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#89 Boletim publicado pela Direcção da Associação de Professores de Matemática APMinformação Julho de 2008 Editorial Desde 1989 até ao número 89 Suplementos do APMinformação nº 89: Convocatória da Assembleia Geral da Associação de Professores de Matemática. O APMinformação surgiu como principal veículo de in- formação entre a Direcção e os sócios. Que importância teria o APMinformação na casa de cada um de nós nessa altura? Ao longo de vários anos, de várias direcções e de vá- rias equipas editoriais muita tinta se fez correr, muito se escreveu, muito se reformulou, mas acima de tudo, muito partilhámos e aprendemos!!! Hoje, passados 89 números surge uma inevitável ques- tão: será que o APMinformação continua a ter a mesma importância para todos? Numa era em que concorremos electronicamente, com- pramos séries e filmes à la carte e onde comunicamos em tempo real à distância uns dos outros, mudar-se-á também o APMinformação para outro formato? Será que consegui- remos arranjar uma maneira melhor de partilhar as infor- mações que são os relatos da vida dos Núcleos Regionais, a divulgação, a constante reflexão, …? Se perguntarmos a um coleccionador decerto dirá que não. E os sócios que opinião têm? Olhando para o primeiro número, percebemos clara- mente que independentemente do formato, algumas das notícias podiam ser as de hoje. Há 19 anos, confortavel- mente nos nosso sofás, podíamos ler que Leiria/Coimbra estava a caminho de um núcleo regional, de Vila Nova de Milfontes chegavam notícias prometidas, nascia o núcleo de Almada/Seixal, questionava-se a existência do núcleo de Lisboa e o núcleo do Porto era consolidado. Curiosamente, neste final de 89 falava-se de um parecer que fora solicitado sobre os então Novos Programas. Perante o apelo da reco- lha de materiais com interesse para o Centro de Recursos, uma investigadora holandesa dava um contributo sobre o ensino da matemática na Holanda. Lê-se ainda “desde já se pede a colaboração dos leitores para o APMinformação através de pequenas notícias, sugestões e críticas relativas à vida da nossa Associação.(Nota de Abertura, APMi nº1)”. É com este constante desejo de partilha entre todos que queremos continuar. Tal como no primeiro dia do APMinformação se apre- goava, “Por hoje é tudo! (…) votos de muitos (e bons) nú- meros de vida”. A equipa editorial

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#89Boletim publicado pela Direcção da Associação de Professores de Matemática

APMinformaçãoJulho de 2008

Editorial

Desde 1989 até ao número 89

Suplementos do APMinformação nº 89: Convocatória da Assembleia Geral da Associação de Professores de Matemática.

O APMinformação surgiu como principal veículo de in-formação entre a Direcção e os sócios. Que importância teria o APMinformação na casa de cada um de nós nessa altura? Ao longo de vários anos, de várias direcções e de vá-rias equipas editoriais muita tinta se fez correr, muito se escreveu, muito se reformulou, mas acima de tudo, muito partilhámos e aprendemos!!! Hoje, passados 89 números surge uma inevitável ques-tão: será que o APMinformação continua a ter a mesma importância para todos? Numa era em que concorremos electronicamente, com-pramos séries e fi lmes à la carte e onde comunicamos em tempo real à distância uns dos outros, mudar-se-á também o APMinformação para outro formato? Será que consegui-remos arranjar uma maneira melhor de partilhar as infor-mações que são os relatos da vida dos Núcleos Regionais, a divulgação, a constante refl exão, …? Se perguntarmos a um coleccionador decerto dirá que não. E os sócios que opinião têm? Olhando para o primeiro número, percebemos clara-mente que independentemente do formato, algumas das notícias podiam ser as de hoje. Há 19 anos, confortavel-mente nos nosso sofás, podíamos ler que Leiria/Coimbra estava a caminho de um núcleo regional, de Vila Nova de Milfontes chegavam notícias prometidas, nascia o núcleo de Almada/Seixal, questionava-se a existência do núcleo de Lisboa e o núcleo do Porto era consolidado. Curiosamente, neste fi nal de 89 falava-se de um parecer que fora solicitado sobre os então Novos Programas. Perante o apelo da reco-lha de materiais com interesse para o Centro de Recursos, uma investigadora holandesa dava um contributo sobre o ensino da matemática na Holanda. Lê-se ainda “desde já se pede a colaboração dos leitores para o APMinformação

através de pequenas notícias, sugestões e críticas relativas à vida da nossa Associação.(Nota de Abertura, APMi nº1)”. É com este constante desejo de partilha entre todos que queremos continuar. Tal como no primeiro dia do APMinformação se apre-goava, “Por hoje é tudo! (…) votos de muitos (e bons) nú-meros de vida”.

