editora seguinte - 1º semestre/2014 (trechos)

43
OS LIVROS CITADOS AINDA ESTãO EM FASE DE REVISãO. POR FAVOR, DESCONSIDERE EVENTUAIS ERROS ENCONTRADOS NOS TRECHOS AQUI REUNIDOS. LANçAMENTOS 1º SEMESTRE 2014 Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 32 04532-002 — São Paulo — SP Telefone: (11) 3707-3500 Fax: (11) 3707-3501 www.seguinte.com.br www.facebook.com/editoraseguinte www.twitter.com/editoraseguinte [email protected]

Upload: editora-companhia-das-letras

Post on 25-Nov-2015

92 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Leia trechos dos lançamentos que a Editora Seguinte preparou para o 1º semestre de 2014.Mais informações: www.seguinte.com.br

TRANSCRIPT

  • os livros citados ainda esto em fase de reviso. por favor, desconsidere eventuais erros encontrados nos trechos aqui reunidos.

    Lanamentos 1 semestRe 2014

    Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 3204532-002 So Paulo SPTelefone: (11) 3707-3500Fax: (11) 3707-3501www.seguinte.com.brwww.facebook.com/editoraseguintewww.twitter.com/editoraseguinte [email protected]

  • JANEIRO TormenTo/ John Boyneo alapo (Infinity ring, vol. 3)/ Lisa McMann

    FEVEREIROConTos da seleo/ Kiera CassConTos e lendas dos grandes enIgmas da hIsTrIa/ Gilles Massardier

    MAROo Tesouro da enCanTadora (a Quase honrosa liga de piratas, vol. 1)/ Caroline Carlsona garoTa CerTa (garota

  • 4Apesar de sentir falta do irmo mais velho, que estava fazendo faculdade em outro pas,

    Danny aproveitava o tempo livre das frias para andar de bicicleta e jogar bola com seu

    melhor amigo. At que um dia volta para casa e, estranhamente, no v sinal de sua me.

    Quando a sra. Delaney finalmente chega, vem acompanhada de dois policiais. Ela havia

    se envolvido em um acidente atropelara um garotinho que agora estava em coma, com

    poucas chances de sobreviver. A sra. Delaney se afoga em culpa e se isola de todo mundo,

    inclusive do marido e de Danny. O garoto, por sua vez, no entende o que est acontecendo.

    Por que sua me se sente to culpada quando a prpria polcia disse que ela no era

    responsvel pelo que tinha acontecido? Para complicar ainda mais a situao, uma garota

    estranha fica parada em frente casa de Danny, claramente observando seus passos...

    TRADUO: Carlos Alberto BrbaroPGINAS: 88PREO: R$ 27,00LANAMENTO: Janeiro/2014

  • 5TORMENTO

    L pelas oito, a mame ainda no tinha voltado pra casa e o papai estava comeando a ficar preocupado. Ele ligou para uns amigos, mas eles tambm no sabiam dela. Eu tinha certeza de que ele queria ligar para mais gente, mas aquilo j tinha acontecido antes e dado con-fuso. No fim a mame tinha encontrado uma conhecida na biblioteca, elas tinham sado pra beber e acabaram demorando mais do que pretendiam.

    Quer dizer que eu no posso ter vida prpria? ela perguntou quando soube que ele tinha ligado para um monte de gente. Ou ser que eu tenho que pedir permisso pra voc antes de fazer qualquer coisa?

    No papai disse, sorrindo para ela ao respon-der a primeira pergunta. E sim.

    Como sempre, ele achava que estava sendo engraa-do. Mas depois ela passou uns dias quase sem falar com ele, e o Pete e eu tivemos que preparar as refeies, por-que o papai alegava que no conseguia nem ferver gua sem queimar tudo.

    melhor voc ir pra cama ele disse l pelas nove e meia, quando ela ainda no tinha voltado.

    Mas eu estou de frias. No tem escola amanh de manh.

    Ainda assim, voc precisa dormir. Ento por favor faa o que estou mandando, rapazinho.

    Normalmente eu teria feito um pouco mais de manha, mas dava pra ver que ele estava preocupado. Eu tambm estava comeando a me preocupar, e achei que seria melhor fazer isso sozinho no meu quarto em vez de

  • 6ali embaixo com ele. Ento fui l pra cima e pus um cd pra tocar, mas desliguei o aparelho logo em seguida, por-que no queria perder o som da mame girando a chave na fechadura l embaixo.

    Fui at a janela e olhei pra fora. A janela da sra. Kennedy ficava de frente para a minha e de vez em quando, ao fechar a cortina antes de deitar, eu a via no quarto dela. Teve uma vez que eu a vi de suti e fiquei supervermelho, mesmo estando s eu no quarto. Ela no percebeu que eu estava ali olhando, mas quando puxei a cortina tive a impresso de v-la virar a cabea. Depois disso fiquei meses sem encarar a sra. Kennedy.

    Vesti o pijama e olhei para os meus ps, tentando mexer um dedo de cada vez sem mover os outros junto, mas no consegui.

    Estava lendo David Copperfield, do Charles Dickens, mas quando tentei retomar a leitura, no consegui me concentrar e repeti a mesma linha um monte de vezes.

    Ento ouvi o som de um carro descendo a rua, mas no era o som que o carro da mame fazia. O dela era um carrinho popular, que ela chamava de Bertha, o que sem-pre me fazia rir. Se bem que, num dia que fiquei zanga-do, eu disse a ela que era estpido dar nome a um carro, e ela disse que eu no devia levar tudo to a srio, que era apenas uma piada. Primeiro eu pensei que o carro ia passar direto, mas depois ouvi ele parar, o motor ser des-ligado e as portas serem abertas e fechadas.

    Abri a porta do meu quarto e segui at o patamar das

    TORMENTO

  • 7escadas, de onde dava para ver o corredor l embaixo sem que ningum me visse. A campainha tocou, o papai apareceu, caminhou ligeiro at a porta e abriu. Mame estava parada do lado de fora, sem olhar pra ele, mas tambm sem olhar pro cho. Parecia que ela estava enca-rando um ponto fixo na parede atrs do papai e que ia continuar olhando naquela direo para sempre.

