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Porto Alegre, novembro de 2011 - 2 a quinzena Ano XVII - Edição N o 598 - R$ 2,00 IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO N o 9912233178 ECT/DR/RS FUNDAÇÃO PRODEO DE COMUNICAÇÃO CORREIOS www.jornalsolidario.com.br Caminho Neo-catecumenal: uma modalidade da iniciação cristã Bispos e padres do Rio Grande do Sul se encontram no Centro de Espiri- tualidade Cristo Rei, em S. Leopoldo, entre 14 e 17 de novembro, para discer- nir sobre o Caminho Neocatecumental no contexto da Nova Evangelização e também conhecer melhor este carisma da Igreja. Detalhes: centrocatecumenal- [email protected], ou fone: (51) 9694.9484. A presença amiga na última despedida “A morte nos despe a todos, pobres ou ricos, fracos ou fortes, solidários ou egoístas, reis ou vassalos”, diz José Alberto Wenzel. “Essa mesma morte, que inspira tanto pavor, perdeu seu poder e sua força pela morte e ressurreição de Jesus”, diz o editorial desta edição. Para os que ficam, todavia, a partida definitiva de um ente querido é sempre doída e, por vezes, quase insuportável. “Queremos ser a presen- ça na vida daquele fiel em nome da Igreja”, diz o diácono Ricardo Leal, da Diaconia da Esperança da Arquidiocese de P. Alegre. Páginas centrais Dias 18 e 19 de novembro corrente, na Biblioteca da Unisinos. É promovido pelo Curso de Jornalismo da Universi- dade e voltado para estudantes, comu- nicadores e outros profissionais. Mais informações: www.unisinos.br/eventos. Morreu como viveu: generosa até o fim. Dedicou sua vida a praticar o bem e olhar pelo próximo, especialmente para aqueles que são quase nada lembrados ou completamente esquecidos: os ape- nados. Uma das pioneiras da Pastoral Carcerária no Rio Grande do Sul, sua presença meiga e suave em meio às galerias prisionais significava novo alento e palavra amiga para quem está confinado e longe da família. Sulema Couto Terra (foto acima) também era amiga do nosso Jornal desde a primeira hora. Faleceu em 29 de outubro último. A ela, a homenagem dos Amigos, Fun- cionários e Direção do Solidário. Sulema Terra Diaconia da Esperança As vozes que estão dentro de você Página 3 padredefraternidade.blogspot.com (imagem modificada eletronicamente)

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Porto Alegre, novembro de 2011 - 2a quinzena Ano XVII - Edição No 598 - R$ 2,00

IMPRESSO ESPECIALCONTRATO No 9912233178

ECT/DR/RSFUNDAÇÃO PRODEODE COMUNICAÇÃO

CORREIOS

www.jornalsolidario.com.br

Caminho Neo-catecumenal:uma modalidade da

iniciação cristãBispos e padres do Rio Grande do

Sul se encontram no Centro de Espiri-tualidade Cristo Rei, em S. Leopoldo, entre 14 e 17 de novembro, para discer-nir sobre o Caminho Neocatecumental no contexto da Nova Evangelização e também conhecer melhor este carisma da Igreja. Detalhes: [email protected], ou fone: (51) 9694.9484.

A presença amiga na última despedida“A morte nos despe a todos, pobres ou ricos, fracos ou fortes, solidários ou egoístas, reis ou vassalos”, diz José Alberto Wenzel. “Essa mesma morte, que inspira tanto pavor, perdeu seu poder e sua força

pela morte e ressurreição de Jesus”, diz o editorial desta edição. Para os que ficam, todavia, a partida

definitiva de um ente querido é sempre doída e, por vezes, quase insuportável. “Queremos ser a presen-ça na vida daquele fiel em nome da Igreja”, diz o

diácono Ricardo Leal, da Diaconia da Esperança da Arquidiocese de P. Alegre.

Páginas centrais

Dias 18 e 19 de novembro corrente, na Biblioteca da Unisinos. É promovido pelo Curso de Jornalismo da Universi-dade e voltado para estudantes, comu-nicadores e outros profissionais. Mais informações: www.unisinos.br/eventos.

Morreu como viveu: generosa até o fim. Dedicou sua vida a praticar o bem e olhar pelo próximo, especialmente para aqueles que são quase nada lembrados ou completamente esquecidos: os ape-nados. Uma das pioneiras da Pastoral Carcerária no Rio Grande do Sul, sua presença meiga e suave em meio às galerias prisionais significava novo alento e palavra amiga para quem está confinado e longe da família. Sulema Couto Terra (foto acima) também era amiga do nosso Jornal desde a primeira hora. Faleceu em 29 de outubro último. A ela, a homenagem dos Amigos, Fun-cionários e Direção do Solidário.

Sulema Terra

Diaconia da Esperança

As vozes que estão dentro de você Página 3

padredefraternidade.blogspot.com (imagem modificada eletronicamente)

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Novembro de 2011 - 2a quinzenaA RTIGOS 2

Fundação Pro Deo de Comunicação

Conselho DeliberativoPresidente: José Ernesto

Flesch ChavesVice-presidente: Agenor Casaril

CNPJ: 74871807/0001-36

Voluntários Diretoria Executiva

Diretor Executivo: Adriano Eli Vice-Diretor: Martha d’Azevedo

Diretores Adjuntos: Carmelita Marroni Abruzzi, Elisabeth Orofino e

Ir. Erinida GhellerSecretário: Elói Luiz ClaroTesoureiro: Décio Abruzzi

Assistente Eclesiástico: Pe.Attílio Hartmann sj

RedaçãoJorn. Luiz Carlos Vaz - Reg. 2255 DRT/RS

Jorn. Adriano Eli - Reg. 3355 DRT/RSRevisão

Ronald Forster e Pedro M. Schneider (voluntários)

Administração Elisabete Lopes de Souza e Norma Regina Franco Lopes

Impressão Gazeta do Sul

Rua Duque de Caxias, 805 Centro – CEP 90010-282

Porto Alegre/RSFone: (51) 3221.5041 – E-mail:

[email protected]

Conceitos emitidos por nossos colabora-dores são de sua inteira responsabilidade,

não expressando necessariamente a opinião deste jornal.

Conselho Editorial Presidente: Carlos AdamattiMembros: Paulo Vellinho,

Luiz Osvaldo Leite, Renita Allgayer, Beatriz Adamatti e Ângelo Orofino

Diretor-Editor Attílio Hartmann - Reg. 8608 DRT/RS

Editora Adjunta Martha d’Azevedo

EditorialVoz do Pastor

Dom Dadeus GringsArcebispo Metropolitano de P. Alegre

Além dos símbolos que se apre-sentam ou foram assumidos do universo, tanto material como

cultural, a tradição ocidental nos legou um patrimônio religioso de primeira grandeza. Reconhecemo-lo como Sa-grada Escritura. Pela importância que se lhe atribui, recebeu o nome por an-tonomásia de bíblica, o que, em grego, indica “os livros”. Contam-nos uma história muito misteriosa, de diálogo e atuação de Deus com a humanidade.

Não só se acolheu esta escritura como sagrada, mas se a reconhece como a própria palavra de Deus. Por ela Deus, em pessoa, fala numa linguagem humana. Entrou na cultura dos homens, especificamente na cultura semita do Médio Oriente, e, mais concretamente, na cultura judaica. Fala-se de uma aliança de Deus com seu povo.

A leitura da Bíblia não se enquadra no contexto das descrições históricas. Não visa a matar a curiosidade acerca de acontecimentos do passado. Seu objetivo é pro-porcionar um contato com Deus. Por isso se fala de uma leitura orante da Bíblia. Quer-se colher nela o que Deus tem a nos dizer, não propriamente acerca de um passado longínquo, mas na situação concreta em que vivemos, ou seja, no aqui e agora. Por isso, não nos refere apenas ao contexto histórico de personagens do passado, mas nos põe na presença de Deus, presente e atuante entre nós, tornado acessível pela leitura bíblica.

Contudo, para entender o texto bíblico, faz-se necessário colocá-lo no contexto em que foi exarado. Reconhecemos que foi Deus quem inspirou sua elabora-ção. É o mesmo Deus quem, hoje, no-lo dá a entender, na nossa situação. Por isso, a primeira atitude frente ao texto

A visão bíblicAé colocar-se conscientemente na presença de Deus, pela fé. Ali percebemos e ouvimos concretamente sua vontade salvífica. Ali Ele atua entre nós.

É preciso evitar alguns riscos que poderiam ser fatais na interpretação do texto sagrado. O primeiro está na posição a ser tomada. O risco é duplo: de anacronismo, ao querermos julgar o passado com critérios de hoje; e o arcaísmo, se pretendêssemos transpor o passado, inaltera-damente, para os tempos atuais, como se ele constituísse o critério último e a forma perfeita de vida.

Acolhemos a evolução que, ao longo dos tempos, tem sinais próprios de atuação humano-divina. Falamos dos sinais dos tempos. Evitamos, assim, o fixismo que, em Parmênides, negava toda mudança; e o relativismo que, segundo Heráclito, impedia a constatação da identidade, em meio às transformações. Na biologia, isto se retrata pela atitude de enfrentar, de um lado, o fixismo e, do outro lado, o evolucionismo, para entender o criacionismo.

Temos, neste contexto histórico, outro desafio a ser su-perado. É o ponto da observação. A partir dele, olharemos e entenderemos o passado e o futuro. Este ponto nos ofe-rece três possibilidades de visão: uma visão retrospectiva, olhando para o passado; uma visão prospectiva, projetando o futuro; e uma visão retrospectiva inversa, a partir do ponto em que nos situamos, olhando para o passado, para acompanhar seus acontecimentos como se entrássemos na sucessão cronológica. Em outras palavras, não olhamos simplesmente para trás, mas, a partir deste olhar, reatamos o passado para acompanhar seu desenvolvimento.

O problema que se coloca é, pois, onde situar-nos para começar a entender a Sagrada Escritura. Evidentemente, não pode ser no momento presente, ou seja, no contexto do Terceiro Milênio do Cristianismo. É preciso colocar-se na perspectiva de quem escreveu o texto sagrado. E este al-guém é duplo: Deus, como autor principal, tanto na origem do texto como na sua interpretação ao longo dos tempos.

Arq. Nilza ColomboParóquia Sagrada Família

O altar, também chamado de mesa eucarística, localiza-se no Pres-bitério – local em que o sacer-

dote preside a celebração – junto ao ambão e à sedia. Neste mesmo espaço, encontram-se a cruz processional e o círio pascal. Com o Concílio Vaticano II, que se desenvolveu durante o Pa-pado de João XXIII e Paulo VI, entre 1962 e 1965, o altar passa a ser único.