A equipa editorial

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2 | Abril 2008 || nº 88

Notícias

Horário da sede da APM/Horário de Verão

Informamos os sócios que de 1 a 17 de Agosto a sede da APM está encerrada, reabrindo

a 18 de Agosto no horário habitual, que é:

Segunda tarde das 13:00 às 19:00 horas

Terça manhã das 10:00 às 14:30 horas

Quarta tarde das 13:00 às 19:00 horas

Quinta manhã das 10:00 às 14:30 horas

Sexta todo o dia das 10:00 às 19:00 horas

Conselho Consultivo para o Plano

de Implementação dos Novos

Programas do Ensino Básico

(PINPEB)

O representante da APM no conselho consultivo para o plano de implemen-tação dos novos programas do ensino básico é o colega Fernando Nunes. Esperamos dar mais informações em próximos APMinformação.

Trabalho voluntário de sócios

A APM cresceu graças ao trabalho de voluntariado dos seus associados. Durante largos anos, a Associação contou com a colaboração e empenho de mais funcionários do que aqueles com que pode contar neste momento. Para dar resposta ao elevado volume de trabalho com que a Associação se depara, lançamos um repto aos nossos associados (especialmente aos aposen-tados) no sentido de poderem dar o seu contributo.

Eleições 2008

Processo Eleitoral

Tal como nos anos anteriores, irão decorrer eleições durante o ProfMat

2008. Assim, iremos eleger 5 novos elementos para a Direcção da qual ces-sam funções os colegas: Rita Bastos, Cristina Cruchinho, Manuela Simões, Sónia Félix e Sónia Figueirinhas. Permanecem na Direcção Helena Amaral, José Tomás, Nuno Valério e Paulo Correia. Os candidatos à Direcção da APM serão anunciados na página web da associação, onde poderá acompanhar todo o processo eleitoral.

Votações por correspondência

Pode votar por correspondência, ten-do em conta que deve:— assinalar as suas preferências e do-

brar o boletim de voto em quatro;— colocar o voto num envelope e

fechar, não escrevendo nada no mesmo;

— colocar o envelope dentro de outro, escrever no remetente o seu nome completo e o número de sócio

— enviar para a sede garantindo que o envelope chega antes das eleições.

Quinto Campeonato Nacional de

Jogos Matemáticos

O Quinto Campeonato de Jogos reali-zar-se-á na Covilhã, na Universidade da Beira Interior, em Março de 2009.

Chama-se a atenção que dois dos jogos do campeonato foram altera-dos relativamente ao campeonato do ano passado. Assim, os jogos Pontos e Quadrados e Amazonas serão trocados por Konane e Avanço. Os novos kits da APM já incluem estes jogos, cujas regras podem ser en-contradas no site da Associação Ludus http://ludicum.org/cnjm/cnjm5/

Grupos de trabalho

Grupo das publicações

A nova equipa responsável pelo Grupo de Trabalho das Publicações iniciou a sua actividade no fi nal de Abril de 2008. Desde então assumiu um con-junto de decisões que se tornavam ur-gentes na vida da Associação e, em tão curto período de tempo já:— foi feita a reedição de Princípios e

Normas para a Matemática Esco-lar, com 4000 exemplares, para a qual foi necessário realizar algum trabalho prévio;

— está em fase de reedição, em par-ceria com a Secção de Educação Matemática da SPCE, a brochura A Matemática na Formação Inicial de Professores;

— está em fase de edição a brochura A Astronomia de Pedro Nunes na aula de Matemática, integrada no Ano Internacional da Astronomia e que tem o apoio da Câmara Mu-nicipal de Alcácer do Sal;

— está em fase de preparação a reedi-ção do “livrinho” amarelo — Reno-vação do Currículo de Matemática;

Estão a ser equacionadas novas reedi-ções de obras já esgotadas. Sugestões para publicações úteis ao trabalho dos professores serão sempre bem vindas.