    Ela estava cercada por dois policiais. Mas a um deles tirou o capacete e um monto de cabelo loiro se espalhou pelos seus ombros, e ento eu percebi que era uma poli-cial. Todos pareciam muito srios.

    No era preciso ser um gnio para perceber que alguma coisa ruim tinha acontecido.

    TORMENTO

  • 8Hilary Westfield sempre sonhou em se tornar pirata. Ela consegue ficar na gua sem sair do

    lugar durante trinta e sete minutos. Consegue dar um n mais rpido que qualquer

    marinheiro. E j tem uma espada bem pontuda. S h um pequeno problema: a Quase

    Honrosa Liga de Piratas se recusa a admitir garotas em seus postos de algozes e viles. Mas

    Hilary no ir se conformar com uma vida entre anguas e garotas bem-educadas na Escola

    de Aprimoramento da Senhorita Pimm para Damas Delicadas. Para escapar, ela partir em

    busca de sua prpria aventura martima, e logo se envolver numa procura maluca por um

    tesouro mgico que provavelmente no existe, usando um mapa que no tem X, e ter de

    lidar com um bando de algozes desajustados e com o vilo mais traioeiro e inesperado

    de todos os mares.

    SRIE: A Quase Honrosa Liga de Piratas, vol. 1TRADUO: Ricardo GouveiaPGINAS: 400PREO: R$ 36,50PREVISO DE LANAMENTO: Maro/2014

  • 9O TESOURO DA ENcANTADORA

    No final das contas, talvez o almirante Westfield esti-vesse certo, pois uma carreira na Marinha, com suas regras tediosas e misses maantes, dificilmente seria to inte-ressante quanto a vida em um navio pirata. Em um navio pirata, Hilary poderia viver todas as grandes aventuras que quisesse. Ela deixaria garotos da Marinha como Oliver tre-mendo em suas botas de couro fino, e seu pai finalmente veria do que a filha era capaz. Ela seria a pirata mais tem-vel de todos os mares no importava o que Jonas Perna--de-Pau e o almirante Westfield tivessem a dizer sobre isso.

    O almirante Westfield, no entanto, no tinha muito mais a acrescentar para Hilary naquele momento.

    Agora ele disse, levantando , vamos parar com essas bobagens. Duvido que bobagens sejam toleradas na Escola da Senhorita Pimm. Ou mesmo na qhlp. Eles estavam certssimos em rejeit-la. Ele ps as mos sobre os ombros de Hilary e deu um beijo apressado na testa dela. Agora v andando, e seja uma boa mocinha.

    Hilary no se mexeu. Em vez disso, olhou fixamente para a parede atrs do pai. Ento esfregou os olhos e olhou de novo, s para ter certeza de que no estava enganada.

    O almirante Westfield pigarreou. V andando ele repetiu, um pouco mais alto ,

    e seja Pai disse Hilary , melhor voc se virar. Alguma

    coisa muito estranha est acontecendo com a janela.Eles viram uma das janelas-escotilha atrs da mesa do

    almirante Westfield ficar cada vez maior. Ela engoliu as jane-las em volta e metade da parede tambm. Os instrumentos

  • 10

    O TESOURO DA ENcANTADORA

    nuticos do almirante desprenderam-se de seus suportes e as cartas de navegao caram no cho, mas a janela parecia determinada a continuar crescendo, at que atingiu a franja do tapete. Hilary nunca tinha visto nada parecido. Ela correu at a janela e tentou pressionar a mo contra ela, mas seus dedos passaram direto atravs da moldura.

    O vidro! De algum modo, desapareceu. Hilary cutucou a moldura da janela com a ponta da espada. E acho que a moldura ainda est crescendo. Ela se voltou para o pai. Eu no entendo. As suas janelas normal-mente andam por a por conta prpria?

    Afaste-se, querida disse o almirante Westfield , e pelo amor de Deus, abaixe essa arma ridcula. Eu vou cui-dar disso. Ele puxou Hilary para o lado e marchou at a parede, que era agora mais ar do que pedra. Escute aqui, janela! ele bradou. No vou tolerar essa impertinn-cia. Estou no comando desta casa, e exijo que voc encolha imediatamente!

    Hilary esfregou o brao que o almirante Westfield havia puxado. Ela ficou muito satisfeita ao ver que, ao contrrio do resto do reino, a janela se recusou a obedecer s ordens do pai. Na verdade, o buraco se escancarou ainda mais, reve-lando duas figuras uma alta e uma mais baixa em p no gramado da manso Westfield. Estavam longe demais para Hilary distingui-las, mas pareciam totalmente vestidas de preto, com mscaras pretas nos olhos e luvas pretas nos punhos. Hilary engoliu em seco e apontou a espada na dire-o delas.

    A janela hesitou por um momento, como se estivesse

  • 11

    O TESOURO DA ENcANTADORA

    considerando se ficar ainda maior no seria falta de educa-o. Ela oscilou de um lado para o outro e ento, de uma s vez, todas as gavetas do escritrio do almirante se abriram, e todas as portas foram arrancadas das dobradias. Hilary gritou e ergueu a espada para repelir as portas do armrio, que balanavam loucamente acima de sua cabea. O almi-rante Westfield soltou uma tempestade de xingamentos nuticos quando a gaveta da mesa o atingiu no estmago, jogando-o no cho.

    Um pergaminho enrolado saiu da gaveta e passou voando acima da cabea do almirante Westfield. Ele tentou agarr-lo, mas o rolo disparou como um dardo entre os seus dedos, e antes que Hilary pudesse correr para ajudar, j tinha atravessado a enorme janela e pousado na mo enluvada da figura alta que aguardava no gramado.

    Parem, seus salafrrios! gritou o almirante Wes-tfield, mas a figura alta apenas acenou alegremente. Ento, com um tremor sbito, a janela-escotilha implodiu de volta ao seu tamanho normal, e todas as gavetas e portas de armrios se fecharam violentamente.

    Hilary correu at o almirante Westfield e o ajudou a se levantar.

    Voc est bem? ela perguntou. Seu pai estava um pouco vermelho, mas, verdade seja dita, ele sempre estava. Que diabos acabou de acontecer?