A ideia de altar-mor e altares laterais dá lugar à mesa eucarística, única, materializando a unidade dos cristãos e recordando o fato de que Jesus Cristo é o único salvador da humanidade. É nele que se dá o sacrifício de Cristo, Sua entrega por nós. Em contrapartida, sobre o altar colocamos nossas angústias, alegrias, conquistas, esperanças... Cristo toma todas as nossas sensações a as transforma em graças. Neste sentido, o projeto de um altar há que considerar a carga de significado que ele encerra. O altar é um móvel sagrado e a arquitetura deve materializar este conceito.

Na Celebração Eucarística, Cristo é o centro. Afir-mando esta verdade, o altar deve mostrar o centro espacial da igreja. A centralidade do mesmo convida os fiéis a

A igrejA contemporâneA: o AltAr centralizarem Cristo em suas vidas. Voltar-se ao amor de Deus leva as pessoas à reunião em torno da Mesa Sagrada. Deve ser um local em que todos tenham acesso visual a ele. Por tornar memorável o Mistério Pascal, o altar deve ser composto de materiais nobres e visivelmente sólidos. Se a função do altar é testemunhar a transformação do pão em corpo, e do vinho em sangue, o material deste deve transmitir a grandiosidade e a força desta ação. Materiais como a pedra, a madeira, o concreto, transmitem sensação de solidez. Quanto a materiais para o altar, não há lugar para imitações. A autenticidade dos materiais reforça a autenticidade da comunhão. Seu tamanho deve remeter à humildade de Cristo, na hora da entrega, portanto, independente das dimensões da Igreja, o altar não pode ser muito grande. Os objetos que comporão o ambiente para a celebração da Missa presentes no altar deverão se submeter ao uso litúrgico, qualquer interferência levará ao afastamento do verdadeiro sentido do Mistério Pascal. Os objetos que servem à Eucaristia são: o cálice, o corporal e a patena. Flores, velas e outros objetos devem ser retirados deste ambiente.

Essas são as recomendações do Concílio Vaticano II, portanto aqui me refiro às Igrejas contemporâneas. As edificadas antes deste documento não devem ser modifi-cadas, pois são testemunhas de outra época. Todas estas recomendações possibilitam que o simbólico manifeste o transcendente a fim de aproximar o homem de Deus.

Um único ciclo

“O mors, ubi est victoria tua”? Escrevendo aos ci-dadãos de Corinto, São Paulo, depois de anunciar a “boa notícia” da ressurreição, exclama, cheio

de júbilo: “onde está, ó morte, a tua vitória!?. Graças sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória por meio de Jesus Cristo. Ficai convencidos de que vossa fadiga pelo Senhor não será em vão (1Cor 15, 55-57).

A morte é uma realidade inexorável, definitiva e, depen-dendo das circunstâncias, impactante, terrível, um drama pessoal ou familiar, uma tragédia social. Não há quem não tenha passado pela dor da morte de um ente querido ou sofrido profundamente com mortes no trânsito ou outras formas de morte violentas. Jesus viveu esta dor e sofreu com a realidade da morte, chegando a chorar diante do túmulo de seu amigo Lázaro.

Mas, assim como a morte é uma dura realidade, existe uma outra realidade que é maravilhosa: essa mesma morte que inspira tanto pavor perdeu seu poder e sua força pela morte e ressurreição de Jesus. Também por isso ele insistia no tema da vida que continua depois da morte, na vida eterna, que poeticamente chamava a “Casa do Pai”.

Novembro inicia com celebrações que lembram as pesso-as que já partiram, entes queridos que se ausentaram da nossa história. A comemoração dos mortos está presente em todas as culturas e em todas as religiões. Como cristãos, ao rezar “creio na comunhão dos santos”, estamos afirmando que, em Deus, Pai/Mãe de Jesus Cristo, formamos uma grande família universal: os que ainda peregrinamos nesta terra e os que já partiram. E que no Dia Eterno, todos viveremos na dimensão maior para a qual somos destinados como filhos e filhas de Deus: o gozo da plenitude da felicidade, da plena realização do amor.

Numa obra publicada pela Editora Padre Reus, José Alberto Wenzel aborda o tema da morte desde um ângulo realista, consciente, sem dramas nem traumas. E caracteriza essa forma de encarar a morte com uma frase lapidar: Há que nos unirmos ao ciclo de morte para melhor vivenciar a vida. Para quem crê numa existência post-mortem, a vida e a morte formam, de fato, um único ciclo. Wenzel, em en-trevista que concedeu ao Solidário (página 6), diz mais: Os humanos se mobilizam de todas as formas para se tornarem alheios ao que lhes é mais inevitável: a morte. Tanto que, ao se alimentarem, respirarem, vestirem, energizarem, o fazem na convicção aparente de que estão se garantindo vitalmente. Ao atenderem às suas necessidades primárias ou criadas, os humanos estão satisfazendo a enganadora possibilidade de se afastar da morte. A morte nos despe a todos, pobres ou ricos, fracos ou fortes, solidários ou egoístas, reis ou vassalos.

Aqui se poderia dizer, com toda a propriedade: na morte está a verdade da vida de cada pessoa. Caminha mais tran-quilamente ao encontro do seu fim natural quem é capaz de relativizar, sem menosprezar nem desprezar, o que tem e o que é, certo de que a morte jamais terá a última palavra na vida de alguém que crê.

O Solidário traz ainda, nesta edição (página 7), uma entrevista com quem lida com a morte diariamente em cemitérios de Porto Alegre. Jorge Ricardo Leal e Roberto Kerber são uma presença de consolação e de esperança onde a dor da perda de um ente querido somente é amenizada pela certeza da vida que continua numa outra dimensão. ([email protected])

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Novembro de 2011 - 2a quinzena FAMÍLIA &SOCIEDADE 3

A CriançaÉ o lado da sua personalidade onde estão guardados

os desejos, os impulsos, o interesse por si mesmo(a), a alegria e a energia. Às vezes, esse departamento é bonito e inocente, outras vezes, irritante, tornando-se até rebelde.

A sua criança fala assim: “Sai desta cadeira que eu é que vou sentar aqui!”; “Eu quero este brinquedo que meu irmão tem”; “Não tomo esse remédio amargo”; “Que legal este jogo!” “Conta essa história outra vez”.

O Pai / MãeDesde pequeno, e à medida que você vai crescen-

do, vai internalizando as vozes dos adultos – positivas ou destrutivas – e elas ficam matraqueando em seu cérebro pelo resto de sua vida, se você permitir.

O Pai, na sua cabeça, pode ser gentil e encorajador,

As vozes que estão dentro de você !

Deonira Lúcia V. La RosaTerapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia

Quando você abre a geladeira de sua casa e vê aquela maravilhosa torta, por acaso a sua preferida, ouça seus pró-prios pensamentos: “Vou comê-la agora mesmo, afinal, estou de férias!”; “Necessito comer açúcar, pois estou um

pouco depressiva (o)...”; "Quantas calorias tem esta torta? Se comer, vou engordar uma tonelada...”; “Um pedacinho só não vai fazer diferença”.

Quem são essas vozes? A qual delas você vai dar ouvidos? Segundo o psiquiatra Eric Berne, dentro de cada pessoa existem vozes de três principais “departamentos” : A Criança, o Pai/Mãe e o Adulto.

ou severo e acusador, dependendo da maneira como você foi criado.: “Meninos não choram”; “Coma os legumes”; “Você vai vencer, eu garanto”; “Se me desobedecer eu vou te bater”.

O AdultoA parte Criança e a parte Pai / Mãe que estão den-

tro de você podem entrar em conflitos intensos. Como resultado desses conflitos, você vai desenvolvendo habilidades de raciocínio que vão formando a parte Adulta do seu cérebro. Para isso, colaboram os pais, quando explicam as coisas e agregam regras firmes sobre o que pode ou não pode ser feito.

Assim, o que você deseja vem de sua Criança, o que você deve fazer vem de seu Pai / Mãe e o que é sensato fazer vem de seu Adulto que tenta equilibrar as vozes internas.

A mistura de Pai/Mãe, Adulto e Criança

As pessoas, nas quais predomina a voz Pai/ Mãe, levam uma vida repleta de regras e restrições e vivem controlando a si e aos outros. As que são Adultas o tempo todo, tornam-se chatas, cheias de tédio, embora organizadas, competentes e muito certinhas. Outras, que são deliciosamente cheias de energia de criança, levam uma vida leve e feliz, o que é bom, a não ser quando andam em alta velocidade com o carro, ou não querem comparecer ao emprego...

Há os que se tornam Pais excessivos, os que sempre são Crianças, e aqueles que primam por ser Adultos. A capacidade de “misturar” e equilibrar Pai/Mãe, Adulto e Criança varia muito de pessoa para pessoa e depende de vários fatores, entre os quais, a maneira como os pais se portaram com os filhos em casa, durante a sua infância e adolescência.

Quando você não equilibra as três vozes

Quando você fica cristalizado ou preso em um ou dois desses “departamentos” e não equilibra as três vozes, surge o proble-ma. Esse desequilíbrio afeta todos os seus relacionamentos, principalmente aquele que você vai manter com seu parceiro, no casamento. É possível que você escolha um parceiro que possua uma Criança saliente e assim você poderá exercer melhor seu lado Pai / Mãe sobre ele. Ou você escolherá por cônjuge alguém em quem prevalece o Pai

/ Mãe e então ele poderá suprir sua necessidade de proteção e de atenção.

Você equilibra suas vozes interiores? Será que seu Pai / Mãe vive fazendo sermão para a Criança de seu parceiro(a)? Ou será que a sua Criança e a dele(dela) afloram para brincar, para se divertirem juntos? E os Adultos de vocês dois conseguem manter uma discus-são madura sobre as finanças de sua casa? Ou, nessa hora, brigam seu Adulto com a Criança dela ou dele?

Você pode atuar de maneira cada vez mais madura, se realizar um diálogo contínuo e complexo dentro de você, tentando equilibrar as três vozes.

Se você tem um determinado aspecto da vida de casal, ou na relação com os filhos, que está sempre gerando problemas, esse tipo de análise pode ser de grande ajuda.

Você pode descobrir qual é a parte da sua persona-lidade – Pai/Mãe, Criança ou Adulto – que predomina nas discussões e trocá-la por uma das outras duas, de modo que possam ocorrer novas atitudes e compor-tamentos mais adequados.

As três vozes

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Novembro de 2011 - 2a quinzenaO PINIÃO 4

Dom Hélio Adelar RubertArcebispo de Santa Maria

Num dia de fevereiro deste ano de 2011, repicaram os sinos com insistência ao lado da igreja São José do Patro-

cínio em Santa Maria. Era o anúncio oficial da canonização do fundador dos Servos da Caridade e das Filhas de Santa Maria da Providência. Toda a família guaneliana, pre-sente em Santa Maria na Paróquia São José do Patrocínio, no Lar das Vovozinhas, no Pão dos Pobres e Colégio Divina Providência e em tantas outras partes do mundo, exultava pelo anúncio do novo santo. A canoniza-ção solene fora marcada para o dia 23 de outubro, em Roma, com o Papa Bento XVI.

