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Notas Rápidas
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Vida Saudável
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Gente
Editorial
Centro BD de Educação em Diabetes - Ano XXIV - Nº 4Centro BD de Educação em Diabetes - Ano XXIV - Nº 4
Chegaram as férias de julho e com ela as mudanças na rotina e os momentos de lazer. Com o “pé na estrada” ha 14 anos Mark, relata algumas situações que passou em suas andanças pelo mundo, reforçando que o planejamento é a base para uma boa viagem.
Sem lições de casa para fazer, Kawê e Júlia comentam o que estão programando para as férias de julho.
Para que suas férias sejam divertidas e sem surpresas leiam as dicas da enfermeira Thais F Silva, do Centro BD de Educação em Diabetes.
Na seção Vida Saudável, a dermatologista dra. Priscila Teruya dá algumas orientações para que sua pele permaneça livre dos problemas típicos do inverno. No Espaço Gourmet, a nutricionista Fernanda Castelo Branco, aborda as qualidades e benefícios do pinhão para a saúde.
Em Autoaplicação, saiba por que a reuti-lização de seringas e agulhas pode trazer prejuízos à saúde e aumentar os gastos com o tratamento do diabetes
Leiam as nossas dicas, planejem suas férias e divirtam-se !
Márcia C. OliveiraCoordenadora do Centro BD de Educação em Diabetes
No mês de maio a Associação Pernambucana do Diabético Jovem (APDJ) comemorou seus 30 anos de fundação com uma série de atividades. Um destaque da ocasião, foi a oficina “O Diabético e seus Cuidados - Introdução à Educação em Diabetes”, realizada para profissionais de saúde no auditório do Hospital da Restauração com a participação e apoio da BD. Durante todo o mês do aniversário foi realizada uma exposição fotográfica dos programas educativos realizados durante esses anos pela associação. A APDJ fica na Rua Marquês de Valença, 238, Boa Viagem, Recife (PE) e os contatos podem ser feitos pelos tels. (81) 326-8862, 325-5433 (fax) ou pelo
e-mail [email protected].
Editorial Notas Rápidas
Férias de julho com muitadiversão!
14º Congresso Brasileiro Multidisciplinar/ Multiprofissional em Diabetes da ANAD
De 24 a 26 de julho de 2009.
APDJ comemorou 30 anos de fundação
Ainda há tempo para fazer a inscrição neste evento anual da ANAD, destinado somente aos profissionais de saúde. É uma ótima oportunidade para reciclar os conhecimentos com as novidades e orientações que serão apresentadas em diversos simpósios, oficinas, além de cursos paralelos e a tradicional exposição de produtos. Maiores informações no site da ANAD www.anad.org.br, ou pelo e-mail
[email protected] e tel. (11) 5572-6559.
Publicação mensal do Centro BD de Educação em DiabetesDisque Centro BD de Educação em Diabetes - 0800 11 5097
Coodernação Geral: Marcia Camargo de OliveiraCoordenação Técnica: Debora M. Camilo
Jornalista Responsável: Milton Nespatti (MTb 12460-SP)Diagramação e Editoração Eletrônica: F. de Barros / LP
Revisão Ortográfica: Paula G. AlmeidaAs matérias desta publicação podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte.
Expediente
Entrevista
Chegamos no mês de Julho, período de férias escolares. Tempo de desfrutar do descanso merecido. Viajar para praia ou campo, passear com os filhos e amigos ou até mesmo receber a família em casa é válido, desde que seja divertido e sem imprevistos. Leia a seguir algumas dicas relacionadas as férias e previna-se das indesejáveis hipoglicemias e hiperglicemias, afinal a palavra férias não combina com problemas e preocupações.
Consulte um médico antes da viagem.Marque com antecedência uma consulta médica e solicite um relatório contendo informações sobre seu estado de saúde, possíveis complicações existentes ou situações especiais, medicação em uso e esquema de correção para hiperglice-mias. Além do relatório, peça orientação de como agir em situações de indigestão, diarréia, vômitos, dor de cabeça e febre, assim você ficará mais seguro e estas in-formações serão decisivas em casos de emergência.
Vacine-se !!!Informe-se, com antecedência se há re-comendação de alguma vacina para as cidades que você visitará seja no Brasil ou no exterior. Vacine-se com no mínimo 10 dias de antecedência da viagem.
