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Associação da Vila Militar Publicações Técnicas Volume XXXIII 2ª EDIÇÃO - REVISADO E ATUALIZADO EDUARDO JOSÉ SLOMP AGUIAR Copyright © 2016 por Eduardo José Slomp Aguiar Copyright © 2016 por AVM - Associação da Vila Militar - Departamento Cultural AVISO LEGAL Esta publicação, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização expressa por escrito pelo Autor. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. IMPRESSÃO Optagraf Editora & Gráfica PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Jônatas Barrionuevo Theodoro ILUSTRAÇÕES Guilherme Caldas e Álvaro Zacarias VÍDEOS Salted Caramel Filmes A282 Aguiar, Eduardo José Slomp, 1980- Resgate Vertical - Manual de Bolso / Eduardo José Slomp Aguiar. - 2 a Edição. Curitiba : Associação da Vila Militar - Departamento Cultural, 2016. 297 p. ; 21 cm. ISBN 978-85-915489-1-0 1. Resgate e salvamento em ambiente vertical. 2. Técnica e Metodologia de resgate em altura/ambiente vertical. I. Título CDD: 600 CDU: 614.8 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ficha Catalográfica feita por Jônatas Barrionuevo Theodoro Índice para catálogo sistemático: 1. Tecnologia (Ciências Aplicadas) 600 2. Acidentes. Riscos. Perigos. Prevenção de acidentes. Proteção pessoal. Segurança 614.8 Copyright © 2016 AVM - ASSOCIAÇÃO DA VILA MILITAR Departamento Cultural - Publicações Técnicas Rua Santo Antonio, 100 - Bairro Rebouças CEP 80.230-130 - Curitiba - Paraná - Brasil Tel. +55 (41) 3075-8224 [email protected] http://www.avmpmpr.com.br

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Associação da Vila MilitarPublicações Técnicas

Volume XXXIII

2ª EDIÇÃO - REVISADO E ATUALIZADO

EDUARDO JOSÉ SLOMP AGUIAR Copyright © 2016 por Eduardo José Slomp AguiarCopyright © 2016 por AVM - Associação da Vila Militar - Departamento Cultural

AVISO LEGALEsta publicação, na totalidade ou em parte, não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização expressa por escrito pelo Autor. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na lei nº 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

IMPRESSÃOOptagraf Editora & Gráfica

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOJônatas Barrionuevo Theodoro

ILUSTRAÇÕESGuilherme Caldas e Álvaro Zacarias

VÍDEOSSalted Caramel Filmes

A282 Aguiar, Eduardo José Slomp, 1980-Resgate Vertical - Manual de Bolso / Eduardo José Slomp Aguiar. - 2a Edição.

Curitiba : Associação da Vila Militar - Departamento Cultural, 2016.297 p. ; 21 cm.

ISBN 978-85-915489-1-0

1. Resgate e salvamento em ambiente vertical. 2. Técnica e Metodologia de resgate em altura/ambiente vertical. I. Título

CDD: 600CDU: 614.8

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Ficha Catalográfica feita por Jônatas Barrionuevo Theodoro

Índice para catálogo sistemático:

1. Tecnologia (Ciências Aplicadas) 6002. Acidentes. Riscos. Perigos. Prevenção de acidentes. Proteção pessoal. Segurança 614.8

Copyright © 2016AVM - ASSOCIAÇÃO DA VILA MILITARDepartamento Cultural - Publicações TécnicasRua Santo Antonio, 100 - Bairro RebouçasCEP 80.230-130 - Curitiba - Paraná - BrasilTel. +55 (41) [email protected]://www.avmpmpr.com.br

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Caminante, no hay camino,se hace camino al andar.

(Antonio Machado Ruiz)

PATROCINADORES:

APOIADORES:

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SUMÁRIO

1 O AMBIENTE VERTICAL .............................................................................................. 191.1 LOCAIS DE AMBIENTE VERTICAL ....................................................................................... 201.2 O RESGATE VERTICAL ........................................................................................................ 221.3 PRINCÍPIOS DO RESGATE VERTICAL ................................................................................ 241.4 O RESGATISTA VERTICAL ................................................................................................... 251.5 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR NO RESGATE VERTICAL .......................................... 26

2 NORMALIZAÇÃO E CERTIFICAÇÃO ........................................................................... 312.1 LEGISLAÇÃO ........................................................................................................................ 322.2 UIAA ...................................................................................................................................... 332.3 CE STANDARDS .................................................................................................................. 332.4 NFPA ..................................................................................................................................... 332.5 ABNT .................................................................................................................................... 342.6 OUTROS ÓRGÃOS NORMALIZADORES ........................................................................... 34

3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .......................................................... 373.1 CAPACETES ......................................................................................................................... 383.2 ROUPAS ............................................................................................................................... 393.3 CALÇADOS .......................................................................................................................... 403.4 LUVAS .................................................................................................................................. 403.5 CINTOS DE SEGURANÇA ....................................................................................................413.6 PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ................................................................................................ 433.7 ÓCULOS ............................................................................................................................... 443.8 LANTERNAS ........................................................................................................................ 443.9 FACAS .................................................................................................................................. 45

