educaÇÃo ambiental da prática educativa a formação continuada de professores do semiárido ...

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    EDUCAO AMBIENTAL

    da Prtica Educativa a FormaoContinuada de Professores do Semirido

    Paraibano

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    FRANCISCO JOS PEGADO ABLIO(Organizador)

    EDUCAO AMBIENTAL

    da Prtica Educativa a Formao

    Continuada de Professores do SemiridoParaibano

    Editora Universitria da UFPB

    Joo Pessoa - PB2012

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    AGRADECIMENTOS

    Ao CNPq, pelo financiamento, atravs do Edital MCT-INSA/CNPq/CT-Hidro/Ao Transversal N 35/2010

    Desenvolvimento Sustentvel do Semirido Brasileiroque aprovou o projeto do I Curso de Especializao Lato Sensu:

    Educao Ambiental para o Semiridosob a coordenaodo Prof. Dr. Francisco Jos Pegado Ablio;

    Ao Grupo de Estudos e Pesquisas emEducao Ambiental e Ensino de Cinciasda UFPB (GEPEA/GEPEC) cadastrado no

    CNPq e reconhecido pela UFPB;

    Aos Professores da Educao Bsica e amigos doCariri Paraibano os quais participaram dessa pesquisa;

    A graduando em Cincias BiolgicasDarlisson Ramos, por ter auxiliado

    no processo de formatao geral do livro.

    A idealizao da Capa foi de Francisco Pegado,e as fotografias de Olga Pequeno e Andrsa Silva;

    A todos os autores desta obra.

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    SUMRIO

    Apresentao........................................................................................ 11

    Captulo 01....................................................................................... 13Meio Ambiente, Educao Ambiental e o Bioma Caatinga: anlisedos livros didticos utilizados na educao bsica de escolas pblicasdo cariri paraibano. Francisco Jos Pegado Ablio; Michle Sato;Darlisson Srgio Costa Ramos; Dayane dos Santos Silva.

    Captulo 02.......................................................................................... 53Oficinas Pedaggicas e o Estudo do Meio como ModalidadesDidticas na Formao Continuada de Professores no CaririParaibano. Francisco Jos Pegado Ablio; Michle Sato; Myller GomesMachado; Darlisson Srgio Costa Ramos; Dayane dos Santos Silva.

    Captulo 03.......................................................................................... 81A Prtica Docente em Educao Ambiental na Educao Bsica noSemirido Paraibano. Francisco Jos Pegado Ablio; Michle Sato;Darlisson Srgio Costa Ramos; Dayane dos Santos Silva; Maria Andrsada Silva.

    Captulo 04........................................................................................ 137

    Educao Ambiental no Bioma Caatinga: o que Pensam os Alunos doI Curso de Especializao em Educao Ambiental para o Semirido.Hugo da Silva Florentino; Francisco Jos Pegado Ablio.

    Captulo 05........................................................................................ 167Percepo dos Agentes Comunitrios de Sade e Agentes deCombate as Endemias sobre Saneamento Ambiental. Adeilza Xavierde Cantalice Cndido; Maria de Ftima Camarotti.

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    Captulo 06........................................................................................ 179Percepo Ambiental e Perspectivas para o Semirido Paraibano:

    estudo de caso em uma escola pblica do ensino mdio (Gurjo,Paraba). Carlos Antnio Gonalves da Costa; Daniel Duarte Pereira;Francisco Jos Pegado Ablio.

    Captulo 07........................................................................................ 201Arte, cultura e Educao Ambiental no ensino de Geografia daEscola Estadual de Ensino Mdio Alcides Bezerra Cabaceiras PB.Carlos Jos Duarte Pereira; Norma Maria de Lima

    Captulo 08........................................................................................ 215O Lixo no Espao Escolar Cenrio Pedaggico Para a EducaoAmbiental. Edna Maria Farias da Silveira; Antonia Arisdlia FonsecaMatias Aguiar Feitosa.

    Captulo 09........................................................................................ 229A Qumica do Cotidiano no Ensino de Cincias Naturais: estratgia

    pedaggica para uma educao contextualizada. Fabrcia TorreoArajo de Alcntara; Antonia Arisdlia Fonseca Matias Aguiar Feitosa.

    Captulo 10........................................................................................ 247Da Escola a Comunidade: promoo de mudanas de atitude atravsda educao ambiental no municpio de Boa Vista-PB. FarukMaracaj Napy Charara; Francisco Jos Pegado Ablio.

    Captulo 11........................................................................................ 273As Riquezas Naturais da Serra do Jatob como Elemento para oTurismo Ecolgico na Cidade de Serra Branca-PB. Francisco dasChagas Caetano de Arajo; Maria de Ftima Camarotti.

    Captulo 12........................................................................................ 289Bioma Caatinga: caracterizao e percepo dos alunos do 2 ano do

    ensino mdio da Escola Estadual Jornalista Jos Leal Ramos em SoJoo do CaririPB. Itamara da Silveira Gouveia; Rivete Silva de Lima.

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    Captulo 13........................................................................................ 307A Educao Ambiental nos Programas Sociais: o caso do Projovem

    adolescente no municpio de Parari-PB. Josefa Claudete Ferreira deQueiroz; Aparecida de Lourdes Paes Barreto.

    Captulo 14........................................................................................ 325A Problemtica do Lixo Urbano na Cidade de Serra Branca-PB. JosJlio Fernandes; Antonia Arisdelia Fonseca Matias Aguiar Feitosa.

    Captulo 15........................................................................................ 335

    Percepo dos Impactos Ambientais na Agricultura Familiar doMunicpio de Coxixola. Jos Jlio Fernandes; Antonia ArisdeliaFonseca Matias Aguiar Feitosa. Jos Jlio Fernandes; AntoniaArisdelia Fonseca Matias Aguiar Feitosa.

    Captulo 16........................................................................................ 355A Insero da Educao Ambiental no Ensino de Educao Fsica .Josileide Ferreira de Arajo; Antonia Arisdelia Fonseca Matias Aguiar

    Feitosa.

    Captulo 17........................................................................................ 373Educao, Escola Bsica E Meio Ambiente: um estudo de caso sobreo manuseio da gua de cisternas de placas na comunidade deMalhada Da Roa (So Joo Do Cariri-PB). MariaJosicleide Ramosde Arajo; Francisco Jos Pegado Ablio.

    Captulo 18........................................................................................ 401Reduzir, reutilizar e reciclar: contextualizando os 3rs com o ensinode Matemtica. Maria das Dores Enas Cndido; Thiago Leite de MeloRuffo.

    Captulo 19........................................................................................ 419Educao ambiental e ensino da Matemtica: um estudo do rio

    Tapero na Educao de Jovens e Adultos. Maria Elizabeth Ramos daSilveira Maracaj; Thiago Leite de Melo Ruffo.

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    Captulo 20........................................................................................ 445Percepo de educandos sobre a biodiversidade aqutica do rio

    Tapero: composio e problemticas ambientais. Maria StelaMaracaj Porto Ramos; Thiago Leite de Melo Ruffo.

    Captulo 21......................................................................................... 457A Educao Ambiental e a Mudana de Percepo sobre aBiodiversidade do Semirido Nordestino. Marijane Ramos Sampaio;Antonia Arisdlia Fonseca Matias Aguiar Feitosa.

    Captulo 22......................................................................................... 475Bioma Caatinga e rio Tapero numa perspectiva interdisciplinar:uma experincia na escola Jornalista Jos Leal Ramos, So Joo doCariri. Miguel Jackson Alves Cantalice; Thiago Leite de Melo Ruffo

    Captulo 23......................................................................................... 497Educao Ambiental, O Ensino de Matemtica e a Perspectiva daSustentabilidade no Cariri Paraibano. Nivaldo Maracaj Filho;

    Francisco Jos Pegado Ablio.

    Captulo 24......................................................................................... 537Horta Escolar: uma experincia no semirido paraibano. PauloRogrio Duarte Macdo; Rivete Silva de Lima.

    Captulo 25......................................................................................... 549Educao Ambiental no Semirido Paraibano: um dilogo atravsda arte com alunos do 7 ano da Escola Estadual de EnsinoFundamental e Mdio Jornalista Jos Leal Ramos. Rita de CssiaBatista de Brito Neves; Norma Maria de Lima.

    Captulo 26......................................................................................... 563Percepes dos Alunos do Novo Ano do Ensino Fundamental sobreEducao Ambiental e suas Prticas em uma Escola Estadual em

    Serra Branca-PB. Suetnia Alves da Silva; Maria de Ftima Camarotti.Sobre os Autores............................................................................. 575

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    APRESENTAO

    A formao de uma Conscincia Ecolgica no contexto doSemirido Nordestino fundamental, tanto pela atualidade do tema,como pelo fato que a Educao Ambiental corresponde a uminstrumento bsico na soluo de problemas loco-regionais.

    Este livro resultado das atividades dos professores-alunosdo I Curso de Especializao em Educao Ambiental para oSemirido, projeto este que se propes a Formao Continuada deProfessores do Cariri Paraibano (financiadoatravs do Edital MCT-INSA/CNPq/CT-Hidro/Ao Transversal N 35/2010 Desenvolvimento Sustentvel do Semirido Brasileiro), na perspectivada convivncia com esta regio.

