02 pastoral -...

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02 ENFOQUE PASTORAL

Ampliado das pastorais na sub-região Pastoral SPIIAconteceu, em 24 de fevereiro, no auditó-rio da Cúria Diocesana de Santo Amaro, o 23º Encontro Ampliado da Sub-Região Pastoral SPII. O Ampliado é um encontro formativo com as Lideranças Pastorais das oito Dioceses que compõe a Sub-Região Pastoral SPII: Dioceses de Santo Amaro, Santo André, São Miguel Paulista, Campo Limpo, Osasco, Guarulhos, Mogi das Cru-zes e Santos. O tema de estudo foi uma reflexão sobre o documen-to 107 da CNBB “Inicia-ção à vida cristã: itinerá-rio para formar discípulos missionários”, tendo como assessor Dom Leomar Antônio Brustolin, bispo auxiliar da Arquidiocese de Porto Alegre e membro da Comissão Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB. Esteve presente nosso Bispo Dio-cesano, Dom Edmilson Amador Caetano, O. Cist. e Presidente do SPII, e também os bispos, coordenadores de pastorais, e as representações leigas de cada diocese do SPII. De Guarulhos estiveram presentes membros das pastorais: catequese, social, familiar, ECC, Cenplafam, carcerária, cam-panha da fraternidade e setor juventude. Neste encontro, Dom Leomar res-saltou a importância da conversão pasto-ral em nosso modo de fazer catequese. Os

modelos até aqui responderam as necessi-dades de cada tempo, pois a Igreja tinha a missão de nutri um cristão que já tinha sido iniciado na fé em sua família. Hoje a missão é também iniciar na fé crianças, jovens e adultos sedentos de um encontro pessoal com Cristo. Que nossa ação catequético possa motivar para uma catequese que gere discípulos.

Neste ano já contamos com turmas de catequese de crianças de inspiração catecumenal em nossas paróquias e estamos dan-do passos na conversa pastoral. Estamos nos preparamos para celebrar a Páscoa, que a presen-ça de Cristo Ressuscita-do anime e renove a ação pastoral de nossa diocese.

Que a Virgem Maria interceda por nós e nos inspire em nosso sim a Deus.

Para acessar o conteúdo do material apre-sentado, basta acessar o link e baixar: GOO.GL/HkF4P2

Padre Marcelo DiasCoordenador Diocesano de

Pastoral

Hoje a missão é também iniciar na fé, crianças,

jovens e adultos,sedentos de um encontro

pessoal com Cristo.

EDITORIAL

Jornalista Resp.: Pe. Marcos V. Clementino MTB 82732 Orientação Pastoral: Pe. Macerlo DiasEditoração Eletrônica: Luiz Marcelo GonçalvesImpressão: Gráfica Marmar - Fone: 11 99961-4414Cúria Diocesana de GuarulhosEnd: Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima - Guarulhos - SPCep: 07122-210 - Contato: 11 2408-0403Site: www.diocesedeguarulhos.org.brEmail: [email protected]: 30.000 exemplares

EXPEDIENTE

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

Queridos leitores, a edição deste mês destaca mais uma vez a necessidade da vida em comunidade à luz do ressuscitado, o que significa viver a partir do encontro com Cristo que se dá em cada irmão e irmã no cotidiano, dian-te de suas necessidades como podemos ler no livro dos Atos dos Apóstolos 2,42-47: “eram perseve-rantes em ouvir o ensina-mento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir o pão e nas orações. Todos os que abraçavam a fé eram unidos e colo-cavam em comum todas as coisas; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro en-tre todos, conforme a ne-cessidade da cada um. Diariamente, todos juntos frequentavam o Templo e nas casas partiam o pão, tomando alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor acrescentava à comunidade outras pes-soas que iam aceitando a salvação”. É urgente res-gatar a vida em comunida-de através da conversão pastoral desde a iniciação cristã; aceitar a diversida-de dos carismas, como estão expressas no en-contro das Comunidades Eclesiais de Base; na ale-gria de ser chamado à vida

consagrada; nos diversos grupos da juventude; no encontro permanente dos homens para rezar o terço; no auxílio a criança e ido-sos; na alegria de celebrar a vocação sacerdotal; no acolher as imagens pere-grinas de Nossa Senhora das Vocações e da Sagra-da Família; ser missionária em Pemba ou em qualquer parte do mundo; ser leigo e leiga, sal e luz, inseridos na sociedade e transmitin-do os valores adquiridos na comunidade cristã. O ressuscitado nos ensina que a vida em comunidade ajuda a supe-rar a violência e promover a cultura de paz, como podemos perceber nos dados apresentados no segundo encarte sobre a campanha da fraternida-de destacando a realidade da violência na cidade de Guarulhos. Dados estes que nem sempre corres-pondem a plena realidade, porque muitas pessoas com medo de vingança e devido a burocracia e o descaso das autoridades de segurança nem se quer realizam um boletim de ocorrência dos fatos de violência. A equipe da Fo-lha Diocesana deseja a todos uma profunda qua-resma, semana santa e festa do ressuscitado em comunidade.

viver em comunidade a luz do ressuscitado

03VOZ DO PASTORAGENDA DO BISPO

as CEB’s e os desafios do mundo urbano

Entre 23 e 27 de janeiro deste ano acon-teceu em Londrina-PR o 14º Intereclesial das CEBs. Muitas notícias correram pelas redes sociais e muita controvérsia tam-bém. Deixemos de lado as controvérsias e vamos à temática: As CEBs e os desa-fios do mundo urbano. Vivemos em Guarulhos numa rea-lidade plenamente urbana com todos os seus desafios: mobilidade, saúde, mora-dia, educação, violência etc. Cada um de nós tem seus próprios desafios a enfrentar cada dia. A correria do mundo urbano mui-tas vezes nos fecha em nossos próprios desafios que até nos es-quecemos de olhar para outro, para o nosso vizi-nho e para os desafios do outro. O individualis-mo no mundo urbano é uma grande tentação. A comunidade cristã é uma alternativa libertadora para todos nós. É realmente uma cura para o mal do in-dividualismo. No meio da massa anôni-ma que envolve o mundo urbano temos uma identidade e uma referência. Na co-munidade cristã, pela força da Palavra, dos Sacramentos e do convívio fraterno aprendemos a olhar para o outro fazendo a experiência de comunhão, elaborando e realizando ações concretas e tendo uma resposta a partir dos valores do Reino de Deus para os desafios do mundo urbano. Na comunidade, iluminados pela Palavra e pela força da Graça divina, re-conhecemos nossos pecados, somos exercitados na paciência para com o ou-tro. Aprendendo de Jesus e exortados por Ele, descobrimos a grandeza da dimen-

são da misericórdia de Deus e a sublimi-dade do perdão e reconciliação com os irmãos. A própria comunidade eclesial é para nós uma resposta aos desafios do mundo urbano. Saibamos da graças ao Senhor que nos chamou a uma vida de comuni-dade cristã, seja qual for o tipo de comu-nidade eclesial que participamos. Esta-mos todos a caminho. Ninguém chegou à perfeição. Ao invés de nos determos na murmuração ante os defeitos e pecados dos irmãos e irmãs da comunidade, reco-nheçamos o dom que Deus nos dá. Foi

aí na fé e pela fé que o Senhor nos colocou para sermos protagonistas da nossa história e da ação da Igreja em nossos dias. É a partir da comunida-de, como Igreja em saí-da, que podemos atuar na sociedade como sal e luz (Cf Mt 5,11). É na vi-vência do seguimento de Jesus em comunidade –

o cristão só pode seguir Jesus em comu-nidade – que descobrimos a dimensão e a força das palavras de Jesus: “No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo” (Jo 16,33) e também da bela afirmação do apóstolo João: “pois todo o que o nasceu de Deus vende o mundo. E é esta a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.” (1Jo 5,4)

DOM EDMILSON Amador CAETANOBISPO DIOCESANO

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

Ninguém chegou à perfeição. Ao invés de nos determos na

murmuração ante os defeitos e pecados dos irmãos e irmãs

da comunidade, reconheçamos o dom que Deus nos dá.

