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Visão de Futuro A preocupação com o futuro sempre está presente, de uma forma ou de outra, na vida das pessoas. Às vezes com um caráter mais imediatista ou numa visão de mais longo prazo, esse tipo de preocupação também ocorre em nível mais amplo, pautando ações e respostas de empresas e instituições, da sociedade, dos governos. Inaugurada no início de 2008, a Escola Sesc de Ensino Médio (ESEM) é fruto de uma visão do futuro. A materialização do sonho de um empresário que idealizava uma insti- tuição de excelência para o ensino médio, voltada para o saber, e que não fosse apenas um corredor de acesso para o vestibular. No último dia 16 de março, 163 meninos e meninas, em sua maioria filhos de co- merciários de todo o País, que deixaram as suas famílias em busca do futuro melhor que a Educação pode proporcionar, juntaram-se aos 176 primeiros alunos da escola- residência administrada pelo Sesc, no Rio de Janeiro. A aula magna contou com uma presença muito especial: a do senador Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e um apaixonado pelo projeto da Escola Sesc. “Se tivéssemos um número maior de escolas como esta, que servissem de exemplo, o mundo seria outro, e o Brasil também”, afirmou, durante a cerimônia de abertura do segundo ano letivo da instituição, marcada pela emoção de alunos, professores e demais profissionais envolvidos com a Escola. A nossa matéria de capa mostra que abrir mais e melhores horizontes para a Educação é a chave para o Brasil que todos queremos. O trabalho de mais de 60 anos nessa área rendeu à CNC a posição de parceira do governo e do Ministério da Educação: em seminário realizado em Brasília para discutir as perspectivas para a educação profissional no Brasil, o ministro Fernando Haddad destacou o “papel decisivo” do presidente da entidade, Antonio Oliveira Santos, no que chamou de “nova fase da educação profissional” do País, referindo-se às mudanças nos regimentos internos do Sesc e do Senac (e do Sesi e do Senai) que permitiram a amplia- ção de vagas gratuitas a trabalhadores de baixa renda. A preocupação com uma melhor formação profissional para os trabalhadores brasi- leiros esbarra nos efeitos da crise econômica sobre o País – outro tema abordado nesta edição. O comércio não foi, ainda, gravemente afetado, mas diversos setores produtivos já registram perda nos negócios, e, entre a população assalariada, o desemprego cresce. Aqui, em uma visão de mais curto prazo, o governo precisa agir, criar políticas mone- tárias expansionistas e medidas anti-crise. “É preciso baixar os juros e fazer com que o dinheiro chegue ao crédito, que é, sem dúvida, a variável mais importante no momento”, afirma o economista-chefe da CNC e ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas Gomes. Nesse contexto, ganha destaque o chamado cadastro positivo, um banco de dados dos bons pagadores, alvo do Projeto de Lei 836/2003 que aguarda votação na Câmara dos Deputados. Antiga reivindicação das empresas, o cadastro positivo pode ajudar a diminuir a inadimplência e reduzir os custos dos financiamentos, aquecendo as vendas do varejo e contribuindo para impulsionar a economia, neste momento de turbulência. A ampliação dos vôos do aeroporto Santos Dumont, no Rio, as discussões sobre a flexibilização dos vistos para a entrada de turistas no Brasil e outros temas de igual im- portância são também abordados nesta edição da CNC Notícias. A revista presta, ainda, homenagem a duas referências que o comércio perdeu recentemente, o ex-presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-MT, Jamil Boutros Nadaf, e Sebastião Vieira d’Avila, presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-MS. Afinal, a construção de um futuro melhor só é possível graças aos que vieram antes e, com seu esforço, trabalho e liderança, ajudaram a consolidar as bases que hoje nos permitem sonhar. Boa leitura! 1 CNC Notícias Abril 2009 n°110 EDITORIAL

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Page 1: EDITORIAL Visão de Futuro - portaldocomercio.org.br · prazo, esse tipo de preocupação também ocorre em nível mais amplo, pautando ações e respostas de empresas e instituições,

Visão de FuturoA preocupação com o futuro sempre está presente, de uma forma ou de outra, na vida

das pessoas. Às vezes com um caráter mais imediatista ou numa visão de mais longo prazo, esse tipo de preocupação também ocorre em nível mais amplo, pautando ações e respostas de empresas e instituições, da sociedade, dos governos.

Inaugurada no início de 2008, a Escola Sesc de Ensino Médio (ESEM) é fruto de uma visão do futuro. A materialização do sonho de um empresário que idealizava uma insti-tuição de excelência para o ensino médio, voltada para o saber, e que não fosse apenas um corredor de acesso para o vestibular.

No último dia 16 de março, 163 meninos e meninas, em sua maioria filhos de co-merciários de todo o País, que deixaram as suas famílias em busca do futuro melhor que a Educação pode proporcionar, juntaram-se aos 176 primeiros alunos da escola-residência administrada pelo Sesc, no Rio de Janeiro. A aula magna contou com uma presença muito especial: a do senador Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e um apaixonado pelo projeto da Escola Sesc. “Se tivéssemos um número maior de escolas como esta, que servissem de exemplo, o mundo seria outro, e o Brasil também”, afirmou, durante a cerimônia de abertura do segundo ano letivo da instituição, marcada pela emoção de alunos, professores e demais profissionais envolvidos com a Escola. A nossa matéria de capa mostra que abrir mais e melhores horizontes para a Educação é a chave para o Brasil que todos queremos.

O trabalho de mais de 60 anos nessa área rendeu à CNC a posição de parceira do governo e do Ministério da Educação: em seminário realizado em Brasília para discutir as perspectivas para a educação profissional no Brasil, o ministro Fernando Haddad destacou o “papel decisivo” do presidente da entidade, Antonio Oliveira Santos, no que chamou de “nova fase da educação profissional” do País, referindo-se às mudanças nos regimentos internos do Sesc e do Senac (e do Sesi e do Senai) que permitiram a amplia-ção de vagas gratuitas a trabalhadores de baixa renda.

A preocupação com uma melhor formação profissional para os trabalhadores brasi-leiros esbarra nos efeitos da crise econômica sobre o País – outro tema abordado nesta edição. O comércio não foi, ainda, gravemente afetado, mas diversos setores produtivos já registram perda nos negócios, e, entre a população assalariada, o desemprego cresce. Aqui, em uma visão de mais curto prazo, o governo precisa agir, criar políticas mone-tárias expansionistas e medidas anti-crise. “É preciso baixar os juros e fazer com que o dinheiro chegue ao crédito, que é, sem dúvida, a variável mais importante no momento”, afirma o economista-chefe da CNC e ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas Gomes. Nesse contexto, ganha destaque o chamado cadastro positivo, um banco de dados dos bons pagadores, alvo do Projeto de Lei 836/2003 que aguarda votação na Câmara dos Deputados. Antiga reivindicação das empresas, o cadastro positivo pode ajudar a diminuir a inadimplência e reduzir os custos dos financiamentos, aquecendo as vendas do varejo e contribuindo para impulsionar a economia, neste momento de turbulência.

A ampliação dos vôos do aeroporto Santos Dumont, no Rio, as discussões sobre a flexibilização dos vistos para a entrada de turistas no Brasil e outros temas de igual im-portância são também abordados nesta edição da CNC Notícias. A revista presta, ainda, homenagem a duas referências que o comércio perdeu recentemente, o ex-presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-MT, Jamil Boutros Nadaf, e Sebastião Vieira d’Avila, presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-MS.

Afinal, a construção de um futuro melhor só é possível graças aos que vieram antes e, com seu esforço, trabalho e liderança, ajudaram a consolidar as bases que hoje nos permitem sonhar.

Boa leitura!

1CNC NotíciasAbril 2009 n°110

EDITORIAL

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Presidente: Antonio Oliveira Santos.

Vice-Presidentes: 1° - Abram Abe Szajman, 2° - Renato Rossi, 3° - Orlando Santos Diniz; Adelmir Araujo Santana, Carlos Fernando Amaral, José Arteiro da Silva, José Eva-risto dos Santos, José Marconi M. de Souza, José Roberto Tadros, Josias Silva de Alburquerque, Lelio Vieira Carneiro.

Vice-Presidente Administrativo: Flávio Roberto Sabbadini.

Vice-Presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira.

Diretores: Antonio Airton Oliveira Dias; Antônio Osório; Canuto Medeiros de Castro; Carlos Marx Tonini; Darci Piana; Euclides Carli; Francisco Teixeira Linhares; Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante; Joseli Angelo Agnolin; Ladislao Pedroso Monte; Laércio José de Oliveira; Leandro Domingos Teixeira Pinto; Luiz Gastão Bittencourt da Silva; Marcantoni Gadelha de Souza; Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues; Norton Luiz Lenhart; Pedro Coelho Neto; Walker Martins Carvalho.

Conselho Fiscal: Hiram dos Reis Corrêa, Arnaldo Soter Braga Cardoso; Antonio Vicente da Silva.

CNC NOTÍCIASRevista mensal da Conderação Nacional

do Comércio de Bens, Serviços e TurismoAno IX, no 110, Abril 2009

Gabinete da presidência: Lenoura Schmidt

Edição:Assessoria de Comunicação (Ascom)

Cristina Calmon (editora responsável), Luciana Rivoli Dantas ([email protected] - jornalista responsável - Mtb 21622),

Andréa Blois, Celso Chagas, Geraldo Roque, Joanna Marini e Fernanda Falcão (estagiária)

Diagramação e Projeto Gráfico:Ascom/Carolina Braga

CDI/Unidade de Programação Visual Marcelo Almeida e Marcelo Vital

Impressão:Gráfica MCE

Colaboradores do CNC Notícias de Abril 2009:Thiago Ferreira (Fecomercio/Sesc/Senac-MT), Manoela de Borba (Fecomercio-SC), Aristóteles Quintela (Fecomercio-RO), Marcelo Nogueira (Senac Rio), Silvia Bocchese de Lima e Karla Santin (Fecomercio/Sesc/Senac-PR), Lucila Nastassia (Fecomercio-PE), Jacqueline Gomes (Fecomercio-AP), Ana Janice (Fecomercio-MS), Liliana Pinelli (Fecomer-cio-RJ), Viviani C. de Freitas (Fecomercio/Sesc/Senac-AM), Flávia Barros (Fecomercio-MG), Renata Balthazar (CNC), Daniel Lopez (CNC)

Colaboração Especial: Roberto Nogueira Ferreira

Créditos fotográficos:Carolina Braga (capa, páginas 13, 20, 23, 29, 30, 52, 56, 57 e 64), Divulgação/McDonald´s (página 4), Christina Bocayuva (páginas 7, 35, 36 e 41), Guarim de Lorena (páginas 9, 11, 12 e 13), Cleiton Chaves Fernandes (página 15), Rodolfo Stuckert (páginas 16, 32, 33, 34, 35, 37, 38, 39, 46, 47, 48 e 57), Carlos Terra (página 17), Divulgação / Senac-DN (página 18), Ricardo Stuckert (página 19), Saulo Cruz/SEFOT-Secom (página 21), Panrotas Editora (página 25 e 28), Eraldo Alves/ Arquivo pessoal (página 31), Banco de Imagens (páginas 40, 42, 43, 53 e 61), Fecomercio-MT (página 35), Rodrigo Moreira (página 52), Paulo Rodrigues (páginas 54 e 55), Eraldo Peres/AgênciaPhoto (página 58), Nilson Santana/SESCPR (Página 59), João Alves (página 60), Sesc-RS (página 60), SENAC-RJ (página 62), Divul-gação/Fecomercio-MS (página 63), WWF-Brasil/Americo Vermelho (3a capa) Ilustrações: Marcelo Vital (página 45), Carolina Braga (Página 49).

CNC - Rio de JaneiroAv. General Justo, 307 CEP.: 20021-130PABX: (21) 3804-9200

Escola SescO presidente Antonio Oliveira Santos dá as boas-vindas aos alunos na abertura do ano letivo da Esem, que teve aula magna do senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque.

Capa

16Educação profissional em pauta Seminário em Brasília discute a inclusão do ensino técnico nas políticas de desenvolvimento econômico

ErrataNo expediente da edição nº

109, por uma falha técnica não fo-ram relacionados os nomes dos di-retores José Arteiro da Silva e José Evaristo dos Santos

CNC - BrasíliaSBN Quadra 1 Bl. B - n° 14 CEP.: 70041-902PABX: (61) 3329-9500/3329-9501

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CNC NotíciasAbril 2009 n°1102

4 FIQUE POR DENTRO

5 BOA DICA

6 OPINIÃO - Reforma Tributária: Inoportuna e

Ineficaz, por Antonio Oliveira Santos

8 CAPA - Escola modelo: o recomeço da busca

por um futuro melhor

14 ENTREVISTA - Deputada Maria do Rosário (PT-RS),

presidente da CAE, reafirma parce-ria com o Sistema Comércio

16 EM FOCO - Seminário discute o futuro da educa-

ção profissional no Brasil - Lanchonetes-escola: a nova parceria

entre Câmara dos Deputados e Senac

- CNC lança livros do 2º Ciclo de Semi-nários Internacionais de Educação

- CNC é contra fim do fator previden-ciário

- Cartilha do Ministério da Justiça orienta sobre como evitar cartéis

- Pirataria: CNC apóia combate ao crime do século

- A hora e a vez do turismo - Santos Dumont liberado para novo

vôos

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35 e 63Homens do comércio

Sistema CNC/Sesc/Senac presta homenagem póstuma a dois líderes empresariais: Jamil

Nadaf e Sebastião Vieira d´Avila.

S U M Á R I O

18 Empresas pedagógicas do SenacNova parceria duplicará o número de restaurantes e lanchonetes-escola do Senac em funcionamento na Câmara dos Deputados.

36Crise econômicaO debate chegou à Câmara dos Deputados, que reuniu os setores

produtivos em audiência pública. Na CNC, empresários de diversos segmentos analisam os impactos da crise sobre o comércio

e concluem: o Brasil, hoje, é menos vulnerável que no passado.

3CNC NotíciasAbril 2009 n°110

- Flexibilidade na concessão de vistos, para benefício do turismo

- Crise econômica preocupa setor turístico

- Comitê Executivo da Ação Empre-sarial se reúne na CNC

- Marco Aurélio de Mello, um homem do comércio

35 HOMENAGEM - Jamil Nadaf: a trajetória de um

líder empresarial

36 ARTIGO - A crise americana

37 INSTITUCIONAL - Crise mostra um Brasil menos

vulnerável que no passado - Pesquisas mostram impacto no

comércio - Sugestões que podem ajudar a

enfrentar a turbulência - Debate sobre a crise econômica

chega à Câmara dos Deputados - Cadastro positivo valoriza histórico

de consumo para baratear crédito

- Câmara aprova projeto de lei com sugestões da CNC

- Gil Siuffo apresenta os Projetos de Lei de interesse do Sistema CNC no Congresso

- Senado homenageia Piauí - Excesso de feriados - Darci Piana coordena FCES do Mercosul - O Brasil, a Argentina e o Protecionismo - A representação da CNC: Codefat. O

que é. O que faz. A relevância da participação empresarial.

- Treinamento de Avaliadores do SEGS inicia com novidades

- Parceria com a Serasa intensifica capacitação de consultores

- CBóptica dá seguimento aos projetos do planejamento estratégico

- Testes em óculos de sol, para a saúde do usuário

- CBFarma avalia ações e projetos para este ano

- CBCSI lançará portal nacional para o setor imobiliário

- Tuberculose, uma preocupação mundial

57 ACONTECEU

58 SISTEMA COMÉRCIO - Sesc inaugura nova unidade no

coração de Brasília - Em Curitiba, parceria em nome da

história e da cultura - Sesc terá nova unidade operacional

no Rio Grande do Sul - Fecomércio-PE realiza rodada de

negócios com delegação chinesa - Senac Rio inicia projeto Superação

Jóias

63 HOMENAGEM - Sebastião Vieira d’Avila: luta e

liderança em prol do comércio

64 AGENDA

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Após 10 anos de tentativas, finalmente a cadeia de lojas Ponto Frio pode mudar de mãos. Desde que a rede foi oficialmente colocada à venda, no final de março, grandes empresas do setor varejista são apontadas como pontenciais interessados, como Pão de Açúcar, Ma-gazine Luiza, Ricardo Eletro e Lojas Americanas. O Grupo Silvio Santos, que controla as lojas Baú Crediário, já entrou na disputa, visando avançar no projeto de transformar-se em rede nacional. No dia 1º de abril, foi a vez de a Insinuante – com sede na Bahia e líder no varejo do Nordeste – formalizar a intenção de compra do grupo controlado pela viúva do banqueiro Edmond Safra, Lily Safra, e seu enteado, Carlos Monteverde.

A venda de seguros de reponsabilidade civil, aqueles que cobrem despesas de executivos que, em casos de imprudência ou imperícia profissio-nal, têm de pagar do próprio bolso os prejuízos da empresa em que trabalham, registrou um cres-cimento de 40% no primeiro trimestre de 2009. Segundo a corretora Coelho dos Santos, especia-lizada nesse tipo de seguro, o número de apólices contratadas pulou para 1,4 mil até março deste ano – ante apenas 1 mil no final de 2008. Os setores de maior risco são os de telecomunicações, tecno-logia, farmacêutico e financeiro. Na outra ponta,

Crise eleva busca por seguro entre executivos

Disputa pela compra do Ponto Frio movimenta o varejo brasileiro

O Big Mac, carro-chefe da norte-americana McDonald´s, co-meça a ceder espaço para o Mc-Café, a cafeteria que se tornou uma das apostas para a ampliação do crescimento da rede no Brasil. Segundo a revista IstoÉ Dinhei-ro, que publicou, na edição de 1º de abril, uma reportagem sobre o assunto, no ano passado foram inauguradas 45 unidades desse tipo, que já representam 10% das vendas do McDonald´s no País, e a meta para 2009 é investir pesado no modelo: em pelo menos qua-tro dos 26 restaurantes que serão abertos por aqui serão instaladas

McDonald´s amplia estratégia de crescimentocafeterias McCafé – lojas capazes de atrair um público acima dos 30 anos que raramente consume sanduíches. O serviço de café da manhã – que não ficou restrito aos McCafés, mas é também servido nos restaurantes tradicionais, fez tanto sucesso por ter sido adaptado ao paladar do brasileiro, oferecen-do itens como pão de queijo e pão na chapa. Ainda segundo a revista, os 1,2 mil restaurantes, quiosques e cafeterias da grife McDonald´s no Brasil faturaram cerca de R$ 3,3 bilhões em 2008, um volu-me 22% acima do valor registrado em 2007.

com os menores índices de risco, serviços e bens de consumo. “Em um momento de crise, todos fi-cam pressionados, e aumenta o risco da respon-sabilidade”, diz Fernando Coelho dos Santos, só-cio da corretora. Nos EUA, o índice de empresas cujos diretores estatutários estão cobertos por esse tipo de apólice supera os 90%. No Reino Unido, é de 50%, enquanto em outros países da Europa é de cerca de 30%. “No Brasil, acredito que ainda esteja na casa dos 3%”, afirma Paulo Baptista, di-retor de produtos financeiros da corretora Marsh no Brasil.

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FIQUE POR DENTRO

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Quem sempre teve curiosidade de co-nhecer os bastidores do mundo da moda não pode perder este lançamento da Editora Senac Nacional. A Moda como ela é (160 páginas), das jornalistas Marcia Disitzer e Silvia Vieira, revela detalhes inéditos dos processos de criação, produção, comercia-lização e outras rotinas de sete diferentes segmentos do mundo fashion no Brasil: luxo e exclusividade, tecido plano, moda íntima, moda praia, tricô e malharia, jeans e acessórios. O livro é um guia para quem pretende se aventurar nessa área. Além de depoimentos de empresários e estilistas de renome, as autoras abordam aspectos do varejo e da comercialização da produção e comentam as perspectivas para o mercado da moda.

Moda é negócio

Viagem gastronômicaA evolução dos alimentos e os costumes culinários de diver-

sos países compõem Gastronomia no Brasil e no Mundo (304 páginas), lançamento da Editora Senac Nacional. As autoras, Guta Chaves e Dolores Freixa, aprofundam temas relacionados a arte e técnicas gastronômicas e abordam não somente utensílios e técnicas de cocção, mas também costumes à mesa, surgimento dos restaurantes e cozinha profissional. A obra traz curiosidades, como as heranças portuguesa e africana e a alimentação de nos-sos antepassados indígenas.

O cliente tem sempre razão?Na relação empresa versus cliente, a excelên-

cia no atendimento deve ser prioritária. Mas o que significa exatamente essa excelência? O livro Bes-teiras Administrativas - 57 armadilhas que você deve evitar (360 páginas), da Editora Senac São Paulo, mostra que o termo indica muito mais do que uma forma “um pouco mais educada” para li-dar com o cliente. O autor, Mark Eppler, aborda temas como liderança consciente, equipe motiva-da, cliente satisfeito e lucro, em uma sequência de eventos apresentada de forma didática e bem-humorada.

5CNC NotíciasAbril 2009 n°110

BOA DICA

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Reforma Tributária Inoportuna e Ineficaz

E stão ressurgindo, no Congresso Nacional e na imprensa, manifes- tações a favor da imediata aprova-

ção da Proposta de Emenda Constitucional da Reforma Tributária, a qual, entretanto, revela-se inoportuna e ineficaz.

É inoportuna porque, tempos depois de sua elaboração, sobreveio a crise econô-mica, que, surgindo nos Estados Unidos, espalhou-se para a Europa e outros países e atingiu o Brasil, sob a forma de redução de investimentos, declínio da atividade econômica e desemprego. A crise trans-formou-se, sem dúvida, na preocupação central do Governo. Assim, às incertezas do mercado, provocadas pela crise e que desestimulam os investidores, não podem se somar, neste momento, os receios e as preocupações que naturalmente decorrem de mudanças radicais no sistema tributá-rio. O Governo tem de se concentrar em estimular e realizar investimentos em in-fra-estrutura, e o PAC tem essa finalidade.