    Magia! exclamou o almirante Westfield. Seguida de roubo, ainda por cima. Aqueles pilantras encan-taram um documento importantssimo e o fizeram voar para fora da minha casa! Ele abriu a gaveta e remexeu l

  • 12

    dentro. E para que serve aquela maldita grgula? res-mungou. Era para ela nos proteger, mas no faz nada se voc no correr at ela e implorar. E eu me recuso a implo-rar qualquer coisa para aquela criatura. Como os Westfield acabaram em posse do item mgico mais intil do reino, nunca saberei. O almirante praguejou baixinho e fechou a gaveta da mesa com um estrondo. Ento ergueu os olhos para Hilary. Lamento tremendamente que voc tenha testemunhado tudo isso, minha querida. Se envolver com magia dificilmente melhora a reputao de uma jovem dama. melhor voc correr de volta para o quarto enquanto eu ponho ordem nesta baguna.

    Hilary franziu a testa. Certamente uma verdadeira pirata no se esconderia no quarto depois de uma batalha. No, uma verdadeira pirata perseguiria o inimigo, no importava o que seu pai tivesse a dizer a respeito.

    Mas eu posso ir atrs dos ladres ela protestou. Talvez no seja capaz de peg-los, mas com certeza con-sigo descobrir para onde foram.

    No, minha querida, no seja ridcula. No h nada que voc possa fazer. E onde voc arrumou aquela espada?

    Hilary furtara a espada de uma armadura exposta no salo de baile da manso Westfield, imaginando que faria melhor uso dela do que a armadura jamais poderia mas agora no era exatamente o momento ideal para explicar isso ao pai.

    Diga-me o que posso fazer para ajudar ela disse e eu farei.

    Voc pode ajudar disse o almirante Westfield

    O TESOURO DA ENcANTADORA

  • 13

    no dizendo uma nica palavra sobre isso para ningum. Quanto antes voc estiver em segurana na Escola da Senhorita Pimm, melhor. Alis, minha querida, esse tipo de comportamento escandaloso exatamente o que se pode esperar a bordo de um navio pirata ele cuspiu as pala-vras no tapete. Lamentvel, no ?

    Na verdade, Hilary tinha achado tudo aquilo bem emocionante, mas o almirante Westfield no lhe deixou responder.

    Agora, se me d licena, tenho que convocar alguns homens para perseguir aqueles patifes. Ele se virou de novo para Hilary. E, pelo amor de Deus, me d essa espada. Ela perigosa, e com certeza voc no vai precisar dela na Escola da Senhorita Pimm.

    Ele estendeu a mo para a espada, mas Hilary a tirou de seu alcance.

    Acho que vou ficar com ela, pai, se voc no se importar ela disse. Ouvi dizer que as meninas na Senhorita Pimm so um tanto violentas.

    Hilary, eu no tenho tempo para essas besteiras. Com espada ou sem espada, tudo o que peo que amanh s dez horas da manh voc esteja s e salva no trem para a Escola da Senhorita Pimm.

    Hilary tentou parecer solene. Sim, pai ela disse. Prometo que estarei no trem.O almirante Westfield dispensou Hilary do escritrio

    com um aceno. Pelo menos ele no a fizera prometer que ficaria no trem at chegar Escola da Senhorita Pimm, pois essa era uma promessa que ela no pretendia cumprir.

    O TESOURO DA ENcANTADORA

  • 14

    Aristteles um jovem solitrio e introspectivo, revoltado com todos os segredos que

    o mantm distante da verdade sobre sua prpria vida. Dante apaixonado por arte e

    literatura, tem opinio sobre tudo e um jeito nico de ver o mundo. Em um vero tedioso,

    esses dois garotos completamente diferentes acabam se encontrando por acaso, e assim

    comea uma amizade especial do tipo que muda vidas e dura para sempre. Atravs dessa

    amizade, Ari e Dante iro descobrir mais sobre si mesmos e sobre o tipo de pessoa que

    querem ser.

    TTULO: Aristteles e Dante descobrem os segredos do UniversoTRADUO: Clemente PereiraPREVISO DE LANAMENTO: Abril/2014

    Livro ganhador de 13 prmios, inclusive o printz honor

  • 15

    ARISTTELES E DANTE DEScObREM OS SEGREDOS DO UNIVERSO

    Eu devia tomar uma ducha antes de entrar na pisci-na. Era uma das regras. Pois , regras. Mas eu odiava tomar banho com um bando de estranhos. No sei por qu, simplesmente no gostava. aquilo, alguns caras falam sem parar, como se fosse normal entrar no chuvei-ro com um monte de gente e contar da professora que voc odeia, do ltimo filme que voc viu ou da garota de quem voc est a fim. Eu no gostava; no tinha nada para falar. Caras no chuveiro. No era minha praia.

    Caminhei at a piscina, sentei na beirada da parte rasa e botei os ps na gua.

    O que voc faz numa piscina quando no sabe nadar? Aprende. Acho que essa era a resposta. Eu tinha ensinado meu corpo a boiar na gua. Sem perceber, apli-cara um dos princpios da fsica. E o melhor que fizera a descoberta por mim mesmo.

    Por mim mesmo. Estava apaixonado por essa expres-so. Eu no era muito bom em pedir ajuda, um mau hbi-to herdado do meu pai. E, alm disso, os instrutores de natao que se consideravam salva-vidas eram pssimos. No tinham o menor interesse em ensinar um pivete raqutico de quinze anos a nadar. Estavam mais interes-sados nas garotas que comeavam a ter peitos. Eram obcecados por peitos. Essa a verdade. Ouvi um dos salva-vidas conversar com outro enquanto deveria estar de olho num grupo de crianas pequenas.

    Uma garota como uma rvore. D vontade de escalar e arrancar todas as folhas.

    O outro salva-vidas riu.

  • 16

    ARISTTELES E DANTE DEScObREM OS SEGREDOS DO UNIVERSO

    Voc um babaca disse. No, sou um poeta reagiu o primeiro. Um

    poeta do corpo.E os dois caram na gargalhada.Sim, claro, aqueles dois eram os novos Walt Whitman.

