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Editorial Expediente

lunos dos cursos de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul, tínhamos o

desafio de elaborar para a disciplina de Mídia Impressa um jornal-laboratório que representasse os nossos valores. Pensando nisso, surgiu o Cultura UOU – A cara do Novo Mundo, aparentemente a reunião de três temas bem diferentes entre si: Festival de Blues, Surfe Adaptado e Artistas Independentes.Diante do resultado do nosso trabalho, fica fácil de perceber o que esses assuntos têm em comum. São iniciativas ousadas, criativas e que trazem um diferencial para nossa região: seja promovendo a cultura ou a prática esportiva, essas iniciativas oportunizam mais equilíbrio e ampliação dos horizontes na vida de seus públicos.São exemplos de pessoas e instituições que estão fazendo um novo mundo.

Boa leitura!

GAROPAS SURFE ADAPTADOTEXTOSBianca Carolina Neumann ZimmermannDaniele Goulart da SilvaMárcio Henrique Guaresi JúniorVictoria Petteffi FormoloFOTOSCaroline Sena PanizzonRodrigo de Oliveira Moraes

NOVOS ARTISTASTEXTOSCarina dos Santos PedrosoGabriela FiorioLisiane RizziRenata Chies PaschoaliFOTOSJuan Bartolome Ramirez VeraJéssica Hoffmann

BLUESTEXTOSGabriela Pedó BortolossoGabriela Dandolini da SilveiraIvângela MolonLaura Silveira de SouzaFOTOSJéssica GaioJonnathan Lucas Tibes Mryczka

LAYOUTBernardo Cattaneo PedrosoIsabella Silocchi de AmorimJéssica BrunettoLeonardo Frizzo de LucenaYan Gonçalves de Castilhos

UNIVERSIDADE DECAXIAS DO SULCentro de Ciências SociaisReitor: Evaldo Antonio KuiavaDiretora do Centro: Maria Carolina GulloProfessora: Alessandra Rech

A

GAÚCHO SE DESTACACOM PIANOS “DIFERENTES”

om um diferencial, Rodrigo Soltton alavan-cou a sua carreira. São invenções de pianos diferentes, projetados e construídos por ele.

A primeira invenção de Rodrigo foi o piano Black, que veio de uma necessidade e afirma “a neces-sidade é a mãe da criatividade”. O valor de trans-porte, afinação e locomoção de um piano acús-tico é muito alto e assim surgiu o piano Black, desmontável, que ele mesmo consegue carregar.

Já sua segunda invenção e a mais grandiosa até o momento é o piano Crystal. Um piano transparente que encanta aos olhos de todos. Em entrevista Rodrigo diz que essa invenção foi

uma forma de chamar mais atenção, fortalecendo a imagem do artista e aumentando seu público. “Com certeza um piano transparente ninguém espera!”

E aguardem, em 2015 novos pianos surgirão. Ro-drigo conta estar com muitas ideias e uma delas é um piano branco e outro exclusivo para revestir com fotos. “Um porta-retrato gigante”, brinca.

Soltton se apresenta em teatros e hotéis na região e também faz participações especiais em even-tos como casamentos, formaturas, entre outros.

C

Rodrigo Soltton, nascido em Novo Hamburgo e apaixonado pela música, é

pianista e desde os oito anos se dedica ao instrumento.

Telefone p/ contato(54) 3451 6299(54) 99512593

antar, tocar um instrumento, produzir um grande espetáculo. A vida nos palcos, sob a luz dos refletores parece realmente encantadora,

mas nunca nos perguntamos como, de fato, um artista conquista seu espaço. A cena artística caxiense tem se mostrado muito vasta e, ao longo dos anos, cada vez mais é possível acompanhar o nascimento dos diversos talentos que a cidade já possui. Brenda Valer, 21 anos, é uma das artistas caxienses que vêm despontando neste novo cenário musical da cidade.

Brenda começou cedo. Aos 7 anos, a jovem cantora e compositora já fazia aulas de violão na escola Pró-Música e, ao falar sobre a influência da música em sua vida e como descobriu que cantar seria a sua forma de trabalho, Brenda não pensou duas vezes: “Na verdade, a música não só influenciou quem eu sou como se tor-nou grande parte da minha essência. Para falar bem a verdade, acho que sempre soube que eu faria isso da minha vida. Por mais clichê que soe, acho que todos nós estamos predestinados a fazer determinadas es-colhas e a minha sempre foi essa”, afirma.

