editorial - alma alentejana 28.pdf · 2013-12-11 · cultural nº 22 e o evento cultural dos ix...

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N.º 28 JUL/DEZ 2009 Editorial São passados apenas 4 meses desde que tomámos posse até ao momento em que es- crevo estas linhas. E, fiéis ao lema “dar con- nuidade…” concluímos sasfatoriamente a re- alização XI Feira Alentejana, a edição da Revista Cultural nº 22 e o evento cultural dos IX Jogos Florais -falando apenas das mais relevantes - tarefas iniciadas pela anterior Direcção, cujo apoio aqui desejamos enaltecer e agradecer bem como o dos grupos culturais, Cantadeiras, Cavaquinhos e Sevilhanas da Alma Alentejana, sempre disponíveis para trazer alegria, arte e boa disposição onde e quando necessários. Porém, nada disto seria possível sem o apoio e colaboração dos muitos sócios amigos e trabalhadores da Alma Alenteja- na e do Poder Local Democráco sempre presente em toda a nossa acvidade, seja ela de carácter cultural ou no apoio social que prestamos aos idosos, nossos utentes. Permitam que lembre aqui o argo primeiro dos nossos estatutos: “A Alma -Alentejana As- sociação para o Desenvolvimento, Cooperação e Solidariedade Social é uma instuição par- cular de solidariedade social”. E porque assim é, para cumprirmos os nossos compromissos com a sociedade envolvente, distribuídos por dois centros de dia, dois centros de convívio e um serviço de apoio domiciliário – este úlmo com um novo protocolo alterando o apoio es- tatal de 10 para 20 utentes - também vemos que assumir responsabilidades para com os Cerimónia de Entrega de Prémios dos IX Jogos Florais

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Page 1: Editorial - Alma Alentejana 28.pdf · 2013-12-11 · Cultural nº 22 e o evento cultural dos IX Jogos Florais -falando apenas das mais relevantes - tarefas iniciadas pela anterior

N.º 28JUL/DEZ

2009

Editorial

São passados apenas 4 meses desde que tomámos posse até ao momento em que es-crevo estas linhas. E, fiéis ao lema “dar conti-nuidade…” concluímos satisfatoriamente a re-alização XI Feira Alentejana, a edição da Revista Cultural nº 22 e o evento cultural dos IX Jogos Florais -falando apenas das mais relevantes - tarefas iniciadas pela anterior Direcção, cujo apoio aqui desejamos enaltecer e agradecer bem como o dos grupos culturais, Cantadeiras, Cavaquinhos e Sevilhanas da Alma Alentejana, sempre disponíveis para trazer alegria, arte e boa disposição onde e quando necessários.Porém, nada disto seria possível sem o apoio e colaboração dos muitos sócios amigos e trabalhadores da Alma Alenteja-

na e do Poder Local Democrático sempre presente em toda a nossa actividade, seja ela de carácter cultural ou no apoio social que prestamos aos idosos, nossos utentes.Permitam que lembre aqui o artigo primeiro dos nossos estatutos: “A Alma -Alentejana As-sociação para o Desenvolvimento, Cooperação e Solidariedade Social é uma instituição parti-cular de solidariedade social”. E porque assim é, para cumprirmos os nossos compromissos com a sociedade envolvente, distribuídos por dois centros de dia, dois centros de convívio e um serviço de apoio domiciliário – este último com um novo protocolo alterando o apoio es-tatal de 10 para 20 utentes - também tivemos que assumir responsabilidades para com os

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2 alma alentejana

FichaTécnicaEdição: Alma Alentejana, Associação para o Desenvolvimento, Cooperação e Solidariedade SocialCoordenação: José Rabaça e José Moutela | Director Editorial: António OliveiraColaborador Técnico: Hélio Heitor | Produção Gráfica: Tipografia Lobão, Lda.A Alma Alentejana não se responsabiliza pelas opiniões expressas pelos seus colaboradores

ÍNDICEEDITORIAL..................................................... 1

ACTUALIDADE Reflexão sobre Associativismo ................... 3 Nós, o Fisco e a Segurança Social ............... 5 Estado-Providência: Modelo Escandinavo eModelo Português. Algumas diferenças ...... 7

XI FEIRA DO ALENTEJO .............................. 10

CORPOS SOCIAIS BIÉNIO 2009/2010 ....... 12

IX JOGOS FLORAIS .....................................14

NOTÍCIAS DA ALMA Espectáculo de Viola Campaniçaem Lisboa ....................................................18 Avis: Exposição Alentejo com Alma Terras com História ...................................... 18 Novas escolas em Almada ........................ 18 Feira do Artesanato da Trafaria ................ 19 Borba: Visita à Festa da Vinha e do Vinho .. 19 Multiusos da Sobreda .............................. 19 Lançamento no novo CD das Cantadeiras da Alma Alentejana “O Alentejo não tem fim...” ........................ 19

PLANO DE ACTIVIDADES PARA 2010 ......... 20

PARA RIR ... E LEVAR A SÉRIO ................. 22

PASSATEMPOS ........................................... 23

CONTACTOSSEDE: Av. Prof. Ruy Luis Gomes, 13 r/c - LaranjeiroTelef/Fax: 212 551 296 - [email protected]

