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IndústrIa 3

O

Editorial

Francisco van ZellerPresidente da CiP

as novas exigências da economia

O Ministro do Trabalho anunciou que o programa Novas Oportunidades envolveu já “10% da população activa, num total de 500 mil cidadãos”. O programa, apresentado como uma oportunidade nova para os jovens e como uma nova oportunidade para os adultos, tem como objectivo melhorar a qualificação da população portuguesa.Mas os resultados reais são decepcionantes.Poderá ter melhorado o nível das habilitações académicas das pessoas que frequentaram o programa.Mas não melhorou o nível de qualificações.O que as empresas procuram são profissionais qualificados, com formação adequada ao desempenho das funções e tarefas impostas pelas novas exigências da economia.Mas, para responder a estas novas exigências, as empresas podem encontrar no mercado de emprego uma oferta de pessoas com boas habilitações académicas mas insuficiente qualificação. As empresas investem muito na formação contínua dos seus trabalhadores, tendo em vista melhorar o seu contributo para o aumento da produtividade.Mas não é só às empresas que cabe dar formação aos jovens. É às escolas e às estruturas de formação profissional. Às empresas cabe dizer quais as qualificações que os seus profissionais devem ter.Às escolas e às estruturas de formação cabe transmitir as competências necessárias à obtenção das qualificações pretendidas.Entre o momento em que as empresas definem as necessidades de qualificação do seu capital humano e o momento em que os jovens concluem a sua preparação para a vida activa decorre um longo tempo. Longo é também o tempo entre a definição dos programas de ensino / formação e o momento em que a formação é concluída.Para tentar reduzir esse lapso de tempo, a CIP dirigiu um questionário às Associações destinado a co-nhecer quais são as profissões de que as empresas vão necessitar a curto e médio prazo.As respostas, como se revela nesta edição da Revista, apontam claramente para que as necessidades das empresas são de profissionais com formação técnica, em especial na área da electricidade, da elec-trónica e da mecatrónica.Os resultados vão ser entregues à Agência Nacional para a Qua-lificação, com o pedido de adoptar desde já as medidas necessá-rias para que os programas de formação contemplem as neces-sidades das empresas, por forma a que as novas oportunidades correspondam às novas necessidades das empresas.

MElhorar a qualifiCação dos rECursos huManos

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suMÁrio

IndústrIarEVIsta dE EMPrEsÁrIOs E nEGÓCIOs

suMÁrioEditorial

informação Económica

formação• CIP identifica necessidades de formação• Aposta na excelência de formação em áreas estratégicas para o país, por Eduardo Fonseca Director do CINEL

Código do trabalho A negociação colectiva pode e deve progredir

Energia• Energia e eficiência energéticaO que consumimos, de onde vem e o que consome a indústria, por Jaime Braga• Opção Nuclear, por Bruno Soares Gonçalves, Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear, Instituto Superior Técnico• Pensando no amanhã, agindo hoje

legislação Áreas de Localização EmpresarialCIP pede apoios do QREN

Justiça• A Justiça em Portugal, por Nuno Fernandes Thomaz, Vice-Presidente do Forum para a Competitividade e Con-sultor da CIP para os assuntos de justiça

Indústria Química• O que é o REACH, por João Melo Pessoa, engenheiro químico e Assessor Técnico para as questões relaciona-das com o REACH na Associação Portuguesa de Empre-sas Químicas

Call Centers • O boom dos call centers, por Hugo van Zeller Cardoso, Director de Marketing da Pluricall

3

6

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30

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36

38

DirectorFrancisco van Zeller

Director AdjuntoDaniel Soares de Oliveira

Conselho EditorialJoão Mendes de AlmeidaHenrique Salles da FonsecaHeitor SalgueiroGregório Rocha NovoManuela GameiroJaime BragaSofia Baião Horta

SecretariadoFilomena Mendes

Administração e PropriedadeCIP - Confederação da Indústria PortuguesaAv. 5 de Outubro, 35 - 1º 1069-193 LisboaTel.: 213 164 700 Fax: 213 579 986E-mail: [email protected]: 500 835 934

N.º de registo na ERCS - 108372Depósito Legal 0870 - 9602

Produção e EdiçãoBleed - Sociedade Editorial e Organização de EventosCampo Grande, 30 - 9.º C1700-093 Lisboa

Tel.: 21 795 70 45/6Fax: 21 795 70 [email protected]

Director EditorialMiguel [email protected]

Director ComercialMário [email protected]

Gestora de MeiosSusana Ramos

Editor FotográficoSérgio Saavedra

Design e PaginaçãoJosé Santos

ImpressãoImpriluzRua Faustino da Fonseca, 1 Alfragide 2610-070 Amadora

PeriodicidadeBimestral

Tiragem10.000 exemplares

N.º 70 Julho/AgostoAno XXVIII

Design de capa: FREEPAINT, LDAwww.freepaint.pt

4 IndústrIa

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CURSOS

SISTEMA DE APRENDIZAGEM FORMAÇÃO CONTÍNUA

Electrónica de Equipamentos - Nível 3 UEEquivalência ao 12.º anoRequisitos – 9.º ano de escolaridadeSaídas Profissionais:• Técnico de Electrónica Industrial e Equipamentos• Técnico de Electrónica e Telecomunicações• Técnico de Electrónica de Instrumentação, Controlo e Telemanutenção• Técnico de Electrónica de Computadores

• Ajudas Electrónicas à Navegação• Autómatos• Automação e Controlo Industrial• CAD para Electrónica• CAD/CAM para Electrónica• Criação de Empresas – Force 2007• Electricidade e Tecnologia• Electrónica Básica• Electrónica Digital• Electrónica de Potência• Fibras Ópticas• Formação Pedagógica Inicial de Formadores• Formação Pedagógica Contínua de Formadores• Gestão Técnica Centralizada e Domótica• Higiene e Segurança no Trabalho• Informática• Internet e Multimédia• ITED – Infra-estruturas de Telecomunicações em Edifícios• Micrososft Windows, Word, Excel, Access e Power Point• Microcontroladores - PIC’S• Microprocessadores• Microssoldadura e Microssoldadura/CAM• Programa REDE• Programa ECDL Carta Europeia de Condução em Informática• Programação e Computadores• Redes de Comunicação de Dados• Redes Fixas de Telecomunicações• Robótica e CNC• Sistemas Digitais• Sistema de Gestão Documental• Segurança de Sistemas Informáticos• TV Digital/Vídeo• Formação de Quadros

QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Electrónica - Nível 3 UEEquivalência ao 12.º anoRequisitos – 11.º ano com Matemática e Física

ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA

Electrónica e Automação - Nível 4 EU (*)Telecomunicações - Nível 4 EU (*)Electrónica Médica - Nível 4 EU (*)Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos - Nível 4 EU (*) (*) Protocolo de Prosseguimento de Estudos com Instituições do Ensino Superior

EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS

Electrónica e Automação – Nível 2 e Nível 3 EUEquivalência ao 9.º ano e 12.º anoRequisitos – 6.º, 7.º, 8.º,9.º e/ou 10.º / 11.º ano de escolaridade incompleto e idade mínima 18 anosSaídas Profissionais: • Técnico de Electrónica Médica• Técnico/ Operador de Electrónica Industrial e Equipamentos• Técnico /Operador de Electrónica e Telecomuni-cações• Técnico /Operador de Electrónica de Instrumen-tação, Controlo e Telemanutenção• Técnico de Electrónica de Equipamentos de som e Imagem• Técnico /Operador de Electrónica/Computadores• Operador de Electrónica/Domótica

PARA EMPRESAS

O CINEL desenvolve acções de formação segundo as necessidades específicas de cada empresa ou organização

INFORMAÇÕESRua das Indústrias 27 A – Venda Nova – 2704-505 AMADORA www.cinel.pt

Telfs.: 21 496 77 00 Fax: 21 499 07 67 e-mail:[email protected] de S. Rosende 377 – 4300-478 Porto www.cinel.org

Tel.: 22 536 32 10 Fax: 22 536 24 87 e-mail:[email protected]

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6 IndústrIa

ConJuntura

FIGUra IBanco de Portugal – Boletim Económico de Verão 2008

Projecções 2008-2009(taxa de variação, %)

os principais problemas são de ordem interna:• amplos défices da balança corrente e orça-mental;• elevado endividamento das famílias, das empresas e do sector público;• significativo hiato em matéria de competiti-vidade.Deste modo, e para que o processo de con-vergência seja reactivado, Portugal deve:• continuar a consolidação e a reforma orça-mentais;• manter a solidez do sector financeiro;• aumentar a capacidade de oferta da econo-mia e melhorar a sua competitividade.Ao pronunciar-se sobre a necessidade de prosseguir esforços no sentido de melhorar a qualidade, a transparência e a durabilidade da consolidação orçamental, o FMI aborda a questão dos atrasos de pagamentos do Esta-do: no actual contexto económico, é necessá-

FMI: conclusões

preliminares da

Missão a Portugal,

no âmbito da

consulta ao abrigo do artigo IV

Na sequência do recente trabalho de campo (contactos com várias entidades, entre as quais a CIP) desenvolvido pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) em relação a Por-tugal, foram conhecidas, em 17/07/2008, as conclusões preliminares da referida Missão.As perspectivas do Fundo para a economia portuguesa apontam para um abrandamento da actividade económica quer em 2008 quer em 2009 (o PIB deverá crescer 1.25% em 2008 e 1% em 2009).O FMI considera que a conjuntura económica mundial está a prejudicar a recuperação da economia portuguesa, mas acrescenta que

Informação económica

Banco de Portugal:

Boletim Económico

de Verão 2008

No Boletim Económico de Verão 2008, di-vulgado em 15/07/2008, o Banco de Portu-gal apresenta uma significativa revisão em baixa das suas projecções de Janeiro/2008 para o crescimento económico no período 2008-2009.As actuais projecções apontam para um fraco crescimento da economia portuguesa no cor-rente ano e no próximo: em 2008, o PIB deve-rá crescer 1.2% (projecções de Janeiro/2008: 2%) e, em 2009, o PIB deverá crescer 1.3% (projecções de Janeiro/2008: 2.3%; em 2007, a economia portuguesa cresceu 1.9%; ver fi-gura I).A verificarem-se estes novos valores, há lugar a uma interrupção do processo de recupera-ção gradual da actividade económica no pas-sado recente que, em 2006, se caracterizou por uma evolução mais favorável das expor-tações, e que, em 2007, se caracterizou por uma aceleração do investimento.O Banco de Portugal considera que a redu-ção da procura externa dirigida às empresas nacionais, o aumento do grau de restritividade das condições de financiamento e o preço do petróleo são factores que deverão afectar de forma negativa o crescimento económico em 2008-2009.O Banco Central chama ainda a atenção para os elevados níveis de incerteza e para os riscos descendentes implícitos nestas pro-jecções, dado que, no essencial, estão asso-ciados à duração e magnitude da turbulência nos mercados financeiros internacionais, bem como à respectiva interacção com o cresci-mento económico a nível global.

1.

2.

Projecção actual Projecções de Janeiro/2008

2007 2008 2009 2007 2008 2009

PIB 1.9 1.2 1.3 1.9 2.0 2.3

Consumo privado 1.5 1.3 0.7 1.2 1.1 1.6

Consumo público -0.1 -0.2 0.0 0.0 0.0 0.4

Investimento 3.2 1.0 1.2 2.6 3.3 3.1

Exportações 7.7 4.4 4.0 7.0 4.9 6.0

Importações 6.1 3.3 2.1 4.1 2.9 3.7

Inflação 2.4 3.0 2.5 2.4 2.4 2.0

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rio aplicar com rigor o programa que obriga as entidades públicas a pagar atempadamente, tornando-o eventualmente mais ambicioso.Ao referir-se ao aumento da capacidade de oferta da economia e melhoria da competitivi-dade, o FMI foca, em síntese, o seguinte:• na raiz dos problemas económicos de Por-tugal está um crescimento anémico da produ-tividade;• O recente acordo sobre a reforma das rela-ções laborais é um importante passo: deverá facilitar a flexibilidade interna das empresas, racionalizar a negociação colectiva, encorajar os acordos ao nível das empresas e simplificar os procedimentos de despedimento; no entan-to, o aumento previsto de três pontos percen-tuais da taxa das contribuições para a Segu-rança Social nos contratos a termo deverá ser reconsiderado, uma vez que a experiência em Portugal (e em outros países da União Euro-peia) mostra que esses contratos são uma via importante para o emprego. Devem ser consi-deradas novas iniciativas tais como a elimina-ção do prolongamento automático dos contra-tos colectivos de trabalho e o alargamento do âmbito do despedimento individual;• o programa SIMPLEX continua a melhorar o clima empresarial; a sua prioridade às inicia-tivas para simplificar a obtenção de licenças em 2008 está bem colocada;• A concorrência nos mercados internos deverá ser ainda melhorada: a Autoridade da Concor-rência deverá continuar a defender e a reforçar a concorrência; uma melhoria da eficiência do sistema judicial poderá apoiar a eficácia da Au-toridade, e poderiam, também, ser estudadas (i) a possibilidade de os Tribunais optarem por decidir um aumento de pena em caso de re-curso e (ii) a possibilidade de jurisdição da Au-toridade para tomar deliberações vinculativas sobre decisões de adjudicação do governo.

2008 OECd

Economic survey

of Portugal

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) apresentou, em Lisboa, no dia 25/06/2008, o 2008 OECD Economic Survey of Portugal.Este organismo considera que Portugal fez um progresso significativo em termos de con-solidação orçamental, e que foram lançadas importantes reformas estruturais, tendo em vista a modernização da economia e o cres-cimento económico.Segundo a OCDE, Portugal terá de prosseguir com os esforços no sentido da consolidação orçamental, melhorar o enquadramento em-presarial e tornar o mercado de trabalho mais flexível, para ter um crescimento económico mais rápido e mais sustentável e uma dimi-

nuição duradoura do desemprego, e assim colher todos os benefícios da globalização.O próximo Economic Survey sobre Portugal irá ser divulgado em 2010.