4 EQUIPAMENTOS FLEXÍVEIS ...................................................................................... 474.1 TIPOS DE CORDA ................................................................................................................ 484.2 NOMENCLATURA DAS PARTES DE UMA CORDA ........................................................... 494.3 FIBRAS UTILIZADAS NA FABRICAÇÃO DE CORDAS ....................................................... 504.4 FABRICAÇÃO DE CORDAS ................................................................................................. 524.5 FATOR QUEDA ..................................................................................................................... 564.6 ESCOLHER A CORDA ......................................................................................................... 594.7 CORDELETES .......................................................................................................................614.8 FITAS .....................................................................................................................................614.9 AUTOSSEGURANÇA OU TALABARTE .............................................................................. 634.10 TALABARTE DE POSICIONAMENTO ................................................................................ 654.11 ABSORVEDOR OU DISSIPADOR ....................................................................................... 65

5 CUIDADOS COM A CORDA DE RESGATE ................................................................. 675.1 HISTÓRICO DA CORDA ....................................................................................................... 685.2 ETIQUETAR A CORDA ......................................................................................................... 69

5.3 FALCASSAR A CORDA ........................................................................................................ 695.4 ARMAZENAR A CORDA ...................................................................................................... 695.5 CAUSAS DE DANO À CORDA .............................................................................................725.6 INSPECIONAR APÓS O USO .............................................................................................. 735.7 APOSENTAR UMA CORDA ................................................................................................. 735.8 LAVAGEM DA CORDA ......................................................................................................... 735.9 INDICAÇÕES PARA USO DA CORDA .................................................................................74

6 EQUIPAMENTOS RÍGIDOS .......................................................................................... 776.1 MOSQUETÕES ..................................................................................................................... 786.2 DESCENSORES ................................................................................................................... 866.3 BLOCANTES MECÂNICOS ................................................................................................. 896.4 ASCENSORES ..................................................................................................................... 906.5 POLIAS ..................................................................................................................................916.6 ANCORAGENS ARTIFICIAIS ............................................................................................... 926.7 PROTEÇÃO DE CORDA ...................................................................................................... 936.8 PLACAS DE ANCORAGEM ................................................................................................. 956.9 DISTORCEDOR .................................................................................................................... 95

7 NÓS E VOLTAS ........................................................................................................... 977.1 AS QUALIDADES DE UM BOM NÓ ...................................................................................... 987.2 COMO NÓS AFETAM CORDAS .......................................................................................... 987.3 CONFECCIONAR E AFROUXAR NÓS ................................................................................ 987.4 TIPOS DE NÓS ..................................................................................................................... 997.5 FAZER BACKUP NOS NÓS ............................................................................................... 1087.6 RETIRAR A TENSÃO DOS NÓS ......................................................................................... 1087.7 CONFECÇÃO DE CADEIRINHAS E PEITORAIS ................................................................ 109

8 ANCORAGENS .......................................................................................................... 1138.1 MATERIAIS PARA ANCORAGEM ........................................................................................ 1148.2 ANCORAGEM COM FITAS ................................................................................................. 1148.3 PONTOS DE ANCORAGEM ............................................................................................... 1158.4 POSICIONAMENTO DAS ANCORAGENS ......................................................................... 1178.5 DESVIADORES ................................................................................................................... 1178.6 SISTEMA DE ANCORAGEM SEGURO – SAS ................................................................... 118

9 FAZENDO A SEGURANÇA DE UMA PESSOA ........................................................... 1259.1 QUANDO UTILIZAR SEGURANÇA .....................................................................................1269.2 SISTEMA DE SEGURANÇA ................................................................................................1269.3 COMUNICAÇÃO NA SEGURANÇA ...................................................................................1279.4 EQUIPAMENTOS PARA EFETUAR SEGURANÇA .............................................................1289.5 PRECAUÇÕES PARA A SEGURANÇA .............................................................................. 130

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9.6 SEGURANÇA PARA RAPEL ............................................................................................... 1319.7 SEGURANÇA COM O PRÓPRIO CORPO ..........................................................................1329.8 SISTEMA PARA A PRÁTICA DA SEGURANÇA .................................................................132

10 RAPEL ..................................................................................................................... 13510.1 COMO FUNCIONA O RAPEL ........................................................................................... 13610.2 APARELHOS DE RAPEL ....................................................................................................13710.3 IMPORTÂNCIA DO CONTROLE ....................................................................................... 14110.4 RAPEL COM MOSQUETÃO .............................................................................................. 14110.5 COMO AUMENTAR O ATRITO PARA MAIOR CONTROLE .............................................14210.6 INICIAR O RAPEL ............................................................................................................. 14310.7 CAMINHAR NA PAREDE .................................................................................................. 14510.8 PASSAR POR UM OBSTÁCULO ..................................................................................... 14610.9 FRACIONAMENTO .......................................................................................................... 14610.10 RAPEL EM EMERGÊNCIA .............................................................................................. 14610.11 TRAVAR O APARELHO DE RAPEL ................................................................................. 14810.12 FAZER A PASSAGEM POR UM NÓ ............................................................................... 14910.13 EXTRICAÇÃO DE APARELHOS DE RAPEL TRAVADOS .............................................. 15010.14 PREVENIR DE SE RAPELAR ATÉ O FIM DA CORDA .................................................... 150