C. D. LARANJEIRO: Praceta Luis de Sá, 8 B - LaranjeiroTelef/Fax: 212 540 053 - [email protected]

C. D. PRAGAL: Travessa Moinhos Ed. Polivalente - PragalTelef/Fax: 212 740 688 - [email protected]

C. C. COVA PIEDADE: Largo 5 Outubro, 18 - C. PiedadeTelef/Fax: 212 730 264

C. C. Trafaria: Av. Liberdade, 9 - TrafariaTelef/Fax: 212 950 449

w w w. a l m a a l e n t e j a n a . p t

que aqui trabalham para que no fim de cada mês possam levar para casa o seu parco sa-lário. Quero com isto dizer que a Associação Alma Alentejana, com os seus mais de vinte trabalhadores, para além de tudo o que dela já conhecemos, cultural e socialmente, é uma pe-quena empresa cuja gestão não se pode ficar pela dedicação dum grupo familiar ou de meia dúzia de “carolas” reformados, sem formação específica de gestão. Por certo, de entre os cerca de milhar e meio de associados, alguns hão-de haver que neste capítulo poderiam dar um valioso contributo na melhoria dos pro-cessos de gestão desta já considerável nau.É necessária uma maior “participação” dos só-cios na vida da nossa Alma Alentejana porque os seus êxitos ou fracassos não serão pertença apenas de uns quantos que aceitaram respon-sabilidades de direcção mas sim de todos os que a constituem. A omissão é um acto tão res-ponsável quanto a acção. Por isso, participar é, para além dum direito o dever de “zelar pelo bom nome, prosperidade e prestígio da Asso-ciação” - alínea c) do artigo 11.º dos Estatutos.Estamos em fase de elaboração do orçamento e programa de acção para 2010. Eis pois uma ocasião soberana para trazer à participação, fazendo uso dos seus direitos, todos os sócios que tenham sugestões ou propostas visando uma melhor realização dos fins da Associação.Participem… Ficamos á espera.Por último, apesar da crise económica geral e em particular daquela em que os últimos governos mergulharam este país, e porque o tempo voa, quero aproveitar a ocasião para desejar a todos Feliz Natal e um Novo Ano o melhor possível.

António OliveiraPresidente da Alma Alentejana

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3boletim informativo

Levamos já muitos anos de movimento associativo. Todos eles de grande rea-lização pessoal. De grandes aprendiza-gens. Também de grandes vivências no plano da solidarieda-de e da amizade, pois

este é um mundo onde estes valores, associa-dos a outros como a honestidade, a fidelidade, a amizade e um objectivo comum que é contribuir com trabalho, ideias e disponibilidade de tem-po, por vezes “roubado” à família, aos amigos e

ActualidadeReflexão sobre Associativismo

José

Mou

tela

ao lazer e descanço, nos realiza como pessoas.Estivemos alguns anos na área da Educação como membros e dirigentes de Associações de Pais, andámos pelo Movimento Associativo Po-pular, como dirigentes de uma colectividade com Banda e Escola de Música, entre outras activida-des, e estamos nesta fase, na Alma Alentejana.Nas AP’s o trabalho incidia, sobretudo, na dina-mização dos pais para que participassem com maior intensidade na vida escolar dos seus filhos, no apoio aos professores, fazendo sentir a uns e outros que a Escola não é dissociada da famí-lia, não é um “depósito” de crianças ou jovens. Já a actividade desenvolvida na Colectividade foi diferente, pois a mesma para além de Cen-tenária, tinha na Banda o seu grande patrimó-nio, cultural e histórico, palco de formação de gerações de músicos, de homens e mulheres cultas, e, na primeira metade do século vinte

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4 alma alentejana

era nestas casas que muita gente aprendia a ler e a escrever. E foram também locais que permi-tiram a descoberta em muitos do que era ser cidadão pleno, dos valores da liberdade. Aqui tentámos adapar ao nosso tempo as vivências, tão diferentes, já que a evolução da própria vida exige que nos mesmos espaços se criem novas actividades, que sejam atractivas, que levem as pessoas até à “Sociedade” para um café, uma conversa, um espectáculo, etc. É di-ficil de concretizar esta ideia, já que o ritmo de vida, frenética, “stressante”, e sobretudo muito individualista, leva a que as pessoas se mante-nham em casa – dezenas de canais TV, internet, etc. Esta fase da nossa vida, apesar de tudo, foi muito rica em termos de realização pessoal. E chegámos aqui, à Alma Alentejana. A pri-meira reacção foi de grande emoção, pois nun-ca tinhamos estado tão próximo desta reali-dade que é a terceira idade. No Centro de Dia do Pragal despertámos para este facto que é a nova “Escola”. Já não são os pais que levam os filhos à Escola. Inverteu-se, de certa forma, a situação. Mas também é verdade que os Cen-tros de Dia, têm condições para substituir, digo antes, complementar a assitência e a respon-sabilidade da família para com os seus idosos. Temos estado todos os dias a aprender a lidar com esta actividade social de um relevância enorme para a qualidade de vida dos nossos pais e avós. Há aspectos de natureza legal e de apoio do estado que ainda não dominamos, que ainda questionamos a sua justeza, quan-tificamos os apoios, não temos ainda noção das necessidades, logo não podemos ter uma opinião definitiva sobre esta questão. Já em re-lação à equipa de colaboradores (empregados) da Alma Alentejana, desde o Director Técnico à Auxiliar dos Serviços Gerais, temos consta-tado um grande profissionalismo, uma grande dedicação, um grande espírito de solidarie-dade e carinho para com os utentes que nos

tem deixado agradávelmente surprendidos e felizes. Estamos a sentir um prazer enorme em estar aqui, em poder ajudar a concreti-zar sonhos, que não se ficam por aquilo que fazemos hoje, mas também pelo muito que queremos fazer, em equipa, esta Direcção e todos os sócios. É premente o trabalho que, na área social estamos a desenvolver, mas não queremos esquecer um dos pontos fun-damentais que estiveram na génese da cria-ção da Alma: O Alentejo e os Alentejanas na Margem Sul do Tejo. Nesta grande Metrópole que é Lisboa e que tantos alentejanos alberga.m

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5boletim informativo

Ultrapassado que está o “empecilho“ legal que desde há vários anos vinha obstando a que as instituições parti-culares de solida-riedade social (… e outras) pudessem usufruir de uma par-

cela - 0,5% - do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares liquidado com base nas declarações anuais dos sujeitos passivos que assim o desejassem, esta instituição reque-reu já, a quem de direito, tal beneficio fiscal, referente ao IRS que vier a ser liquidado no ano de 2010, com referência aos rendimentos do ano de 2009, fazendo prova da obtenção do reconhecimento pelo Governo da pros-secução dos seus fins relevantes para efeitos de aplicação da Lei da Liberdade Religiosa;Considerando que a alteração da Lei - afasta-mento da exigência de não pedido de reem-bolso do IVA suportado na aquisição de certos bens - ocorreu em Agosto último, entende esta instituição estar claramente dentro do espírito da mesma e dentro dos prazos refe-ridos na Portaria que decorreu daquela Lei;