Eurobarómetro:

relatório nacional

sobre Portugal

A Representação da Comissão Europeia em Portugal publicou, em 11/07/2008, o Relató-rio Nacional sobre Portugal, onde é analisado o actual clima da opinião pública portuguesa relativamente à situação a nível nacional e europeu, à economia e ao mercado laboral e às perspectivas de desenvolvimento futuro da União Europeia. Este Relatório foi elabo-rado por especialistas nacionais a partir de dados do Eurobarómetro 69, estudo da opi-nião pública realizado pela Comissão Euro-

3.

ConJuntura

4.

Pub.

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8 IndústrIa8 IndústrIa8 IndústrIa

ConJuntura

peia entre os dias 25 de Março e 4 de Maio de 2008.Para que melhor se possam entender os re-sultados deste Relatório, importa relembrar o enquadramento económico em que o Euroba-rómetro 69 foi conduzido:• anúncio do “fim da crise financeira” por parte do Governo, confirmados os dados sobre o défice orçamental de 2007 (2,6% do PIB);• comunicação, pelo Primeiro-Ministro, da descida do taxa do IVA de 21% para 20% a partir de Julho/2008;• sinais de uma crise financeira internacio-nal; crescimento acentuado dos preços dos combustíveis e dos produtos alimentares; desaceleração da actividade económica em Espanha.Note-se que a revisão em baixa das previsões do Governo para 2008 e anos seguintes teve lugar em 15/05/2008, já após o trabalho de campo do Eurobarómetro.Neste contexto, e de acordo com o Relatório, os portugueses continuam a ser dos cidadãos europeus mais pessimistas quanto à evolu-ção futura da economia do seu país: cerca de dois terços dos portugueses pensam que, em 2009, a situação tenderá a piorar no que res-peita ao emprego (contra 40% por cento dos europeus), e três em cada cinco que o mesmo sucederá em relação à situação económica em geral (contra metade dos europeus).A inflação subiu no quadro das preocupações, quer dos portugueses, quer dos europeus; quanto ao desemprego, registou-se alguma diminuição da preocupação por parte dos portugueses, mas ainda é uma das principais questões a nível nacional.

No que diz respeito à situação financeira pes-soal, 41% dos portugueses estão convencidos que irá piorar em 2009 (média europeia: 25%). Particularmente preocupante é a admissão, por mais de dois terços dos portugueses, de que têm dificuldades para pagar as contas no final do mês (média da União Europeia: 47%); é a segunda maior percentagem na União Eu-ropeia.Apesar do acima mencionado, os portugue-ses apoiam, acima da média europeia, a “eu-ropeização” de um vasto leque de políticas públicas.No entanto, somente 50% dos portugueses consideram a adesão como algo positivo e 61% afirmam que a entrada na União Eu-ropeia foi benéfica (média europeia: 52% e 54%, respectivamente); estes valores foram quase dez pontos percentuais inferiores aos verificados há seis meses atrás.

Eurostat:

PIB per

capita

(2007)

Em Junho/2008, o Eurostat divulgou o PIB per capita, em 2007, dos 27 Estados-Mem-bros da União Europeia, em Paridades de Poder de Compra (ver figura II).Os Estados-Membros com níveis de PIB per capita mais elevados face à média da União Europeia foram o Luxemburgo, a Ir-landa e os Países Baixos; por outro lado, os Estados-Membros com níveis de PIB per

Luxemburgo 276 Grécia 98

Irlanda 146 Chipre 93

Países Baixos 131 Eslovénia 89

Áustria 128 República Checa 82

Suécia 126 Malta 77

Dinamarca 123 Portugal 75

Bélgica 118 Estónia 72

Finlândia 116 Eslováquia 69

Reino Unido 116 Hungria 63

Alemanha 113 Lituânia 60

França 111 Letónia 58

Espanha 107 Polónia 54

Itália 101 Roménia 41

União Europeia 100 Bulgária 38

FIGUra IIPiB per capita em Paridades de Poder de Compra, 2007, uE=100

capita mais baixos face à média da União Europeia foram a Bulgária, a Roménia e a Polónia.No caso de Portugal, o PIB per capita, em 2007, foi de 75% da média da União Euro-peia, o nono mais baixo do conjunto dos 27 Estados-Membros.

Área do euro:

projecções

macroeconómicas

elaboradas por

especialistas do Eurosistema

As mais recentes projecções macroeconómi-cas para a área do euro elaboradas por espe-cialistas do Eurosistema foram divulgadas em Junho/2008.De acordo com essas projecções, a taxa de crescimento do PIB na área do euro deverá situar-se entre 1.5% e 2.1%, em 2008, e entre 1% e 2%, em 2009 (2.7% em 2007); a taxa de inflação deverá situar-se entre 3.2% e 3.6%, em 2008, e entre 1.8% e 3%, em 2009 (2.1% em 2007); a actividade económica na área do euro regista uma trajectória de moderação desde 2006, motivada pelo aumento dos pre-ços das matérias-primas, da apreciação da taxa de câmbio e do abrandamento da eco-nomia mundial.Estes especialistas prevêem que o PIB mun-dial (fora da área do euro) cresça cerca de 4.0%, quer em 2008 quer em 2009.

CIP/DAEM

5.

6.

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10 IndústrIa

forMação

CCom o intuito de começar a compatibilizar os programas de formação com as necessida-des das empresas, a CIP decidiu lançar, em colaboração com a Agência Nacional para a Qualificação, um questionário às Associações em que se pretende conhecer:1) Quais os profissionais que as empresas mais recrutaram nos últimos 2 anos2) Para cada um dos profissionais identifi-cados, quais as respectivas condições de acesso: habilitações literárias, a área e o nível de formação (2, 3, 4 ou 5).

CiP identifica necessidades de formação

As empresas referem frequentemente que há desajustamentos entre a oferta e a procura de emprego e que continuam a ter dificuldades em contratar profissionais com as competências adequadas às suas necessidades. Por sua vez, os organismos com responsabilidades na formação e na preparação dos jovens para a vida activa referem que não é fácil conhecer, no momento em que os programas de formação são definidos, quais serão as necessidades das empresas quando os ciclos de formação estiverem concluídos

3) Para além dessas profissões, para que outras se considera haver necessidade de recrutamento a curto/médio prazo (1 a 3 anos).4) Para cada uma das profissões em que se sente maior necessidade de recrutamento actualmente, quais as respectivas condi-ções de acesso: habilitações literárias, a área e o nível de formação (2, 3, 4 ou 5).5) Quais os profissionais que, neste mo-mento, as empresas têm maiores dificulda-des de recrutar.

As respostas obtidas permitem identificar que os profissionais que as empresas mais procu-ram são os que detêm formação técnica, em especial na área da electricidade e da elec-trónica. São também sentidas necessidades de profis-sionais qualificados na área da manutenção automóvel, da mecatrónica e da afinação de equipamentos. No sector têxtil, as empresas procuram técni-cos de enobrecimento e de tecelagem.Quanto às habilitações requeridas, apenas

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forMação

IndústrIa 11

nas profissões de pintura automóvel e serra-lharia são indicadas necessidades de forma-ção inferior ao 12º ano. Em todas as restantes profissões, as empresas exigem o 12º anos e, em muitos casos, licenciatura. Mesmo para o pessoal administrativo, as empresas exigem o 12º ano de escolaridade.As necessidades de recrutamento das empre-sas centram-se em profissionais com forma-ção técnica.Nas respostas ao questionário da CIP, foi refe-rido que, na área têxtil, não existem cursos de formação qualificantes e/ou Licenciatura que respondam às necessidades, o que é com-pensado pelo facto de, em algumas entidades formadoras, ser desenvolvida formação pro-fissional nestas áreas, mas de curta duração. Foi também referido que foi recentemente incorporado no Catálogo Nacional de Qualifi-cações a profissão de Técnico de Logística – nível 3 e 12º ano. Muitas empresas recrutam Licenciados em Engenharia Têxtil para cobri-rem esta necessidade mas esta Licenciatura não tem os referidos temas devidamente de-senvolvidos nos seus curricula.Na área da electricidade e da electrónica, é re-ferido que o mercado procura mais a vertente de redes e telecomunicações e os estudantes acabam por enveredar por essa área, o que leva a que se formem, por ano, poucos Enge-nheiros Electrotécnicos, vertente Electrónica. Para além disso, o sector tem dificuldade em encontrar profissionais com experiência em semicondutores.No sector automóvel, foi referido que as em-presas procuram profissionais qualificados (nível III) para exercer funções produtivas (pintores auto, mecânicos, soldadores, serra-lheiros, carpinteiros, chapeiros). O sector acredita que a maior dificuldade resi-de no facto de haver cada vez menos jovens interessados em desenvolver o seu percurso académico e profissional nestas áreas. Por ou-tro lado, as ofertas de emprego para este tipo de profissionais são superiores à procura e os poucos profissionais que existem são facilmen-te aliciados por empresas (localizadas em ter-ritório nacional e internacional) que oferecem condições de trabalho muito aliciantes (venci-mentos elevados) que, muitas vezes, não são comportáveis, sob pena de – entre outros as-pectos – o aumento dos seus custos de produ-ção fazer perder vantagem competitiva.Profissões como Mandrilador, Caldeireiro ou rectificador mecânico tendem a desaparecer

• Administrativos• Afinadores de Máquinas• Carpinteiro de estruturas metálicas• Contabilistas• Designer• Eng. Mecânicos e Gestão Industrial• Eng. Produção• Eng. Programas de Teste• Eng. Projectos/Processos• Eng. Qualidade e Ambiente• Fresadores• Gestor de Produto• Mecânicos Auto• Operadores de Logística• Operadores de máquinas e ferramentas• Operadores de Produção (entre o 9º e o 12º ano)• Pintor Automóveis• Preparadores de conservas de peixe• Serralheiro Civil• Serralheiro Mecânico• Serralheiro Moldes, Cunhos e Cortantes• Soldador• Técnico Electricidade de Manutenção • Técnico Enobrecimento Têxtil / Qualidade• Técnico Malhas – estruturas e programação/afinação de máquinas• Técnico Maquinação e Programação• Técnico Modelação• Técnico Tecelagem – estruturas de tecidos / debuxo e programação/afinação de máquinas• Técnicos Manutenção (Bacharelato ou 12º ano Nível IV)• Técnicos vendas / comerciais / marketing

Profissionais quE as EMPrEsas Mais rECrutaraM nos últiMos 2 anos1.

devido a uma alteração dos meios de produ-ção, com novos dinamismos e complexidades – referem as Associações quando indicam as profissões com tendência para desaparecer, que referem também que algumas profissões, associadas a um posto de trabalho, passam a ser englobadas em outras (como, por exem-plo, Torneiro mecânico, Fresador mecânico e Rectificador mecânico que aparecem, agora, associadas ao operador de máquinas e ferra-mentas), assegurando maior polivalência.

Algumas Associações referem que os profis-sionais portugueses com melhores qualifica-ções, correspondendo precisamente às áreas com maior procura, demandam muitas vezes o mercado de trabalho internacional, que ofe-rece melhores oportunidades.Por último, as Associações que responderam ao questionário da CIP referem que as profis-sões que vão desaparecer são as ligadas às actividades artesanais e tarefas administrati-vas indiferenciadas.

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12 IndústrIa

forMação

Profissional Habilitação literária Área de Formação Nível de Formação

Administrativas 12.º ano Administração 4

Afinadores de Máquinas 12º ano Técnicos Industriais 3 / 4

Bate-chapas 9º ano Recup.de Chaparia 2

Carpinteiro de estruturas metálicas 9º ano Não específica 3

Contabilistas Licenciatura Contabilidade e Fiscalidade 5

Contabilistas 12.º ano Financeira 4

Designer 12º ano / Licenciatura Design 4/5

Designers Licenciatura Design 5

Eng. Desenvolvimento >= Licenciatura Eng. Mecânica, Materiais, Electrónica, Química 5

Eng. Processo >= Licenciatura Eng. Mecânica, Materiais, Electrónica, Química 5

Eng. Produção >= Licenciatura Eng. Mecânica, Electrónica, Gestão Industrial 5

Eng. Programas Teste >= Licenciatura Eng. Electrónica 5

Eng. Projectos e Processos Bacharelato e Licenciatura Eng. Mecânica 4 e 5

Eng. Qualidade Bacharelato e Licenciatura Eng. Qualidade 4 e 5

Fresadores Ao nível do 4.º ano Geral 2

Gestor Produto 12º ano Produto / Têxtil 3/4/5

Gestores Licenciatura Gestão e Administração 5

Mecânicos Auto Ao nível do 4.º ano Geral 2

Operador Máq. E Ferramenta 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Operadores Especializados Ensino Obrigatório Indiferenciado 2

Operadores Logística Ensino Obrigatório Indiferenciado 2

Pintor 9º ano Pintura Automóvel 2

Pintor Auto 9º ano Pintura Auto 3

Serralheiro Civil 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Serralheiro Civil 9º ano Serralharia 3

Serralheiro Mecânico 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Serralheiro Moldes, Cunhos e Cortantes 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Serralheiros mecânicos Ao nível do 4.º ano Geral 2

Soldador 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Soldador 9º ano Soldadura 3

Soldadores Ao nível do 4.º ano Geral 2

Técnico automóvel Licenciatura/Bacharelato Engenharia Mecânica, Gestão Industrial 5

Técnico Comercial Licenciatura Engenharia Electrotécnica 5

Técnico Comercial 12.º ano Comércio 3

Técnico Comercial / Marketing Ensino Superior Produto / Têxtil 4/5

Técnico Electricidade de Manutenção 12º ano Electricidade e Energia 3

Técnico Electrónica 9º ano Ciências 2

Técnico Enobrecimento Têxtil 12º ano Enobrecimento Têxtil / Qualidade 3/4

Técnico Logística Licenciatura Logística da distribuição 5

Técnico Malhas 12º ano Tricotagem 3/4

Técnico Maquinação e Programação (CNC) 12º ano Metalurgia e Metalomecânica 3

Técnico Marketing Licenciatura Marketing e Publicidade 5

Técnico Modelação 12º ano Confecção 3/4

Técnico Tecelagem 12º ano Tecelagem 3/4

Técnico Vendas Licenciatura Engenharia/ Marketing/ Gestão 5

CondiçõEs dE aCEsso dos Profissionais Mais rECrutados - haBilitaçõEs litErÁrias, ÁrEa E níVEl dE forMação (2, 3, 4 ou 5)2.

