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Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 2016

Editorial Enfoque Pastoral

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS:

Diretor Geral: Pe. Marcos V. Clementino - [email protected] Resp.: Diácono Rodrigo M. Lovatel - MTB. 46.412 - SP Secretária: Caetana Cecília FilhaOrientação Pastoral: Pe. Otacílio F. LacerdaEditoração Eletrônica: Luiz Marcelo Gonçalves - 11 991346144Impressão: Gráfica Marmar - Fone: 11 99961-4414Cúria Diocesana - Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima - Cep: 07122-210Contato: 11 2408-0403 - Email: [email protected]: 30.000 exemplares - www.diocesedeguarulhos.org.br

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Cristão Leigo e Leiga:sal da terra e luz do mundo

No penúltimo domingo do mês de novembro cele-braremos a Festa de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Uni-verso, e com toda a Igreja, também, o dia mundial do cristão leigo e leiga. Providencial e enri-quecedor é o Documento n. 105 -“Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade”, dos Bispos da Igreja do Bra-sil -CNBB (Conferência Na-cional dos Bispos do Brasil, no qual retratam a vocação cristã do leigo e da leiga, a fim de que sejam sal da terra e luz do mundo. Desejamos que o encarte nesta edição possa ajudar nesta acolhida e re-flexão e aprofundamento sobre esta mis-são dos cristãos leigos e leigas, porque urge que, de fato, que estes, sejam sal da terra e luz do mundo, na Igreja e na sociedade, pela graça do batismo recebi-da e do Crisma, sendo no mundo a pre-sença de um Igreja viva, profética, servi-dora, misericordiosa, missionária, “perita em humanidade” promotora e defensora da vida plena e feliz para todos, como já nos exortara o Bem-Aventurado Papa Paulo VI: “Os leigos, a quem a sua voca-ção específica coloca no meio do mun-do e à frente de tarefas as mais variadas na ordem temporal, devem também eles, através disso mesmo, atuar uma singu-lar forma de evangelização... O campo próprio da sua atividade evangelizadora é o mesmo mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da eco-nomia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacio-nal, dos ‘mass media’ e, ainda, outras realidades abertas para a evangelização, como sejam o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o traba-lho profissional e o sofrimento.”(Evangelli Nuntiandi, n.º 70). Assim vivendo, o cristão leigo e leiga será um verdadeiro sujeito eclesial mediante a sua dignidade de batizado, vivendo fielmente a condição de filho de Deus na fé. Decorre, assim, a necessida-

de da abertura ao diálogo, à colaboração e a corresponsabilidade com os pastores, os ministros ordenados, como nos falam os Bispo no Documento acima mencio-nado: “Como sujeito eclesial, assume seus direitos e deveres na Igreja, sem cair no fechamento ou na indiferença, sem submissão servil nem contestação ide-ológica. Ser sujeito eclesial significa ser maduro na fé, testemunhar amor à Igreja, servir os irmãos e irmãs, permanecer no seguimento de Jesus, na escuta obe-diente à inspiração do Espírito Santo e ter coragem, criatividade e ousadia para dar testemunho de Cristo” (Doc. 105 n. 119). Concluindo, ao celebramos a Festa de Cristo Rei e o dia do cristão leigo e leigo, elevemos orações de modo especial para que estes, para que sejam revigorados na fé, reanimados na esperança e inflamados na caridade do Senhor, do qual são alegres, disponíveis e corajosas testemunhas, viven-do com ardor a graça do batismo, como profetas, sacerdotes e reis. Finalizo glorificando a Deus por tudo que já fizemos neste ano na con-cretização da 10ª Assembleia Diocesa-na. Bem sabemos que muito foi feito e muito temos para realizar. Que a luz, a sabedoria e a força do Espírito esteja com toda a Igreja, para que evangelize-mos com amor, zelo e alegria.

Pe. Otacílio F. LacerdaCoordenador Diocesano de Pastoral

“O Brasil celebra oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, todo dia 20 de novembro, desde 2011. Mais que um feriado nacional, a data faz referência à Zumbi dos Palmares, mártir quilombola e herói da resistência negra. Zumbi era o líder do Quilombo dos Palmares, situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, no Nordeste, e foi morto por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho, em 1695. Mais de 300 anos depois, os afrodescendentes continuam lutando para conquistar o espaço a que tem di-reito na sociedade e na Igreja. A Pastoral Afro-Brasileira da CNBB foi oficializada como organismo oficial da Igreja do Brasil em 1998, mas começou a ser idealizada na década de 1970. Padre Ju-randyr entende que a Pastoral, entendida como o “agir da Igreja”, teve início quando os negros “arrancados” da África chegaram ao Brasil, mas, a Conferência convocou um grupo de cinco sacerdotes negros para elaborar um documento para ser apresentado na Conferência de Puebla, realizada em 1979, no México. Em 7 de setembro de 1981, foi criado o Grupo de União e Consciência Negra e, durante uma celebração eu-carística na Catedral da Sé, em São Paulo (SP), um grupo de padres, pede, em alta voz, a criação da Pastoral Afro--Brasileira. O próximo passo importante foi dado com a Cam-panha da Fraternidade de 1988, com o tema Ouvi o clamor deste Povo, focada na população afrodescendente. “Então começou e continua até hoje a organização de grupos e va-riadas atividades”, salienta. Em 1998, a Pastoral passou a fazer parte da Confe-rência Nacional dos Bispos do Brasil oficialmente. Finalmente, em 2003, graças ao documento 85, a Pastoral passa a integrar a estrutura da CNBB, como espa-ço de ação e conscientização da Igreja e da sociedade para a realidade da população afro-brasileira”.(www.A12.com) Que nesta edição dedicada a reflexão sobre o pa-pel do leigo e da leiga cristã no mundo, possamos inserir nas pautas paroquiais e celebrações das comunidades, a preocupação com o direito de igualdade a partir do tema da Cosnciência Negra no país. Depende dos leigos e leigas não deixarem a luta de combater o preconceito cair no es-quecimento. É hora de retomar os grupos de reflexões em nossas comunidades para viver a alegria e fé do povo afro--descendente. Que São Benedito interceda por nós ! Axé povo de Deus!

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 2016 3

O Ser Missionário Diocesano

Agenda do Bispo

No mês de outubro tivemos em todas as foranias da diocese o CFP (Conselho Forâneo de Pastoral). O objetivo deste CFP foi avaliar como estão sendo desenvolvidas as prio-ridades de cada urgência na evan-gelização. Lembrando que estas prioridades foram escolhidas na X Assembleia Diocesana de Pastoral. De modo geral, posso dizer, que não estamos parados. Isso já é um grande avanço. Em todas as prioridades estamos dando passos. O COMIDI precisa articular--se mais com as paróquias e seus COMIPAs. As paróquias, por sua vez, precisam abrir espaços e enviar os irmãos para as formações do CO-MIDI. No entanto, de maneira geral, o sentido do ser missionário está presente em nossas paróquias e co-munidades. É difícil entender o discurso da necessidade de uma Iniciação Cristã para os que já receberam os Sacramentos da Iniciação Cristã, como também, acredito, será so-mente na prática que iremos expe-rimentar o que quer dizer uma cate-quese de inspiração catecumenal. A formação dos catequistas e o início deste modelo de catequese inaugu-raremos em 2017. No dia 03 de novembro ti-vemos a Leitura Orante com os co-ordenadores de comunidades e di-rigentes de grupos de rua, setores etc da Forania Imaculada. Com esta atividade encerrei a Visita Pastoral Paróquia, comunidade de comuni-dades. Pude perceber durante es-tes quatro meses como temos ainda que caminhar para que toda pastoral seja animada pela força da Palavra de Deus. Acredito que as Escolas da Palavra, já presentes em todas as fo-ranias, vão ser de grande ajuda. Vi,

com alegria, o esforço dos nossos di-rigentes por ser “Igreja em saída”. As centenas de grupos de rua, setores em nossa diocese nos trazem alegria e esperança. Somos uma presença imperceptível, pois não fazemos vo-lume, mas somos presença atuante, como fermento na massa. Cresce a consciência de que a missão da Igreja não está delimita-da aos ambientes internos, mas exis-timos como Igreja para sermos sal da terra de luz do mundo. A presença em alguns movimentos sociais, com a nossa identidade eclesial católica, tem chamado a atenção. Vários ir-mãos e irmãs de nossas comunida-des sentiram o chamado para uma atuação mais direta na política, can-didatando-se nas últimas eleições. A Equipe de fé e política da diocese, tem exercido sua missão. Entretanto, notou-se ainda em algumas comuni-dades a confusão entre escolha par-tidária e escolha missionária. Ainda que se tenha dado a devida abertura nas paróquias, com o discernimen-to que cabe, alguns irmãos e irmãs de nossas comunidades não deram apoio aos candidatos. Ainda não en-tendem que é preciso também ser Igreja no mundo da política. Bem entendido: não apoio no sentido de campanha eleitoral ou voto. Nossas comunidades não são lugares de campanha eleitoral e o voto é consciência de cada um. Digo apoio no sentido vocacional. No próximo dia 14 de no-vembro a X Assembleia Diocesana de Pastoral completa seu primeiro aniversário. Que as dificuldades que apareceram não nos desanimem de viver aquilo que o Espírito nos inspi-rou e que possamos dar mais pas-sos significativos em 2017!

+Edmilson Amador Caetano, O.Cist.Bispo Diocesano de Guarulhos

05 19h – Crisma paróquia NS Aparecida – Cocaia06 11h – Missa Catedral

19h – Posse do pároco, Pe. Cristiano, par. Santa Cruz e N Sra Aparecida

07 Encontro dos bispos de regiões metropolitanas – Rio de Janeiro08 09h30 – Reunião do clero da forania Bonsucesso

14h30 – Atendimento Cúria09 09h30 – Reunião do clero da forania Fátima

14h30 – Atendimento Cúria10 07h – Missa e reunião seminário propedêutico

09h30 – Reunião do clero da forania Imaculada11 09h30 – Reunião do clero da forania Aparecida

15h – Seminário Lavras12 17h – Crisma paróquia Santa Rita – Jd. Palmira

19h30h – Crisma paróquia Santa Luzia – Mikail13 09h – Crisma paróquia NS Loreto

11h – Missa Catedral – Enc. do Ano Santo da Misericórdia16h – Iniciação cristã de adultos e Crisma paróquia Santa Mena19h – Crisma paróquia NS Fátima – Aracília

16 09h30 – Economato e 14h30 – Atendimento Cúria17 09-12h – Comissão Episcopal Representativa Sul 1 – São Paulo18 09h30 – Colégio de Consultores

14h30 – Atendimento Cúria20h – Crisma paróquia São Francisco – Uirapuru

19 16h – Crisma paróquia São Vicente de Paulo19h30 – Crisma paróquia Santa Luzia – Alvorada

20 08h – Crisma paróquia Santo Antonio – Parque15h – Ordenações presbiterais – paróquia São Judas – Jd. Alice

21 19h30 – Recepção do título de Cidadão Guarulhense – Câmara Municipal

22 14h30 – Atendimento Cúria23 14h30 – Atendimento Cúria24 09h30 – Equipe de formação Esc. Dicanonal – Res. episcopal

20h – Missa paróquia Santo Alberto25 14h – Reunião UNIFAI

19h30 – Missa diocesana ECC – CDP26 16h – Crisma paróquia NS do Rosário

19h – Crisma paróquia Santa Cruz e NS do Carmo27 10h – Crisma paróquia São Judas – Jd. Alice

15h – Crisma paróquia Santa Cruz e NS Aparecida19h30 – Crisma paróquia Santa Rosa de Lima

28 09-13h – Reunião dos bispos da província eclesiástica29 14h30 – Atendimento cúria

19h30 – Missa forania Bonsucesso – Paróquia Santa Cruz30 14h30 – Atendimento Cúria

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 20164

Vida Presbiteral Vocação

Obrigado, Senhor, porque pelo Sacramento da Ordem, tornei-me Presbítero e fui configurado com Cristo Sacerdote, na qualidade de ministro da Cabeça, para construir e edificar todo o Seu Corpo, que é a Igreja, como cooperador da Or-dem Episcopal. Bem sei que muito antes, pela consagração do Batismo, re-cebi, como todo cristão, o sinal e o dom de tão grande vocação e gra-ça para que, apesar da fraqueza humana, procurasse a perfeição, segundo a Palavra do Senhor: “Sede perfeitos como o Vosso Pai Celeste é perfeito” (Mt 5,48). Senhor, fortalecei-me nesta graça a que todo sacerdote está obrigado: atingir tal perfei-ção, uma vez que, consagrados a Deus de modo novo pela recep-ção do Sacramento da Ordem, transformar-se em instrumentos vivos de Cristo, Eterno Sacerdo-te, para continuarem, através dos tempos, Sua obra admirável, que reuniu, com suma eficiência, toda a família humana. Embora não mereça, como sacerdote, sou chamado a fazer às vezes da própria Pes-soa de Cristo, enriquecido por uma graça especial, para que, no serviço ao Povo de Deus a mim confiado, possa alcançar melhor a perfeição d’Aquele a quem re-presento, e por isto tenha eu a fraqueza carnal, própria da con-dição humana, curada pela san-tidade d’Aquele que por nós Se fez Pontífice Santo, inocente, sem mancha, separado dos pecado-res (Hb 7,26). Que tenha eu os mesmos pensamentos e sentimentos Vos-sos, Senhor Jesus Cristo, a quem o Pai santificou, consagrou e en-viou ao mundo, Se entregou por nós, para nos resgatar de toda

a maldade e purificar para Si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem (Tt 2,1), e assim, pela Paixão, entrou na Sua glória. Senhor, ao ser consagra-do pela unção do Espírito Santo e enviado por Cristo, que eu sai-ba mortificar em mim mesmo as obras da carne, e dedicando-me totalmente ao serviço do Povo de Deus, progredir no caminho de santidade, enriquecido em Cristo, até atingir a estatura do homem perfeito. Deste modo, Senhor, exercendo o ministério do Espí-rito e da justiça, dócil ao Espírito de Cristo, que me vivifica e me dirige, solidifique a cada dia mi-nha vida espiritual. Que pelas próprias ações sagradas de cada dia, como tam-bém por todo o ministério, com ardor e paixão vivido, exercido em comunhão com o bispo e com os outros presbíteros, tenha como meta a perfeição da vida. Senhor, que jamais me esqueça de que a santidade dos presbíteros, por sua vez, contri-bui muitíssimo para o desempe-nho frutuoso do próprio ministé-rio; pois, embora a graça divina possa realizar a obra da Salvação também por meio de ministros indignos, preferis manifestar as Suas maravilhas através daqueles que, dóceis ao impulso e direção do Espírito Santo, pela sua íntima união com Cristo e santidade de vida, possam dizer como e com o Apóstolo Paulo: “Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim “(Gl 2,20). Amém.

Pe. Otacilio F. LacerdaCoordenador Diocesano de Pastoral

Nota: Oração inspirada no “Decreto Presbyterorum Ordinis” sobre o ministé-rio e a vida dos presbíteros, do Concílio Vaticano II - N.12).

O Padre e a vocaçãoà perfeição

Leigo ignorante ou Leigo Missionário

O significado da palavra “leigo”, de maneira geral, pode ser compre-endido como “aquele que é ignorante ou não especializado”. No meio ecle-sial, em alguns lugares, ainda impera um preconceito medieval que distin-guia o povo em categorias. Os leigos eram o povo, distinto da nobreza e do clero. Normalmente esta palavrinha é usada por nós de maneira pejorati-va, para separar de uma realidade supostamente maior ou melhor. O Concílio Vaticano II redefiniu este con-ceito e nos apresenta o sentido que deve ser utilizado por nós no mundo pós-moderno. Apesar desta cultura negativa em cima do laicato, o senti-do utilizado pela Igreja é o do Concí-lio Vaticano II, mais precisamente no cap. IV, da Constituição Dogmática Lumem Gentium. Vejamos como o Concílio é mais avançado que muitas cabeças de nosso tempo: “Pelo nome de lei-gos aqui são compreendidos todos os cristãos, exceto os membros de ordem sacra e do estado religioso aprovado na Igreja. Estes fiéis pelo batismo foram incorporados a Cristo, constituídos no povo de Deus e a seu modo feitos partícipes do múnus sa-cerdotal, profético e régio de Cristo, pelo que exercem sua parte na mis-são de todo o povo cristão na Igreja e no mundo” (76). Em nenhum mo-mento, a Igreja, a partir do Concílio, define o leigo como “alguém que não sabe” ou “inferior”, mas como mem-bro participante da Igreja e com uma vocação específica. O leigo é aquele que é chamado a viver a fé cristã, seu

batismo, nas realidades da vida ordi-nária, familiar e na sociedade. O campo de missão é a sua própria condição na qual está inserido na sociedade. Por exemplo: Um pro-fissional que pelo seu testemunho de fé cristã comunica valores do evange-lho aos seus colegas de trabalho. Um jovem numa escola, ao testemunhar sua fé, atraí outros jovens para Deus e para o caminho da Igreja. Pesso-as, que por seu encontro com Jesus Cristo, conduzem obras de caridade e lutam, através da política, para a construção de um mundo mais justo ou servem através de pastorais, ser-viços e movimentos. O leigo, pelo seu batismo, é chamado a ser uma Igreja operosa no mundo para que outros conheçam o plano divino da salvação em Jesus Cristo. Analisando a realidade, cons-tato a necessidade de uma releitura do Vaticano II, pois ainda temos pes-soas que pensam de maneira me-dieval. Também é necessário que os ministros ordenados, compreendam esta vocação de maneira positiva, evitando assim toda forma de clerica-lismo doentio. E aos leigos cabe a ur-gência de mudar a consciência sobre si mesmo e assumirem seu lugar na Igreja e no mundo. Já está superada aquela idéia de que leigo é somente aquele que participa passivamente da Igreja e aguarda a evangelização dos chamados religioso. Pelo chamado, sua participação deve ser ativa e em cooperação e união com os pastores.

Pe. Edson R. dos SantosReitor do Seminário Propedêutico

[email protected]

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 2016 5

EspiritualidadeFalando da VidaSer educadores conscientes

Pais e professores, todos temos essa Missão

Um indivíduo adulto, saudável e equilibrado é sinal de que a sua infância foi perfeita e que contou com pais se-renos, calmos e também perfeitos, cor-reto? Nem sempre. Se os pais fossem fatores únicos na formação da persona-lidade dos seus filhos, as diferenças de caráter poderiam ser facilmente explica-das através da equação: pai bom, igual a filho bom e o contrário também seria verdadeiro. Mas na prática, vemos que não é bem assim. A educação de um filho é uma empreitada complexa que envol-ve uma gama de fatores. Um elemento importante nesse processo é o grau de consciência que os pais têm do seu pa-pel de educadores. Nesse artigo, vamos refletir um pouco sobre isso. É comum depararmos com pais que se sentem culpados devido aos pro-blemas que os seus filhos apresentam. Minha filha de dez anos não é feliz ape-sar de eu me dedicar cem por cento a ela e tentar atender ao máximo as suas necessidades. Aonde foi que eu errei? Perguntou-me certa vez, uma mãe. É notório o grau de culpa demonstrado por essa mãe evidenciando a crença de que estava errando em algo e que isso causava infelicidade na filha. A ideia de que existem pais per-feitos não passa de um mito e a tenta-tiva de sê-lo resulta em mais prejuízos do que benefícios. O Psicanalista D.W. Winnicot sustentava que para se criar adultos equilibrados basta sermos pais suficientemente bons, não perfeitos. Na verdade não precisamos ser perfeitos, mas precisamos estar atentos ao nosso papel de pais educadores, do contrário estaremos propensos a agir de maneira automática e impulsiva repe-tindo padrões de comportamentos do nosso passado. Hoje, infelizmente com as mudanças ocorridas na estrutura fa-

miliar, os pais modernos tornaram-se muito mais provedores do que educado-res tentando ser bons na visão dos filhos e isso tem se tornado um desastre em termos de educação. Aqui vão algumas regras bási-cas para aqueles que querem se tornar pais conscientes engajados na missão de educadores:

1) Os filhos precisam de proteção, mas superproteção acaba desprotegendo. É preciso desenvolver a autonomia deles.2) Sentimentos de tristeza, frustração e raiva são emoções normais do ser hu-mano. Devem ser aceitas naturalmente sem tentar impedi-las. Devemos traba-lhar a causa e não o efeito. 3) Dar brinquedos adequados a cada estágio de desenvolvimento da criança, de preferência, educativos. Evite eletrô-nicos.4) Excesso de elogios sobre a beleza corporal, faz mal. Não é isso vai fazer a diferença no futuro. 5) Estar totalmente presente com a cons-ciência aberta quando se relaciona com o filho observando, escutando e respon-dendo as sua perguntas. 6) Não faça ao filho aquilo que ele pode fazer sozinho como amarrar os sapatos, escovar os dentes, comer etc. Ajuda, só se necessária. 7) Saber estabelecer limites e indicar com amabilidade os comportamentos aceitáveis. Corrija com doçura.8) Cuidar de si mesmos como educa-dores não sacrificando os seus próprios sentimentos e necessidades. 9) Ter consciência de que os sofrimentos vivenciados na própria infância podem interferir e criar bloqueios para uma rela-ção satisfatória. 10) Ensine valores cristãos como amar e respeitar o próximo. O mundo precisa de pessoas boas.

Romildo R.AlmeidaPsicólogo clínico

Celebramos no último dia 2 de outubro a memória dos San-tos anjos da Guarda, é de suma importância entendermos um pouco quem são e qual é sua missão em nossa vida, pois sua existência é inquestionável. Vemos na História da Salvação o confiar de Deus aos Anjos o cuidado e proteção aos patriarcas,os seus servos (Sl 90,11-13) e a todo povo eleito ( Ex 23,20-23). Em Mateus 18,10 o próprio Cristo nos diz sobre o anjo em defesa dos pequeninos. Muitos acreditam ser uma devo-ção infantil e acabam se despren-dendo da mesma ou até desacre-ditando, porém há um erro nisso, pois o envio de Deus do anjo para nós é desde a concepção até alcançarmos a vida eterna. Nos Atos dos Apóstolos (12,7-11.15) contemplamos o anjo de Pedro intervindo na sua condição de cár-cere e o libertando. No parágrafo de núme-ro 336 do Catecismo da Igreja Católica vemos: Cada fiel tem a seu lado um Anjo como prote-tor e pastor para o guiar na vida. Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus. O Anjo da guarda nada mais é do que um condutor, um mi-nistro, um pastor para nos conduzir a vida eterna. É um desejo latente dos Anjos da Guarda nos levar para o céu lugar onde eles já se encon-tram. O foco para eles é que seja-mos salvos, podem até conduzir. Em sua missão para com nossa vida há uma luta para que

não pequemos, não pereçamos e não soframos, pois, desejam mui-to mais nossa salvação do que nós mesmos. São conhecedores do nosso passado e do presente, portanto não há segredos para com nosso Anjo da Guarda. Sen-do assim é necessária uma rela-ção mais estreita e íntima com nosso Anjo. Você já percebeu algum livramento na vida que te leve a perceber a intervenção de seu Anjo? Há quanto tempo você não se relaciona com seu Anjo? Saiba que Ele pode te iluminar, te inspirar, te conduzir cada vez mais com firmeza no seguimento de Jesus, mais é necessário que aja um desejo, uma abertura para sua ação em nós a nosso favor. Devemos conversar com nosso Anjo da Guarda, cumpri-mentar a Ele no deitar, no levan-tar, no decorrer do dia. Podemos pedir sua proteção no andar pelas ruas, nas rodovias, nas confusões, nas enfermidades e também em nossa oração. Se cada um tem o seu Anjo experimente rezar e conversar com o anjo de outras pessoas até mesmo daquelas que temos dificuldades de nos relacio-nar- mos para que aja entre nós o perdão e amizade. Conhecen-do quem são e sabendo qual é a sua missão agora podemos nos relacionarmos melhor com nosso Santo Anjo da Guarda. “Santo Anjo do senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, guarda, gover-na, ilumina. Amém”.

Pe Rodrigo CardosoPároco de São Francisco de Assis

- Pq. das Nacões

Santos Anjos da Guarda

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 20166

Aconteceu

Aconteceu no último dia 23 de Outubro, a Primeira Missa da Infância e Adolescência Missionária da Paróquia Santa Cruz. Foi presidida pelo Padre Salvador Rodrigues de Brito, que foi o grande propulsor deste trabalho missionário nas nossas Capelas. As crianças da IAM participaram integralmente

da celebração, na acolhida, leituras, ofertório e coral. A Missa foi realizada na Capela São Pedro. Neste dia Nacional das Missões, nos sentimos moti-vados por estes pequenos a continuar e intensificar nossos trabalhos pastorais.

Tatiana DuranCoord. Paroquial da IAM

Missa do IAM

Foi realizado em nossa Diocese no dia 22 de outubro o Jubileu dos Se-minaristas do SubRegional SPII, com a presença de, aproximadamente, 200 seminaristas, por ocasião do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia. Após participarem de uma pa-lestra realizada pelo Padre Fernando

de Moraes, da Diocese de Osasco, os seminaristas se direcionaram, em peregrinação, até a Catedral Nossa Senhora da Conceição onde passa-ram pela Porta Santa e participaram da Santa Missa com Dom Edmilson Amador Caetano, Bispo da Diocese de Guarulhos.

Vitor AzevedoPropedêuta

Jubileu dos Seminaristas

DEDICAÇÃO DO ALTAR DA CAPELA N SRA DO ROSÁRIO MÃE DOS HOMENS PRETOS

E SÃO BENEDITO

No dia 7 de outubro, aconteceu a Santa Missa de dedicação do altar da Capela Nos-sa Senhora do Rosário, no Centro de Guaru-lhos. A capela histórica, fechada há 4 anos para reformas, teve sua reabertura no dia 5/10, com a Santa Missa de São Benedito.

A data para dedicação do altar foi escolhida por ser a memória litúrgica de Nossa Senho-ra do Rosário, padroeira da igreja. A Santa Missa foi presidida por Dom Edmilson e concelebrada por Padre Antônio Bosco e Joaquim Rodrigues, responsáveis pela Catedral Imaculada Conceição. Durante a San-ta Missa, Dom Edmilson realizou os ritos de de-

dicação e preparação do novo altar da igreja. A Capela passa a ter atividades normal-mente de acordo com os horários da Catedral. Visite e conheça as reformas da igreja. A capela fica localizada na Praça do Rosário, S/N, Centro, Guarulhos/SP (próximo ao Ambu-latório da Criança).

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 2016

Aconteceu

7

Foi realizado no domingo dia 09/10 o Primei-ro Encontro das Mulheres na Paróquia Sagrado Coração de Jesus com o tema “Mulheres Se-gundo o Coração de Deus – ‘Fomos curadas graças às suas chagas’.” Is 53, 5. Ministrado pelas nossas irmãs em Cristo, Angélica, Dar-lene e Valéria da Renovação Carismática Ca-tólica.O encontro iniciou às 8h com a Santa Missa presidida pelo Pároco Jaime Gonçalves, segui-do de um belíssimo café da manhã.A primeira pregação, foi realizada pela irmã Va-léria da Paróquia São João Batista com o tema: “Por tuas chagas fomos curados (as)” Is 53. Colocando na presença de Jesus tudo, aquilo que mais dói, tudo aquilo que machuca e que afasta de Deus.Momento de entrega da Cruz: Todas as dores, sofrimentos, magoas, ressentimentos, palavras proferidas que ficam ecoando na mente e no coração.Pedido de Perdão: Corações sendo libertos, fe-ridas sendo curadas.

Enquanto as mulheres estavam ouvindo a Pre-gação, um grupo de ho-mens intercedem por elas.Segunda pregação, rea-lizada pela irmã Darlene da Paróquia Santa Luzia Alvorada – Mc 5A cura da mulher que há doze anos sofria com uma hemorragia, porém em nosso meio tem mui-tas mulheres que sofrem hemorragia da alma, da mente, mulheres que so-frem com depressão, que são excluídas pela sociedade, que sofrem ca-ladas. Terceira pregação, irmã Angélica da Paróquia Santa Cruz do Presidente Dutra com o tema: “Mulheres saradas” - Dn 13Quantas mulheres deixam de se amar, Somos como a ROSA, marcada pelos Espinhos, por

uma cultura imposta pela sociedade. “Alisar os cabelos, ser magra e ser alta para ser aceita”. Nosso olhar deve ser voltado para Deus, pois aos olhos do Pai somos uma OBRA-PRIMA.Nesse encontro tivemos a presença de 267 mulheres sendo 21 servas do Grupo de Oração e a colaboração de 25 homens para preparar e servir o café da manhã e o almoço.

1º ENCONTRO DAS MULHERES SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – FORANIA BONSUCESSO

No mês dedicado à padroeira, e também come-morando o jubileu de ouro de nossa paróquia, tive-mos vários momentos de fortalecimento do convívio entre todos nós. Começamos as nossas festivida-des com apresentações musicais, com destaque para a presença ilustre e carinhosa da soprano Jo-ana Matera e do pianista Jailson Araújo, que com a sua arte nos permitiu, ainda mais, elevar nosso pensamento e avivar a nossa devoção à Maria. Nossas crianças da catequese, envolvidas com as festividades e homenagens à Nossa Senhora Apare-cida, preparam e apresentaram trabalhos variados, participando, também, com os jovens e as famílias,

do terço na praça, tornando ainda mais bela a de-voção a Maria. A novena da padroeira contou com a participação efetiva da comunidade, prestigiando e valorizando o empenho da equipe da liturgia que, carinhosamente, recebeu os padres de nossa dio-cese que rezaram conosco! Na primeira quinzena do mês o grupo do terço animou, de maneira perse-verante, a oração do terço, em intenção de nossas famílias e de nossa diocese. Nossos jovens, dedica-damente, prepararam apresentações na entroniza-ção de Nossa Senhora Aparecida, em todos os dias da novena, valorizando, ainda mais, as homenagens à Virgem Maria. E encerramos as festividades do dia 12 de outubro com a coroação de Nossa Senhora, com grande participação dos fiéis na Santa Missa

e, em seguida, o testemunho da comunidade em procissão com a imagem da padroeira pelas ruas do bairro. E, com muita alegria, o dia 12 de outubro foi abençoado com a presença do nosso bispo, Dom Edmilson. As festividades do jubileu, com a partici-pação e dedicação de todos os fieis da comunida-de, reforçam que a união e a dedicação de cada um nos faz, cada vez mais, perseverar como discípulos e missionários de Jesus Cristo.

Pe. José Carlos Galvão LemosPároco da par. N. Sra. Aparecida - Vl. Galvão

Outubro Festivo na Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Jardim Vila Galvão

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 2016

Social Pastoral da Educação

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Eleições Municipais 2016

A sensibilidade para a missão, a solidariedade e o compromisso sócio-transformador levam a Igre-ja a assumir novas realidades que marcam a vida do povo brasileiro. À luz da fé, estas realidades são con-sideradas novos areópagos, ou seja, lugares para onde a atenção evan-gelizadora se deve voltar. O mundo da educação é um areópago prio-ritário e a Pastoral da Educação é chamada a atuar aí decisivamente, formando educadores discípulos missionários. Convocamos todos os educadores, pais e comunidades a somarem esforços nesse compro-misso de implantação da Pastoral da Educação em nossa Diocese e Pa-róquias. Professores e pais devem ser os protagonistas dessa Pastoral.

I - O que é a Pastoral da Educação Pastoral da Educação é a ação evangelizadora organizada da Igreja no mundo da educação.

II. O que pretende a Pastoralda EducaçãoHumanizar e personalizar cada pes-soa humana em toda sua trajetória de vida; Desenvolver todas as dimen-sões da pessoa humana na relação consigo, com os outros, com a na-tureza e com Deus; Desenvolver e harmonizar todas as potencialidades humanas, colocando-as a serviço do bem comum e do desenvolvimento integral de todos: cidadania em sen-tido amplo.

III. O que se entende por mundoda educação Ao se falar em Pastoral da Educa-ção é importante esclarecer que, por “mundo da educação”, se entende todas as instâncias, agências, os meios de comunicação social de to-dos os tipos, as escolas, as univer-sidades e demais instituições sociais, as estruturas e processos, a prática

educativa e, prioritariamente, as pes-soas nelas envolvidas.

IV. Por que priorizar a escola Sendo a escola um dos campos mais importantes do mundo da edu-cação é ela também alvo privilegiado da ação evangelizadora e pastoral da igreja. Aparecem, prioritariamen-te, em relação à escola

A defesa da educação para todos, assegurando sua melhor qualidade;Uma escola pública estatal democra-tizada em seus processos e acesso;Ações concretas de educação para os que ficaram excluídos do sistema escolar; Formação inicial e continu-ada dos educadores e seu desen-volvimento profissional; Uma gestão participativa do financiamento públi-co da educação; Uma significativa relação da escola com a sociedade e com os movimentos sociais orga-nizados; Um planejamento pedagó-gico participativo; A indispensável convocação dos educadores para a necessária coerência com a propos-ta libertadora de Jesus Cristo.

A Pastoral da Educação deve estar presente no Plano Pastoral Dioce-sano e articular-se prioritariamente com as pastorais da família, in-fância e juventude, comunicações sociais, catequese e Fé e Política. Urge em nossas paróquias implan-tarmos a Pastoral da Educação, começando com os nossos pro-fessores. Tome a iniciativa! Fale com o seu pároco e venha partici-par da Pastoral da Educação.

Professores, conto com a parti-cipação de todos vocês.

Abraços, e até lá!

Pe. José Carlos Galvão LemosAss. Dioc. da Past. da EducaçãoDoutor em Educação (PUC/SP)

Pós-Doutor em Ed. e Saúde (UNIFESP)

Quem somos e qualo nosso objetivo

Já passaram as eleições munici-pais dentro de um contexto político dramático, com um governo federal com baixa credibilidade. Mas em Guarulhos, como em algumas cida-des do país aconteceu o 2º turno para eleição de prefeito. Cresceu muito o número de votos nulos, brancos, e absten-ções, em relação às eleições de 2000-2012. Em Guarulhos temos 902.720 eleitores. Nas eleições deste ano tivemos 47.843 de votos brancos, 94.790 de votos nulos, e 156.310 abstenções. A soma total destes votos foram 298.943. Na ci-dade de São Paulo os votos bran-cos, nulos, e abstenções ganharam de Doria que foi eleito prefeito. Isso revela um desencanto do povo pela política partidária, e ao mesmo tempo revela o descré-dito nos políticos por parte do povo. Os escândalos de corrupção envol-vendo vários partidos políticos, e a impunidade colaboram cada vez mais para que o povo veja a políti-ca como algo sujo. Por outro lado constamos que ainda falta uma educação política em grande parte da população, muitos vendem seu voto, ou o troca por favores pesso-ais, não avalia, e nem analisa seu candidato. Assim diz o Papa Francis-co: “Para o cristão, é uma obriga-ção envolver-se na política. Nós, não podemos fazer como Pilatos: lavar as mãos. Não podemos! De-vemos nos envolver na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. E os leigos cristãos devem trabalhar na política. Você, então, me dirá: Mas não é fácil, pois a política está muito suja. E, então, eu pergunto: A política está suja, porque? Não será porque os cristãos se envolveram na política sem o espírito do Evangelho”? De fato se a política está suja cabe a nós limpa-la, e animá-la com os va-lores do evangelho. Portanto é ne-

cessário que os cristãos exerçam sua cidadania, não apenas elegen-do os seus representantes a nível municipal, estadual, e federal, mas acompanhando os que foram elei-tos. Precisamos avançar na demo-cracia participativa, e não ficarmos somente na eletiva. Grande parte dos políticos visam chegar ao poder por interes-ses e uma vez no poder, a promo-ver a reeleição. Muitos deles não vivem para a política mas da polí-tica. Deforma-se assim a natureza da política como busca do bem comum. Pior, o político interesseiro se coloca acima do bem e do mal. Só faz o bem quando possível e o mal sempre que necessário. Preci-samos resgatar o poder como ex-pressão político-jurídica da sobera-nia popular e como meio a serviço de objetivos sociais coletivos. Só este é moral e ético. É imperativo, pois, contar com políticos que não façam do poder um fim em si e para seu proveito, ligados a processo de corrupção. Até parece que a cor-rupção virou uma regra na política. Temos que recuperar a fi-gura ímpar de político dos tempos modernos, Mahatma Gandhi. Para ele, a política “é um gesto amoro-so para com o povo” que se traduz pelo “cuidado com o bem-estar de todos a partir dos pobres”. Ele mesmo confessa: “Entrei na política por amor à vida dos fracos; morei com os pobres, recebi párias como hóspedes, lutei para que tivessem direitos políticos iguais aos nossos, desafiei reis, esqueci-me das vezes que estive preso”. O mesmo se po-deria dizer de outra figura exemplar: Nelson Mandela que, depois de de-zenas de anos na prisão, superou o apartheid da África do Sul. É urgente no Brasil uma verdadeira reforma política com a participação de toda a sociedade. É preciso um jeito novo de fazer po-lítica, e de ser político.

Padre Tarcísio

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 2016 9

ReligiosasLiturgiaViver a vida em comunidade

a partir dos mistérios celebrados

Em nosso último artigo afirmamos que a inicia-ção à vida cristã é um modo pelo qual as pessoas vão se ajuntando ao grupo dos que creem, isto é, a comunidade de fé. Esse processo encontra sua culminância numa vida de fé adulta que dura a vida toda. A Igreja privilegia esse processo denominan-do-o de catecumenato. Antes de tudo, ajudaram-me na formula-ção deste artigo duas pessoas que me abriram as portas da fé eclesial: Ir. Penha Carpanedo, pddm, e Pe. Domingos Ormonde. A fé eclesial também me abriu a porta da Teologia, com a qual se arti-cula minha fé pessoal. O texto é fruto de inúme-ros encontros e formações sobre o tema da fé e da iniciação à vida cristã, que, dentre outras, também presentes estas duas pessoas, por isso pode ser que ao longo do texto aproprio-me lite-ralmente de palavras delas, sem ater-me a citá--las em notas de rodapé. O método sugerido pelo RICA (Ritual de Iniciação Cristã de Adultos) prevê que sejam ne-cessários quatro meios para se realizar o que cha-ma de catecumenato: a catequese, uma prática da vida cristã, a liturgia e o testemunho da vida aliado à profissão de fé. A finalidade da catequese é levar os cate-cúmenos não só ao conhecimento de dogmas e preceitos, mas terem a íntima percepção do mis-tério da salvação que desejam participar. Cumpre também o papel de esclarecer a fé, dirigir o coração para Deus, incentivar a participação nos mistérios litúrgicos, animar o apostolado e orientar toda a vida segundo o espírito de Cristo. A organização da ca-tequese é distribuída por fases, relacionada com o Ano Litúrgico, marcada por ritos de transição. Com o Ano Litúrgico, a catequese se en-contra com seu conteúdo (liturgias celebradas nos diversos tempos), além de apurar o sentido espiri-tual dos gestos, das ações simbólicas, permitindo ao catecúmeno descobrir a atitude interior (espi-ritual) que se esconde por detrás dos ritos. Essa prática incentiva a descoberta da santificação do Domingo (Dia do Senhor) e a espiritualidade dos sacramentos e sacramentais. A liturgia supõe de fato, uma comunida-de. Sem exigência comunitária não é possível sus-tentar uma boa liturgia a longo prazo, nem sequer uma boa assembleia que celebra comunitariamen-te a fé. Ou se forma uma comunidade, ou então a liturgia não passa de uma mera rotina de desobriga (ritualismo, em vez de ritualidade). Como já dissemos antes, a liturgia tem o duplo efeito mistagógico e pedagógico. Mistagógi-co porque pela força dos ritos, o catecúmeno e a assembleia celebrante são conduzidos ao misté-rio. Pedagógico porque, os ritos aplicados na vida, servem como estímulo para uma prática cristã co-adunada com o Evangelho de Jesus.

A liturgia catecumenal tem a finalidade afirmar a fé dos catecúmenos, introduzi-los na ora-ção cristã, iniciá-los nos sinais e prepará-los para a liturgia sacramental. Essas celebrações possuem caráter de acolhimento, de esperança, e são pre-dispostas com sinais e fins específicos [signação, banho, unção, imposição das mãos, beijo e abra-ço, reconciliação, comida e bebida, banquete etc]. Podemos falar de três tipos de graduação de liturgias durante o período do catecumenato: 1) celebrações humanas da vida de fé, sem serem necessariamente litúrgicas, próprias do catecume-nato; 2) celebrações litúrgicas com um certo ritual, nas quais intervêm a palavra de Deus e a adesão à mesma pela confissão da fé, pela súplica ou pelo gesto de entrada numa comunhão; 3) celebrações sacramentais, próprias da Vigília Pascal. Esse tipo de graduação contribui para o processo progressi-vo da vida de fé dos catecúmenos. Pela prática da vida cristã o catecúmeno acostuma-se a orar mais facilmente, dá testemu-nho de sua fé, guarda em tudo a esperança de Cristo, segue na vida as inspirações de Deus, e pratica a caridade para com o próximo, até a re-núncia de si mesmo. Para isso, ele conta com o ministério dos introdutores. Pelo testemunho da vida e profissão de fé, ele aprende a cooperar na evangelização e edifica-ção da Igreja, isto é, já participam da vida da Igreja e de seus anseios e sua materialidade no mundo, preparando-se e entendendo o chamamento da Igreja que quer atuar nas realidades do mundo. As-sim o seu batismo torna-se fecundo quando estes o associam à necessidade daquilo que está ao seu redor, fazendo com que essas realidades possam ser iluminadas pela Páscoa de Jesus, tal e qual aconteceu com eles nos ritos do batismo. Os que são chamados a passar pelas fon-tes batismais devem qualificar sua participação no mistério de Cristo por meio de ritos, preces, gestos e ações simbólicas. Essa participação é confirmada de diversas formas: ativa, plena, frutuosa, interior e exterior. Para que esta manifestação seja translú-cida a nossos olhos, a liturgia se apropria sinais sensíveis (água, livro, altar, fumaça, velas, cores, calendário, canto e música, espaço litúrgico, pão e vinho etc). Por meio desses sinais manifesta-se a presença de Cristo. Estes alimentam, fortalecem e exprimem a fé, promovendo mais intensamente a participação ativa de toda a comunidade cristã. Nossa participação exige que estejamos ‘inteiros’ na celebração, e nosso corpo, templo do Espírito Santo, deve ser sinal de unidade (portan-to, sacramento) que estimula os pensamentos e os sentimentos dos participantes. Toda a comu-nidade se sente então convocada a caprichar nas celebrações para que elas sejam também e, prin-cipalmente, a porta da fé.

Eurivaldo Silva Ferreira

Somos filhas do Beato Francisco Palau, carme-lita descalço, um homem pouco conhecido, mas carrega no coração uma grade paixão pela Igreja. Ele dizia, “vivo e viverei pela Igreja, vivo e morrerei por ela”. Celebramos a sua festa no dia 07 de No-vembro, a data próxima da sua experiência mística pela Igreja, fato acontecido em uma de suas prega-ções na Catedral de Cuidadela Menorca, Espanha. O Carmelo Missionário é uma Congrega-ção Missionária presente em 5 continentes do mun-do, 39 países com diversificadas missões no cam-po da educação, da catequese, da saúde, do social através da promoção humana e assistência direta ao mais necessitados ou através das instituições criadas para este fim, ademais, promove a vida es-piritual e acompanha os jovens no discernimento vocacional. Desta forma se manifesta a vitalidade do carisma da Congregação sendo sinais de comu-nhão na Igreja e no mundo. Estamos presentes no Brasil por 28 anos nas duas comunidades, em Taboão, Guarulhos e em Betim, Minas Gerais. Nossa presença, desde o inicio estive marcada pela opção preferencial pelos mais necessitados e marginalizados. Na Diocese de Guarulhos trabalhamos na Paróquia Santa Cruz e Nossa Senhora do Carmo de Taboão, onde buscamos ser testemunho de comunhão nas diversas pastorais e na Associação Caritativa da Paróquia. A ardente paixão do Beato Francisco Palau pela Igreja hoje se traduz como mística e profecia em nossa vida e missão.