11 ASCENSÃO .............................................................................................................. 15311.1 DIFERENÇAS ENTRE BLOCANTES MECÂNICOS E CORDELETES .............................. 15411.2 ASCENSORES DE USO INDIVIDUAL .............................................................................. 15411.3 ASCENSÃO COM NÓ PRUSSIK ...................................................................................... 15611.4 SISTEMAS DE ASCENSÃO .............................................................................................. 15811.5 ASCENDER POR UM OBSTÁCULO .................................................................................. 16111.6 COLOCAR UMA CARGA NA CORDA PARA FACILITAR A ASCENSÃO ......................... 16111.7 TROCA DE ASCENSÃO PARA RAPEL .............................................................................. 16111.8 TROCA DE RAPEL PARA ASCENSÃO .............................................................................162

12 FAZER A SEGURANÇA EM RESGATE .................................................................... 16512.1 DIFERENÇA ENTRE SEGURANÇA PARA UMA PESSOA E DE RESGATE ..................... 16612.2 O SISTEMA PRUSSIK DUPLO (TANDEM PRUSSIK) ...................................................... 16612.3 TRAVERSE 540º RESCUE BELAY™ ................................................................................17012.4 RESCUE MPD™ ................................................................................................................17012.5 SEGURANÇA TENSIONADA ............................................................................................ 171

13 TÉCNICAS PARA EVACUAÇÃO .............................................................................. 17313.1 QUANDO UTILIZAR UM SISTEMA PARA EVACUAÇÃO .................................................17413.2 MONTAR UM SISTEMA PARA EVACUAÇÃO ..................................................................17513.3 RESGATE DE UMA PESSOA SEM CADEIRINHA ............................................................17613.4 RESGATE DE UMA PESSOA UTILIZANDO CADEIRINHA ..............................................17813.5 PROCEDIMENTOS PARA A PASSAGEM DE NÓ .............................................................17913.6 FAZER A TROCA DE DESCENSÃO PARA ASCENSÃO ..................................................179

13.7 CONSIDERAÇÕES MÉDICAS EM RESGATE DE EVACUAÇÃO ..................................... 18014 RESGATE EM DECLIVES ........................................................................................ 18314.1 EXEMPLOS DE RESGATE EM DECLIVE .......................................................................... 18414.2 ELEMENTOS DE UM RESGATE EM DECLIVE ................................................................ 18414.3 MACA PARA RESGATE VERTICAL ................................................................................. 18514.4 USO DE CORDAS NO RESGATE EM DECLIVE .............................................................. 18914.5 EQUIPE DO RESGATE EM DECLIVE ............................................................................... 18914.6 FREIO E ANCORAGEM PARA RESGATE EM DECLIVE ................................................... 19114.7 ASCENSÃO PARA RESGATE EM DECLIVE .................................................................... 19314.8 MOVIMENTAÇÃO DO PESSOAL DE APOIO NO RESGATE EM DECLIVE .................... 19414.9 COMUNICAÇÃO DA EQUIPE NO RESGATE EM DECLIVE ........................................... 19414.10 OUTROS EQUIPAMENTOS PARA RESGATE EM DECLIVES ...................................... 194

15 RESGATE COM MACAS E FACES VERTICAIS ......................................................... 19715.1 SITUAÇÕES DE RESGATE COM MACA EM FACES VERTICAIS ................................... 19815.2 FATOR SEGURANÇA EM DESCENSÃO COM MACA .................................................... 19815.3 POSIÇÃO DA MACA: VERTICAL OU HORIZONTAL ...................................................... 19815.4 PRENDER A VITIMA NA MACA ....................................................................................... 19915.5 DESCENSÃO COM CORDA SIMPLES ............................................................................20015.6 DESCENSÃO COM CORDA DUPLA ............................................................................... 20215.7 AUXÍLIO DE OUTRO RESGATISTA COM RAPEL ...........................................................20415.8 PROCEDIMENTOS PARA PASSAGEM DE NÓ ...............................................................20515.9 TROCA DE DESCENSÃO PARA ASCENSÃO .................................................................20515.10 CONSIDERAÇÕES MÉDICAS SOBRE A VITIMA NA MACA ........................................205