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IndústrIa 13

Pub.

forMação

• Agente de Métodos• Canalizador• Carpinteiro• Desenhador Construções Mecânicas• Electricista• Engenharia de Materiais• Operador Electricidade de Manutenção• Operador Logística• Operador Manutenção• Operador máquinas e ferramentas• Serralheiro Civil• Serralheiro Mecânico• Serralheiro Moldes, Cunhos e Cortantes• Serralheiros e trabalhadores de fabrico de conservas• Soldador• Técnico Automação Industrial/Mecatrónica• Técnico Comerciais• Técnico Desenho de Construções Mecânicas/Cunhos e Cortantes• Técnico Desenho de Construções Mecânicas/Máquinas• Técnico Desenho e Fabrico Metalomecânico (CAD/CAM)• Técnico Electricidade de Manutenção• Técnico Informática• Técnico Manutenção Industrial (Mecatrónica)• Técnico Maquinação e Programação • Técnico Organização e Gestão Industrial• Técnico Planeamento Industrial• Técnico Segurança e Higiene• Técnicos Design• Técnicos electrónica• Técnicos Gás• Técnicos Manutenção• Técnicos Medições e Orçamentos

nECEssidadEs dE rECrutaMEnto a Curto/Médio Prazo (1 a 3 anos)3.

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14 IndústrIa

forMação

Profissional Habilitação literária Área de Formação Nível de Formação

Agente de Métodos 12º ano Tempos e Métodos 3

Bate-chapas 9º ano Recup. Chaparia 2

Canalizador 12.º ano Geral 3

Carpinteiro 12.º ano Geral 3

Designer 12º ano / Licenciatura Design 4/5

Electricista 12.º ano Geral 3

Eng. Desenvolvimento >= Licenciatura Eng. Mecânica, Materiais, Electrónica, Química 5

Eng. Processo >= Licenciatura Eng. Mecânica, Materiais, Electrónica, Química 5

Eng. Produção >= Licenciatura Eng. Mecânica, Electrónica, Gestão Industrial 5

Eng. Programas Teste >= Licenciatura Eng. Electrónica 5

Op. Máq. Ferramenta 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Operador de Manutenção 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Operador de Produção 9º ano e 12º ano Várias 3

Pintor Auto 9º ano Pintura Automóvel 2

Projectista Licenciatura Construção Civil 5

Serralheiro Civil 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Serralheiro Mecânico 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Serralheiro Moldes, Cunhos e Cortantes 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Soldador 9º ano Metalurgia e Metalomecânica 2

Téc. de Desenho e Fabrico Metalomecânico (CAD/CAM) 12º ano Metalurgia e Metalomecânica 3

Técnico automóvel Licenciatura/Bacharelato Eng. Mecânica, Gestão Industrial 5

Técnico Comercial / Marketing Ensino Superior Produto / Têxtil 4/5

Técnico Electrónica 12º ano Ciências 3 ou 4

Técnico Enobrecimento Têxtil 12º ano Enobrecimento Têxtil / Qualidade 3/4

Técnico Gás 12.º ano Geral 3

Técnico Malhas 12º ano Tricotagem 3/4

Técnico Manutenção = Bacharelato / 12º ano nível IV Várias 3 ou 4

Técnico Manutenção Industrial (Mecatrónica) 12º ano Metalurgia e Metalomecânica 3

Técnico Maquinação e Programação (CNC) 12º ano Metalurgia e Metalomecânica 3

Técnico Medições e Orçamentos 12.º ano Geral 3

Técnico Modelação 12º ano Confecção 3/4

Técnico Produção Licenciatura Metalurgia e metalomecânica 5

Técnico Qualidade Licenciatura Engenharias 5

Técnico Tecelagem 12º ano Tecelagem 3/4

Técnico Vendas Licenciatura Engenharia/ Marketing/ Gestão 5

Técnico Vendas Licenciatura Comércio 5

Técnicos Comerciais Licenciatura Engenharia Electrotécnica 5

• Afinadores de Máquinas• Contabilistas• Designers• Electricistas• Eng. Electrotécnicos, vertente electrónica • Gestor de Produto• Mecânicos de automóveis• Preparadores de conservas de peixe • Serralheiros mecânicos• Soldadores• Técnico Comercial – comércio externo• Técnicos frio

• Técnicos Logística• Técnicos marketing• Técnicos vendas• Bate-chapas• Pintores automóveis• Engenheiros com experiência na Industria automóvel• Técnicos manutenção Industrial• Desenhadores de construções mecânicas (CAD)• Soldadores• Serralheiro Civil (Tubistas)

Profissionais quE, nEstE MoMEnto, as EMPrEsas têM MaiorEs difiCuldadEs dE rECrutar5.

nECEssidadEs dE rECrutaMEnto a Curto / Médio Prazo (1 a 3 anos): haBilitaçõEs litErÁrias, a ÁrEa E o níVEl dE forMação (2, 3, 4 ou 5).4.

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IndústrIa 15

CinEl

aposta na excelência de formação em áreas estratégicas para o país

1. Actividades de futuro em PortugalPortugal é uma economia aberta com um grande diferencial de desenvolvimento face à EU, pelo que o seu potencial de crescimento depende da produtividade e da modernização da máquina do estado.A produtividade só aumentará com uma maior aposta na formação de recursos humanos e mais concorrência no mercado interno, (OC-DE-2007).Os bens intensivos em conhecimento (micro-electrónica, informática, telecomunicações, produtos farmacêuticos) são os que vêm co-nhecendo um maior dinamismo no comércio internacional. Por isso, Portugal não deverá concorrer com países especializados em pro-duções baseadas na intensidade do trabalho ou recursos naturais (Norte de África, Turquia, Roménia, Índia, …), mas com países que se posicionam na escala de produção e no co-nhecimento (Polónia, Hungria, Singapura, …). Deste modo, não é suficiente só produzir com mais produtividade e criatividade mas criar condições que permitam entrar em novas áre-as de actividade com potencial de crescimen-to a nível mundial.Um número significativo de segmentos e “clusters” encontra-se fortemente exposto à competição internacional e poderá constituir a base para um crescimento mais rápido num futuro, sendo de primordial importância para Portugal a promoção de uma dinâmica de “clusters”, em torno dos seguintes Sectores Estratégicos:- “Cluster” das Comunicações/Electrónica;- “Cluster” Aeronáutica/Automóvel;- “Cluster” da Saúde:- “Cluster” das Energias Renováveis.A inovação e a difusão de tecnologias serão as forças motrizes do enquadramento internacio-nal colocando pressão no sentido de gerar com-petências que as utilizem e as desenvolvam.

forMação

Comuns aqueles “cluster” existem um conjunto de tecnologias emergentes, tais como:- Tecnologias de Informação;- Tecnologias de Materiais;- Tecnologias da Vida;- Tecnologias Energéticas Limpas.Estas tecnologias vão estar associadas ao crescimento rápido de um conjunto de activi-dades e sectores organizados à escala global, bem como à criação de segmentos de mais rápido crescimento em actividades mais ma-duras.Para a operacionalização destes clusters é necessário a formação de recursos humanos com diversas vertentes de especialização.Com as actuais medidas governamentais é esperado o reverter da situação sendo con-tudo necessário ter em atenção a eficiência, a eficácia e a qualidade. Por isso, as verbas a atribuir à formação profissional não devem ser consideradas como um custo mas sim um investimento e as mesmas devem ser consis-tentes com os objectivos propostos.

2. Principais objectivosAs competências e o nível de conhecimentos

vão desempenhar um papel chave nas empre-sas dos Sectores da Indústria Eléctrica e Elec-trónica, das Telecomunicações e da Energia.O investimento em infra-estruturas tecnológi-cas estão a dinamizar a procura de talentos e nomeadamente quadros médios altamente qualificados.Espera-se que em 2009 seja mais um ano de revolução nas telecomunicações, obrigando os vários players a encontrar formas de se diferenciarem, seja pela inovação ou pela oferta de novos serviços, sendo de destacar o desenvolvimento da Televisão Digital Ter-restre. Também no campo da Saúde, em Por-tugal, estão a acontecer grandes desenvolvi-mentos que vão desde a criação do Pólo de Competitividade e Tecnologia - Health Cluster Portugal, onde 70 entidades da área da saú-de se uniram para reforçar a investigação e fomentar o desenvolvimento de parcerias e projectos inovadores, que acrescentam valor, aumentam as exportações nesta área e pos-sam atrair investimento estrangeiro, até gran-des investimento em novos Hospitais Públicos e Privados, daí resultando a necessidade de formar novos profissionais para as necessida-des emergentes, nomeadamente Técnicos de Electrónica Médica.As Redes de Nova Geração (RNG) em fibra óptica serão uma nova realidade em Portu-gal, sendo objectivo do Governo que até 2010 possam existir mais de um milhão de pessoas ligadas. Estas redes são unanimemente con-sideradas questão essencial para a moderni-zação do país por serem as auto-estradas da informação do futuro que irão proporcionar o desenvolvimento de serviços sofisticados. Por esta razão, são um investimento estratégico prioritário para o país. Neste sentido, o CINEL irá na área da fibra óptica reforçar a formação dos trabalhadores, através de formações mo-dulares de curta duração.

Eduardo Fonsecadirector do CinEl

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16 IndústrIa

Código do traBalho

aA revisão do Código do Trabalho sempre foi encarada e vincada pela CIP como uma oportunidade para proceder à redução des-sa rigidez, introduzindo maior flexibilidade – a flexibilidade que outros países conhecem e proporcionam às suas empresas nossas concorrentes - afirma Gregório Rocha Novo, considerando ainda que, removidos alguns escolhos, a negociação colectiva pode e deve progredir, tratando-se de uma aposta já assu-mida e ora revigorada – num domínio em que

as Empresas e os Sectores têm papel decisi-vo nas soluções que melhor conduzam ao in-cremento da sua produtividade e capacidade competitiva. Para Gregório Rocha Novo, os resultados prá-ticos do esforço feito pelos Parceiros Sociais e pelo Governo só serão visíveis se, no futuro, negociadores, empresários e gestores de re-cursos humanos souberem utilizar, com enge-nho e tenacidade, os meios legais que, a partir de Janeiro, poderão estar à sua disposição.

Flexibilidade externa

Apesar de ter dado o seu acordo ao texto fi-nal, a CIP continua a achar que se ficou bem aquém do necessário no capítulo da chamada flexibilidade externa.Temos presente que os trabalhadores neces-sitam das empresas, mas, igualmente, que as empresas necessitam de trabalhadores. Quando falamos em flexibilidade, não visa-mos apenas facilidade em despedir.

rEVisão do Código do traBalho

a negociação colectiva pode e deve progredirA competitividade das empresas depende muito da forma como elas podem gerir e conjugar os factores de produção ao seu dispor, no quadro que lhes é dado. O quadro jus laboral apresenta, neste momento, uma rigidez que constitui um obstáculo que se levanta às empresas que pretendem ser mais competitivas na concorrência global que quotidianamente enfrentam – considera Gregório Rocha Novo, Director da CIP e responsável pelas conversações que conduziram ao “Acordo Tripartido para um Novo Sistema de Regulação das Relações Laborais, das Políticas de Emprego e da Protecção Social em Portugal”, de 25 de Junho de 2008, que traçou as linhas gerais para a revisão do Código de Trabalho, que a CIP subscreveu

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Código do traBalho

As empresas devem poder não só racionali-zar os seus recursos como utilizá-los de modo também racional.Mas se as empresas necessitam de traba-lhadores, tal não significa que careçam, ao longo dos anos, dos mesmos ou do mesmo número.E não carecem.Daí que não deva ser impedido ou anormal-mente dificultado à gestão das empresas ajustar a sua força de trabalho, renovando-a ou adequando-a.Os critérios actualmente existentes para os despedimentos por extinção do posto de tra-balho ou as hipóteses em que é admitida a possibilidade de cessação da relação laboral por inadaptação, em nada se compaginam com aquela renovação.Por outro lado, os montantes das indemni-zações e compensações previstos para as várias formas de cessação do contrato de trabalho revelam-se, com frequência, absolu-tamente incomportáveis face às disponibilida-des financeiras das empresas, principalmente das PMES, e, mesmo quando comportáveis, absorvem recursos indispensáveis ao seu re-apetrechamento tecnológico.Tornava-se absolutamente imperioso assumir estas realidades e minimizar-lhes os efeitos.Como imperioso se tornava reequacionar ou-tras questões em torno dos fundamentos do despedimento bem como das consequências deste quando venha a ser julgado ilícito.O conceito da justa causa disciplinar devia ser redefinido, face à incerteza e insegurança que tem inerentes.