“Oh! Igreja... minha vida é o menor que possooferecer-te em correspondência ao teu amor.”

(Beato Francisco Palau)

Ir. Fé Gresos Geñoso Carmelita Missionária Par. Santa Cruz e Nossa Senhora do Carmo

Paixão pela Igreja

DIA HORÁRIO ORGANIZAÇÃO ATIVIDADE LOCAL

1 9:30 CODIPA Coordenação Cúria Diocesana3 9:30 CP Cons. Presbíteros Cúria Diocesana4 22:00 RCC Vigília Catedral5 14:30 Dízimo Form. agentes CDP - salão5 15:00 PASCOM Reunião CDP - sala6 CRB Avaliação e

planejamento6 Familiar EC Diocesano CDP7 12:00 PPI Missa Catedral8 9:30 CP Reunião Clero

BonsucessoSto Alberto

9 9:30 CP Reunião Clero Fátima Uirapuru9 13:00 Pastoral

CriançaAss. Eletiva Munhoz

9 9:00 PastoralCriança

Ass. Anual Soberana

10 9:30 CP Reunião CleroImaculada

a definir

10 20:00 ForaniaBonsucesso

Encerramento Jubileu da Misericórdia

Bonsucesso

10 9:00 PastoralCriança

Ass. Anual Dutra

10 13:00 PastoralCriança

Ass. Eletiva Munhoz

11 9:30 CP Reunião CleroAparecida

a definir

12 20h ECC 3ª Etapa Jantar Dançante CDP12 13:00 Pastoral

CriançaAss. Eletiva Vila Fátima

12 14:00 SAV/PV Reunião Catedral12 14:00 Carcerária Reunião Catedral13 15:00 Apostolado Reunião Catedral13 FECHAMENTO DA PORTA DA MISERICÓRDIA14 14:00 Pastoral

CriançaAss. Anual Sag. Coração

15 14:00 Pastoral Criança

Ass. Anual Cocaia

15 10:00 Pastoral Criança

Reunião Sede Pastoral

15 8:00 Pastoral Criança

Ampliada CDP

16 9:30 Economato Cons. Administrativo Cúria Diocesana17 9:00 PPI Reunião CDP18 13:00 Pastoral

CriançaAss. Anual Bonsucesso

18 9:30 CC Col. Consultores Cúria Diocesana19 8:30 Vicentinos Cons. Central Cumbica19 15:00 CDDV Reunião Catedral19 9:00 Cebs Reunião Vila Fátima20 15:00 Batismo Missa - Bonsucesso

e FátimaSta. Terezinha

20 SAV/PV Desp. Vocacional a definir20 15:00 Ordenações Presbiterais a defnir20 8:00 RCC Formação Básica A e B CDP21 20:00 Pastorais

SociaisReunião coord. Sede Past

Criança25 19:30 Cáritas Ass. Ordinária CDP25 20:00 ECC Missa a definir26 14:00 Pastora

CriançaAss. Anual jd. Vila Galvão

26 IAM Bate-Latas Aracília 26 9:00 Catequese Enc. Escola a definir26 15:00 Escola

DiaconalEncontros dosaspirantes ao diaconato

Escola de Ministérios

29 Familiar Vigília pela Vida Na-scente

Paróquias

27 15:00 Batismo Missa - ImaculadaAparecida

S.Francisco - Gopoúva

27 15:00 SAV Enc. VocacionalMasculino

Catedral

29 19:30 For. Bon-sucesso

CFP - Confrat. Soberana

29 20:00 Forania Aparecida

Confissões Advento Palmira

29 20:00 Forania Aparecida

Confissões Advento Cecap

30 20:00 Forania Aparecida

Confissões Advento São José Jd Paulista

30 20:00 ForaniaAparecida

Confissões Advento Sagrada Família - Taboão

30 20:00 Forania Fátima Confissões Advento Alvorada

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 2016

Programe-se

10

Aniversariantes

Nascimento05 (1955) Pe. Antônio Zafani 07 (1968) Pe. Eder Monteiro 13 (1978) Pe. Misael Germano 17 (1960) Pe. Otacílio F. Lacerda 22 (1953) Pe. Jorge Apró 27 (1961) Pe. Elisio Mello

Ordenação 09 (1986) Pe. José Ferreira Borges15 (1999) Pe. Eder Monteiro 25 (2007) Pe. César Augusto 25 (2007) Pe. Ednaldo Oliveira30 (2014) Pe. Hechilly de B. Timoteo30 (2014) Pe. Marcos J. P. Correia30 (2014) Pe. Rodrigo Cardoso

Novembro 2016

Vai Acontecer

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 2016 11

A Câmara Municipal de Guarulhos confere o título de Cidadão Guaru-lhense a Dom Edmilson Amador Cae-tano, bispo diocesano de Guarulhos. A Igreja de Deus que está em Guarulhos se alegra com a justa ho-menagem e reconhecimento da cida-de para com seu pastor diocesano oferecendo este título.

A cerimônia da outorga do título ocorrerá dia 21 de novembro, às 19h30, na

Câmara Municipal.

Dom Edmilsonreceberá título de Cidadão Guarulhense

IMPRESSO ESPECIAL7220993744 - DR/SPMMITRA DIOCESANA

CORREIOS

Folha Diocesana de Guarulhos | Novembro de 201612

Especial

ATENÇÃO COLABORADORES:Enviem suas matérias até o dia 15 de cada mês, contendo no máximo 30 linhas, com corpo 14. Caso venha com um número maior de linhas, faremos a redução proporcional.Sugestões e críticas: [email protected]

Peregrinação da Imagem de Nossa Senhora Aparecida

Santo Antonio - Pimentas

São Francisco - Nações