    Os artigos aqui includos faz parte das monografias que estosendo produzidas e sero defendidas, em novembro de 2012, pelosprofessores da educao bsica, inseridos no semirido paraibano.Sem dvida esta uma das metas mais importantes do nosso projeto,

    uma vez que estamos contribuindo para uma formao do ProfessorPesquisador.Como afirmava nosso grande educador Paulo Freire:

    O que h de pesquisador no professor, no umaqualidade ou uma forma de ser ou de atuar, que seacrescente de ensinar. Faz parte da natureza da

    prtica docente a indagao, a busca, a pesquisa.

    [...]. O de que se precisa que, em sua formaopermanente, o professor se perceba e se assumaporque professor, como pesquisador1.

    importante ressaltar que os captulos aqui inseridos so deinteira responsabilidade dos autores.

    Boa leitura.

    1 FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa.So Paulo: Paz e Terra, 2011.

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    CAPTULO 01

    MEIO AMBIENTE, EDUCAO AMBIENTAL E O BIOMACAATINGA: ANLISE DOS LIVROS DIDTICOS

    UTILIZADOS NA EDUCAO BSICA DE ESCOLASPBLICAS DO CARIRI PARAIBANO

    FRANCISCO JOS PEGADO ABLIOMICHLE SATO

    DARLISSON SRGIO COSTA RAMOSDAYANE DOS SANTOS SILVA

    Resumo: O Livro Didtico (LD) um importante material quecontribui para Prtica Docente, e para boa parte dos professores onico e/ou o principal recurso didtico. Objetivou-se analisar como ostemas e/ou conceitos sobre Meio Ambiente, EA, semirido e o Bioma

    Caatinga, so tratados nos LD no s referentes aos contedos, mastambm com relao s metodologias propostas e as atividadesrelacionadas conservao dos Recursos Naturais. Analisou-se 17obras de Cincias, Biologia e Geografia, o Atlas escolar da Paraba,assim como 4 colees especificas para EJA (Educao de Jovens eAdultos) do 6 ao 9 do ensino fundamental (Manual do professor queinclua todas as disciplinas curriculares), adotadas nas escolas pblicasdo Cariri paraibano, baseando-se nos critrios estabelecidos pelo o

    PNLD. Os LD de uma maneira geral no apresentam os objetivos e osprincpios bsicos da EA e so ineficientes no tocante a este contedo.Portanto, ratificamos a ideia de que o LD no deve ser o nico recursoutilizado pelo professor na sala de aula. Sugere-se aos professoresadotarem critrios para a escolha dos LD que na maioria das vezes noapresentam uma contextualizao loco-regional, e uma maior anlisedeste recurso didtico, assim como procurar utilizar outros materiais

    paradidticos como informaes complementares para suas aulas.Palavras Chaves: Educao Ambiental. Livro Didtico. Semirido.

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    1. INTRODUO

    Pesquisas realizadas sobre o Livro Didtico (LD) desde adcada de 70 tm apontado para suas deficincias e limitaes,implicando um movimento que culminou com a avaliaoinstitucional, a partir de 1994, dos LD distribudos nas escolaspblicas pelo Plano Nacional do Livro Didtico (PNLD)(DELIZOICOV et al., 2002).

    No entanto, possvel generalizar que o processo educativo no

    Brasil no tem sido resultado das mudanas cientficas outecnolgicas, mas sim da influncia das Editoras, que acompanhamos efeitos econmicos, sociais e polticas ocorridas no pas (SATO,1992).Considerando-se o baixo poder aquisitivo da populao e aelevada taxa de evaso e repetncia nas escolas, possvel afirmar queo LD talvez represente um dos nicos recursos que os brasileirosinteragem durante suas vidas. Como produto comercial, dificilmentepode apresentar propostas renovadoras que significariam um risco

    mercadolgico. Pelas suas difceis condies de trabalho, os docentespreferem os livros que exigem menor esforo, nos quais se apoiam eque reforam uma metodologia autoritria e um ensino terico.

    Sem sombra de dvida, o LD um importante material quecontribui para Prtica Docente. Ele est entre os recursos didticosmais utilizados pelo professor, e para boa parte desses o principalrecurso, planejando seus cursos conforme o LD adotado (SATO;

    2002). O professor, fica to condicionado ao LD que quando no oadota, desenvolve contedos, prope atividades e exerccios bastantesemelhantes, aos propostos nos LD. Sendo ou no intensamenteusados pelos alunos, seguramente a principal referncia da grandemaioria dos professores (DELIZOICOV et al., 2002).

    O docente, por falta de autoconfiana, de preparo, ou porcomodismo, restringe-se a apresentar aos alunos, com o mnimo demodificaes, o material previamente elaborado por autores que so

    aceitos como autoridades. Apoiado em material planejado por outros e

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    produzidos industrialmente, o professor abre mo de sua autonomia eliberdade, tornando-se simplesmente um tcnico.

    Por ser bastante utilizado, a qualidade do LD influenciadiretamente no resultado final do processo ensino-aprendizagem. Suautilizao deve ser feita de maneira que possa contribuir efetivamente,oferecendo informaes corretas, apresentadas de forma adequada realidade de seus alunos. Como instrumento de aprendizagem, o LDdeve apresentar contedo e atividades que favoream a aquisio doconhecimento, por meio da reflexo e da resoluo de exercciospropiciada pela observao, pela anlise e por generalizaes, visandoao desenvolvimento da criatividade e da crtica.

    Bizzo (1996) apresenta e discute alguns erros os quais os LDpodem conter: Erros de Ortografia: est ligada a contingncia, noensinando necessariamente a criana a escrever errado, mesmo assim,deve ser combatido; Erro de Contexto: explicao incorreta de umfenmeno particularo aluno tem prejuzo intelectual restrito no casoao qual foi aplicado; Erros Conceituais: definies genricas errneas

    ou a utilizao prtica equivocada de algum conceito que poder levaro aluno a voltar a repetir o equvoco em diversas situaes,comprometendo sua atuao social e profissional no futuro, podendoinclusive exp-lo a riscos;

    Segundo o mesmo autor acima, a adequao pedaggica dosLD deve ser analisada, no mnimo, a partir de algumas refernciasbsicas como: adequao dos contedos; atividades propostas(instigantes problemas realistas, proposio de projetos de

    investigao, atividades em grupo, enquetes, dramatizaes,exposies de trabalhos); Integrao entre os Temas nos Captulos;Valorizao da Experincia de Vida do Aluno; RefernciasBibliogrficas; Citaes e Sugestes de Leitura;

    Atualmente existe um grande nmero de LivrosParadidticos disponveis para o professor, podendo ser utilizadoscomo instrumentos didticos tanto no Ensino Fundamental quanto noEnsino Mdio, sendo este um dos motivos que os tornam merecedoresde anlises e avaliao. Sua utilizao como ferramenta didtica pode

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    contribuir sensivelmente para a ampliao do entendimento conceitualdo aluno (BENJAMIN; TEIXEIRA, 2001).

    De uma maneira geral a temtica Meio Ambiente (MA),Biodiversidade, Biomas e Educao Ambiental (EA), tm sidotrabalhados exclusivamente no LD das Cincias Naturais, no entantomesmo assim, tratados de forma superficial. A prtica pedaggica daEA requer um caminho bastante complexo, envolvendo um plano dareflexo e das experincias adquiridas mediante a realizao de certosprojetos experimentais, tendo como suporte um rico potencialmetodolgico e materiais didticos auxiliares (SOUCHON, 1985).

    Este artigo tem como objetivoanalisar de forma crtica comoos temas e/ou conceitos sobre Meio Ambiente, Educao Ambiental, eo Bioma Caatinga, so tratados nos Livros Didticos de Cincias,Biologia e Geografia no s referentes aos contedos, mas tambmcom relao aos procedimentos metodolgicos propostos e asatividades relacionadas preservao e/ou conservao dos RecursosNaturais.

    2. MATERIAL E MTODOS

    Este trabalho utilizou-se de elementos da Pesquisa Qualitativa,de cunho Bibliogrfico/Documental e teve como mtodo/tcnica aanlise de contedo.

    A Pesquisa Qualitativa responde a questes muitoparticulares. Ela se preocupa com um nvel de realidade que no pode

    ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados,motivos, aspiraes, crenas, valores e atitudes (MINAYO, 2009), oque corresponde a um espao mais profundo das relaes, dosprocessos e dos fenmenos que no podem ser reduzidos operacionalizao de variveis.

    A Anlise de Contedo um mtodo muito emprico,segundo Bardin (2011), dependente do tipo de fala a que se dedica edo tipo de interpretao que se pretende como objetivo.

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    O ponto de partida da Anlise de Contedo a Mensagem,seja ela verbal (oral ou escrita), gestual, silenciosa, figurativa,

    documental ou diretamente provocada (FRANCO, 2008).

    Torna-se indispensvel considerar que a relaoque vincula a emisso das mensagens (que podemser uma palavra, um texto, um enunciado ou atmesmo um discurso) est necessariamentearticulada s condies contextuais de seus

    produtores (FRANCO, 2008, p. 19).

    Segundo Severino (2007) a Anlise de Contedo

    uma metodologia de tratamento e anlise deinformaes constantes de um Documento, sobforma de discursos pronunciados em diferenteslinguagens: escritos, orais, imagens, etc. Umconjunto de tcnicas de anlise das comunicaes.

    Trata-se de se compreender criticamente o sentidomanifesto ou oculto das comunicaes (p. 121,grifo nosso).