    Pois , meu problema com garotos que eu no fazia a menor questo de ficar perto deles. Quer dizer, me cau-savam desconforto. No sei por qu, no exatamente. que Sei l, eu no fazia parte daquele mundo. Acho que o fato de eu ser um deles me dava uma baita vergo-nha. E a possibilidade de crescer e virar um daqueles babacas me deprimia. Uma garota como uma rvore? Sim, e um cara to inteligente quanto um toco de madeira infestado de cupins. Minha me diria que era apenas uma fase. Logo teriam seus crebros de volta. Claro que sim.

    Talvez a vida fosse mesmo s uma srie de fases uma depois da outra. Talvez em alguns anos eu passaria pela mesma fase em que os salva-vidas de dezoito anos estavam. No que eu acreditasse na teoria da minha me sobre fases. Aquilo no parecia ser uma explicao estava mais para uma desculpa qualquer. Acho que minha me no entendia a fundo essa coisa dos garotos. Nem eu. E eu era um.

    Tinha a sensao de que havia algo de errado comi-go. Acho que eu era um mistrio at para mim mesmo. Que saco. Eu tinha srios problemas.

    Uma coisa era certa: no havia chance de eu pedir para um daqueles idiotas me ensinar a nadar. Melhor sofrer sozi nho. Melhor morrer afogado.

  • 17

    ARISTTELES E DANTE DEScObREM OS SEGREDOS DO UNIVERSO

    Ento, fiquei boiando no canto. No que fosse muito divertido.

    Foi ento que ouvi uma voz meio esganiada. Posso ensinar voc a nadar.Fui at a lateral da piscina e fiquei de p, os olhos

    quase fechados por causa do sol. Ele estava sentado na beira da piscina. Encarei-o com desconfiana. Um cara que se oferece para ensinar algum a nadar com certeza no tem nada me lhor para fazer da vida. Dois caras sem nada para fazer da vida? Quo divertido poderia ser?

    Eu tinha uma teoria: melhor se entediar sozinho do que acompanhado. E quase sempre seguia essa ideia. Talvez por isso no tivesse amigos.

    Ele me encarava. Esperando. Ento, repetiu: Posso ensinar voc a nadar, se quiser.Por algum motivo, gostei da voz dele. Soava como

    se estivesse gripado, meio rouco. Voc fala de um jeito esquisito comentei. alergia ele disse. Alergia a qu? Ao ar respondeu.A resposta me fez rir. Meu nome Dante ele disse.Seu nome me fez rir ainda mais. Desculpe eu disse. Tudo bem. As pessoas costumam rir do meu

    nome. No, no acrescentei. que o meu Aristteles.Seus olhos brilharam. Tipo, o cara estava disposto a

    escutar cada palavra que eu dissesse.

  • 18

    Aristteles repeti.Ento ambos perdemos o controle. De tanto rir. Meu pai professor de ingls em uma faculdade

    ele disse. Pelo menos seu nome tem uma explicao. Meu

    pai carteiro. Aristteles a verso inglesa do nome de meu av.

    E ento pronunciei o nome de meu v, caprichando no sotaque mexicano:

    Aristotiles. E, na verdade, meu primeiro nome Angel.

    Emendei em espanhol: Angel. Seu nome Angel Aristteles? Sim. Esse meu nome verdadeiro.Rimos de novo. No conseguamos parar. Pergunta-

    va a mim mesmo do que ramos. Era s dos nomes? Ou ramos por estarmos aliviados? Felizes? O riso era outro mistrio da vida.

    Eu costumava dizer s pessoas que meu nome era Dan. Sabe, s tirando duas letras. Mas parei de fazer isso. No era verdade. E, no fim das contas, fui descoberto. Me senti um mentiroso idiota. Tive vergonha de mim mesmo por ter tido vergonha de mim mesmo. No gostei de me sentir assim explicou, dando de ombros.

    Todo mundo me chama de Ari. Prazer, Ari.Gostei do jeito como disse Prazer, Ari. Suas pala-

    vras soaram sinceras. Tudo bem eu disse , me ensine a nadar.

    ARISTTELES E DANTE DEScObREM OS SEGREDOS DO UNIVERSO

  • 19

    Acho que pronunciei as palavras como se estivesse fazendo um favor a ele. Mas ele no percebeu ou no se importou.

    Dante era um professor detalhista. Sabia nadar mui-to bem, entendia tudo sobre o movimento dos braos e das pernas e a respirao. Entendia como o corpo funcio-nava na gua. Ele amava e respeitava a gua. Compreen-dia suas belezas e perigos. Falava de nadar como um estilo de vida. Ele tinha quinze anos. Quem era aquele cara? Parecia meio frgil, mas no era. Era disciplinado, rgido e inteligente; e no fingia ser burro e comum. No era nem um nem outro.

    Era engraado, focado e impetuoso. Quer dizer, podia ser impetuoso. E no tinha nenhuma maldade. Eu no entendia como algum podia viver em um mundo mau e no absorver um pouco dessa maldade. Como um cara era capaz de viver sem um pouco de maldade?

    Dante se tornou mais um mistrio em um mundo cheio de mistrios.

    ARISTTELES E DANTE DEScObREM OS SEGREDOS DO UNIVERSO

  • 20

    No dia em que a Primeira Guerra Mundial eclodiu, o pai de Alfie Summerfield prometeu que

    no iria para o combate e quebrou a promessa no dia seguinte. Quatro anos depois, Alfie

    no sabe onde o pai est. Sua nica informao a de que ele faz parte de uma misso

    especial e secreta. Ento, enquanto engraxa sapatos na estao de trem, Alfie se depara

    com o nome do pai numa pilha de papis que pertence a um mdico militar. Desnorteado e

    confuso, Alfie descobre que o pai est num hospital ali perto um hospital especializado

    em tratar soldados com doenas incomuns. O garoto ento decide resgatar o pai daquele

    lugar estranho e inquietante.

