educaÇÃo para a saÚde: contributos para a … · modelo cancro do colo do Útero tese de...

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Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A PREVENÇÃO DO CANCRO MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de Doutor em Ciências de Enfermagem submetida ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Orientador - Professor Doutor Carlos Alberto da Silva Lopes Categoria - Professor Catedrático Afiliação – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Co-orientador – Professor Doutor João Manuel da Costa Amado Categoria – Professor Associado com Agregação Afiliação – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

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Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco

EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A

PREVENÇÃO DO CANCRO

MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Tese de Candidatura ao grau de

Doutor em Ciências de Enfermagem submetida

ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel

Salazar da Universidade do Porto.

Orientador - Professor Doutor Carlos Alberto da Silva Lopes

Categoria - Professor Catedrático

Afiliação – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da

Universidade do Porto.

Co-orientador – Professor Doutor João Manuel da Costa Amado

Categoria – Professor Associado com Agregação

Afiliação – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da

Universidade do Porto.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Agradecimentos

Ao Senhor Professor Doutor Carlos Lopes meu actual orientador que, com os seus

conhecimentos científicos, permitiu a concretização desta investigação.

Ao Senhor Professor Doutor Nuno Grande, orientador inicial deste trabalho, por quem

nutro grande consideração e amizade, pelo constante estímulo, compreensão,

capacidade de escuta, saber transmitido e exemplo a seguir. Agradeço ter acreditado,

desde o primeiro momento, que eu seria capaz de terminar este estudo. Sem a sua

motivação esta investigação não teria chegado ao fim…

Ao Senhor Professor Doutor João Amado pela sua orientação e preciosa colaboração na

elaboração dos instrumentos de colheita de dados.

Às Utentes das Extensões e Centros de Saúde de Barroselas e de S. Julião de Freixo,

“razão de ser desta investigação”, que participaram e colaboraram no estudo.

Aos Médicos e Enfermeiros dos Centros e Extensões de Saúde de Barroselas e de S.

Julião de Freixo que, amavelmente, se disponibilizaram para colaborar.

À população que, sem promessas ou recompensas, assistiu às actividades de Educação

Para a Saúde.

À Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo que autorizou a realização do estudo e aos

Directores e Enfermeiras Chefes destes Centros de Saúde pelo seu empenho e

preocupação para que o mesmo fosse efectuado.

A todos os funcionários dos Centros e Extensões de Saúde de Barroselas e de S. Julião

de Freixo, Presidentes de Junta e Párocos pela colaboração.

À Dr.ª Ângela Leão responsável pelo Programa Tumores Malignos e à Dr.ª Mercedes

Pardo, em substituição do Coordenador do Programa, que em épocas diferentes

partilharam conhecimentos e apoiaram a realização do trabalho.

À Dr.ª Sandra Ramos pela colaboração no tratamento estatístico dos dados.

À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados.

Ao meu Médico e amigo Dr. João Ramos que, conhecedor dos meus problemas de

saúde, acreditou que eu seria capaz de levar a cabo este projecto, incentivando a

prosseguir, mesmo quando a energia faltava ou o desânimo surgia.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Ao conjunto da minha pequena, “grande” Família pelo seu apoio, ânimo e coragem que

incondicionalmente me deu, principalmente nos momentos difíceis deste percurso,

exprimo a minha gratidão. Menciono a minha mãe Maria da Conceição e a minha irmã,

Maria Amélia, pela sua disponibilidade e ajuda técnica, sem a qual não teria sido possível

realizar o estudo.

Ao meu filho Eduardo Miguel que soube, com inteligência, compreender as minhas

fragilidades e momentos difíceis.

A Todos aqueles que contribuíram, de algum modo, para a concretização deste estudo, o

meu agradecimento.

Dedico ao meu pai e ao meu filho este trabalho, grandes incentivadores da realização do

mesmo …

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Resumo

Educar Para a Saúde (EPS) constitui uma actividade importante no quotidiano das

práticas dos Profissionais de Saúde. O Cancro e o Cancro do Colo do Útero (CCU)

consistem em problemáticas de saúde que têm repercussões a nível do indivíduo como

um todo. Face à taxa de incidência e mortalidade urge prevenir no sentido de diminuir a

morbi-mortalidade, atendendo a que o Cancro do Colo do Útero é evitável e curável.

O estudo apresentado teve como objectivos analisar os contributos da Educação Para a

Saúde realizada pelos Profissionais de Saúde dos Cuidados de Saúde Primários na

Prevenção do Cancro; sugerir estratégias de EPS ao nível dos Cuidados de Saúde

Primários, no âmbito da Prevenção do Cancro, em particular o do Colo do Útero e

contribuir para as condições de funcionamento e desenvolvimento do Rastreio deste

Cancro na Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo.

Para a consecução destes objectivos delineou-se um estudo descritivo, exploratório e

misto, que se enquadra nas características de um Estudo de Casos. Considerou-se

“policalizado” por se ter realizado em dois Centros de Saúde e respectivas Extensões.

Os instrumentos utilizados na colheita de dados foram questionários e a observação não

participante (diário de bordo).

Os resultados evidenciaram que os Profissionais de Saúde não efectuam Educação para

a Saúde nas áreas do Cancro e Cancro do Colo do Útero; os registos são incompletos,

inexistentes e sem critério. Não existe uniformidade na periodicidade de pedido de

citologias.

As actividades de EPS individuais e a grupos, realizadas durante o presente estudo,

motivaram as mulheres para a realização de citologias e foram muito valorizadas. A maior

fonte de informação sobre CCU foi os media e as actividades efectuadas. Constatou-se

grande necessidade de informação.

Sugere-se que a EPS nos Cuidados de Saúde Primários privilegiem estratégias que se

coadunem com o perfil do utente.

Recomenda-se que a Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo re (active) o Registo

Oncológico por forma a existirem dados estatísticos actualizados a nível do Cancro do

Colo do Útero.

A principal finalidade deste estudo prende-se com a posterior implementação de um

instrumento de registo de citologias facilitador do Registo Oncológico bem como fomentar

actividades de EPS.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Résumé

Eduquer Pour la Santé (EPS) constitue une activité importante dans le quotidien des

pratiques des Professionnels de la Santé. Le Cancer et le Cancer du Col de l’Utérus

(CCU) forment des problématiques de santé qui ont des répercussions au niveau de

l’individu comme un tout. Face au taux d’incidence et de mortalité, il est urgent de

prévenir à fin de diminuer la morbi-mortalité, puisque le Cancer du Col de l’Utérus peut

être évité et est curable.

Cette étude a eu pour objectifs, d’analyser les contributions de l’Education Pour la Santé

réalisée par les Professionnels de la Santé des Soins de Santé Primaires dans la

Prévention du Cancer, de suggérer des stratégies de EPS au niveau des Soins de Santé

Primaires en ce qui concerne la Prévention du Cancer et en particulier celui du Col de

l’Utérus et de collaborer pour des conditions de fonctionnement et de développement du

Dépistage de ce Cancer dans la sub-région de Viana do Castelo.

Pour réussir ces objectifs, on a ébauché une étude descriptive, exploratrice et mixte, qui

s’encadre dans les caractéristiques d’une Etude de Cases. On l’a considérée “policalisée”

car elle s’est réalisée dans deux Centres Médicaux et leurs Extensions respectives.

Les outils utilisés dans le recueil de données ont été des questionnaires et l’observation

non participante (journal de bord).

Les résultats ont mis en évidence que les Professionnels de la Santé n’effectuaient pas

l’Education pour la Santé dans les domaines du Cancer et du Cancer du Col de l’Utérus;

les registres étaient incomplets, inexistants et sans critères. Il n’existait pas d’uniformité

dans la périodicité de demande de cytologies.

Les activités d’ EPS individuelles et en groupes, réalizées durant cette étude, ont motivé

les femmes dans la réalisation de cytologies et ont été beaucoup valorisées. La plus

grande source d’information en ce qui concerne le CCU a été les médias et les activités

effectuées. Il a été constaté un gros besoin d’information.

Il est proposé que l’ EPS dans les Soins de Santé Primaires privilégie des stratégies qui

s’adaptent au profil du patient.

Il est recommandé que la Sub-Région de Santé de Viana do Castelo ré (active) le

Registre Oncologique à fin qu’il existe des données statistiques mises à jour au niveau du

Cancer du Col de l’Utérus.

La principale finalité de cette étude s’est attachée à l’implémentation postérieure d’un

instrument de registre de cytologies qui facilite le Registre Oncologique ainsi que la

promotion d’activités de EPS.

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Abstract

Education for Health (EH) is an important activity in the daily practice of all health

professionals. Cancer and cervical cancer are health problems which affect the individual

on all levels. The incidence and mortality rate urge prevention with the aim of reducing

disease related deaths especially as cervical cancer can be prevented and is curable.

The objective of the present study was to analyse the benefits of Education for Health

sessions carried out by health professionals in primary health care in cancer prevention;

suggest EH strategies within primary health care in the area of cancer prevention, in

particular cervical cancer; and provide assistance in the implementation and management

of screening for this type of cancer in the health sub-region of Viana do Castelo.

A descriptive, investigative and mixed study which encompasses the characteristics of a

cases study was selected to attain the objectives. It was considered a multi-location study

as it was carried out in two health centres and associated sub-centres. Questionnaires

and non-participatory observation (logbook) were chosen as the instruments for data

collection.

Results showed that health professionals did not use Education for Health activities in the

areas of cancer and cervical cancer. Registers were incomplete, inexistent and followed

no criteria. There was no uniformity in the interval between cytology requests.

Individual or group EH sessions, which took place during the present study, were well

appreciated and motivated women to take screening tests. The major source of

information of cervical cancer was from the media and from the EH sessions. It was

evident the participants were eager to receive further information.

It is recommended that EH sessions in primary health care should privilege strategies that

take the individual needs of the users into consideration. The health sub-region of Viana

do Castelo should re(activate) the oncology register to permit updated statistical data on

cervical cancer.

The main objective of this study is closely linked to the implementation of an instrument to

register screenings in order to provide information for the oncology register as well as the

promotion of EH activities.

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Abreviaturas e Siglas

AC – Antes de Cristo

AJCC – American Joint Committee on Cancer

ARS – Administração Regional de Saúde

CCU – Cancro do Colo do Útero

DTS – Doenças Sexualmente Transmissíveis

EPS – Educação Para a Saúde

FIGO – Federação Internacional de Ginecologia e Obstretrícia

HPV – Papilomavirus Humano

HSL – Hospital de Santa Luzia

OMS – Organização Mundial de Saúde

ONS – Oncology Nursing Society

PS – Promoção da Saúde

SLS – Sistema Local de Saúde

SPSS – Statical Package for the Social Sciencies

TNM – Tumor, Nódulo, Metástase

UICC – International Union Against Câncer

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ÍNDICE GERAL

INTRODUÇÃO 31

CAPÍTULO I – DO PROCESSO SAÚDE/DOENÇA À PREVENÇÃO 41

1. A SAÚDE E A DOENÇA AO LONGO DOS TEMPOS 43

2. O CONCEITO DE PREVENÇÃO NO PROCESSO SAÚDE/DOENÇA 46

3. A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA DÍADE SAÚDE/DOENÇA 49

CAPÍTULO II – DO DOMÍNIO CIENTÍFICO DO CANCRO À SUA PREVENÇÃO 53

1. O CONCEITO DE CANCRO E O PROCESSO DE CANCERIGÉNESE 55

2. A PREVENÇÃO DO CANCRO 59

2.1 O PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO CANCRO 67

CAPÍTULO III – DO DOMÍNIO CIENTÍFICO DO CANCRO CÉRVICO-UTERINO À

SUA PREVENÇÃO E CONTROLO 71

1. CANCRO DO COLO DO ÚTERO: INCIDÊNCIA E MORTALIDADE 73

2. CLASSIFICAÇÃO CITO-HISTOPATOLÓGICA DE LESÕES CERVICO-UTERINAS 78

3. ESTADIAMENTO DAS LESÕES DO COLO DO ÚTERO 80

4. HISTÓRIA NATURAL DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 83

4.1 EPIDEMIOLOGIA E FACTORES DE RISCO 84

5. PREVENÇÃO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 88

5.1 RASTREIO DO CANCRO DO COLO UTERINO 91

CAPÍTULO IV – EDUCAR PARA A SAÚDE: DA TEORIA À PRÁTICA 95

1. O CONCEITO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE - EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS 97

2. MODELOS OU PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE 99

2.1 PAPEL DO ENFERMEIRO NA EPS 102

CAPÍTULO V – MATERIAL E MÉTODOS 105

1. DESENHO E CENÁRIO DO ESTUDO 107

2. DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E POPULAÇÃO ALVO 113

3. ESTRATÉGIA DE COLHEITA DE DADOS 114

4. INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS 116

5. ANÁLISE DOS DADOS 123

6. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS 124

7. LIMITAÇÕES DO ESTUDO 125

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CAPÍTULO VI – APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 127

1. RESULTADOS 129

2. “ADESÃO” DAS MULHERES À CITOLOGIA PAPANICOLAOU 130

2.1 CARACTERIZAÇÃO 130

2.2 CITOLOGIAS CERVICAIS EFECTUADAS NOS ANOS 2003 E 2004 133

2.3 CONSULTAS ONDE AS MULHERES REALIZARAM CITOLOGIA 134

2.4 PROFISSIONAL DE SAÚDE QUE EFECTUOU A CITOLOGIA 135

2.5 INFLUÊNCIA DA REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA 136

2.6 REALIZAÇÃO DE CITOLOGIA NAS CONSULTAS PRIVADAS 137

2.7 RESULTADO DA CITOLOGIA E INTERVENÇÃO 137

3. REPRESENTAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE 141

3.1 CARACTERIZAÇÃO 141

3.2 EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS 146

3.3 OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE CANCRO 151

3.4 OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO 156

4. ACTIVIDADES EDUCATIVAS INDIVIDUAIS ÀS UTENTES 159

4.1 CARACTERIZAÇÃO 159

4.2 ABORDAGEM DO CANCRO NO CENTRO DE SAÚDE 163

4.3 EXISTÊNCIA DE FAMILIAR COM CANCRO 165

4.4 REPRESENTAÇÃO SOBRE CANCRO 166

4.5 IMPORTÂNCIA ATRIBUÍDA À EPS SOBRE O CANCRO 167

4.6 ÁREAS DE INTERESSE PARA AS UTENTES RELACIONADAS COM CANCRO 168

4.7 CONHECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 169

4.8 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO 174

4.9 FACTORES QUE PODEM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 176

4.10 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA 178

4.11 INDICAÇÃO DA CITOLOGIA 180

4.12 PERIODICIDADE DE REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA 181

4.13 DATA DA ÚLTIMA CITOLOGIA 182

4.14 AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE DE EPS 184

5. ACTIVIDADES EDUCATIVAS A GRUPOS 186

5.1 PRIMEIRAS ACTIVIDADES 186

5.1.1 CARACTERIZAÇÃO 186

5.1.2 ABORDAGEM DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 190

5.1.3 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO 194

5.1.4 MOTIVOS QUE PODIAM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 195

5.1.5 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA 197

5.1.6 UTILIDADE DA CITOLOGIA 200

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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5.1.7 FACTORES QUE LEVARAM A PARTICIPAR NA ACTIVIDADE DE EPS 201

5.2 SEGUNDAS ACTIVIDADES 203

5.2.1 CARACTERIZAÇÃO 203

5.2.2 ABORDAGEM DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 207

5.2.3 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO 210

5.2.4 FACTORES QUE PODIAM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 211

5.2.5 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA 213

5.2.6 UTILIDADE DA CITOLOGIA 215

5.2.7 “RAZÕES” QUE LEVARAM A PARTICIPAR NA ACTIVIDADE DE EPS 215

CAPÍTULO VII – DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 217

1. DISCUSSÃO 219

CAPÍTULO VIII – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 225

1. CONTRIBUTOS DA EPS PARA A PREVENÇÃO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO 227

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 231

ANEXOS

ANEXO I REGISTO DE PEDIDOS DE CITOLOGIA CERVICAIS

ANEXO II QUESTIONÁRIO DE “ADESÃO” DAS MULHERES À CITOLOGIA PAPANICOLAOU

ANEXO III QUESTIONÁRIO DIRIGIDO A PROFISSIONAIS DE SAÚDE

ANEXO IV QUESTIONÁRIOS DAS ACTIVIDADES DE EPS INDIVIDUAL

ANEXO V QUESTIONÁRIOS DAS ACTIVIDADES DE EPS A GRUPOS

ANEXO VI AUTORIZAÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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ÍNDICE DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS

Figuras Págs

1. Modelo corpo/mente de desenvolvimento do cancro 58

2. Modelo corpo/mente de recuperação do cancro 58

3. Medidas de Prevenção Primária dirigidas ao Controlo de Factores de

Risco do Cancro 62

4. Processo de Rastreio 64

5. Sistema TNM 81

6. Distribuição das Mulheres por Grupo Etário 130

7. Idade versus Profissão 141

8. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Género 142

9. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Estado Civil 142

10. Distribuição dos Profissionais de Saúde por frequência de

Especialização 143

11. Distribuição dos Profissionais de Saúde por área de Especialização 144

12. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Serviço onde exerciam a

Profissão 146

13. Melhor estratégia para realizar EPS 147

14. Contexto mais apropriado para efectuar EPS 148

15. Temáticas mais abordadas quando era realizada EPS 149

16. Objectivos dos Profissionais de Saúde quando realizavam EPS 150

17. Opinião sobre o Cancro 151

18. Circunstância em que os Profissionais realizavam EPS sobre o

Cancro 152

19. Objectivos esperados quando realizavam EPS sobre o Cancro 153

20. Sentimento de constrangimento quando abordaram a temática

do Cancro 154

21. Distribuição das respostas à questão “Palavras que representassem

Cancro” 155

22. Distribuição da opinião dos Profissionais sobre o Cancro do Colo

do Útero 157

23. Estratégias para a Profilaxia do Cancro do Colo do Útero 157

24. Distribuição das Utentes por Estado Civil 160

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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25. Distribuição das Utentes por Nível de Escolaridade 161

26. Abordagem do Cancro no Centro de Saúde 163

27. Antecedentes ou Presença de Familiares com Cancro 166

28. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero Antes EPS 170

29. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero Após EPS 171

30. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao aparecimento

do Cancro do Colo do Útero Antes e Após EPS 176

31. Realização da Citologia Antes e Após EPS 178

32. Intervalo de realização das Citologias 182

33. Ano de realização da última Citologia 183

34. Resultado da Citologia 184

35. Distribuição das Participantes por Estado Civil 187

36. Distribuição das Participantes por Nível de Escolaridade 188

37. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS) 190

38. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero (Após EPS) 191

39. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero versus Idade das Mulheres 192

40. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao aparecimento do

Cancro do Colo do Útero Antes e Após EPS 195

41. Realização da Citologia Antes e Após EPS 198

42. Distribuição das Mulheres por Estado Civil 204

43. Distribuição das Mulheres por Nível de Escolaridade 205

44. Conhecimento da existência do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS) 207

45. Conhecimento da existência do Cancro do Colo do Útero (Após EPS) 208

46. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao aparecimento do

Cancro do Colo do Útero Antes e Após EPS 211

47. Realização do Teste Papanicolaou 213

Quadros

1. Incidência do Cancro e do Cancro do Colo do Útero em Mulheres

por anos 74

2. Classificação adoptada desde 1994, pela FIGO, para o Estadiamento

do Cancro do Colo do Útero 82

3. Citologias realizadas nos Anos 2003 e 2004 134

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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4. Distribuição das Citologias por Consulta e Anos de Referência 135

5. Distribuição das Citologias por Profissional de Saúde que as realizou

e Ano de Referência 136

6. Distribuição dos Resultados das Citologias por Anos de Referência 138

7. Resultados do Teste Papanicolaou versus intervenções (2003) 139

8. Resultados do Teste Papanocolaou versus intervenções 2004 140

9. Opinião das Utentes sobre o que gostariam de saber sobre Cancro 168

10. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que realizaram Citologia 179

11. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que realizaram Teste

Papanicolaou 199

12. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que efectuaram o Teste

Papanicolaou 214

Tabelas

1. Distribuição das Mulheres por Escolaridade 131

2. Distribuição das Mulheres por Estado Civil 131

3. Distribuição das Mulheres por Religião 132

4. Distribuição das Mulheres por Profissão 132

5. Distribuição das Mulheres por Médico de Família 133

6. Distribuição da Influência da realização da Citologia por Pessoa no

Ano de 2003 136

7. Distribuição da Influência da realização da Citologia por Pessoa no

Ano de 2004 137

8. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Categoria Profissional 143

9. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Tempo de Serviço

na Profissão 145

10. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Tempo de Exercício

no Serviço Actual 145

11. Opinião sobre a EPS nos Cuidados de Saúde Primários 146

12. Situações em que era realizada EPS 149

13. Resultados Esperados com a EPS 151

14. Reacção das Utentes quando lhes falaram de Cancro 154

15. Existência de familiares/amigos com Cancro 156

16. Influência da existência de Familiares ou Amigos com Cancro no

Desempenho da EPS 156

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 27 -

17. Distribuição das Utentes por Grupo Etário 160

18. Distribuição das Utentes por Profissão 162

19. Distribuição das Utentes por Centros/Extensão de Saúde 163

20. Profissional de Saúde que abordou o Cancro no Centro de Saúde 164

21. Objectivos com que foi abordado o Cancro 165

22. Local onde ouviram falar do Cancro no Centro de Saúde 165

23. Opinião das Utentes sobre o Cancro 167

24. Opinião das Utentes acerca da EPS sobre o Cancro 168

25. Profissional de Saúde que falou com mais frequência do Cancro do

Colo do Útero 172

26. Local onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS) 173

27. Local onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Após EPS) 174

28. Opinião das Utentes sobre o Cancro do Colo do Útero (Antes EPS) 175

29. Opinião das Utentes sobre o Cancro do Colo do Útero (Após EPS) 175

30. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do

Colo do Útero (Antes EPS) 177

31. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do

Colo do Útero (Após EPS) 177

32. Utilidade da Citologia 180

33. Local onde habitualmente efectuava a Citologia 181

34. Opinião das Utentes sobre a Educação para a Saúde realizada 185

35. Distribuição das Participantes por Grupo Etário 187

36. Distribuição das Participantes por Profissão 189

37. Distribuição das Participantes por Centros/Extensão de Saúde 190

38. Local/Circunstância onde ouviram falar do Cancro do Colo do

Útero (Antes EPS) 193

39. Local/Circunstância onde ouviram falar do Cancro do Colo do

Útero (Após EPS) 193

40. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero

(Antes EPS) 194

41. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero

(Após EPS) 195

42. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo

do Útero (Antes EPS) 196

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 29 -

43. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo

do Útero (Após EPS) 197

44. Local onde realizaram a Citologia 200

45. Indicação da Citologia 201

46. Motivos que levaram a assistir à EPS (Antes EPS) 201

47. Opinião das Mulheres sobre a EPS (Após EPS) 202

48. Distribuição das Mulheres por Grupo Etário 203

49. Distribuição das Mulheres por Profissão 206

50. Distribuição das Mulheres por Centros/Extensão de Saúde 206

51. Local/Circunstância onde ouviu falar do Cancro do Colo do

Útero (Antes EPS) 209

52. Local/Circunstância onde ouviu falar do Cancro do Colo do

Útero (Após EPS) 209

53. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Antes EPS) 210

54. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Após EPS) 211

55. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do

Útero (Antes EPS) 212

56. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do

Útero (Após EPS) 213

57. Local onde realizaram a Citologia 214

58. Indicação da Citologia 215

59. Motivos que levaram a assistir à actividade (Antes EPS) 216

60. Opinião das Mulheres sobre a EPS (Após EPS) 216

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 31 -

INTRODUÇÃO

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 33 -

A Educação Para a Saúde constitui um aspecto crucial na sociedade actual. De facto,

nenhuma sociedade será saudável, de uma forma global, se não estiver esclarecida dos

factores de risco que podem influenciar o aparecimento das doenças e,

consequentemente, a perda de saúde.

O grande objectivo da Educação Para a Saúde consiste em transmitir informação

adequada ao indivíduo, tendo em vista a Promoção da Saúde e a Prevenção da Doença,

por forma a que os cidadãos melhorem a sua qualidade de vida e possam tomar decisões

conscientes e autónomas.

Na sociedade portuguesa a cultura da Promoção da Saúde parece não estar muito

enraizada, embora a Medicina moderna esteja desenvolvida ao ponto de conhecer muito

bem a causa da maior parte das doenças. No entanto, verifica-se que a população

parece estar pouco e, por vezes, mal informada sobre as doenças e os factores de risco.

Este facto pode relacionar-se com a mentalidade dos portugueses ou com a influência

dos media pelos grupos de pressão económica e financeira ou, ainda, uma “aparente”

falta de organização das autoridades oficiais de saúde que, em determinadas épocas se

tem verificado.

A Educação Para a Saúde, como um processo que visa ajudar as pessoas a adoptar, ou

modificar, comportamentos, mediante a utilização de estratégias que favoreçam o seu

estado de saúde, continua a ser alvo de preocupação de alguns governos, instituições de

saúde, grupos profissionais e, principalmente, de alguns autores isolados em artigos de

literatura específica.

Promover e Educar Para a Saúde tornou-se uma questão de cidadania, sendo emergente

o investimento de toda a sociedade nesta área, sobretudo, daqueles que têm como dever

fornecer serviços que contribuam para a promoção e manutenção da saúde, prevenção

da doença e bem-estar do indivíduo.

Os Profissionais de Saúde, nomeadamente os Médicos e os Enfermeiros, constituem um

dos grupos sociais com maior responsabilidade, competência e capacidade de

intervenção ao nível da Promoção e da Educação Para a Saúde, bem como da

Prevenção da Doença, junto da comunidade onde exercem a sua actividade profissional.

A sua intervenção é influenciada pela dimensão social, cultural, espiritual e económica,

sendo o conhecimento do contexto onde se insere essa população, assim como as suas

crenças, costumes e hábitos de vida de primordial importância.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 34 -

O Enfermeiro é o elemento que, por norma, permanece mais tempo com o utente. Sendo

assim, sempre que está junto dele (doente ou saudável) ou, ainda, por exemplo, na

Consulta de Enfermagem, deve privilegiar as áreas acima mencionadas, levando-o a

descobrir novas motivações tendo em vista a adopção voluntária de hábitos de vida

saudáveis.

Os tumores malignos apresentam taxas de mortalidade elevadas que, de um modo geral,

têm vindo a aumentar ao longo dos tempos, quer a nível nacional quer a nível mundial.

De acordo com Sikora, referenciado por Dias (2002), as estimativas da Organização

Mundial de Saúde, a nível mundial, apontam no sentido de um crescimento exponencial

desta doença, nas próximas duas décadas, duplicando de 10 para 20 milhões o número

de novos casos que serão anualmente diagnosticados.

Freireich (2001) menciona que o envelhecimento da população e a relação existente

entre a doença oncológica e a idade faz com que o Cancro se torne um dos maiores

problemas de saúde do século XXI.

Actualmente, este constitui a segunda causa de morte em Portugal o que,

indubitavelmente, o torna um problema de Saúde Pública, uma vez que está sempre

incluído entre as primeiras causas de morte nas diferentes regiões do país.

Os Cuidados de Saúde Primária são aqueles que, por excelência, devem privilegiar a

Promoção da Saúde e a Prevenção da Doença.

A Prevenção do Cancro e o seu rastreio são uma preocupação, cada vez mais

consensual, entre diversos autores da literatura consultada, como por exemplo Amado

(1994), Frank-Stromborg (1997), Durá (2002).

O Rastreio do Cancro reveste-se de especial interesse, uma vez que existem provas e

relatos escritos da sua eficácia, principalmente em situações pré-malignas ou quando

diagnosticado precocemente.

Em Portugal o rastreio está implementado, em quase todo o país, inclusive na região de

Viana do Castelo, muito embora, praticamente inactivo nos últimos anos (RORENO,

Instituto Português de Oncologia, 1988).

Entre os vários cancros existentes, o Cancro do Colo do Útero é um dos que, se

diagnosticado ou tratado em fase precoce, tem grandes possibilidades de cura. A nível

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 35 -

mundial a sua incidência tem sofrido oscilações ao longo dos anos. No entanto, nos

países que possuem programas de detecção precoce e tratamento organizados tem-se

verificado, nas últimas duas décadas, que a taxa de mortalidade específica por este

cancro tem diminuído.

Blake et al. (1988) referiram que, em termos teóricos, as neoplasias cervicais no período

pré-invasivo são curáveis.

Em Portugal, no ano 2002, registaram-se duzentas e vinte mortes por cem mil habitantes

por Cancro do Colo do Útero (220/100000), das quais nove (9) pertenciam ao distrito de

Viana do Castelo (DGS/DSIA, 2002).

Na Região Norte verificámos um aumento do número e da taxa de incidência do Cancro

do Colo do Útero, nomeadamente entre os anos 2000 e 2002, passando de 261 - 15,9%

para 313 - 18,7% (RORENO, Instituto Português de Oncologia, 1999-2000).

A Promoção e a Educação Para a Saúde, áreas tão importantes no âmbito da Saúde,

parecem não estar a ser devidamente reconhecidas e valorizadas, tendo em conta o

elevado número de casos existentes a nível da Prevenção do Cancro, em geral e do

Cancro do Colo do Útero, em particular.

A justificação da opção pela problemática decorreu da nossa experiência como

Enfermeira e como Professora de Enfermagem, quer na área dos Cuidados de Saúde

Primários, quer Diferenciados (Ensino Teórico e Clínico), quer ainda, no contacto com os

Profissionais de Saúde (nomeadamente, Médicos e Enfermeiros), para além de alguns

dos resultados da investigação realizada no Mestrado em Ciências de Enfermagem.

A dissertação de Mestrado - “A Prática Educativa dos Enfermeiros em Cuidados de

Saúde Diferenciados” – levou-nos a observar o que se passava nos Cuidados de Saúde

Diferenciados em relação à Educação Para a Saúde, pois constatámos que os

entrevistados, à data, opinavam que esta deveria ser, preferencialmente, aí realizada

(Branco, 1995).

Nos Ensinos Clínicos e durante o trabalho de campo da dissertação de Mestrado

observámos, que as práticas de Educação Para a Saúde face à Prevenção do Cancro

eram pouco desenvolvidas porque, muitas vezes, estavam associadas a preconceitos e

tabus dos doentes e seus familiares, e mesmo dos Profissionais de Saúde. Deparamo-

nos, então, com a dificuldade de adesão dos indivíduos aos comportamentos preventivos.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 36 -

No Ensino Teórico sobre o Cancro, e com os alunos de Enfermagem, encontrámos, de

igual modo, a existência de conceitos errados, medos e tabus, o que dificultava a

abordagem inicial do tema.

As práticas educativas relacionadas com as doenças crónicas como, por exemplo, a

Diabetes ou o Acidente Vascular Cerebral eram mais frequentes do que sobre o Cancro,

porque para muitos, este último, estava, intimamente, relacionado com sofrimento e

morte ou situação perante a qual nada se podia fazer.

Atendendo a que o Cancro do Colo do Útero é um dos que se pode prevenir, e a

constatação de que continua a existir mortalidade causada pelo mesmo em Portugal e no

distrito de Viana do Castelo, constituiu também, uma das razões de opção por este

estudo.

Antes de iniciarmos a pesquisa colocaram-se-nos um conjunto de questões que serviram

de ponto de partida:

- Qual será a adesão das mulheres, inscritas em Centros de Saúde, à citologia

Papanicolaou?

- Que representação terão as mulheres que frequentam esses Centros de Saúde

sobre Cancro, sua Prevenção e Prevenção do Cancro do Colo do Útero?

- Que importância atribuirão essas mulheres à Educação Para a Saúde sobre

Cancro?

- Que conhecimentos possuirão sobre Cancro e Cancro do Colo Uterino?

- Onde foram adquiridos estes conhecimentos?

- Será que a sua representação de Cancro interferirá na utilização de medidas

preventivas ou na adesão a rastreios?

- Qual a sua opinião sobre as actividades educativas realizadas no Centro de

Saúde e Prevenção do Cancro?

- Que representação terão os Profissionais de Saúde dos Cuidados de Saúde

Primários (Médicos e Enfermeiros) sobre Educação Para a Saúde, Prevenção,

Cancro, Cancro do Colo do Útero e sua Profilaxia?

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 37 -

- De que forma as suas representações de Cancro poderão influenciar o

desempenho profissional ao nível da Educação Para a Saúde, no âmbito da

Prevenção do Cancro?

- Que estratégias serão utilizadas por esses Profissionais para realizar Educação

Para a Saúde?

- De que forma será feita a Educação Para a Saúde sobre Cancro?

- A história familiar de Cancro influenciará a prática de quem faz Educação Para a

Saúde?

- Quais os contributos da Educação Para a Saúde na Prevenção do Cancro,

especificamente do Cancro do Colo Uterino?

O terreno de pesquisa, bem como a selecção do tipo de cancro a estudar – Cancro do

Colo do Útero – surgiu, após a apresentação do Relatório do 1º Ano de Doutoramento,

em Provas Públicas. Após discussão dos resultados do estudo exploratório, “Educação

Para a Saúde – Contributos Para a Prevenção do Cancro”, e tendo em conta que o

Projecto – Prevenção do Cancro do Colo do Útero constituía um dos implementados na

Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo, no seu Plano de Acção 2000 – 2003,

considerámos oportuno incidir a investigação sobre a Educação Para a Saúde e a

Prevenção deste Cancro, face à possibilidade efectiva de prevenção e cura.

A partir daí reformulámos o planeamento da pesquisa, reajustámos a metodologia,

seleccionámos a população e elaborarámos os instrumentos de colheita de dados.

Para compreendermos os comportamentos das pessoas envolvidas no estudo utilizámos

uma abordagem metodológica que possibilitasse uma verdadeira interacção com as

mesmas e na qual obtivéssemos os seus significados que nos movessem para uma

determinada acção.

Nesta perspectiva, desenvolvemos esta investigação na abordagem metodológica

qualitativa, especificamente a do método etnográfico, usando o estudo de casos.

Trata-se de um estudo descritivo, de natureza exploratória, embora, tenhamos recorrido,

sempre que necessário, à metodologia quantitativa, pelo que, sob este ponto de vista, se

possa considerar um estudo misto.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 38 -

O cenário do estudo foi o Centro de Saúde de Barroselas, o Centro de Saúde de S. Julião

de Freixo e respectivas Extensões de Saúde, daí designarmos esta pesquisa como um

estudo de casos “polilocalizado”.

Tendo dificuldade em estudar todas as utentes inscritas nos Centros de Saúde, optámos

por definir um grupo específico, constituído por mulheres com idades compreendidas

entre os 25 e os 64 anos de idade, inclusive (data de nascimento entre 01/01/1938 e

31/12/1977).

Na recolha de dados utilizámos como procedimentos básicos a observação não

participante e o questionário.

Para a análise e tratamento dos mesmos recorremos ao software SPSS 12.0 (SPSS Inc.,

Chicago, Illinois, USA) no caso dos questionários e à análise documental para os

documentos e dados inerentes à observação.

Esta investigação teve como Objectivos Gerais:

- Analisar os contributos da Educação Para a Saúde realizada pelos Profissionais

de Saúde dos Cuidados de Saúde Primários na Prevenção do Cancro;

- Sugerir estratégias de Educação Para a Saúde ao nível dos Cuidados de Saúde

Primários, no âmbito da Prevenção do Cancro, em particular do Cancro do Colo do Útero;

- Contribuir para as condições de funcionamento e desenvolvimento do Rastreio

do Cancro do Colo do Útero na Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo.

A pesquisa visou, ainda:

- Verificar a “adesão” das mulheres à citologia cervical nos anos 2003 e 2004;

- Identificar a Representação Social dos Profissionais de Saúde (Médicos e

Enfermeiros) e das Utentes que frequentaram os Centros de Saúde onde estava a ser

realizado o estudo sobre Educação Para a Saúde, Prevenção e Prevenção do Cancro,

Cancro do Colo Uterino e sua Profilaxia;

- Identificar os contributos das actividades de Educação Para a Saúde realizadas.

Inicialmente, era nossa intenção que o instrumento médico – “Registo de Pedido de

Citologias” – constituísse um documento de colheita de dados. A forma como estava

construído e como eram efectuados os registos foi o motivo pelo qual o rejeitámos, uma

vez que não permitia ter informações precisas, proceder à analise e chegar a conclusões.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 39 -

A análise que realizámos desse documento dos anos de 2001 e 2002 serviu de base

para a construção e implementação do questionário «“Adesão” das Mulheres à

Citologia”» durante o trabalho de campo (2003-2004).

O estudo, bem como determinadas áreas da sua Fundamentação Teórica, baseou-se em

alguns dos pressupostos da Antropologia Médica, uma vez que era nossa intenção

compreender aspectos subjectivos dos intervenientes, tais como crenças, valores e

comportamentos em saúde (Jupiassu, 2002).

No primeiro Capítulo, discutímos alguns aspectos sobre a Saúde e a Doença ao longo

dos tempos e o conceito de Prevenção no processo Saúde/Doença. Tendo em conta que

a Cultura atravessa todo este processo, esta constituiu, também, um ponto do mesmo.

No Capítulo seguinte, abordámos áreas relacionadas com o conhecimento científico do

Cancro, tais como o seu conceito e o processo de cancerigénese, bem como a

Prevenção do Cancro e o papel da Enfermagem.

No Capítulo III, desenvolvemos a temática Cancro Cérvico-Uterino, já que constituiu o

modelo do estudo. Entre os principais elementos que compõem a sua estrutura teórica

referimos a incidência e mortalidade por Cancro do Colo do Útero, a classificação cito-

histopatológica e o estadiamento das lesões. Na história natural da doença mencionámos

alguns aspectos relacionados com a epidemiologia deste cancro e seus factores de risco.

Descrevemos a Prevenção do Cancro do Colo do Útero, o Plano Oncológico Nacional, no

que se refere ao Rastreio deste cancro, bem como o grupo alvo e periodicidade da

citologia.

No Capítulo IV, expusemos alguns dos pressupostos inerentes à Educação Para a Saúde

e sua relação com a Promoção da Saúde. Abordámos alguns modelos utilizados nesta

área, nomeadamente em Saúde Comunitária. Fizemos uma breve referência a Modelos

ou Paradigmas da Educação Para a Saúde.

No Capítulo V centrámo-nos na descrição e justificação das opções metodológicas.

Assim, apresentámos o desenho e o cenário do estudo, descrevemos a população,

indicámos a população alvo, relatámos a estratégia de colheita de dados, bem como os

instrumentos utilizados e a metodologia adoptada para a análise dos dados. No final,

para além das considerações de ordem Ética, referimos as limitações do estudo, ou seja,

as dificuldades e obstáculos que sentimos neste processo de pesquisa.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 40 -

O Capítulo VI consistiu na Apresentação dos Resultados de acordo com os instrumentos

utilizados.

A Discussão dos resultados obtidos, Capítulo VII, foi efectuada tendo por base os

objectivos propostos.

O Capítulo VIII destinou-se às Conclusões e Recomendações, tendo em vista contribuir

para a Prevenção do Cancro do Colo do Útero.

Reforçámos a importância do Cancro, em geral, e do Cancro do Colo do Útero, em

particular, como um problema de Saúde Pública, no nosso país. Realçámos a

necessidade de Educar Para a Saúde, visando a promoção da mesma e a adopção por

parte das pessoas de estilos de vida e comportamentos saudáveis, bem como a

intervenção ao nível da prevenção da doença.

No entanto, como já foi referido, entendemos que é importante a alteração das

representações dos Profissionais de Saúde sobre o Cancro, para que seja possível

desmistificar a opinião pública.

Apesar de existir um Programa Oncológico Nacional e um Projecto de Prevenção do

Cancro do Colo do Útero em curso os resultados deste estudo demonstraram haver

desarticulação entre o que é legislado, planeado e realizado.

Verificámos, também, que alguns Profissionais de Saúde e Utentes não revelaram

grandes conhecimentos e motivação para a problemática do Cancro e do Cancro do Colo

do Útero.

Constituía nossa meta que alguns dos resultados desta pesquisa permitissem a melhoria

dos registos em geral, bem como a implementação efectiva de um instrumento de

Registo de Citologia Cervical, que favorecesse a (re)activação do Rastreio Oncológico na

Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo.

Esperamos que, embora com as suas lacunas, esta Investigação possa trazer contributos

para as profissões da área da Saúde, mas sobretudo para as Ciências de Enfermagem,

onde como Enfermeira e como Professora, estamos inseridas.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 41 -

CAPÍTULO I

DO PROCESSO SAÚDE/DOENÇA À PREVENÇÃO

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 43 -

1. A SAÚDE E A DOENÇA AO LONGO DOS TEMPOS

Ao longo da história da humanidade, a saúde como uma qualidade ou estado pessoal de

bem-estar, tem sido procurada e valorizada por todos os seres humanos. No entanto,

durante muitos anos, as tentativas feitas para definir saúde tiveram como referência a

“falta de saúde”, ou seja, a doença.

A primeira vez que apareceu o termo saúde foi na língua inglesa, por volta do ano 1000

A.C. com um significado amplo de qualidade de saúde e integridade, incluindo aspectos

físicos, intelectuais e espirituais. (Greene et al., 1984).

As descobertas científicas, que se deram a partir do século XIX, como as de Robert Koch

e de Louis Pasteur, trouxeram contributos importantes para a identificação das doenças e

suas causas, bem como para o controle e irradicação de diversas patologias infecciosas,

mas não foram suficientes para construir um conceito de saúde.

Muitos estudiosos têm tentado encontrar conceitos de saúde e de doença que

satisfaçam, o que não tem sido fácil, uma vez que estes são muito relativos e estão,

normalmente, relacionados com uma diversidade de factores.