A equipa do Grupo das Publicações

Centro de Recursos

O Centro de Recursos da APM possui um conjunto de materiais que podem ser requisitados pelos sócios e pelas es-colas desde que, a escola requisitante seja assinante da revista Educação e Matemática. Desses recursos fazem parte livros, fi lmes, calculadoras, jo-

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3 | Abril 2008 || nº 88

Informações relativas ao Atractor

Decorreu, no passado dia 2 de Junho, uma Assembleia Geral ordinária da Associação Atractor, no edifício central da Universidade do Porto, para apresentação, discussão e votação do Relatório e Contas do exercício do ano 2007 e do Plano de Actividades e Orçamento para 2008. A situação da Associação Atractor para 2008 apresenta-se condicionada por vários factores que se pren-dem com as demoras nos pagamentos relativos aos projectos em curso do Ciência Viva, bem como com a indefi nição relativamente à autorização do ministério quanto à continuidade daqueles que têm vindo a colaborar desde longa data no Atractor. Apesar destes condicionalismos, o Atractor propõe-se concluir os vários Projectos Ciência Viva que estão em curso, a saber:— Matemática interactiva para invisuais;— Módulos expositivos de matemática – Bilhar a laser (construção a cargo da Escola de Tecnologia e Gestão

do Instituto Politécnico de Bragança); Geometria da Tartaruga (construção com a colaboração e super-visão técnica do Engº Carlos Graf da FEUP)

— Conteúdos virtuais de topologia e sistemas dinâmicos.No ano 2008, o Atractor participará ainda na Universidade Júnior, que decorrerá durante todo o mês de Julho, com duas actividades:— Geometria da Tartaruga — inserida no programa Experimenta no Verão, destinado a alunos do 5º e do

6º anos;— Matemática e Origami — inserida no programa Verão em Projecto, destinada a alunos dos 9º, 10º e 11º

anos.Outras novidades previstas para o ano de 2008 são:— a produção de um DVD no âmbito do Projecto Conteúdos Virtuais de Topologia e Sistemas Dinâmicos;— colaboração na Revista da APM , a cargo do Eduardo Veloso, a exemplo do que já acontece com a Gaze-

ta da Matemática.Mas a colaboração da APM com o Atractor não se fi ca por aqui. O Atractor tem vindo a manter contactos com o Grupo de Geometria para uma extensão da página sobre poliedros.

Manuela Simões

gos, materiais manipulativos, caixas de materiais, baús temáticos para a sala de aula, bem como exposições iti-nerantes. Tem também uma colecção de teses em educação, disponível para consulta, podendo alguns volumes, ser requisitados. Quase todo o material pode ser requisitado mas, existe uma ordem de prioridade:

1º Encontros Nacionais;2º Encontros Regionais;3º Grupos de Trabalho;4º Sócios individuais, ou escolas que

sejam assinantes da revista.

Cada sócio poderá requisitar no má-ximo três livros, ou teses, por um período de 10 dias úteis, não sendo permitido requisitar revistas. Os materiais manipulativos, os jogos, os fi lmes, os baús para a sala de aula e as caixas de materiais, tam-bém poderão ser requisitados, estes,

por um período máximo de 10 dias úteis. Os baús de calculadoras podem ser requisitados por um mês, sendo que no acto de devolução deverão ser entregues 8 pilhas novas, a fi m de ga-rantir o funcionamento permanente de todas as calculadoras. No próximo ano lectivo contamos disponibilizar para requisição baús de calculadoras e sensores que foram adquiridos no âm-bito do projecto MATMAT Materiais Educativos para Potenciar o Ensino/Aprendizagem e Divulgação da Matemática — Ciência Viva VI. Informamos ainda que, no âmbito deste projecto, serão disponibilizados outros baús dos quais daremos notí-cias em próximos APMinformação. Quanto às requisições, podem ser feitas por carta, para a sede da APM na Rua Dr. João Couto n.º 27-A, 1500-236 Lisboa, (fax: 21 716 64 24, email: [email protected], telefone: 217163690), sendo da responsabilidade do sócio o

levantamento e a entrega do material, em horário a combinar com a funcio-nária responsável pelos recursos. A APM cobra um valor simbólico pela requisição de alguns materiais que ser-ve para os manter em condições nor-mais de empréstimo. Tal como foi referido atrás, a APM tem algumas exposições itinerantes que empresta às escolas, mediante o pagamento de uma verba que reverte para a manutenção da exposição. Esse empréstimo é feito por um período de três semanas devendo as escolas inte-ressadas enviar o seu pedido por car-ta, fax ou email para a sede da APM, até dia 15 de Outubro de 2008. Nesse pedido deverão indicar três exposições, por ordem de prioridade, bem como três datas. Deve constar ainda o nome da escola e a respectiva morada, o nome do responsável pelo pedido e um tele-fone de contacto ou um endereço de email.