A cidade de Caxias do Sul manteve ao longo dos anos uma imagem bastante estereotipada quanto à visão de mercado de trabalho para os jovens caxienses, visão essa que, em sua maioria, não estava pronta para no-vas formas de trabalho que unissem, ao mesmo tem-po, os gostos e preferências destes jovens ao lucro tra-balhista. Em um passado não tão distante, era preciso abdicar do sonho de fazer aquilo que se gosta para exercer funções pouco atraentes que fomentassem o mercado.

ESCOLHAS NAESSÊNCIA

Cantora e compositora, Brenda Valer aposta na sua paixão pela música

para trabalhar.

C

Brenda acredita que, felizmente, isso está mudando e que, na Caxias de hoje, existe sim mercado para a cena artística caxiense e que a cultura da cidade está sofrendo uma clara mudança: “Olha, acredito que nas-ci em uma cidade onde as pessoas estão começando a enxergar mais a cultura que têm. Não é nada fácil, assim como nenhuma profissão é. Mas o reconheci-mento das pessoas em relação ao meu trabalho é tão gratificante que até faz com que pareça algo que já deu certo!”.

Ao falar de mudanças e cultura local, Brenda conta que foi em 2012 que sua carreira começou a deslan-char, quando passou a postar vídeos no youtube com covers de outros artistas e canções de autoria própria, como a música “Cedo”. Além disso, no início de 2014 lançou o seu primeiro videoclipe, que já passou dos 30 mil acessos. O reconhecimento da artista já levou sua música a diversas apresentações e, a mais recente, foi no Festival Brasileiro de Música de Rua, que acontece na cidade todos os anos. Outra grande realização de Brenda é o lançamento de seu primeiro disco, que está sendo gravado. O inegável caminho de sucesso da jo-

vem cantora já tem metas a serem conquistadas: “Pre-tendo lançar mais um videoclipe no mês de novembro e lançar meu CD no mês de março de 2015. Mas a maior das minhas conquistas vai ser um dia conseguir fazer com que as pessoas parem um pouquinho do seu dia para me ouvir”.

Para quem se sentiu inspirado com a história da can-tora e compositora Brenda Valer e pensa em começar sua carreira na música, ela deixa o recado: “Música nem sempre pode ser algo rentável ou estável, mas a verdade é que se tu realmente ama o que faz, tu vai viver todos os dias, feliz. E isso é para qualquer profissão. Então, tenta, tenta e tenta. E se não der, tenta de novo... Até chegar lá”.

“[...] A maior das minhas conquistas vai ser um

dia conseguir fazer com que as pessoas parem um pouquinho do seu

dia para me ouvir”

Fanpagefacebook.com/brenda.valer

Youtubeyoutube.com/user/BrendaValer

ormado por quatro homens e três mulheres, o Coral Terra Nos-tra tem em seu repertório as principais músicas típicas italianas, um legado dos primeiros imigrantes que aqui desembarcaram

em 24 de dezembro de 1875 e enraizaram a sua cultura. Por serem todos descendentes de italianos, seu objetivo ao criar o coral no ano de 2000 foi prestar uma homenagem aos 125 anos de imigração italiana. Helena, uma das integrantes, afirma que essa foi uma forma de agra-decimento aos antepassados, que corajosamente abandonaram a sua pátria para desbravar um novo território. O amor pela música também foi um fato importante para o surgimento do grupo, que começou entre amigos e familiares e mesmo depois de 14 anos ainda mantém o seu espírito entusiasta.

As apresentações acontecem na Maria Fumaça, em hotéis e cantinas da região da Serra gaúcha. Só em 2013 foram feitos 320 shows, relata Nelson, diretor do coral, que tem quase 50 anos de experiência musi-cal. Os integrantes ainda têm outras ocupações, mas sempre colocam o coral à frente. O seu público é formado quase inteiramente de tu-ristas de todas as idades, que em sua maior parte desconhecem as músicas folclóricas do Norte da Itália apresentadas nos espetáculos.

F

UMA VIAGEM ÀS ORIGENS DA IMIGRAÇÃO ITALIANA

Helena conta que esse trabalho é focado no seu público principal, “(...) os turistas ficam felizes e a alegria faz bem ao coração. Nós fazemos isso com muito amor”.