Quem foi Luís Guanella e por que a Igreja o declara santo? Quando a Igreja proclama um santo é porque tal pes-soa, com sua vida de fé, de testemunho e caridade, exerce um fascínio particular. A vida do testemunho de Cristo aponta o caminho ou um modelo para a humanidade sobre a terra.

A vida de Luís Guanella, ainda hoje, ilumina o nos-so peregrinar, pois, como Jesus e tantos outros santos, também Guanella “passou fazendo o bem”.

Luís foi o nono filho do casal Lourenço Guanella e Maria Bianchi, que geraram 13 filhos. Nasceu na Itália no dia 19 de dezembro de 1842. Uma realidade apren-deu logo na família: a generosidade. Nunca um pobre bateu à porta de sua casa sem receber alguma coisa.

Foi ordenado presbítero com 24 anos. Para o Pe. Guanella, o ser humano é objeto do amor de Deus. O centro de toda a sua espiritualidade foi a certeza de ser amado por Deus. O Amor Paterno de Deus se constituiu na rocha que deu sustentação a sua fé e ministério.

Que meios utilizou para alimentar sua fé? Foi a

s. luiz guAnellA: o servo dos pobresSagrada Escritura. Na Palavra de Deus encontrava o Deus Providente do qual se sentia ternamente amado. Guiava-se por uma inabalável confiança na Providência de Deus que “sempre atende quando o que se faz é feito por amor e para amar”. Outro meio para viver sua espi-ritualidade foi a oração e a contemplação, meios indis-pensáveis para a vida espiritual. Pe. Guanella meditava e procurava guardar a Palavra de Deus no seu coração, a exemplo da Virgem Maria.

Pe. Guanella tinha convicção que a santificação só acontece quando nos deixamos reconciliar com Deus e com os irmãos. Por isso, valorizava muito o sacramento da Confissão, meio privilegiado de santificação. A Eu-caristia era outra fonte de intimidade com Deus. Todos os seus projetos e empreendimentos eram planejados na presença e à luz do Santíssimo Sacramento.

Quem puder ler alguma biografia sobre Pe. Luís Guanella, poderá ver como sua vida e suas obras foram difíceis, muitas vezes criticadas, incompreendidas e atribuladas. Mas a sua fé, sua espiritualidade e visão das necessidades da época, deram-lhe força e coragem de trabalhar pelos “últimos”. Confiava na Providência Divina, mas fazia toda a sua parte. “Agia como se tudo dependesse dele, mas ao mesmo tempo confiava como se tudo dependesse de Deus”( cf. Pe. Mauro Vogt, SdC). Suas obras sociais pelos necessitados, abandonados, jovens e crianças desamparadas, escolas, orfanatos sur-giam das necessidades, da fé na Providência e na busca de ajuda do povo e instituições. (Em Santa Maria, quem não se lembra da Cidade dos Meninos?) Dessa forma, sua obra foi crescendo em tantos lugares e surgiam vocações consagradas masculinas e femininas para ajudar. Preparou vocações masculinas de sacerdotes e irmãos para o serviço aos “últimos” ao lado das Irmãs.

Agradecemos a Deus por mais este santo colocado como modelo de seguimento de Jesus no serviço aos pobres.

o diácono e o sacramental das exéqUias

Roberto KerberDiácono permanente

No grego profano, a palavra diakoneoo (diakoneoo) significa servir à mesa, pre-parar a ceia nupcial, prover o sustento

ou simplesmente servir. No livro dos Atos dos Apóstolos 6,2, temos: “Os Doze convocaram a multidão dos discípulos e disseram: Não é con-veniente que abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas - (diakonein trapezzais = diakonein trapézzais = servir às mesas)”, que indica a direção cotidiana das refeições. Em At 6,3.6 – “Procurai, antes, entre vós, irmãos, sete homens de boa reputação, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos des-ta tarefa.” “Apresentaram-nos aos apóstolos e, tendo orado, impuseram-lhes as mãos.”

Dando inicialmente a esta missão o papel daqueles que iriam literalmente servir ou suprir com alimentos as mesas dos excluídos (órfãos, viúvas, doentes e necessitados de todo o tipo) e este sentido tomou no cristianismo a forma do amor para com o próximo - caridade. No impor-lhes as mãos, a Igreja entendeu como a instituição do diaconado.

Posteriormente, a missão do diácono é logo associada à figura do hazzan - o servidor da sinagoga, pois o meio era judaico, e nas epístolas paulinas já encontramos o termo como um designativo técnico, ou seja, passa a determinar um ministério eclesiástico específico. Sempre em comu-nhão com o bispo, primeiro e principal responsável pela caridade, segundo Pastor de Hermas (entre 88 e 97 d.C.).

A participação dos diáconos nas atividades litúrgico-sacramentais se dá na mesma proporção da necessidade de expansão para as zonas rurais de novas comunidades. Batizam, assistem casamentos, abençoam, realizam as exéquias, exortam com pregações, ensinam a catequese, leem o evangelho e preparam as oferendas e distribuem os Santos Mistérios (eucaristia).

Especificamente, quanto às exéquias: a primeira vez em que temos alguma referência registrada sobre a partici-pação de diáconos no serviço dos mortos foi a partir do Papa Zeferino (198-217), que entregou ao seu diácono Calisto a administração do Cemitério, ou seja, de toda a região da Via Ápia (as hoje conhecidas e veneradas catacumbas de São Calisto). “O diácono cuida não só dos pobres, mas tam-bém de outra obra de caridade que é o sepultar os mortos”. (segundo Hippólytus Philosophus 9, 12).[1]

Em Testamentum Domini – lib.1 c. 34, meados do séc. V, encontramos que o diácono deve também percorrer o litoral, ver se não encontra qualquer náufrago morto que tenha sido jogado na praia pelas ondas, para sepultá-lo; bem como, veja no hospício, se não há algum morto para dar-lhe sepultamento. E no mesmo documento – lib.2 c.23, temos que o diácono também ungia o morto, se solicitado.

Pseudo-Dionísio (fim do séc. V) nos diz que nos fune-rais o corpo do falecido era depositado diante do altar e o bispo dirigia a Deus a prece de ação de graças. Neste mo-mento, o diácono fazia a leitura das promessas infalíveis da Sagrada Escritura, concernentes à ressurreição dos santos e cantavam salmos que contivessem a mesma doutrina.[2]

O Concílio Ecumênico Vaticano II, na Constituição Dogmática Lumen Gentium, restabeleceu a ordem do diaconado conf. seu cap. III, 29 e a partir de então foi normatizado o diaconado permanente para os dias atuais conforme as Cartas Apostólicas do Papa Paulo VI - Sacrum Diaconatus de 1967, que em seu cap. V, reafirma, dentre outras funções: “administrar os sacramentais, presidir os ritos fúnebres e o sepultamento” e Ad pascendum sobre a ordem que adquire grau próprio e permanente na hierarquia eclesial, seja com caráter transitório, para os que serão sacerdotes e celibatários, ou permanente para homens casados.[1] B. Kurtscheid, Hist. iuris canonici, Hist. institutorum – Romae 1941, p.54[2] WILGES, Irineu – A história e doutrina do diaconato até o concílio de Trento, pontf. Universidade Antoniana, Roma, 1970

Carmelita Marroni AbruzziProfessora universitária e jornalista

Um a s e n h o r a , i d o s a e d o e n -te, perguntava ao f i lho se ele iria visitá-la no cemitério. E ele:

– Mãe, vou fazer por ti o que puder, enquanto estiveres viva. Depois... con-t e m p l a r u m a p e d ra f r i a ? Vo u re -zar sempre por ti, onde eu estiver...

Em nossa tradição cristã cuidamos dos túmulos, visitamos os cemitérios e os enchemos de flores... Em algumas cidades do interior, parece até um concurso em que se escolhe o tú-mulo mais bonito, tal a profusão, a beleza das flores.

Diferentes civilizações reverenciam seus mortos, por vezes construindo túmulos que são verdadeiros monumentos e que hoje são “Patrimônio da Humanidade”.

O México, p.ex., país em que a cultura indígena se faz acentuadamente presente, tem uma tradição que, na época de finados, permeia as celebrações: o “Dia dos Mortos” se transforma numa comemoração típica. Nesse dia, as pessoas colocavam, nos túmulos, as comidas e bebidas preferidas pelos mortos ou construíam, em suas casas, altares onde tam-bém colocavam esses alimentos. Em algumas regiões, havia, até o costume de passar a noite de 1º para 2 de novembro no cemitério.

E as comemorações atingem todo o país: presenteiam-se os amigos com caveiras de açúcar, com seu nome na testa. Compram-se os “pães de morto” (semelhantes a pequenos

lembrAndo os que pArtirAmpães doces), para comer nesse dia. As profissões são repre-sentadas em caveiras. (Nós temos várias, presenteadas por amigos).

A publicidade usa o motivo como nós usamos as imagens de Natal. Um jornal, p.ex., publicou anúncio de página inteira em que duas caveiras saiam de conhecida rede de supermer-cados, com seus carrinhos cheios de mercadorias! Há teatros de caveiras e obras de arte de todo gênero!

Em nossa civilização, há, ainda, o culto dos ídolos faleci-dos: túmulos de artistas famosos são visitados por milhares de fãs. Nos cemitérios católicos há verdadeira peregrinação aos túmulos de pessoas, que, de acordo com a tradição popular, foram santas em vida e alcançam graças por sua intercessão.

Pensar em nossos mortos, recordar o seu exemplo ou alegres momentos de convivência, é bom. Dizem que quan-do a gente consegue rir de certas passagens mais cômicas, a dor da separação já se amenizou. Não sei, mas creio que há muita verdade nisso.

É bom homenagear nossos falecidos, recordá-los com carinho, rezar por eles. Porém, mais importante que tudo, é tratá-los bem em seus últimos anos de vida. E em muitas sociedades, estamos longe disso, como se pode constatar na mídia.

Exemplo disso é o que observamos numa cidade do interior: um asilo de velhinhos pobres, com sérias priva-ções, ao lado de um cemitério em que muito se gastou com flores que logo murcharam. Será que boa parte desse dinheiro não poderia ser destinado a cobertas e alimentos? Com orações, nossos mortos continuariam a descansar em paz e eles estariam sempre presentes em nossos corações! ([email protected])

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Novembro de 2011 - 2a quinzena EDUCAÇÃO &PSICOLOGIA 5

Desenvolvimento das pessoasAs interações produzem, ao mesmo tempo, o

desenvolvimento das pessoas que se transformam em líderes autênticos, capazes de introduzir inova-ções que fazem emergir projetos plenos de motiva-ção, entusiasmo e confiança no sucesso das ações a serem desenvolvidas. Neste percurso é criada uma linguagem comum, pois todos se dispõem não só a expressar seus pensamentos e sentimentos, mas principalmente a escutar as diferentes vozes que, no início, pareciam difusas e desconexas, pois a comunicação entre os pares torna-se fluida, espon-tânea e prazerosa.

