edição v3n4 - outubro, novembro e dezembro de 2009

40
ISSN 1980-2269 Rev. Dental Press Periodontia Implantol. Maringá v. 3 n. 4 out./nov./dez. 2009 p. 1-112 Periodontia e Implantologia Revista Dental Press de

Upload: dental-press-editora-ltda

Post on 24-Feb-2016

241 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

TRANSCRIPT

Page 1: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

ISSN 1980-2269

Rev. Dental Press Periodontia Implantol. Maringá v. 3 n. 4 out./nov./dez. 2009p. 1-112

Periodontia eImplantologia

Revista Dental Press de

Page 2: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

volume 3, número 4, out./nov./dez. 2009

Sumário

EntrEviStaDaniel Buser

12

ExplicaçõES E aplicaçõESLesão Periapical Implantar: conceito,

classificação e protocolo para diagnóstico e

decisões terapêuticas

Alberto Consolaro, Bruno Aiello Barbosa,

Carlos Eduardo Francischone Júnior,

Renato Savi de Carvalho

25

acontEcimEntoS

10

pErguntE a um ExpErtO papel do fator oclusal no sucesso das

próteses implantossuportadas:

uma análise crítica

Rafael dos Santos Silva

40

Page 3: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

caSo clÍnicoSequestro ósseo associado à progressão

agressiva de gengivite ulcerativa

necrosante – relato de caso

Maria Lúcia Rubo de Rezende, Adriana Campos

Passanezi Sant`Ana, Sebastião Luiz Aguiar

Greghi, Euloir Passanezi, Roberta Santos Domin-

gues, Dahiana Rodrigues, Luis Antônio de Assis

Taveira

44

caSo clÍnicoReconstruções maxilares utilizando enxerto

de crista ilíaca

Leonardo Costa de Almeida Paiva, Paulo Rober-

to Ferreira Cerqueira, Vera Cavalcanti de Araújo,

Maria Cristina de Andrade

72

caSo SElEcionaDoCorreção de sorriso gengival: como obter

previsibilidade, precisão e estabilidade a

longo prazo

Wagner Rodrigues Duarte, José Maria Gratone,

Daniela Pretto Januário, Alessandro Lourenço

Januário

54

caSo clÍnicoPrótese parafusada por lingual: uma alterna-

tiva protética para implantes vestibulariza-

dos. Relato de caso clínico

Gustavo Castellazzi Sella, Aline Lopes Gonçalves,

Shizuma Shibata, Antonio Carlos Cardoso

82

artigo inÉDitoComportamento biomecânico de uma próte-

se fixa implantodentossuportada utilizando

implantes curtos

Marcos Daniel S. Lanza, Wellington Márcio dos

Santos Rocha, Lincoln Dias Lanza, Eduardo

Souza Lemos, Marcos Dias Lanza

91

artigo inÉDitoContagem e prevalência de microrganismos

patogênicos e benéficos em indivíduos

tabagistas com doença periodontal crônica

Sérgio Eduardo Braga da Cruz, Tatiana de

Oliveira Sirotto, Juliana Alethusa Velloso Mendes,

Marcelo da Rocha, Marcelo de Paiva Raffaelli,

Magda Feres, Flávia Matarazzo

101

P. gingivalis T. denticola T. forsythia

não-tabagistas

tabagistas

50

40

30

20

10

0

cont

agem

x 1

05

Page 4: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

Revista Dental Press de Periodontia e Implantologia / Dental Press International. --v. 1, n. 1 (jan./fev./mar.) (2007) – . -- Maringá : Dental Press International, 2007-

Trimestral.

ISSN 1980-2269.

1. Periodontia. Implantologia (Odontologia) – Periódicos I. Dental Press International. II. Título.

CDD. 617.643005

Diretora Teresa R. D'Aurea Furquim

aNaLiSta Da iNForMaÇÃo Carlos Alexandre Venancio

ProDuÇÃo GráFica e eLetrôNica Andrés SebastiánFernando Truculo EvangelistaGildásio Oliveira Reis Júnior Tatiane Comochena

iNterNet Carlos Eduardo de Lima Saugo

BaNco De DaDoS Adriana Azevedo VasconcelosCléber Augusto Rafael Soraia Pelloi

DePartaMeNto De curSoS e eVeNtoS Ana Claudia da Silva Rachel Furquim Scattolin

DePartaMeNto coMerciaL Roseneide Martins

SuBMiSSÃo De artiGoS Simone Lima Lopes Rafael

BiBLioteca Jéssica Angélica Ribeiro

NorMaLiZaÇÃoMarlene G. Curty

reViSÃo Ronis Furquim Siqueira

DePartaMeNto FiNaNceiro Roseli Martins Márcia Cristina Plonkóski Maranha

SecretariaLuana Gouveia

iMPreSSÃo Gráfica Regente

EDITORES

Carlos Eduardo Francischone - FOB-USP/Bauru, USC/Bauru

Maurício Guimarães Araújo - UEM/PR

EDITORAS ASSISTENTES

Carina Gisele Costa Bispo - UEM/PR

Flávia Matarazzo - UEM/PR

Flávia Sukekava - FO/USP

PUBLISHERLaurindo Z. Furquim - UEM/PR

CONSULTORES CIENTÍFICOS

Eduardo Feres - UFRJ/RJ

Elaine Cristina Escobar Gebara - FMU/SP

Francisco A. Mollo Jr. - UNESP/Araraquara/SP

Giuseppe Alexandre Romito - FUNDECTO - USP/SP

Hugo Nary Filho - USC/SP

Jean-Paul Martinet - Universidade de Buenos Aires

João Garcez Filho - Clínica particular - Aracaju/SE

Jorge Luis Garcia - Argentina

José Cícero Dinato - UFRGS/RS

José Valdívia - Chile

Juan Carlos Abarno - Uruguai

Luis Antonio Salata - FORP - USP/SP

Luis Lima - USP/SP

Luiz Meirelles - Universidade de GBG

Marco Antonio Bottino - UNESP/São José dos Campos/SP

Mario Groisman - UNIGRANRIO/RJ

Marly Kimie Sonohara Gonzales - UEM/PR

Paulo Maló - Portugal

Paulo Martins Ferreira - USP - Bauru/SP

Ricardo de Souza Magini - UFSC/SC

Ricardo Fisher - UERJ/RJ

Ronaldo de Barcelos Santana - UFF/RJ

Sidney Kina - Clínica particular - Maringá/PR A revista Dental Press de Periodontia e im-plantologia (ISSN 1980-2269) é uma publicação trimestral (quatro edições por ano) da Dental Press Ensino e Pesquisa Ltda. - Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5 - CEP 87.015-180 - Marin-gá/PR - Brasil. Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas não correspon-dem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabili-dade dos anunciantes.

Assinaturas: [email protected] ou pelo fone/fax: (44) 3031-9818.

Page 5: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

5Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 5, out./nov./dez. 2009

Editorial

Sem dúvida alguma, a nossa revista informa e atualiza, cumprindo o seu papel de disseminadora de notícias, de

técnicas, de trabalhos e de destaques do mundo odontológico.

Neste número, a seção “Explicações e Aplicações” apresenta uma abordagem do tema Lesões Periapicais Im-

plantares, permitindo aos profissionais conhecer e evidenciar essa situação clínica, assim como prevenir possíveis

causas e tratar suas implicações e consequências. Já no “Pergunte a um Expert”, é tratado um aspecto da maior

importância para o sucesso de próteses implantossuportadas, que se ressentem ainda de controles clínicos ade-

quadamente conduzidos.

O primeiro “Caso Clínico” apresentado é de ocorrência bastante rara, mas exige conhecimento e tratamento

precisos e rápidos, a fim de evitar a evolução da infecção microbiana, responsável pelo quadro agudo de sequestro

ósseo. No “Caso Selecionado”, é demonstrada a importância do planejamento interdisciplinar na correção do sorriso

gengival, sem a necessidade de intervenções cirúrgicas, procedimentos esses nem sempre de fácil resolução – os

resultados obtidos têm demonstrado, além de aparência estética agradável, uma estabilidade positiva e duradoura.

Os outros “Casos Clínicos” retratam, por um lado, reconstruções maxilares por meio de enxertos de ilíaco (que

têm proporcionado boa integração ao leito receptor e prevenido chances de perda de implantes) e, de outro, uma

alternativa protética bastante viável em implantes vestibularizados, com a utilização de sistemas de parafuso lingual,

os quais exigem apenas habilidade e experiência dos profissionais. Um estudo sobre o comportamento biomecâ-

nico de uma prótese fixa implantodentossuportada, utilizando implantes curtos, assim como um artigo que avalia

a contagem e a prevalência de microrganismos em indivíduos tabagistas, com doença periodontal crônica, trazem

conclusões bastante interessantes e de aplicação imediata para os clínicos.

Participa da “Entrevista” o pesquisador Daniel Buser, da Universidade de Bern, Suíça, considerado um dos

maiores experts na área de Implantodontia. O mesmo demonstra especial interesse pelo estudo da integração

tecidual de implantes dentários e pelos envolvimentos técnicos nessa área. Tem uma liderança inquestionável junto

à comunidade científica mundial, especialmente pelo pioneirismo em relação às superfícies lisas e rugosas, logo no

início do uso de implantes, assim como pelo uso das técnicas de Regeneração Óssea Guiada. Trata-se, portanto, de

um cientista clínico, que não se refere ao passado ou ao presente, mas sempre procura conhecimentos baseados

em evidências, fruto de intercâmbios de ideias e de trabalhos, além de ser presença efetiva e expressiva em eventos

de âmbito internacional.