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4 | Abril 2008 || nº 88

O responsável terá de ser sócio da APM a menos que a escola requisitan-te seja assinante da revista Educação e Matemática. Sem a verifi cação de to-dos os requisitos atrás enunciados os pedidos não serão considerados. As exposições disponíveis para empréstimo poderão ser visitadas em pormenor no seguinte endereço:http://www.apm.pt/portal/index.php?id=10816

Descriminam-se de seguida os níveis de ensino a que se destinam: A Matemática é de Todos (1º ciclo); A Festa da Água (4º, 5º, 6º e 7º anos); Aventura no País da Matemática (2º, 3º ciclo e secundário);Sempre Houve Problemas (3º ciclo e secundário); M.C. Escher, Arte e Matemática (3º ciclo e secundário); À Medida do Tempo (3º ciclo e se-cundário); Geometria (secundário), Matemática e Tecnologia (básico e secundário); Jogos do Mundo (bási-co e secundário); Livros de Texto de Matemática (dirigida a professores e público em geral) e ainda um con-junto de 12 cartazes alusivos ao tema Matemática e Natureza que se desti-nam a todos os níveis de ensino. Todas as exposições, com a excepção da dos 12 cartazes, e a dos Livros de Texto de Matemática apelam à interactividade. A Matemática e Tecnologia pode ser requisitada por módulos. Informamos ainda que as exposi-ções, depois de montadas, ocupam uma área aproximada de 50 m2, à excepção da Aventura no País da Matemática, Jogos do Mundo, Matemática e Tecnologia e À Medida do Tempo que ocupam uma área entre os 100 m2 e os 150 m2. Algumas exposições são facilmen-te transportáveis num carro em que se possa usar o banco de trás, mas será preferível utilizar uma carrinha. No presente ano lectivo as priori-dades de empréstimo são:1) encontros nacionais e regionais,

desde que os pedidos sejam feitos dentro do prazo estabelecido;

2) escolas cuja área geográfi ca não es-teja abrangida por nenhum núcleo regional;

3) zonas do país onde as exposições ainda não estiveram;

4) escolas que já tenham feito pe-didos e nunca tenham sido contempladas;

O transporte dos materiais das expo-sições, bem como todos os custos a ele inerentes são inteiramente da respon-sabilidade da entidade requisitante, que é também responsável pela entre-ga do material, dentro dos prazos es-tabelecidos, em condições normais de utilização. Caso se tenha danifi cado ou perdido algum material, o requisi-tante terá de suportar as despesas daí resultantes, no acto de entrega. Findo o prazo de 15 de Outubro de 2008, poderão continuar a fazer pedidos durante todo o ano lectivo, sujeitando-se às exposições e datas disponíveis.

A coordenação do Centro de Recursos

Encontros Nacionais

1º ciclo

O encontro nacional de professo-res A Matemática nos primeiros anos tem-se vindo a realizar ao longo de 11 anos consecutivos com a preocupa-ção de abranger diferentes zonas do país, satisfazendo duas das fi nalidades principais:— Tentar envolver o maior número

de professores na refl exão do signi-fi cado de ensinar Matemática nos primeiros anos de escolaridade;

— Divulgar o trabalho da APM no 1º ciclo e no Jardim-de-infância.

Este ano realizou-se na Escola Superior de Educação de Portalegre, nos dias 27 e 28 de Março. Por ser um distri-to com um número reduzido de pro-fessores do 1º ciclo, em comparação com outros distritos, havia alguma apreensão relativamente ao número de participantes no Encontro, porém as expectativas foram largamente su-peradas. Esperava-se no máximo 130 participantes. Acabaram por ser 174 e recusaram-se, por motivos logísti-cos (a dimensão do auditório onde