    Este trabalho foi desenvolvido a partir da anlise dos LivrosDidticos (LD) de Cincias, Biologia e Geografiasendo um total de17 obras adotadas pelas escolas pblicas do estado, o Atlas escolar daParaba, assim como 4 colees especifica para EJA (Educao de

    Jovens e Adultos) do 6 ao 9 do ensino fundamental (Manual doprofessor que inclua todas as disciplinas curriculares), adotadas nasescolas pblicas do Cariri paraibano, ao total foram analisadas 22obras que foram publicadas no perodo de 2002 a 2011.

    Para anlise das concepes de Meio Ambiente utilizou-se ascategorias de Sauv (2005) e como respostas padro, para MeioAmbiente (MA), Educao Ambiental (EA), Conservao e outrastemticas ambientais, utilizaram-se Lima-e-Silva et al. (2002) eACIESP (1997). Referente aos contedos relacionados regio

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    semirida brasileira, como Bioma Caatinga e contedos relacionadosao MA e EA, baseou-se nos critrios do PNLD (BRASIL, 2008).

    3. RESULTADOS E DICUSSO

    Os resultados, aqui descritos, mostraram claramente que o LDno deve ser visto como padro de excelncia a ser adotado pelosprofessores, mas sim como um instrumento complementar para aconstruo e desenvolvimento da aprendizagem na rea Ambiental esobre o Bioma Caatinga. Esses resultados trazem elementos pararefletir acerca do sistema de ensino e do modo como esses assuntosso transmitidos, visando uma aprendizagem mecanicista emdetrimento a uma aprendizagem efetiva, que alm de formarverdadeiros alunos, possam colaborar para formao tambm decidados crticos e reflexivos.

    A seguir apresentamos a anlise dos contedos contidos nasobras e dialogamos com autores que investigam essa questo.

    3.1.Ecologia, Meio Ambiente e Educao Ambiental

    A temtica ecologia como um todo, vem despertando cadavez mais uma preocupao na sociedade voltada para odesenvolvimento baseado na conservao, onde na maioria das vezes,essa palavra apresentada apenas como sinnimo de ecologismo, emgeral resultante da influncia da mdia. No entanto, a Ecologiadeve

    ser abordada no LD, de Cincias, Biologia e/ou Geografia comocincia de fato.

    Sobre a cincia Ecologia, nas obras de Cincias, Biologia eGeografia, trs autores conceituam e falam sobre este tema. Como porexemplo:

    As relaes dos seres vivos entre si e com oambiente constituem o objetivo de estudo daecologia (AMABIS; MARTHO, 2004a, p.14).

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    O estudo das relaes entre os seres vivos e oambiente em que vivem (AMABIS; MARTHO,

    2004c, p 13).Cincia que estuda as relaes entre os seresvivos e o seu meio ambiente (Haeckel). Ecomenta que a Ecologia considerada um estudointerdisciplinar que envolveria no apenas a

    biologia, e sim todas as cincias que de algumaforma estudam o ambiente dos seres vivos e emespecial da humanidade(VESENTINI, 2002, p.275).

    A partir destes conceitos, notrio constatar uma definiotradicional de Ecologia, tratando-a como um assunto de umadisciplina onde se valoriza apenas as relaes entre os seres biticos eabiticos. No entanto, apesar do ltimo conceito, j relacionar aCincia Ecologia como um estudo interdisciplinar e que inclui nessarelao importncia da insero da espcie Humana no contexto, o

    conceito ainda vago e com idia generalista.Para Lima-e-Silva et al. (2002,) a Ecologia:

    a Cincia que estuda a dinmica dosEcossistemas, ou seja, os processos e as interaesde todos os seres vivos entre si e destes com osaspectos morfolgicos, qumicos, e fsicos doambiente, incluindo os humanos que interferem e

    interagem com os sistemas naturais do planeta. oestudo do funcionamento do sistema natural comoum todo, e das relaes de todos os organismosvivendo no seu interior(p.89).

    Com relao temtica Meio Ambiente, para as mesmasobras analisadas apenas 01 apresentam um conceito (Conjuntointerrelacionado dos elementos fsicos e biolgicos existentes na

    Terra - RODRIGUEZ, 2002, p. 109) e 01 autor conceitua a palavraAmbiente (Conjunto formado por todos os seres que nele vivem, mais

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    os fatores no vivos ali existentes - BARROS; PAULINO, 2007,p.48). Estes conceitos se enquadram na concepo de ambientecomo

    Biosfera, segundo Sauv (2005). importante enfatizar que na coleo voltada para EJA osautores contextualizam no s os diferentes contedos de disciplinasespecificas Lngua Portuguesa, Matemtica. Historia Cinciasnaturais, Geografia, Lngua estrangeira moderna (Ingls) e Artes,assim como os temas transversais, por exemplo, traz textos para osalunos discutirem com a turma no mdulo do 9 ano trabalho e meioambiente, crimes ambientais, Internacionalizao da Amaznia, etc.

    A partir da tirinha ecolgica inserida no livro didtico da EJAdo ensino fundamental, possvel promover uma discusso com osalunos sobre aspectos ecolgicos-ambientais e sociais (influnciaHumana) em relao ao ecossistema marinhos (Figura 01).

    Figura 01 Tirinha Ilustrativa a qual pode ser explorada na sala de aulapara discutir questes ambientais de forma ldica. (Fonte: retirado deSANTOS; BELINE, 2009, p. 254).

    importante destacar que os autores Barros e Paulino (2007)comentam sobre a Conferncia das Naes Unidas sobre MeioAmbiente realizada em Estocolmo (Sucia) em 1972, e traz a

    definio de Ambiente como conjunto de todos os componentesfsicos, qumicos, biolgicos e sociais capazes de causarem efeitos

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    diretos e indiretos, num prazo curto ou longo, sobre os seres vivos eas atividades humanas.

    J Nigro e Campos (2009, p.42) apresenta uma entrevista comum ambientalista do departamento de Educao Ambiental da SOSMata Atlntica (2)o qual define Ambientecomo o entorno, formadopor todos os elementos, seres vivos e no vivos (terra, ar, gua), queexistem nas vizinhanas de alguma coisa ou envolta de algum lugar eque se relacionam.

    No entanto, Vesentini (2002, p.264) caracteriza o meioambiente humano, e o divide em Meio Natural e Meio Social, sendo oMeio Natural aquele em que abrange os elementos produzidos pelanatureza e o meio social, por sua vez, compreende as obras(construes, agricultura, etc.) criadas pelos seres humanos.

    No que se referem temtica de Meio Ambiente eEducao Ambiental, segundo dados de Vila e Ablio (2010), osquais analisaram 61 livros do 2 ao 5 ano (1 a 4 srie) do EnsinoFundamental, 96 livros do 6 ao 9 ano (5 a 8 srie) do Ensino

    Fundamental e, 35 livros do 1 3 srie do Ensino Mdio, publicadosdurante o perodo de 1990 a 2007, obtiveram o seguinte resultado noQuadro 01:

    Quadro 01. Percentual de definies e conceitos de Meio Ambiente eEducao Ambiental em Livros Didticos, segundo dados de Vila e Ablio(2010).

    Conceituam Livros do 2ao 5 ano Livros do 6ao 9 ano Livros da 1a

    e 2a

    srie do ensinomdio

    Meio Ambiente 16,39% 13,54% 2,85%EducaoAmbiental

    0% 1,04% 0%

    (2) Para saber mais sobre a SOS Mata Atlntica, consultewww.sosmataatlantica.org.br

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    Quanto abordagem da Educao Ambiental (EA), nenhumadas obras analisadas apresenta um conceito de EA, mas caracterizam

    tendncias que podem ser relacionadas a esta temtica, comoatividades de preservao e conservao, ressaltando a importncia deum olhar ecolgico na relao entre o homem e a natureza.

    Como afirmam Amabis e Martho (2004c, p.288) estamostomando conscincia de que preciso fazer algo para evitar adegradao do ambiente favorvel vida em nosso planeta. Issosem dvida de inestimvel importncia, pois apresenta apreocupao dos autores com o Ambiente, considerando o homemcomo parte deste.

    Percebe-se ento que as obras do 2 ao 5 anode Cincias e deBiologia da 1a e 2a srie do ensino mdio, analisadas por Vila eAblio (2010), tambm no apresentaram um conceito para EA.

    Alguns livros didticos analisados por esses autoresapresentaram Captulos sobre Educao Ambiental. No entanto,nestas obras, os autores apenas traziam contedos referentes Cincia

    Ecologia,trabalhando temas tais como: a importncia da Ecologia, osEcossistemas, Populaes, Comunidades, Pirmides Alimentar, NichoAlimentar, Relaes entre os Seres Vivos, e Equilbrio e DesequilbrioEcolgico.

    Na coleo da EJA do 7 ano de Silva e Melo (2009a, p. 199) possvel observar a abordagem da EA na disciplina de Histriaaoapresentar a Poltica Ambiental, citando a Lei da Poltica Nacional deEducao Ambiental (PNEA) de 1999, na qual o artigo 1 tem a EA

    como:

    Os processos por meio dos quais o indivduo e acoletividade constroem valores sociais,conhecimentos, habilidades, atitudes e competnciasvoltadas para a conservao do meio ambiente, bemde uso comum do povo, essencial sadia qualidadede vida e sustentabilidade (BRASIL, 1999).

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    A EA objetiva proporcionar aos indivduos a compreenso danatureza complexa do Meio Ambiente, ou seja, lev-los a perceber as

    interaes entre os aspectos fsicos, socioculturais e poltico-econmicos que compem a relao homem/meio (SATO, 2002).Todavia, a EA, assim como a prpria Educao, ainda continuacaminhando lentamente no processo de efetivar mudanas nas atitudese comportamentos humanos em relao ao ambiente.