    TTULO: Fique onde est e ento corraTRADUO: Henrique de Breia e SzolnokyPREVISO DE LANAMENTO: Junho/2014

  • 21

    FIqUE ONDE EST E ENTO cORRA

    Quando Alfie desceu as escadas na manh seguinte sua festa de cinco anos, encontrou a me usando seu traje de lavar roupa e os cabelos amarrados no topo da cabea, fervendo gua em todas as panelas no fogo, parecendo to infeliz quanto na noite anterior. No era s a infelicidade normal dos dias de lavar roupa, que quase sempre iam das sete da manh s sete da noite.

    Ela levantou a cabea quando o notou ali, mas por um instante pareceu no reconhec-lo. Quando reconhe-ceu, tudo o que fez foi abrir um sorriso desanimado.

    Alfie ela disse. Achei melhor deixar voc dormir at mais tarde. Foi um dia agitado, ontem. Seja um bom menino e traga seus lenis aqui para mim, est bem?

    Cad o papai? Alfie perguntou. Saiu. Para onde? Ah, no sei ela respondeu, incapaz de encar-lo

    nos olhos. Voc sabe que seu pai nunca me conta nada.Alfie sabia que isso no era verdade, pois todas as

    tardes, quando seu pai voltava da leiteria, ele contava a Margie cada detalhezinho de seu dia, do comeo ao fim. Eles ficavam sentados juntos, rindo enquanto ele contava que Bonzo Daly tinha deixado meia dzia de lates de leite destampados no ptio e os pssaros chegaram e estragaram tudo. Ou que Petey Staples tinha sido rude com o chefe e foi avisado que, se continuasse a reclamar, poderia simplesmente procurar outro emprego, um em que aturassem aquela conversa fiada. Ou que o cavalo

  • 22

    FIqUE ONDE EST E ENTO cORRA

    que puxava a carroa, chamado sr. Asquith, tinha feito o coc dos cocs na frente da casa da sra. Fairfax, no nme-ro 4 logo ela, descendente direta (conforme dizia) do ltimo rei da dinastia Plantageneta, destinada a lugares melhores do que a Damley Road. Se tinha uma coisa que Alfie sabia sobre o pai, era que ele contava tudo sua me.

    Uma hora depois, ele estava na sala desenhando no caderno novo enquanto Margie descansava um pouco da lavagem de roupa e vov Summerfield, que tinha apare-cido para fofocar mas que, na verdade, s queria dar seus lenis para Margie lavar tambm , segurava o jornal na frente do rosto e forava a vista para ler, reclaman-do e reclamando porque as letrinhas eram to pequenas.

    No consigo ler, Margie ela dizia. Esto ten-tando deixar todo mundo cego? isso que eles querem?

    Voc acha que o papai vai me levar na carroa com ele amanh? Alfie perguntou.

    Voc pediu a ele? Sim, mas ele disse que no posso at ficar mais

    velho. Ento no pode respondeu Margie. Mas amanh vou ser mais velho do que era ontem

    disse Alfie.Antes que Margie pudesse responder, a porta se

    abriu e, para o espanto de Alfie, um soldado entrou mar-chando. Era alto e tinha um porte respeitvel, com o mes-mo tamanho e tipo fsico do pai de Alfie, mas parecia um

  • 23

    FIqUE ONDE EST E ENTO cORRA

    tanto envergonhado ao olhar pela sala. O menino no pde deixar de se impressionar com o uniforme: uma jaqueta cqui com cinco botes de lato na frente, faixas nos ombros, calas enfiadas em meias altas e grandes botas pretas. Mas, Alfie se perguntou, por que um solda-do entraria assim, sem mais nem menos, na casa deles? Ele no tinha nem batido na porta! Ento o soldado tirou o chapu e ps debaixo do brao, e Alfie percebeu que aquele no era um soldado qualquer e tambm no era um estranho.

    Era Georgie Summerfield.Seu pai.Foi nesse momento que Margie derrubou o tric no

    cho, levou as mos boca e ficou assim por um tempo, at deixar a sala e correr escada acima. Georgie se virou para o filho e para a me e deu de ombros.

    Eu precisava fazer isso ele disse, enfim. Voc entende, me, no entende? Eu precisava.

    Estamos perdidos respondeu a vov Summer-field. Ela deixou o jornal de lado, deu as costas para o filho e foi at a janela. L fora, outros homens entravam em suas casas usando uniformes iguais ao de Georgie. Estamos todos perdidos.

    E isso era tudo que Alfie se lembrava de quando fez cinco anos.

  • 24

    Tudo comea com um projeto para a aula de ingls: escrever uma carta para uma pessoa

    que j morreu. Laurel escolhe Kurt Cobain porque sua irm, May, o adorava. E morreu jovem,

    assim como May. Logo o caderno de Laurel est repleto de cartas a pessoas mortas, como

    Janis Joplin, Amy Winehouse, Amelia Earhart, Heath Ledger e muitos outros apesar de ela

    nunca entregar uma nica carta professora. Ela escreve sobre seu primeiro ano no ensino

    mdio, os novos amigos, o primeiro amor, a vida em uma famlia despedaada...

    E, finalmente, sobre o que aconteceu enquanto May deveria estar cuidando dela.

    Eu simplesmente amei este livro. A cada pgina, me senti tocado pelas emoes

    poderosas e pela prosa to eloquente que poderia ser poesia. Cartas de amor aos mortos

    mais do que uma estreia excepcional. o indcio de uma nova voz na literatura juvenil.

    Stephen chbosky, autor do best-seller As vantagens de ser invisvel

    TTULO: Cartas de amor aos mortosTRADUO: Alyne AzumaPREVISO DE LANAMENTO: Julho/2014

  • 25

    cARTAS DE AMOR AOS MORTOS

    Querido Kurt Cobain,

    Hoje a sra. Buster passou nossa primeira tarefa de ingls: escrever uma carta para uma pessoa que j mor-reu. Como se a carta pudesse chegar at o cu, ou na agncia de correio dos fantasmas. Provavelmente ela queria que a gente escrevesse para um ex-presidente ou algum assim, mas preciso de algum para conversar. Eu no poderia conversar com um presidente. Mas posso conversar com voc.