Seu corpo precisa de alimentos saudáveis!Antes das férias, organize e ou reveja um plano alimentar junto ao profissional es-pecializado, assim você terá maior flexi-
bilidade nas refeições. Informe-se sobre alimentos típicos, hábitos alimentares da região que visitará e aproveite! Para evitar alterações glicêmicas impor-tantes durante as viagens ou passeios, não passe mais de 3 horas sem comer, leve sempre na bagagem de mão algumas fontes de glicose de rápida absorção, tais como torrões de açúcar, saches de mel, suco ou refrigerante não dietético para corrigir possíveis hipoglicemias e lembre-se: é sempre bom informar algum acom-panhante quais são os sinais, sintomas e tratamento de hipoglicemia. Isso poderá salvar sua vida!
Levar sempre na bagagem de mão!Glicosímetro, tiras, medicação oral, serin-gas, frascos de insulina, álcool a 70%, algodão, lancetador e lancetas. Informe-se se nas cidades que você visitará tem todo este material disponível, para uma compra de emergência, e sempre leve quantidades suficientes e um kit extra para todos os dias de viagem.Não esqueça do cartão de identificação
Eu tenho diabetes, cartão do convênio médico, telefone e nome da pessoa que você conhece daquela região, nome e tele-fone de familiares, do médico e por úl-timo, telefones com endereços dos locais e recursos médicos da região.
Cuide do seu corpo!Seus pés precisam de proteção: use calça-dos confortáveis e amaciados até mesmo para ir a praia; prefira meias de algodão pois absorvem melhor a transpiração e examine seus pés no final de cada dia para saber se existe alguma lesão.Proteja sua pele: passe protetor solar para evitar queimaduras do sol.
Boas Férias!
Thais F. SilvaEnfermeira integrante da equipe técnica do Centro BD de Educação em Diabetes.
Férias. Com planejamento a diversão é garantida!
No inverno devemos tomar cuida-
dos especiais com a pele. A der-
matologista, dra. Priscila Teruya,
explica os problemas mais comuns
de pele nos períodos de frio e faz
recomendações para evitá-los.
Os problemas de pele mais comuns no
inverno são ressecamento, rachaduras
de lábios e mãos, aparecimento de
coceiras na pele e piora da dermatite
seborreica (conhecida como caspa),
dermatite atópica e psoríase.
Estes problemas ocorrem devido à que-
da de temperatura, baixa umidade do
ar e hábitos que as pessoas costumam
adotar neste período, como menor con-
sumo de líquidos, além de banhos mais
quentes e demorados. Em consequência
disso, a pele torna-se mais ressecada,
com descamação fina branca e com
pequenas rachaduras (craquelê).
Este quadro torna a pele mais suscetível
a coceiras, geralmente após os banhos,
principalmente nas pernas (parte do
corpo que resseca mais facilmente). As
caspas também são influenciadas por
estas alterações e, às vezes, não ficam
restritas só ao couro cabeludo, podem
haver lesões avermelhadas e resseca-
das próximo ao nariz e sobrancelhas.
Veja a seguir algumas dicas para man-
ter sua pele saudável.
• Tome banhos mais rápidos, não
muito quentes, com sabonetes hi-
dratantes ou glicerinados; evite
também o uso de buchas e esponjas.
• Utilize cremes e loções hidra-
tantes, principalmente após o
banho, assim como protetores la-
biais hidratantes.
• Os idosos devem tomar cuidados
especiais, pois a pele destas pes-
soas costuma ressecar mais.
• Use xampus adequados para der-
matite seborreica, prescritos por
um dermatologista.
• Não deixe de usar um protetor
solar, pois mesmo em temperatu-
ras mais baixas e o sol mais fraco,
os raios ultravioletas continuam
atingindo a pele.
• Procure um dermatologista, se es-
tes cuidados básicos não forem su-
ficientes.
Seguindo estas recomendações, sua pele
estará saudável e livre dos problemas
típicos do inverno.
Vida Saudável
Cuidados com a pele no inverno.
Empinar pipas, surfar, jogar futebol, an-dar de bicicleta e ficar o dia inteiro brin-cando. Esta é a agenda das férias de julho para Kawê Molina Ustolin Valêncio e de Júlia Pellegatti Brito Rosa. Ambos tem 10 anos de idade e vivem em Bertioga, lito-ral norte de São Paulo. São duas crianças cheias de energia para gastar e com um apetite voraz para aproveitar as coisas boas que a vida proporciona nessa fase da infância.No entanto, a mãe de Kawê, Katia Bar-bosa Molina, comenta que nos períodos de férias é preciso redobrar a atenção para manter o bom controle glicêmico do filho. “As crianças entram em férias, mas o diabetes não”, diz. Ela observa que devido ao aumento da atividade, como geralmente ocorre nas férias, o menino frequentemente diz que está com fome. “Se deixar, ele come guloseimas o dia inteiro e isso só atrapalha o controle da glicemia”, afirma. Porém, se Kawê fica muito tempo na rua brincando, acaba se esquecendo de comer algo. “Aí, quando volto para casa, começo a sentir tontura por causa da hipo”, explica o menino.