A Proposta de Reforma Tributária é, também, ineficaz. Acrescentando à Cons-tituição Federal 381 novas regras (a Emen-da Proposta é mais extensa do que toda a Constituição dos Estados Unidos), a Proposta, além de extravagante, cria dois novos impostos. O primeiro é o imposto sobre operações onerosas com bens e pres-tação de serviços, que, na verdade, apenas

substitui algumas contribuições (Cofins, PIS e Salário-Educação), com diferentes bases de cálculo (receita das empresas, lu-cro tributável e folha de salários). A Pro-posta substitui essas bases de cálculo pela importação, produção e comercialização, além dos serviços, com alíquota estimada de 13%, a qual, somada à do ICMS (calcu-lada, na média, em 18%), resultaria numa absurda incidência de 31% sobre uma mesma base de cálculo, afetando o sistema produtivo e as atividades comerciais. Afora isso, o novo imposto, por incidir, de fato, sobre o consumidor, aumentará a regressi-vidade do sistema, o que é anti-social.

Ao mesmo tempo, a Reforma cria um “Novo ICMS”, substituindo a incidência na origem pela incidência no destino, o que é suficiente para lançar no escuro as receitas dos Estados e Municípios, num ano de crise econômica, provocando, como é natural, e reação dos Srs. Governadores e Prefeitos. Além disso, atribui ao atual Confaz poderes verdadeiramente legislati-vos e unifica, em lei federal, a legislação dos Estados e do Distrito Federal, o que importa – não se pode negar – em perda da capacidade legislativa das Assembléias es-taduais, provocando outras reações. Afora isso, a Reforma extingue a CSLL, mas não impede a elevação do IR, para compensar a perda de receita.

O presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Antonio Oliveira Santos, defende a adoção imediata de me-didas para reduzir a carga tributária das pessoas físicas e a burocracia do sistema tributário brasileiro. Para ele, neste momento de declínio da atividade econômica, o Governo tem de se concentrar em estimular e realizar investimentos em infra-estrutura.

(Jornal do Commercio, 31 de março de 2009)

CNC NotíciasAbril 2009 n°1106

OPINIÃO

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Antonio Oliveira Santos Presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Ora, num ano de crise econômi-ca, uma reforma tributária não pode depender de uma controvertida Emen-da Constitucional que não reduz, mas aumenta tanto a carga tributária como a burocracia fiscal. Pode, no entanto, ser iniciada por duas ou três medidas pro-visórias. Para reduzir a carga tributária sobre as empresas, o Governo poderia extinguir a contribuição ao PIS, que não mais se destina a formar patrimônio dos trabalhadores, mas a financiar o seguro-desemprego e o chamado “14º salário”, bem assim a contribuição ao Salário-Educação, que participa do financia-mento da educação básica, uma vez que tais despesas podem ser custeadas com verbas do Orçamento. E para reduzir a carga tributária das pessoas físicas e a regressividade do sistema, bastaria a efetiva correção da tabela de incidên-cia do imposto de renda, defasada há mais de 10 anos e que transformou em contribuintes do IR até mesmo os traba-lhadores mais bem remunerados. Seria justo reduzir à metade as multas fiscais, sobretudo as de 50%, 100% e 150% so-bre o valor do imposto devido, percen-tuais estabelecidos antes da relativa es-tabilidade da nossa moeda e que deram origem a uma gigantesca Dívida Ativa (cerca de R$ 1,5 bilhão).

A solução do problema da acumula-ção dos créditos (cerca de R$ 15 bilhões) das atividades exportadoras independe de emenda constitucional. A lei ordiná-ria pode autorizar a cessão a terceiros dos créditos relativos à Cofins e ao PIS, para compensação com tributos venci-dos e vincendos. E quanto aos créditos do ICMS, cessão semelhante pode ser autorizada por lei complementar, não se justificando, portanto, uma “reforma tri-butária” apenas para implementar a cha-mada “Lei Kandir”.

Por outro lado, o Governo poderia reduzir a burocracia do sistema tributário, tornando definitiva a tributação em vários casos de retenção na fonte, ampliando a área de tributação pelo regime de lucro presumido, consolidando a legislação dos impostos e contribuições federais e apro-vando modelos definitivos para as decla-rações do IR e do ITR, que são alterados a cada ano.

Mais uma vez, a Confederação Na-cional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo manifesta-se pela inoportunidade e ineficácia, nos termos em que foi redigi-da, da proposta de Reforma Tributária em curso no Congresso Nacional e defende a adoção imediata de medidas para reduzir a carga tributária, a regressividade e a buro-cracia do nosso sistema tributário.

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OPINIÃO

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O recomeço da busca por um futuro melhor

Escola modelo

CNC NotíciasAbril 2009 n°1108

CAPACAPA

A cerimônia de abertura do segundo ano letivo da história da Escola Sesc de Ensino Médio (ESEM), no dia 16 de março, no Rio de Janeiro, teve o cli-ma de reencontro que caracteriza a volta às aulas em todas as escolas. Mas tudo ali é diferenciado, como já puderam perceber os 163 novos alunos de todo o Brasil que chegaram este ano. Afinal, quan-tas escolas brasileiras da mesma faixa programam uma aula inaugural com o senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque? Ali, no entanto, isso é encarado com naturalidade por alunos, professores e funcionários.

Com um projeto pedagógico inovador, a Esem busca o desenvolvimento pleno do aluno, em um

ambiente de excelência acadêmica e com a valo-rização da ética do trabalho e da autodisciplina. Alunos e professores residem na própria escola, o que favorece uma convivência de aprendizado con-tínuo. Para educadores, acadêmicos e políticos, é a materialização de um modelo que pode transformar o Brasil e ajudar o País a alcançar níveis de desen-volvimento que o coloquem entre as nações mais desenvolvidas do mundo.

Para os alunos, a Esem é simplesmente a reali-zação de um sonho: poder estudar com toda a es-trutura de uma escola de excelência, mesmo que os pais jamais pudessem proporcionar o acesso a uma educação desse nível.

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CAPA

CNC NotíciasAbril 2009 n°110 9

CAPA

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A Esem foge mesmo ao padrão das escolas comuns, e isso fica marcado na mente dos alunos

desde o primeiro dia. “Vocês são os ho-mens e mulheres do futuro muito próximo de um país que está vivendo uma grande transformação. Mas essa transformação só tem sentido se for seguida de um compor-tamento adequado, ético, civilizado, patrio-ta, como tenho certeza de que vocês todos terão”, saudou, na cerimônia de abertura do ano letivo, o presidente da CNC, An-tonio Oliveira Santos, que recebeu como homenagem uma muda de Jatobá, árvore símbolo da Esem, entregue pela professora e pelos alunos mais jovens da Escola.

A estrutura de funcionamento da Esem, onde professores e alunos con-vivem em um ambiente que favorece o aprendizado constante, faz parte do ima-ginário de muitos professores como uma espécie de ideal a ser alcançado. Talvez por isso, palavras como sonho e visão se-jam repetidas quando esses educadores se referem ao projeto. Ao iniciar a cerimô-nia, a professora Regina Marcia Barbo-

“Se tivéssemos mais escolas como esta, o Brasil seria outro”

sa Lucas mostrou o que representa fazer parte do projeto da Escola. “Traz para nós orgulho, a possibilidade de realização de sonhos e condições de trabalho talvez iné-ditas no Brasil”, disse. “Mas, além disso, traz também uma grande responsabilida-de, a de corresponder às necessidades de nosso país.” A diretora da Escola, Claudia Fadel, ressaltou o sentido de realização que a Esem representa. “O Sesc teve o privilégio de fazer essa idéia acontecer. E essa idéia é de um homem visionário, que, acima de tudo, acredita nos jovens de nosso país”, completou, referindo-se ao presidente Antonio Oliveira Santos.

Cristovam Buarque destacou a im-portância de escolas como a Esem para a construção de sociedades mais equilibra-das, com oportunidades iguais para todos. “Esta é a terceira vez que venho aqui. Sou um apaixonado por este projeto. Se nós tivéssemos um número maior de escolas como esta, que servissem de exemplo, o mundo seria outro, e o Brasil também”, afirmou o senador, um especialista na área educacional.

O ex-ministro da Educação Cristovam Buarque se confessa um apaixo-nado pelo projeto da Esem – uma idéia do presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, que mobilizou o Sesc para o desafio de proporcionar a centenas de jovens a oportunidade de ajudar a mudar o País.

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Em linha com a proposta da escola, Cristovam Buarque abordou as transforma-ções que estão ocorrendo no planeta e nas sociedades, os desafios a serem superados na busca de um mundo sustentável, com menos desigualdade social e mais respeito à natureza. “Não existe um mapa. Vocês é que vão ter de inventar esse mapa”, disse aos alunos, depois de mostrar alguns dos grandes problemas com que a humanidade vem se defrontando, como o aquecimen-to global, a forte desigualdade social e os problemas urbanos.

O caminho, segundo o senador, está no acesso à educação de qualidade para to-dos. “É por meio da educação que se dá igualdade de oportunidades e que se des-perta nas pessoas o respeito pela nature-za”, disse ele. “É a educação que vai tornar possível o desenvolvimento sustentável.” Para Cristovam Buarque, essa é a primei-ra geração que tem um sentimento pleno do planeta e da humanidade. Isso coloca o imenso desafio de se atingir o desen-volvimento em harmonia com o planeta. “Então, vamos fazer uma revolução mun-

dial pela educação, com todos na escola, uma escola comprometida com o equilí-brio ecológico e social, numa civilização conectada”, exortou. “Vamos pegar este planeta que hoje está sendo destruído pe-las mãos humanas e fazer com que essas mãos abracem o planeta.”

Logo após a aula inaugural, houve a apresentação de um vídeo feito pelos próprios alunos da Esem, mostran-do os primeiros dias do ano leti-vo na escola, e o encerramento, com uma apresentação musical dos alunos.

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O mesmo cuidado que está pre-sente em cada detalhe do projeto pedagógico da Esem estende-se à área de saúde, no acompanha-mento dos alunos. Coordenada pelo chefe do Núcleo do Serbem, dr. Alexandre de Marca, a equipe que atende à escola cuida da as-sistência médica e odontológica, realiza atividades de promoção de saúde e o trabalho preventivo.

A assistência médica é reali-zada pela dra. Cristiane Murad Tavares, pediatra com área de atuação em Medicina de Adoles-centes. O acompanhamento dos estudantes começa no próprio ato da matrícula, com a entrega do Termo de Saúde, preenchido pe-los pais e pelo médico assistente, com informações sobre o cresci-mento e o desenvolvimento do aluno, histórico de doenças, aler-gias, uso de medicações e vacina-ção. É feita também uma avalia-ção médica, para que se tenha o máximo de informações sobre o adolescente que está por chegar.

Estudo realizado pelo Ser-bem mostrou que, em 2008, em 15,8% dos 170 termos de saúde preenchidos (de um total de 176 alunos matriculados) foi cons-tatado algum dano à saúde ou doen ça, sendo os mais freqüentes os de natureza oftalmológica e alérgica. Destacaram-se também os problemas ortopédicos, nutri-cionais (obesidade e sobrepeso) e dermatológicos.

Após a avaliação clínica dos 176 alunos, prossegue o estudo, foi constatado que 69,5% dos alunos tinham alguma condição a ser acompanhada. As de natureza oftalmológica e dermatológica foram as que prevaleceram, sen-do que algumas dessas condições são comuns nos adolescentes em geral, como a acne, que atinge 80% dos jovens. Outra obser-vação importante diz respeito ao percentual de alunos que apre-sentavam sobrepeso e obesidade:

Acompanhamento do Serbem garante a saúde no campus

Esta é a Escola que faltava ao Brasil e com a qual todos sonhamos para nossos filhos. Sonho dos edu-cadores e dos que lutam por um Brasil melhor. Sonho de todos os povos do planeta Terra.

Sabemos que por trás de toda grande criação ou de todo grande desafio há sempre um idealista. Mas nem sempre os idealistas convertem seus sonhos em realida-de e nem sempre são convincentes e propositivos. Não é, contudo, o caso de quem protagonizou esta Escola.

O semeador da idéia fê-la germinar na terra e a tornou boa e fértil.

E agora, a Escola caminha firme e a passos largos; sem volta; abrindo mais e melhores horizontes para a Educação em nosso país.

Dia após dia, em todos nós, diretores, gerentes, professores, técnicos e administrativos do Sesc, é for-talecida a certeza do acerto e a importância de sua decisão, que foi marcada não somente pelas suas for-tes convicções, mas também pela sua obstinada e pa-

Por trás de toda grande criação ou todo grande desafio há um idealista

cerca de 17%, índice semelhante ao das estatísticas americanas.

O estudo do Serbem mostrou, ainda, que, como resultado da avaliação das consultas médi-cas de rotina, foi observado que 33,9% dos alunos apresentavam vacinas atrasadas, entre as quais a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), a dupla bacteriana (dif-teria e tétano) e a contra hepatite B. Além de orientar que os alunos atualizassem as vacinas quando retornassem as suas casas, o Ser-bem fez a vacinação dos alunos contra a rubéola, ao participar da campanha nacional contra a doença, em agosto de 2008.

Em relação às urgências médi-cas, foram realizados 1.633 aten-dimentos ao longo do ano passa-do, abrangendo desde resfriados a problemas de entorses e fraturas, passando por dois casos de apen-dicite aguda, prontamente encami-nhados para o hospital conveniado e atendidos com sucesso.

ciente atenção a todos nós, promovendo uma centena de encontros e debates em torno da Escola, para que tudo, absolutamente tudo fosse objeto de reflexões críticas, presumindo que, só assim, um projeto dessa magnitude to-maria assento e berço forte.

Assim se fez e assim está se fazendo; e o senhor, Dr. Antonio Oliveira Santos, pode contar com todos nós nessa sua permanente luta. Estamos juntos e irmanados nesta causa pela juventude de todos os recantos deste nosso país.

Maron Emile Abi-AbibDiretor-geral do Sesc-DN

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Luiz Fernando de Moraes Barros Professor de Língua Portuguesa e Literatura

Não é difícil imaginar o que represen-ta para os alunos estudar em uma escola como a Esem. Mas a julgar pela reação dos novos alunos, as expectativas em geral são sempre superadas. Depois do impacto da chegada, de resolvidas as questões práti-cas de acomodação, começa o período de adaptação à rotina escolar, que envolve co-nhecer mais de perto o que a escola ofere-ce. Aí “a ficha começa a cair”.

“A minha primeira impressão foi de um lugar mágico, eu pensei que estava so-nhando”, afirmou Rayssa de Moura Barbo-sa, de São Paulo. “Nunca na minha vida imaginei que ia estudar numa escola como esta.” Além da estrutura, o que impressio-nou a jovem estudante paulista foi a forma como os novatos foram recebidos. “Todos sempre prontos a ajudar”, disse.

Moisés Gonzaga Silva, do Acre, con-firma que a chegada é sempre cercada de muita expectativa. E quando começam a conhecer melhor o que terão à disposição, esse sentimento dá lugar à certeza de que a

Novos alunos recebem apoio para adaptação

passagem pela Esem vai mudar suas vidas. “Uma escola como esta é para toda a vida”, avalia Moisés, para, em seguida, mostrar sua motivação. “Eu quero aprender mes-mo, não ficar simplesmente decorando as matérias.”

Para facilitar a adaptação, cada aluno veterano apadrinhou um novato. Mas nin-guém revelou quem eram seus “afilhados”. “A gente está mandando bilhetes, recadi-nhos, escrevendo coisas legais para eles, dando aquela força que nos deram quando chegamos aqui”, contou Mariana Cantuária, aluna de Roraima que está no segundo ano.

Os professores acompanham de perto. “Nesta idade, 14, 15 anos, sair de casa é sempre uma mudança muito grande para eles”, explicou Luiz Fernando de Moraes Barros, professor de Língua Portuguesa e Literatura. “Alguns ficam um pouco ner-vosos, mas contam com o apoio de profes-sores, alunos, funcionários, todos com um sentido de acolhimento para tornar mais fácil esse período de adaptação.”

“Minha primeira impressão foi de um lugar mágico, pensei que estava sonhan-do. Nunca imaginei que ia estudar numa escola como esta. Todos estão prontos a ajudar.

Rayssa de Moura Barbosa, de São PauloAluna do primeiro ano

“Nesta idade, sair de casa é sempre uma mudança grande para eles. Alguns ficam um pouco nervosos, mas contam com o apoio de professores, alunos e

funcionários.

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Em entrevista à revista CNC Notí-cias, a atual presidente da Comis-são de Educação e Cultura (CEC)

da Câmara dos Deputados ressalta pontos positivos do trabalho de parceria entre se-tor público e Sistema Comércio e revela interesse na continuidade da parceria.

Como a senhora avalia o trabalho desenvolvido pelo Sesc e pelo Senac por educação, cultura e lazer do tra-balhador brasileiro?

MR – De forma muito positiva. É um trabalho pioneiro, democrático, descentra-lizador e que leva a educação, a cultura e o lazer para uma camada da população bra-sileira que talvez não tivesse acesso a esses bens de outra maneira.

De que forma esse trabalho comple-mentaria o setor público na educação e na cultura?

MR – O setor público carece de parcei-ros e de boas parcerias. Em diversas áreas, o estado não possui a eficácia necessária para que os cidadãos tenham tratamento isonômico em relação aos benefícios da ação deste mesmo Estado. Na educação e na cultura, então, essas diferenças apa-recem cotidianamente. E, nesse contexto, o trabalho desenvolvido pelo Sesc e pelo Senac cumprem, e bem, esse papel. O que

precisamos é estabelecer novas, duradou-ras e melhores parcerias.

Qual a importância dessas entidades para a sociedade?

MR – Essas entidades são importantes pela história, pelo pioneirismo, pela expe-riência e pela ação em todas as áreas que se propõem trabalhar. Podemos avaliar e aprimorar suas ações em todos os setores, claro, já que nada na vida é estático, mas as realizações do Sesc e do Senac, por si só, já os colocam como protagonistas na cons-trução de um país melhor para todos.

Como a senhora avalia o relaciona-mento entre o Sistema CNC/Sesc/Senac e os entes governamentais (União, esta-dos e municípios)?

MR – Penso que há um relacionamento bastante profícuo, mas que deve ser sem-pre revisto, melhorado e ampliado. As ca-rências da população brasileira, seja em formação, qualificação ou falta de acesso a equipamentos de educação, seja em li-mitação de acesso, consumo ou produção de bens culturais, seja em ausência de la-zer em muitos conglomerados urbanos, faz com que as diversas ações realizadas em parceria pelas esferas governamentais e pelo Sistema CNC/Sesc/Senac sejam apoiada e incentivadas por todos nós.

Deputada Maria do Rosário (PT-RS), presidente da CEC, reafirma parceria

com o Sistema Comércio

A deputada, grande admiradora dos trabalhos realizados pelo Sesc e pelo Senac, acredita na construção de um país melhor para todos, com o apoio do Sistema CNC.

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ENTREVISTA

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Como vê a evolução das entidades em face das mudanças no mercado de trabalho?

MR – Vejo como um maior desafio para todo o Sistema. É preciso estar em constante evolução, não só para acompanhar as mu-danças no mercado do trabalho como tam-bém para tentar se antecipar a essas mudan-ças. Milhões de jovens brasileiros carecem de formação específica e de capacitação para enfrentar um mundo cada vez mais competitivo e multidisciplinar. Sem dúvida, a conjuntura atual nos leva a um desafio que ultrapassa a mera formação de trabalhado-res para o mercado, mas que deve, inclusi-ve, preparar cidadãos para os desafios indi-viduais que a nova realidade impõe.

“As realizações do Sesc e do Senac, por si só, já os colocam como protagonistas na construção de um país melhor para todos.”

Escola Sesc recebe visita da deputada Raquel Teixeira

A deputada federal Raquel Teixeira (PSDB-GO) visitou, no dia 20 de março, a Escola Sesc de Ensino Médio, que considerou um modelo do que há de mais moderno em termos de educação de qualidade. “Estou encantada. Não tem como não ficar de queixo caído, querendo que isso seja a realidade de todas as escolas brasileiras”, disse. A parlamentar foi recepcionada pela diretora, Claudia Fadel, e dois alunos do Estado de Goiás ficaram responsáveis por acompanhá-la durante a visita: Deivid Rodrigues Mendonça, do 2º ano do Ensino Médio, e a caloura Thayomara Amaral, do 1º ano. Junto com os professores Danielle Paula e Eduardo Ferraz, eles mostraram os diversos setores e responderam a perguntas sobre o dia-a-dia no campus. Ao final da visita, a deputada almoçou com alu-nos de Goiás e do Distrito Federal. Raquel Teixeira é membro da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados e também vice-presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática.

Há previsão, da parte do Legislativo, especialmente na Comissão de Educação e Cultura, de estreitar o relacionamento com o Sistema Comércio e fazer novas parcerias?

MR – Evidentemente que sim e de todas as formas possíveis. O primeiro e mais importante passo é reafirmar que a Comissão de Educação e Cultura da Câ-mara dos Deputados está sempre aber-ta para o Sistema Comércio. Queremos apoiar todas as iniciativas já em curso e nos colocar à disposição para o que se fizer necessário, no sentido de a Comis-são se tornar um ente facilitador – nos dispositivos legais ou de apoio político – nessas parcerias.

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ENTREVISTA

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Seminário discute o futuro da educação profissional no Brasil

As perspectivas para a educação profissional no Brasil foram o tema do seminário que o Minis-

tério da Educação promoveu, nos dias 25 e 26 de março, em Brasília. Em pauta, as mudanças nos regimentos de Sesc, Senac, Senai e Sesi, que permitiram a amplia-ção de vagas gratuitas a trabalhadores de baixa renda, e um panorama das políticas públicas da educação profissional no País. O principal resultado do evento foi a reco-mendação de criação da Câmara Brasileira de Educação Profissional e Tecnológica, um órgão para defender a adoção de uma política de estado para o setor.

A proposta foi consolidada na “Carta de Brasília”, um documento assinado pelo mi-nistro da Educação, Fernando Haddad, pe-los presidentes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Antonio Oliveira Santos, e da Con-federação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, pelo diretor-geral do Senac, Sidney Cunha, além de diri-gentes do Ministério da Educação, da rede federal de educa-ção profissional, das centrais sindicais, de governos estaduais e estudantes.

O ministro Fernando Haddad, ao en-cerrar o primeiro dia do seminário, desta-cou o “papel decisivo” dos presidentes da CNC e do Conselho Nacional do Senac, Antonio Oliveira Santos, e da Confede-ração Nacional da Indústria, Armando Monteiro, nessa nova fase da educação profissional. Haddad afirmou que o traba-lho desenvolvido por Senac e Senai é de fundamental importância na reengenharia que o MEC está promovendo na educação brasileira, com especial foco no ensino médio e na inserção dos jovens no merca-do de trabalho. “Todos me perguntam se vamos cumprir a meta do Plano Nacional de Educação de inserir 30% dos nossos jovens na universidade, mas ninguém se lembra dos 70% que não chegarão lá. É através desse acordo e da melhoria do ensino médio que eles poderão entrar no mercado de trabalho”, disse.

Dirigentes do Ministério da Educação, do Sistema S e de escolas técnicas federais, secretários estaduais e estudantes debateram ações para a inclusão do ensino técnico nas políticas de desenvol-vimento econômico e de geração de emprego e renda.

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EM FOCO

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Por sua vez, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco, comemorou a parceria celebrada entre o Governo e os empresários do co-mércio e da indústria no ano passado para a ampliação da gratuidade nos cursos ofe-recidos pelo Sistema S. Pacheco anunciou o início de uma nova fase de entendimentos, a fim de fortalecer a rede de educação profis-sional e tecnológica existente para “conso-lidar o Brasil como uma nação democrática, soberana e inclusiva”.

O presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, elogiou a “coragem” do ministro Fernando Haddad de propor as alterações nos regimentos das entidades do Sistema S e fez um breve relato histórico sobre a ges-tão do Senac, ressaltando os investimentos em estrutura física feitos nos 30 primeiros anos de existência da instituição: “Num primeiro momento, foi preciso fazer um investimento pesado para estruturar nossas instalações, a fim de criar ambientes peda-gógicos capazes de oferecer uma educação profissional de qualidade. Agora, a partir do acordo celebrado com o MEC, esta-mos resgatando nossa vocação social de fomentar a democratização do acesso dos brasileiros de baixa renda a uma educação gratuita de excelência”.

PSGO segundo dia de seminário foi aber-

to com a apresentação do Programa Senac de Gratuidade, feita pelo diretor-geral do Senac-DN, Sidney Cunha, que comentou o “momento ímpar” pelo qual a educação

profissional está passando. Segundo o di-retor, o PSG é “fruto do compromisso que os empresários do comércio assumiram com o Governo” para garantir a qualifica-ção de um maior número de trabalhadores em todo o País: “Estamos disponibilizando praticamente todos os recursos arrecada-dos através da receita compulsória para os cursos gratuitos”.

Em seguida, o superintendente jurídi-co da CNI, Hélio Rocha, e o assessor do Departamento Nacional do Senai, Alberto Araújo, falaram sobre as modificações nos serviços oferecidos pelas entidades da in-dústria após a assinatura do acordo com o MEC. O seminário ainda teve debates en-tre dirigentes da rede federal de educação profissional, de governos estaduais e es-tudantes sobre a relação entre a educação profissional e o desenvolvimento regional.

Carta de BrasíliaA proposta de criação da Câmara Bra-

sileira de Educação Profissional e Tecno-lógica, um órgão para defender a adoção de uma política de estado para o setor, foi consolidada na “Carta de Brasília”, divul-gada a todos os participantes. A intenção do Ministério da Educação é que todos os órgãos ligados à educação profissional no País tenham representatividade na Câmara e que sejam criadas também câmaras esta-duais, a fim de estimular o ensino técnico e de incluí-lo na lista de políticas de de-senvolvimento econômico e de geração de emprego e renda. A primeira reunião para tratar da criação do órgão deverá ser reali-zada em 30 dias.

O diretor-geral do Senac, Sidney Cunha, apresenta as diretrizes do PSG no segundo dia de seminário.

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Lanchonetes-escola: a nova parceria entre Câmara dos Deputados

e Senac

Criados originalmente para funcionar nas próprias unidades do Senac, as empresas pedagógicas ganharam um novo endereço em 2008: a Câmara dos Deputados. Este ano, novas unidades serão instaladas no centro do Poder Legislativo.

O Sistema CNC/Sesc/Senac firmará nova parceria com a Câmara dos Deputados em 2009. Por conta do

sucesso das lanchonetes-escola Plenário e Cefor – a primeira, pioneira, localizada próxima ao Plenário da Casa, e a outra, no Centro de Formação –, o novo acordo viabilizará a instalação de novas empresas pedagógicas nas dependências da Câmara, com previsão de entrada em funcionamen-to a partir do segundo semestre. Desta vez, além de uma lanchonete, o acordo prevê também a operacionalização de um restau-rante-escola, pelo Senac.

O início dessa parceria se deu em maio do ano passado, quando entrou em operação a lanchonete-escola Plenário, onde profis-sionais-alunos do Senac, sempre supervisio-nados por monitores, trabalham para prestar um atendimento de excelência aos depu-tados federais, assessores, jornalistas cre-denciados e convidados dos parlamentares. Em outubro, foi a vez da lanchonete-escola Cefor, localizada no Centro de Formação da Câmara, começar a funcionar a pleno vapor, prestando cerca de 80 atendimentos/dia.

Segundo Andréa Estrella, responsável pelos estabelecimentos do Senac na Câ-mara e coordenadora técnico-pedagógica do projeto Senac Gastronomia, o princi-pal diferencial desses espaços, e também a garantia do seu sucesso, é a qualidade dos serviços lá apresentados. “Acredito que o sucesso das lanchonetes-escola do Senac nos espaços gastronômicos da Câmara se deva à qualidade do serviços que a institui-ção vem prestando, desde o projeto peda-gógico até o treinamento e supervisão dos profissionais envolvidos”, explica Andréa. Outro ponto de destaque ressaltado pela coordenadora é o cuidado na montagem de um cardápio diferenciado nas duas lancho-netes: “Procuramos trabalhar com produ-tos que valorizem a gastronomia brasileira como patrimônio cultural”.

As empresas pedagógicas do Senac, pio-neiro no desenvolvimento de tecnologias educacionais, vão além da área gastronô-mica. A entidade dispõe, ainda, de hotéis-escola e salões de beleza-escola, nos quais o aluno vivencia na prática o que aprende em

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sala de aula. Atualmente, a instituição conta com mais de 70 empresas pedagógicas loca-lizadas em todo o País.

Parcerias SenacO Senac realiza trabalhos em conjunto

por todo o País. Somente em 2007, foram 5.130 organizações parceiras. Com elas, o Senac desenvolveu mais de 12 mil progra-mas, responsáveis por 302.020 matrículas. Por meio dessas parcerias, o Senac ajuda a fomentar o desenvolvimento da sociedade e da economia brasileiras e a preparar um maior número de profissionais para o setor do comércio de bens, serviços e turismo.

Um exemplo bem-sucedido de parceria foi o Projeto de Profissionalização dos Tra-balhadores da Área de Enfermagem (PRO-FAE). Realizado em conjunto com o Mi-nistério da Saúde, o Profae qualificou, de 2000 a 2005, em quase todo o Brasil, mais de 40 mil profissionais de enfermagem, entre auxiliares e técnicos. Outra parceria de ponta foi o Programa de Regionalização do Turismo, uma iniciativa do Ministério do Turismo para ampliar e qualificar o

A lanchonete-escola do Se-nac instalada no Plenário da Câmara dos Deputados foi vi-sitada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 5 de novembro de 2008, a convite do então presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo China-glia. Lula conheceu a equipe de profissionais e o trabalho dos alunos em sua prática profis-sional supervisionada.

Presidente Lula visita lanchonete-escola do Senac

mercado de trabalho de turismo e diversi-ficar a oferta turística, entre outros objeti-vos. Desde 2004 o Senac participa do pro-jeto, realizando, principalmente, oficinas e cursos para formação e qualificação de profissionais do setor.

A entidade também participa de par-cerias estabelecidas para realização de trabalhos em âmbito nacional – como o Programa de Alimentos Seguros (PAS), o Maria-Marias (voltado para qualificar pro-fissionalmente detentas e reintegrá-las à sociedade quando saírem do sistema peni-tenciário), o Turismo Brasil e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (PROJO-VEM), entre outros.

Entre as parcerias de âmbito local e estadual, destacam-se as realizadas com prefeituras, governos estaduais, ONGs, empresas e instituições públicas e pri-vadas, voltadas para fomentar a cidada-nia e permitir o acesso à educação pro-fissional, que, gratuitas ou subsidiadas, beneficiam a população excluída social e economicamente.

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CNC lança livros do 2º Ciclo de Seminários Internacionais

de Educação

Parlamentares ligados à área da Educação participam do lança-mento das publicações dos seminá-rios internacionais realizados pelo Sistema CNC em parceria com a Comissão de Educação e Cultura da Câmara.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

(CNC) lançou, no dia 18 de mar-ço, em Brasília, as publicações referentes ao 2º Ciclo de Semi-nários Internacionais - Educa-ção no século XXI: modelos de sucesso, realizado na Câmara dos Deputados, em 2008, em parceria com a Comissão de Educação e Cultura (CEC).

Participaram do evento, em almoço oferecido pela entidade, parlamentares ligados à área da Educação, como Osmar Serraglio (PMDB-PR), Lobbe Neto (PSDB-SP), Severiano Alves (PDT-BA), Átila Lira (PSB-PI), Osvaldo, Biol-chi (PMDB-RS), Alice Portugal (PCdoB-BA), Fátima Bezerra (PT-RN), Lelo Coimbra (PMDB-ES), Simão Sessim (PP-RJ) e Raquel Teixeira (PSDB-GO). Também esteve presente a professora Clélia Brandão, presidente do Conselho Nacional de Educação.

O vice-presidente da CNC, Luiz Gil Siuffo Pereira, abriu o evento destacando a importância da parceria do Sistema CNC/Sesc/Senac com o Congresso, citando, além das realizações de natureza técnica, a que viabilizará a ges-tão, pelo Senac, dos restaurantes e lanchonetes instalados na Câmara dos Deputados, que, além de ser-vir aos deputados, contribui para a educação profissional de jovens aprendizes, ampliando suas possi-bilidades de inserção no mercado de trabalho.

A presidente da Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara dos Deputados, Maria do Rosário (PT-RS), e o ex-ocupante do cargo, deputado João Matos (PMDB-SC), agradeceram pelo apoio do Sistema CNC/Sesc/Senac ao trabalho do Governo, afirmando acreditar em uma parceria perma-nente voltada para áreas de educa-ção e cultura. A deputada Maria do Rosário destacou outras ações da

C N C no campo da edu-

cação, como a que resultou em recente acordo com o MEC, e não economizou elogios ao que CNC, Senac e Sesc vêm fazendo pela educação e pela cultura do País. O senador Adelmir Santana (DEM-DF), vice-presidente da CNC, encerrou os pronunciamentos reafirmando os propósitos da en-tidade de dar continuidade à par-ceria iniciada há alguns anos.

O 2º Ciclo de Seminários In-ternacionais - Educação no sé-culo XXI: modelos de sucesso, realizado entre junho e novembro de 2008, com o apoio da Asses-soria junto ao Poder Legislativo (APEL) da CNC, abordou os temas Educação a Distância, Fi-nanciamento do Ensino Superior e Fronteiras do Ensino Profissio-nal. O primeiro ciclo foi realizado em 2007, com os temas Reforma Educativa, Ensino Médio Diver-sificado e Educação Infantil.

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EM FOCO

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CNC é contra fim do fator previdenciário

Demais entidades empresariais que participaram de audiência pública também se manifestaram contrárias ao Projeto de Lei nº 3.299/2008, que trata do tema.

No dia 26 de março a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, realizou a primeira audiência pública para

discutir o PL nº 3.299/08 do Senado, que propõe a extinção do fator previdenciário. Em contrapartida, estabelece o cálculo do salário-benefício pela média aritmética simples dos últimos salários de contri-buição dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data de entrada do requerimento, até o máximo de 36 meses, apurados em período não superior a 48 meses.

A redução do valor dos benefícios está diretamen-te ligada à expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria. Durante a reunião, a questão demográ-fica foi apontada como principal elemento que influi hoje, e influirá ainda mais no futuro, nos cofres da Previdência Social. Anualmente, o IBGE pesquisa a expectativa de vida do brasileiro, que tem aumentado nos últimos anos. Esse aumento interfere no fator pre-videnciário, reduzindo ainda mais o benefício sempre que a expectativa de vida cresce. Hoje, a expectativa de vida da mulher é de, aproximadamente, 80 anos e nove meses, e a do homem, 77 anos e seis meses.

Cid Heraclito de Queiroz, consultor jurídico da Presidência e representante da CNC na reunião, foi contra a extinção do fator previdenciário, mas mani-festou-se favoravelmente à aprovação do Substitutivo 161/09 do relator Pepe Vargas (PT-RS). O Substituti-vo mantém o fator previdenciário, excluindo-o apenas quando o resultante da soma da idade, na data do re-querimento da aposentadoria, com o respectivo tem-

po de contribuição – este nunca inferior a 35 anos, se homem, e 30 anos, se mulher –, for igual ou superior a 95, se homem, e 85, se mulher. “O Substitutivo me-rece a aprovação como modo de conciliação entre o Governo, o empresariado e os trabalhadores”, defen-deu Cid Heráclito.

Outro ponto apoiado pela CNC na audiência é referente ao artigo 2° do Substitutivo, que determina a separação das clientelas urbana e rural do Regime Geral da Previdência Social. Cid Heraclito sugeriu ao relator Pepe Vargas que no Substituto fossem incluí-das definições sobre clientela rural e clientela urbana, além de separar suas contabilidades. “É importante deixar explícitas as características, pois pode haver confusão em alguns serviços – como empregados do-mésticos em fazendas, veterinários e motoristas – que são ‘tipicamente urbanos’, mas costumam atuar tam-bém no meio rural.” O relator acolheu a proposta da CNC e solicitou que fosse enviada uma sugestão.

Nessa rodada, reuniram-se as entidades represen-tantes dos empregadores: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confe-deração Nacional do Transporte (CNT), Confedera-ção Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e Federação Nacional de Seguros Privados e de Capi-talização (FENASEG). Todas são contra a extinção do fator previdenciário.

Mais duas rodadas de audiências foram realizadas, dia 31 de março e dia 02 de abril, dessa vez com re-presentantes dos trabalhadores.

Deputado Pepe Vargas (relator do PL 3299); Cid Heráclito de Queiroz (CNC); e deputado Vignatti (presidente da Comissão).

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Pirataria: CNC apóia combate

ao crime do século

A Pirataria é hoje considerada o crime do século. O Brasil perde, por ano, R$ 30 bilhões em arreca-

dação de impostos. Segundo a Interpol, no mundo, o comércio ilegal já movimenta U$ 522 bilhões/ano, bem mais do que o tráfico de entorpecentes, de U$ 360 bilhões/ano. Decidido a banir de vez o crime, o Brasil trabalha, por meio da Polícia Federal, con-tando com o apoio do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Outros Delitos (CNCP), do Ministério da Justiça, do qual a CNC participa desde 2007, atuando na defesa do empresariado e do consumidor, no combate ao comércio ilegal.

A pirataria moderna se refere à cópia, venda ou distribuição de material sem o pagamento dos direitos autorais, de mar-ca e ainda de propriedade intelectual e industrial. Portanto, um ato ilícito. Ela envolve os mais diversos produtos, desde roupas, óculos, utensílios domésticos, re-médios, livros, softwares e qualquer ou-tro tipo de produto que possa ser copiado. Segundo pesquisas realizadas por órgão responsável, a cada 10 CDs legítimos, cinco são piratas, e outros tantos são co-piados pela Internet.

O comércio, a exposição à venda, ou a distribuição de produtos piratas é crime no Brasil. Cerca de 47% da população utiliza algum tipo de produto pirateado. Pesquisa feita pela Fecomércio-Rio e pelo Instituto Ipsos aponta que os produtos mais piratea-dos são os CDs, DVDs, óculos e relógios. O “Fórum Nacional contra Pirataria e Ile-galidade” realizou, no ano de 2006, uma pesquisa na qual ficou revelado que 91,3% das pessoas entrevistadas adquiriram pro-duto pirata naquele ano, e apenas 13% sa-biam que os “piratas” sonegam impostos. Além disso, 95,7% dos entrevistados reve-laram que deixariam de adquirir produtos piratas, caso houvesse uma redução no va-

lor do produto original. Acreditando que

o combate ao comércio ilegal não depende apenas da atuação do Estado (muitas vezes, desaparelhado para exercer o seu poder de polícia), a entidade entende, como condi-ção sine qua non, uma integração entre as entidades privadas, o Estado e a própria so-ciedade, em repúdio a esse tipo de prática.

Quanto à sua efetiva atuação, a CNC destaca a sua presença nas reuniões do CNCP, como representante do empresa-riado do Comércio brasileiro; em feiras, audiências públicas promovidas pelo Con-gresso Nacional (Câmara e Senado) e em apresentação de estudos e pareceres con-tra ou a favor de projetos de lei a respeito apresentados por alguns parlamentares por amostragem. No âmbito do CNCP, o pro-jeto Comércio Contra a Pirataria foi clas-sificado como prioritário. “As ações estão em fase de definição, mas terão um grande impacto”, afirmou Natan Schiper, 1º Secre-tário da Fecomércio-RJ e representante da CNC no Conselho. “A pirataria está ligada ao comércio informal e cabe a nós, empre-sários, com apoio das entidades, ajudar a combater a informalidade”.

Em trabalho técnico apresentado à di-retoria no dia 12 de março, a advogada da Divisão Jurídica, Dagmar de Sant’ Anna, assessora técnica da CNC no CNCP, desta-ca que é importante lembrar que a questão não está na diferença entre os preços dos produtos comercializados legalmente e os praticados no comércio ilegal, mas sim na necessidade, urgente, de se educar o pú-blico e tornar evidentes os laços que exis-tem entre a pirataria e o crime organizado. “Para vencer essa guerra faz-se necessário conscientizar as pessoas não só do crime que dessa prática resulta, como, concomi-tantemente, sobre os perigos que esses pro-dutos pirateados oferecem, principalmente no que concerne à saúde, uma vez que até remédios já podem ser encontrados nesse mercado livre”, afirma a advogada.

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Lançamento dos Anais do X CBRATUR

Os Anais do CBRATUR 2008 – X Congresso Brasileiro da Ativida-de Turística foram lançados no

dia 15 de abril, durante café da manhã re-alizado no Salão Nobre da Câ-mara dos Deputados, em Bra-sília. O evento foi promovido pela Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, a Comissão de Desenvolvimento Regio-nal e Turismo do Senado Federal, a Frente Par-lamentar do Turismo e a Frente Parlamentar do Esporte, em par-ceria com a Confe-deração Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o Serviço Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Comercial (Senac).

A publicação, de 110 páginas, traz um registro dos painéis e debates que compu-seram o evento, realizado em novembro do ano passado, na Câmara dos Deputa-dos, com o tema Copa do Mundo: oportu-nidades e desafios para o Turismo. A obra

CBratur

O X CBRATUR debateu o desenvolvi-mento da atividade turística nacional em bases sustentáveis, voltando as discussões para os desafios da realização da Copa do Mundo 2014 no Brasil. O Congresso Brasi-leiro da Atividade Turística é uma iniciati-va da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, da Comissão de

apresenta também o documento de referên-cia “Contribuições da Cadeia Produtiva do Turismo para a Organização da Copa do Mundo no Brasil em 2014”, que consolida

as reivindicações de 21 entida-des associativas e sindicais que integram a Câ-mara Brasileira do Turismo da

CNC, além de instituições re-

presentativas de diferentes subcate-

gorias da economia turística.

Na ocasião foi lan-çado o Livro “Comen-

tários à Lei Geral do Turismo e proposições

legais para o incremento do turismo no país”, es-

crito pelo coordenador da Câmara Brasileira de Tu-

rismo da CNC, presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restau-rantes, Bares e Similares e vice-presidente do Comitê Empresarial da Organização Na-cional do Turismo, Norton Lenhart, em par-ceria com a advogada Lirian Sousa Soares Cavalhero.

Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal e da Frente Parlamentar do Turismo, conta desde 2002 com a parceria do Sistema Confederação Nacional do Co-mércio de Bens, Serviços e Turismo, o que permitiu aprofundar a participação de toda a cadeia produtiva do turismo na discussão com o Legislativo.

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A hora e a vez do turismo

Evento debate as oportunidades para o desenvolvimento da atividade turística diante da crise - ou por causa dela

A 7ª edição do Fórum Panrotas – Ten-dências do Turismo foi realizada nos dias 17 e 18 de março, no Centro Fecomercio de Eventos, em São Paulo, e reuniu parla-mentares, empresários e profissionais de tu-rismo no debate das principais questões do setor no momento. O evento foi realizado por meio de uma aliança institucional com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e contou com o apoio do Ministério do Turismo, en-tre outras entidades.

Na abertura, o presidente do Grupo Pan-rotas, Guillermo Alcorta, tocou no tema que mais tem mobilizado os empresários no momento: a crise econômica. “Crise nada mais é do que o estado de ânimo do cenário que vivemos. A vantagem de enxergarmos dessa forma é que na crise não podemos mexer, mas no cenário, sim”, afirmou. O assunto também foi pauta do ministro do Turismo, Luiz Barretto, primeiro palestran-te do dia. Para ele, a crise é uma boa oportu-nidade para o desenvolvimento do turismo interno – razão pela qual o Ministério ante-cipou o lançamento de uma campanha de promoção do mercado interno, valorizando as viagens pelo Brasil. Barretto destacou o crescimento da atividade turística nacional, que responde por 2,6% do PIB do Brasil,

ocupando a quinta posição em nossa pauta de exportações, com uma geração de recei-tas da ordem de US$ 39 bilhões em 2008 – dos quais 85% são provenientes do turismo doméstico. A Copa do Mundo de 2014 tam-bém foi abordada pelo ministro, que clas-sificou o mundial como “a maior janela de oportunidades do século para o País”, desta-cando que é fundamental preparar atrativos e produtos turísticos para o evento, dado o fluxo intenso de turistas entre os jogos. “A Copa atrai 240 países, 500 estações televisi-vas, além dos quase 30 bilhões de especta-dores, ou seja, será uma grande vitrine para o Brasil”.

A presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Solange Paiva Vieira, foi a palestrante do segundo painel do evento. A economista fez um balanço geral sobre o setor, falando da queda nas estatísticas de atrasos em vôos e a impor-tância de preparar o setor para receber um grande volume de passageiros em 2014. “As pesquisas mostram que só em movi-mentação de staff, em jogos que acontecem em cidades diferentes, há um fluxo de 50 mil pessoas. No Brasil, este deslocamento será feito predominantemente de avião, já que não temos uma rede ferroviária capaz de absorver parte desse contingente”, disse.

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Solange participou, ainda, de uma espé-cie de talk show com o jornalista William Waack, que abordou os principais pontos de discussão entre a Anac, as companhias aéreas e o trade turístico, como o duopó-lio Tam/Gol e a entrada da novata Azul ao mercado, e a liberação tarifária proposta pela Anac e à qual as companhias aéreas manifestaram-se contrárias, temendo uma guerra de preços tão desleal que leve as empresas nacionais à falência. A dirigente da agência regulatória também falou sobre a abertura do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, a outros vôos além daque-les do eixo RJ-SP: “Quem tem de decidir onde e como quer voar sao as companhias e os passageiros e não a Anac”, disse.

Os presidentes das seis principais companhias aéreas brasileiras - Constan-tino de Oliveira Jr. (Gol), David Barioni Neto (Tam), German Efromovich (Ocea-nAir), José Mario Caprioli (Trip), Pedro Janot (Azul) e Wagner Ferreira (Webjet) - compuseram o terceiro painel do Fórum Panrotas, intitulado Análises e Perspec-tivas das Principais Companhias Aéreas Brasileiras e também mediado pelo jor-nalista William Wack. Na pauta, temas polêmicos, como a liberação tarifária de-fendida pela presidente da Anac, Solange

Vieira, os critérios para a distribuição dos slots (vagas para pousos ou decolagens) en-tre as empresas já estabelecidas no mercado e as novatas e a desigualdade de condições competitivas. Sobre o primeiro item, David Barioni foi o único a se mostrar contrário à proposta da Anac, levantando a questão das diferenças tributárias incidentes entre em-presas brasileiras e estrangeiras. Também não houve unanimidade quando os assun-tos foram concorrência e participação de mercado, mas, para o presidente da Trip, José Mário Caprioli, o setor deveria pensar em criar um sistema aéreo mais eficiente, em vez de ficar disputando os mesmos clientes. Segundo ele, cerca de 200 milhões de passageiros percorrem de ônibus distâncias que poderiam ser fei-tas de avião. “Por que brigar por uma fatia de 45 milhões de passageiros de avião e não pensar em trazer para o sis-tema aéreo os viajantes rodoviários?”, questionou. Ao final do debate, os par-ticipantes discutiram a necessidade de investimentos em infra-estrutura e che-garam à única opinião comum de todo o debate: a privatização dos aeroportos é uma discussão a ser levada adiante e com seriedade, pois pode ser um exce-lente mecanismo para a sua melhoria.

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Internet: a ferramenta ainda é pouco usada nos negócios do turismo

A importância da internet para o setor turístico também foi tema de debate no 7º Fórum Panrotas. Um dos painéis reuniu o diretor de Negócios do Google Brasil, Jorge Dib, o presidente do Buscapé, Romero Rodrigues, o diretor de Tecnologia do Sa-bre, Luiz Vieira, e o presidente da ClearSale, Pedro Chiamulera, que abordaram técnicas para otimizar a promoção e as vendas on-line. Segundo Dib, o e-commerce cresceu 30% no Brasil em 2008, na comparação com 2007, em um sinal de que o brasi-leiro começa a descobrir a internet como um novo canal de compras. “Nos Estados Unidos, o número de turistas que escolhem, pesquisam e estudam suas viagens por meio da internet chega a 90%”, diz, su-gerindo que o segmento turístico tem aí um novo nicho de mercado.

O Fórum Panrotas contou com uma participação internacional: a vice-presidente de uma das maiores agências de Relações Públicas do mundo, a Edel-man, Cathleen Johnson, que participou do painel sobre marketing de destinos e melhores práticas internacionais. Para ela, o Brasil oferece opções

ilimitadas de atrativos e, por isso, para criar van-tagem competitiva, deve focar em produtos espe-cíficos para cada perfil de público, sempre buscan-do elementos únicos que apenas o País ofereça. A executiva citou ainda a importância da participação da iniciativa privada na consolidação de estratégias de promoção e comercialização dos produtos turis-ticos. “O governo deve buscar parcerias privadas. Elas são importantes para melhorar os produtos e, em tempos de crise, oferecem mais condições para melhorar todo o processo”, disse, citando o traba-lho da Embratur, “alinhado com as melhores prá-ticas internacionais”. Jeanine Pires, a presidente da Embratur, fez a sua exposição focada no tema “Estratégia do Brasil na promoção internacional”, e afirmou que o País tem como desafio construir a sua própria experiência como destino turístico, principalmente para os visitantes internacionais. “Meu trabalho é definir o que o Brasil oferece como produto turístico do ponto de vista do con-sumidor internacional, que é bastante diferente de como nós enxergamos”, afirmou.

Lei Geral do Turismo e Pelé marcam o encerramento do Fórum Panrotas

O penúltimo painel do Fórum foi um debate que teve como tema a Lei Geral do Turismo e as ativida-des das comissões de Turismo do Senado e da Câ-mara dos Deputados, e contou com a participação do secretário nacional de Políticas de Turismo do Mi-nistério do Turismo, Airton Pereira, do presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos De-putados, Afonso Hamm, do presidente da Frente Par-lamentar de Turismo, Alex Canziani, e dos deputados federais Carlos Eduardo Cadoca, Lídice da Mata e Otávio Leite. O ex-ministro do Turismo Walfrido Mares Guia também participou, como moderador, e, ainda, os presidentes da CVC, Guilherme Paulus, e do Sindetur-SP, Eduardo Vampré do Nascimento, e o consultor da Accor Hotels, Orlando de Souza. No último painel, mediado pelo jornalista William Waa-ck, o deputado federal e representante da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, Celso Rus-somanno, o presidente da Abav Nacional, Carlos Al-berto Amorim Ferreira, o presidente da Braztoa, José Eduardo Barbosa, e o diretor jurídico do Procon, Jor-

ge Wilson, debateram o tema Direitos do consumidor e os serviços de turismo - de quem é a culpa?.

O encerramento do Fórum Panrotas contou com a presença de Pelé. Assim que o ex-jogador entrou no auditório, empresários e profissionais de turismo deram lugar a torcedores emociona-dos. Pelé participou de um bate-papo com o jor-nalista William Wack e falou sobre esportes, as grandes promessas do futebol atual e, é claro, a Copa do Mundo no Brasil, em 2014. O rei, que re-cebeu uma homenagem por sua contribuição para a divulgação do Brasil no exterior, afirmou que a realização do mundial no Brasil representa uma grande oportunidade de apresentar as oportuni-dades turísticas do País, além de gerar negócios: “Houve uma mudança radical no conceito do que é o evento. Hoje, a Copa tem uma conotação mui-to mais voltada para os negócios. Outro ponto é que, atualmente, destinos que sediam uma Copa têm melhorias em questões como saúde, comuni-cação e transporte”, afirmou.

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Em meio aos assuntos relacionados à atividade turística, como os efei-tos da crise econômica sobre o se-

tor, o incremento do turismo doméstico e a preparação do País para a Copa do Mundo de 2014, dois temas aparentemente desco-nexos do universo do Fórum Panrotas le-varam os participantes à reflexão.

No primeiro dia do evento, o hea-dhunter Robert Wong apresentou o pai-nel Lideranças e Competências – como selecionar pessoas e expandir a empre-gabilidade, que abordou temas como es-colhas, desafios e potenciais. Segundo Wong, mais do que superar a concorrên-cia, é preciso se preocupar em oferecer um serviço de excelência - caminho que passa necessariamente pela auto-con-fiança, qualidade conquistada por meio do auto-conhecimento. “Hoje, é preci-so ser mais do que um mero executivo - aquele que executa; é preciso ser um estrategista de mudanças”, sentenciou.

O presidente da Amana-Key, Oscar Motomura, especialista em gestão de ta-lentos e pessoas, abriu o segundo dia do Fórum Panrotas destacando o que con-sidera ser a principal ferramenta para os executivos das empresas em tempo de crise: a inovação. “Um dos grandes desafios dos líderes é fazer com que as pessoas saiam de seus modelos men-tais, utilizem a sua energia criativa para

solucionar problemas aparentemente impossíveis - em resumo, que pensem diferente para obter resultados diferen-tes”, disse. Para ele, tudo o que as em-presas não devem fazer neste momento é pisar no freio. Ao contrário, devem “acelerar” - mas buscando inovação e qualificação. Motomura sugeriu que os empresários do setor de turismo apro-veitassem a crise para pensar na ativida-de como o “epicentro de algo que pode projetar o Brasil de forma diferente no mundo”. Ele lembrou das pa-lavras do sociólogo italiano Domenico de Masi, que, em sua primeira visita ao Brasil, ao afirmar que a Itália exportava design, e não carros ou roupas, foi ca-tegórico ao defi-nir que o principal produto brasileiro era a felicidade. “É possível vender felicidade? Teria apelo, e alguém aceitaria comprá-la? Quem sabe vem daí a solução para as equações im-possíveis do País?”, questionou.

Auto-conhecimento e inovação: palavras-chave para os empresários modernos

Especialistas em gestão de pessoas falam sobre desafios profissio-nais e a necessidade de inovar, nos períodos de crise e sugerem que os executivos busquem a excelência através da auto-confiança e que mudem os paradigmas

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Fórum Panrotas homenageia presidente do Sistema CNC/Sesc/Senac

O presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Antonio Oliveira Santos, foi home-nageado na noite de terça-feira, 17 de mar-ço, durante o Jantar da Integração da 7ª edi-ção do Fórum Panrotas, em São Paulo. E recebeu uma placa do presidente do Grupo Panrotas,Guillermo Alcorta, e do presiden-

te da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), Carlos Alberto

Ferreira, em reconhecimento ao seu trabalho à frente da enti-

dade que representa os em-presários do turismo de

todo o País.Em discurso, Oliveira

Santos, que se declarou honrado com a home-nagem, falou sobre o objetivo comum entre a CNC e as demais entidades presentes, especialmente o Gru-po Panrotas, de pro-

mover e incentivar o turismo como alavanca

para o desenvolvimento social e econômico do

País. “Fico feliz em cons-tatar que o trade turístico

brasileiro vem apresentando números expressivos de cresci-

mento – fruto do trabalho de todos

aqui. Da nossa parte, temos priorizado as ações da Câmara Brasileira de Turismo da CNC, à qual estão filiadas as principais en-tidades associativas empresariais nacionais das áreas de turismo e hospitalidade”, afir-mou, acrescentando que as parcerias e con-vênios firmados pelo Sistema CNC/Sesc/Senac com organismos governamentais comprovaram ser uma ótima estratégia de ação, visto que têm beneficiado diretamen-te os sindicatos, associações e empresas do trade turístico.

Cerca de 300 líderes empresariais compareceram ao evento, realizado no recém-inaugurado hotel Tivoli São Paulo Mofarrej, que teve como objetivo integrar os representantes do turismo aos parla-mentares que atuam diretamente em prol da atividade turística. Participaram do jantar o secretário estadual de Turismo de São Paulo, Claury Alves, o presidente da SP Turis, Caio Luiz de Carvalho, os de-putados federais Otávio Leite, Lídice da Mata, Marcelo Teixeira, Carlos Eduardo Cadoca e o novo presidente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, Afon-so Hamm, além do senador e consultor da CNC Bernardo Cabral, do diretor da CNC e presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Simila-res, Norton Lenhart, da chefe de Gabine-te, Lenoura Schmidt, e do vice-presidente do Conselho de Turismo da CNC, Eraldo Alves da Cruz, entre outros.

Entre Guillermo Alcorta e Carlos Alberto Ferreira, Antonio Oliveira Santos recebe homenagem pelo trabalho na área do Turismo

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Santos Dumont liberado para novos vôos

A ampliação dos vôos do Santos Du-mont, além da ponte aérea Rio-São Paulo, que vinha sendo defendida publicamente pelo presidente da CNC, Antonio Olivei-ra Santos, começou a ser concretizada em 20 de março. Com autorização da Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC), a com-panhia Azul Linhas Aéreas inaugurou a rota Campinas-Rio.

Desde o início do ano a CNC vem mani-festando sua posição em favor da ampliação da capacidade do Santos Dumont. O presi-dente Antonio Oliveira Santos enviou em ja-neiro carta à diretoria da Anac, defendendo mais vôos, e no dia 2 de fevereiro publicou artigo no Jornal do Commercio com a posi-ção da entidade. A resolução 75 da agência, que permitiu as mudanças no Santos Du-mont, foi bem recebida pela CNC.

Em breve, novas rotas entrarão em ope-ração, atendendo também aos pedidos de 10 companhias (a própria Azul, TAM, Gol/Va-rig, Webjet, OceanAir, Trip, NHT, Pantanal, Passaredo e Air Minas), que demonstraram interesse em novos vôos. A Anac somente

irá autorizar vôos dentro da capacidade ope-racional do aeroporto e respeitando todas as normas de segurança.

O embate do governo do Estado do Rio de Janeiro com a Infraero, exigindo um novo licenciamento ambiental para que novas ae-ronaves de grande porte operem no Santos Dumont, chegou ao fim.

O governador Sérgio Cabral prefe-riu ouvir o conselho de seu secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, de que não havia base legal para impedir que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizasse novos vôos, o que poderia provocar um grande desgaste político, e recuou na sua posição. No entanto, o governo do Estado do Rio de Janeiro reiterou, em nota, o temor de que a cada novo vôo via Santos Dumont para capitais brasileiras, menos voos partirão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, “tendo como nefasta consequência a per-da de voos internacionais diretos, con-quistados com muito trabalho nos dois últimos anos”, diz a nota.

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No mesmo dia em que a Azul começou a operar a rota Rio-Campinas, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados re-alizou uma audiência na Associação Co-mercial do Rio de Janeiro (ACRJ) para de-bater a abertura do aeroporto carioca para novos vôos. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) participou do encontro, que foi pre-sidido pelo deputado Edmilson Valentim (PC do B-RJ).

Na ocasião, a CNC, por intermédio do assessor de Turismo da Presidência e vice-presidente do Conselho de Turismo da entidade, Eraldo Alves da Cruz, propôs a realização de uma pesquisa nos princi-pais aeroportos do País para informar e ouvir o usuário de transporte aéreo sobre as mudanças no Santos Dumont. “A CNC se coloca à disposição para colaborar com a Anac, com a Câmara e com quem mais quiser participar, para colaboramos com essa pesquisa”.

Segundo ele, o levantamento poderia ser feito principalmente nos aeroportos de Vitória (Espírito Santo), Congonhas e Guarulhos (São Paulo), Pampulha e Con-fins (Belo Horizonte), além dos terminais fluminenses (Tom Jobim/Galeão e San-tos Dumont). “Gostei muito da proposta.

ACRJ sedia audiência pública para debater o assunto

Podemos desenvolvê-la e tentar atender melhor os questionamentos”, enfatizou o deputado Edmilson Valentim.

O executivo não deixou de registrar um pleito da CNC já defendido anteriormen-te em audiência da Anac realizada no Rio, em 22 de janeiro - a oferta de pelo menos dois vôos diários e sem escalas do Santos Dumont para Brasília, Vitória e Belo Ho-rizonte.

A atratividade que o Santos Dumont pode exercer em passageiros que viajam a negócios foi destaca por Alexandre Go-mes de Barros, diretor de infraestrutura aeroportuária da Anac: “O que fazemos é conceder liberdade aos passageiros para escolherem em que aeroportos querem voar”, disse.

Segundo o deputado Valentim, os tra-balhos da Câmara este ano seguirão duas linhas principais: o impacto da crise econômica internacional no Brasil e as alternativas de crescimento nesse cená-rio, acompanhando o desenvolvimento de temas regionais de interesse nacional. “Não se desenvolve um País sem ob-servar as diversidades de cada região”, disse. A reunião também contou com a participação de representantes da Infra-ero, de empresas aéreas e entidades da sociedade civil.

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Flexibilidade na concessão de vistos, para benefício do turismo

A política de concessões de vistos a es-trangeiros pautou a reunião realizada no dia 25 de março, no Rio de Janeiro, pelo Con-selho de Turismo da CNC, que recebeu o embaixador João Baena Clemente Soares, membro do Comitê Interamericano de Justi-ça da Organização dos Estados Americanos (OEA), entidade da qual já foi secretário-geral. “O assunto interessa a todos nós, so-bretudo, em uma conjuntura internacional que facilita o trânsito de bens e dificulta o trânsito de pessoas. Nada mais intrínseco ao turismo do que o direito de ir e vir”, disse o embaixador. Baena defendeu a flexibiliza-ção da emissão de vistos a turistas, com di-minuição de custos, negociação com os paí-ses para os quais o visto é exigido, melhoria do atendimento nos consulados estrangeiros e possibilidade de admitir exceções à legis-lação que trata do assunto.

As medidas beneficiariam eventos dire-tamente ligados ao turismo, como a Copa do Mundo de 2014. “É importante atentar-mos para isso, para atuar em face de eventos como esse em nosso País, modificar a regu-lamentação sem ferir a substância da lei”, analisou Oswaldo Trigueiros Junior, presi-dente do Conselho de Turismo da CNC. Seu vice, Eraldo Alves da Cruz, concordou: “Te-

mos caminhos efetivos para alcançar nossos objetivos sem ferir nenhum conceito”, disse. O encontro foi considerado histórico por ambos, já que foi a primeira vez que um em-baixador falou abertamente sobre a questão. O secretário de Turismo do Rio de Janeiro, Antonio Pedro Figueira de Mello, também participou do encontro: “Devemos começar a entender o turista como um cliente, e, nes-sa condição, ele precisa ser bem tratado”, argumentou. Figueira de Mello classificou como “fundamental” o oferecimento do vis-to on-line.

A reunião com Baena foi a primeira realizada este ano dentro da nova meto-dologia de trabalho do Conselho de Tu-rismo, anunciada na primeira reunião do órgão este ano.

Trigueiros na ACRJ

O presidente do Conselho de Turismo (CTur) da CNC, Oswaldo Trigueiros Ju-nior, tomou posse em 23 de março como conselheiro da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), no centro da cida-de. O ministro do Turismo, Luiz Barretto, participou do evento e foi homenageado por

seu tra-balho à frente da Pasta.

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Crise econômica preocupa setor turístico

Associados à Câmara Brasileira de Tu-rismo (CBTur) da CNC, representantes das 20 mais importantes entidades associativas do setor de turismo do País reuniram-se na sede da entidade, em Brasília, no dia 25 de março, para fazer uma nova avaliação sobre o desempenho da atividade turística frente à crise econômica mundial, após o término das férias escolares e o carnaval, períodos de maior movimentação para o setor. O coorde-nador da CBTur, e presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, Norton Lenhart, pediu que cada segmento avaliasse seus resultados.

Os empresários manifestaram preocupa-ção com o que consideram problemas em

nossa política fiscal, como a alta carga tribu-tária; com a falta de incentivo do governo, via ampliação do crédito, necessário para que a atividade turística se mantenha aque-cida; e com os impactos sobre os negócios, caso a crise perdure.

“Os reflexos reais só serão sentidos da-qui a alguns meses”, alertou a representante do Sindicato Nacional das Empresas Aero-viárias (SNEA), Adelita Guasco, que con-corda que o peso dos tributos é a principal questão a ser solucionada. Apostole Láza-ro, da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (ABETAR), afirma que, na média, o seu setor registrou ganhos, já que a queda no preço do petróleo compensou a alta do dólar. Mas, diz, teme decréscimo no número de passageiros a par-tir de março. De acordo com Álvaro Bezerra de Mello, da Associação Brasileira da Indús-tria de Hotéis (ABIH), em São Paulo, o seg-mento hoteleiro que trabalha predominante-mente com turistas estrangeiros teve queda no número de reservas, em decorrência da gravidade da crise nos Estados Unidos e em boa parte dos países europeus. “A hotelaria de negócios e lazer teve bom desempenho até fevereiro. Resta saber se os outros me-ses serão igualmente bons”, afirma Antônio Bispo, do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil.

O coordenador da Câmara Brasileira de Turismo (CBTur) da CNC, Norton Lenhart, está lançando uma publicação comentada da Lei Geral do Turismo, considerada um marco regulatório para o setor turístico brasileiro por condensar, em um único instrumento normativo, quase todas as legislações relacio-nadas à área. No livro, escrito em parceria com a advogada Lirian Cavalhero, Lenhart analisa os artigos que compõem a Lei Geral do Turismo, comenta os vetos feitos ao texto proposto pelo Poder Legislativo e sugere novas normas que podem incrementar o turismo no Brasil.

Livro analisa a Lei Geral do Turismo

Em almoço realizado na CNC de Brasília, Gil Siuffo e Norton Lenhart recebem o presidente da

Comissão de Turismo e Desporto da Câmara

dos Deputados, Afonso Hamm, e o deputado

Edinho Bez

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A CNC recepcionou, em Brasília, no dia 18 de março, reunião-jantar do Comitê Executivo da Ação Empresarial, um dos mais ativos movi-mentos do pensamento empresarial brasileiro. No cardápio do encon-tro, avaliação da conjuntura, os impactos da crise mundial na economia e medidas anticrise, ICMS acumulado pelos exportadores e reforma tributária. Carlos Thadeu de Freitas, chefe da Divisão Econômica da CNC, abordou a situação atual e futura do crédito no Brasil e no mundo. Muitos debates se seguiram sobre ações do Banco Central, comporta-mento do spread bancário e razões pelas quais o crédito não está che-gando ao setor produtivo. O vice-presidente financeiro da CNC, Luiz Gil Siuffo, recepcionou os membros da Ação Empresarial em nome da CNC, participaram do encontro: Jorge Gerdau Johannpeter, presi-dente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau e coordenador da Ação Empresarial; Armando Monteiro, presidente da CNI; Gabriel Jorge Ferreira, presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras; Luiz Otávio Gomes, da Confederação das Associações Comerciais do Brasil; Sérgio Reze, presidente da Federação Nacional de Veículos; Omar Carneiro da Cunha e Cristiano Buarque, da Ação Empresarial; José Augusto Coelho Fernandes, diretor-executivo, e Flá-vio Castelo Branco, gerente da Divisão Econômica, ambos da CNI; Carlos Thadeu de Freitas e Marianne Hanson, economista da CNC, e Roberto Nogueira Ferreira, consultor da CNC.

Comitê Executivo da Ação Empresarial se reúne na CNC

Gil Siuffo (CNC) recebe Gabriel Jorge Ferreira (CNF), Armando Monteiro Neto (CNI), Jorge Gerdau e demais membros do Movimento Ação Empresarial, em Brasília

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EM FOCO

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Marco Aurélio de Mello, um homem do comércio

O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio de Mello participou, no dia 12 de março,

de almoço com presidentes de federa-ções nacionais e estaduais do comércio, na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em Brasília.

Ele foi recebido pelo presidente da en-tidade, Antonio Oliveira Santos, que des-tacou a atuação do ministro ao longo de sua carreira no STF, e, em especial, à pre-sidência exercida entre 2001 e 2003. “Os julgamentos do ministro no Supremo, a última instância no que tange a defesa da democracia e da ordem constitucional, são sempre balizados pela preocupação do interesse nacional, pela independên-cia, transparência e a indispensável im-parcialidade que o magistrado do Direito deve praticar”, disse, acrescentando que todos os representantes do comércio ali presentes acompanhavam o trabalho de Marco Aurélio de Mello, sobretudo o que afetava o comércio, já que a atividade exerce papel fundamental no desenvolvi-mento da economia brasileira por escoar a produção industrial, levando-a às mãos do consumidor.

O ministro relembrou o tempo em que trabalhou como visitante comercial, antes

de ingressar na carreira jurídica, e afir-mou que “continuaria sendo um homem do comércio”. “Contem comigo como um igual, buscando servir, e bem servir, a to-dos aqui”, disse. Marco Aurélio falou tam-bém sobre a importância de se respeitar o Estado e a legislação. E indagou: “De que precisamos, realmente, no Brasil, para ter-mos dias melhores? Precisamos observar que se paga um preço, e esse preço é mó-dico, por se viver em uma democracia, em um Estado de Direito; o respeito irrestrito, principalmente, por aquele que deve dar o exemplo, o Estado. Refiro-me à União, Estados, propriamente ditos, e Municípios, às regras estabelecidas. Não será mediante a edição de novas leis, colocando a socie-dade a viver em solavancos, que teremos o que eu apon-tei como dias melhores. Te-remos dias me-lhores, quando avançarmos no campo com-portamental , observando as regras estabe-lecidas, até que elas venham a ser alteradas”.

O ministro Marco Aurélio de Mello

é recebido por empresários do

comércio, na sede da CNC, em Brasília. Abaixo,

com o presidente da entidade, Antonio

Oliveira Santos

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EM FOCO

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Jamil Nadaf: a trajetória de um líder empresarial

Presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Se-nac-MT até junho de 2004, Jamil Boutros Nadaf dedicou sua vida ao trabalho. Quando

assumiu o comando das entidades, em 25 de outubro de 1985, discursou por menos de três minutos, mas firmou a promessa de desenvolver seu setor, sua ci-dade e seu país. “Nadaf sempre se dedicou à nossa Casa com muito carinho, fazia da Confederação Na-cional do Comércio a extensão dos seus objetivos, dos seus negócios, da sua convivência”, afirmou o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, por ocasião da perda do líder empresarial, em 8 de mar-ço, aos 83 anos, vítima de infarto.

Oliveira Santos não foi o único a se manifestar. Presidentes de federações do comércio também demonstraram apreço pelo empresário nascido na cidade de Saydanaya, comarca de Damasco, Repú-blica Árabe da Síria, que chegou ao Brasil em 22 de maio de 1948, fixando residência em Cuiabá, onde instalou em 1951 a primeira perfumaria na capital de Mato Grosso. “Nosso companheiro foi um exem-plo como pai de família, sindicalista e homem de negócios, sabendo conduzir de forma equilibrada as administrações da Federação, do Sesc e do Senac do estado, durante os anos em que esteve à frente das entidades”, disse José Evaristo dos Santos, pre-sidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-GO.

O senador e presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-DF, Adelmir Santana, vê os passos de Nadaf serem seguidos. “Reconforta-nos saber que existe na figura de seu filho, Pedro Nadaf, a seqüên-cia de suas ações”, declarou. Pedro Nadaf, presiden-te do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-MT desde

julho de 2004, escreveu artigo sobre o pai: “Viveu num mundo em constante construção e soube com muita paciência colocar muitos tijolos em edifica-ções, concretas e de sentimentos”.

Francisco Teixeira Linhares, presidente do Sis-tema Fecomercio/Sesc/Senac-RO, reconhece a im-portância de Nadaf para o setor. “O comércio bra-sileiro tem muito que agradecer a esse homem, que se dedicou a promover ações que para o engrandecimento do setor empre-sarial”. “Jamil Boutros Nadaf deixa o legado do espírito empreendedor”, acrescentou Bruno Breithaupt, pre-sidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Seanc-SC.

Muitas foram as realizações de Ja-mil Nadaf. Sob o seu comando, a Feco-mercio-MT construiu o Sesc Arsenal, o Sesc Escola e o Centro de Edu-cação Profissional do Senac em Cuiabá e em muitas cidades do esta-do. Além disso, Jamil in-centivou a construção da Estância Ecológica Sesc Pantanal, no Mato Gros-so. O governo do estado decretou, em 10 de mar-ço luto oficial de três dias pelo falecimento do líder empresarial.

“ “O comércio brasileiro tem muito que agradecer a esse homem, que se dedicou a promover ações que para o engrandecimento do setor empresarial

Nosso companheiro foi um exemplo como pai de famí-

lia, sindicalista e ho-mem de negócios

José Evaristo dos Santos, presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-GO

Francisco Teixeira Linhares, presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-RO

HOMENAGEM

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A crise americana

Quando o mercado americano já dava os primeiros passos para a recuperação do mercado imo-

biliário, os burocratas do Governo in-ventaram um programa de salvação dos grandes bancos insolventes, aprovando um plano para aquisição de seus ativos podres. Ao invés de punir os responsáveis, bloqueando seus patrimônios, o Governo está premiando os traficantes dos crédi-tos pobres, empréstimos realizados sem garantia, com dinheiro dos depositantes. Muito mais simples teria sido subsidiar os juros dos mutuários, de acordo com os contratos originais. A idéia de estatização dos bancos falidos é outra aventura. Esta-tizar, com a mesma administração? E o Governo, onde encontraria diretores com-petentes, para substituir os antigos?

Em fevereiro, as vendas de casas usadas no mercado americano subiram 5,1%, de acordo com a Associação Nacional de Cor-retores. Os preços caíram, em média, 15,5%, em relação a fevereiro/07. O novo “Plano B”, de Geithner/Obama pode estragar a festa da recuperação, introduzindo regras de ex-trema complexidade para atrair uma minoria de compradores do setor privado. Todavia, o anúncio do Plano serviu para animar as Bol-sas de Valores, um passo importante para revitalizar o mercado de capitais.

A crise econômica mundial vai levar tem-po, mas poderá resolver-se mais cedo e com menores custos do que com a intervenção, do Governo na direção errada. Vamos obser-

var o comportamento das Bolsas de Valores, em Nova York, Londres, Paris, Frankfurt, São Paulo e Xangai. As Bolsas são o termô-metro da economia, na medida em que re-fletem a lucratividade (P/L) das empresas. A julgar pelos índices das Bolsas de Valores, a crise deste ciclo econômico atingiu o fundo do poço, e tem início, lentamente, o proces-so de recuperação.

Se aceitarmos que são as ondas das ino-vações que explicam as fases de prosperida-de dos ciclos econômicos, temos que admitir que foram as inovações na área da informá-tica e das comunicações que comandaram a expansão econômica de 1990 a 2006/2007. Essa fase esgotou-se, encerrando o período de prosperidade das duas últimas décadas. Estamos, agora, no fundo da recessão. Mas os primeiros sinais de recuperação podem estar a caminho, na medida em que estão em gestação importantes inovações na área energética. O novo ciclo econômico vai de-pender dos avanços da tecnologia na área energética, estimulada pelas preocupações com o meio ambiente. Veículos elétricos, energia eólica e solar, etanol celulósico, bio-diesel de algas são algumas das inovações que vão revolucionar o mundo, ainda na primeira metade do século XXI. Da mesma forma que foi a máquina a vapor no século XVIII, o carvão no século XIX, o petróleo na primeira fase do século XX, a indústria eletrônica, a informática e a tecnologia das comunicações, nos últimos 20 anos.

Ernane GalvêasConsultor de Economia da CNC

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ARTIGO

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Em mais um desdobramento da cri-se global, o governo dos Estados Unidos detalhou, em 23 de março,

o plano para a compra de ativos podres dos bancos e confirmou que os recursos serão combinados com investimentos privados para permitir a compra de US$ 500 bilhões a US$ 1 trilhão em papéis tóxicos de ins-tituições financeiras. Os mercados recebe-ram bem a notícia. Pouco antes, no dia 12, a aparente hesitação dos americanos nes-sa questão foi justamente uma dos aspec-tos levantados na análise da crise feita na reunião mensal da Diretoria da entidade, realizada em Brasília. “O grande ponto é que os ativos dos bancos continuam cain-do e sem soluções”, enfatizou, na ocasião, o chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas, repetindo uma

observação feita na reunião anterior. “Os principais bancos americanos estão insol-ventes, praticamente quebrados, e é difí-cil da uma solução para esses bancos, de imediato, porque isso passaria pela esta-tização. E estatização é algo complicado nos Estados Unidos.”

A solução para os ativos podres nas mãos dos bancos é, na opinião de Carlos Thadeu, um passo fundamental para o fim o abalo global. Uma crise que atingiu com intensidade a economia brasileira. “Já sabemos que o PIB irá crescer mui-to pouco este ano, se crescer”, avaliou o economista. “Mas é óbvio que nossa situação ainda é confortável, quando comparamos com outros países, porque o Brasil tem, hoje, uma dívida, menos vulnerável do que teve no passado”.

Crise mostra um Brasil menos vulnerável que no passado

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INSTITUCIONAL

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INSTITUCIONAL

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O fato de a relação entre a dívida líquida e o PIB ser muito mais favorável hoje do que no passado tem um impacto direto na forma como a economia brasileira está reagindo à crise. Carlos Thadeu ex-plica que esse indicador mostra se um país está sol-vente ou não. Se está insolvente, como aconteceu com os bancos americanos, os empréstimos cessam, o país quebra, as taxas de juros disparam e a inflação volta. “O Brasil está longe disso, hoje, porque con-seguimos, nos últimos anos, com as commodities mais elevadas, ter reservas cambiais de 200 bilhões de dólares, a relação dívida/PIB caiu de 60% para 38% e o Brasil ficou credor em dólares”, explicou.

Esse aspecto, e mais o saldo comercial, que este ano ainda deve fechar favorável, influem no compor-tamento do câmbio . “Eu acho que o dólar, no Brasil, não tem muito espaço para subir. O risco, hoje, é sair correndo atrás de proteção e acontecer o oposto do que ocorreu com quem apostou que o dólar ia cair e não caiu”, disse, referindo-se às perdas das empresas brasileiras com os derivativos que, segundo o Banco Central, chegaram a 30 bilhões de dólares. “Temos também a entrada de investimento direto no País e o pré-sal, que é dólar puro guardado na gaveta.”

Mas o País não ficará imune. Apesar de o consu-mo das famílias ainda não dar sinais de ter sido forte-mente afetado, o crédito está caindo, observou Carlos Thadeu de Freitas. Os bancos não estão emprestando como antes porque têm a alternativa de comprar títu-los públicos, que pagam elevadas taxas de juros. Com a inadimplência aumentando, as instituições financei-

ras preferem não arriscar. “Por isso seria importante o governo baixar um pouco mais a taxa de juros básica, para que os bancos fossem menos remunerados em suas alternativas.”

Em resposta ao vice-presidente José Roberto Ta-dros, que perguntou qual seria uma taxa de juros ra-zoável, que continuasse atrativa para investimentos externos, o chefe do Departamento Econômico da CNC disse que, na avaliação do mercado, a Selic pode chegar a 8,75% até o final do ano. “Mas isso não quer dizer que a taxa do banco vá cair, porque ele cobra pela inadimplência, pelo imposto que tem que pagar. Eles diminuirão a taxa, mas muito pouco”, disse, lembrando que não há muita competição no sistema bancário brasileiro. “Essa é a realidade. A queda da Selic vai ser boa para o governo , porque sobrarão recursos para pagar a dívida. Agora, nós, consumi-dores e empresas, não vamos ter muitas vantagens imediatas.”

O presidente da Fecomércio do Tocantins, Hugo de Carvalho, quis saber se o dinheiro injetado nos bancos americanos não corre o risco de ser desper-diçado, em razão das péssimas condições das insti-tuições financeiras do País. “O governo americano já colocou muitos recursos em vários bancos”, res-pondeu Carlos Thadeu de Freitas. “Isso quer dizer que o valor colocado vale cada dia menos, porque estão lastreados em papéis que estão caindo de preço. Enquanto não houver uma decisão para esses ativos ruins dos bancos, qualquer dinheiro jogado ali é di-nheiro bom em cima de ruim.”

Dólar não tem muito espaço para subir, e Selic pode chegar a 8,75% até o fim do ano, avalia Carlos Thadeu

Sou de uma família de empresários de cinco ge-rações e aprendi que, quando todo mundo perde, a crise acaba logo. Alguém está ganhando com essa crise. Quem está ganhando com a crise?

José Roberto Tadros Vice-presidente da CNC

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“Carlos Thadeu de Freitas

chefe da Divisão Econômica da CNC

Ao acompanhar a análise feita na reunião da direto-ria da CNC pelo economista Carlos Thadeu de Freitas sobre o atual estágio da crise, o presidente da Confe-deração, Antonio Oliveira Santos, chamou a atenção para o fato de que o mercado interno brasileiro, hoje, é bem mais expressivo e está evitando uma diminuição mais forte na atividade econômica. “A nossa classe média cresceu e continua consumindo”, afirmou. “No setor de comércio, a informação que temos é a de que o pequeno comerciante, a pequena loja, que vende alimentos, roupas, sapatos, entre outros, sofreu muito pouco com a crise”.

Já o setor de automóveis foi seriamente atingido. “Mas tudo indica que esteja retomando suas ativi-dades”, observou Oliveira Santos. “As venda de ca-minhões também estão sendo retomadas. Ou seja, o Brasil, como bem ressaltou Carlos Thadeu, tem uma posição diferente daquela dos Estados Unidos, da Ásia, da China, do Leste Europeu ou da própria União Européia. Essa é uma questão importante.”

O presidente da CNC falou também sobre as per-das com os investimentos nos derivativos de câmbio, que chegaram a 30 bilhões de dólares e afetaram for-temente empresas como a Aracruz, a Votorantim e a Sadia. Lembrou os prejuízos causados pelo esquema multibilionário e fraudulento do ex-presidente da Nas-daq, Bernard Madoff, que lesou investidores de vários países, inclusive do Brasil. “Esse conjunto de coisas está fazendo com todo mundo fique preocupado. Mas o Brasil ainda está em situação melhor do que a mé-dia”, avaliou Oliveira Santos, enfatizando o que disse Carlos Thadeu de Freitas em relação à moeda ameri-

cana. “Acho que o comerciante não deve arriscar em dólar futuro. É uma opinião pessoal minha.”

Um outro setor que dá mostras de permanecer firme é o do comércio de combustíveis. Segundo in-formou o vice-presidente Financeiro e de Relações Institucionais, Luiz Gil Siuffo Pereira, as vendas nos postos do Rio de Janeiro nos dois primeiros meses do ano foram até um pouco melhores do que no mesmo período do ano passado. Na área de exploração, Gil Siuffo observou que, apesar do ceticismo de alguns com a viabilidade do pré-sal, foi divulgada a notícia de que um grupo empresarial japonês propôs arcar com a construção de uma refinaria em São Luiz, no Maranhão, para receber em barris de petróleo depois da refinaria pronta. “Como disseram Delfim Netto e Carlos Thadeu, quem tem um pré-sal com bilhões de barris debaixo do oceano evidentemente não pode quebrar”, completou.

No setor de turismo, os meses de janeiro e fevereiro foram muito bons, embora em março tenha havido uma queda muito significativa, se-gundo o diretor Norton Luiz Lenhart, presidente da Câmara Brasileira de Turismo da CNC. Ape-sar de a crise ter afetado a atividade turística em todo o mundo, Norton Lenhart mencionou o pro-nunciamento otimista do secretário geral da Or-ganização Mundial do Turismo, Taleb Rifai, na abertura da Feira Mundial de Turismo, realizada recentemente em Berlim. “A América do Sul foi citada por seu potencial e o Brasil como uma das nações que se converteram em grande força nessa área”, informou Norton.

Comércio se beneficia de uma classe média mais forte. Setor de combustíveis e turismo são apostas

O risco, hoje, é sair correndo atrás de pro-teção e acontecer o oposto do que ocorreu com quem apostou que o dólar ia cair, e não caiu

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Segundo pesquisa do IBGE, as ven-das do comércio em janeiro cresceram 1,4% ante dezembro de 2008 e 6% em relação a janeiro de 2008, impulsionadas pelos setores de hiper e supermercados e móveis e eletrodomésticos. Com diferen-ças de universo e abrangência, as úllti-mas pesquisas da Divisão Econômica da CNC apresentam números menos favo-ráveis, mostrando a desaceleração que o comércio varejista experimentou no período agudo da crise global, no quarto trimestre do ano passado, e também em janeiro de 2009.

Na comparação mês a mês entre 2008 e 2007, houve queda de 4,59% no fatu-ramento real em outubro, 6,09% em no-vembro e 3,07% em dezembro. A taxa de crescimento, no acumulado de janeiro a setembro, foi de 5,04%. Com as quedas nos três últimos meses do ano, o cresci-mento em 2008 ficou em menos da me-tade, 2,25%. Em janeiro de 2009 a ten-dência se manteve e o faturamento caiu

0,14%, em relação a janeiro de 2009.O faturamento do comércio de bens du-

ráveis, diretamente afetado pela diminuição do crédito, ficou praticamente estagnado em 2008, com alta de 0,19%, indica o estudo co-ordenado pelo economista José Barrozo. No primeiro mês de 2009 teve uma redução de 13,18% em relação a janeiro de 2008. O setor de bens não-duráveis também ficou pratica-mente estável em 2008 (0,27%), mas a pes-quisa de janeiro 2009 indicou alta de 5,65%.

As concessionárias de automóveis tiveram uma expansão de 12,60% no faturamento até setembro de 2008. Com a crise, essa taxa fe-chou o ano em 4,98%. Depois das medidas de incentivo do governo, o setor experimen-tou alta de 5,78% na pesquisa de janeiro de 2009, comparando com janeiro de 2008.

Com taxa de expansão de 10,77% em 2008, praticamente estagnada em relação a 2007 (10,84%), o comércio de materiais de construção também registrou uma queda de 1,46% em janeiro de 2009, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Pesquisas mostram impacto no comércio

A palavra chave para atravessar esse período de crise é informação. A dica é de Fábio Bentes, da Divisão Econômica da CNC. Ficar atento aos números do merca-do de trabalho, por exemplo. “O nível de emprego deve cair este ano e os reajustes salariais também devem ser menores, o que impactará as vendas”, analisa o eco-nomista. “Em compensação, o rendimento dos trabalhadores, que já foi favorecido

pelo reajuste do salário mínimo em fe-vereiro, deverá ser influencia-

do por uma inflação mais baixa.”

Outra sugestão é ficar de olho

nos preços pra-ticados pela concorrência. Fábio Bentes lembra ainda

que o crédito está diminuindo para todos. “Para o setor de bens duráveis e semidurá-veis uma boa alternativa é mudar o mix de produtos, dando prioridade, na medida do possível, para as vendas à vista como for-ma de evitar a crescente inadimplência”, orienta, chamando a atenção também para a necessidade de um acompanhamento cuidadoso dos estoques.

O consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, enfatiza a impor-tância de algumas atitudes diante da crise. “Seja otimista, mas não subestime o pro-blema”, afirmou em artigo publicado no site da Federação gaúcha. Para Marcelo, é preciso fazer os colaboradores entenderem que o ano de 2009 será difícil, o que exi-girá esforço adicional de todos. E ficar de olho nas despesas. “Lembre-se que custo é como unha. Quando cresce demais a gente tem que cortar”, sentenciou.

Sugestões que podem ajudar a enfrentar a turbulência

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Debate sobre a crise econômica chega à Câmara dos Deputados

A Comissão de Desenvolvimento Econô-mico, Indústria e Comércio (CDEIC) da Câmara dos Deputados reuniu represen-

tantes de entidades patronais e laborais no dia 26 de março para discutir, em uma audiência pública, propostas para o enfrentamento da crise econômica. Participaram do debate, coordenado pelo presidente da Comissão, deputado Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), o vice-presidente Finan-ceiro da CNC, Luiz Gil Siuffo Pereira, o chefe da Divisão Econômica da Entidade, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, o gerente-executivo de Políti-ca Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, e o representante da Central Única dos Trabalha-dores (CUT), Jacy Afonso de Melo.

Valentim abriu a audiência pública falando so-bre a busca de sinergia entre a classe política e as entidades patronais e de trabalhadores. “Eu acre-dito no binômio crise versus oportunidade. A saída para a crise está na economia real, e, por isso, de-vemos buscar mecanismos para fazer com que as classes produtivas não sejam ainda mais afetadas e possam se recuperar das perdas sofridas até aqui. Quero entender de que maneira podemos contri-buir para a busca de soluções”, disse.