    Gostaria que voc pudesse me dizer onde est e por que foi embora. Voc era o msico favorito da minha irm, May. Desde que ela se foi, tem sido difcil ser eu mesma, porque no sei exatamente quem sou. Mas agora que estou no ensino mdio, preciso descobrir rpido. Caso contrrio, sei que vou me dar muito mal l.

    As nicas coisas que sei sobre o ensino mdio vieram de May. No meu primeiro dia, fui at o guarda-roupa dela e encontrei a roupa que lembro que ela usou no pri-meiro dia uma saia plissada com um suter de caxe-mira rosa, cuja gola ela cortou e na qual costurou um retalho com o smbolo do Nirvana, a carinha com X nos olhos. Mas a questo que May era linda; tinha aquele tipo de beleza que marca as pessoas. Estava com o cabe-lo sempre arrumado e andava como se vivesse em um mundo melhor, ento a roupa fazia sentido. Eu a vesti e fiquei me olhando no espelho dela, tentando sentir que pertencia a qualquer mundo, mas parecia uma fantasia em mim. Ento pus minha roupa preferida do ensino

  • 26

    cARTAS DE AMOR AOS MORTOS

    fundamental, um macaco jeans com uma camiseta de manga comprida e brincos de argola. Quando pisei no corredor do Colgio West Mesa, senti imediatamente que tinha sido um erro.

    Em seguida, me dei conta de que no se deve levar o almoo para a escola. O certo comprar pizza e um pacote de bolachas recheadas com manteiga de amen-doim, ou ento nem almoar. Minha tia Amy, com quem moro semana sim, semana no, comeou a preparar san-duches de alface com maionese no po de hambrguer, porque era o que gostvamos de comer May e eu quando ramos pequenas. Eu tinha uma famlia normal. Quer dizer, no era perfeita, mas ramos minha me, meu pai, May e eu. Agora, parece que j faz tanto tempo. Mas a tia Amy est se esforando tanto e gosta tanto de preparar os sanduches que no consigo explicar que no funcionam no ensino mdio. Ento eu entro no banheiro feminino, como o sanduche o mais rpido que posso e jogo o embrulho de papel no lixo dos absorventes.

    Faz uma semana que as aulas comearam, e ainda no conheo ningum aqui. Todo mundo da minha anti-ga escola foi para o Colgio Sandia, onde May estudava. Eu no queria ningum sentindo pena de mim nem fazendo perguntas que eu no saberia responder, ento fui para West Mesa, que fica no distrito da tia Amy. Um recomeo, acho.

    Como no quero passar os quarenta e trs minutos de almoo no banheiro, quando termino o meu sandu-

  • 27

    cARTAS DE AMOR AOS MORTOS

    che, vou para o ptio e sento perto da cerca. Me torno invisvel para poder ficar s observando. As rvores esto comeando a perder as folhas, mas o ar ainda est to denso que mal d para respirar. Gosto de observar um garoto em especial, que descobri que se chama Sky. Ele sempre usa uma jaqueta de couro, mesmo que mal tenha terminado o vero. Ele me faz lembrar que o ar no apenas algo que existe. algo que se respira. Mesmo que ele esteja do outro lado do ptio, consigo ver o peito dele se movendo.

    No sei por qu, mas nesse lugar cheio de estranhos, fico feliz que Sky e eu estejamos respirando o mesmo ar. O mesmo ar que voc respirou. O mesmo ar que May.

    s vezes suas msicas do a impresso de que exis-tia muita coisa dentro de voc. Talvez nem tenha conse-guido colocar tudo para fora. Talvez tenha sido por isso que voc morreu. Como se tivesse implodido. Acho que no estou fazendo minha tarefa direito. Talvez eu tente de novo mais tarde.

    um beijo,Laurel

  • 28

    Querido Kurt Cobain,

    Quando a sra. Buster pediu para entregarmos nossas cartas hoje no fim da aula, olhei para o caderno em que tinha escrito a minha e o fechei. Assim que o sinal tocou, recolhi minhas coisas e sa. Existem coisas que no posso contar a ningum alm das pessoas que j no esto mais aqui.

    Na primeira vez que May me mostrou suas msicas, eu estava no oitavo ano. Ela estava no primeiro do ensino mdio. Desde que comeara o ensino mdio, minha irm parecia cada vez mais distante. Sinto falta dela e dos mundos que costumvamos inventar juntas. Mas naque-la noite no carro, ramos s ns duas de novo. Ela colo-cou Heart-Shaped Box, que era diferente de tudo o que j tinha ouvido.

    Quando May tirou os olhos da rua e perguntou Gostou?, foi como se tivesse aberto a porta de seu novo mundo e estivesse me convidando para entrar. Fiz que sim. Era um mundo cheio de sentimentos para os quais eu ainda no tinha palavras.

    Ultimamente, tenho ouvido voc de novo. Eu coloco In Utero, fecho a porta e os olhos e escuto o lbum inteiro vrias vezes. E quando estou ali com a sua voz, difcil explicar, mas sinto que comeo a fazer sentido.

    Depois que May morreu, em abril, como se o meu crebro tivesse se fechado. Eu no sabia responder a nenhuma das perguntas que meus pais faziam, ento

    cARTAS DE AMOR AOS MORTOS

  • 29

    basicamente parei de falar por um tempo. E finalmente todos ns paramos de conversar, pelo menos sobre aqui-lo. um mito que a dor aproxima as pessoas. Ns est-vamos cada um em sua ilha meu pai em casa, minha me no apartamento para onde tinha se mudado alguns anos antes, e eu indo de um lado para o outro em siln-cio, muito fora de rbita para suportar os ltimos meses do ensino fundamental.

    No fim, meu pai se isolou com seus jogos de beisebol e voltou a trabalhar na Rhodes Construction, e minha me foi para um rancho na Califrnia dois meses depois. Talvez ela estivesse brava por eu no ter contado o que aconteceu. Mas no posso contar a ningum.