16 SISTEMA DE POLIAS ............................................................................................. 20916.1 QUANDO UTILIZAR UM SISTEMA DE POLIAS ...............................................................21016.2 COMO FUNCIONA UM SISTEMA DE POLIAS ................................................................21016.3 CALCULAR A VANTAGEM MECÂNICA ........................................................................... 21116.4 ELEMENTOS DE UM SISTEMA DE POLIAS ....................................................................21316.5 EVITAR O ATRITO EM UMA QUINA .................................................................................21516.6 RISCO DA MULTIPLICAÇÃO DAS FORÇAS ....................................................................21616.7 REGRA 18 OU 12 ...............................................................................................................21616.8 AUMENTO DAS FORÇAS PELO ÂNGULO DA TRAÇÃO ................................................21616.9 GANHO DE FORÇA PELO TIPO DE PUXADA .................................................................21716.10 COMANDOS EM SISTEMA DE POLIAS .........................................................................21716.11 MONTAR UM SISTEMA DE POLIAS ...............................................................................21816.12 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE POLIAS ............................................................ 22016.13 PASSAGEM DE NÓ EM UM SISTEMA DE POLIAS .. ..................................................... 22016.14 EFETUAR A TROCA DE ASCENSÃO PARA DESCENSÃO ............................................221

17 TIROLESA ............................................................................................................... 22317.1 QUANDO UTILIZAR TIROLESA EM RESGATE ................................................................ 22417.2 MONTAGEM DA TIROLESA ............................................................................................. 224

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17.3 ACRÉSCIMO DE FORÇAS EM ANCORAGENS COM A TIROLESA ............................... 22717.4 FUZIL LANÇA-RETINIDA ................................................................................................. 227

18 RESGATE COM ESCADAS ..................................................................................... 22918.1 ESCOLHER A ESCADA ....................................................................................................23018.2 MANUSEIO DA ESCADA .................................................................................................23018.3 FAZER A SEGURANÇA .....................................................................................................23118.4 RETIRAR UMA VÍTIMA PELOS DEGRAUS ..................................................................... 23218.5 RETIRAR UMA VÍTIMA PELA CORDA ............................................................................. 23218.6 RETIRADA DE MACA UTILIZANDO ESCADA COMO DOBRADIÇA .............................23318.7 RETIRADA DE MACA UTILIZANDO ESCADA COMO TRILHO .....................................23418.8 OUTRAS UTILIDADES DA ESCADA ............................................................................... 23518.9 AMARRAÇÃO DA ESCADA EM POSTE .......................................................................... 235

19 RESGATE EM ESPAÇO CONFINADO ...................................................................... 23719.1 DEFINIÇÃO DE ESPAÇO CONFINADO ...........................................................................23819.2 RISCOS EM ESPAÇO CONFINADO ................................................................................23819.3 DETECÇÃO DE RISCOS ATMOSFÉRICOS .....................................................................24019.4 IMPORTÂNCIA DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA ...........................24119.5 VENTILAÇÃO ....................................................................................................................24119.6 EQUIPE DE RESGATE EM ESPAÇO CONFINADO ......................................................... 24219.7 USO DE UMA LINHA DE RECUPERAÇÃO ..................................................................... 24219.8 TRIPÉS .............................................................................................................................. 24219.9 FRACIONAMENTO ..........................................................................................................24419.10 DESVIADORES ...............................................................................................................24419.11 CONSIDERAÇÕES MÉDICAS SOBRE VÍTIMAS EM ESPAÇOS CONFINADOS .......... 245

20 RESGATE EM SILOS ............................................................................................... 24720.1 INCIDENTES EM SILOS ...................................................................................................24820.2 TIPOS DE SILOS ..............................................................................................................24820.3 RISCOS ATMOSFÉRICOS EM SILOS .............................................................................24920.4 APRISIONAMENTO OU ENGOLFAMENTO POR GRÃOS ............................................. 24920.5 PROCEDIMENTO DE RESGATE .......................................................................................251

21 RESGATE EM TENTATIVA DE SUICÍDIO .................................................................. 25521.1 QUEM É O SUICIDA? ........................................................................................................25621.2 LOCAIS DE TENTATIVA DE SUICÍDIO NO AMBIENTE VERTICAL ................................25621.3 USO DE BARREIRAS ........................................................................................................25621.4 INFLUÊNCIA DA MÍDIA .................................................................................................... 25721.5 INFLUÊNCIA DA MULTIDÃO ........................................................................................... 25721.6 ABORDAGEM SISTEMÁTICA AO SUICÍDIO ................................................................... 25721.7 UTILIZAÇÃO DE UM INTERMEDIÁRIO ...........................................................................25921.8 TÉCNICAS DE RESGATE .................................................................................................25921.9 CONSIDERAÇÕES MÉDICAS SOBRE O SUICIDA .........................................................263

22 RESGATE COM HELICÓPTERO .............................................................................. 26522.1 HELICÓPTEROS NO RESGATE VERTICAL .....................................................................26622.2 USO DO HELICÓPTERO .................................................................................................26622.3 COMO VOA UM HELICÓPTERO .................................................................................... 26722.4 PARTES DE UM HELICÓPTERO ..................................................................................... 26722.5 TRIPULAÇÃO NO HELICÓPTERO .................................................................................. 26722.6 PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA EM HELICÓPTEROS .........................................26822.7 PREPARAR UMA ZONA DE POUSO PARA EMERGÊNCIA ...........................................26922.8 COMUNICAÇÃO COM SINAIS ....................................................................................... 27022.9 POUSO COM SOMENTE UM ESQUI ............................................................................. 27022.10 RAPELAR DO HELICÓPTERO ........................................................................................27122.11 OPERANDO UM IÇAMENTO DE RESGATE .................................................................. 27221.12 OPERAR UMA EVACUAÇÃO PELA CORDA ................................................................. 27222.13 OPERAR UMA DESVINCULAÇÃO DA PAREDE ........................................................... 27322.14 ALIJAMENTO ................................................................................................................. 27422.15 GUINCHO NO RESGATE VERTICAL ............................................................................. 27422.16 OUTROS EQUIPAMENTOS EM RESGATE COM HELICÓPTERO ............................... 274