Das cerca de 25 apresentações mensais do grupo Terra Nostra, a maior parte se destina a Maria Fumaça, um passeio turístico de trem à vapor. São 23 quilômetros de percurso com 1h30min de duração, entre os mu-nicípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa. As estações ferroviárias foram inicialmente inauguradas em meados de 1900. No dia 5 de junho de 1993 foi realizado o primeiro passeio turístico da Maria Fumaça. Durante todo o trecho são realizadas apresentações pelo coral típico italiano, e outros artistas.

Neste show, além de o grupo tocar e cantar as principais músicas típi-cas italianas, existe uma grande interação com o público. A duração é cerca de dez minutos por vagão, em um total de seis vagões. Os inte-grantes convidam todos a dançar e participar do espetáculo, sempre com um sorriso no rosto e fazendo daquele momento uma lembrança inesquecível para quem assiste. Para o coral essa é a maior recom-pensa, ver a satisfação do público.

Contato para shows: Nelson FranceschiniEmail: [email protected]

Telefone: (54) 3451.4365

grupo Lumno surgiu em 2013 como resultado de uma pesquisa de teatro. “Todos

no grupo de pesquisa tinham o mesmo objetivo e queriam a mes-ma coisa”, ressalta Gabriela Pican-cio, integrante do Lumno. O espaço que deu início ao grupo foi o Tea-tro do Encontro, com orientação de Tefa Polidoro. Gabriela ainda res-salta que “em momento nenhum o Teatro do Encontro foi um espaço simplesmente para termos aula, ele abriu suas portas para nós”.

O grupo trabalhou suas primeiras peças com referências no Real-ismo e no escritor e dramaturgo Anton Tchekhov. Segundo Gabriela, “trabalhar com realismo - com te-mas tão fortes quanto Tchekhov trabalha - poderia acarretar em uma reposta negativa, mas foi o contrário”.

rte e cultura. Música e teatro. Donna Fulana e Lumno. Esses são os nomes de uma banda e de um grupo de teatro que, além da paixão pela arte, têm mais coisas em comum: são de Caxias do Sul

e são artistas independentes. Algo que pode parecer impossível para al-gumas pessoas é considerado um desafio para quem ousa trabalhar com arte de modo autônomo.

NO RITMO DOS PALCOSArtistas da música e do teatro compartilham a mesma cidade e a mesma paixão pela cultura.

A

O

LUM

NO Teatro não é apenas entretenimen-

to. Para o grupo Lumno, o teatro também é um modo de escancarar certas verdades no palco. “O obje-tivo de trabalhar com Tcheckov é mostrar que os problemas do sécu-lo XX ainda acontecem hoje, apenas em diferentes contextos sociais”, afirma o também integrante do grupo Lumno, Vinícius Agliardi.

As apresentações acontecem, normalmente, no Teatro Pedro Parentti, na Casa da Cultura. Os recursos financeiros são arreca-dados com a venda de ingressos, mas, se é necessário fazer alguma viagem, os próprios integrantes do grupo contribuem.

Página no Facebook: facebook.com/grupolumno

Donna Fulana surgiu a partir de outra banda – a Aura Free – que tinha por objetivo tocar

música gospel. Essa primeira ban-da não deu certo, mas a maioria dos integrantes permaneceu com o desejo de continuar na música. Foi dessa motivação que nasceu a Donna Fulana.

Formada por Gabriel Hernandez no vocal e violão, Giovane Cesa na gui-tarra solo, Gabriel Mattana na gui-tarra base, Felipe Maffei no baixo e Luiz Afonso na bateria, a Donna Fulana tem influências de ban-das como Engenheiros do Hawaii, Cidadão Quem e Rolling Stones. A banda possui músicas autorais com composições baseadas no dia a dia dos integrantes. “Algumas desilusões sempre geram boas letras”, comenta o integrante Felipe Maffei.

Por enquanto, a banda está deter-minada a fazer shows e, em breve, começar a gravar as músicas auto-rais para uma melhor divulgação. O principal propósito é resgatar a ideia que havia sido deixada de lado, mas para isso é preciso ter oportunidades. Felipe também co-menta que “Caxias é uma cidade que tem muito espaço pra música, e isso facilita um pouco as coisas. Contudo, em Caxias também exis-tem muitos músicos de altíssima qualidade, então, para uma banda que está começando, as portas de-moram a se abrir.”