Prof. Dr. Maurício

Guimarães Araújo

Editores

Prof. Dr. Carlos

Eduardo Francischone

Page 6: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009
Page 7: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009
Page 8: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009
Page 9: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

SAC 0800 707 2526Ouvidoria 0800 725 6363

SAC 0800 707 2526Ouvidoria 0800 725 6363

É MUITO MAIS QUE RESPONSABILIDADE SOCIAL. É ÉTICA QUE GERA QUALIDADE.

Para n—s, a Žtica Ž uma consciência que agrega respeito e qualidade de vida a todas as relaç›es. A Neodent trabalha com responsabilidade

social, respeitando as condiç›es ideais para crescer sem agredir o planeta. e despertando ainda a mesma consciência em toda a equipe de

colaboradores e parceiros. Nossa indœstria foi projetada com o conceito Òres’duo ZeroÓ ao meio ambiente. Tratamos 100% dos efluentes

l’quidos e tambŽm o ar, alŽm de promover a coleta seletiva e aç›es internas de preservaç‹o ao meio ambiente. Todo esse cuidado ambiental

foi tomado pensando em você que quando nos procura quer mais do que proporcionar sorrisos, quer proporcionar qualidade de vida.

www.neodent.com.brSAC - 0800 707 2526Ouvidoria - 0800 725 6363

Page 10: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

acontecimentos

10 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 10-11, out./nov./dez. 2009

O congresso internacional Osseointegração - 20 anos da experiência brasileira marcou as comemorações dos vinte

anos da chegada ao país da técnica que deu início à Implantodontia moderna, ao permitir a integração entre o osso e im-

plantes de titânio. Nos dias 3 a 5 de setembro, cerca de 4 mil pessoas se reuniram no Palácio de Convenções do Anhembi,

em São Paulo, em mais de 100 atividades de informação, constituídas de conferências internacionais, mesas-redondas,

conferências nacionais, workshops sobre tecnologia aplicada, prêmios de incentivo à pesquisa e uma seção de painéis

científicos com mais de 150 trabalhos expostos.

O presidente de honra do congresso foi Per-Ingvar Brånemark, pesquisador sueco que há 44 anos descobriu o princí-

pio da osseointegração.

No evento, a Editora Dental Press lançou o livro “Inflamação e Reparo”, de Alberto Consolaro. No estande, o autor con-

versou com leitores, autografou e fez dedicatórias nos exemplares adquiridos.

Alberto Consolaro e Gabriela Consalter. Guilherme Martins, Alberto Consolaro e Vinicius

Nicolato.

Silvana Nogueira Borges, Alberto Consolaro, Iva

Maranhão e Ellyuza de Paiva Brasil.

Alberto Consolaro, Wellington Márcio e Ricardo

Magini.

Fernando Esgaib Kayatt e Alberto Consolaro.James Carvalho, Alberto Consolaro e Arlete Barbo-

sa Santos.

Gustavo Sella e Diego Vasconcelos. Diogo Barreto e Alberto Consolaro.Alberto Consolaro e Sérgio Carvalho Costa.

lançamento de livro no congresso internacional osseointegração - 20 anos da experiência brasileira

Page 11: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

Acontecimentos

11Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 10-11, out./nov./dez. 2009

O 1º Neodent International Congress superou as expectativas em números de participantes e contou com uma exce-

lente grade científica. O evento aconteceu nos dias 18 a 20 de junho, no Expo Unimed Curitiba.

Dr. Steven Eckert, presidente da Academia Americana

de Osseointegração, foi um dos conferencistas inter-

nacionais.

Os congressistas foram recepcionados pelo Dr. Geninho

Thomé, presidente da Neodent.

As palestras despertaram o interesse dos congressistas

e as salas estavam sempre lotadas.

Anfitriões do jantar festivo: Dr. Geninho Thomé, Dr. José

Guilherme, Dra. Clemilda Thomé e João Alfredo Thomé.

1º neodent international congress, realizado em curitiba/pr

A Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP) for-

mou mais uma doutora. Ana Carolina Francischone defen-

deu sua tese de doutorado em setembro, com o trabalho

“Avaliação da qualidade de margem de preparos cavitá-

rios realizados com diferentes técnicas e instrumentos”,

orientado pelo Prof. Dr. José Mondelli.

Na foto, da esquerda para a direita, o orientador do trabalho, Dr. José Mondelli,

os componentes da banca Dr. Sérgio Ishikiriyama e Dra. Ivete Sartori, a nova

doutora Ana Carolina Francishone e os outros componentes Dr. Wladimir Trava

Airoldi e Dr. César Augusto Arita.

Defesa de tese de doutorado na FoB-uSp

Page 12: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

12 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 12-24, out./nov./dez. 2009

Entrevista

do Prof. Andre Schroeder, ainda ativo na

Universidade de Bern. Ele me estimulou,

como um jovem estudante, a me envolver

com implantes, e me encorajou a ficar no

ambiente acadêmico e concentrar meus es-

tudos nesse tópico, porque essa área seria

o futuro da Odontologia. Eu não demorei

mais do que cinco minutos para tomar essa

decisão, e aceitar a oferta.

Graduado e pós-graduado em Odontologia pela Universidade de Bern, Suíça. Foi pesquisador na Harvard School of

Dental Medicine em Boston, EUA, de 1989 a 1991, e realizou um período sabático na Baylor College of Dentistry em

Dallas, EUA, em 1995, e na Universidade de Melbourne, Austrália, de 2007 a 2008. O seu principal interesse científico é na

área de integração tecidual de implantes dentários, na interface osso-implante, na regeneração óssea em defeitos alveolares,

regeneração óssea guiada, enxertos autógenos e substitutos ósseos, assim como estudos de longo prazo sobre implantes

dentários. É cirurgião oral e atualmente professor e chairman do Departamento de Cirurgia Oral e Estomatologia, assim

como é diretor executivo da School of Dental Medicine da Universidade de Bern na Suíça. É autor ou coautor de mais

de 200 publicações científicas, além de livros e capítulos de livros, em especial da Série ITI Treatment Guide. Além do seu

trabalho, o Prof. Buser foi presidente da European Academy of Osseointegration (EAO) de 1996 a 1997, presidente da

Sociedade Suíça de Implantologia Oral de 1999 a 2002 e presidente da Sociedade Suíça de Cirurgia Oral e Estomatologia

de 2002 a 2007. Ele também é atualmente presidente do Board da Swiss Implant Foundation e membro do Board da

Osteology Foundation. É Fellow do ITI desde 1986, com um papel ativo nessa organização desde então. Foi membro de

vários comitês do ITI, mais recentemente Chairman do Comitê de Educação e integrante do Board de Diretores. Em 2007

foi nomeado Presidente Eleito, assumindo o cargo de Presidente em 2009.

Daniel Buser

É uma honra entrevistá-lo para essa

respeitada revista brasileira. O que

você pode nos contar sobre o início

de sua carreira, a evolução e como se

tornou o que é hoje, um dos princi-

pais expoentes e líderes da Implanto-

dontia em todo o mundo?

Eu iniciei meu envolvimento com im-

plantes em 1983, através da influência

Page 13: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

13

Daniel Buser

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 12-24, out./nov./dez. 2009

Page 14: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

24

Entrevista

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 12-24, out./nov./dez. 2009

Daniel Buser

- Presidente do ITI - International Team for Implantology.

- Graduado e pós-graduado em Odontologia pela

Universidade de Bern, Suíça.

- Professor e chairman do Departamento de Cirurgia Oral e

Estomatologia da Universidade de Bern, Suíça.

- Diretor executivo da School of Dental Medicine da

Universidade de Bern na Suíça.

- Presidente do Board da Swiss Implant Foundation e

Membro do Board da Osteology Foundation.

- Fellow do ITI desde 1986.

Entrevistador

Waldemar D. Polido

- Doutor e mestre em Cirurgia Bucomaxilofacial

pela PUC/RS.

- Residência em CTBMF pela Universidade do

Texas, Southwestern Medical

Center at Dallas, EUA.

- Coordenador do curso de Especialização em

Implantodontia da ABO/RS, Porto Alegre.

- Fellow do ITI e chairman da Seção Brasil de

2007 a 2009.

- Clínica privada em Porto Alegre/RS.

Page 15: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

Explicações e aplicações

25Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 25-39, out./nov./dez. 2009

Lesão Periapical Implantar:

conceito, classificação e protocolo para

diagnóstico e decisões terapêuticas

Alberto Consolaro, Bruno Aiello Barbosa, Carlos Eduardo Francischone Júnior, Renato Savi de Carvalho

CONCEITO E NOMENCLATURA

A Lesão Periapical Implantar representa um

processo inflamatório agudo ou crônico locali-

zado na região periapical de um implante. Essa

doença foi inicialmente descrita como uma enti-

dade clínica em 1993, por Harold I. Sussman44,

como “doença endodôntica implantar”. Nos re-

latos seguintes, a Lesão Periapical Implantar foi

referida como Lesão Periapical no Implante ou

Peri-implantite Retrógada19,22,31,35,36,39,41,42,48.

Em 2007, Balshi, Wolfinger e Balshi6 apre-

sentaram uma casuística de 39 Lesões Periapi-

cais Implantares em 35 pacientes, sendo que

38 dos implantes foram proservados por perí-

odos superiores a 15 anos, com uma média de

4,5 anos de controle. A prevalência da Lesão

Periapical Implantar foi reportada como fre-

quente em 0,26% a 7,8% dos implantes16,38,54.

Tal como ocorre nos ápices dos dentes na-

turais com a pericementite, na Lesão Periapical

Implantar a inflamação inicialmente é aguda e

restrita aos tecidos imediatamente localizados

na periferia do terço apical dos implantes. Nes-

sa fase o processo pode durar algumas horas

ou dias, mas é subclínico, sem sinais e sintomas,

mesmo imaginologicamente.

À medida que a causa persiste e o processo

inflamatório se prolonga por vários dias, pode-

mos ter duas evoluções diferentes (Esquema 1):

• Primeira forma de evolução. Se a

causa da Lesão Periapical Implantar é de baixa

intensidade e associada a bactérias com baixa

virulência, a inflamação aguda inicial evolui para

a fase crônica com formação de granuloma com

áreas de tecido de granulação que podem ocu-

par até uma área de aproximadamente 1cm de

diâmetro (Fig. 6). O número necessário de cé-

lulas e componentes teciduais para fazer frente

a esse tipo de agressão dificilmente ultrapassa

essas dimensões.

Em analogia com os dentes naturais, seria

semelhante ao Granuloma Periapical, um pro-

cesso não-supurativo33 que, no caso dos im-

plantes, não evoluiria para o cisto periodontal

apical pela falta de restos epiteliais de Malassez

exclusivos do ligamento periodontal normal.

No esquema 1 apresentamos a dinâmica

das duas possíveis evoluções de uma Lesão

Periapical Implantar e seus respectivos estágios

intermediários.

Page 16: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

Alberto Consolaro, Bruno Aiello Barbosa, Carlos Eduardo Francischone Júnior, Renato Savi de Carvalho

37Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 25-39, out./nov./dez. 2009

REFERÊNCIAS

1. ASHLEY, E. T.; COVINGTON, L. L.; BISHOP, B. G.; BREAULT, L.

G. Ailing and failing endosseous dental implants: a literature

review. J. Contemp. Dent. Pract., Cincinnati, v. 4, no. 2,

p. 35-50, May 2003.

2. ATAULLAH, K.; CHEE, L. F.; PENG, L. L.; LUNG, H. H.

Management of retrograde peri-implantitis: a clinical case

report. J. Oral Implantol., Abington, v. 32, no. 6,

p. 308-312, 2006.

3. AYANGCO, L.; SHERIDAN, P. J. Development and treatment

of retrograde peri-implantitis involving a site with a history of

failed endodontic and apicoectomy procedures: a series of

reports. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 16,

no. 3, p. 412-417, 2001.

4. BALSHI, T. J. Preventing and resolving complications

with osseointegrated implants. Dent. Clin. North Am.,

Philadelphia, v. 33, no. 4, p. 821-868, 1989.

5. BALSHI, T. J.; PAPPAS, C. E.; WOLFINGER, G. J.; HERNANDEZ,

R. E. Management of an abscess around the apex of a

mandibular root form implant: clinical report. Implant Dent.,

Baltimore, v. 3, no. 2, p. 81-85, 1994.

6. BALSHI, S. F.; WOLFINGER, G. J.; BALSHI, T. J. A retrospective

evaluation of a treatment protocol for dental implant periapical

lesions: long-term results of 39 implant apicoectomies. Int. J.

Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 22, no. 2,

p. 267-272, Mar./Apr. 2007.

7. BECKER, W.; BECKER, B. E.; NEWMAN, M. G.; NYMAN, S.

Clinical and microbiologic findings that may contribute to

dental implant failure. Int. J. Oral Maxillofac. Implants,

Lombard, v. 5, no. 1, p. 31-38, Spring 1990.

8. BRETZ, W. A. et al. Treatment of retrograde peri-implantitis:

clinical report. Implant Dent., Baltimore, v. 6, no. 4,

p. 287-290, Winter 1997.

9. BRISMAN, D. L. The effect of speed, pressure, and time on bone

temperature during the drilling of implant sites. Int. J. Oral

Maxillofac. Implants, Lombard, v. 11, no. 1, p. 35-37, 1996.

10. BRISMAN, D. L.; BRISMAN, A. S.; MOSES, M. S. Implant

failures associated with asymptomatic endodontically treated

teeth. J. Am. Dent. Assoc., Chicago, v. 132, no. 2,

p. 191-195, 2001.

11. CAPLAN, D. J.; WEINTRAUB, J. A. Factors related to loss of root

canal filled teeth. J. Public Health Dent., Raleigh, v. 57,

no. 1, p. 31-39, Winter 1997.

12. DENNISON, D. K.; HUERZELER, M. B.; QUINONES, C.;

CAFFESSE, R. G. Contaminated implant surfaces: an in

vitro comparison of implant surface coating and treatment

modalities for decontamination. J. Periodontol., Chicago,

v. 65, no. 10, p. 942-948, 1994.

13. EL ASKARY, A. S.; MEFFERT, R. M.; GRIFFI, N. T. Why do

implants fail? Part I. Implant Dent., Baltimore, v. 8, no. 3,

p. 173-185, 1999.

14. ERIKSEN, H. M. Endodontology: epidemiologic

considerations. Endod. Dent. Traumatol., Copenhagen,

v. 7, no. 5, p. 189-195, Oct. 1991.

15. ERIKSSON, R. A.; ADELL, R. Temperatures during drilling

for the placement of implants using the osseointegration

technique. J. Oral Maxillofac. Surg., Philadelphia, v. 44,

no. 1, p. 4-7, Jan. 1986.

16. ESPOSITO, M.; HIRSH, J.; LEKHOLM, U.; THOMSEN, P.

Differential diagnosis and treatment strategies for biologic

complications and failing oral implants: a review of the

literature. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard,

v. 14, no. 4, p. 473-490, 1999.

17. ESPOSITO, M.; HIRSCH, J. M.; LEKHOLM, U.; THOMSEN, P.

Biological factors contributing to failures of osseointegrated oral

implants. (I). Success criteria and epidemiology. Eur. J. Oral

Sci., Copenhagen, v. 106, no. 1, p. 527-551, Feb. 1998.

18. ESPOSITO, M.; HIRSCH, J. M.; LEKHOLM, U. et al. Biological

factors contributing to failures of osseointegrated implants

(II). Etiopathogenesis. Eur. J. Oral Sci., Copenhagen,

v. 106, no. 3, p. 721-764, June 1998.

19. FLANAGAN, D. Apical (retrograde) peri-implantitis: a case

report of an active lesion. J. Oral Implantol., Abington,

v. 28, no. 2, p. 92-96, 2002.

20. FRIBERG, B.; JEMT, T.; LEKHOLM, U. Early failures in 4,641

consecutively placed Branemark dental implants: a study

from stage 1 surgery to the connection of the completed

prosthesis. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard,

v. 6, no. 2, p. 142-146, Summer 1991.

21. JALBOUT, Z. N.; TARNOW, D. P. The implant periapical

lesion: four case reports and review of the literature. Pract.

Proced. Aesthet. Dent., Mahwah, v. 13, no. 2,

p. 107-112, Mar. 2001.

22. KLINGE, B.; GUSTAFSSO, N. A.; BERGLUNDH, T. A

systematic review of the effect of anti-infective therapy in

the treatment of periimplantitis. J. Clin. Periodontol.,

Copenhagen, v. 29, p. 213-225, 2002. Supplement 3.

Page 17: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

Lesão Periapical implantar: conceito, classificação e protocolo para diagnóstico e decisões terapêuticas

38 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 25-39, out./nov./dez. 2009

23. LIN, S.; MAYER, Y. Treatment of a large periradicular lesion of

endodontic origin around a dental implant with enamel matrix

protein derivative. J. Periodontol., Chicago, v. 78, no. 12,

p. 2385-2388, 2007.

24. McALLISTER, B. S.; MASTERS, D.; MEFFERT, R. M. Treatment

of implants demonstrating periapical radiolucencies. Pract.

Periodontics Aesthet. Dent., Mahwah, v. 4, no. 9,

p. 37-41, 1992.

25. MEFFERT, R. M. How to treat ailing and failing implants.

Implant Dent., Baltimore, v. 1, no. 1, p. 25-33, 1992.

26. MEFFERT, R. M. Periodontics and peri-implantitis: one and the

same. Pract. Periodontics Aesthet. Dent., Mahwah, v. 5,

no. 9, p. 79-82, 1993.

27. MOMBELLI, A. Etiology, diagnosis and treatment considerations

in peri-implantitis. Curr. Opin. Periodontol., Philadelphia,

v. 4, p. 127-136, 1997.

28. MOMBELLI, A.; BUSER, D.; LANG, N. P. Colonization of

osseointegrated titanium implants in edentulous patients. Early

results. Oral Microbiol. Immunol., Copenhagen, v. 3,

no. 3, p. 113-120, 1988.

29. MOMBELLI, A.; LANG, N. P. Antimicrobial treatment of peri-

implant infections. Clin. Oral Implants Res., Copenhagen,

v. 3, no. 4, p. 162-168, 1992.

30. NOVAES, A. B. J.; NOVAES, A. B. Immediate implants placed

into infected sites: a clinical report. Int. J. Oral Maxillofac.

Implants, Lombard, v. 10, no. 5, p. 609-613, Sept./Oct.

1995.

31. OH, T. J.; YOON, J.; WANG, H. L. Management of the implant

periapical lesion: a case report. Implant Dent., Baltimore,

v. 12, no. 1, p. 41-46, 2003.

32. PARK, S. H.; SORENSEN, W. P.; WANG, H. L. Management and

prevention or retrograde peri-implant infection from retained

root tips: two case reports. Int. J. Periodontics Restorative

Dent., Chicago, v. 24, no. 5, p. 422-433, 2004.

33. PEÑARROCHA-DIAGO, M.; BORONAT-LOPEZ, A., LAMAS

PELAYO, J. Update in dental implant periapical surgery. Med.

Oral Patol. Oral Cir. Bucal, Valencia, v. 11, no. 5,

p. e429-e432, Aug. 2006.

34. PEÑARROCHA-DIAGO, M.; BORONAT-LOPEZ, A.; GARCÍA-MIRA,

B. Inflammatory implant periapical lesion: etiology, diagnosis and

treatment-presentation of 7 cases. J. Oral Maxillofac Surg.,

Philadelphia, v. 67, no. 1, p. 168-173, 2009.

35. PIATTELLI, A.; SCARANO, A.; BALLERI, P.; FAVERO, G. A. Clinical

and histologic evaluation of an active "implant periapical lesion":

a case report. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard,

v. 13, no. 5, p. 713-716, 1998.

36. PIATELLI, A.; SCARANO, A.; PIATELLI, M. et al. Implant

periapical lesion. Clinical, histological and histochemical aspects.

Int. J. Periodontics Restorative Dent., Chicago, v. 18,

no. 2, p. 181-187, 1998.

37. PIATELLI, A.; SCARANO, A.; PIATELLI, M. Abscess formation

around the apex of a maxillary root form implant: clinical and

microscopical aspects. A case report. J. Periodontol., Chicago,

v. 66, no. 10, p. 899-903, Oct. 1995.

38. QUIRYNEN, M.; VOGELS, R.; ALSAADI, G. et al. Predisposing

conditions for retrograde peri-implantitis, and treatment

suggestions. Clin. Oral Implants Res., Copenhagen, v. 16,

no. 5, p. 599-608, 2005.

39. REISER, G. M.; NEVINS, M. The implant periapical lesion:

etiology, prevention and treatment. Compend. Contin. Educ.

Dent., Newtown, v. 16, no. 8, p. 768, 770, 772, 1995.

40. ROSENBERG, E. S.; TOROSIAN, J. P.; SLOTS, J. Microbial

differences in 2 clinically distinct types of failures of

osseointegrated implants. Clin. Oral Implant Res.,

Copenhagen, v. 2, no. 3, p. 135-144, 1991.

41. ROSS-JANSAKER, A. M.; RENVERT, S.; EGELBERG, J.

Treatment of periimplant infections: a literature review. J. Clin.

Periodontol., Copenhagen, v. 30, no. 6, p. 467-485, 2003.

42. SCARANO, A.; DOMIZIO, P. D.; PETRONE, G.; IEZZI, G.; PIATELLI,

A. Implant periapical lesion: a clinical and histological case report.

J. Oral Implantol., Abington, v. 26, no. 2, p. 109-113, 2000.

43. SHAFFER, M. D.; JURUAZ, D. A.; HAGGERTY, P. C. The effect

of periradicular endodontic pathosis on the apical region of

adjacent implants. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral

Radiol. Endod., St. Louis, v. 86, no. 5, p. 578-581, 1998.

44. SUSSMAN, H. I.; MOSS, S. S. Localized osteomyelitis secondary

to endodontic-implant pathosis. J. Periodontol., Chicago, v. 64,

no. 4, p. 306-310, 1993.

45. SUSSMAN, H. I. Cortical bone resorption secondary to

endodontic implant pathology: a case report. NY State Dent.

J., Albany, v. 63, no. 9, p. 38-40, Nov. 1997.

46. SUSSMAN, H. I. Endodontic pathology leading to implant failure:

a case report. J. Oral Implantol., Abington, v. 23, no. 3,

p. 112-115, 1997.

47. SUSSMAN, H. I. Implant pathology associated with loss of

periapical seal of adjacent tooth: clinical report. Implant Dent.,

Baltimore, v. 6, no. 1, p. 33-37, Spring 1997.

48. SUSSMAN, H. I. Periapical implant pathology. J. Oral

Implantol., Abington, v. 24, no. 3, p. 133-138, 1998.

49. SUSSMAN, H. I. Tooth devitalization via implant placement: a

case report. Periodontal Clin. Invest., Port Washington, v. 20,

no. 1, p. 22-24, Spring 1998.

Page 18: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

Alberto Consolaro, Bruno Aiello Barbosa, Carlos Eduardo Francischone Júnior, Renato Savi de Carvalho

39Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 25-39, out./nov./dez. 2009

Alberto Consolaro E-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Alberto Consolaro

• Professor titular em Patologia da FOB-USP e da

pós-graduação da FORP-USP.

Bruno Aiello Barbosa

• Doutorando em Patologia Bucal pela FOB-USP.

Carlos Eduardo Francischone Júnior

• Professor de Implantodontia da Universidade Sagrado

Coração – USC.

Renato Savi de Carvalho

• Professor de Implantodontia da Universidade Sagrado

Coração – USC.

50. TOZUM, T. F. et al. Diagnosis and treatment of a large periapical

implant lesion associated with adjacent natural tooth: a case

report. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol.

Endod., St. Louis, v. 101, no. 6, p. e132- e138, June 2006.

51. WATANABE, F.; TAWADA, Y.; KOMATSU, S.; HAA, Y. Heat

distribution in bone during preparation of implant sites: heat

analysis by real-time thermography. Int. J. Oral Maxillofac.

Implants, Lombard, v. 7, no. 2, p. 212-219, Summer 1992.

52. WEIGNER, R.; AXMANN-KREMAR, K.; LOST, C. Prognosis of

conventional root canal treatment considered. Endod. Dent.

Traumatol., Copenhagen, v. 14, no. 1, p. 1-9, Feb. 1998.

53. ZABLOTSKY, M. H.; DIEDRICH, D. L.; MEFFERT, R.

M. Detoxification of endotoxin-contaminated titanium

and hidroxyapatite-coated surfaces utilizing various

chemotherapeutic and mechanical modalities. Implant.

Dent., Baltimore, v. 1, no. 2, p. 154-158, Summer 1992.

54. ZHOU, W. et al. Endodontic treatment of teeth induces

retrograde peri-implantitis. Clin. Oral Implants Res.,

Copenhagen, Aug. 2009.

Page 19: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

pergunte a um Expert

40 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 40-43, out./nov./dez. 2009

O papel do fator oclusal no sucesso das

próteses implantossuportadas:

uma análise crítica

As reabilitações protéticas sobre implantes têm re-

volucionado o tratamento dos pacientes parcial ou total-

mente desdentados. No entanto, alguns cuidados, princi-

palmente em relação ao planejamento, são imprescindí-

veis para uma resolução estética e funcional satisfatória

em curto e longo prazo.

A oclusão tem sido considerada um dos principais

fatores que determinam a longevidade da prótese sobre

implantes, responsável por possíveis insucessos, desde a

perda óssea cervical ao redor dos implantes até a perda

do implante ou fratura da prótese. Apesar dessa crença

ter sido frequentemente assumida como verdadeira por

muitos profissionais, ela não é suportada pela literatura

científica de qualidade até os dias atuais.

Talvez um dos melhores exemplos seja em relação

a qual esquema oclusal funciona melhor para determi-

nado tipo de prótese sobre implante. Sendo assim, será

que próteses sobre implante com diferentes suportes e

tamanhos – como as totais fixas (implantossuportadas),

overdentures (suporte misto), unitárias ou fixas parciais

implantossuportadas – devem ser ajustadas com diferen-

tes configurações oclusais? Até o momento, a ausência

de ensaios randomizados controlados de qualidade deixa

essa pergunta sem resposta. Em geral, as recomenda-

ções encontradas na literatura para as próteses sobre

implantes são similares às encontradas para as próteses

convencionais sobre dentes. Em uma revisão de literatu-

ra, Wood e Vermilyea11 concluíram que o esquema oclu-

sal para as próteses sobre implantes deve basear-se na

ausência de interferências oclusais nos movimentos ex-

cursivos, no direcionamento das cargas para o longo eixo

dos implantes e na diminuição de cargas laterais – todos

esses cuidados historicamente consagrados na prótese

convencional sobre dentes.

Wennerberg, Carlsson e Jemt10, em 2001, estudaram

a relação entre as variáveis oclusais e a satisfação com

o tratamento, além de aspectos clínicos e radiográficos,

de 109 pacientes reabilitados com próteses totais fixas

implantossuportadas mandibulares. Após um período de

8 anos, em média, a maioria dos pacientes reportou uma

melhora significativa na condição bucal, tanto em relação

ao conforto quanto à mastigação, independentemente da

condição oclusal presente, a qual também variou. Cerca

de 58% dos pacientes apresentaram contatos em dentes

anteriores quando em máxima intercuspidação, enquan-

to 10% apresentaram dentes posteriores com mordida

aberta uni ou bilateral. Ainda, após o período de uso da

prótese, 65% apresentaram oclusão balanceada bilateral

e 15% desoclusão pelo canino. A média de reabsorção ós-

sea marginal ao redor dos implantes foi de 0,5mm durante

Rafael dos Santos Silva

Page 20: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

43Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 40-43, out./nov./dez. 2009

Rafael dos Santos Silva

rEFErênciaS

1. CARLSSON, G. E. Critical review of some dogmas in

prosthodontics. J. Prosthodont. Res., Amsterdam, v. 53,

no. 1, p. 3-10, Jan. 2009.

2. CELLETTI, R.; PAMEIJER, C. H.; BRACCHETTI, G.; DONATH,

K.; PERSICHETTI, G.; VISANI, I. Histologic evaluation of

osseointegrated implants restored in nonaxial functional

occlusion with preangled abutments. Int. J. Periodontics

Restorative Dent., Chicago, v. 15, no. 6, p. 562-573, Dec.

1995.

3. HOBKIRK, J. A.; WISKOTT, H. W. Biomechanical aspects of oral

implants: consensus report of Working Group 1. Clin. Oral

Implants Res., Copenhagen, v. 17, p. 52-54, Oct. 2006.

Suplement 2.

4. LINDQUIST, L. W.; CARLSSON, G. E.; JEMT, T. A prospective

15-year follow-up study of mandibular fixed prostheses

supported by osseointegrated implants: clinical results and

marginal bone loss. Clin. Oral Implants Res., Copenhagen,

v. 7, no. 4, p. 329-336, Dec. 1996.

5. LINDQUIST, L. W.; CARLSSON, G. E.; JEMT, T. Association

between marginal bone loss around osseointegrated

mandibular implants and smoking habits: a 10-year follow-up

study. J. Dent. Res., Alexandria, v. 76, no. 10, p. 1667-1674,

Oct. 1997.

6. LOBBEZOO, F.; VAN DER ZAAG, J. NAEIJE, M. Bruxism: its

multiple causes and its effects on dental implants - an updated

review. J. Oral Rehabil., Oxford, v. 33, no. 4, p. 293-300, Apr.

2006.

7. MISCH, C. E. Prótese sobre implantes. São Paulo: Ed.

Santos, 2006.

8. OKESON, J. P. Management of temporomandibular

disorders and occlusion. 4th ed. St. Louis: C. V. Mosby,

1998.

9. TAYLOR, T. D.; WIENS, J.; CARR, A. Evidence-based

considerations for removable prosthodontic and dental implant

occlusion: a literature review. J. Prosthet. Dent., St. Louis,

v. 94, no. 6, p. 555-560, Dec. 2005.

10. WENNERBERG, A.; CARLSSON, G. E.; JEMT, T. Influence

of occlusal factors on treatment outcome: a study of 109

consecutive patients with mandibular implant-supported fixed

prostheses opposing maxillary complete dentures. Int. J.

Prosthodont., Lombard, v. 14, no. 6, p. 550-555,

Nov./Dec. 2001.

11. WOOD, M. R.; VERMILYEA, S. G. A review of selected dental

literature on evidence-based treatment planning for dental

implants: report of the Committee on Research in Fixed

Prosthodontics of the Academy of Fixed Prosthodontics.

J. Prosthet. Dent., St. Louis, v. 92, no. 5, p. 447-462,

Nov. 2004.

Rafael dos Santos Silva

• Professor adjunto do departamento de Odontologia da

Universidade Estadual de Maringá/PR.

• Mestre e doutor em Reabilitação Oral pela FOB-USP.

• Especialista em Prótese pela USP-Bauru.

• Especialista em DTM e Dor Orofacial pelo CFO.

Endereço para correspondência

Rafael dos Santos SilvaE-mail: [email protected]

Page 21: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

caso clínico

44 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 44-53, out./nov./dez. 2009

* Doutora e professora associada, disciplina de Perio-

dontia do departamento de Prótese, Faculdade de

Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.

** Doutor e professor da disciplina de Periodontia do

departamento de Prótese, Faculdade de Odontologia

de Bauru, Universidade de São Paulo.

*** Doutor, professor titular e chefe da disciplina de Pe-

riodontia do departamento de Prótese, Faculdade de

Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.

**** Mestre em Reabilitação Oral, opção Periodontia, pela

Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade

de São Paulo.

***** Especialista em Periodontia pela Faculdade de

Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.

****** Doutor e professor associado da disciplina de Patolo-

gia, departamento de Estomatologia, na Faculdade de

Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo.

Palavras-chave

Gengivite ulcerativa necrosante.

Sintomas. Diagnóstico. Necrose.

Resumo

A gengivite ulcerativa necrosante (GUN) é uma infecção aguda caracterizada

por necrose e ulceração da gengiva marginal, sangramento espontâneo e dor

de moderada a grave. Complicações não são frequentes e estão relacionadas

com a evolução rápida e com formas agressivas da doença. A seguir, será

apresentado um caso raro de sequestro ósseo decorrente de evolução rápida

de GUN, seu manejo e análise histológica. O caso envolve um paciente do

gênero masculino, de 17 anos de idade, que se apresentou à Faculdade de

Odontologia de Bauru/Universidade de São Paulo relatando severa e dolorosa

inflamação da gengiva marginal. O exame clínico e a anamnese levaram ao

diagnóstico de GUN. Realizou-se limpeza local e antibioticoterapia durante sete

dias. Ao quinto dia, houve a ocorrência de um sequestro ósseo entre os dentes

26 e 27. A involução completa do quadro agudo foi observada no sétimo dia.

No entanto, uma profundidade de sondagem de 5mm permaneceu no sítio do

qual o sequestro foi removido, denunciando a perda de inserção local e alteran-

do o diagnóstico inicial de GUN para periodontite ulcerativa necrosante (PUN).

A análise microscópica do fragmento revelou tecido ósseo com lacunas, tanto

celulares quanto vazias, atividade osteoclástica, espaços medulares com neu-

trófilos e reabsorção periférica. A evolução agressiva da GUN deve ser pronta-

mente reconhecida e tratada, para evitar complicações e sequelas decorrentes

dessa infecção microbiana do tecido ósseo.

Sequestro ósseo associado à progressão

agressiva de gengivite ulcerativa necrosante –

relato de caso

Maria Lúcia Rubo de REzENDE*, Adriana Campos Passanezi SANT`ANA*,

Sebastião Luiz Aguiar GREGHI**, Euloir PASSANEzI***, Roberta Santos DOMINGUES****,

Dahiana RODRIGUES*****, Luis Antônio de Assis TAVEIRA******

Page 22: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

52

Sequestro ósseo associado à progressão agressiva de gengivite ulcerativa necrosante – relato de caso

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 44-53, out./nov./dez. 2009

Osseous sequestrum associated with the aggressive

progression of necrotizing ulcerative gingivitis

ABSTRACT

Necrotizing ulcerative gingivitis (NUG) is an acute infection characterized by necrosis and ulceration of the marginal gingiva, spontaneous bleeding, and moderate to severe pain. Complications are not frequent and are related to rapid evolution and aggressive forms of the disease. A rare case of osseous sequestrum resultant from a rapid evolution of NUG, its management and histological analysis will be presented here. The case involves a 17 year-old male patient, who referred to the School of Dentistry of Bauru, University of São Paulo, due to severe and painful inflammation of the marginal gingiva. Clinical examination and anamnesis confirmed the diagnosis of NUG. Gentle local cleaning and administration of systemic antibiotic were maintained for seven days. By the fifth day, an osseous sequestrum occurred between teeth 26 and 27. Complete involution of the acute condition was observed by the seventh day. Nevertheless, a probing depth of 5mm remained at the site from which the sequestrum was removed, confirming the local clinical attachment loss and altering the initial diagnosis of NUG to necrotizing ulcerative peridontitis (NUP). Histological analysis revealed bone tissue with cellular and empty lacunae, osteoclastic activity, marrow spaces with neutrophils and resorption at the sequestrum’s periphery. Aggressive evolution of NUG must be promptly recognized and treated to avoid sequels and complications resultant from this microbial infection of the bone tissue.

KEYWORDS: Necrotizing ulcerative gingivitis. Symptoms. Diagnosis. Necrosis.

rEFErênciaS

1. ARANEGA, A. M. et al. A profilaxia antimicrobiana nos

consultórios odontológicos. Rev. Odontol. Araçatuba,

Araçatuba, v. 25, n. 1, p. 33-38, 2004.

2. ARMITAGE, G. C. Development of a classification system for

periodontal diseases and conditions. Ann. Periodontol.,

Chicago, v. 4, no. 1, p. 1-6, Dec. 1999.

3. BOYAPATI, L.; WANG, H. L. The role of stress in periodontal

disease and wound healing. Periodontol. 2000,

Copenhagen, v. 44, p. 195-210, 2007.

4. CARRANZA, F. A.; KLOKKEVOLD, P. R. Infecções gengivais

agudas. In: NEWMAN, M. G.; CARRANZA, F. A.; CARRANZA,T.

H. Periodontia clínica. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2004. p. 267-276.

5. CLEREHUGH, V.; TUGNAIT, A. Diagnosis and management

of periodontal diseases in children and adolescents.

Periodontol. 2000, Copenhagen, v. 26, p. 146-168, 2001.

6. COGEN, R. B. Acute necrotizing ulcerative gingivitis.

In: GENCO, R. J.; GOLDMAN, H. M.; COHEN, D. W.

Contemporary Periodontics. St. Louis: C.V. Mosby, 1990.

p. 459-465.

7. CORBET, E. F. Diagnosis of acute periodontal lesions.

Periodontol. 2000, Copenhagen, v. 34, p. 204-216,

2004.

8. FENOLL, B. A.; PEREZ, S. A. Enfermedades periodontales

necrosantes. Med. Oral Patol. Oral Cir. Bucal, Valencia,

v. 9, p. 118-119, 2004. Supplement.

Page 23: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

53

Maria Lúcia Rubo de Rezende, Adriana Campos Passanezi Sant`Ana, Sebastião Luiz Aguiar Greghi, Euloir Passanezi, Roberta Santos Domingues, Dahiana Rodrigues, Luis Antônio de Assis Taveira

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 44-53, out./nov./dez. 2009

9. FITCH, H. et al. Acute necrotizing ulcerative gingivitis.

J. Periodontol., Chicago, v. 34, p. 422-426, 1963.

10. GENCO, R. J. et al. Models to evaluate the role of stress in

periodontal disease. Ann. Periodontol., Chicago, v. 3,

no. 1, p. 288-302, July 1998.

11. GENCO, R. J. et al. Relationship of stress, distress and

inadequate coping behaviors to periodontal disease.

J. Periodontol., Chicago, v. 70, no. 7, p. 711-723, July

1999.

12. GLICKMAN, I.; CARRANZA, F. A. Acute gingival infections.

In: ______. Glickman´s clinical Periodontology.

Philadelphia: W. B. Saunders, 1979. p. 135-154.

13. HOLMSTRUP, P.; WESTERGAARD, J. Doença periodontal

necrosante. In: LINDHE, J. Tratado de Periodontia

Clínica e Implantologia Oral. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 1999. p. 178-192.

14. HORNING, G. M. Necrotizing gingivostomatitis: NUG to

noma. Compend. Contin. Educ. Dent., Lawrenceville,

v. 17, no. 10, p. 951-962, Oct. 1996.

15. HORNING, G. M.; COHEN, M. E. Necrotizing ulcerative

gingivitis, periodontitis, and stomatitis: clinical staging and

predisposing factors. J. Periodontol., Chicago, v. 66,

no. 11, p. 990-998, Nov. 1995.

16. JIMENEZ, M.; BAER, P. N. Necrotizing ulcerative gingivitis in

children: a 9 year clinical study. J. Periodontol., Chicago,

v. 46, no. 12, p. 715-720, Dec. 1975.

17. JOHNSON, B. D.; ENGEL, D. Acute necrotizing ulcerative

gingivitis: a review of diagnosis, etiology and treatment. J.

Periodontol., Chicago, v. 57, no. 3, p. 141-150, Mar. 1986.

18. KINANE, D. F.; HODGE, P. J. Periodontal disease in

children and adolescents: introduction and classification.

Periodontol. 2000, Copenhagen, v. 26, p. 7-15, 2001.

19. KRISTOFFERSEN, T.; LIE, T. Necrotizing gingivitis. In:

LINDHE, J. Textbook of clinical Periodontology.

Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1984. p. 202-218.

20. LISTGARTEN, M. A. Electron microscopic observations on the

bacterial flora of acute necrotizing ulcerative gingivitis.

J. Periodontol., Chicago, v. 36, no. 4, p. 328-339,

July/Aug. 1965.

21. LOESCHE, W. J. et al. The bacteriology of acute necrotizing

ulcerative gingivitis. J. Periodontol., Chicago, v. 53, no. 4,

p. 223-230, Apr. 1982.

22. LOPEZ, R.; BAELUM, V. Necrotizing ulcerative gingival lesions

and clinical attachment loss. Eur. J. Oral. Sci., Oxford,

v. 112, no. 1, p. 105-107, Feb. 2004.

23. MARCENES, W. S.; SHEIHAM, A. The relationship between

work stress and oral health status. Soc. Sci. Med., Boston,

v. 35, no. 12, p. 1511-1520, Dec. 1992.

24. MARUCHA, P. T. Treatment of acute gingival disease. In:

NEWMAN, M. G. et al. Carranza’s clinical Periodontology.

10th ed. Philadelphia: W. B. Saunders, 2006. p. 706-713.

25. MURAYAMA, Y. et al. Acute necrotizing ulcerative gingivitis:

risk factors involving host defense mechanisms. Periodontol.

2000, Copenhagen, v. 6, p. 116-124, Oct. 1994.

26. PARAMETER on acute periodontal diseases. American

Academy of Periodontology. J. Periodontol., Chicago, v. 71,

no. 5, p. 863-866, May 2000. Supplement.

27. PINDBORG, J. J. et al. Occurrence of acute necrotizing

gingivitis in South Indian children. J. Periodontol., Chicago,

v. 37, no. 1, p. 14-19, 1966.

28. SHANNON, I. L.; KILGORE, W. G.; O’LEARY, T. J. Stress as a

predisposing factor in necrotizing ulcerative gingivitis.

J. Periodontol., Chicago, v. 40, no. 4, p. 240-242, 1969.

29. SILVA, A. M. da; NEWMAN, H. N.; OAKLEY, D. A.

Psychosocial factors in inflammatory periodontal diseases:

a review. J. Clin. Periodontol., Copenhagen, v. 22, no. 7,

p. 516-526, July 1995.

30. TAIWO, J. O. Severity of necrotizing ulcerative gingivitis

in Nigerian children. Periodontal Clin. Investig., Port

Washington, v. 17, no. 2, p. 24-27, Fall 1995.

Roberta Santos DominguesFaculdade de Odontologia de Bauru (FOB/USP)Al. Octávio Pinheiro Brisola, 9-75 CEP: 17.012-901 – Bauru / SPE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Page 24: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

54 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 54-71, out./nov./dez. 2009

caso Selecionado

Wagner Rodrigues Duarte, José Maria Gratone,

Daniela Pretto Januário, Alessandro Lourenço Januário

A exposição excessiva de tecido gengival no

ato do sorriso é comumente chamada de sorriso

gengival1. Uma das causas de um sorriso gengival

é a erupção passiva alterada, situação em que os

pacientes também apresentam dentes com propor-

ções alteradas (quadrados), pois a gengiva não

migra apicalmente em direção à junção cemento-

esmalte (JCE) após a erupção ativa e recobre par-

cialmente a coroa anatômica dos dentes. A erupção

passiva alterada é classificada em tipo I e tipo II.

O tipo I é caracterizado por uma grande quantida-

de de tecido gengival (mucosa queratinizada), en-

quanto no tipo II a quantidade de gengiva é limita-

da5. De acordo com a relação entre a crista óssea

vestibular e a JCE, os tipos I e II podem ser subdivi-

didos em subgrupos A e B. No subgrupo A, a crista

óssea está localizada a mais de 1mm apicalmente

à JCE, portanto, existe uma região adequada para a

inserção conjuntiva na superfície radicular. Por outro

lado, o subgrupo B exibe uma crista óssea muito

próxima à JCE (menos de 1mm)5. A diferenciação

dos tipos de erupção passiva alterada é de extre-

ma importância para se determinar a abordagem

cirúrgica correta, ou seja, um paciente do tipo IA

(excesso de gengiva com relação normal crista ós-

sea-JCE) poderia ser tratado por um procedimento

de gengivectomia de bisel externo3. Por outro lado,

um paciente do tipo IB (excesso de gengiva com

a crista óssea muito próxima à JCE) necessita ser

tratado com um procedimento que envolve a eleva-

ção de um retalho, pois osteotomia e osteoplastia

devem ser realizadas3. A erupção passiva alterada

Correção de sorriso gengival:

como obter previsibilidade, precisão

e estabilidade a longo prazo

Resumo

A correção cirúrgica do sorriso gengival decorrente de uma erupção passiva alterada é um procedimento comumente

realizado em Periodontia. Uma das dificuldades desse procedimento é a obtenção de um arquitetura gengival harmoniosa

bilateralmente, assim como a definição precisa dos contornos gengivais, os quais são importantes na estética do sorriso.

Portanto, os reparos cirúrgicos são relativamente frequentes, o que é algo problemático tanto para o paciente como para

o periodontista. O caso clínico aqui apresentado descreve um protocolo utilizado há vários anos pelo nosso grupo para

a correção de sorrisos gengivais, o qual oferece previsibilidade, precisão e tem possibilitado resultados estáveis a longo

prazo, sem a necessidade de reparos cirúrgicos.

Palavras-chave: Sorriso gengival. Erupção passiva alterada. Aumento estético de coroa clínica.

Page 25: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

71Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 54-71, out./nov./dez. 2009

Wagner Rodrigues Duarte, José Maria Gratone, Daniela Pretto Januário, Alessandro Lourenço Januário

rEFErênciaS

1. ALLEN, E. P. Use of mucogingival surgical procedures to

enhance esthetics. Dent. Clin. North Am., Philadelphia, v. 32,

p. 307-330, 1988.

2. BARRIVIERA, M.; DUARTE, W. R.; JANUÁRIO, A. L.; FABER, J.;

BEZERRA, A. C. A new method to assess and measure palatal

masticatory mucosa by cone-beam computerized tomography.

J. Clin. Periodontol., Copenhagen, v. 36, no. 7, p. 564-568,

2009.

3. BORGHETTI, A. et al. Cirurgia plástica periodontal. 1. ed.

São Paulo: Artmed, 2002.

4. CAMARGO, P. M.; MELNICK, P. R.; CAMARGO, L. M. Clinical

crown lengthening in the esthetic zone. J. Calif. Dent. Assoc.,

Sacramento, v. 35, no. 7, p. 487-498, 2007.

5. COSLET, J. G.; VANARSDALL, R.; WEISGOLD, A. Diagnosis and

classification of delayed passive eruption of the dentogingival

junction in the adult. Alpha Omegan, New York, v. 70,

p. 24-28, 1977.

6. JANUÁRIO, A. L.; BARRIVIERA, M.; DUARTE, W. R. Soft tissue

cone-beam computed tomography: a novel method for the

measurement of gingival tissue and the dimensions of the

dentogingival unit. J. Esthet. Restor. Dent., London, v. 20,

no. 6, p. 366-373, 2008.

7. JANUÁRIO, A. L.; GRATONE, J. M.; DUARTE, W. R. Princípios

estéticos e planejamento reverso. In: JOLY, J. C.; CARVALHO, P.

F. M. de; SILVA, R. C. da. Reconstrução tecidual estética.

Procedimentos plásticos e regenerativos periodontais e peri-

implantares. 1. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2009.

p. 63-114.

8. KAO, R. T.; DAULT, S.; FRANGADAKIS, K.; SALEHIEH, J. J. Esthetic

crown lengthening: appropriate diagnosis for achieving gingival

balance. J. Calif. Dent. Assoc., Sacramento, v. 36, no. 3,

p. 187-189, 2008.

9. KURTZMAN, G. M.; SILVERSTEIN, L. H. Diagnosis and treatment

planning for predictable gingival correction of altered passive

eruption. Pract. Proced. Aesthet Dent., Mahwah, v. 20,

no. 2, p. 103-108, 2008.

10. REDDY, M. S. Achieving gingival esthetics. J. Am. Dent. Assoc.,

Chicago, v. 134, no. 3, p. 295-304, 2003.

Endereço para correspondência

Wagner Rodrigues DuarteSCN Quadra 2 Lote DEdifício Liberty Mall, Torre B – sala 516CEP: 70.712-903 – Brasília / DFE-mail: [email protected]

Wagner Rodrigues Duarte

Especialista em Periodontia, Unesp-Araraquara. Douto-

rado e pós-doutorado em Periodontia, Tokyo Medical

and Dental University, Japão. Professor dos cursos de

especialização em Periodontia e Implantodontia, Ipesp,

Brasília/DF. ITI fellow.

José Maria Gratone

Especialista em Prótese Dental, UFU, Uberlândia.

Professor convidado dos cursos de especialização em

Periodontia e Implantodontia, Ipesp, Brasília/DF.

Daniela Pretto Januário

Mestre em Periodontia S.L.Mandic. Professora dos cur-

sos de especialização em Periodontia, Ipesp e ABO/DF.

Alessandro Lourenço Januário

Especialista em Periodontia, ABO, Brasília/DF. Mestre e

doutor em Clínica Odontológica/Periodontia, Unicamp-

Piracicaba. Professor coordenador dos cursos de

especialização em Periodontia e Implantodontia, Ipesp,

Brasília/DF. ITI fellow.

Page 26: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

caso clínico

72 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 72-81, out./nov./dez. 2009

* Residente em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilo-

facial do Hospital Regional do Agreste, Caruaru/PE.

** Doutor em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofa-

cial. Coordenador da Residência em Cirurgia e Trau-

matologia Bucomaxilofacial do Hospital Regional do

Agreste, Caruaru/PE.

*** Professora regente da disciplina de Patologia Bucal

do curso de Odontologia e pró-reitora da Faculdade

São Leopoldo Mandic, Campinas/SP.

**** Preceptora da Residência em Cirurgia e Trauma-

tologia Bucomaxilofacial do Hospital Regional do

Agreste, em Caruaru/PE.

Palavras-chave

Implante dentário. Transplante ósseo.

Aumento do rebordo alveolar.

Resumo

A reabilitação de pacientes com severa atrofia maxilar e que desejam utilizar

próteses implantossuportadas, geralmente, necessita de procedimentos de

aumento do suporte ósseo. Esses, na maior parte dos casos, são realizados

utilizando-se materiais de enxertos, sendo o osso autógeno o material que me-

lhor satisfaz as características do enxerto ideal. O presente trabalho tem como

objetivo mostrar três casos clínicos com pacientes que apresentaram-se com

maxilas atróficas, sendo os mesmos reabilitados por meio de enxertos de crista

ilíaca, utilizados em bloco e particulados, antes da colocação dos implantes.

Reconstruções maxilares utilizando enxerto

de crista ilíaca

Leonardo Costa de Almeida PAIVA*, Paulo Roberto Ferreira CERQUEIRA**,

Vera Cavalcanti de ARAúJO***, Maria Cristina de ANDRADE****

Page 27: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

80

Reconstruções maxilares utilizando enxerto de crista ilíaca

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 72-81, out./nov./dez. 2009

Maxillary reconstructions using grafts of iliac crest

ABSTRACT

The rehabilitation of patients with severe maxillary atrophy and those who want to use implant-supported prosthesis, usually, needs procedures to increase the bony support. These, in most of the cases, are accomplished through materials of grafts, being the autogenic bone the material that best satisfies the characteristics of the ideal graft. The present paper has as objective show three clinical cases with patients that presented with maxillary atrophy which were rehabilitated through grafts of iliac crest, used in block and particulated, previously to the placement of the implant.

KEYWORDS: Dental implantation. Bone transplantation. Alveolar ridge augmentation.

rEFErênciaS

1. BABBUSH, C.; SHIMURA, M. Five-year statistical and clinical

observations with the IMZ two-stage osseointegrated

implant system. Int. J. Oral Maxillofac. Implants,

Lombard, v. 8, no. 3, p. 245-253, 1993.

2. BARONE, A.; COVANI, U. Maxillary alveolar ridge

reconstruction with nonvascularized autogenous block bone:

clinical results. J. Oral Maxillofac. Surg., Philadelphia,

v. 65, no. 10, p. 2039-2046, 2007.

3. BOYNE, P. J.; JAMES, R. A. Grafting of the maxillary sinus

floor with autogenous marrow and bone. J. Oral Surg.,

Chicago, v. 38, no. 8, p. 613-616, 1980.

4. CAWOOD, J. I.; HOWELL, R. A. A classification of the

edentulous jaw. Int. J. Oral Maxillofac. Implants,

Lombard, v. 17, p. 232-236, 1988.

5. CHOUKROUN, J. et al. Platelet-rich fibrin (PRF): a second-

generation platelet concentrate. Part V: histologic evaluations

of PRF effects on bone allograft maturation in sinus lift. Oral

Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod.,

St. Louis, v. 101, no. 3, p. 299-303, Mar. 2006.

6. ELLA, B. et al. Septa within the sinus: effect on elevation of

the sinus floor. J. Oral Maxillofac. Surg., Philadelphia,

v. 46, no. 6, p. 464-467, Sept. 2008.

dentária. Pacientes que perderam elementos

dentários há vários anos são candidatos pro-

pensos aos enxertos ósseos. O uso do enxerto

de ilíaco é enormemente adotado nas recons-

truções maxilares, por ser osteocondutor e os-

teoindutor, conter células progenitoras, ter boa

arquitetura estrutural e ser um leito doador de

quantidade óssea adequada para as reabilita-

ções maxilofaciais. A inserção dos implantes em

um segundo estágio cirúrgico ainda é o melhor

protocolo, visto que aguarda-se a integração do

enxerto ao leito receptor, visando diminuir as

chances de perda de implante por motivo de

falha de enxertia.

Page 28: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

81

Leonardo Costa de Almeida Paiva, Paulo Roberto Ferreira Cerqueira, Vera Cavalcanti de Araújo, Maria Cristina de Andrade

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 72-81, out./nov./dez. 2009

7. GAZDAG, A. R. et al. Alternatives to autogenous bone grafts:

efficacy and indications. J. Am. Acad. Orthop. Surg.,

Rosemont, v. 3, no. 1, p. 1-8, Jan. 1995.

8. HAAS, R. et al. Five-year results of maxillary IMZ implants.

Br. J. Oral Maxillofac. Surg., Edinburgh, v. 36, no. 2,

p. 123-128, Apr. 1998.

9. JENSEN, J.; SINDET-PEDERSEN, S.; OLIVER S. J. Varying

treatment strategies for reconstruction of maxillary atrophy

with implants: results in 98 patients. J. Oral Maxillofac.

Surg., Philadelphia, v. 52, no. 3, p. 210-216, Mar. 1994.

10. JUNG, Y. S. et al. Spontaneous bone formation on the

maxillary sinus floor in association with an extraction socket.

Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 36,

no. 7, p. 656-657, 2007.

11. MANNAI, C. Early implant loading in severely resorbed

maxilla using xenograft, autograft, and platelet-rich plasma in

97 patients. J. Oral Maxillofac. Surg., Philadelphia, v. 64,

no. 9, p. 1420-1426, Sept. 2006.

12. NYSTRON, E. et al. A 9-14 year follow-up of onlay bone

grafting in the atrophic maxilla. Int. J. Oral Maxillofac.

Implants, Lombard, v. 38, no. 2, p. 111-116, 2009.

13. PEJRONE, G. et al. Sinus floor augmentation with

autogenous iliac bone block grafts: a histological and

histomorphometrical report on the two-step surgical

technique. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard,

v. 31, no. 4, p. 383-388, 2002.

14. SCHAAF, H. et al. Sinus lift augmentation using autogenous

bone grafts and platelet-rich plasma: radiographic results.

Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol.

Endod., St. Louis, v. 106, no. 5, p. 673-678, Nov. 2008.

15. SCHLEGEL, K. A. et al. Sinus floor elevation using

autogenous bone or bone substitute combined with platelet-

rich plasma. Oral Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral

Radiol. Endod., St. Louis, v. 104, no. 3, p. e15-e25, 2007.

16. TATUM, H. J. Maxillary and sinus implant reconstructions.

Dent. Clin. North Am., Philadelphia, v. 30, no. 2,

p. 207-229, 1986.

17. THOR, A. et al. Bone formation at the maxillary sinus floor

following simultaneous elevation of the mucosal lining and

implant installation without graft material: an evaluation of

20 patients treated with 44 astra tech implants. J. Oral

Maxillofac. Surg., Philadelphia, v. 65, no. 7, p. 64-72, 2007.

18. TILOTTA, F.; LAZAROO, B.; GAUDY, J. F. Gradual and safe

technique for sinus floor elevation using trephines and

osteotomes with stops: a cadaveric anatomic study. Oral

Surg. Oral Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod.,

St. Louis, v. 106, no. 2, p. 210-216, 2008.

19. UCKAN, S. et al. Use of a resorbable nut system for

simultaneous implant insertion and maxillary sinus floor

elevation. J. Oral Maxillofac. Surg., Philadelphia, v. 65,

no. 9, p. 1780-1782, 2007.