ActualidadeNós, o Fisco e a Segurança Social

José

Ass

unçã

o

Assim e para que a Alma Alentejana possa vir a ser contemplada com a consignação fis-cal em causa, basta agora que todos os nos-sos associados, em particular, e mais gene-ralizadamente todos os nossos amigos, no momento da apresentação da sua Declaração de IRS respeitante aos rendimentos do ano de 2009 - que será suposto vir a acontecer em Março/Abril/Maio de 2010 - em supor-te de papel ou utilizando os meios informá-ticos - façam constar do campo 9 do Anexo H (… assim foi na Declaração respeitante aos rendimentos do ano de 2008 …) conforme quadro que reproduzimos no fim da página.Também aqui se falou, recentemente, da criação do novo Código da Segurança Social;Ele já saiu. Vertido que foi na Lei n.º 110/2009, de 16.09. nasceu o Código dos Regimes Contributi-vos do Sistema Previdencial de Segurança Social;A Alma Alentejana contribui para o orçamen-to da Segurança Social - beneficiando já de um regime de excepção por se tratar de uma empregadora sem fins lucrativos - a título de prestação pecuniária destinada à efectiva-ção do direito à segurança social, com 19,6% do montante das remunerações que men-salmente atribui aos seus trabalhadores;Tal montante será elevado no ano de 2010 para 20%, aumentando sucessiva e anualmente 0,4% até ao ano de 2016 em que se fixará em 22,3%;Partindo do pressuposto que as IPSS não acei-tam pagar mais para a Segurança Social sem

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6 alma alentejana

contrapartidas e (…) “atendendo ao contexto de crise internacional e suas repercussões na nossa sociedade“ está previsto o acréscimo à percentagem de actualização anual das com-participações da segurança social - de uma actualização extraordinária correspondente a 0,4%, a qual “deve“ manter-se pelo mesmo pe-ríodo em que se verifique a actualização gradu-al da taxa contributiva; … estaremos cá para ver o “impacto efectivo … no ano civil anterior, do aumento da taxa social única e o montante da comparticipação financeira da segurança social a que corresponderá a actualização extraordi-nária de 0,4%, tendo, nomeadamente - mas não só - em atenção o alargamento da base de in-cidência contributiva - vide Abono para Falhas.Estaremos atentos.

Junta de Freguesia de LaranjeiroPela passagem de mais uma época natalícia, a Junta de Freguesia de Laranjeiro saúda com amizade e total estima, toda a população do

Laranjeiro da qual faz parte toda a Comunidade Alentejana, desejando-lhes um NATAL MUITO ALEGRE e para o ANO DE 2009, as maiores

virtudes, acompanhadas de muita saúde, progresso e paz.

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O desenvolvimen-to dos Estados-Provi-dência na Europa está intimamente associa-do aos processos de desenvolvimento das nações. Por outras palavras, desde o ad-vento da Revolução

Industrial, e de todos os processos daí resultan-tes como o êxodo rural e consequente expansão urbana das grandes Metrópoles, acompanha-do de maiores desequilíbrios na redistribui-ção da riqueza, formaram um terreno fértil para o aparecimento dos Estados-Providência.Porém, para que esses mesmos Estados-Pro-vidência saiam mais reforçados, é necessário

que um con-junto de indi-víduos possa lutar por “ele” e que o torne forte e estável. Na Escandiná-via esse terre-no foi sendo p r e p a r a d o logo em finais do Século XIX. A primeira confederação sindical sur-giu na Suécia

Actualidade

Estado-Providência: Modelo Escandinavo e Modelo Português.Algumas diferenças.

Paul

o M

ota

em 1898. Um ano depois, os vizinhos norue-gueses seguiram-lhes as pisadas. Já no Sé-culo XX, mais concretamente em 1907 e em 1916, surgiram as primeiras estruturas sindi-cais na Finlândia e Islândia, respectivamente. Actualmente, estes países têm taxas de sindica-lização muito superiores, quando comparados com os seus congéneres europeus. Senão ob-serve-se os valores do quadro a seguir indicado:

País Taxa de sindicalização

Islândia 85%

Finlândia 85%

Suécia 81%

Noruega 57%

A base cedo foi lançada. O grande desen-volvimento verificou-se nas décadas que se seguiram ao final da Segunda Guerra Mun-dial e que dotou estas nações de sistemas de protecção dos seus cidadãos, ao nível da saúde, da educação e de apoio social, sendo aos olhos de todos como um modelo a se-guir. Contudo este estado de paz social sen-tiu os primeiros abalos no final dos anos 70 e

Estocolmo

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inícios da década de 80, do Século XX, quan-do no Mundo Ocidental se assistiu à ofensiva dos Governos Neo-Liberais e Neo-Conserva-dores, com a senhora Tatcher e o presidente norte-americano Ronald Reagan, à cabeça. Todavia, os países escandinavos sentiram as influências (aumento do desemprego, di-versificação do movimento sindical e inter-nacionalização das economias de mercado), mas não claudicaram! Tendo inclusive saí-do desta crise de uma forma airosa, crian-do as bases para o estabelecimento de uma economia forte e próspera, como são disso exemplo as empresas de telecomunicações. Ao nível do Estado-Providência, veja-se o caso dinamarquês em que todos os recém-nasci-dos, a partir dos 6 meses, têm lugar garantido nas Creches, ou onde os cuidados prestados aos idosos nos seus domicílios é generalizado, a saúde é grátis e os jovens durante cinco anos têm direito a um subsídio de estudo, mais um ano sabático para “descobrirem o mundo” ou aquilo que é mais frequente para se prepara-rem para o exame de admissão à Universidade. Com a entrada no novo Século, assistimos a uma nova crise mundial e que a todos afecta, sendo por isso designada de global.