    3.2.O Semirido brasileiro e o Bioma Caatinga

    A Caatinga um bioma exclusivamente brasileiro, que estinserida no semirido nordestino, sendo caracterizada principalmentepor aspectos climticos e pluviomtricos, detentora de uma ricabiodiversidade a qual se encontra cada vez mais ameaada decorrenteda m utilizao dos seus recursos, principalmente pelo forteextrativismo. Havendo a necessidade de polticas que incentivem odesenvolvimento sustentvel regional.

    Dos livros analisados, apenas um dos autores conceitua oSemirido, onde afirma que um tipo de clima tropical, quente, masno mido que tende a ser seco, embora no seja to seco ou ridocomo os climas desrticos(VESENTINI, 2007, p.144).

    O Semirido nordestino caracterizado pelas irregularidadesno regime pluviomtrico, definido pela escassez, irregularidade,temperatura elevada e precipitaes anuais variando entre 250 a 1000mm, distribudos em um curto perodo, de 3 a 6 meses (VELLOSO et

    al., 2002). Nessa regio, o clima do tipo BSh (semirido quente debaixa latitude e altitude), conforme a Classificao de Koppen(GUSMO et al., 2006).

    Para o termo Caatinga, 05 obras caracterizam, sendo asabordagens de modo geral generalista e breve, citando sua extenso, asua pluviosidade baixa, temperatura e alguns poucos exemplos defauna e flora, como por exemplo:

    Pifania e Gonalves (2009b, p.369) define Caatinga comouma regio, seca e com poucos perodos de chuva, no

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    possui plantas de folhas grandes que eliminam muita guapela transpirao;

    J os autores Paulino e Barros (2007, p.19) complementamafirmando que a palavra Caatinga(3) vem do tupi caa, quesignifica mato, e tinga, que significa branca, aberta;

    Vesentini e Vlach (2007, p.186) ao abordar o tema deserto, dizque no Brasil no existem desertos tpicos, embora no sertonordestino, na rea de climasemirido, exista uma formaovegetal chamada Caatinga, uma transio entre as savanas eos desertos;

    Para Terra e Coelho (2005, p.329), ao abordar os domniosmorfoclimticos do pas, caracteriza a Caatinga como umdomnio de planaltos e depresses, com solos pobres emmatria orgnica, e clima predominante semirido.

    As informaes de cada autor so vlidas, mas aindaincipientes em relao grandeza e importncia do bioma. A Caatinga

    no apenas uma regio de clima seco, h muito mais sobre ela queos autores podem aprofundar em seus livros.O clima semirido caracterizado por sua alta temperatura,

    com mdia anual de 25C, baixa pluviosidade, sendo entre 250 e 800mm anuais, com a presena de uma estao chuvosa, que pode durarde 3 a 5 meses, e uma estao seca, que dura de 7 a 9 meses(CALDEIRON, 1992, MAIA 2004).

    O bioma Caatinga o mais negligenciado dos biomasbrasileiros, nos mais diversos aspectos, embora sempre tenha sido umdos mais ameaados em decorrncia dos vrios anos de explorao euso inadequado dos seus solos e recursos naturais (VELLOSO et al.,2002).

    Apesar do clima predominantemente seco, a Caatingadefinitivamente no uma transio entre as savanas e os desertos.

    3A etimologia Tupi-Guarani da palavra Caatinga consiste das partculas caa, plantaou floresta; ti, branco e o sufixo ng, que lembra, perto de. Assim, podemosdenominar de a mata esbranquiada (BARBOSA; ABLIO; QUIRINO, 2010).

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    dominada por tipos de vegetao com caractersticas xerofticas (queapresentam adaptaes ao clima seco), entre as quais podemos

    destacar as folhas, que de um modo geral so pequenas, finas,inexistentes ou modificadas em espinhos para evitar a predao ediminuir a transpirao. Algumas plantas, como as cactceas (cactos),possuem razes rasas, praticamente na superfcie do solo, paramaximizar a absoro da gua da chuva. Estas plantas podem aindaarmazenar gua em seus caules (BARBOSA; ABLIO; QUIRINO,2010).

    A vegetao da Caatinga (Figura 02) composta basicamentepor arbustos e rvores de porte baixo ou mdio (3 a 7 metros dealtura), com folhas caducas (caduciflias, folhas que caem) e comgrande quantidade de plantas espinhosas, como as leguminosas e ascactceas. Possui uma elevada diversidade e um alto nvel deendemismo, o que mostra sua importncia para a biodiversidadebrasileira (COSTA et al., 2009).

    Figura 02. Gravura representando a vegetao do Bioma Caatinga - Bico depena de PercyLau de 1940. (Fonte: BERNARDES, 1999).

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    Almeida (2003) ao analisar livros didticos de Biologia eGeografia do ensino mdio, constatou que o contedo Caatinga

    retratada nos livros apresentava-se de forma extremamente descritivae memorstica contribuindo para a idia de um ambiente esttico ehomogneo, distante de uma abordagem que permita uma visosocioambiental deste ecossistema. Segundo a autora, os livrosapresentavam uma abordagem da paisagem com nfase naidentificao dos seus elementos e no na sua dinmica defuncionamento; os saberes trabalhados sobre a Caatinga noapresentavam uma clara diferenciao considerando-se osconhecimentos prprios de cada rea.

    Na coleo da EJA do 8 ano os autores Silva, Silva e Machetti(2009b, p.25 - 26) trazem no contedo de Portugus um poemacordel intitulado Causos e personagens do interior4 o qual discuteuma perspectiva loco regional, envolvendo inclusive a regio do CaririParaibano, por exemplo, O trem de Taperoquando chegou aAssuno, em sua primeira vez quase matava Ante Joo que o viu

    como se fosse uma grande assombrao...(Figura 03).A Literatura de Cordelveio da Pensula Ibrica trazida peloscolonizadores, tornando-se uma das grandes riquezas culturais dopovo brasileiro, principalmente do Nordestino. O Cordel classificado como literatura popular da impressa e nas primeirasdcadas do sculo passado, contribuiu muito para o letramento dopovo dessa regio (BARBOSA; PASSOS; COELHO, 2011).

    O cordel pode e tem sido utilizado, pelos professores do Cariri

    paraibano como material paradidtico no contexto da sala de aula.Alm disso, vrios professores tem utilizado como estratgiametodologia o incentivo produo textual de cordis na sala de aulasobre as temticas, Caatinga, Semirido e Educao Ambiental.

    4Causos e personagens do interior. Poema de Abdas Campos. Recife: Folhetimcampos verdes, 2004.

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    Figura 03Poema cordel retirado da coleo da EJA do 8 ano os autoresSilva, Silva e Machetti (2009b, p.25 - 26).

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    J Pifaia e Gonalves (2009a, p323), no captulo de Cincias,focam o Vale dos Dinossauros em Souza-PB5 e as pegadas de

    dinossauros por l encontradas (Figura 04). Essa informao importante, porque o Vale est inserido em rea de Caatinga, e umadas mais importantes Unidades de Conservao do Estado da Paraba,o que refora mais uma vez um investimento num ensinoBiorregionalista.

    Figura 04 - Texto contido na disciplina de Cincias Naturais do 7 ano, oqual descreve sobre o Vale dos Dinossauros em Souza-PB. (Fonte: PIFAIA;

    GONALVES, 2009a, p.323).

    5 O Vale dos Dinossauros uma Unidade de Conservao criada em 2002 peloDecreto Estadual N. 23.832. Um dos mais importantes stios paleontolgicosexistentes, onde registra-se a maior incidncia de pegadas dedinossauros no mundo.Tem trilhas em 22 localidades em Sousa, alm de outras nos municpios de Antenor

    Navarro, Aparecida e Brejo das Freiras. (Fonte: Boletim Informativo da Sociedade

    Paraibana de Arqueologia disponvel emhttp://mhn.uepb.edu.br/Boletins/Boletim_69_JAN_2012.pdf acesso em 13 desetembro de 2012).

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Unidade_de_conserva%C3%A7%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/2002http://pt.wikipedia.org/wiki/Dinossaurohttp://mhn.uepb.edu.br/Boletins/Boletim_69_JAN_2012.pdfhttp://mhn.uepb.edu.br/Boletins/Boletim_69_JAN_2012.pdfhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dinossaurohttp://pt.wikipedia.org/wiki/2002http://pt.wikipedia.org/wiki/Unidade_de_conserva%C3%A7%C3%A3o
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    Pode-se observar tambm na coleo da EJA do 7 ano(SILVA; SILVA; MARCHETTI, 2009a, p. 23) na disciplina de

    Lngua Portuguesa uma atividade para completar um texto que setratava da Lenda do Umbu (Figura 05) com imagem ilustrativa deum Umbuzeiro na Paraba.

    Figura 05Texto contido na disciplina de Lngua Portuguesada EJA do7 ano (SILVA; SILVA; MARCHETTI, 2009a, p. 23).

    De um modo geral, a Caatinga, atravs da sua cobertura

    vegetal, presta inmeros servios ambientais em escala global, como osequestro de carbono, a manuteno de padres regionais de clima, apreservao do solo e da gua (BARBOSA; ABLIO; QUIRINO,2010).

    No semirido nordestino, o Umbuzeiro de grandeimportncia para as populaes rurais da regio, fornecendo frutossaborosos e nutritivos e tberos radiculares (batatas do umbuzeiro)

    doces e ricas em gua (MENDES, 2001). Alm disso, o Umbuzeiro,cuja florao ocorre na estao seca, um importante recurso para asabelhas.