O vice-presidente Financeiro da CNC, Gil Siuffo, foi o primeiro palestrante da audiência. “O combustível, que é o termômetro da econo-mia, não sofreu redução no consumo; tampouco o nível do emprego no comércio sofreu uma queda bruta, o que significa que as pessoas continuam consumindo, sobretudo bens semiduráveis e não-duráveis. Mas a venda de bens duráveis está em queda, porque o crédito ficou escasso”, afirmou o empresário, para quem a política monetária bra-sileira tem problemas pontuais, como taxas de ju-ros em descompasso com as adotadas pelo resto do mundo e spreads bancários desproporcionais à Selic.

O chefe da Divisão Econômica da CNC, Carlos Thadeu de Freitas Gomes, que fez uma exposição

técnica sobre o tema, enfatizou a posição de Siuffo ao citar a restrição de crédito a empresas, espe-cialmente as exportadoras, e às famílias, levando à redução do consumo e dos investimentos, como alguns dos fatores que agravaram a crise, além do aumento do desemprego, com queda na renda e na confiança do consumidor. “A tese de que os países emergentes não seriam parte da crise foi descar-tada, já que sofreram os maiores percentuais de queda no PIB”, disse. Como medidas anticrise, Thadeu citou políticas monetárias expansionistas, como cortes nas taxas de juros e injeção de liqui-dez na economia. “É preciso baixar os juros e fazer com que o dinheiro chegue ao crédito, que é, sem dúvida, a variável mais importante no momento. E há mecanismos para que isso aconteça. Mas se o Brasil não adotar políticas anticrise, podemos ser o último país a sair da crise”, finalizou.

O executivo da CNI também abordou os refle-xos da crise financeira na economia brasileira e as ações necessárias para combatê-la, sob a ótica do setor industrial. A opinião de Castelo Bran-co foi semelhante à de Thadeu de Freitas com relação aos mecanismos de transmissão da cri-se, como a redução das linhas de crédito. Jacy Afonso, representante da CUT, também defendeu a redução dos juros e dos spreads bancários como meio de vencer a crise.

Ao final da audiência pública, Edmilson Valentim decidiu tematizar os encontros e convidar também a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) para par-ticipar dos debates sobre a crise e o seu enfrentamento a partir da ampliação do crédito. Participaram dos deba-tes os deputados Edson Ezequiel (PMDB-RJ), Jurandil Juarez (PMDB-AP), Guilherme Campos (DEM-SP), Mainha (DEM-PI), Edinho Bez (PMDB-SC) e Jô Mo-raes (PCdoB-MG).

INSTITUCIONAL

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Cadastro positivo valoriza histórico de consumo para baratear crédito

Criação do banco de dados dos bons pagadores pode aju-dar na queda dos juros e destravar as vendas neste momento de crise. Para o comércio, um instrumento que democratiza e amplia as riquezas produzidas pelo País.

No momento em que o País procu-ra alternativas para ampliar e ba-ratear o crédito, o Projeto de Lei

que cria o cadastro positivo retoma impor-tância na agenda legislativa. Antiga aspi-ração das empresas, um banco de dados voltado para o registro dos bons pagado-res pode ajudar a diminuir a inadimplên-cia e reduzir os custos dos financiamentos. Para o comércio, representa uma poderosa ferramenta que pode ajudar a destravar as vendas neste momento de turbulência. Sua aprovação pelo Congresso, no entan-to, não tem se mostrado simples.

O Projeto de Lei 836/2003 está aguar-dando para ser votado no Plenário

da Câmara dos Deputados, depois de ter pas-

sado pelas comissões

de Cons-tituição e

Justiça e de Defesa do

Consumidor. A Assessoria junto

ao Poder Legislati-vo (APEL) trabalha

para o aperfeiçoa-mento de alguns dispo-

sitivos do projeto de lei. É o caso, por exemplo, do

prazo máximo em que as informações per-manecerão no cadastro. O projeto prevê três anos. Já o Código de Defesa do Consumi-dor prevê a impossibilidade de registro de informações negativas do consumidor por período superior a cinco anos. A redução de prazo, na avaliação da Apel, contraria os in-teresses dos empresários do comércio, tendo em vista que disponibilizarão histórico mais reduzido das informações creditícias.

Esse e outros ajustes estão sendo acom-panhados de perto pela CNC. “Estamos mo-nitorando os textos propostos no Plenário, de modo a garantir tais alterações”, afirma Ênio Zampieri, assessor da Apel. “Só sabe-remos se serão acatadas ao final da votação, assim que a matéria for apreciada após as medidas provisórias que trancam a pauta da Câmara dos Deputados.”

Existe até mesmo a possibilidade de o cadastro positivo ser instituído por medida provisória, como uma das medidas do go-verno para reduzir o spread bancário. Essa seria uma forma de contornar a forte pres-são contrária que o setor bancário estaria fazendo para segurar a votação do projeto no Congresso. O Banco Central também vê com bons olhos a criação de um ban-co de dados de bons pagadores. Durante a tramitação do projeto nas comissões, o presidente do BC, Henrique Meirelles, de-fendeu a proposta.

CNC NotíciasAbril 2009 n°11042

INSTITUCIONAL

CNC NotíciasAbril 2009 n°11042

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O cadastro positivo é similar ao cadas-tro de devedores, mas é um banco de dados voltado para os bons pagadores. Leva em consideração o histórico de consumo e o volume de compras do cliente. Isto torna possível a concessão de créditos com juros diferenciados, de acordo com o histórico de cada um. Como o spread bancário (a di-ferença entre o que o banco paga ao captar o dinheiro e o que ele cobra ao emprestá-lo) leva em conta o índice de inadimplên-cia, a criação do cadastro positivo poderia ajudar a quebrar o ciclo que vem resultan-do em juros cada vez mais altos. Ou seja, mais inadimplência é igual a juros mais altos, que geram mais inadimplência.

Segundo a Associação Nacional das Instituições de Crédito (ACREFI), embo-ra 85% da população tenha o nome lim-po, o risco da inadimplência corresponde hoje a cerca de 40% da formação do spre-ad. Esse percentual cairia para 25% com o cadastro positivo, forçando uma dimi-nuição de entre 10% e 15% no spread total. “E para os bons pagadores os juros poderiam ser de 25% a 30% menores do que os cobrados para os consumidores de forma geral”, disse Adalberto Savioli, presidente da Acrefi, em reportagem do Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, em 17 de fevereiro.

Cadastro positivo - Como funciona

Justamente por se tratar de um pode-roso dispositivo para dinamizar o crédito, o comércio tem interesse direto na ques-tão. Além do acompanhamento de perto feito pela CNC, por meio da Apel, ma-nifestações do setor deixam claro que a aprovação do Projeto de Lei é cada vez mais um imperativo, diante das dificulda-des impostas pela crise e seus impactos sobre o poder de compra da população. “Para impedir o agravamento desse cená-rio defendemos a redução do spread nos financiamentos e a aprovação do cadastro positivo, no Congresso”, afirma o presi-dente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, lembrando que medidas como desonera-ções também são importantes. Em entre-vista ao jornal O Estado de S. Paulo do dia 16 de março, o presidente da Confe-deração Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior, disse que o cadastro positivo pode ajudar a au-mentar as riquezas produzidas pelo País. “Porque democratiza o dinheiro”, expli-cou. “Se você é uma pessoa que tem há-bito de pagar a prazo e tem histórico que diz que você paga em dia, então, tudo isso é levado em conta. Os prazos ficam mais longos e as taxas mais curtas, porque é expurgada da sua taxa o risco de mau pa-gador, que hoje é muito significativo.”

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Câmara aprova projeto de lei com sugestões da CNC

Projeto de lei proveniente da MP 449 prevê o perdão de dívidas tanto de pessoas jurídicas quanto de pessoas físicas; maioria das propostas da Confederação foi acatada no texto final.

A Câmara dos Deputados apro- vou, em 24 de março, o relatório final do projeto de lei

de Conversão para a Medida Provisória 449/08, que perdoa dívidas de contribuin-tes com a Receita Federal e estabelece no-vas regras para parcelamentos de débitos de tributos federais, inclusive para quem desistiu ou foi excluído de programas anteriores de refinanciamento. O relator do projeto, deputado Tadeu Filipelli, aca-tou cinco das oito propostas de emendas apresentadas pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), relativas a dispositivos da MP 449 que violavam os princípios constitucio-nais da ampla defesa e do contraditório no processo administrativo fiscal. O projeto seguiu para o Senado, e até o fechamento desta edição, no dia 8 de abril, não havia sido votado na Casa.

“As propostas apresentadas pela CNC tiveram o objetivo de modificar artigos que suprimiam alguns direitos dos contribuin-tes juntos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, nova denominação dos antigos Conselhos de Contribuintes”, ex-plica Ary Jorge Soares, da Divisão Jurídi-ca da CNC, que participou do grupo que elaborou as propostas. Uma delas teve o objetivo de modificar o artigo da MP que

considerava a possibilidade de intimação do contribuinte por edital, quando este não fosse intimado pessoalmente, por via pos-tal ou por meio eletrônico (e-mail). “Não se podia permitir que a intimação por edi-tal se transformasse em regra”, acrescenta Ary Jorge.

No mesmo sentido, outra proposta foi acatada, para restabelecer o prazo de 15 dias de defesa do contribuinte, no caso de intimação realizada por meio eletrônico. “O direito ao contraditório é assegurado pela Constituição, inclusive no processo administrativo, decorrência da igualdade de todos perante a lei, e esta não exclui o direito da parte de defender-se. O direto de defesa é intrínseco ao processo democráti-co”, destaca o advogado. Também foi aca-tada a proposta de retirar a possibilidade do Poder Executivo estabelecer situações nas quais um único lançamento tributário (processo inicial de cobrança) abrangerá mais de um tributo. Ou seja, dessa forma, qualquer proposta apresentada pelo Poder Executivo - projeto de lei ou medida pro-visória - terá que ser objeto de análise por parte do Poder Legislativo.

Em relação à Câmara Superior de Re-cursos Fiscais, a CNC sugeriu a modifica-ção do artigo que trata da composição das

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turmas do órgão, para manter a paridade entre representantes da Fazenda Nacional e dos contribuintes, indicados por entidades de classe de suas categorias econômicas, o que é o caso da Confederação. Também foi suprimido o artigo que tratava de decadên-cia de tributos, matéria que, nos termos da Constituição Federal, deve ser normatiza-da por meio de lei complementar e não por medida provisória.

De acordo com o projeto de lei de conversão, serão perdoadas as dívidas tanto de pessoas jurídicas (empresas) quanto de pessoas físicas, que em 31 de dezembro de 2007 somavam até R$ 10 mil e estavam vencidas há pelo menos cinco anos. O limite é considerado sepa-radamente para contribuições sociais e outros débitos inscritos na dívida ativa, além de demais débitos administrados pela Receita. As regras valem para as dí-vidas originárias de operações de crédito rural e do Programa Especial de Crédi-to para a Reforma Agrária (PROCERA) transferidas ao Tesouro Nacional.

O projeto de lei de conversão determi-na que poderão ser parceladas dívidas an-tigas, já parceladas, ou recentes sem par-celamento. O prazo máximo foi fixado em 180 meses, e a correção será pela Taxa de

Juros de Longo Prazo (TJLP) ou por 60% da Taxa Selic. As prestações mensais não poderão ser inferiores a R$ 50 para a pes-soa física e R$ 100 para a pessoa jurídica. No cálculo do débito consolidado, serão dados descontos de 20% a 100% sobre as multas e sobre os juros de mora.

Pessoas físicas ou jurídicas cujas dívi-das tenham vencido até 30 de novembro do ano passado poderão aderir ao novo parcelamento, inclusive aquelas enquadra-das em Programa de Recuperação Fiscal (REFIS), Parcelamento Especial (PAES), Parcelamento Excepcional (PAEX), parce-lamento pela Lei Orgânica da Seguridade Social ou pela Lei do Cadin, e aproveita-mento indevido de créditos do IPI relativos à compra de matérias primas, material de embalagem e produtos intermediários.

As sugestões apresentadas pela CNC são resultado do trabalho de um grupo for-mado pelo consultor econômico da CNC, Ernane Galvêas; pelo consultor jurídico da Casa, Cid Heraclito de Queiroz, pela sub-chefe do Gabinete da Presidência, Carmen Silvia Gomes Teixeira, pelo chefe da Divi-são Jurídica da entidade, Marcelo Barreto, pelos assessores tributário, jurídico e sindi-cal da Confederação Sebastião Rodrigues Cabral, Ary Jorge Soares e Antônio Lisboa Cardoso, respectivamente.

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O Senado Federal reali-zou, no dia 11 de março, uma sessão plenária especial em homenagem aos 186 anos da Batalha do Jenipapo, ocorrida em Campo Maior, no Piauí. A informação foi dada pelo presidente da Fecomercio-PI,

Francisco Valdeci Cavalcante, à Diretoria, cele-brando a homenagem do Senado à batalha ocorrida em sua terra natal. A proposta de realização da ho-menagem foi apresentada pelo senador João Vicen-te Claudino (PTB-PI).

A batalha, que teve lugar às margens do Rio Jenipapo, em 13 de março de 1823, “foi decisiva para a independência e consolidação do território nacional”, argumentou o senador na justificação de seu requerimento. Segundo Valdeci Cavalcante, há 186 anos o Piauí era a quarta economia deste país. Depois, até as décadas de 40 e 50, mantinha o sé-

timo lugar em desenvolvimento, com base na sua produção de cera de carnaúba. Hoje, o Estado é o maior produtor de cera de carnaúba do mundo.

“Os nossos heróis da Batalha do Jenipapo foram esquecidos, e o Senado, ontem, com muita justiça, os homenageou. Dom João queria manter o Piauí, o Ma-ranhão e o Grão-Pará sob a égide de Portugal, porque esses Estados representavam grande economia para o Império. Então, Dom João mandou para o Piauí o seu principal oficial, João José da Cunha Fidié, que, trazendo 1.200 soldados de Portugal, bem armados, invadiram a cidade de Parnaíba, onde foi proclama-da a independência do Brasil, sem que se soubesse, ainda, que Dom Pedro a havia proclamado em São Paulo, às margens do Ipiranga. Havia um acordo da maçonaria para que o Grito da Independência fosse no dia 19 de outubro, e Dom Pedro se antecipou. Mas nós, lá em Parnaíba, proclamamos a independência, fomos combatidos por Portugal e a grande batalha se deu às margens do Rio Jenipapo”, afirmou Valdeci.

Senado homenageia Piauí

CNC apresenta na RD os Projetos de Lei de interesse do

Comércio no Congresso

O vice-presidente Financeiro da CNC, Luiz Gil Siuffo Pereira, en-tregou aos presidentes das federa-

ções e demais membros da Diretoria da entidade, no dia 12 de março, a segunda edição da Sinopse Legislativa, documento elaborado pela Assessoria Junto ao Poder Legislativo (APEL) que agrega todas as matérias legislativas de interesse do Sis-tema CNC/Sesc/Senac em tramitação no Congresso e tem como objetivo nortear os líderes empresariais em suas atuações jun-to aos parlamentares.

Gil Siuffo pediu o empenho e a colabo-ração de todos na defesa do Sistema Comér-cio, e citou como exemplo o senador Adel-

mir Santana, presidente da Fecomercio-DF, que tem atuado de maneira intensiva no Se-nado. “Eu acredito que todos estarão empe-nhados, não tenho a menor dúvida. E chamo atenção para este detalhe: não vai ser um ano fácil, mas eu acredito que nós, novamente, vamos sair com o nosso Sistema preservado, durante este ano”

Entre os principais projetos que mere-cem a atenção dos empresários, o destaque vai para o PLS 131/2001, de autoria do se-nador Sérgio Guerra (PSDB-PE), que cria o Serviço Social da Saúde (SESS) e o Ser-viço Nacional de Aprendizagem da Saúde (SENASS), atualmente em tramitação na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do

ECOS DA DIRETORIA

O vice-presidente financeiro da CNC apresentou, na última reunião de di-retoria da CNC, as matérias no Congresso de maior relevância para o Sistema CNC/Sesc/Senac e pediu parceria aos presidentes das federações do comércio no acompanhamento das matérias.

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Um dos temas abordados na reunião da Direto-ria da CNC realizada em 12 de março foi a ação da CNC contra o excesso de feriados no estado do To-cantins. O assunto foi levantado pelo deputado Jo-seli Angelo Agnolin (DEM-TO), diretor da CNC, que falou sobre o projeto de lei de sua autoria, que altera a Lei n° 960, de 1998, retirando o caráter de feriado estadual do dia 18 de março – “Dia da Autonomia do Estado”.

Segundo ele, há um bom tempo existe um deba-te contínuo em seu estado quanto ao excesso de fe-riados nacionais, estaduais, municipais e os pontos facultativos, que acabam estendendo a paralisação das atividades. “Depois de um debate bastante acir-rado na Assembléia Legislativa de Tocantins, nós conseguimos extinguir um feriado”. Após a lei, o dia ficou apenas comemorativo, sem proibição de trabalho. “Vamos comemorar, valorizar a História, mas permitindo o trabalho para as atividades pro-

dutivas. Acredito que essa informação possa servir para que outros estados in-centivem suas assembléias, ou os municípios, suas câ-maras, para que tomem ati-tude semelhante”, finalizou.

O feriado do “Dia da Autonomia” havia sido instituído pelo ex-gover-nador Siqueira Campos e aprovado através da Lei nº 960, de 18 de março de 1998, pela Assembléia Legislativa. O ato remete ao momento histórico do alvará, com força de lei, datado de 1809, quan-do o príncipe regente Dom João dividiu a Capi-tania de Goiás, criando a Comarca de São João das Duas Barras (ex-Norte de Goiás) e a Comarca de Goiás. A data é considerada o marco inicial da luta pela emancipação do Estado do Tocantins.

Excesso de feriados

Senado. Alguns parlamentares são contrá-rios à criação de duas novas entidades, por entenderem que o serviço que elas podem vir a prestar já é feito pelo Sistema Comér-cio há mais de 60 anos, por meio do Sesc e do Senac. Outros, porém, são favoráveis Projeto. Talvez por não conhecerem a fun-do o que fazem os braços sociais do Co-mércio de Bens, Serviços e Turismo.

O vice-presidente também alertou para a PEC 295/2008, do deputado André Vargas (PT/RS), que propõe retirar 30% dos recur-sos do Sistema S (Sesc, Senac, Sesi, Senai, Sest, Senat, Senar, Sebrae e Sescoop) para a criação de um fundo de formação profis-sional. O projeto encontra-se na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e terá como relator o deputado Ger-son Peres (PP/PA).

Gil Siuffo reafirmou a necessidade de uma real integração, “um trabalho de to-dos”, para que seja possível resolver defi-nitivamente as pendências que ameaçam o trabalho realizado pelo Sistema CNC/Sesc/Senac em prol dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo e, ainda, na qua-lificação profissional e bem-estar social dos empregados do setor terciário.

“É muito importante que além do traba-lho que é feito em Brasília, as Federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo e os regionais do Sesc e Senac dialoguem con-tinuamente com os parlamentares dos seus estados, sejam eles senadores ou deputados federais, mostrando o papel do comércio no desenvolvimento do Brasil e a importância do Sesc e do Senac na educação para a vida e para o trabalho”, enfatizou Gil Siuffo.

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INSTITUCIONAL

ECOS DA DIRETORIA

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Nos últimos meses, com a contaminação do setor real da economia, começaram a vigorar na Argentina medidas protecionistas contra as exportações brasilei-ras, caracterizadas por novas exigências não-tarifárias. Dentre elas, as chamadas licenças não-automáticas de importação. São impostas via Mecanismo de Adapta-ção Competitiva (MAC), sistema de proteção contra a importação excessiva de produtos, e por meio do qual, a qualquer momento, Brasil e Argentina podem aplicar salvaguardas no caso de um surto importador ameaçar as produções domésticas.

Em trabalho técnico, a economista Izis Janote Fer-reira, informa que a Argentina aplica o mecanismo no comércio de máquinas de lavar roupa, geladeiras, tecidos para jeans, automóveis, e reivindica que o licenciamento seja estendido para outros setores in-dustriais. Também surgem reclamações de barreiras protecionistas na agricultura, nos setores de eletroele-trônicos, máquinas e equipamentos, e produtos meta-lúrgicos. A demora na concessão das licenças e a bu-rocracia enfrentada pelo importador argentino podem reduzir a compra de eletroeletrônicos brasileiros em

até 40%, em 2009, segundo cálculos da Associação dos Fabricantes de Eletroeletrônicos. Em meio às dis-cussões sobre o crescente protecionismo comercial, a Argentina colocou em vigor, a partir de fevereiro, uma nova barreira para as importações do Brasil e da Chi-na de talheres de aço inoxidável e artigos de cutelaria, os quais deverão pagar taxa adicional, durante quatro meses, para entrar em território argentino. O Brasil possui 20% do mercado vizinho no setor.

Dentre os produtos que o país sócio considera ne-cessitar de “proteção” contra os importados para não prejudicar a indústria local, estão os dos setores eletro-domésticos, automotivo e autopeças, máquinas agrí-colas, têxteis, e confecções, metalúrgica, materiais elé-tricos, etc. São bens nos quais os argentinos apontam déficit na balança comercial com o Brasil. Eles temem que certos setores desapareçam, se não os protegerem contra a competitividade dos produtos brasileiros mo-vida por financiamentos do BNDES.

Os empresários brasileiros têm consciência da im-portância do mercado vizinho para a indústria do Bra-sil, e entendem que a Argentina deveria ter excluído

Darci Piana coordena sessão brasileira do FCES do Mercosul

O presidente da Fe comerc io -Paraná, Darci

Piana, foi indicado pelo presidente da CNC, An-tonio Oliveira Santos, para ser o novo coordena-dor empresarial da Seção Brasileira do Fórum Con-sultivo Econômico e So-cial (FCES) e Conselho das Câmaras do Merco-

sul, substituindo Edmun-do Pacheco, que faleceu no dia 2 de fevereiro.

A reunião da Seção Brasileira será reali-zada até o fim de abril, enquanto que a Ple-nária Regional do FCES deve acontecer so-mente em junho ou julho, mais próxima das reuniões oficiais do bloco, como o encontro dos presidentes dos países do Mercosul ao fim da presidência pró-tempore do Paraguai.

