educação inclusiva e formação de professores - pdf
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO DE MATO GROSSO / CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVA
DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
LIDIA MARTINS DA SILVA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Cuiabá - MT
Setembro 2009
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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
ESTADO DE MATO GROSSO / CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE
JORGE DA SILVA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATU SENSU EM EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL TECNOLÓGICA INCLUSIVA
LIDIA MARTINS DA SILVA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Cuiabá - MT
Setembro 2009
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LIDIA MARTINS DA SILVA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação do Curso de Especialização Latu Sensu a distância em Educação Profissional Tecnológica Inclusiva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso / Campus Cuiabá – Octayde Jorge da Silva, como exigência para a obtenção do título de Especialista.
Orientador: Prof. MSc. Hildebrando Esteves Neto
Cuiabá - MT
Setembro 2009
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LIDIA MARTINS DA SILVA
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização Latu Sensu a distância em
Educação Profissional Tecnológica Inclusiva, submetido à Banca Examinadora
composta pelos Professores do Programa de Pós-Graduação do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso/Campus Cuiabá –
Octayde Jorge da Silva como parte dos requisitos necessários à obtenção do título
de Especialista.
Aprovado em: 25 de Setembro de 2009
______________________________________________
Prof. MSc. Hildebrando Esteves Neto - Orientador
______________________________________________
Profª. MSc. Miriam Ross Milani – Membro da Banca Examinadora
______________________________________________
Profª. MSc, Aline Paulino domingos de Souza– Membro da Banca Examinadora
Cuiabá - MT
Setembro 2009
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Dedicatória
A minha família.
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Agradecimentos
Em primeiro lugar agradeço a Deus, o que seria de mim sem a fé
que eu tenho nele.
Ao longo do período desta especialização, muitas pessoas
passaram por minha vida, me deixando marcas e lições, me proporcionando
alegrias, conhecimento e crescimento pessoal.
Entre estas pessoas gostaria de agradecer:
A professora Mestra Miriam Ross Milani, por ter acreditado em mim
e pela oportunidade oferecida para que eu pudesse realizar esta especialização.
A professora Mestra Aline Paulino Domingos, pelo apoio e amizade.
Ao Prof. Mestre Hildebrando Esteves Neto pela paciência na
orientação e incentivo.
A todos os professores pelos conhecimentos passados.
A Milene Martinha que me brindou com sua amizade sem interesse,
com muito carinho, alegria e apoio.
A minha família pela compreensão e simplesmente por ser minha
família.
A todos os meus amigos e colegas quem me apoiaram e me
incentivaram em mais uma etapa de minha vida.
7
“Todo o ato educativo é um ato feito de desafio, de
imprevisível, de novo. É no confronto com as exigências que o
quotidiano nos traz, que nos vamos fazendo mais e melhores
educadores.” (Peças, 2003, p. 141).
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RESUMO Este trabalho tem como objetivo enfatizar a necessidade de se pensar a verdadeira revolução que começa a ocorrer em todo o contexto educacional, pois a inclusão dos alunos com necessidades especiais passa a ser tarefa essencial na nova empreitada educacional. Nesse âmbito, temos que contar com o contexto cultural, financeiro ou físico para atender a todos os alunos que possuem algum tipo de dificuldade de aprendizado. Assim, mostramos que a escola tem papel fundamental para a aprendizagem e facilitação da inclusão, quer fornecendo materiais didáticos adaptados, quer oferecendo cursos aos educadores com a finalidade de conhecer novas práticas de ensino e adaptação no currículo escolar, por exemplo. Palavras chaves: Educação Especial. Necessidades Especiais. Formação de Professores. Participação.
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ABSTRACT
This paper aimed at emphasizing the necessity of thinking about a real revolution at the whole educational system. The Special Needs Students’ inclusion is an essential mission on the new education challenge. On this environment, the contacts with the cultural, financial or physical dimensions to assist the students who have learning difficulties are essential. It was registered in this study that the school has an important role with the students’ learning process and their inclusion by means of offering them adapted educational material. The teacher’s qualifications regarding the new teaching practices and adaptations on the school curriculum are also indispensable. Key words: Special Education. Special Necessities. Teacher ´s Formation. Participation.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Alfabeto...............................................................................................
34
Figura 2: Linguagem bimodal ............................................................................ 35
Figura 3: Modelo de Aparelho Auditivo ............................................................. 35
Figura 4: Alfabeto Braile .................................................................................... 37
Figura 5: Suporte para texto ou livro ................................................................. 40
Figura 6: A) Motoca em Construção; B) Assento e encosto; C) Motoca
finalizada ...........................................................................................................
40
Figura 7: Adaptadores ....................................................................................... 41
11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1:...........................................................................................................
44
Gráfico 2: ........................................................................................................... 45
Gráfico 3: ........................................................................................................... 45
Gráfico 4 ............................................................................................................ 47
Gráfico 5: ........................................................................................................... 48
Gráfico 6: ........................................................................................................... 49
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SUMÁRIO
RESUMO..................................................................................................................... 8
ABSTRACT ................................................................................................................. 9
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
1.1 Inclusão Educacional ................................................................................... 15
1.2 O que esperar da Educação Inclusiva.......................................................... 16
1.3 Ensino nas Escolas Inclusivas: O olhar deste novo ensino e as Práticas Educacionais ...................................................................................................... 19
1.4 Que Professor o Modelo Inclusivista prevê .................................................. 21
1.5 O papel da escola para atender no processo de educação inclusiva .......... 23
2 AS NECESSIDADES EDUCACIONAIS .............................................................. 25
2.1 Dificuldades de Aprendizagem ..................................................................... 25
2.2 Teorias que explicam as dificuldades de aprendizado: Os atrasos Maturativos que afetam a estrutura cerebral. ..................................................... 26
2.3 Caracterizações dos Alunos com Necessidades Especiais e os Recursos Educacionais ...................................................................................................... 29
2.3.1 Excepcionais Intelectuais .......................................................................... 29
2.3.2 Excepcionais por desvios físicos ............................................................... 32
2.3.3 Excepcionais psicossociais ....................................................................... 36
2.4 Os docentes e o uso das tecnologias assistivas para a inclusão de alunos com necessidades especiais. ............................................................................. 38
3 PESQUISA APLICADA ....................................................................................... 41
3.1 Metodologia .................................................................................................. 41
3.1.1 Sujeitos ..................................................................................................... 41
3.1.2 Material ..................................................................................................... 42
3.1.4 Análise Quanto à capacitação de futuros professores no centro educacional pesquisado. .................................................................................... 43
3.1.5 Entrevista com os professores de Pedagogia do Centro Universitário...... 50
3.2 Ainda algumas considerações ..................................................................... 63
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 66
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 68
Anexo 1: Entrevista ................................................................................................ 73
Apêndice A: Questionário ...................................................................................... 88
Apêndice B: Resultado da Pesquisa ...................................................................... 82
Apêndice C: ENTREVISTA .................................................................................... 90
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INTRODUÇÃO
No momento em que nós enquanto cidadãos entendermos que
somente através da educação as possibilidades de inclusão das pessoas com
necessidades especiais podem se concretizar, a sociedade abrirá de forma natural
os espaços a quem tem alguma limitação física ou psicológica, modificando suas
estruturas e serviços oferecidos, tornando-se a cada dia um lugar onde as pessoas
de todos os tipos e inteligências possam sentir-se a vontade para desenvolver suas
habilidades e aptidões de acordo com suas possibilidades, sendo reconhecidas
pelas suas potencialidades e não discriminadas e excluídas por suas limitações.
Sabemos que a inclusão de um individuo na sociedade depende do
patrimônio cultural que ele recebe, isto faz da educação um pilar fundamental para o
desenvolvimento deste, pois é objetivo da educação adaptar e ajudar no
desenvolvimento das potencialidades, contribuindo na construção da personalidade
e caráter de cada ser humano.
Consoante a estas questões objetivamos identificar pontos fortes e
fracos no curso de formação de professores do Centro Educacional Candido Rondon
no que se refere ao atendimento de pessoas com necessidades especiais e desta
forma possibilitar reflexões quanto a qualidade que vem tratar da capacitação
acadêmica destes graduandos quanto à educação inclusiva.
A metodologia utilizada no trabalho foi à pesquisa bibliográfica e o
estudo de caso referente a educação inclusiva, com base em dados extraídos de
pesquisa de campo com alunos matriculados no curso de pedagogia do 4° e 6°
semestre.
Na primeira seção, busca-se uma abordagem teórica sobre a
inclusão educacional, o papel do professor e da escola para atender as diversidades
de inteligências da qual se depara nas salas de aulas e qual a melhor maneira de
lidar com estas diferenças existentes.
Na segunda seção, procura-se elucidar alguns conceitos do que são
necessidades educacionais, os diversos tipos de dificuldades de aprendizagem,
caracterização e os recursos educacionais dispostos e adaptáveis aos alunos, alem
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de como o uso das tecnologias assistivas podem ajudar os docentes no processo
inclusivo.
E por fim na terceira e ultima seção deste trabalho monográfico,
estão às considerações e análises a respeito do estudo de caso, onde o questionário
foi baseado a partir da leitura das referências bibliográficas no que diz respeito ao
tema educação inclusiva e as melhores técnicas sugeridas pelos autores
pesquisados.
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1 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Partimos da idéia de que se existe uma classe homogênea, onde os
alunos realizam as mesmas tarefas, terá de ceder lugar à classe heterogênea, onde
pessoas com diferenças convivem e aprendem de acordo com suas
particularidades.
A partir daí, dizemos que neste momento existe a necessidade de se
pensar em um novo modelo educacional a fim de incluir estes novos alunos com
necessidades específicas. Temos de ir muito além de simples recursos didáticos na
escola, há (também) necessidade de se ter educadores verdadeiramente
capacitados a atender de forma mais abrangente a diversidade educacional
existente na população escolar.
1.1 Inclusão Educacional
Nunca como hoje ouvimos dizer tanto a respeito de inclusão,
especialmente nos mais diversos meios de comunicação.
De acordo com o dicionário LUFT (1998), inclusão é o ato ou efeito
de incluir-se, ou seja, é fazer parte de algo, é ser inserido.
São várias as formas de se abordar esta palavrinha já tão explorada
pela mídia: inclusão digital, inclusão social e porque então não falarmos da inclusão
educacional a pedra fundamental deste trabalho monográfico.
FERREIRA e GUIMARÃES (2003), ao tratarem do tema educação
inclusiva enfocam que comete engano à pessoa que pensa a respeito deste tema e
faz ligação apenas às crianças com algum tipo de necessidade especial.
Consoante a este pensamento MITTLER, Peter (2003 p.25) diz que:
“Isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a
escolarização e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo necessidades
educacionais especiais”.
Neste sentido deve-se entender que na sociedade contamos com as
mais variadas diferenças: como cultural, financeira ou física, por exemplo, falar em
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inclusão principalmente educacional destes mais variados públicos é entender que
não se trata de “mudar” o modo de ensinar apenas para atender os tidos como
portadores de necessidades especiais, mas com o objetivo de atender a todos os
alunos que possuem algum tipo de dificuldade de aprendizado, sempre com respeito
e compreensão.
A educação inclusiva segundo RODRIGUES, Armindo J. Apud
RIBEIRO e BAUMEL (2003), não deve ser tratada como uma abordagem tradicional
onde era sinônimo de uniformização, mas numa abordagem de atenção a
diversidade e a igualdade com respeito pelas diferenças e pelas necessidades
individuais, desenvolvendo as potencialidades de cada aluno através de percursos
individualizados de aprendizagem, respeitando as características e o ritmo de cada
um.
MITTLER, Peter (2003, p.20) afirma sobre inclusão no ato de educar
que:
A inclusão depende do trabalho cotidiano dos professores na sala de aula e do seu sucesso em garantir que todas as crianças possam participar de cada aula e da vida da escola como um todo. Os professores, por sua vez, necessitam trabalhar em escolas que sejam planejadas e administradas de acordo com linhas inclusivas e que sejam apoiadas pelos governantes, pela comunidade local, pelas autoridades educacionais locais e acima de tudo pelos pais.
Observamos aqui de acordo com o autor que esta tarefa vai muito
além da sala de aula e não depende tão somente do educador. O aprendizado
inclusivo desta forma deve ser construído dia após dia com o auxílio e
acompanhamento de todas as esferas sociais desde a família ao governo.
1.2 O que esperar da Educação Inclusiva
Ao olharmos a prática educacional nas últimas décadas vem
sofrendo modificações nos aspectos históricos, culturais e sociais.
Neste sentido, PERRENOUD (1988) apud NÓVOA, Antônio (2007
p.14) diz que:
Ao longo das últimas décadas, os especialistas da educação têm-se esforçado por racionalizar o ensino procurando controlar a priori os fatores aleatórios e imprevisíveis do ato educativo, expurgando o
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cotidiano pedagógico de todas as práticas, de todos os tempos que não contribuem para o trabalho escolar propriamente dito.
Essa “reforma” educacional a que se refere Perrenoud, a fim de
tornar a educação mais objetiva no trabalho escolar deve-se segundo RODRIGUES,
David (2006), ao desenvolvimento tenaz da exclusão, o que estimulou os
responsáveis políticos a unir esforços em campanhas para sua eliminação, nos mais
diversos domínios sociais.
Nesses domínios sociais citados por Rodrigues, inclui-se também a
base da sociedade: A Educação. O que consoante a MITTLER, Peter (2003, p.15),
sobre a reforma tratada por Perreunoud, não foi apenas por causa dos políticos,
como afirma Rodrigues, tão pouco porque estes políticos aguardaram os
pesquisadores dizerem a palavra certa, mas porque a sociedade exigiu tais
mudanças. Todos os sistemas existentes, só são passíveis de mudanças, quando
este passa a incomodar o regime de imposição de seus governantes.
Essa exigência acabou causando nas últimas décadas várias
mudanças no ensino, nos currículos escolares, nas leis de acessibilidade e
principalmente a criação de um novo modelo educativo: A Educação Inclusiva.
Este novo modo de educar vem propor novos questionamentos,
talvez impensáveis até o momento, mais criativos e com melhores resultados como
podemos ver nas escolas inclusivas.
MITTLER, Peter (2003, p.16) a este respeito afirma que:
A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares, mas a mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de todas as crianças, diz respeito a ajudar todos os professores a aceitarem a responsabilidade quanto à aprendizagem de todas as crianças que estão atual e correntemente excluídas das escolas por qualquer razão. Isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização, e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo “necessidades educacionais especiais”.
Ainda neste autor, no que diz respeito à educação inclusiva, Mittler,
após muitas pesquisas, observou que o maior obstáculo a ser superado no momento
da mudança está dentro de nós, onde nossa tendência é subestimar as pessoas e
superestimar as dificuldades, e que este pensamento deve ser abandonado ao se
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querer construir uma escola ou uma sociedade inclusiva, pois, segundo ele a
inclusão se dá no ato de cada individuo ser capaz de ter oportunidades de escolher
e de ter autodeterminação na educação e para que isto seja estimulado existe a
necessidade de os educadores aprenderem a ouvir e valorizar o que o aluno tem a
dizer, independentemente de sua idade ou de rótulos. Todo o conhecimento de
mundo que o aluno trás consigo é importante, pois, deste remonta toda a sua
história de vida que não pode e nem deve ser ignorado pelo educador.
Espera-se que com a educação inclusiva sejam abandonadas
definitivamente as barreiras seletistas de aprendizagem observado ao longo das
décadas, onde poucos eram privilegiados com o acesso ao saber como afirma
FREITAS, Soraia Napoleão Apud RODRIGUES (2006 p.162):
Percorrendo os diferentes períodos da história universal, desde os mais remotos tempos, evidenciam-se teorias e práticas segregadoras, inclusive quanto ao acesso ao saber. Poucos podiam participar dos espaços sociais nos quais se produziam e transmitiam conhecimento.
Mas afinal por onde começar as mudanças para que estas práticas
possam ser reformuladas a fim de atender as diversidades e as necessidades
educacionais?
Neste assunto, RODRIGUES, Armindo de J. Apud RIBEIRO e
BAUMEL (2003, p. 24) afirma que:
“As mudanças deverão necessariamente começar nas concepções pedagógicas dos professores e em suas atitudes para com os alunos em dificuldade. A perspectiva pessoal do professor informará toda a sua construção e implementação de esquemas e rotinas”.
O autor aqui propõe um novo olhar dos educadores, primeiramente
nos seus próprios conceitos pedagógicos e logo após isso, para os alunos que
tendem a aprender com menos facilidade, buscando desta forma uma readequação
a fim de atendê-los de uma melhor forma.
Sabe-se que não podemos inovar todos os dias, mas se houver
desejo, assessoria e disponibilidade, podemos testar muitas habilidades em salas de
aulas, que virão a ajudar no desenvolvimento intelectual destes alunos.
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A inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais dependem não
só da boa prática ou excelente formação do professor. Incluir com a finalidade
educacional exige atitude e colaboração dos colegas em relação aos alunos
integrados, a família, a comunidade, fatores socioeconômicos e socioculturais. Mas
e a escola, qual o seu papel?
1.3 Ensino nas Escolas Inclusivas: O olhar deste novo ensino e as Práticas Educacionais
No mundo capitalista e de cultura individualista típico do mundo pós-
industrial em que vivemos, onde o egoísmo e o preconceito fazem parte do cotidiano
da sociedade e onde a tendência é o incentivo à competitividade, como numa selva
que só sobrevive o “mais forte”, ou neste caso o “o mais preparado”, é papel
fundamental da educação é fazer as pessoas refletirem sobre como superar os
desafios impostos pela mesma sociedade que exige a “inclusão”.
Neste sentido FERREIRA E GUIMARÃES (2003, p. 121) afirmam
que:
“Presencia-se a emergência de uma postura científica não mais limitada a situações simplificadoras, idealizadas, mas que coloca o individuo diante da complexidade do mundo real, o advento de uma ciência que permita a criatividade humana manifestar-se como expressão singular de um traço fundamental de todos os níveis da natureza”.
Desta maneira, a construção e a socialização do conhecimento
pelos educadores devem contribuir para a autonomia dos seus alunos onde os
mesmos possam construir seus próprios objetivos.
Para PERRENOUD (2002 p.192 a 193)
Não há forças sociais importantes que exijam uma escola mais eficaz... Mesmo os que estão convencidos de que a escola tem de “se tornar mais eficaz” não estão prontos para elevar o nível de formação e de profissionalização dos professores. Eles têm novas expectativas relacionadas ao sistema educativo, porém não aceitam que ele seja um pouco mais oneroso.
Embora de acordo com o autor haja dificuldades e desestimulo dos
educadores, por parte das pessoas que estão no topo do sistema educacional, que
por coincidência são os mesmos que pressionam para uma reformulação
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educacional a fim de acolher e incluir todos na escola, apesar disto carecemos
lembrar aos nossos educadores que o trabalho de vocês vai muito além do repasse
da matéria, há também o compromisso social, moral e humano, que contribuirá para
a formação de pessoas que vão construir o conhecimento com criticidade e
futuramente mudar este quadro social em que estamos presenciando.
A construção do conhecimento, portanto não está apenas nas mãos
daqueles que repassam o conteúdo, precisamos de pessoas preparadas para
ensinar sim, mas acima de tudo aprender, de falar aos seus ouvintes, mas também
que saiba escutá-los, ver, mas querendo também enxergar o outro e também a si
mesmo, pois é neste momento que há a interação aluno versus professor e a
construção do saber.
Sistematizar os pensamentos, estar atento a procura do desejo de
melhor ensinar, aprendendo também a acompanhar o ritmo de seu aluno estando
em sintonia com este, fazer novas experiências, arriscar-se em novos métodos
talvez seja necessário, como afirma WERNECK, Cláudia, (Apud FERREIRA E
MARLY 2003 p. 121): “Traga dúvidas e incerteza, doses de ansiedade, construa e
desconstrua hipóteses, pois ai reside à base do pensamento cientifico do novo
século. Um século cansado de verdades, mas sedento de caminhos”.
A educação, portanto deve lançar olhar para o futuro, refazer a
prática pedagógica, observando as modificações estruturais do mundo com a
finalidade de aliar cada vez mais teoria a prática.
Neste sentido de acordo com Perrenoud, em seu livro “A prática
Reflexiva no oficio do professor”, os profissionais da educação, que possuem
competências disciplinares, didáticas e transversais inconsistentes, sofre no
cotidiano a perda de controle de sua classe e tentam desenvolver estratégias mais
eficazes, aprendendo com experiências, o que na sua visão é um desperdício, pois:
Por um lado, eles descobrem por meio de tentativa e erro, não sem sofrimento, conhecimentos elementares que teriam podido construir em sua formação profissional, por exemplo, que as crianças não são adultas, que todas elas são diferentes, que elas precisam de confiança, que elas constroem por si mesmas seus saberes.
Por outro lado, para sobreviver, desenvolvem práticas ofensivas que, embora não propiciem aprendizado, ao menos lhes permitem manter
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o controle da situação por isso, alguns evitam, durante muito tempo, aplicar métodos ativos e dialogar com outros profissionais. (PERRENOUD, 2002 p.195).
Aqui percebemos que entre estes dois autores que é preciso,
práticas novas e mais eficazes, mas elas não devem ser feitas como “experimentos”
a “sorte”, mas baseá-las nas competências profissionais.
Sobre estas práticas, dez grupos foram descritos por Perrenoud o
que segundo ele estão ligados às transformações do oficio do professor. Organizar e
estimular situações de aprendizagem;
1. Gerenciar a progressão das aprendizagens;
2. Conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação;
3. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;
4. Trabalhar em equipe;
5. Participar da gestão da escola;
6. Informar e envolver os pais;
7. Utilizar novas tecnologias;
8. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;
9. Gerenciar sua própria formação contínua. (PERRENOUD 2002,
p. 195)
1.4 Que Professor o Modelo Inclusivista prevê
Antes de se falar do professor inclusivista precisamos ter em mente
o que afirma SILVA, Maria Odete Emygdio, p.60 Apud RIBEIRO e BAUMEL 2003 “...
não há um aluno-padrão, como frequentemente a formação de professores faz crer”.
Assim ao abraçar como profissão o ato de ensinar é necessário
estar disposto o suficiente para aceitar e compreender os obstáculos a serem
enfrentadas ao longo da carreira de educador.
Entretanto para que isto aconteça, o professor deve ser moldado
deste cedo, ainda em sua fase acadêmica, sendo preparado para as dificuldades
como planificar, gerir e avaliar seus alunos, em especial aqueles que não se
enquadram no modelo educacional histórico a que estamos acostumados.
22
Ainda em Silva (2003), de acordo com estudo realizado a respeito da
inclusão escolar, tendo como base a legislação em vigor de Portugal e a cidade de
São Paulo, onde foram entrevistadas professoras que se dizem aptas em suas
práticas pedagógicas na formação contínua de alunos com necessidades
educacionais específicas, foi relatado por elas, alguns pontos importantes que
podem ajudar a entender um pouco mais sobre as condições consideradas
fundamentais para a inclusão escolar, vejamos alguns deles:
• Primeiramente saber identificar os alunos com necessidades
educacionais específicas;
• Conhecer metodologias que vão auxiliar no ensino destes alunos;
• Aprofundar conhecimentos entre a relação da escola com a
família;
• Aprofundar conhecimento sobre o desenvolvimento escolar da
criança e do adolescente;
• Aprofundar conhecimentos sobre planificação;
• Aprofundar conhecimentos sobre avaliação;
• Conhecer métodos especiais de leitura e escrita;
• Conhecer técnicas de expressão e linguagem, ligadas ao trabalho
com alunos com necessidades educacionais;
• Saber adaptar atividades ao ritmo e as dificuldades dos alunos.
(SILVA, 2003 p. 57, adaptado pela Autora.)
Estas questões aqui elencadas são pontos facilitadores da inclusão
escolar, no entanto, deve-se lembrar que esta inclusão implica muito mais que
práticas pedagógicas, implica na atitude do educador, que acima de tudo deve ter
em mente o respeito e a aceitação com o próximo, quanto as suas limitações.
Diz FERREIRA e GUIMARÃES (2003, p.137), que a humanidade:
Caminha-se, assim, em direção à era das relações, o que envolve a unicidade com o real, a integração do homem com a natureza, a crença na existência de pontos distintos e a prevalência de formas mais elevadas de cooperação entre os seres. É a era da autoconsciência, do respeito ao espírito humano, às diferenças e a diversidade cultural.
23
E esta nova era, vem para traduzir em novos ambientes e
aprendizagem, através dos mais diversos recursos tecnológicos, a fim de atender as
mais diversas formas de aprendizagem humana, corroborando assim para estreitar-
se às diversidades e aumentar as oportunidades dos que antes eram vistos como
“improdutivos”, esta deve ser a principal preocupação quando se fala em educação
inclusiva: ”Preparar o aluno para novos conhecimentos e novas tecnologias, além de
se preocupar com a sua capacidade de aprender” (FERREIRA e GUIMARÃES 2003,
p.137).
1.5 O papel da escola para atender no processo de educação inclusiva
A inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais
dependem não só da boa prática ou excelente formação do professor.
Integrar com a finalidade educacional exige atitude e colaboração
dos colegas em relação aos alunos integrados, a família, a comunidade, fatores
socioeconômicos e socioculturais.
A escola também tem papel fundamental para a aprendizagem e
facilitação da inclusão, como fornecer materiais didáticos adaptados, oferecer cursos
aos educadores com a finalidade de conhecer novas práticas de ensino e adaptação
no currículo escolar, por exemplo.
COLL, César et al 2004, p.43, afirma que: “Quando uma escola
estabelece entre seus objetivos prioritários a inclusão de todos os alunos fica mais
simples transferir a estratégia posteriormente à prática educativa nas salas de aula”.
Desta forma a escola deve estar empenhada com a mudança, com a
modificação da cultura e da organização da escola.
Coll ainda afirma que a participação da escola deve passar
primeiramente pela transformação do currículo. “É preciso haver um currículo
comum para todos os alunos que posteriormente deve ser adequado ao contexto
social e cultural de cada escola e às necessidades diferentes de seus alunos”.
O currículo então de acordo com o autor deve ser preparado de
forma distinta para cada instituição educacional, sendo baseado de acordo com as
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necessidades e possibilidade de cada escola, tendo sensibilidade para as diferenças
que há na escola.
O segundo passo é o desenvolvimento profissional dos professores
que segundo Coll et al 2004 p.44 é: “... O modo mais seguro de melhorar as atitudes
e as expectativas dos professores é desenvolver seu conhecimento da diversidade
dos alunos e suas habilidades para ensinar-lhes”.
A formação dos professores dá condições necessárias para que as
práticas integradoras sejam positivas, pois o professor ao se sentir pouco
competente pode vir a desenvolver além de expectativas negativas, menor interação
e atenção dos alunos.
Além deste conjunto de fatores a escola deve dar condições de
trabalho ao professor como: retribuição econômica, valorização social e a seu perfil
profissional, por exemplo.
Outro fator importante é a liderança efetiva da escola, LEITHWOOD
E TANTZI 1990 Apud Coll et al 2004, p.45, em seu estudo estabeleceu seis
estratégicas para impulsionar os processos de mudanças nas escolas:
1. Reforçar a cultura da escola;
2. Realizar uma boa questão;
3. Impulsionar o desenvolvimento dos professores;
4. Estabelecer uma comunicação direta e frequênte;
5. Compartilhar com outros o poder e a responsabilidade;
6. Utilizar símbolos e rituais para expressar os valores culturais.
Estas estratégias de acordo com os autores afetam de maneira
explicita a cultura da escola e seu compromisso com a mudança educativa, a
reforma da educação especial, supõe a modificação dos valores, das normas, das
atitudes dos professores, dos antigos modelos de aprendizagem, além da
transformação cultural, onde propõe a participação dos pais, da comunidade , a fim
de proporcionar uma busca de forma conjunta de soluções para os problemas
existentes.
25
2 AS NECESSIDADES EDUCACIONAIS
O termo necessidade educacional, surgiu no meio acadêmico como
uma forma de distinguir as pessoas que apresentam alguma forma de atraso na
maturação necessária para iniciar algum tipo de atividade, seja ela física, motora,
sensorial, linguística ou altas habilidades que é o caso dos alunos superdotados.
Neste capitulo serão abordados algumas das dificuldades possíveis
de aprendizado e alguns métodos existentes atualmente para auxiliar na
transmissão do saber a estes alunos, como o uso de recursos tecnológicos,
linguagem de sinais, adaptadores e sistema de ensino braile por exemplo.
2.1 Dificuldades de Aprendizagem
Para COLL, MARCHESHI, PALACIOS e COLABORADORES, 2004
as dificuldades de aprendizagem podem ser divididas em:
Generalizadas – Quando estas afetam todas as aprendizagens, seja
escolar e não escolar.
Graves – São aquelas que acabam por afetar vários e importantes
afetos no desenvolvimento da pessoa, os motores, os linguísticos e os conectivos,
por exemplo, estes podem ter sido ocasionados por algum dano ou lesão cerebral,
adquiridos durante a vida ou durante o desenvolvimento embrionário, ou ainda fruto
de algum tipo de alteração genética, estas podem ser classificadas como
permanentes, pois o prognóstico a este tipo de dificuldade é muito pouco favorável já
que não se pode fazer muita coisa para reverter o dano inicial causado pelo trauma
ou má formação na área cerebral.
Inespecíficas – Quando não afetam o desenvolvimento de modo a
impedirem alguma aprendizagem em particular, são as pessoas que se dizem não
servir para esta ou aquela aprendizagem em particular, o raciocínio lógico
matemático, por exemplo, neste caso não há nenhuma razão intelectual que as
justifique, ao contrário a causa pode ser instrucional e/ou ambiental com uma
influência especial sobre variáveis pessoais, tais como a motivação.
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Intermediárias – São as caracterizadas como específicas, por
afetarem de modo especifico determinadas aprendizagens escolares, como a leitura,
a escrita ou a matemática, estas ainda são consideradas leves por não implicar em
deterioração intelectual, os aspectos psicológicos afetados são poucos, por
exemplo, o desenvolvimento fonológico, ou a atenção sustentada, ou a memória de
trabalho, e suas consequências podem ser solucionadas mediante intervenção
psicopedagógica oportuna e eficaz.
No tópico a seguir estaremos tratando das dificuldades de
aprendizado dos alunos com necessidades educacionais especiais.
2.2 Teorias que explicam as dificuldades de aprendizado: Os atrasos Maturativos que afetam a estrutura cerebral.
O modo de funcionamento do cérebro na aprendizagem, sempre foi
alvo de interesse de pesquisadores e cientistas ao longo da história.
Fazendo um breve histórico na humanidade em relação ao assunto
temos segundo Soares (2009), a figura de Aristóteles que acreditava que o cérebro
só servia para resfriar o sangue, os egípcios que ao acreditar que se podia retornar
a vida após a morte guardava em vasos as vísceras e desprezavam o cérebro por
achar que ele não tinha serventia, os assírios que o pensamento centrava-se no
fígado, e então Hipócrates surge com a demonstração de que o cérebro se dividia
em dois hemisférios e que neles encontravam-se todas as funções mentais e
biológicas, surgindo então a medicina moderna.
Hoje, sabemos que o cérebro desempenha uma importante tarefa
sobre as atividades motoras, cognitivas, sensoriais e principalmente de
aprendizagem no corpo humano e a necessidade de conhecimento sobre o sistema
nervoso central cresceu de forma fantástica nestas últimas décadas.
E nesta relação entre o cérebro e aprendizagem surgiram teorias
sobre os atrasos maturativos e a relação destes como causas das dificuldades de
aprendizagem, baseando em COLL, MARCHESI, PALACIOS E
COLABORADORES, (2004) vejamos algumas delas:
27
Atrasos no sistema nervoso central
São atribuídas a alterações genéticas e outras, as mais frequentes
estão ligadas a alterações congênitas durante a gestação ou no momento do parto.
Estas podem afetar o desenvolvimento postural, motor e sensorial,
causando déficit no desenvolvimento da atenção sustentado, alterações
visuomanual, dificuldades no desenvolvimento da lateralização e do esquema
corporal, que em geral afeta todas as aprendizagens escolares, sobretudo nos
primeiros anos de escolarização.
Atrasos genético-constitucionais do hemisfério esquerdo
As teorias supostas pra este tipo de anormalidade, afirmam varias
suposições, que podem ser por alterações bioquímicas, outros relacionam tal fato
com pesquisas epidemiológicas que assinalam a presença de “famílias disléxicas” o
que atribui uma origem genética a dislexia, outros pesquisadores ainda atribuem a
falta de assimetria plana interfeririam através do corpo caloso no desenvolvimento
dos processos fonológicos localizados no hemisfério esquerdo, o que traz
consequências na aprendizagem da leitura, pois estas pessoas teriam dificuldades
para a decodificação fonológica, isto é, para aprender a automatizar as regras de
conversão dos grafemas e dos fonemas, o que prejudica ou até impossibilita a
utilização da rota fonológica para poder ler as palavras desconhecidas ou pouco
familiares, palavras irregulares, vocábulos e calculo matemático.
Atrasos evolutivo-funcionais do hemisfério cerebral esquerdo
Estes atrasos de tipo evolutivo provocariam demoras na aquisição
de habilidades de coordenação visuomotora e de discriminação perceptiva e
linguística, que teriam como consequência dificuldades na aprendizagem da leitura e
da escrita.
Atrasos maturativos do hemisfério-direito
Apresentam alterações neuropsicológicas e psicológicas
semelhantes às de alunos com dificuldades na aprendizagem não-verbal: problemas
na organização perceptivo-visual e na realização de tarefas complexas de
28
percepção tátil, falhas na coordenação psicomotora e visuomanual, dificuldades na
solução de problemas não-verbais. Estas alterações correspondem no âmbito
escolar às dificuldades de aprendizagem da matemática.
Atrasos maturativos psicológicos
Sabe-se que algumas crianças têm seu desenvolvimento para
algumas atividades de forma, mas lenta por diversas razões, algumas teorias
relacionam isto a fatores genéticos, ou a situações prejudiciais durante a gestação,
ou ainda a sofrimentos intensos padecidos após o nascimento, estas situações
podem vir a alterar o curso do desenvolvimento. A exposição a situações críticas e
relativamente estáveis durante os primeiros anos de vida também podem afetar ou
alterar qualitativamente o aprendizado.
As dificuldades de aprendizagem podem ser manifestadas mesmo
antes do inicio dos processos de aprendizagem escolar, ou estes ainda podem ser
apresentados quando se é exigido do aluno a realização de atividades que das quais
não estão preparados. Assim do ponto de vista maturativo os alunos necessitam de
mais tempo realizar a tarefa que lhe foi proposta que precisariam se fosse
aguardado o momento adequado, o ideal é que se respeite este tempo e que se
dedique a atividades evolutivamente mais interessantes ou academicamente mais
úteis.
Atrasos no desenvolvimento de processos básicos: perceptivos-
motores, espaciais e psicolingüísticos.
Estes atrasos são caracterizados por pessoas que têm uma forte
tendência a perceber como idênticas as figuras que representam uma simetria
direita- esquerda, por exemplo, trocas as letras “d” por “b” ou sílabas “los” por “sol”.
Estes tipos de problemas devem desaparecer de forma progressiva a partir dos 6
anos de idade. As causas desses atrasos são: percepção e discriminação de figura
fundo, percepção da forma, posições no espaço e relações espaciais, progressão
esquerda-direita, coordenação dinâmica geral, motricidades grossa e fina,
motricidade bucofacial e ocular (movimentos oculares) e coordenação visuomanual.
29
Atrasos no desenvolvimento da atenção
Sabe-se que a atenção, ou seja, capacidade de concentração para a
realização de atividades e de extrema importância no ato de aprender, por volta dos
12 ou 13 anos de idade as crianças começam a desenvolver esta capacidade.
Entretanto algumas pessoas apresentam um atraso no desenvolvimento da atenção,
o que lhes dificulta os processos de registro sensorial, memória de trabalho,
memória de longo prazo e a organização do conhecimento. A hiperatividade e a
impulsividade decorrem dessas deficiências no desenvolvimento da atenção.
No próximo tópico estaremos falando sobre a caracterização dos
alunos necessidades especiais e sobre os recursos educacionais necessários para
atendimento a alunos com algumas necessidades educacionais especiais.
2.3 Caracterizações dos Alunos com Necessidades Especiais e os Recursos Educacionais
De acordo com a Mestra em Educação e pedagoga ZACHARIAS
(2008), do ponto de vista da administração do sistema educacional, podemos
classificar de acordo com o modelo clinico os alunos em:
2.3.1 Excepcionais Intelectuais
Neste grupo caracterizam os alunos Superdotados ou alunos que
possuem altas habilidades, que de acordo com SOUZA, (2000) são os:
Indivíduos dotados de habilidades relevantes em níveis significativamente acima daqueles das pessoas em geral. Quando existirem testes reconhecidos, então isso pode ser definido a partir de testes escolares. Onde não exista teste reconhecido, pode-se presumir que as opiniões subjetivas de "peritos" nas diversas áreas acerca das qualidades criativas de originalidade e imaginação demonstradas seriam o critério. Assim, existem superdotados em inteligência, criatividade, sociabilidade e liderança, psicomotricidade, artes plásticas, drama, música, habilidades acadêmicas, etc.
O autor ainda chama a atenção para não se confundir gênios com
superdotados, pois os gênios são aquelas pessoas que mostram desempenho
extraordinário em uma ou mais atividades humanas relevantes, produzindo
contribuições extraordinárias. Já os superdotados são indivíduos que possuem
30
habilidades relevantes em níveis significativamente acima daqueles das pessoas em
geral.
Em sala de aula vale a pena usar alguns métodos para o incentivo
desses alunos como sugere ALENCAR, (2006):
Ajudar o aluno a desenvolver ao máximo os seus talentos e habilidades.
Fortalecer um auto-conceito positivo, propiciando experiências de sucesso para todos os alunos e fazendo com que o alunos percebam os seus "pontos fortes".
Ajudar o aluno a desenvolver bons hábitos de estudo.
Incrementar a motivação do aluno, utilizando estratégias diversas para despertar e alimentará o interesse, e mesmo a expansão dos interesses do aluno.
Respeitar o ritmo de aprendizagem do aluno.
Incrementar um clima de aprendizagem que faça com que o aluno se sinta valorizado, respeitado e estimulado a dar o melhor se si.
Priorizar também a dimensão afetiva (sentimentos e valores) além de contribuir para o desenvolvimento social do aluno e a educação do caráter.
Propiciar condições mais favoráveis ao desenvolvimento do potencial criador de cada aluno, tanto pelo fortalecimento de traços de personalidade que se associam à criatividade, como autoconfiança, iniciativa, flexibilidade, persistência, quanto encorajando e possibilitando o exercício do pensamento criativo.
Criar estratégias instrucionais que encorajem o estudo independente do aluno e a investigação no contexto do conteúdo específico do currículo que estiver sendo tratado.
Permitir uma aprendizagem mais profunda em tópicos selecionados pelo aluno em áreas específicas de estudo.
2.3.2 - Deficientes mentais
a) educáveis
Os profissionais reconhecem estes casos naquelas pessoas que
possuem o QI entre 76 e 89, como limite. Estes podem permanecer em classes
comuns, desde que com acompanhamento psicopedagógica especial. De um modo
geral podem, quando adultos, ter sucesso em sua vida pessoal, social e profissional.
31
b) treináveis
São os indivíduos com o QI entre 25 e 75. São considerados
treináveis pelo fato de que se forem colocadas em classes especiais, poderão
treinar, por exemplo, disciplina, hábitos higiênicos e outros mais. Podendo aprender
a ler e a escrever, desde que estejam em ambiente de paz e compreensão,
recebendo muito afeto, com metodologia de ensino adequada.
c) dependentes
Trata-se de casos mais graves, com seu QI abaixo de 25. Nesses
casos é necessário o atendimento por instituições. Pode haver poucas, mas
contínuas melhoras, quando a criança e a família são bem orientadas.
A ajuda na escola é de fundamental importância, a criança com
problemas mentais precisam ser estimuladas, de forma gradativa, e de forma a
tornar o processo divertido, a brincadeira é um ótimo recurso para o
desenvolvimento motor e perceptivo como afirma Blackburn traduzido por Nylse
Cunha (2007), o que diz respeito ao estímulo:
1. Quando alguma coisa nova for feita, elogie.
2. Quando uma habilidade antiga for usada, fique apenas contente.
3. À medida que uma habilidade nova se torna antiga, reduza o elogio pouco a pouco.
4. Lembre-se sempre de manifestar o maior prazer quando aparecer uma habilidade nova – muito elogio, um abraço, um doce.
No que diz respeito à deficiência lúdica do deficiente mental decorre
de vários fatores:
• Baixa capacidade de atenção.
• Instabilidade psicomotora.
• Tendência a repetição estereotipada dos mesmos jogos.
• Ausência de iniciativa.
• Dificuldades motoras.
• Dificuldade para ater-se às regras.
32
• Fragilidade às frustrações.
Na brincadeira a criança deve respeitar as regras, submeter-se à disciplina, participar de equipes, aprender a ganhar e a perder. É um treino para a vida. A diferença é que a criança com deficiência mental tem que ser ensinada a jogar porque dificilmente vai começar espontaneamente. As regras do jogo têm que ser bem explicadas, com poucas palavras e de forma bem clara. Precisará de apoio para conformar-se a perder, ou a ganhar, sem ufanar-se muito, a respeitar as regras e a controlar-se. (grifo do autor)
2.3.2 Excepcionais por desvios físicos
Segundo ZACHARIAS, (2008) os excepcionais por desvios físicos
podem ser:
a) Deficientes físicos não sensoriais:
São pessoas que devem ter educação especial por conta das suas
dificuldades de mobilidade, vitalidade física e auto - imagem. Incluídas nessa
categoria ampla estão condições como más formações congênitas, paralisia
cerebral, epilepsia e diabetes, distrofia muscular, asma e febre reumática.
A estes alunos cabem o recurso da tecnologia assistiva que será
abordado no item 2.4 deste capitulo.
b) Deficientes físicos sensoriais:
b.1)Deficientes auditivos
A deficiência auditiva é caracterizada pela incapacidade total ou
parcial da audição. De acordo com a Secretaria da Educação do Estado de São
Paulo no guia de orientação aos pais (1985), os tipos de deficiência auditiva podem
ser:
Condutiva:
Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico. Esta deficiência pode ter várias causa, entre elas pode-se citar: Corpos estranhos no conduto auditivo externo, tampões de cera, otite externa e média, mal
33
formação congênita do conduto auditivo, inflamação da membrana timpânica, perfuração do tímpano, obstrução da tuba auditiva, etc.
Sensório - Neural:
Quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de origem hereditária como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis, herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes etc. Também podem ser causadas por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma de parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo, etc.
Mista:
Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea.
O ensino de pessoas surdas pode contar com vários recursos nos
dias atuais, como o estimulo visual, a linguagem de sinais, o sistema de
comunicação bimodal que é aquele que utiliza os gestos e a fala de modo
simultâneo, os recursos tecnológicos existentes como o aparelho de surdez por
exemplo foi uma das grandes conquistas para a boa condução do repasse ao saber
a estes alunos.
Figura 1: Alfabeto na linguagem dos sinais
Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/deficiencia-auditiva.htm
34
Ensino de língua espanhola em linguagem bimodal. Fonte: Brito (1995)
Figura 3: Modelo de um aparelho auditivo Fonte: http://www.limiarcentroauditivo.com.br/images/adaptacao_aberta.
b.2) Deficientes visuais
São consideradas deficientes visuais aquelas pessoas que tem
diminuição da resposta visual de forma irreversível a cirurgias e ou uso de óculos. A
35
cegueira pode ser causada por causas adquiridas durante a vida como traumas
oculares, degeneração senil de mácula, catarata, glaucoma, alterações retinianas
relacionada ao diabetes ou hipertensão arterial ou por causas congênitas como a
amaurose congênita de Leber, malformações oculares, glaucoma congênito,
catarata congênita.
A avaliação oftalmológica para diagnóstico e possível tratamento
deve ser realizada por profissional da área o oftalmologista, entretanto alguns sinais
característicos da deficiência visual como:
Nas crianças - desvio de um dos olhos, não seguimento visual de
objetos, não reconhecimento visual de familiares, baixa aproveitamento escolar,
atraso de desenvolvimento.
No adulto, pode ser o borramento súbito ou paulatino da visão. Em
ambos os casos, são vermelhidão, mancha branca nos olhos, dor, lacrimejamento,
flashes, retração do campo de visão que pode provocar esbarrões e tropeços em
móveis.
O canal de aprendizado destes alunos desse ser feito por meio do
tato e estimulo auditivos.
O braile é um meio do qual os educadores utilizam na aquisição da
escrita de pessoas com problemas visuais, ele é um sistema explorado de forma
tátil, sua unidade básica é a célula, formada por combinações de pontos em relevo,
em uma matriz de 3x2, entretanto este sistema deve ser utilizado apenas para as
pessoas que apresentam um grau de cegueira que impossibilitam mesmo o
aprendizado de leitura por meio de tinta, o recomendado por especialistas e que se
aproveite ao maximo todo e qualquer vestígio de visão que o aluno possa ter, pois
há casos em que o uso de ampliação de letras, o uso do computador e de lupas por
exemplo possam dar conta, ampliando desta forma a obtenção de informações
dentro e fora da escola.
36
Figura 4: Alfabeto braile.
Fonte: www.iapb.it/images/Braille-alfabeto.jpg
2.3.3 Excepcionais psicossociais
a) Alunos com distúrbios emocionais
São aqueles impacientes, ansiosos, os que têm sentimento de
solidão, dificuldade de concentração, distanciamento afetivos em relação aos outros
colegas de sala e/ou do professor, depressivos, geralmente são os que apresentam
decréscimo no rendimento escolar.
b) Alunos com desajustes sociais
Há ainda aqueles alunos cujas limitações sociais, carência acabam
por dificultar o processo normal de aprendizado. O que acontece dentro do espaço
escolar é o reflexo da sociedade em que o educando está inserido, onde as crenças
e os valores não param nos portões, mas acompanham e adentram as salas de
aulas podendo muitas vezes dificultar o trabalho de transmissão do saber.
37
De acordo com Departamento Education and Science – DES aput
Mittler 2003 p.23
Crianças com habilidades fora da média são muito mal servidas por nosso sistema educacional. Aquele que é menos capaz academicamente continua a sofrer as consequências de quaisquer que sejam os problemas agudos ou crônicos que afetam o sistema educacional.
Neste contexto Mittler ainda complementa, que apesar dos estudos
ainda estamos longe de compreendermos o porquê de crianças com história de
pobreza fracassam com tanta frequência nas escolas e muito menos o que se pode
fazer para diminuir esta realidade, alguns acabam por culpar os pais por não darem
subsídios suficientes para o bom desenvolvimento da criança e à aprendizagem.
Entretanto a escola tem sua parte de culpa por apresentarem baixas
expectativas em relação aos alunos mais carentes economicamente, aceitando de
forma fácil que estes serão aqueles que provavelmente não terão um bom
desempenho escolar.
O que se pode fazer para mudar este defeito ao modelo social ainda
em Mittler 2003 p.25 é saber que:
Um defeito ao modelo centrado na criança é baseado na idéia de que as origens das dificuldades de aprendizagem estão na sua maioria localizadas nela.
De acordo com esse ponto de vista, a fim de ajudar a criança, precisamos conhecer tanto quanto for possível a natureza das suas dificuldades por meio de avaliações globais dos seus pontos fracos e fortes para fazer um diagnóstico, quando possível, e para planejar um programa de intervenção e apoio baseado em tal análise.
Assim entender o que se passa com o aluno é tão fundamental
quanto adaptar o currículo para que este possa melhor aprender.
A seguir estaremos discorrendo sobre o uso das tecnologias
assisitivas no processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais
especiais.
38
2.4 Os docentes e o uso das tecnologias assistivas para a inclusão de alunos com necessidades especiais.
Na sociedade em que vivemos deparamos constantemente com
pessoas ao nosso redor vivenciando a exclusão social, esta é uma questão que tem
sido tema de muitas pesquisas, fóruns e preocupações governamentais.
Felizmente, podemos contar com um forte aliado para a solução
deste dilema social: A ciência e a tecnologia a qual estamos inseridos.
É claro que construir uma sociedade inclusiva, significa muito mais
que dominar tecnologias a favor da exclusão, significa também lidar com a
diversidade humana e acreditar em princípios de justiça, igualdade e solidariedade,
atitudes estas que podem ajudar a solucionar os problemas sociais que afetam o
nosso país.
Sabemos que a geração de novos conhecimentos, a ciência e a
tecnologia, por exemplo, devem estar a serviço de inovações tecnológicas e é neste
contexto que encontramos a Tecnologia Assistiva, também denominada de
Adaptativa ou Ajuda Técnica.
“todo e qualquer recurso que pode propiciar à pessoa que tem uma determinada deficiência autonomia suficiente para ser incluída socialmente, é tecnologia assistiva, seja esse recurso um serviço, um procedimento, uma técnica, um equipamento (ROCHA e CORTELAZZO, 2006, apud IOLANDA B. C. Cortelazzo et al, 2008).
Tecnologia Assistiva então é aquela que vem a desenvolver ou
permitir o aumento da autonomia e independência de pessoas, portadoras de
deficiência ou qualquer outro tipo de necessidade, em suas atividades domésticas
ou ocupacionais de vida diária.
Portanto, a aplicação de Tecnologia Assistiva abarca uma série de
possibilidades do desempenho humano, desde tarefas básicas de auto-cuidado
(mobilidade, comunicação, manutenção do lar, preparo de alimentos, tarefas
ocupacionais), até atividades de lazer, de trabalho e aprendizado.
39
A obtenção de autonomia, ou a máxima autonomia possível, é com
certeza, um dos caminhos para a perfeita inclusão social e constitui-se na premissa
para qualquer intervenção em matéria de reabilitação e inclusão social.
As adaptações na maioria das vezes podem ser feita de forma
simples e artesanal como vemos nesta figura abaixo:
Figura 5: Suporte para texto ou livro
Fonte: GALVÃO FILHO, T. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata? Revista Plurais, Salvador, UNEB, v. 1, n. 1, 2009 (no prelo).
Ou mais elaborados como estes:
Figura 6: A) motoca em construção; B) assento e encosto; C) motoca finalizada. Fonte: Pesquisa de Campo, 2008. CAVALCANTE G. M. da. OLIVEIRA ,Alves de, A.I;
Paixão,, M. V. C. Tecnologia Assistiva: mobiliário adaptado em PVC e adequação postural para crianças com PC
40
Figura 7: Adaptadores utilizados para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e conseqüentemente promover Vida Independente e Inclusão. Fonte: CAVALCANTE (2008)
Como podemos perceber através das ilustrações são varias as
adaptações possíveis para auxiliar no desenvolvimento escolar de crianças com
deficiência principalmente motora, a fim de desvelar as potencialidades latentes de
alunos com necessidades especiais, atenuando suas limitações. Essas pessoas
possuem potencialidades que precisam ser catalisadas com propostas desafiadoras
de comunicação, intervenção, ensino e interação social na busca do seu
desenvolvimento pleno, a preparação dos profissionais envolvidos e adequadamente
para a utilização das Tecnologias Assistivas. Nesta perspectiva, a produção social
da escola especial poderá ser catalisada pelo acesso a essas tecnologias,
visualizando-se a escola como um local de potencialização do conhecimento e do
saber socialmente disponíveis, portanto um convite para rever as tradicionais teorias
pedagógico-sociais e programar uma proposta alternativa de reflexão e atuação
perante a diversidade humana.
No próximo tópico será apresentada a metodologia aplicada na
pesquisa e entrevista, bem como a análise das mesmas.
41
3 PESQUISA APLICADA
A pesquisa aplicada deste projeto foi realizada por meio da
elaboração e aplicação de questionário (constante no apêndice) com o qual buscou-
se identificar até que ponto o Centro Universitário Cândido Rondon está preparando
os seus acadêmicos de pedagogia para o processo de educação inclusiva.
A inclusão deve ser entendida como fazendo parte dum combate
mais alargado destinado a suplantar discursos e práticas de exclusão, assumindo-se
contra a ideologia que quer ver cada indivíduo completamente separado e isolado. A
inclusão tem em vista uma melhoria da instrução. Longe de ser uma disciplina
marginal destinada a encontrar metodologias para escolarizar um grupo
relativamente restrito de alunos num quadro escolar clássico, a inclusão constrói os
fundamentos de uma abordagem que poderá conduzir à transformação do próprio
sistema (SALAMANQUE, 2008 Trad. Jorge Santos).
3.1 Metodologia
A utilização de questionário como instrumento de pesquisa aplicada
na realização da coleta de dados justificou-se por se apresentar como o melhor
método para alcançar o objetivo do projeto de pesquisa ao qual este trabalho faz
referência.
Segundo Gil entende-se por questionário “[...] um conjunto de
questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado [...]” e por isso “[...]
apresentará sempre algumas limitações [...]”. No entanto, apesar das limitações, Gil
afirma que o questionário é uma técnica útil e rápida na obtenção de dados e
informações (2002, p.115).
3.1.1 Sujeitos
Serviram de sujeitos para a pesquisa 55 alunos matriculados no
curso de Pedagogia. Dos quais 16 cursam o 4º semestre do curso regular, 21
cursam o 6º semestre do curso regular e 18 cursam o 4º semestre do curso modular.
42
O curso tem um total de 120 alunos distribuídos em 03 (Três)
turmas. Não houve seleção de alunos para responder, os que participaram foram os
que estavam na sala de aula no momento da pesquisa.
A justificativa da escolha do curso e do público dá-se porque o curso
de pedagogia do Centro Universitário visa formar educadores competentes e
comprometidos com o que fazem.
Deste total de 55 alunos a idade média foi de 38,18% entre 18 e 25
anos, 18,18% entre 25 e 30 anos, 25,45% entre 30 e 40 anos, 18,18% com mais de
40 anos de idade.
3.1.2 Material
Foi utilizado questionário elaborado especificamente para a
realização deste projeto de pesquisa. Composto de 5 (cinco) questões de múltipla
escolha sendo estas com a possibilidade de assinalar uma única alternativa. Ao
inicio do questionário como única identificação do aluno pesquisado constava dois
campos: quanto ao ano de graduação e a idade.
Também se realizou uma entrevista estruturada com 03 (Três)
professores contendo perguntas com livre resposta que confrontam com as
respostas dos alunos quando da aplicação do questionário.
3.1.3 Procedimento
A pesquisa aplicada foi realizada pela própria pesquisadora com
auxilio dos professores que administravam as aulas, tanto na distribuição quanto no
recolhimento do questionário. Foram assim distribuídos os questionários da seguinte
forma: 16 no 4º semestre do curso regular, 21 no 6º semestre do curso regular e 18
no 4º semestre do curso modular, que representam a quantidade de alunos em sala
na data da pesquisa que foi realizada no período de 03 de agosto de 2009.
Os questionários foram recolhidos no mesmo dia da distribuição.
Sendo o percentual de retorno de questionários preenchidos e devolvidos foi de
100% em todas as turmas.
43
Para realizar a entrevista a pesquisadora utilizou-se de uma
entrevista estruturada e gravador, as questões são referentes a metodologia
utilizada em sala de aula quando se trata do assunto que envolva inclusão, ou seja,
como está sendo feita a capacitação dos alunos de pedagogia do centro
universitário referente a educação inclusiva.
3.1.4 Análise Quanto à capacitação de futuros professores no centro educacional pesquisado.
Como podemos analisar através do gráfico 1 a idade dos
entrevistados varia entre 18 anos a pessoas com mais de 40 anos de idade,
perfazendo em porcentagens: 38 % com idade entre 18 a 25 anos, 18% com idade
25 e 30 anos, 25% com idade entre 30 e 40 anos e 18% afirmaram ter mais de 40
anos.
Gráfico 1: Idade dos entrevistados
Relacionados à questão passível de assinalar apenas 1 alternativa,
“Com relação a pergunta: O Instituto em que estuda, capacita você enquanto futuro
professor, a identificar alunos com necessidades educacionais?”
44
Gráfico 2: O Instituto em que estuda, capacita você enquanto
futuro professor, a identificar alunos com necessidades educacionais?
Onde os alunos poderiam responder sim, não e não sei o que é
necessidade educacional, observa-se que: Os alunos em sua maioria, ou seja, 87%
dos entrevistados disseram que o Centro educacional Candido Rondon está
capacitando-os enquanto futuros professores a identificar alunos com necessidades
especiais de aprendizado, 13% afirmaram que não tiveram contato com este tema e
apenas 2% dos entrevistados assinalaram a alternativa de que não sabem o que é
necessidade educacional. Levando em consideração a maioria, pode-se dizer que
na universidade pesquisada está havendo introdução de matérias na grade
curricular do curso no que diz respeito ao ensino inclusivo, tema desta pesquisa.
Pode-se verificar a veracidade desta questão quando defrontamos
com a resposta dos professores entrevistados, principalmente na resposta do
professor 2 e 3:
“Os alunos possuem conhecimento e compreensão das especificidades, das necessidades e potencialidades das pessoas com necessidades educativas especiais e sua inserção no contexto escolar. O aluno está sempre em contato com a diversidade das experiências educacionais existentes ministrando estágio supervisionado em escolas estaduais e municipais”.
45
“Percebo isso através de debates intergrupos, com análise da importância da educação como mediadora da relação homem/meio/cultura para uma boa qualidade de vida, através do conhecimento dos tipos de deficiências existentes. Através também de palestras e seminários ministrados por eles”.
Gráfico 3: Na sua graduação teve contato sobre as novas
tecnologias da informação e da comunicação como metodologias de estudo
relacionadas com educação inclusiva?
Quando questionados ao tema “Na sua graduação teve contato
sobre as novas tecnologias da informação e da comunicação como metodologias de
estudo relacionadas com educação inclusiva?”, donde os alunos poderiam marcar
apenas 1 alternativa, sendo elas: sim, em sala de aula, palestras e ou cursos
propostos pela faculdade, ou nunca tive nenhum contato com o tema educação
inclusiva durante a graduação, o resultado demonstrado em gráfico foi o seguinte:
96 % dos entrevistados marcaram sim, o que demonstra que o tema inclusão em
sala de aula tem sido de alguma maneira ou de várias maneiras introduzido aos
graduandos do curso de pedagogia da Universidade pesquisada, enquanto que
apenas 4% dos alunos afirmaram não ter tido contato com assunto.
Segundo Papert (1994), o computador é uma ferramenta de trabalho
com a qual o professor pode utilizar diversos cenários de ensino e aprendizagem,
entre eles, tutores, simuladores, demonstrações, jogos educativos, ferramentas de
46
textos, desenhos e imagens, dependendo de seus reais objetivos educacionais. Ele
significa para o deficiente físico um caderno eletrônico; para o deficiente auditivo, a
ponte entre o concreto e o abstrato; para o deficiente visual, o integrador de
conhecimento; para o autista, o mediador da interação com a realidade; e, para o
deficiente mental, um objeto desafiador de suas capacidades intelectuais
(VALENTE, 1997).
Aqui observamos pelas respostas tanto dos alunos pesquisados
quanto dos professores entrevistados, que o computador é utilizado como
ferramenta auxiliar, os professores utilizam os laboratórios de informática em suas
aulas práticas, ministrando conteúdos sobre educação inclusiva, tais como conceitos
sobre tecnologias assistivas entre outras.
O gráfico 4 resultante da pergunta: “Durante o período de formação
acadêmica, lhe foi proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a
fazer adaptações curriculares de acordo com as necessidades individuais
educacionais de cada aluno?” onde os alunos poderiam escolher entre 3 respostas:
Sim de forma satisfatória, Sim de forma superficial ou não de forma nenhuma,
obteve-se o seguinte resultado: 87 % dos alunos afirmaram estar satisfeitos com a
abordagem dispensada pela universidade no que tange a adaptações e
metodologias de ensino a crianças com necessidades educacionais, sendo que
apenas 15% assinalaram que o ensino em sua graduação a respeito da temática
aqui pesquisada tenha sido abordado de forma superficial.
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no
ensino requer uma revisão conceitual da estrutura curricular dos cursos de formação
de professores. A proposta da educação inclusiva é baseada na adaptação
curricular, realizada através da ação de uma equipe multidisciplinar que oferece
suporte tanto ao professor quanto ao aluno com necessidades especiais, por meio
do acompanhamento, estudo e pesquisa de modo a inseri-lo e mantê-lo na rede
comum de ensino em todos os seus níveis.
47
Gráfico 4: Durante o período de formação acadêmica, lhe foi
proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a fazer adaptações
curriculares de acordo com as necessidades individuais educacionais de cada
aluno?
Segundo as autoras ZULIAN, Margaret Simone, FREITAS, Soraia
Napoleão, 2001, para tornar possível a inclusão, a formação do professor deve estar
alicerçada no estabelecimento de parcerias entre os implicados no processo
educativo - dentro e fora da escola - e na criação e compreensão de enfoques
curriculares, metodológicos e estratégias pedagógicas que possibilitem a construção
coletiva do conhecimento.
Após analisar através de pesquisas bibliográficas a importância dos
métodos pedagógicos e principalmente como a diversificação das técnicas de ensino
e o uso de tecnologias em sala de aula são importantes no aprendizado escolar,
como o uso de computadores e da internet, principalmente como forma avaliativa,
achou-se necessário saber dos acadêmicos pesquisados se durante a graduação foi
lhes ensinado a usar e adaptar técnicas no modelo avaliativo de acordo com a
necessidade individual dos alunos.
48
Gráfico 5: Na instituição de ensino em que você faz graduação, lhe foi ensinado a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com necessidades educativas, como o uso do computador e da internet, por exemplo?
Neste assunto os alunos poderiam responder apenas 1 afirmativa,
sendo elas: sim de forma satisfatória, sim de forma superficial ou não de forma
nenhuma, onde 82% dos entrevistados mostraram-se satisfeitos com o que está
sendo repassado durante a graduação, 26% afirmaram que este tema foi abordado
apenas de forma superficial, e apenas 1% assinalou que não teve contato de forma
nenhuma com assuntos relacionados a técnicas e modelos avaliativos para alunos
com necessidades educacionais.
As respostas da maioria dos alunos foram positivas e isso pode ser
também verificado nas respostas dos professores, pois quando perguntou-se se os
alunos aprendem a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com
necessidades educacionais e a respostas foram que sim, pois os mesmos produzem
vídeos, portfólios, aprendem a utilizar softwares para deficientes, entre outros, isso
significa que o computador está sendo utilizado como uma ferramenta, o que está
realmente faltando é ensinar os alunos a adaptar os equipamentos.
Os avanços tecnológicos norteiam a modernidade, fazendo-se
necessário refletir sobre os usos de tais avanços para a área da Educação, sendo
inegável os benefícios e as mudanças qualitativas que eles produzem na vida das
pessoas com necessidades especiais; por exemplo, a utilização de softwares como
49
Virtual Vision e Dos Vox (para cegos) e mais recente o MOTRIX, utilizado para
pessoas com deficiência física não sensorial, e inúmeros outros recursos
tecnológicos como acessórios e equipamentos, dentre eles o próprio computador.
Nesse novo cenário que se descortina, é fundamental discutir o papel das novas
tecnologias e sua inserção em todos os espaços da vida social.
Gráfico 6: Você enquanto graduando se sente confortável com
seus conhecimentos acadêmicos para selecionar recursos educativos a fim de
proporcionar um melhor aprendizado a alunos com necessidades
educacionais?
A partir da Conferência Mundial sobre Educação para Todos em
Jomtien, Tailândia em 1990, surgiu a discussão sobre a formação de educadores
para a educação de todos, para a inclusão e escolarização adequada de pessoas
com dificuldades de aprendizagem. Nessa propensão de direitos sociais, a
Declaração de Salamanca (1994) recomendava que a formação inicial deveria
imbuir em todos os professores uma orientação positiva sobre a deficiência, de
forma que permitisse entender o que as escolas poderiam conseguir avançar com a
ajuda dos serviços locais de apoio.
Foram discutidas as competências e habilidades que os educadores
deveriam ter para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. O
documento frisa o saber e as aptidões requeridas em uma boa pedagogia, tais
como: a capacidade de adaptar os conteúdos dos programas de estudo, de avaliar
50
as necessidades especiais, de valer-se da ajuda da tecnologia, de individualizar os
procedimentos pedagógicos e trabalhar em conjunto com especialistas e pais.
É de fundamental importância que ao término da graduação, o
formando e futuro profissional sintam-se à vontade com os seus conhecimentos, e
em se tratando de futuros profissionais da educação faz-se necessário saber se o
centro de ensino superior está cumprindo com seu papel de formar professores
capazes e comprometidos em ensinar de uma melhor forma seus alunos, em
especial aqueles que merecem um aprendizado diferenciado, com técnicas
diferenciadas que possam suprir suas necessidades pedagógicas.
Aos graduandos pesquisados, quanto à questão de se sentirem a
vontade com os conhecimentos obtidos durante a graduação, como a seleção de
recursos educativos a fim de proporcionar melhores resultados no aprendizado de
seus alunos, foi lhes proporcionado responder apenas 1 alternativa, sendo elas: sim
muito a vontade, sim pouco a vontade e não.
O resultado obtido e demonstrado no gráfico 6, demonstra que 62%
dos entrevistados se sentem muito a vontade com os conhecimentos adquiridos no
centro educacional onde estudam, 33% se sentem pouco a vontade e 5% ainda não
se sentem preparados apenas com os conhecimentos adquiridos.
Durante a entrevista com os professores observou-se que eles
sentem que os alunos estão realmente preparados, pois os mesmos possuem
disciplinas que tratam sobre a questão da inclusão, é vivenciado no dia a dia através
de estágios supervisionados, relatos de experiências, etc.
3.1.5 Entrevista com os professores de Pedagogia do Centro Universitário
A questão da formação de professores inclusivos tem sido alvo de
inúmeras preocupações e pesquisas quanto ao delineamento dos seus
pressupostos teórico-metodológicos e ainda, por postular um aprofundamento da
análise de seu real significado e das suas exigências. A relevância da questão da
formação profissional do educador inclusivo está atravancada por contendas
complexas, incertas, singulares e desafiadoras.
51
A preocupação com as diferenças individuais tem ganhado um maior
destaque na sociedade pluralista em que vivemos.
De acordo com Souza e Silva (2005), numa abordagem de atenção
à diversidade e à inclusão social, a educação apresenta-se como um fator
importante de transformação social, em que novas propostas estão sendo
desenvolvidas em torno de um ensino que atenda a todas as crianças e a suas
diferentes necessidades educacionais.
Sobre formação de professores, de acordo com Souza e Silva
(2005), é crucial a afirmação de que, a cada dia, se faz mais urgente a qualificação
profissional para se trabalhar na perspectiva da inclusão social. Esta é uma nova
tendência que vem ganhando espaço em diferentes países num processo
permanente de debates das questões práticas e teóricas para que os professores
sejam capazes de responder às tarefas que decorrem do processo de inclusão.
Segundo Mittler (2003, p. 35), “A inclusão implica que todos os
professores têm o direito de esperar e de receber preparação apropriada na
formação inicial em educação e desenvolvimento profissional contínuo durante sua
vida profissional.”
Para tanto, os sistemas de formação docente precisam ser
repensados, com propostas de reconstrução para capacitar os professores através
de um processo permanente de desenvolvimento profissional envolvendo formação
inicial e continuada, oportunizando assim a construção e ampliação de suas
habilidades para trabalhar o ensino inclusivo com o objetivo de alcançar todas as
crianças e jovens nas suas diferentes necessidades de aprendizagens.
De acordo com a LDB, em seu artigo 63, § III, os institutos
superiores de educação manterão programas de educação continuada para os
profissionais de educação dos diversos níveis.
Dessa forma, é reconhecível que os programas de desenvolvimento
profissional devem acrescentar conhecimentos às habilidades que os professores já
possuem para que estes possam ensinar inclusivamente. Tendo em vista que a
sociedade exigiu mudanças neste sentido, a formação de professores constitui séria
52
preocupação diante da complexidade do exercício profissional nessa nova
perspectiva. Em se tratando de educação especial, este é o campo que deverá
responder às diferentes necessidades educacionais especiais; e a formação docente
se transforma em uma estratégia de capacitação para desempenhar as
competências necessárias que servirão de base para conduzir o processo educativo
diante dessa realidade.
Essa capacitação se torna cada vez mais necessária devido às
dificuldades que os professores enfrentam ao lidar com alunos especiais.
A LDB, em seu artigo 59, § III, estabelece que os sistemas de ensino
assegurarão aos educandos com necessidades especiais, professores com
especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento
especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a inclusão
desses educandos em classes comuns.
Essa capacitação se dá de acordo com a Resolução CNE /CEB nº 2,
de 11 de setembro de 2001, no artigo 18, § 1º, em que expressa que são
considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos
que apresentam necessidades educacionais especiais aqueles que comprovem que,
em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos conteúdos sobre
educação especial adequados ao desenvolvimento de competências e valores para:
I- perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e
valorizar a educação inclusiva;
II- flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de
conhecimento de modo adequado às necessidades especiais de aprendizagem;
III- avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para o
atendimento de necessidades educacionais especiais;
IV- atuar em equipe, inclusive com professores especializados em
educação especial.
Diante desse contexto, justificamos nossa entrevista com os
professores do Centro Universitário, onde procuramos abrilhantar nosso processo
53
investigativo sobre como o Centro Universitário está capacitando professores para
trabalhar junto a alunos com necessidades educacionais especiais, para isso
utilizamos de uma entrevista com professores de Pedagogia do Centro Universitário
onde foram entrevistados professores com alguma formação na área de Educação
Inclusiva.
Iniciou-se a entrevista perguntando se os professores tinham em sua
formação alguma especialização ou outra formação na área de educação inclusiva.
Todos os professores entrevistados responderam que são especialistas, o professor
1, é especialista em Língua Brasileira de sinais, o professor 2 em Sociologia e
Educação de jovens e adultos e o professor 3 é especialista em educação especial.
Os professores ministram aulas nas disciplinas de: “Língua Brasileira
de Sinais”; “Educação de Jovens e adultos e Diversidade Étnica Cultural e Racial na
Educação”; “Aspectos Ético Político Educacional”; “Inclusão da pessoa com
necessidades educacionais”, respectivamente. Sendo assim, podemos verificar que
estas disciplinas trabalham com educação inclusiva, pois inclusão não significa
incluir apenas alunos com algum tipo de deficiência, mas qualquer pessoa, pois
segundo a Declaração de Salamanca:
"As escolas devem ajustar-se a todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, lingüísticas ou outras. Neste conceito devem incluir-se crianças com deficiência ou superdotadas, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações imigradas ou nômades, crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais." (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: UNESCO, 1994).
Ferreira e Guimarães (2003), também tratam sobre este assunto
quando fala que comete engano a pessoa que pensa que a educação inclusiva é
para apenas as crianças com algum tipo de necessidade especial. Mittler (2003)
também diz: educação inclusiva refere a todas as crianças que não são beneficiadas
com a escolarização e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo
necessidades educacionais especiais.
Dando continuidade a entrevista, perguntou-se aos professores
sobre a forma metodológica que os mesmos utilizam em sala de aula quando o
assunto é educação inclusiva. Obtivemos do professor várias respostas, são
54
colocadas aqui algumas delas, todas as respostas podem ser verificadas no anexo
deste trabalho onde estão transcritas fielmente a entrevista completa.
Foram dadas as seguintes respostas do Professor 1:
[...] Utilizo a metodologia de comunicação visual, baseada em regras gramaticais da Língua de Sinais e da cultura surda;
Ensino sobre os aspectos lingüísticos da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como a fonologia, morfologia e sintaxe e o uso desta língua em contextos reais de comunicação.
Utilizo diversos recursos, tais como: textos, vídeos, consultas na internet, textos produzido por surdos, DVD (LIBRAS), entre outros [...].
O Professor 02 fala que:
Nosso trabalho é realizado através de conceitos e evolução histórica da Educação de Jovens e Adultos no Brasil com análise no contexto atual.
Temos aulas expositivas; Leituras dinâmicas; Discussões; Elaboração de relatórios conclusivos de leituras; Elaboração e socialização de relatórios conclusivos de pesquisas realizadas; Socialização com a turma, de forma a suscitar debates e discussões, visitas a salas de aula EJA, elaboração e apresentação de seminários e artigos e desenvolvemos pesquisa etnográfica tomando a EJA como foco de pesquisa. - A pesquisa é desenvolvida em uma unidade escolar da rede pública de ensino [...].
[...] Já na disciplina de diversidade Étnica Cultural e Racial na Educação, realizamos estudo do ser humano, da humanidade na sua diversidade cultural. Pensamento, civilização e educação. Etnia, gênero e educação, sobre a formação do povo brasileiro: branco, negro e índio.
Ensinamos o aluno a conhecer o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e espaços; em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e respeitando diferenças [...]
Podemos observar que a diversidade étnico-cultural está presente
diariamente no contexto brasileiro, expressando-se na música, na dança, na
culinária, na nossa língua portuguesa e entre inúmeras atividades em nosso
cotidiano. O processo educativo emanado pela escola é algo que a sociedade não
pode prescindir. Ao contrário, a educação é fundamental no processo de
aprendizagem e na compreensão necessária para que se possa ver o “diferente” em
55
suas complexidades de formas de relações humanas e suas afirmações e
significações/ressignificações.
O professor 03 respondeu:
Nosso trabalho com Educação Especial é feita através da visão histórica, crítica e conceitual. Leitura e discussão de texto destacando toda evolução histórica da Educação Especial.
Ensinamos aos alunos sobre a formação do professor para atender à diversidade dos alunos, através de dinâmica de auto conhecimento para refletir sobre sua postura como professor frente ao aluno diferente [...].
Vale ressaltar aqui que, uma sala de aula inclusiva trabalha com a
diversidade e o professor precisa aprender a internalizar as diferenças entre esses
alunos de forma a aprender e a crescer em função delas e os alunos têm a
oportunidade de exercitar um de seus direitos fundamentais como cidadão – o direito
à educação.
Quando foi perguntado aos professores sobre como o tema
Educação inclusiva tem sido abordado em sala de aula, obtivemos as seguintes
respostas.
Professor 01 respondeu que o tema é abordado “através de leitura e
discussão em pequenos grupos de livros sobre Inclusão Escolar e utilização de uma
dinâmica apropriada para socialização das principais idéias dos livros [...]”.
Professor 02 falou que o tema é trabalhado através da:
“análise crítica da prática pedagógica de um professor voltado para a inclusão de PNEEs no ensino regular, palestras, vídeos e seminários contendo a conceituação de pessoas com necessidades educacionais especiais e implicações educacionais.
Professor 03 diz que é orientado da seguinte forma:
A partir do tema (deficiência) escolhido, os alunos fazem um levantamento sobre a bibliografia pertinente à cada deficiente, também faz observações/entrevista no local escolhido e com a elaboração de uma proposta pedagógica /metodológica de inclusão de PNEES [...].
Também é necessário trabalhar no sentido da desmitificação da
deficiência, compreendida como uma característica, um traço peculiar da condição
56
humana, diferenciando necessidades autênticas e fictícias. Um dos aspectos
rotineiros é o enfrentamento das atitudes e valores sociais, injustos e errôneos,
genericamente difundidos acerca da deficiência, promovendo a educação especial
no contexto do sistema formal de educação geral.
Quanto à questão: Como professor, você acredita que os
alunos/futuros professores estão sendo capacitados a identificar alunos com
necessidades educacionais específicas? E como trabalhar com eles? Procure
justificar sua resposta com um exemplo, os professores responderam que sim.
O professor 1 respondeu que:
Sim, a luz dos conteúdos somos formados para observar, identificar e propor atividades e passamos isso aos nossos alunos através de palestras, seminários, artigos. Com isso percebemos que o aluno tem um olhar sobre as diferenças.
Professor 02 disse:
“os alunos possuem conhecimento e compreensão das especificidades, das necessidades e potencialidades das pessoas com necessidades educativas especiais e sua inserção no contexto escolar. O aluno está sempre em contato com a diversidade das experiências educacionais existentes ministrando estágio supervisionado em escolas estaduais e municipais”.
E o professor 03 justifica sua resposta falando que:
“Percebo isso através de debates intergrupos, com análise da importância da educação como mediadora da relação homem/meio/cultura para uma boa qualidade de vida, através do conhecimento dos tipos de deficiências existentes. Através também de palestras e seminários ministrados por eles”.
Aqui percebe-se que o professores acreditam na capacidade de
seus alunos quanto a identificação de alunos com necessidades especiais, mas,
para se trabalhar com educação inclusiva, antes de qualquer coisa, é importante
identificar o tipo de deficiencia que os alunos de uma determinada sala apresentam,
para então utilizar meios que auxiliem no seu aprendizado.
Após compreender o tipo de deficiência que o aluno possui fica mais
fácil para o professor se interagir com o aluno e ajudá-lo no seu desempenho.
57
Nesta entrevista, procurou-se também saber dos professores se é
trabalhado em sala de aula temas como novas tecnologias da informação e
comunicação como metodologias de estudos relacionados com educação inclusiva e
se sim, de que maneira isso ocorre.
Professor 01 respondeu que sim, e que através da disciplina
Aprendizagem e Novas Tecnologias, são estudados temas Novas Tecnologias de
Comunicação e Informação e Tecnologias Assistivas.
Cremos que além de estudar estes temas na teoria, seria
interessante que os alunos também aprendessem na prática a adaptar materiais que
poderiam ser utilizados por aluno com algum tipo de necessidade especial.
Quanto a resposta do professor 02, ele fala que sim, que os
educadores frente à utilização de recursos tecnológicos, tem facilitado a
comunicação usando uma metodologia e práticas pedagógicas integradas, com isso,
buscam e seleciona informações a serem desenvolvidas, criando ambientes de
aprendizagem interdisciplinares.
Já a Professor 03, responde que a maneira que isso ocorre é
apontando aos alunos que é indissolúvel a educação sistematizada e a educação
para inclusão tecnológica e que os alunos desde o 1º semestre tem aulas no
laboratório de informática, os ingressantes são capacitados no word, excell power
point, internet, tecnologias de comunicação entre outras.
Hoje, a informática e o uso de novas tecnologias de apoio são
fundamentais como auxílio ao desenvolvimento de pessoas com NEE. Já que a
base da economia se desloca hoje da indústria para o conhecimento.
O professor precisa conscientizar-se que a educação está diante de
um novo paradigma. Ele será um mediador entre as ferramentas tecnológicas e
novas situações que ajudarão seus alunos a resolverem seus problemas e a
desenvolverem novas capacidades cognitivas.
Perguntou-se também aos professores se é ensinado aos alunos
adequar métodos de ensino de acordo com as necessidades individuais
educacionais, de que maneira é trabalhado e se eles podiam exemplificar.
58
O professor 01 falou que sim, é ensinado através da disciplina
Psicopedagogia, os alunos têm conhecimentos sobre os problemas de
aprendizagem e propostas de como saná-los. Contudo não se pode perder de vista
que cada caso é um caso e que não existe um modelo único para esta ou aquela
necessidade. Apenas o tempo e a experiência conduzirão com êxito essas
especificidades.
Professor 02, respondeu o seguinte: “Sim, contextualizando a
Psicopedagogia no campo das instituições escolares, organizacionais e saúde e
possíveis intervenções.
E o professor 03 também respondeu que é ensinado através da
elaboração de roteiros de práticas cotidiana nos ambientes escolares e não
escolares, respeitando o indivíduo como ser humano e compreendendo as relações
interpessoais.
Vale ressaltar que o método de ensino, é talvez o mais importante
aspecto a ser avaliado quando se colocar uma criança na escola, pois é ele que
favorece o desenvolvimento, o interesse e até mesmo o desinteresse do aluno. Os
seres humanos, apesar de serem da mesma espécie, são pessoas completamente
diferentes, e nem sempre o que é bom para uma criança será bom para outra ou
para todas, cada uma tem sua particularidade é isso deve ser percebido pelos
professores em sala de aula.
Procurou-se saber dos professores se as adaptações curriculares é
ensinado aos alunos fazerem-na de acordo com as necessidades individuais
educacionais de cada aluno e exemplificar. Obtiveram-se várias respostas dos
professores, procuramos colocar apenas algumas e as demais poderão ser
verificadas no anexo.
Quanto ao professor 01, ele disse que:
Sim, através da identificação prévia dos conceitos de currículo. Através de consultas bibliográficas, da construção e análise de uma linha de tempo enfatizando o momento histórico e os fatos relevantes. Organizar uma linha de tempo dos diversos momentos históricos do currículo no Brasil.
59
Através da identificação das várias concepções de currículo, da caracterização e problematização da prática atual em relação aos eixos norteadores da educação;
Proporcionamos informação teórica pertinente e atualizada sobre a temática das adaptações curriculares [...].
O professor 02 respondeu:
Sim, através de atividades de investigação da realidade de escolas do município e do estado.
Os alunos refletem sobre a complexidade da adaptação do currículo à diversidade de contextos e de alunos e desenvolvem competências no âmbito da adaptação do currículo enunciado, como resposta a problemas concretos, decorrentes da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais nas classes regulares [...].
Professor 03 também falou que é ensinado os alunos adaptações
curriculares e isso é feito da seguinte maneira:
Proporcionando o conhecimento das abordagens educacionais das diferentes concepções de currículos.
Analisando as tendências pós-modernas ou pós-estruturalistas no campo do currículo, explicitamos os princípios fazendo-os adquirir capacidades para a compreensão do discurso pedagógico como produção escolar e realizando relatos de experiências, estudos de textos, apresentação de trabalho produzido, pesquisa nos livros didáticos e apresentação de seminários.
Vale salientar que os currículos fazem parte integrante da política
educativa inclusiva – ou seja, contribuem para se conseguir o acesso e a
participação na escola de todas as crianças. De entre as crianças que se deparam
com barreiras a este acesso e a esta participação, as que apresentam “deficiência
intelectual acentuada”, são, porventura, as que têm sido mais afetadas por essas
barreiras e, consequentemente, mais sujeitas à exclusão ou segregação.
Segundo Giné e Ruiz, (1995) as adequações curriculares são as
modificações necessárias nos diversos elementos do currículo básico para adequá-
los a diferentes situações, grupos e pessoas para o qual ele se destina. Essas
adequações são intrínsecas ao novo conceito de currículo. De fato, o currículo deve
contar com adequações que atendam a diversidade das escolas, das aulas e dos
alunos. Na realidade, essa tarefa é da responsabilidade da escola como tal, da
equipe de professores e de cada professor em sua atuação didática.
60
O processo de elaboração de adequações curriculares constitui-se
estratégia quando um aluno ou grupo de aluno necessitam alguma modificação na
ajuda pedagógica que se oferece ao grupo em geral, seja por seus interesses ou
motivações, ou por suas capacidades. Não se trata, pois, de fazer um programa
paralelo, mas sim de realizar modificações individuais ou coletivas, a partir da
programação do grupo de referência.
Quando se perguntou aos professores se os alunos aprendem a
adaptar instrumentos de avaliação para alunos com necessidades educativas e
quais eram esses instrumento, os professores responderam que sim e os
instrumentos são vídeos, portfólios, expressão visual, leitura visual, oralidade,
desenhos, perguntas contextualizadas facilitando questões como estímulos visuais,
verbais e tatos e a observação como método que recolhe informações da avaliação
para a aprendizagem porque os alunos possuem formas pré-verbais e não verbais
de comunicação
Segundo a Secretaria Educação Fundamental (1998), as
adaptações avaliativas dizem respeito, à seleção das técnicas e instrumentos
utilizados para avaliar o aluno. Propõem modificações sensíveis na forma de
apresentação das técnicas e dos instrumentos de avaliação, a sua linguagem, de um
modo diferente dos demais alunos de modo que atenda às peculiaridades dos que
apresentam necessidades especiais.
A avaliação deve ser flexível de modo que considere a diversificação
de critérios, de instrumentos, procedimentos e leve em conta diferentes situações de
ensino e aprendizagem e condições individuais dos alunos.
Procurou-se investigar junto aos professores se instrumentos como
o computador e a própria internet costumam ser adaptados e utilizados na melhoria
da aprendizagem focando as individualidades e como isso é feito.
Professor 01 respondeu que o computador e a internet não
costumam ser adaptados, mas que estão caminhando para isso, através de
aquisição de alguns equipamentos e que os softwares que eles utilizam são os
gratuitos.
61
Professor 02 disse que:
“Não, creio que ainda vai levar certo tempo para que isso ocorra,
quando utilizamos a internet procuramos por sites inclusivos e softwares gratuitos”.
E o professor 03 também falou que não e que a instituição ainda não
tem computadores adaptados, apenas a estrutura é acessível a todos.
Segundo Levy (1999) as novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC) vêm se tornando, de forma crescente, importantes instrumentos
de nossa cultura, e o acesso a elas, um meio concreto de inclusão e interação no
mundo. Essa constatação é ainda mais evidente e verdadeira quando nos referimos
a pessoas com deficiência, isso fica evidente em Mary Pat Radabaugh, quando ela
fala: Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para
as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis. (RADABAUGH,
1993).
A importância da tecnologia aliada ao ensino seja presencial, seja à
distância, é inquestionável, uma vez que auxilia muito no processo ensinar-aprender.
Quando falamos em educação especial e em deficiência física, essa afirmação
torna-se ainda mais importante e necessária, visto que grande parte das pessoas
com deficiências dependem da tecnologia para poderem realizar suas tarefas.
Dessa forma, o curso de Pedagogia desta instituição necessita rever
com urgência esta questão, não dá para tratar de educação inclusiva sem mencionar
o uso de tecnologias e principalmente em como adaptá-las.
Perguntamos aos professores se eles consideravam que os alunos
graduandos possuem conhecimentos suficientes para selecionar recursos
educativos proporcionando um melhor aprendizado aos alunos com necessidades
educacionais. Todos os professores entrevistados responderam que sim, pois os
mesmos são orientados para isso.
Procuramos saber também dos professores se os alunos estão
preparados a enfrentar uma sala com diversidades e que os mesmos justificassem
suas respostas.
62
O professor 01 assim respondeu:
Sim, eles estão preparados porque possuem disciplinas que trabalhamos sobre o tema através de estudo de caso, pesquisas em escolas, análise, seminários. Também porque os alunos estão aceitando as mudanças de atitude, no sentido de reconhecer e valorizar as diferenças.
Já o professor 02 falou que sim, pois eles vivenciam isso no estágio
supervisionado os problemas educativos, também participam muitas palestras sobre
isso, seminários, artigos.
O professor 03 também respondeu que sim e que:
os alunos vivenciam o dia a dia através de estágios, temos também a Escola Livre Porto, onde a diretora e a psicóloga traz experiências através de palestras, as alunas visitam as escolas.
Por fim, procurou-se saber dos professores a seguinte questão:
Você considera que o Centro Universitário, na formação de professores tratam o
conhecimento sobre as necessidades básicas de aprendizagem e as educacionais
especiais com que visão?
O professor 01 respondeu: “Conhecendo a prática pedagógica de
professores que já militam”.
A resposta do professor 02 foi: “Apresentando proposta pedagógica,
demonstrando a viabilidade da inclusão, atendendo aos princípios deste novo
paradigma educacional de forma multidisciplinar”.
E o professor 03 respondeu: Conhecendo especificamente alguns
tipos de deficiência tendo em vista a interdisciplinaridade da ação educacional e com
a visão de formar educadores abalizados e comprometidos com sua profissão.
Para Shon e Nóvoa (1997); e Freire (1998), temos que ter a visão
que a formação de educadores para o atendimento educacional especializado e
para o apoio e suporte ao professor do ensino regular não pode se distanciar do que
propõem os teóricos da formação geral de professores. Enfatizam uma formação
envolvendo múltiplos saberes - formação pessoal e profissional produzidos pelas
ciências humanas da educação; saberes disciplinares - formação inicial e continuada
nas diferentes áreas do conhecimento; saberes curriculares relacionados ao projeto
63
de ensino - aos conteúdos, métodos, técnicas de ensino para a formação dos
alunos; a proposta no âmbito da escola - os saberes da experiência, da prática
cotidiana que provém da cultura.
São aspectos essenciais na formação de professores para o ensino
regular e especial. Este último, além das questões apontadas, deve: aprofundar o
conhecimento relativo às pessoas com deficiência, suas necessidades, a formação
da identidade, o desenvolvimento da autonomia pessoal, social e intelectual; avaliar
as necessidades específicas e educacionais especiais; dominar as metodologias
específicas e as estratégias didático-metodológicas de acesso ao conhecimento, às
artes e à cultura.
3.2 Ainda algumas considerações
Somente com uma educação mais justa e inclusiva é que
conseguiremos com que a sociedade seja modificada. Esse desenvolvimento só
pode ter bons resultados se forem feitos por meio da qualificação profissional, dos
quais só serão possíveis com a observância dos valores culturais e acima de tudo
pelo respeito às limitações das pessoas. Esse desenvolvimento deve ocorrer dentro
do processo de inclusão e não como pré-requisito para estas pessoas poderem
fazer parte da sociedade.
Mas, para que essa inclusão aconteça é importante que a formação
de professores esteja capacitando-os para lidar com pessoas com deficiências,
distúrbios, transtornos, dificuldades, e mais que isso saber diferenciá-los entre si.
A medida que as leis sugerem e a sociedade cobra um ensino
adaptado às diferenças e às necessidades individuais, os educadores precisam
estar habilitados para atuar de forma competente junto aos alunos inseridos, nos
vários níveis de ensino.
Para servir ao espaço pedagógico, fruto da transformação da escola,
as universidades são convocadas a reorganizem seus programas curriculares,
pesquisando, estudando e redefinindo os paradigmas educacionais, revisando
estratégias e conteúdos de formação, a fim de preparar o professor para a
diversidade, pois a Educação Inclusiva só terá seus objetivos alcançados se todos
64
os envolvidos neste processo vivenciarem atitudes e valores, tendo um olhar
educativo coletivo e criativo.
Cada professor reage de forma diferenciada frente às práticas nas
escolas inclusivas: muitas vezes ignorando o processo de mudança, por
insegurança, sem tomar conhecimento do que está acontecendo; ou na maioria das
vezes demonstrando preconceito, devido à falta de informação; ou ainda, aceitando
a idéia da mudança do ensino, reagindo de forma positiva, aceitando a idéia da
mudança do ensino e reconhecendo a validade da sua atitude, ressaltando que está
aberto tanto para a discussão sobre a inclusão como para aceitação de um aluno
com necessidades educacionais em sua sala de aula.
Na realidade, estes indicadores servem como esquema básico para
analisar e compreender as atitudes dos professores, que dependem da formação
inicial que receberam e da preparação para enfrentar os desafios reais do ensino
(ESTEVE, 1991).
Diante desse contexto, percebemos a necessidade realizar um
estudo de caso com graduandos do curso de pedagogia do Centro Universitário
quando Rondon, onde conseguimos verificar junto aos mesmos, através da pesquisa
realizada que a maioria dos entrevistados encontra-se satisfeitos com os
conhecimentos adquiridos no decorrer da graduação e isso é confirmado quando
entrevistamos os professores.
É evidente que muito ainda precisa ser feito para que a educação
proposta em leis e acima de tudo a educação que a sociedade merece seja
realidade, mas o centro educacional pesquisado conseguiu atender as necessidades
básicas propostas nas bibliografias pesquisadas, como por exemplo, ensinar os
futuros profissionais a adaptar instrumentos pedagógicos e a utilização da internet e
de computadores como meios avaliativos, isso ficou evidente nas respostas obtidas
na entrevista realizada com os professores.
A tarefa do professor é complexa e árdua e não se encerra na sala
de aula. Por isso, é fundamental que a universidade atue cada vez mais próxima das
necessidades da sociedade atual, preparando seus formandos para contribuírem
65
com a melhoria do processo de ensino aprendizagem e resgatando seu sentido
humano.
66
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É inegável a necessidade de se pensar uma verdadeira revolução
em todo o contexto educacional. A inclusão dos alunos com necessidades especiais
é tarefa primordial nessa nova empreitada, para tanto é necessário o implemento
dos educadores com curso de aperfeiçoamento nesta área, mas principalmente para
os que se encontram nas academias.
Este trabalho tem como escopo, a inclusão educacional. Nesse
âmbito, temos que contar com o contexto cultural, financeiro ou físico para atender a
todos os alunos que possuem algum tipo de dificuldade de aprendizado. Esse é um
processo que deve ser construído, dia após dia com a participação de todos os
membros da sociedade.
É fácil se observar que a educação vem sofrendo modificações ao
longo da sua história. Perrenoud ao propor uma reforma educacional pretende torná-
la mais objetiva. A partir dessa concepção, temos que: Todos os sistemas
existentes, só são passíveis de mudança, quando este passa a incomodar o regime
de imposição de seus governantes.
Essas mudanças no ensino, em busca de um novo modelo
educativo, contemplam os anseios da Educação Inclusiva, que baseada em
princípios e leis que reconhecem a necessidade de uma educação para todos, deixa
bem claro que renovação pedagógica exige, em primeiro lugar, que a sociedade e a
escola adaptem-se ao aluno, e não o contrário. E, em segundo, que o professor,
considerado o agente determinante da transformação da escola, seja preparado
adequadamente para gerenciar o acesso às informações e conhecimentos.
No mundo capitalista em que vivemos, onde o egoísmo e o
preconceito fazem parte do cotidiano da sociedade é papel fundamental da
educação fazer com que as pessoas passem a refletir, pois só assim será possível
vencer os desafios impostos pela mesma sociedade que exige a “inclusão”.
O conhecimento é construído por aqueles que repassam o conteúdo,
por isso carecemos de pessoas com habilidades para ensinar e aprender pelo
processo da interação aluno x professor e a construção do saber.
67
A arte de ensinar, não pode partir do pressuposto de que existe
aluno-padrão, pois a realidade que o educador enfrentará é bem diferente do que lhe
é ensinado nas academias universitárias. Portanto, é preciso, antes de tudo estar
preparado para as adversidades que a profissão impõe.
A inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais
dependem não só da boa prática ou excelente formação do professor.
Neste assunto a escola também tem papel fundamental para a
aprendizagem e facilitação da inclusão, como fornecer materiais didáticos
adaptados, oferecer cursos aos educadores com a finalidade de conhecer novas
práticas de ensino e adaptação no currículo escolar, por exemplo.
Parece que no limiar de uma nova era, os indivíduos, organizações e
entidades educacionais estão despertando para tornar, as pessoas com
necessidades especiais, seres visíveis.
Ao longo de nossa história é como se eles tivessem vivido a parte, em um
universo onde somente o núcleo familiar fazia parte e, a formação do professor é a
mola propulsora da sociedade educacional inclusiva.
Precisamos mais que nunca, com atitudes melhoristas, minimizar
essa mancha do preconceito que tanto já prejudicou e ainda insiste em existir em
nosso convívio social.
68
BIBLIOGRAFIA ALENCAR, Eunice. M. L. Soriano. Artigo cientifico: O aluno com altas habilidades no contexto da educação inclusiva. Ano de publicação: 2006. Disponível em: <http://scholar.google.com.br/scholar?q=O+ALUNO+COM+ALTAS+HABILIDADES+NO+CONTEXTO+DA+EDUCA%C3%87%C3%83O+INCLUSIVA&hl=pt-BR&um=1&ie=UTF-8&oi=scholart> Acesso em: 07 de julho de 2009. BASTOS, J. A. S. L. A. Educação e tecnologia: Educação & Tecnologia: Revista Técnico-científica dos Programas de Pós- Graduação em Tecnologia dos CEFETs PR/MG/RJ – ano 1, abr. 1997. Curitiba: Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, 1997. BLACKBURN, Derek, traduzido por CUNHA, Nylse - diretora do Instituto Indianópolis e fundadora da 1ª Brinquedoteca Brasileira. Texto adaptado para divulgação no site do Instituto Indianópolis, com informações do blog de Elizabet Salgado, psicopedagoga e fonoaudióloga. Londres Disponível em: <http://www.indianopolis.com.br/si/site/1175> Acesso em: 12 de julho de 2009. BRASIL. Coordenadoria Nacional para Integração de Pessoas Portadoras de Deficiências. Declaração de Salamanca e Linhas de Ação sobre Necessidades Educacionais Especiais. Brasília: MEC, 1994. BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação básica. Secretaria de Educação Especial – MEC; SEESP, 2001. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. – Brasília : MEC /SEF/SEESP, 1998. BRITO, L. F. - Por uma gramática da Língua de Sinais - Tempo Brasileiro - Departamento de Lingüística e Filosofia - UFRJ - Rio de Janeiro - RJ - 1995. CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva Com Os Pingos nos Is. Editora: Meditação, Porto Alegre, 2004. CAVALCANTE G. M. da. OLIVEIRA ,Alves de, A.I; Paixão,, M. V. C. Tecnologia Assistiva: mobiliário adaptado em PVC e adequação postural para crianças com PC. Parte da monografia apresentada como pré-requisito para Graduação. A contribuição da Tecnologia Assistiva no livre Brincar da Criança com Paralisia
69
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70
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71
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72
Anexos
73
Anexo 1: Entrevista
1. Tem na sua formação alguma especialização (ou outra
formação) na área de Educação Inclusiva?
Professor 01:
Sim, Especialista em Língua Brasileira de Sinais
Professor 02:
Sim, Especialista em Educação de Jovens e Adultos.
Professor 03:
Sim, Especialista em Educação Especial.
2 Qual o nome da disciplina ministrada por você?
Professor 01:
Língua Brasileira de Sinais.
Professor 02:
Educação de Jovens e Adultos e Diversidade Étnica Cultural e racial
na Educação.
Professor 03:
Aspectos Ético Político Educacional: Inclusão da Pessoa com
Necessidades Educativas Especiais.
3. Que forma metodológica utiliza em suas aulas sobre
educação inclusiva ou que envolva a inclusão?
Professor 01:
Utilizo a metodologia de comunicação visual, baseada em regras
gramaticais da Língua de Sinais e da cultura surda;
Ensino sobre os aspectos lingüísticos da Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS) como a fonologia, morfologia e sintaxe e o uso desta língua em contextos
reais de comunicação.
Desenvolvo temas e conteúdos programáticos tendo como suporte
metodológico a natureza histórico-descritiva, traduzindo-se na captação, descrição,
problematização e compreensão da realidade sócio-educacional.
74
Proporciono procedimento de ação e interação em sala de aula tem
como base a participação coletiva do grupo envolvido, por meio do dialogo, da
crítica, da análise, da prática, na construção do saber.
Utilizo diversos recursos, tais como: textos, vídeos, consultas na
internet, textos produzido por surdos, DVD (LIBRAS), entre outros.
Implemento as dinâmicas de trabalho e aulas tendo como suporte
exposições orais, estudos de textos individuais e coletivos, discussões e
tematizações em grupo, seminários, estudos de casos, e palestras/testemunhos de
surdos sobre a Educação.
Professor 02:
Nosso trabalho é realizado através de conceitos e evolução histórica
da Educação de Jovens e Adultos no Brasil com análise no contexto atual.
Analisamos e interpretamos a nova LDB/96 e a Educação de Jovens
e Adultos. Ter compromisso pedagógico com o que propõe a LDB.
Interpretamos através de estudo de caso análise das Políticas
públicas de atendimento às demandas de jovens e adultos e abordamos as
tendências pedagógicas e metodológicas e seus pressupostos teóricos.
Os alunos elaboram a Pedagogia de projetos como alternativa para
o ensino-aprendizagem na educação de jovens e adultos. Organização escolar. O
papel do educador na educação de jovens e adultos. Elaboração de projeto
pedagógico para a modalidade EJA. Executar projeto pedagógico na modalidade
EJA, considerando o público-alvo como agentes sociais, condutores de cultura e
saberes.
Temos aulas expositivas; Leituras dinâmicas; Discussões;
Elaboração de relatórios conclusivos de leituras; Elaboração e socialização de
relatórios conclusivos de pesquisas realizadas; Socialização com a turma, de forma
a suscitar debates e discussões, visitas a salas de aula EJA, elaboração e
apresentação de seminários e artigos.
Desenvolvemos pesquisa etnográfica tomando a EJA como foco de
pesquisa. - A pesquisa é desenvolvida em uma unidade escolar da rede pública de
ensino.
Na disciplina de diversidade Étnica Cultural e Racial na Educação,
realizamos estudo do ser humano, da humanidade na sua diversidade cultural.
75
Pensamento, civilização e educação. Etnia, gênero e educação, sobre a formação
do povo brasileiro: branco, negro e índio.
Ensinamos o aluno a conhecer o modo de vida de diferentes grupos
sociais, em diversos tempos e espaços; em suas manifestações culturais,
econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e respeitando
diferenças.
Utilizamos o uso da etnografia para a pesquisa de situações da
educação –como por exemplo: A questão étnico racial e a inclusão escolar.
Professor 03:
Nosso trabalho com Educação Especial é feita através da visão
histórica, crítica e conceitual. Leitura e discussão de texto destacando toda evolução
histórica da Educação Especial.
Ensinamos aos alunos sobre a formação do professor para atender
à diversidade dos alunos, através de Dinâmica de auto conhecimento para refletir
sobre sua postura como professor frente ao aluno diferente.
Realizamos trabalhos em pequenos grupos para elaborar um mapa
conceitual da trajetória histórica da educação especial; Leitura e discussão de texto
destacando toda evolução histórica da Educação Especial no Brasil.
Trabalhos em pequenos grupos onde é feito estudo de diferentes
textos, abordando vários assuntos, voltados para a formação do professor.
Proporcionamos leitura, debates, fichamentos de artigos referentes a
pratica do professor em sala de aula e utilizamos a dinâmica de leitura apropriada
para trabalhar o texto em sala
4 Como o tema Educação inclusiva tem sido abordado em sala de aula?
Professor 01:
Através de leitura e discussão em pequenos grupos de livros sobre
Inclusão Escolar; Utilização de uma dinâmica apropriada para socialização das
principais idéias dos livros.
Através de seminários com temas sobre Política para educação
inclusiva e a função da escola na perspectiva da inclusão educacional.
Professor 02:
Através da análise crítica da prática pedagógica de um professor
voltado para a inclusão de PNEEs no ensino regular.
76
Através de palestras, vídeos e seminários contendo a conceituação
de pessoas com necessidades educacionais especiais e implicações educacionais.
Professor 03:
A partir do tema (deficiência) escolhido, os alunos fazem um
levantamento sobre a bibliografia pertinente à cada deficiente, também faz
observações /entrevista no local escolhido e com a elaboração de uma proposta
pedagógica /metodológica de inclusão de PNEES e após apresentam Seminário
(dados teóricos obtidos e uma proposta metodológica de trabalho em sala de aula).
5 Como professor, você acredita que os alunos/futuros professores
estão sendo capacitados a identificar alunos com necessidades
educacionais específicas? E como trabalhar com eles? Procure justificar
sua resposta com um exemplo.
Professor 01:
Sim, a luz dos conteúdos somos formados para observar, identificar
e propor atividades e passamos isso aos nossos alunos através de palestras,
seminários, artigos. Com isso percebemos que o aluno tem um olhar sobre as
diferenças.
Professor 02:
Sim, pois os alunos possuem conhecimento e compreensão das
especificidades, das necessidades e potencialidades das pessoas com
necessidades educativas especiais e sua inserção no contexto escolar. O aluno está
sempre em contato com a diversidade das experiências educacionais existentes
ministrando estágio supervisionado em escolas estaduais e municipais.
Professor 03:
Sim, percebo isso através de debates intergrupos, com análise da
importância da educação como mediadora da relação homem/meio/cultura para uma
boa qualidade de vida, através do conhecimento dos tipos de deficiências existentes.
Através também de palestras e seminários ministrados por eles.
6 É trabalhado em sala de aula temas como Novas tecnologias da
informação e comunicação como metodologias de estudos relacionados
com educação inclusiva? Se sim de que maneira isso ocorre.
77
Professor 01:
Sim, através da disciplina Aprendizagem e Novas Tecnologias, onde
estudamos as Novas Tecnologias de Comunicação e Informação e Tecnologias
Assistivas.
Professor 02:
Sim, os educadores frente à utilização de recursos tecnológicos, tem
facilitado a comunicação usando uma metodologia e práticas pedagógicas
integradas, com isso, buscam e seleciona informações a serem desenvolvidas,
criando ambientes de aprendizagem interdisciplinares.
Professor 03:
Sim, os alunos desde o 1º semestre tem aulas no laboratório de
informática, os ingressantes são capacitados no word, excell power point, internet,
tecnologias de comunicação entre outras.
7 É ensinado aos alunos adequar métodos de ensino de acordo com as
necessidades individuais educacionais? De que maneira é trabalhado?
Pode exemplificar?
Professor 01:
Sim, através da disciplina Psicopedagogia, os alunos têm
conhecimentos sobre os problemas de aprendizagem e propostas de como saná-los.
Professor 02:
Sim, contextualizando a Psicopedagogia no campo das instituições
escolares, organizacionais e saúde e possíveis intervenções.
Professor 03:
Sim, elaborando roteiros de práticas cotidiana nos ambientes
escolares e não escolares, respeitando o indivíduo como ser humano e
compreendendo as relações interpessoais.
8 E em relação as adaptações curriculares é ensinado aos alunos
fazerem-na de acordo com as necessidades individuais educacionais de
cada aluno? Pode exemplificar?
Professor 01:
Sim, através da identificação prévia dos conceitos de currículo.
Através de consultas bibliográficas, da construção e análise de uma linha de tempo
78
enfatizando o momento histórico e os fatos relevantes. Organizar uma linha de
tempo dos diversos momentos históricos do currículo no Brasil.
Através da identificação das várias concepções de currículo, da
caracterização e problematização da prática atual em relação aos eixos norteadores
da educação;
Procuramos identificar os momentos relevantes na história da
educação brasileira da consolidação de um currículo construído à luz das
referências brasileiras, Identificar as várias concepções de currículo, não perdendo
de vista o contexto sócio-cultural.
Proporcionamos informação teórica pertinente e atualizada sobre a
temática das adaptações curriculares.
Proporcionamos o desenvolvimento de uma atitude profissional
interveniente, reflexiva e geradora de processos auto-formativos no âmbito da
temática das adaptações curriculares.
Realizamos um diagnóstico da sala para a construção de uma
ementa da disciplina, tendo-se como eixo norteador a pedagogia libertadora.
Diagnosticamos em que se situa a cultura no currículo escolar,
através de leituras e debates, atividades em grupo. Propostas de questões teóricas
e práticas para reflexão e debate, Seminário.
Professor 02:
Sim, através de atividades de investigação da realidade de escolas
do município e do estado.
Os alunos refletem sobre a complexidade da adaptação do currículo
à diversidade de contextos e de alunos e desenvolvem competências no âmbito da
adaptação do currículo enunciado, como resposta a problemas concretos,
decorrentes da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais nas
classes regulares.
79
Procuramos fazer o aluno perceber que o Currículo tem a ver com a
questão cultural da sociedade e compreender a importância das competências no
desenvolvimento escolar e como se situam no planejamento.
Através de textos e atividades eles conhecem as diferentes formas
de se compreender o currículo – currículo oculto e currículo revelado, identificam o
que é ser eficaz e ser eficiente em uma nova leitura de educação, identificam o que
pode estar implícito e explícito em um currículo e também ensinamos eixos
norteadores dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Professor 03:
Sim, permitir aos alunos um posicionamento pessoal crítico frente as
diferentes concepções de currículo.
Proporcionamos o conhecimento das abordagens educacionais das
diferentes concepções de currículos.
Analisamos as tendências pós-modernas ou pós-estruturalistas no
campo do currículo, explicitamos os princípios fazendo-os adquirir capacidades para
a compreensão do discurso pedagógico como produção escolar.
Realizamos relatos de experiências, estudos de textos,
apresentação de trabalho produzido, pesquisa nos livros didáticos e apresentação
de seminários.
9 Seus alunos aprendem a adaptar instrumentos de avaliação para
alunos com necessidades educativas? Quais?
Professor 01:
Sim, vídeos, expressão visual, também de observação como método
que recolhe informações da avaliação para a aprendizagem porque os alunos
possuem formas pré-verbais e não verbais de comunicação.
Professor 02:
Sim, vídeos e portfólios, leitura visual.
Professor 03:
Sim, com oralidade, desenhos e com perguntas contextualizadas
facilitando questões como estímulos visuais, verbais e tatos, vídeos, etc.
80
10 Instrumentos como o computador e a própria internet costumam ser
adaptados e utilizados na melhoria da aprendizagem focando as
individualidades? Como?
Professor 01:
Não, estamos caminhando para isso, através de aquisição de alguns
equipamentos, quanto aos softwares usamos os gratuitos.
Professor 02:
Não, creio que ainda vai levar certo tempo para que isso ocorra,
quando utilizamos a internet procuramos por sites inclusivos e
softwares gratuitos.
Professor 03:
Não, a instituição ainda não tem computadores adaptados, apenas a
estrutura é acessível a todos.
11 Você considera que os alunos graduandos possuem conhecimentos
suficientes para selecionar recursos educativos proporcionando um
melhor aprendizado aos alunos com necessidades educacionais?
Professor 01:
Sim.
Professor 02:
Sim.
Professor 03:
Sim.
12 Os alunos estão preparados a enfrentar uma sala com diversidades?
Pode justificar sua resposta?
Professor 01:
Sim, eles estão preparados porque possuem disciplinas que
trabalhamos sobre o tema através de estudo de caso, pesquisas em escolas,
análise, seminários. Também porque os alunos estão aceitando as mudanças de
atitude, no sentido de reconhecer e valorizar as diferenças.
81
Professor 02:
Sim, vivenciando no estágio supervisionado os problemas
educativos, também temos muitas palestras sobre isso, seminários, artigos. Também
porque não existe uma sala de aula homogênea e eles já provaram essa capacidade
na realização do estágio supervisionado.
Professor 03:
Sim, os alunos vivenciam o dia a dia através de estágios, temos
também a Escola Livre Porto, onde a diretora e a psicóloga traz experiências através
de palestras, as alunas visitam as escolas.
13 Você considera que o Centro universitário, na formação de
professores tratam o conhecimento sobre as necessidades básicas de
aprendizagem e as educacionais especiais com que visão ?
Professor 01:
Conhecendo a prática pedagógica de professores que já militam.
Professor 02:
Apresentando proposta pedagógica, demonstrando a viabilidade da
inclusão, atendendo aos princípios deste novo paradigma educacional de forma
multidiciplinar.
Professor 03:
Conhecendo especificamente alguns tipos de deficiência tendo em
vista a interdisciplinaridade da ação educacional.
82
Anexo 2: Resultado da Pesquisa
Perguntas 4 sem. Modular
Idade entre 18 e 25 anos 4 25 e 30 anos 4 30 a 40 anos 6 mais de 40 anos 4
total 18
1) O Instituto em que estuda, capacita você enquanto futuro professor, a identificar alunos com necessidades educacionais?
sim 17 não 1 Não sei o que é necessidade educacional. 0
total 17
2) Na sua graduação teve contato sobre as novas tecnologias da informação e da comunicação como metodologias de estudo
relacionadas com educação inclusiva?
sim -(em sala de aula , palestras e ou cursos propostos pela faculdade) 18
nunca tive nenhum contato com o tema educação inclusiva durante a graduação.
0 total 18
3) Durante o período de formação acadêmica, lhe foi proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a fazer adaptações
curriculares de acordo com as necessidades individuais educacionais de cada aluno?
Sim de forma satisfatória 17
Sim, de forma superficial 1
Não, de forma nenhuma.
0 total 17
83
4) Na instituição de ensino em que você faz graduação, lhe foi ensinado a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com
necessidades educativas, como o uso do computador e da internet por exemplo?
Sim de forma satisfatória 13 Sim de forma superficial 5 Não de forma nenhuma. 0
total 13
5) Você enquanto graduando se sente confortável com seus conhecimentos acadêmicos para selecionar recursos educativos a
fim de proporcionar um melhor aprendizado a alunos com necessidades educacionais?
Sim, muito a vontade 11 Sim, pouco a vontade 5 Não. 2
total 18
Perguntas 4 sem. Norm
Idade entre 18 e 25 anos 8 25 e 30 anos 3 30 a 40 anos 2 mais de 40 anos 3
total 16
1) O Instituto em que estuda, capacita você enquanto futuro professor, a identificar alunos com necessidades educacionais?
sim 13 não 3 Não sei o que é necessidade educacional. 0
total 16
2) Na sua graduação teve contato sobre as novas tecnologias da informação e da comunicação como metodologias de estudo
relacionadas com educação inclusiva?
sim -(em sala de aula , palestras e ou cursos propostos pela faculdade) 15
nunca tive nenhum contato com o tema educação inclusiva durante a graduação.
1
84
total 16
3) Durante o período de formação acadêmica, lhe foi proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a fazer adaptações
curriculares de acordo com as necessidades individuais educacionais de cada aluno?
Sim de forma satisfatória 14
Sim, de forma superficial 2
Não, de forma nenhuma.
0 total 16
4) Na instituição de ensino em que você faz graduação, lhe foi ensinado a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com
necessidades educativas, como o uso do computador e da internet por exemplo?
Sim de forma satisfatória 13 Sim de forma superficial 3 Não de forma nenhuma. 0
total 16
5) Você enquanto graduando se sente confortável com seus conhecimentos acadêmicos para selecionar recursos educativos a
fim de proporcionar um melhor aprendizado a alunos com necessidades educacionais?
Sim, muito a vontade 12 Sim, pouco a vontade 4 Não. 0
total 16
Perguntas
6 semestre regular
Idade entre 18 e 25 anos 9 25 e 30 anos 3 30 a 40 anos 6 mais de 40 anos 3
total 21
85
1) O Instituto em que estuda, capacita você enquanto futuro professor, a identificar alunos com necessidades educacionais?
sim 17 não 3 Não sei o que é necessidade educacional. 1
total 21
2) Na sua graduação teve contato sobre as novas tecnologias da informação e da comunicação como metodologias de estudo
relacionadas com educação inclusiva?
sim -(em sala de aula , palestras e ou cursos propostos pela faculdade) 20
nunca tive nenhum contato com o tema educação inclusiva durante a graduação.
1 total 21
3) Durante o período de formação acadêmica, lhe foi proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a fazer adaptações
curriculares de acordo com as necessidades individuais educacionais de cada aluno?
Sim de forma satisfatória 16
Sim, de forma superficial 5
Não, de forma nenhuma.
0 total 21
4) Na instituição de ensino em que você faz graduação, lhe foi ensinado a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com
necessidades educativas, como o uso do computador e da internet por exemplo?
Sim de forma satisfatória 15 Sim de forma superficial 5 Não de forma nenhuma. 1
total 21
86
5) Você enquanto graduando se sente confortável com seus conhecimentos acadêmicos para selecionar recursos educativos a
fim de proporcionar um melhor aprendizado a alunos com necessidades educacionais?
Sim, muito a vontade 11 Sim, pouco a vontade 9 Não. 1
total 21
87
Apêndice
88
Apêndice A: Questionário
Por ser a carreira do docente árdua, precisamos estar preparados para as
adversidades. Entretanto para que isto aconteça, o professor deve ser moldado
deste cedo. Para que possamos minimizar os problemas desta área, gostaria de
pedir a sua colaboração respondendo algumas questões a respeito da capacitação
acadêmica dispensada nesta instituição de ensino a respeito do tema educação
inclusiva. Lembrando que nesta pesquisa não haverá identificação nas respostas de
quem colaborar.
Instituição :____________________________________________________________ Ano de graduação:______________________________________________________ Idade: ( ) entre 18 e 25 anos ( ) 25 e 30 anos ( ) 30 a 40 anos ( ) mais de 40 anos 1) O Instituto em que estuda, capacita você enquanto futuro professor, a identificar alunos com necessidades educacionais? ( ) Sim ( ) Não ( )Não sei o que é necessidade educacional. 2) Na sua graduação teve contato sobre as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação como metodologias de estudo relacionadas com educação inclusiva ?
( ) sim (em sala de aula , palestras e ou cursos propostos pela faculdade) ( ) nunca tive nenhum contato com o tema educação inclusiva durante a graduação. 3) Durante o período de formação acadêmica, lhe foi proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a fazer adaptações curriculares de acordo com as necessidades individuais educacionais de cada aluno? ( ) Sim de forma satisfatória ( ) Sim, de forma superficial ( ) Não, de forma nenhuma. 4) Na instituição de ensino em que você faz graduação, lhe foi ensinado a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com necessidades educativas, como o uso do computador e da internet por exemplo? ( ) Sim de forma satisfatória ( ) Sim de forma superficial ( ) Não de forma nenhuma.
89
5) Você enquanto graduando se sente confortável com seus conhecimentos acadêmicos para selecionar recursos educativos a fim de proporcionar um melhor aprendizado a alunos com necessidades educacionais? ( ) Sim, muito a vontade ( ) Sim, pouco a vontade ( ) Não.
90
Apêndice B: ENTREVISTA
3 Tem na sua formação alguma especialização (ou outra formação) na área de educação
inclusiva?
4 Qual o nome da disciplina ministrada por você?
5 Que forma metodológica utiliza em suas aulas sobre educação inclusiva ou que envolva a
inclusão?
6 Como o tema Educação inclusiva tem sido abordado em sala de aula?
7 Como professor, você acredita que os alunos/futuros professores estão sendo capacitados
a identificar alunos com necessidades educacionais específicas? E como trabalhar com
eles? Procure justificar sua resposta com um exemplo.
8 É trabalhado em sala de aula temas como Novas tecnologias da informação e
comunicação como metodologias de estudos relacionados com educação inclusiva? Se
sim de que maneira isso ocorre.
9 É ensinado aos alunos adequar métodos de ensino de acordo com as necessidades
individuais educacionais? De que maneira é trabalhado? Pode exemplificar?
10 E em relação as adaptações curriculares é ensinado aos alunos fazerem-na de acordo com
as necessidades individuais educacionais de cada aluno? Pode exemplificar?
11 Seus alunos aprendem a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com necessidades
educativas? Quais?
12 Instrumentos como o computador e a própria internet costumam ser adaptados e
utilizados na melhoria da aprendizagem focando as individualidades? Como?
13 Você considera que os alunos graduandos possuem conhecimentos suficientes para
selecionar recursos educativos proporcionando um melhor aprendizado aos alunos com
necessidades educacionais?
14 Os alunos estão preparados a enfrentar uma sala com diversidades? Pode justificar sua
resposta?
15 Você considera que o Centro universitário, na formação de professores tratam o
conhecimento sobre as necessidades básicas de aprendizagem e as educacionais especiais
com que visão?