Contato: [email protected]

Mesmo que as oportunidades não apareçam de imediato, o desejo de mostrar verdades e sentimentos em forma de arte faz a espera valer a pena. Aquilo que é superficial é visto logo de cara. Donna Fulana e Lumno podem ser descritos como o contrário de superficialidade, e, por isso, precisam lutar por oportunidades e valorização. Entretanto, nada que leve tempo para se conquistar vai embora em um piscar de olhos. Quando um espaço tão disputado – com outros artistas merecedores, mas também com superficialidades – é conquistado, ele não deixa de ser seu tão facilmente.

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NANO RITMO DOS PALCOS A

A TENDÊNCIA É CRESCER CADA

VEZ MAIS

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Para os apaixonados por blues, um megaevento anual na Serra gaúcha.

Blues #1m sua sétima edição, o Mis-sissipi Delta Blues Festival é um evento que movimen-

ta a cidade de Caxias do Sul tanto quanto a Festa da Uva. São três dias de intensa agitação, não só ao redor dos palcos, mas na rede ho-teleira, no setor de alimentação e de transporte da cidade. O evento tomou tamanha pro-porção, que artistas de outros países ligam aos organizadores, se dispondo a pagar seu custo de vinda para poder participar do fes-tival, que em 2014 ocorreu nos dias 21, 22 e 23 de novembro. Os or-ganizadores, Guilherme Montanari e Roberta Fioravanzo falam mais sobre os diferenciais e particulari-dades do evento.

UOU: Por que foi escolhido novem-bro para a exibição do festival ?

Guilherme: Novembro é uma época boa, não tem nada acontecendo em Caxias, já no final e início do ano to-dos estão viajando.

UOU: Como o festival tomou pro-porções tão grandes?

Guilherme: Não faço ideia. Na ver-dade acho que é mais o clima do festival do que qualquer outra coisa - quem vem, volta. É tudo uma di-versão, acho que a galera gosta e volta, não vejo outra explicação na verdade.

UOU: Quanto ao Festival, você acha que é bom pra Caxias?

Guilherme: O evento movimenta a cidade de Caxias do Sul tanto quan-to a Festa da Uva, pois durante seus três dias de duração há intensa movimentação na rede hoteleira, no setor de alimentação e de trans-porte.

UOU: O que o Festival representa pra você, Roberta ?

Roberta: O Festival é o maior orgulho que eu tenho na vida, difi-cilmente eu vou fazer parte de um projeto que me dê tanto orgulho que nem o Festival. Não só os três dias, mas é que nos três dias de evento acaba combinando toda a emoção. É uma satisfação, tenho certeza que daqui há 10, 20 anos eu vou olhar pra trás e vou dizer nossa, fui eu que

comecei, fui uma das pessoas que fez parte. Me sinto muito orgulho-sa, muito feliz. Nunca quero deixar de fazer parte.

UOU: Qual é a projeção do evento?

Guilherme: Do jeito que as coisas estão indo, a tendência é crescer cada vez mais. Em termos de cul-tura, espaço e atração.

UOU: Qual o diferencial do evento?

Guilherme: A gente tem a nossa maneira de fazer as coisas, que é diferente. Se a gente erra tudo bem, a gente confessa que errou, se a gente acertar a gente acha que é melhor a maneira do mundo.

Se a gente acerta a gente vai repetindo, o que a gente erra a gente vai tentando consertar, até que a gente não vai errar em nada. (risos)

UOU: O que deu certo desde a pri-meira edição?

Guilherme: A entrada é única para todos os visitantes. Não existe diferenciação de preço a não ser pelos lotes. No Festival todos são iguais.

E

Blues #2

festival deste ano contou com várias novidades. Uma delas foi o Front Porch Stage

“A Casinha” que será destinado 100% aos músicos internacionais. Larry McCray e Johnny Nicholas, Lazy Lester, Bilbo Walker, nascido no delta do Mississippi, e Bob Stro-ger foram presenças confirmadas neste palco.

A Hospedagem Solidária é mais um serviço e funciona assim: se você está a fim de hospedar alguém du-rante o festival ou procurando um lugar para ficar em Caxias, entre no site http://www.mdbf.com.br/ e cadastre-se.

O Mississipi Delta Blues juntamente com o MDBF lançaram neste ano o Mojo Card. O cartão dá acesso antecipado às atrações e eventos do Mississipi Delta Blues Festi-val, além de ter várias vantagens: descontos em ingressos, produtos da Gift Shop do MDBF e souvenirs do MDBF, além de descontos e brindes de empresas parceiras.