Á medida que o grupo se transforma em equi-pe, os conflitos entre as várias ideias diminuem e emerge a colaboração, onde todos se dispõem a enriquecer e completar, criando espaço para que surja a criatividade e com ela, a partir da imersão em si mesmo, cada um poder sentir-se como sujei-to, autor e responsável por aquilo que, aos poucos se vai instituindo.

Aprendizagem colaborativa A colaboração e a criatividade, por vezes,

criam conflitos, mas estes são resolvidos através de feedbacks positivos que são re-discutidos amoro-samente. O resultado é a aprendizagem de ser com os outros, estabelecendo pontes de compreensão, tolerância e atitudes de bem servir à organização, aos clientes e a sociedade como um todo. É deste modo que, superando muitos desafios, obstáculos e barreiras, se atinge um ambien-te de aprendizagem continuada, essencial para o treinamento e re-treinamento dos recursos huma-nos que são o cerne indispensável para a consecução dos objetivos organizacionais.

Diálogos criativosMarisa, responsável pelo setor

de Recursos Humanos de uma empresa de médio porte, estra-nhou que a equipe de “processos de venda e relacionamento com fornecedores” não entregara, no prazo previsto, o relatório que

Desafios do trabalho em equipe

Juracy C. MarquesProfessora universitária, doutora em Psicologia

Em uma recente conversa com Maria Pilar Gonzalez, professora de Dinâmica de Grupos na Universidade de Barcelona, defendíamos a ideia de que trabalhar em grupo é uma aventura e de que há uma marcante diferença entre o conceito

de grupo e o de equipe.

Nas equipes há uma interdependência dos participantes no cumprimento de tarefas, enquanto que nos grupos, em geral, há uma dispersão de interesses, sendo difícil encontrar as possíveis coincidências. As equipes gozam de autonomia, aos poucos vão se desenvolvendo pela distribuição de papéis, permitindo práticas que geram criatividade e inovação. Estas,

no entanto, são produtos de interações, tanto intelectuais como emocionais que levam, não só a cumprir as tarefas, mas ao desenvolvimento do grupo, para se transformar em equipe, em harmonia com os objetivos da organização.

permitiria uma mudança vantajosa, uma vez que ultimamente havia recebido muitas reclamações. Chamou dois dos líderes da equipe e então per-cebeu que ainda havia rivalidade e competição quanto às inovações a serem propostas. Depois de uma conversa descontraída, fez com que os dois líderes se dessem conta de que suas rivalidades se deviam à falta de comunicação, pois, na verdade, tinham pontos de vista que se completavam. As-sim, o obstáculo foi superado e a equipe aplaudiu a intervenção necessária.

Superação de obstáculosNestor estava coordenando um grupo de-

signado pelo Conselho da Escola de Ensino

Médio de reformular o currículo, introduzindo mais atividades práticas e extra-escolares, tendo como base o Proposta Pedagógica, anteriormente aprovada. Só depois de dois meses de reuniões semanais, chegaram, depois de muitas análises e discussões, a um consenso do que era viável, considerando as circunstâncias específicas que a Escola estava vivendo. Fizeram uma lista de Atividades, com seus possíveis efeitos e a en-caminharam ao Conselho. Este ficou satisfeito com o trabalho e passou a implementar três dentre as dez atividades inovadoras propostas. A equipe sentiu-se realizada e bem sucedida por ter alcançado seu objetivo, superando os desafios que lhe eram pertinentes.

Sigurd Decroos/sxc.hu

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Novembro de 2011 - 2a quinzenaTEMA EM FOCO 6

Mil e quinhentos óbitos ocorrem por mês na rede de hospitais de P. Alegre. Uma grande parte desses falecidos retorna para enterro aos seus locais de origem no interior do Estado. A maioria dos porto-alegrenses é enterrada nos cemitérios da Santa Casa, S.

Miguel e Almas e João XXIII. Há os que vão para os cemitérios S. João, Vila Nova, Tristeza, Belém Novo, Belém Velho e Jardim da Paz. Uns tantos ainda são encomendados e enviados a crematórios da Região Metropolitana ou Caxias do Sul. E outros tantos são enterrados nos cemitérios Evangélico, Israelita, União Israelita, Primeira Igreja Batista em P. Alegre e S. José.

Presença carinhosa“Estamos ali como aquela mãe carinhosa que quer atender seu filho até

o último momento. Queremos ser a presença na vida daquele fiel em nome da Igreja”, resume o diácono permanente Jorge Ricardo Leal, 50 anos, co-ordenador da Diaconia da Esperança da Arquidiocese de P. Alegre. A Dia-conia é responsável por mais de 500 encomendações mensais apenas nos cemitérios João XXIII, Santa Casa e S. Miguel e Almas. (Ricardo, pai de Mateus, 18; Gabriela, 16; Rafael, 12 e Josué, 10 anos, é marceneiro de pro-fissão e viúvo. Maria Paula Leal, catequista e professora de religião, morreu atropelada criminosamente por um motociclista – crime ainda impune – ao ajudar a travessia de movimentada avenida a um deficiente visual na frente da Igreja São João, em P. Alegre, na tarde de 3 de maio de 2010). “Somos entre cinco nesse trabalho e nos revezamos em turnos e nos dias da semana. Eu ainda não pude retornar à atividade, porque ainda não estou em condi-ções emocionais. Quem consegue fazer esse trabalho de dar o atendimento no velório não abandona mais. Não chegamos como donos da palavra e sim como alguém que quer ser presença carinhosa num momento de muita fragilidade”, completa Ricardo.

Gratificação“A gente volta para casa exausto e espiritualmente esgotado, mas muito

gratificado pela certeza de ter conseguido acenar com a esperança de que aquilo – a morte – não é o fim. As experiências são as mais diversas. É um campo fabuloso”, acrescenta o diácono Roberto Kerber, 55, informando que chegou a fazer 21 encomendações numa tarde e anoitecer, no período de quatro meses em que esteve escalado nos cemitérios da Azenha. “É um momento fortíssimo de evangelização, pois todos estão muito sensíveis e susceptíveis. Por isso, o máximo cuidado ao que se vai dizer e como se dirigir às pessoas ali presentes. Gosto de fazer o ‘enterro do pobre’. Os familiares se sentem valorizados e ficam muito atentos”, diz Roberto.

MelhoriasDesde que foi instituída em 2004, a Diaconia da Esperança organizou

melhorias para sua atividade, especialmente no enterro do pobre. “No ce-mitério S. João, conseguimos a colocação de um toldo de 60 por 60 metros onde os familiares se podem abrigar. Antes, as encomendações eram feitas ao ar livre, ou pisando no barro em dias de chuva ou sob o sol escaldante no verão. No ‘campo santo’ do cemitério da Santa Casa, o provedor José Sanseverino mandou construir uma capelinha de alvenaria. Junto a esse ce-mitério também fizemos erguer uma grande cruz. Também arrumamos um estoque de lençóis para envolver os corpos de falecidos pobres que muitas vezes são removidos dos hospitais ou necrotérios sem nenhuma roupa”, resume Ricardo. A Diaconia da Esperança também atua em frentes sociais, ajudando crianças em situação de risco social na zona norte de P. Alegre, tema para reflexão futura.

“Há que nos unirmos ao ciclo de morte para vivenciar a vida”A reflexão é de José Alberto Wenzel e decorre da obra “Exer-

cícios Ambientais” (Ed. Padre Reus), com lançamento e tarde de autógrafos em 5 de novembro na 57ª Feira do Livro de Por-

to Alegre. No livro, o autor propõe a experimentação sensitiva pes-soal do processo de inserção ambiental. Em vez de propor fórmulas

de como preservar o meio ambiente, o convite é para que a pessoa, por 12 dias, sem necessitar se isolar ou deixar de seus afazeres, submirja em si mesma na sua relação com a natureza. O texto foi estruturado em qua-tro balizas: a percepção dos seis mundos – natural, construído, destruído,

sustentado, sacralizado e perplexo; compreensão do ser humano como

José Alberto Wenzel, natural de S. Cruz do Sul, é mestre em geologia, professor universitário e concursado da Fundação Estadual de Proteção Ambiental – Fepam. Na política, foi secretário de Saúde, vereador em duas gestões e prefeito de sua cidade. Foi secretário estadual do Meio Ambiente, chefe da Casa Civil e secretário de Relações Institucionais no Governo do RS

Solidário - Por que o homem atual alimenta esse insuportável sentimento de ideia de morte? Por que insistimos em temer a morte? E, por conta disso, organizamos rituais e exéquias breves e higienizados?

Wenzel - Os humanos se mobilizam de todas as formas para se tornarem alheios ao que lhes é mais inevitável: a morte. Tanto que ao se nutrirem, respirarem, vestirem, energizarem, o fazem na convicção aparente de que estão se garantindo vitalmente, quando, de fato, pretendem se distanciar do fim definitivo e avassalador. Tanto ao atenderem às suas necessidades primárias, quanto às criadas, os humanos estão satisfazendo a enganadora possibilidade de se afastar da morte. Por outro lado, como sombra da mesma fonte, os humanos se sentem acompanhar indissociavelmente da morte, por mais que cultuem a vitalidade, especialmente no atendimento das necessidades criadas, como a apropriação tecnológica, a busca desenfreada pelo prazer e a incessante corrida competitiva pelos pódiuns glamurizados. Mesmo nos momentos finais da existência, os humanos se valem de hospitais, que crescentemente se aproximam de hotéis, ao menos aos que podem pagar pelos seus serviços, na vã tentativa de ludibriar o desenlace, como se ele não viesse a se concretizar. A alterização, enquanto morte dos outros e nunca minha, individual, própria, manifesta-se na exposição do corpo desfalecido da forma mais higienizada e polida possível, como se o falecido estivesse a “descansar”. Tanto que insistimos no chavão: “ele descansou”, pois não conseguimos dizer que “ele morreu”. Nos chavões considerados imprescindíveis para o momento do velório, escondemos mazelas e sentimentos não confessos. Instala-se um coletivo sórdido, comungado por grande parte das pessoas, que dizem o que na verdade não pensam, muito menos sentem. Até porque, paradoxalmente, todos sabem que o mesmo lhes acontecerá em tempo não definido, mas definitivamente a cada segundo mais próximo: a morte sua, pessoal. Os humanos no desespero, camuflado por falsas citações, de sua transitoriedade, ignoram o momento supremo da morte, valorizando atendimentos e afazeres da quotidianeidade, como se tais fossem de extrema importância e como tais, intransferíveis. Tanto que torcemos por velórios curtos e por enterros ainda mais rápidos, uma vez que temos tanto a fazer... Por insídia maior, preenchemos tumbas alheias, nutridas por nossos pesares, quando secretamente nos felicitamos por estarmos vivos.

Solidário - Morte cultural e morte natural: a importância dessa distinção. O que fazer se a morte é o atestado definitivo da vitória do natural sobre o cultural? Com qual das duas é possível a pacificação interior da ideia de nosso fim corpóreo inexorável?