Darci Piana agradeceu pela confian-ça e pela indicação da Diretoria da CNC para o Fórum Econômico e Social do Mercosul. “Quero apenas confirmar que eu vou fazer um esforço muito grande para corresponder à confiança que me foi depositada, e farei o possível para bem representar a CNC”, disse.

Dos diversos temas tratados no Mer-cosul, dois são de grande relevância e im-pacto: o fim da dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC), que ainda é uma realidade, e a aprovação e implementação do Código Aduaneiro do Mercosul. De acordo com Jayme Quintas Perez e Izis Janote Ferreira – economistas que asses-soram a representação na Seção Brasileira do FCES do Mercosul –, as definições so-bre os dois temas são as mais aguardadas e discutidas nas reuniões e encontros do Mercosul, em todos os níveis.

O Brasil, a Argentina e o Protecionismo

ECOS DA DIRETORIA

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A Seção Brasileira do FCES representa os setores econômicos e sociais - socieda-de civil organizada - e tem como principais atribuições: acompanhar, analisar e avaliar o impacto social e econômico das políti-cas relativas ao processo de integração e as diversas fases de sua implementação, quer em nível nacional, quer em nível re-gional; elaborar estudos, realizar consultas e organizar seminários sobre problemas econômicos e sociais de relevância para o Mercosul; analisar e se pronunciar sobre temas e consultas realizadas ao FCES pelo Grupo Mercado Comum (GMC); discutir e elaborar, com as demais seções nacionais do FCES, as recomendações ao GMC; propor diretrizes e políticas econômicas e sociais em matéria de integração.

Participam da Seção Brasileira do FCES pessoas jurídicas de direito privado, de reconhecida representatividade e abran-gência nacionais, integrantes de organiza-

o Mercosul do alvo das medidas, focando na China. Alguns setores já se manifestaram favoráveis a negociar uma autolimitação de comércio por cotas: automóveis, têxteis, calçados, pneus, malas e artefatos de couro, papel e móveis.

No que diz respeito às iniciativas para melhorar o comércio bilateral, em outubro de 2008, foi criado o Sistema de pagamen-tos em Moeda Local (SML), que possibilita a eliminação do Dólar nas negociações co-merciais, em favor da utilização de Pesos ou Reais. Também foi assumido acordo com o BNDES que permite ao banco abrir créditos de US$ 200 milhões para financiamento da compra de bens de capitais argentinos por empresas brasileiras.

Fazendo prevalecer o aspecto político da União Aduaneira, os governos transferiram as negociações para remoção das barreiras impeditivas do comércio entre Brasil e Ar-gentina para a comissão de monitoramento

do comércio bilateral e para os setores em-presariais.

Recente levantamento feito pela Comis-são Econômica para a América Latina e Ca-ribe (CEPAL) mostra que, apesar de as prá-ticas protecionistas não serem uma tendência manifestada na região (apenas na Argentina, Uruguai e Equador), caso a crise pro-longue-se, elas poderão repre-sentar resposta de alguns pa-íses à escassez de divisas que comprimem o comércio. Neste sentido, avaliou Izis Janote Ferreira, é importante garantir a continuidade do crédito comercial aos exportadores, através do apoio de organismos in-ternacionais, como o G-20, que reúne as economias mais in-fluentes do planeta.

ções empresariais da indústria, agricultura, comércio e serviços e transportes; de en-tidades de trabalhadores, de consumidores e outras organizações não governamentais diversas das anteriores.

Atualmente, integram a Seção Bra-sileira do FCES as seguintes entidades: CNC, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional do Trans-porte (CNT), Confederação da Agricul-tura e Pecuária do Brasil (CNA), Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical; Instituto Brasileiro de Defesa dos Consumidores (IDEC), Federação Nacio-nal das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (FENASEG); Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Fede-ração de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE; Instituto Equit – Gê-nero, Economia e Cidadania Global.

O Brasil, a Argentina e o Protecionismo

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Codefat

A representatividade da CNC pode ser medida sob as mais variadas formas. Uma delas é a presença em

importantes conselhos da república, por meio dos quais oferece sua experiência e a de seus diretores e técnicos no aconselhamento e na formulação de políticas públicas.

Um desses conselhos é o Conselho De-liberativo do Fundo de Amparo do Traba-lhador (CODEFAT). O FAT é um fundo especial, de natureza contábil-financeira, vinculado ao Ministério do Trabalho e Em-prego (MTE), destinado ao custeio do Pro-grama do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e ao financiamento de Programas de Desenvolvimento Econômico.

O Codefat é um importante conselho onde a participação empresarial tem pa-pel significativo e a CNC tem sido muito atuante aos longos dos últimos anos, seja sugerindo iniciativas, ou apoiando aquelas oriundas de terceiros, e até mesmo reorien-tando e rejeitando propostas. Representam a CNC no Codefat, o vice-presidente Fi-nanceiro Luiz Gil Siuffo e o consultor Ro-berto Nogueira Ferreira .

As fontes básicas do FAT são as con-tribuições PIS e PASEP. Por mandamento constitucional, 40% das receitas do FAT são destinadas ao BNDES, que utiliza esses recursos sob a forma de operações de finan-ciamento de programas de desenvolvimen-to econômico por meio de linhas de crédito definidas pelo Conselho. As contribuições que saem do faturamento das empresas; logo, todo cuidado na sua aplicação faz sentido, pois gastos além da conta sempre

resultam em elevação da carga tributária, no caso, das contribuições PIS e COFINS.

São funções do Codefat: elaborar dire-trizes para programas e para alocação de recursos; acompanhar e avaliar seu impac-to social e propor o aperfeiçoamento da le-gislação referente às políticas públicas de emprego e renda, bem como e fiscalização da administração do FAT.

O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (CODEFAT) é um colegiado, de caráter tripartite e paritário, composto por representantes dos trabalha-dores, dos empregadores e do governo. A presidência do Conselho é exercida alter-nadamente por indicação de cada bancada. Os Conselheiros são responsáveis, perante o Tribunal de Contas da União, pela gestão do Fundo e têm papel importante não só na formulação e aprovação de programas, pro-ejtos e convênios, bem como na fiscaliza-ção da aplicação dos respectivos recursos.

Para 2009, o orçamento do FAT é de R$ 38,3 bilhões. Para concessão do benefício do Seguro-Desemprego estão alocados R$ 17,3 bilhões e para o pagamento do be-nefício do Abono Salarial, R$ 7 bilhões. O Programa de Seguro-Desemprego in-corpora não só o pagamento do benefício propriamente dito, mas também programas de qualificação, requalificação e de orienta-ção e intermediação de mão de obra. Outra vertente importante são os chamados Pro-gramas de Geração de Emprego e Renda, voltados para o estímulo à geração de em-pregos e fortalecimento de micro e peque-nos empreendimentos.

A representação da CNC

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O que é. O que faz. A relevância da participação empresarial.

Apenas para ilustração, o orçamento do FAT para 2009 tem previstos os seguintes recursos segundo ações e despesas programadas:

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Do ponto de vista empresarial, um dos mais importantes programas dentre os que utilizam recursos do FAT está o Programa de Geração de Emprego e Renda (PROGER), criado em 1994 pelo Codefat. Na origem ele se dividia em três: Proger Urbano, Pro-ger Rural e Pronaf. Com o tempo alargou-se significativamente e incorpora dezenas de linhas de crédito, como: financiamento a micro e pequena empresa (investimento e capital de giro); Turismo (Investimento e

Erradicação do Trabalho Infantil 200.000Integração de Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda (incorpora Seguro Desemprego e Abono Salarial) 23.927.660.036 Qualificação Social e Profissional 270.830.558Rede de Proteção do Trabalho 6.060.000Desenvolvimento Centrado na Geração de Emprego, Trabalho e Renda 3.527.000Rescursos Pesqueiros Sustentáveis 819.030.643Gestão da Política de Trabalho, Emprego e Renda 230.320.000Erradicação do Trabalho Escravo 12.179.749Operações Especiais.Financiamentos com retorno 11.122.678.693Reserva de Contingência 1.905.717.758Microcrédito Produtivo Orientado 4.300.000Total 38.302.504.437

Ações previstas com recursos do FAT (2009) Valores em Reais

Capital de Giro); Cooperativas e Associações; Profissional Liberal; FAT - Empreendedor; Pro-ger Professor; Proger Exportação; FAT Linha Branca; Proemprego; FAT Infraestrutura; Ma-terial de Construção; FAT Pró-inovação; FAT Giro Setorial; FAT Giro Rural e tantos outras. Os programas atendem indiscriminadamente to-dos os segmentos da economia, e os agentes de financiamentos são, por lei, bancos oficiais, com destaque para a atuação do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

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Parceria com a Serasa intensifica capacitação de consultores

A equipe de Projetos da CNC promo-veu em março dois novos encontros para capacitar os multiplicadores das federa-ções e sindicatos filiados ao Sicomercio para a operacionalização da parceria com a Serasa. Em 5 de março, representantes das federações do Comércio de Acre, Amapá, Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Pará, Pernambuco, Rondônia, Ser-gipe e São Paulo, e da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (FE-NACON) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (SINDILOJAS/SP), reuniram-se na CNC-Rio para escla-recer dúvidas sobre a parceria.

No dia 20 de março, a Federação do Comércio da Bahia promo-veu um evento de divulgação na Colônia do

Sesc, em Salvador, para expor os modelos de comercialização da parceria. Participa-ram do encontro, representantes de 12 sin-dicatos filiados à Federação, o gerente na-cional de Expansão de Mercados da Serasa, Gerson Lima, e o assessor de Projetos da CNC Miguel Nicoletti.

No Amazonas, a operacionalização da parceria já está rendendo frutos e, para am-pliar as vendas, a Federação do Comércio está contratando uma consultoria especiali-zada: “Quando este projeto foi concebido, por sugestão de nosso presidente, José Ro-berto Tadros, a intenção era agregar mais um produto, além do CNC/Equifax, ao nosso portfólio. Num primeiro momento, recebemos treinamento da regional da Se-rasa que capacitou os consultores de vendas que já estão atuando no mercado amazo-nense. Agora, queremos expandir o traba-lho, por isso contrataremos uma consultoria especializada no assunto”, afirma Enock Luniére, diretor da Fecomercio-AM.

Os treinamen-tos de avaliadores do Ciclo 2009 do SEGS (Sistema de Excelência em Ges-tão Sindical) passam a ser realizados em duas etapas: a pri-meira, com foco na interpretação de Cri-

térios do Guia de Excelência – Liderança, Estratégias e Planos, Clientes, Sociedade, Informação e Conhecimento, Pessoas, Processos e Resultados, acontece nos me-ses de março e abril, enquanto a segunda, com foco na preparação para a avaliação de consenso, acontecerá nos meses de se-tembro e outubro. Essa alteração foi ado-tada para atender a uma solicitação das entidades participantes do Sistema, com base em análise do ciclo anterior.

Os treinamentos da primeira etapa, con-duzidos pelos assessores do Departamento de Planejamento (Deplan) da CNC, tem o objetivo de nivelar os conhecimentos sobre o Guia de Excelência, permitindo a realiza-ção da auto-avaliação e a elaboração do plano de melhorias de forma mais eficaz. Já foram treinados os participantes das federações do Comércio de Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Es-pírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Gros-so, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe, além da Feaduaneiros e da Fenacon. Em abril, estão agendadas turmas nas federações do Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Maranhão, Pará, Paraíba, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Tocantins, Febrac, Fecombustíveis, Fenacor, Fenavist e FNHRBS.

Para mais informações, acesse o site do SEGS (http://www.portaldocomer-cio.org.br/segs/).

Treinamento de Avaliadores do SEGS inicia com novidades

Em Pernambuco, os multiplicadores do SEGS recebem

orientações sobre a interpretação dos critérios do Guia

de Excelência.

Representantes de federações e

sindicatos em encontro sobre

a parceria com a Serasa, realizado

no Rio de Janeiro.

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CBÓptica dá seguimento aos projetos do planejamento estratégico

A primeira versão do detalhamento dos projetos de atendimento primário à saúde visual OptoSesc e Visão Brasil Sesc foi apresentada aos membros da Câmara Brasileira de Produtos Ópticos (CBóptica) no dia 3 de março. Sob o comando do coordenador da CBóptica, Leandro Fleury Rosa, o grupo analisou o esboço da proposta apresentada pelo Departamen-to de Planejamento da CNC, sugerindo adaptações para otimizar o projeto. Os programas, que devem ser implementados em regime itinerante (OptoSesc) e em unidades fixas (Visão Brasil Sesc), servirão de base para a viabilização de estudos epidemiológi-cos que serão disponibilizados para o Governo e na forma de produtos para o mercado. Além da reali-zação de exames visuais completos, os programas também oferecerão soluções ópticas (óculos, lentes de contato e outros auxílios ópticos) à população de baixa renda do País, de forma a facilitar o acesso aos serviços de atenção à visão, identificar precoce-mente os problemas e reduzir o risco de doenças e danos à visão. Após a adequação da proposta inicial,

pelo Deplan, a CBóptica levará a sugestão de im-plementação do OptoSesc e do Visão Brasil Sesc à Diretoria da CNC, para avaliação. E, se aprovada, a idéia se juntará aos demais serviços oferecidos pelas unidades do Sesc em todo o País. Durante o encontro, os membros da Câmara também recebe-ram, para análise, a primeira versão do Manual de Boas Práticas dos Estabelecimentos de Comércio, Adaptação e Dispensação de Lentes de Contato, que pretende ser uma referência para profissionais, consumidores, empresas e autoridades sanitárias. Nele, estarão listados os principais requisitos a serem observados em ópticas e centros de adapta-ção de lentes, visando à preservação da saúde do consumidor.

O presidente da CNC, Antonio Oliveira San-tos, participou de parte da reunião e foi informado pelo coordenador da CBóptica, Leandro Fleury, da criação de um prêmio que levará o seu nome e será entregue em agradecimento ao apoio recebi-do, pelo segmento, da entidade.

Testes em óculos de sol, para a saúde do usuário

Os empresários do setor de óptico varejista estão preocupados com a comercialização de óculos de sol. Enquanto eles trabalham com produtos de boa proce-dência, adquiridos de empresas idôneas, comerciantes irregulares vendem óculos sem qualidade a preços ir-risórios, gerando concorrência desleal e malefícios à saúde dos consumidores. De cada 10 óculos comercia-lizados no País, oito são vendidos por ambulantes, ou por estabelecimentos que não emitem nota fiscal.

O assunto mobilizou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo que, por sugestão de sua Câmara Brasileira do Comércio de Produtos e Serviços Ópticos (CBóptica), enviou ofí-cio em 9 de março para o Instituto Nacional de Me-trologia, Normalização e Qualidade Industrial (IN-METRO), abordando a metodologia do Programa de Avaliação da Qualidade do instituto. O ofício foi feito para registrar que a metodologia é incompleta, e pode atestar óculos impróprios ao consumo como sendo de qualidade. “Os óculos de sol são produtos relaciona-dos à saúde visual e, portanto, devem ser analisados sob o contexto técnico de conformidade”, escreveu o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos.

No Brasil, os óculos de proteção solar devem ser produzidos com base na norma NBR 15.111/2004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que envolve requisitos ligados à proteção contra raios ultravioleta, resistência dos materiais e inflamabilidade, entre outros. Além do INMETRO, entidades como a própria ABNT podem verificar a qualidade dos óculos.

Outro aspecto da questão é o econômico. “A prática de comercialização não especializada e ilegal provo-ca perda de competitividade por parte do empresário, que não consegue comprar produtos de qualidade a preços tão baixos. O resultado disso é a queda de faturamento, quebra das empresas de peque-no porte, diminuição da arrecadação de impostos por parte do Governo, desemprego, além do pre-juízo à saúde da população”, alerta Le-andro Luiz Fleury Rosa, c o o r d e n a d o r da CBóptica.

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INSTITUCIONAL

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CBFarma avalia ações e projetos para este ano

Mudanças na legis-lação tributária, defesa de inte-

resses na justiça e projetos estratégicos. Estes foram os principais assuntos da reu-nião que a Câmara Brasilei-ra de Produtos Farmacêuti-cos realizou na sede da CNC no Rio de Janeiro, em 18 de março. Cácito Esteves, ad-vogado da Divisão Jurídica da CNC, explicou ao grupo a intervenção da entidade na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4.093, ajuizada no Supremo Tri-bunal Federal (STF) pelo governador de São Paulo, José Serra, para questionar a lei estadual 12.623/07, que permite a co-mercialização de artigos de conveniência em farmácias e drogarias. A CNC partici-pa da ADI como amicus curiae (amigo da corte), instituto jurídico que define uma pessoa, entidade ou órgão com interesse em uma questão levada à Justiça.

A ADI tenta impedir que farmácias e drogarias vendam produtos que não se-jam remédios, possibilidade prevista na lei 12.623/07. A Procuradoria Geral da União (PGR) opinou pela inconstitucionalidade parcial da norma. Para Cácito, tanto o en-tendimento de Serra quanto o da PGR estão equivocados, já que a lei federal 5.991/73

determina a exclusividade na comercia-lização de drogas e medicamentos para farmácias e drogarias, mas não exclui

outros produtos. “A lei federal não é restritiva”, enfatizou, para explicar os

argumentos apresentados pela CNC na ação, em defesa do setor.

A adoção da nota fiscal eletrônica (NF-e) pelas empresas foi o tema da apre-sentação de Orlando Spinetti, também da Divisão Jurídica da CNC. Segundo ele,

a legislação atual permite que a NF-e substitua apenas a nota fiscal usada

para documentar negócios entre

pessoas jurídicas, e não a nota fiscal emitida ao consumidor final ou o cupom fiscal. De acordo com a Receita Federal, desde dezem-bro de 2008 a mudança vale para a indústria distribuidora e atacadista de medicamentos. “Já o varejista é receptor, não emite a nota eletrônica, mas deve ter atenção à contabi-lidade”, alertou Jorge Froes de Aguilar, di-retor da Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (ABAFARMA).

Os planos de ação da CBFARMA tam-bém foram analisados. Sérgio Mena Bar-reto, da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (ABRAFARMA), detalhou o projeto Excelence, que consis-te na criação de um modelo de excelência no varejo farmacêutico, com qualificação e certificação de farmácias, e o projeto Vi-sibilidade CBFARMA (CBVISI), um pla-nejamento de comunicação para garantir visibilidade ao setor farmacêutico, com ações pontuais na imprensa e criação de um calendário de divulgação de dados, en-tre outras medidas. Felipe de Faria, presi-dente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Distrito Fe-deral (SINCOFARMA-DF), apresentou o projeto Alinhamento Parlamentar, cujo ob-jetivo é ampliar a representação política do segmento nas esferas legislativas federal, estaduais e municipais. A próxima reunião da CBFARMA acontece dia 28 de maio, na sede da CNC em Brasília.

No alto, José Raimundo dos

Santos, coordenador da CBFarma, e Renata Pantoja,

coordenadora das Câmaras Brasileiras

de Comércio da CNC.

Abaixo, Cácito Esteves, da

Divisão Jurídica da Confereração.

INSTITUCIONAL

CNC NotíciasAbril 2009 n°11054

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Uma das principais recla-mações de quem procura imóveis para comprar ou

alugar – a dificuldade de encon-trar boas unidades residenciais ou comerciais – está com os dias contados. A Câmara Brasileira de Comércio e Serviços Imobili-ários (CBCSI) da CNC aprovou, em reunião realizada em Brasília, no dia 24 de março, a criação de um portal imobiliário que reuni-rá as ofertas de imóveis disponí-veis em todas as administradoras e imobiliárias associadas aos sindicatos do segmento, em todo o País.

“A iniciativa resultará, segura-mente, no maior portal de ofertas de imóveis do Brasil”, afirma o empresário Luiz Antonio Cossio, que apresentou o projeto para os demais membros da CBCSI. Ini-cialmente, o portal entrará no ar com informações de apenas 16

estados, mas a meta é fazer com que ele atinja as 27 unidades da Federação. Agora, o projeto entra-rá em sua fase técnica: desenvolvi-mento de plataforma, logomarca, registro de endereço eletrônico, compilação de informações etc. A previsão é de que a ferramenta esteja pronta no segundo semestre de 2009. Além de estimular a ativi-dade comercial de venda e locação de imóveis, o portal proporcionará também a possibilidade de reali-zar levantamentos estatísticos do mercado nacional, como volume de ofertas por região, médias de preços por tipo de imóvel e tipos de unidades mais procuradas, entre outras informações.

O Projeto de Lei nº 3057/2000, conhecido como a Lei de Parcela-mento do Solo, que trata do parce-lamento do solo urbano e a regula-rização fundiária de áreas urbanas, foi outro assunto abordado na reu-

nião. A matéria foi tema de encon-tro entre os procuradores e promo-tores de Justiça e a Comissão de Assuntos e Acompanhamento do Projeto, no início de março. Para os membros da CBCSI, a promul-gação da Lei, além de criar segu-rança jurídica, possibilitará uma produção perene, de forma que o empreendedor possa investir.

Na ocasião, o coordenador da Câmara, Pedro Wähmann, rece-beu, para um almoço com os mem-bros da CBCSI, o deputado federal Eduardo Sciarra (DEM-PR) e o se-nador Demóstenes Torres (DEM-GO), ressaltando a importância de o segmento manter estreito o rela-cionamento com os parlamentares. Em discurso, Demóstenes Torres falou sobre a importância do setor imobiliário, relembrando a má-ad-ministração do segmento nos Esta-dos Unidos, que gerou uma crise de repercussão mundial.

CBCSI lançará portal nacional para o setor imobiliário

Luiz Antonio Cossio apresenta o projeto de criação de portal imobiliário aos demais membros da CBCSI

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INSTITUCIONAL

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Tuberculose, uma preocupação mundial

No Brasil, um terço da população tem o bacilo da tuberculose (TB) no organismo, que pode demorar

um bom tempo até manifestar a doença. Daí a importância do diagnóstico e trata-mento preventivos do paciente. Atentos a esse cenário, representantes do Núcleo de Promoção e Bem estar Social (SERBEM) da CNC participaram, de 23 a 25 de março, do 3º Fórum Internacional de Combate à Tuberculose (Stop TB), evento mundial de combate à doença, que contou com a pre-sença do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

Na ocasião, os médicos do Serbem apre-sentaram um case de sucesso, realizado em parceria com o Departamento Nacional do Sesc: a capacitação em tuberculose e hanse-níase para profissionais de saúde da Secreta-ria Municipal de Poconé, no Mato Grosso, re-alizado de 17 a 19 de novembro no Centro de Atividades de Poconé, da Estância Ecológica do Sesc Pantanal. A iniciativa - solicitada pela Secretaria de Saúde do município - con-tou com aulas práticas e expositivas, oficinas, estudo de casos e avaliação. O conteúdo apre-sentado abordou aspectos epidemiológicos da doença, prevenção e diagnóstico e a asso-ciação entre tuberculose e HIV, entre outros aspectos.