    Durante aquele longo vero tedioso, comecei a pro-curar artigos on-line, imagens ou alguma matria que substitusse a verso que ficava passando na minha cabe-a. Havia um obiturio que dizia que May era uma linda jovem e uma tima aluna, amada pela famlia. E havia um pequeno artigo do jornal, Adolescente local morre tragicamente, acompanhado por uma foto de flores e coisas que alguns alunos da antiga escola dela deixaram perto da ponte, junto com sua foto do anurio, em que estava sorrindo, com o cabelo brilhante, olhando direta-mente para ns.

    Talvez voc possa me ajudar a descobrir como encontrar uma porta para um novo mundo mais uma vez. Ainda no fiz nenhum amigo. Na verdade, eu pra-ticamente no disse uma palavra durante a semana e

    cARTAS DE AMOR AOS MORTOS

  • 30

    meia em que estive aqui, exceto presente durante a chamada. E a pergunta para a secretria sobre onde eram as minhas aulas. Mas tem uma garota chamada Natalie na minha aula de ingls. Ela faz desenhos nos braos. No s os coraes de sempre, mas paisagens com cria-turas, garotas e rvores que parecem vivos. Ela usa duas tranas no cabelo que vo at a cintura, e sua pele escura perfeita e macia. Os olhos dela tm cores diferentes um quase preto, e o outro verde-escuro. Ela me pas-sou um bilhete ontem s com uma carinha feliz. Estou pensando que talvez pudesse tentar almoar com ela.

    Quando todo mundo faz fila para comprar alguma coisa no almoo, todos parecem estar juntos. No consigo deixar de desejar que estivesse com eles tambm. Eu no queria encher o saco do meu pai pedindo dinheiro, por-que ele parece ficar estressado sempre que fao isso, e no posso pedir tia Amy, porque ela acha que estou feliz com os sanduches. Mas comecei a juntar uns troca-dos sempre que os encontrava uma moeda de dez centavos no cho, vinte e cinco centavos na mquina de refrigerante quebrada, e ontem peguei cinquenta centa-vos da cmoda da tia Amy. Me senti mal. Mesmo assim, foi o suficiente para comprar bolachas.

    Isso me deixou feliz. Gostei de ficar na fila com todo mundo. Gostei que a garota na minha frente tivesse cachos ruivos que, dava para ver, era ela mesma que fazia. E gostei do leve barulho do plstico quando abri o pacote. Gostei que cada mordida teve a crocncia de algo se quebrando.

    cARTAS DE AMOR AOS MORTOS

  • 31

    E ento aconteceu o seguinte: eu estava mastigando uma bolacha e olhando para Sky pelas folhas que caam. Foi quando ele me viu. Estava virando para falar com algum. E ento tudo ficou em cmera lenta. Nossos olhos se encontraram por um instante, antes que os meus desviassem. Parecia que vaga-lumes estavam brilhando sob a minha pele. A questo que, quando olhei de novo, Sky ainda estava olhando. Os olhos dele eram como a sua voz, Kurt chaves para um lugar em mim que podia ser escancarado.

    um beijo,Laurel

    cARTAS DE AMOR AOS MORTOS

  • novos volumesdas srIes Que voC j ConheCe

  • 34

    Dos mesmos criadores de 39 Clues

    Quando os amigos Dak Smyth e Sera Froste descobrem o segredo da viagem no tempo

    um dispositivo porttil conhecido como Anel do Infinito , eles no tm nem ideia da guerra

    oculta e milenar em que esto entrando, e muito menos de que a partir de agora embarcaro

    numa jornada cheia de perigos e sero os responsveis por salvar a humanidade.

    PGINAS: 240PREO: R$ 26,00

    PGINAS: 216PREO: R$ 24,90

    Aps a leitura de cada volume, a aventura continua

    com um episdio on-line, em que voc poder

    explorar ainda mais esse universo. Voc entrar na

    pele de Dak e Sera, e voltar no tempo para corrigir

    uma das Grandes Fraturas atravs de quatro

    desafios. Os trs primeiros episdios j esto no ar.

    Jogue agora!

    AcESSO EM:

    Jogo on-line!

  • 35

    Depois de lutarem ao lado de guerreiros medievais para corrigir mais uma Fratura, Dak,

    Sera e Riq retornam aos Estados Unidos e logo se envolvem em uma armadilha mortal.

    O ano 1850, um pouco antes da Guerra Civil, e o pas est dividido em relao escravido.

    Nesses tempos sombrios, uma rota clandestina a nica esperana de muitos escravos. Mas

    a SQ aos poucos est tomando o controle, colocando a vida de muitos fugitivos em perigo.

    Riq forado a se separar do grupo e encontrar dificuldades que o levaro a enfrentar seu

    prprio passado. Dak e Sera, por outro lado, tentam descobrir em quem podem confiar e o

    que precisa ser feito para consertar mais uma Fratura.

    O quarto volume da srie, A maldio dos ancestrais, foi escrito por Matt de la Pea

    e tem lanamento previsto para maio de 2014.

    TRADUO: Alexandre BoidePGINAS: 224PREO: R$ 24,90LANAMENTO: Janeiro/2014

  • 36

    Mais de 120 mil exemplares vendidos no Brasil

    Muitas garotas sonham em ser princesas, mas no America Singer. Ela topa se inscrever na

    Seleo s para agradar a me, certa de que no ser sorteada para participar da competio

    em que o prncipe escolher sua futura esposa. Mas claro que depois disso sua vida nunca

    mais ser a mesma...

    PGINAS: 368PREO: R$ 29,90

    PGINAS: 360PREO: R$ 29,90

    Os dois contos que se passam no universo criado por Kiera

    cass, autora da trilogia A Seleo, agora esto disponveis

    em edio impressa. Em O prncipe e O guarda o leitor pode

    acompanhar de perto os pensamentos e emoes dos dois

    homens que lutam pelo amor de America Singer: o prncipe

    Maxon e Aspen Leger. Leitura indispensvel para os fs da

    srie, esta antologia inclui, ainda, um final estendido do conto

    O prncipe; contedos extras exclusivos, como uma entrevista

    com a autora e dados inditos sobre os personagens; alm

    dos trs primeiros captulos de A escolha, o aguardado

    desfecho da trilogia.

