rio de Janeiro. Finalmente, as fortalezas de Barra deSantos, incluindo os fortes do Canal de Bertioga (Barra Grande e São João), apontam para adefesa do porto que drenou a maior parte da riqueza produzida no Brasil e, portanto, dotado deum sistema de fortalezas construído a partir do século XV até o início do século XIX, formandoum dos maiores conjuntos defensivos do mundo.

• A motivação para a construção desses fortes foi vinculada aos principais fatores de demarcaçãode defesa do território, em diferentes situações de ameaças locais como o holandês (PE e BA),inglês (EP, BA, AP), francês (SP, RJ, PB). RN e AP), espanhol (MS, RO, SC) e indígenas (PB,RN, SP e RJ).

• Por fim, as condições de manejo e o estado de conservação dos fortes foram relevantes para sua

seleção.

• Critério (ii): O complexo de fortalezas do Brasil é um remanescente único de um contato

produzido entre diferentes culturas do Velho e do Novo Mundo, começando pelo estabelecimento de

aldeias europeias no território anteriormente ocupado por nativos, passando por um longo período de

conflito entre os poderes do Velho Mundo, como o francês no Rio de Janeiro, na Paraíba e no Rio

Grande do Norte, os ingleses e irlandeses no Amapá, Pernambuco e São Paulo e os 55 anos de guerra

contra os holandeses, em uma área geográfica de milhares de quilômetros, que se estende do Equador

ao Trópico de Capricórnio. Finalmente, o conflito com os espanhóis na bacia do Rio da Prata resultou

na formação de dois estados brasileiros (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), com grande influência

na formação do Uruguai, originalmente uma colônia portuguesa. A vitória dos luso-brasileiros nesses

conflitos resultou no surgimento de um país cuja conformação, ainda hoje mantida, foi definida

principalmente pelo terceiro quarto do século XVIII com a construção de fortifiações na fronteira

ocidental. As fortalezas, construídas em resposta a esses contatos, marcaram o sucesso de uma fórmula

única de ocupação no território, onde os residentes brasileiros desempenharam um papel mais

importante do que as ações dos governos das cidades do Velho Mundo, ao contrário do que ocorreu

em outros países colonizados por europeus em outras partes do mundo.

• Assim, as construções foram feitas a fim de garantir a propriedade e a segurança de novos

territórios, formando um complexo que não tem semelhança com outros sistemas fortificados

construídos no mesmo período em outros lugares do mundo.

• Critério (iv): O conjunto das fortalezas brasileiras é o resultado de influências das propostasarquitetônicas clássicas, como se vê nos traços italianos das escolas francesas (Forte doPríncipe da Beira e Forte de Macapá), bem como a arquitetura holandesa (Forças Bum e CincoPontas), espanhol ( Fortes de Barra Grande e Reis Magos), portugueses (Fortes de São João /RJ e Coimbra), bem como soluções locais, exemplificadas pelos fortes de Salvador. Os fortesnão têm uma qualidade técnica mais elaborada, em comparação com o padrão europeu, masainda eram muito eficazes, tendo em vista ameaças externas e internas na América, que erammenores considerando a dificuldade das comunicações existentes. Assim, o tipo específico paraconstruções defensivas erguidas com recursos estritamente locais são caracterizados porsoluções locais, muitos improvisados devido ao treinamento técnico pouco da maioria de seusdesigners e construtores, como se viu nos casos das fortalezas de Santa Cruz / RJ eAnhatomirim.

• No entanto, é precisamente essa falta de um padrão unificador "clássico", estabelecido emcircunstâncias adversas e contra a grande oposição dos nativos e poderes rivais, bem como osucesso da proposta de estabelecer limites através de obras fortificadas, que faz esse conjuntode fortalezas digno de ser destacado, especialmente considerando o grande número de obrassobreviventes até hoje. Também deve ser enfatizado o aspecto único de manter um limitegeográfico contínuo e estável das dimensões continentais, desde meados do século XVIII.

• Declarações de autenticidade e / ou integridade

• Autenticidade

• As fortalezas que foram escolhidas, todas caracterizadas como obras eminentemente utilitárias,permaneceram em constante melhoria e evolução ao longo do período do domínio português,mantendo um uso contínuo até o século XX, o que garantiu sua preservação.

• Nesse sentido, todos os fortes selecionados para representar o conjunto estão intactos comofortalezas, permitindo sua compreensão como tal e a compreensão de diferentes tempos e fatoshistóricos que eles representam, garantindo sua autenticidade nos aspectos de forma e design,materiais e substância. Embora nenhum dos fortes tenha mantido seu uso original comoconstruções defensivas, essa função pode ser facilmente percebida pelo observador, fatoreforçado pelo uso militar e / ou uso cultural de várias construções. A localização e o ambientedos limites selecionados ainda são preservados para permitir a avaliação dos trabalhos comoedifícios defensivos, deixando claro que o espírito imbuído desses ativos é preservado. Aseleção, fortalecimento das fortalezas em todas as regiões do Brasil, em caráter exemplar erepresentativo, demonstra a impressão da solução luso-brasileira para ocupar um vasto territórioque, em geral, permanece até hoje.

• A escolha de nomeação como uma série de conjunto de apenas uma parcela sobre as centenasde fortes que ainda permanecem no país foi baseada na montagem dos exemplos maisrepresentativos que ainda existem e constituíram a base para a ocupação do país. Com exceçãoda fronteira terrestre e dos fortes de São Paulo, todos os outros foram construídos em cidadesque se tornaram capitais dos estados atuais do Brasil, buscando sempre estabelecer apropriedade em áreas disputadas militarmente por outras potências europeias.

• Integridade

• O conjunto está completo, o critério de seleção prioriza os principais elementos dos sistemas

defensivos estabelecidos em cada região do Brasil, sendo um grupo representativo com os elementos

necessários para expressar o Valor Universal Excepcional proposto.

• Na seleção dos sítios históricos foram considerados os lugares que apontam as fronteiras terrestre

e marítimas, e isso representa diversos projetos arquitetônicos que marcaram diferentes momentos da

História, tanto nos estilos técnicos quanto de construção, bem como os eventos que levaram à

formação de um território de tamanho continental, como é o do Brasil.

• O esboço das obras escolhidas permite uma representação completa dos processos históricos

subjacentes à importância dos fortes para a história do continente sul-americano e do continente para

a história mundial.

• Na sua totalidade, os sítios históricos têm um uso compatível com a função de preservação

material e cultural, com visitantes bem-vindos em todos os locais selecionados, inclusive com apoio

dos agentes responsáveis pela gestão e manutenção das fortificações, considerando seu uso

educacional e cultural.

• Todos os elementos dos complexos fortificados são protegidos no nível federal, e alguns deles se

enquadram em outras jurisdições, como estaduais e municipais. Todos são de propriedade pública,

sem grandes problemas de gerenciamento. Também não há ameaça para nenhum dos elementos dos

conjuntos.

• Comparação com outras propriedades similares

• A Lista do Patrimônio Mundial contém pelo menos três outros complexos de fortalezasdescontinuados. O mais parecido é formado pelas fortalezas do lado caribenho do Panamá:Portobelo-San Lorenzo, composto por catorze obras distintas, selecionadas como patrimôniosúnicos da arquitetura militar espanhola dos séculos XVII e XVIII. Localizados em áreasgeoculturais da América Central e do Sul, existem distinções notáveis entre o Brasil e o Panamá,como as dimensões geográficas e cronológicas dos dois grupos de fortificação, muito mais restritasno caso de Portobelo-San Lorenzo e mais amplo no Brasil. Mais notavelmente, são as inferênciasculturais presentes nas fortalezas brasileiras selecionadas, isto é, os contatos entre diferentesculturas resultando em uma maneira particular de defesa.

• Com maior cobertura geográfica, há também o caso dos doze conjuntos de fortalezas em Vauban,na França. O elemento unificador deste conjunto é o trabalho de Sébastien Le Prestre, Senhor deVauban, o engenheiro militar francês do século XVII e os primeiros anos do século XVIII. Nestecaso, a comparação é válida para o ponto de demarcação da fronteira, embora no caso francês asobras defensivas tenham sido feitas em áreas já consolidadas e pertencentes ao país. Além disso, noBrasil, a maioria das fortalezas não são exemplares de arquitetura clássica como a de Vauban,apresentadas de forma mais relevante como obras que expressam representações dos diferentesgrupos culturais que se estabeleceram naquela época, precisamente com a construção de obrasdefensivas.

Em nenhum desses casos, há uma comparação direta com uma realidade similar, geralmente

limitada por extensão geográfica e contorno cronológico mais estreito das obras já incluídas na

Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO. No caso das fortalezas no Brasil, o que está sendo

proposto é um conjunto representativo com unidade conceitual com base nos princípios que

orientaram a iniciativa dos moradores locais, cobrindo uma área de 8.500.000 quilômetros

quadrados e 23.000 km de fronteiras. O caráter distinto do conjunto brasileiro de fortalezas também

deve ser enfatizado, formado pelas atividades dos moradores na administração local do país, e não

como resultado de um projeto do governo central, como foi o caso nos exemplos mencionados.

Consulte a versão original no portal da UNESCO: http://whc.unesco.org/en/tentativelists/5997/