02

05h30 – Missa quaresmal – Sta Cruz e NS Aparecida11h – Missa no encerramento do retiro dos seminaristas propedeutas – Flos Carmeli19h30 – Reunião de articulação do laicato – CDP

03 19h – Missa Enc. de Formação RCC Sul 1 - Aparecida04 11h – Missa Catedral e 15-17h – Esc. Diaconal – Lavras06 09-12h Enc. Padres da diocese de Mogi das Cruzes

07 05h15 – Missa quaresmal – par. Sto Antonio – Gopouva09h30h – Codipa e 14h30 – Atendimento Curia

08 09h30 – Cons. Presbíteros e 13h – Confissões Catedral

0905h – Missa quaresmal Santuário São Judas09h30- conselho deliberativo da Cáritas - curia14h30 – Atendimento cúria

1009h30 – Reunião equipe de assessores da Semana Dio-cesana de Formação – CDP19h – Via sacra nas ruas – paróquia Santo Antônio Claret

1111h – Missa catedral15-20:30h – Retiro paroquial – Paróquia Sagrado Cora-ção de Jesus – Normandia

13 09h30 – Economato e 14h30 – Atendimento Cúria

1409h30 – Equipe form. Esc. Diaconal – resid. episcopal14h30 – Atendimento cúria

15 07h – Missa Propedêutico e 09h30 – Reunião Cúria

1605h30 – Missa quaresmal – paróquia Santa Luzia – Mikail09h30 – Atendimento Cúria e 15h – Seminário Lavras

17 14h – Conselho Diocesano de Pastoral – CDP

1809-12h30 – Retiro paroquial – Paróquia Santa Mena14h30 – Despertar Vocacional – Com. Shalom – CDP17h – Missa com. São José – par NS Aparecida – Cocaia

19 11h00 – Missa Irmãs Claretianas20 09-12h – Reunião dos bispos da Província21 09h30 – Reunião clero – Lavras22 08h30 – Missa Pens. São Francisco e 14h30 – Cúria

2306h – Missa quaresmal – paróquia Sagrado coração de Jesus – Santos Dumont14h30 e 19h30 – Atendimento Curia

25 08h30 – Proc. Missa no Dom. de Ramos Paixão – Catedral

27 14h30 – Atendimento cúria28 10h – Manhã de oração do clero – Lavras

2909h – Missa Crismal – Catedral20h – Missa da Ceia do Senhor Lava pés – Catedral

30 15h – Celebração da Paixão do Senhor – Catedral

3119h30 – Vigília Pascal – Catedral23h30 – Vigília Pascal – Caminho Neocatecumenal – Pa-róquia São José - CDP

04 vida consagrada CAminhada da juventude

consagração secular jovem , é preciso falar de paz

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

No último dia 02 de fevereiro, festa da apresentação do Se-nhor, comemoramos também o dia da Vida consagrada Reli-giosa e Secular. Quero escrever algumas linhas sobre a Consa-gração Secular. Os Consagrados Secu-lares pertencem a um Instituto que é formado por mulheres/e ou homens que fizeram um encontro pessoal e profundo com Jesus, se apaixonaram intensamente por Ele, e deci-diram viver uma plena e total consagração a Deus, através do Instituto Secular. Em nossa consagra-ção, vivemos os três Conselhos Evangélicos, Castidade Con-sagrada, Pobreza Evangélica e Obediência, sinais de nossa livre escolha por Deus que é todo amor. As consagradas secu-lares, são tiradas do mundo

para se consagrar e voltam para o mundo, para santificá--lo, ser sinal de luz e esperan-ça na vida de tantas pessoas que precisam. Em nossa diocese te-mos o Instituto Secular das Mis-sionárias Diocesanas de Jesus Sacerdote, com membros nas Foranias Aparecida – Paróquias: São João Batista, Nossa Se-nhora Aparecida – Jd. América, Santa Cruz e Nossa Senhora do Carmo; Forania Fátima – Paró-quias: Sagrado Coração de Je-sus e Santa Rita de Cássia. Agradecemos ao Se-nhor Deus da vida, por nos ter escolhido, mesmo com a nos-sa pequenez para ser seu sinal num mundo tão dilacerado por tantas situações que agridem a dignidade humana.

Claudia MariaMissionária Diocesana de Jesus Sacerdote

Os dias vão se passando, e diante da correria, dos com-promissos a cumprir, não to-mamos consciência de mui-tos acontecimentos que nos rodeiam. Em certos momen-tos, até nos atentamos aos noticiários, mas devido ao in-dividualismo não assumimos nossa missão e participação nas realidades acontecidas, onde com certeza, com a nossa participação algo dife-rente poderia acontecer. Nossos jovens cami-nham no desejo de suprir suas necessidades, alcançar seus objetivos pessoais e suas conquistas, realidades estas necessárias, mas que muitas vezes, rouba deles esta participação na cons-trução de um mundo melhor. O Papa Francisco em sua Exortação Apostólica “A Alegria do Evangelho”, no diz que “todos os cristãos são chamados a preocupar--se com a construção de um mundo melhor.” E toman-do por base este convite do nosso Papa, faço esta pro-vocação a todos os jovens. Como que está a nossa par-

ticipação diante das realida-des de violência que aconte-ce ao nosso redor? O jovem deve ser pro-motor da paz, colaborar para que em suas ações e conver-sas, “a paz” seja irradiada. O simples fato de falar de paz e promovê-la irá fazer com que muitas pessoas sejam ques-tionadas em seu proceder. São diversas as violências que acontecem nos dias de hoje, mas ressalto o grande índice de homicídios de jo-vens que aconteceu no ano de 2011, passando de 25 mil, onde aqui pensamos na luta destas famílias de superarem esta perda, até mesmo em uma idade que começaria a produzir economicamente, contribuindo para o bem es-tar geral da família. É urgente a luta con-tra a violência, mas para combatê-la necessitamos de jovens, homens e mulheres, promotores da paz, que fa-lem de PAZ.

Pe. Fabio LimaAssessor Encontro de Jovens

com Cristo (EJC)

05Falando da vida editoria social

viver em comunidadeSó o amor pode construir a paz verdadeira!