Hoje a economia sofre dos dissabores da globa-lização, da ameaça dos Fundamentalismos Reli-giosos, das flutuações dos preços dos combus-tíveis e da redução ou não dos impostos. Daqui resulta uma dificuldade em unir os indivíduos em torno de um objectivo comum. Isto é, a de-fesa dos direitos adquiridos. E assim se propicia o terreno ideal para os políticos de direita con-servadora e populista, e em alguns casos para a extrema-direita, angariarem mais eleitorado (veja-se o caso do CDS-PP, que nas últimas le-gislativas teve quase 11% dos votos dos por-tugueses). Com este avanço da direita a priva-tização de sectores chave (saúde, educação e segurança social) de um verdadeiro Estado-Pro-vidência, podem ser uma grave consequência. Deste modo caminhamos pois para uma lógica mercantilista, onde a lei da oferta e da procu-ra, permite às grandes empresas entrarem, na maioria das vezes, com o consentimento dos governos nacionais, na gestão do sector pú-blico, preparando-se para efectivar o desman-telamento do modelo social europeu, e con-sequentemente o fim do Estado-Providência.No nosso país, só após a Revolução de 25 de Abril de 1974, é que se verificou o apareci-mento (tardio) de um sistema de protecção

Oslo

Copenhaga

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social para todos os cidadãos e que se carac-teriza pelo seu vasto leque de abrangência, isto é, protecção na doença, maternidade, paternidade, desemprego, velhice, invalidez e sobrevivência. Porém, esta protecção é ape-nas válida para aqueles que se encontram bem integrados no mercado de trabalho, dei-xando de lado todos os que se encontram em situações atípicas de emprego, como por exemplo os trabalhadores independentes. Para Sílvia Ferreira (Socióloga do Centro de Es-tudos Sociais da Universidade de Coimbra) o sistema de Segurança Social Português é ao ní-vel da União Europeia, o mais ineficaz no com-bate à pobreza, na redistribuição dos rendi-mentos e na redução das desigualdades sociais.Os últimos governos do Partido Socialista, em Portugal, têm preparado o caminho, para a privatização dos serviços públicos, utili-zando para tal Reformas Legislativas, que em nada favorecem os cidadãos, no que aos seus direitos constitucionais dizem res-peito. Estamos a falar de saúde, educa-ção e protecção social universal e gratuita. Têm sido efectivados incentivos à iniciativa privada, como sendo meios complementares da Segurança Social, ficando apenas a cargo

do Estado um nível mínimo de apoios sociais.Há estudiosos desta matéria, como Alfredo Bru-to da Costa, que defendem a ideia que o finan-ciamento do Estado-Providência, depende do contexto económico, mas sobretudo do grau de solidariedade que cada um de nós está dispos-to a dar, sendo que os primeiros de todos nós deverão ser os nossos governantes, que deve-rão ter vontade política para mudar o rumo da situação que se avizinha cada vez mais negra. Em jeito de conclusão, podemos afirmar que o nosso país está ainda a anos-luz de uma re-alidade que já foi a melhor na Escandinávia, mas que esperamos venha a mudar. Para tal é necessário que os nossos governantes, aban-donem a ideia de desresponsabilização do Estado para suprimirem disfuncionamentos sociais existentes e que se prendem sobretudo com o envelhecimento da população e o seu consequente financiamento das pensões de reforma, e com o crescente desemprego, pro-vocado pelo desmantelamento de grandes em-presas transnacionais, que procuram noutros continentes, fontes de mão de obra mais ba-rata e obviamente o aumento dos seus lucros. Helsínquia

Reykjavik

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10 alma alentejana

XI Feira do Alentejo...A XI Feira do Alentejo decorreu, durante 10 dias (24/Julho a 2 de Agosto), com uma grande participação de visitantes. O programa cultu-ral cativou a atenção de todos, quer visitantes quer os próprios grupos que actuaram. Todas as noites e tardes o pavilhão da Escola Secun-dária Cacilhas Tejo esteve com muito público para adquirir produtos alentejanos (Paios, chouriços, queijos, doces, mel e artesanato) e para assistir, por vezes com muita emoção, à exibição dos grupos vindos do Alentejo. Foi um voltar às origens, foi um reviver vidas e memó-rias dum tempo passado e nunca esquecido. Foi também ponto de encontro de muitos alentejanos, que apesar de viverem nos con-celhos de Almada e Seixal, só se encontram nestes momentos. Revêem amigos e retomam conversas sempre inacabadas. Deixamos aqui um agradecimento muito sentido a todos os que colaboraram e ajudaram à realização des-te evento, que por razões do seu sucesso anual é já uma referência cultural na Margem Sul do Tejo. É o Alentejo vivo na grande Metrópole Lisboeta. Pró ano voltamos a ver-nos, na XII Feira do Alentejo.