E, quanto às consequências da ilicitude, a reintegração forçosa do trabalhador, pelos reflexos de desautorização e indisciplina que tem associados, tinha que ser eliminada. Ali-ás, é mais que consabido que um tal efeito legal, só por si, desincentiva - e muito – a cria-ção de emprego e, sobremaneira, de emprego permanente.Ora, no domínio da cessação do contrato, são poucas e muito tímidas as medidas positivas que ficaram preconizadas e que praticamente se cingem à distinção entre irregularidades processuais e inexistência de justa causa, restringindo a reintegração obrigatória a esta última ou a alguns vícios procedimentais tidos por essenciais.

Ainda na área da flexibilidade externa, uma referência ao regime da contratação a termo, onde foram várias as intervenções de cunho restritivo. A redução da duração máxima para 3 anos nos contratos a termo certo e para 6 anos nos contratos a termo incerto, bem como o agravamento em 3 pontos percentuais da contribuição social associada a este tipo de contratação, são disso exemplos.Transmite-se, assim, um sinal muito negati-vo quanto à utilização de uma forma legal de contratação especialmente adequada a fazer face a necessidades reais de flexibilidade das empresas.

Organização do tempo

de trabalho

Perante a posição de irredutível indisponi-bilidade revelada, tanto pelo Governo como pelos Sindicatos, em proceder a alterações necessárias ou em não agravar o regime nos referidos domínios, absolutamente decisiva se tornava a obtenção de flexibilidade noutras áreas, mormente na organização do tempo de trabalho.Aqui, os passos positivos foram significativos. A introdução de flexibilidade na organização do tempo de trabalho por via da negociação colectiva tem-se deparado com dificuldades, por vezes insuperáveis. Isto é um dado. Igual-mente constatável é que, necessidades de ajustamento e articulação da vida profissional e familiar, têm levado os trabalhadores e as

IndústrIa 17

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18 IndústrIa

Código do traBalho

empresas a encontrarem formas de flexibilizar a organização do tempo de trabalho pautadas por alguma informalidade.É a este conjunto de premissas reais que se intentou dar resposta.Prevêem-se e introduzem-se a “adaptabili-dade grupal”, os “horários concentrados” e o “banco de horas”, permitindo-se ainda alguma forma de gestão do absentismo, articulada-mente com trabalho que o compense, num quadro em que, com excepção do “banco de horas”, a relação directa entre o trabalhador e o respectivo empregador ganha maior con-teúdo negocial, mas em que a contratação colectiva, como mecanismo de ajustamento às especificidades sectoriais e empresariais, continua a deter primazia e maior latitude.Daí que se tornasse absolutamente essencial remover os obstáculos que, presentemente, se põem à operacionalização do desenvolvi-mento da contratação colectiva, quer os de-correntes da Lei quer os criados por má apli-cação desta.Foi nessa senda que se manteve o princípio geral da negociabilidade, permitindo a nego-ciação para mais e para menos relativamente às soluções constantes do Código e, assim, propiciando os equilíbrios que as próprias par-tes tenham por mais ajustados.Um princípio com resultados já firmados e confirmados em alguns sectores marcantes da nossa economia e que aos demais não po-dia ser subtraído.É certo que se propõe a introdução de algu-mas limitações a esse princípio. Não porém, a nosso ver, de molde a descaracterizá-lo e, menos ainda, a subvertê-lo.

Caducidade das convenções

E foi norteados pelo mesmo objectivo de ope-racionalização e revitalização da negociação colectiva, que se encarou a resolução, com equilíbrio mas também com eficácia, da ques-tão da caducidade das convenções.Prevê-se um regime transitório que permitirá às convenções colectivas, cuja caducidade se encontra em apreciação judicial, caducarem, pelo menos, na data da entrada em vigor des-ta revisão do Código, ou mesmo antes se a decisão judicial for nesse sentido.Por outro lado, as próprias cláusulas da “so-brevigência eterna” passarão a caducar ao fim de 5 anos.Concomitantemente, reduz-se o prazo máxi-mo para as convenções colectivas, uma vez denunciadas, caducarem, o qual, se não esti-

verem pendentes negociações, passa a ser de 18 meses.Não figura qualquer exigência quanto à neces-sidade de proposição da arbitragem voluntária como condição de caducidade das convenções colectivas e determina-se que a arbitragem obrigatória fique confinada a casos verdadeira-mente residuais, não podendo, ela mesma, im-pedir o decurso do prazo para a caducidade.Para contraponto, surge a criação da arbitra-gem necessária, com possibilidade de ser re-querida passados doze meses sobre a caduci-dade da convenção, se não houver no sector/empresa convenção aplicável à maioria dos trabalhadores. O momento e condições que a legitimam, associados à circunstância de o respectivo objecto ter de ser obtido por acor-do ou sujeito a decisão arbitral, retiram-lhe, a nosso ver, virtualidades de bloqueio. Removidos, assim, alguns escolhos, a nego-ciação colectiva pode (deve) progredir.A contratação colectiva, como mecanismo de regulação de importância primordial, é uma aposta assumida.Mas uma aposta que tinha de ser revigorada, já que é aí que as empresas e os sectores têm papel decisivo nas soluções que melhor con-duzam ao incremento da sua produtividade e capacidade competitiva. Os resultados práticos do esforço feito pelos Parceiros Sociais e pelo Governo, só serão visíveis se, no futuro, negociadores, empre-sários e gestores de recursos humanos sou-berem utilizar, com engenho e tenacidade, os meios legais que, a partir de Janeiro, poderão estar à sua disposição.

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IndústrIa 19

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20 IndústrIa

EnErgia E EfiCiênCia EnErgétiCa

o que consumimos, de onde vem e o que consome a indústria

Retomamos o tema “energia” porque, num cenário de custos energéticos crescentes, a Indústria tem demons-trado alguma capacidade de adaptação a essa condicionante. Nesse sentido, propõe-se uma reflexão sobre o que adquirimos e, em seguida, sobre o que, como utilizadores finais, consumimos. Energia, sendo uma palavra e, também, um conceito físico, apresenta-se sob formas muito diversas, correspondentes a múltiplas realidades e vários mercados

PPodemos considerar a sua divisão entre Energia Primária, a que correspondem os combustíveis adquiridos, a electricidade adquirida ao exterior, os recursos energé-ticos endógenos combustíveis e os recur-sos energéticos endógenos directamente transformáveis em electricidade, e Energia

Final, a que correspondem os consumos dos produtos energéticos que resultam da transformação ou da comercialização das várias formas de energia primária.Em 2006, o grau de dependência energéti-ca não se alterou, conforme se pode confir-mar no quadro I.

É curioso verificarmos que a crescente im-portação de electricidade, ao mesmo tempo que melhora o rendimento de transforma-ção entre energia primária e energia final, vem agravar a nossa já grande dependên-cia energética.Essa importação, ditada sobretudo por ra-

EnErgia

Jaime BragaConsultor da CiP

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IndústrIa 21

zões económicas (sustentação das tarifas em níveis razoáveis), apresenta caracterís-ticas notáveis, facilmente entendíveis por análise do quadro II:

a) O saldo importador Portugal/Espanha foi, em 2005, de 6.971 GWh;

b) Houve “circulação” de energia entre Por-tugal e Espanha (a Galiza alimenta o Minho ou vice-versa e o conjunto Sines/Pego/Al-queva alimenta a Extremadura);

c) O saldo importador Espanha/França foi de 6.471 GWh, em 2005.

Conclusão:É evidente que, por consolidação das tro-cas físicas de electricidade, Portugal e Es-panha colaboram eficazmente na gestão técnica dos sistemas eléctricos e Portugal “adquiriu” a França 13% das suas necessi-dades em electricidade.

Sabendo-se que mais de 70% da electri-cidade produzida em França é de origem nuclear, pode dizer-se que 10% da electri-cidade consumida em Portugal é nuclear.

Os consumos finais de energia

A ordenação dos vários tipos de energia por ordem decrescente do seu consumo permite a percepção dos sinais claros so-

EnErgia

QUadrO IEnErgia PriMÁria

(Balanço Energético 2006; valores em tEP – toneladas Equivalentes de Petróleo e em %)

A) MATéRIAS-PRIMAS ADQUIRIDAS

TEP %

Carvão (integralmente importado) 3.310.329 12,8%

Petróleo (importações líquidas) 14.286.768 55,2%

Ramas de petróleo 13.512.527

Derivados do petróleo 774.241

Gás Natural (integralmente importado) 3.594.656 13,9%

Biodiesel (por transformação) 70.312 0,3%

B) ELECTRICIDADE ADQUIRIDA AO EXTERIOR

TEP %

TOTAL 467.926 1,8%

Entradas (8.624 GWh) 741.664

Saídas (3.183 GWh) 273.738

C) RECURSOS ENDÓGENOS COMBUSTÍVEIS

TEP %

Lenhas e resíduos vegetais 1.941.687 7,5%

Licores da produção de pasta de papel 759.763 2,9%

Resíduos Sólidos Urbanos 200.717 0,8%

Biogás (aterros e outros) 9.816 0,04%

D) RECURSOS ENDÓGENOS PARA PRODUÇÃO DE ELECTRICIDADE

TEP %

Hidroelectricidade 986.162 3,8%

Eólica, geotérmica, fotovoltaica 259.290 1,0%

DEPENDÊNCIA ENERGÉTICA: 84%

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22 IndústrIa

EnErgia

QUadrO IIano 2005

Fonte: ERSE, A Regulação da Energia em Portugal 1997-2007 (Abril/2008)

bre quais são os factores críticos em maté-ria de energia (ver quadro III).

Algumas notas:1. O carvão já só é utilizado na produção de electricidade.Ainda subsistem consumos marginais nos sectores químico e cimenteiro, com ten-dência para desaparecer.O sector cimenteiro substituiu o carvão por coque de petróleo, expressamente importa-do, por ser mais barato.

2. O fuelóleo está a perder expressão como combustível utilizado na Indústria; é escla-recedor o seu penúltimo lugar na lista de formas de consumo final de energia.

3. A cogeração é muito importante; repare-se que a produção de calor associada a estes processos compara com a totalidade do consumo final de gás natural, além do contributo para a redução das perdas de electricidade no seu transporte.

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IndústrIa 23

EnErgia

QUadrO IIIConsuMos finais dE EnErgia(por ordem decrescente de importância)

(Balanço Energético 2006)

QUadrO IVConsuMos finais dE EnErgia(por ordem decrescente de importância)

(Balanço Energético 2006)

Gasóleo 30,2%

Electricidade 22,1%

Gasolinas 9,7%

Lenhas e outros resíduos vegetais 9,4%

Gás natural 6,6%

Calor (cogeração) 6,6%

Gases de Petróleo Liquefeitos 5,3%

Coque de petróleo 4,2%

Jetfuel 2,9%

Fuelóleo 2,9%

Carvão 0,1%

Electricidade 24,7%

Calor 22,4%

Gás Natural 15,8%

Coque de petróleo 14,3%*

Lenhas e outros Resíduos Vegetais 10,6%

Fuelóleo 6,4%

GPL 3,4%

Gasóleo 1,8%

Carvão 0,5%

Gasolinas 0,1%

*Só Indústria Cimenteira

TOTAL NACIONALConsumo Total em 2006: 18.449.939 TEP (Toneladas Equivalentes de Petróleo)

INDÚSTRIA TRANSFORMADORAConsumo Total em 2006: 18.449.939 TEP (Toneladas Equivalentes de Petróleo)

4. O consumo de gasóleo pode ter esta-bilizado, mas representa 30% do total de energia consumida em Portugal; as varia-ções do seu custo influenciam a economia em geral.

5. O consumo de electricidade é crescente e assume-se como um indicador de desen-volvimento. É, portanto, essencial que se trate da segurança da sua produção e dis-ponibilidade, e também das condições para o controlo dos seus custos.

O que consome a Indústria

Os mesmos factores, mas agora aplicados apenas à Indústria Transformadora, apre-sentam uma realidade algo diferente (ver quadro IV).

Concluindo:- A Indústria apresenta um “cabaz” diversi-ficado de formas de energia no consumo, privilegiando a electricidade, apresentan-do altos níveis de recurso à cogeração, e tendo ainda um recurso às lenhas e outros renováveis superior à média nacional.- A cogeração é essencial; a componente calor recuperado assume-se como a se-gunda forma de energia consumida, obtida à custa de fuelóleo, de gás natural, e de biomassa florestal.- É importante, dados os crescentes com-promissos nacionais no que respeita a emissões de CO2, que se desenvolva e es-timule o recurso à biomassa.