Wenzel - A morte reconduz todo ser vivo à sua verdadeira dimensão: um ser que vive para morrer. Nos vestimos de toda culturalidade, como se com ela pudéssemos afastar o cálice que sempre estará à nossa espreita e oferta. Por mais cultos que sejamos, mais diplomas preguemos em nossas paredes, mais viagens internacionais façamos, tudo se resume a um lampejo final, que a tudo e todos iguala e subjuga. A morte nos despe, sejamos pobres ou ricos, fracos ou fortes, solidários ou egoístas, reis ou vassalos. Tudo o que agregamos em nosso entorno, como couraça de proteção, nos será arrematado, como um escudo sem função. O cultural, entendido como couraças que se sobrepõem, sucumbe no grande movimento universal: a morte. Daí nossa condição de profunda errância e insatisfação. Na tresloucada luta pelo afastamento da morte, perdemos o trânsito da vida, quando achamos que é por ela que estamos nos esfalfando. Há que nos unirmos ao ciclo de morte, para só assim, mais que compreender, vivenciar a vida. E a vida, enquanto expressão natural, de espontânea expressão. Com Deus convivente na ambiência natural, e não como ser utópico, fora e além da realidade natural. Se nosso Deus estiver fora e além de nosso ambiente, por que protegê-lo? Nosso corpo não atrapalha o processo de purificação, mas, pelo contrário, nos conclama para a convivência horizontalizada e reverente com todas as demais criaturas.

Solidário - Recursos naturais: Desenvolvimento Sustentado ou do ‘Tantum quantum” de Loyola? Por quê?

Wenzel - Santo Inácio de Loyola percebeu que na natureza estava sua fonte de compreensão da realidade. Ao meditar nas grutas de Manresa, ao se deter contemplativo próximo às águas do rio Cardoner, vivenciou o fluir das monções, como movimentos para os quais precisamos atentar de forma a sabermos entendê-los e conduzir nossas atitudes. Ao nos valermos “tanto quanto” de tudo o que existe, há que nos posicionarmos como seres permeáveis e receptíveis ao que as moções nos inculcam. O que conduz ao desprendimento e à “indiferença” inaciana, não no sentido do pouco caso que podemos fazer da realidade, mas do que esta nos pode proporcionar de libertação generosa e desprendida, aceitando a saúde ou a doença, a riqueza ou a pobreza, a honra ou desonra, vida longa ou breve, ou seja, estamos sempre prontos para a morte, pois vivenciamos as moções na perspectiva do enlevo e bom sentimento.

Ministros das exéquias: a palavra amiga na dor da despedida

José Alberto Wenzel (acima) e sua obra mais recente (abaixo)

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Novembro de 2011 - 2a quinzena AÇÃOSOLIDÁRIA 7Novembro de 2011 - 2a quinzena

Mil e quinhentos óbitos ocorrem por mês na rede de hospitais de P. Alegre. Uma grande parte desses falecidos retorna para enterro aos seus locais de origem no interior do Estado. A maioria dos porto-alegrenses é enterrada nos cemitérios da Santa Casa, S.

Miguel e Almas e João XXIII. Há os que vão para os cemitérios S. João, Vila Nova, Tristeza, Belém Novo, Belém Velho e Jardim da Paz. Uns tantos ainda são encomendados e enviados a crematórios da Região Metropolitana ou Caxias do Sul. E outros tantos são enterrados nos cemitérios Evangélico, Israelita, União Israelita, Primeira Igreja Batista em P. Alegre e S. José.

Presença carinhosa“Estamos ali como aquela mãe carinhosa que quer atender seu filho até

o último momento. Queremos ser a presença na vida daquele fiel em nome da Igreja”, resume o diácono permanente Jorge Ricardo Leal, 50 anos, co-ordenador da Diaconia da Esperança da Arquidiocese de P. Alegre. A Dia-conia é responsável por mais de 500 encomendações mensais apenas nos cemitérios João XXIII, Santa Casa e S. Miguel e Almas. (Ricardo, pai de Mateus, 18; Gabriela, 16; Rafael, 12 e Josué, 10 anos, é marceneiro de pro-fissão e viúvo. Maria Paula Leal, catequista e professora de religião, morreu atropelada criminosamente por um motociclista – crime ainda impune – ao ajudar a travessia de movimentada avenida a um deficiente visual na frente da Igreja São João, em P. Alegre, na tarde de 3 de maio de 2010). “Somos entre cinco nesse trabalho e nos revezamos em turnos e nos dias da semana. Eu ainda não pude retornar à atividade, porque ainda não estou em condi-ções emocionais. Quem consegue fazer esse trabalho de dar o atendimento no velório não abandona mais. Não chegamos como donos da palavra e sim como alguém que quer ser presença carinhosa num momento de muita fragilidade”, completa Ricardo.

Gratificação“A gente volta para casa exausto e espiritualmente esgotado, mas muito

gratificado pela certeza de ter conseguido acenar com a esperança de que aquilo – a morte – não é o fim. As experiências são as mais diversas. É um campo fabuloso”, acrescenta o diácono Roberto Kerber, 55, informando que chegou a fazer 21 encomendações numa tarde e anoitecer, no período de quatro meses em que esteve escalado nos cemitérios da Azenha. “É um momento fortíssimo de evangelização, pois todos estão muito sensíveis e susceptíveis. Por isso, o máximo cuidado ao que se vai dizer e como se dirigir às pessoas ali presentes. Gosto de fazer o ‘enterro do pobre’. Os familiares se sentem valorizados e ficam muito atentos”, diz Roberto.

MelhoriasDesde que foi instituída em 2004, a Diaconia da Esperança organizou

melhorias para sua atividade, especialmente no enterro do pobre. “No ce-mitério S. João, conseguimos a colocação de um toldo de 60 por 60 metros onde os familiares se podem abrigar. Antes, as encomendações eram feitas ao ar livre, ou pisando no barro em dias de chuva ou sob o sol escaldante no verão. No ‘campo santo’ do cemitério da Santa Casa, o provedor José Sanseverino mandou construir uma capelinha de alvenaria. Junto a esse ce-mitério também fizemos erguer uma grande cruz. Também arrumamos um estoque de lençóis para envolver os corpos de falecidos pobres que muitas vezes são removidos dos hospitais ou necrotérios sem nenhuma roupa”, resume Ricardo. A Diaconia da Esperança também atua em frentes sociais, ajudando crianças em situação de risco social na zona norte de P. Alegre, tema para reflexão futura.

“Há que nos unirmos ao ciclo de morte para vivenciar a vida”de como preservar o meio ambiente, o convite é para que a pessoa, por

12 dias, sem necessitar se isolar ou deixar de seus afazeres, submirja em si mesma na sua relação com a natureza. O texto foi estruturado em qua-tro balizas: a percepção dos seis mundos – natural, construído, destruído,

sustentado, sacralizado e perplexo; compreensão do ser humano como

alguém que destrói e mata, que anda errante a caminho da morte no conjunto criado; escolha de sustentabilidade do “tanto quanto” de Inácio de Loyola; e co-transcendência, com posicionamento na

ante-sala do Éden para iniciar uma trajetória de abençoados e não de amaldiçoados.

Presente desde o início na história da Igreja (ver texto na página 4 desta edição), o diaconado permanente foi restabelecido pelo Concílio Vaticano II e regulamentado pelo Papa Paulo VI em 1967. “Faz parte da hierarquia como uma espécie de grau in-termediário entre o povo de Deus e a hierarquia superior”, sugere Ricardo Leal. Pode ser conferido a homens de idade mais madura, mesmo casados. Havia séculos que os diáconos – primeiro grau do Sacramento da Ordem – eram apenas ordenados como um passo para a ordenação presbiteral. Diaconia significa serviço. Por isso, o carisma e a espiritualidade do diácono é ser sinal sacramental de Cristo Servo, estar a serviço. Sua função é auxiliar o bispo na distribuição da caridade, coordenando obras sociais da Igreja e não se restringir a servir de acólito ao padre nas celebrações litúrgicas como às vezes costuma ocorrer. Existem 2.500 diáconos permanentes no Brasil. Na Arquidio-cese de P. Alegre, o diaconado leigo foi criado em 2001 por Dom Dadeus Grings junto com os vicariatos. Está vinculado ao Vicariato da Cultura, dirigido por Mons. Urbano Zilles. São 60 diáconos – 56 na ativa – distribuídos em 16 diaconias: Bom Samaritano, Dom Vicente Scherer, João Paulo II, Madre Teresa de Calcutá, N. Sra. dos Anjos, N. Sra. do Rosário, S. Isabel, S. Antônio, S. Efrém, S. Estevão, S. Francisco de Assis, S. José, S. Lourenço, S. Teresinha e Esperança.

Ministros das exéquias: a palavra amiga na dor da despedida

Diaconia: serviço de caridade da Igreja

Roberto KerberRicardo Leal

Cemitério São João dispõe de um toldo para abrigar familiares durante as cerimônias de encomendação

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Novembro de 2011 - 2a quinzenaSABER VIVER 8

Visa e Mastercard

Dicas de NutriçãoDr. Varo Duarte

Médico nutrólogo e endocrinologista

Foto pessoa rindo: Emiliano Spada/Demais: Divulgação

O Livro da Família 2012 e o Familienkalender 2012 estão à venda na Livraria Padre Reus e também na filial dentro do Santuário Sagrado Coração de Jesus, em São Leopoldo.Faça o seu pedido pelos fones: 51-3224-0250 e 51-35665086 ou através do e-mail: [email protected]

RESERVE O SEU EXEMPLAR

Vitamina bDevemos lembrar que é através dos alimentos que devemos

receber todos os nutrientes. Vamos desenvolver nossas reservas nutricionais, nossas defesas orgânicas e suportar as modificações de nossas células, que devem ser desenvolvidas e recompostas com estes nutrientes.

Como a televisão, o rádio e a mídia utilizam intensa propa-ganda de medicamentos (complexos vitamínicos e minerais) que curam ou fortificam, vamos reproduzir aqui os versinhos que mostram a importância da alimentação balanceada e que não precisam ser adquiridos na farmácia, como repetia nosso poeta professor Eugênio Carvalho jr. Devemos comer verduras E eu vou lhe dizer por quê:Elas são ricas em sais E tem vitamina C.Também contém celulose Que, não sendo um alimento, Garante a seu intestino Um bom funcionamento. Não procure nas farmácias As vitaminas obter;Pois estão nos alimentos Que você deve comer.Se você usar verduras, Ou leite um copo tomar, Frutas na sobremesa Elas nunca hão de faltar!Mostre sua inteligência, Que neste assunto é sabido:Prefira o arroz mesclado Ao arroz que for polido. Pois é em sua cutícula Que estão vitamina e sais Procure sempre comer Os cereais integrais. Não pense que vitaminas Sejam só medicamentosSão produtos naturais Que existem nos alimentos.Com leite, carne, verduras E frutas na sobremesa,Nunca terá falta delas Eu lhe afirmo, com certeza. Que a laranja é muito fria, É velho conceito errado;Você poderá chupá-las Quando estiver resfriado. Há tabus alimentares Que são coisa curiosa:Não comer carne de porco Por julgá-la perigosa. Se a carne for bem cozida, Não lhe fará mal algumA carne de porco é rica Em vitamina B1As proteínas do peixe São de fácil digestão, E devem entrar mais vezes Em sua alimentação. Habitue seu filhinho A gostar de vegetais, São ricos em vitaminas Também em sais mineraisUma criança sadia Alegre, bem humorada, Só pode ser conseguida Quando bem alimentada.Morre o pobre, muitas vezes, De doenças de carência,Porque sofre e passa fome Durante toda a existênciaMorre o rico de doença Grave, degenerativa,Porque come sem saber Em excesso toda vida.