“Já recebemos uma resposta positiva do curso, em relação ao aumento do número de casos diagnosticados”, afirma Alexandre Fre-derico de Marca, chefe do Serbem. Segundo ele, a incidência de tuberculose e hansenía-se no município é muito alta. De 2006 em diante, o aumento o número de casos novos de tuberculose no município de Poconé apre-

senta aumento crescente. “Estatisticamente, são esperados 40 casos novos por 100 mil habitantes por ano; em Poconé são 27 casos novos por 24 mil habitantes por ano”, exem-plificou Sebastiana Regina Marinho Ribeiro, médica pneumologista do Serbem que mi-nistrou o curso, baseando-se em dados do IBGE de 2007. “Buscamos fomentar práticas de identificação das doenças. Treinamos 126 profissionais, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, bioquímicos, técnico de en-fermagem e laboratório, auxiliares de fisio-terapia e agentes de saúde”, complementou. A capacitação contou também com profis-sionais do Sesc-DN, do Sesc-MT e professo-res convidados da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), do Rio de Janeiro, instituição de ciência e tecnologia em saúde vinculada ao Ministério da Saúde. A ação foi apresentada a pesquisadores e profissionais da área de saú-de de diversas nacionalidades.

Stop TBO Stop TB é um movimento global en-

carregado de promover ações político-sociais voltadas para a erradicação da tuberculose em todo o mundo. O Brasil foi escolhido para se-diar o 3º Fórum por apresentar alta incidência de caso de tuberculose. Os encontros anterio-res aconteceram em Nova Déli, em março de 2004, e em Washington, em outubro de2001. A CNC participa desde fevereiro de 2008 do Fórum como representante suplente das em-presas do setor privado. “A CNC, por meio do Serbem, está sempre envolvida nas grandes questões de saúde nacional, em consonância com os programas elaborados pelo Ministério da Saúde”, enfatizou Alexandre de Marca.

Sandra Marques da Silva,

Sebastiana Ribeiro,

Deise Souza e Alexandre de

Marca: case de sucesso do Serbem e do

Senac-DN em seminário

CNC NotíciasAbril 2009 n°11056

INSTITUCIONAL HOMENAGEM

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O Ministro da Previdência Social, José Barroso Pimentel, realizou a solenidade de abertura do VIII Encontro Nacional dos Presidentes de Unidades Julga-doras do Conselho de Recursos da Previdência Social, no dia 30 de março, na sede da CNC, em Brasília. O ministro foi recebido pelo senador Adelmir Santana, e vice-presidente da CNC, que re-presentou o presidente da entida-de, Antonio Oliveira Santos. Par-ticiparam do evento o secretário Executivo do Ministério, Carlos Eduardo Gabas, o presidente do Conselho de Recursos da Previ-dência Social (CRPS), Salvador Marciano Pinto, e os presidentes das juntas de recursos e servido-res do CRPS dos Estados do País. A CNC, por meio da Assessoria junto ao Poder Legislativo (APJ),

A cidade do Rio de Janeiro inspirou a palestra apresentada por Vasco Mariz no Conselho Técnico da CNC, em 10 de mar-ço. Sob o tema Os fundadores do Rio de Janeiro: Américo Vespucci, Villegagnon ou Estácio de Sá?, o conselheiro repercutiu as correntes de historiadores que defendem diferentes versões sobre o assunto. Em 17 de março, o conselheiro Gilberto Paim abordou, sob o tema Antecedentes de uma grave crise política, a demarcação contínua da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Em 24 de março, Roberto Fendt proferiu a palestra ”A economia brasileira em 2008” aos membros do grupo, reunidos no Rio de Janeiro. Segundo o economista, o cenário internacional, marcado pela crise econômica global, ainda se caracteriza por profundos desequilíbrios, principalmente em relação à balança de pagamentos das principais economias mundiais, com refle-xos para a economia do Brasil.

CNC sedia o VIII Encontro do Ministério da Previdência Social

A história do Rio de Janeiro

tem representação em várias jun-tas e nas quatro Câmaras de Jul-gamentos do Ministério da Previ-dência Social.

Esta foi a 8ª edição do en-contro, que, com duração de três dias, teve como objetivo discutir e propor alterações para o aper-feiçoamento do regimento inter-no do Conselho de Recursos da Previdência Social.

CCI se reúne na CNC-RJO Comitê Brasileiro da Câmara de Comércio Internacio-

nal (CCI) reuniu os componentes de sua Comissão de Pro-priedade Intelectual e Livre Concorrência na CNC-RJ, em 19 de março, para debater questões ligadas à tutela de patentes de invenções no setor farmacêutico e o exercício abusivo de direitos de propriedade intelectual, entre outros assuntos. Os trabalhos foram conduzidos pelo presidente da Câmara, The-ophilo de Azeredo Santos. Criada em 1967, a CCI tem o ob-jetivo de divulgar as práticas comerciais internacionais reco-mendadas pela International Chamber of Commerce (ICC), sediada em Paris, sobre temas como anticorrupção, comércio eletrônico, concorrência, práticas comerciais legais, proprie-dade intelectual e livre concorrência.

Salvador Marciano Pinto, presidente do Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS); José Barroso Pimentel, Ministro de Estado da Previdência Social; Senador Adelmir Santana, vice-presidente da CNC; e Carlos Eduardo Gabas, Secretário Executivo do MPS.

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ACONTECEU

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Sesc inaugura nova unidade no coração de Brasília

O Sesc do Distrito Federal está de casa nova. O edifício, localizado no Setor Comercial Sul, onde funcionou, até 1998, a antiga sede

da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na capital, foi totalmente reformado e reinaugurado no dia 11 de março, em uma solenidade que reuniu cerca de 300 pessoas.

Ao abrir a cerimônia, o presidente da CNC e do Conselho Nacional do Sesc, Antonio Oliveira San-tos, enfatizou as atividades educativas, sócio-cultu-rais, de saúde e de lazer oferecidas pelo Serviço So-cial do Comércio, e colocou o espaço à disposição do vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, que representou o governador José Roberto Arruda. “Sinta-se em casa. O Sesc foi feito para atender os jovens trabalhadores dessa cidade com cultura, la-zer, esporte e principalmente educação”. Para Pau-lo Octávio, o Sesc Presidente Dutra proporcionará uma mudança no estilo de vida de muitas pessoas. “Essa participação da CNC/Sesc na cidade é muito

importante no trabalho que estamos fazendo para a futura comemoração dos 50 anos de Brasília”.

O presidente do Conselho Regional do Sesc-DF, senador Adelmir Santana, destacou a importância da inauguração da unidade na região central da ca-pital. Segundo ele, o novo Sesc, agora com uma área útil de cinco mil metros quadrados, terá a ca-pacidade de receber quase quatro mil pessoas por dia e saldará um débito com o grande número de comerciantes situados nessa região, o maior centro comercial de Brasília. A nova unidade conta com espaço destinado a atividades físico-esportivas, incluindo salas de musculação, fitness e salão de dança, praça de alimentação, com cardápio elabo-rado por nutricionistas, biblioteca com acervo de oito mil livros, consultórios odontológicos, clínicas médicas e um anfiteatro com capacidade para 187 lugares, que oferecerá programas culturais como cinema, teatro, shows musicais e até exposições e mostras artísticas.

Também participaram da cerimônia de inaugu-ração da nova sede do Sesc-DF o vice-presidente financeiro da CNC, Luiz Gil Siuffo, o diretor geral do Departamento Nacional do Sesc, Maron Emi-le Abi-Abib, o diretor regional do SESC-DF, José Roberto Sfair Santana, e o presidente da Câmara Legislativa, deputado Leonardo Prudente, além de diretores da Fecomércio/DF, empresários e funcio-nários do Sesc, entre outros.

CNC NotíciasAbril 2009 n°11058

SISTEMA COMÉRCIO

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Em Curitiba, parceria em nomeda história e da cultura

Das mãos do Prefeito de Curitiba, Beto Ri-cha, o presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac do Paraná, Darci Piana, rece-

beu na noite do dia 29 de março a chave do prédio da nova Unidade Paço da Liberdade Sesc Paraná. O ato, que contou com a presença do presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, aconteceu na Praça Generoso Marques, no centro da capital paranaense, e marcou o início do período em que o prédio, uma referência histórica de Curitiba, será administrado pelo Sistema.

A partir de agora, o local abrigará bibliotecas, li-vraria, café cultural e musical, sala de cinema, estú-dio de música e sala de exposições. O Paço da Liber-dade, considerado a “sala de visitas” de Curitiba, abre as suas portas para a cultura e as artes paranaenses, restaurado graças à parceria do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac com a Prefeitura do município.

Em seu discurso, Piana ressaltou a importância das parcerias firmadas entre o poder privado e o pú-

blico, possibilitando que não apenas o Paço da Liberdade fosse restaurado, mas todo o seu entorno. Já o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, destacou o trabalho que é feito pelo Sesc em todo o País, ressaltando sua atuação como entidade voltada para ações de cunho cultural e de transformação social. O prefeito Beto Richa, por sua vez, comentou a importância da inauguração em pleno ani-versário de Curitiba (316 anos), lembrando que, em vez de usar dinheiro público, foi em busca de parceria, encontrada junto ao presi-dente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac do Paraná, Darci Piana.

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SISTEMA COMÉRCIO

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Sesc terá nova unidade operacional no Rio Grande do Sul

O início das obras da futura unida-de operacional do Sesc em Tra-mandaí, no Rio Grande do Sul,

foi tema do encontro, no dia 6 de mar-ço, entre o diretor regional do Sesc-RS, Everton Dalla Vecchia, e o conselheiro da entidade, e presidente da CDL municipal, João Francisco Micelli. Também partici-param do encontro o secretário munici-pal de Obras, José Machado, a secretária municipal de Turismo, Tatiane José, e o secretário municipal de Indústria e Co-mércio, Andrei Benvegnu.

A futura unidade, que deve ficar pronta até o final do ano, ocupará um prédio de três andares, com academia de ginástica e musculação, auditório, sala multiuso, escola de Educação Infantil e gabinete

odontológico. Para a cidade, o Sesc pre-vê ainda a promoção de projetos como o SesCred, Turismo Social e ações de lazer e cultura.

Com mais de 60 anos de atuação, o Sesc é uma entidade privada, mantida pelos empresários do setor terciário, que tem como objetivo principal a promoção da qualidade de vida dos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e da comunidade em geral. No Rio Grande do Sul, o Sesc é um dos braços operacionais do Sistema Fecomércio-RS e está presente em mais de 400 municípios com ativida-des sistemáticas em áreas como a saúde, esporte, lazer, cultura, cidadania, turismo e educação. Mais informações podem ser obtidas no site www.sesc-rs.com.br.

Andrei Benvegnu, João Francisco Micelli, Everton Dalla Vecchia, José Machado Tatiane

José.

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SISTEMA COMÉRCIO

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Fecomércio-PE realiza rodada de negócios com delegação chinesa

O presidente do Sistema Fecomrrcio/Senac/Sesc de Pernambuco, Josias Silva de Albuquerque, recebeu, no

dia 11 de março, em Recife, uma delegação do município de Guangzhou, na China, para uma rodada de negócios com empresários pernambucanos. A comitiva era composta pelo vice-prefeito, Chen Mingde, e nove empresários.

Na recepção aos empresários, Josias Al-buquerque ressaltou a importância do inter-câmbio entre as cidades de Recife e Guan-gzhou. “Em 2007, levamos à China a maior missão empresarial que o país já recebeu, com cerca de 150 empresários, e inaugura-mos lá um escritório de negócios, em parce-ria com a Federação das Indústrias do Esta-do de Pernambuco (FIEPE). Meses depois, voltamos à China com o vice-governador de Pernambuco, João Lyra Neto, e uma comi-tiva do governo. Agora, estamos recebendo, pela segunda vez, uma missão da cidade de Guangzhou. É muito importante que esse intercâmbio tenha continuidade para estrei-tarmos cada vez mais nossos laços comer-ciais e culturais também”.

O vice-diretor do Ministério de Comér-cio Exterior de Guangzhou, Sun Lei, fez uma apresentação para os empresários locais sobre a economia da cidade chinesa, ressal-tando dados como o Produto Interno Bruto (PIB), que registrou um crescimento de 12% em 2008. Segundo Sun Lei, as cidades chi-

nesa e brasileira só têm a ganhar com esse intercâmbio. “Guangzhou e Recife já vêm mantendo contato comercial há mais de dois anos, o que aumentou ainda mais a relação afetiva que uma cidade tem com a outra”.

O secretário executivo de Articulação e Desenvolvimento e Negócios da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Per-nambuco, Alberto Galvão, que representou o governador Eduardo Campos, destacou a importância das missões chinesa e brasilei-ra para os dois países. “Depois da primeira missão organizada pela Fecomércio-PE ao país, em 2007, a relação comercial China/Pernambuco deu um salto muito alto. Im-portamos da China, em 2007, o equivalente a 16 bilhões de dólares; em 2008, foram 20 bilhões de dólares. Mas, ainda precisamos trabalhar para aumentar nossas exporta-ções”, disse.

Após as apresentações, a Fecomércio-PE, em parceria com o Sebrae, iniciou as rodadas de negócios, que contaram com cerca de 30 empresários pernambucanos dos segmentos automobilísticos, têxtil, de construção civil, ferro e aço e agrobusiness. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), Jorge Côrte Real, foi um dos participantes das rodadas. “Estamos muito interessados na compra de aço. O aço nacional está caro e já estamos pensando em uma parceria com uma fornecedora chinesa”, informou.

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SISTEMA COMÉRCIO

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Senac Rio inicia projeto Superação Jóias

De acordo com o Instituto Brasilei-ro de Gemas e Metais (IBGM), o mercado do Rio de Janeiro, forma-

do em sua maioria por pequenas e micro empresas, é o maior exportador de jóias de ouro do país, responsável por 70% das exportações nacionais. O Rio é também o segundo mercado consumidor de jóias no Brasil, respondendo por 25% do consumo nacional. Buscando contribuir para o de-senvolvimento das joalherias do estado, o Senac Rio lançou em 16 de março o proje-to Superação Jóias, voltado para quem atua no segmento e deseja obter melhores resul-tados em sua carreira ou negócio.

A iniciativa engloba palestras, cursos, eventos e consultorias elaboradas especial-mente para quem quer aprimorar compe-tências e atualizar conhecimentos. “Um dos maiores desafios do comércio de jóias está na mão-de-obra qualificada. O vende-dor precisa conhecer seus produtos, toda a operação de venda e buscar fidelizar seus clientes através de um bom relacionamen-to”, observa o gerente do Centro de Design

do Senac Rio, Luiz Otávio Machado, onde aconteceu o lançamento do projeto, na Barra da Tijuca.

O Superação Jóias tem apoio do Sis-tema Fecomércio-RJ, da Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do Rio de Ja-neiro (AJORIO), do Sindicato Nacional do Comércio Atacadista de Pedras Pre-ciosas (SNCAPP) e do Sindicato do Co-mércio Atacadista de Jóias e Relógios do Estado do Rio de Janeiro (SINCAJOR). As inscrições para os cursos já estão abertas. As programações começaram dia 06 de abril.

As consultorias serão desenvolvidas de forma personalizada e adequadas ao perfil e necessidades de cada empresa. Empre-sários da área de jóias poderão escolher entre cursos como “Gestão do Capital de Giro”, “Planejamento de Marketing”, “Acesso ao Crédito”. Já para quem tra-balha na área serão oferecidas as opções de “Atendimento ao Cliente”, “Controle e Organização de Estoque” e “Visual Mer-chandising”, entre outros.

Programa do Senac capacita empresários do comércio de jóias

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Apesar de ser um mineiro nascido em Inhapim, aos vinte e três dias do mês de janeiro de 1927, foi no

Mato Grosso do Sul que viveu e trabalhou Sebastião Vieira d’Avila, presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-MS. Pas-sou a adolescência no Rio de Janeiro, onde trabalhou com o pai e o tio em uma far-mácia em Copacabana (como competente aplicador de injeções), em uma casa de carnes daquele bairro e em uma empresa de cosméticos, como gerente. Nos idos de 1953, perto de completar 27 anos, iniciou suas atividades comerciais na cidade de Campo Grande, por acreditar no potencial econômico da região.

Já em 1957 participava da Associação Comercial da capital do estado, quando teve a oportunidade de liderar campanhas em prol do comércio, como a transferência de Sede da Delegacia do Sesc e do Senac de Cuiabá para Campo Grande, fazendo parte do pri-meiro conselho dos órgãos. Por essa época, participou da revitalização do Sindicato do Comércio Varejista de Campo Grande. En-tre suas campanhas, levou para a cidade a Justiça do Trabalho, ainda sob a Jurisdição do Tribunal de São Paulo (2.ª Região).

O espírito de luta e liderança de Sebas-tião Vieira d’Avila trouxe-lhe o encargo de criar a Federação do Comércio do Estado de Mato Grosso do Sul, o que fez em 29 de agosto de 1979, e a instalação dos de-

partamentos regio-nais do Sesc e

do Senac, em 1º de abril de 1980. Hoje as entidades ofe-

recem ativi-dades

e m

todo o estado, com diversas unidades re-gionais e 40 mil metros quadrados de obras úteis e cinco carretas escolas, entre outras realizações. Só para citar algumas, em 1995 inaugurou o Condomínio Antonio Oliveira Santos, que abriga a sede da federação e uma unidade do Sesc, em Campo Grande; em 2000 construiu a primeira escola de Turismo e Hotelaria do Estado, também na cidade; construiu unidades do Senac nos municípios de Três Lagoas e Aquidauana, em 2003 e 2007, respectivamente. E dei-xou, para este ano, a inauguração da nova unidade do Senac Beleza em Moda, na ca-pital do estado.

Na data em que faleceu, 2 de abril, em decorrência de um Acidente Vascular Ce-rebral, Sebastião Vieira d’Avila foi home-nageado com um minuto de silêncio na Assembléia Legislativa do Mato Grosso do Sul. Tinha 82 anos. Solidário à família do líder empresarial, o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, informou a per-da do empresário mato-grossense e amigo aos membros da diretoria da entidade. “A classe empresarial mineira sente orgulho do trabalho desempenhado pelo ilustre conter-râneo, para a categoria no Mato Grosso do Sul. Destacou-se em sua trajetória de con-quistas”, disse Renato Rossi, presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-MG. “São homens como ele, pautados na ética e na honestidade, que fazem o Sistema CNC”, destacou José Roberto Tadros, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-AM. “O sistema perde um grande exemplo de trabalho e dedicação. Devemos manter seu exemplo vivo”, enfatizou Ladislao Pedroso Monte, presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-AP. “Era um lutador, que en-frentava com coragem e determinação os problemas”, complementou Darci Piana, presidente do Sistema Fecomercio/Sesc/Se-nac-PR. “Esse ‘mineiro-campo-grandense’ deixa sua marca pela força do trabalho que realizou”, afirmou Orlando Diniz, presiden-te do Sistema Fecomercio/Sesc/Senac-RJ.

Sebastião Vieira d’Ávila: luta e liderança em prol do comércio

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HOMENAGEM

Page 64: EDITORIAL Visão de Futuro - portaldocomercio.org.br · prazo, esse tipo de preocupação também ocorre em nível mais amplo, pautando ações e respostas de empresas e instituições,

Cartas de crédito da CCI em debate

O Comitê Brasileiro da Câmara de Comércio Internacional CCI realizará, no dia 18 de maio, de 8h30 as 12h30, na CNC do Rio de Janeiro, o workshop “UCP 600 & ISBP em Tempo de Turbulência”, que abordará o impacto da crise financei-ra sobre os seguros e a emissão de cartas de crédito pelos bancos nas transações in-ternacionais. O evento, voltado para con-sultores e técnicos em comércio exterior, bancários, empresários e advogados, mar-cará também o lançamento da publicação “ISBP – Práticas Bancárias Padronizadas Internacionais”, em português.

Aviação civil é tema de seminárioO Conselho Técnico da CNC e o Movimento Asas da Paz

realizarão, no próximo dia 27 de abril, na CNC do Rio de Ja-neiro, a 12ª edição do Seminário Nacional de Aviação Civil, em que especialistas, profissionais e estudantes da área deba-terão temas relacionados aos planos aeroviários estaduais e, ainda, à realização dos chamados “grandes eventos”, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Parceria Brasil/ArgéliaNo próximo dia 11 de maio, de 14h as 18h, a CNC sediará

o Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimen-tos Brasil-Argélia, que debaterá as oportunidades de inves-timentos e cooperação entre os dois países, incrementando as duas balanças comerciais. Organizado pelo presidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), João Augusto de Souza Lima, o evento contará com a presença do embaixador da Argélia, Mohamed Hamed Achache, do diretor do Departamento do Oriente Médio e Ásia Central do Ministério das Relações Exteriores, Sarkis Karmirian, e do ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior, Ivan Ramalho.

CNC sedia conferência de arbitragem internacional

A V Conferência de Arbitragem Internacional do Rio de Janeiro será realizada no dia 12 de maio, na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, no Rio de Janeiro, com o apoio da Comissão de Mediação e Conflitos da OAB/RJ. Coordenado pela advogada Inez Balbino, da Divisão Sindical da CNC, o evento contará, na abertura, com dois dos maiores consul-tores em arbitragem do País: os advogados Pedro Batista Martins, que é co-autor da Lei Brasileira de Arbitragem, e José Emílio Nunes Pinto. Os participantes debaterão temas como o papel do advogado no curso do procedimento da arbitragem, independência e imparcialidade do árbitro e recusa e impugnação do profissional.

CNC NotíciasAbril 2009 n°11064

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