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

14º INTERECLESIAL DE CEB’S

Freud escreveu sobre dois instin-tos básicos que governam a psi-que humana: Os instintos de vida e de morte. Ele os relacionou com o conto da mitologia grega Eros e Thanatos. Eros, o Deus do amor, da criação, da alegria e tudo aquilo que conduz à vida, ao passo que Thanatos se relaciona com des-truição, ódio, inveja, vingança en-fim, aquilo que é ligado à morte. Esses dois princípios se alternam dentro de nós e um tenta preva-lecer sobre o outro. Analisando o momento perigoso que estamos vivendo onde a violência eclode aqui e ali, esse conto mitológico ganha um caráter verdadeiro não só no Brasil, mas no mundo intei-ro. Guerra, fome, miséria, narco-tráfico, poluição, corrupção são os seus exemplos visíveis. Mas em menor proporção ela está dentro de cada um de nós e sem perceber, a cultivamos diariamen-te. Ela está no radio, na TV, nas mídias sociais, e nas conversas entre amigos. O instinto de morte quando predomina afasta a graça, a beleza, a alegria, a esperança e instaura a tristeza e a solidão. Nes-se sentido Thanatos vence o Eros. Nosso momento atual é de incerteza. As pessoas esperam indiferentes a solução dos gover-nantes que por sua vez, esperam chegar ao poder para governar em favor de si mesmos ou de poucos.

Viver em comunidade

Não podemos esperar mais. É preciso sair do isolamento, pois somente a participação ativa é ca-paz de mudar a história e vencer a violência. Quando dois ou mais se reúnem para tratar de um proble-ma a solução fica mais fácil e des-ses dois, outros dois se juntarão até que se transforme numa asso-ciação e finalmente, numa comu-nidade. Uma comunidade pode começar de um grupo de amigos, um grupo religioso, um grupo de pais, de jovens, enfim de pessoas que têm algo em comum e que-rem partilhar. Foi assim que Jesus formou essa grande comunidade que é a igreja. Ele convidou alguns e formou um pequeno grupo e esse é o melhor exemplo de como começar algo. Comece do nada, comece com poucos. Reúna ami-gos, colegas, fale, discuta, parti-lhe, mas não fique fechado dentro de si mesmo. Outros o seguirão. Quando os elos de pe-quenas ações em favor da vida se juntam, podemos formar uma corrente de amor e experimentar, com alegria as palavras de São Francisco e sentir que só o amor constrói a paz e pode vencer a vio-lência.

Romildo R.AlmeidaPsicólogo clínico

O 14º- intereclesial foi sem dú-vida nenhuma um Pentecos-tes, um sopro do Espírito do Ressuscitado na vida e na mis-são das CEB’s diante dos de-safios do mundo urbano. Ele fortaleceu o jeito de ser Igreja das CEB’s, a Igreja dos pobres, com os pobres, e para os po-bres, a Igreja “em saída” para a realização do Reino de Deus. Como disse D. Sérgio da Ro-cha, presidente da CNBB, as Ceb’s são a resposta aos de-safios do mundo urbano. Ele também destacou três carac-terísticas que devem marcar a caminhada das Ceb’s: Espe-rança, comunhão e missão. As comunidades pre-cisam se articular em redes, reconhecer e valorizar as dife-renças, a diversidade, o diálo-go com todos. Usar os meios de comunicação para articular e organizar melhor as comu-nidades, e participar de uma nova agenda de lutas sociais. O mundo urbano pode ser um lugar de bem viver. Como afirma o Docu-mento de Aparecida é neces-sário sair da pastoral de con-servação para uma pastoral decididamente missionária,

agir com ousadia, com criati-vidade para enfrentar os de-safios. Trouxe muito estímulo aos participantes do Intere-clesial a mensagem do Papa Francisco, onde ele pediu que as Ceb’s, tragam ao mundo um novo ardor evangelizador e uma capacidade de diálogo que renove a Igreja. A experiência vivida pe-los participantes do 14º- inte-reclesial mostra que as Ceb’s têm sido e continuam sendo esta maneira de viver comuni-tariamente a fé, a inserção na sociedade, o testemunho pro-fético e o compromisso com a transformação das realidades do campo e da cidade, à luz do Evangelho, numa clara e evangélica opção preferencial pelos pobres, pelos mais sim-ples, descartados e excluídos. A carta do 14º- Intere-clesial expressa a beleza, e a riqueza que foi este encontro do povo de Deus reunido em Ceb’s.

Padre TarcísioAssessor das CEB’s

06 ACONTECEU

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

Aconteceu nos dias 16 e 17 de Fevereiro no Santuário de Nossa Senhora Aparecida a 10a Romaria Nacional do Terço dos Homens, totalizando cerca de 100 mil homens. O Terço dos Homens é um movimento da Igreja Católi-ca presente em quase todas as dioceses do Brasil, tem como missão incluir homens de todas as idades na vida comunitária, litúrgica e missionária da Igreja, além de ani-mar a vida de piedade e oração, reavivando o amor por Maria e Jesus. A Diocese de Guarulhos se fez presente mais uma vez, 800 homens de Guarulhos participaram da missa de abertura, procissão ao Porto e Itaguaçu e Vigília diante do Santíssimo Sacramento na sexta-feira. O Sábado começa com a Santa Missa, desta vez cele-brada ao lado de fora do santuário, por Dom Antônio Gil, bispo referencial da CNBB para o Terço dos Homens, em que esplanou sobre o tema “ Terço dos Homens, em comunhão com as vocações, resgatando famílias”. Ao redor do Altar central as 12h Dom Gil Antonio ao falar de Nossa Senhora na vida da Igreja como a mãe das vocações, destaca o louvor feito pelo Santo João Paulo II quando criança com o seu primeiro choro em frente a uma capela de Nossa Senhora do Carmo. Que possa-mos nós Homens do Terço e Famílias do Terço dos Ho-mens deixarmos ser tocados por Deus através de Maria, aquela que nos ensina a fazermos o que Ele nos disser! Nossa Romaria terminou as 16 horas após a meditação e recitação do Terço no altar Central.

Pe. Johnny BernardoAssessor diocesano

10ª romaria nacional do terço dos homens

No último dia 28/02, a Paró-quia Santa Mena acolheu a Missa Diocesana da Pasto-ral da Criança e do Idoso. A Santa Missa, realizada as 10 da manhã, foi presidida pelo Pe. Gildarte Abílio Costa, Pá-roco da Paróquia São Pedro Apóstolo e Assessor Dioce-sano da Pastoral da Crian-ça, foi concelebrada por Pe. Thiago Ramos, Pároco de Santa Mena e contou com a presença de inúmeros agen-tes das Pastorais do Idoso e da Criança.

A Missa fez memória aos 8 anos de falecimento da Dra. Zilda Arns, irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, Cardeal Arcebispo Emérito de São Paulo e fundadora da Pastoral da Criança e do Ido-so na CNBB. Dra. Zilda viveu para defender e promover as crianças, gestantes e idosos, construindo uma socieda-de mais justa, fraterna, com menos doenças e sofrimento humano.