estava prevista a sessão de abertura e as plenárias), cerca de 25 inscrições, efectivadas apenas nos três dias que precederam o encontro. O facto de registarmos um número de participantes não sócios superior ao número de sócios leva-nos a considerar o encontro como um importante meio de divulgação da APM e do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Da análise superfi cial das inscrições pode-mos referir que aproximadamente um terço dos participantes era da região de Portalegre e os restantes das várias regiões do país, incluindo as ilhas do arquipélago dos Açores. Este facto re-vela uma interessante mobilização dos docentes, num período de interrupção lectiva, o que nos parece demonstrar a importância, a maturidade, ou dirí-amos mesmo o estatuto já adquirido por este encontro. Além de constituir um momento de encontro entre professores, edu-cadores e outros profi ssionais ligados à aprendizagem da Matemática nos primeiros anos, constitui um espaço de refl exão em torno de algumas ques-tões identifi cadas como problemáti-cas. Este ano, além das preocupações relacionadas com a profi ssionalidade e intervenção comunitária, o Novo Programa de Matemática do Ensino Básico e os Programas de Formação a decorrer no 1º Ciclo, foram as ques-tões relacionadas com a aprendiza-gem da geometria e a visualização, a comunicação matemática, a aquisição do sentido de número e a iniciação ao cálculo, os processos matemáticos usa-dos pelos alunos, a sua optimização na resolução de problemas e a transversa-lidade dos saberes e das aquisições que deram forma e conteúdo aos dois dias de trabalho. A partilha de experiências e a re-fl exão realizada em torno da prática lectiva e dos problemas quotidianos com que os professores e educadores se confrontam nas suas salas de aula foram uma realidade. Desta permuta de conhecimentos e saberes, directa-mente relacionados com o ensino e aprendizagem da Matemática nos pri-meiros anos, espera-se encontrar mais

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5 | Abril 2008 || nº 88

e melhores caminhos para uma apren-dizagem signifi cativa dos alunos. O encontro foi ainda um refl exo da actividade desenvolvida pelo Grupo de Trabalho do 1º ciclo da Associação de Professores de Matemática, reu-nindo parte da essência do trabalho desenvolvido, tornando-o público, e permitindo a concentração em novos desafi os. A organização do programa reve-lou-se adequada ao tipo de trabalho que se tem, bem como a proporção entre o número de sessões dirigidas ao Pré-escolar e o número de participan-tes deste nível de ensino. Contudo, a sessão de fi m de tarde (fazia referência explicita ao tema) devido à sua rele-vância, pertinência e formato (referia qual foi — por ser novidade), deixou a sensação de muito ter fi cado por debater. Da auscultação informal realizada aos participantes ao longo dos dois dias do encontro, bem como nos dias que a ele se seguiram, ressaltamos a sa-tisfação demonstrada não só pelo con-teúdo das sessões, mas também pela forma como as mesmas foram organi-zadas e dinamizadas. Os participantes salientaram como positivo a pertinên-cia dos temas abordados e a existência de relatos de experiências de sala. Uma sessão prática com forma-to e duração inovadora, abordando Fotoproblemas, envolveu um grupo de professores que, motivados pela elabo-ração de um produto a ser mostrado, se empenhou de forma signifi cativa. A sessão de encerramento contou pois com a apresentação deste trabalho que envolveu imagem, poesia, música, humor, referências culturais do local onde decorreu o Encontro sem des-curar o contexto político/educativo. A experiência foi relevante a ponto de equacionarmos um maior relevo para este tipo de sessões. Constatou-se que alguns dos tra-balhos apresentadas não eram sufi -cientemente partilhados pelo que o grupo se comprometeu a dinamizar sessões abertas a realizar aos Sábados no sentido de aprofundar e divulgar algumas das temáticas.

Encontros Regionais

MinhoMat08

No passado dia 20 de Março decorreu na Escola Secundária de Vila Verde o MinhoMat08. Neste encontro estive-ram presentes cerca de 170 docentes de vários estabelecimentos de ensino oriundos sobretudo dos distritos de Braga e Viana do Castelo. Na sessão de abertura, além de representantes da comissão organizadora, da Escola, da Câmara e da DREN, contamos com a presença da Presidente da APM, Rita Bastos que, na sua intervenção, salien-tou a necessidade dos núcleos serem activos e apelou a que todos partici-passem interventivamente nas activi-dades organizadas pela APM. Pretendia-se que este evento fosse um espaço de refl exão, de discussão e de troca de experiências, uma vez que vivemos um momento que necessita do nosso envolvimento activo, para

podermos resolver com sucesso os problemas que enfrentamos. Foi so-bretudo por este motivo que escolhe-mos como tema principal As TIC no ensino/aprendizagem da Matemática. Na conferência inicial contámos com a presença da Branca Silveira, que salientou que as TIC terão um papel importante nas escolas se forem regu-larmente actualizadas e se, de facto, envolverem o trabalho com professo-res e alunos. Ainda da parte da manhã, tiveram lugar algumas comunicações orais, dedicadas ao tema da utilização das tecnologias e que estiveram ao cuida-do de alguns dos dinamizadores das sessões práticas. Os participantes tive-ram ainda tempo para visitarem as ex-posições comerciais e a (sempre muito concorrida) banca da APM. Depois do almoço tiveram lugar as sessões práticas: Iniciação à utilização