Na opinião de Nogueira (2001, p. 43), a saúde “entendida durante muito tempo como

«ausência de doença», desenvolveu-se no contexto da medicina e relaciona-se a uma

visão negativa e redutora do problema”, pelo que se centrava mais na doença e na sua

cura do que na Promoção da Saúde (PS) ou na prevenção da doença.

A visão de saúde descrita, focalizada, sobretudo, na Biologia e na Medicina, cujo

interesse principal era a procura constante da descoberta da origem das doenças e onde

as formas mais comuns de luta eram as intervenções médicas, constituía o discurso

típico do modelo biomédico. Estava aqui bem presente a unicausalidade do processo

saúde/doença assente no Positivismo dominante e seguido naquela época. Esta teoria

científica e metodológica não aceitava, por exemplo, que a cultura pudesse moldar os

comportamentos humanos e que estes, muitas vezes, são determinantes no

aparecimento, agravamento e mesmo propagação de doenças (Berlinguer, 1988).

No entanto, esta visão reducionista do processo saúde-doença foi, passado algum

tempo, colocada de parte.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 44 -

A definição de saúde proferida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1946,

como ”…completo bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença

ou enfermidade…” tentou fazer uma ruptura com o modelo biomédico tradicional e a

saúde surgiu como “algo” positivo” que deve ser promovido (Meade et al., 1988).

Inicialmente, este conceito foi inovador e mesmo elogiado pela sua positividade,

abrangência e multidimensionalidade mas, posteriormente, foi criticado pela sua

subjectividade, amplitude e difícil operacionalização, sofrendo alterações ao longo dos

tempos.

Assim, para além da supressão do termo “completo” foi objectivo da OMS que todos os

indivíduos ou grupos participassem na sua comunidade, satisfizessem as suas

necessidades e aspirações e, se possível, conseguissem alterar o meio que os rodeia

(OMS, 1985, 1986).

Na realidade, a saúde e a doença constituem, sempre, estados relativos e subjectivos da

vida humana, pelo que necessitam de conceitos mais operacionais. A saúde absoluta ou

perfeita é inatingível tendo em conta a natureza aberta e dinâmica dos sistemas

biológicos (Dubos, 1959; San Martin, 1984; citados por Simões, 1989).

Na tentativa de apresentar conceitos mais realistas de saúde e, ou, doença vários

autores manifestaram-se, acrescentando-lhes outras dimensões ou aspectos o que fez

com que os mesmos sofressem variações.

Dubos (1965, p. XVII) entendeu que a doença seria uma inadaptabilidade entre o

organismo e o ambiente natural, social, económico e cultural e a saúde “algo” dinâmico

pelo que, para o autor, “saúde e doença são a expressão do sucesso ou falhanço

experimentado pelo organismo nos seus esforços de responder adaptativamente aos

desafios do ambiente”.

Audy (1971, p. 142) referiu que “ a saúde é uma propriedade continuada que pode ser

avaliada pela capacidade individual de restabelecimento de uma grande diversidade de

“ataques”, sejam eles químicos, físicos, infecciosos, psicológicos, sociais”, enquanto que

Nogueira (2001, p. 44), tendo por base o conceito de doença de May (1961), definiu-a

“como uma alteração das células ou tecidos vivos que ponha em perigo a sobrevivência

no seu ambiente”.

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Nesta perspectiva, na opinião de vários autores (Mayer, 1982; Meade et al. ,1988;

Santana, 1995), a saúde e a doença são influenciadas por inúmeros factores, tais como,

biológicos, sociais, económicos, culturais, étnicos, psicológicos e tecnológicos e, ainda,

podem variar conforme o nível de desenvolvimento da população.

Fornecendo uma interpretação mais abrangente do estado saúde-doença e abarcando

questões anteriormente negligenciadas, as várias revisões do conceito da OMS

continuaram a ser, no entanto, criticadas por alguns autores, devido à necessidade de

recorrer a técnicas que permitissem fazer a avaliação de saúde, baseada na auto-

percepção e no conceito de qualidade de vida.

O conceito de qualidade de vida (muito mais abrangente que o de saúde) descrito “como

um juízo subjectivo do grau em que se alcançou a satisfação ou um sentimento de bem-

estar pessoal, mas associada a determinados indicadores objectivos biomédicos,

psicológicos, comportamentais e sociais” permite operacionalizar o de saúde (Amorim,

1999, p. 28).

Importava mencionar que os progressos da Medicina foram de extrema importância na

evolução do conceito saúde-doença. No entanto, este capítulo não ficaria completo se

não fizéssemos referência ao modelo ou paradigma biopsicossocial de doença, que

sofreu influência da teoria de Engel (Bolander, 1998). O modelo, ao considerar o

indivíduo como um ser biopsicossocial (visão holística do ser humano), adverte para a

interferência de factores biológicos, psicológicos e sociais no processo saúde e doença.

A situação de saúde e doença são processos dinâmicos, multicausais, pelo que não se

pode focalizar unicamente nos aspectos objectivamente observáveis e explicados ao

nível de processos celulares e moleculares, mas é necessário valorizar a narrativa da

pessoa, as suas emoções, o que ela diz ou refere sentir.

Vários autores têm mencionado, analisado e reflectido sobre o modelo anteriormente

abordado, tais como: Engel (1977); Bolander (1998); Puustienen et al. (2003); Borrell-

Carrió et al. (2004).

O conceito de saúde pode, ainda, sofrer ligeiras alterações segundo a sociedade dentro

da qual é produzido. Isto parece significar que não existe um conceito universal de saúde,

mas conceitos histórica e socialmente determinados.

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2. O CONCEITO DE PREVENÇÃO NO PROCESSO SAÚDE/DOENÇA

Praeventione é a palavra latina que deu origem ao termo Prevenção, derivada de

praevenire, significando antecipar, acautelar, precaver, evitar e impedir.

Ao longo dos tempos, quer na literatura, quer na práxis tem-se utilizado, abusivamente, o

termo prevenção, contudo, na prática, a maior parte das vezes, é pouco efectivada.

O processo saúde e doença está relacionado, desde há muitos anos, com as práticas de

prevenção, existindo relatos de condutas preventivas, no âmbito da prática médica

individual e de medidas preventivas nas práticas sociais, conforme relata Teixeira (2001).

Em Saúde, nas discussões sobre prevenção, é comum o aparecimento do conceito de

Promoção da Saúde (PS). Prevenção da doença e Promoção da Saúde são conceitos

distintos que é importante clarificar.

Jekel et al. (1999) referiram que Hugh Leavell desenvolveu um conceito de Prevenção

que veio a ser conhecido como os níveis de Leavell. Para este, as actividades

desenvolvidas pelos Profissionais de Saúde visavam a Prevenção.

Os autores acima mencionados, tendo por base o conceito de Leavell, consideraram

existir três níveis de Prevenção: Primária, Secundária e Terciária.

A Prevenção Primária consistia na Promoção da Saúde e na protecção específica. A

finalidade era alterar ou eliminar os factores de risco e, se possível, melhorar as

condições de vida das pessoas.

A Prevenção Secundária pretendia o tratamento imediato, face ao diagnóstico precoce.

Dentro do possível a doença devia ser evitada ou interrompida, por forma a prevenir

sequelas permanentes.

No que concerne à Prevenção Terciária o objectivo era restringir incapacidades ou

reabilitá-las.

Nestes níveis de Prevenção o rastreio era de extrema importância porque permitia,

atempadamente, detectar doenças latentes em indivíduos assintomáticos, de risco ou,

ainda, efectuar o follow-up nos doentes.

Os pressupostos referidos mantêm-se verdadeiros, muito embora se tenham verificado

grandes avanços nesta área.

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O conceito de Prevenção está intimamente ligado ao de Promoção da Saúde. Este último

surge, nos dias de hoje, enquadrado em muitos dos discursos político-administrativos da

saúde e tem como referência a Declaração de Alma-Ata, a Estratégia Regional Europeia

“Saúde Para Todos no Ano 2000” e a Carta de Ottawa.

Freitas (2003) refere que os elevados custos dos tratamentos curativos e a assistência

médica diminuída à população, com limitações a nível económico, conduziu, em 1974, no

Canadá, ao conceito de Promoção da Saúde. Este começa a ganhar força em 1986, em

Ottawa – Canadá, na 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde. Desta

conferência resultou a carta onde PS era definida como “o processo que visa aumentar a

capacidade dos indivíduos e da comunidade para controlarem a sua saúde no sentido de

a melhorar.” (http://www.dgsaude.pt., p. 2).

Nesse momento, a equidade foi considerada o principal foco a ser atingido para se ter

acesso à PS, entendendo-se que consegui-la consistia em eliminar as diferenças

desnecessárias, evitáveis e injustas que limitam as oportunidades do indivíduo a atingir o

direito ao bem-estar.

Na Segunda Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, no ano de 1988 em

Adelaide – Austrália, foram consideradas prioritárias as políticas públicas saudáveis,

entre as quais, o apoio à saúde da mulher, alimentação e nutrição, redução de consumo

do tabaco e do álcool e, ainda, criação de ambientes favoráveis.

A Terceira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde decorreu em Sundsvall

(Suécia), em 1991. A temática “Ambientes Favoráveis à Saúde” saiu, ainda mais,

fortalecida desta conferência. Para além do enfoque dado a este aspecto, a procura da

equidade e da educação foi, também, valorizada. Propunha, ainda, o aumento de poder

de decisão e de participação comunitária dos indivíduos, tendo por base um processo

democrático de PS.

Em Bogotá (Colômbia), no ano de 1992, realizou-se uma outra conferência, na qual

foram realçados os problemas enfrentados pela América Latina, ou seja, a necessidade

de solidariedade e equidade social como condições indispensáveis para a saúde e o

desenvolvimento.

A Declaração de Jakarta (Indonésia), em 1997, resultou da 4ª Conferência Internacional

sobre Promoção da Saúde. Esta deu origem à declaração subordinada ao tema “Novos

Actores para uma Nova Era: Adoptar a Promoção da Saúde ao Século XXI”, onde a PS

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era encarada como um processo que permite ao indivíduo maior controlo sobre a sua

saúde e, assim, maior poder para a melhorar.

O principal objectivo destas conferências foi aumentar as expectativas de saúde e reduzir

as diferenças entre países e grupos, sendo considerada a pobreza a maior ameaça à

Saúde Pública.

As cinco prioridades estabelecidas para a PS no século XXI foram a: promoção da

responsabilidade social para com a saúde; o aumento dos investimentos para fomentar a

saúde; a consolidação e expansão de parcerias a favor da saúde; o aumento da

capacidade comunitária, dando direito à palavra ao indivíduo e obtenção de infra-

estrutura para a Promoção da Saúde.

A Quinta Conferência Global sobre PS, sob o lema “Promoção da Saúde: Rumo a uma

Maior Equidade”, realizou-se no México em 2000. Teve como principais objectivos

mostrar a importância da Promoção da Saúde, de modo particular, para indivíduos que

vivem em condições adversas; promover alianças entre os indivíduos nos diferentes

níveis sociais; bem como o desenvolvimento social da responsabilidade dos governos

partilhada pelos diversos sectores da sociedade. Desta conferência adveio a reafirmação

da importância da procura da equidade.

As conferências mencionadas para além de ditarem metas que ajudaram os países a

diminuírem as injustiças e as desigualdades sociais contribuíram também, através de

avanços ideológicos, políticos e conceptuais, para a evolução das propostas com vista à

melhoria da qualidade de vida dos indivíduos.

Segundo Guimarães et al. (2004) é necessário actuar sobre os factores sociais que são

determinantes da saúde para se alcançar qualidade de vida.

Face aos desígnios da OMS e das Conferências sobre Promoção da Saúde os

Profissionais de Saúde devem cooperar com o indivíduo, a família e o meio envolvente

de forma a melhorar as condições de vida, fornecendo informação/educação.

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3. A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA DÍADE SAÚDE/DOENÇA

A abordagem desta temática levou-nos a aludir a alguns aspectos culturais, uma vez que

estes ao influenciar o comportamento humano repercutem-se no processo saúde/doença.

A Antropologia da Saúde, disciplina da área das Ciências Sociais e da Saúde, segundo

Iriart (2003, p. 2) “tem como objecto de estudo a forma como, em diferentes contextos

socioculturais, as pessoas interpretam, atribuem significados e lidam com o processo

saúde-doença”, pelo que os diferentes conceitos e representações de saúde e doença

nos diversos grupos socioculturais deveriam ser considerados.

Na perspectiva Antropológica, a cultura, de acordo com Geertz, citado por Iriart (2003,

p.2) pode ser definida “como um sistema simbólico; formas de pensar que confirmam a

visão do mundo; valores e motivações conscientes e inconscientes; uma espécie de lente

através da qual as pessoas interpretam e dão sentido ao seu mundo” existindo, quase

sempre, grupos sociais dominantes na produção cultural.

Os indivíduos transmitem de geração em geração princípios, conceitos, regras e

significados que se reproduzem e manifestam na sua forma de vida.

A sociedade elabora códigos culturais diversos, nomeadamente sobre saúde e doença,

originando uma matriz cultural ou um sistema simbólico.

A cultura não deve ser encarada de uma forma homogénea e coerente de significados,

pois tal como “a sociedade ela é complexa e multifacetada, comportando contradições e

a coexistência no mesmo contexto social, de diferentes visões do mundo e quadros de

referência” Iriart (2003, p. 2).

Inúmeros estudos sócio-antropológicos têm sido realizados no âmbito do processo

saúde/doença e da prestação de cuidados. Estes tiveram como finalidade compreender a

concepção dos Profissionais de Saúde sobre saúde/doença/prestação de cuidados que

considere a cultura, o meio social, a importância dos usuários acerca dos procedimentos

que lhe dizem respeito e, até de práticas alternativas (Rangel, 2005).

As condições de vida e o tipo de ocupação/trabalho das pessoas na sua relação com o

processo saúde/doença, bem como a forma como elas reagem em diferentes contextos

de trabalho é muito importante para a reflexão e intervenção dos Profissionais de Saúde

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no que concerne ao planeamento de actividades de promoção e prevenção nos sistemas

locais de saúde.

A cultura, de uma forma geral, é constituída por conhecimentos, crenças, valores, normas

e símbolos. Estes transmitiam-se de geração em geração e possuíam uma grande

quantidade de conhecimentos práticos (Marconi; Presotto, 2001). Tem uma dimensão

criadora e dinâmica, fazendo parte de uma realidade onde a mudança é um aspecto

crucial.

Na opinião de Minayo (1993, p. 15), a cultura

“não é um lugar subjetivo, ela abrange uma objetividade com a

espessura que tem a vida, por onde passa o econômico, o político, o

religioso, o simbólico e o imaginário. Ela é o locus onde se articulam os

conflitos e as concessões, as tradições e as mudanças e onde tudo

ganha sentido ou sentidos, uma vez que nunca há apenas um

significado”.

O conceito de cultura, na perspectiva de Marconi e Presotto (2001) varia no tempo, no

espaço e na essência. Esta pode centrar-se, entre outras, em ideias, crenças, valores,

normas, atitudes, padrões de comportamento, instituições familiares e sistemas

económicos.

A Antropologia Médica Anglo-Saxónica desenvolveu os conceitos de disease, illness e

sickness, apresentados por Kleinman e Young em, respectivamente, 1980 e 1982, que

permitem compreender os aspectos objectivos e subjectivos da doença (Iriart, 2003).

O termo disease refere-se à doença, tal como é entendida pela Medicina, e está

associado a patologia, independentemente de ser ou não culturalmente reconhecido.

Ilness ou enfermidade corresponde à percepção e vivência do paciente da doença ou de

outras situações, por vezes “desvalorizadas socialmente”. Esta nem sempre é

reconhecida pela Medicina como doença. Assim, illness (enfermidade) refere-se ao

significado que o indivíduo atribui aos seus sinais e sintomas, enquanto que disease

(patologia) pode ocorrer sem illness.

Segundo Kleinmnan (1980) citado por Iriart (2003, p. 6) “o conceito de illness remete

assim ao modo como a doença é trazida à experiência individual e se torna significativa

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para o paciente, pois para que a pessoa se reconheça doente, é necessário que ela

interprete os sintomas experienciados como sinais de uma doença”. Como se pode

verificar, o contexto cultural onde o indivíduo está inserido está bem patente nesta

definição.

Ainda na opinião de Kleinman e mencionado por Iriart, por vezes, os Médicos encontram

algumas dificuldades na sua intervenção, principalmente, quando, esquecem o aspecto

subjectivo – illness - e se centram, apenas, na cura da patologia – disease. Surgem,

assim, outros conceitos designados de curing (cura da patologia), como oposto ao de

healing (cura da enfermidade). Este último conceito está integrado nos modelos

terapêuticos culturais, bastante diferentes dos antigos modelos médicos.

De acordo com Iriart, Young, em 1982, apresentou o conceito de sickness – doença –

focalizando a dimensão social da enfermidade e acrescentou a compreensão dos

aspectos sociais, políticos e económicos, determinantes sociais das doenças e já,

anteriormente, mencionados por Kleinman.

Na realidade, Kleinman foi um antropólogo que, com a construção do seu Modelo

Explicativo, reconheceu a necessidade de se incorporar os processos culturais na saúde,

nas vertentes cognitivas e sociais, sem esquecer as representações individuais do

sujeito.

No entanto, o seu modelo foi criticado por diversos autores, como, por exemplo, Coelho e

Almeida Filho (2002) por considerarem que se limitou às práticas curativas, encarou a

saúde como ausência de doença, pouco mencionou a prevenção e não se referiu à

Promoção da Saúde.

O aconselhamento médico, numa perspectiva de Promoção da Saúde e como vertente

da Educação Para a Saúde (EPS), cujo objectivo era motivar a adopção por parte das

pessoas de mudanças de comportamento voluntárias com impacto positivo na saúde,

tinha já sido referido por Green, de acordo com Adell (2001) ao abordar “O

Aconselhamento e a Promoção da Saúde”.

Foram vários os modelos teóricos explicativos de mudança de comportamento, como

processo de adopção de hábitos saudáveis que foram propostos nas últimas décadas.

Destes, enumeramos os seguintes: Teoria da Aprendizagem Social; Teoria do

Processamento da Informação do Consumidor; Autoterapia Comportamental; Modelo das

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Crenças de Saúde; Modelo PRECEDE; Teoria da Acção Reflectida; Modelo ASE; Teoria

dos Estádios de Mudança de Prochaska (Adell, 2001).

Os diferentes modelos, com as suas características próprias, têm vantagens e

desvantagens, pelo que não existem receitas. O importante é conhecer o sujeito, na sua

globalidade e inserido no seu contexto de vida. Na prática retirar e adequar os contributos

de cada um às características particulares do indivíduo pode favorecer a mudança

voluntária de comportamentos.

A dimensão cultural e a intersubjectividade dos conceitos saúde/doença são, na

realidade, de extrema importância nas relações terapêuticas dos Profissionais de Saúde

com os Utentes e, ou, Pacientes, uma vez que as suas representações irão influenciar os

seus comportamentos.

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CAPÍTULO II

DO DOMÍNIO CIENTÍFICO DO CANCRO À SUA PREVENÇÃO

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1. O CONCEITO DE CANCRO E O PROCESSO DE CANCERIGÉNESE

O Cancro é o termo comum para todos os tumores malignos. Segundo Nogueira (2001,

p. 21), “é uma doença de topografia extremamente diversificada, que pode ocorrer em

praticamente qualquer parte do corpo humano”. O vocábulo Cancro, provavelmente, veio

do latim e poderia ser traduzido como “caranguejo” porque “adere a qualquer local que

acomete, de forma obstinada como um caranguejo”.

O Cancro (neoplasia maligna) pode ser descrito como “uma desordem onde o

crescimento celular deixa de ser coordenado pelas necessidades do organismo de novas

células, formando uma colónia de células relativamente indiferenciadas” e que, com o

tempo, “ultrapassa o número de células saudáveis à sua volta.” (Learmonth, 1988, p. 22).

Esta massa anormal não apresenta nenhum propósito e consome o hospedeiro, já que o

crescimento neoplásico compete com as células de tecidos normais pelos suprimentos de

energia.

Segundo Simonton et al. (1987), o Cancro aparece quando células normais se

transformam em células com informações genéticas incorrectas, de tal forma que se

tornam incapazes de cumprir as funções para as quais estavam designadas. Nas células

malignas as mudanças celulares que ocorrem vão permitir que elas se multipliquem

rapidamente e invadam tecidos e órgãos adjacentes. Ao processo de invasão e

reprodução de novos tumores para outras partes do corpo chama-se metastização.

O Cancro como “uma única célula transformada que não obedece ao regulamento da

diferenciação, proliferação celular, forma um clone e continua a crescer sem respeitar as

necessidades do corpo” foi considerada, na altura, uma boa definição. (Clark et al.,1997,

p. 263)

A carcinogénese consiste no processo de transformação de uma célula normal em célula

cancerosa, passando por diversas fases. Engloba diversos tipos de lesões, desde as pré-

cancerosas até aos tumores de grande malignidade.

De acordo com Harrison (1994) o Cancro é definido pelas seguintes características:

1. Clonalidade – alterações genéticas numa única célula, que se desenvolve para

formar o clone de células malignas.

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2. Autonomia – crescimento descontrolado, que não obedece ao controlo das

substâncias bioquímicas e físicas normais do ambiente.

3. Anaplasia – carência de diferenciação normal e coordenada das células.

4. Metástases – as células malignas têm a capacidade de crescer

descontinuamente e de disseminar para outras áreas do corpo.

Não existe uma causa única para o aparecimento do Cancro, no entanto são conhecidos

vários agentes responsáveis por esta transformação maligna. Estes são designados por

agentes carcinogéneos e para que o Cancro se desenvolva é necessário que eles

actuem de forma cumulativa e continuada de tal forma que se produzam alterações

celulares durante um largo período de tempo.

Actualmente, são conhecidos inúmeros factores carcinogéneos que, não actuando

normalmente de forma isolada, são responsáveis pelo aparecimento de Cancro, o que

explica o longo período de latência do seu aparecimento (Meade et al., 1988).

Alguns factores responsáveis pelo Cancro, para além da base genética, estão ligados a

aspectos comportamentais e a estilos de vida, tais como o tabaco, álcool, alimentação,

exposição solar,… Há, ainda, a considerar os derivados de outras exposições, como as

ambientais ou ainda as relacionadas com a actividade profissional. É de referir que nos

últimos anos tem-se descoberto associações de localizações tumorais com factores

infecciosos, nomeadamente bactérias e vírus.

Os factores da personalidade, como as defesas psicológicas mal sucedidas, a angústia

psíquica, a perda de um relacionamento e a inabilidade de expressar emoções e

sentimentos hostis têm sido associados quer ao aparecimento do Cancro, quer à sua

rápida disseminação (Arán et al., 1996; Deitos et al., 1997; Potter, 1999).

A investigação psicológica, ultimamente, tem vindo a preocupar-se com a associação

entre algumas variáveis da personalidade e a incidência das doenças oncológicas. De

vários estudos efectuados há a realçar o de Grossarth-Maticek, na antiga Jugoslávia e

Alemanha onde existe uma “relação nítida entre o funcionamento da personalidade e a

incidência de doenças oncológicas” (Justo, 2002, p. 53).

Estas características fazem parte de um tipo de personalidade onde a autonomia

emocional e auto-estimulação estão bastante afectadas.

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Parece existir uma relação entre factores psicológicos, nomeadamente o stresse e o

funcionamento imunológico. Assim, os problemas psicológicos ao deprimirem os órgãos

do sistema imunológico favorecem o aparecimento e a progressão do Cancro. Segundo

Maier & Watkins, referenciados por Justo (2002), não está, completamente, explicada a

forma como o sistema neuro-endócrino interage com o sistema imunitário.

Na opinião de Carvalho (1994) e Moreira (1998) o stresse facilita a exposição a factores

carcinogénicos, desencadeia a predisposição genética latente através de alterações

hormonais e bloqueia células imunológicas, o que permite pensar na existência da

associação entre o stresse e o Cancro.

Segundo a “teoria de vigilância imunológica”, o organismo das pessoas produz

diariamente células anormais, quer por razões externas, quer por divisão celular

incorrecta. É função do sistema imunológico reconhecer essas células e destruí-las.

Quando o stresse por algum motivo inibe este sistema pode desencadear o

desenvolvimento do Cancro (Siegel, 1989).

De acordo com Simonton et al. (1987) a Psiconeuroimunologia tem vindo a explicar a

relação existente entre corpo-mente e como as emoções desencadeiam substâncias

químicas que actuam no sistema imunológico. Os autores elaboraram o modelo corpo-

mente com a finalidade de mostrar como os factores psicológicos, nomeadamente o

stresse, podem influenciar o aparecimento do Cancro.

No modelo corpo-mente os sistemas envolvidos são o límbico, o imunológico e o

endócrino, conforme se pode verificar nas Figuras 1 e 2.

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Stresse psicológico

Depressão, desespero

Supressão da actividade

imunológica

Actividade hipotalâmica

Actividade pituitária

Sistema imunológico (contém mecanismos

anticancro)

Sistema endócrino (cria desequilíbrio

hormonal)

Aumento das células normais

Sistema límbico

Crescimento do cancro

Intervenção psicológica

Esperança, expectativa

Aumento da actividade imunológica

Actividade hipotalâmica Actividade pituitária

Sistema imunológico (contém mecanismos

anticancro)

Sistema endócrino (restabelece equilíbrio

hormonal)

Diminuição das células anormais

Sistema límbico

Regressão do cancro

Figura 1 - Modelo corpo/mente de desenvolvimento do cancro Figura 2 - Modelo corpo/mente de recuperação do cancro.

Fonte: Simonton et al., 1987

O mecanismo de funcionamento destes sistemas é o seguinte: o sistema límbico tem por

função registar a informação e enviá-la ao hipotálamo; este ao controlar o sistema

imunológico vai regular, também, a acção da glândula pituitária; esta exerce uma

actividade reguladora sobre o sistema endócrino.

Nestes esquemas podemos observar como determinados estados emocionais,

sentimentos ou mesmo doenças psíquicas (stresse, desespero, isolamento, depressão,

entre outros) podem predispor o indivíduo para o desenvolvimento do Cancro ou para a

sua recuperação (Simonton et al., 1987; Le Shan, 1992; Caetano et al., 1999).

Segundo Justo (2002), para considerar o sistema imunitário como o principal mediador

entre o psíquico e o Cancro, é imprescindível que estejam presentes duas condições: a

sensibilidade do sistema imunológico às alterações do funcionamento psicológico, de

modo particular em situações de stresse; alterações do sistema imunológico dos

indivíduos com problemas psicológicos como, por exemplo, doentes deprimidos.

Os Profissionais de Saúde devem ser capazes de reconhecer o stresse e promover no

indivíduo estratégias de coping, para que este seja capaz de lidar com situações de

doença e outras situações desfavoráveis do quotidiano.

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2. A PREVENÇÃO DO CANCRO

Em termos conceptuais a Prevenção do Cancro reside em minimizar ou eliminar a

exposição aos agentes carcinogénicos, assim como reduzir a susceptibilidade do

indivíduo à acção destes agentes (OMS, 1995).

Várias abordagens podem ser seguidas na sua prevenção e controlo, nomeadamente a

educação do indivíduo, a investigação científica, a eliminação ou controlo dos factores de

risco ou agentes que o podem provocar e o diagnóstico precoce ou o tratamento curativo

quando, ainda, é possível.

Na Prevenção do Cancro é fundamental a informação à população sobre os

comportamentos de risco, os sinais de alerta e a frequência com que se deve realizar os

exames de vigilância médica. É, também, importante que os serviços que actuam nesta

área sejam dotados de recursos humanos e reorientados para os aspectos culturais do

Cancro.

Em Oncologia interessa considerar todas as áreas de Prevenção. No entanto, daremos

enfoque à Prevenção Primária e Secundária.

A Prevenção Primária refere-se ao período anterior ao aparecimento do Cancro incluindo

medidas de Promoção da Saúde e de redução da população à exposição a factores de

risco.

A Prevenção Primária do Cancro consiste numa “tentativa de modificação de factores

promotores ou protectores contra a carcinogénese” Kennedy (2001, p. 64).

Os principais factores de risco, segundo Johnston et al., (2001) são entre outros,

carcinogénicos químicos, radiações (ultravioletas e ionizantes), vírus e oncogénes.

Kennedy (2001), considera que os estilos de vida actuais, como por exemplo, o tabaco, a

alimentação, o álcool, o sedentarismo e a poluição, favorecem o desenvolvimento do

Cancro.

O Plano Oncológico Nacional – 2001-2005, em termos de Prevenção Primária, refere que

“a implementação de uma estratégia de prevenção deve ser estruturada, sob a

responsabilidade da Direcção-Geral da Saúde, tendo como objectivo modificar alguns

dos factores que provocam o cancro, potenciando os factores protectores e inibindo os

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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factores de risco, através do desenvolvimento de intervenções que promovam uma vida

saudável.” (Resolução de Conselho de Ministros n.º 129, 2001, p. 5241).

Esta estratégia propôs-se alcançar os objectivos abaixo mencionados:

� no domínio da informação da população

� implementação sistemática de acções de informação ao grande público através

dos meios da comunicação social, com particular relevo para a televisão;

� organização de campanhas de informação para grupos populacionais específicos

previamente definidos;

� melhoria da eficácia da comunicação das mensagens de informação,

nomeadamente o Código Europeu Contra o Cancro, através de técnicas de

promoção da saúde;

� desenvolvimento de acções específicas de informação e sensibilização dos

grupos populacionais abrangidos pelos programas de rastreio sistemáticos, dos

cancros do colo uterino, da mama e colo rectal;

� divulgação de informação sobre educação para a saúde nas escolas e locais de

trabalho com a participação dos professores e das organizações dos

trabalhadores;

� elaboração de material de informação contendo recomendações específicas para

a prevenção do cancro, nomeadamente as relacionadas com a alimentação, o

tabaco, a exposição ao sol e o ambiente ocupacional.

� na área da nutrição

� promover a organização de inquéritos alimentares com o objectivo de se conhecer

a realidade portuguesa no que respeita aos hábitos alimentares e à frequência

com que são consumidos alimentos reconhecidamente cancerígenos;

� dar a conhecer à população quais são esses alimentos e o risco que corre com o

seu consumo.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 61 -

� no que se refere ao tabaco

� o reforço da informação à população sobre o papel do consumo de tabaco na

incidência do cancro;

� a eleição da população juvenil como alvo prioritário das campanhas de

sensibilização antitabágica;

� a informação das populações trabalhadoras particularmente na área industrial,

para a existência da interacção com outros factores de risco;

� o reforço de legislação de protecção aos não fumadores nos locais públicos;

� a implementação de medidas restritivas à publicidade que estimula o consumo de

tabaco;

� acções de apoio aos fumadores que pretendam abandonar o hábito de fumar;

� colaboração com todas as instituições envolvidas na luta antitabágica;

� o aumento do imposto que incide sobre a venda do tabaco.

� relativamente ao ambiente (poluentes químicos, nomeadamente no ar, solos e água)

� promover a informação e sensibilização das populações para o risco de cancro

ambiental;

� pugnar pela aplicação de medidas preventivas e de controlo da poluição;

� desenvolver um programa de investigação sobre higiene e saúde ambiental.

Na Figura 3 podemos identificar algumas medidas de Prevenção Primária dirigidas ao

controlo de factores de risco do cancro.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 62 -

Figura 3 – Medidas de Prevenção Primária dirigidas ao Controlo de Factores de Risco do Cancro

Existem estudos epidemiológicos a comprovar a incidência e a mortalidade de

determinados Cancros em localizações específicas do corpo humano, relacionados com

estilos de vida e o local/país de origem ou onde habita o indivíduo Kennedy (2001).

FACTORES DE RISCO MEDIDAS PREVENTIVAS

TABACO

● Informar a população sobre os malefícios do tabaco; ● Ajudar o fumador a deixar de fumar; ● Proteger os não fumadores; ● Colaborar com as entidades públicas e associativas em acções educativas.

ALIMENTAÇÃO

● Incentivar a ingestão diária de frutas, vegetais, cereais e leguminosas; ● Reduzir a ingestão de gorduras e carnes; ● Evitar conservas, salgados e fumados; ● Evitar o abuso de bebidas alcoólicas; ● Aconselhar a manutenção do peso ideal.

AGENTES FÍSICOS,

QUÍMICOS, INDUSTRIAIS E MEDICAMENTOSOS

RADIAÇÕES

AGENTES INFECCIOSOS

● Evitar traumatismos repetidos; ● Proteger os indivíduos no ambiente de trabalho e no ambiente geral; ● Desincentivar a auto-medicação ou o uso de medicamentos susceptíveis de facilitar o aparecimento de cancro.

● Evitar a exposição excessiva à luz solar; ● Reduzir a ingestão de gorduras e carnes; ● Evitar conservas, salgados e fumados; ● Aconselhar a manutenção do peso ideal.

● Evitar agentes infecciosos: vírus da hepatite B e C; HIV; Epstein-Barr vírus; Human papilloma vírus; ● Educação sobre práticas sexuais saudáveis; ● Promover a vacinação.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 63 -

A intervenção eficaz e atempada a este nível pode diminuir a incidência de alguns

Cancros e a sua mortalidade como, por exemplo, o do estômago, pulmão, colon, útero,

pâncreas, fígado, pele, orofaringe, laringe, entre outros.

A Prevenção Secundária do Cancro, consiste na “identificação precoce e tratamento

imediato de lesões pré-malignas ou malignas em estadios iniciais. Insere o rastreio

(screening) da população, a vigilância de grupos de alto risco, bem como testes de

susceptibilidade genética” Kennedy (2001, p. 63).

O rastreio, de acordo com Teixeira et al. (2002, p. 36), reside num “exame que permite

identificar um problema potencial de saúde numa fase precoce, numa altura em que pode

ser mais prontamente tratável, ou em que é mais fácil lidar com as suas consequências”,

sendo exequível para a detecção precoce de determinados Cancros como: mama, colo

do útero, próstata, colon, testículo e pele.

Esta opinião é corroborada pelo Conselho da União Europeia, na sua Recomendação de

2 de Dezembro de 2003, sobre o rastreio do cancro, considerando que era importante

continuar a realizar o desenvolvimento de programas de rastreio de acordo com a

legislação nacional, as responsabilidades nacionais e regionais em termos de

organização, de prestação de serviços de saúde e de cuidados médicos.

As suas recomendações aos Estados-Membros foram:

� Implementação de programas de rastreio do cancro;

� Registo e gestão dos dados provenientes do rastreio;

� Monitorização periódica da metodologia e dos resultados do rastreio organizado,

bem como a sua comunicação à população e pessoal envolvido;

� Formação adequada do pessoal;

� Adesão elevada aos programas, assegurando a igualdade de acesso ao rastreio;

� Introdução de testes de rastreio inovadores, com base nos resultados de

investigação a nível internacional;

� Apresentação de relatório sobre a implementação e acompanhamento das

recomendações.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 64 -

O processo de rastreio é complexo e envolve diversas acções que devem seguir várias

etapas ao longo das avaliações efectuadas.

Figura 4 - Processo de Rastreio.

Fonte: Jekel F. J. et al. (1999)

A política de rastreio trará melhoria de saúde conforme as características da doença, dos

exames e da população submetida a rastreio. Assim, existem critérios para a realização

do mesmo.

Relativamente às características da doença podem considerar-se cinco critérios:

� efeito significativo na qualidade ou duração de vida;

� prevalência alta que justifique os custos;

� métodos de tratamento disponíveis e aceitáveis;

� existência de período sem sintomas durante o qual a detecção e o tratamento

reduzam a morbilidade e, ou a mortalidade de forma significativa;

Resultado negativo Efectuar teste de rastreio

Registar o resultado

Informar o indivíduo

Fazer o diagnóstico

Registar o resultado

Informar o paciente

Iniciar o tratamento

Rever o tratamento e

reavaliar

Continuar o tratamento e

reavaliar

Resultado positivo

Resultado positivo

Resposta positiva

Resultado negativo

Resposta negativa

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- 65 -

� tratamento no período assintomático conduzir a um melhor resultado terapêutico

do que o tratamento no período sintomático.

O exame deve ter em atenção pelo menos as seguintes características:

� sensibilidade adequada para detectar a doença durante a fase assintomática;

� específico, o suficiente que permita encontrar um valor preditivo positivo e

aceitável;

� aceitável para o indivíduo.

Características da população submetida a rastreio:

� Prevalência da doença que justifique o rastreio;

� Fácil acessibilidade;

� Possibilidade de efectuar posteriormente exames de diagnóstico e terapêutica,

quando necessário.

O rastreio pode ser de base populacional ou oportunístico, de acordo com os objectivos

pretendidos. O rastreio de base populacional é realizado à população, requer uma

cobertura mínima de, aproximadamente, 60% da população alvo e um programa bem

definido, enquanto que o oportunístico é efectuado durante consultas de rotina. (Moutinho

et al., 2004)

De acordo com a Avaliação do Plano Oncológico Nacional 2001 – 2005

(http://wwwarsnorte.min-saude.pt), efectuada pela A.R.S. Norte, existem três formas de

rastreio:

���� Oportunista (case finding, opportunistic screening), realizado no decurso da

actividade diária e continuada do Médico de Família;

���� Sistemático (screening, mass screening) ou “rastreio própriamente dito”,

efectuado através de processos de convocação-reconvocação populacionais. Pressupõe

uma organização específica para que sejam conseguidos bons níveis de qualidade, bem

como facilidade de acesso, avaliação dos indicadores de desempenho, formas de

tratamento imediatas e informação centralizada.

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���� Organizado, adopta uma solução mista, associando o rastreio oportunista ao

sistemático. Utiliza uma organização e um sistema de informação de maneira a garantir a

qualidade do rastreio.

Actualmente, os avanços científicos que se têm verificado nas áreas da investigação

clínica, genética e os avanços da biotecnologia levam a que se encare de outra forma o

Cancro e a sua prevenção.

Na opinião de Dias (2002, p. 258) acontece que a prevenção é, muitas das vezes,

encarada “pelo público como restrição de liberdade, na medida em que impõe uma

escolha entre prazer e dever”, verificando-se por parte do mesmo dificuldade em adoptar

estilos de vida saudáveis, procura de cuidados de saúde e adesão a rastreios.

O desenvolvimento do Cancro é um processo moroso e para que a maioria “se

estabeleça” é necessário um longo período de latência, pelo que, segundo Amado (1994,

p. 63), “o tempo estará ao lado da prevenção”.

Conscientes de que nem todos os tumores são evitáveis é indiscutível a prática da

Prevenção do Cancro. No entanto, Coelho (1994) considera que a mesma nem sempre é

aplicada pois depende de factores políticos, sócio-económicos, da sensibilidade dos

Profissionais de Saúde e da vontade do indivíduo.

Em Portugal, segundo Amado (1994), as primeiras tentativas de implementação de um

Registo Oncológico devem-se a João Alberto de Azevedo Neves, professor da Faculdade

de Medicina de Lisboa, que no período de 1901 a 1907 desenvolveu trabalhos

estatísticos nesta área.

Posteriormente, Francisco Gentil, professor da mesma faculdade, em colaboração com

Raposo de Magalhães, professor da Faculdade de Medicina de Coimbra, criaram a

consulta e o serviço para doentes com Cancro no Hospital Escolar de Santa Marta.

Em Dezembro de 1923, foi criado o Instituto Português para o Estudo do Cancro, com

sede provisória no Hospital Escolar de Santa Marta.

O Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil foi criado e institucionalizado em

1944 existindo uma consulta de “profilaxia” gratuita vocacionada para o rastreio do

Cancro Genital e um serviço de visitação domiciliaria. Mais tarde, foram

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 67 -

institucionalizados os Centros Regionais do Porto e de Coimbra do Instituto Português de

Oncologia.

Importa mencionar que Viana do Castelo foi dos primeiros locais do país a ter um Registo

Oncológico implementado (Registo Oncológico Regional Norte) que foi decaindo após a

morte do Médico (Dr. José Maria de Carvalho) que o pôs em prática, podendo dizer-se

que os últimos dados mais completos são de 1999.

Em Viana do Castelo, nos últimos anos, tem havido dificuldade em encontrar registos

oncológicos de base populacional actualizados (RORENO, Instituto Potuguês de

Oncologia 1999-2000).

2.1 O PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO CANCRO

A Enfermagem, como ciência e profissão autónoma, conforme Costa et al. (2005, p. 107),

“compreende conhecimentos científicos e técnicos, acrescido das práticas sociais, éticas

e políticas vivenciadas no ensino, pesquisa e assistência” estimulando os Enfermeiros a

adquirir qualificações de maior nível e especializações em diversas áreas de intervenção.

Na actualidade, a Enfermagem ocupa um papel de destaque nas equipas de saúde,

constituindo o Enfermeiro o elemento que mais tempo dedica ao utente/paciente, pelo

que, segundo Helman (2003) não se justifica a inexistência da sua intervenção no

contexto da Prevenção do Cancro.

De acordo com o mesmo autor, o rácio de Enfermeiros disponíveis para a população

varia nos diferentes países do mundo, sendo no Reino Unido e no Brasil o maior grupo

de Profissionais de Saúde. A maioria dos Enfermeiros são do género feminino. A situação

apresentada pelo autor, segundo a Ordem dos Enfermeiros, é semelhante à que se vive

em Portugal.

O papel preponderante do Enfermeiro na assistência prestada ao indivíduo como um todo

biopsicossocial, cultural e espiritual, no processo saúde/doença e, nomeadamente, no

âmbito da prevenção do Cancro, quer em actividades individuais ou em grupos sociais

requer competências além da esfera técnico-científica. A componente humana, a

capacidade de escuta e de comunicação, entre outras, têm que estar presentes.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 68 -

O respeito da singularidade do indivíduo, como ser único e indissociável, do livre arbítrio

consciente e informado, bem como de outros princípios éticos constituem aspectos que o

Enfermeiro deve considerar na prática da Prevenção do Cancro.

Os Enfermeiros que exercem ou já exerceram a sua actividade profissional em

instituições especializadas em Oncologia (Institutos de Cancro) tiveram, regra geral, uma

preparação teórico-prática, humana e comportamental específica, o que lhes facilita o

desenvolvimento de actividades de Prevenção do Cancro.

Os Cuidados de Enfermagem incluem actividades de Promoção da Saúde, Prevenção

Primária e Secundária do Cancro, referindo Cutler (1999) que o Enfermeiro deveria

constituir o profissional-chave, bem como o elo de ligação com os outros profissionais da

equipa multidisciplinar de saúde.

A prática da Enfermagem preventiva é da competência de todos os Enfermeiros, sejam

generalistas, graduados ou especialistas uma vez que, nos dias de hoje, o Cancro

constitui uma problemática muito frequente, havendo necessidade de efectuar EPS tanto

nos Cuidados de Saúde Primários quanto nos Diferenciados.

O Enfermeiro Generalista constitui, normalmente, a categoria mais representativa da

classe nos Serviços de Saúde, pelo que deve ser capaz de prestar cuidados ao nível da

Prevenção do Cancro, quer individualmente, quer em parceria com outros elementos da

equipa de saúde (ONS, 2004).

O desempenho do Enfermeiro ao nível da Prevenção do Cancro é semelhante ao da

prevenção, em geral. No entanto, acontece que o termo “cancro” é assustador, quer para

o Utente dos Serviços de Saúde, quer para o Enfermeiro ou para outros Profissionais de

Saúde, devido aos preconceitos, crenças e tabus a que está, ainda, associado. Assim,

sucede, muitas vezes, recusarem ouvir falar do tema ou terem dificuldade ou

constrangimentos em abordá-lo.

Alonso (2003), refere que o conjunto de conceitos de crenças e valores podem influenciar

as interpretações das actividades de prevenção bem como o comportamento dos

indivíduos.

No que concerne às crenças e valores dos Enfermeiros, Friedrich e Sena (2002),

efectuaram um estudo sobre a práxis do cuidado no trabalho das Enfermeiras das

Unidades Básicas de Saúde de Juiz de Fora-MG e concluíram que o cuidar em

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- 69 -

Enfermagem é uma prática em mudança cuja actividade depende, também, de aspectos

subjectivos da Enfermeira que a efectua.

O contexto cultural do indivíduo, assim como o contexto cultural onde estão inseridos os

Cuidados em Saúde, podem facilitar ou dificultar a adesão do utente às práticas

preventivas.

Os recursos técnicos, humanos e financeiros do Sistema Local de Saúde podem

constituir elementos facilitadores ou não das práticas de prevenção. O Enfermeiro ao

planear as suas intervenções de prevenção tem, necessariamente, de ter em atenção

estes factores.

É imprescindível que o Enfermeiro conheça a comunidade onde intervém no âmbito da

Prevenção do Cancro, pois só desta forma pode estabelecer uma relação de confiança

com a população atendida. Relativamente ao aspecto mencionado, Oliveira (2003)

considerou que os Profissionais de Enfermagem não estavam, ainda, preparados para

esta prática.

As intervenções preventivas consistem, grosso modo, em dotar de conhecimentos, quer

os utentes quer a população, quanto aos factores de risco do Cancro e às medidas

preventivas, através de actividades de EPS individuais ou a grupos.

Ensinar e avaliar a aprendizagem de técnicas de auto-exame, como, por exemplo, mama

e testículo constitui uma função do Enfermeiro, muito embora, também possa ser de

outros Técnicos de Saúde.

Para além das actividades relatadas o Enfermeiro deve colaborar em técnicas de

screening da cavidade oral, região uterina, rectal e mamas, com o objectivo de detectar

alterações a esses níveis (Frank-Stromborg, 1997).

A realização de práticas educativas sobre o modo como detectar o Cancro deveria seguir

protocolos (Guidelines), pois ajudam a população a decidir sobre os comportamentos

preventivos assim como, a adesão a programas de detecção precoce e aconselhamento

genético (ONS, 2004).

A intervenção da Enfermagem na educação profissional e pública, bem como nos

serviços de detecção da doença, na investigação científica e nas políticas de saúde é

considerada importante pela Oncology Nursing Society (ONS) dos Estados Unidos da

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- 70 -

América. Esta pensa, ainda, ser necessária a implementação de estratégias para a

Prevenção do Cancro, entre as quais a criação de guidelines para o screning do Cancro.

A especialidade em Enfermagem Oncológica constitui uma necessidade que se vem

sentindo, há alguns anos, e que a própria ONS reconheceu, uma vez que o Cancro

constitui uma das principais causas de morte (ONS, 2004).

A inexistência, até ao momento, de uma especialidade em Enfermagem Oncológica, em

Portugal, tem provocado um vazio no cuidado ao doente do foro oncológico. No entanto,

começam a surgir as pós-graduações, mestrados e doutoramentos em áreas afins, como,

por exemplo, Enfermagem Oncológica e Cuidados Paliativos.

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CAPÍTULO III

DO DOMÍNIO CIENTÍFICO DO CANCRO CÉRVICO-UTERINO À SUA

PREVENÇÃO E CONTROLO

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1. CANCRO DO COLO DO ÚTERO: INCIDÊNCIA E MORTALIDADE

O Cancro do Colo do Útero constitui um problema major de Saúde Pública, a nível

mundial, uma vez que existem estimativas a apontar que, aproximadamente, 50% dos

Cancros do aparelho reprodutor feminino se situam a este nível. A incidência global anual

ronda os 371000 novos casos, com uma mortalidade de, aproximadamente, 190000

casos por ano (http://www.spginecologia.pt/uploads/cancro_colo).

Segundo Price (2001) é o segundo tumor mais frequente em mulheres com idades à volta

dos 45 anos em, praticamente, todo o mundo.

A incidência das lesões precursoras dos tumores do Cancro do Colo do Útero ocorrem

em mulheres em idades jovens, sendo na opinião de Herbst et al. (1992), por volta dos

vinte anos de idade e, pontualmente, em grupos etários ainda mais jovens.

É um tipo de tumor que acomete, sobretudo, a população dos países sub-desenvolvidos

ou em desenvolvimento, uma vez que está, intimamente ligado a factores de índole

política, económica e sócio-culturais, onde os estilos de vida são pouco saudáveis. Em

países como, por exemplo, a Espanha, já quase não se verifica a presença deste Cancro;

por outro lado, no Brasil a sua incidência é bastante elevada.

No nosso país, a sua incidência tem sofrido flutuações, devido a factores políticos,

económicos e sociais que se têm vindo a operar, bem como à constante entrada de

emigrantes que tem originado picos na sua incidência, em determinadas regiões do país.

A incidência do Cancro do Colo do Útero, segundo o Comité Consultivo Sobre a

Prevenção do Cancro (Viena, 1999) é, à data, maior em Portugal (19/100000) e menor no

Luxemburgo (4/100000). Na Dinamarca, Áustria e Portugal a taxa de mortalidade (6-

7/100000) é maior do que no Luxemburgo e na Finlândia (aproximadamente 1/100000).

Em Portugal, como já foi referido, em 2002, verificaram-se 220 mortes por 100000

habitantes, provocadas pelo Cancro do Colo do Útero.

No distrito de Viana do Castelo, a incidência e a taxa por Cancro do Colo do Útero por

100000 habitantes, nos anos de 2001 e 2002, foi de 5 (3,8) e 9 (6,8), respectivamente

(DGS/DSIA, 2002).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 74 -

Segundo os dados da RORENO, na Região Norte, o número de casos por Cancro do

Colo Uterino no ano de 2001 foi de 281 e no de 2002 foi de 313. Relativamente a estes

anos as taxas específicas foram 16,9 e18,7 e as padronizadas 16 e 17,3 (Quadro 1)

Quadro 1– Incidência do Cancro e do Cancro do Colo do Útero em Mulheres por anos

Cancro em mulheres Colo Útero

Anos N Taxa de

incidência N Taxa Taxa

padronizada

1995 3854 210,3 297 16,2 16,7

1996 4339 236 311 16,9 17,2

1997 3973 247,7 247 15,4 15,4

1998 3900 242,2 237 14,7 14,7

1999 4252 263,3 259 16 15,6

2000 4338 265,1 261 15,9 15,6

2001 4576 275,1 281 16,9 16

2002 4989 298 313 18,7 17,3

Fonte: Dados fornecidos por RORENO, Instituto Português de Oncologia, 1999-2000

No Quadro acima apresentado, no que concerne aos anos de 1995 e 1996, a população

abrangia, para além dos cinco Distritos da Região Norte (Viana do Castelo, Braga, Vila

Real, Brangança e Porto) os concelhos de entre Douro e Vouga, S. João da Pesqueira e

Cinfães.

Na Região Norte verificámos um aumento do número e da taxa de incidência do Cancro

do Colo do Útero, nomeadamente entre os anos 2000 e 2002. De acordo com a mesma

fonte em 2000 a razão entre a Mortalidade (51) e a Incidência (261) foi de 20%.

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- 75 -

Quanto ao Distrito de Viana do Castelo, segundo informação da Epidemiologista

responsável pela RORENO, existem registos sem informação sobre Cancro, uma vez

que o Registo Oncológico desta região não está a funcionar nas melhores condições.

Nas últimas duas décadas as taxas de mortalidade específica por Cancro do Colo Uterino

têm vindo a diminuir nos países onde existem programas de detecção precoce e de

tratamento bem organizados (Alves O., et al., 2005).

Este Cancro pode ser evitado se a população tiver um estilo de vida saudável e utilizar

medidas preventivas. Em fases iniciais se detectado e tratado precocemente apresenta

índices elevados de cura, pelo que parece não existir justificação para que, no século

XXI, ocorram mortes provocadas pelo mesmo.

Esta constatação tem preocupado investigadores e técnicos de saúde em geral, razão

pela qual alguns estudos têm sido efectuados na tentativa de conhecer o comportamento

desta doença.

Devesa e colaboradores (1987) referem que nas últimas décadas a diminuição das taxas

de incidência e mortalidade por Cancro do Colo do Útero estava relacionada com vários

factores, sendo de evidenciar o Teste Papanicolaou e o aumento do número de mulheres

histerectomizadas, no período de 60 a 70, que contribuíram para a diminuição do risco de

Cancro Uterino.

Em 1993, Colemman e colaboradores analisaram as taxas de incidência e mortalidade

por Cancro do Colo Uterino em alguns países do mundo, bem como a tendência mundial

das mesmas, no período de 1965-1985.

Em 1965 as maiores taxas padronizadas de mortalidade situaram-se na Dinamarca, na

Roménia e em Portugal com 26,1/100000, 21,1/100000 e 18,9/100000, respectivamente.

As menores taxas verificaram-se na Grécia (1,1/100000), Espanha (1,6/100000) e Itália

(4,0/10000).

Na América Latina os estudos efectuados no Chile, Costa Rica, Panamá, Porto Rico,

Uruguai e Venezuela demonstraram elevadas taxas de mortalidade, relativamente à

maior parte dos países analisados.

A taxa padronizada mais elevada, em 1985, observou-se na Roménia (22,2/100000),

enquanto em Portugal essa taxa foi de (4,3/100000). No período estudado, em Portugal é

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de realçar uma diminuição considerável na taxa padronizada por Cancro do Colo do

Útero.

Franco e colaboradores (1999) realizaram em 1993 um estudo longitudinal em mulheres

com baixo nível económico, residentes na cidade de S. Paulo, Brasil e assistidas num

serviço materno-infantil. A finalidade foi conhecer a história natural da infecção por HPV e

a sua relação com cancro do cervix uterino. Da amostra constavam apenas as mulheres

que não apresentavam lesões intraepiteliais escamosas e que tinham efectuado teste

para HPV. Para os resultados dos testes foi utilizada a nomenclatura da OMS e a

Classificação do Sistema Bethesda. Os autores chegaram às conclusões de que segundo

o Sistema Bethesda a prevalência da infecção por HPV foi de 13,8% e o risco relativo de

lesão intraepitelial escamosa associada à positividade do HPV foi de 5,8, enquanto pela

nomenclatura da OMS o risco relativo foi de 1,4.

Na clínica ginecológica do Hospital Gaffreé Guinle, no Rio de Janeiro, entre 1990 e 1994,

Alvarenga e colaboradores (2000) efectuaram um estudo numa amostra de 381

mulheres, com diagnóstico de cervicite, CIN I, II ou III e carcinoma invasor, das 3287

observadas.

Os autores constataram que na maior percentagem dos exames, a cervicite estava

relacionada com modificações citopáticas associadas ao HPV, enquanto a menor

percentagem dizia respeito a lesões de CIN III.

Neste estudo verificou-se uma diminuição progressiva da presença do vírus no exame

citológico, à medida em que o grau da lesão era maior. Este facto pode significar que

para ocorrerem alterações do epitélio do colo do útero, a presença do HPV só por si não

é suficiente, sendo importante a presença de outros agentes, entre os quais o número de

parceiros sexuais, a paridade, as infecções associadas, os factores genéticos e o baixo

nível sócio-económico.

Para avaliar a correlação entre o exame colpocitológico de encaminhamento e dois

exames num determinado serviço; uma colpocitologia e um diagnóstico histológico, foi

efectuado um estudo em 213 mulheres, por Lapin e colaboradores (2000). As mulheres

foram atendidas periodicamente nos anos de 1989 a 1991. Noventa destas mulheres

encaminhadas apresentaram resultado de exame sugestivo de lesões HPV/CIN I e, 123

lesões sugestivas de CIN II ou III. Os autores concluíram que quer o resultado

colpocitológico, quer o diagnóstico histológico sofreu alterações quando efectuado no

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serviço de encaminhamento ou no serviço seleccionado para o efeito. Face às

disparidades encontradas nos resultados os autores consideraram que os exames

deveriam ser efectuados de uma forma mais criteriosa e por profissionais devidamente

preparados para o efeito.

Entre 1960 e 1995, Levi e colaboradores (2000), analisaram a mortalidade por Cancro do

Útero (colo, corpo e porção não especificada) em mulheres com idades compreendidas

entre os 20 e os 44 anos de idade, em alguns países da Europa. Neste período os

autores observaram que as taxas de mortalidade variaram entre 10,6/100000 na

Roménia e 0,5/100000 na Finlândia. Ao início do trabalho, na Inglaterra, a taxa de

mortalidade por Cancro do Útero era de 4,1/100000, passando para 2,6/100000 no

período que decorreu de 1995 a 1998.

Na União Europeia, Portugal apresentava uma alta taxa de incidência e uma das maiores

taxas de mortalidade por Cancro do Colo do Útero (17 por 100000), segundo Ferlay et al.,

2001 e Pinheiro et al. 2003, referenciados por Medeiros et al. (2005). Estes, em virtude

de não existirem estudos de prevalência na população portuguesa relativamente aos

diferentes tipos de HPV, consideraram oportuno realizar uma Investigação sobre

“Characterization of HPV genotype profile in squamous cervical lesions in Portugal,

southern European population at higt risk of cervical cancer”.

Os autores concluiram que existia uma alta prevalência de HPV-16 nas lesões

escamosas intraepiteliais e no Cancro Cervical Invasivo, referindo que a vacina e o

rastreio devem ser associadas como forma de evitar e prevenir a doença.

Em sintese, o Cancro do Colo do Útero afecta mulheres com idades que rondam os 45

anos, embora, actualmente, esteja a surgir mais precocemente. Constitui o segundo

Cancro mais comum, em mulheres, a nível mundial, mesmo nos países onde existem

programas de rastreio bem desenvolvidos. No entanto, tem-se verificado que a incidência

tem vindo a diminuir à medida que os países evoluem (Kennedy, 2001). Contudo, em

Portugal, como já mencionámos, tem vindo a aumentar.

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2. CLASSIFICAÇÃO CITO-HISTOPATOLÓGICA DAS LESÕES CÉRVICO-UTERINAS

As lesões cervicais evoluem através de estadios cito e histologicamente identificáveis que

progridem desde lesões pré-malignas até ao carcionoma invasivo. A primeira

classificação citológica foi proposta pelo Dr. George Papanicolaou, no ano de 1928,

sendo designada por Teste Papanicolaou.

Este Teste visava identificar alterações sugestivas de lesões celulares que o autor

acreditava constituírem a representação de possíveis lesões neoplásicas para,

posteriormente, propor medidas de diagnóstico de certeza. Estava subdividido em

classes expressando cada uma a morfologia das células observadas: classe I – ausência

de células atípicas ou anormais; classe II – atipia, sem evidência de malignidade; classe

III – citologia sugestiva, mas não conclusiva de malignidade; classe IV – muito sugestiva

de malignidade; classe V – conclusiva de malignidade.

Reagan, no período de 1950-1969, na sua nomenclatura das Lesões Pré-malignas do

Colo do Útero, referiu-se aos graus evolutivos destas lesões agrupando-as, apenas, em

dois grandes grupos: Displasia leve, moderada e grave, e CIN 2 (Moutinho et al., 2004).

A OMS, por volta de 1953, trouxe algumas alterações em termos de denominação,

agrupando os vários estádios de evolução das lesões da seguinte forma: “normal” (sem

lesão), Atipia; Displasia leve; Displasia moderada; Displasia severa; Carcinoma in situ;

Carcinoma escamoso.

Richart, por volta de 1967, sugeriu a designação de Neoplasia Intraepitelial Cervical

(CIN). De acordo com a mesma, as lesões que atingissem o terço inferior ao epitélio

denominavam-se CIN I, as que envolvessem o terço médio CIN II e as que abrangessem

o terço superior CIN III.

Esta nomenclaura trouxe alguns problemas de diagnóstico, pelo que um grupo de

patologistas propôs, em 1988, o sistema de classificação Bethesda (Schiffman et al,

1993; Eifel et al, 1997, Moutinho et al., 2004).

Este sistema surgiu nos Estados Unidos e engloba vários conhecimentos já adquiridos,

nomeadamente, a diferenciação entre o diagnóstico citológico para células escamosas e

para células glandulares, a inclusão do diagnóstico citomorfológico sugestivo de infecção

por HPV e a introdução da análise da qualidade do esfregaço.

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Na prática ginecológica em Portugal “a classificação adoptada em 2001 é a que se

recomenda para os relatórios citológicos”, tendo sofrido poucas alterações relativamente

à classificação prévia datada de 1991 (Moutinho et al. 2004, p. 22).

As alterações consistiram na:

«substituição da palavra diagnóstico por “interpretação” ou “resultado”

sugerindo que a citologia não dá um diagnóstico definitivo. O

diagnóstico final, que orientará a conduta a seguir, deve integrar sempre

os dados clínicos e laboratoriais. …A presença de células atípicas de

significado indeterminado (ASCUS) passou a denominar-se (ASC) e foi

subdividida em duas categorias: ASC-US e ASC-H (não é possível

excluir uma lesão de alto grau). O termo AGUS foi substituido por

“células glandulares atípicas” (AGC) e inclui-se a categoria

“adenocarcinoma in situ endocervical” (AIS) » (Moutinho et al., 2004, p.

22).

De acordo com os autores a classificação das lesões intraepiteliais em baixo grau (LSIL)

e alto grau (HSIL) manteve-se.

A classificação cito-histopatológica constitui um procedimento muito importante em

Oncologia, embora seja necessário recorrer a outras formas de avaliação para o

diagnóstico definitivo e, ou tratamento tornando-se imprescindível efectuar o

estadiamento das lesões.

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3. ESTADIAMENTO DAS LESÕES DO COLO DO ÚTERO

Existem dois sistemas de classificação de estadiamento: o TNM (Tumor, Nódulo,

Metástase) e a FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia).

O estadiamento consiste no resumo de toda a informação sobre o Cancro relativamente à

sua extensão anatómica, local, regional e à distância. Este é imprescindível para o

diagnóstico, tratamento e prognóstico do Cancro. Após o diagnóstico são efectuados

exames com o objectivo de avaliar se o tumor se disseminou para outras regiões do

organismo.

O Sistema TNM tem sido usado, com algumas modificações, há mais de 50 anos, sendo

as suas categorias definidas por forma a corresponder aos estadios da FIGO e aceite por

esta, bem como pelos Comités Nacionais do TNM incluindo a International Union Against

Cancer (UICC) e a American Joint Committee on Cancer (AJCC), visando a uniformidade

de critérios.

A designação do sistema TNM resulta de: T - extensão do tumor primário; N – ausência

ou presença de nódulos linfáticos; M – ausência ou presença de metástases à distância

(Cassidy J. et al, 2002).

A descrição do sistema TNM resume-se aos aspectos enunciados na Figura 5.

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T0 - tumor primário não evidente.

Tis – carcinoma in situ.

T1, T2, T3, T4 – aumento de tamanho do tumor e ou extensão local do tumor primário.

T – Tumor primário

Nx – impossibilidade de avaliação de nódulos linfáticos regionais.

N0 – ausência de metástase em nódulos linfáticos regionais.

N1,N2, N3 – aumento do comprometimento da metastização linfática regional.

N – Nódulos linfáticos regionais

Mx – impossibilidade de avaliação de metástases à distância.

M0 – ausência de metástases à distância.

M1 – metástases à distância.

M – Metástases à distância

Tx - impossibilidade de avaliação do tumor primário.

NOTA: Na categoria M1 a disseminação à distância pode ocorrer para vários órgãos, de acordo com o tumor primário, nomeadamente pulmões, ossos, fígado, cérebro, pele e peritoneu.

Figura 5 – Sistema TNM

Fonte: Cassidy J. et al., 2002

A classificação FIGO apresentada consiste num sistema utilizado para fazer o

estadiamento dos tumores do Colo do Útero e está subdividida conforme se pode

observar no Quadro 2.

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Quadro 2 – Classificação adoptada desde 1994, pela FIGO, para o Estadiamento do Cancro

do Colo do Utero

ESTADIOS TIPO DE ENVOLVIMENTO

0 Carcinoma in situ ou neoplasia intraepitelial cervical de grau III (CINIII).

I Carcinoma localizado ao colo.

IA Carcinoma invasor, cujo diagnóstico é microscópico.

IA1 Invasão do estroma “3mm em profundidade e extensão“ 7mm.

IA2 Invasão do estroma >3mm e “5 mm em profundidade e extensão” 7 mm.

IB Lesão limitada ao colo clinicamente visível ou de tamanho superior a IA.

IB1 Lesão limitada ao colo “4cm.

IB2 Lesão limitada ao colo > 4cm.

II Carcinoma para além do útero, mas não invade a parede pélvica ou o 1/3 inferior da

vagina.

IIA Paramétrios livres.

IIB Paramétrios invadidos.

III Carcinoma estende-se para a parede pélvica ou atinge o 1/3 inferior da vagina. Todos ao

casos com hidronefrose são excluídos excepto quando existem outras causas.

IIIA Invasão do 1/3 inferior da vagina, sem extensão à parede pélvica.

IIIB Extensão à parede pélvica, e/ou hidronefrose ou rim não funcionante.

IV Invasão para além da pelve ou invasão da mucosa vesical ou rectal.

IVA Invasão para órgãos adjacentes.

IVB Invasão para órgãos distantes.

Fonte: Osório et al., 2003

A FIGO, de acordo com Osório et al. (2003 p. 4), “limita os métodos de imagem ao RX

tórax, urografia endovenosa e ao clister opaco. O estadiamento do carcinoma do colo

assenta fundamentalmente numa avaliação clínica.”

Segundo os autores, a FIGO considera que o estadiamento tem como finalidade

comparar resultados e não a orientação terapêutica.

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4. HISTÓRIA NATURAL DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO

O útero situa-se na região inferior do abdómen, frente ao recto e por trás da bexiga. É

constituído pelo corpo, colo e endométrio. Segundo Koss e Compel (1997) o colo é a

parte inferior do útero que fica dentro da cavidade vaginal, cuja localização anatómica

facilita a acessibilidade quer a microorganismos externos ao organismo, quer a exames

clínicos.

A sua parte interna – canal cervical ou endocérvice – é revestida por epitélio colunar

simples com células que produzem muco. A parte externa ou ectocérvice é revestida por

epitélio escamoso estratificado, com camadas de células planas, sendo esta a zona que

mantém contacto com a vagina. O local de encontro dos dois epitélios denomina-se

junção exoendocervical constituindo uma região que tanto pode estar situada na ecto

como na endocérvice, tendo em conta a idade da mulher.

O local de encontro dos dois epitélios denominado, por vezes, como “zona de

transformação” é muito importante, pois é aí que se iniciam, na maior parte dos casos, os

processos neoplásicos.

O Cancro do Colo do Útero desenvolve-se, a maior parte das vezes, na “zona de

transformação” uma vez que constitui uma região sujeita a um permanente processo

regenerativo e mitoses frequentes, provocadas por factores que agridem a vagina, tais

como, o pH ácido e a presença de micoorganismos (Koss, 1988).

De acordo com Cassidy J. et al. (2002) quando as lesões estão confinadas ao cérvice

uterino podem surgir neste epitélio e, principalmente, na região acima descrita, um

determinado número de alterações, nomeadamente, ao nível de:

- arquitectura celular, com sinais de displasia leve;

- mudanças do citoplasma viral;

- NIC 1, 2 ou 3;

- Carcinoma micro invasor;

- Carcinoma invasivo.

Na opinião destes autores quer as alterações víricas, quer a displasia e as lesões NIC 1 e

2 podem reverter para a normalidade sem tratamento requerendo, apenas, uma vigilância

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regular. As lesões NIC 3, habitualmente, fazem parte de processos que progridem, ao

longo de meses ou anos, até ao carcinoma invasivo.

A invasão celular pode situar-se a alguns milímetros (mm) antes ou após a membrana

basal (entre 5 e 7 mm) – carcinoma micro-invasivo - ou ultrapassar muito esta barreira e

tornar-se em carcinoma invasivo.

4. 1 EPIDEMIOLOGIA E FACTORES DE RISCO

O desenvolvimento do Cancro do Colo do Útero está relacionado com a presença de

vários factores de risco.

A idade da mulher e a actividade sexual foram considerados, durante muitos anos, os

principais agentes etiológicos para este cancro. Jovens com menos de 17 - 18 anos e a

existência de múltiplos parceiros sexuais estiveram fortemente relacionados com um alto

risco de aparecimento do mesmo.

A existência de outros factores como multiparidade, deficiente higiene pessoal, doenças

sexualmente transmissíveis (DTS), promiscuidade sexual de um dos parceiros, infecções

vaginais e/ou uterinas têm, também, sido descritos (Goroll et al. ,1995).

A epidemiologia do Cancro do Colo do Útero, em constante aprofundamento, enfatiza

como factores de risco, o início precoce da actividade sexual, os múltiplos parceiros

sexuais, a infecção pelo HPV, particularmente as estirpes 16 e 18, muito embora

considere que não sejam os únicos responsáveis etiológicos.

Estudos realizados, nos últimos anos, demonstram a existência de associações entre

factores como: classe social baixa; multiparidade; fumadores; início precoce da actividade

sexual (antes dos 17 anos); não utilização de barreiras locais de contágio de DTS, que

contribuem para o aparecimento da doença (Cassidy, 2002).

O HPV como agente oncogénico de transmissão venérea, em mulheres jovens

sexualmente activas, aliado às características do epitélio cervical, particularmente

sensível a infecções víricas, constitui um factor de risco ao qual, cada vez mais, se tem

dado realce (Goroll et al. ,1995).

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A Sociedade Portuguesa de Ginecologia, reunida no Consenso sobre Cancros do Colo,

Corpo do Útero e Ovário, em 2003, vem realçar a importância do papel do HPV no

desencadear do Cancro do Colo do Útero, ao referir:

“A infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) é considerada o factor

etiológico necessário para o desenvolvimento do cancro cervical,

embora não suficiente, havendo uma relação entre a incidência deste

cancro e a prevalência de infecção por HPV na população.”

(http://www.sppinecologia.pt/uploads/cancro-colo,.p. 4)

A mesma fonte aponta como outros factores de risco associados a este cancro o

tabagismo, a multiparidade, o uso de contraceptivos orais, a multiplicidade de parceiros

sexuais e a história de doenças sexualmente transmissíveis.

Estudos realizados no Centro Médico da Universidade Nijmegen, na Holanda,

estabeleceram a relação entre o HPV genital e o Cancro do Colo do Útero. Segundo

Bekkers e colegas “os genótipos de alto risco do VPH foram detectados em quase 100%

de todos os cancros do colo do útero, e o processo de carcinogénese devido ao VPH já

foi parcialmente clarificado” (http://www.aidsportugal.com, p. 1).

De acordo com os autores, actualmente, a presença deste vírus é praticamente

obrigatória para que o Cancro do Colo do Útero se desenvolva. Esta constatação levou a

que fosse efectuada uma investigação com o objectivo de incluir a detecção do HPV em

programas de Prevenção do Cancro do Colo do Útero, na triagem de mulheres com

esfregaços do Colo do Útero anormais nos programas de rastreio e, ainda, no follow-up

de doentes tratados a neoplasia intraepitelial do colo uterino.

A infecção por HPV constitui uma DST, sendo a sua principal forma de contágio a via

sexual, referindo Medeiros que “Os estudos epidemiológicos têm demonstrado uma forte

associação entre o cancro do colo do uterino e padrões de comportamento sexual (2005,

p. 24).

No seu artigo Medeiros também menciona que têm sido descritos e bem aceites outros

factores de risco como a existência de múltiplos parceiros sexuais, os hábitos tabágicos,

o uso de preservativos orais, a presença de doenças venéreas, algumas deficiências

nutricionais e a raça/etnia.

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O autor relata, ainda, a importância de outros factores, para além do HPV, no

desenvolvimento deste Cancro na população portuguesa, que advêm de estudos

publicados pelo Instituto Português de Oncologia do Porto. Medeiros, considera que “O

vírus terá um papel como iniciador do tumor e existem cofactores que irão

facilitar/promover a evolução para cancro” (2005, p. 24), tais como o ”background”

genético e o fumo do tabaco.

Segundo o mesmo autor, nos países ocidentais as relações sexuais em mulheres jovens

e adolescentes fumadoras associadas a um vírus oncogénico agravam a situação, uma

vez que podem conduzir a que a evolução para Cancro ocorra cerca de dez anos mais

cedo, conforme investigação realizada pelo IPO-Porto, com o apoio do Ministério da

Saúde.

A Prevenção do Cancro do Colo do Útero assume, assim, uma importância major

atendendo à possibilidade que existe em o evitar e curar.

Os programas de prevenção deste Cancro assentam em áreas basilares de Promoção da

Saúde e Prevenção da Doença, que todas as mulheres deveriam conhecer e cumprir.

Baseiam-se, essencialmente, em:

� Adoptar estilos de vida saudáveis;

� Contrariar os factores de risco;

� Frequentar as consultas de vigilância Médica;

� Efectuar citologia cervical;

� Aderir a rastreios;

� Utilizar medidas de protecção específica (vacinação).

A descoberta da vacina contra o Cancro do Colo Uterino trouxe um horizonte promissor

para a profilaxia da doença. Esta, já existe há algum tempo em países, como os Estados

Unidos e outros locais da Europa. Em Portugal, foi comercializada, apenas, no início de

2007.

Na opinião de Medeiros (2005, p. 25) “uma vacina contra o HPV evitará o cancro do colo

do útero”, referindo, ainda que os estudos efectuados “sugerem que a utilização destas

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novas vacinas poderão causar uma redução de 70% ou mais no número de casos de

cancro do colo do útero na União Europeia”. As vacinas mencionadas foram a anti HPV

6, 11, 16 e 18.

Ausente do Plano Nacional de Vacinação e sem comparticipação, há a promessa da

Direcção Geral de Saúde de uma análise cuidadosa do custo-efectividade da vacina

inovadora deste Cancro para a saúde pública, tendo em vista uma posterior possibilidade

de integração no mesmo e ajuda monetária estatal (http://www.portaldasaude.pt/NR/

rdonlyres/D73634EA-F79D-44CC-ADA-098946879AB4/0/ComunicadoHPV2).

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5. PREVENÇÃO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO

As medidas adoptadas para a Prevenção do Cancro, em geral, devem ser aconselhadas

para a Prevenção do Cancro do Colo do Útero. Favorecer os factores protectores e inibir

os de risco constituem aspectos que devem ser contemplados quando são

implementadas estratégias preventivas.

A existência do Programa Tumores Malignos tem trazido benefícios para a consecução

de projectos na área da Prevenção, quer a nível nacional, quer regional.

Com base na “Estratégia de Saúde para o virar do século (1998-2002)” e a sua última

versão de 1999 – “Saúde Um Compromisso”, os Serviços de Saúde do Alto Minho, aos

quais a Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo pertence, contemplaram, no “Plano de

Acção 2000-2003”, objectivos e metas para os programas delineados, visando a

resolução ou diminuição dos problemas de saúde. As prioridades, no entanto, têm vindo

a modificar-se ao longo dos anos de acordo com a avaliação efectuada.

Neste Plano a Sub-Região integrou no Programa Tumores Malignos os seguintes

Projectos : “Prevenção do Cancro da Mama”; “Diagnóstico e Tratamento Precoce do

Cancro da Próstata”; “Prevenção do Cancro do Colo do Útero”; “Prevenção do Cancro do

Cólon e do Recto”.

De acordo com este Plano de Acção, o Programa Tumores Malignos

referia que “como ferramenta fundamental à epidemiologia do cancro

está o registo oncológico de base populacional. Atravessando

transversalmente todos os projectos do SLS na área dos tumores

malignos está a reactivação e o reforço do Registo Oncológico de Viana

do Castelo, que passará a ser o registo oncológico do Sistema Local de

Saúde do Alto Minho.

COMPROMISSO PARA O ANO 2000:

1 – Reactivar o Registo Oncológico do Sistema Local de Saúde do

Alto-Minho.”

Todos os projectos planeados foram considerados de extrema

importância, nomeadamente o do Cancro do Colo do Útero, pois a sua

prevenção, ou diagnóstico precoce, assente num efectivo rastreio

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citológico, permitiria o tratamento precoce e a redução considerável da

mortalidade (Serviços de Saúde do Alto Minho, 2000, p. 8).

O Plano de Acção 2000 – 2003 dos Serviços de Saúde do Alto Minho descrevia o

Projecto – Prevenção do Cancro do Colo do Útero da seguinte forma:

“DIMENSÃO DO PROBLEMA – FACTORES CONDICIONANTES

O cancro do colo uterino constitui um importante problema de saúde

pública, provocando um número considerável de óbitos. No entanto, é

uma doença em que há grande capacidade de intervenção, pois se

diagnosticada precocemente é curável. Por esta razão, o diagnóstico

precoce traz importantes ganhos em saúde.

MELHORIA A ALCANÇAR – OBJECTIVOS GERAIS:

Pretende-se com este projecto ter a população feminina bem informada

no que respeita à prevenção do cancro do colo uterino e garantir o seu

tratamento precoce, o que implica um diagnóstico precoce assente num

rastreio citológico.

ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO DESENVOLVIMENTO DO

PROJECTO.

A transmissão da informação sobre os factores de risco do cancro do

colo e sobre a importância da sua detecção precoce será reforçada.

Uma das formas de chamar a atenção da população feminina para este

problema de saúde será também a continuação da comemoração

“Semana da Europa contra o Cancro”.

Este projecto pretende também garantir o rastreio citológico do cancro

do colo uterino a todas as mulheres residentes na área do SLS, desde o

início da actividade sexual até aos 65 anos. Para facilitar a sua

execução será criado um grupo coordenador que terá como função

monitorizar este rastreio, competindo-lhe ainda encontrar formas de

promover a adesão das mulheres ao rastreio e de motivar os

profissionais para o cumprimento do respectivo protocolo de rastreio.

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COMPROMISSOS PARA O ANO 2000:

1 – Assegurar à população feminina o acesso à informação sobre

factores de risco do cancro do colo uterino e sobre as vantagens

de aderir ao rastreio citológico;

2 – Criar um grupo coordenador que assegure o acompanhamento e a

avaliação do rastreio citológico do cancro do colo do útero;

3 – Motivar os profissionais de saúde para o cumprimento do

protocolo de rastreio citológico, segundo os critérios definidos na

Estratégia de Saúde Para o Virar do Século;

4 – Assegurar que o serviço de Ginecologia do HSL efectue o

tratamento dos casos de cancro do colo do útero, num período de

tempo clinicamente aceitável” (2000, p. 13).

Para que a Prevenção deste Cancro seja eficaz e face aos conhecidos e específicos

factores de risco do mesmo, é imprescindível que os Profissionais de Saúde conheçam

bem a comunidade onde trabalham (o contexto socio-económico e cultural, bem como as

crenças e os valores das mulheres a quem dirigem a sua intervenção).

Em síntese, podemos mencionar determinados aspectos a referir (orientar/educar) nas

intervenções de EPS, a nível preventivo, relativamente aos considerados prioritários:

� Comportamento sexual - o factor de risco, actualmente, mais significativo (sendo o

Cancro do Colo do Útero considerado uma Doença de Transmissão Sexual), pelo que o

número e características dos parceiros, desempenham um papel de primordial

importância, principalmente antes dos 20 anos de idade. Não podemos esquecer a forte

associação existente entre o Cancro do Colo Uterino e o HPV e de educar a população

relativamente à necessidade de utilizar “métodos de barreira”, protectores de agentes

infecciosos. No que concerne ao HPV e face às pequenas dimensões deste vírus o

preservativo não é suficiente para evitar a transmissão;

� Procura de ambientes saudáveis - onde não impere a promiscuidade, os hábitos

tabágicos, as drogas e o álcool;

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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� Alimentação equilibrada e correcta - sem carências em vitaminas A, E, C e Ácido

fólico;

� Recurso ao exame ginecológico – após o início da actividade sexual;

� Realização de Citologia Cervical – a calendarização pode sofrer variações, de acordo

com normas, recomendações, protocolos existentes, bem como com as directrizes

emanadas pela Direcção Geral de Saúde.

Esta deve ser realizada por todas as mulheres assintomáticas logo que iniciem a

actividade sexual. Em mulheres sem antecedentes de Cancro ou factores de risco

associados, a citologia, regra geral, é efectuada após dois exames negativos e depois, de

três em três anos.

De acordo com Osório (2006, p. 15) “A prevenção, através da educação para a Saúde” e

a organização de Campanhas que ao termo da “liberalização de hábitos e à modificação

de comportamentos de Homem e da Mulher, constituem a vanguarda das medidas a

tomar para reverter este importante Problema de Saúde Pública.”

5. 1 RASTREIO DO CANCRO DO COLO UTERINO

O rastreio, como já anteriormente mencionámos, consiste numa actividade de prevenção

secundária, cujo objectivo primordial, neste caso concreto, é disponibilizar os

conhecimentos existentes sobre a história natural da doença, por forma a que com

intervenções específicas seja possível o seu diagnóstico precoce e tratamento eficaz.

Será, assim, viável a cura de doentes, a redução das taxas de morbi-mortalidade e,

inclusivamente, aumentar a longevidade e a qualidade de vida.

A existência de programas de rastreio de Cancro trazem benefícios às populações, nos

locais ou países onde estão implementados, considerando que têm como objectivo

diminuir a sua incidência e mortalidade e “consistem na aplicação de exames

sistemáticos a toda a população saudável ou de grupos específicos seleccionados da

população saudável” (Plano Oncológico Nacional – 2001-2005, p. 5243).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Na opinião de Kennedy (2001), o rastreio do Cancro Cervical tem tido, de facto, grande

sucesso na redução da mortalidade em muitos países. O autor referiu-se a um programa

de rastreio deste cancro implementado, em 1964, no Reino Unido, dirigido a mulheres

com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos de idade. No grupo de referência,

apenas 85% foram rastreadas. No entanto, os investigadores constataram que os grupos

sócio-económicos mais baixos foram os que menos aderiram ao mesmo, muito embora

constituíssem um grupo de alto risco.

Considerando que o HPV é uma lesão pré-cancerosa, o Parlamento Europeu, no seu

Projecto de Relatório de 12 de Setembro de 2003, sob a proposta de decisão do

Conselho sobre despistagem do cancro, recomendou o “Teste de Papanicolaou,

associado ao Teste de HPV, para despistar anomalias cervicais”, uma vez que

aumentaria a eficácia da detecção precoce do Cancro do Colo do Útero

(http://www.europarl.europa.eu/meetdocs/committees/envi/20031001/496015PT).

As Recomendações do Conselho da União Europeia, aos Estados-Membros, no âmbito

do rastreio do Cancro do Colo do Útero, em 2 de Dezembro de 2003, consideraram que o

“Teste Papanicolaou, para rastrear precursores cérvico-uterinos, a iniciar não antes dos

20 anos nem depois dos 30” consistia num tipo de exame que apresentava as condições

necessárias para tal. As propostas indicadas deveriam ter em conta os dados

epidemiológicos e prioridades de cada país, pelo que os limites etários indicados podiam

ser inferiores aos mencionados (http://eur-lex.europa.eu/editorial/legal_notice p. 7).

O Plano Oncológico Nacional – 2001 – 2005, no que concerne ao Rastreio do Cancro do

Colo do Útero, recomendava que fosse efectuada citologia cervical, no grupo etário dos

30 aos 60 anos, extensivo a grupos etários vizinhos, conforme os recursos disponíveis.

As utentes deviam ser submetidas a um exame anual, durante dois anos consecutivos,

com resultados negativos, sendo o intervalo de rastreio aconselhado de três anos. A

citologia indicada consistia no Teste Papanicolaou.

O rastreio preconizado era o de base populacional, com rastreios sistemáticos, embora,

nos casos em que não fosse possível realizá-los, o Plano referia, que deveriam ser

utilizados todos os meios disponíveis para identificar lesões pré-malignas ou neoplasias

em fase inicial.

Na perspectiva da ARS Norte, na sua Avaliação do Plano Oncológico Nacional 2001 –

2005, o Cancro do Colo do Útero beneficiava “Com a adopção de uma solução mista

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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(rastreio organizado) ao associar-se ao rastreio dito “oportunista” um processo de

convocação/reconvocação” (http://www.arsnorte.min-saude.pt/dowloads/Avaliacao_PON_

2001 - 2005, p. 9). Este tipo de rastreio devia ser utilizado em mulheres que nunca

realizaram uma colpocitologia.

A Sociedade Portuguesa de Ginecologia, em 2004, recomendou que se realizassem dois

tipos de rastreio: populacional (organizado) e oportunístico.

- No que concerne ao rastreio populacional indicou:

� Idade – entre os 25 e os 64 anos;

� Intervalo – realização de citologia, de três em três anos, após duas citologias

anuais e consecutivas, com resultados satisfatórios e negativos;

� Aos 35 anos de idade efectuar o Teste HPV e se o resultado for negativo o

intervalo de rastreio seria de cinco anos. Esta alternativa estava condicionada pela

disponibilidade económica.

- Relativamente ao rastreio oportunístico, mencionou:

� Realização da primeira citologia três anos após as primeiras relações sexuais;

� Efectuar citologia e colposcopia ao mesmo tempo (opcional);

� Incluir o Teste HPV, a partir dos trinta e cinco anos de idade (opcional), e se o

resultado fosse negativo deveria ser repetido após cinco anos;

� Citologia anual durante três anos e se o resultado destas se mantivesse

satisfatório e negativo efectuar de três em três anos;

� Mulheres com comportamentos de risco ou imunocomprometidas manter a

citologia anual.

A citologia de referência utilizada, de acordo com esta fonte, em qualquer um dos tipos

de rastreio era o convencional Teste Papanicolaou, sendo a colheita realizada em meio

líquido, o que tornava possível efectuar, se necessário, o Teste de HPV, bem como

repetir esfregaços da mesma amostra.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Na opinião de Osório (2006) o Teste Papanicolaou seria o exame indicado, a iniciar no

início da vida sexual e com a regularidade adequada a cada situação, após os resultados

da avaliação clínica, da colpocitologia e da colposcopia.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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CAPÍTULO IV

EDUCAR PARA A SAÚDE: DA TEORIA À PRÁTICA

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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1. O CONCEITO DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE – EVOLUÇÃO E PERSPECTIVAS

A Educação Para a Saúde constitui uma área multifacetada, para a qual convergem

diversas concepções e perspectivas, do âmbito das Ciências da Saúde, da Educação, do

Comportamento e da Comunicação. Estas baseiam-se, geralmente, nas diferentes

posições políticas e filosóficas que os autores têm sobre o homem, a sociedade, o

processo saúde/doença e mesmo na forma como vêem e compreendem o mundo.

As novas perspectivas em EPS devem ter em atenção as políticas públicas, a

reorientação dos serviços de saúde, bem como o desenvolvimento da solidariedade e

cidadania, uma vez que toda a intervenção tem como principal finalidade melhorar a

qualidade de vida do indivíduo e promover a saúde.

O termo inicial utilizado, quando se pretendia falar em Educação Para a Saúde, foi,

durante muitos anos, Educação Sanitária, pois, na opinião de Larrea et al., em 1993, esta

teve origem na higiene pública, cujo objectivo era prevenir e eliminar patologias agudas

infecto-contagiosas.

A definição clássica de educação sanitária de Wood (1926) como “a soma de

experiências e impressões que influenciam favoravelmente os hábitos, atitudes e

conhecimentos, relacionados com a saúde do indivíduo e comunidade” (cit in Precioso,

1992, p. 112; Navarro, 2000 p. 13) não teve em conta o ambiente onde vive o indivíduo.

Ao longo dos tempos surgiram vários conceitos de Educação Para a Saúde que, embora

tivessem sido importantes para a época, foram considerados incompletos e vagos, uma

vez que enfatizavam aspectos diferentes, de acordo com os autores que os propuseram.

Greene et al. (1984, p. 437), citaram o conceito de EPS da National Education

Association Y American Medical Association, de 1961, para a qual esta era “o processo

de proporcionar experiências de aprendizagem que influenciem favoravelmente a

compreensão, atitudes e condutas em relação à saúde individual e colectiva”, definição

considerada, actualmente, bastante redutora.

Bartolí (1989, p. 9) refeririu a definição de educação sanitária de Seppilli como “un

proceso de comunicación interpersonal, dirigido a proporcionar la información necesaria

para un examen crítico de los problemas de salud y para responsabilizar los indivíduos

em la elección de comportamientos que inciden directa o indirectamente sobre la salud

física y psíquica de las personas y de la colectividad”.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Outros conceitos foram surgindo, na tentativa de complementar os existentes, tal como o

de Green, citado por Rochon (1991, p. 6), dizendo que a EPS era “toda aquella

combinación de experiencias de aprendizaje planificada, destinada a facilitar los cambios

voluntarios de comportamientos saludables”, este já mais operacional que os

anteriormente mencionados.

A mudança voluntária de comportamentos requer a implementação de estratégias

educativas em termos de saúde, devendo estas estar de acordo com a população alvo,

isto é, ter em conta a sua cultura, conhecimentos, hábitos e crenças.

Na perspectiva de Silva a EPS terá que consitir numa

“prática contínua que não deverá estar focalizada em dar informação e

mudar comportamentos e que, se apropriada respeita o direito à

diferença em relação a escolhas individuais, realidades culturais,

sociais, familiares, profissionais, formas de comunicar, crenças e

expectativas, permitindo a interacção dos saberes e representações,

autonomizando indivíduos, grupos e sociedades nas escolhas que

diariamente é necessário fazer, dando-lhes um carácter reflexivo,

partilhado e não directivo ou imposto” (2002, p. 210).

A EPS pode, ainda, ser definida como “uma actividade intencional na mudança de

conhecimentos e compreensão na forma de pensar, facilitando a aquisição de

competências conduzindo a mudanças de comportamento saudáveis”, conforme referem

Moreno et al. citados por Duarte J. et al. (2006, p. 26).

Na opinião de Schall et al. (1999), o conceito de PS sobrepõe-se ao de EPS, uma vez

que aquele exige a participação da população saudável e não só das pessoas de risco

(http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S=01202-311x1999000600).

A noção apresentada baseia-se no conceito abrangente de Saúde, no qual esta é

encarada como um estado positivo e dinâmico de constante procura de bem-estar que

“integra os aspectos físico e mental (ausência de doença), ambiental (ajustamento ao

ambiente), pessoal/emocional (auto-realização pessoal e afectiva) e sócio-ecológico

(comprometimento com a igualdade social e com a preservação da natureza)”

(http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S=01202-311x1999000600).

Esta concepção de Saúde levou a que surgissem modelos ou paradigmas de EPS que,

quando utilizados, influenciam as práticas educativas.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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2. MODELOS OU PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE

Abordar Modelos ou Paradigmas da EPS, sem anteriormente referir os pressupostos

teóricos da mesma, parece não fazer sentido.

Na opinião de Rodrigues, “a educação para saúde alicerça-se em quatro pilares: ciências

da saúde, do comportamento, da educação e da comunicação” que, com os seus

conhecimentos científicos, darão suporte ao processo educativo (Duarte J. et al., 2006, p.

26).

As Ciências da Saúde têm como objectivo auxiliar o indivíduo, a família e a comunidade a

viver o máximo das suas potencialidades, de acordo com o seu estado de saúde, pelo

que a sua intervenção deve abranger a Promoção da Saúde, a Prevenção da Doença e o

Tratamento e a Reabilitação.

Uma das finalidade das Ciências do Comportamento é a mudança nos comportamentos

em saúde, constituindo estas uma base importante na prática educativa. A Psicologia, a

Sociologia e a Antropologia facilitam a compreensão dos comportamentos individuais e

em grupo, bem como os aspectos culturais e estilos de vida das pessoas.

As Ciências da Educação, nomeadamente as áreas da Pedagogia, são importantes para

se compreender o processo Ensino-Aprendizagem e facilitar a aprendizagem do

indivíduo. Para tal, os domínios cognitivos, afectivos e psicomotores devem ser

conhecidos por parte do educador. Estas constituem uma das áreas fundamentais da

EPS. O educador deve dominar as técnicas de comunicação e suas estratégias, mas

também compreender a forma como as pessoas comunicam entre si e com o educador.

A eficácia da EPS ao depender destas ciências, para além de outras a que possa

recorrer, apresenta dificuldades que estão relacionadas com a transversalidade (várias

disciplinas a contribuir para a sua constituição), bem como com a multi, a inter e a

pluridisciplinaridade, inerentes ao processo educativo (Silva, 2002).

Existem vários Modelos ou Paradigmas da EPS, descritos na literatura consultada, que

podem ser utlilizados na prática educativa.

A adopção de um modelo de EPS constitui uma tarefa difícil, pois de acordo com Grande,

referenciado por Rodrigues em 2005, «…Não há modelos universais devendo-se analisar

os conceitos gerais de acordo com cada realidade até porque a educação para a saúde é

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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mais do que um meio de transmissão de conhecimentos, pois inclui o processo de

modelar atitudes e comportamentos “pelo exemplo de vida do educador”» (Duarte et al.,

2006, p. 25).

As várias concepções de modelos de EPS existentes apoiam-se quer em objectivos a

prosseguir, quer em dimensões a atingir, quer ainda em técnicas a utilizar (Navarro,

2000).

Duarte J. et al. (2006), referem que Moreira descreveu os modelos Informativo-

Comunicacional, Humanista e o Neo-Behaviorista que foram alicerçando os esforços

preventivos. De acordo com o autor as suas principais características são:

���� Informativo-Comunicacional – valoriza a transmissão da informação, bem como

os factores cognitivos na mudança de atitudes;

���� Humanista – dá importância às crenças e valores do indivíduo, pelo que é

necessário fornecer ao mesmo a informação adequada para que possa ter um papel

activo na tomada de decisões;

���� Neo-Behaviorista - enfatiza a aprendizagem, uma vez que esta está subjacente

aos comportamentos, sendo importante orientar o indivíduo sobre formas de resistir à

pressão dos outros e sobre competências sociais.

Rodrigues et al. (2005) sustentados por Turabian e Franco (2001) compararam os

modelos Informativo, Persuasivo-Motivacional e Político Económico-Ecológico, de acordo

com a metodologia e o papel do Profissional. Face à análise verificámos:

� Modelo Informativo – transmite conhecimentos e é paternalista. O papel do

Profissional de Saúde é prescritivo, isto é, tenta alterar comportamentos, usando técnicas

de controlo;

� Modelo Persuasivo-Motivacional – utiliza a persuasão em termos

comportamentais e não respeita o princípio da equidade, bem como o meio ecológico e a

cultura do indivíduo. O Profissional de Saúde controla o processo de aprendizagem e a

persuasão é usada nas crenças e motivações do indivíduo, tendo em vista a mudança de

comportamentos;

� Modelo Político Económico-Ecológico – centra-se na aprendizagem em

contexto, no intercâmbio e na participação do indivíduo, por forma a que este se torne

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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responsável e autónomo. O Profissional de Saúde serve, apenas, de mediador com a

comunidade. Em termos de aprendizagem o indivíduo é o protagonista e o profissional o

intermediário.

Chaves, em 2004, analisou os estudos de Moreno e no desenvolvimento da EPS

identificou três gerações.

Moreno et al. (2000) descreveram as etapas evolutivas da EPS mencionando que as

mesmas estão relacionadas com as mudanças sócio-políticas, a evolução da nosologia e

dos factores de risco.

Existem três Gerações e Modelos de EPS: a Primeira Geração é denominada Educação

Para a Saúde Informativa; a Segunda é Centrada no Comportamento; a Terceira é

designada Participativa.

De acordo com Duarte et al. (2006) o Modelo Político Económico-Ecológico é o que mais

se aproxima dos de Terceira Geração preocupando-se, sobretudo, com o

desenvolvimento da autonomia e responsabilidade do indivíduo e menos com os

conteúdos ministrados. Valoriza todos os aspectos intrínsecos e extrínsecos da pessoa.

As competências interpessoais dos Profissionais de Saúde são mais importante que os

conhecimentos científicos para que seja possível produzir alterações voluntárias de

comportamentos.

Os pressupostos do modelo permitem realçar a importância atribuída às experiências

anteriores do indivíduo (crenças, atitudes, valores, personalidade, estilos pessoais, etc),

bem como as de grupo. Os aspectos sociais e ambientais, como as acessibilidades aos

serviços e as condições económicas, entre outras, são também de interesse.

O papel do Profissional de Saúde/Educador é preponderante, atendendo a que quando

tem que programar a EPS terá que possuir conhecimentos científicos, embora as

competências interpessoais sejam também relevantes para produzir no indivíduo a

necessidade e a vontade de mudar comportamentos.

Os conhecimentos que os Profissionais de Saúde têm ou conseguem transmitir, muitas

vezes, não são suficientes para produzir alterações de comportamentos. Por outro lado,

para que o indivíduo os altere, sugerir não basta.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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2 1. PAPEL DO ENFERMERMEIRO NA EPS

Segundo Correia et al. (2001) em Portugal, nas últimas duas décadas, a Enfermagem é

uma profissão reconhecida socialmente. No ano 2000, de acordo com a Ordem dos

Enfermeiros, existiam 35 861 Enfermeiros dos quais 17% exerciam a sua actividade em

Cuidados de Saúde Primários (Centros de Saúde) e 72% em Cuidados de Saúde

Diferenciados (Hospitais).

Em 1978 a iniciativa da OMS “Saúde para Todos” estimulou mudanças na Enfermagem

insistindo na importância dos Enfermeiros desenvolverem a sua actividade profissional

fora do contexto hospitalar tradicional que tem como principal finalidade tratar indivíduos

com doenças que exigem cuidados e tecnologias específicas.

Foi reconhecido na Assembleia Mundial de Saúde, em 1989, que a alta tecnologia estava

a ser prioritária na distribuição dos recursos humanos de Enfermagem, “verificando-se

que 80% do pessoal de saúde prestava cuidados curativos a 20% da população residente

nas cidades, enquanto que os restantes 80% dos residentes nas zonas rurais

permaneciam deficitários em cuidados de enfermagem” (Carvalho et al., 2006, p. 38).

Esta constatação pela Assembleia Mundial de Saúde, ainda hoje, se continua a verificar,

uma vez que as necessidades curativas são privilegiadas relativamente aos cuidados de

Promoção da Saúde e Prevenção da Doença.

A EPS pode e deve realizar-se também em Cuidados de Saúde Diferenciados, embora o

sector privilegiado seja o dos Cuidados de Saúde Primários, uma vez que este “existe

para contribuir para o aumento do nível de saúde das populações, resolvendo problemas

de saúde que não exijam tecnologia sofisticada” (Carvalho et al., 2006, p. 38).

A Enfermagem Comunitária centra-se no indivíduo e na família, respeita e encoraja a

independência e o seu direito a tomarem decisões livres e autónomas. Procura, ainda,

trabalhar com os mesmos ajudando-os a desenvolver capacidades por forma a

desempenhar adequada e eficientemente as suas actividades.

Os Profissionais de Enfermagem na sua prática devem ter um papel de

complementaridade com os outros Profissionais de Saúde e outros parceiros existentes

na comunidade onde exercem funções.

Segundo Correia et al., (2001) a intervenção visa o desenvolvimento de medidas que

promovam estilos de vida saudáveis e previnam doenças com o objectivo de melhorar a

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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qualidade de vida da população. O Enfermeiro possui um papel “privilegiado nos modelos

de equipa pluridisciplinar de saúde que têm sido experimentados em Portugal devido às

múltiplas oportunidades que tem de conhecer as famílias e os seus estilos de vida,

durante o atendimento das suas necessidades de saúde, assim como os recursos

comunitários.” (Carvalho et al., 2006, p. 39).

O local que este ocupa na equipa de saúde e as oportunidades que lhe advêm do

exercício das suas funções concedem-lhe o papel facilitador da mudança, encaminhando

os sujeitos para um trabalho “com” e não “para” os sujeitos, grupo ou comunidade.

Os Profissionais de Saúde na sua prática de Educação Para a Saúde deveriam

sustentar-se em “teorias, em resultados de investigação e em competências que devem

ser aprendidas e praticadas.” (Redman, 2003 p. 3).

Na prática educativa a aprendizagem constitui a finalidade pretendida, pelo que, os

Cuidados de Saúde e as Instituições Sociais devem esforçar-se por “ensinar a aprender”.

A Educação Para a Saúde assume, assim, um aspecto essencial no desempenho de

todos os profissionais.

Segundo Redman (2001, p. 4) a Educação Para a Saúde é efectuada “segundo um

processo de diagnóstico e intervenção” que envolve várias etapas.

Primeiro é necessário avaliar as necessidades de aprendizagem e a motivação do

indivíduo para aprender, estabelecendo metas em conjunto. Posteriormente é planeada a

intervenção sendo o ensino-aprendizagem efectuado de acordo com as necessidades

diagnosticadas.

A avaliação é a etapa que permite verificar se as metas estão a ser atingidas e ocorre ao

longo de todo o processo. Na maior parte das situações, e nomeadamente em problemas

crónicos de saúde, é imprescindível efectuar várias activdades de Educação Para a

Saúde sobre a mesma temática. Estas podem ter um carácter formal ou informal, ou seja

“os serviços de educação para a saúde são prestados directamente durante os cuidados

e também em programas independentes”. (Redman, 2003 p. 3).

As actividades de Educação Para a Saúde serão melhor sucedidas se se utilizarem

estratégias diversificadas e a abordagem das temáticas for dirigida às necessidades e

interesses do indivíduo ou da comunidade. A metodologia deve relacionar-se com o nível

de maturidade e com a capacidade de aprendizagem do destinatário.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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CAPÍTULO V

MATERIAL E MÉTODOS

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 107 -

1. DESENHO E CENÁRIO DO ESTUDO

O estudo decorreu de uma forma faseada, devido aos diferentes tipos de estratégias

planeadas. A observação dos contextos da investigação, dos actores, das actividades

desenvolvidas pelos mesmos, dos instrumentos de registo utilizados e do meio

envolvente foi efectuada durante, aproximadamente um mês.

Efectuámos reunião com os Profissionais de Saúde, por forma a clarificar determinados

aspectos, apresentar o planeamento da investigação e combinar a melhor estratégia de

recolha de dados. Após a mesma o planeamento sofreu algumas alterações.

A colheita de dados e a análise dos mesmos foi realizada, sempre que possível,

concomitantemente, não havendo períodos preestabelecidos ou muito fixos,

principalmente para alguns dos instrumentos previstos.

As últimas etapas do trabalho incidiram na interpretação dos dados e na redacção do

relatório.

A opção do desenho metodológico constituiu um processo complexo de pensamento

científico, com base na problemática e nos objectivos do estudo.

A pesquisa que realizámos consistiu num tipo de estudo descritivo, exploratório, cujo

modo de investigação foi o estudo de casos “polilocalizado”.

Considera-se descritiva porque obrigou o pesquisador a observar, a registar e a analisar

factos e fenómenos, sem os manipular (Cervo & Bervian, 2002).

A sua natureza exploratória permitiu ao investigador aumentar a sua experiência em

torno do problema, ajudando-o a encontrar os elementos necessários que lhe

possibilitassem o contacto com a população alvo, para obter os resultados desejados

(Triviños, 1987).

Tendo em conta os objectivos da pesquisa, bem como a necessidade de conhecer e

compreender o significado atribuído por diversos actores a fenómenos singulares, ou seja

ao “quê” e ao “porquê” esta inscreveu-se, maioritariamente, no paradigma qualitativo,

muito embora o estudo deva ser considerado misto, o que é típico de um “estudo de

casos” deste teor.

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A metodologia qualitativa de investigação utilizada, na opinião de Wilson (1977), citado

por Tuckman Bruce W. (2005, p. 508) pode ser denominada como “(…) etnografia (…)”

uma vez que se fundamenta em dois pressupostos que passámos a enunciar:

“(1) Os acontecimentos devem estudar-se em situações naturais, ou

seja, integrados no terreno.

(2) Os acontecimentos só podem compreender-se se compreendermos

a percepção e a interpretação feitas pelas pessoas que neles

participam.”

A abordagem qualitativa utilizada, de acordo com Bogdan e Biklen, citado por Tuckman

(2005, p. 507), apresentou as seguintes características:

«1-A situação natural constitui a fonte dos dados, sendo o investigador

o instrumento-chave da recolha de dados.

2-A sua primeira preocupação é descrever e só secundariamente

analisar os dados.

3-A questão fundamental é todo o processo, ou seja, o que aconteceu,

bem como o produto e o resultado final.

4-Os dados são analisados indutivamente, como se reunissem, em

conjunto, todas as partes de um puzzle.

5-Diz respeito essencialmente ao significado das coisas, ou seja ao

“porquê” e ao “o quê”.»

De acordo com Minayo (1994), a pesquisa qualitativa preocupa-se com o universo dos

significados, motivos, aspirações, valores e actividades que, por sua vez, correspondem

a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenómenos.

Este tipo de metodologia de investigação qualitativa pode, também, ser designada como

método etnográfico, pois segundo (Mayan, 2001) é uma ferramenta útil para estudar e

entender outras culturas ou mesmo grupos específicos de pessoas, e tem, como

resultado final, uma descrição densa da natureza de um fenómeno.

Marcus e Liehr (2001) referem que este método é utilizado por Profissionais de Saúde

para investigar variações culturais e estudar grupos de pacientes como subculturas

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dentro de contextos sociais mais amplos. Para Kleinman (1998), a etnografia não é

meramente uma metodologia das Ciências Sociais mas também, uma parte intrínseca da

Antropologia Social e Cultural.

O método etnográfico, usando o estudo de casos, permitiu apreender a realidade do

estudo.

De facto, segundo De Bruyne et al., referenciado por Lessard-Hébert et al. (1994) as

metodologias qualitativas privilegiam dois modos de investigação (estudo de casos e

estudo multicasos) que não devem ser confundidos com os modos de recolha de dados.

Os “modos de recolha de dados” são as técnicas de recolha de dados e os “modos de

investigação” as maneiras como os pesquisadores devem considerar a população alvo de

estudo e a sua situação. Estes fazem-se em função dos objectivos teóricos da sua

pesquisa.

Nesta investigação as análises realizadas tiveram a finalidade de descrever o mais

completamente possível os fenómenos em causa podendo obter-se quer descrições e

informações quantitativas, quer qualitativas ou ambas. Os procedimentos de amostragem

são, nestes casos, flexíveis (Lakatos et al., 1991).

O estudo de casos “polilocalizado” realizado teve, como principal objectivo analisar,

compreender e descrever as duas situações particulares, na tentativa de descobrir

convergências ou divergências entre as mesmas. Baseou-se no estudo de cada uma

delas, o que pressupôs a determinação de unidades ou categorias de análise e selecção

das variáveis a estudar, isto é, saber quem, onde, quando e que aspectos analisar.

A pesquisa do tipo Estudo de Casos, na opinião de Fortin (1999, p. 164) consiste numa

“(…) investigação aprofundada de um indivíduo, de uma família, de um grupo ou de uma

organização”.

Os estudos de casos (Ludke, 1986) com as suas características específicas permitem

recorrer a diversas fontes de informação, apresentar os dados de forma clara e acessível,

podendo utilizar-se o estilo narrativo, informal e mesmo a ilustração com figuras, citações,

exemplos e descrições.

Recorremos à abordagem quantitativa para quantificar todos os dados de interesse para

a investigação.

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A análise foi efectuada recorrendo ao software SPSS 12.0 (SPSS Inc., Chicago, Illinois,

USA).

O cenário da pesquisa contemplou um estudo de casos, em dois locais distintos, daí se

considerar um estudo “polilocalizado”.

Um dos cenários foi o Centro de Saúde de Barroselas e o outro o Centro de Saúde de S.

Julião de Freixo com as Extensões de Saúde de Alvarães e de Vitorino de Piães,

respectivamente.

A opção por estes Centros de Saúde esteve relacionada com os seguintes factores:

conhecimento através do estudo exploratório prévio da implementação nestes Centros do

Projecto Prevenção do Cancro do Colo do Útero e da motivação dos Profissionais de

Saúde para colaborar, bem como a proximidade entre os contextos.

Passámos a caracterizar os dois Centros de Saúde, o seu enquadramento geográfico e

funcionamento.

O Centro de Saúde de Barroselas ficava situado, aproximadamente, a 13 Km da cidade

de Viana do Castelo que é capital de distrito e sede de concelho.

Barroselas, considerada semi-urbana, situava-se na proximidade de um pólo industrial e

constituía uma freguesia administrativa deste concelho. Durante a investigação, por

indicadores históricos, geográficos, demográficos, administrativos, económicos, sociais,

culturais, entre outros, para além de um enorme anseio da população e da Autarquia foi

elevada à categoria de Vila.

Esta freguesia com uma área de cerca de 8 Km2 ficava localizada sob a serra da Padela,

no Vale do Neiva, estendendo-se até ao rio Neiva, fazendo fronteira com o distrito de

Braga.

O Centro de Saúde abrangia as freguesias de Barroselas, Carvoeiro, Vila de Punhe,

Portela Susã, Mujães e Alvarães que constituía a Extensão de Saúde.

A sede deste Centro de Saúde era em Barrroselas. As instalações, relativamente

recentes, apresentavam condições físicas razoáveis, embora não correspondessem aos

desejos e necessidades dos Profissionais.

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Funcionava por Módulos, nos quais exerciam funções Médicos e Enfermeiros, prestando

cuidados globais aos utentes. Estes estavam inscritos por Médico de Família, os quais

prestavam assistência nas diversas áreas de intervenção. Os utentes que não tinham

Médico de Família (estavam em lista de espera) eram atendidos de acordo com a

disponibilidade dos Médicos existentes.

A freguesia de Freixo ocupava uma área de 544 ha (hectares) na margem direita do rio

Neiva. Distava, aproximadamente, 17 km da sede de concelho (Ponte de Lima) e 25 km

da sede de distrito (Viana do Castelo). Situava-se na encruzilhada entre Ponte de Lima,

Barcelos e Braga.

Esta localidade e as freguesias de abrangência do seu Centro de Saúde tinham por base

a exploração agrícola em minifúndio, como actividade económica principal.

O Centro de Saúde de S. Julião de Freixo pertencia ao concelho de Ponte de Lima e

abrangia as seguintes freguesias: Navió, Poiares, Gaifar, Vilar das Almas, Sandiães,

Ardegão, Freixo, Friastelas, Cabaços, Fojo Lobal, S. Lourenço do Mato, Calvelo e

Vitorino de Piães, onde se situava uma Extensão de Saúde.

O Centro de Saúde com instalações provisórias há cerca de três anos, ocupava o 1º

andar de um edifício que não estava adaptado ao funcionamento dos serviços,

acarretando algumas dificuldades na gestão e trabalho da equipa.

Durante o ano de 2003 (início do trabalho de campo) exerciam funções no Centro de

Saúde (sede) quatro Médicas e quatro Enfermeiros (três do género feminino e um do

masculino) e na Extensão de Saúde de Vitorino de Piães uma Médica e uma Enfermeira.

O Centro de Saúde não estava organizado por Módulos, pelo que as actividades Médicas

e de Enfermagem eram distribuídas por áreas de intervenção, isto é os Médicos e os

Enfermeiros prestavam os cuidados necessários sem terem famílias distribuídas.

O Director era um Médico que exercia a sua actividade em Ponte de Lima, bem como a

Enfermeira Chefe do Centro, pelo que, apenas, esporadicamente, se deslocava ao

mesmo. Havia uma Enfermeira que tinha funções de coordenação e era o elo de ligação

com a Enfermeira Chefe. Aquela, para além das suas actividades de assistência aos

utentes, acumulava as funções de coordenação do Centro (funções que pertenciam à

Enfermeira Chefe do Serviço). No entanto, não tinha autonomia nem poder de decisão,

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tendo que recorrer ao Director e/ou Enfermeira Chefe para resolver situações fora do seu

âmbito de competências.

Em meados de 2004 o Centro de Saúde passou a ter uma Enfermeira Chefe, em

presença física. A equipa multidisciplinar passou a ser constituída por 5 Médicos, 5

Administrativos, 3 Auxiliares, 1 Chefe de Secção e 5 Enfermeiros, sendo uma delas a

Enfermeira Chefe.

Em Novembro de 2004 foi alargada a oferta de serviços à comunidade, criando a

consulta de recurso, passando o Centro de Saúde a funcionar das 8 às 20 horas.

A Extensão de Vitorino de Piães, embora não fosse considerada um Módulo, como só

existia uma Médica e uma Enfermeira, funcionava como tal, pois a prestação de cuidados

era global. No entanto, por vezes, a Enfermeira era chamada a colaborar com os

Enfermeiros da sede, nomeadamente na área de Visita Domiciliária.

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2. DESCRIÇÃO DA POPULAÇÃO E POPULAÇÃO ALVO

Antes de iniciármos o trabalho de campo solicitámos aos Centros de Saúde as listas das

utentes inscritas, nos contextos do estudo, com idades compreendidas entre os 15 e os

64 anos de idade, completados até 31 de Dezembro de 2002.

De acordo com as listas iniciais estavam inscritas 6167 mulheres. Ao Centro de Saúde de

Barroselas pertenciam 3966 mulheres, das quais 959 pertenciam à Extensão de

Alvarães, enquanto que ao de S. Julião de Freixo pertenciam 2201, das quais 493 faziam

parte da Extensão de Vitorino de Piães.

Tendo dificuldade em obter listas correctas, em tempo oportuno, e com receio de não

conseguir estudar toda esta população, optámos por seleccionar, apenas, ”as mulheres

com idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos de idade”, ou seja, nascidas entre

01/01/1938 e 31/12/1977, inscritas nestes Centros e suas Extensões.

Tivemos a noção que ao retirarmos a franja da população, dos 15 aos 25 anos de idade,

podemos ter perdido um precioso contributo, para o modelo de Cancro a estudar, dado

que segundo a literatura, estas idades constituem um grupo vulnerável e de risco para o

Cancro do Colo do Útero, havendo necessidade de investir na Prevenção.

A população ficou, assim, constituída por 6013 mulheres.

Pertenciam também à população 26 Profissionais de Saúde (Médicos e Enfermeiros) que

exerciam funções nos Centros de Saúde.

A população alvo variou de acordo com os instrumentos utilizados na colheita de dados,

pelo que não apresentamos, neste ponto, a caracterização da mesma. Optamos por fazê-

lo na apresentação dos resultados.

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3. ESTRATÉGIA DE COLHEITA DE DADOS

O trabalho de campo decorreu durante dois anos (2003 e 2004). Neste período de tempo

deslocámo-nos, diariamente, pelos vários Centros e Extensões de Saúde, dando

prioridade ao Centro de Saúde de Barroselas, pelo facto de ter um maior número de

utentes inscritos.

A observação neste estudo não constituiu o foco principal da colheita de dados e da

posterior análise da informação. Serviu apenas para complementar os dados recolhidos

através dos questionários. Esta manteve-se ao longo do trabalho, não com um caracter

tão persistente, mas para verificar a operacionalização do instrumento de trabalho, por

nós implementado, bem como as dificuldades inerentes ao seu preenchimento. Para tal,

recorremos à análise documental e ao diário de bordo.

Efectuámos análise do documento “Registo de Pedidos de Citologias Cervicais” existente

nos Centros e Extensões de Saúde referente aos anos 2001 e 2002 implementado pela

Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo, nas suas diferentes formas (Anexo I).

Os dados constantes no mesmo eram: data do pedido; número do utente; grupo etário

(especificando, por norma, três faixas etárias: inferior a 25 anos, entre 25 e 65, e superior

a 65 anos); ano da anterior citologia; código do Médico; observações e resultado.

Acresce também referir que existiam impressos onde o número de utente era substituido

pelas iniciais ou nome e o grupo etário sofria alterações em termos de faixa etária ou era

ainda substituido pela idade. Por vezes, este documento também era modificado,

manuscritamente, pelo Profissional que efectuava o seu preenchimento.

Realizámos Educação Para a Saúde de carácter individual, sobre “Prevenção do Cancro

do Colo do Útero”, em cada um dos Centros e respectivas Extensões de Saúde, às

utentes que recorriam a consultas Médicas e que, voluntariamente, aceitavam esta

intervenção. Subjacente à actividade estava o preenchimento de dois questionários: um

antes de iniciar a EPS e outro no final.

Efectuámos duas Actividades de Educação Para a Saúde a grupos, em cada uma das

sedes e extensões dos Centros de Saúde, abertas à comunidade, intituladas “Prevenção

do Cancro do Colo do Útero: Conhecer Para Prevenir”, às quais denominámos de

Primeiras e Segundas Actividades, por terem sido realizadas em períodos diferentes.

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Inerente a estas actividades estava o preenchimento de dois questionários (um antes e

outro após a EPS).

A principal finalidade foi sensibilizar a comunidade para a Prevenção do Cancro do Colo

do Útero e destinavam-se a todos os interessados nesta problemática de saúde,

principalmente mulheres, de todas as idades e de qualquer estado civil.

Focaram-se aspectos para os quais as mulheres devem estar atentas, respeitar e

conhecer: factores de risco e medidas preventivas; realização da citologia Papanicolaou;

frequência de consultas de vigilância de saúde. Foram abordados, ainda, dados

epidemiológicos deste cancro, em que consistia este Teste e a importância de o realizar,

não só como prática preventiva, mas também como rastreio oncológico.

Reunimos formal ou informalmente com os Chefes de Serviço de Enfermagem e

Enfermeiros, com vista à planificação das intervenções de Educação Para a Saúde a

Grupos e sempre que outras situações o justificaram.

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4. INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS

Os instrumentos básicos utilizados na recolha de dados foram o questionário e a

observação não participante. Bressan (2000) diz que, no estudo de caso, se podem obter

evidências a partir de diferentes fontes de dados, destacando o questionário e a

observação.

Para melhor compreensão do fenómeno, além dos questionários individuais foi utilizada,

como já foi referido, a observação. Esta permitiu que o pesquisador chegasse mais perto

da perspectiva dos sujeitos, pela observação “in loco” das experiências diárias, para

descobrir novos aspectos da problemática ou mesmo para colher dados adicionais.

Os instrumentos prioritários de recolha de informação foram elaborados no primeiro

período de observação, procedendo-se ao pré-teste.

Os instrumentos de colheita de informação utilizados foram:

� Questionário, preenchido pelos Enfermeiros dos Centros e Extensões de

Saúde, às mulheres que efectuaram citologia cervical, ao qual denominámos

“Adesão das Mulheres à Citologia Papanicolaou” (Anexo II);

� Questionário, dirigido a Médicos e Enfermeiros dos Centros e Extensões

de Saúde, sobre Representação Social do Cancro, Educação Para a Saúde,

Prevenção do Cancro e Cancro do Colo do Útero (Anexo III);

� Questionários inerentes às Actividades de Educação Para a Saúde

Individual, sobre Prevenção do Cancro do Colo do Útero. Destinavam-se às

utentes que frequentavam os Centros e Extensões de Saúde e a quem era

realizada EPS individual e tinham como principal finalidade conhecer a

Representação Social do Cancro, Educação Para a Saúde, Prevenção do Cancro

e Cancro do Colo do Útero. (Anexo IV);

� Questionários dirigidos às utentes que assistiram às actividades de

Educação Para a Saúde em grupo sobre a sua Opinião e Conhecimentos acerca

do Cancro do Colo do Útero e sua Prevenção (Anexo V);

� Diário de bordo para registo de observações efectuadas.

Todos os instrumentos utilizados foram por nós elaborados.

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Descrição dos Instrumentos

���� Questionário de “Adesão” das Mulheres à Citologia Papanicolaou

O questionário teve como principal objectivo geral obter conhecimentos acerca da

realização de citologias que, posteriormente, possibilitassem implementar um instrumento

de Registo de Enfermagem.

Destinava-se a ser preenchido pelos Enfermeiros e englobava áreas referentes à

caracterização das mulheres que faziam citologia e outras que interessavam para os

objectivos do questionário.

O questionário inicial previa, sobretudo, perguntas fechadas, no entanto, face à

solicitação dos Enfermeiros e com o argumento de conter uma única página passou a ser

constituído, por questões abertas.

O instrumento contemplava perguntas inerentes à caracterização das mulheres, tais

como a data de nascimento, a idade, a escolaridade, o estado civil, a religião, a profissão

e a residência. Apresentava outras com o nome da utente, telefone e, ou telemóvel, o

número do processo e de utente, bem como o Módulo a que pertencia para facilitar a

consulta do processo.

As questões mais pertinentes eram as que estavam directamente relacionadas com a

realização das citologias.

O protocolo do questionário foi abordado na reunião de planeamento do trabalho de campo,

bem como a periodicidade da sua aplicação. Solicitámos, também que fossem apontadas as

deficiências e propostas sugestões para posterior implementação de um instrumento de

Enfermagem.

O instrumento foi testado no Centro de Saúde de Barroselas, no período inicial da

observação, tendo-se rejeitado estes questionários.

Objectivos:

1. Enumerar a totalidade de citologias cervicais efectuadas nos anos 2003 e 2004;

2. Caracterizar as mulheres que recorreram ao Centro ou Extensão de Saúde para

efectuar esta citologia;

3. Identificar as idades mais incidentes de realização da mesma;

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4. Registar as consultas onde as mulheres realizaram estes exames;

5. Verificar quem foi o Profissional de Saúde que efectuou a citologia;

6. Identificar quem influenciou a sua efectivação;

7. Identificar as mulheres que já realizaram a citologia em consulta privada;

8. Verificar se eram registados os resultados das citologias, bem como a intervenção

face aos mesmos;

9. Identificar se existiam registos das citologias anteriores e respectivos resultados.

���� Questionário aos Profissionais de Saúde

Este questionário teve como objectivos gerais conhecer as representações sobre

Eucação Para a Saúde, Cancro, Educação Para a Saúde sobre Cancro e Prevenção do

Cancro, bem como Prevenção do Cancro do Colo do Útero em Cuidados Primários e sua

Profilaxia.

Face à falta de receptividade dos Profissionais à entrevista proposta, elaborámos o

questionário com predominância de questões abertas visando uma maior recolha de

informação. A caracterização da população alvo continha questões abertas e fechadas.

Assim, dividimos este instrumento em quatro partes.

A Parte I continha questões abertas e fechadas referentes à caracterização sócio-

demográfica e profissional dos inquiridos. A Parte II era composta, apenas, por questões

abertas e procurava conhecer a opinião acerca da EPS nos Cuidados Primários de

Saúde. A III apresentava perguntas fechadas e abertas e tinha como finalidade conhecer

a opinião sobre o Cancro. A última Parte era composta por questões abertas com vista à

recolha de opinião sobre o Cancro do Colo do Útero.

Objectivos :

1. Caracterizar a representação social de Cancro desses Profissionais de Saúde;

2. Verificar se o Cancro era uma temática abordada;

3. Identificar quais as temáticas mais abordadas;

4. Verificar as situações em que era efectuada EPS sobre Cancro;

5. Identificar os objectivos que conduziam à realização da EPS sobre Cancro;

6. Identificar os constrangimentos dos Profissionais de Saúde no que concerne à

abordagem do Cancro;

7. Obter informação acerca da opinião dos Médicos e Enfermeiros sobre EPS na

Prevenção do Cancro do Colo do Útero.

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���� Questionário Antes e Após as Actividades de Educação Para a Saúde Individual

Com os questionários de EPS individual (antes da intervenção) pretendíamos conhecer

as representações das Utentes sobre Cancro e sua Prevenção, Educação Para a Saúde,

Cancro do Colo do Útero e Prevenção, bem como os conhecimentos que possuíam sobre

o mesmo e a citologia Papanicolaou.

Após a intervenção o interesse estava mais centrado na actividade efectuada, pelo que a

principal finalidade era verificar se as mulheres “adquiriram conhecimentos”,

alteraram/desmistificaram conceitos, crenças ou tabus, ou, ainda, conheciam a

terminologia usada.

Os Questionários Antes das Actividade de Educação Para a Saúde Individual continham

três partes. A Parte I destinava-se a recolher os dados sócio-demográficos das utentes

que assistiram à actividade. A II pretendia averiguar o conhecimento das utentes sobre o

Cancro e como adquiriram essa informação, reservando a III para indagar o tipo de

conhecimentos e sensibilizar para a problemática do Cancro do Colo do Útero. Após as

Actividades de Educação Para a Saúde Individual procurámos conhecer a informação

adquirida e o impacto das actividades na interiorização do conhecimento.

Estes eram mistos, isto é continham questões fechadas, abertas e de resposta múltipla,

sendo algumas das perguntas antes e após a intervenção iguais ou semelhantes. Foram

testados a vinte mulheres do Centro de Saúde de Ponte de Lima, não tendo sido

necessário reformulá-los.

Objectivos:

Antes da Actividade Educativa

1. Enumerar as utentes que ouviram falar de Cancro no Centro de Saúde;

2. Identificar os Profissionais de Saúde que mais se preocuparam em abordar esta

área;

3. Identificar os objectivos dos Profissionais para a abordagem do tema;

4. Verificar o local/ circunstâncias onde foi abordado o mesmo;

5. Identificar a simbologia das utentes sobre Cancro;

6. Identificar o nível de importância atribuída pelas utentes à Educação Para a

Saúde;

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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7. Obter informação sobre a justificação apontada;

8. Identificar áreas temáticas sobre Cancro para intervenção futura;

9. Identificar o local/circunstâncias onde ouviram falar deste Cancro;

10. Identificar os conhecimentos que as utentes tinham sobre Cancro do Colo do

Útero;

11. Verificar se as mulheres efectuavam o Teste Papanicolaou;

12. Obter informação sobre os conhecimentos que as utentes possuiam sobre este

Teste.

Após a Actividade Educativa

1. Enumerar as utentes que já ouviram falar de Cancro do Colo Uterino;

2. Identificar o local/circunstâncias onde ouviram falar deste Cancro;

3. Identificar os Profissionais de Saúde que mais se preocuparam em abordar esta

área;

4. Identificar os conhecimentos que as utentes tinham sobre Cancro do Colo do

Útero;

5. Verificar se as mulheres efectuavam o Teste Papanicolaou;

6. Obter informação sobre os conhecimentos que as utentes possuiam sobre este

Teste;

7. Identificar os Sistemas de Saúde mais procurados para a realização do mesmo;

8. Verificar a periodicidade com que habitualmente o faziam;

9. Verificar se as mulheres sabiam o ano da realização da última citologia;

10. Identificar se tinham conhecimento do resultado da mesma;

11. Caracterizar os conhecimentos adquiridos na actividade sobre o Teste

Papanicolaou;

12. Avaliar a actividade efectuada.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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���� Questionário Antes e Após as Primeiras Actividades de Educação Para a Saúde a

Grupos

Os questionários antes das actividades de EPS a Grupos tiveram como principais

objectivos identificar os conhecimentos das mulheres sobre Cancro do Colo do Útero e

suas representações, enquanto que no final consistiram em verificar se as mesmas

tiveram impacto positivo, nomeadamente em termos de “aquisição de conhecimentos” e

se as motivou para a execução da citologia.

Estes eram mistos, isto é continham questões fechadas, abertas e de resposta múltipla,

sendo algumas das perguntas antes e após a intervenção iguais ou semelhantes.

Objectivos:

Antes da Actividade Educativa

1. Identificar se as utentes ouviram falar de Cancro do Colo Uterino;

2. Verificar em que circunstâncias ou locais ouviram falar de Cancro;

3. Caracterizar os conhecimentos que as utentes tinham sobre o Cancro do Colo do

Útero e o Teste Papanicolaou;

4. Identificar os Sistemas de Saúde mais procurados para a realização do exame;

5. Identificar o motivo que levou estas pessoas a assistir à actividade.

Após a Actividade Educativa

1. Identificar se as utentes ouviram falar de Cancro do Colo Uterino;

2. Verificar em que circunstâncias ou locais ouviram falar deste Cancro;

3. Caracterizar os conhecimentos que as utentes tinham sobre Cancro do Colo do

Útero e o Teste Papanicolaou;

4. Identificar os Sistemas de Saúde mais procurados para a realização do exame;

5. Avaliar a actividade realizada.

���� Questionários Antes e Após as Segundas Actividades de Educação Para a Saúde

a Grupos

Os principais objectivos antes e após as Segundas Actividades de EPS a Grupos foram

iguais aos das Primeiras.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 122 -

Os instrumentos embora idênticos, sofreram algumas alterações face à avaliação

efectuada após as Primeiras Actividades.

Continham, de igual forma, questões abertas, fechadas e de resposta múltipla,

continuando algumas das perguntas iguais ou semelhantes, antes e após a intervenção.

Objectivos:

Antes da Actividade Educativa

1. Enumerar as utentes que já ouviram falar de Cancro do Colo Uterino;

2. Identificar o local/circunstâncias onde ouviram falar do Cancro do Colo do Útero;

3. Identificar a representação social das utentes sobre Cancro do Colo do Útero;

4. Identificar os conhecimentos que as utentes tinham sobre este Cancro;

5. Verificar se as mulheres efectuavam o Teste Papanicolaou;

6. Identificar os locais mais procurados para a realização deste exame;

7. Obter informação sobre os conhecimentos que as utentes possuiam sobre o

Teste;

8. Conhecer os motivos que as levaram a participar na actividade.

Após a Actividade Educativa

1. Enumerar as mulheres que afirmaram ter ouvido falar de Cancro do Colo do

Útero;

2. Identificar os meios/locais que lhes proporcionaram essa informação;

3. Verificar se valorizaram a actual actividade como uma EPS;

4. Obter informação sobre os conhecimentos adquiridos sobre Cancro do Colo do

Útero e Citologia Papanicolaou;

5. Avaliar a actividade efectuada.

O pré-teste dos instrumentos utilizados para as Actividades de EPS a Grupos foi

realizado a dez utentes de cada um dos Centros de Saúde onde estava a ser efectuada a

investigação, não tendo sofrido alterações.

���� Diário de Bordo

Teve como objectivo registar todos os dados que considerámos pertinentes relativamente

à observação efectuada.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 123 -

5. ANÁLISE DOS DADOS

Inscrevendo-se o estudo numa abordagem de cariz misto, qualitativa e quantitativa a

análise foi efectuada, como referimos, recorrendo ao software SPSS 12.0 (SPSS Inc.,

Chicago, Illinois, USA).

Na análise quantitativa os dados contínuos foram expressos como média e desvio

padrão. As variáveis categóricas foram apresentadas como [número (percentagem)].

A análise de dados constituiu a etapa onde, depois de termos compilado todo o material

inerentes às respostas dos sujeitos às questões e o material recolhido da observação

efectuada em contexto, procedemos ao tratamento da informação (Biklen et al., 1994).

Na análise de dados qualitativos utilizámos a técnica de análise de conteúdo. Este

processo consistiu em trabalhar os dados, organizá-los e dividi-los em unidades possíveis

de “manipular”, ou seja transformar em categorias de análise, tal como referem alguns

autores (Biklen, Sari et al., 1994; Matalon B. et al.,1993).

Os resultados não se podem generalizar, nem extrapolar para a população, uma vez que

se trata de um estudo particular.

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- 124 -

6. CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

A investigação realizada obedeceu aos princípios éticos que devem reger qualquer

estudo deste teor.

Antes de iniciar a pesquisa solicitámos autorização, por escrito, ao Coordenador da Sub-

Região de Saúde de Viana do Castelo, explicando-se a natureza da mesma, finalidades e

objectivos, previsão temporal, tipo de procedimentos planeados e disponibilidade para

facultar os resultados obtidos ou informações sempre que delas necessitassem (Anexo

VI).

Nos locais de realização do trabalho de campo os pedidos de autorização foram menos

formalizados, muito embora se desse conhecimento e se esclarecesse,

pormenorizadamente, os Directores dos Serviços e Enfermeiras Chefes de todo o

planeamento efectuado. Na verdade, todos os profissionais (Médicos, Enfermeiros e

restantes funcionários) e utentes foram informados do motivo da nossa constante

presença.

Na colheita de dados tivemos sempre em conta o consentimento informado das utentes,

sendo-lhes assegurado que a sua participação no estudo não interferia no atendimento,

assistência ou horário da consulta.

Existiu o cuidado de utilizar números de codificação para cada questionário, de forma a

manter o anonimato das utentes e consequentemente da informação obtida.

No relatório mantivemos, também este princípio.

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- 125 -

7. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

As principais limitações estiveram centradas na inexperiência do investigador e na

complexidade do estudo planeado, não tendo tido capacidade, atempadamente, de

efectuar o seu reajustamento.

A pesquisa na área da Promoção/Educação Para a Saúde revelou-se bastante difícil em

termos de bibliografia actualizada e recente, nomeadamente em Portugal, bem como a

existência de dados estatísticos inerentes ao Registo Oncológico Nacional sobre Cancro

do Colo Uterino na Região Norte e de modo particular no distrito de Viana do Castelo.

No âmbito do Cancro do Colo do Útero, os avanços científicos, desde o início do estudo,

até aos dias de hoje, foram tantos que pode acontecer que determinados aspectos não

tenham sido contemplados ou já não tenham a relevância da fase inicial.

O desenho da investigação, no que concerne à opção do modelo de Cancro a estudar,

selecção do terreno de pesquisa e população só foi possível decidir após a realização do

trabalho exploratório desenvolvido no ano probatório e sua apresentação em exame de

avaliação, o que constituiu outra dificuldade.

O início tardio do trabalho de campo (após a inscrição como aluna definitiva) foi um

obstáculo que tivemos que ultrapassar.

O terreno de pesquisa situou-se em dois Centros de Saúde com uma grande componente

de intervenção individual em termos de Educação Para a Saúde às utentes e uma menor

a grupos.

A distância entre a nossa residência e os cenários do estudo, a existência de vários

instrumentos de colheita de dados e muito tempo de presença física nos locais resultou

numa colheita e tratamento de dados morosa e difícil implicando um grande esforço da

nossa parte.

Muito embora tivéssemos receptividade e colaboração por parte de alguns Profissionais

dos Centros de Saúde houve dificuldade em obter as listas das utentes inscritas, quer em

tempo considerado, por nós, adequado, quer em termos de correcção das mesmas. Por

esta razão tivemos necessidade de solicitar mais do que uma vez novas listas, originando

frequentes alterações da base de dados.

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- 126 -

A necessidade de reuniões informais e individuais para controlo do registo dos dados

preenchidos pelos Enfermeiros constituiu, também um factor que não podemos deixar de

mencionar.

A grande mobilidade de Médicos e Enfermeiros acrescida da pouca experiência em

Cuidados de Saúde Primários exigiu integrações sucessivas e concomitantemente

reuniões para orientação no preenchimento do questionário a eles dirigido. Aos

Enfermeiros foi, ainda, necessário orientá-los na aplicação do questionário de “Adesão à

Citologia”. Este facto foi um entrave para o normal desenvolvimento das actividades.

O tipo de estudo e a impossiblidade de extrapolar resultados para a população pode ser

encarada como uma limitação.

A entrevista aos Profissionais, em substituição do questionário, tal como inicialmente

planeado, teria permitido colher dados mais completos.

Em suma, o tipo de investigação planeada, os vários instrumentos de colheita de

informação, intervenções educativas individuais e abertas à comunidade, construção de

várias bases de dados e introdução dos mesmos, assim como a sua análise e tratamento

constituíram, sem dúvida, as principais limitações.

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- 127 -

CAPÍTULO VI

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

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1. RESULTADOS

Os resultados apresentados advêm da análise dos dados obtidos através dos

instrumentos de colheita de informação utilizados.

Embora tivéssemos traçado objectivos para cada um dos instrumentos utilizados, a

ordem de apresentação dos resultados foi aquela que nos pareceu de mais fácil leitura,

face ao relacionamento entre algumas variáveis.

Usaram-se Figuras,Tabelas e Quadros para melhor visualização dos cálculos estatísticos

e da análise de conteúdo efectuada.

Atendendo a que a população sofreu alterações conforme os objectivos que tínhamos

para cada um dos instrumentos que aplicámos, optámos por efectuar a sua

caracterização neste capítulo.

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2. “ADESÃO” DAS MULHERES À CITOLOGIA PAPANICOLAOU

A população alvo correspondeu a 1330 mulheres que acederam, voluntariamente,

responder a este inquérito e frequentaram consultas Médicas onde efectuaram pelo

menos uma citologia cervical nos anos 2003 e 2004.

2.1 CARACTERIZAÇÃO

A idade média destas utentes é de 39,31 anos e o desvio padrão é 9,91 anos. A

distribuição das mulheres por grupo etário encontra-se na Figura 6.

60-64Anos

55-59Anos

50-54Anos

45-49Anos

40-44Anos

35-39Anos

30-34Anos

25-29Anos

20,0%

15,0%

10,0%

5,0%

0,0%

Per

cent

agem

3,76%5,64%

10,45%

16,09%18,05%18,42%

19,39%

8,20%

Figura 6. Distribuição das Mulheres por Grupo Etário

Verificámos que o maior número e percentagem de mulheres que responderam ao

questionário se encontrava no grupo etário dos “30-34 anos” (258 - 19,39%), seguindo-se

os grupos etários dos “25-29 anos” (245 - 18,42%), dos “35-39 anos” (240 - 18,05%) e

dos “40-44 anos” (214 - 16,09%).

No que respeita à Escolaridade das mulheres e que responderam a esta questão,

observámos que 601 (49,51%) utentes se situaram entre o “5º e o 9º Ano”, 511 (42,09%)

tinham “Menos que a 4ª classe” de escolaridade, 67 (5,52%) posicionaram-se “Entre o

10º e o 12º Ano” e 20 (1,65%) possuíam escolaridade “Superior ao 12º Ano”. Das 1214

utentes que tinham este campo preenchido, 15 (1,23%) eram “Analfabetas” (Tabela 1).

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Nos casos registados em 116 (8,72%) questionários este campo não se encontrava

preenchido.

Tabela 1. Distribuição das Mulheres por Escolaridade

Escolaridade N %

Não sabe ler/escrever 15 1,23 Até à 4ª classe 511 42,09 Entre o 5º e o 9º Ano 601 49,51 Entre o 10º e o 12º Ano 67 5,52 Superior ao 12º Ano 20 1,65 Total 1214 100,00

Verificámos que 1109 (91,27%) das utentes, em que o campo Estado Civil estava

preenchido, eram “Casadas”, 55 (4,53%) eram “Solteiras”, 34 (2,80%) eram “Viúvas” e 17

(1,40%) eram “Divorciadas”.

Relativamente ao estado civil das utentes, encontrámos 115 (8,65%) registos com este

campo por preencher. Na Tabela seguinte encontra-se a distribuição das utentes por

estado civil.

Tabela 2. Distribuição das Mulheres por Estado Civil

Estado Civil N %

Solteira 55 4,53 Casada 1109 91,27 Divorciada/separada 17 1,40 Viúva 34 2,80 Total 1215 100,00

No que respeita à Religião, dos 1213 questionários com este campo preenchido

constatámos que, a maioria das utentes, 1194 (98,43%) eram Católicas, 16 (1,32%) eram

Católicas não particantes e, apenas 3 (0,25%) eram Testemunhas de Jeová (Tabela 3).

Verificámos que 117 (8,80%) questionários não apresentavam registos neste campo.

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- 132 -

Tabela 3. Distribuição das Mulheres por Religião

Religião N %

Católica 1194 98,43 Católica não praticante 16 1,32 Testemunha de Jeová 3 0,25 Total 1213 100,00

Quando analisámos a Profissão das mulheres, e considerando apenas 1209 utentes,

verificámos que a maioria pertencia à categoria profissional “Doméstica”, 518 (42,84%),

seguindo-se a dos “Operários, Artífices e Trabalhadores similares”, 405 (33,50%). O

“Pessoal dos Serviços e Vendedores”, os “Trabalhadores da Agricultura e Pesca”, assim

como o “Pessoal Adminstrativo e similares” apresentaram um número de 88 (7,28%), 49

(4,05%) e 43 (3,56%), respectivamente. As restantes profissões apresentaram um

pequeno número de casos (Tabela 4).

Este campo não se encontrava preenchido em 121 (9,10%) casos do total dos

questionários.

Tabela 4. Distribuição das Mulheres por Profissão

Profissão N %

Quadros superiores da admnistração pública, dirigentes e quadros superiores de empresa 12 0,99

Especialistas das profissões intelectuais e científicas 18 1,49

Técnicos e profississionais de nível intermédio 4 0,33

Pessoal administrativo e similares 43 3,56

Pessoal dos serviços e vendedores 88 7,28

Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e pescas 49 4,05

Operários, artífices e trabalhadores similares 405 33,50

Trabalhadores não qualificados 39 3,23

Doméstica 518 42,84

Reformado 12 0,99

Desempregada 18 1,49

Procura do 1º emprego 3 0,25

Total 1209 100,00

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- 133 -

No que respeita ao Médico de Família observámos que da totalidade das mulheres, que

responderam ao questionário 1103 (82,93%) possuíam “Médico de Família”. Existia um

número pouco significativo de mulheres 227 (17,07%) “Sem Médico de Família” (Tabela

5).

Tabela 5. Distribuição das Mulheres por Médico de Família

Médico de Família N %

Sem 227 17,07

Com 1103 82,93

Total 1330 100,00

2.2 CITOLOGIAS CERVICAIS EFECTUADAS NOS ANOS 2003 E 2004

Nos anos 2003 e 2004 realizaram pelo menos uma citologia 1330 mulheres. Destas

mulheres verificámos que 654 a efectuaram unicamente no ano 2003 e 445 no ano de 2004.

Observámos, também, que 198 utentes realizaram uma citologia em cada um dos anos de

referência, o que correspondeu a 396 citologias.

No ano de 2003, 21 mulheres repetiram a citologia, isto é, fizeram 2 exames, o que equivaleu

a 42 citologias e a 6 mulheres aconteceu-lhes o mesmo em 2004 (12 citologias).

É de referir, ainda, que 3 mulheres, efectuaram 1 citologia em 2003 e 2 em 2004, o que

perfez um total de 9 citologias nos dois anos. De igual modo, 3 mulheres realizaram 2

citologias em 2003 e 1 em 2004, correspondendo a um total de 9 citologias nos anos de

referência.

Em suma, o número total de citologias efectuadas foi de 1567, sendo 903 (57,63%) em 2003

e 664 (42,37%) em 2004. (Quadro 3).

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Quadro 3. Citologias realizadas nos Anos 2003 e 2004

N de citologias por Ano de referência N citologias

1 citologia em 2003 654 1 citologia em 2004 445 2 citologias em 2003 42 2 citologias em 2004 12 1 citologia em 2003 e 1 em 2004 198 2 citologias em 2003 e 1 em 2004 9 1 citologia em 2003 e 2 em 2004 9 Total de Citologias 1567

2.3 CONSULTAS ONDE AS MULHERES REALIZARAM A CITOLOGIA

A maior parte das citologias, tanto no ano de 2003 como no de 2004, foram realizadas na

consulta de “Planeamento Familiar”, isto é 749 (83,13%) e 402 (82,37%),

respectivamente. A consulta de “Rastreio Oncológico” apareceu em segundo lugar, nos

dois anos, ou seja, 93 (10,32%) em 2003 e 71 (14,55%) em 2004. A de “Saúde de

Adultos” surgiu em 3º lugar em 2003 (31 – 3,44%) e em 2004, embora com, apenas, um

número de 4 (0,83%).

No ano de 2003 foram realizadas 21 citologias (2,34%) e 11 (2,25%) em 2004, inseridas

na “Revisão do Puerpério”.

A Consulta de “Clínica Geral” foi onde foram efectuadas menos citologias, isto é, apenas

2 (0,22%) no ano de 2003.

Em “Consulta Privada” foram realizadas 5 (0,55%) citologias no ano 2003.

Embora, na totalidade, tivessem sido efectuadas 1567 citologias, em 178 questionários

este campo não estava preenchido – Consulta onde as mulheres realizaram a citologia.

Assim, face aos registos existentes, verificamos que 901 (100%) citologias foram

realizadas em 2003 e 488 (100%) em 2004 (Quadro 4).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 135 -

Quadro 4. Distribuição das Citologias por Consulta e Anos de Referência

Ano

Consulta

2003

N

2004

%

Planeamento Familiar 749 (83,13) 402 (82,37) Saúde de Adultos 31 (3,44) 4 (0,83) Rastreio Oncológico 93 (10,32) 71 (14,55) Clínica Geral 2 (0,22) 0 (0,0) Consulta Privada 5 (0,55) 0 (0,0) Revisão do Puerpério 21 (2,34) 11 (2,25) Total 901 (100,00) 488 (100,00)

2.4 PROFISSIONAL DE SAÚDE QUE EFECTUOU A CITOLOGIA

O maior número de citologias foi realizado por “Médicas”, 583 (64,85) em 2003 e 324

(66,53%) em 2004. O “Médico” surgiu como sendo o 2º Profissional de Saúde que mais

citologas cervicais realizou nestes anos, com 129 (14,35%) e 113 (23,20%), respectivamente.

A “Médica com colaboração do Enfermeiro (a)” foi referenciada em 2º lugar em 2003, tendo

efectuado 161 (17,91%) citologias e ocupou a 3ª posição em 2004 (48 - 9,86%). Por fim,

apareceu o “Médico com colaboração do Enfermeiro (a)” tendo realizado 26 (2,89%) e 2

(0,41%) citologias nos anos 2003 e 2004, respectivamente.

No Quadro 5 apresentámos a distribuição das Citologias por Profissional de Saúde que as

realizou e Ano de Referência nas mulheres em que este campo se encontrava preenchido

[899 – 2003, 487 - 2004]. É de referir que das 1567 citologias efectuadas 181 questionários

não apresentaram este campo preenchido.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 136 -

Quadro 5. Distribuição das Citologias por Profissional de Saúde que as realizou e Ano de

Referência

Ano

Profissional

2003

N (%)

2004

N (%)

Médico 129 (14,35) 113 (23,20) Médica 583 (64,85) 324 (66,53) Médico com colaboração de Enfermeiro (a) 26 (2,89) 2 (0,41) Médica com colaboração de Enfermeiro (a) 161 (17,91) 48 (9,86) Total 899 (100,00) 487 (100,00)

2.5 INFLUÊNCIA DA REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA

Em 2003 o maior número de citologias (465 - 51,55%) foram efectuadas por “Influência do

Enfermeiro(a)”, seguida da “Utente” (232 - 25,72%). O “Médico (a)” apareceu em 3º lugar

com 14,52% (131). O “Médico (a) e Enfermeiro (a)” ocuparam a 4ª posição (56 - 6,21%). A

“Influência de Familiar” verificou-se em 14 casos (1,55%). Apenas, verificámos 4 situações

(0,45%) em que as mulheres foram “Convocadas” (Tabela 6).

Do total de citologias realizadas neste ano observámos um questionário que não

apresentava este campo preenchido.

Tabela 6. Distribuição da Influência da realização da Citologia por Pessoa no Ano de 2003

“Pessoa” N %

Utente 232 25,72 Médico (a) 131 14,52 Enfermeiro (a) 465 51,55 Médico (a) e Enfermeiro (a) 56 6,21 Familiar 14 1,55 Convocada 4 0,45

Total 902 100,00

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 137 -

No que diz respeito ao ano de 2004 (Tabela 7) verificámos que o “Enfermeiro (a)” ocupou

o 1º lugar na influência da realização da citologia (191 - 39,30%). Em 2º lugar foi a

“Utente” que tomou a iniciativa (164 - 33,74%). “O Médico (a) e Enfermeiro (a)” surgiu na

3ª posição (81 - 16,67%). Seguiu-se o “Médico (a)” com 30 (6,17%). Do total de

citologias, 17 (3,50%) foram realizadas por “Convocatória”. Apenas apareceram 3 casos

(0,62) por “Influência de Familiares”.

Do total de citologias efectuadas verificámos a existência de 178 questionários sem

registo deste ítem.

Tabela 7. Distribuição da Influência da realização da Citologia por Pessoa no Ano de 2004

“Pessoa” N %

Utente 164 33,74 Médico (a) 30 6,17 Enfermeiro (a) 191 39,30 Médico (a) e Enfermeiro (a) 81 16,67 Familiar 3 0,62 Convocada 17 3,50 Total 486 100,00

2.6 REALIZAÇÃO DE CITOLOGIA NAS CONSULTAS PRIVADAS

Nos anos de referência, das mulheres que realizaram pelo menos uma citologia (1330), 139

(10,69%) também já efectuaram pelo menos uma citologia em “consulta privada”.

Justificaram que nos Centros de Saúde não existiam Médicos especialistas em Ginecologia.

2.7 RESULTADO DA CITOLOGIA E INTERVENÇÃO

A observação do Quadro 6 permitiu-nos verificar a distribuição dos Resultados das Citologias

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 138 -

realizadas nos anos 2003 e 2004.

No ano 2003 e 2004, um grande número de citologias apresentou “Grau I”, 809 (89,79%) e

430 (88,11%), respectivamente. O 2º resultado mais frequente foi “Grau II”, ou seja 89 -

9,88%, no ano 2003 e 53 - 10,86%, no ano de 2004.

O resultado “Grau III”, em 2003, ocupou a 3ª posição (3 - 0,33%), enquanto que em 2004

ocupou a última (1 - 0,21).

No Ano 2004 apareceram registos de outro teor, como “Anomalias (células epiteliais)” e

“Negativo com inflamação” com igual percentagem e frequência (2 - 0,41%).

Da totalidade das citologia realizadas 178 não apresentaram registo desta informação.

Quadro 6. Distribuição dos Resultados das Citologias por Anos de Referência

Ano

Resultado

2003

N (%)

2004

N (%)

Grau I 809 (89,79) 430 (88,11)

Grau II 89 (9,88) 53 (10,86)

Grau III 3 (0,33) 1 (0,21)

Anomalia (células epiteliais) 0 (0,00) 2 (0,41)

Negativo com inflamação 0 (0,00) 2 (0,41)

Total 901 (100,00) 488 (100,00)

Quanto à “Intervenção face aos resultados”, optámos por analisar os registos dos resultados

das citologias versus intervenção, para os anos 2003 e 2004 (Quadros 7 e 8).

No ano 2003, das mulheres com Grau I, na maior percentagem (98,02% - 787) das situações

“Não houve intervenção”. Em 8 casos (0,99%) foi decidido “Repetir a citologia passado um

ano”, verificando-se igual número e percentagem para a “Repetição da citologia após três

anos”.

Relativamente ao Grau II observámos que o maior número se registou no resultado

“Prescrição de terapêutica” (25 - 59,52%). Seguiu-se a “Repetição de citologia após 6 meses”

(13 - 30,95%). “Não houve intervenção” e “Repetição da citologia após 1 ano” surgiu em

último lugar com igual número e percentagem (2 - 4,76%).

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- 139 -

No que concerne ao Grau III, apenas verificámos dois resultados: “Não houve intervenção” e

“Repetição da citologia após 6 meses”, com 2 (66,67%) e 1 (33,33%) casos,

respectivamente.

Quadro 7. Resultados do Teste Papanicolaou versus intervenções (2003)

Resultado

Intervenção

Grau I

Grau II Grau III

Anomalia

/células

epiteliais

Negativo

com

inflamação

Não houve Intervenção 787 (98,02) 2 (4,76) 2 (66,67) ------ ------

Repetição da citologia após

6 meses 0 (0,00) 13 (30,95) 1 (33,33) ------ ------

Repetição da citologia após

1 ano 8 (0,99) 2 (4,76) 0 (0,00) ------ ------

Repetição da citologia após

3 anos 8 (0,99) 0 (0,00) 0 (0,00) ------ -------

Prescrição de terapêutica 0 (0,00) 25 (59,52) 0 (0,00) ------ ------

Os dados deste quadro estão apresentados como número e percentagem

No ano 2004 encontrámos categorias de análise diferentes, conforme podemos verificar

na Quadro 8.

No que diz respeito ao Grau I, e para os casos registados, a categoria mais referenciada

foi “Não houve intervenção” (357 - 86,02%), seguindo-se a “Repetição da citologia após 3

anos” (41 - 9,88%) e a “Repetição da citologia após 1 ano” (16 - 3,86%). Por fim, surgiu a

“Repetição da citologia após 6 meses” (1 - 0,24%).

Relativamente ao Grau II a intervenção mais significativa foi a “Repetição de citologia

após 6 meses” (19 - 59,38%), seguida de “Prescrição de terapeutica” (11 - 34,37%). A

“Repetição de citologia após 1 ano” apareceu na última posição (2 - 6,25%).

No que concerne ao Grau III, apenas verificámos como intervenção a “Prescrição de

terapêutica” (1 - 100,00%).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 140 -

Quanto às anomalias de células epiteliais encontrámos igual número e percentagem (1 -

50,00%) para a intervenção “Repetição de citologia após 6 meses” e para “Prescrição de

terapêutica”.

No resultado negativo com inflamação nos 2 casos registados (100,00%) “Não houve

intervenção”.

Quadro 8. Resultados do Teste Papanicolaou versus intervenções (2004)

Resultado

Intervenção Grau I Grau II Grau III

Anomalia

/células

epiteliais

Negativo

com

inflamação

Não houve Intervenção 357 (86,02) 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00) 2 (100,00)

Repetição de citologia após

6 meses 1 (0,24) 19 (59,38) 0 (00,00) 1 (50,00) 0 (0,00)

Repetição de citologia após

1 ano 16 (3,86) 2 (6,25) 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00)

Repetição de citologia após

3 anos 41 (9,88) 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00) 0 (0,00)

Prescrição de terapêutica 0 (0,00) 11 (34,37) 1 (100,00) 1 (50,00) 0 (0,00)

Os dados deste quadro estão apresentados como número e percentagem

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- 141 -

3. REPRESENTAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Responderam aos questionários 26 Profissionais de Saúde, dos quais 18 (69,20%) eram

Enfermeiros e 8 (30,80%) Médicos.

3.1 CARACTERIZAÇÃO

Os Profissionais de Saúde apresentaram uma idade média de 38 anos com um desvio

padrão de 9 anos.

Quando analisámos a idade por profissão verificámos que os Enfermeiros possuíam uma

idade média menor do que os Médicos (34,7±8,8 anos versus 45,5±3,5 anos), conforme a

Figura 7.

MédicoEnfermeiro

Profissão

47,5

45,0

42,5

40,0

37,5

35,0

32,5

Méd

ia +

- 1

SE

da

Idad

e d

o r

esp

on

den

te (

ano

s)

Figura 7. Idade versus Profissão

No que respeita ao género, observámos que 7 (26,92%) eram do sexo “Masculino” e 19

(73,08%) do sexo “Feminino” (Figura 8).

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- 142 -

73,08%

26,92%

FemininoMasculino

Sexo do respondente

Figura 8. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Género

Em relação ao “Estado Civil dos Profissionais” verificámos que 4 (15,38%) eram

“Solteiros”, 20 (76,92%) eram “Casados/União Marital” e com igual frequência e

percentagem (1 - 3,85%) “Divorciado/Separado” e “Viúvo” (Figura 9).

ViúvoDivorciado/Sepa-rado

Casado/Uniãomarital

Solteiro

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Pe

rcen

tag

em

3,85%3,85%

76,92%

15,38%

Figura 9. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Estado Civil

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- 143 -

No que respeita à questão “Categoria Profissional” das 25 respostas dadas, 7 (28,00%)

corresponderam à de “Enfermeiro Graduado” e 6 (24,00%) à de “Enfermeiro”. A seguir a

estas emergiram as de “Enfermeiro Especialista” (3 – 12,00%), “Assistente Eventual de

Clínica Geral” (2 – 8,00%) e “Chefe de Serviço” (2 – 8,00%).

A distribuição dos Profissionais de Saúde por Categoria Profissional, encontra-se na

Tabela a seguir apresentada.

Tabela 8. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Categoria Profissional

Categoria Profissional N % Enfermeiro 6 24,00 Enfermeiro Graduado 7 28,00 Enfermeiro Especialista 3 12,00 Clínica Geral 1 4,00 Assistente de Clínica Geral 1 4,00 Assistente Eventual de Clínica Geral 2 8,00 Assistente Graduado 1 4,00 Médico de Família 1 4,00 Assistente Graduado de Clínica Geral 1 4,00 Chefe de Serviço 2 8,00 Total 25 100,00

Face à questão “Fez alguma especialidade”, obtivemos 25 respostas e verificámos que a

maioria (13 – 52,00%) respondeu “afirmativamente”, enquanto que 12 (48,00%) referiram

“não” ter especialidade, conforme podemos constatar na Figura 10.

48,0%52,0%

NãoSim

Especialidade

Figura 10. Distribuição dos Profissionais de Saúde por frequência de Especialização

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- 144 -

Relativamente à pergunta “Realização de algum tipo de especialização” verificámos que

5 (38,46%) se especializaram em “Clínica Geral”, 4 (30,78%) em “Saúde Comunitária”, 2

(15,38%) em “Medicina Geral e Familiar” e com o mesmo número e percentagem 1

(7,69%) em “Saúde Infantil e Pediátrica” e em “Medicina Familiar”, conforme podemos

observar na Figura 11.

Constatámos que todos os Médicos possuíam pelo menos uma especialidade enquanto

que apenas 5 (27,80%) Enfermeiros a detinham.

MedicinaGeral eFamiliar

MedicinaFamiliar

Clínica GeralSaúdeComunitária

Saúde Infantile Pediátrica

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Per

cen

tage

m

7,69%

30,78%

38,46%

7,69%

15,38%

Figura 11. Distribuição dos Profissionais de Saúde por área de Especialização

No que respeita ao “Tempo de Serviço na Profissão”, obtivémos duas respostas omissas,

tendo-se constatado que, aproximadamente, 42,00% dos Profissionais exerciam a

actividade profissional até 10 anos e que 91,67% dos Profissionais a exerciam, no

máximo, há 25 anos (Tabela 9).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 145 -

Tabela 9. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Tempo de Serviço na Profissão

Tempo de serviço na profissão (anos) N %

1-5 5 20,83 6-10 5 20,83 11-15 4 16,67 16-20 4 16,67 21-25 4 16,67 26-35 2 8,33 Total 24 100,00

Verificámos que, a maioria dos Profissionais de Saúde exerciam a sua actividade no serviço

actual há menos de 5 anos (57,69%) e que, aproximadamente, 85,00% deles trabalhavam

no mesmo há menos de 10 anos (Tabela 10).

Tabela 10. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Tempo de Exercício no Serviço

Actual

Tempo de Exercício no

Serviço Actual (anos) N %

<1 6 23,08 1-5 9 34,61 6-10 7 26,92 11-15 0 0,00 16-20 1 3,85 21-25 2 7,69 26-30 1 3,85 Total 26 100,00

No que respeita à questão “Serviço onde exercia actualmente a Profissão” (Figura 12),

observámos que 18 (69,23%) Profissionais exerciam a actividade na sede, do Centro de

Saúde de Barroselas e 5 (19,23%) exerciam-na na sede do Centro de Saúde de S Julião

de Freixo.

Nas Extensões de Saúde de Vitorino de Piães e de Alvarães trabalhavam 2 (7,69%) e 1

(3,85%), respectivamente, dos Profissionais de Saúde inquiridos.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 146 -

No total ao Centro de Saúde de Barroselas estavam afectos 20 profissionais e ao de S.

Julião de Freixo 6.

Extensão Vitorinode Piães, C.S. S.Julião de Freixo

Extensão deAlvarães, C.S.

Barroselas

C.S. S. Julião deFreixo

C.S. Barroselas

70,0%

60,0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Perc

en

tag

em

7,69%3,85%

19,23%

69,23%

Figura 12. Distribuição dos Profissionais de Saúde por Serviço onde exerciam a Profissão

3.2 EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Quando confrontados com a questão “O que pensa da EPS nos Cuidados de Saúde

Primários”, os Profissionais de Saúde responderam de acordo com a Tabela 11.

Tabela 11. Opinião sobre a EPS nos Cuidados de Saúde Primários

Opinião N %

Fundamental para melhorar a qualidade de vida 18 69,23

Base de funcionamento do Centro de Saúde 5 19,23

Adopção de comportamentos saudáveis 3 11,54

Total 26 100,00

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- 147 -

Verificámos que a maioria dos Profissionais (18 - 69,23%) afirmaram que a EPS nos

Cuidados de Saúde Primários era “Fundamental para a melhoria da qualidade de vida

das pessoas”. Seguidamente, surgiu a opinião de que esta era a “Base de funcionamento

do Centro de Saúde” (5 – 19,23%) e por último, a de que era uma forma de “Adopção de

comportamentos saudáveis” (3 – 11,54%).

Em relação à “Estratégia” que os Profissionais consideraram mais adequada para realizar

EPS, as respostas distribuíram-se de acordo com a Figura 13.

16,67%

8,33%

Todas asestratégias

Individual ougrupo

Atendimentogrupo

Conversainformal

Atendimentoindivídual

Educaçãocontinuada

12,50%

25,00%

25,00%

12,50%

Figura 13. Melhor estratégia para realizar EPS

A análise efectuada permitiu verificar que os Profissionais de Saúde apontaram diversas

estratégias para realizar EPS.

Constatámos que a “Educação Continuada” (25,00%) e as “Sessões Individuais ou em

grupo” (25,00%) foram as mais citadas pelos Profissionais, enquanto o “Atendimento em

grupo” foi considerado por 16,67% dos respondentes. Um grupo de Profissionais referiu

que “Todas as estratégias” e a “Conversa Informal” deviam ser usadas na realização de

EPS, com uma percentagem de 12, 50%, respectivamente. O “Atendimento Individual”

apenas foi citado por 8,33% dos Profissionais de Saúde.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 148 -

Quando questionados sobre “o contexto que consideravam mais apropriado para efectuar

EPS”, entre os Profissionais que responderam à questão (22 – 84,60%), as respostas

distribuíram-se, de acordo com a Figura 14.

Figura 14. Contexto mais apropriado para efectuar EPS

Assim, do total de respondentes, 11 (50,00%) foram de opinião que “Todos os contextos

são apropriados” para realizar EPS. A “Consulta de Enfermagem” foi o 2º contexto mais

citado, com 31,82%. As respostas com menor percentagem foram: “O local de trabalho” e

a necessidade de existir uma “Sala isolada”, com 4,55%, respectivamente.

Do total de inquiridos 4 (15,40%) não responderam.

Em termos da questão “No quotidiano da sua prática em que situações realizava EPS”

verificámos que 16 (61,53%) Profissionais realizavam EPS nos Cuidados de Saúde

Primários “Sempre que necessário”. As “Consultas Programadas” foram citadas por 8

(30,77%) Profissionais. As “Consultas de Saúde Escolar” e o “Centro de Saúde”, surgiram

com uma frequência e percentagem muito reduzida (1 - 3,85%), de acordo com a Tabela

12.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 149 -

Tabela 12. Situações em que era realizada EPS

Situação N %

Sempre que necessário 16 61,53 Consultas programadas 8 30,77 Consultas de Saúde Escolar 1 3,85 Centro de Saúde 1 3,85 Total 26 100,00

Em relação à questão “Nas actividades que realizava quais as temáticas que

frequentemente abordava” encontrámos 25 respostas válidas que se distribuíram de

acordo com a Figura abaixo apresentada.

Figura 15. Temáticas mais abordadas quando era realizada EPS

Os “Cuidados com a alimentação” constituiu o tema ao qual foi dada prioridade de

abordagem por 12 (48,00%) Profissionais. Seguiu-se o “Controle da Hipertensão Arterial”

(12)

(3)

(1)

(2)

(2)

(3)

(1) (1)

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 150 -

e “Depende do utente” manifestado por 3 (12,00%). O “Tabagismo” e “Vigilância de

Saúde”, foram referidos por 2 (8,00%) Profissionais, respectivamente.

Por último, com a mesma frequência e percentagem 1 (4,00%) emergiram os “Cuidados

de vida saudável” , a “Higiene” e as “Doenças Sexualmente Transmissíveis”.

Face aos “Objectivos” que os Profissionais possuíam quando realizavam EPS verificámos

que a maioria (53,85%) pretendia “Dotar os doentes de conhecimentos”. A “Prevenção de

doenças” (23,08%) e a “Melhoria da qualidade de vida dos doentes” (19,22%) foram duas

respostas bastante mencionadas. A “Tentativa de alteração de procedimentos” foi a

resposta menos apontada (3,85%), conforme a Figura 16.

Dotar o doentede

conhecimentos

Melhorar aqualidade de vida

Prevenirdoenças

Tentar alterarprocedimentos

60,0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

53,85%

23,08%

3,85%

19,22%

Figura 16. Objectivos dos Profissionais de Saúde quando realizavam EPS

No que concerne à questão sobre ”os resultados que os Profissionais de Saúde

esperavam obter com a EPS” verificámos que 13 (50,00%) pretendiam “Mudar atitudes”,

10 (38,50%) tinham como objectivo “Melhorar os comportamentos dos doentes” e 3

(11,50%) pretendiam “Diminuir a morbi-mortalidade” (Tabela 13).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 151 -

Tabela 13. Resultados Esperados com a EPS

Situação N %

Mudança de atitudes 13 50,00 Diminuir a morbi-mortalidade 3 11,50 Melhoria dos comportamentos 10 38,50 Total 26 100,00

3.3 OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE CANCRO

Os Profissionais foram confrontados com diversas questões sobre o Cancro. A primeira

pergunta colocada consistia em conhecer a “Opinião sobre o Cancro”. As respostas

distribuíram-se de acordo com a Figura 17.

Figura 17. Opinião sobre o Cancro

Dos 26 respondentes, 12 (46,15%) mencionaram que o “Cancro era uma doença grave”,

7 (26,92%) referiram que se tratava de uma “Patologia de gravidade variável” e 4

(12)

(7)

(4)

(2)

(1)

15,39%

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 152 -

(15,39%) atribuíram uma “Conotação negativa” a esta doença. As outras duas categorias

que emergiram foram “Doença degenerativa” (2 - 7,69%) e “Neoplasia Maligna” (1 -

3,85%).

No que respeita às “Circunstâncias em que os Profissionais realizavam EPS sobre o

Cancro”, entre os 25 respondentes, observámos que a maioria (15 - 60,00%) mencionou

as “Consultas programadas” e os restantes (10 - 40,00%) indicaram “Sempre que

necessário” (Figura 18).

60,0%

40,0%

Consultasprogramadas

Sempre quenecessário

Figura 18. Circunstância em que os Profissionais realizavam EPS sobre o Cancro.

Relativamente aos “Objectivos que esperavam quando faziam EPS sobre o Cancro”, 10

(38,46%) dos Profissionais responderam “a Prevenção”, 7 (26,92%) referenciaram

“Alertar e incentivar para o rastreio”. “Ajudar os doentes a lidar com a doença” e

“Melhorar a qualidade de vida dos mesmos” constituíram outros objectivos citados pelos

Profissionais, com 19,23% e 15,39%, respectivamente (Figura 19).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 153 -

Melhorar aqualidade de vida

PrevençãoAjudar osdoentes a lidarcom a doença

Alertar eincentivar para o

rastreio

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

38,46%

19,23%

26,92%

15,39%

Figura 19. Objectivos esperados quando realizavam EPS sobre o Cancro.

Em termos de “constrangimentos quando abordaram o Cancro”, a maioria dos

Profissionais de Saúde, 17 (65,40%), afirmaram que “Às vezes sentiam algum tipo de

constrangimento”, enquanto 9 (34,60%) referiram “Não sentir qualquer tipo de

constrangimento” (Figura 20).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 154 -

65,4%

34,6%

Ás vezesNão

Figura 20. Sentimento de constrangimento quando abordaram a temática do Cancro

Face à questão “Como reagiam as pessoas quando lhes falava sobre o Cancro” a

categoria mais mencionada foi “Medo e ansiedade” (11 – 42,31%), seguida de “Interesse

e Preocupação” (9 – 34,61%) e de “Alguma resistência” (5 – 19,23%). Na categoria de

“Normalidade” apenas foi incluído um respondente (1 – 3,85%), conforme a Tabela 14.

Na opinião dos Profissionais de Saúde a reacção das utentes quando lhes falavam sobre

esta temática era análoga à sua.

Tabela 14. Reacção das Utentes quando lhes falaram de Cancro

Reacção N %

Interesse e preocupação 9 34,61

Alguma resistência (“Isso só acontece aos outros”) 5 19,23

Medo e ansiedade 11 42,31

Normalidade 1 3,85

Total 26 100,00

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 155 -

Solicitámos aos Profissionais de Saúde para “referirem duas palavras que

representassem Cancro”, no entanto, do total (26), apenas 18 o fizeram. Para 13

simbolizava “Sofrimento/Dor", para 5 (19,23%) “Doença Mortal”, para 3 (11,54%)

“Dor/Agonia” e para 2 (aproximadamente 7,70%) “Doença Feroz”. Os restantes (1

Profissional para cada uma das representações) referiram-se ao Cancro como “Neoplasia

Maligna”, “Desafio/Azar” e “Medo/Esperança” com, respectivamente 3,85% (Figura 21).

Apenas, aproximadamente, 7,70% (3,85%+3,85%) dos respondentes atribuíram

significados de Esperança e Desafio.

3,85%

3,85%

3,85%

11,54%

19,23%

Neoplasiamaligna

Doença ferozDesafio/azarMedo/esperançaDor/agoniaDoença mortalSofrimento/Dor

50,00%

7,68%

Figura 21. Distribuição das respostas à questão “Palavras que representassem Cancro”

Em termos da questão “Teve ou tem na família ou grupo de amigos alguém com Cancro”,

constatámos que 18 (69,23%) dos 26 Profissionais responderam “Afirmativamente”, 7

(26,92%) referiram que “Não” e 1 (3,85%) indicou que “Não sabia” (Tabela 15).

(13)

(5)

(3)

(1)

(1)

(2)

(1)

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 156 -

Tabela 15. Existência de familiares/amigos com Cancro

Reacção N %

Sim 18 69,23 Não 7 26,92 Não sabe 1 3,85 Total 26 100,00

Os Profissionais que responderam ter familiares ou amigos com Cancro foram

questionados sobre essa influência no desempenho da EPS, tendo 11 (61,11%)

participantes referido que os tornou “Mais conscientes” e 3 (16,67%) “Mais disponíveis

para apoiar os doentes”. Apenas 4 (22,22%) mencionaram que “Não teve influência”

(Tabela 16).

Tabela 16. Influência da existência de Familiares ou Amigos com Cancro no

Desempenho da EPS

Reacção N %

Mais apoio aos doentes 3 16,67 Mais consciência 11 61,11 Não teve influência 4 22,22 Total 18 100,00

3.4 OPINIÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE O CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Em relação à questão “O que pensa sobre o Cancro do Colo do Útero” verificámos que

12 (46,16%) dos 26 Profissionais de Saúde foram de opinião que se o Cancro do Colo do

Útero for “Detectado Cedo é Curável”. As respostas “Fácil de Diagnosticar” e “Doença

Evitável” foram referidas, cada uma, por 4 (15,38%) Profissionais. Obtivémos, ainda as

seguintes respostas: “Doença Problemática” (3 - 11,54%); “Curável na maioria dos casos”

(2 - 7,69%); “A gravidade corresponde ao estado em que se detecta” (1 - 3,85%),

conforme a Figura 22.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 157 -

15,38%

11,54%

3,85%

7,69%

15,38%

Doença evitável

Doençaproblemática

Gravidadecorresponde aoestado em quese detecta

Curável namaioria doscasos

Se detectadocedo é de fáciltratamento

Fácil dediagnosticar

46,16%

Figura 22. Distribuição da opinião dos Profissionais sobre o Cancro do Colo do Útero

As respostas obtidas dos Profissionais à questão: “Estratégias para a profilaxia do

Cancro do Colo do Útero” foram agrupadas nas categorias apresentadas na Figura 23.

3,85%

7,69%

15,38%

15,38%

15,38%

Seguimentoadequado

Citologia anual

Obrigatoriedadede cumprimentodas orientaçõesda DGS

Informação

Incentivo àsconsultas

Rastreio

42,32%

Figura 23 Estratégias para a Profilaxia do Cancro do Colo do Útero

(11)

(4)

(4)

(4)

(1) (2)

(12)

(4) (4)

(3)

(2) (1)

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 158 -

O “Rastreio” foi a resposta mais mencionada pelos Profissionais de Saúde [11, (42,32%)],

seguindo-se o “Incentivo às consultas”, a “Informação” e a “Obrigatoriedade de

cumprimento das orientações da DGS” [4, (15,38%), respectivamente]. A “Citologia

Anual”, como estratégia para a profilaxia do Cancro do Colo do Útero, apenas foi referida

por 2 (7,69%) dos Profissionais e o “Seguimento adequado” por 1 (3,85%).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 159 -

4. ACTIVIDADES EDUCATIVAS INDIVIDUAIS ÀS UTENTES

Abordaram-se 257 mulheres, das quais 69 recusaram colaborar nesta actividade por

diversos motivos. Estas foram excluídas, pelo que a população alvo, neste caso, ficou

constituída por, apenas, 188 mulheres.

A análise dos factores apresentados pelas utentes para não acederem à EPS permitiu

verificar que foram poucos os motivos relacionados com a falta de tempo. Grande parte

deles estava associado a crenças e a ideias pré-concebidas sobre o Cancro, bem como à

relação entre idade, nível de escolaridade e o “medo” de não entenderem o que se iria

abordar, referindo que face à sua idade já não teria interesse alterar ou adoptar

comportamentos.

4.1 CARACTERIZAÇÃO

A idade das utentes situou-se entre os 18 e os 78 anos, apresentando uma média de

44,2 anos e um desvio padrão de 15,62 anos.

O grupo etário dos “35 – 39 anos” foi o que surgiu com mais representatividade (22 –

11,70%), seguido dos grupos “≤ 25 anos” (21 – 11,17%) e “40 – 44 anos” (21 – 11,17%).

Os grupos etários entre os “25 – 29”, “55 – 59”, “60 – 64” e “igual ou superior a 65 anos”

de idade surgiram depois, com igual frequência e percentagem (20 – 10,64). Os grupos

menos representados apresentavam idades compreendidas entre os “45 – 54 anos” (13 –

6,91%, para cada um dos subgrupos etários).

Na Tabela 17 apresentámos a distribuição das utentes por grupo etário.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 160 -

Tabela 17. Distribuição das Utentes por Grupo Etário

Grupo Etário (anos) N %

≤≤≤≤ 25 21 11,17 25 – 29 20 10,64 30 – 34 18 9,57 35 – 39 22 11,70 40 – 44 21 11,17 45 – 49 13 6,91 50 – 54 13 6,91 55 – 59 20 10,64 60 – 64 20 10,64 ≥≥≥≥ 65 20 10,64

Total 188 100,0

Relativamente ao Estado Civil as mulheres casadas foram as mais representadas nesta

actividade educativa. Assim, da totalidade das utentes (188), 126 (67,03%) eram

“Casadas”, 28 (14,89%) eram “Solteiras”, 21 (11,17%) “Viúvas”, 7 (3,72%) “viviam em

União Marital” e, finalmente, 6 (3,72%) eram “Divorciadas/Separadas” (Figura 24).

11,17%

3,19%

3,72%

14,89%

Viúva

Divorciada /Separada

União maritalCasadaSolteira

67,03%

Figura 24. Distribuição das Utentes por Estado Civil

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 161 -

A Figura 25 permitiu verificar que o nível de escolaridade mais representado foi “até à 4ª

classe”, 76 (40,64%). Possuíam um nível de escolaridade entre o “5º e o 9º ano” 55

(29,41%) utentes, 21 (11,23%) “Não sabiam ler/escrever”, 18 (9,63%) tinham um nível de

escolaridade entre o “10º e o 12º ano” e, finalmente, 18 (9,09%) possuíam “Nível Superior

ao 12º ano”.

Superior ao12º Ano

Entre o 10º eo 12º Ano

Entre o 5º e o9º Ano

Até à 4ªclasse

Não sabe ler/ escrever

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

9,09%9,63%

29,41%

40,64%

11,23%

Figura 25. Distribuição das Utentes por Nível de Escolaridade

O grupo profissional predominante nas actividades individuais foi o das “Domésticas” (43

– 22,87%). Participaram em frequência e percentagem considerável as pertencentes ao

grupo dos “Operários artífices e trabalhadores similares” (37 – 19,68%) e ao dos

“Agricultores e trabalhadores qualificados da Agricultura/Pescas” (25 – 13,30%), bem

como ao do “Pessoal dos serviços e vendedores” (22 – 11,70%). Os restantes grupos

profissionais apresentaram uma menor participação: “Trabalhadores não qualificados” (17

– 9,04%); “Pessoal Administrativo e Similares” (16 – 8,51%); “Especialistas das

profissões intelectuais e científicas” (12 – 6,38%); Estudantes (11 – 5,85%); “Operadores

de Instrumentos e máquinas e trabalhadores de montagem” (5 – 2,66%), conforme

Tabela 18.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 162 -

Tabela 18. Distribuição das Utentes por Profissão

Profissão N %

Especialistas das profissões intelectuais e cientificas

12 6,38

Pessoal Administrativo e Similares

16 8,51

Pessoal dos serviços e vendedores

22 11,70

Agricultores e trabalhadores qualificados da agricultura e pescas

25 13,30

Operários, artífices e trabalhadores similares

37 19,68

Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem

5 2,66

Trabalhadores não qualificados

17 9,04

Doméstica

43 22,87

Estudante

11 5,85

Total 188 100,00

Verificámos um maior número e percentagem de adesão às actividades de EPS nas

sedes, isto é, em Barrroselas (96 – 51,06%) e em S. Julião de Freixo (48 – 25,53%),

conforme se pode observar na Tabela 19.

Em Alvarães e Vitorino de Piães apenas aderiram à actividade 24 (12,77%) e 20

(10,64%) utentes, respectivamente.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 163 -

Tabela 19. Distribuição das Utentes por Centros/Extensão de Saúde

Centro de Saúde ou

Extensão de Saúde N %

Barroselas 96 51,06 S. Julião de Freixo 48 25,53 Alvarães 24 12,77 Vitorino de Piães 20 10,64 Total 188 100,00

4.2 ABORDAGEM DO CANCRO NO CENTRO DE SAÚDE

Face à questão “Já alguma vez lhe falaram do Cancro no Centro de Saúde” as respostas

das 188 utentes que aceitaram ser alvo da EPS distribuíram-se de acordo com a Figura

26.

Verificámos que 117 (62,23%) das 188 mulheres “nunca foram” abordadas no Centro de

Saúde para falar sobre a temática Cancro e, apenas, 71 (37,77%) o “foram”. Nenhuma

utente assinalou “não se lembrar”.

NãoSim

70,0%

60,0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

62,23%

37,77%

Figura 26. Abordagem do Cancro no Centro de Saúde

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 164 -

Das mulheres que responderam afirmativamente à questão anterior observámos que 29

(40,84%) referiram que foi o “Enfermeiro (a)” quem mais lhes falou do Cancro no Centro

de Saúde. “O Médico (a) juntamente com o Enfermeiro (a)” foi a opção que surgiu em

segundo lugar (28 – 39,44%), seguido do “Médico (a)” (14 – 19,72%), de acordo com a

Tabela 20.

Tabela 20: Profissional de Saúde que abordou o Cancro no Centro de Saúde

Profissional de Saúde N %

Médico 14 19,72 Enfermeiro (a) 29 40,84 Médico (a) e Enfermeiro (a) 28 39,44 Total 71 100,00

Relativamente à questão “Com que objectivo (s) falaram do Cancro”, face à totalidade de

respostas a alternativa mais assinalada foi “Explicar a importância de fazer rastreio” (35 -

55,61%), seguida de “Informar sobre as medidas preventivas” (28 - 45,20%) e “Dar a

conhecer os factores de risco” (18 - 29,02%). “Explicar a necessidade de fazer outros

exames” constituiu uma opção apontada com um número de 10 e uma percentagem de

16,13%. Constatámos, ainda, que “Informar sobre estilos de vida saudáveis” foi pouco

referenciado pelas utentes (6 - 9,50%). Por último, foram assinaladas com números e

percentagens as opções “Informar que tinha Cancro” e “Informar dos tratamentos

existentes para o Cancro” com 5 (8,09%) e 3 (4,78%), respectivamente.

Face às alternativas propostas, os números e percentagens de respostas foram os

apresentados na Tabela 21. Do total das 71 mulheres 9 não responderam a esta questão.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 165 -

Tabela 21. Objectivos com que foi abordado o Cancro

Objectivos N %

Informar sobre estilos de vida saudáveis 6 9,50

Informar sobre as medidas preventivas 28 45,20

Dar a conhecer os factores de risco 18 29,02

Explicar a importância de fazer rastreios 35 55,61

Explicar a necessidade de fazer outros exames 10 16,13

Informar que tinha Cancro 5 8,09

Informar dos tratamentos existentes 3 4,78

Outro objectivo 16 25,00

As respostas das 71 utentes à questão “Onde lhe falaram do Cancro no Centro de

Saúde”, face às alternativas colocadas, foram as apresentadas na Tabela 22.

O “gabinete de Enfermagem” foi o local mais referenciado pelas mulheres (44 - 62,04%),

seguindo-se a “consulta Médica” com 34 (47,92%). De referir que, apenas, 3 (4,17%)

utentes mencionaram já ter assistido a “Sessão específica sobre Cancro” no Centro de

Saúde. Algumas mulheres assinalaram mais do que uma alternativa de resposta.

Tabela 22. Local onde ouviram falar do Cancro no Centro de Saúde

Local N %

Consulta Médica 34 47,92

Gabinete de Enfermagem 44 62,04

Sessão específica sobre Cancro

3 4,17

4.3 EXISTÊNCIA DE FAMILIAR COM CANCRO

A distribuição das respostas das utentes relativamente à questão “Teve ou tem algum

familiar com Cancro” encontra-se na Figura 27.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 166 -

Verificámos que 110 (58,51%) utentes “Tinham ou tiveram algum familiar com Cancro”,

52 (27,66%) assinalaram “Não ter tido”, as restantes, 45 (13,83%) afirmaram que “Não

sabiam”.

13,83%

27,66% 58,51%

Não sabeNãoSim

Figura 27. Antecedentes ou Presença de Familiares com Cancro

4.4 REPRESENTAÇÃO SOBRE CANCRO

Face às alternativas colocadas sobre “a opinião acerca do Cancro”, as respostas das 188

utentes, distribuíram-se de acordo com a Tabela 23.

A mais assinalada foi de que “Provoca muito sofrimento e dor”, (173 - 92,02%), seguida

de «Se for “descoberta” cedo pode ser tratada» (154 - 81,91%) e de “Leva sempre à

morte” (144 – 60,64%).

A alternativa “Não tem cura” surgiu com um número de 77 respostas e uma percentagem

de 40,96%. A opção “Pode ser evitada” foi indicada 34 vezes (18,09%).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 167 -

Foram apontadas, ainda as alternativas de resposta “É contagiosa” (22 – 11,70%), “Não

há tratamento” (21 – 11,17%) e “Não há medicamentos para aliviar as dores” (19 –

10,11%).

Tabela 23. Opinião das Utentes sobre o Cancro

Opinião N %

É contagiosa 22 11,70 Não tem cura 77 40,96 Se for “descoberta” cedo pode ser tratada 154 81,91 Leva sempre à morte 114 60,64 Provoca muito sofrimento e dor 173 92,02 Não há medicamentos para aliviar as dores 19 10,11 Não tem tratamento 21 11,17 Pode ser evitada 34 18,09 Outra 100 53,19

4.5 IMPORTÂNCIA ATRIBUÍDA À EPS SOBRE O CANCRO

Relativamente à questão “O que pensa da Educação para a Saúde sobre o Cancro”, face

às alternativas colocadas, as respostas referentes a 188 respondentes distribuíram-se

conforme a Tabela 24.

A maioria das mulheres, 102 (54,25%), considerou que a EPS sobre o Cancro era “Muito

importante”, 56 (29,79%) afirmaram que era “Importante” e 19 (10,11%) referiram que

“Não era importante nem pouco importante”. Uma pequena percentagem (3,19% - 6),

mencionou que a EPS sobre o Cancro era ”Pouco importante” e verificámos, ainda, que 5

(2,66%) utentes seleccionaram a opção “Nada importante”.

As justificações emitidas pelas utentes estavam de acordo com a opinião relativamente

ao nível de importância atribuído à EPS, isto é, as que consideraram ser muito importante

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 168 -

ou importante referiram que tinha interesse adquirir conhecimentos sobre o assunto para

fazer prevenção, enquanto que as que assinalaram os outros níveis de importância

manifestaram não ter interesse pois “pouco ou nada havia a fazer face ao tipo de

doença”.

Tabela 24. Opinião das Utentes acerca da EPS sobre o Cancro

Opinião N %

Muito importante 102 54,25

Importante 56 29,79

Nem importante nem pouco importante 19 10,11

Pouco importante 6 3,19

Nada importante 5 2,66

4.6 ÁREAS DE INTERESSE PARA AS UTENTES RELACIONADAS COM CANCRO

Face à questão “o que gostaria de saber sobre o Cancro” apresentámos as frases

significativas (Quadro 9).

QUADRO 9. Opinião das Utentes sobre o que gostariam de saber sobre Cancro

Frases significativas N Quando fazer exames de rastreio 2 Factores de risco do cancro 2 Tudo é importante - Não sei especificar 41 Saber se tenho cancro 2 Como surge o cancro 8 Não sei. Não me lembro 26 Prefiro não saber nada 5 Medidas preventivas do cancro 17 Para que serve a cintilografia óssea 1 Nada de especial 6 Saber se é contagiosa 2 Conhecer sintomas 4 Saber se tem cura e se se pode prevenir 1 Prevenção e tratamento 2 Evito pensar no cancro 1 Tratamento 2 Se já há cura 7 Causas do cancro do estômago 1 Cancro da mama 4 O que é o cancro 1 Factores de risco e medidas preventivas 8 Não gosto de falar disso 4

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 169 -

QUADRO 9. Opinião das Utentes sobre o que gostariam de saber sobre Cancro (continuação)

Frases significativas N

Origem do cancro e prevenção 1 Medidas preventivas e exames a fazer 1 O que fazer para não voltar a ter cancro 1 O que fazer para não ter cancro 3 Como descobrir antes dele aparecer 1 Saber alguma coisa que ajudasse a não ter cancro 1 Tudo, mas porque alguns cancros não são tratados nos hospitais próprios 1 Não gostava de saber nada porque tenho medo 1 Origem do Cancro 1 Prevenção e predisposição familiar 1 Não gosto de ouvir falar 2 Se é verdade que o cancro é hereditário 1 Cuidados a ter 1 Medidas Preventivas e factores de risco 1 Como aparece e os sintomas 1 Prevenção 3 Cuidados a ter para não ter Cancro e sintomas 4 Se o Cancro do Colo do Útero se " pega" 1 Tudo – Não sei especificar 1 Se por a minha mãe e irmã terem tido cancro eu também posso ter 1 Se se pode evitar 1 Prevenção e cura 1 Tudo, principalmente porque morre tanta gente com Cancro do Colo do Útero 1 Porque morre tanta gente e os tratamentos não são tão eficazes 1 Como prevenir; se isso é possível. Tenho dúvidas 1 Sintomas e se se pode prevenir 1 Não gosto de ouvir falar dessa doença ruim 1 Nada de especial, a não ser se é contagiosa 1 Não gosto muito de ouvir falar dessa doença 1 Estilos de vida saudável e cancro 1 Rastreio existente para os vários cancros 1 Se depois dos tratamentos e operação que fiz ao útero vou ficar bem 1 Como evitar e exames a fazer 1 Total 188

4.7 CONHECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Na análise que se segue pretendemos fazer uma comparação entre as respostas das

utentes antes e depois da Actividade Individual de Educação para a Saúde sobre o

Cancro do Colo do Útero.

Face à questão colocada “Ouviu falar em EPS sobre Cancro do Colo do Útero”, antes da

actividade educativa, as respostas das 188 mulheres inquiridas distribuíram-se conforme

a Figura 28.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 170 -

Não se lembraNãoSim

100,0%

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

2,13%12,23%

85,64%

Figura 28. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero Antes EPS

Verificámos, assim, que 161 (85,64%) das 188 utentes inquiridas “Já tinham ouvido falar”

do Cancro do Colo do Útero, que 23 (12,23%) “Nunca tinham ouvido falar” e, finalmente,

4 (2,13%) “Não se lembravam” se já tinham ouvido falar do mesmo.

Após a actividade de EPS, os resultados distribuíram-se do modo apresentado na Figura

29.

Verificámos um aumento das respostas afirmativas nos resultados após a actividade

educativa, com 187 (99,47%) das 188 utentes a afirmar que “Já ouviram falar” no Cancro

do Colo do Útero. No entanto, constatámos que ainda houve uma 1 (0,53%) utente que

disse “Nunca ter ouvido falar” do Cancro, apesar de ter assistido à actividade.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 171 -

NãoSim

100,0%

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Pe

rcen

tag

em

0,53%

99,47%

Figura 29. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero Após EPS

Quando questionadas sobre “Quem falou com mais frequência do Cancro do Colo do

Útero”, as respostas das utentes, antes e depois da actividade de EPS, distribuíram-se

conforme a Tabela 25. É de notar que algumas mulheres assinalaram mais do que uma

alternativa de resposta.

Das 161 mulheres que, antes da actividade de EPS, afirmaram já ter ouvido falar do

Cancro do Colo do Útero, 9 (5,59%) referenciaram o “Médico (a)” como a pessoa que

mais lhes falou sobre este assunto, 32 (19,88%) assinalaram o “Enfermeiro (a)” e 23

(14,29%) o “Médico Particular”. “O Médico (a) juntamente com o Enfermeiro (a)” foi

registado por 16 (9,94%) e, finalmente, 97 (60,25%) mulheres seleccionaram a opção

“Outro”.

A opção “Outro” englobou várias possibilidades, algumas delas mencionadas mais do

que uma vez.

Após a análise de conteúdo efectuada encontrámos as seguintes categorias:

� Escola � 16

� Centro de Saúde � 4

� Hospital � 5

� Folhetos e Panfletos � 3

� Familiares � 3

� Amigos/Vizinhos � 2

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 172 -

� Literatura � 2

� Médico no estrangeiro � 1

� Clínica Privada � 1

� Transportes Públicos � 1

No que respeita às respostas obtidas no final da actividade educativa, observámos que,

das 188 utentes que afirmaram “Já ter ouvido falar do Cancro do Colo do Útero”, 169

(89,90%) referenciaram a opção “Outro” como resposta à questão “Quem falou com mais

frequência do Cancro do Colo do Útero”. A análise de conteúdo efectuada permitiu

verificar que 118 mulheres associaram à opção “Outro” a alternativa “Nesta sessão”.

Tabela 25. Profissional de Saúde que falou com mais frequência do Cancro do Colo do

Útero

N %

“Sujeito” 1º Questionário 2ºQuestionário 1ºQuestionário 2º Questionário

Médico(a) 9 7 5,59 3,72

Enfermeiro(a) 32 27 19,88 14,36

Médico(a) e Enfermeiro(a) 16 15 9,94 7,98

Médico(a) Particular 23 20 14,29 10,64

Outro 97 169 60,25 89,89

Relativamente à pergunta “Onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero”, antes da EPS,

face às alternativas colocadas, responderam 161 utentes (Tabela 26).

A “Televisão” constituiu a maior fonte de informação, uma vez que 124 (77,02%) em 161

mulheres referiram ter ouvido falar do Cancro do Colo do Útero neste meio de

comunicação. Os “Amigos/vizinhos” constituíram a segunda opção mais seleccionada

(107 – 66,46%). Observámos que 70 (43,48%) utentes mencionaram ter lido sobre o

Cancro do Colo do Útero em “Revistas/jornais”. O “Centro de Saúde” e “Em sessão

específica sobre cancro” foi indicado por 61 (37,89%) e 14 (8,70%) utentes,

respectivamente.

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- 173 -

O “Médico Particular” (28 – 17,39%) e o “Hospital” (19 – 11,80%) foram menos

referenciados, comparativamente a outras opções de resposta.

É de notar que algumas mulheres assinalaram mais do que uma alternativa.

Tabela 26. Local onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)

Local N %

Centro de Saúde 61 37,89

Hospital 19 11,80

Médico Particular 28 17,39

Revistas/Jornais 70 43,48

Amigos/Vizinhos 107 66,46

Televisão/Rádio 124 77,02

Sessão específica sobre

cancro 14 8,70

Outro 37 22,98

No final da actividade, relativamente à mesma questão, onde foi acrescentada a

alternativa “Nesta sessão”, verificámos que o número de respostas obtidas aumentou e

os resultados foram os apresentados na Tabela 27. É de notar que muitas mulheres

assinalaram mais do que uma alternativa.

A “actual sessão” constituiu a maior fonte de informação, tendo obtido 182 respostas

(96,81%).

A “Televisão/Rádio” (117 – 62,23%), os “Amigos/Vizinhos” (94 – 50,00%) e as

“Revistas/Jornais” (69 – 36,70%), embora tivesse diminuído o número de respostas e

percentagens continuaram a ser importantes fontes de informação.

O “Centro de Saúde”, o “Médico Particular” e o “Hospital” apresentaram números de 67

(35,64%), 27 (14,36%) e 18 (9,57%), respectivamente.

A “Sessão específica sobre cancro” foi a menos assinalada (12 – 6,38%).

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- 174 -

Tabela 27. Local onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Após EPS)

Local N %

Centro de Saúde 67 35,64

Hospital 18 9,57

Médico Particular 27 14,36

Revistas/Jornais 69 36,70

Amigos/Vizinhos 94 50,00

Televisão/Rádio 117 62,23

Sessão específica sobre cancro 12 6,38

Nesta sessão 182 96,81

Outro 29 15,43

4.8 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO

No que concerne à questão “O que pensa do Cancro do Colo do Útero”, no 1º

questionário, face às alternativas propostas, os números e percentagens de respostas

foram os que apresentámos na Tabela 28.

A resposta mais seleccionada foi “a doença se diagnosticada precocemente pode ser

tratada e curada” (120 – 64,17%).

A 2ª opção foi “Não tem opinião” com 41 respostas (21,93%).

A 3ª e 4ª alternativas foram “Doença que não tem cura” e “Doença que não se pode

prevenir”, com 24 (12,83%) e 23 (12,30%) respostas, respectivamente.

Por último, surgiu “Não há exames para diagnosticar” (15 – 8,02%).

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- 175 -

Tabela 28. Opinião das Utentes sobre o Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)

Opinião N %

Doença que não se pode prevenir 23 12,30

Doença que não tem cura 24 12,83

Não há exames para diagnosticar 15 8,02

Se diagnosticada precocemente pode ser tratada e curada

120 64,17

Não tem opinião 41 21,93

Após a sessão, no questionário final, as respostas distribuíram-se da forma apresentada

na Tabela 29.

A resposta mais vezes assinalada continuou a ser “a doença se diagnosticada

precocemente pode ser tratada e curada” (186 – 98,94%).

Após a actividade educativa, “Doença que não se pode prevenir” e “Doença que não tem

cura” apenas apresentaram números de 2 (1,06%) e 1 (0,53%), respectivamente.

Surgiu uma única resposta “Não tem opinião” (0,53%).

De salientar, que a alternativa “Não há exames para diagnosticar” não foi assinalada.

Tabela 29. Opinião das Utentes sobre o Cancro do Colo do Útero (Após EPS)

Opinião N %

Doença que não se pode prevenir 2 1,06

Doença que não tem cura 1 0,53

Não há exames para diagnosticar 0 0,00

Se diagnosticada precocemente pode ser tratada e curada

186 98,94

Não tem opinião 1 0,53

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- 176 -

1,06%

98,94%

NãoSim

4.9 FACTORES QUE PODEM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO

ÚTERO

Relativamente ao “Conhecimento dos factores que podiam levar ao aparecimento deste

Cancro” constatámos que antes da actividade (Figura 30 a) e para um total de 188

respondentes (100,00%), 95 (50,53%) referiram conhecer e 93 (49,47%) desconhecer.

No final (Figura 30 b) para o mesmo total de utentes, 196 (98,94%) responderam

afirmativamente e 2 (1,06%) assinalaram que não conheciam.

49,47% 50,53%

NãoSim

a) Antes EPS b) Após EPS

Figura 30. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do

Útero

Antes da actividade surgiram os factores registados na Tabela 30.

Verificámos que os mais evocados foram as “Doenças Ginecológicas” (41 – 43,16%), a

“Promiscuidade Sexual” (30 – 31,58%) e as “Doenças Sexualmente Transmissíveis” (12 –

12,63%).

A “Falta de Vigilância Médica” e “Ter muitos Filhos” apareceram em 4º e 5º lugar, com 5

(5,26%) e 4 (4,21%) respostas, respectivamente.

Por fim, mencionaram “Muitas Causas” (2 – 2,11%) e “Higiene Íntima Precária” (1 –

1,05%).

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- 177 -

Tabela 30. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero

(Antes EPS)

Factores N %

Doenças Sexualmente Transmissíveis 12 12,63

Falta de Vigilância Médica 5 5,26

Higiene Íntima Precária 1 1,05

Promiscuidade Sexual 30 31,58

Doenças Ginecológicas 41 43,16

Ter muitos Filhos 4 4,21

Muitas Causas 2 2,11

Após a actividade educativa foram referidos os factores apresentados na Tabela 31.

As utentes apontaram como principais factores as “Doenças Ginecológicas” (54 –

32,93%), a “Promiscuidade Sexual” (40 – 24,39%), “Relações Sexuais sem Protecção”

(21 – 12,80%) e “Falta de Higiene” (20 – 12,20%). Registaram ainda “Ter Filhos em

Idades Precoces” (13 – 7,93%), “Não Fazer Prevenção” (7 – 4,27%) e “Doenças

Sexualmente Transmissíveis” (6 – 3,66%).

Finalmente, foram referidas a “Ausência de Vigilância Médica periódica” (2 – 1,22%) e

“Muitas Causas” (1 – 0,61%).

Tabela 31. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero

(Após EPS)

Factores N %

Doenças Ginecológicas 54 32,93

Relações Sexuais sem Protecção 21 12,80

Promiscuidade Sexual 40 24,39

Doenças Sexualmente Transmissíveis 6 3,66

Ausência de Vigilância Médica periódica 2 1,22

Falta de Higiene 20 12,20

Ter Filhos em Idades Precoces 13 7,93

Não fazer Prevenção 7 4,27

Muitas causas 1 0,61

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- 178 -

Comparando as Tabelas 30 e 31 verificámos um aumento do número de respostas, do

início para o final da actividade, no que concerne às “Doenças Ginecológicas” (41 � 54),

à “Promiscuidade Sexual” (30 � 40) e à “Falta de Higiene” (5 � 20). Existiu, também,

uma diminuição relativamente às “Doenças Sexualmente Transmissíveis” (20 � 6) e à

“Ausência de Vigilância Médica” (5 � 2).

4.10 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA

Face à questão se “Já alguma vez tinham efectuado a citologia”, antes da EPS, 133

(70,74%) mulheres referiram que “Sim”, 49 (26,07%) responderam que “Não” e 6 (3,19%)

“Não Sabiam/Não se Lembravam” (Figura 31 a).

Após a EPS, 143 (76,06%) mulheres mencionaram que “Sim”, 42 (22,34%) que “Não” e 3

(1,60%) “Não Nabiam/Não se Lembravam”, conforme a Figura 31 b).

Não sabe / Não selembra

NãoSim

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Per

cent

agem

3,19%

70,74%

26,07%

a) Antes EPS b) Após EPS

Figura 31. Realização da Citologia

A percentagem de mulheres que afirmaram já ter realizado uma citologia aumentou do

questionário antes da actividade para o questionário após a actividade (70,74% -

76,06%).

Não sabe / Não selembra

NãoSim

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

22,34%

76,06%

1,60%

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 179 -

Após a EPS das 188 respondentes 143 realizaram citologia, conforme Quadro 10.

O grupo etário com maior número de citologias realizadas situou-se entre os “30-34 anos”

de idade (18 - 100,00%) e “35-39 anos” de idade (22 - 100,00%), seguido do grupo entre

os “40-44 anos” (20 - 95,24%). Em 3º lugar surgiu o grupo dos “25-29 anos” (19 -

95,00%). Os grupos “50-54” e “45-49 anos” de idade apresentaram números de 12

(92,31%) e 11 (84,62%), respectivamente.

Com uma percentagem de 80,00% realizaram citologia 16 mulheres com idades

compreeendidas entre os “55-59 anos” de idade.

Os grupos com idades entre os “60-64 anos” e “≥≥≥≥ 65 anos” obtiveram igual número e

percentagem (9 - 45,00%).

Com menor número e percentagem de realização de citologia situou-se o grupo “≤ 25

anos” (7 - 33,33%).

Quadro 10. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que realizaram Citologia

Grupo Etário (anos) N de mulheres N de mulheres que

realizaram a citologia

% de mulheres que realizaram a

citologia ≤≤≤≤ 25 21 7 33,33

25 - 29 20 19 95,00 30 - 34 18 18 100,00 35 - 39 22 22 100,00 40 - 44 21 20 95,24 45 - 49 13 11 84,62 50 - 54 13 12 92,31 55 - 59 20 16 80,00 60 - 64 20 9 45,00

≥≥≥≥ 65 20 9 45,00

Total 188 143

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 180 -

4.11 INDICAÇÃO DA CITOLOGIA

A distribuição, relativamente à possibilidade de respostas, antes e após a actividade foi a

que se pode observar na Tabela 32.

Após a actividade houve um aumento significativo na 2ª opção de resposta “Diagnosticar

precocemente o cancro” (96 � 187). Nas restantes opções verificámos uma diminuição:

“Evitar o cancro” (46 � 5); “Tratar o cancro” (4 � 0); “Não tem interesse fazer este

exame” (2 � 0).

Observámos que antes da actividade existiam 42 (22,34%) mulheres que “Não tinham

opinião” e após a mesma esta alternativa não foi assinalada (0 - 0,00%).

Tabela 32. Utilidade da Citologia

N %

Factores Antes EPS Após EPS Antes EPS Após EPS

Evitar o cancro 46 5 24,47 2,66 Diagnosticar precocemente

o cancro 96 187 51,06 99,47

Tratar o cancro 4 0 2,13 0,00 Não tem interesse 2 0 1,06 0,00 Não tem opinião 42 0 22,34 0,00 Tem outra indicação 66 40 35,11 21,28

Para um total de 143 utentes que realizaram citologia obtivemos um total de 156

respostas. A distribuição, relativamente à possibilidade de respostas, foi a que consta na

Tabela 33.

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- 181 -

A maioria realizou a citologia no “Centro de Saúde” (112 – 78,32%). O “Médico Privado”

(33 – 23,08%) foi a segunda opção das mulheres. A última alternativa seleccionada foi o

“Hospital” (11 - 7,96%).

Tabela 33. Local onde habitualmente efectuava a Citologia

Local N %

Centro de Saúde 112 78,32 Hospital 11 7,96 Médico Privado 33 23,08

4.12 PERIODICIDADE DE REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA

Quando questionámos as 143 mulheres sobre a “Frequência com que costumavam

efectuar a citologia”, apesar de apenas termos previsto oito opções de resposta,

verificámos as apresentadas na Figura 32.

Um grande número de mulheres realizou este exame “Uma vez por ano” (54 – 37,76%).

As respostas “Só fez uma vez” (19 – 13,29%) e “Fez citologia de seis em seis anos” (18 –

12,59%) apareceram como segunda e terceira opção. De seguida surgiu “Fez citologia de

três em três anos” (15 – 10,49%) e “Dependeu do resultado” (13 – 9,09%).

“Fez citologia de 6 em 6 meses” obteve uma percentagem de 6,29% (9 mulheres).

Surgiram, de seguida, quatro mulheres que referiram efectuar citologia “2 vezes”, “Há

mais de cinco anos” e “Há mais de três anos”, com igual percentagem (2,80%).

Duas mulheres “Não sabiam” (1,40%) há quanto tempo não realizaram o exame.

Finalmente, uma mulher (0,70%) referiu que a frequência de efectuar citologia era muito

“variável”.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 182 -

4.13 DATA DA ÚLTIMA CITOLOGIA

À questão “Quando fez o último exame”, para um total de 143 utentes que responderam,

verificámos a distribuição apresentada na Figura 33.

O maior número e percentagem de mulheres realizou a última citologia no ano “2003” (53

- 37,06%). No ano “2002” tinham-na efectuado 29 (20,28%) utentes. Nos anos “2001” e

“2004” o número e a percentagem mantiveram-se iguais (14 – 9,79%). Nos “anos

anteriores a 2000 (1996, 1997 e 1998)” apenas uma mulher (0,70%) realizou citologia, à

excepção de 1999, em que existiu um ligeiro aumento (9 – 6,29%), relativamente ao ano

2000 (7 – 4,90%).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 183 -

Um número e percentagem significativo de mulheres “Não se Lembrava/ Não Sabia a

Data da Última Citologia” (14 – 9,79%).

Nãosabe /Não selembra

Ano2004

Ano2003

Ano2002

Ano2001

Ano2000

Ano1999

Ano1998

Ano1997

Ano1996

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Pe

rcen

tag

em

4,9%6,29%9,79%

37,06%

20,28%

9,79% 9,79%0,70% 0,70% 0,70%

Figura 33. Ano de realização da última Citologia

Quando questionadas sobre “o resultado da citologia” as respostas das 143 utentes que

referiram tê-la efectuado distribuíram-se de acordo com a Figura 34.

A maioria dos resultados das citologias foram “Grau I” (88 – 61,82%). O “Grau II” foi

assinalado por 12 (8,33%) utentes e o “Grau V” por 1 (0,69%). Ninguém referiu ter

resultados Grau III e IV.

Uma utente registou “Aguardar o resultado” (0,69%) e 41 (28,47%) “Não sabiam o

resultado do exame”, pelo que, no total, eram 42 utentes que não sabiam o resultado.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 184 -

0,69%

28,47%

0,69%

8,33%

Aguardaresultado

Não sabeGrau VGrau IIGrau I

61,82%

Figura 34. Resultado da Citologia

4.14 AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE DE EPS

No final da EPS a distribuição da opinião das 188 utentes sobre a mesma pode observar-

se na Tabela 34, com um total de 376 respostas.

A maioria das mulheres (167 – 88,83%) afirmaram ter “Ficado informadas”, no entanto,

86 (45,74%) assinalaram “Necessitar de mais informação”. A alternativa “Estar mais

motivada para realizar a citologia” foi registada por 45 (23,94%) mulheres. Um pequeno

número de mulheres (11 – 5,85%) referiu que “Já sabia tudo o que foi dito” e apenas 1

(0,53%) considerou que a actividade “Foi uma perda de tempo”.

Um número e percentagem considerável de mulheres emitiram outras opiniões (66 –

35,11%).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 185 -

Estas opiniões estavam relacionadas com o “aumento” ou aquisição de conhecimentos,

nomeadamente sobre áreas que “achavam saber pouco e, ou tinham muitas dúvidas” e

“raramente eram abordadas no Centro de Saúde”.

Tabela 34. Opinião das Utentes sobre a Educação para a Saúde realizada

Opinião N %

Já sabia tudo o que foi “dito” 11 5,85 Ficou informada 167 88,83 Necessita de mais informação 86 45,74 Está mais motivada para realizar a citologia 45 23,94 Foi uma perda de tempo 1 0,53 Outro 66 35,11

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 186 -

5. ACTIVIDADES EDUCATIVAS A GRUPOS

5.1 PRIMEIRAS ACTIVIDADES

Verificámos a presença de 91 participantes, tendo sido excluídos 2 homens (para o

preenchimento dos questionários devido ao género) e 4 mulheres porque não

responderam aos dois questionários na íntegra. Os dados apresentados referem-se,

apenas, a 85 mulheres.

5.1.1 CARACTERIZAÇÃO

A idade das participantes situou-se entre os 17 e os 79 anos, apresentando uma média

de 43,6 anos e um desvio padrão de 15,9 anos. Na tabela 35 podemos observar a sua

distribuição por grupo etário.

O grupo mais participativo nestas actividades educativas foi o das idades compreendidas

entre os “45 - 49 anos” (14 – 16,67%), seguido do grupo dos “25 - 29 anos” (11 –

13,10%). Os grupos com menor adesão tinham idades compreendidas entre os “15 – 19

anos”, “65 - 69 anos” e com idade “igual ou maior que 75 anos”, com 2 mulheres (2,38%),

respectivamente. Com idades compreendidas entre os “20 e 24 anos”, “30 e 34”, bem

como entre os “40 e 44 anos” estiveram presentes 8 mulheres (9,52%), respectivamente.

Participaram 7 mulheres (8,33%) do grupo com idades compreendidas entre os “60 e 64

anos” e 6 (7,14%) do grupo dos “50 – 54” e “55 - 59 anos” de idade.

Constatámos, ainda, que apenas 5 mulheres com idades entre os “35 – 39 anos”

estiveram presentes.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 187 -

Tabela 35. Distribuição das Participantes por Grupo Etário

Grupo etário (anos) N %

15 – 19 2 2,38 20 – 24 8 9,52 25 – 29 11 13,10 30 – 34 8 9,52 35 – 39 5 5,95 40 – 44 8 9,52 45 – 49 14 16,67 50 – 54 6 7,14 55 – 59 6 7,14 60 – 64 7 8,33 65 – 69 2 2,38 70 – 74 5 5,95 ≥≥≥≥ 75 2 2,38 Total 84 100,00

A maior parte da população que assistiu a estas actividades era “Casada” (63 - 74,11%).

De seguida, estiveram presentes as mulheres “Solteiras” (20 - 23,53%). Com igual

número (1 - 1,18%) participaram as mulheres “Divorciadas/Separadas” e em “União

Marital”. (Figura 35)

1,18%1,18%

23,53%

Divorciada/Separada

União MaritalCasadaSolteira

74,11%

Figura 35. Distribuição das Participantes por Estado Civil

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 188 -

A maior parte das participantes (31 – 36,91%) tinha um nível de escolaridade “Até à 4ª

classe”. De seguida situou-se o grupo “Entre o 5º e o 9º Ano” (24 – 28,57%) e o nível de

escolaridade “Superior ao 12º Ano” (14 - 16,67%).

Os restantes níveis de escolaridade apresentaram números e percentagens menores

[“Não sabe ler/escrever” (9 – 10,71%) e “Entre o 10º e 12º Ano”(6 – 7,14%)].

Uma participante não respondeu à escolaridade.

Superior ao12º ano

Entre o 10º e12º ano

Entre 5º e 9ºano

Até à 4ªclasse

Não sabeler/Não sabe

escrever

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

16,67%

7,14%

28,57%

10,71%

36,91%

Figura 36. Distribuição das Participantes por Nível de Escolaridade

O grupo profissional predominante nas actividades foi o das “Domésticas” (26 – 30,95%).

Participaram em número considerável o “Pessoal dos Serviços e Vendedores” (14 –

16,67%), “Operários Artífices e Similares” (12 – 14,29%), bem como “Especialistas das

Profissões Intelectuais e Científicas” (10 – 11,90%). Estiveram presentes 6 mulheres

(7,14%) do grupo profissional dos “Agricultores e Trabalhadores qualificados da

Agricultura e Pesca” e 5 (5,95%) “Estudantes”. Para além destas assistiram 4 (4,76%)

“Trabalhadoras não qualificadas”. Aderiram à actividade 2 mulheres do grupo “Pessoal

(9) (31) (24) (6) (14)

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- 189 -

Administrativo e Similares” e 2 “Reformadas”, com a percentagem de 2,38%,

respectivamente.

Finalmente, surgiram mulheres pertencentes ao grupo dos “Técnicos e profissionais de

nível intermédio”, dos “Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da

montagem” e “Desempregados”, com igual número e percentagem (1 -1,19%), como se

pode observar na Tabela 36.

Tabela 36. Distribuição das Participantes por Profissão

Profissão N %

Especialistas das Profissões Intelectuais e Cientificas 10 11,90

Técnicos e Profissionais de nível intermédio 1 1,19

Pessoal Administrativo e Similares 2 2,38

Pessoal dos Serviços e Vendedores 14 16,67

Agricultores e Trabalhadores qualificados da Agricultura e Pescas 6 7,14

Operários/Artífices e Trabalhadores Similares 12 14,29

Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem 1 1,19

Trabalhadores não qualificados 4 4,76

Doméstica 26 30,95

Reformada 2 2,38

Estudante 5 5,95

Desempregada 1 1,19

Total 84 100,00

A Extensão de Vitorino de Piães (pertencente ao Centro de Saúde de S. Julião de Freixo)

foi o local onde se verificou a maior adesão à intervenção de Educação para a Saúde, (53

– 62,35%). Na sede do Centro de Saúde (Freixo) a participação foi menor (24 – 28,24%)

que na sua Extensão de Saúde. Na sede do Centro de Saúde de Barroselas a adesão foi

superior (6 – 7,06%) à da sua Extensão (2 – 2,35%), conforme se pode verificar na

Tabela 37.

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- 190 -

Tabela 37. Distribuição das Participantes por Centros/Extensão de Saúde

Centro de Saúde ou Extensão de Saúde N %

Barroselas 6 7,06

Freixo 24 28,24

Alvarães 2 2,35

Vitorino de Piães 53 62,35

Total 85 100,00

5.1.2 ABORDAGEM DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Antes da actividade educativa, face à questão “Ouviu falar do Cancro do Colo do Útero”,

as respostas das 85 mulheres inquiridas distribuíram-se, de acordo com a Figura 37.

A maior parte das mulheres (57 - 67,06%) afirmaram que “Já tinham ouvido falar” deste

Cancro, 16 (18,82%) referiram “Vagamente”, enquanto 8 (9,41%) assinalaram que “Não”

e 4 (4,71%) “Não Sabiam ou Não se Lembravam”.

Não sabe/ nãose lembra

VagamenteNãoSim

70,0%

60,0%

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Per

cen

tag

e

4,71%

18,82%

9,41%

67,06%

Figura 37. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 191 -

Após a actividade as respostas distribuíram-se conforme a Figura 38.

Verificámos que houve um aumento das respostas “afirmativas” (77 - 92,77%), mas

existiu um pequeno número e percentagem de mulheres que referiu ter ouvido falar

“vagamente” (4 - 4,82%) ou “não ter ouvido” (2 - 2,41%).

VagamenteNãoSim

100,0%

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

4,82%

2,41%

92,77%

Figura 38. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero (Após EPS)

A existência de mulheres que, após a actividade, continuaram a responder que não

ouviram falar do tema levou a que tivéssemos relacionado esta variável com a idade

(Figura 39).

Antes da actividade, foram as mais velhas que assinalaram não ter ouvido ou não se

lembrarem de ter ouvido falar do Cancro do Colo do Útero e no final, verificámos que

continuaram a ser as mulheres mais idosas a registar não ter ouvido falar.

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- 192 -

Não sabe/ nãose lembra

VagamenteNãoSim

Ouviu falar do cancro do colo do útero (1º)

80

70

60

50

40

30

20

10

Ida

de

(a

no

s)

VagamenteNãoSim

Ouviu falar do cancro colo do útero (2º)

80

70

60

50

40

30

20

10

Ida

de

(a

no

s)

Figura 39. Conhecimento do Cancro do Colo do Útero versus Idade das Mulheres

Face à questão “Onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero”, antes da actividade e

relativamente às alternativas colocadas, as respostas, foram as que se colocaram na

Tabela 38.

A “Televisão” constituiu a maior fonte de informação, uma vez que 50 (70,42%) mulheres

assinalaram ter ouvido falar do Cancro do Colo do Útero neste meio de comunicação. As

“Revistas/Jornais”, bem como os “Amigos/Vizinhos/Familiares” foram registados por 27

(38,03%) e 25 (35,21%) mulheres, respectivamente. O “Centro de Saúde” foi assinalado

por 18 mulheres (25,35%). O “Hospital” (10 – 14,08%) e o “Médico Particular” (8 –

11,27%) foram pouco referenciados.

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- 193 -

Tabela 38. Local/Circunstância onde ouviram falar do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)

Onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero

N %

Centro de Saúde 18 25,35

Hospital 10 14,08

Médico Particular 8 11,27

Revistas/Jornais 27 38,03

Amigos/Vizinhos/Familiares 25 35,21

Televisão 50 70,42

Outro 7 9,86

No final da sessão, relativamente à mesma questão, mas onde foi acrescentada a

alternativa “Nesta sessão”, os resultados das respostas foram os apresentados na Tabela

39.

Verificámos que a alternativa mais assinalada pelas assistentes foi “Nesta sessão” (47 –

58,02%), seguida da “Televisão” (45 – 55,56%). O “Centro de Saúde” constituiu a 3ª

opção (31 – 38,27%) e a 4ª foram as “Revistas/Jornais” (26 – 32,10%). Os

“Amigos/Vizinhos/Familiares” (19 – 23,46%) surgiram como 5ª alternativa de resposta.

O Hospital” e o “Médico Particular” foram indicados por 10 participantes (12,35%) e 8

(9,88%), respectivamente.

Tabela 39. Local/Circunstância onde ouviram falar do Cancro do Colo do Útero (Após EPS)

Onde ouviu falar do cancro do Colo do Útero

N %

Centro de Saúde 31 38,27

Hospital 10 12,35

Médico Particular 8 9,88

Revistas/Jornais 26 32,10

Amigos/Vizinhos/Familiares 19 23,46

Televisão 45 55,56

Nesta sessão 47 58,02

Outro 8 9,88

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- 194 -

5.1.3 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Relativamente à questão “O que pensa do Cancro do Colo do Útero”, antes da EPS, face

às alternativas propostas, os números e percentagens de respostas foram os que a

seguir apresentámos na Tabela 40.

Verificámos que a resposta mais assinalada foi de que a “doença pode ser tratada e

curada se diagnosticada precocemente” (73 – 86,91%). A segunda alternativa designada

foi que “Não tem cura” (7 – 8,34%).

Surgiram, ainda as opções “Não há exames para diagnosticar” e “Não se pode evitar”

com 2 (2,40%) e 1 (1,21%) respostas, respectivamente.

Finalmente, a alternativa “Não tem opinião” foi registada 4 vezes (4,82%).

Tabela 40. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)

O que pensa do Cancro do Colo do Útero N %

Não tem cura 7 8,34

Não se pode evitar 1 1,21

Não há exames para diagnosticar 2 2,40

Se diagnosticada precocemente pode ser tratada e curada

73 86,91

Não tem opinião 4 4,82

Após a actividade, as respostas distribuíram-se de acordo com a Tabela 41.

A opinião de que “a doença pode ser tratada e curada se diagnosticada precocemente”

continuou a ser a mais vezes mencionada (77 – 96,31%). As restantes alternativas

obtiveram números e percentagens muito pequenos, tais como: “Não se pode evitar” (3 –

3,84%); “Não tem cura” (2 – 2,51%).

Após a actividade, apenas verificámos uma resposta (1,33%) “sem opinião”.

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- 195 -

Tabela 41. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Após EPS)

O que pensa do Cancro do Colo do Útero N %

Não tem cura 2 2,51

Não se pode evitar 3 3,84

Não há exames para diagnosticar 2 2,52

Se diagnosticada precocemente pode ser tratada e curada

77 96,31

Não tem opinião 1 1,33

5.1.4 MOTIVOS QUE PODIAM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Relativamente ao “Conhecimento dos factores que podiam levar ao aparecimento deste

Cancro” verificámos que enquanto antes da actividade (Figura 40 a), para um total de 80

respondentes (100,00%), apenas 10 (12,50%) referiram “conhecer” e 70 (87,50%) “não

conheciam”, no final da mesma (Figura 40 b), para um total de 81 respondentes

(100,00%), 68 (83,95%) responderam “afirmativamente” e 13 (16,05%) ainda “não

conheciam”.

NãoSim

12,50%

87,50%

16,05%

83,95%

NãoSim

a) Antes da EPS b) Após a EPS

Figura 40. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero

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- 196 -

Quando questionadas sobre os “factores que podiam levar ao aparecimento deste

cancro”, antes de iniciar a actividade surgiram os apresentados na Tabela 42.

Os mais evocados foram as “Doenças Sexualmente Transmissíveis” (3 – 37,50%) e a

“Promiscuidade sexual” (2 – 25,00%). As respostas, como “Factores hereditários”,

“Higiene íntima precária”, ”Lesões pré-existentes”, “Ter muitos filhos” e “Muitas causas”

obtiveram igual número e percentagem (1 – 12,50%), respectivamente.

Tabela 42. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero (Antes

EPS)

Factores N %

Doenças Sexualmente Transmissíveis 3 37,50

Factores hereditários 1 12,50

Higiene íntima precária 1 12,50

Promiscuidade sexual 2 25,00

Lesões pré-existentes 1 12,50

Ter muitos filhos 1 12,50

Muitas causas 1 12,50

Após a actividade educativa foram mencionados, pelas mulheres, mais factores do que

antes da mesma (Tabela 43).

As mulheres apontaram como principal factor a “Existência de Vários Parceiros Sexuais”

(40 – 71,4%). Em 2º lugar referiram as “Relações Sexuais Precoces” (21 – 37,50%) e em

3º, as “Infecções Vaginais” (12 – 21,40%). Em 4ª posição foram registados “Tabaco” e

“Falta de Higiene Pessoal”, com 6 (10,70%). Seguidamente surgiram o “Sexo

desprotegido” e “Ter filhos em Idades Precoces”, com 5 respostas cada uma (8,90%).

“Ter muitos filhos” e “Menarca precoce e Menopausa tardia” apresentaram frequências de

4 e percentagens de 7,10%.

As “Doenças Sexualmente Transmissíveis”, “Não fazer Citologia Papanicolaou” e

“Doenças pré-existentes” foram indicadas por 3 mulheres (5,40%).

As restantes respostas obtiveram números e percentagens pouco significativos.

No final da actividade, 1 mulher, ainda, respondeu “Não Saber”.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 197 -

Tabela 43. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Cancro do Colo do

Útero (Após EPS)

Factores N %

Álcool 1 1,80

Tabaco 6 10,70

Doenças pré-existentes 3 5,40

Infecções Vaginais 12 21,40

Relações Sexuais Precoces 21 37,50

Vários Parceiros Sexuais 40 71,40

Doenças Sexualmente Transmissíveis 3 5,40

Ausência de vigilância Médica Periódica 2 3,60

Falta de Higiene Pessoal 6 10,70

Sexo desprotegido 5 8,90

Ter Filhos em Idades Precoces 5 8,90

Não fazer Citologia Papanicolaou 3 5,40

Ter muitos Filhos 4 7,10

Hipertensão 2 3,60

Diabetes 2 3,60

Não tratar Feridas pré-existentes 1 1,80

Não fazer Prevenção 2 3,60

Menarca precoce e Menopausa tardia 4 7,10

Obesidade 2 3,60

Não sabe 1 1,80

5.1.5 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA

Questionadas as mulheres se “Já alguma vez tinham feito a Citologia Papanicolaou”,

antes da actividade, 63 (74,12%) disseram que “Sim”, 20 (23,53%) responderam que

“Não” e 2 (2,35%) “Não sabiam/Não se Lembravam”, enquanto que após a actividade, 63

(74,12%) continuaram a dizer “Sim” e 22 (25,88%) referiram “Não” [Figuras 41 a) e b)].

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- 198 -

Não Sabe/Não selembra

NãoSim

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

2,35%23,53%

74,12%

a) (Antes EPS)

NãoSim

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Per

cen

tage

m

25,88%

74,12%

b) (Após EPS)

Figura 41 Realização da Citologia

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- 199 -

Da totalidade de mulheres (84) que responderam ao questionário após a actividade, 62

mencionaram ter realizado a citologia (Quadro 11).

O grupo etário com maior incidência situou-se entre os “45-49 anos” de idade (11 –

78,60%), seguido do grupo entre os “30-34 anos” (7 – 87,50%). Os grupos entre os “20-

24 anos”, “40-44 anos”, “50-54 anos”, “55-59 anos” e “60-64 anos” de idade apresentaram

um número e percentagem significativo na realização de citologia.

Quadro 11. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que realizaram Teste Papanicolaou

Grupo Etário

(anos) N de Mulheres

N de Mulheres que

fizeram o Teste PN

% de Mulheres que

fizeram o Teste PN

15 – 19 2 0 0,00

20 - 24 8 6 75,00

25 - 29 11 5 45,50

30 - 34 8 7 87,50

35 - 39 5 5 100,00

40 - 44 8 6 75,00

45 - 49 14 11 78,60

50 - 54 6 6 100,00

55 - 59 6 6 100,00

60 - 64 7 6 85,70

65 - 69 2 2 100,00

70 - 74 5 1 20,00

≥≥≥≥ 75 2 1 50,00

Total 84 62

Face à questão “Onde fez o Teste Papanicolaou”, relativamente à possibilidade de

respostas propostas, verificámos que o número e percentagem das mesmas foi a que

consta na Tabela 44.

Antes e após a EPS a grupos o maior número e percentagem de respostas verificou-se

na opção “Centro de Saúde” (56 - 87,50%) e (55 - 85, 94%), respectivamente. A 2ª

alternativa recaiu no “Médico Particular” com (15 - 23,44%) antes da actividade e (16 -

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- 200 -

25,00%) após a mesma. O “Hospital” e “Não sabe/Não se lembra” obtiveram igual

número e percentagem antes e após a actividade (4 – 6,25% e 1 – 1,56%,

respectivamente).

Tabela 44. Local onde realizaram a Citologia

N % Local Antes EPS Após EPS Antes EPS Após EPS

Centro de Saúde 56 55 87,50 85,94

Hospital 4 4 6,25 6,25

Médico Particular 15 16 23,44 25,00

Não sabe/Não se lembra 1 1 1,56 1,56

5.1.6 UTILIDADE DA CITOLOGIA

Quanto à questão “Para que serve o Teste Papanicolaou”, antes da actividade,

registámos um total de 82 respostas e após a actividade e para a mesma pergunta,

observámos um total de 85 respostas (Tabela 45).

A alternativa mais assinalada, antes e após a actividade, foi “Diagnosticar precocemente

o cancro”.

No final da mesma houve um aumento na 1ª opção de resposta “Descobrir” o cancro o

mais cedo possível”, bem como uma diminuição na 3ª opção “Não sabe”. No entanto,

houve aumento de um caso na opção “Tratar o cancro”.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 201 -

Tabela 45. Indicação da Citologia

N % Factores

Antes EPS Após EPS Antes EPS Após EPS

Diagnosticar precocemente o cancro

70 76 88,61 95,00

Tratar o cancro 5 6 6,33 7,50

Não sabe 7 3 8,86 3,75

5.1.7 FACTORES QUE LEVARAM A PARTICIPAR NA ACTIVIDADE DE EPS

Quando questionadas sobre “A razão porque vieram assistir” a esta actividade, das 85

mulheres que participaram verificámos um total de 88 respostas (Tabela 46).

A “necessidade de informação” foi o principal motivo que levou as mulheres a assistir à

actividade educativa (75 – 91,46%).

Quatro (4,88%) participantes referiram que “Já tiveram familiares/amigos/vizinhos com a

doença” e três (3,66%) que “Estavam no local”.

Tabela 46. Motivos que levaram a assistir à EPS (Antes EPS)

Motivos N %

Ficar informada 75 91,46

Ter familiares/amigos/vizinhos com a doença 4 4,88

Estar no local 3 3,66

Outro 6 7,32

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- 202 -

No final da actividade de EPS solicitámos a “Opinião das presentes sobre a mesma”,

sendo o total de respostas 118 (Tabela 47).

O maior número de respostas situou-se na 2ª opção “Ficou informada” (64 – 75,29%),

seguido da 4ª alternativa “Está mais motivada para realizar o Teste Papanicolaou” (33 –

38,82%). Recaíram no item “Necessita de mais informação” 11 (12,94%) respostas. “Já

sabia tudo” apresentou um número de 5 (5,88%).

Tabela 47. Opinião das Mulheres sobre a EPS (Após EPS)

Opinião N %

Já sabia tudo 5 5,88

Ficou informada 64 75,29

Necessita de mais informação 11 12,94

Mais motivada para realizar o Teste Papanicolaou 33 38,82

Outro 5 5,88

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- 203 -

5.2 SEGUNDAS ACTIVIDADES

Assistiram à actividade 113 pessoas, no entanto, face ao critério de exclusão género

masculino (para o preenchimento dos questionários), os resultados apresentados

referem-se, apenas, a 111 mulheres.

5.2.1 CARACTERIZAÇÃO

A idade das participantes situou-se entre os 12 e os 79 anos, apresentando uma média

de 47,1 anos e um desvio padrão de 17,4 anos. Na tabela 48 apresentámos a distribuição

das mulheres por grupo etário.

As mulheres com idades “≥65 anos” (22 – 20,00%) foram as que mais frequentaram as

actividades. Seguiu-se o grupo de mulheres com idades “inferiores a 25 anos” e o das

idades compreendidas entre os “45 – 49 anos”, com igual número e percentagem (18 –

16,40%). A faixa etária dos “55 – 59” e “50 – 54 anos”, apresentou um número e

percentagem de 13 (11,80%) e 10 (9,10%), respectivamente. Dos restantes grupos

etários, apenas, um pequeno número de mulheres assistiu à actividade educativa.

Tabela 48. Distribuição das Mulheres por Grupo Etário

Grupo etário (anos) N %

<25 18 16,40

25 - 29 6 5,50

30 - 34 4 3,60

35 - 39 5 4,50

40 - 44 7 6,40

45 - 49 18 16,40

50 - 54 10 9,10

55 - 59 13 11,80

60 - 64 7 6,40

≥≥≥≥ 65 22 20,00

Total 110 100,00

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- 204 -

O grupo mais participativo foi o das mulheres “Casadas” (63,70%), seguindo-se as que

viviam em “União Marital” (21,80%). As mulheres “Viúvas” surgiram em 3º lugar, com uma

percentagem de 10,90%. O grupo das “Divorciadas/Separadas” (2,70%) e o das

“Solteiras” (0,90%) foi o que menos assistiu às actividades de EPS. (Figura 42)

10,9%2,7%

0,9%

63,6%

21,8%Viúva

Divorciada /Separada

União maritalCasadaSolteiraEstado Civil

Figura 42. Distribuição das Mulheres por Estado Civil

A maior parte das mulheres que frequentou estas actividades possuía um baixo nível de

escolaridade, isto é, 46,79% pertencia ao grupo “Até à 4ª classe” e 11,93% “Não Sabia

ler/escrever” o que, no total, perfez uma percentagem de 58,72%. Seguiram-se os grupos

com escolaridades entre o “5º e 9º”, o “10 e o 12º Ano” e “Superior ao 12º Ano” com

respectivamente, 19,27%, 12,84% e 9,17% (Figura 43).

63,70%

21,80%

10,90% 2,70%

0,90%

63,70%

0,90%

2,70%

63,70%

21,80% 0,90%

63,70%

10,90% 2,70%

21,80%

10,90% 2,70%

0,90%

63,70%

21,80%

10,90% 2,70%

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 205 -

Superior ao12º Ano

Entre o 10º e12º Ano

Entre o 5º e o9º Ano

Até à 4ªclasse

Não sabe ler/ Escrever

50,0%

40,0%

30,0%

20,0%

10,0%

0,0%

Perc

en

tag

em

9,17%12,84%

19,27%

46,79%

11,93%

Figura 43. Distribuição das Mulheres por Nível de Escolaridade

Nas actividades estiveram presentes mulheres cuja actividade se dispersava por um

grande leque profissional, conforme verificámos na Tabela 49.

As “Domésticas” foram as mais representadas (43 – 44,80%), tal como aconteceu nas

Primeiras Actividades de EPS a Grupos. Seguiram-se as “Estudantes” (9 – 9,40%), as

pertencentes ao grupo dos “Trabalhadores dos têxteis e confecções” (6 – 6,30%) e as

“Enfermeiras” e as “Reformadas”, com igual número e percentagem (4 – 4,20%).

As outras profissões apresentaram uma baixa adesão, isto é, verificou-se uma grande

variedade profissional, mas pouco representada na actividade.

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- 206 -

Tabela 49. Distribuição das Mulheres por Profissão

Alvarães foi o local que obteve o maior número de participantes (61 – 55,00%). Seguiu-se

Barroselas e Vitorino de Piães com igual número e percentagem (17 -15,30%). Por

último, participaram na actividade 16 mulheres (14,40%) em S. Julião de Freixo,

conforme Tabela 50.

Tabela 50. Distribuição das Mulheres por Centros/Extensão de Saúde

Centro de Saúde ou Extensão de Saúde N %

Barroselas 17 15,30

Alvarães 61 55,00

S. Julião de Freixo 16 14,40

Vitorino de Piães 17 15,30

Total 111 100,00

Profissão N %

Estudante 9 9,40 Doméstica 43 44,80 Reformada 4 4,20 Desempregada 3 3,10 Reformada por invalidez 1 1,00 Directores e gerentes de pequenas empresas 1 1,00 Trabalhadores das madeiras e similares 1 1,00 Trabalhadores dos têxteis e confecções 6 6,30 Pessoal de limpeza de casas particulares 1 1,00 Director - empresas de serviços pessoais, de limpeza 1 1,00 Director e gerente da produção industrial 1 1,00 Director e gerente - comércio retalhista 2 2,10 Médico – clínica geral 1 1,00 Enfermeiro 4 4,20 Técnico de controlo de qualidade 1 1,00 Escriturário de contabilidade 1 1,00 Cozinheiro 2 2,10 Empregado de balcão 2 2,10 Vigilante de crianças 3 3,10 Trabalhador agrícola (trabalhador rural) 2 2,10 Agricultor - agricultura de subsistência 2 2,10 Relojoeiro – montador 1 1,00 Alfaiate (modista) 2 2,10 Motorista de automóveis ligeiros – passageiros 1 1,00 Auxiliar de limpeza (servente de limpeza) 1 1,00 Total 96 100,00

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- 207 -

5.2.2 ABORDAGEM DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Antes da Actividade Educativa, face à temática “Ouviu falar do Cancro do Colo do Útero”,

as respostas das utentes distribuíram-se de acordo com a Figura 44.

Da totalidade de respondentes, 84,30% assinalaram “Já ter ouvido” falar deste Cancro,

13,90%, registaram que “Não” e 1,90% “Não Sabe/Não se Lembra”.

Não sabe / Não selembra

NãoSim

Ouviu falar de Cancro do Colo do Útero (1º questionário)

100,0%

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

1,9%13,9%

84,3%

Figura 44. Conhecimento da existência do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)

Após a mesma, verificámos que 106 (97,20%) assinalaram “Ter ouvido” falar do Cancro

do Colo do Útero, enquanto que 3 (2,80%) continuaram a registar “Não ter ouvido” falar

(Figura 45).

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- 208 -

NãoSim

Ouviu falar de Cancro do Colo do Útero (2)

100,0%

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

2,8%

97,2%

Figura 45. Conhecimento da existência do Cancro do Colo do Útero (Após EPS)

Face às alternativas colocadas, antes da actividade, quando questionadas sobre “Onde

ouviu falar do Cancro do Colo do Útero”, as respostas foram as que se podem observar

na Tabela 51.

A “Rádio/Televisão” constituiu a maior fonte de informação, isto é, 60 (65,20%) em 92

mulheres assinalaram esta alternativa. O “Centro de Saúde” foi referenciado por 28

mulheres (30,40%), sendo a 2ª opção seleccionada. As “Revistas e Jornais” e os Amigos/

Vizinhos/Familiares foram registadas por 22 (23,90%) e 21 (22,80%) mulheres,

respectivamente. O “Médico Particular” (16 – 17,40%) surgiu em 5ª posição, seguido do

“Hospital” e da “Sessão Anterior”, com igual número e percentagem (10 – 10,90%). Por

fim, a “Sessão específica sobre cancro “ foi asssinalada 7 vezes (7,60%).

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- 209 -

Tabela 51. Local/Circunstância onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)

Onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero

N %

Centro de Saúde 28 30,40 Hospital 10 10,90 Médico Particular 16 17,40 Revistas/Jornais 22 23,90 Amigos/Vizinhos/Familiares 21 22,80 Rádio/Televisão 60 65,20 Sessão específica sobre cancro 7 7,60 Sessão anterior 10 10,90 Outro 4 4,30

Após a actividade o número de respondentes elevou-se para 104 e os resultados obtidos

foram os que constam na Tabela 52.

A maior parte das mulheres (65 – 62,50%) assinalou “Esta sessão” como o principal local

onde ouviu falar deste Cancro. A “Rádio/Televisão” constituiu a 2ª fonte de informação

(43 – 41,30%). O “Centro de Saúde” foi a 3ª opção (31 – 29,80%), seguido das

“Revistas/Jornais” (22 – 21,20%), como 4ª alternativa.

O “Médico Particular” foi a 5ª opção seleccionada (15 – 14,40%), seguida dos

“Amigos/Vizinhos/Familiares” (12 – 11,50%). O “Hospital” foi assinalado 9 vezes (8,70%).

Por fim, as restantes alternativas de resposta obtiveram os seguintes números e

percentagens: “Sessão Anterior” (6 – 5,80%); “Sessão específica sobre cancro” (3 –

2,90%).

Tabela 52. Local/Circunstância onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero (Após EPS)

Onde ouviu falar do Cancro do Colo do Útero

N %

Centro de Saúde 31 29,80 Hospital 9 8,70 Médico Particular 15 14,40 Revistas/Jornais 22 21,20 Amigos/Vizinhos/Familiares 12 11,50 Rádio/Televisão 43 41,30 Sessão específica sobre cancro 3 2,90 Sessão anterior 6 5,80 Nesta sessão 65 62,50 Outro 3 2,90

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 210 -

5.2.3 OPINIÃO SOBRE CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Antes da EPS, relativamente à questão “O que pensa do Cancro do Colo do Útero”, o

total de respondentes foi 102, existindo 109 respostas.

Face às alternativas propostas, os números e percentagens de respostas foram os que

se apresentam na Tabela 53.

Embora 6 (5,90%) mulheres “não tivessem opinião”, verificámos que a resposta mais

assinalada foi de que “a doença pode ser tratada e curada se diagnosticada

precocemente” (91 – 89,20%). Existiram 6 (5,90%) mulheres que disseram que o Cancro

do Colo do Útero “Não tem cura” e 3 (2,90%) que “Não se pode evitar”.

Tabela 53. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Antes EPS)

O que pensa do Cancro do Colo do Útero N %

Não tem cura 6 5,90

Não se pode evitar 3 2,90

Não há exames para diagnosticar 1 1,00

Se diagnosticado precocemente pode ser tratado e curado 91 89,20

Outra opinião 2 2,00

Não tem opinião 6 5,90

Após a actividade, houve um total de 116 respostas, distribuindo-se de acordo com a

Tabela 54.

A 4ª opção de resposta “Se diagnosticado precocemente pode ser tratado e curado” (93 –

89,40%) continuou a ser a mais vezes mencionada. A resposta “Não se pode evitar”

constituiu a 2ª alternativa assinalada (8 – 7,70%) seguida de “Não há exames para

diagnosticar” este Cancro (6 – 5,80%). A opção “Não tem cura” foi registada 3 vezes

(2,90%) e “Não tem opinião” ainda surgiu em 4 situações de resposta (3,80%).

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- 211 -

Tabela 54. Opinião das Mulheres sobre o Cancro do Colo do Útero (Após EPS)

O que pensa do Cancro do Colo do Útero N %

Não tem cura 3 2,90 Não se pode evitar 8 7,70 Não há exames para diagnosticar 6 5,80 Se diagnosticado precocemente pode ser tratado e curado 93 89,40

Outra opinião 2 2,00 Não tem opinião 4 3,80

5.2.4 FACTORES QUE PODIAM LEVAR AO APARECIMENTO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO

Face ao “Conhecimento dos factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do

Colo do Útero” (Figura 46 a) verificámos que antes da actividade, para um total de 80

respondentes (100,00%), 10 (12,50%) referiram “Conhecer” e 70 (87,50%) “Não”.

No final da actividade, para um total de 81 respondentes (100,00%), 68 (84,00%)

responderam “afirmativamente”, e 13 (16,00%) ainda “não conheciam” (Figura 46 b).

a) Antes EPS b) Após EPS

Figura 46. Conhecimento dos Factores que podiam levar ao Aparecimento do Cancro do

Colo do Útero

84,00%

16,00%

84,62%

15,38%

NãoSim

84,62%

15,38%

NãoSim

84,00%

16,00% 12,50%

87,50%

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- 212 -

Antes da actividade surgiram os factores apresentados na Tabela 55.

O factor mais evocado foi a “Higiene Íntima precária” (2 – 25,00%), apresentando todos

os outros motivos apontados o mesmo número e percentagem (1 – 12,50%).

Tabela 55. Factores que podiam levar ao Aparecimento do Cancro do Colo do Útero

(Antes EPS)

Factores N %

Doenças Sexualmente Transmissíveis 1 12,50

Factores Hereditários 1 12,50

Higiene Íntima precária 2 25,00

Promiscuidade Sexual 1 12,50

Lesões pré-existentes 1 12,50

Ter filhos cedo 1 12,50

Falta de acompanhamento Médico 1 12,50

Após a actividade educativa as respondentes enumeraram mais factores, como se pode

observar na Tabela 56.

O principal factor apontado para o aparecimento do Cancro do Colo do Útero foi a

“Existência de Vários Parceiros Sexuais” (17 – 24,60%), seguido das “Relações Sexuais

Precoces” (10 – 14,50%). As “Infecções Vaginais” (5 – 7,20%) e “Não fazer Prevenção” (5

– 7,20%) foram referidos em 3º lugar.

Os factores “Não fazer Citologia Papanicolaou” e “Não usar Preservativo” apresentaram

iguais números e percentagens 4 (5,80%) e foram assinalados em 4ª posição.

As “Doenças Sexualmente Transmissíveis”, a “Falta de Higiene Pessoal” e a “Diabetes”

surgiram em 5º lugar (3 - 4,30%).

Os restantes factores referidos apresentaram números e percentagens pouco

significativas.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 213 -

Tabela 56. Factores que podiam levar ao aparecimento do Cancro do Colo do Útero

(Após EPS)

Factores N %

Álcool 1 1,40 Tabaco 2 2,90 Doenças pré-existentes 2 2,90 Infecções Vaginais 5 7,20 Relações Sexuais Precoces 10 14,50 Vários Parceiros Sexuais 17 24,60 Doenças Sexualmente Transmissíveis 3 4,30 Ausência de Vigilância Médica Periódica 2 2,90 Falta de Higiene Pessoal 3 4,30 Sexo desprotegido 2 2,90 Ter Filhos em Idades Precoces 1 1,40 Não fazer Citologia Papanicolaou 4 5,80 Ter muitos Filhos 1 1,40 Hipertensão 1 1,40 Diabetes 3 4,30 Não tratar Feridas pré-existentes 2 2,90 Não fazer Prevenção 5 7,20 Não usar preservativo 4 5,80 Obesidade 1 1,40

5.2.5 REALIZAÇÃO DA CITOLOGIA

Face à questão “Já alguma vez tinha feito Citologia Papanicolaou”, antes da EPS, 84

(79,25%) em 106 mulheres assinalaram “Sim” e 22 (20,75%) “Não”, enquanto após a

EPS, 82 em 103 (79,61%) seleccionaram “sim” e 21 (20,39%) “não” (Figura 47).

Figura 47. Realização do Teste Papanicolaou

NãoSim

Realização do Teste Papanicolau (2º questionário)

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

20,39%

79,61%

NãoSim

Realização do Teste Papanicolau (1º questionário)

80,0%

60,0%

40,0%

20,0%

0,0%

Per

cen

tag

em

20,75%

79,25%

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 214 -

No que diz respeito à distribuição da idade das mulheres que efectuaram a citologia

verificámos que todas as presentes na actividade e com idades compreendidas entre “35

e 54 anos”, bem como entre “60 e 64 anos” já a fizeram (Quadro 12).

Quadro 12. Grupo Etário versus Nº de Mulheres que efectuaram o Teste Papanicolaou

Grupo etário

(anos) N de mulheres

N de mulheres que

fizeram o teste PN

% de mulheres

que fizeram o

teste PN

<25 17 4 23,50 25 – 29 6 5 83,30 30 – 34 4 2 50,00 35 – 39 5 5 100,00 40 – 44 7 7 100,00 45 – 49 17 17 100,00 50 – 54 9 9 100,00 55 – 59 13 11 84,60 60 – 64 5 5 100,00 ≥≥≥≥ 65 19 16 84,20 Total 102 81

O número e percentagem de respostas à questão “Onde fez o Teste Papanicolaou”

encontra-se na Tabela 57. O maior número e percentagem de respostas recaiu no

“Centro de Saúde”, 48 - 57,80% antes da actividade e 55 – 67,10% após a sessão.

O “Médico Particular” foi a 2ª opção das mulheres, com 36 – 43,40% antes da actividade

e 35 – 42,70%, após a mesma.

O “Hospital” constituiu a 3ª alternativa com 11 (13,30%) respostas antes e 8 (9,80%) após

a EPS.

Tabela 57. Local onde realizaram a Citologia

N % Local

Antes EPS Após EPS Antes EPS Após EPS

Centro de Saúde 48 55 57,80 67,10 Hospital 11 8 13,30 9,80 Médico Particular 36 35 43,40 42,70 Outro local 3 2 3,60 2,40

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 215 -

5.2.6 UTILIDADE DA CITOLOGIA

A distribuição da possibilidade de respostas, antes da actividade e no final da mesma, foi

a que pode ser observada na Tabela 58.

Verificámos que, no final da actividade, houve um aumento na 2ª opção de respostas

“Diagnosticar precocemente o cancro”, bem como uma diminuição na 4ª opção “Tratar o

cancro”.

Tabela 58. Indicação da Citologia

N % Factores

Antes EPS Após EPS Antes EPS Após EPS

Evitar o cancro 7 17 7,10 16,70

Diagnosticar precocemente o cancro

44 61 44,90 59,80

Diagnosticar lesões pré-cancerosas do colo do útero

54 54 55,10 52,90

Tratar o cancro 3 2 3,10 2,00

5.2.7 “RAZÕES” QUE LEVARAM A PARTICIPAR NA ACTIVIDADE DE EPS

Quando questionadas sobre a “razão porque vieram assistir a esta sessão” das 111

mulheres obtivémos um total de 121 respostas, antes da EPS (Tabela 59).

A “Necessidade de informação” foi o principal motivo assinalado pelas mulheres (83 -

81,40%) para assistir à actividade educativa. O 2º foi “Não saber nada sobre o tema” (15

– 14,70%). É de considerar que 11 (10,80%) respondentes foram assistir a esta

actividade porque “Estiveram presentes na sessão anterior e a consideraram importante”

e 4 (3,90%) “Ouviram dizer que a sessão anterior tinha sido interessante”.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 216 -

Tabela 59. Motivos que levaram a assistir à actividade (Antes EPS)

Motivos N %

Estar presente na sessão anterior e achar importante

11 10,80

Ouvir dizer que a sessão anterior foi interessante

4 3,90

Não saber nada sobre o tema 15 14,70

Para ficar informada 83 81,40

Familiares/amigos/vizinhos com a doença

3 2,90

Estar no local 3 2,90

Para passar o tempo 1 1,00

Outro 1 1,00

No final da actividade de EPS solicitámos a “Opinião das presentes sobre a mesma” e

verificámos que das 111 mulheres obtivemos um total de 133 respostas.

Tabela 60. Opinião das Mulheres sobre a EPS (Após EPS)

Opinião N %

Já sabia tudo 9 8,70

Ficou informada 83 80,60

Necessita de mais informação 12 11,70

Mais motivada para realizar o Teste 29 28,20

De acordo com a Tabela 60, o maior número de respostas situou-se na opção “Ficou

informada” (83 – 80,60%). Em 2º lugar foi assinalada a opção “Mais motivada para

realizar o Teste Papanicolaou” (29 - 28,20%). A alternativa “Necessita de mais

informação” foi indicada por 12 (11,70%) mulheres.

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- 217 -

CAPÍTULO VII

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

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- 218 -

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 219 -

1. DISCUSSÃO

Os avanços científicos que se têm operado ao nível do conhecimento do Cancro e do

Cancro do Colo do Útero não têm correspondido a uma efectiva diminuição das taxas de

morbi-mortalidade continuando a fazer sentido a Educação Para a Saúde.

O Cancro do Colo do Útero, como situação que se pode evitar e curar, mantém-se um

problema de Saúde Pública, tendo em conta as taxas elevadas de incidência e de

mortalidade que, ainda, apresenta.

Neste capítulo discutimos os resultados, anteriormente apresentados, tendo por base os

objectivos que nos propusemos alcançar.

���� “Adesão” das Mulheres à Citologia Cervical nos anos 2003 e 2004

Nos anos 2003 e 2004 realizaram pelos menos uma citologia cervical 1330 mulheres nos

Centros e Extensões de Saúde de referência. Houve mulheres que efectuaram mais do que

uma citologia nesses anos, pelo que o número total de citologias realizadas foi de 1567,

sendo 903 (57,63%) em 2003 e 664 (42,37%) em 2004.

Face ao número de mulheres inscritas concluímos que um grande número não efectuou este

exame.

A maior parte das citologias foram realizadas nas consultas de Planeamento Familiar

seguindo-se as de Rastreio Oncológico. De acordo com as Directrizes do Ministério da

Saúde e o Plano Oncológico Nacional estas eram isentas de taxas moderadoras, o que

parece justificar a sua opção.

As consultas de Saúde de Adultos e de Clínica Geral foram pouco utilizadas para o efeito. A

Revisão do Puerpério não é o momento indicado para efectuar este exame, devido às

características do material recolhido, no entanto também foi usada para esse fim. Após a

nossa intervenção junto dos Enfermeiros observámos que foram efectuádas menos

citologias, durante este procedimento, em 2004 do que em 2003. Em Consulta Privada,

apenas, há registo de citologias no ano 2003. As utentes justificaram a procura destas

consultas devido à inexistência de Médicos especialistas em Ginecologia nos Centros de

Saúde.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 220 -

Nos anos de referência o maior número de citologias foi efectuado por Médicas o que está de

acordo com a análise documental do instrumento “Registo de Pedido de Citologia”. Esta

situação pode estar relacionado com o facto do Médico de Família ser do género masculino e

sentir necessidade de recorrer ao profissional do sexo feminino para a realização da citologia.

As mulheres verbalizaram a preferência por uma Médica alegando vergonha do profissional

“homem” bem como “ser da terra e conhecido”. Na opinião de Patrão et al., (2002) “o médico

pode inibir a adesão à citologia, por ser o próprio médico de família da mulher e sobretudo se

for do sexo masculino” (p. 105).

O maior número das mulheres, em 2003 e 2004, realizaram citologias por influência do

Enfermeiro (a). A seguir foi a Utente que tomou a iniciativa. Do total de citologias efectuadas

registou-se uma percentagem pouco significativa por convocatória.

Nos anos de referência, um grande número de citologias apresentaram como resultado Grau

I, seguido do Grau II com menor percentagem. Nos dois anos surgiram poucos casos de

resultado Grau III.

No ano 2004 apareceu um pequeno número de registos como Anomalias (células epiteliais)

e Negativo com inflamação o que não se verificou em 2003. Este facto parece estar

relacionado com a nossa intervenção face à análise efectuada dos registos dos Enfermeiros

no instrumento de “Adesão” à Citologia, pois foi por nós solicitado o registo de toda a

informação recebida dos Laboratórios.

No que concerne à Intervenção face aos resultados das citologias concluímos que, no ano

2003 e 2004 não existiu uniformidade de critérios para a repetição da citologia. Em 2003,

relativamente ao Grau I, havia Médicos que decidiram mandar fazê-la após um ano e outros

após três. No ano 2004 a situação inverteu-se, isto é, a repetição da citologia foi em maior

percentagem mandada repetir após 3 anos do que após 1 ano.

No preenchimento destes questionários registaram-se imprecisões e ausência de registos,

pelo que foi necessário efectuar reuniões com os Enfermeiros e observar a forma como eram

realizados.

���� Representação Social dos Profissionais de Saúde

Os Profissionais de Saúde, na totalidade, emitiram uma opinião positiva sobre a EPS nos

Cuidados de Saúde Primários.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 221 -

No que concerne às Estratégias mencionaram que na EPS deveriam privilegiar a

“Educação Continuada” e as “Sessões Individuais ou em Grupo”.

Os Profissionais (50,00%) referiram que “Todos os contextos são apropriados” para

realizar EPS.

No quotidiano da sua prática, a maior percentagem, afirmou que realizava EPS nos CSP

“Sempre que necessário”.

A temática prioritária de abordagem foram os “Cuidados com a alimentação”. Apenas um

profissional referiu os “Cuidados de vida saudável” e as “Doenças Sexualmente

Transmissíveis”. O Cancro não foi mencionado como área de intervenção em EPS.

O principal objectivo dos Profissionais (53,85%) foi “Dotar os doentes de conhecimentos”.

É de realçar que utilizaram o termo “doentes” em CSP em vez de utentes e que o seu

objectivo estava mais vocacionado para a doença do que para a Promoção da Saúde ou

para a Prevenção da doença. Este facto vai de encontro à opinião de Silva (2002) quando

refere que “a perspectiva médica é essencialmente epidemiológica, (…) que observa a

saúde pela negativa, através do estudo da doença e da morte.” (p. 196).

Verificámos, também, que 50,00% (13) dos Profissionais de Saúde, na EPS, tinha como

resultados esperados “mudar atitudes” e 38,50% (10) “melhorar os comportamentos dos

doentes”.

A maior parte dos Profissionais possuía uma representação negativa de Cancro (“Cancro

era uma doença grave”, “Patologia de gravidade variável”, “Conotação negativa”,

“Doença degenerativa” e “Neoplasia Maligna”). À simbologia de Cancro apenas 18

Profissionais responderam com duas palavras, tendo para 13 (50,00%) dos 26 (100,00%)

o significado de “Sofrimento/Dor”. Para os restantes era também muito negativo, à

excepção de 2 (7,70%) que referiram “Esperança e Desafio”.

A opinião e o significado sobre o cancro apresentados estão de acordo com o

referenciado por Trill (2002) quando afirma que (…) “el cáncer es una enfermedade

temida en todas las culturas.” (…) e que a “su asociación al sufrimiento, al dolor y a la

muerte transgredí barreras geográficas y culturais (…), pelo que “la interpretación y o

significado que cada individuo le asigna a la enfermedad está influido por variables y

actitudes culturales …(p. 639).

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 222 -

Nas respostas dos Profissionais referentes à abordagem do Cancro no Centro de Saúde

registaram-se inúmeras contradições, uma vez que todos referiram que esta problemática

não era abordada. No entanto, a maioria mencionou que realizava EPS sobre o mesmo,

preferencialmente nas “Consultas Programadas” e depois “Sempre que necessário”.

Referiram, também os objectivos, apontando como principais a “Prevenção” e “Alertar e

incentivar para o rastreio”.

A maioria dos Profissionais (17 – 65,40%) afirmou, ainda, que “Ás vezes sentia algum

tipo de constrangimento” quando abordava o assunto e referiu como reagiam as pessoas

quando era focado.

Grande parte dos mesmos (18 dos 26 Profissionais) registou que já teve ou tinha

familiares ou amigos com Cancro tendo 14 mencionado a influência deste facto no

desempenho da EPS.

Face às contradições apresentadas, parece-nos que os Profissionais referiram o que

acreditavam dever fazer e não a sua prática quotidiana.

O maior número e percentagem dos Profissionais de Saúde emitiu um conhecimento

científico adequado face ao Cancro do Colo do Útero. No entanto, 3 (11,54%)

consideraram-no uma “Doença problemática”, não dando explicando o motivo.

No que concerne às Estratégias para a Profilaxia do mesmo o “Rastreio” foi a resposta

com maior número e percentagem (11 - 42,32%). De salientar, que alguns Profissionais

(4 - 15,38%) referiram a EPS como uma “Obrigatoriedade de cumprimento das

orientações da DGS” e que outros (2 - 7,69%) recomendaram a “Citologia anual” como

estratégia para a sua Profilaxia.

Verificámos, mais uma vez, a existência de contradições, pois na prática, o tipo de

Rastreio utilizado era o oportunista sem controlo nem avaliação e a citologia tanto era

anual como de três em três anos.

���� Contributos das actividades de Educação Para a Saúde realizadas

As actividades de EPS Individuais e a Grupos tiveram contributos positivos, pois a

obtenção de informação relevante acerca da problemática do estudo constituiu um dos

principais.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 223 -

Para as mulheres os contributos essenciais da EPS Individual e de Grupo foram a

“aquisição” de informação e a motivação para a realização da citologia.

Antes da EPS Individual as utentes possuíam uma representação social de Cancro

negativa, reveladora de desconhecimento do mesmo, verbalizando “Provoca muito

sofrimento e dor”, “Leva sempre à morte”, “Não tem cura”, “É contagiosa”, “Não tem

tratamento” e “Não há medicamentos para aliviar as dores”, o que está de acordo com

Matias (2002) quando refere “Esquecidos os grandes flagelos sociais, o cancro passa a

ser associado ao sofrimento e à morte.”, ou “São igualmente recorrentes os temores

sobre o contágio” (p. 101).

As mulheres consideraram ser “Muito importante” e “Importante” a EPS sobre Cancro

justificando “ter interesse adquirir conhecimentos para fazer prevenção”.

O maior número e percentagem de mulheres (117 - 62,23%) referiu que nos Centros de

Saúde o Cancro não era abordado e quando o faziam o Enfermeiro (a) era o Profissional

de Saúde mais apontado. Os principais objectivos consistiam em “Explicar a importância

de fazer rastreios” e “Informar sobre medidas preventivas”.

As mulheres apresentavam uma enorme necessidade de serem ouvidas, esclarecidas e

informadas face às suas preocupações, dúvidas e áreas de interesse apresentadas.

As actividades permitiram aumentar o conhecimento das mulheres acerca do Cancro do

Colo do Útero, pois embora o maior número e percentagem (161 - 85,64%) já tivésse

ouvido falar deste Cancro, registou-se um aumento após a intervenção (187 – 99,47%).

A maior fonte de informação consistiu na “Televisão/Rádio” antes e após a EPS, o que é

corroborado por Dias (2002) ao considerar que “os meios de comunicação social

desempenham um papel preponderante na divulgação pedagógica de informação

respeitante à doença oncológica, constituindo-se como verdadeiros agentes de promoção

de saúde” (p. 244).

No final da EPS, esta actividade educativa foi a mais referenciada (182 - 96,81%) como

fonte de informação acerca do Cancro do Colo do Útero.

As mulheres, após a EPS, consideraram que o Cancro do Colo do Útero quando

“diagnosticado precocemente pode ser tratado e curado” mas 2 (1,06%), ainda, referiram

que “Não tem cura” e 1 (0,53%) que “Não se pode prevenir”.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 224 -

No final da actividade, praticamente, todas as mulheres conheciam factores que podiam

levar ao aparecimento deste Cancro (196 - 98,94%), sendo os mais referenciados as

“Doenças Ginecológicas” seguidas da “Promiscuidade Sexual”. Contudo, duas mulheres

continuaram a referir desconhecimento.

Durante a EPS foi dado grande realce às Doenças Sexualmente Transmissíveis e,

nomeadamente, ao HPV. No entanto, concluímos que as primeiras foram pouco

mencionadas e o segundo não foi referido pelas mulheres. Será que esta situação se

prendeu com factores de ordem sócio-cultural?

Nos Centros de Saúde de referência uma elevada percentagem de mulheres que assistiu

à EPS já tinha realizado citologia, sendo estes os locais onde, habitualmente, a

efectuavam. O intervalo de realização da mesma dispersou-se por vários períodos,

embora 54 (37,76% ) mulheres a tivessem efectuado “Anualmente”.

Relativamente à data da última citologia verificámos que 14 mulheres (9,79%) não

“sabiam/não se lembravam” quando a tinha efectuado. A maior percentagem tinha-a

efectuado nos anos 2003 (37,06%) e 2002 (20,28%).

No que concerne ao resultado, o maior número de mulheres (88 - 61,82%) mencionou ter

“Grau I”. O “Grau II” foi referido por 12 utentes (8,33%) e o “Grau V” por uma (0,69%).

Um grande número e percentagem de mulheres (41 - 28,47%) “desconheciam” o

resultado da citologia.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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CAPÍTULO VIII

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 227 -

1. CONTRIBUTOS DA EPS PARA A PREVENÇÃO DO CANCRO DO COLO DO

ÚTERO

A Investigação realizada permitiu chegar a algumas conclusões que, face às limitações

referidas, suscitam algumas recomendações.

A alusão à Prevenção do Cancro do Colo do Útero, ao Rastreio e à citologia como exame

de rastreio, são aspectos que poderão ter interesse para futuras investigações

delinearem programas de rastreio deste Cancro.

É necessário, também, o desenvolvimento de novos estudos integrados com a prática

profissional, sobre a eficácia da prevenção, os programas de prevenção, o impacto

psicológico da prevenção do Cancro e as estratégias de detecção, o que vai de encontro

às recomendações da ONS (2004).

Os registos Médicos e de Enfermagem existentes nos contextos de estudo eram

insuficientes, pouco precisos, sem critério, pouco operacionais e de difícil acesso. Assim,

o ideal seria que os mesmos fossem informatizados, por forma a que os Profissionais de

Saúde tivessem mais tempo para outras actividades.

Deveria ser realizada EPS de acordo com as necessidades individuais dando ênfase à

Promoção da Saúde e à Prevenção da Doença. As actividades de grupo quando

realizadas devem ser planificadas, com estudo prévio dos interesses dos utentes

relativamente às temáticas a abordar, uma vez que as mulheres referiram uma enorme

necessidade de esclarecimento e informação.

Sugerimos formação contínua dos Profissionais de Saúde para que se actualizem e

possam implementar estas alterações.

A “aquisição” de informação e a motivação para a citologia foram alguns dos contributos

da EPS Individual e de Grupos. Contudo, o ideal seria a apropriação, uma vez que só

assim é possível mudar comportamentos, bem como alterar crenças, tabus, valores…

O Instrumento de “ Adesão” das Mulheres à Citologia Papanicolaou elaborado e colocado

em experiência apresenta deficiências. Assim, sugere-se a sua análise e revisão pelas

entidades responsáveis da Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo, incluindo o

coordenador do Programa Tumores Malignos, com a colaboração da autora do

instrumento anteriormente referido.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 228 -

Das utentes inscritas um pequeno número realizou citologia nos anos de referência o que

parece poder justificar-se pela inexistência de critérios para a efectuar, bem como pelo

facto de não constituir um hábito daquela população realizá-la com frequência,

principalmente a partir da faixa etária dos 55 anos.

A inexistência de registos, provavelmente, dificulta a tomada de decisão para a marcação

da próxima citologia.

O Enfermeiro (a) constituiu o elemento da Equipa de Saúde que mais influenciou as

utentes neste âmbito, talvez pela sua proximidade e facilidade de acesso.

Os Profissionais de Saúde, Médicos e Enfermeiros, podem influenciar os

comportamentos de adesão das mulheres à citologia de forma positiva, se acreditarem na

sua eficácia como medida preventiva, a recomendarem e a marcarem.

Os aspectos, anteriormente, mencionados inerentes ao Sistema de Cuidados de Saúde

Primários, bem como a utilização regular do vocábulo doente em detrimento de utente,

pode ser um indicador de que este Sistema de Cuidados ainda está muito vocacionado

para os aspectos curativos. Este facto foi, também, identificado na observação efectuada.

Os Centros de Saúde não colocaram em prática os critérios definidos pela Sub-Região de

Saúde de Viana do Castelo, no que concerne à citologia do Cancro do Colo do Útero,

parecendo não existir controlo e avaliação. No nosso ponto de vista os Profissionais de

Saúde devem reunir, discutir opiniões, encontrar consensos, de forma a uniformizar

critérios e elaborar programas que permitam dar cumprimento às directrizes emanadas.

A re (activação) do Registo Oncológico era, também, um compromisso que não foi

cumprido, uma vez que não existiam registos exactos e actualizados das citologias e o

Instituto Português de Oncologia (RORENO), também não os possui. Propomos a

implementação de um instrumento de registo de citologias que favoreça a obtenção de

dados relativamente a esta problemática, bem como a existência de um elemento

responsável pela verificação do preenchimento do mesmo.

O Cancro e o Cancro do Colo do Útero não constituiram temáticas abordadas pelos

Profissionais de Saúde, apesar da Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo contemplar

no seu Plano de Acção 2000 – 2003 e no Programa Tumores Malignos o Projecto

“Prevenção do Cancro do Colo do Útero”. Assim, a investigação realizada teve

contributos positivos, uma vez que no período em que decorreu foi efectuada EPS sobre

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

- 229 -

Cancro do Colo do Útero de acordo com as recomendações da Sub-Região de Saúde e

do Plano Oncológico Nacional.

Recomendamos, então, que sejam revistos os Projectos prioritários deste Sistema Local

de Saúde, uma vez que apesar dos programas nacionais e locais existentes não houve

alterações das taxas de incidência por este Cancro.

Nas actividades de Educação para a Saúde desenvolvidas sobre “Prevenção do Cancro

do Colo do Útero “ abordámos a importância da vacina em estudo.

Na Formação em Enfermagem, ao nível da Licenciatura, é importante o investimento em

termos de Ensinos Clínicos, com acompanhamento adequado, para que os formandos

consolidem na prática a teoria ministrada sobre Cancro e Cancro do Colo do Útero. A

área das representações do Cancro deve ser muito bem trabalhada com os mesmos,

tendo em vista uma eficaz Educação para a Saúde.

Sugerimos que a Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo inicie Cursos de

Pós-graduação e Mestrados em Oncologia, não esquecendo os tipos de cancro evitáveis

e curáveis, como o Cancro do Colo Uterino.

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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Educação Para a Saúde - Contributos Para a Prevenção do Cancro

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ANEXOS

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ANEXO I

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ANEXOS

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ANEXO II

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“ADESÃO” DAS MULHERES À CITOLOGIA PAPANICOLAOU

CENTRO DE SAÚDE/EXTENSÃO DE __________________________________

Nº de Processo __________________________ Nº de Utente _____________________

Nome __________________________________________________________________

Telefone / Telemóvel ______________________________________________________

Data de nascimento _______________________________Idade ___________________

Escolaridade ____________________________________________________________

Estado civil _____________________________ Religião _________________________

Profissão _______________________________________________________________

Residência ______________________________________________________________

Freguesia _______________________________________________________________

Módulo _________________________________________________________________

Médico de Família ________________________________________________________

Data da citologia efectuada _________________________________________________

Consulta em que realizou a citologia __________________________________________

Profissional de Saúde que efectuou a citologia __________________________________

Realizou a citologia por decisão de quem (própria, convocada, médico, enfermeira,

outro)? _________________________________________________________________

Para além do Centro de Saúde já realizou citologia em consulta privada? ____________

Porquê? ________________________________________________________________

Resultado da citologia actual ________________________________________________

Intervenção face ao resultado actual __________________________________________

Data das citologias e resultados:

DATA RESULTADO DATA RESULTADO

OBS: _____________________________________________________________

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ANEXO III

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Questionário a Profissionais de Saúde

Exmo. (a) Senhor (a),

Sou professora na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo e estou a fazer o

doutoramento no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto.

Pretendo levar a cabo um Estudo sobre “Educação Para a Saúde – Contributos para a

Prevenção do Cancro”.

Para que este trabalho seja possível necessito da Vossa Colaboração no preenchimento

do questionário que se segue.

Este questionário constitui uma das fontes importantes de recolha de informação para o

trabalho que pretendo levar a efeito, dependendo das vossas respostas a qualidade dos resultados.

Solicito, deste modo, o seu preenchimento na totalidade, garantindo que todas as

informações são absolutamente confidenciais.

OBS: Se necessário pode utilizar o verso da página para continuar as respostas.

Muito grata pela preciosa colaboração,

(Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco)

________________

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Questionário a Profissionais de Saúde

Parte I

Parte II

Parte II

1- O que pensa da Educação para a Saúde (EPS) nos Cuidados de Saúde Primários? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

1- Idade ______________ (Anos)

2- Sexo:

Masculino □

Feminino □

3- Estado Civil:

Solteiro □

Casado / União Marital □

Divorciado / Separado □

Viúvo □

4- Profissão: ____________________________________________

5- Categoria Profissional __________________________________________

6- Especialidade:

Sim □ Qual? _________________________________________

Não □

7- Tempo de serviço na profissão _________________________________

8- Serviço onde exerce actualmente a profissão ___________________________

9- Há quanto tempo exerce funções neste serviço? ________________________

1

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Questionário a Profissionais de Saúde

2- Na sua opinião, qual ou quais as estratégias considera mais adequadas para realizar

EPS?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3- Que contexto (s) considera mais apropriados para efectuar EPS? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4- No quotidiano da sua prática em que situações / circunstâncias realiza EPS?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5- Nas actividades de EPS que realiza quais são as temáticas, por ordem de prioridades,

que mais, frequentemente, aborda?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6- Com que objectivo (s) faz EPS? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2

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Questionário a Profissionais de Saúde

7- Que resultado (s) espera obter com a EPS? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________

Parte III

1- Que opinião tem do Cancro? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________

2- Em que situações / circunstâncias faz EPS sobre o cancro?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3- Quando faz EPS sobre cancro quais são os seus objectivos?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3

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Questionário a Profissionais de Saúde

4- Sente constrangimentos quando tem que abordar o cancro?

* Sim □

* Não □

* Às vezes □ Justifique_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.1- Se respondeu afirmativamente à questão anterior refira os principais

constrangimentos:

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5- Por norma, como reagem as pessoas quando fala sobre o cancro?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6- Refira numa ou duas palavras (no máximo) o que para si representa ou traduz o cancro

(palavra ou palavras a que associa o cancro):

__________________________________________________________________________________________________________________________________

7- Teve ou tem na família ou no grupo de amigos alguém com cancro?

* Sim □

* Não □

* Não sabe □

4

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Questionário a Profissionais de Saúde

7.1- Se respondeu afirmativamente à questão anterior de que forma este facto influencia o

seu desempenho no âmbito da EPS sobre Cancro?

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Parte IV

1- O que pensa do Cancro do Colo do Útero? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2- Que estratégias propõe para a profilaxia do Cancro do Colo do Útero? ___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Obrigada pelo tempo dispendido

5

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ANEXO IV

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Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)

________________

Ex ma Senhora,

Sou professora na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo e estou a fazer o

doutoramento no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto.

Pretendo levar a cabo um Estudo sobre “Educação Para a Saúde – Contributos para a

Prevenção do Cancro”.

Para que este trabalho seja possível necessito da Vossa Colaboração no preenchimento

do questionário que se segue.

Este questionário constitui uma das fontes importantes de recolha de informação para o

trabalho que pretendo levar a efeito, dependendo das vossas respostas a qualidade dos resultados.

Solicito, deste modo, o seu preenchimento na totalidade, garantindo que todas as

informações são absolutamente confidenciais.

Muito grata pela preciosa colaboração,

(Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco)

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Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)

Parte I

Parte II

1- Já alguma vez lhe falaram de cancro no Centro de Saúde?

* Sim □

* Não □

* Não se lembra □

Se respondeu afirmativamente à questão anterior refira:

1.1- Quem lhe falou com mais frequência sobre cancro:

* Médico (a) □

* Enfermeiro (a) □

* Médico (a) e Enfermeiro (a) □

* Outro □ Quem ___________________________

1- Idade ______________ (Anos) 2- Morada (completa) Rua ____________________________________________ Nº ________ Lugar ______________________________________________________ Freguesia ___________________________________________________ 3- Estado Civil:

*Solteira □ *Divorciada / Separada □

*Casada □ *Viúva □

*União Marital □ *Outro □

4- Escolaridade:

*Não sabe ler / escrever □ *Entre o 10º e o 12º Ano □

*Até à 4ª classe □ *Superior ao 12º Ano □

*Entre o 5º e o 9º Ano □

5- Profissão: _________________________________________________________

1

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Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)

1.2- Com que objectivo (s) lhe falaram do cancro? (Assinale com um X a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)

* Informar sobre estilos de vida saudáveis □

* Informar sobre as medidas preventivas □

* Dar a conhecer os factores de risco □

* Explicar a importância de fazer rastreios □

* Explicar a necessidade de fazer outros exames □

* Informar que tinha cancro □

* Informar dos tratamentos existentes □

* Outro □ – Qual ___________________

_______________________________________________________________

1.3- Onde lhe falaram de cancro no Centro de Saúde:

(Assinale com um X a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)

* Na consulta médica □

* No gabinete de Enfermagem □

* Na sala de reuniões □

* Na sala de espera □

* Em sessão específica para falar de cancro □

* Outro □ – Qual________________________

_______________________________________________________________

2- Teve ou tem algum familiar com cancro?

* Sim □

* Não □

* Não sabe □

Quem? _________________________________________________________

2

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Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)

3- Na sua opinião o cancro é uma doença que: (Assinale com um X a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)

* É contagiosa □

* Não tem cura □

* Se for “descoberta” cedo pode ser tratada □

* Leva sempre à morte □

* Provoca muito sofrimento e dor □

* Não há medicamentos para aliviar as dores □

* Não tem tratamento □

* Pode ser evitada □

* Outra □ – Qual _________________________ ______________________________________________________________________________ 4- Refira duas palavras a que associa o cancro:

__________________________________________ __________________________________________

5- Acha que a educação para a saúde sobre cancro é:

* Muito importante □

* Importante □

* Nem importante nem pouco importante □

* Pouco importante □

* Nada importante □ *Porquê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________

6- O que gostaria de saber sobre o cancro? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3

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Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)

Parte III

1- Já ouviu falar do Cancro do Colo do Útero?

* Sim □

* Não □

* Não se lembra □

Se respondeu Sim à questão anterior refira:

1.1- Onde ouviu falar deste cancro?

(Assinale com X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)

* Centro de Saúde □

* Hospital □

* Médico Particular □

* Televisão/Rádio □

* Revistas/Jornais □

* Amigos/Vizinhos/Familiares □

* Em sessão específica sobre cancro □

* Outro □ – Qual _____________________________ _______________________________________________________________

1.2- Quem lhe falou, com mais frequência, sobre o Cancro do Colo do Útero?

(Assinale com X a resposta mais adequada ao seu caso)

* Médico (a) □

* Enfermeiro (a) □

* Médico (a) e Enfermeiro (a) □

* Médico (a) Particular □

* Outro □ – Quem ____________________________ _______________________________________________________________

4

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Educação Para a Saúde Individual (Antes da Intervenção)

2- Na sua opinião o Cancro do Colo do Útero é uma doença que: (Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas)

* Não tem cura □

* Não se pode evitar □

* Se for “descoberta” cedo pode ser tratada e curada □

* Não há exames para a descobrir □

* Não tem opinião □

* Outra □ – Qual ______________________ ____________________________________________________________________________

3- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro?

* Sim □ – Refira três (3) factores:

__________________________________________________________

__________________________________________________________

__________________________________________________________

* Não □

4- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou?

* Sim □

* Não □

* Não sabe/Não se lembra □

5- Na sua opinião o Teste Papanicolaou serve para:

(Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas)

* Evitar o cancro □

* ”Descobrir” o cancro o mais cedo possível □

* Tratar o cancro □

* Não tem interesse fazer este exame □

* Não tem opinião □

* Outra □ – Qual ___________________________

5

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Educação Para a Saúde Individual (Após a Intervenção)

Parte I

Parte II

1- Já ouviu falar do cancro do colo do útero?

* Sim □

* Não □

* Não se lembra □

1- Idade ______________ (Anos) 2- Morada (completa) Rua ____________________________________________ Nº ________ Lugar ______________________________________________________ Freguesia ___________________________________________________ 3- Estado Civil:

*Solteira □ *Divorciada / Separada □

*Casada □ *Viúva □

*União Marital □ *Outro □

4- Escolaridade:

*Não sabe ler / escrever □ *Entre o 10º e o 12º Ano □

*Até à 4ª classe □ *Superior ao 12º Ano □

*Entre o 5º e o 9º Ano □

5- Profissão: _______________________________________________________

1

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Educação Para a Saúde Individual (Após a Intervenção)

Se respondeu Sim à questão anterior refira: 1.1- Onde ouviu falar deste cancro?

(Assinale com X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)

* Centro de Saúde □

* Hospital □

* Médico Particular □

* Televisão / Rádio □

* Revistas/Jornais □

* Amigos/Vizinhos/Familiares □

* Em sessão específica sobre cancro □

* Nesta sessão □

* Outro □ – Qual______________________________

1.2- Quem lhe falou com mais frequência sobre o cancro do colo do útero?

(Assinale com X a resposta que se adequa ao seu caso)

* Médico (a) □

* Enfermeiro (a) □

* Médico (a) e Enfermeiro (a) □

* Médico (a) Particular □

* Outro □ – Quem ___________________________________

2- Na sua opinião o cancro do colo do útero é uma doença que:

(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)

* Não tem cura □

* Não se pode evitar □

* Se for “descoberta” cedo pode ser tratada e curada □

* Não há exames para a “descobrir” □

* Não tem opinião □

* Outra □– Qual __________________

2

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Educação Para a Saúde Individual (Após a Intervenção)

3- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro?

* Sim □ Refira três (3) factores que lhe parecem mais importantes: ________________________________________________________

________________________________________________________

________________________________________________________

* Não □

4- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou?

* Sim □

* Não □

* Não sabe/Não se lembra □ Se respondeu Sim à questão anterior refira: 4.1- Onde costuma fazer o Teste Papanicolaou?

(Assinale com X a resposta ou respostas mais adequadas ao seu caso)

* Centro de Saúde □

* Hospital □

* Médico Particular □

* Outro □ – Qual _______________________________ 4.2- Com que frequência costuma fazer este exame?

(Assinale com X a resposta mais adequada ao seu caso)

* Só fez uma vez □

* De seis em seis meses □

* Todos os anos □

* De dois em dois anos □

* De três em três anos □

* Mais de três anos □

* Depende do resultado do exame □

* Não sabe □

3

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Educação Para a Saúde Individual (Após a Intervenção)

4.3- Quando fez o último exame?

* Ano _______________________

* Não sabe / Não se lembra □ 4.4- Qual o resultado?

* Grau I □

* Grau II □

* Grau III □

* Grau IV □

* Grau V □

* Não sabe □ 5- Na sua opinião o Teste Papanicolaou serve para:

(Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas)

* Evitar o cancro □

* “Descobrir” o cancro o mais cedo possível □

* Tratar o cancro □

* Não tem interesse fazer este exame □

* Não tem opinião □

* Outra □ - Qual___________________________ _________________________________________________________________________ 6- Depois de lhe ter falado sobre este assunto acha que:

(Assinale a resposta ou respostas mais adequada (s) ao seu caso)

* Já sabia tudo o que foi dito □

* Ficou informada □

* Necessita de mais informação □

* Está mais motivada para realizar o Teste Papanicolaou □

* Foi uma perda de tempo □

* Outro □ – Qual_________________ ___________________________________________________________________________ OBS:_______________________________________________________________________

Obrigada pelo tempo dispendido.

4

Page 271: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

ANEXO V

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Questionários Primeiras Actividades de EPS a Grupos

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Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)

Exma. Senhora,

Sou professora na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo e estou a fazer o

doutoramento no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto.

Pretendo levar a cabo um Estudo sobre “Educação para a Saúde – Contributos para a

Prevenção do Cancro do Colo do Útero”

Para que este trabalho seja possível necessito da Vossa Colaboração, no preenchimento

do questionário que se segue.

Este questionário constitui uma das fontes importantes de recolha de informação, para o

trabalho que pretendo levar a efeito, dependendo das vossas respostas a qualidade dos

resultados. Solicito, deste modo, o seu preenchimento na totalidade, garantindo que todas as

informações são absolutamente confidenciais.

Muito grata pela preciosa colaboração,

(Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco)

___________

Page 274: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)

Parte I 1- Data de nascimento ___/___/_____ Idade ____________ 2- Morada (completa)

Rua _____________________________________________ nº____

Lugar __________________________ Freguesia _____________________________

3- Estado Civil

Solteira □ Divorciada / Separada □

Casada □ Viúva □

União Marital □ Outro □ 4- Escolaridade

Não sabe ler / escrever □ Entre o 10º e 12º Ano □

Até à 4º classe □ Superior ao 12º Ano □

Entre o 5º e 9º ano □ 5- Profissão ______________________________

Parte II 1- Já alguma vez ouviu falar em Cancro do Colo do Útero

(Assinale com um X apenas uma resposta)

Sim □

Não □

Vagamente □

Não sabe/não se lembra □

1

Page 275: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)

2- Se respondeu Sim, onde foi?

(Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)

Centro de Saúde □

Hospital □

Médico Particular □

Televisão □

Revistas/Jornais □

Amigos/Vizinhos/Familiares □

Outro □ Qual? _____________________________ 3- O que pensa sobre o Cancro do Colo do Útero:

(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)

Doença que não tem cura □

Doença que não se pode evitar □

Não há exames para diagnosticar (descobrir) a doença □

Doença que se for diagnosticada (descoberta) cedo pode ser tratada □

Não tem opinião □

4- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro?

(Assinale com um X apenas uma resposta)

Sim □ Quais? _____________________________________________ ______________________________________________

Não □

5- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou?

(Assinale com um X apenas uma resposta)

Sim □

Não □

Não sabe/Não se lembra □

2

Page 276: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)

6- Se já fez o Teste Papanicolaou, onde foi?

(Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)

Centro de Saúde □

Hospital □

Médico Particular □

Não sabe/Não se lembra □ 7- O Teste Papanicolaou serve para:

(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)

“Descobrir” o cancro o mais cedo possível □

Tratar o cancro □

Não sabe □

8- Porque veio assistir a esta sessão:

(Assinale a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)

Para ficar informada □

Porque já teve familiares/ amigos /vizinhos com a doença □

Porque estava no local □

Para passar o tempo □

Outro □ - Qual? ________________

Obrigada pelo tempo dispendido.

3

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Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)

Parte I

1- Data de nascimento ___/___/_____ Idade ____________ 2- Morada (completa)

Rua _____________________________________________ nº____

Lugar __________________________ Freguesia _____________________________

3- Estado Civil

Solteira □ Divorciada / Separada □

Casada □ Viúva □

União Marital □ Outro □ 4- Escolaridade

Não sabe ler / escrever □ Entre o 10º e 12º Ano □

Até à 4º classe □ Superior ao 12º Ano □

Entre o 5º e 9º ano □ 5- Profissão ______________________________

Parte II

1- Já alguma vez ouviu falar em Cancro do Colo do Útero

(Assinale com um X apenas uma resposta)

Sim □

Não □

Vagamente □

Não sabe/não se lembra □

1

Page 278: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)

2- Se respondeu Sim, onde foi? (Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)

Centro de Saúde □

Hospital □

Médico Particular □

Televisão □

Revistas/Jornais □

Amigos/Vizinhos/Familiares □

Nesta sessão □

Outro □ - Qual? _____________________________________

3- O que pensa sobre o Cancro do Colo do Útero: (Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)

Doença que não tem cura □

Doença que não se pode evitar □

Não há exames para diagnosticar (descobrir) a doença □

Doença que se for diagnosticada (descoberta) cedo pode ser tratada □

Não tem opinião □

4- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro? (Assinale com um X apenas uma resposta)

Sim □ - Quais? ____________________________________________

____________________________________________

Não □

2

Page 279: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)

5- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou?

(Assinale com um X apenas uma resposta)

Sim □

Não □

Não sabe/Não se lembra □

6- Se já fez o Teste Papanicolaou, onde foi?

(Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)

Centro de Saúde □

Hospital □

Médico Particular □

Não sabe/Não se lembra □

7- O Teste Papanicolaou serve para:

(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)

“Descobrir” o cancro o mais cedo possível □

Tratar o cancro □

Não sabe □

3

Page 280: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Primeiras Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)

8- Depois de assistir a esta sessão considera que:

(Assinale a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)

Já sabia tudo o que foi dito sobre o assunto □

Ficou informada □

Necessita de mais informação □

Está mais motivada para realizar o Teste Papanicolaou □

Foi uma perda de tempo □

Outro □ - Qual? ________________

Obrigada pelo tempo dispendido.

4

Page 281: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Questionários Segundas Actividades de EPS a Grupos

Page 282: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)

Exma. Senhora,

Sou professora na Escola Superior de Enfermagem de Viana do Castelo e estou a fazer o

doutoramento no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar da Universidade do Porto.

Pretendo levar a cabo um Estudo sobre “Educação para a Saúde – Contributos para a

Prevenção do Cancro”

Para que este trabalho seja possível necessito da Vossa Colaboração, no preenchimento

do questionário que se segue.

Este questionário constitui uma das fontes importantes de recolha de informação, para o

trabalho que pretendo levar a efeito, dependendo das vossas respostas a qualidade dos

resultados. Solicito, deste modo, o seu preenchimento na totalidade, garantindo que todas as

informações são absolutamente confidenciais.

Muito grata pela preciosa colaboração,

(Isaura Maria Bata Henriques Peixoto Branco)

___________

Page 283: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)

Parte I

1- Data de nascimento ___/___/_____ Idade ___________ (anos)

2- Morada (completa)

Rua ________________________________________________________nº____________

Lugar ___________________________ Freguesia ________________________________

3- Estado Civil

Solteira □ Divorciada / Separada □

Casada □ Viúva □

União Marital □ Outro □

4- Escolaridade

Não sabe ler / escrever □ Entre o 10º e 12º Ano □

Até à 4º classe □ Superior ao 12º Ano □

Entre o 5º e 9º ano □

5- Profissão ________________________________________________________________

Parte II

1- Já ouviu falar do cancro do colo do útero?

(Assinale com um X apenas uma resposta)

* Sim □

* Não □

* Não sabe/não se lembra □

1

Page 284: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)

Se respondeu Sim à questão anterior refira: 1.1- Onde ouviu falar deste cancro?

(Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)

* Centro de Saúde □

* Hospital □

* Médico Particular □

* Televisão / Rádio □

* Revistas/Jornais □

* Amigos/Vizinhos/Familiares □

* Em sessão específica sobre cancro □

* Na sessão anterior □

* Outro □ Qual _________________________________ 1.2- Quem lhe falou mais sobre cancro do colo do útero?

(Assinale com X a resposta mais adequada ao seu caso)

* Médico (a) □

* Enfermeiro (a) □

* Médico (a) e Enfermeiro (a) □

* Médico (a) Particular □

* Enfermeira no Centro de Saúde em sessão individual □

* Enfermeira na sessão anterior □

* Outro □ - Quem ________________

2- Na sua opinião o cancro do colo do útero é uma doença que: (Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas)

* Não tem cura □

* Não se pode evitar □

* Se for “descoberta” cedo pode ser tratada e curada □

* Não há exames para a “descobrir” □

* Não tem opinião □

* Outra opinião □ - Qual _________________

2

Page 285: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)

3- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro?

* Sim □ Refira três (3) factores:

_______________________________________________ ______________________________________________________________________________________________

* Não □ 4- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou?

(Assinale com um X apenas uma resposta)

* Sim □

* Não □

* Não sabe/Não se lembra □

4.1- Se já fez o Teste Papanicolaou, onde foi? (Assinale com X a resposta ou respostas mais adequadas ao seu caso)

* Centro de Saúde □

* Hospital □

* Médico Particular □

* Não sabe/Não se lembra □

* Outro □ - Qual ____________________________________ 5- Na sua opinião o Teste Papanicolau serve para:

(Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas)

* Evitar o cancro □

* “Descobrir” o cancro o mais cedo possível □

* “Descobrir lesões pré-cancerosas do colo do útero □

* Tratar o cancro □

* Não tem interesse fazer este exame □

* Não tem opinião □

* Outra □ - Qual _______________________

3

Page 286: EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: CONTRIBUTOS PARA A … · MODELO CANCRO DO COLO DO ÚTERO Tese de Candidatura ao grau de ... À Drª. Celeste Patrocínio pelo estímulo e amizade demonstrados

Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Antes da Intervenção)

6- Quem a informou da realização desta sessão?

(Assinale com X a resposta ou respostas que considera adequadas ao seu caso)

* Viu um cartaz afixado □

* Leu a notícia no jornal □

* Ouviu na rádio □

* Foi o pároco que avisou □

* Foi o (a) Enfermeiro (a) [os/as] no Centro de Saúde □

* Foi o (a) Médico (a) [os/as] no Centro de Saúde □

* Foi o (a) Funcionário (a) [os/as] do Centro de Saúde □

* Outro □ - Quem _____________________ 7- A razão porque veio assistir a esta sessão foi:

(Assinale com X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)

*Ter estado presente na sessão anterior e achou importante □

*Ter ouvido dizer que a sessão anterior foi interessante □

*Não saber nada sobre o tema □

*Querer ficar informada □

*Ter ou ter tido familiares/ amigos /vizinhos com a doença □

*Estar no local □

*Para passar o tempo □

*Outra □ - Qual _________________

Obrigada pelo tempo dispendido.

4

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Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)

Parte I

1- Data de nascimento ___/___/_____ Idade ____________(anos)

2- Morada (completa)

Rua ______________________________________________________ nº__________

Lugar __________________________ Freguesia _____________________________

3- Estado Civil

Solteira □ Divorciada / Separada □

Casada □ Viúva □

União Marital □ Outro □

4- Escolaridade

Não sabe ler / escrever □ Entre o 10º e 12º Ano □

Até à 4º classe □ Superior ao 12º Ano □

Entre o 5º e 9º ano □

5- Profissão ________________________________________________________

Parte II

1- Já alguma vez ouviu falar em Cancro do Colo do Útero?

(Assinale com um X apenas uma resposta)

* Sim □

* Não □

* Não sabe/não se lembra □

1

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Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)

1.2- Se respondeu Sim, onde foi? (Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)

* Centro de Saúde □

* Hospital □

* Médico Particular □

* Televisão / Rádio □

* Revistas/Jornais □

* Amigos/Vizinhos/Familiares □

* Em sessão específica sobre cancro □

* Na sessão anterior □

* Nesta sessão □

* Outro □ Qual _________________________________ 1.3- Quem lhe falou mais sobre Cancro do Colo do Útero?

(Assinale com um X a resposta ou respostas que mais se adequam)

* Médico (a) □

* Enfermeiro (a) □

* Médico (a) e Enfermeiro (a) □

* Médico (a) Particular □

* Enfermeira no Centro de Saúde em sessão individual □

* Enfermeira na sessão anterior □

* Enfermeira nesta sessão □

* Outro □ - Quem ______________________ 2- O que pensa sobre o Cancro do Colo do Útero:

(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)

* Doença que não tem cura □

* Doença que não se pode evitar □

* Não há exames para “descobrir” a doença □

* Doença que se for “descoberta” cedo pode ser tratada □

* Não tem opinião □

*Outra opinião □ - Qual _________________

2

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Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)

3- Sabe que motivos (factores) podem levar ao aparecimento deste cancro?

(Assinale com um X apenas uma resposta)

* Sim □ Refira três (3) factores que lhe parecem mais importantes:

_______________________________________________ _______________________________________________ _______________________________________________

* Não □ 4- Já alguma vez fez o Teste Papanicolaou? (Assinale com um X apenas uma resposta)

* Sim □ Ano do último Teste: _______________

* Não □ Não sabe / Não se lembra □

* Não sabe/Não se lembra □

4.1- Se já fez o Teste Papanicolaou, onde foi? (Assinale com um X a resposta ou respostas que se adequam ao seu caso)

* Centro de Saúde □

* Hospital □

* Médico Particular □

* Não sabe/Não se lembra □

* Outro □ - Qual ____________________________________ 4.2- Na sua opinião o Teste Papanicolaou serve para:

(Assinale com um X a resposta ou respostas que considera adequadas)

* Evitar o cancro □

* Tratar o cancro □

* “Descobrir” o cancro o mais cedo possível □

* “Descobrir lesões pré-cancerosas do colo do útero □

* Não tem interesse fazer este exame □

* Não tem opinião □

* Outra opinião □ - Qual? __________________ _______________________________________________________________

3

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Segundas Sessões de Grupo de Educação Para a Saúde (Após a Intervenção)

5- Depois de assistir a esta sessão considera que: (Assinale a resposta ou respostas que mais se adequam ao seu caso)

* Já sabia tudo o que foi dito sobre o assunto □

* Ficou informada □

* Necessita de mais informação □

* Está mais motivada para realizar o Teste Papanicolaou □

* Foi uma perda de tempo □

* Outra opinião □ – Qual? _____________ _______________________________________________________________ 6- O que gostaria de saber mais sobre o Cancro do Colo do Útero? ____________________________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________

7- SUGESTÕES OU OBSERVAÇÕES: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Obrigada pelo tempo dispendido.

4

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ANEXO VI

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