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    Na mesma coleo (EJA do 6 ano), na disciplina de Matemticaprope-se uma atividade (Figura 06) para a representao geomtrica

    da desertificao na Paraba com aes matemticas (PACHI;VALENTINI, 2009, p.102), inserindo assim, a problemtica ambientalde forma contextualizada a uma matria que para muitos no seriavivel envolver a questo ambiental, porm os autores acimamostraram de forma simples e prtica que possvel. Alm dePortugus e Matemtica, a disciplina de Geografia tambm destacanossa regio semirida, apresentando o Bioma Caatinga, citando suasprincipais caractersticas como a vegetao xeroftica e cactcea(SANTOS; BELINE, 2009b, p. 267). (Figura 07), alm de explicar osignificado do nome Caatinga que tem origem indgena (p.269).

    Figura 06Ilustrao da atividade proposta na disciplina de Matemtica dolivro do 7 ano EJA. (Fonte: PACHI; VALENTINI, 2009, p.102).

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    Figura 07 - Texto com uma apresentao da Caatinga na Coleo do 8 anoEJA, na disciplina Geografia. (Fonte: SANTOS, BELINE, 2009b, p. 267).

    Dentre as plantas da Caatinga, as Cactceas se destacam comoum grupo predominante na sua fisionomia, apresentando importnciaeconmica, com vrias espcies sendo cultivadas como ornamentais,forrageiras, medicinais e/ou alimentcias (BARBOSA; ABLIO;QUIRINO, 2010). Na Paraba, a famlia Cactcea est representadapor 17 espcies subordinadas a nove gneros, que se encontramdistribudas nas diversas microrregies do Estado. Para o Caririparaibano, so 10 espcies de Cactceasregistradas (BARBOSA etal. 2007).

    Santos e Beline (2009b, p.246), na coleo do 7 ano EJA, ainda

    apresenta um mapa ilustrativo dos climas do Brasil, no qual oSemirido destacado como o clima mais seco do Brasil por haverbarreiras de relevo que impedem a umidade dos oceanos de chegarat essa regio. quente, pois se situa prximo linha do Equador.

    3.3. Biodiversidade, Sustentabilidade, Problemticas eImpactos Ambientais

    A diversidade biolgica tem que ser tratada mais seriamente

    como um recurso global, para ser registrada, usada e, acima de tudo,

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    preservada (WILSON, p. 3, 1997). Embora o territrio brasileiropossua a maior biodiversidade do planeta, h uma ausncia de

    polticas educativas que incentivem o campo da pesquisa, e queproporcione a populao o reconhecimento da riqueza biolgica e suaconsequente valorizao, atravs de recursos formais e informais,despertando desta forma uma percepo conservacionista.

    No que se refere Biodiversidade, das 17 obras de Cincias,Biologia e Geografia apenas seis autores conceituaram de formageneralista enfatizando-o como um conjunto da variedade bitica,como por exemplo:

    Os tipos e as variaes existentes entre os seresvivos (AMABIS; MARTHO, 2004b, p. 14).Biodiversidade significa diversidade biolgica ecomplementa que ela se refere variedade deseres vivos que cada ecossistema possui e tambm variedade da biosfera (VESENTINI; VLACH,2007, p.177).

    Biodiversidade o conjunto de espcies quedeterminado ambiente capaz deabrigar.(BARROS, PAULINO, 2007, p.8).Variedade de seres vivos em nosso planeta(AMABIS; MARTHO, 2004c, p. 184).Chamamos de biodiversidade a essa variedade devida presente nos mais diversos ambientes. Ela composta por uma grande diversidade de espcies

    (indivduos semelhantes, com capacidade para sereproduzir entre si e naturalmente), que por suavez apresenta grande diversidadegentica(variao na informao gentica entreindivduos da mesma espcie) e diversidadeecolgica(TERRA; COELHO, 2005 p.143).A biodiversidade constitui a variedade deespcies de seres vivos encontrados em umaregio. (PIFAIA; GONALVES, 2009 p. 375).

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    Alm de conceituar Biodiversidade, Pifaia e Gonalves(2009b, p 377) tambm destacam o problema da perda da

    Biodiversidade no pas, fornecendo o trecho de uma reportagem dojornal O Estado de So Paulo de maio de 2003 sobre a Lista deAnimais em Extino (Figura 08).

    Figura 08 - Reportagem de M. Campanili para O Estado de So Paulorelatando sobre a Lista Vermelha de animais em extino do pas. (Fonte:retirado de PIFAIA; GONALVES, 2009b, p. 377).

    Quanto s ilustraes de fauna e flora, assim como asinformaes apresentadas sobre o bioma caatinga os livros didticosapresentam coerncia.

    Atualmente a temtica Desenvolvimento Sustentvel (DS)tem se tornado cada vez mais popular, alcanando todas as reas queenvolvem a relao entre o ser humano e o Meio Ambiente. Mas na

    prtica o DS detm poucos adeptos, buscando uma melhor qualidadede vida priorizando a conservao, que vai de contra ao sistema

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    capitalista, tendo em vista que o crescimento econmico no umfator determinante para o desenvolvimento sustentvel.

    Em relao a essa temtica, apenas trs autores definem oucomentam, Vesentini (2002, p. 315) afirma que no existe ainda umconsenso a respeito do que seria na prtica DesenvolvimentoSustentvel, mas a ideia geral de um desenvolvimento econmico esocial que seja do mesmo tempo conservacionista, isto , que utilizaracionalmente os recursos naturais e evita os problemas ambientais.J Terra e Coelho (2005, p. 153) afirmam que o DS Significa aexplorao dos recursos de forma planejada, racional e limitada,satisfazendo as necessidades da populao sem provocar a destruiodos recursos necessrios vida das geraes.

    Segundo o conceito originado em 1968 na BiosphereConferencede Paris, o DS seria um modelo de desenvolvimento queleva em considerao, alm dos fatores econmicos, aqueles decarter social e ecolgico, assim como, as disponibilidades dosrecursos vivos e inanimados, as vantagens e os inconvenientes, a

    curto e a longosprazos, de outros tipos de ao(ACIESP, 1997, p.73).De fato, o conceito sobre DS muito abrangente, mas o que

    no pode mudar a certeza de que ao definir sustentabilidade, nsempregamos as palavras futuro previsvel (TOWNSEND et al,2006, p.442), ou seja, no se pratica o DS pensando simplesmente nohoje, mas prevendo os resultados que se ter no futuro caso odesenvolvimento continue de forma insustentvel.

    Os autores Barros e Paulino (2004a, p. 279) aproximam-sedessa afirmativa ao definir o DS como uma forma consideravelmentevivel de explorao do ambiente que garanta a perenidade dosrecursos naturais renovveis e dos processos ecolgicos, mantendo adiversidade biolgica e os demais atributos ecolgicos em benefciodas geraes futuras e atendendo s necessidades do presente.

    Lima-e-Silva et al. (2002, p78) reforam essa assertiva aodefinir o DS como a forma de desenvolvimento econmico que notem como paradigma o crescimento, mas a melhoria da qualidade de

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    vida, reconhecendo os direitos das geraes futuras em usufruir doplaneta tal qual o conhecemos.

    Alm destes, Santos e Beline (2009b, p.284), na disciplina deGeografia h um texto sobre o que Desenvolvimento Sustentvel edestaca o conceito dado durante a ECO-92, definido como umaforma de crescimento econmico com diminuio de consumo ereduo da devastao da natureza. Os autores tambm ressaltamque apesar de tantas discusses e compromissos, o DS ainda umdesafio.

    Cabe destacar que a Educao Ambiental assume cada vezmais uma funo transformadora, onde a corresponsabilizao dosindivduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipode desenvolvimento, o Desenvolvimento Sustentvel (JACOBI,2003).

    Com relao a Impacto Ambiental, apenas um autorapresenta conceito, sendo este no apenas consequncias das aesantrpicas, mas de qualquer fator transformador ou modificador. Eis o

    conceito apresentado pelo autor: qualquer alterao daspropriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente,causada por qualquer forma de matria ou energia (BARROS;PAULINO,2004a, p.282).

    Portanto, devido eficincia das tecnologias provenientesdas sociedades modernas, que tem se elevado de forma perceptvel asproblemticas ambientais antrpicas. Nesse mesmo sentido Leff(2008):

    A problemtica ambiental, como sintoma dacrise de civilizao da modernidade, coloca anecessidade de criar uma conscincia a respeito desuas causas e suas vias de resoluo (LEFF,2008, p.254).

    As problemticas mais citadas pelos autores foram a poluio,

    o desmatamento, as queimadas, a industrializao, o lixo, o buraco na

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    Camada de Oznio e o aumento da populao humana, que contribuipara o processo de acelerao destas.

    Para as obras de Cincias, Biologia e Geografia, trs autoresapresentam definio do que Poluio:

    Qualquer alterao do ambiente, causada porqualquer forma de matria ou energia resultante dasatividades humanas que, direta ou indiretamenteafeta a sade, segurana e o bem-estar da populao,as atividades sociais e econmicas, as condies

    estticas e sanitrias do meio ambiente, sua flora esua fauna, e a qualidade dos recursos ambientais.(BARROS; PAULINO, 2004a, p.284)Degradao do meio ambiente provocada poragentes poluentes, como gases nocivos naatmosfera; lixo nas ruas, nos rios ou nas praias;

    barulho excessivo nas cidades, etc. (VESENTINI;VLACH, 2007, p146).