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24 IndústrIa

PPortugal, tal como muitos países industrializa-dos, está bastante dependente do petróleo e vulnerável ao aumento do preço deste e dos restantes combustíveis fósseis. Este aumento reflecte o crescimento da procura mundial de petróleo indiciando que a alteração estrutural dos preços de energia irá manter-se. Para mi-

tigar os efeitos desta crise energética, e em consonância com as medidas apresentadas pela Comissão Europeia na sua publicação “Uma Política Energética para a Europa”, é natural o retorno do tema da energia nucle-ar. A nova concepção europeia da energia assenta em quatro pilares: (1) um mercado

Bruno soares Gonçalvesinstituto de Plasmas e fusão nuclear, instituto superior técnico

a opção nuclear

de energia funcional; (2) a passagem a uma economia de baixo carbono; (3) o aumento da eficiência energética; e (4) uma nova abor-dagem nas relações com os países terceiros. Entre as várias medidas propostas encontra-se o reconhecimento do papel da energia nu-clear no cabaz energético de alguns Estados-

Em Portugal, tal como no resto da Europa, é vital relançar o debate sobre o nuclear e tomar as medidas que per-mitam uma decisão informada. A oportunidade surge devido às repercussões do aumento do preço do petróleo no custo da energia e ao lançamento no mercado duma nova geração de reactores de fissão nuclear, muito mais eficientes e limpos e bastante mais seguros do que os anteriores

EnErgia

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IndústrIa 25

membros. Esta opção deve ser equacionada, num quadro global de: • Eficiência energética na produção, na distri-buição e no consumo.• Flexibilidade através do recurso a vários for-necedores e menor dependência de factores geopolíticos, económicos e sociais.• Diversidade através do recurso a todas as formas de energia disponíveis.• Inovação através do fomento ao desenvolvi-mento de novas tecnologias energéticas.Em Portugal, o aumento da procura de elec-tricidade tem sido consistente nos últimos 20 anos, tendo duplicado entre 1990 e 2006. A produção nacional de electricidade com recur-so a combustíveis fósseis representa aproxi-madamente 50% da produção líquida anual (Figura 1). É necessário um esforço conside-rável de promoção da eficiência energética e reconhecer que, apesar do tremendo impulso dado às energias renováveis (sobretudo eóli-ca e solar), por vários motivos estas não po-derão providenciar uma base energética está-vel ao país (de momento providenciada pela importação, carvão, gás e hídrica):• A importante contribuição da energia hídri-ca para a produção nacional de electricidade (20%) é bastante afectada pelos níveis de precipitação e portanto menos previsível que em outros países e, com o recente intenção do Governo de construir quatro novas barra-gens, o país ficará próximo do limite possível de exploração dos seus recursos hídricos.• O parque eólico instalado atingirá a saturação nos próximos dois anos (com alguma capaci-dade de expansão na exploração off-shore). A intermitência de produção (dependente da Natureza) e incapacidade de armazenagem quando atinge picos de produção, apesar da “articulação virtuosa” entre a energia eólica e a energia hídrica com a bombagem de água de jusante para montante, faz com que a efi-ciência de produção de electricidade de fonte eólica, na Península Ibérica, não exceda 20-30% da potência total instalada. • O recurso à energia solar, como é o caso da maior central solar de produção eléctrica em Moura, também deve ser colocado em pers-pectiva. Esta central com capacidade para produzir 11 MW utiliza 52000 módulos foto-vol-taicos, cobrindo uma área de 0.6 km2. Terá um custo de 58 M€ e capacidade para alimentar 8000 lares. Uma central solar com a capacida-de duma central nuclear (1.6 GW, aproxima-

EnErgia

damente 30% da electricidade consumida em Portugal) cobriria 81 km2 (aproximadamente a área da Madeira) e teria um custo de 7900 M€. Este custo é quase o dobro dos 4000 M€ esti-mado, por exemplo, para a central nuclear com capacidade para 1.6 GW proposto pelo grupo Energia Nuclear de Portugal.• 10% da factura eléctrica nacional é importa-da. A electricidade quando entra na rede de distribuição não tem cor e uma fracção signifi-cativa do saldo importador resulta de energia nuclear. Apesar de haver um forte investimen-to para diminuir esta dependência, o saldo im-portador terá tendência a aumentar caso não se adoptem soluções estruturantes. A electricidade de base só poderá ser produ-zida de três formas: ou através das centrais hidroeléctricas; ou por centrais térmicas a gás natural, um processo poluente, embora me-nos do que o petróleo, mas cujos custos so-bem com os deste (estima-se que as reservas naturais de gás tenham uma duração compa-rável às do petróleo); ou através de centrais nucleares. Uma vez esgotada a capacidade hidroeléctrica, só existe a opção nuclear para

evitar a poluição, a dependência do preço do gás natural e produzir a electricidade barata necessária ao desenvolvimento do país.

nova geração do nuclear

No actual estado do conhecimento científico, a Fusão Nuclear é a tecnologia que melhor po-derá contribuir, no largo-prazo, para uma so-lução global do problema energético, estiman-do-se algumas décadas até que esta possa estar disponível para utilização comercial. No período intermédio, a fissão nuclear poderá contribuir significativamente para o desenvol-vimento sustentado, num portfolio de energia diversificado. Uma reacção de fissão nuclear é cerca de um milhão de vezes mais poderosa que uma reacção química (a reacção de fusão nuclear é cem vezes mais potente que a de fissão). A energia libertada numa reacção de fissão (200 MeV) é incomparavelmente maior que a libertada na queima de um combustível fóssil (4 eV por molécula de dióxido de car-bono). Deste facto resulta que uma grama de urânio pode gerar a mesma electricidade

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26 IndústrIa

(100 000 kWh) que a obtida com a combustão de oito toneladas de carvão produzindo uma quantidade inferior de resíduos (Tabela 1).Para fazer face às necessidades futuras e aos níveis de segurança exigidos à indústria nu-clear, os construtores europeus, americanos e japoneses têm vários projectos de novos reactores em fases de investigação e desen-volvimento, planeamento, aprovação pelas Autoridades Reguladoras ou já em construção (Tabela 2). A nova geração de reactores nu-cleares obedece a padrões de segurança mui-to mais rigorosos que os existentes há duas décadas atrás e nas anteriores gerações. Estes reactores, denominados de Geração III, III+ ou IV, exploram conceitos inovadores no aproveitamento da energia nuclear e apresen-tam várias vantagens:• Projecto estandardizado dos modelos de modo a facilitar o licenciamento, reduzir os custos de investimento e diminuir o tempo de construção;• Projecto mais simples e austero, maior faci-lidade de operação e menor vulnerabilidade a distúrbios operacionais;• Vida útil mais longa (tipicamente 60 anos) de modo a reduzir o impacto dos custos de construção e desmantelamento no preço da electricidade produzida;• Seguras devido à redução da possibilidade de derretimento da câmara do reactor, ao uso de barreiras de protecção que evitam o esca-pe de materiais radioactivos para o exterior e ao recurso a sistemas múltiplos de segurança

Combustíveis necessários e resíduos produzidos na geração de1 MW de electricidade durante um ano

COMBUSTÍVEL RESÍDUOS

2500 t de carvão 5000 t de CO2, SO2, cinzas e metais pesados

1500 t de petróleo 4800 t de CO2, SO2 e outros

700 t de gás natural 2400 t de CO2

25 kg de urânio 23 kg de resíduos (apenas 1 kg possui alta actividade)

que garantem que a falha dum componente não compromete a segurança e integridade do sistema;• Ponto de queima mais elevado, de modo a reduzir a quantidade de combustível utilizado e o lixo produzido (em alguns designs apenas 3% do combustível utilizado necessitará de armazenamento permanente);• Economicamente mais competitivos.Afastado o problema da proliferação de armas nucleares e dos riscos associados à seguran-ça de um reactor, os resíduos são o problema mais importante que ainda requer uma so-lução duradoura. Estes são constituídos por elementos pesados, activados na operação do reactor, que levam milhares de anos a perder a radioactividade e para os quais é necessário saber como e onde tratá-los. Apesar da sua produção ser em menor quantidade nas cen-trais de nova geração, poderá ser ainda mais reduzida com a quarta geração de reactores de ciclo fechado (até 80% menos que os actu-

ais) com capacidade para tratamento total dos seus próprios resíduos. Outro problema a ter em consideração reside no desmantelamento das centrais que é complexa, morosa e cara, mas que no mundo ocidental segue procedi-mentos de segurança muito apertados. Não obstante todas as dificuldades, a energia nuclear é hoje responsável pela produção de cerca de 20% da energia eléctrica consumi-da anualmente na Terra. Existem reservas de combustível para algumas centenas de anos, capazes de sustentar um aumento da procura no período transitório até à entrada em fun-cionamento das intrinsecamente seguras cen-trais de fusão nuclear.Apesar da sua génese ser orientada para a produção de energia eléctrica, a energia nu-clear tem potencial para algumas aplicações adicionais:• Auxílio à produção de hidrogénio para as pi-lhas de combustível, por electrólise da água, fornecendo energia mais barata ou com pro-dução directa usando o excesso de calor nas centrais de quarta geração, abrindo o caminho para a economia do hidrogénio, uma energia limpa, sem emissões e amiga do ambiente, eficiente e de baixo-custo.• Auxílio à resolução do problema crescente da falta de água doce para consumo huma-no e irrigação de colheitas. A água poderá ser dessalinizada para criar água potável aprovei-tando o excesso de calor dos reactores nu-cleares.Para que a energia nuclear desempenhe um papel significativo, as decisões terão de ser tomadas na próxima década. No médio-prazo, cerca de 400 dos reactores existentes necessitarão de ser substituídos e novos lo-cais de implantação terão de ser identificados. Embora o nuclear não seja ainda uma opção para muitos países desenvolvidos, alguns co-meçam a rever os seus planos energéticos,

Produção líquida anual de electricidade em Portugal (ano:2006, Fonte: REN). Cerca de 50% da electricidade foi produzida com recurso a combustíveis fósseis.

EnErgia

Figura 1

tabela 1

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IndústrIa 27

Reactores avançados

PAÍS REACTOR POTêNCIAMW

ESTADO DO PROJECTO

EUA – Japão Advanced Boiling Water Reactor (ABWR) 1300

Em operação no JapãoCertificado nos Estados Unidos

EUA AP – 600AP – 1000

6001100 Certificado

Economic Simplified Boiling Water Reactor (ESBWR) 1550 Certificado

França European Pressurized Water Reactor (EPWR) 1600 Em construção na Finlândia

Japão Advanced Pressurized Water Reactor (APWR) 1500 Desenho básico

Coreia do Sul APR 1400 1450 Em construção

Rússia PWR V-448 1500 Em construção

PWR V-392 950 Dois em construção na Índia

Canadá Advanced CANDU Reactor (ACR) 1000 Proposto pelo Reino Unido

Certificação em curso

pacidade para construir não apenas a actual geração de novos reactores, mas também reactores de dimensões pequenas e médias para aplicações não eléctricas e necessida-des de produção mais reduzidas.

a opção nuclear

A decisão de construção duma central nuclear em Portugal deve obedecer ao cumprimento de alguns requisitos:• Existência de um Plano Energético Nacional que avalie a necessidade duma central nucle-ar no país.• Criação de uma Entidade Reguladora do Nu-clear, (prevista nas convenções internacionais que Portugal assinou), independente do poder político e económico, com credibilidade e con-dições de trabalho adequadas.• Existência de um estudo geológico do territó-rio que permita fundamentar as escolhas dos locais de construção da central e de armaze-namento geológico dos resíduos. • Plano para formação de técnicos especiali-zados em Engenharia Nuclear.Uma discussão credível, um processo que prepare estudos e legislação, o esclarecimen-to da opinião pública e a formação de técni-cos é um percurso necessário para que exista uma central nuclear daqui a oito a dez anos. As empresas portuguesas produtoras de elec-tricidade, através dos seus interesses em Es-panha, poderão facilmente posicionar-se no sector nuclear. A coordenação entre Portugal e Espanha na produção de energia nuclear é uma opção que deverá ser avaliada pela van-tagem de encurtar significativamente o prazo de acesso das empresas portuguesas a este tipo de conhecimento e, ainda, de partilhar be-nefícios, riscos e potencialidades futuras. A energia nuclear para além de ser economi-camente viável e providenciar uma base ener-gética estável, poderá contribuir, a par com a criação dum portfolio energético diversificado que aproveite as condições naturais do país, para o cumprimento das metas do protocolo de Quioto, para alterar a dependência ener-gética do exterior e favorecer o crescimento económico. Poderá ainda auxiliar a resolver a dependência do petróleo (particularmente no-tória no sector dos transportes) providencian-do electricidade para sustentar o aumento de consumo resultante da aposta de introdução de veículos eléctricos no mercado.

EnErgia

tabela 2

a relançar o debate e a reequacionar a sua inclusão no seu cabaz energético. Em mui-tos destes países o conhecimento científico e capacidades industriais foram perdidos como resultado da desnuclearização do seu parque

energético. A indústria nuclear e os governos enfrentam o desafio adicional de investir em transferência de tecnologia e formação de recursos humanos para responder às neces-sidades energéticas futuras. Será exigida ca-

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28 IndústrIa

ABB: pensando no amanhã, agindo hojeA energia é um bem precioso

Um dos nossos objectivos mais ambiciosos é garantir os direitos das gerações futuras, pautando as nossas activi-

dades por um conceito de responsabilidade social que promove um crescimento sustentável e preserva os recursos

naturais. Menor consumo de energia, mais produtividade e maior protecção do ambiente são o resultado directo do

desenvolvimento de modernas soluções tecnológicas, em muitas das quais a ABB é pioneira.

• Os custos de congestionamento, de insegurança e poluição, tornam claras as vantagens das redes ferroviárias e dos metropolitanos para o desenvolvimento sustentável da economia.

• A ABB é o primeiro fornecedor mundial de transformadores de tracção, e um dos maiores fabricantes de componentes e sistemas para a indústria ferroviária.

• Os motores consomem dois terços desta electricidade. Menos de 10 porcento dos motores eléc-tricos, a nível mundial, são equipados com accionamentos de velocidade variável.

• A ABB é líder de mercado neste segmento. Os seus drives economizam cerca de 130 milhões de megawatts/horas de energia eléctrica por ano, o equivalente à produção de 16 reactores nucleares, e podem reduzir o consumo de energia em mais de 50 porcento.

• As inúmeras centrais térmicas alimentadas a combustível fóssil, altamente poluente, são um importante factor de agressão ambiental.

• O uso eficaz da energia em todo o seu ciclo – produção, transporte e distribuição – traduz-se em melhores resultados para um mesmo consumo. A tecnologia de ponta da ABB permite aumentar significativamente a produção de energias limpas e reduzir as perdas em cerca de 30 porcento.

• A água é um recurso essencial para o ecossistema e é também o factor-chave que sustenta todas as actividades essenciais, desde a agricultura e indústria até à energia.

• Desde há mais de 50 anos, a ABB oferece aos seus clientes produtos e soluções completas para todas as actividades relacionadas com o ciclo de vida da água, desde a sua captação até à sua reintrodução no meio ambiente.

