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Educação infantil: a importância da iluminação e cor no desempenho e aprendizado da criança janeiro/2013 Educação infantil: a importância da iluminação e cor no desempenho e aprendizado da criança Mônica Janesch - [email protected] Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores Instituto de Pós-graduação - IPOG Resumo O objetivo principal do presente estudo é refletir sobre a iluminação natural e artificial dos espaços de ensino da educação infantil e no que isso influencia no desenvolvimento e aprendizado da criança baseado no pressuposto de que a criança e a luz tem uma relação direta. A creche é o segundo lar da criança, onde ela passa grande parte do dia fazendo várias atividades como se socializando, aprendendo, brincando, alimentando, descansando, entre outras. A pesquisa busca saber qual iluminação é adequada para cada uma dessas atividades desenvolvidas. O artigo tem como proposta apresentar uma pesquisa bibliográfica e uma visita a campo numa escola que tem séries de educação infantil, localizada em Rio do Sul, avaliando, de acordo com o uso da sala analisada, a sua iluminação e a preocupação que a instituição tem com este assunto. O resultado desta pesquisa apresenta que a luz pode influenciar a criança deixando-a mais relaxada ou mais atenta, por exemplo. Mostrando que é possível aplicar esses conceitos para melhorar a qualidade de ensino e convívio. Palavras-chave: Iluminação, Educação infantil, Sala de aula, Criança 1. Introdução As pessoas ficam cada vez mais dentro de ambientes construídos.Vivemos em uma residência, frequentamos mercados, lojas, restaurantes, entre outros, ou seja, são nos espaços internos que passamos a maior parte do nosso tempo seja quando adulto ou criança. Desde muito pequena, algumas delas, tem a rotina de frequentar parte do dia a sua casa e parte a escola, por necessidade ou escolha dos pais. Todavia, esses espaços são importantes nessa fase da vida, são neles que passam grande parte do tempo, contudo eles devem ser agradáveis, confortáveis, atraentes. Segundo Dal Prá (2011), cabe a comunidade escolar estar atenta as necessidades de transformação e mudança e auxiliar o/a professor/a integrar alunos e espaço, desafiando-as cognitivamente, emocionalmente, socialmente, psiquicamente”. Um espaço que não agrada e que causa desconforto para o aluno pode trazer resultados negativos na educação, como continua explicando Dal Prá (2011): Se o espaço escolar não for o espaço estimulador, envolvente e que desperte o interesse das crianças de alguma forma elas tentarão demonstrar suas insatisfações. Essas insatisfações podem ser expressas em seus comportamentos, na forma como se relacionam uns com os outros e com a educadora. Já sabemos que a falta de atividades significativas, espaço e brinquedo adequados para brincar gera ansiedade e agitação.

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Educação infantil: a importância da iluminação e cor no desempenho e aprendizado da criança janeiro/2013

Educação infantil: a importância da iluminação e cor no desempenho e

aprendizado da criança

Mônica Janesch - [email protected] Pós-graduação em Iluminação e Design de Interiores

Instituto de Pós-graduação - IPOG

Resumo

O objetivo principal do presente estudo é refletir sobre a iluminação – natural e artificial –

dos espaços de ensino da educação infantil e no que isso influencia no desenvolvimento e

aprendizado da criança baseado no pressuposto de que a criança e a luz tem uma relação

direta. A creche é o segundo lar da criança, onde ela passa grande parte do dia fazendo

várias atividades como se socializando, aprendendo, brincando, alimentando, descansando,

entre outras. A pesquisa busca saber qual iluminação é adequada para cada uma dessas

atividades desenvolvidas. O artigo tem como proposta apresentar uma pesquisa bibliográfica

e uma visita a campo numa escola que tem séries de educação infantil, localizada em Rio do

Sul, avaliando, de acordo com o uso da sala analisada, a sua iluminação e a preocupação

que a instituição tem com este assunto. O resultado desta pesquisa apresenta que a luz pode

influenciar a criança deixando-a mais relaxada ou mais atenta, por exemplo. Mostrando que

é possível aplicar esses conceitos para melhorar a qualidade de ensino e convívio.

Palavras-chave: Iluminação, Educação infantil, Sala de aula, Criança

1. Introdução

As pessoas ficam cada vez mais dentro de ambientes construídos.Vivemos em uma

residência, frequentamos mercados, lojas, restaurantes, entre outros, ou seja, são nos espaços

internos que passamos a maior parte do nosso tempo seja quando adulto ou criança. Desde

muito pequena, algumas delas, tem a rotina de frequentar parte do dia a sua casa e parte a

escola, por necessidade ou escolha dos pais. Todavia, esses espaços são importantes nessa

fase da vida, são neles que passam grande parte do tempo, contudo eles devem ser agradáveis,

confortáveis, atraentes. Segundo Dal Prá (2011), “cabe a comunidade escolar estar atenta as

necessidades de transformação e mudança e auxiliar o/a professor/a integrar alunos e espaço,

desafiando-as cognitivamente, emocionalmente, socialmente, psiquicamente”.