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11boletim informativo

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12 alma alentejana

Presidente António Oliveira

Tesoureiro José Assunção

2º Tesoureiro Lurdes Silva

2º Secretário José Revés

Suplente Domicilia Costa

Suplente Joaquim Biga

Suplente Fátima Amiguinho

Suplente Fátima Moisão

Suplente Florinda Mareco

Suplente Leonor Silva

Suplente Francisco Fernandes

Suplente Maria Gonçalves

Suplente Higino Santos

Suplente Francisco Rebeca

Presidente Carlos Almeida

Vice-Presidente António Cristo

Secretário Armindo Rosado

Suplente Virgínia Oliveira

Suplente Joaquim Parrinha

Presidente António Pombeiro

Vice-Presidente

Manuel Viegas

Secretário Brás Borges

Suplente

Maria Viegas Suplente

Barbara Petronilha

Vice-Presidente

José Rabaça Vice-Presidente

José Moutela

Secretário Vítor Navalho

Vogal

Felismina Santo Vogal

Maria Coutinho Vogal

Rui Carvalho

Vogal Ermelinda Franco

Corpos Sociais - Biénio 2009/2010

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13boletim informativo

Presidente António Oliveira

Tesoureiro José Assunção

2º Tesoureiro Lurdes Silva

2º Secretário José Revés

Suplente Domicilia Costa

Suplente Joaquim Biga

Suplente Fátima Amiguinho

Suplente Fátima Moisão

Suplente Florinda Mareco

Suplente Leonor Silva

Suplente Francisco Fernandes

Suplente Maria Gonçalves

Suplente Higino Santos

Suplente Francisco Rebeca

Presidente Carlos Almeida

Vice-Presidente António Cristo

Secretário Armindo Rosado

Suplente Virgínia Oliveira

Suplente Joaquim Parrinha

Presidente António Pombeiro

Vice-Presidente

Manuel Viegas

Secretário Brás Borges

Suplente

Maria Viegas Suplente

Barbara Petronilha

Vice-Presidente

José Rabaça Vice-Presidente

José Moutela

Secretário Vítor Navalho

Vogal

Felismina Santo Vogal

Maria Coutinho Vogal

Rui Carvalho

Vogal Ermelinda Franco

Corpos Sociais - Biénio 2009/2010

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14 alma alentejana

IX Jogos Florais da Alma Alentejana

No passado domingo dia 25 de Outubro, em Almada no “Fórum Romeu Correia” no Au-ditório Lopes Graça , realizou-se a Gala de Encerramento e entrega de prémios dos IX Jogos Florais da Alma Alentejana. Como pa-trono tivemos José Manuel Maia, figura bem conhecida e querida na margem Sul do Tejo. Na mesa estiveram presentes o Patrono dos Jogos José Manuel Maia, Dra. Natália Pin-to, Manuel Fernandes, Joaquim Avó, poetisa Rosa Dias, José Ferreira e o Vice Presidente e Presidente da Alma Alentejana, Prof. José Rabaça e António Oliveira, respectivamente.O Presidente da Alma Alentejana, saudou os presentes dando início à sessão. Joaquim Avó fez a apresentação da Mesa, dando a palavra ao Prof. José Rabaça que por várias vezes parou para suster a lágrima, tal a emoção que sentia.Dando de seguida a palavra ao patrono do evento, que nos iria presentear com passa-gens do seu interessante percurso de vida.

Rosa Dias, com sua veia poética, leu de sua autoria o que lhe ia na alma acerca do amigo “Maia”, do qual deixamos um pequeno extracto.

Há homens, que embora mortaisFarão sempre parte da verdadeira históriaComo homens raros, homens especiaisIrão permanecer na nossa memóriaNão fora esse “Dom” com que nascem, dar sinalDuma dimensão incrivel, p’ra lá do amorPassariam despercebidos, ao vulgar mortalQue olha com indiferença, o seu real valorMas lá estão os poetas, eternos poetasEsquadrinhando a vida, em seu pormenorCastelos fechados, janelas abertasCom olhares atentos mirando em redor O valor do homem é um valor de vidaVive em cada frase dum vulgar poema.(…)

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15boletim informativo

... IX Jogos Florais da Alma AlentejanaObras Distinguidas

Categoria Quadra1.º Prémio

Maria Amélia Brandão de AzevedoNatural de Vila Nova de Famalicão(pseudónimo Papoila)

Vi a Cegonha singelaA voar sobre a CidadeEra a imagem mais belaDum sonho de Liberdade.

Categoria Poesia1.º Prémio e Prémio Absoluto

Maria Cecília Sobral Santos Franco de SousaNatural de Lisboa(pseudónimo Euridíce)

NO SILÊNCIOQuando o som do silêncio sai da flautaE se tinge o horizonte de vermelhoSinto uma segurança quase incauta,Olho céu e mar e vejo-me ao espelho.

A representação da vida pára.O pano cai no fim, sem ovações,E tudo à minha volta é coisa rara,Mundo de sonhos, doces ilusões.

Nesse silêncio, escuto a poesiaDoutras flautas tocando para mim,Solta-se no ar pó de fantasia,Arabescos, perfumes de jardim.

O meu silêncio é cântico das aves,Inspiração que chega de mansinho,Transparentes palavras que são chavesAbrindo as portas brancas dum caminho.

Categoria Conto1.º Prémio

Maria de Fátima da Silva Santos de MendonçaNatural de Ferreira do Alentejo(pseudónimo Maria do Povo)

O CENTRO DE DIA- Comadre Chica! – gritou Ludovina Tromba-Rija, assomando ao portão do quintal. – Vosse-mecê está em casa?Chica Júlia, limpando o nariz ao lenço amarro-tado, respondeu: - Cá estou, comadre Ludovina! Então que novi-dades me traz hoje?-Olhe, eu não sei se lhe deva contar ou não aquilo que me disseram. Vossemecê sabe que o Zé Felizardo, que é agora o presidente da Jun-ta, anda a magicar numa ideia? Veja lá para o que lhe havia de dar! O rapaz não está bom da cabeça!... Anda pensando em fazer um Centro de Dia para os mais velhos…- O quê, comadre? Um “assento” de dia? – re-plicou Chica Júlia, sem perceber bem – Mas o que vai essa gente toda para lá fazer? E onde comem? E onde se sentam? E em que sítio po-dem fazer isso?...Ludovina Tromba-Rija estava “em pulgas” para lhe contar tudo o que sabia, mas a comadre Chica podia pensar que era mentirosa, que as coisas não eram assim, que ela estava era a in-ventar como das outras vezes…Arrepanhou o avental e começou a torcê-lo, como se fizesse uma “sogra” para pôr o cân-taro à cabeça, medindo as palavras. Ainda não tinha percebido bem as ideias daquela mu-lher!... Nas conversas, além das intrigas e me-xericos, ela nunca se “descosia”! Tão depressa dizia bem dos camaradas da Junta de Freguesia