23 ORGANIZAÇÃO E OPERAÇÃO DE UM GRUPO DE RESGATE ................................ 27723.1 FORMAÇÃO ...................................................................................................................... 27823.2 TREINAMENTO CONSTANTE: A CHAVE DO SUCESSO .............................................. 27823.3 ESTRUTURA DE UM GRUPO DE RESGATE .................................................................. 27923.4 COMUNICAÇÃO .............................................................................................................28023.5 FASES TÁTICAS DE UM RESGATE ..................................................................................28123.6 ZONEAMENTO DE SEGURANÇA ..................................................................................28423.7 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO ..................................................................................28523.8 SISTEMA DE COMANDO DE INCIDENTES ...................................................................28523.9 ACIDENTES. COMO EVITÁ-LOS? .................................................................................. 287

24 CONSEQUÊNCIA SITUACIONAL NO RESGATE VERTICAL ................................... 28924.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................29024.2 PENSAR LÓGICO E PENSAR INTUITIVO .......................................................................29024.3 PROCESSO DECISÓRIO POR RECONHECIMENTO PRIORITÁRIO ...............................29124.4 EXPERIÊNCIA E TORNANDO-SE UM EXPERT ............................................................ 29224.5 CONSCIÊNCIA SITUACIONAL EM EQUIPE ...................................................................29324.6 BARREIRAS PARA FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA SITUACIONAL ............................29424.7 CONCLUSÃO E BOAS PRÁTICAS ..................................................................................295

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................296

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CRÉDITO: Acervo do autor

RESGATE EMDECLIVES

14CAPÍTULO

183

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Resgate Vertical - 2ª Edição

Capítulo 14

184Quando se fala em resgate em declives, deve-se pensar que ele pode ocor-

rer nos dois sentidos: declive ou aclive, sendo o normal trabalhar nas duas direções para acessar a vitima e removê-la. Nem sempre se imagina o resgate em declives como uma operação complexa, mas a realidade é diferente. Embora não pareça, é das operações de resgate mais comuns, principalmente no resgate em montanha, e que exige grande preparo da equipe.

O risco de acidentes está mais presente nesta operação do que em outras, seja por ser mais demorada, podendo ocorrer uma desatenção da equipe, ou por se realizar no nível do solo, o que aumenta a sensação de segurança por se estar com os pés no chão.

14.1 EXEMPLOS DE RESGATE EM DECLIVE

O resgate em declives, mais comum do que possa parecer, pode ocorrer nas seguintes situações:

• Vítima em local de difícil acesso, só pode ser transportada por trilhas em terreno montanhoso;• A vítima acidentou-se na barranca de um rio e precisa ser removida do local;• Capotamento de um ônibus em desfiladeiro, as vítimas precisam ser re-tiradas para a estrada;• Retirada de vítima pelas escadarias de edifício.

O resgate em declive não implica em estar a vítima em um perigo eminente de queda, mas no transporte dela para um local onde possa receber atendimento médico.

14.2 ELEMENTOS DE UM RESGATE EM DECLIVE

O resgate em declive exige um grande número de resgatistas. O sincronismo entre todos os integrantes da equipe é essencial. Um resgate em declives normal-mente tem os seguintes elementos:

• Maca para o transporte da vítima;• Um sistema de ancoragem que nem sempre é complexo como um SAS e nem sempre é utilizado;• Corda para amarração da maca na ancoragem;• Carregadores da maca integrantes da equipe de resgate, imprescindí-veis para esse tipo de salvamento;• Homem-âncora, responsável pelos pontos de ancoragem e controle da descida ou subida (pode haver mais de um);• Homem-polia para efetuar o desvio da corda em rochas e árvores;• Descensor para quando a maca for descer (+15º de inclinação);• Sistema de polias para ascensões mais inclinadas (+15º de inclinação).

Eduardo José Slomp Aguiar

Resgate em Declives

185Somente dois destes elementos sempre estarão presentes: a maca e os car-

regadores da maca. Os outros dependem de fatores como a inclinação e/ou o risco de queda.

14.3 MACA PARA RESGATE VERTICAL

A maca é equipamento obrigatório para qualquer equipe de resgate no trans-porte de vítima traumatizada, seja qual for o ambiente. O que difere a maca de resgate vertical são algumas características particulares que o caso requer:

• Resistência: ela deve ser capaz de suportar o peso da vítima, do resga-tista e os trancos de árvores, rochas e outros que poderá sofrer;• Rígida: no transporte de vítimas com suspeita de lesão na coluna, a rigi-dez é obrigatória, para evitar maiores lesões;• Leve: para não sobrecarregar o sistema de resgate e principalmente a equipe no transporte da vítima;• Pontos de ancoragem: deve possuí-los para prender cordas, aranhas, e os carregadores da maca; e que sejam resistentes.

A variedade de macas no mercado é enorme e o tipo de resgate que a equipe realiza deve ser considerado, na compra de uma. Macas que se dividem em duas partes são boas para o transporte, pois podem ser carregadas por uma única pessoa como se fosse uma mochila (fig. 14-1). As macas confeccionadas com PVC são as mais indicadas para o espaço confinado (fig. 14-2), pois podem ser condicionadas enroladas, ficando num volume bem menor.

(fig. 14-1) - Bornier® Maca Mamute™ dividida pela metade para transporte.

(fig. 14-2) - Sistema básico de resgate Mamute FLEX™ com maca em PVC .

VÍDEO 14-1

Assista ao vídeo da montagem de uma maca rígida.

Utilize um leitor de QR Code para assistir!

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Resgate Vertical - 2ª Edição

Capítulo 14

186 VÍDEO 14-2

Assista ao vídeo da montagem de uma maca flexível.

Utilize um leitor de QR Code para assistir!

FIXAÇÃO DA VÍTIMA NA MACA

A fixação da vítima da maca no resgate vertical e principalmente no resgate em declives é de vital importância, pois a maca sempre irá se movimentar bastante durante o transporte e, se a vítima ficar sacolejando dentro dela, aumentará o risco de agravamento nas lesões.

Antes de fixar a vítima na maca para o transporte, é preciso uma avaliação primária e, se a distância a percorrer for maior do que alguns metros, uma avaliação secundária também. O acesso à vítima após a fixação não pode ficar complicado, ou avaliações clínicas da respiração, pulso e hemorragias poderão ser prejudicadas durante o deslocamento.

Na fixação alguns fatores devem ser observados:

• Entre 40º e 65º pode-se considerar o uso de um cinto para a vítima (fig. 14-3) e uma cinta para os pés (fig. 14-4); acima de 65º o seu uso é obrigató-rio;

(fig. 14-4) - Pés da vítima na maca pre-sos com corda.

(fig. 14-3) - Vítima na maca com cinto de segurança.

Eduardo José Slomp Aguiar

Resgate em Declives

187• A coluna cervical deve ser muito bem fixada na maca, através de ban-dagens;• Se a vítima apresentar sintomas de hipotermia e/ou choque, uma manta térmica deve ser colocada;• Proteger a vítima da queda de objetos (pedras, poeira, ciscos), principal-mente nos olhos e na face (fig. 14-5);

(fig. 14-5) - Proteção transparente para cabeça contra queda de objetos.

• Considerar o conforto da vítima durante o transporte; se não houver le-sões graves colocar acolchoados sob a cabeça e joelhos;• Se o uso de oxigênio for necessário, colocar o cilindro entre as pernas da vítima.

A amarração da vítima pode ser feita com cintas comercializadas pelos fabri-cantes da maca ou com fitas longas. A primeira opção é a melhor, pois segura firme o paciente e permite um acesso fácil e rápido a ele. Sempre verificar como se amarra a vítima com estas cintas, pois cada fabricante propõe uma maneira diferente.

Uma amarração boa e firme pode ser feita com duas fitas, uma de 6 m e outra de 4m, conforme o desenho abaixo (fig.14-6):

(fig. 14-6) - Amarração da vítima com cinto na maca.

Para finalizar e “empacotar” a vítima, ou seja, protegê-la do frio e das intem-péries, utilize duas fitas de 6 m realizando um ziguezague nas laterais da maca (fig. 14-7).

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Resgate Vertical - 2ª Edição

Capítulo 14

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(fig. 14-7) - Amarração da vítima.

Em evacuações rápidas com a necessidade de várias vítimas serem transpor-tadas na maca de resgate ou mesmo uma única vítima, ótima opção é fixar a vítima em uma tábua de imobilização e posteriormente prendê-la na maca com a simples passagem de fitas, ou utilizando o colete imobilizador (KED).

VÍDEO 14-3

Assista ao vídeo da amarração da vítima na maca.

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ENCORDAMENTO DA MACA: FIXO OU MÓVEL

Existem dois tipos de encordamento na maca, o fixo e o móvel. O fixo é indica-do quando o resgate é realizado com corda única. O móvel é o mais indicado quando for preciso mais de uma corda para resgate; já que também pode ser usado no pri-meiro caso, é indicado como padrão para uma equipe de resgate.

Para confeccionar o encordamento basta fazer um nó fiel em cada lateral da maca próxima à cabeça, enrolando a corda na maca entre os nós para evitar des-conforto para a vítima. Este procedimento é igual para corda fixa (fig. 14-8) ou móvel (fig. 14-9). Algumas macas já possuem cintas para realizar o encordamento de forma prática e rápida.

(fig. 14-8) - Encordamento na maca - fixa.

(fig. 14-9) - Encordamento na maca - móvel.

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Resgate em Declives

18914.4 USO DE CORDAS NO RESGATE EM DECLIVE

Uma das questões no resgate em declives é a partir de qual inclinação torna--se necessário o uso de uma corda para assegurar a maca; e a partir de qual inclina-ção é obrigatório o uso de uma corda de segurança. A inclinação é o principal fator a ser analisado, mas não é o único; o risco de queda lateral deve ser avaliado pelo chefe de equipe. No quadro, o uso de cordas conforme a inclinação:

USO DE CORDAS CONFORME INCLINAÇÃO

DECLIVE 0º a 15º 15º a 40º 40º a 65º +65º

RISCO Mínimo Baixo Médio Alto

CORDA Não há necessidade0 a 1 cordaavaliação

1 a 2 cordasavaliação

2 cordas semcarregadores

FONTE: LIPKE, Rick. Technical Rescue Riggers Guide.

14.5 EQUIPE DO RESGATE EM DECLIVE

No resgate em declive o trabalho em equipe tem importância maior do que em outros. O número de pessoas envolvidas é maior, principalmente o número de resga-tistas envolvidos diretamente com a vítima; em razão do desgaste que o resgate em declive exige; e o revezamento entre os integrantes é essencial para dividir o esforço.

VÍDEO 14-4

Assista ao vídeo da operação de resgate em declive.

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POSIÇÃO E FIXAÇÃO DOS CARREGADORES DA MACA

Para carregar a maca no declive a força humana é exigida como em nenhum outro resgate. Em terreno quase plano, dividir o peso da maca entre seis pessoas talvez seja o mais adequado, mas naqueles mais inclinados, em que os resgatistas

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Capítulo 14

190transferem o seu peso para a maca e para a corda, estes não devem passar de quatro, para não exercerem uma carga grande no sistema.

A fixação dos resgatistas na maca deve ser feita através de uma auto-segu-rança regulável como o spezzone (fig. 14-10).

(fig. 14-10) - Fixação do resgatista na maca com Spezzone.

Ao se assumir como carregador da maca, o resgatista deve tomar algumas precauções:

• Deitar o corpo para trás em terrenos muito inclinados, transferindo o peso para a maca e a corda;• Manter a maca perpendicular ao corpo;• Andar lateralmente à maca segurando com uma das mãos e usando a outra para contrabalancear quando o terreno for leve;• Quando o terreno for acidentado, segurar a maca com as duas mãos de frente para ela;• Para distribuir o peso da maca, um dos recursos é fazer a passagem do spezzone pelo ombro antes de clipar na maca;• Manter o espaço entre os carregadores para evitar que um tropece nos pés do outro;• Revezar a posição na maca, principalmente a mão da pegada, para des-cansar um dos braços.

Durante o deslocamento em terrenos com pouca inclinação, mas com muitos obstáculos como matas fechadas, indústrias, edifícios em construção, passar a maca de mão em mão pode ser a melhor opção para o transporte. Esta técnica conhecida como caterpillar, centopeia em inglês, consiste em formar duas filas, uma de frente para outra repassando a maca. Aqueles que acabaram de passá-la devem correr até a frente e tomar posição para carregá-la novamente até a passagem pelo obstáculo (fig. 14-11).

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Resgate em Declives

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(fig. 14-11) - Passagem da maca pelo caterpillar.

Além dos carregadores da maca, uma equipe de resgate em declive deve contar com o chefe de equipe, socorrista ou médico, homem-âncora e homem-polia. A função destes dois últimos é descrita no próximo item.

14.6 FREIO E ANCORAGEM PARA RESGATE EM DECLIVE

Em terrenos com maiores inclinações o uso de corda para assegurar a maca e a equipe é imprescindível. Se o resgate se resume a um único declive, a montagem do sistema é relativamente fácil, basta um descensor preso a um SAS para operar a decida. Mas se o resgate for numa montanha, por exemplo, certamente haverá pas-sagem em mais de um declive.

Para isso existe a necessidade de um ou mais homens-âncora. Este resgatista deve sempre estar andando à frente da equipe e quando verificar um terreno mais íngreme, deve instalar uma ancoragem simples em um ponto resistente, conectar a uma corda e um descensor com rapidez; ou, para agilizar, prender a corda com um descensor no seu cinto de segurança e sentar ou deitar no chão para travar uma queda (fig. 14-12).

(fig. 14-12) - Homem-âncora.

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Capítulo 14

192Outra alternativa é o controle da descida dando voltas com a corda em árvo-

res (fig. 14-13). Obviamente este tipo de frenagem só deve ser operado em situações reais, pois irá ser condenada a corda, isto é, posta em desuso.

(fig. 14-13) - Homem-âncora passando a corda em voltas na árvore.

Em alguns casos pode ser necessário desviar a corda de rochas, árvores ou outros pontos de atrito. Para isso a equipe deve contar com um homem-roldana, que fará a função de desviador conectando uma roldana à sua auto-segurança e a corda (fig. 14-14). O uso do corpo com desviador deve ser usado em último caso, é preferí-vel o uso de uma ancoragem resistente.

(fig. 14-14) - Homem-roldana desviando a corda.

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Resgate em Declives

19314.7 ASCENSÃO PARA RESGATE EM DECLIVE

A ascensão com corda em declives é mais simples do que em paredes ver-ticais, pois se espera que os carregadores da maca tenham forças suficientes para elevarem a maca, o que acaba funcionando mais como uma corda de segurança. Sua montagem consiste na instalação de um SAS, um blocante do progresso da corda e uma roldana (fig. 14-15) em um sistema 1:1. Se houver necessidade pode-se montar sistemas de polias mais complexos para ascender a carga (v. cap. 16 – Sistemas de Polias).

(fig. 14-15) - Sistema de ascensão 1:1.

USO DE CONTRAPESO

O uso de contrapeso é outra forma de auxiliar na ascensão da maca em ter-renos íngremes. O contrapeso é realizado com três ou quatro homens presos à corda ou numa segunda corda, a fim de aproveitar a outra para que os demais resgatistas a puxem (fig. 14-16).

(fig. 14-16) - Sistema com uma corda para contrapeso.

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Capítulo 14

19414.8 MOVIMENTAÇÃO DO PESSOAL DE APOIO NO RESGATE EM DECLIVE

Preocupação muitas vezes deixada de lado, a segurança do pessoal de apoio é necessária para evitar acidentes durante o resgate. A colocação de uma corda pre-sa a um SAS, com os resgatistas presos a ela através de um blocante resolve esse problema.

Tal movimentação é importante onde haja a necessidade de deslocamento constante da equipe de resgate, como num acidente com um ônibus que tenha des-pencado num desfiladeiro. O uso de duas cordas, uma para subir e outra para descer pode ser preciso.

14.9 COMUNICAÇÃO DA EQUIPE NO RESGATE EM DECLIVE

O resgate em declive visto neste capítulo envolve técnicas dos dois próximos capítulos: Resgate em Faces Verticais e Sistema de Polias. Como a comunicação e os comandos para o resgate em descida e subida são iguais, independentemente da inclinação do terreno, o padrão de comunicação será descrito nos dois próximos capítulos.

14.10 OUTROS EQUIPAMENTOS PARA RESGATE EM DECLIVES

GUINCHOS

O uso de guinchos mecânicos é proibido se eles não houverem sido fabrica-dos para o uso em resgate. Esses guinchos normalmente exercem uma força maior do que a resistência dos equipamentos de resgate, e se ocorrer um travamento por um nó, por exemplo, pode ocorrer uma ruptura. Mesmo em guinchos para resgate, um sistema de segurança é obrigatório.

MULA

A mula é um equipamento com limitações, e só serve para equipes que rea-lizam resgates constantes em terrenos que possibilitem o seu uso. Consiste em uma grande roda para auxiliar no transporte da maca (fig. 14-17).

(fig. 14-17) - CMC® Mula de Transporte de Macas Rígidas.

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Consciência Situacional no Resgate Vertical

295ser fatais. Características pessoais como: excesso de confiança; egocentrismo; ne-cessidade de ser aprovado pelo grupo e desatenção, são só alguns dos fatores que podem colocar qualquer resgatista em perigo. Um desastre ocorrido no ano de 1996 no monte Everest revela bem o que o excesso de confiança é capaz de produzir. A experiência positiva de certos escaladores na montanha criou uma falsa sensação de segurança e esta familiarização levou a uma perda na consciência do risco.

PRECONCEITOS

Embora no senso comum a palavra preconceito tenha conotação negativa, possuir algumas idéias pré-concebidas quando decisões devem ser tomadas de for-ma ágil pode ser algo positivo para quem lida com emergências. Essas idéias, no entanto, não devem ser confundidas com excesso de confiança ou intuição. Uma pessoa que a primeira vista é avaliada como vítima em um resgate, pode em questão de segundos tornar-se um agressor, por exemplo. Manter-se atento e não perder o foco, buscando sempre informações que confirmem ou refutem a hipótese inicial, é a melhor maneira de evitar enganos por preconceitos.

24.7 CONCLUSÃO E BOAS PRÁTICAS

A formação da CS deve ser uma prática constante. Desastres e acidentes ocorrem normalmente por um somatório de erros. Se o desfecho não foi como plane-jado, provavelmente o erro foi cometido lá atrás.

Para auxiliá-lo em antever maus resultados, o chefe de bombeiros Richard Gasaway desenvolveu 10 dicas para comandantes de incidentes manterem uma boa Consciência Situacional:

1. Priorize as informações coletadas.2. Estabeleça a estratégia e a tática com base na quantidade e qualidade da sua equipe.3. Mantenha-se concentrado no todo.4. Não execute tarefas operacionais.5. Nunca perca a comunicação com a equipe em maior risco.6. Comande de um local remoto, mas mantenha contato visual com o inci-dente.7. Controle as distrações e interrupções.8. Tenha um auxiliar/conselheiro.9. Estabeleça e mantenha uma presença forte de comando.10. Acelere o seu conhecimento e sua expertise na arte de comandar anali-sando estudos de caso, relatórios de incidentes e realizando simulados práti-cos.

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