Um espaço que não agrada e que causa desconforto para o aluno pode trazer resultados

negativos na educação, como continua explicando Dal Prá (2011):

Se o espaço escolar não for o espaço estimulador, envolvente e que desperte o

interesse das crianças de alguma forma elas tentarão demonstrar suas insatisfações.

Essas insatisfações podem ser expressas em seus comportamentos, na forma como

se relacionam uns com os outros e com a educadora. Já sabemos que a falta de

atividades significativas, espaço e brinquedo adequados para brincar gera ansiedade

e agitação.

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Educação infantil: a importância da iluminação e cor no desempenho e aprendizado da criança janeiro/2013

Um dos elementos importantes dentro das salas é a iluminação.

No interior desse espaço o fator que influencia em como vemos ele é a iluminação.

Foi por meio da luz, que se apresentou uma nova possibilidade de expressão de uma

outra alternativa de transformação dos ambiente que se habita. Na atualidade, não se

imagina explorar a plenitude da expressividade arquitetônica sem o uso da

iluminação, seja ela artificial ou natural. (BRONDANI, 2006)

Ao observar as salas de aula de creches e pré-escolas percebe-se uma grande preocupação

com o mobiliário, proporcional a facha etária da criança em relação a média de altura, as

cores e decoração nas paredes, porém, ao identificarmos a iluminação vemos basicamente um

simples ponto de luz centralizado no espaço. A singularidade que encontramos a iluminação

desses ambientes é no que está baseado esse trabalho.

Esta pesquisa tem o objetivo demonstrar que a iluminação não é um simples ponto de luz

centralizado, e sim um complexo item indispensável num projeto para fazer do ambiente

projetado um espaço que transmita sensações, emoções e que, valorizado, permita visualizar a

decoração. No mercado hoje existem inúmeros tipos de lâmpadas com sistemas, cores,

funções, tecnologias, aplicações diferentes que podem mudar totalmente o ambiente, criar

cenários ou provocar essas sensações variadas ao indivíduo.

Para isto é preciso ter conhecimento dessa variedade de lâmpadas e luminárias, assim como

saber aplicá-las, conhecer o efeito que elas proporcionam e o resultado que se quer atingir no

espaço. Tudo isso é definido num projeto de iluminação de autoria do profissional capacitado,

o lithing designer.

O projeto pode ser feito tanto para ambientes internos como externos, dentre eles as salas de

aula que são o assunto deste estudo. Aos dizeres de Brondani (2006), “considerar as

características das lâmpadas e luminárias é requisito para obter-se uma boa iluminação

artificial. Bem explorada, pode transformar os ambientes, criando um clima diferenciado aos

usuários”.

Não é só a luz que pode proporcionar esses estímulos e sensações ao usuário do ambiente, as

cores também podem interferir. Esses dois fatores, aliados, dão ao projeto uma solução

completa e mais eficaz sobre o aluno.

A preferência pelas salas de aula da educação infantil para estudo desse trabalho justifica-se

em função de serem os primeiros anos em que a criança frequenta a escola, onde não há

somente a obrigação de estudar, mas o brincar e o socializar são o mais relevante entre a

estrutura pedagógica da maioria das escolas.

2. A educação infantil e o espaço

No passado, quem era responsável pela inserção da criança no meio cultural e social era a

família. Hoje, a família tem um perfil diferenciado onde todos trabalham, fazendo com que

grande parte desse compromisso fique com a creche.

É importante dizer que a grande maioria das crianças pequenas que freqüentam esta

instituição passa nela, aproximadamente, doze horas diária. O tempo de convívio

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com outras pessoas, outros objetos, outros espaços e outros tempos torna-se muito

reduzido. Este dado revela que o tempo-espaço da creche exerce na vida da criança

um papel fundamental e distinto dos demais tempos e espaços (escola, família, rua,

entre outros), exigindo que seja pensado, discutido e refletido. (BATISTA, 2008)

Isso faz com que a escola tenha um papel importante para a criança tanto na parte educacional

como na social onde se aprende a conviver em grupo, a brincar, a se expressar, a conversar.