    Qualquer alterao no desenvolvimento daspopulaes de um ecossistema, que causedesfigurao na paisagem natural. (BARROS;PAULINO, 2007, p.225).

    devido a sua abrangncia, que a poluio uma dasproblemticas mais discutidas, a qual resultado de um longoprocesso onde a idia de desenvolvimento est relacionada

    diretamente com a explorao do ambiente.Segundo Lima-e-Silva (2002) a poluio pode ser definidacomo degradao da qualidade ambiental resultante das atividadesque direta ou indiretamente: prejudiquem a sade, a segurana e obem estar da populao.

    O processo do efeito estufa, desertificao, eroso do solo,inverso trmica, extino dos animais, tambm so apontados, poralguns autores, como sendo o ser humano o principal responsvel,

    atravs da industrializao.

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    Ao comentarem sobre o Efeito Estufa, por exemplo, os autoresVesentini e Vlach (2007, p.197) o definem principalmente como a

    capacidade da atmosfera de reter a radiao solar no planeta (..).Observa-se, a partir dos resultados que boa parte dos autores apresentaas problemticas ambientais com seriedade, apresentando as causas econsequncias desses agravantes.

    Sobre uma das questes mais debatidas no mundo hoje,ecologicamente e politicamente, os Impactos Ambientais,mostraram-se bastante evidenciados nos LD de Cincias e Biologia(VILA; ABLIO, 2010). Os Impactos que mais se destacaram nasobras analisadas foram: o desmatamento, as queimadas e o lixo. Astrs problemticas esto diretamente ligadas degradao do solo,onde o desmatamento e as queimadas da camada superficial vegetaldo solo favorecem a eroso deste, enquanto que a poluio podeprejudicar o equilbrio existente nas relaes biticas e abiticas deum determinado habitat.

    Observando-se a coleo do 7 ano EJA, na disciplina de

    Lngua Portuguesa, encontra-se um trecho no qual destaca o papel doser humano no planeta, alertando sobre suas responsabilidades, eaes negativas e positivas na natureza: O ser humano o ser quemais age sobre a natureza... transformando-a ou destruindo-a;portanto, sua ao fundamental, e o torna responsvel pelapreservao. (SILVA; SILVA; MARCHETTI, 2009a, p. 31). Essaafirmativa reforada na disciplina de Geografia com o textoHomem o principal responsvel por mudanas climticas

    (SANTOS; BELINE, 2009c, p.243) (Figura 09), alm de enfatizar adegradao do solo (p. 253).

    Textos como estes so aliados importantes no processo desensibilizao dos educandos, pois possibilitam a compreenso darelao homem natureza, incentivando o envolvimento dos alunos emprol da conservao do meio ambiente.

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    Figura 09 - Texto no qual discutido sobre a problemtica das mudanasclimticas do planeta, no captulo de Lngua Portuguesa do 7 ano. (Fonte:

    SANTOS; BELINE, 2009b, p.243).

    3.4.Outras atividades propostas com relao questoambiental

    Com o aumento da popularidade do DesenvolvimentoSustentvel e do Ecologismo, o mundo comea a voltar seus olhospara a conservao do Meio Ambiente, utilizando atravs da EducaoAmbiental, prticas para a extrao dos recursos naturais que possamproporcionar ao planeta e a populao humana uma melhor qualidadede vida.

    Para Lima-e-Silva et al (2002, p.62) a Conservao aplica-se utilizao racional de um recurso natural qualquer, de modo a seobter um rendimento considerado bom, garantindo-se, entretanto, sua

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    renovao ou sua auto-sustentao. Proteo de recursos naturaisrenovveis e seu manejo para uma utilizao sustentada e de

    rendimento timo. Diferindo-se de Preservaopor permitir o uso emanejo da rea.Uma das obras analisadas, Sociedade e Espao de Vesentini

    (2002, p.313), afirma que a Conservao dos recursos naturais apreocupao em utilizar adequadamente os aspectos da naturezaque o ser humano transforma ou consome e ressalta que conservar,nesse caso, no significa guardar ou preservar, e sim utilizarracionalmente.

    Lima-e-Silva (2002, p. 190) define Preservaocomo o atode proteger, contra a destruio e qualquer forma de dano oudegradao, um ecossistema, uma rea geogrfica definida, ouespcies de animais e vegetais ameaadas de Extino, adotando-seas medidas preventivas legalmente necessrias e as medidas devigilncia adequadas. Difere de Conser vaopor preservar a rea dequalquer uso que possa modificar sua estrutura original.

    Alguns dos autores apresentam e/ou comentam sobrealternativas que possam diminuir a degradao da natureza, tais como,reciclagem e reutilizao do lixo; conservao e preservao dosrecursos naturais; aplicao e uso de energia renovvel; biotecnologia;biodigestores para substituir agrotxicos.

    Na disciplina de Matemtica da coleo da EJA (PACHI;VALENTINI, 2009, p. 99), os autores destacam a problemtica dolixo, seus nmeros no pas, alm de conceitua-lo como todo e

    qualquer resduo proveniente das atividades humanas ou geradaspela natureza em aglomeraes urbanas. Alm do lixo, pde-seencontrar a preocupao com a utilizao irresponsvel da gua,apresentando formas de no desperdia-la (p. 117; 125; 127). Namesma coleo, a disciplina de Histria trata do consumismo dosrecursos naturais pelas sociedades ao longo da histria (SILVA;MELO, 2009a, p.181; 186).

    importante destacar que alguns autores citam ou descrevemsobre o Protocolo de Montreal (1987), a conferncia da Eco 92 (Rio92), Conveno sobre Diversidade Biolgica (CDB), Protocolo de

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    Kioto(6), a conferncia da Rio+10, Carta da Terra (7) e Agenda 21(TERRA; COELHO, 2005; VESENTINI, 2002; AMABIS;

    MARTHO, 2004c; SILVA; MELO, 2009b), a consolidao da ONUabrangendo desafios como a degradao ambiental (SANTOS;BELLINE, 2009c) .

    J Vesentini-Vlach (2007 p.203) apresenta um trecho da Cartado chefe indgena Seattle escrita em 1854 e enviada ao presidente dosEUA. Pifania e Gonalves (2009b) abordam sobre o surgimento daHiptese de Gaia de Lovelock na coleo do 8 ano da EJA (p. 361 a363). Alm da destruio causada pelo poder destrutivo de armasqumicas e biolgicas e um trecho de Manifesto 2000 por uma culturade paz e no violncia, na qual um dos objetivos a preservao doplaneta (p.401, 402; 403).

    Estas indicaes e sugestes de leituras podem serconsideradas um avano no Livro Didtico da educao bsica, e porsua vez demonstra a preocupao dos autores em relao a questesambientais.

    Alternativas ambientais resolutivas como, por exemplo, areciclagem, abordada de forma bem simples, mas significativa pelosautores Nigro e Campos (2007), a qual direcionada educandos donvel bsico.

    Reciclaruma embalagem significa usar o materialque a forma ou at para fazer outras novas(NIGRO; CAMPOS, 2007, p.117).

    J os livros dos autores Vesentini e Vlach (2004c, p. 152),Amabis e Martho (2004c, p.406) apresentam textos complementares,respectivamente, sobre a adoo de programas de controle ambiental,uso racional dos escassos recursos naturais pelo governo Japons esobre o Imposto de Congestionamento aplicado em algumas cidades,

    (6) Para saber mais sobre Protocolo de Kyoto, acesse (7) Para saber mais sobre a Carta da Terra, acesse

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    contribuindo para a diminuio dos poluentes. Evidenciado acrescente preocupao global com as problemticas ambientais, indo

    alm dos contedos bsicos, e levando os usurios a se atualizaremquanto s prticas globais de conservao que esto sendo praticadas.Alm de textos que abordam a temtica de escassez de gua no

    mundo, evidenciando a crise mundial dos recursos hdricos e ainfluencia da industrializao na utilizao desacerbada da gua,abordada na coleo de 8 ano da EJA na disciplina de Matemticapelos autores Pachi e Valentine (2009, p. 137 - 138). A problemticado trfico de animais silvestres no pas projetos ambientais deconservao da biodiversidade como projeto Tamar e o projeto Peixe-boi (p. 377; 381, 382, PIFAIA; GONALVES ,2009b).

    Os autores Silva, Silva e Marchetti (2009c, p.61; 63; 65) nacoleo de 9 ano na disciplina de Lngua Portuguesa da EJAapresentam textos complementares com alternativas voltadas para oconsumo solidrio, uma das formas de consumo que contribui tantopara a qualidade de vida da populao quanto para preservao dos

    ecossistemas. A utilizao de recursos elicos como uma alternativade energia renovvel, a produo de carvo e seus efeitos ambientais.J Silva e Melo (2009c, p.257) na mesma coleo do 9 ano referente disciplina de Histria da EJA mostram texto sobre o trabalho e omeio ambiente. Na disciplina de geografia, Santos e Beline (2009 d,p.372; 373) discutem em alguns de seus textos tanto sobre ainternalizao da Amaznia quanto os impactos da globalizao sobreo meio ambiente.

    J os autores Pifania e Gonalves (2009c, p.455 a 457) nadisciplina de Cincias na coleo do 9 ano do EJA apresentam textosque demonstram a preocupao com as fontes de energia renovveiscomo o biogs: fonte alternativa de energia, esterco vira energia eevita desmatamento e biodigestores: tecnologia da recuperao.