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e da Câmara, como levantava o vozeirão, numa exaltação sem controle, para exclamar:- Outro Salazar é que a gente precisava cá!.... É tudo a mesma corja!... Só querem é encher-se!...Ludovina distorceu o avental e sentando-se num “mocho”, ao pé da porta, recomeçou:- Pois é, comadre!... A nossa aldeia está metida nestes corgos… Os presidentes que aí estive-ram, até agora, fizeram o que puderam: arran-jaram trabalho às pessoas nas alturas de maior crise, calcetaram as ruas, ergueram um depó-sito para a água… Esse foi o Manel da Tia En-grácia!... Coitado, nem se lembrou que o poço não dava água suficiente!... Tiveram que fazer o furo!...Depois, os da Câmara, nesse tempo, eram d’outro partido… só olhavam para quem tinha de seu… Ainda bem que a gente escolheu o Zé Felizardo!... Ele é um rapaz novo, já ouviu e viu muita coisa, sabe falar bem… Já as “can-tou” lá nas Casas da Câmara e disse que têm que fazer aqui um Centro de Dia!...Chica Júlia ouvia a comadre e pensava… Na sua

cabeça corria uma espécie de filme: o tempo em que a monda e a ceifa eram feitas “a toque de caixa”… Aquele dia em que ouviu o mari-do falar de um tal “25 de Abril” sem perceber muito bem o que se tinha passado… Ele fora à taberna da Aldegundes e viera de lá com essa novidade! Só depois percebera que as coisas tinham mudado, que o regime era outro, que se estava numa “desmocarcia” ou lá o que era, que havia liberdade e todos tinham os mesmos direitos... Recordava as esperanças que tinha alimentado a partir do dia em que aparecera um médico na aldeia, depois dessa tal revolu-ção. Agora é que era! Ela também tinha direito a ter um filho e ele é que lho ia arranjar!... O doutor ainda veio algumas vezes mas logo foi espaçando as visitas e deixou de aparecer…O filho, esse, nunca chegou a vir!...O apelo do marido, clamando da cozinha, arrancou-a aos pensamentos. A trombose deixara-o inutilizado, preso à cadeira de rodas mas consciente, o bastante para reconhecer a desgraça. Ficara “desensofrido” e não permitia

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que ela se ausentasse ou entretivesse muito tempo.- Já lá vou!...- respondeu em jeito de consola-ção.Ludovina continuava a falar, a falar, mas ela di-ficilmente acompanhava o raciocínio da outra. Voltou aos seus pensamentos: as ruas de terra batida que haviam sido alcatroadas ou calceta-das, as obras para meterem os canos da água, as escavações no chão para porem os canos largos que passaram a levar os despejos que antes eram lançados na estrumeira, ao canto do quintal…Quem estava na Junta e na Câmara pensava muito bem!... Até a saúde estava dife-rente!... Vinha a médica à Casa da Junta… Os remédios tinham descontos e alguns, os “an-gelcos” até já eram de graça!...- Comadre, que me diz à ideia?... – barafustou Ludovina vendo-a alheada.Chica Júlia abriu os olhos da cor do mar com que sonhava mas nunca tinha visto… da cor do céu que a tapava todos os dias … entre o Sol e as estrelas, da cor do “pezinho” destacado na cal branquinha da parede da sua casa… Abriu os olhos e sorriu … Um sorriso enigmático mas confiante… Afinal, ela e o marido até tinham um pensão cada um, agora que os males aper-tavam e lhes traziam tanto sofrer…Olhando Ludovina que não sabia como inter-pretar a sua mudez, exclamou:- Sim senhora, comadre, tenho a certeza de que o Zé Felizardo vai conseguir o que traz na ideia! Temos mas é que ajudar o rapaz!... E se fizéssemos uma venda como a quermesse da igreja?... Eu tenho ali umas rendinhas, uns ta-leigos…Ludovina despediu-se apressada mas feliz com a lembrança. Era melhor ir falar com ele! Pelos vistos, podia contar com todos! Até com a co-madre Chica!...

Zé Felizardo era um homem honesto e cheio de ideias, um empreendedor, que fazia da Vida um pronto-socorro! O Presidente da Câmara já o tinha chamado de “humanista” quando inau-gurara o tanque para a lavagem da roupa, que substituira as idas à ribeira…O Centro de Dia ergueu-se no “Casarão da Quinta”, com a sua vontade, a colaboração da Autarquia e a ajuda do povo. Houve festa com foguetes, no dia da inauguração!...Os velhotes que moldavam a sua solidão nas esquinas das ruas ou nas soleiras das portas, por não terem outro poiso, viram de repente abrir-se uma luz! O Centro de Dia era uma nova casa onde tomavam as refeições, onde podiam conversar… jogar às cartas… entreter-se…Chica Júlia e o marido integraram o grupo. Pa-gavam qualquer coisa, mas pouco!Um dia Zé Felizardo lembrou-se de levar, quem podia, a ver o mar. A excursão partiu bem cedo, que a distância era grande e o autocarro da Câmara só podia dispor daquele tempo. Chica Júlia não tinha espaço nos vidros para tanta paisagem!... Mas, quando pôs os pés na areia, os seus olhos espraiaram-se na distância e ganharam um azul muito puro, entre safira e turquesa…Abraçando Zé Felizardo, chorou de alegria, as lágrimas em fio, sem parar, como a pedir-lhe desculpa …O Presidente da Junta limpou, sem ela ver, os olhos que também estavam marejados e pro-meteu, mais uma vez, a si próprio, que cumpri-ria o espírito do “25 de Abril” (uma data que, estando àquem do seu nascimento, permane-cia inteira no seu coração) , enquanto tivesse “um pingo de senso”.Levando Tia Chica pela mão, ajudou-a a arre-gaçar a saia e, molhando os pés, riram ambos sem saberem bem de quê…

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Notícias da Alma

Espectáculo de Viola Campaniça em Lisboa

Artesão e tocador, Pedro Mestre é responsável por oficinas e workshops de música tradicional alentejana. Procurando revitalizar a viola cam-paniça, executa as próprias violas que toca, com o objectivo de preservar os usos e costu-mes do concelho de Castro Verde.Actuou, com o Mestre Manuel Bento, no pas-sado dia 18 de Outubro, no auditório do Grupo Desportivo do BES, em Lisboa, onde a Direcção da Alma Alentejana e muitos sócios marcaram presença, assistindo a um fantástico espectá-culo de música e estórias. A ternura de Mestre Bento (84 anos) e a arte do jovem Pedro Mes-tre, emocionaram a plateia durante cerca de 2 horas duma tarde de domingo. Foi bonito, pá. Obrigado.