Profmat 2008

O Profmat2008 está quase aí. Se não se inscreveu e não quer perder um dos mo-mentos mais importantes de partilha, entre todos os interessados pela educação matemática, ainda o pode fazer. Como anunciado, o ProfMat terá lugar na bonita cidade de Elvas e apesar de ser no início do ano lectivo espera-se um elevado número de participantes. Poderá acompanhar as novidades deste encontro no site

http://www.apm.pt/encontro/encontro.php?id=108296

Não se esqueça que os cursos que, costumavam anteceder o ProfMat, decorrerão este ano nos dois dias seguintes ao fecho do encontro.

XIX SIEM

Ao contrário do que tem sido habitual, o SIEM decorrerá a seguir ao ProfMat em conjunto com o XVIII EIEM e o XII SSEIEM, na cidade de Badajoz. Esta será uma oportunidade para promover a partilha com “nuestros hermanos”. Todas as informações estão disponíveis em

http://www.apm.pt/encontro/siemxix.php?id=105764

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6 | Abril 2008 || nº 88

de Hot Potatoes (Cláudia Araújo, ES Vila Verde), Moodlematemática — a matemática na moodle ou vice-ver-sa… (Pedro Brandão, ES Vila Verde), Quadros interactivos (Lino Ramos, EB23 S.João de Ponte), Cabri 3D (Branca Silveira, CC-CRIE-ESB-UCP), Estudo de isometrias com o GeoGebra ( José Manuel Santos — ES Afonso Sanches e Alexandre Trocado — INED), Modelação matemáti-ca (Carla Navio — ES Benjamim Salgado) e Texas TI-Nspire (Abel Eça, ES Amares).

BragançaMat 2008

O Núcleo Regional de Bragança da APM promoveu mais uma edição do seu Encontro Regional de Professores de Matemática. O BragançaMat 2008 realizou-se em Macedo de Cavaleiros, no dia 10 de Maio, tendo contado com a colaboração do Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros, onde decorreu o encontro. Estiveram presentes 77 participantes: 21 profes-sores do 1.º ciclo, 19 do 2.º ciclo, 14 do 3.º ciclo e secundário, 8 do ensino superior e, ainda, 15 futuros professo-res do 1.º ciclo.O programa científi co do BragançaMat 2008, para além das sessões de abertura e de encerramento, foi composto por duas conferências plenárias, quatro sessões práticas e três comunicações orais. A primeira conferência plenária, Arte & Matemática: “há linhas que são monstros…” (Elza Mesquita), teve em consideração o ano temático da APM e a segunda, Matemática no ensino básico: Novos programas curriculares (Luís Menezes), foi dirigida ao novo programa de Matemática do Ensino Básico. As sessões práticas — Literacia estatística ou a estatística ao alcan-ce de todos!; O valor certo em euros!; A actividade lúdica no ensino da Matemática; Experiências de apren-dizagem… com material Cuisenaire e Avaliando manuais escolares com critérios — percorreram temas diver-sifi cados e permitiram a realização e discussão de actividades, possíveis de trabalhar em sala de aula. Nas comu-nicações orais — O que mudou na aula de Matemática com a realização das provas de aferição?; Um projecto de estatística no 1.º ciclo e Interacção

Para fi nalizar o encontro, a Ana Paula Alves, da EB23 Francisco Sanches, proferiu uma conferência so-bre a utilização de Portefólios Digitais, mostrando e comentando exemplos provenientes das suas experiências lectivas. E pronto, o encontro chegou ao fi m. O balanço foi francamente po-sitivo e a adesão e qualidade da par-ticipação dos professores foi bastante recompensadora para a comissão or-ganizadora, que assim viu cumpridos os objectivos a que se propusera.