Por sua vez, a mãe de Julia, Elaine Pelle-gatti Brito Rosa, confirma que o recesso escolar muda a rotina da menina e, por isso, as oscilações na glicemia são mais comuns. Para evitar problemas, a ga-rotinha é orientada a comer um lanche e medir a glicemia antes de iniciar qualquer atividade mais intensa. “Se a Júlia vai surfar, sempre come alguma fruta antes para não ser pega de surpresa por uma hipo”, explica a mãe. “Eu adoro comer caqui”, diz Júlia.Katia e Elaine reconhecem que apren-deram muito sobre como lidar com o dia-betes de seus filhos, desde que passaram a participar dos encontros mensais do Grupo de Crianças da ANAD. Kawê e Julia são os maiores beneficiários, junto com as outras crianças que participam das atividades do grupo, pois estão con-quistando autonomia para controlarem o diabetes, o que lhes garante qualidade de vida. “Vou aproveitar o máximo as minhas férias, porque estou cheio de saúde”, garante Kawê. “Nestas férias, quero dominar cada vez melhor as on-das”, avisa a surfista mirim Julia.
Gente
Kawê, Katia, Júlia e Elaine.
Ôba, chegaram as férias de julho!
Gente
Pedra Bela, Rio de Janeiro.
Planejamento é a base para uma boa viagem.
Faz quase 14 anos que pus o “pé na es-trada” pela primeira vez. Foi quando participei de um acampamento de férias para jovens com diabetes. Desde então continuo participando de acampamentos e viajando aos mais diferentes lugares do Brasil e de outros paises, sozinho ou com amigos. Hoje, estou com 28 anos, 18 dos quais com Diabetes Mellitus tipo 1. Vou contar algumas experiências que tive e, assim, talvez eu possa ajudar quem for viajar nas férias.Planejar é fundamental. Portanto, an-tes da viagem, faça uma lista completa com tudo o que você usa para cuidar do diabetes. É importante que você leve tudo sempre a mais do que calcular que será necessário, pois a rotina numa viagem nunca é a mesma. Mudam os horários de alimentação, aumenta a quantidade de atividades e isso pode gerar maior risco de hipoglicemia. Então, talvez você tenha que fazer mais testes para monitorar a glicemia. Além disso, o frasco de insulina poderá quebrar-se acidentalmente, ou se você resolver estender a viagem por mais uns dias e a insulina estiver acabando, poderá ter problemas para comprar um novo frasco.Considere também que, em cidades
pequenas, muitas vezes não existe a in-sulina que você usa. Sem contar que, em alguns países, comprar insulina pode ser muito difícil, pois ela não é vendida sem a receita médica. Eu passei por esta dificuldade quando fiz uma viagem a Boston nos Estados Unidos, há alguns anos. Decidi permanecer na cidade mais do que o previsto e a insulina que havia levado não era suficiente para o período que queria ficar. Tive então que procurar um médico. Minha sorte foi que eu conhe-cia uma endocrinologista na cidade e ela me forneceu a receita quando lhe expli-quei que minha insulina estava acabando. Durante a viagem, sempre carregue os frascos de insulina, seringas, glicosímetro, fitas, lancetas e sachês de álcool em sua bagagem de mão. Isto evitará que os produtos sejam danificados pelo calor (por exemplo, quando colocados no por-tamalas de um carro) ou pelo frio exces-sivo (no caso do bagageiro de um avião) e também, facilitará o acesso à estes produ-tos durante o percurso. Quem for viajar para locais com diferença de fusos horários de mais de três horas, talvez seja necessário fazer algumas mu-danças nas aplicações de insulina de acor-do com os novos horários das refeições. Eu
passei por isso quando viajei certa vez ao Egito, cuja diferença do fuso horário em relação a São Paulo é de 6 horas. Para não comprometer o meu controle glicêmico, aumentei bastante o número de testes de glicemia durante o vôo e quando cheguei no Egito. Aos poucos, fui adiantando as aplicações tanto de insulina lenta (basal) quanto da ultrarrápida (bolus). Portanto, a estratégia em casos de viagens com fusos horários de mais de três horas é aumentar o número de testes de glicemia durante toda a viagem e adequar as aplicações de insulina de acordo com os novos horários das refeições, sempre usando a relação contagem de carboidrato/insulina.Para terminar, muita atenção com as hipoglicemias, pois podem ser bem mais frequentes durante a viagem devido às mudanças na rotina. Fique alerta e tenha sempre à mão balas e saches de glicose. Não se esqueça também de levar o glu-cagon, hormônio injetável utilizado sob orientação médica para corrigir hipoglice-mias severas. Explique ao seu colega ou acompanhante de viagem como e quando aplicar o glucagon. Não se esqueça tam-bém de mostrar-lhe onde você guarda este medicamento, para que não seja preciso procurá-lo numa emergência. Só percebi
a importância desta última dica quando fui passar algumas semanas na casa de um amigo em Atlanta, nos EUA. Depois de explicar-lhe o que era e para que servia o medicamento, ele me perguntou: “Ok, entendi tudo, mas onde você guarda este estojo laranja com o glucagon para que eu possa encontrá-lo se for preciso?”Espero que estas dicas sejam úteis. Quem sabe a gente se encontra na estrada ou num aeroporto. Então, boa viagem!
Gente
Mark no acampamento “Campo Amigo”,
Equador.
Mark Thomas Ugliara Barone
Mark no Cabo da Boa Esperança,Cidade do Cabo, África do Sul.
Espaço Gourmet
É tempo depinhão
Sopa de pinhão
O pinhão é fruto de uma árvore bem brasileira: o pinheiro brasileiro (Arau-caria angustifolia). O fruto do pinheiro é a pinha, onde encontramos a semente, isto é, o pinhão.
Apesar de rico em amidos, o que o torna rico em calorias, o pinhão con-tém vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo e proteínas. A vitamina B1 ou tiamina atua na produção de energia, auxilia na oxigenação do cérebro e no funcionamento do sistema nervoso, po-dendo ajudar nas funções relacionadas à memória e ao entendimento.
Em termos de calorias, cada 100 gram-as de pinhão cozido tem em média 195 calorias. A sua utilização é grande em saladas, farinhas, ensopados, tortas e bolos.
Fernanda Castelo Branco (CRN 13.686)Nutricionista da Associação de Diabetes Juvenil (ADJ) [email protected]
Ingredientes500 g de pinhão500 g de patinho em cubos4 colheres (sopa) de óleo de canola2 dentes de alho moído3 colheres (sopa) de molho inglês5 colheres (sopa) de cebola picada1/2 colher (sobremesa) de cominho1 colher (café) de orégano1 colher (café) de sal1 1/2 litro de água
Modo de preparoCorte os pinhões em lâminas, frite o alho e a cebola e refogue a carne até ficar bem macia. Adicione os demais ingredientes. Leve ao fogo e mexa até ferver por aproximadamente 25 minutos.
Informações nutricionais:Nº de porções: em média 8 porções (150 ml) Tempo de preparo: 50 minutosKcal/porção (150 ml): 320 kcalCarboidratos/porção: 28gProteínas/porção: 14gLipídeos/porção: 8gFibras/porção: 5g
Pinhão
Autoaplicação
Evite tudo que gera desconforto e complicações para o tratamento do diabetes.Não reutilize seringas e agulhas !
Quem convive com diabetes, cuida.
Enfermeira Débora CamiloConsultora educacional do Centro BD de Educação em Diabetes
Economizar pode custar caro!
Muitas pessoas com Diabetes Mellitus encontram dificuldade em conciliar o trata-mento adequado à renda familiar. As questões econômicas associadas à falta de conhecimento levam as pessoas a reutilizar seringas e agulhas como alternativa para reduzir os gastos com o tratamento.
O que as pessoas, na maioria das vezes, não sabem é que a reutilização pode trazer prejuízos à saúde e aumentar os gastos com o tratamento do Diabetes Mellitus.
Conheça abaixo quais são os riscos de reutilizar seringas e agulhas.
• Desgaste na escala de graduação da seringa – provoca erro no registro
da dose
• Dificuldade na introdução da agulha na pele – causa dor, desconforto
e microtraumas
• Desperdício de insulina – agulha mantida na caneta facilita a entrada de
ar e, consequentemente, a saída de insulina
• Deformação do tecido subcutâneo (lipodistrofia) – leva à absorção
irregular de insulina e à hiperglicemia