Novas escolas. Inovaçãoem Almada

Almada – cidade educadora inaugurou, no iní-cio deste ano lectivo sete novas Escolas bási-cas. Assistimos a algumas destas inaugurações e registamos a qualidade arquitectónica e fun-cional das mesmas, no nosso entender do me-lhor e mais bonito que temos visto. E porque entendemos o investimento na educação es-sencial e prioritário, aqui deixamos a notícia.

Multiusos da Sobreda

O artesão alentejano, de Safara, Francisco Lam-preia representou a Alma Alentejana, mais re-centemente numa iniciativa levada a cabo pela Junta de Freguesia da Sobreda. Trabalhando ao vivo durante a feira tem sido alvo da atenção dos visitantes, cativados pela sua arte.

BorbaVisita à Festa da Vinha e do Vinho

No passado dia 15 de Novembro, a Alma alen-tejana esteve de visita a Borba. O grupo teve a oportunidade de visitar a Adega Marcolino Sebo onde fomos recebidos pelo Empresário. A sua filha Sónia orientou uma visita guiada a toda a estrutura da Adega, desde a produção ao engarrafamento do vinho e posterior expe-dição. Terminou a visita com um “licoroso de honra”. A seguir ao almoço, visitámos o Lar de Idosos onde as Cantadeiras e os Cavaquinhos fizeram uma pequena actuação. Terminámos na Feira do Vinho e da Vinha.

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AVISExposição Alentejo com Alma, Terras com História

Integrado nas Jornadas Europeias do Patrimó-nio e a convite da Câmara Municipal de Avis, a nossa exposição fotográfica “Alentejo com Alma Terras com História” esteve patente até final de Outubro, no Auditório Municipal Ary dos Santos. A Direcção da Alma Alentejana esteve presente na inauguração da exposição, sendo recebidos pela Coordenadora do Audi-tório e pelo vereador da Cultura.

... notícias da Alma

Feira do Artesanato da Trafaria

Estivemos presentes com bancas de artesanato e produtos alentejanos no Passeio Ribeirinho da Trafaria, no passado mês de Agosto, dando ao evento um “toque” da cultura e gastrono-mia alentejana.

Gravação do novo CD das Cantadeiras da Alma Alentejana“O Alentejo não tem fim...”

O Grupo “As Cantadeiras da Alma Alentejana” vai gravar o seu 2º CD, que terá o título “Alen-tejo não tem fim” e que será o corolário lógi-co de centenas de actuações por toda a área Metropolitana de Lisboa e também pelo Alen-tejo. Estas actuações têm merecido os mais rasgados elogios e carinho, quer pela qualida-de e rigor do cante, quer pela extraordinária mensagem cultural que transmitem do nosso Alentejo e das suas gentes. Estamos a fazer a promoção e divulgação deste nosso objectivo junto dos sócios e amigos da “Alma” e também junto das Autarquias do Alentejo e da Margem Sul, estando neste momento a registar uma boa recepção destas que nos têm manifestado a intenção de comprar CD´s. A todos os sócios lançamos um apelo para que divulguem tam-bém esta iniciativa.As Cantadeiras irão actuar durante a época natalícia nos seguintes locais: Lar de Vale Fi-gueira (5/12); Associação de Socorros Mútuos 1º Dezembro (9/12); Mercado Amigo da Ter-ra (12/12); Lar de S. Tiago (16/12); Colégio o Palhaço (18/12; Escola Tecn. Naval do Alfeite (18/12); Jardim Infância 1º Maio (04/01); Lar da Esperança (05/01); Igreja N. Srª Fátima (06/01) e Junta de Freguesia do Feijó (06/01).

Junta de Freguesia da Cova da PiedadeA Junta de Freguesia da Cova da Piedade vem saudar toda a população, bem como toda a comunidade alentejana, aqui residente, desejando-lhes

um FELIZ NATAL e UM ANO NOVO com muita paz e progresso social

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Plano de Actividades para o ano 2010

Síntese do Plano de Actividades para 2010

Publicamos, nesta edição do nosso Boletim (úl-tima deste ano), uma síntese do Plano de Ac-tividades para o Ano de 2010 que iremos sub-meter à aprovação dos Sócios na Assembleia Geral, convocada para o dia 12 de Dezembro, cumprindo assim o que determinam os Estatu-tos da nossa Associação.

1º ACÇÕES DE PROMOÇÃO Continuaremos a realizar acções de promo-ção, da Alma Alentejana e do Alentejo, com a realização, periódica e em diversos locais da Margem Sul, dos tradicionais Fins-de-semana Alentejanos. Esta é uma iniciativa que nos per-mite, a par de divulgação cultural, a angariação de fundos através da venda de artesanato e produtos alentejanos. Vamos também apro-veitar as parcerias existentes com a Câmara Municipal de Almada, Juntas de Freguesia do Concelho e outras Associações Culturais e in-tegrar iniciativas, por estas promovidas, onde podemos realizar alguns dos nossos objectivos. Estas parcerias estão em fase de expansão ao Concelho do Seixal, havendo já alguns contac-tos para uma maior participação da Alma em eventos neste Concelho.

2º XII FEIRA ALENTEJANA É já uma referência cultural do Alentejo na Mar-gem Sul. É também uma iniciativa que acarreta um grande esforço de quem tem a responsa-bilidade da sua organização. Nesse sentido, queremos repensar o seu planeamento, quer no aspecto de venda de produtos, gastronomia e tempo de duração, sendo ponto assente que a “Feira” é um ex-libris da Alma Alentejana e a

sua continuidade um ponto de honra.