    PGINAS: 264PREO: R$ 23,90LANAMENTO: Fevereiro/2014

    Kiera Cass

  • 37

    A Seleo mudou a vida de trinta e cinco garotas para sempre. Agora, escolhas precisam ser

    feitas. America Singer nunca sonhou em chegar to perto da coroa ou do corao do prncipe

    Maxon. Mas com a competio se aproximando do fim e as revoltas fora do palcio

    crescendo, America percebe o quanto ela tem a perder e as dificuldades que ter de

    enfrentar para lutar pelo futuro que deseja.

    TRADUO: Cristian ClementeLANAMENTO: 6 de maio de 2014

    Lanamento simultneo!

  • 38

    Cada um dos seis volumes desta srie narrado por um personagem diferente de um mesmo

    grupo de amigos. Garota

  • 39

    Cass deu um p na bunda de Adam. Jack superou Cass. Donna resolveu dar mais uma chance

    ao amor. Mas e Ollie? Ollie apaixonado por sua melhor amiga, Sarah, desde sempre. Ela

    parece no se dar conta disso, e ele tem medo de perd-la para outro garoto. Ser que Ollie

    conseguir reunir coragem para se abrir com ela?

    O ltimo volume da srie, Para sempre juntos, tem lanamento previsto para julho de 2014.

    TRADUO: Rita SussekindPGINAS (estimadas): 296PREO: R$ 29,90LANAMENTO: Maro/2014

  • 40

    Da mesma autora de academia de vampiros

    O trabalho de Sydney Sage no nada fcil: ela e seus colegas alquimistas so os nicos que

    sabem que vampiros existem para alm das telas de cinema e so uma ameaa real

    humanidade. Para manter a ordem, eles devem impedir que esse segredo vaze e que os

    mortais se aproximem desses seres perigosssimos.

    Mas agora a paz que os alquimistas vm garantindo h tempos est prestes a desabar, e

    Sydney ter de proteger a princesa vampira Jill Dragomir, ou uma guerra pelo trono eclodir

    no mundo dos vampiros e trar consequncias avassaladoras para os homens.

    No entanto, defender algum que at ento era alvo de seu desprezo ser mais difcil do

    que Sydney imaginava...

    PGINAS: 432PREO: R$ 34,90

    PGINAS: 424PREO: R$ 34,90

    Richelle Mead

  • 41

    Depois de viver um momento proibido que mexeu profundamente com ela, Sydney Sage

    luta contra seu corao para se manter fiel aos ensinamentos dos alquimistas. At que ela

    conhece o atraente Marcus Finch um ex-alquimista que incrivelmente escapou do

    controle da organizao e agora est foragido. Marcus quer revelar a Sydney os segredos

    que, segundo ele, os alquimistas esto escondendo dela. Mas enquanto a pressiona a se

    rebelar contra as pessoas que a criaram, Sydney descobre que se libertar mais difcil do que

    pensava. H uma magia antiga e misteriosa dentro dela e, enquanto tenta deter uma bruxa

    maligna que ataca jovens usurias de magia poderosas, Sydney percebe que sua nica

    esperana aceitar seu sangue mgico ou ser a prxima vtima.

    O quarto volume da srie, The Fiery Heart, tem lanamento previsto para agosto de 2014.

    TRADUO: Guilherme MirandaLANAMENTO: Abril/2014

  • 42

    CrniCas de saliCanda

    Pauline Alphen

    Srie de sucesso na frana

    Estamos no sculo XXIII, em um mundo de prticas quase medievais: o escambo impera e

    no h o menor sinal da tecnologia que conhecemos nos dias de hoje. Em um antigo castelo

    isolado no meio da floresta, em uma aldeia chamada Salicanda, vivem os gmeos Jad e

    Claris. Eles no sabem nada sobre o passado da humanidade nem sobre o motivo do sumio

    da me e esto em busca de respostas.

    PGINAS: 368PREO: R$ 42,00

    PGINAS: 256PREO: R$ 39,50

    PAULINE ALPHEN nasceu no Rio de Janeiro, em 1961. Filha de pai francs e me alagoana, cresceu entre a Frana e o brasil e hoje vive

    em Toulouse. Formada em jornalismo e histria, escritora, tradutora

    e autora de livros infantis e juvenis.

    iris

    dE

    Oli

    VEi

    ra

  • 43

    Os Trs Vales j no so a regio pacfica onde os gmeos Jad e Claris cresceram.

    O castelo foi queimado, as estradas no so mais seguras e a pequena vila isolada de

    Salicanda est sendo atacada por bandidos que possuem armas dos Tempos de Antes.

    Depois de passar um tempo na ilha, Claris volta para esse mundo quase irreconhecvel e

    caminha sozinha em direo ao Nomadstrio, para cumprir o que acredita ser seu destino:

    tornar-se uma Nmade da Escrita. Jad, por sua vez, guiado por Gabriel e continua suas

    exploraes no limbo, que tambm se revela um universo sujeito a surpresas e mudanas.

    Em Salicanda, todos os outros personagens se renem: Ugh, que se torna um heri contra

    sua vontade; Blaise, que chega acompanhado do enigmtico Povo das rvores; e Maya, que

    est na cidade junto com Ellel e Falco Branco. Juntos, eles faro de tudo para compreender

    os diversos mistrios daquele lugar.

    TTULO: A alianaTRADUO: Dorothe de BruchardLANAMENTO: Maio/2014

    Capa em produo

  • 44

    Coleo Contos e lendas

    TRADUO: Julia da Rosa SimesPGINAS: 224PREO: R$ 31,50LANAMENTO: Fevereiro/2014

    Como as pirmides do Egito foram construdas? Quem era o homem da mscara de ferro?

    A guerra de Troia realmente aconteceu? Onde foi parar o tesouro dos templrios? Napoleo

    est mesmo enterrado no Palcio dos Invlidos, em Paris? So vrias as passagens

    histricas que at hoje no foram muito bem explicadas e que, com o passar do tempo,

    ganharam o status de lenda. Misturando realidade e fico, este livro traz, em cada um dos

    dez contos, um mistrio diferente. Eles iro atrair tanto amantes da Histria quanto leitores

    curiosos em busca de respostas para os maiores enigmas da humanidade.

    Veja outros ttulos da coleo: