educação e cidadania elma

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INTRODUÇÃO A formação educacional do ser humano começa na família. Ali, tem início um processo de humanização e libertação; é um caminho que busca fazer da criança um ser civilizado, e bem cedo a escola participa desse processo. Educar é um ato que visa à convivência social, a cidadania e a tomada de consciência política. A educação escolar, além de ensinar o conhecimento científico, deve assumir a incumbência de preparar as pessoas para o exercício da cidadania. A cidadania é entendida como o acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade, e ainda significa o exercício pleno dos direitos e deveres previstos pela Constituição da República. A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. Isso exige uma reflexão que possibilite compreender as raízes históricas da situação de miséria e exclusão em que vive boa parte da população. A formação política, que tem no universo escolar um espaço privilegiado, deve propor caminhos para mudar as situações de opressão. Muito embora outros segmentos participem dessa formação, como a família ou os meios de comunicação, não haverá democracia substancial se inexistir essa responsabilidade propiciada, sobretudo, pelo ambiente escolar.

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INTRODUOA formao educacional do ser humano comea na famlia. Ali, tem incio um processo de humanizao e libertao; um caminho que busca fazer da criana um ser civilizado, e bem cedo a escola participa desse processo.Educar um ato que visa convivncia social, a cidadania e a tomada de conscincia poltica. A educao escolar, alm de ensinar o conhecimento cientfico, deve assumir a incumbncia de preparar as pessoas para o exerccio da cidadania. A cidadania entendida como o acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade, e ainda significa o exerccio pleno dos direitos e deveres previstos pela Constituio da Repblica.A educao para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformao. Isso exige uma reflexo que possibilite compreender as razes histricas da situao de misria e excluso em que vive boa parte da populao. A formao poltica, que tem no universo escolar um espao privilegiado, deve propor caminhos para mudar as situaes de opresso. Muito embora outros segmentos participem dessa formao, como a famlia ou os meios de comunicao, no haver democracia substancial se inexistir essa responsabilidade propiciada, sobretudo, pelo ambiente escolar.A Constituio Federal de 1988 tem um papel de grande importncia o processo educacional, cumprindo uma funo primordial no que tange proteo jurdica desse bem comum. Sendo observado a partir do prisma da educao, com seus artigos a ela vinculados sendo objetos de reflexo sobre a realidade que se precisa efetivar para auxiliar a materializao do to almejado bem estar social e como conseqncia dessa avaliao constitucional, a educao tambm passa a ser vislumbrada como direito social, com especial perspectiva voltada concretizao da cidadania.

ENTENDENDO A EDUCAO possvel, de fato, compreender a educao como uma ligao direta entre as liberdades garantidas pelo Estado Democrtico de Direito e o exerccio da cidadania de maneira mais prxima plenitude.A educao, destarte, pode ser avaliada como uma necessidade bsica para que se construa um mundo mais justo e igualitrio, promovendo, em cada indivduo, a compreenso de sua situao no tempo e no espao e, conseqentemente, a possibilidade de melhoria (intelectual e social).Sendo assim, no so coincidentes os conceitos de sistema educacional e sistema de ensino. O primeiro envolve a educao formal (desenvolvida nas escolas) e a educao no-formal (desenvolvida em outras instituies e circunstncias diversas da vida em sociedade); o segundo sistema de ensino diz respeito apenas educao escolar ou processo de escolarizao. vlido ressaltar que a educao institucional, que promove a formao do indivduo, oferecendo e desenvolvendo saberes.Para Carlos Zarco, a educao um direito humano, um bem pblico, e a primeira responsabilidade do Estado garantir esse direito a todos.De acordo com Richard Hartill, educao um direito universal e no um servio. A educao que buscamos de qualidade, possibilita a incluso, permite o pleno desenvolvimento da potencialidade de cada pessoa, constri o respeito diferena, promove a equidade e a paz.Participando da idia de que por meio da educao que o indivduo consegue se perceber parte integrante do mundo, com direitos e deveres tendo, portanto, a possibilidade de exercer de maneira mais plena e eficaz sua condio de cidado.Na verdade, se a justia diz respeito s questes essenciais da igualdade, da liberdade e da democracia, ela acaba por ser um outro nome da educao, de uma boa educao. Ento no possvel pensar a escola, a sua autonomia, a experincia escolar dos alunos, a tica profissional docente, a qualidade e modernizao do sistema educativo, a cidadania, entre muitos outros aspectos, sem apelar, explcita ou implicitamente, noo de justia, ainda que ela adquira vrios sentidos. Logo, torna-se urgente colocar na agenda da educao, de um modo claro a problemtica da justia para que, no final, a democracia fique a ganhar.De fato, possvel falar em uma aproximao entre o conceito de justia e educao, na medida em que tm como ideais no s a forma de alterao da vida do indivduo beneficiado, mas tambm de melhoria da vida em sociedade como um todo.Ento, podemos ressaltar que [...] a procura da justia social e o destino do Estado-nao esto estreitamente ligados um ao outro, o que significa que existe um lao substancial entre eles no obstante as transformaes que o Estado e a prpria justia vo sofrendo ao longo do tempo [...]. (Jos Carlos Estevo)A viso jurdica prevalece na noo de educao, como citado anteriormente, demonstrando um trajetria de exigibilidade desse direito de grande importncia para que se possa garantir a sua efetivao.Na viso do Estado, a educao pode ser apresentada de duas formas: a de ser um direito social do cidado e a de ser propiciadora de um fator do capital, enquanto melhoria da qualificao da mo-de-obra. Ambas vises so de vital importncia para a compreenso do alcance desse processo na proposta de melhoria das condies sociais.A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), em seu art. 1, que a educao abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivncia humana, no trabalho, nas instituies de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizaes da sociedade civil e nas manifestaes culturais.

Esse conceito apresentado pela LDB nos faz compreender as questes fundamentais sobre o tema e de uma complexidade considervel quando se pensa na concretizao dessa necessria realidade no cotidiano das comunidades em geral.Na mesma lei, no caput do art. 2, mostra o que o sistema jurdico brasileiro adota no que diz respeito educao: a educao, dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho.