Voltamos a recomendar nosso livro Alimentos Funcionais, da Editora Artes e Oficios, 2ª edição - 2007. Procure nas livrarias.

A sociedade moderna enfrenta um problema muito grave, que vem crescendo rapidamente: a obesidade infantil. O estilo de vida das crianças se modificou bastante fazendo com que muitas delas te-nham uma existência sedentária e repleta de alimentos que engordam, como por exemplo, hambúrgueres e refrigerantes. Isso contribui muito para que a criança engorde e tenha problemas de saúde que até então eram apenas conhecidos na vida adulta. Além disso, esses jovens podem adquirir doenças psicológicas, como a depressão, por causa de atitudes preconceitu-osas, principalmente por parte dos colegas de escola.

Para a psicóloga Cláudia No-gueira, que trata a obesidade infan-til, o apoio da família é essencial para que a criança consiga emagre-cer e se livre dos traumas causados pelas zombarias. “É importante que a família acolha a criança tratando-a com respeito, carinho e sem nenhum tipo de preconceito ou comparações. É necessário ser informada que a obesidade é uma doença que deve ser tratada por uma equipe especializada e multi-disciplinar”, diz Cláudia.

A obesidade pode desenvolver transtornos alimentares na adoles-cência, como compulsão alimen-tar, bulimia e anorexia nervosa.

Obesidade infantil deve ser tratada com mudanças no estilo de vida

Também pode causar alterações cardiovasculares, diabetes, pro-blemas na pele e até alterar o crescimento.

Este é um problema da socie-dade moderna e, segundo dados do Ministério da Saúde, já atinge 10% das crianças brasileiras. A nu-tricionista Karen Amorim Porcelli afirma que quando a criança faz o tratamento adequado e consegue emagrecer, ela deve continuar a ter hábitos saudáveis para não voltar a engordar: “O paciente deve manter em seu dia-a-dia os conceitos de educação alimentar

que aprendeu, como o consumo de uma dieta equilibrada com calorias e nutrientes equilibrados, que proporcionem um crescimen-to e desenvolvimento saudável e a prática de atividades físicas”.

“Frequentar um spa para fa-zer o tratamento é uma excelente oportunidade, principalmente pelo fato de as crianças terem contato social com outras que enfrentam o mesmo problema. É uma forma de incentivá-los a manter um estilo de vida saudável. Entretanto, ainda são poucos os spas que aceitam crianças e possuem programas e profissionais especializados neste público”, afirma o médico car-diologista Manoel Carlos Beldi Castanho.

O educador físico Rodolpho Teixeira Súnica informa que a prá-tica de exercícios físicos é tão im-portante para a saúde física quanto para a mental, tendo a capacidade de ajudar a emagrecer e a superar os empecilhos psicológicos que a criança possa ter desenvolvido. “A criança deve praticar atividades físicas nas quais ela sinta prazer, como exercícios aquáticos e au-las envolvendo diversas tarefas a serem cumpridas por um determi-nado tempo, e, se puder ser exer-cida com o direcionamento de um profissional, também é uma ótima opção”, reforça Rodolpho.

Divulgação

SABEDORIA ORIENTAL KaFé Artes

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Novembro de 2011 - 2a quinzena ESPAÇO LIVRE 9

José E. F. Chaves - 24/11Homero F. Martins - 25/11Alberto Hoffmann - 30/11

Humor Sem FronteirasMartha Alves D´Azevedo

Comissão Comunicação Sem Fronteiras

Leonard

2.000 anos de turbulências - XXXVI

Força argentina

Com quase 54% dos votos válidos, Cristina Kirchner venceu no dia23 de outubro, com 26 pontos per-

centuais de vantagem sobre o 2o coloca-do, as eleições presidenciais na Argentina.

Reza a lei argentina que, para ser eleito em primeiro turno, um candidato presidencial precisa ter 45% dos votos ou abrir 10 pontos de vantagem em relação aos demais 40% dos votos. Cristina foi reeleita superando todas as previsões políticas e eleitorais.

Dia 27 de outubro de 2010, faleceu Néstor Kirchner, marido de Cristina e ex-presidente da Argentina, eleito em 2003. Em 2007, “El Pinguino”, como era chamado, estava no pináculo do poder. Com o prestígio em alta, tomou a de-cisão inédita no mundo, de colocar sua própria mulher como candidata à sucessão presidencial. Com o seu apoio e toda a máquina do governo, elegeu Cristina Kirchner presidente da Argentina.

Nos primeiros meses de 2008, diversos setores do país começaram a demonstrar resistência à política dos Kirchner. Primeiro, foi a oposição dos ruralistas. Depois, Néstor inten-sificou ataques aos meios de comunicação, concentrados em uma guerra pessoal contra o grupo Clarin, a maior holding multimídia da Argentina. Apesar dos revezes políticos e dos problemas de saúde que se sucediam, Kirchner deixava claro que sua intenção era radicalizar o discurso político e disputar as eleições presidenciais de 2011. Sua morte em outubro de 2010 deu fim às suas ambições pessoais, mas fez crescer a possibilidade de Cristina tentar a reeleição.

A repercussão da morte de Néstor Kirchner, e as gran-des homenagens que recebeu em Buenos Aires e por todo o país, onde sua popularidade alcançou 78%, faziam prever a possível permanência de Cristina no poder. Cristina jamais tira a roupa preta do luto de viúva, espécie de capa que lhe confere uma áurea de pertinência, de dedicação à memória. O preto que atrai calor solidário e a joviabilidade responsável são uma imagem que se soma à opção política de manter o modelo que promoveu a explosão do consumo e a política de subsidiar transporte e energia. Espera-se que tenha sucesso. ([email protected]).

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TERAPIA DIRETA DO INCONSCIENTECura alcoolismo, liberta

antepassados, valoriza a dimensão espiritual

DE LOUCOSCerto executivo já atrasado

para o trabalho, observou, de re-pente, um pneu furado. Para com-plicar mais ainda sua situação, ele parou o carro bem ao lado de uma boca-de-lobo, e com a pressa que estava não percebeu que depois de elevar o carro pelo macaco e tirar os 4 parafusos eles rolaram e caíram na referida boca-de-lobo. Mais uma coincidêcia foi que também estava ao lado do muro de um hospício, e um louco repa-rava tudo atentamente!

E com a perda dos 4 parafu-sos e o horário já avançado, ele não sabia mais o que fazer; mas, de repente, o louco gritou de lá de cima do muro:

-Hei moço, faça o seguinte: Tire um parafuso de cada roda e coloque nesta que está sem os prafusos e siga viagem com as 4 rodas com apenas 3 parafusos cada.

E ele prontamente fez como lhe recomendara o louco, agrade-cendo-o pela ideia e já ia saindo com o carro quando lhe veio a seguinte dúvida:

-Hei, moço, você não é lou-co?

E ele respondeu :-Sou, mas não sou burro!

xxx

O louco estava escrevendo uma carta, chega outro doido e pergunta o que tá escrito. O louco responde:

-Como vou saber? Eu ainda não recebi.

xxx

O enfermeiro corre esbafori-do pela rua, à procura de um in-terno foragido. Pede informação ao dono de uma banca de jornal:

-O senhor não viu um lou-co passar aqui? Ele acabou de escapar.

-Como ele é?-Baixinho, magrinho e pesa

190 quilos.-Mas como um baixote ma-

gricela pode pesar 190 quilos?- Eu não te falei que ele é

louco?

a reForma estaVa amadUrecendo

A Reforma protestante, de 1517, não aconteceu de repente. Ela vinha amadurecendo há bastante tempo. Vários papas que antecederam Lutero sa-

biam disso. Concílios Ecumênicos que aconteceram des-de o século XI também tentaram esse mesmo caminho.

Lamentavelmente, a Igreja, ao invés de combater as causas da in-disciplina e das heresias, se limitava a combater os hereges e fanáticos, como Marcílio, Wiclef, Hus, Pedro Valdo, Savonarola e outros. E a tão necessária reforma da Igreja sempre ficou para depois. Com isso, o tempo da Idade Média foi terminando e iniciou o Renascimento. Este trouxe novos problemas, agravando a crise epiritual, porque a tendência pagã do Renascimento criou um clima desfavorável à fé e propício ao espírito mundano da sociedade. Assim, abriram-se as portas para as transformações sociais e discussões religiosas. Os prín-cipes e reis começaram a romper seus compromissos com os papas. Os leigos já não eram mais submissos ao clero. O pluralismo de idéias favoreceu a pregação anticlerical. Jerônimo Aleandro, por exemplo, um pregador da época, depois de passar pela Alemanha, chegou à Itália, dizendo: “Basta um louco atrevido abrir a boca contra Roma, e ninguém mais segura”.

Foi aí que surgiu Martinho Lutero, nascido na cidade alemã de Eisleben, filho de camponeses, em 1483. Em 1507 é ordenado padre, e um ano depois assume a cátedra de Sagrada Escritura (Teologia), na Universidade de Wittemberg. Ele começou a tornar públicas suas ideias, que eram mais o desabafo de um religioso angustiado do que de um projeto de reforma da Igreja. E aquilo que era um problema pessoal acabou por abrir as comportas e dar início a uma histórica revolução religiosa. O grito de guerra contra a Igreja tinha diversas causas, mas a que mais pesou na balança foi a questão das Indulgências, dando início à tão falada Reforma Protestante. Na prática, porém, ao invés da reforma da Igreja, Lutero terminou fundando outra igreja. Querendo corrigir a indisciplina e os abusos da cristandade, segundo um historiador da época, acabou negando verdades de fé: “Com a água da bacia, jogou fora também a criança”. O grande motivo da indignação de Lutero foi, segundo ele, o de estar “vendendo as indulgências”, que são uma grande graça do Pai Celeste, feito através dos méritos infinitos de Jesus Cristo. O Papa Júlio II, em 1507, havia concedido indulgência plenária a todos aqueles que também ajudassem financeiramente na construção da Basílica de São Pedro. Leão X renovou esse ato em 1514. O Pregador oficial na Alemanha, nomeado pelo Papa, foi o padre dominicano João Tetzel. Lutero se insurgiu, acusando o Papa que estava “vendendo” indulgências e enganando os fiéis. Essa posição de Lutero ganhou corpo, conquistando os príncipes e imperadores que estavam descontentes com tanto dinheiro saindo para Roma. Na próxima edição, mais sobre as idéias teológicas de Lutero. (CA/Pesquisa).