Paróquia Santa Mena acolhe a Missa Diocesana da Pastoral da Criança e do Idoso

07ACONTECEU

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

“Vocação é um chamado de Deus que requer disponibilidade, atitude de discípulo,

amor, fé e gratuidade”. Queridos Padres, Antonio Bosco da Sil-va e José Carlos Galvão Lemos - o nosso Pa-dre Teo - a vocação dos senhores, para a nossa Igreja particular de Guarulhos, é um sinal visível do amor e da ação da providência divina. Em espírito jubilar, desejamos recordar as marcas que, vossas vidas consagradas, deixaram em nossa história de fé. Poucos sabem, mas o querido Padre Bosco, começou sua formação, na adolescên-cia, no seminário salesiano, mas logo percebeu que seu coração pertencia a nossa Diocese. O Padre Teo, sentindo-se chamado pelo carisma do Bom Pastor, deu início a sua caminhada vo-cacional no seminário diocesano de Guarulhos. Foram ordenados diáconos no dia 29 de no-vembro de 1992, juntamente com Padre Joa-quim, e presbíteros em 20 de fevereiro de 1993, no mesmo local, pelas mãos de Dom Luiz Gon-zaga Bergonzini. Logo após a ordenação, Padre Bosco ficou alguns meses na paróquia São José, na qual já fazia estágio antes de ser ordenado; meses depois assumiu a função de formador da filosofia na casa Nossa Senhora de Lourdes

(Itapegica) e em 1996 reitor da casa de teologia no Lavras, haja vista, neste período, as duas etapas de formação foram unidas no mesmo local. Já o Padre Teo, quando ordenado sacer-dote, assumiu a paróquia São Roque. Uma característica de ambos é o in-tenso amor pelo saber, por isso jamais param de estudar, em vista do pastoreio ministerial. O Padre Bosco, se especializou em Estudos bíblicos pelo Centro Universitário Assunção; o Padre Teo, se manteve na academia conquis-tando seu mestrado no ano de 1999, em Edu-cação, pela Pontifícia Univerdade Católica de São Paulo e doutorado, pela mesma universi-dade, em 2009. Impelidos pelo zelo pastoral e em obe-diência ao Bispo diocesano, atuaram em diver-sas paróquias:

Padre Bosco: 1992- Paróquia São José;1996- Paróquia Nsª. Srª. do Bonssucesso (como au-xiliador); 2002 a 2009- Paróquia São Judas Ta-deu, Torres Tibagy; 2009- Catedral, onde atua, até então, como Pároco. Padre Teo: 1993-1999- Paróquia São Roque; 2001-2012- Paróquia Stª. Rita de Cássia- Jd Pal-mira; 2013- Paróquia Nsª Srª. Aparecida, Vl. Gal-vão, servindo até os dias atuais como Pároco.

A relação familiar foi sempre o sustento de ambos: as virtudes que receberam na Igreja doméstica foram o fundamento de suas voca-ções. Afinal, Dona Mercês e Seu Severino, pais do Padre Bosco, e Dona Angelita e o Senhor José, pais do Padre Teo, mesmo diante das di-ficuldades de seu tempo, não deixaram nada lhes faltar, por primeiro a Fé. Nos reunimos, clero, religiosas, fami-liares, leigos e leigas, para entoar com vocês um grande hino de ação de graças pelas ma-ravilhas que Deus já realizou, em suas vidas e em nossas, pelo sim acertado que os senhores deram ao Pai, por meio do Cristo Bom Pastor, animados pelo Espírito Divino, sendo configura-dos ontologicamente a Jesus sacerdote. Por fim, celebrar 25 anos de sacerdó-cio é perceber a poderosa presença de Maria na Igreja, aquela que foi a primeira discípula missionária, servidora e continua sendo nossa doçura e nossa estrela que brilha em meio a escuridão de nossos dias. Os parabenizamos pela coragem, pelo amor, pela confiança e, em especial pelas se-mentes plantadas em nosso chão. Deus vos guarde!

Seminário diocesano de Guarulhos, 17/02/2018 Lavras: Celebração jubilar

Padres Bosco e Téo comemoram 25 anos de sacerdócio

08 ACONTECEU

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

peregrinação do ícone de nossa senhora das vocações

santo antonio - vila augusta santuário são Judas Tadeu - Torres Tibagy

santa cruz e nossa senhiora aparecida - presidente dutra capelania stella maris - hospital stella maris

nossa senhora do loreto - jd. Nova cumbica são josé - jardim paulista

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

09

peregrinação do ícone do ano do laicato 2018

ACONTECEU

são francisco de assis - na’oes santa rita de cássia - Jardim cumbica

No último dia 2/2, aconteceu a San-ta Missa em ação de graças pelo Dia Mundial da Vida Consagrada. A Santa Missa foi rezada no Santuá-rio Nossa Senhora do Bonsucesso e presidida pelo Bispo Diocesano, Dom Edmilson e concelebrada pe-los Padres Carlos Vicente (Reitor do Santuário) e Gilberto Mattos (Vigá-rio da Paróquia Santa Cruz e Nos-sa Senhora do Carmo). Estiveram presentes inúmeras congregações religiosas femininas que atendem, em diferentes pontos da diocese, os padres e fiéis.

Lembremos a palavra do Santo Pa-dre o Papa “Deste modo, enquanto a vida do mundo procura acumu-lar, a vida consagrada deixa as ri-quezas que passam, para abraçar Aquele que permanece. A vida do mundo corre atrás dos prazeres e ambições pessoais, a vida consa-grada deixa o afeto livre de qual-quer propriedade para amar plena-mente a Deus e aos outros. A vida do mundo aposta em poder fazer o que se quer, a vida consagrada es-colhe a obediência humilde como liberdade maior”.

Missa pelo Dia Mundial da Vida Consagrada

A Família Santa Cruz é muito aben-çoada por sua presença e pelo seu trabalho, sua sabedoria pastoral e também seus conselhos que sem-pre nos direcionam para o cami-nho certo. Parabéns nesse dia tão grandioso que comemora 7 anos de sacerdócio, que Maria, mãe da igreja, plena do Espírito Santo te impulsione cada vez mais a as-sumir sua vida sacerdotal. “Padre Cristiano, que essa alegria sentida

hoje te permita permanecer olhan-do para Jesus que te escolheu, te consagrou e te enviou para ser seu discípulo. Continue firme na oração e na sua determinação de amar e se deixar ser amado que é uma de suas grandes características, o amor. Nossas orações e nossos agradecimentos pela tua vida e pelo teu sacerdócio!”

pe. Cristiano comemora 7 anos de ordenação

10 bíblia

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

quem é o servo sofredor?

O profeta Isaías, em seus escritos, apresen-ta ao leitor uma figura intrigante e enigmáti-ca que ao longo dos séculos suscitou pro-fundas reflexões por parte dos teólogos, e principalmente pelos primeiros cristãos. Tal figura é simplesmente denominada “Ser-vo do Senhor”, mas é também conhecida como “Servo Sofredor de Isaías”. Diante de nossa peregrinação quaresmal de renova-ção espiritual rumo a Páscoa de Cristo, pro-pomos esta meditação bíblica a partir dos textos de Isaías. Isaías é o livro do Antigo Testamento que se cita com mais frequência no Novo, e pode ser divido em três partes, sendo a se-gunda delas – chamada de Deutero-Isaías (segundo Isaías) –, que compreende os ca-pítulos de 40-55, uma obra profética escrita provavelmente durante o cativeiro da Babi-lônia. É chamado de “livro da consolação de Israel”, cujos oráculos se deram diante da esperança do iminente declínio da Babilônia e a ascensão de Ciro, da Pérsia. Neste livro estão inseridos quatro poemas líricos, os cânticos do Servo (cf. 42,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). Não se tem acordo quanto a sua origem ou ao real significado, tampouco quanto a identificação do Servo: enquanto para alguns trata-se da personificação do Israel fiel, para outros poderia ter sido uma figura histórica como o profeta Jeremias. São textos profundos que apresentam um perfeito servo do Senhor que congrega o povo sendo luz para as nações, anuncia a verdadeira fé e expia por sua morte os pe-cados, sendo assim glorificado por Deus.