Lugar de socialização, de convivência, de trocas e iterações, de afetos, de ampliação

e inserção sociocultural, de constituição de identidades e de subjetividades; neste

lugar, partilham situações, experiências, culturas, rotinas, cerimônias institucionais,

regras de convivência; estão sujeitas a tempos e espaços coletivos bem como a graus

diferentes de restrições e controles dos adultos. (CORSINO, 2003)

Esse espaço físico exige um conjunto de fatores que, juntos, contribuirão para o

desenvolvimento infantil, como profissionais com boa formação, materiais educativos,

equipamentos. Dentro disso deve-se lembrar de que o espaço físico de uma escola de ensino

fundamental e de uma creche podem ser semelhantes, mas o conteúdo deles é totalmente

diferente.

Um trabalho de qualidade para as crianças pequenas exige ambientes aconchegantes,

seguros, estimulantes, desafiadores, criativos, alegres e divertidos, onde as

atividades elevem sua auto estima, valorizem e ampliem as suas experiências e seu

universo cultural, agucem a curiosidade, a capacidade de pensar, de decidir, de

atuar, de criar, de imaginar, de expressar. Ambientes que se abram à brincadeira, que

é o modo como as crianças dão sentido ao mundo, produzem história, criam cultura,

experimentam e fazem arte. (CORSINO, 2003)

O espaço é importante para ajudar a atender todas essas expectativas voltadas para a educação

infantil onde este deve estimular a criança, favorecer no aprendizado. Ele deve ser

compreendido aos seus olhos, como ela vivencia e não como um projeto executado. Como

colocou Guimarães(s.d.), “o espaço é algo projetado, o lugar é construído nas

relações.Portanto o espaço e o lugar devem ser aliados, o espaço deve ser transformado para

estimular a criança a vê-lo como um lugar”.

O planejamento dentro desses espaços geralmente segue uma rotina, como exemplo é citada a

pesquisa feita por Batista (2008):

O roteiro obedeceu à sequencia cronológica da rotina, seguindo todos os passos que

ocorrem ao longo do dia: entrada das crianças; espera de entrar na sala; entrada na

sala; atividade livre; lanche; roda; atividade pedagógica; parque; higiene; almoço;

higiene; roda; descanso; lanche; roda; atividade pedagógica; parque; higiene; janta;

higiene; atividade livre; espera pelos pais.

Deste modo a criança precisa se adaptar a rotina. Em muitos casos todas essas atividades são

realizadas em um único espaço, todavia este deve ser atrativo e mutável para que em cada

atividade ele seja adequado, que estimule a criança de acordo com o momento. Quando a

instituição possui espaços diferentes para cada uso, onde um está preenchido com berços,

outros com mesas e cadeiras também não deixam de ter a necessidade de estar de acordo com

a atividade exercida para que estes estimulem a criança da forma desejada.

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Assim, dar maior atenção às características sócio-físicas dos ambientes e às relações

entre estes e a criança, garantindo a ela oportunidades de contato com espaços

variados, tanto construídos pelo homem quanto naturais, é uma maneira de

proporcionar à infância condições plenas de desenvolvimento, gerando a consciência

de si e do entorno que são provenientes da riqueza experiencial (ELALI,2003).

3. A percepção da luz artificial em crianças

Conhecemos o mundo pela percepção dos nossos sentidos. É por meio do tato, olfato, paladar

e visão que conhecemos, sentimos e vemos os objetos.

“A percepção é o mecanismo mais importante, pois relaciona o homem com seu espaço

interno. As pessoas observam e percebem o meio ambiente através dos sentidos, e qualquer

informação vem a nós pela percepção, ou da percepção de alguma pessoa” (BRONDANI,

2006).

A forma e as cores percebemos com a ajuda da visão. Nossa visão é a primeira referencia que

temos de uma comida, por exemplo, e depois vem o olfato e por último o paladar. Segundo

Dondis (1997), “praticamente desde nossa primeira experiência no mundo, passamos a

organizar nossas necessidades e nossos prazeres, nossas preferências e nossos temores, com

base naquilo que vemos”.

É pelo olhar que classificamos muitas coisas, que sabemos se gostamos ou não de

determinado objeto. Mas para isso o sentido da visão precisa do auxílio da luz, pois sem ela

não vemos as cores ou a forma do objeto. Aos dizeres de Nakayama (2007)

As ondas eletromagnéticas (visíveis e não visíveis) atuam nos seres humanos

desencadeando vários estímulos. Através da pele, ele viabiliza a produção de

vitaminas e outros processos químicos e, através dos olhos, onde a radiação visível

penetra mais incisivamente, ela estimula reações no corpo e o processo da visão.

Vemos por que há luz, de acordo com Bormio (2008), “a ocorrência da visão é condicionada à

presença de um único elemento – a luz, seja natural ou artificial, e que sem esta, o olho

humano não pode observar formas, cores, espaços ou movimentos”. Ela atua tanto no sistema

psicológico quanto no sistema nervoso do ser humano.

Ao nascermos temos percepções visuais, capacidade de analisar um objeto e seus detalhes

inatas. e com o passar dos anos vamos evoluindo e tornando essa percepção mais elaborada.

As crianças veem com mais nitidez, pois, diferente dos adultos, elas tem seu campo visual

para todas as direções. Conforme uma pesquisa realizada com adultos e crianças Brondani

(2006), chegou a conclusão de que a cor da luz tem um apelo muito mais significativo para a

criança do que para o adulto.

Pois é por meio dela que vemos e conhecemos tudo, num ambiente sem luz tudo perde vida,

não se conhece nada, nada tem forma.

Segundo Dondis (1997), “a experiência visual humana é fundamental no aprendizado para

que possamos compreender o meio ambiente e reagir a ele(...)”.

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“O espaço é o resultado da totalidade do sistema de percepção. Uma mudança nas condições

de iluminação de um ambiente significa uma mudança na nossa percepção” (TRAPANO,

BASTOS; 2006).

4. A luz nos espaços internos

A luz da forma e cor ao espaço. Essa luz que clareia e traz sensações ao usuário pode ser de

duas formas: a luz natural por meio de janelas e aberturas em geral e/ou a luz artificial

disposta no ambiente alimentada pela energia elétrica. Como Trapano e Bastos (2006) expõe,

“a luz pode definir espaços dentro de uma grande área. A hierarquia de ambos os tipos de luz

– natural e artificial – e a organização da iluminação acentuam a identificação de tarefas

distintas”.

A luz natural incide pelas janelas e demais aberturas existentes no ambiente. Um ambiente

que recebe sua luz traz motivação, energia a quem está dentro dele, além de trazer benefícios

à saúde. Ela pode ser desagradável quando em excesso causando ofuscamento e calor

excessivo, mas contra isso temos elementos que a controlam como persianas, prateleiras de

luz na parte interna, brises na parte externa, entre outros. Há situações em que somente a luz

natural não é suficiente. Para atender a necessidade do uso do espaço, então, como alternativa

temos a luz artificial.

Segundo a Osram (s.d.), “para a iluminação, tanto natural quanto artificial, a função é o

primeiro e mais importante parâmetro para a definição de um projeto. Ela irá determinar o

tipo de luz que o ambiente precisa”. A luz artificial pode nos trazer diferentes sensações e

estímulos de acordo com sua temperatura de cor, índice de reprodução de cor,

fonte,localização, intensidade sempre seguindo o mínimo exigido pela norma técnica. Ela

pode somente complementar a luz natural, como pode ser a única fonte de luz do local. Vários

detalhes influenciam para que a luz cause o efeito desejado ao usuário.

Na NBR 5413 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) trás recomendações

para os níveis de iluminação de salas de aula que devem ser seguidos na elaboração dos

projetos.

A localização, ou seja, a disposição das luminárias é determinada pelo profissional, lighting

designer, no projeto. Após um estudo do projeto identificando suas necessidades e objetivos

dentro dos resultados e com a escolha da luminária e lâmpada que atendam aos requisitos são

locadas no ambiente. Aos dizeres de Osram (s.d.), são detalhadas três perguntas básicas que

devemos fazer antes de iniciar um projeto de iluminação: Como a luz deverá ser distribuída

no ambiente? Como a luminária irá distribuir a luz? Qual é a ambientação que queremos dar,

com a luz, a este espaço?

Um ambiente é percebido pela iluminação que ele apresenta. Como afirmam Fonseca e Porto

(2007), “só percebemos cor porque há luz e sua qualidade é essencial para a percepção da cor,

que é o resultado da reflexão da luz incidente sobre a matéria.(...) Desta forma, devemos

conhecer bem as características das fontes de luz artificial”.

Cada tipo de lâmpada possui classificações que interferem no resultado final do projeto. Uma

delas é a temperatura que cor, que, aos dizeres de Silva (2004), “é a grandeza que define a cor

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da luz emitida pela lâmpada, pois existem várias tonalidades de cor. (...) Quanto mais alta for

a temperatura, mais branca será a luz e quanto mais baixa, mais amarela e avermelhada será”.

Ou seja, a Temperatura de Cor é a aparência da luz, que podem ser quente, neutra e fria.

Os termos “luz quente” e “luz fria”, portanto, referem-se a sensação visual de uma

luz mais aconchegante ou mais branca, respectivamente. Um dos requisitos para o

conforto visual á a utilização da iluminação para dar ao ambiente o aspecto

desejado. Sensações de aconchego ou estímulos podem ser provocadas quando

combinam a tonalidade de cor correta da fonte de luz ao nível de iluminância

pretendido. (OSRAM, s.d.)