• As indústrias enfrentam crescentes exigências para aumentarem a sua produtividade dentro de um quadro de requisitos de higiene, eficiência, ergonomia, segurança, etc., cada vez mais rigoroso

• O conceito das soluções robotizadas da ABB não só garante a qualidade dos pro-dutos, respeitando os requisitos mais restritivos, como reduz substancialmente os custos operacionais.

• A competitividade mundial exige cada vez mais uma gestão optimizada dos activos indus-triais.

• A ABB estabelece diferentes tipos de colaboração com os seus clientes na área da manutenção, que poderão ir desde a simples reparação de equipamentos até acordos de parceria de média/longa duração, contribuindo para aumentar a eficiência e a dis-ponibilidade dos equipamentos.

O transporte ferroviário é essencial para a mobilidade das populações e para a logística

A indústria é responsável por cerca de 40 porcento do consumo mundial de electricidade

As necessidades mundiais de energia aumentarão 45 porcento até 2020

Podemos imaginar um mundo sem água?

As exigências de produtividade aumentam globalmente

Gestão de activos: melhoria de eficiência com menor custo

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IndústrIa 29

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30 IndústrIa

ÁrEas dE loCalização EMPrEsarial

CiP pede apoios do qrEn

A proposta de legislação sobre Áreas de Localização Empresarial (ALE) constitui um esforço assinalável para fazer renascer um conceito válido e realmente potenciador de um melhor ordenamento do território – afirma a CIP a propósito do projecto de Decreto Lei relativo ao licenciamento das ALE, onde se indica que o actual enquadra-mento legal desta matéria (Decreto Lei n.o 70/2003, de 10 de Abril) é inadequado e inexequível, não tendo sido aplicado ao longo dos seus cinco anos de vigência

nNo seu parecer, a CIP afirma ainda que as ALE só serão um instrumento de ordenamen-to do território, de segurança ambiental e de racionalidade logística se admitirem inequivo-camente a sua vocação agregadora de indús-trias transformadoras.No entender da Confederação, o QREN terá de prever um sistema de incentivos que per-mita, sem qualquer dúvida de interpretação, o apoio à criação destas Áreas de Localização Empresarial, majorando o apoio aos projectos que incluam sistemas integrados de forneci-mento de serviços ambientais, de mobilidade, de energia, de segurança e de comunicações.Como é sabido, não existe hoje qualquer ALE e, se houve iniciativas ou intenções de investi-mento, estas esbarraram com obstáculos que não foi possível transpor.E é, realmente, de lamentar este notório in-sucesso, até porque seria desejável que, com

tempo e de modo organizado, se pudesse melhorar o ordenamento do território, raciona-lizar a implantação das actividades industriais, tornar eficaz o sistema de mobilidade das pes-soas para os seus locais de trabalho, evitar duplicações de serviços, potenciar sinergias entre empresas e, mesmo, poupar energia.Vale a pena, portanto, procurar identificar cau-sas para este problema, podendo mencionar-se questões que, por si ou em combinação, inviabilizaram todas as tentativas e desmobili-zaram os potenciais proponentes:

• A localizaçãoA criação de polos empresariais abertos à in-dústria transformadora obriga à optimização de factores muitas vezes conflituantes (aces-sibilidades, proximidade de áreas urbanas, factores ambientais, disponibilidade de recur-sos humanos).

Há que reconhecer que, em muitos casos, não se conseguem localizações; muitos mu-nicípios só querem indústria dita “não poluen-te”, não dispensam os formalismos inerentes, e tem sido difícil à legislação sobre urbaniza-ção equacionar localizações que potenciem a atracção de recursos humanos e de investi-mento.Recorda-se, como exemplo a não seguir, que os dois CIRVER existentes no país tiveram de se localizar no mesmo município, originando o trânsito excessivo de resíduos perigosos.

• As condições necessárias à criação das ALEForam estabelecidas condições muito exigen-tes no que respeita às capacidades técnica e financeira dos promotores das ALE, a que se junta um conjunto extremamente complexo de exigências processuais no licenciamento, com a correspondente morosidade nas decisões e

lEgislação

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o arrastar dos prazos de realização; e todo este quadro de dificuldades era complemen-tado com a total ausência (na legislação ainda em vigor) de articulação com os processos de licenciamento das empresas que decidissem instalar-se nessas ALE.O resultado foi o que seria de esperar – pre-visão de balanços financeiros insustentáveis e falta de confiança na atractividade da sua própria oferta fizeram recuar os potenciais promotores.

• Os estudos prévios de compatibilização entre oferta e procuraA legislação actual obriga à previsão das acti-vidades a desenvolver, ao cálculo aproximado dos níveis de emissões para o conjunto do empreendimento, a estudos de impacte am-biental para o conjunto área / empresas insta-ladas, à execução de todas as infra-estruturas, inclusive de energia, sem a criação de qual-quer mecanismo que proporcione ou estimule a procura por parte de empresas que queiram localizar-se devidamente, aproveitando para se modernizarem e se reestruturarem.

• Os custos para as empresasO enquadramento legal definido para as ALE tem como consequência evidente que os custos a distribuir pelas empresas nelas instaladas serão muito elevados, ou seja, as ALE serão “condomínios” caros, inacessíveis a empresas cujos negócios proporcionam margens menores e só apetecíveis às outras empresas se proporcionarem segurança no funcionamento, dispensa de recursos huma-nos e técnicos nalgumas áreas, possibilidade de contratualização da transferência de certas responsabilidades (nomeadamente nas áreas da energia e do ambiente) e uma real simpli-ficação dos procedimentos de licenciamento e de prestação directa de certas informações estatísticas.

B) Comentários na generalidade à propos-ta de REALE

Esta proposta de legislação sobre Áreas de Localização Empresarial constitui um esforço assinalável para fazer renascer um conceito válido e realmente potenciador de um melhor ordenamento do território.No entanto, há que assinalar que não foram criadas, paralelamente, as condições que

podem permitir o sucesso desta tentativa.Em primeiro lugar, e da leitura do Projecto de diploma, são exigidas às ALE obrigações de serviço público resultantes do disposto na le-gislação relativa a Urbanização e Edificação (espaços verdes, sinalética, etc...).Seria, portanto, exigível que, neste caso, fos-sem definidas condições específicas de apoio ao investimento em ALE, o que não se veri-fica.Com efeito, o QREN, no seu regulamento es-pecífico “Sistema de Apoio a Áreas de Aco-lhimento Empresarial e Logística”, único que de um modo concreto apoia a relocalização industrial, ao definir no seu artigo 4.º que ape-nas apoia “Áreas de Acolhimento Empresa-rial” e “Serviços Avançados”, dá uma resposta desencorajadora para a indústria transforma-dora em geral.As ALE só serão um instrumento de ordena-mento do território, de segurança ambiental e de racionalidade logística se admitirem ine-quivocamente a sua vocação agregadora de indústrias transformadoras.É evidente que o QREN terá de prever um sistema de incentivos que permita, sem qual-quer dúvida de interpretação, o apoio à cria-ção destas Áreas de Localização Empresarial, majorando o apoio aos projectos que incluam sistemas integrados de fornecimento de servi-ços ambientais, de mobilidade, de energia, de segurança e de comunicações.Em segundo lugar, recordamos a posição por nós assumida em Janeiro de 2008 sobre as ALE, no âmbito da consulta pública em curso sobre o programa Simplex:- Há ou não simplificação drástica nos proces-sos de licenciamento das empresas que se localizarem nas ALE?- Continua a ser necessário que as ALE e as empresas nelas localizadas tenham licencia-mentos separados e integrais, embora com constantes cruzamentos?Regista-se o esforço patente neste Projecto de Decreto-Lei no que respeita à dispensa de duplicação de estudos de impacte ambiental quando as causas que determinaram essa obrigação para uma empresa que deseja ins-talar-se numa ALE já foram objecto de análise no estudo prévio aplicado à totalidade dessa ALE.No entanto, tal não é suficiente; as empre-sas só terão real interesse em se localizar numa ALE, se puderem simplificar realmente

IndústrIa 31

os seus próprios processos de licenciamento nas áreas da utilização da água, da gestão de resíduos e da gestão de energia.Este Projecto de Decreto-Lei deveria prever os casos em que essas responsabilidades possam ser transferidas para as ALE, me-diante contrato.

C) Notas finais

A CIP sugere que esta iniciativa legislativa seja precedida de um ajustamento do regu-lamento específico dos “Sistemas de Apoio a Áreas de Acolhimento Empresarial e Logísti-ca” que contemple o apoio adequado e prio-ritário às iniciativas de criação de ALE, no-meadamente quando estas forem precedidas de apoio dos municípios onde se localizarem e os estudos de viabilidade indicarem boas perspectivas para a instalação de empresas industriais.Os objectivos pretendidos com a figura das ALE só serão conseguidos se estas oferece-rem condições atractivas às empresas can-didatas a nelas se instalarem, e isso só se consegue com redução do esforço de inves-timento e com a minimização dos prazos de licenciamento (neste caso, é patente o esfor-ço manifestado neste Projecto).Consideramos também que a criação de ALE constituirá um instrumento muito interessan-te para que se atinjam as metas a que o país se comprometeu em matéria de eficiência energética; as ALE, sobretudo as que forem vocacionadas para a instalação de indústrias transformadoras deverão, não só montar in-fra estruturas de energia racionais e eficien-tes, como providenciar serviços de auditoria e consultadoria energética às empresas ne-las instaladas, evitando a duplicação de re-cursos e garantindo a optimização global.Finalmente, para as empresas candidatas à instalação em ALE será fundamental a dis-pensa, em todos os casos onde tal é possível, do processo de autorização de localização, a dispensa de estudo de impacte ambiental (já prevista), e a possibilidade contratual de transferência para a entidade gestora da ALE (embora sujeita a limites) da responsabilida-de das utilizações da água e da sua rejeição, e da gestão de resíduos.Na opinião da CIP, só quando se criarem as condições acima expostas será crível o su-cesso deste esforço regulamentar.

lEgislação

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32 IndústrIa

A preocupação com o funcionamento do sistema de justiça é ditada por várias razões, das quais merecem destaque as seguintes: o contraste na nossa sociedade de hoje entre a velocidade crescente das mudanças na economia e a lentidão exasperante das mudanças na sociedade e a dificuldade de resposta do nosso sistema de justiça à explosão da procura ocorrida entre nós nos últimos trinta anos

CCom efeito, a implantação do Estado de Di-reito em Portugal e a adesão à Europa es-tiveram na origem do crescimento exponen-cial das solicitações ao sistema de justiça em Portugal.Curiosamente, o 25 de Abril revolucionou o sistema económico, o sistema de segurança social, o sistema de saúde e, de um modo geral, todos os sistemas com excepção do sistema de justiça – onde as mudanças não foram fundas.Em consequência, com o acumular das so-licitações cresceram as deficiências do sis-tema de justiça, tanto do sistema legislativo como do sistema judicial.

a justiça em Portugal

nuno Fernandes thomazVice-Presidente do forum para a Competitividade

Consultor da CiP para os assuntos de justiça

No sistema legislativo manteve-se a histórica tendência dos governos para acreditar que não há problema que não se resolva com uma lei – a traduzir uma cultura política de que para governar bem basta legislar muito.À conta dessa tendência o nosso sistema le-gislativo regista uma impressionante média anual de centenas de leis e decreto-leis – isto sem contar com uma incontinência de por-tarias, resoluções normativas, regulamentos, circulares, despachos e outros normativos infra-legais.Ora, com o excesso de leis, para além de não se favorecer a segurança jurídica indispen-sável a cidadãos e empresas, corre-se o ris-

co de se generalizar o sentimento de que as leis não são para cumprir, não passando de meras sugestões de comportamento.Há uns anos atrás, chegou-se mesmo a insti-tuir para certas leis a tolerância zero, ou seja, a sugestão de que, essas sim, são as únicas leis a que tem de se obedecer.Acresce que a maioria das leis são por vezes contraditórias e falhas de rigor técnico, estão frequentemente sujeitas a rectificações e são quase sempre mal redigidas – afectando a segurança jurídica dos actos civis e das tran-sacções comerciais.Como se não bastasse, o processo legislativo tornou-se progressivamente mais complexo

Justiça

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juízes sujeitos a acções de formação anual ser de 12% em Portugal, enquanto que, por exemplo na Finlândia, atinge 93%, chegando a 100% em alguns dos países que aderiram recentemente à UE.Outra causa residirá na menor utilização das tecnologias de informação investidas na mo-dernização do sistema judicial, já que, em-bora se tenha registado uma evolução posi-tiva nos últimos anos, a base de partida para comparação (os mesmos estudos de 2002) é francamente preocupante:

Vários outros indicadores ajudam a consoli-dar a tese de que os recursos humanos e fi-nanceiros alocados ao sistema de justiça es-tão a ser geridos de forma deficiente, gritante mesmo face à evolução da sociedade, e que as deficiências de funcionamento do sistema de justiça não se podem fundamentar na fal-ta de recursos financeiros.