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Novembro de 2011 - 2a quinzenaIGREJA &CCOMUNIDADE 10

Solidário Litúrgico

13 de novembro - 33o Domingo do Tempo ComumCor: verde

20 de novembro - 34o Domingo do Tempo ComumCor: branca

Igreja Católica Rumo à Prevenção Alcoólica

Catequese

1a leitura: Livro do Profeta Isaias (Is) 63,16b-17.19b; 64,2b-7Salmo: 79(80), 2ac e 3b.16-16.18-19 (R/.4)2a leitura: 1a Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor) 1,3-9Evangelho: Marcos (Mc) 13,33-37

Comentário: Estamos iniciando um tempo especial do ano litúrgico: o Advento. É um tempo de expectativa e um tempo de preparação. Mas o quê ou a quem esperamos... para o quê ou para quem nos preparamos? Estas são perguntas centrais e fundamentais, quando iniciamos este tempo que nos leva à celebração de mais um Natal. Natal de quem? Natal de quê?

Marcos nos adverte na passagem bíblica deste domingo: O que vos digo, digo a todos: estai atentos, vigiai! (13,37). O “estar atentos... vigiar” evangélico é uma atitude de compromisso com a prática daquilo que Jesus fez no seu tempo histórico e faria se estivesse hoje entre nós. Esta vigilância é individual e comunitária. O Advento é um tempo para que também as co-munidades e instituições eclesiais se perguntem, seriamente, se a preparação do seu Natal não se limita a celebrações externas, com conteúdos morais ou éticos, ou apenas uma rejeição do Natal-comércio incentivado pela sociedade de consumo e praticado pela maioria da população.

Aqui cabe uma reflexão do Pe. Thomas Hughes SVD: Preparar-nos para o Natal é estar sempre vigilantes para que o nosso modo de ser, atuar e falar estejam coerentes com as opções concretas de Jesus de Nazaré, em favor do Reino de Deus, da justiça, da solidariedade e da fraternidade. Daqui a quatro semanas, celebrar-se-á o Natal. Para muitos, será simplesmente uma festa comercial ou uma oportunidade de festejar e alegrar-se. Para outros, mergulhados na miséria e na fome endêmicas em muitas regiões do Planeta, será sem sentido. Se fizermos desse tempo do Advento um verdadeiro momento de discernimento, avaliação, vigilância e renovação, então teremos realmente um Natal - um renascimento de Jesus na nossa vida, um reencontro verdadeiro com Jesus, o Emanuel, Deus-Conosco! ([email protected])

1a leitura: Livro do Livro dos Provérbios (Pr) 31,10-13.19-20.30-31Salmo: 127(128),1-2.3.4-5ab (R/. cf 1a)2a leitura: 1a Carta de São Paulo aos Tessalonicenses (Ts) 5,1-6Evangelho: Mateus (Mt) 25,14-30Para a compreensão dos comentários litúrgicos leia, antes, os respectivos textos bíblicos.

Comentário: Estamos nos aproximando do fim do ano litúrgico. As leituras bíblicas nos levam a refletir sobre o final dos tempos, ou sobre o tempo da prestação de contas da administração dos bens/dons recebidos por cada um. Mateus nos traz a narração da distribuição desigual de talentos a supostos ou imaginários “empregados”. É uma parábola, uma história, mas com aplicação a pessoas reais: os que creem em Deus e se identificam como cristãos, seguidores de Jesus.

O dom da vida e o dom da fé são os dois maiores dons que recebemos. E recebemos gratuita-mente. São um privilégio. Contudo, estes dons não são dons para serem guardados e usados apenas e somente para o próprio bem, mas, para terem sentido e valor real, implicam em atitudes de serviço aos demais. Quem guarda o dom da vida e o dom da fé para si é como aquele empregado da parábola que enterrou seu “talento”, seus dons na terra. Não se arriscou, como os outros dois personagens da mesma parábola, mas também não produziu frutos. Foi um servo mau e inútil. Sua vida, um zero à esquerda. Sem sentido.

No dia do ajuste final de contas não vale argumentar que recebeu poucos dons, que a vida foi madrasta, que teve poucas chances, que Deus foi injusto com ele porque não lhe deu os mesmos talentos e dons como a outros. Naquele dia, o “justo juiz” não vai perguntar quantas coisas você realizou, mas quanto amor você colocou em todas as coisas que você fez. O amor, alegre, gratuito, generoso, terno e fraterno é a medida que vai decidir a nossa eternidade. E, oxalá, possamos ouvir do Senhor da História: Muito bem, servo bom e fiel (25, 21 e 23).

JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO1a leitura: Livro do Profeta Ezequiel (Ez) 34,11-12.15-17Salmo: 22(23), 1-2a.2b-3.5-6 (R/. 1)2a leitura: 1a Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor) 15,20-26.28Evangelho: Mateus (Mt) 25,31-46

Comentário: A festa é de um rei, mas um rei absolutamente diferente dos modelos de reis que conhecemos: enquanto os reis e poderosos da terra são servidos por dezenas, centenas ou milhares de servidores e pouco lhes importa a situação real da vida de seus súditos, este rei não tem súditos, só amigos e companheiros na missão, não quer ser servido, mas quer servir e quer que seus seguido-res sejam servidores também. Sua “igreja” ou seu “reino” é uma imensa comunidade de servidores. Nesta nova e revolucionária comunidade de servidores os que são amados e servidos com amor de predileção são exatamente aqueles que têm menos chances na vida: o que têm fome e sede, os que não têm roupa, nem teto, nem chão, os que estão doentes ou presos, os que são migrantes ou refugiados, os que são perseguidos e caluniados por causa do Reino, da Verdade, da Justiça.

Vivemos numa sociedade cada dia mais excludente, dominada pelos interesses do lucro e do poder, colocado a serviço deste lucro a qualquer preço. Pequenos grupos de pessoas, acumulando milhões e fechando-se em “castelos dourados e seguros”, enquanto multidões de pessoas lutando para sobreviver, sem segurança de nenhum tipo, clamando por condições que ofereçam um mínimo de dignidade. Em nosso país, de maioria cristã, ainda temos mais de 30 milhões vivendo abaixo da linha de pobreza. É um escândalo, uma vergonha, um clamor que sobe aos céus. Neste contexto, a solidariedade com “estes mais pequeninos” (25,40) é a única prova de uma verdadeira fé em Jesus e de uma prática cristã que mereça este nome.

Reconhecer Jesus como Rei do Universo significa assumir e amar, na prática da vida, todas as pessoas que Deus coloca em nossa vida, privilegiando os mais necessitados. Para que possamos ou-vir, naquele dia: “Vinde benditos de meu Pai (...). Todas as vezes que fizestes isto ao menor de meus irmãos, foi a mim que o fizestes" (25,34 e 40).

27 de novembro - 1o Domingo do Advento

Cor: roxa

o teatro na cateqUeseHá várias modalidades de teatro e cada uma delas pode ser aproveitada

na Catequese. Tradicional - Teatro formal: com texto, cenário, figurino, palco, tudo

organizado. O público assiste, sem ter participação direta. Vanguarda - Não há palco definido. Atores se misturam ao público; o

público se desloca para onde ocorrem as cenas; grande capacidade de dina-mismo e de atrair a atenção. O público também pode participar.

Mambembe - É o estilo versátil, que vai às ruas, praças, hospitais... É preciso prever que será preciso improvisar locais para apresentação, para armar cenário, para se vestir, etc.

Sociodrama - Dramatização de situações cotidianas. O texto é impro-visado. Mediante a intenção daquilo que se quer transmitir, combina-se a situação e são distribuídos os papéis.

Bibliodrama - É a encenação de textos bíblicos. Para crianças, tais encenações são muito importantes, porém, são necessárias adaptações no vocabulário e condensação de passagens muito longas. É preciso evitar a apresentação de fatos bíblicos de difícil interpretação ou que exijam um conhecimento mais aprofundado da História da Salvação. Cabe repetir os cuidados que devem ser tomados para que não haja deturpação do sentido do texto.

Fantoches - Diálogos curtos. Falar bem alto, devagar e claramente. É preciso treinar o manejo. Quem maneja, não deve deixar nenhuma parte do seu corpo aparecer. Os demais bonecos se voltam para aquele que fala e só o que fala deve se mexer. A boca abre na mesma proporção da quantidade de sílabas.

Cuidado para que os bonecos não fiquem caídos sobre a cortina ou olhan-do para o alto! Há vários tipos de fantoches e você mesmo pode fazer um.

Cenário - O cenário, basicamente, pode ser composto por um painel ao fundo e por uma cortina. Um cenário mais completo contém móveis, árvores, objetos, divisórias, etc. Podem, também, ser usadas placas, indicando lugares "IGREJA"; "CASA"; "FLORESTA".

O importante é que seja sugestivo, que ajude a transportar a criança para o local onde se passa a cena. Muitas vezes, uma simples mudança na arrumação, resolve.

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Novembro de 2011 - 2a quinzena ESPAÇO DAARQUIDIOCESE Coordenação: Pe. César Leandro Padilha

11Jornalista responsável: Magnus Régis - ([email protected])Solicita-se enviar sugestões de matérias e informações das paróquias. Contatos pelo fone (51)32286199 e [email protected] Acompanhe o noticiário da Pascom pelo twitter.com/arquidiocesepoa

Facebook: Arquidiocese de Porto AlegreArquidiocese de Porto

Alegre promoveu Fórum da Ação Social

Com o tema “Políticas Públicas e a Igreja Católi-ca”, a Arquidiocese de Porto Alegre debateu com a so-ciedade e o poder público a Ação Social desenvolvida pela Igreja local. O Fórum da Ação Social aconteceu durante toda a terça-feira, dia 25 de outubro, no Tea-tro Dante Barone da Assembleia Legislativa do RS e apontou rumos para uma maior integração entre Igreja e o poder público no desenvolvimento das ações junto às comunidades necessitadas.

O Fórum foi aberto à comunidade e contou com a presença de quase 300 pessoas. A realização ficou por conta da Comissão dos 100 anos de Solidariedade. O grupo foi convocado pelo arcebispo metropolitano Dom Dadeus Grings e foi formado por diáconos e pessoas envolvidas na gestão de programas sociais da Arquidiocese de Porto Alegre.

Na abertura do evento, Dom Dadeus Grings recordou em sua fala a passagem evangélica do bom samaritano como lição de Jesus do cuidado com outro, em perseverança a salvação humana: “É um momento importante de refletir nosso empenho social. A Igreja pode proporcionar mais vida. Ninguém vive para si, ninguém vive sozinho. Nossa vida é uma convivência” afirmou.