3º ACTIVIDADES CULTURAIS As comemorações do 14º Aniversário da Alma Alentejana e o 5º das Cantadeiras, a realização de Debates, almoços temáticos de homena-gem a figuras ilustres do Alentejo e os X Jogos Florais, serão acções a levar a efeito durante o ano de 2010. A gravação de um CD pelas Can-tadeiras é também um objectivo do Grupo das Cantadeiras e da Direcção. Estão já em curso iniciativas visando a cativação de apoios e a divulgação do mesmo. Além destas iniciativas é nossa intenção dar o maior apoio possível a todos os nossos Grupos para que cumpram os objectivos que levaram à sua criação. As visi-tas culturais a terras do Alentejo serão tam-bém efectuadas, havendo neste aspecto que fomentar uma maior participação dos Sócios e amigos da Alma.

4º ALMAJOTA É nossa intenção criar actividades que permi-tam cativar a juventude, em especial, no âm-bito da área cultural. A presença nas Escolas, através da intervenção dos Grupos da Alma Alentejana em festas e iniciativas das Associa-ções de Pais e Associações de Estudantes. Já em curso uma parceria com a CMA no sentido de levar o Cante e outras tradições, através dos nossos Grupos, às Escolas de Almada.

5º EXPOSIÇÕES É nossa intenção continuar a levar as nossas Exposições “Alentejo com Alma – Terras com História” e “Futebol com Humor” a sítios para onde forem solicitadas.

6º REVISTA E BOLETIM São os nossos elos de ligação com sócios e po-

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pulação em geral. Gostaríamos de ter a par-ticipação dos sócios, com artigos de opinião, notícias, imagens e “estórias de vida”. Vamos fomentar esta ideia.

7º PÁGINA NA NET Vai ser renovada e tornada mais atractiva para que todos tenham nesta moderna ferramenta toda a informação actualizada sobre as activi-dades da Alma e também sobre o Alentejo.

8º Centro de Estudos Alentejanos Na sequência de uma experiência realizada no ano 2006 / 2007 com uma Cadeira de Estudos sobre o Alentejo, em parceria com a USALMA, (Universidade Sénior de Almada), vamos ten-tar criar um Centro de Documentação e Estu-

dos para recolha, arquivo, estudo, divulgação e promoção de documentos (nas diversas formas de registo do escrito ao áudio visual) relacionados com os valores culturais do Alen-tejo. Por exemplo organizar e catalogar espólio de Victor Paquete e outros…) em articulação (em rede) com Autarquias e Associações do Alentejo e núcleos com marcada presença de alentejanos, como a/s Casa/s do Alentejo… Em estudo a possibilidade de criar um curso regu-lar para os mais interessados. Neste campo a organização da Biblioteca da Alma Alentejana, terá de merecer uma atenção especial para a qual poderemos ter de recorrer a parcerias pontuais com o pessoal e os serviços das Bi-bliotecas locais, como por exemplo a Biblioteca Municipal.

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Junta de Freguesia do Seixal

O Executivo da Junta de Freguesia do Seixal, deseja a toda a comunidade Seixalensem,

um Bom Natal e um Feliz Ano de 2010.

Para rir ... e levar a sério

9 Mandamentos para destruir uma Associação

Aqui tem alguns mandamentos que fazem com que a associação literalmente vá se des-truindo. A finalidade dele é alertar para que tal facto não aconteça em nenhuma Associação, entidade ou similar.1. Não frequente a Associação, mas quando lá for, procure sempre algo para reclamar. Se comparecer a qualquer activi-dade, encontre apenas falhas nos trabalhos.2. Nunca aceite uma incum-bência. Lembre-se de que é mais fácil criticar do que rea-lizar. Se a Direcção pedir sua opinião sobre um assunto impor-tante, responda que não tem nada a dizer e depois, espalhe entre os sócios, como se deveriam fazer as coisas. 3. Não se empenhe. Quan-do os Directores estiverem a trabalhar com boa vontade e interesse para que tudo corra bem, afirme que, afinal, a sua Associação está dominada por um “grupinho”. 4. Não leia as publicações da Associação e mui-to menos os comunicados. Afirme que ambos

não publicam nada de interessante, ou, melhor ainda, diga que não tem nada para colaborar e que não recebe nada regu-larmente. 5. Se for contactado para ocupar qualquer car-go, recuse, alegando falta de tempo e depois critique com afirmações do tipo: “Este grupo o que quer é ficar nos cargos para sempre...”. 6. Quando tiver divergências com um Director, procure com toda a inten-sidade, vingar-se na Associação. Faça ameaças de abrir processo ético e envie cartas ao quadro social com acu-

sações pesadas à Direcção. 7. Sugira, insista e exija a rea-lização de cursos e palestras. Quando a entidade os realizar, não se inscreva. Nem compa-reça. 8. Se receber um questioná-rio a solicitar sugestões, não preencha e se a Direcção não adivinhar as suas ideias e pon-tos de vista, critique e conte a toda a gente que é sempre ig-norado. 9. Após toda esta colaboração espontânea e insistente, quan-do cessarem as publicações, as

reuniões, o lazer e todas as demais actividade, enfim, quando a sua Associação desaparecer, encha o peito e afirme aos quatro ventos, com orgulho: «Eu bem dizia!!!»

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Passatempos

Sopa de Letras

Descubra 15 palavras da relacionadas com o 25 de Abril

Sudoku

Descubra as diferenças

SOLUÇÕES:Sopa de Letras: Abril, Canções, Carmo, Cravos, Liberdade, Lisboa, Maia, Marcello, Militares, Otelo, Povo, Regime, Revolução, Santarém, Spínola.Descubra as Diferenças: Foguete, Pau da Bandeira, Bandeira, Chão, Raquete, Pássaro, Casa, Rato

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