Os cânticos celebram em clima de louvor a salvação operada por Deus em meio à an-gustia, dores e sofrimentos humanos, dian-te dos quais está sempre pronto a intervir em favor de seu povo. O Servo, em sua fidelidade no sofri-mento, é apresentado como mediador da salvação divina, o que justifica uma inter-pretação messiânica. Os primeiros cristãos, diante da paixão, morte e ressurreição de Jesus, viram nele o cumprimento dos cân-ticos. Diz Eusébio de Cesaréia: “quando o profeta apresenta o extraordinário persona-gem, bem claramente está se referindo ao Cristo de Deus”. O que mais chama-nos a atenção é o fato de que entre os judeus havia uma pluralidade de interpretações messiânicas (Messias real, político, sacer-dotal, etc.), todavia, aquela que identificava o Ungido de Deus com o Servo sofredor não gozava de popularidade. Jesus se identifica com o Servo, e por isso foi rejeitado. Não veio para ser servido, mas para servir. No esvaziamento de si até a morte de Cruz, nos ensina a humildade e a fidelidade ao projeto de Deus, levando luz e justiça aos sofredo-res do nosso mundo. O quarto poema canta: “Mas o Se-nhor quis esmaga-lo pelo sofrimento. Po-rém, se ele oferece a sua vida como sa-crifício expiatório, certamente verá uma descendência, prolongará seus dias, e por meio do desígnio de Deus triunfará. Pelo seu conhecimento, o justo, meu Servo, justifica-rá a muitos e levará sobre si as suas trans-gressões” (Is 53,10-11). Assim vai dizer S. Gregório Nazianzeno, que todo joelho deve

se dobrar diante daquele que se humilhou por nós e misturou a imagem divina com a forma de escravo. Os cânticos do Servo testemunham o projeto de Deus que se realiza na pes-soa de seu Filho Jesus. Sendo o coração da vida cristã, Jesus deve ser seguido por nós, seus discípulos, e seu modo de ser é a nossa vocação. Desta forma os cânticos de Isaías são grande luz para nosso itinerário quaresmal subindo ao Calvário nas alegrias e fadigas de cada dia. S. Basílio nos exorta dizendo que se nós sofremos, nosso Senhor sofreu muito mais, faltando muito a nós para nos aproximarmos do Mestre. Também Sto. Atanásio exalta a Cristo que suportou todos os males por nós para nos ensinar a ter paci-ência: “se cada um de nós imita seus exem-plos, sem dúvidas pisotearemos serpentes e escorpiões e toda a força do inimigo”. “Eis o Servo que eu sustento, o meu eleito. Coloquei sobre ele o meu Espírito (primeiro cântico). Eu o chamei e modelei desde o seio materno, de sua boca fiz uma espada cortante, e o abriguei sobre a som-bra de minha mão (segundo cântico). Dei a ele língua de discípulo para levar conforto às nações. Em seu sofrimento e humilhação ele foi paciente e eu irei em seu socorro (ter-ceiro cântico). E assim ele prosperará, e eu o exaltarei” (quarto cântico).

Pe. Leonardo HenriqueVigário da paróquia santo antônio - pimentas

11ano do laicato

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

No dia 26 de novembro de 2017, celebra-mos a abertura do Ano Nacional do Lai-cato com o tema: Cristãos leigos e leigas, sujeitos na “Igreja em saída”, a serviço do Reino. Sal da Terra e Luz do Mundo (Mt 5, 13-14). Durante esse ano teremos a opor-tunidade de aprofundar em várias questões sociais que tanto afligem o nosso povo, a nossa nação, especialmente a partir de uma agenda comum com as Pastorais So-ciais. É momento de descobrir e aprofundar a nossa vocação de leigos e leigas, somos todos e todas convocados a testemunhar Jesus Cristo na sociedade. Os cristãos leigos e leigas são cida-dãos do mundo conscientes da sua mis-são de batizados, chamados a olhar para a nossa realidade e nos questionarmos: Quais são as mudanças de mentalidades necessárias para sermos uma comunidade missionária, organizada como seguidora de Jesus Cristo? Quais os campos de atuação em que mais temos dificuldades para agir? Como superar estas dificuldades? Onde a Igreja precisa estar presente? Alguns passos já foram dados, Se-mana de Formação Diocesana em julho de 2017 sobre o Documento 105 da CNBB: Cristãos leigos e leigas, na Igreja e na So-ciedade; formação da Equipe Diocesana para o Ano do Laicato, com a oportunidade de participação em Assembleias e Retiros do Laicato juntamente com outras dioce-ses do Estado de São Paulo; colaboração da Equipe em formações nas semanas de Peregrinação do Ícone da Sagrada Família

pelas paróquias da nossa Diocese, e a cria-ção da página no Facebook: Ano do Laica-to Diocese de Guarulhos, com a inserção de informes e materiais para encontros. No dia 02/03/2018, a Equipe de Arti-culação promoveu um encontro com todos os delegados e apresentou a proposta de organização para um trabalho em conjun-to, tendo em vista a formação do Conselho Diocesano de Leigos. Dom Frei Severino Clasen, ofm, bis-po diocesano de Caçador e Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral para o Lai-cato fala sobre o objetivo deste ano: “O objetivo do Ano do Laicato é este: Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e mis-são; e testemunhar Jesus Cristo e seu Rei-no na sociedade. Como legado propomos um ano de intensa mobilização de toda a sociedade, pois na sua maioria absoluta são os leigos e leigas, seguidores de Je-sus Cristo que se fazem presente nas diver-sas realidades da sociedade. Dentro desse contexto, entende-se que a missão do leigo é desenvolver relações saudáveis na socie-dade, na política, na economia, na cultura, na educação e na saúde para proteger a dignidade humana. Também pode-se dizer que ser leigo é ter uma vocação, ou seja, a vocação es-pecífica do leigo é ser cristão. É ser santo. É chamado a seguir Jesus Cristo na famí-lia, na Igreja e na sociedade através de uma

profissão. “A profissão do leigo revela o seu modo de agir no mundo na busca da santi-dade. ” Que toda a Igreja celebre com ale-gria e propague o Ano do Laicato, para que possamos assumir verdadeiramente a nos-sa vocação na Igreja e na sociedade.

Celia Soares de SousaEquipe Diocesana de Articulação para o Ano do Laicato

e-mail: [email protected]

testemunhar jesusna igreja e na sociedade

12 LITURGIA reflexão

Ministérios Litúrgicos ao redor da Palavra

o significado do domingo de ramos

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

Neste momento de preparação para a Páscoa, vamos olhar para a liturgia como oportunidade de aprofundar nossa identidade de Povo de Deus, nos diferentes mi-nistérios. Os serviços ao redor da Palavra (leitores, salmistas, co-mentadores, dirigentes de celebra-ção, etc) têm a missão de contri-buir para que a Palavra de Deus se torne viva e eficaz em nossas celebrações. Vamos observar três elementos, para que os ministérios manifestem a Palavra como evento de salvação: 1. A comunidade celebran-te, que foi convocada pelo Senhor, acredita em Deus e na sua ação sal-vadora, e respondeu ao chamado di-vino se reunindo. A comunidade vem antes da palavra. Não há sentido em proclamar, se não há um povo de fé que escute e se disponha a concreti-zar a palavra ouvida. 2. O texto da Escritura, que é o retrato de uma comuni-dade de fé, que transmitiu por es-crito uma experiência de Deus. A Palavra proclamada traz histórias de vidas que foram transformadas pela graça. O sentido da Palavra, ontem e hoje, se alcança na leitura da ação de Deus na comunidade. Por isso, de novo reafirmamos a leitura orante em grupo como ca-minho para se apropriar da Palavra que será proclamada. A experiên-cia de encontro com o Senhor na Palavra começa desde a prepara-ção na equipe.