IntegraçãoO chefe da Igreja local também destacou que a

ação social só tem sentido na integração das ações entre as instituições: “No campo social não há concorrência e o trabalho ao próximo não é meramente opcional, de fazer ou não fazer. Isso faz parte da essência da vida cristã, por isso a CNBB Nacional colocou nas diretrizes a frase: 'A essência da vida cristã é o amor’. Então, nós temos essa característica, que faz parte da essência eclesial. Vamos trabalhar juntos para que haja mais vida e vida em abundância”.

O Fórum apresentou dois painéis temáticos em que foram debatidas as políticas públicas e a Igreja Católica e também o reposicionamento da Ação Social na interface das políticas públicas; os participantes também puderam participar de forma ativa nos debates com questionamentos e acréscimos às falas.

Autoridades que participaram do evento destaca-ram a ação da Igreja local como importante e funda-

mental: “O que seria dos governos, das políticas pú-blicas e agentes políticos se não tivesse a interlocução qualificada da Igreja Católica, que tem uma capacidade de diagnóstico, conhecimento e escuta das demandas da população e a capacidade de fiscalização, de dar retorno das políticas públicas e necessidades de ajuste. Essa rede pode nos ajudar a construir a integração de ações. Está de parabéns a Igreja por continuar a obra de Jesus”, destacou a presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Sofia Cavedon.

CidadaniaTambém o deputado e presidente da Comissão de

Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, o deputado Miki Breier, destacou a ci-dadania como fruto das ações desenvolvidas pela Igreja Católica: “São iniciativas que queremos fortalecer para construir cada vez mais cidadania em nosso estado. Parabéns à equipe organizadora, que tem a disposição de construir o Reino de Deus já aqui na terra, através das ações pastorais”, disse.

Como fruto das discussões realizadas nos painéis temáticos, o Fórum da Ação Social apresentou uma carta compromisso que faz uma convocação para que todos/as possam agir conjuntamente, sendo “uma presença permanente da Igreja nas discussões, na defi-nição, na gestão e na execução das políticas públicas”. Leia a Carta Compromisso no site da Arquidiocese: www.arquidiocesepoa.org.br

O Encontro dos Coroinhas, realizado no dia 23 de outubro, no Seminário São José, em Gravataí, reuniu aproximadamente mil coroinhas pertencentes a Paró-quias dos Vicariatos de Gravataí e Porto Alegre.

O início das atividades do Encontro ocorreu com a celebração da Santa Missa presidida pelo Pe. Vanderlei Bock, animador vocacional da Arquidiocese de Porto Alegre. Também esteve presente Dom Jaime Spengler.

Em seguida, os coroinhas participaram de ativi-

Encontro de Coroinhas reúne quase mil participantes em Gravataí

dades de integração formadas por dez desafios que deveriam ser superados e a conquista da Medalha de São Tarcísio, padroeiro dos Coroinhas.

Esta é a segunda edição do evento realizada com sucesso. A primeira edição aconteceu no dia 2 de no-vembro e destinou-se aos coroinhas e tios de coroinhas dos Vicaritaos de Canoas e Guaíba. Aproximadamente 750 crianças e adolescentes participaram do encontro. (Flávio Bilhalva)

Romaria das Capelinhas em Guaíba Demonstrações de fé, louvor e gratidão a Deus. Assim pode ser carac-

terizada a 17ª Romaria das Capelinhas do Vicariato de Guaíba, ocorrido no dia 22 de outubro. A cidade foi tomada por romeiros/as de todas as paróquias do Vicariato e também de outras cidades. Em 2011, o tema refletido foi: “Com Maria, promover a vida”.

Toda a cidade de Guaíba foi abraçada por um rio de fé. A programa-ção iniciou logo às 7 horas com a saída das caravanas das mais diversas paróquias. As procissões pelos bairros de Guaíba repetiram-se durante todo o dia.

As caravanas tiveram como ponto de encontro a Prefeitura Municipal de onde saíram em caminhada até o Parque da Juventude. Os romeiros e romeiras foram acolhidos por Dom Remídio Bohn, vigário episcopal do Vicariato de Guaíba e Irmã Nilva Dal Belo, coordenadora da Romaria.

No Parque da Juventude foi celebrada uma missa campal. A Brigada Militar estimou a presença de 20 mil romeiros: “Foi um dia de oração, de louvor e expressão de fé e solidariedade. A cidade de Guaíba foi um rio de fé”, enfatizou Irmã Nilva Dal Belo.

Durante a celebração eucarística foi lançada a 18ª Edição da Romaria das Capelinhas. Em 2012, o tema será “Com Maria, vida e saúde”.

Restauro da Igreja N. Sra. das Dores Com a presença da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e do

arcebispo Dom Dadeus Grings, as obras do restauro da Igreja de Nossa Senhora das Dores foram parcialmente entregues à popu-lação. A Igreja Nossa Senhora das Dores foi tombada pelo Iphan como patrimônio nacional em 1938. A igreja, do final do século 18, comporta diferentes estilos, pois levou mais de cem anos para ser concluída.

A ministra conheceu detalhes da obra de restauro iniciada há três anos, com previsão de término para janeiro de 2012, e custo final de mais de R$ 2 milhões.

A visita da ministra serviu de ocasião para a entrega simbólica de um dos marcos históricos da cidade à comunidade, embora ainda faltem alguns detalhes para a conclusão definitiva dos trabalhos.(Com informações do Ministério da Cultura)

Coroinhas em encontro anual

Fórum debateu ações de solidariedade

Milhares de pessoas participaram da Romaria das Capelinhas em Guaíba

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Porto Alegre, novembro de 2011 - 2a quinzena

As magias da Terra Santa (IV)

Carlos AdamattiJornalista

Na maior depressão do globo, localizam-se a cidade de Jericó, o Mar Morto e as Cavernas do Qunram. Jericó é a cidade mais

antiga do mundo, segundo os historiadores. Nas proximidades está o Morro das Tenta-ções, onde Satanás tentou Jesus durante 40 dias depois de ter sido batizado por João Batista, no Rio Jordão. O fato está no evan-gelho de Lucas, cap. 4, versículos de 1 a 4. Os Cruzados batizaram o lugar como Monte da Quarentena. Na Bíblia, o número 40 tem um significado especial: Moisés permaneceu 40 dias no Monte Sinai, antes de receber as Tábuas da Lei. O Povo de Israel peregrinou 40 anos antes de entrar na Terra Prometida. E o profeta Elias jejuou 40 dias durante o caminho para o Monte Horeb (II Reis, 19,8). Hoje existe nesse monte uma mosteiro orto-doxo. Outro ponto de grande emoção para os peregrinos é a renovação das promessas do Batismo, no Rio Jordão. Veste-se uma túnica branca e entra-se nas águas dentro de um cercado. Enquanto isso, um padre que acompanha o grupo derrama água na cabeça, repetindo a fórmula do Batismo. Segundo a tradição, foi aqui que o profeta Elias come-çou a profetizar, sendo seguido por Eliseu. As águas, um pouco turvas nesse local, ali-mentam uma viçosa vegetação ao longo do percurso até o Mar Morto, enchendo a alma e o espírito de uma sensação de santidade. Não foi por acaso que João Batista usou esse local para suas pregações (Mc 1,2-8 e Mt 3,1-12). Neste lugar, distante 10 km

de Jericó, Jesus foi batizado. Desde algum tempo, as águas do Jordão foram apreciadas por suas virtudes curativas. Também desde a antiguidade, as margens do rio foram ocupa-das por numerosos mosteiros e igrejas. Já em Jericó, o lugar mais destacado é numa praça, onde se ergue um sicômoro, presumível do tempo de Jesus. Ali Zaqueu, por ser baixinho de estatura, subiu para ver Jesus passar. O Mestre parou e pediu que Zaqueu descesse, pois iria visitar sua casa. O episódio é narra-do em Lucas, 19 1-10. Zaqueu não tinha boa fama. Mas, nele residia o desejo de uma vida nova ao querer ver Jesus, sem ser visto no meio dos galhos do sicômoro. Ali em Jericó, Jesus também curou um cego (Lc 18, 35-43) e ensinou a perseverar na oração. O profeta Elias teria sido arrebatado ao céu em Jericó e por ali também passou Josué, por ocasião da conquista da Terra Prometida.

Pe. Paulo Dalla Rosa, da Paróquia São Jorge, rebatizando fiéis no Rio Jordão

Fotos: Arquivo pessoal

No Mar Morto a densidade da água salgada permite boiar sem afundar

Adalberto A. Bortoluzzi Adelhardt N. MullerAgenor CasarilAlberto F. C. Schlottgen Alberto Hoffmann Aloísio J. Holzmeier André L. BirckAngelo A. Orofino Antoninho M. NaimeAntônio C. S. Pires Antônio E. Algayer Antonio Parissi Arminda R. Pereira Carmen C. de OliveiraCláudio C. Frohlich Cristina M.M. Jeckel Dalci C.Matiello D. Dadeus Grings Edite Q. Conte Edith de L.XavierEdy Adegas Edy J.Pizzato Egon R.Fröhlich Emílio H. Moriguchi Ernani N. M.Tavares Flávio J. Zanini Gerolimo C.AdamattiGuido Moesch Hermenegildo Fração Hiran C.T.de Carvalho Homero F. Martins Hugo Hammes Ilse P. Moesch Irmandade A.S.MiguelIr.Erinida GhellerJacqueline P. MoreiraJoão C. NedelJoão Dornelles Jr. Jorge La Rosa José E. F. Chaves

José I.P.Maciel João M. de C.PompeuJuracy C. Marques Jurema BorgesKaoru Moriguchi Lauro Quadros Laury G. Job Lezith R. Correa Luiz C. Tovo Marciana M.Bernal Maria da G. M.C.BeckMaria I. H. RodriguesMaria de L. Pinheiro Maria R.F.Ferreira Marília H. Caldas Marlena Biondi Martha G. A. D´Azevedo Mercedes A.Bolognesi Mirian do E.S.V.HerterMons.Urbano ZillesNadi M. DottoNereu D’Avila Odila T. L. de Campos Olinda T. CostaOphélia T. V.da Cunha Paulo D´A.Vellinho P. S. Luiz GonzagaPaulo R. G. FrancoPe. Attílio I.Hartmann Pe. Pedro A. Kunrath Romeu Garrafiel Santuário N. S. do RosárioSolange M. Ketzer Sulema TerraSuzana V.de Curtis Therezinha C. de Azevedo Valdacyr S.Scomazzon Vergílio PeriusYara P.de MirandaYukio Moriguchi

Amigos solidáriosA concretização e continuidade do Solidário conta, entre

outros, com a generosidade sistemática de quase uma centena de amigos a quem expressamos reconhecida gratidão. Fica o convite a que mais “Amigos do Solidário” se aliem à proposta editorial para viabilizar um jornal cada vez melhor.

A Direção