IndústrIa 33

e demorado, resultando enorme o espaço de tempo que medeia entre o momento em que se decide legislar e o momento em que a lei se torna aplicável – quantas vezes para ser de imediato revogada pelo ministro que se segue.Mais grave ainda a situação do funcionamen-to do sistema da justiça económica.Ao contrário da justiça penal, que por ser me-diática vende bem na comunicação social, a justiça económica está no lado que a comu-nicação social não compra, e a que, por não dar votos, os políticos, com raras e honrosas excepções, não prestam muita atenção.Desnecessário sublinhar que a justiça não é a panaceia única, a solução milagrosa para o desenvolvimento económico e social.Mas ninguém terá hoje em dia quaisquer dú-vidas de que o sistema de justiça, embora não seja condição suficiente para esse de-senvolvimento, é condição necessária para o funcionamento eficiente de uma economia de mercado.Tal a importância que tem nas decisões que os agentes económicos tomam sobre os seus investimentos, sobre o planeamento rigoroso dos seus negócios, sobre as garantias de cumprimento dos seus contratos, até sobre a formação dos preços dos bens e serviços.Para já não falar dos pesados custos econó-micos com o cumprimento dos excessos de exigências legais, regulamentares e regula-tórias – os chamados custos de contexto.Se o sistema legislativo já oferece inúmeras deficiências, mais preocupantes elas se tor-nam no sistema judicial.E são várias e complexas as insuficiências do sistema judicial: a excessiva burocracia e o custo elevado dos procedimentos proces-suais, os sucessivos subterfúgios legais que convidam a toda a espécie de expedientes dilatórios, a falta de formação dos magis-trados judiciais, a falta de tribunais espe-cializados com competência para lidar com os conflitos de interesses mais sofisticados, nomeadamente os decorrentes da actividade económica dos tempos de hoje.Tudo isto tem contribuído para a reduzidíssi-ma eficiência do sistema judicial e para uma morosidade de gravíssimas consequências.Morosidade que reduz o valor dos direitos, diminui as garantias, aumenta o risco nas transacções comerciais, causa acréscimo dos preços de bens e serviços para cobertu-ra dos riscos inerentes.

Morosidade que, por essas razões, afecta seriamente a competitividade das empre-sas, sobretudo quando comparada com a dos nossos concorrentes directos (vejam-se entre outros indicadores, os riscos de “enfor-cement” e incumprimento de contratos, de expropriações, de despejos, etc…).Situação que, afectando seriamente tanto os tribunais cíveis como os tributários, desacre-dita o sistema judicial como mediador e solu-cionador de conflitos.E não se pode dizer que as insuficiências no funcionamento do sistema de justiça se de-vam, mesmo em parte, a insuficiências dos recursos financeiros que têm sido destinados à área da justiça.Estudos fidedignos datados de 2002 afian-çam que gastámos com o funcionamento só do sistema judicial cerca de 46 milhões de euros por milhão de habitantes, montante muito superior ao que foi gasto na Irlanda, na Finlândia, na Alemanha ou na Polónia – neste último país, por exemplo, tendo sido dispendidos no mesmo ano apenas 17.8 mi-lhões de euros por milhão de habitante.Acresce que, tendo Portugal mais tribunais de primeira instância que a larga maioria dos países da EU (toma-se outra vez como exemplo a Polónia, onde existem menos de um terço dos tribunais que existem entre nós), o número de juízes por tribunal é, no entanto, menor – ao contrário do que, sinto-maticamente, não acontece com o número de funcionários por juiz, que se eleva a mais do dobro do registado noutros países.Quantificando, em termos de recursos huma-nos nos tribunais o quadro é o seguinte:

A explicação para o deficiente funcio-namento do sistema judicial tem, pois, de ser encontrada noutros causas que não na insuficiência dos recur-sos financeiros alocados à justiça.Uma causa que certamente expli-cará parte dessas deficiências re-side no facto de a percentagem de

N.º juízes p/ milhão

de habitantes

N.º juízes

p/ tribunal

N.º funcionários

p/ juiz

Alemanha 25.3 9.1 2.9

Finlândia 16.9 10.5 3

Portugal 14.9 4.3 6.3

Justiça

Despesas em TI p/ tribunal p/ milhão de habitantes (em milhões de euros)

Holanda 27.2

Itália 8.9

Polónia 0.4

Portugal 0.3

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Bem pelo contrário, recomenda-se vivamente que se deve evitar deitar dinheiro bom para cima de um sistema mau.Os diagnósticos estão feitos, a avaliação do desempenho do sistema de justiça, mormen-te do sistema judicial, é bastante negativa, e não subsistem dúvidas de que desse fraco desempenho resultam consequências gra-ves para a saúde da economia e do próprio sistema democrático.Estudos recentes estimam, aliás, que, to-mando como base a última década, os efei-tos negativos desse fraco desempenho sobre o investimento e o emprego possam ter atin-gido um prejuízo para o crescimento do PIB de cerca de 11%.Mas para que esta análise seja algo mais do que mais um diagnóstico, elencam-se de se-guida as pistas que se consideram necessá-rias para ultrapassar a crise.Em primeiro lugar, no tocante ao sistema le-gislativo, impõe-se: • uma melhoria substancial da redacção das leis como condição de melhor qualidade substantiva e melhor interpretação (“better regulation”)• a simplificação e encurtamento do processo legislativo como condição de maior eficácia na aplicação das leis.Depois, em sede de simplificação legislativa, recomenda-se: • a consolidação das leis existentes, com eli-minação da legislação obsoleta e por vezes contraditória (uma verdadeira tarefa de des-poluição legislativa)• a previsibilidade do quadro normativo, de modo a tornar as leis estáveis, nomeada-mente as leis fiscais • a obrigatoriedade do estudo prévio do im-pacto económico das principais leis, de forma a avaliar previamente o rácio custo/benefício da sua aplicação. Já no que respeita ao sistema judicial, importa: • combater a morosidade das decisões judi-ciais, que constituem um factor prejudicial ao investimento e à sã concorrência• desenvolver no mais curto espaço de tempo novos e mais expeditos sistemas de resolu-ção de litígios• implementar o recurso à arbitragem em ma-téria fiscal, contribuindo assim para reduzir o impressionante valor global das pendências existentes nos tribunais tributários.A par destas medidas, e com respeito à es-trutura judiciária, torna-se urgente:

• acelerar a reorganização judiciária, usan-do de coragem política na reestruturação do mapa judiciário • criar tribunais especializados, próprios para a resolução de litígios decorrentes das novas áreas de conflito de interesses (ambiente e áreas do direito económico, como a concorrência, as operações finan-ceiras, e as transacções transfronteiriças)• intensificar a formação contínua de todos os operadores judiciários, incluindo em maté-rias que, não sendo jurídicas, interagem com domínios até há pouco reservados exclusiva-mente ao direito• incrementar a utilização intensiva das tec-nologias de informação, de modo a retirar ganhos exponenciais de eficiência na gestão da administração da justiça.Finalmente, no domínio da simplificação ad-ministrativa, onde o actual governo merece uma nota indiscutivelmente positiva, não se pode, contudo, deixar de sugerir: • que sejam definidos objectivos quantifica-dos em termos dos benefícios a alcançar, designadamente no tocante à redução dos custos de contexto que afectam a competiti-vidade dos agentes económicos, maxi-me das empresas• que seja instituído um regime especialmente rigoroso no controle dos recursos previstos no Pro-grama Opera-cional Factores de Competitivi-dade do QREN, recur-sos esses que, segundo o que está estabelecido, montarão a 979 milhões de euros.6. A reforma de que o sis-tema de justiça carece com a maior urgência não se esgota seguramente nestas pistas que acima elenca-mos.Nem é tarefa que possa ser desempenhada apenas pelo Estado - compete a todos os operadores judiciários e requer de todos os portugueses uma cultura de responsabilidade.Mas ao Estado, que é simultaneamente o responsável pelo sistema e o seu maior uten-

te, competem obrigações especiais e, antes do mais, o dever de dar o exemplo.Ora, nem sempre assim acontece, pois o Es-tado, pela frequência com que usa posturas de força ou pela impunidade dos seus tradi-cionais incumprimentos (vide os atrasos nos pagamentos às empresas, estimados no or-dem dos 3.5 mil milhões de euros), empurra os cidadãos e as empresas para os tribunais, colocando-se quantas vezes em situação de litigante de má fé.Esperemos que os tempos sejam de mu-dança, e que o actual governo se empenhe na reforma do sistema de justiça – tendo a consciência de que os simulacros de refor-mas são o pior serviço que se pode prestar às reformas.

Texto publicado na Revista “Meeting Point“, da Câmara de Comércio Americana em Por-tugal

Justiça

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A indústria química contribuiu activamente para a revisão da política sobre produtos químicos, desde o princípio do processo, fornecendo soluções e propostas concretas de modo a conseguir-se um sistema eficiente – consi-dera João Melo Pessoa, engenheiro químico e Assessor Técnico para as questões relacionadas com o REACH na Associação Portuguesa de Empresas Químicas Num texto publicado na Revista “Planeamento Civil de Emergên-cia”, afirma que a indústria manifestou o seu apoio à existência de legislação sectorial exequível uma vez que a legislação existente tinha demonstrado ser completamente impraticável

OO que é o REACHO Regulamento (CE) n.º 1907/2006, conheci-do por Regulamento REACH (do acrónimo do nome em inglês – Register, Evaluation, Autho-rization and Restrition of Chemicals) instaura um sistema integrado único de registo, ava-liação e autorização de produtos químicos, e cria uma Agência Europeia das Substâncias Químicas (ECHA). O sistema REACH determina que as empre-sas que fabriquem e importem produtos quí-micos avaliem os riscos decorrentes da sua utilização e tomem as medidas necessárias para gerir todos aqueles que identificarem. O ónus da prova de que a segurança dos produ-tos químicos comercializados está assegura-da será transferido das autoridades públicas para a indústria.A indústria manifestou o seu apoio à existên-cia de legislação sectorial exequível uma vez que a legislação existente tinha demonstrado ser completamente impraticável. A indústria sempre foi favorável a um enquadramento le-gal dos produtos químicos baseado no risco, fundamentado em sólidos critérios científicos e promovendo simultaneamente a inovação e a sua competitividade.De facto, a indústria química contribuiu activa-mente para a revisão da política sobre produ-tos químicos, desde o princípio do processo, fornecendo soluções e propostas concretas de modo a conseguir-se um sistema eficiente.

indústria quíMiCa

João Melo PessoaEngenheiro químico e assessor técnico para as questões relacionadas com o rEaCh na associação Portuguesa de Empresas químicas

sistema integrado único de registo, avaliação e autorização de produtos químicos

rEaCh

O regulamento poderá substituir mais de 40 di-rectivas e regulamentos actualmente em vigor.

Vantagens da nova legislaçãoO sistema que regia até então os produtos químicos revelou-se muitas vezes incapaz de identificar os riscos apresentados por numero-sos produtos químicos e foi lento a agir quan-do havia riscos estabelecidos. A legislação an-terior fazia uma distinção entre “substâncias existentes”, ou seja, todas as substâncias químicas declaradas como comercializadas antes de 1981 (cerca de 120000), e “novas substâncias”, ou seja, as que foram introduzi-das no mercado a partir dessa data (menos de 3000). As novas substâncias deviam ser noti-ficadas e testadas em volumes de produção

tão baixos como 10 kg por ano, ao passo que, para os produtos químicos existentes, não existia nenhuma disposição do género. O novo sistema REACH suprime a distinção artificial entre produtos químicos “novos” e “existentes” e visa garantir o mesmo nível de conhecimento e segurança para todas as substâncias químicas existentes na UE.O regulamento tem por objectivo assegurar um elevado nível de protecção da saúde hu-mana e do ambiente e garantir a livre circula-ção das substâncias – estremes ou contidas em preparações ou em artigos –, reforçando simultaneamente a competitividade e a inova-ção. Para isso o Regulamento fixa disposições a aplicar ao fabrico, à colocação no mercado

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indústria quíMiCa

ou à utilização das substâncias – estremes ou contidas em preparações ou em artigos – e à colocação no mercado das preparações, en-quanto a legislação anterior se aplicava ape-nas a partir da colocação no mercado de uma substância.A União Europeia tem por objectivo que, até 2020, as substâncias químicas sejam produ-zidas e utilizadas de forma a minimizar os efeitos adversos significativos para a saúde humana e o meio ambiente.

Exclusões do REACHO REACH pretende simplificar e por isso não se aplica a substâncias ou processos para os quais já exista legislação comunitária conside-rada suficiente. Assim excluem-se do âmbito de aplicação do regulamento:• As substâncias radioactivas • As substâncias que estejam submetidas a um controlo aduaneiro, tendo em vista a sua reexportação, ou em trânsito;• Os produtos intermédios não isolados;• O transporte ferroviário, rodoviário, por via navegável interior, marítimo ou aéreo de subs-tâncias perigosas e de substâncias perigosas contidas em preparações perigosas.• Os resíduos,

Papel central do registoO registo constitui o elemento fundamental do sistema REACH. As substâncias químicas fabricadas ou importadas em quantidades su-periores a uma tonelada por ano devem obri-gatoriamente ser registadas numa base de dados central. Não havendo registo, a subs-tância não pode ser fabricada ou importada. O registo compreenderá os dados relativos às propriedades, às utilizações e às precauções de emprego dos produtos químicos. Os dados requeridos serão proporcionais relativamente aos volumes de produção e aos riscos que a substância comporte.O REACH regista apenas substâncias, que devem estar perfeitamente definidas. Por Substância entende-se um elemento quí-mico e seus compostos naturais ou obtidos por algum processo industrial, incluindo os aditivos necessários para conservar uma sua estabilidade e as impurezas que o processo inevitavelmente produz, com exclusão de to-dos os solventes que possam ser separados sem afectar uma estabilidade da substância ou modificar uma sua composição.