    Alguns autores apresentam atividades prticas, vivenciais eldico-pedaggicas. Como Barros e Paulino (2007, p. 49) porexemplo, ensina como fazer compostagem, j Nigro e Campos(2009b, p118) apresenta uma atividade ensinando como reciclar papelem casa, e na pgina 52 tm o Jogo da sobrevivncia das

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    tartarugas (Figura 10) no qual os alunos calculam o ndice desobrevivncia da tartaruga marinha, com o intuito de fazer com que os

    educandos entendam quando uma espcie est ameaada de extino,integrando no s a disciplina de cincias, mas incluindo amatemtica. Neste o prprio livro orienta o professor a propor aosalunos, atividades matemticas e de lngua portuguesa que envolvam aextino de animais, um positivo exemplo de interdisciplinaridade emque a mesma temtica pde ser trabalhada de diferentes maneiras,mostrando assim que possvel relacionar a temtica ambiental diversas disciplinas desde as sries iniciais.

    A elaborao de um cartaz para uma campanha depreservao ambiental proposto na disciplina de Lngua Portuguesa,na coleo da EJA (7 ano) de Silva, Silva e Marchetti (2009a, p. 41).Santos e Beline (p.371, 2009c) na disciplina de geografia do 9 ano dacoleo do EJA prope uma atividade para que os alunos observemuma charge (Figura 11) e a partir desta relacionarem a globalizao eos impactos ambientais como consequncia desta.

    Figura 10 Parte do Jogo da Sobrevivncia proposto por Nigro e Campos(2009b, p.52).

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    Figura 11Charge utilizada na atividade de Santos e Beline (p.371, 2009c)para relacionar a globalizao e os impactos ambientais a esta.

    Atividades como estas so ferramentas que auxiliam naaprendizagem discente, fortalecendo o contedo apresentado nos LD apartir de um ensino ldico-pedaggico, pois vo alm de umaexposio cerrada, partindo para o campo da prtica, levando oalunado de alguma forma, ao campo da realidade socioambiental.

    No mbito escolar as atividades ldico-pedaggicas-exploratrias iro contribuir na construo do conhecimento

    significativo socializado.As atividades ldicas se definem pelo fato de propiciarem a"plenitude da experincia", ou seja, uma experincia vivencial que sed na sua integralidade, sem as fragmentaes da mente conceitual;da elas possibilitam ao ser humano vivncias plenas, que vo para"alm do ego", propiciando situaes de contato com o verdadeiro"Eu" de cada um de ns (LUCKESI, 2005).

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    4. CONCLUSES E CONSIDERAES FINAIS

    A partir da anlise dos contedos relacionados a MeioAmbiente, Educao Ambiental, Semirido e Caatinga, contidos nosLivros Didticos (LD) da educao bsica adotadas pelas escolas doCariri paraibano, podemos tecer as seguintes (in)concluses/consideraes:

    Sobre a cincia Ecologia, das 17 obras analisadas quecompreende Cincias, Biologia e Geografia, apenas trs autoresconceituam e falam sobre este tema. A partir destes conceitos, notrio constatar uma definio tradicional de Ecologia, onde sevaloriza apenas as relaes entre os seres biticos e abiticos.

    Com relao temtica Meio Ambiente e/ou Ambiente, apenasuma obra, respectivamente, apresentou um conceito, enquadrando-seestes conceitos na concepo de ambiente como Biosfera. Faz-seimportante enfatizar que na coleo voltada para EJA os autorescontextualizam no s os diferentes contedos das disciplinas, assim

    como alguns temas transversais;Nenhuma das obras analisadas conceituou EducaoAmbiental(EA), mas apresentaram contedos que esto relacionadasa esta temtica, como atividades de preservao e conservao,ressaltando a importncia de um olhar ecolgico na relao entre ohomem e a natureza.

    Os LD de uma maneira geral no apresentam os objetivos e osprincpios bsicos da EA e so ineficientes no tocante a este

    contedo. Portanto, ratificamos a idia de que o LD no deve ser onico recurso utilizado pelo professor na sala de aula.

    Dos LD analisados, apenas um dos autores conceituaram oSemirido e no que se referem Biodiversidade, seis autoresconceituaram de forma generalista enfatizando-o como um conjuntoda variedade bitica;

    Para o termo Caatinga, 05 obras caracterizam, sendo asabordagens de modo geral generalista e breve, citando sua extenso, asua pluviosidade baixa, temperatura e alguns poucos exemplos de sua

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    biocenose. A presentando pertinncia ao abordarem ilustraes einformaes sobre a fauna e flora do bioma caatinga.

    As problemticas ambientais mais citadas pelos autoresforam a poluio, o desmatamento, as queimadas, a industrializao, olixo, o buraco na Camada de Oznio e o aumento da populaohumana, que contribui para o processo de acelerao destas.

    Constatou-se que alguns autores apresentaram conceitos para otermo Conservaoe Preservao, e comentavam sobre alternativasque podem diminuir a degradao ambiental, tais como, reciclagem ereutilizao do lixo; aplicao e uso de energia renovvel;biotecnologia; biodigestores para substituir agrotxicos; etc.

    Salienta-se a necessidade de enfocar nos LD utilizados asQuestes Ambientais Loco-Regionais, tais como o Bioma Caatingae a regio semirida, apensar das colees da EJA trazereminformaes Biorregionalista, considerando que as editorasconcentram-se principalmente no centro Sul do pas, priorizando estaregio e impondo a sua utilizao em todo territrio nacional;

    Sugere-se aos professores adotarem critrios para a escolha dosLD e maior anlise deste recurso didtico, assim como procurarutilizar outros materiais paradidticos como informaescomplementares para suas aulas;

    Recomenda-se aos autores e editoras buscar estabelecer umamaior vinculao entre os contedos tratados nos livros didticos e aspropostas contidas nos PCN, Diretrizes Curriculares para EA e aPNEA (Poltica Nacional de Educao Ambiental).

    REFERNCIAS

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    CAPTULO 02

    OFICINAS PEDAGGICAS E O ESTUDO DO MEIO COMOMODALIDADES DIDTICAS NA FORMAO

    CONTINUADA DE PROFESSORES NO CARIRI PARAIBANO

    FRANCISCO JOS PEGADO ABLIOMICHLE SATO

    MYLLER GOMES MACHADO

    DARLISSON SRGIO COSTA RAMOSDAYANE DOS SANTOS SILVA

    Resumo: Como modalidades didticas, as oficinas pedaggicas e oestudo do meio proporcionam a construo de conhecimentossocializados a partir de situaes vivenciadas pelos participantes,assim como aprofunda a reflexo sobre a educao, a escola e a

    prtica que nela se efetiva. Objetivou-se desenvolver atividadesldico-pedaggicas que contribussem para a dinamizao dasvivencias educacionais dos docentes que participaram do I curso deEA para o semirido, relacionando a necessidade de conservao dobioma Caatinga. Esta Pesquisa utilizou-se da Pesquisa Participante eda Pesquisa Colaborativa, tendo como publico alvo os cinquenta (50)docentes, sendo realizadas 12 oficinas eco-pedaggicas e 03 estudosdo meio ao longo destes, em um perodo de dois anos. Onde

    prioritariamente, a produo de conhecimentos, em relao EA parao Semirido, prioritariamente, deve ser voltada para uma educaocontextualizada loco-regional, contribuindo assim para um ensinocrtico e emancipatrio. Por fim, as atividades desenvolvidas nestapesquisa contriburam para ampliar a discusso e reflexo acerca deaspectos bio-scio-culturais e ambientais, sobretudo na formao doeducador e dos saberes sociais produzidos loco-regionalmente.

    Palavras chave: Formao Continuada de Professores. OficinasPedaggicas. Estudos do Meio.

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    1. INTRODUO

    Ensinar no s uma questo de metodologia. Assim, sersujeito de um conhecimento no s ser capaz de se aprofundar numobjeto de conhecimento, reproduzindo-o concretamente em seusmovimentos e excees. Ser sujeito do conhecimento tambm sercapaz de, por snteses contnuas, pensar a si prprio, num contextosocial, numa realidade da qual se faz parte, atravs de aes efetivasde transformao (ABLIO, 2009).

    Como um das metas da Educao Ambiental a clarificaode conceitos e princpios, portanto, quanto maior for diversidade deModalidades Didticasque o professor possa utilizar, melhor ser apossibilidade de um conhecimento significativo. Essas modalidadesdidticas tm como objetivos, transmitir informaes (tais como: aulaexpositiva-dialogada e demonstrao), realizar investigaes (oficinaspedaggicas, aulas prticas, trilhas interpretativas, estudos do meio,projetos), etc..

    Como modalidade didtica, as Oficinas Pedaggicasproporcionam a construo de conhecimentos coletivos a partir desituaes vivenciadas pelos participantes, assim como possibilitamaprofundar a reflexo sobre a educao, a escola e a prtica que nelase efetiva (ANDRADE et al., 1996).

    As Oficinas Pedaggicas se caracterizam como uma prticapeculiar por apresentar os seguintes elementos: reflexo e troca deexperincia, confrontando a prtica com a teoria e avanando na

    construo coletiva do saber; produo coletiva - comprometimento edesenvolvimento de competncias; confronto de experincias ecriando estratgias - descoberta de alternativas de soluo para osimpasses fundamentados na necessidade de transformar a realidadeeducacional (FERREIRA, 2001).