Para adquirir seu cartão, cadastre-se no site http://www.mdbf.com.br/. Os cartões estão disponíveis no Mississipi Delta Blues Bar e na bilheteria do MDBF. Pagando uma taxa de R$ 5,00, você adquire na hora. As regras de uso e o regula-mento geral do MOJO CARD estão disponíveis no site.

Mais uma supernovidade foi o palco Magnolia Stage, onde se apresen-taram artistas do sexo feminino. A programação já conta com algumas atrações, dentre elas Bex Marshall, de Londres. Outras presenças são Jai Mailano, diretamente do Texas/USA, a banda Cluster Sisters, de Londrina/ PR, que participou do programa Super Star. Marina Gar-cia, de Porto Alegre/RS, Dani Mon-tuori, de São José dos Campos/SP, Luíza Casé, do Rio de Janeiro/RJ, Taryn Szpilman, também do Rio de Janeiro/RJ, e Fran Duarte, de Caxi-as do Sul/RS, estarão presentes no Mississipi Delta Blues Festival.

NOVIDADES DOMISSISSIPI DELTA

BLUES FESTIVAL 2014

O

ouca gente sabe que Caxias do Sul abriga o maior festival de Blues da América, fora dos Es-tados Unidos. O Mississipi Delta Blues Festival

surgiu da ideia de dois amigos, os mesmos fundadores do Mississipi Delta Blues Bar. Eles são apaixonados pelos festivais americanos de blues. A ideia era fazer algo parecido com o Chicago Blues Festival, reunindo muitos músicos que já haviam frequentado o bar.

O primeiro festival, em 2008, teve o nome de Moinho da Estação Blues Festival e já tinha uma estrutura grande. Contava com cinco palcos simultâneos e participações importantes. Todavia, a proporção que o evento ganhou com o passar do tempo foi sem dúvidas uma surpresa pra todo mundo.

O último festival, em 2013, contou com mais de 10,5 mil pessoas nos três dias de evento. O festival conta com uma estrutura gigante, com muitos colabora-dores, funcionários e a imprensa sempre está em grande número também. No último ano foram ven-didos todos os ingressos disponíveis. É um festival de relevância mundial para os apaixonados por blues!

Em 2014, o festival foi realizado nos dias 21 a 23 de novembro. Nos demais meses do ano, a dica é curtir o espaço aberto em 2006 por Rodrigo Parisotto e Toyo Bagoso. O Mississipi Delta Blues Bar, remete, em toda a ambientação e no cardápio aos bares de beira de es-trada dos Estados Unidos onde o blues rola a solto. Está localizado em Caxias do Sul num antigo moinho em frente aos trilhos.

SURGIMENTO

P

SURFE PARATODOS

O ponto de equilíbrio entre a superação e a diversão.

“Perdido no meio de uma imensidão de água, encalhado na mais fina areia, o sonho persegue a sua similitude realidade. O esforço nunca é em vão, porque as marés vêm e vão, as ondas desfazem a monotonia das águas e as areias o repouso dos conformados.”

Provérbio do SurfeFoto: Lauro Grivot

ara viver em paz consigo mesmo, é preciso de equilí-brio. O surfe prega esse

equilíbrio entre o estado mental, físico e espiritual, trazendo diver-sos benefícios para a vida e pro-movendo o contato entre o homem e a natureza. Pensando nisso, o Ga-ropas Surf Adaptado foi criado para trabalhar com a qualidade de vida, o bem estar espiritual, físico, men-tal, psicológico e emocional, es-timulando hábitos que promovem a funcionalidade do corpo. A prática possibilita às pessoas com neces-sidades especiais muito mais do que adaptações para navegar nas ondas, sejam elas do mar ou da piscina. É mais uma oportunidade de realização de sonhos e de su-perações diárias.

O Garopas Surf surgiu através de um projeto de Lucas Fruet Gil para seu trabalho de conclusão de curso em Educação Física, na Universi-dade de Caxias do Sul, que aborda o Esporte Escolar Paraolímpico, um estudo sobre o potencial pa-radesportivo de Caxias do Sul. Foi quando Lucas teve a oportunidade de conhecer e interagir com pes-soas de diversos tipos de deficiên-cias.

A professora Renata Ramos Goulart, coordenadora da associação L ’ A Q U A

(Centro de Desenvolvimento de Es-porte, Lazer e Cultura para Pessoas com Necessidades Especiais), foi quem lhe apoiou e ajudou a com-preender um pouco da realidade dessas pessoas. Esta compreensão e aproximação lhe instigou a opor-tunizar experiências, sensações e movimentos que, frequentemente, são impossibilitados pelas barrei-ras físicas, ambientais e sociais.