Intervenientes no REACHO REACH atribui distintos papéis aos inter-venientes na introdução de uma substância química no espaço europeu, quer por fabri-co quer por importação. Os principais papéis, porque a eles cabe o registo da substância são os de fabricante e importador.Fabricante é qualquer pessoa singular ou colectiva estabelecida na Comunidade que fabrique uma substância dentro da Comu-nidade;Importador é qualquer pessoa singular ou colectiva estabelecida na Comunidade que seja responsável pela importação (introdu-ção física no território aduaneiro da Comu-nidade)Outro papel de relevo é o de Utilizador a jusante: qualquer pessoa singular ou colec-tiva estabelecida na Comunidade, que não seja o fabricante nem o importador, e que utilize uma substância, estreme ou contida numa preparação, no exercício das suas ac-tividades industriais ou profissionais (exclui-se portanto o utilizador final, o consumidor).Note-se que as empresas não comunitá-rias não têm obrigações de acordo com o REACH (excepto as da Noruega, Islândia e Liechtenstein, as quais têm as mesmas obri-gações que os produtores /importadores da comunidade). No entanto sem registo estão interditos de vender para a comunidade.Como podem proceder ao registo? Uma op-ção é ser o registo feito pelos importadores, mas se a empresa não quiser estar depen-dente destes pode nomear um Represen-tante Único. Este é uma pessoa singular ou colectiva estabelecida na comunidade para cumprir como representante único, as obri-gações de registo e todas as outras obriga-ções impostas aos produtores ao abrigo do regulamento.

A Agência Europeia das Substâncias QuímicasO regulamento proposto prevê a criação de uma Agência Europeia das Substâncias Quí-micas. A Agência gere os aspectos técnicos, científicos e administrativos do sistema REA-CH, velando pela coerência das decisões a nível comunitário. Gere igualmente o processo de registo, além de desempenhar um papel fundamental na garantia de coerência da avaliação, esta-belecer critérios para orientar os Estados-

Membros na selecção das substâncias para avaliação e tomar a decisão de requerer mais informações sobre as substâncias em avaliação. Também emite pareceres e re-comendações no âmbito dos processos de autorização e restrição e tem obrigações no que diz respeito à confidencialidadeA nova Agência Europeia das Substâncias Químicas ficará encarregada de gerir a base de dados, receber os processos de registo e elaborar orientações para assistir os pro-dutores e importadores, assim como as au-toridades competentes, na aplicação destas disposições. A Agência Europeia das Substâncias Quími-cas é composta por: • um Conselho de Administração, respon-sável pela adopção do orçamento da ECHA, do programa de trabalho e dos relatórios anuais; • um Director Executivo, que é o represen-tante legal da Agência e é responsável pela gestão corrente da ECHA; • um Secretariado, que dá apoio aos Comi-tés e ao Fórum e assegura as tarefas no âm-bito dos procedimentos registo e avaliação, bem como da preparação de orientações, da manutenção da base de dados e da presta-ção de informações; • um Comité dos Estados-Membros, res-ponsável pela resolução de eventuais di-vergências de opinião sobre os projectos de decisões propostos pela Agência ou pelos Estados-Membros e sobre as propostas de identificação de substâncias que suscitem uma elevada preocupação; • um Comité de Avaliação dos Riscos, res-ponsável pela elaboração de pareceres sobre as avaliações, os pedidos de autorização, as propostas de restrições e as propostas de classificação e de rotulagem; • um Comité de Análise Socioeconómica, responsável pela elaboração de pareceres sobre os pedidos de autorização, as propos-tas de restrições e qualquer outra questão relacionada com o impacto sócio-económico de uma proposta de acção legislativa; • um Fórum, que coordena uma rede de au-toridades dos Estados-Membros responsá-veis pelo controlo do cumprimento do siste-ma REACH;• uma Câmara de Recurso, que decide dos recursos interpostos contra as decisões to-madas pela Agência.

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PPortugal conta assim com milhares de postos de atendi-mento prontos para informar, fidelizar ou angariar clien-tes. Este cenário promete continuar a revolucionar o uni-verso do marketing directo no nosso país, elegendo este organismo como uma peça fundamental na ponte entre Empresa e Cliente (B2B ou B2C). Porquê o Contact Center?

O Contact Center em regime de outsourcing, (aquele que não está afecto a nenhuma marca / empresa em particu-lar), é um prestador de serviços independente que vende a empresa-cliente através de vários canais, embora es-sencialmente através do marketing telefónico.

Hugo van Zeller Cardosodirector de Gestão Comercial e Marketing da Pluricall

o boom dos call centersNão restam grandes dúvidas acerca deste fenómeno, e de que veio para ficar. O sector dos Call Centers apresen-ta actualmente uma das maiores taxas de crescimento na economia nacional e com tendência para aumentar. Existem actualmente cerca de 450 empresas que desenvolvem actividades de Contact Center contribuindo com um valor superior a mil e trezentos milhões de euros por ano - ou seja, 1% do PIB (dados da APCC).

O telefone é ainda hoje o mais personalizado e eficiente meio de comunicação directa, permitindo auscultar de perto os mercados, detectando oportunidades e obten-do resultados em tempo real, acelerando e optimizando toda uma estratégia comercial. Assim, o Contact Center chega a um grande nº de po-tenciais clientes, num reduzido espaço de tempo e co-brindo uma vasta àrea geográfica, representando uma mais valia na poupança de tempo e de logística para todos os envolvidos.Tanto para o público em geral que procura uma assistên-cia personalizada e que à distância de um telefonema substitui uma fila de balcão ou uma deslocação desne-cessária, como para empresas que queiram ir ao encon-

Call CEntErs

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tro directo do seu público-alvo através de campanhas de angariação de clientes.

Campanhas de telemarketing

Aqui os exemplos sucedem-se. No Inbound (recepção de chamadas) vive-se um universo de atendimento ao cliente através de linhas informativas, spots de TV, en-comendas, apoio técnico (800, 808, 707 ou outros). A satisfação do cliente é assim uma prioridade absoluta. Por outro lado o Outbound (emissão de chamadas) re-flecte um lado comercialmente mais proactivo, tradu-zindo-se em acções de captação de clientes tais como vendas directas de produtos ou serviços, marcação de visitas comerciais, Lead Generation, estudos de merca-do, actualização de bases de dados, cobranças, etc.Para além destes existem ainda serviços de e-mail, in-ternet, fax, correio e sms; inserção de dados, serviços de backoffice, entre outros.

O que oferece a Pluricall?

Uma centralização de toda esta actividade num só or-ganismo, permitindo maior rentabilidade e fiabilidade, controlo e flexibilidade de resultados, onde uma equipa de profissionais apresenta uma solução à medida das necessidades de cada cliente.O orçamento inclui Controlo de Qualidade, Supervisão com acompanhamento personalizado ao desempenho de operadores, software de telemarketing Altitude (aten-dimento automático com guião numa solução integrada de computador e telefone), relatórios detalhados e uma Gestora de Cliente dedicada.

Call CEntErs

A Pluricall disponibiliza igualmente serviços em língua estrangeira¬ - A situação geográfica privilegiada de Por-tugal, a facilidade linguística e a mão-de-obra acessível garantem uma crescente procura por parte de mercados europeus. Entre os parceiros da Pluricall encontram-se sectores tão diversificados como o das telecomunica-ções, editorial, informática, automóvel, saúde, turismo, eventos, e outras.

Conclusões

A Pluricall proporciona uma resposta rápida e versátil a estratégias comerciais de qualquer tipo de empresa. Os departamentos de Marketing e Comercial, disponibi-lizam case studies e propostas gratuitas a qualquer inte-ressado que queira saber mais sobre esta solução.Mesmo empresas que o façam internamente recorrem frequentemente a este tipo de outsourcing para maximi-zar resultados, aliviar o factor tempo para outras tarefas ou simplesmente fidelizar os seus clientes.Quem pode usufruir dos serviços de um Contact Center? Qualquer empresa que pretenda iniciar uma actividade ou aumentar o seu volume de negócios, através de uma abordagem de Marketing cada vez mais procurada por empresas de todo o mundo.

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oECd Economic survey of Portugal

Paulo Nunes de Almeira

Vice-presidente da aEP

CIP, AEP E AIP

Estudam propostas de combate à crise

“Temos que, em conjunto, encontrar propostas para resol-ver os problemas que afectam a actividade das empresas e põem em causa a competitivi-dade da economia portuguesa”, considera Francisco van Zeller a propósito dos encontros que CIP, AIP e AEP têm mantido com a intenção de definirem as medidas a propor ao Governo.Os custos da energia, os atra-sos de pagamento do Estado

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimen-to Económico) apresentou, em Lisboa, no final de Junho, o 2008 OECD Economic Survey of Por-tugal.Este organismo considera que Portugal fez um progresso signifi-cativo em termos de consolidação orçamental e que foram lançadas importantes reformas estruturais, tendo em vista a modernização da economia e o crescimento económico.

notíCias

Paulo Nunes de Almeida dei-xou de exercer as funções de Vice-Presidente da CIP, por ter sido elei-to Vice-Presidente da AEP.

Segundo a OCDE, Portugal terá de prosseguir com os esforços no sentido da consolidação orça-mental, melhorar o enquadramen-to empresarial e tornar o mercado de trabalho mais flexível, para ter um crescimento económico mais rápido e mais sustentável e uma diminuição duradoura do desem-prego, e assim colher todos os benefícios da globalização.O próximo Economic Survey so-bre Portugal será divulgado em 2010.

Sistema IES

CiP satisfeita com resultados

A CIP esteve estreitamente envolvida na criação e desenvolvimen-to do sistema IES – Informação Empresarial Simplificada, face ao po-tencial de simplificação de que se revestia e ao tipo de informação que poderia proporcionar – afirmou o Presidente da CIP no Seminário sobre Simplificação Administrativa organizado pela OCDE que decorreu em Lisboa, acrescentando que, com base nos dados do IES referentes a 2006 já foi possível à CIP elaborar quadros estatísticos que permitem conhecer a dimensão real do tecido empresarial português. Na sua intervenção, o Presidente da CIP destacou também o Sistema de Mediação Laboral, através do qual o empregador e o trabalhador podem alcançar um acordo, nos termos e com o conteúdo que con-siderarem mais conveniente, sem necessidade de intervenção de um tribunal.

às empresas, a subida das ta-xas de juro, a par da melhoria das qualificações dos recursos humanos e da necessidade de desbloqueamento urgente dos incentivos comunitários ao in-vestimento constituem os prin-cipais motivos de preocupação, nos quais deveremos concen-trar os nossos esforços, visando encontrar soluções que permi-tam ultrapassar a crise – afirma o Presidente da CIP.

A Direcção da CIP aprovou, por unanimidade, um voto de louvor em que refere a “forma dedicada e competente com que exerceu o seu mandato na Confederação”, assinalando a sua “disponibilidade sem limites”, o “sentido de iniciati-va” e a “generosidade com que se envolveu em dossiês importantes que têm directamente a ver com a melhoria da competitividade das empresas”.João Costa, novo Presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuá-rio de Portugal, passou a integrar a Direcção da CIP.

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notíCias

atenuar efeitos da crise energética nas empresas

Melhorar a oferta energética, diversificando o mix e aproveitan-do as oportunidades para reduzir o custo médio da energia; melho-rar a balança comercial e reduzir a dependência do exterior; elimi-nar os obstáculos à competitivi-dade das empresas em Portugal, em particular face a Espanha; e promover a eficiência no consu-mo energético são os objectivos estratégicos que a AEP, AIP e CIP apontam num documento conjun-to que apresenta 7 medidas para atenuar os efeitos da crise ener-gética nas empresas: 1. intensificar os estímulos à utili-zação dos biocombustíveis;

2. avaliar a oportunidade de pro-dução de energia nuclear em Portugal;3. rever o processo de definição das tarifas da electricidade e do gás;4. promover a harmonização do ISP entre Portugal e Espanha;5. promover mais concorrência

Missão do FMI a Portugal

Conhecidas conclusões preliminares

“Cá Fora Também se aprende”

Ciclo de seminários do Conselho nacional de Educação

Alterações climáticas

leilão de emissões seria golpe na competitividade das empresas

Na sequência do trabalho de campo desenvolvido do FMI sobre Portugal, que contactou várias entidades (entre as quais a CIP), foram conhecidas, em 17 de Julho, as conclusões prelimi-nares: “o FMI considera que a conjuntu-ra económica mundial está a pre-judicar a recuperação da econo-mia portuguesa, mas acrescenta que os principais problemas são de ordem interna:• amplos défices da balança cor-rente e orçamental;

O Conselho Nacional de Educação vai realizar no dia 17 de Novembro um seminário so-bre aprendizagem não formal. “Num momento em que a escola perde cada vez mais o monopólio do ensino e as novas tecnologias instauram outros modelos de aprender, é importante ver que possibilidades essa realidade abre para as aprendizagens fora da escola” – considera a Comis-são “Educação e Formação ao Longo da Vida”, da qual a CIP faz parte.

O CELE (www.cele.pt) em Portugal tem de proteger os sec-tores exportadores – afirmou o Secretário de Estado da Indús-tria e da Inovação na 1ª reunião do Fórum para as Alterações Climáticas que teve lugar em Lisboa no dia 2, com a presen-ça de 5 membros do Governo e 130 responsáveis de diversos sectores, adiantando que a tran-sição é difícil, existe um tecido económico instalado, há investi-mentos e programas em curso e

tem de existir economia material. Por sua vez, o Secretário de Es-tado do Ambiente afirmou que o leilão de licenças de emissão está decidido para o sector elec-troprodutor e que, sobre os res-tantes sectores do CELE, nada está assente.Os representantes da indústria na reunião consideraram que o leilão integral sobre as emissões industriais seria um golpe muito grave na competitividade da in-dústria.

• elevado endividamento das fa-mílias, das empresas e do sector público;• significativo hiato em matéria de competitividade.Deste modo, e para que o pro-cesso de convergência seja reac-tivado, Portugal deve:• continuar a consolidação e a re-forma orçamentais;• manter a solidez do sector fi-nanceiro;• aumentar a capacidade de ofer-ta da economia e melhorar a sua competitividade”.

nos combustíveis e na electrici-dade em Portugal; 6. promover eficiência energéti-ca nas empresas industriais e de transportes e, por último; 7. estimular a poupança de ener-gia nas empresas de serviços e micro-empresas.

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