Fotos 1 e 2. MinhoMat08

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7 | Abril 2008 || nº 88

Núcleos Regionais

Núcleo da Covilhã

O núcleo da Covilhã promoveu mais um Sábado com ..., contando desta vez com a participação de Henrique Guimarães. O encontro, que decorreu na manhã do dia 17 de Maio, teve duas partes distintas: Matemática compre-ensão, Matemática para todos: uma apresentação dos Princípios e Normas do NCTM e Reajustamento dos progra-mas de Matemática do Ensino Básico. Na primeira parte, Henrique Guimarães falou-nos dos Princípios e Normas para a Matemática Escolar que o NCTM publicou em 2000 e que a APM recentemente editou em tradução portuguesa.

Foi há (quase) dois anos

Reflexão

Dois anos passam depressa. Parece que foi ontem que, no ProfMat de Setúbal, alguns de nós assumimos as nossas funções na direcção da APM. Sabíamos que a tarefa não era fácil. É enorme a responsabilidade de estar à frente de uma organização que tem uma história como a APM — por tudo o que ela tem representado para os professores de Matemática pelo que tem infl uenciado as políticas educa-tivas, pelas expectativas que todos depositam no trabalho da associação. Também sabíamos que seria desafi ante, uma das razões pelas quais nos candidatámos. Assim, e desde logo, passámos a conviver com a contra-dição, que se fez sentir nos mais variados aspectos da vida associativa e da nossa função como dirigentes de uma orga-nização desta natureza.

Chegámos com algumas ideias e alguns projectos, mas depressa começámos a agir também condicionados por projectos que vinham de fora e por compromissos já as-sumidos com o Ministério da Educação ou que vinham na sua continuidade: a participação em comissões e conselhos, a redacção de pareceres que nos solicitavam, as reuniões para que éramos convocados, a elaboração de propostas de protocolos ou cartas de intenções, e outros. As nossas ener-gias e atenções foram por vezes dirigidas para assuntos que reconhecemos como não sendo os fulcrais. Muitas vezes nos confrontámos com duas faces de uma mesma moeda — a imagem da APM, consequência de todo o caminho trilhado até aqui: de um lado a respon-sabilidade de sócios nossos estarem actualmente a desem-

online na resolução de problemas — foram apresentados e discutidos assuntos relevantes e com uma grande actualidade. Desta modo, o programa do BragançaMat 2008 possibilitou abranger vários temas de Matemática e de Educação Matemática, bem como diferentes níveis de escolaridade. Na sessão fi nal do encontro, os dinami-zadores das diferentes sessões fi zeram uma síntese do trabalho realizado e apresentaram as respectivas conclu-sões. Aconteceu um bom momento de refl exão, que ajudou a concretizar a avaliação do encontro. Foi destacada a importância da realização de encon-tros desta natureza, pois, encerrando um forte valor formativo, propiciam o crescimento profi ssional, e mesmo pessoal, de todos os que, de uma forma ou outra, neles se envolvem.

Comissão Organizadora do BragançaMat 2008

Após um breve intervalo, que possibilitou o convívio entre os par-ticipantes, o Henrique Guimarães passou a apresentar o Programa de Matemática para o Ensino Básico, re-centemente reajustado. Sendo um Sábado, a sessão foi muito participada. Reunimos na Universidade da Beira Interior e con-támos com a presença de cerca de trinta e cinco professores que, durante toda a manhã, seguiram as interven-ções e se envolveram activamente no desenrolar da sessão. Esperamos, no próximo ano lecti-vo, manter esta iniciativa e dinamizar mais Sábados com … .