3. O ministro ou ministra da Pala-vra com a função de João Batis-ta: João era “a voz que clama”, mas Cristo é “A Palavra” que sal-va. Quem proclama, faz “eco” da salvação que deve acontecer. Os proclamadores entregam a Palavra para a comunidade que ouve hoje, para fazer com a comunidade a aliança com Deus. Para comunicar esta boa notícia, tudo contribui: a postura corporal do leitor, o modo de olhar a assembleia que escuta, o modo de integrar-se na comuni-dade e na equipe de liturgia. O leitor, o salmista, o diri-gente, estão na celebração como parte de uma assembleia que ce-lebra. Não estão ali para mandar ou ensinar, mas para experimentar como Povo de Deus a comunica-ção amorosa do Pai, pelo Filho, no Espírito, através dos sinais sa-cramentais. Qualquer ministério só tem sentido quando assumido na comunhão com Deus e com os irmãos. Isso manifesta que, em primeiro lugar, somos Igreja discí-pula, comunidade a serviço. E esta tarefa só se executa bem quando fazemos do ministério um serviço a Deus e à comunidade. Vamos fazer que o nosso ministério e nossas celebrações nos ajudem cada vez mais a viver nossa vocação!

Pe Jair Costaassessor diocesano de Liturgia

A procissão de ramos nos re-corda a entrada triunfal de Je-sus em Jerusalém, ele foi acla-mado como Rei e esperança de um povo sofrido. No do-mingo de Ramos os fiéis levam consigo ramos de oliveira ou palmeira e aclamamos Jesus, cantando Hosana, expressão hebraica, que quer dizer: dá--nos a salvação! (Mc 11,1-10).Quando Jesus entrou em Je-rusalém montado num ju-mentinho e foi aclamado pela multidão que tinha vindo a Je-rusalém para celebrar a festa anual da Páscoa, aclamam Jesus com gritos de “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor”, pois esperavam a vinda do Reino de Deus e Je-sus ao entrar em Jerusalém é consagrado pelo povo, devido seus testemunhos e fatos que colocam Jesus como o Rei que esperavam. Encontramos dois rela-tos independentes da entrada triunfal de Jesus em Jerusa-lém, um no Evangelho segundo Marcos e outro no Evangelho segundo João, (Jo12,12-16). Por ter sido escrito em épocas diferentes, a historicidade de um evento e a existência de relatos independentes do mes-

mo acontecimento, nos traz não somente um fato antigo, mas também a impossibilidade de ter sido um fato forjado. Hoje entendemos que esta procissão também foi uma espécie de marcha fú-nebre, que selou o destino de Jesus. O povo aclamava com entusiasmo e Jesus aceitava a manifestação, mas sabia que estava chegando a sua hora. Deus aparentemente si-lenciava, mas dava prossegui-mento no seu plano de salva-ção. Jesus sabia que o Pai não o abandonaria, mesmo com medo, participou da marcha com a cabeça erguida. Atualmente os ramos bentos que usamos nas procis-sões ou que são abençoados nas celebrações mostram nos-sa participação na Páscoa de Jesus e nosso compromisso de professá-lo como nosso Se-nhor. Depois eles são levados para casa, e no ano seguinte estes ramos serão queimados para que as cinzas sejam usa-das na quarta-feira de cinzas do ano seguinte.

Edson VeingertnerTeólogo leigo

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

13CEB’S

CARTA DOS BISPOS PRESENTESNO 14º INTERECLESIAL

Nós, 60 bispos presentes no 14º Intere-clesial das CEBs, em Londrina – PR, de 23 a 27 de janeiro de 2018, dirigimo-nos a nossos irmãos e irmãs de fé, para tes-temunhar a alegria que brota de nossos corações de pastores, por esse encon-tro que congregou 3.300 delegados e delegadas de Arquidioceses, Dioceses e Prelazias do Brasil, bem como convi-dados de outras igrejas, religiões e enti-dades, inclusive de outros países.O tema desse Intereclesial, “CEBs e os desafios no Mundo Urbano”, e seu lema, “Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo” (Ex 3,7), na forma que foram tratados, expressam sintonia com as Diretrizes Gerais da Ação Evan-gelizadora da Igreja no Brasil e com a mensagem do Papa Francisco dirigida a esse encontro, desejando “que as Co-munidades Eclesiais de Base possam ser, na sociedade e Nação brasileira, um instrumento de evangelização e de promoção da pessoa humana”. Nesse encontro, conduzido com zelo pastoral pela Ampliada Nacional das CEBs e pela Arquidiocese de Lon-drina que, cordialmente, o acolheu, testemunhamos a espiritualidade e a vitalidade das CEBs, manifestadas nos momentos vibrantes de oração e cele-bração. Sentimos pulsar muito forte em nossos corações o apelo de Deus para continuarmos acompanhando, avalian-

do e apoiando o desenvolvimento das CEBs, com o compromisso de sermos, em comunhão com Cristo, uma Igreja misericordiosa, profética e missionária, dedicada à formação, especialmente de cristãos leigos e leigas, como sujeitos na vida eclesial e social (cf. Doc. 105 da CNBB). Louvamos e bendizemos a Deus pelos testemunhos de vida cristã parti-lhados no 14º Intereclesial, que sinali-zam a força do seu Reino em meio à cri-se profunda da sociedade brasileira. No espírito do Ano Nacional do Laicato que estamos realizando, suplicamos a Deus que o protagonismo laical vivenciado no processo desse encontro, possa se ma-nifestar ainda mais intenso em todas as situações desafiadoras de nosso país, especialmente do mundo urbano, nas quais as CEBs se fazem presentes e atuam, anunciando a “alegria do Evan-gelho”. Encorajamos os participantes do Intereclesial, com o apoio, sobretudo de ministros ordenados e membros da vida religiosa, a difundirem amplamente as ações sinalizadas por esse encontro e a “grande esperança”, por ele revitalizada de tornar nossa sociedade mais solidá-ria, justa e saudável, contando com a bênção de Deus e a proteção de nossa mãe, Maria.

Londrina, 27 de janeiro de 2018.Em nome de todos os bispos presentes:

Dom Severino Clasen, OFMPresidente da Comissão Episcopal \

Pastoral para o Laicato

Dom Guilherme Antônio Werlang, MSFPresidente da Comissão Episcopal

Pastoral Ação Social Transformadora

Dom Geremias SteinmetzArcebispo da Arquidiocese de

Londrina – PR

14 PROGRAME-SE

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

Informações sobre eventos esubsídios diocesanos acesse nosso site.

diocesedeguarulhos.org.br

Data Horário Evento Local

06

20h Mutirão Confissão Quaresma NS Lourdes - Itapegica20h Mutirão Confissão Quaresma São Francisco - Nações20h Mutirão Confissão Quaresma Santo Antonio - Parque20h Mutirão Confissão Quaresma Santa Luzia - Mikail

0709:30 CODIPA - Reunião Cúria Diocesana20h Mutirão Confissão Quaresma NS Aparecida - B. Vista20h Mutirão Confissão Quaresma Sta Luzia - Alvorada