O mau uso da cor da luz artificial em um ambiente pode causar desconforto e mal estar

interferindo na atividade realizada nesse espaço. Segundo Nakayama (2007), “a percepção da

cor de um objeto pode sofrer variações, dependendo da fonte de luz ou mesmo da superfície

refletora”. Por exemplo, uma luz de cor amarela num ambiente de trabalho faz com que a

pessoa renda menos, pois ela da a sensação de aconchego, tranqüilidade. Já a luz branca no

ambiente faz o funcionário ter mais produtividade, pois deixa a pessoa as agitada, atenta.

Essa influência da cor interfere bastante no organismo do ser humano como explica

Nakayama (2007): “Recentes estudos mostram que as ondas de cor azul reduzem a produção

de melatonina no homem, ajudando-o a despertar e até a ver melhor”.

Outra classificação importante é o índice de reprodução de cores (sigla IRC) que também

influencia em como vemos o ambiente pois, de acordo com Silva (2004), “serve para medir o

quanto a luz artificial consegue imitar a luz natural”. Ou seja, quanto maior o IRC emitido por

uma lâmpada, mais fiel é a reprodução da cor do objeto iluminado.

Como, por exemplo, iluminações de avenidas não requerem uma reprodução de cor fiel, já

uma loja de roupas exige um ótimo IRC, pois o cliente precisa ter a visão real do objeto para

decidir se quer compra-lo ou não.

Todavia, num mesmo ambiente podemos criar cenários diferentes, estimular ou não o usuário,

alterar as cores do que está nele, tudo isso de acordo com o uso e objetivo do projeto. A luz

tem grande importância para estimular os sentidos, assim como o som, a textura. Efeitos de

luz e sombras, faixas de luz, dimerização deixam o espaço com cenários diferentes.

Segundo Dalvite (s.d.), “a iluminação tem papel fundamental para o desempenho das

atividades, pois é através dela que se tem a percepção visual dos espaços e do objeto foco da

atenção”.

5. A relação entre a cor e a luz

Perceber, transmitir, recordar, e muitos outros fatores estão ligados aos efeitos psicológicos

que a cor tem sobre o ser humano. Como relata Brondani (2006), “as cores constituem

estímulos psicológicos para a sensibilidade humana, influindo no indivíduo, para gostar ou

não de algo, para negar ou afirmar, para abster-se ou agir”.

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A cor, assim como a luz, pode interferir em como o indivíduo que frequenta o espaço se sente.

E esta pode ser valorizada com um bom projeto de iluminação, pois a qualidade e a

quantidade de luz alteram a percepção das cores e vice-versa.

Aos dizeres de Fonseca e Porto (2007):

A cor é um fator de estímulo num ambiente e as pessoas buscam estímulos o tempo

todo. Para as pessoas sem deficiência visual, cerca de 80% do que percebem é

através da visão e a cor é um atributo importante nesta relação. Tem influência na

percepção da harmonia dos espaços e no bem estar do usuário. Podemos utilizá-la

com diversos fins, para favorecer desempenho, relaxamento, atividade, etc.

Voltando o assunto para a educação infantil, que é o momento em que a criança está

ingressando no ambiente escolar, conhecendo pessoas que estão fora do seu meio de convívio

explica Lacy (1996) que, “tons quentes de rosa, pêssego e damasco ajudarão a proporcionar a

sensação de segurança que é tão importante para as crianças.(...) Os tons claros de verde

combinam bem com essas cores quentes e ajudam a criar uma atmosfera calma e relaxante”.

A respeito do laranja e do amarelo Lacy (1996) afirma: “O laranja é benéfico para as crianças

tímidas, mas também para as extrovertidas, porque canaliza suas energias para a criatividade.

(...) Não use o amarelo na decoração, uma vez que essa cor só faria deixar a criança insegura e

perdida”.

Lacy (1996), cita em seu livro uma experiência aplicada pelo professor Wohlfarth no Canadá

onde ele analisou quatro escolas primárias semelhantes:

O professor Wohlfrarth usou um tom quente de amarelo com azul-claro na pintura

das paredes (...) Também substituiu as frias lâmpadas fluorescentes por uma

iluminação de espectro total. Cada escola foi reformada de maneira diferente. A

primeira escola permaneceu com suas cores e iluminação originais para servir de

controle. Na segunda escola, tanto as cores como a iluminação foram alteradas. Na

terceira escola, só a iluminação foi alterada; na quarta, foram mudadas apenas as

cores.