A CONSTITUIO FEDERAL E O DIREITO EDUCAO Acordo com a Constituio Federal (arts. 205-214) [...] constitui a base da organizao educacional do pas, estabelecendo os princpios, os direitos e os deveres, as competncias, a vinculao de recursos e a prioridade para sua distribuio. Entao, podemos chegar a concluso que a educao um direito garantido pela Constituio Federal de 1988. Logo em seu art. 6, diz que a educao juntamente com a moradia, o trabalho, o lazer, a sade, entre outros um direito social. Ou seja, no um favor do Estado para as pessoas. Pelo contrrio, como entendida como um direito, a educao pode e deve ser exigida dos rgos competentes quando esse direito for violado ou desrespeitado.De acordo com o art. 22, XXIV, de competncia privativa da Unio legislar sobre diretrizes e bases da educao nacional, contudo o art. 23, V da nos fala que de competncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito Federal de dos Municpios proporcionar os meios de acesso cultura, educao e cincia. Observa-se, dessa forma, o acesso educao como um esforo que deve ser comum a todos os entidades da Administrao Pblica, fato que demonstra a importncia do tema e a preocupao que deve existir.O prprio art. 205 da Constituio afirma:A educao, direito de todos e dever do Estado e da famlia, ser promovida e incentivada com a colaborao da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio da cidadania e sua qualificao para o trabalho.Aqui fica visvel o dever do Estado e o direito de todas as pessoas, sem qualquer distino, com relao educao. Tambm est definido que a famlia tem deveres (os pais e mes, so obrigados a matricular seus filhos e filhas na escola) e que a educao tem como objetivo o desenvolvimento integral da pessoa e a preparao para a insero cidad. A educao considerada, com base constitucional, um dever do Estado e da famlia, dada a sua complexidade para a efetivao. Da mesma maneira deve atuar a sociedade, como aliada nesse processo de grande relevncia na vida do indivduo., portanto, pode ser considerado como elemento que tem o meio de proporcionar o desenvolvimento da pessoa humana e est diretamente relacionado a dois aspectos imprescindveis vida em sociedade: a cidadania e a formao para o mercado de trabalho.O art. 206 da CF/88, por sua vez, mostra os princpios relacionados ao que se considera como modelo de ensino a ser aplicado:Art. 206. O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios:I - igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;III - pluralismo de idias e de concepes pedaggicas, e coexistncia de instituies pblicas e privadas de ensino;IV - gratuidade do ensino pblico em estabelecimentos oficiais;V - valorizao dos profissionais da educao escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso pblico de provas e ttulos, aos das redes pblicas;VI - gesto democrtica do ensino pblico, na forma da lei;VII - garantia de padro de qualidade.VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educao escolar pblica, nos termos de lei federal.O art. 206 relaciona no s ao acesso a escola, mas tambm sua permanncia, tendo em vista a necessidade de prolongamento para que se possa falar em efetivao do direito social educao. No basta ter acesso escola, mas sim nela permanecer durante o tempo que seja adequado para que seja possvel considerar como cumprida, de fato, a formao apropriada para a cidadania e a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho.Existem outras questes que podem ser relacionadas aqui, como a(s): questes filosficas, bom lembrar a liberdade que existe atualmente no Brasil em relao a diversificao de idias e as formas apresent-las, realidade que afeta tambm o ambiente escolar, como forma de garantir um ensino livre aos cidados em relao aos fundamentos que o conduzem. garantia do padro qualitativo, fato que precisa ganhar destaque em funo da importncia desse direito, sendo necessario sua promoo de uma escola de qualidade, que consiga juntar contedo a aquele que passa por um processo de aprendizado e auxiliar na sua formao.O assunto tratado no art. 207 o ensino superior, valendo ressaltar que deve sempre estar atrelado pesquisa e extenso e no art. 208. O dever do Estado com a educao ser efetivado mediante algumas garantia, como, do ensino fundamental, ser obrigatrio e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele no tiveram acesso na idade prpria, por exemplo. Existe, tambm a insero das pessoas com deficincia, daqueles que esto impossibilitados de estudar durante o dia (tendo direito ao ensino noturno de qualidade e observando as peculiaridades) e das dificuldades adjacentes ao acesso escola (como transporte e alimentao direitos conexos ao direito educao propriamente dito).O art. 211estabelece os papis de cada entidade federativo: daUnio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios organizaro em regime de colaborao seus sistemas de ensino. Como exemplo podemos citar o 1 do art 211 da CF: A Unio organizar o sistema federal de ensino e o dos Territrios, financiar as instituies de ensino pblicas federais e exercer, em matria educacional, funo redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalizao de oportunidades educacionais e padro mnimo de qualidade do ensino mediante assistncia tcnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios.Observa-se que a distribuio de responsabilidade ser feita entre Unio, Estado e Municpio, cabe Unio o cuidado com a qualidade de ensino e o apoio direto aos demais entes em matria de educao.Mas uma participao de grande importncia vem dos Municpios, na medida em que se trata da poro do governo que est mais prxima realidade da populao, possibilitando uma interao mais efetiva e, ao atendimento das demandas sociais especficas de cada regio. Na prtica, entretanto, alguns problemas graves surgem, a exemplo da tentativa dos Estados de enxugarem seus quadros, passando atribuies aos Municpios sem que estes disponham efetivamente de recursos e organizao para assumi-los.Essas questes precisam ser levadas em considerao, analisadas e repensadas, com o objetivo de que a garantia de efetivao desse direito no seja prejudicada por problemas tcnicos de organizao e estrutura do Estado. J o tema trabalho e educao tm uma relao direta entre si e, alm disso, h uma ponte perceptvel entre o tema com a noo de justia social, procurando dar sua contribuio para a construo do processo de bem estar social.O contedo do art. 214 estabelece que o plano nacional de educao, de durao plurianual (lei que prev a arrecadao e os gastos em programas e aes para um perodo de quatro anos), visando articulao e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos nveis e integrao das aes do Poder Pblico que conduzam erradicao do analfabetismo, universalizao do atendimento escolar, melhoria da qualidade do ensino, formao para o trabalho e a promoo humanstica, cientfica e tecnolgica do Pas.Ao sistematizar metas com a fora de lei, certamente a noo de legitimidade comprovada, resgatando tambm a necessidade de seu cumprimento, sendo tambm fundamental ser observados os mais variados aspectos que o assunto abrange e a necessidade de dirigir todos no intuito de que os objetivos sejam alcanados.Mais especificamente, odireito educao bsicatornou-se to importante quanto o direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, todos evidenciados pelo caput do artigo 5 da Carta Magna, tendo como conseqncia a possibilidade de demanda independentemente de qualquer poltica que o coloque em evidencia e essa construo com alicerces jurdicos fortes merece destaque, podendo surgir da a noo do direito educao enquanto direito que faz parte condio humana, que legitima a promoo de polticas pblicas para efetiv-lo, bem como de aes judiciais que se faam necessrias nesse sentido.Ao tratar da famlia, da criana, do adolescente e do idoso , novamente a educao citada como ponto relevante:Art. 227. dever da famlia, da sociedade e do Estado assegurar criana e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito vida, sade, alimentao, educao, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, liberdade e convivncia familiar e comunitria, alm de coloc-los a salvo de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso.No sem razo que a educao tema recorrente na Constituio Federal de 1988 quando se trata de assegurar direitos que tm relao direta com a qualidade de vida do ser humano, seja direcionando a proteo especificamente para um grupo de pessoas (como no caso do art. 227), seja fazendo referncia coletividade (a exemplo do art. 6).Podemos dizer da importncia do tema a nvel internacional, como direito social em essncia que o direito educao, pois diversos so os pases que abordam este tema, incluindo nas suasconstituies, uma vez que se trata de um assunto de cunho universal, ligado condio humana. Nesse ponto, a anlise da Constituio brasileira vem exemplificar a abordagem e o destaque de uma matria de tamanha relevncia.E sobre a apresentao de dos fatos histricos trazida por Richard Hartill:[...] quero recordar o nascimento da Declarao Universal dos Direitos Humanos, em 1948. Na primeira fase da industrializao, a educao respondeu necessidade de manter as crianas fora do mercado de trabalho para que os trabalhadores adultos pudessem negociar somente os custos com os empregadores. Para entender como nasceu o direito educao, preciso ter em mente a lgica econmica que surgiria da relao entre educao e trabalho infantil.A Organizao Internacional do Trabalho (OIT), estabeleceu a idade escolar obrigatoriedade da educao, com a demanda para uma idade mnima para o emprego, em 1921. A Inglaterra fez com que a educao fosse obrigatria depois da Segunda Guerra Mundial, principalmente para tirar as crianas do mercado de trabalho, para que os soldados retornando pudessem encontrar trabalho e tambm na tentativa de criar uma nova fora policial para retirar as crianas dos cais e das fbricas, levando-as fora para a escola mais prxima. Assim, as escolas britnicas dos anos 1950 foram desenhadas para evitar que as crianas escapassem, ou seja, as portas fechavam por dentro e no por fora.