    Esse processo de conhecimento se d a partir da marca dahorizontalidade na construo do saber inacabado, onde a propostametodolgica de oficina pedaggica busca apreender o conhecimentoa partir do conjunto de acontecimentos vivenciais no dia-a-dia, onde arelao teoria e prtica constitui o fundamento do processo

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    pedaggico. Assim, o conceito de oficinas aplicado educao,refere-se ao lugar onde se aprende fazendo junto com os outros

    (FIGUEIRDO et al., 2006).A realizao de Estudos do Meio motivadora para os alunos,pois desloca o ambiente de aprendizagem para fora da sala de aula(BRASIL, 2002). Permite a aquisio de atitudes de observao crticada realidade e despertar da sua curiosidade assim como possibilita apercepo integral da realidade local e obteno de dados informativossociais, polticos, histricos, geogrficos, econmicos, que o ajudaroa analisar melhor a realidade que o rodeia (ZBOLI, 2004).

    Quando falamos em Trilhas Ecolgicas e Interpretativas,estamos falando de um instrumento importante para odesenvolvimento da Educao Ambiental, como forma de despertar aconscincia, trazendo tona a importncia de se conservar, por meiode atividades ou dinmicas que aproximam o pblico das realidadessobre as questes ambientais, sociais, culturais, histricas e artsticas.Visa sensibilizao do indivduo, sobre o seu papel como cidado,

    garantindo uma atitude consciente no meio em que vive e colaborandopara um meio ambiente equilibrado para atuais e futuras geraes(MAMEDE, 2003).

    Partindo destes princpios, este trabalho teve como objetivodesenvolver atividades ldico-pedaggicas que contribussem para amotivao e dinamizao das vivncias educacionais dos docentes queparticiparam do I Curso de Especializao lato sensu: EducaoAmbiental (EA) para o Semirido, possibilitando relacionar a

    necessidade da conservao do bioma Caatinga e a melhor qualidadede vida das populaes humanas na regio do cariri paraibano.

    2. MATERIAL E MTODOS

    Este trabalho foi desenvolvido no municpio de So Joo doCariri com a participao no curso de cinquenta (50) docentes deescolas pblicas do cariri paraibano, caracterizando-se como uma pesquisa decunho Qualitativo, onde se utilizou como pressupostos terico-

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    metodolgicos elementos da Pesquisa Participante e da PesquisaColaborativa.

    A Pesquisa Qualitativa, segundo Moreira (2004), apresentacomo caractersticas: um foco na interpretao que os prpriosparticipantes tm da situao sob estudo, em vez de na quantificao;enfatiza aspectos da subjetividade, em vez de na objetividade;demonstra uma flexibilidade no processo de conduzir a pesquisa;preocupa-se com o contexto, no sentido de que o comportamento daspessoas e a situao ligam-se intimamente na formao daexperincia; reconhece o impacto do processo da pesquisa sobre asituao em foco e admite-se que o pesquisador exerce influnciasobre a situao de pesquisa e por ela tambm influenciado.

    A Pesquisa Participante consiste na participao real doconhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situaodeterminada. Neste caso, o observador assume, pelo menos at certoponto, o papel de um membro do grupo. Da por que se pode definirObservao Participante como a tcnica pela qual se chega ao

    conhecimento da vida de um grupo a partir do interior dele mesmo(GIL, 1999).Segundo Severino (2007) a Pesquisa Participante aquela em

    que o Pesquisador:

    para realizar a observao dos fenmenos,compartilha a vivncia dos sujeitos pesquisados,

    participando, de forma sistemtica e permanente,

    ao longo do tempo da pesquisa, das suasatividades. O pesquisador coloca-se numa posturade identificao com os pesquisados. Passa ainteragir com eles em todas as situaes,acompanhando todas as aes praticadas pelossujeitos (SEVERINO, 2007, p. 120).

    Os processos de pesquisa construdos colaborativamente

    oferecem um potencial que auxilia o pensamento terico, fortalece aao e abre novos caminhos para o desenvolvimento pessoal e

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    profissional. Na Pesquisa em Educao, motivar a colaboraoenvolve tambm a reflexividade conjunta de conhecimentos, prticas,

    atitudes e valores, trajetria em que os parceiros em momentos inter eintrasubjetivos interpretam o material que obtm do mundo externo,transformando-o internamente (IBIAPINA, 2008).

    A Pesquisa Colaborativa um tipo de investigao queaproxima duas dimenses da pesquisa em Educao, a produo desaberes e a formao contnua de professores. uma prtica que sevolta para a resoluo dos problemas sociais, especialmente aquelesvivenciados na escola, contribuindo com a disseminao de atitudesque motivam a produo de conhecimento, mudana da culturaescolar e desenvolvimento profissional dos professores. Exige oenvolvimento de Professores da Escola e da Universidade emprojetos que enfrentem o desafio de mudar as prticas escolares e decontribuir para o desenvolvimento de seus participantes.

    A modalidade Pesquisa-Ensino Colaborativase d, segundoPenteado e Garrido (2010), quando os professores contam com a ajuda

    sistemtica de pesquisadores que se tornam parceiros do processo deinvestigao e mudana das prticas docentes.A parceria entre a instituio de Ensino Bsico e a

    Universidade ocorre por iniciativa da prpria escola, que busca apoioacadmico para a realizao de seus propsitos de inovao, assimcomo para o desenvolvimento profissional de seus docentes; ou poriniciativa da universidade, que procura aproximar-se mais da escolabsica, disponibilizando participao em seus processos investigativos

    do ensino-aprendizagem, com a elaborao conjunta de projetos(PENTEADO; GARRIDO, 2010, p.11-12). Colaborar NO significacooperar, tampouco participar, significa oportunidade igual enegociao de responsabilidades, em que os partcipes tm voz e vezem todos os momentos da pesquisa (IBIAPINA, 2008).

    Durante a execuo das oficinas ecopedaggicas foramutilizados como metodologia a construo do conhecimentosocializado, atravs da pesquisa participante e exposies dialogadasutilizando diferentes recursos didticos e momentos prticos e ldico-pedaggicos. Os momentos presenciais foram realizados aos sbados,

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    em intervalos mensais, com durao de 08 horas-aula; Ao longo daimplementao do projeto foram desenvolvidas 12 oficinas de

    produo de conhecimentos e materiais didticos.No perodo entre a execuo das oficinas foram realizados oEstudo do Meio, onde foram desenvolvidas aulas de campo, trilhasinterpretativas e leitura de paisagem em reas do Bioma Caatinga naregio do cariri paraibano.

    3. RESULTADOS E DISCUSSO

    O ambiente escolar como um dos espaos de formao doindivduo, deve ter como um de seus principais papis proporcionar oestreitamento da relao ser humano-natureza, contribuindo para aconstruo desta no cotidiano de cada aluno. Assim o professor comoum dos principais agentes na formao de cidados, pode ser capaz deproporcionar por meio da EA, um resgate da conscinciacrtica/reflexiva quanto s problemticas ambientais e as devidas

    alternativas para tais situaes, a comear do meio no qual essesatores sociais esto inseridos.

    3.1.Exposio Dialgica e Oficinas Eco-Pedaggicas realizadascom os professores de escolas pblicas do Cariri paraibano

    A exposio dialgica e, principalmente o desenvolvimento

    das oficinas foram de total importncia para a sensibilizao eformao continuada dos docentes do curso, as quais promovem aao coletiva e potencializam o esprito crtico e participativo.

    A seguir, esto descritos os contedos tericos trabalhadosdurante os momentos da Exposio Dialgica e Oficinas Eco-Pedaggicas realizados com os professores da educao bsica doCariri paraibano, durante o I curso de especializao lato sensu: EApara o semirido.

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    Oficina 01 - Ecologia e Conservao Ambiental no semiridoCaracterizao de regies Semiridas; O Ambiente Fsico da Regio

    Semirida do Nordeste Brasileiro; Fatores Limitantes e AdaptaesEcolgicas; Biodiversidade no Bioma Caatinga; Princpios Ecolgicose Relao Sociedade-Natureza; Desequilbrios Ambientais Rurais eUrbanos (Causas e Consequncias). Unidades de Conservao(Categorias e Definies); Caracterizao de Atores e Instituies naGesto dos Espaos Naturais; Manejo e Recuperao de reasDegradadas; A Biodiversidade como Recurso: Importncia Ecolgicae para a Humanidade (Figura 01).

    Figura 01 - Oficina pedaggica intitulada Ecologia e ConservaoAmbiental no Semirido realizada durante o I Curso deEspecializao deEA para o Semirido.

    Reconhecer as principais caractersticas ecolgicas, a estruturae o funcionamento do Bioma Caatinga contribuem para asensibilizao e interao entre os professores devido s diversastemticas que estes trabalham e vivenciam, ressaltando a importnciado semirido, regio na qual esto inseridos, sendo necessria a sua

    conservao por motivos que vo alm da riqueza e diversidade deespcies (SANTOS; TABARELLI, 2005).

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    Oficina 02 Educao Ambiental: Conceitos, Princpios,Tendncias: Histrico da EA; Princpios e tendncias da EA; EA nos

    espaos Formais, Informais e No formais; Escola, currculo econstruo de conhecimentos: perspectivas multiculturais emeducao ambiental; A mediao social ambiental; A prticapedaggica: dimenses e desafios. Projetos pedaggicos em educaoambiental; A interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade em EA.Atividades pedaggicas aplicadas EA (Figura 02).

    Figura 02 - Oficina pedaggica intitulada EA: conceitos, princpios,

    tendncias realizada durante o I Curso de Especializao de EA para oSemirido.

    Nesta atividade trabalhou-se a