Os resultados dessa pesquisa, segundo Lacy (1996), revelam que a segunda alteração foi mais

marcante:

Esse resultado demonstra a diferença que fizeram, juntas, as cores e a iluminação

para os alunos da segunda escola. Os resultados dos exames e testes de QI também

melhoraram muito; os alunos melhoraram de humor e reduziram-se as faltas por

motivos de saúde. (...) Usando-se duas cores, uma de espectro quente e outra de

espectro frio, cria-se o equilíbrio necessário para a psique.

Portanto, a cor influencia no comportamento da criança onde cada uma pode gerar um

estímulo ou até mesmo um desconforto no aluno. A associação das cores adequadas para o

uso do ambiente com a iluminação certa são, comprovadamente, ideais para um resultado

satisfatório tanto em se tratando de estética como no comportamento e bem estar da criança.

6. Metodologia

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A proposta deste trabalho foi, por meio de pesquisas em revistas, artigos, teses, dissertações e

livros, compreender os parâmetros que determinam a qualidade da iluminação. Os requisitos

necessários à iluminação natural e artificial para salas de educação infantil.

Realizou-se uma pesquisa de campo no estabelecimento que atende também a educação

infantil Colégio Dom Bosco, localizado na cidade de Rio do Sul, Santa Catarina. A visita foi

realizada no dia 11 de abril de 2012 juntamente com a administradora da escola Riolanda

Cavilha a quem foi aplicado um questionário e posteriormente um levantamento fotográfico

para futuras análises onde os resultados de toda a pesquisa foram transcritos neste artigo.

O questionário aplicado foi elaborado para conhecer a rotina das crianças na escola assim

como saber dos conhecimentos que a entrevistada tem quanto à iluminação. De acordo com as

resposta da entrevistada foi escolhida a turma em que será aprofundado o estudo e onde foi

realizado um levantamento fotográfico.

Através desta pesquisa aplicada visou-se tomar conhecimento de como a iluminação é usada

em ambientes de ensino infantil e o conhecimento que o profissional que dirige o

estabelecimento possui a respeito dos efeitos que a iluminação e a cor tem no

desenvolvimento e estado da criança.

7. Resultado da Visita

O objeto de estudo deste artigo é o Colégio Dom Bosco que atende crianças de 04 meses até o

ensino médio. O foco na educação infantil deste trabalho direciona a visita onde, por meio da

entrevista, é informado seu sistema e rotina. Todos os dados informados são resultados da

entrevista feita a administradora Riolanda Cavilha e da análise do levantamento fotográfico

realizado.

As crianças passam somente o período vespertino na escola, onde o horário de chegada é as

13:00 horas e saída as 18:00 horas. As turmas estão divididas da seguinte forma:

Berçário 01 – de 04 meses a 02 anos;

Berçário 02 – de 02 a 03 anos;

Infantil 01 – de 03 a 04 anos;

Infantil 02 – de 04 a 05 anos;

Infantil 03 – de 05 até próximo de seis.

O objeto de estudo e análise será a sala do Berçário 02. Essas crianças tem uma rotina que

varia de acordo com programação pedagógica para cada dia, mas durante o tempo em que

passam na escola elas tem o período de acolhimento na chegada, de descanso, de alimentação,

de atividades em sala de aula e atividades extras.

Os espaços físicos que agregam a essa rotina envolvem, além da sala de aula, a sala de vídeo,

a sala de informática, o parque na área externa, as quadras de esporte e o ginásio onde o uso e

o tempo de permanência desses espaços variam conforme o planejamento da professora.

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Educação infantil: a importância da iluminação e cor no desempenho e aprendizado da criança janeiro/2013

Figura 01 – Sala do berçário 02

Fonte: A Autora

Na análise feita na sala de aula, onde a criança passa a maior parte do dia, conforme dados

colhidos na visita e na entrevista, há uma grande preocupação com a iluminação natural e

ventilação dos ambientes. Há a ciência da importância que esta tem no desenvolvimento da

criança, tanto que a entrevista fez a sugestão de que os peitoris das janelas fossem mais baixos

para que as crianças tivessem mais contato com o exterior. Ela levanta o problema da falta de

sincronismo entre a iluminação natural e a ventilação, onde consegue possibilitar um, mas

abrindo mão do outro, não conseguindo conciliar ambos. Um exemplo de problema dado por

ela é o ofuscamento nas telas dos computadores nas salas de informática. Como também

comenta a autora Elali (2003):

As aberturas, especialmente as janelas, constituem um problema quase generalizado:

suas dimensões são insuficientes tanto para ventilação quanto para iluminação das

salas de aula, (...), e seu peitoril geralmente é alto demais para a estatura das

crianças, não permitindo que a maioria das mesmas visualize adequadamente a área

externa.

Quanto ao controle da iluminação, conforme evidencia a figura 01, é feita por cortinas de

tecido fino que não bloqueiam ou desviam essa iluminação. Em contrapartida a orientação

solar é um fator positivo desta sala, pois tem duas aberturas voltadas para o sul e uma para

leste, como as aulas só ocorrem no período vespertino não a incidência direta do sol que

poderia causar maior ofuscamento nas crianças.

Outro fator, além da iluminação natural, que deixa o ambiente agradável é a pintura. As cores

claras e consideradas tranquilizadoras do ambiente analisado ampliam o espaço e transmitem

a sensação de limpeza e bem estar.

Já a iluminação artificial é padrão, todos os ambientes utilizados por elas tem uma iluminação

feita por luminárias onde a fluorescente fica aparente, sem qualquer proteção contra o

ofuscamento, conforme se observa na figura 01. E, sobre este assunto, a entrevistada não

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possui conhecimento profundo sobre os efeitos que os tipos diferentes de luz existentes e no

que eles interferem no comportamento do aluno. Há uma preocupação em ter todas as

lâmpadas com a mesma temperatura de cor, no caso das salas de aula: branca, mas não há

uma movimentação dessa iluminação ou mudança deste padrão de acordo com o uso da sala,

ela é fixa.

Figura 02 – Sala de troca de fraldas

Fonte: A Autora

Outro ambiente que mostra o padrão da iluminação é a sala de troca de fraldas que possui o

mesmo sistema com fluorescentes aparentes onde a criança, deitada, visualiza diretamente

aquela luminária, sem algum artifício quanto ao ofuscamento conforme observa-se na figura

02. Outro detalhe observado neste ambiente é a falta de um controle de incidência da luz

natural, já que a iluminação vinda da janela também pode causar ofuscamento ao usuário do

espaço.

Um sistema diferenciado existente na creche é a dimerização da luz artificial, somente no

Berçário 01, que é utilizada no controle da intensidade da luz na hora de dormir deixando o

ambiente não totalmente escuro, mas com uma luz ambiente confortável ao sono do bebê.

Percebe-se, com esta entrevista, que há pontos positivos e outros passíveis de melhoras. Já

que as aulas acontecem a tarde e que a orientação solar da sala analisada favorece, é

importante priorizar a luz natural no ambiente conforme a instituição faz, só tomando cuidado

com o seu controle para evitar o ofuscamento. Mas como as crianças usam a mesma sala para

usos diferentes é interessante estimula-las com outros efeitos de luz, nesse caso artificial.

Segundo Goulart, Dias e Barros (1989), “em uma pesquisa feita com alunos entre 6 e 13 anos

o resultado foi que a luz natural é associada a claridade, ao sol. Já a luz artificial é vista como

energia, luz para ler”. As crianças não unem os dois conceitos. Como é o caso da escola

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Educação infantil: a importância da iluminação e cor no desempenho e aprendizado da criança janeiro/2013

estudada, o aluno percebe as janelas sempre abertas quando eles estão em sala, as vezes a

cortina é fechada para controle mas, neste caso, a iluminação artificial passa despercebida.

8. Proposta de Iluminação

De acordo com os estudos feitos a respeito dos efeitos da iluminação natural e artificial no ser

humano e dos sistemas analisados nos ambientes visitados do estabelecimento de ensino

infantil propõe-se uma melhoria que fará da luz um aliado no desenvolvimento e aprendizado

dessas crianças.

O fator primordial a se considerar é a luz natural, pois ela tem o efeito de estimular, dar

energia além de fazer bem a saúde do indivíduo. Nos ambiente e momentos onde as crianças

desenvolvem atividades e/ou brincadeiras, sempre que possível permitir a iluminação deste

por meio da luz natural, mas com cautela. Um cuidado a ser tomado é quanto ao ofuscamento,

já que pode trazer incômodo á criança. O ofuscamento pode ser solucionado por meio de

artifícios que controlam essa luz como, por exemplo, persianas.

As persianas são elementos que controlam a iluminação natural, flexíveis, conforme é a

incidência da luz nas salas de aula podem ser reguladas. A escolha das formas horizontais ou

verticais deve ser determinada de acordo com a posição de entrada do sol na sala da abertura

em questão. Além de permitir a ventilação, é de fácil instalação, limpeza e não interferem na

parte estrutural da edificação.

A sala de aula analisada tem basicamente três usos: atividades, descanso e alimentação. São

usos diferentes que pedem variadas aparências ao ambiente.

Nas atividades em geral é importante, se possível a luz natural para estimular as crianças. Mas

a luz artificial pode criar cenários que mudam a aparência da sala, como por exemplo, luzes

coloridas mudando o cenário da sala conforme a história que a professora está contando, ou

luminárias focando objetos e trabalhos dos alunos valorizando-os, luminárias fazendo o jogo

de luz e sombra, entre outros. Se a atividade é de desenho ou leitura, a luz branca tem grande

eficiência.

Já na hora de descanso esse mesmo ambiente deve se transformar em um espaço tranquilo,

calmo, onde, com as persianas fechadas e a luz amarela dimerizada traz este sentimento a

quem está nele.

Quando for servida a comida é importante fazer com que esse espaço seja agradável, tranquilo

para que a criança coma com calma, sem pressa. Diminuir a incidência da luz natural e ligar

um sistema de luz amarela na luz artificial vai passar essa sensação de aconchego ao

ambiente.

Em espaço de uso específico, como a sala de vídeo, as luzes na cor branca deixam a criança

atenta, assim como a sala de informática. As luminárias devem estar dispostas no forro de

modo a não causar reflexo nos monitores e/ou televisão assim como as janelas devem ter uma

proteção que evite esse mesmo problema.

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Todas as luminárias instaladas devem possuir aletas ou proporcionar uma luz indireta para

que estas não causem ofuscamento ao aluno, citado muitas vezes neste artigo, é o problema

que mais causa desconforto e desatenção.

Quanto ao uso das cores, o verde encontrado nas paredes do espaço analisado trás calma e

tranquilidade a quem esta nele. Mas é possível complementar com outras cores para não

deixar ele monótono como, por exemplo, detalhes em laranja, pois, segundo Lacy (1996), essa

cor estimula a criatividade da criança.

9. Conclusão

Este estudo revelou que a iluminação em ambientes de educação infantil, em sua maioria, é

básica. Havendo a ausência do projeto de iluminação e, consequentemente, dos seus

benefícios.

A pré-escola e a creche são ambientes de ensino que possuem vários momentos, usos que

devem entreter a criança, seja na hora de aprender, brincar ou dormir. Para isto a decoração é

um fator importante, mas junto com ela deve estar a iluminação que, de forma adequada, pode

contribuir no desempenho do aluno. Portanto, avaliar o espaço da educação infantil e

relacionar com os efeitos da iluminação e da cor em crianças de 0 a 6 anos pode trazer

soluções possíveis para proporcionar maior conforto. Dentro desta avaliação pode-se citar:

Conforto visual, uma iluminação adequada faz com que a criança não tenha a necessidade

de “forçar” a visão causando desconforto ou ofuscamento;

Estímulos, iluminação com diferenciadas cores, intensidades, ou focos diferentes criam

vários cenários num mesmo ambiente proporcionando, portanto, estímulos para

desempenhar determinada atividade;

Elementos decorativos no espaço, com uma iluminação de trabalho ou iluminação

decorativa podem chamar a atenção para espaços diferentes do ambiente;

Cores, o uso de cores específicas de acordo com a atividade desenvolvida no espaço

contribui no desempenho do aluno;

Efeitos psicológicos, a luz e a cor podem não fazer a criança dormir, mas a ajuda a relaxar;

Contato com a área externa, grande aberturas que permitam a entrada da luz natural

assim como a visualização com a área externa é essencial para o bem estar do aluno, assim

como sua sensação de liberdade.

Um projeto de iluminação pode tornar o ambiente mais confortável aos olhos da criança. Esse

projeto deve partir da premissa de como a iluminação natural age no ambiente e

complementar, se necesário, com a luz artificial. A luz natural é considerada uma iluminação

geral, usada para a maior parte das atividades em sala.

Mas a iluminação artificial deve ser explorada criando cenários, com o uso das mais variadas

lâmpadas e luminárias e os efeitos que proporcionam para em determinados momentos das

aulas mudar o espaço e assim proporcionar ao aluno uma dinâmica, um estímulo, uma

novidade.

E, aliado com a iluminação devem estar as cores do ambiente que também influenciam no

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comportamento do ser humano. Os dois aliados trazem um resultado melhor ao projeto.

10. Referências

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Anexo

Anexo – Entrevista base para diálogo com entrevistada:

1. Como é denominada cada turma e, respectivamente, quais as idades das crianças?

2. Como é a rotina das crianças na creche da turma escolhida?

3. Quantos ambientes elas usam durante o período que estão na creche?

4. Como você avalia a iluminação dos ambientes?

5. Há alguma preocupação com a forma em que eles são iluminados?

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6. Nos ambientes, é utilizada a iluminação natural, artificiais ou ambas?

7. As salas tem seu sistema de iluminação projetado por um profissional da área?

8. Você considera importante a iluminação para o aprendizado da criança?