08

9h30 Conselho dos Presbíteros CDP13h Mutirão Confissão Quaresma Catedral20h Mutirão Confissão Quaresma Sao Francisco - Uirapuru20h Mutirão Confissão Quaresma Sta Cruz - Taboão

09

09h30 Conselho Deliberativo Cúria Diocesana20h Mutirão Confissão Quaresma Sto Antonio - Gopoúva20h Mutirão Confissão Quaresma Sto Antonio - Vl. Augusta20h Mutirão Confissão Quaresma Sto. Antonio - Pimentas

10 - 11

08h-18h Formação de Novos Agentes São Fran. Xavier - Cumbica

10

08h30 Formação/Repres Paroquiais Forania AparecidaEncontro Justiça Restaurativa

09h30 Reunião Eq. Dioc Formação CDP - Sala14h-18h Formação de Coordenador

Geral e Equipes 2ª EtapaNossa Sra de Fátima - Tranquilidade

14h Reunião Mensal Arca de Maria15h-17h Reunião Equipe Diocesana CDP - Sala - Pe. Tito15h-17h Reunião Past. Universitária CDP - Sala Pe. Lino15h Reunião Equipe COMIDI CDP - Sala - Pe. Linderman

11

Encontro Justiça Restaurativa07h-17h Formação Humana CDP - Salão09h-13h Formação do Núcleo Irmãs da Caridade de

Otawa - Macedo

13

09h30 Conselho Administrativo Cúria15h Mutirão Confissão Quaresma NS Aparecida - Cocaia19h30--21h30

Encontro de Intercessores Catedral

20h Mutirão Confissão Quaresma Capela do Sion20h Mutirão Confissão Quaresma NS Aparecida - Vl Galvão20h Mutirão Confissão Quaresma Sta Rita - Jd. Cumbica

14

09h Reunião Sede da PPI20h Mutirão Confissão Quaresma Sg Familia - Jd. Paraíso20h Mutirão Confissão Quaresma Sta Rita - Palmira20h Mutirão Confissão Quaresma NS do Loreto

15 8h15 Enc. com Dom Edmilson Seminario Sto Antonio

1515h Mutirão Confissão Quaresma São José - Jd Paulista20h Mutirão Confissão Quaresma NS Fátima - Jd. Aracília20h Mutirão Confissão Quaresma NS Fátima - Tranquilidade

16

15h Missa com o Bispo Seminário - Lavras15h Mutirão Confissão Quaresma Santa Mena20h Mutirão Confissão Quaresma Sg Coração - Jd.Normandia20h Mutirão Confissão Quaresma Sto Antonio Maria Claret

17

08h Formação Missionária Capela NS de Fátima08h Form. Repr. Paroquiais Forania Rosário09h Reu. Cans. Central Rua Birigui, 261- Cumbica14h Reu. Assos. Pastorais CDP - salão15h Reu. Coordenadores TH CDP - Sala Pe. Linderman

18Formação Missionária Cap. NS de Fátima

14h Despertar Vocacional CDP - salão15h Encontro Apostolado Catedral

19 São José - Esposa da Virgem Maria

2013h Mutirão Confissão Quaresma Sant. São Judas Tadeu20h Mutirão Confissão Quaresma São Judas - Jd. Alice

2109h30 Renião Geral do Clero Seminário - Lavras20h Mutirão Confissão Quaresma Sta Rosa de Lima

22 20h Mutirão Confissão Quaresma NSa Rosário - Vl Rosália

2314h 3º Enc. Terceira Idade Sede Cáritas19h30 Assembleia Diocesana Sede Cáritas

24

48ª Romaria a Aparecida06h Formação de Dirigente CDP - Salão08h30 Form. Repres. Paroquiais Forania Bonsucesso08h30 Form. Repres. Paroquiais Forania Fátima15h Reu. Coord. Paroquiais NSAparecida - Jd. Vl.

Galvão17h Missa e Via Sacra Cap. São Paulo Apostolo

25

7h-13h Módulo Básico RCC CDP - salão8h-17h Form. Servos RCC MOCL Santa Mena18h Terço dos Homens Virtual ParóquiasDomingo de Ramos

28Ordenação Episcopal Dom Edmilson9h30 Manhã de Oração do Clero Seminário Lavras

29 Quinta- Feira Santa30 Paixão de Cristo31 Vigilia Pascal

15VAI ACONTECERcampanha da evangelização | dezembro 2017

Nascimento 07 (1976) Pe. Marcos Vinícius Clementino 07 (1984) Pe. Salvador Rodrigues de Brito14 (1947) Pe. Lázaro Nunes 18 (1973) Pe. Dr. Paulo Afonso Alves Sobrinho 19 (1976) Pe. José Ayllson de Souza 20 (1962) Pe. Tarcísio Anatólio de Almeida 25 (1955) Pe. José Paulo dos Santos29 (1961) Pe. Alci Vilas Boas 31 (1981) Pe. Vinícius Matos Sampaio

Ordenação 06 (2014) Pe. José Sérgio de Lima19 (1979) Pe. Berardo Graz 19 (1966) Pe. Savério Lipori20 (1988) Pe. Pedro Paulo de Jesus20 (1988) Pe. José Paulo dos Santos25 (1984) Pe. Antonio Carlos Frizzo

Ordenação Episcopal28 (2008) Dom Edmilson Amador Caetano

padres Aniversariantes de março

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

N. SRA. DE FATIMA V. FATIMA R$ 7.747,80

N. SRA. APARECIDA - COCAIA R$ 6.687,62

SÃO VICENTE DE PAULO R$ 4.800,00

S.RITA DE CÁSSIA – J.CUMBICA R$ 3.737,50

SANTO ALBERTO MAGNO R$ 3.460,20

N. SRA. DA CONCEIÇÃO R$ 3.400,00

STA. CRUZ – N. SRA. APARECIDA - JD. P.DUTRA R$ 3.257,50

STA. CRUZ - TABOÃO R$ 3.209,95

N. SRA. DO BONSUCESSO R$ 3.080,25

S. FRANCISCO DE ASSIS - GOPOUVA R$ 3.000,00

SANTA MENA R$ 2.144,65

S. TEREZINHA - CUMBICA R$ 2.137,75

SÃO JUDAS TADEU - T.TIBAGI R$ 1.987,30

STO. ANTONIO - PIMENTAS R$ 1.900,00

STO. ANTONIO - PQ.STO.ANTONIO R$ 1.800,70

SAGRADA FAMILIA - JD. CARMELA R$ 1.796,20

STO. ANTONIO - V.AUGUSTA R$ 1.688,15

SÃO ROQUE - CECAP R$ 1.629,90

S.F RANCISCO DE ASSIS - PR. UIRAPURU R$ 1.520,00

STO. ANTONIO - GOPOUVA R$ 1.500,00

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS - PQ. S. DUMONT R$ 1.430,80