A EDUCAO COMO DIREITO SOCIAL DO CIDADOA idia de educao deve estar intimamente ligada s de liberdade, democracia e cidadania. A educao no pode preparar nada para a democracia a no ser que tambm seja democrtica. Seria contraditrio ensinar a democracia no meio de instituies de carter autoritrio.A cidadania se entende como um conjunto de direitos e obrigaes dos cidados e das pessoas jurdicas, que o Estado reconhece e assegura, tornando-se, portanto, imprescindvel para a democracia o desenvolvimento crescente desse conceito da mesma.A percepo da cidadania como patamar cada vez mais importante, dentro da noo de indivduo que verdadeiramente elemento participativo na sua comunidade, traz consigo discusses de grande repercusso, como o papel da pessoa humana e seu direito de exercer o livre arbtrio por meio da construo de bases slidas, relacionadas diretamente sua formao.Mas em contraposio existe noo de liberdade que informa a abordagem neoliberal e os postulados do individualismo, a teoria liberal moderna da cidadania divulga que o bem-estar e a igualdade constituem-se um pr-requisitos indispensveis ao exerccio pleno da individualidade e da liberdade.Foi necessrio que se articulasse o direito educao com os princpios fundamentais do prprio Estado Brasileiro: a cidadania e a dignidade da pessoa humana.Por sua vez, esses princpios tendem a se concretizar com a dos objetivos fundamentais do Estado que seria, por exemplo, a construo de uma sociedade livre, justa e solidria, ou ento, a garantia do desenvolvimento nacional, entre outras.

Podemos perceber que a educao como sendo um estgio indispensvel para a transformao efetiva do homem como cidado , importante em qualquer sociedade, especialmente em pases em que um nmero extremamente significativo de pessoas vive sem a guarda de seus direitos. Nesse sentido, a educao, como instrumento da liberdade, passa a integrar o ncleo essencial de direitos que conduzem cidadania, conferindo-lhe um carter libertrio. Podendo ela ser considerada um direito que permite ao indivduo uma maior conscincia de si e do mundo em que vive, proporcionando-lhe uma viso mais ampla da conjuntura na qual est inserido e, dessa forma, tendo a possibilidade real de exercer o papel de cidado.Assim sendo, o educao fundamental pode ser encarada como o suporte mnimo para uma formao cidad do indivduo, proporcionando conhecimento de mundo e a possibilidade de se reconhecer como parte integrante da sociedade (com as implicaes que essa concluso pode trazer a exemplo das noes de direitos e deveres), alm de oferecer as bases indispensveis para que o indivduo possa dar continuidade aos seus estudos.A relao com o trabalho sempre aparece quando se trata da educao, pois o desenvolvimento pleno do indivduo envolve diversas questes e, dentre elas, figura o mbito profissional.A educao, como um bem ao qual todo cidado tem direito, termina por configurar, seguramente, um bem alcanado individualmente, mas que tem reflexos em dimenso social muito fortes, a exemplo da tentativa de alcanar o bom emprego. Permitindo tambm verificar, na prtica, os efeitos em termos de melhoria das condies de vida em sociedade.O processo educacional, nessa perspectiva, no se resumiria a direito fundamental at completar a educao bsica apenas. Essa viso de extrema valia no intuito de entender a educao como um meio de promoo, de maneira mais eficaz, da cidadania, proporcionando ao indivduo, dentre outras questes oportunamente comentadas nesse estudo, a liberdade material de escolha no exerccio da liberdade profissional.

CONCLUSO

A educao constitui um tema de indiscutvel relevncia, especialmente quando se objetiva apontar caminhos para um desenvolvimento social adequado. Sendo tratada em muitos momentos, sempre fazendo referncia a um direito de natureza social que deve ser garantido pelas autoridades competentes.Sob o manto de direito social, a educao pode ser caracterizada como um elemento indispensvel concretizao da cidadania, mas recebendo reforo bem maior com a Constituio Federal de 1988, que o concebeu como um direito pblico subjetivo. A LDB o detalhou e de certa maneira o ampliou. Todavia no se pode deixar de considerar a efetivao do direito educao quer pelo Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), quer na aplicao do Cdigo Penal.

REFERNCIASAZEVEDO, Janete M. Lins de.A educao como poltica pblica.3. ed. Campinas: Autores Associados, 2004.BRASIL. Constituio (1988).Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Disponvel em: . Acesso em: 19 de maio de 2015.

BRASIL.Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educao nacional. Disponvel em: . Acesso em: 19 de maio de 2015.