Guida Dias

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8 | Abril 2008 || nº 88

penhar papéis de relevo em projectos fora da associação, muitas vezes sustentados por uma visão que cresceu no seu seio (os programas, a formação, os projectos de professo-res nas escolas…); do outro lado, uma atitude de Go Public, em que acreditamos e foi defendida por António Nóvoa, nem sempre se traduziu na nossa independência, na manu-tenção da capacidade para responder aos desafi os e manter vivos os ideais associativos. Como intervir na política edu-cativa, como está escrito nos estatutos, e ao mesmo tempo garantir a nossa independência? Como exercer o nosso pa-pel público e simultaneamente manter a dinâmica interna própria da associação? De certa maneira, sentimos que a APM transbordou e, como consequência, fi cou um pouco vazia. O Ministério da Educação é um parceiro incontorná-vel, quanto mais não seja por ser o responsável pela defi ni-ção das políticas educativas. Continuando uma tradição de colaboração, que já vem de trás, vimo-nos envolvidos numa polémica mediática que não desejámos, no caso da comis-são de acompanhamento do Plano da Matemática quando, a par e passo, continuámos a colaborar no âmbito de outras medidas do Plano de Acção da Matemática de que este era apenas uma parte. Essas, raramente foram notícia, talvez por terem decorrido sem sobressaltos de maior. Quando iniciámos este mandato propusemo-nos pro-mover, através da comunicação social, a imagem pública da Matemática e do ensino da Matemática. Gostaríamos de ter publicado artigos de opinião que explicassem ao pú-blico em geral, aos pais dos nossos alunos e aos próprios alunos, aos políticos e aos opinion-makers também, o que pensamos, na APM, sobre as grandes questões do ensino da Matemática e da educação em geral. Gostaríamos tam-bém de ter passado algumas mensagens em todas as entre-vistas que nos fi zeram e que foram bastantes. Mas a tarefa é mais difícil do que poderia parecer: por um lado porque os jornalistas só publicam algumas coisas de todas que lhes di-zemos, e que para nós nem sempre são as mais importantes, e por outro porque não temos sabido intervir oportuna-mente e de forma acessível a um público que não é espe-cialista em assuntos da educação. Mas vale a pena insistir — a responsabilização de toda a sociedade pela educação dos jovens é, a nosso ver, um dos objectivos que deveria ser prioritário a nível nacional.

Embora estejamos, de facto, convictas que é indispen-sável a colaboração entre matemáticos e educadores mate-máticos, tem sido manifesta a difi culdade em dialogar com a SPM numa área de acção das duas instituições. Também o diálogo com as outras associações de profes-sores nos pareceu imprescindível porque a educação é um todo, o saber é transdisciplinar, a escola tem que ser pen-sada e partilhada por todos. O SIAP (Secretariado Inter Associações de Professores) é o lugar que temos para estar com outros. Mas desta ideia que todos partilhamos, tem sido difícil construir uma acção concertada. No interior da Associação, procurámos o equilíbrio en-tre o local e o nacional, entre o sentir dos núcleos e as neces-sidades gerais da organização como um todo. De um lado, a responsabilidade de ter uma estrutura da envergadura da nossa, montada em Lisboa, onde se tem optado por não ter núcleo regional, do outro promovemos o aparecimento de pólos por todo o país, onde nem sempre é fácil arranjar sede, ou funcionários que dêem o apoio necessário. Os encontros e desencontros. Encontros regionais e nacionais, organizados e concretizados por tantos sócios, dos conhecidos aos desconhecidos, com os mais e os me-nos novos, porque acreditamos que a APM ainda é o nosso espaço privilegiado, onde a profi ssão é pensada por nós, onde podemos construir o nosso saber profi ssional de for-ma partilhada, e em liberdade, algo que temos valorizado nestes mais de 20 anos de existência. Os desencontros, ex-pressos mais naquilo que não se vê, não se discute, não se concretiza, também por continuarmos a ter difi culdade em debater muitos aspectos da profi ssão e da vida associativa. Assim, não tem sido possível a APM defi nir uma posição sobre os exames, os manuais, a retenção e outros. O tempo passa depressa e, paradoxalmente, devagar (não é sempre assim?). Dois anos foram muito pouco para concretizar as muitas ideias com que chegámos e perma-necemos. E, contudo, também foram extenuantes e des-gastantes, num contexto cada vez mais exigente e duro para os professores, à frente de uma organização que pode continuar a orgulhar-se de ter sócios que pensam de forma veementemente diferente uns dos outros e tornam pública essa diferença nas discussões que, apesar de tudo, sempre soubemos e lutámos por promover.

Rita BastosSónia Figueirinhas

Ficha técnica: APMinformação | Julho 2008, nº 89 | Boletim publicado pela Direcção da Associação de Professores de Matemática e enviado gratuitamente aos sócios da APM | Edição Direcção da APM | Editores Ilda Rafael, Nuno Valério e Sónia Félix | Paginação Gabinete de Edição da APM | Morada Rua Dr. João Couto, nº 27–A 1500-236 Lisboa | Telefones 21 7163690/21 7110377 | Fax 21 7166424 | E-mail [email protected] | APM na web http://www.apm.pt/portal/index.php?id=10820 | Impressão APM | Tiragem 3000 exemplares.