N. SRA. DO LORETO R$ 1.421,00

SANTA LUZIA – PQ. ALVORADA R$ 1.370,00

STA. RITA DE CÁSSIA - JD. PALMIRA R$ 1.300,00

SAG. CORAÇÃO DE JESUS - JD.NORMANDIA R$ 1.300,00

SANTA LUZIA – PQ. MIKAIL R$ 1.226,75

SÃO JOÃO BATISTA R$ 1.202,00

N. SRA. DE FATIMA - JD. TRANQUILIDADE R$ 1.065,00

SÃO JOSÉ - J.P AULISTA. R$ 1.050,00

N. SRA. DE GUADALUPE R$ 1.010,50

S. JUDAS TADEU – JD.ALICE R$ 983,60

STO. ANTONIO MARIA CLARET R$ 890,00

S. FRANCISCO ASSIS - PQ.NAÇÕES R$ 860,00

N. SRA. ROSÁRIO - V. ROSALIA R$ 850,00

N. SRA. APARECIDA - JD. AMERICA R$ 850,00

SANTA ROSA DE LIMA R$ 834,70

N. SRA. DE FATIMA - JD. RACILIA R$ 820,00

SÃO PEDRO APOSTOLO R$ 812,00

N. SRA. LOURDES - ITAPEGICA R$ 801,00

SÃO GERALDO R$ 769,55

N. SRA. APARECIDA - JD. V. GALVAO R$ 750,00

CAPELANIA STELLA MARIS R$ 681,00

SAGRADA FAMILIA - JD. PARAISO R$ 632,75

TOTAL ARRECADADO R$ 83.396,12

IMPRESSO ESPECIAL7220993744 - DR/SPMMITRA DIOCESANA

CORREIOS

16 Igreja em missão

Fique por dentro de todos os eventos de nossa diocese acessando:

diocesedeguarulhos.org.br

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS - março 2018

Entrevista com a leiga Helena de Lima, missionária em Pemba, no Moçambique

O Projeto de Ação Missionária e cooperação Interecle-sial Pemba na África, mantido pelo Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) re-cebeu amissionária. Helena Pereira de Lima, da dioce-se de Guarulhos, SP. Ela conversou com a Assessoria de Imprensa do Regional Sul 1 antes de embarcar para a diocese de Pemba, e fala sobre sua expectativa a serviço da Igreja e missão na África.

Conte-nos um pouco sobre a senhora, sobre o seu trabalho na diocese de Guarulhos? Me chamo Helena Pereira de Lima e sou leiga mis-sionária. Sou natural de Pernambuco. Moro em Gua-rulhos, SP. Faço parte de animação missionária para líderes de grupos nas diversas regiões da diocese para a formação de COMIPA (Conselho Missionários Paro-quial), grupos de visitação, grupos de rua. Trabalhei na realização do segundo Congresso Missionário Dioce-sano. Atuei também nas missões populares nas diver-sas paróquias nas celebrações e vigílias missionárias entre outras atividades da diocese e também da sub--região SP2.

Como nasceu o seu despertar ao chamado mis-sionário? Nasceu nas participações dos encontros do regional COMIRE Sul1. Fui a uma experiência missionária mar-cante no Sertão da Bahia na cidade de Pilão Arcado, Diocese de Juazeiro, atividade organizada pelo COMI-DI e fui também fazer uma experiência em Porto Velho, Rondônia por 30 dias. Conheci outros projetos missio-nários na prelazia de Tefé, AM e também em Manaus, fiquei encantada com a realidade que a missão nos mostra.

Como você recebeu a notícia que iria para Pem-ba, na África? Qual foi a sensação? Meu amigo e padre Salvador que já está lá em Pemba, me incentivou a ir para lá, mas eu sempre achava que era uma possibilidade muito distante. Então acertado com o bispo da diocese de Guarulhos, Dom Edmilson Caetano, fui para Brasília fazer o curso para missioná-rios Ad Gentes, para ir para Amazônia o lugar ainda não sabia os bispos iam então entrar em contato e de-finirem o local mais acertado. Porém no decorrer do curso fui me encantando com experiências de missio-nários que voltaram da África, vídeos que mostraram a realidade daquele povo e isso foi me encantando. Foi aí que o Bispo de Pemba, Dom Luiz Fernando Lisboa passava para visitar o curso e falar com alguns que já

iam para lá e me fez um convite muito convincente. Fiquei muito feliz com essa possibilidade. Mas só depois de uma conversa com os dois bispos deci-dimos que eu iria mudar de destino. Ia para a África! Fiquei realmente encantada com isso.

Quais as suas expectativas a respeito dessa mis-são na África? As expectativas são muitas! Desenvolver um bom rela-cionamento com as pessoas sem interferir na cultura local; ser eu mesma no outro e com o outro; lidar com a saudade do que deixo para trás e ao mesmo tempo não esquecer.

Baseando-se na sua experiência pessoal e pasto-ral o que é “ser missionário/a hoje”? Ser missionário para mim não é só sair em missão fron-teira, como se pensava antes, o missionário hoje é es-tar a serviço em diversas formas e circunstâncias, é ir ao encontro dos excluídos, os afastados, desenvolver as suas funções em qualquer que seja a pastoral com amor e dedicação e não ser apenas tarefeiros que fa-zem suas obrigações como: ir à missa, dar “aulas” de catequese, reuniões etc., mas ter um olhar voltado para a universalidade da missão que recebeu desde o seu batismo.

A senhora já sabe o trabalho que vai desenvolver naquela região?Quando fui convidada para essa missão me foi dito que eu iria ajudar na organização da secretaria, dada a grande necessidade local e por eu ter uma certa expe-riência no trabalho que desenvolvi por mais de 15 anos na Paróquia onde resido e também ajudar nos diversos trabalhos pastorais.

Na sua opinião, quais os grandes desafios com que se deparam os/as missionários/as que par-tem em missão?Imagino que os grandes desafios são os primeiros me-ses de adaptação. Isso em qualquer que seja a situa-ção e local, cultural, alimentar etc. No meu caso. Como vou aprender a contribuir nessa função em realidades tão diferentes, pessoas, papéis, organizações, critérios e por aí vai.

A Igreja no Brasil está celebrando, o Ano do Lai-cato, sob o tema «Cristãos leigos e leigas, sujei-tos, na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino. E o lema: Sal da terra e luz do mundo» (Mt 5, 13-14). Neste sentido, qual o significado de ser leigo/a missionário/a na Igreja e na sociedade?Eu como leiga acho que a Igreja do Brasil acertou em cheio em dedicar um ano de celebração do leigo e com esse tema e lema tão expressivos significa o reconhe-cimento da importância dos leigos e leigas na vida da igreja. E com esse reconhecimento leva ao despertar do leigo e da leiga para uma atividade constante den-tro e fora da Igreja na sociedade como um todo, que precisa de pessoas comprometidas com a causa do Evangelho como instrumento na defesa de políticas públicas, nas causas sociais que favoreçam os mais necessitados. Acredito que se nós tivéssemos mais cristãos leigos no poder público nas diversas esferas, como conselhos municipais de saúde, conselhos tute-lares, na política em geral, assim nossa sociedade não estaria em tão grande grau de desânimo, intolerância e indignação por conta de que estamos vendo. Porém para que isso aconteça é necessário que toda a Igre-ja, bispos, padres, diáconos, enfim todo povo de Deus acredite e assume esse trabalho de capacitação, for-mação, e orientação para que os leigos e leigas sejam verdadeiramente sujeitos mais conscientes, transfor-mador de si mesmo e do outro.

Que conselhos daria, aos missionários/as leigos e leigas, sacerdotes e religiosos que estão de partida também nesta viagem à Africa?Conselhos? Dou uma dica que acredito que aconteça: que nós missionários continuemos na comunhão atra-vés da oração, da comunicação e participação para que assim possamos partilhar as nossas experiências. Com certeza isso vai nos ajudar no fortalecimento mu-tuo de nossos trabalhos.

Entrevista concedida ao jornalista Renato Papisdo Regional Sul 1 da CNBB