Como Lucas surfa desde criança e é grato pelo estilo de vida que o esporte lhe proporcionou, resolveu, junto com a professora Renata, le-var alguns atletas da associação à praia, para vivenciarem um dia de surfe. Ela, que também é apaixona-da pelo mar e conhece o potencial incrível que essas pessoas pos-suem, fez a proposta de criarem uma escolinha de surfe adaptado, iniciando as primeiras adaptações e aprendizados na piscina da Vila

Olímpica da Universidade de Caxi-as do Sul e, posteriormente, levan-do-os para o mar.

Assim surgiu o Garopas Surf Adaptado, um projeto que faz parte da Associação L’AQUA. Possui, atualmente, cerca de 80 alunos. Conta com uma pequena equipe

de educadores físicos e acadêmi-cos do Curso de Educação Física e voluntários que auxiliam nas de-mais ações. O grupo está em bus-ca de patrocínio para incrementar atuação e aquisição de materiais, como novas pranchas. Atualmente, depende de iniciativas independentes de professores, alunos e familiares.

Lucas, Renata e sua equipe estão se aperfeiçoando a cada dia, quali-ficando profissionais e acadêmicos e estruturando os recursos mate-riais necessários para uma prática prazerosa e segura, com a meta de oportunizar a vivência do surfe e a superação a mais pessoas com de-ficiências.

“É gratificante e emocionante ver uma pequena ideia se tornar um projeto com tal proporção. Pude acompanhar todo o envolvimento de cada um deles (professores e alu-nos), suas histórias, dificuldades e superações. A gente acaba criando um elo de amizade com cada um. Ver o quanto aquele momento é empolgante para suas vidas, estar num ambiente em que a maioria nunca imaginou e praticando um esporte de difícil acesso para suas realidades é uma sensação muito difícil de descrever. É muito emo-

cionante”, diz Lucas.

P

enise tem 32 anos e é uma das alunas do projeto. Após um acidente de carro, foi

perdendo a visão e hoje tem apenas 5%, em um dos olhos. Conheceu o projeto no ano passado, pois já fazia natação nas piscinas da UCS. Avalia o projeto como “muito bom”, pois junto às aulas adquiriu equilíbrio e coragem. Acrescenta, ainda, que o Garopas traz como vantagem ser direcionado somente para pessoas portadoras de alguma deficiência, pois dessa forma recebem uma

atenção especial e, por vezes, es-capam do preconceito. “Tem que ter coragem para ficar em cima da prancha, não é para qualquer um”, diz Denise.

No meio da entrevista da Denise surge o Isaias, também de 32 anos, que diz: “Profe, diz que eu atravesso de lá até a outra ponta de cabeça para baixo”. Isaias, portador de uma retinose, participa do projeto há dois anos e conta que gosta muito de estar na companhia dos outros colegas. Se diz um apaixonado pelo

CONHECENDO OS SURFISTAS DO GAROPAS

“Tem que ter coragem para ficar em cima da prancha, não é para

qualquer um”

D

surfe, mas por enquanto está só nas aulas na piscina,sua prática no mar estava marcada para novem-bro, data pela qual espera ansioso.

Robson Fortunato, de 24 anos, é paraplégico desde os 19, quando sofreu um acidente de motocicleta. Robson, junto do amigo Carlos Carvalho, também paraplégico, faz parte do Garopas há um ano e meio, mais ou menos, quando começou a se formar a primeira turma. É um dos privilegiados que já puderam ter a chance de ir à praia para sur-

far e se empolga quando pergunta-do se já teve a oportunidade de ir e se gostou. “Já fui pra praia e curti bastante!”, diz Robson com empol-gação e um notável sorriso estam-pado no rosto.

Segundo Robson, dependência ele sempre possuiu, o que o projeto traz para ele é o inclusão no esporte. “Os professores me incentivam a vir às aulas para poder praticar al-gum esporte, não só ficar em casa com depressão. E é bom estar aqui, no meio de gente. Interagindo”, co-

menta Robson. Além disso, ele se diz livre do preconceito, e esbanja sempre um sorriso no rosto. Alegre, se mostra o mais confiante possível e não gosta de ficar parado. 

Robson (E) e Carlos

A cara do novo mundo.