20. VRIELINCK, L. et al. Image-based planning and clinical

validation of zygoma and pterygoid implant placement in

patients with severe bone atrophy using customized drill

guides. Preliminary results from a prospective clinical follow-

up. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 32,

no. 1, p. 7-14, 2003.

21. WATZEK, G. et al. Treatment of patients with extreme

maxillary atrophy using sinus floor augmentation and

implants: preliminary results. Int. J. Oral Maxillofac.

Implants, Lombard, v. 27, no. 6, p. 428-434, 1998.

22. YERIT, K. C. Rehabilitation of the severely atrophied maxilla

by horseshoe Le Fort I osteotomy (HLFO). Oral Surg. Oral

Med. Oral Pathol. Oral Radiol. Endod., St. Louis, v. 97,

no. 6, p. 683-692, 2004.

23. YURA, S. A combination of three minimally invasive surgical

procedures for implant placement in the posterior maxilla

with insufficient bone quantity. Oral Surg. Oral Med. Oral

Pathol. Oral Radiol. Endod., St. Louis, v. 106, no. 2,

p. e1-e5, 2008.

24. ZIJDERVELD, S. et al. Anatomical and surgical findings

and complications in 100 consecutive maxillary sinus

floor elevation procedures. J. Oral Maxillofac. Surg.,

Philadelphia, v. 66, no. 7, p. 1436-1438, 2008.

Paulo Roberto Ferreira CerqueiraRua Pastor Rubens Fernandes Prado, 75CEP: 55.014-395 – Caruaru / PEE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Page 29: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

caso clínico

82 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 82-90, out./nov./dez. 2009

* Especialista em Implantodontia pela APCD-Araçatu-

ba. Mestrando em Implantodontia pela Universidade

Federal de Santa Catarina.

** Alunos da graduação em Odontologia na Universi-

dade Federal de Santa Catarina.

*** Mestre e doutor em Reabilitação Oral pela USP.

Pós-doutorado pela Universidade de Minnesota.

Professor titular da Universidade Federal de Santa

Catarina. Coordenador do curso de doutorado em

Implantodontia da Universidade Federal de Santa

Catarina.

Palavras-chave

Implante malposicionado. Prótese so-

bre implante. Prótese parafusada por

lingual.

Resumo

A Implantodontia tem demonstrado que a colocação de implantes não é uma

tarefa das mais difíceis. A dificuldade reside em posicionar os implantes ade-

quadamente para instalação, de maneira que o clínico possa optar pelo melhor

sistema de retenção, de acordo com sua opinião: parafusada, cimentada ou

cimentada-parafusada. Os problemas gerados por implantes malposicionados

têm trazido muitas complicações na hora de confeccionar as próteses. Na

tentativa de ilustrar uma forma de resolução desses problemas, o presente

trabalho descreve um caso clínico de prótese unitária parafusada por lingual.

Na região do primeiro molar inferior esquerdo, um implante – que havia sido

instalado com inclinação vestibular – teve sua posição corrigida por meio des-

se sistema de retenção de prótese. Assim, conferiu-se ao trabalho protético

estética vestibular sem aparecimento de cinta metálica, estética oclusal seme-

lhante à das coroas cimentadas e, ao mesmo tempo, reversibilidade.

Prótese parafusada por lingual:

uma alternativa protética para implantes

vestibularizados. Relato de caso clínico

Gustavo Castellazzi SELLA*, Aline Lopes GONÇALVES**,

Shizuma SHIBATA**, Antonio Carlos CARDOSO***

Page 30: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

89

Gustavo Castellazzi Sella, Aline Lopes Gonçalves, Shizuma Shibata, Antonio Carlos Cardoso

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 82-90, out./nov./dez. 2009

Lingual screw-retained prostheses: An alternative

prosthetic solution for buccal positioned implants.

A case reportABSTRACT

Implantology has shown that the insertion of implants is not one of the most difficult task. The difficulty lies in properly positioning the implant to be installed so that the clinician can choose the best retention system, according to his opinion: screwed, cemented or screwed-cemented. The problems caused by misplaced implants have brought many complications at the time of manufacturing the prosthesis. In an attempt to illustrate one way of solving these problems, this paper describes a clinical case of a single crow prosthesis screwed by lingual. In the region of the lower left first molar, an implant - which had been installed with vestibular inclination - had its position adjusted by means of this prosthesis retention system. Thus, it was given to prosthetic work buccal aesthetics appearance without showing the metallic collar, occlusal esthetics similar to that of cemented crowns and, at the same time, reversibility.

KEYWORDS: Poorly positioned implant. Implant supported prostheses. Lingual screw-retained prostheses.

rEFErênciaS

1. ADELL, R.; ERIKSSON, B.; LEKHOLM, U.; BRANEMARK, P.

I.; JEMT, T. Long-term follow-up study of osseointegrated

implants in the treatment of the totally edentulous jaw. Int.

J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 5, no. 4,

p. 347-359, 1990.

2. ADELL, R.; LEKHOLM, U.; ROCKLER, B.; BRANEMARK, P. I. A

15-year study of osseointegrated implants in the treatment

of the edentulous jaw. Int. J. Oral Surg., Copenhagen,

v. 10, no. 6, p. 387-416, 1981.

3. BECKER, W.; BECKER, B. E. Replacement of maxillary

and mandibular molars with single endosseous implant

restorations: a retrospective study. J. Prosthet. Dent.,

St. Louis, v. 74, no. 1, p. 51-55, 1995.

4. BEZERRA, F. L. B.; ROCHA, P. V. B. Próteses parafusadas x

próteses cimentadas: uso de incrustação em cerâmica para

obturação do canal de acesso do parafuso de retenção

oclusal. 3i Innovations Journal, [s.l.], v. 3, n. 1, p. 6-10,

jan./jun.1999.

5. BRANEMARK, P. L.; SVENSSON, B.; VAN STEENBERGHE,

D. Ten-year survival rates of fixed prostheses on four or six

implants ad modum Branemark in full edentulism. Clin. Oral

Implants Res., Copenhagen, v. 6, no. 4, p. 227-231, 1995.

6. CHEE, W.; FELTON, D. A.; JOHNSON, P. F.; SULLIVAN, D. V.

Cemented versus screw-retained implant prostheses: which

is better? Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard,

v. 14, no. 1, p. 137-141, 1999.

7. CHICHE, G. J.; PINAULT, A. Considerations for fabrication

of implant-supported posterior restorations. Int. J.

Prosthodont., Lombard, v. 4, no. 1, p. 37-44, 1991.

8. DINATO, J. C.; WULFF, L. C. Z.; BIANCHINI, M. A. Adaptação

passiva: ficção ou realidade? In: DINATO, J. C.; POLIDO, W.

D. Implantes osseointegrados: cirurgia e prótese. São

Paulo: Artes Médicas, 2001. p. 309-310.

9. EKFELDT, A.; CARLSSON, G. E.; BORJESSON, G. Clinical

evaluation of single-tooth restorations supported by

osseointegrated implants: a retrospective study. Int. J.

Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 9, no. 2,

p. 179-183, 1994.

Page 31: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

90

Prótese parafusada por lingual: uma alternativa protética para implantes vestibularizados. Relato de caso clínico

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 82-90, out./nov./dez. 2009

10. FRANCISCHONE, C. E.; ISHIKIRIAMA, S. K.; VASCONCELOS,

L. Próteses parafusadas x próteses cimentadas sobre

implantes osseointegrados: vantagens e desvantagens.

In: VANZILLOTTA, O. S.; SALGADO, L. P. S. Odontologia

integrada: atualização multidisciplinar para o clínico e o

especialista. Rio de Janeiro: Pedro Primeiro, 1999. p. 199-215.

11. FREITAS, R.; ALMEIDA JR., A. A.; OLIVEIRA, J. L. G. Tubo-

parafuso: uma alternativa viável para próteses fixas implanto-

suportadas. ImplantNews, São Paulo, v. 5, n. 5, p. 519-525,

out./set. 2008.

12. GUICHE, T. D. L. Load transfer in screw- and cement-retained

implant fixed partial denture designs. J. Prosthet. Dent.,

St. Louis, v. 72, p. 631, 1994. Abstract.

13. GUICHE, T. D. L. et al. Passivity of fit and marginal opening

in screw- or cement-retained implant fixed partial denture

designs. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 15,

no. 2, p. 239-246, 2000.

14. JEMT, T.; LINDEN, B.; LEKHOLM, U. Failures and complications

in 127 consecutively placed fixed partial prostheses supported

by Brånemark implants: from prosthetic treatment to first

annual checkup. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard,

v. 7, no. 1, p. 40-44, 1992.

15. KENT, D. K.; KOKA, S.; FROESCHLE, M. L. Retention of

cemented implant-supported restorations. J. Prosthodont.,

Copenhagen, v. 6, no. 3, p. 193-196, 1997.

16. LANEY, W. R.; JEMT, T.; HARRIS, D.; HENRY, P. J.; KROGH, P. H.;

POLIZZI, G. et al. Osseointegrated implants for single-tooth

replacement: progress report from a multicenter prospective

study after 3 years. Int. J. Oral Maxillofac. Implants,

Lombard, v. 9, no. 1, p. 49-54, 1994.

17. LEKHOLM, U.; VAN STEENBERGHE, D.; HERRMANN, I.;

BOLENDER, C.; FOLMER, T.; GUNNE, J. et al. Osseointegrated

implants in the treatment of partially edentulous jaws: a

prospective 5-year multicenter study. Int. J. Oral Maxillofac.

Implants, Lombard, v. 9, p. 627-635, 1994.

18. LEVINE, R. A.; CLEM, D.; BEAGLE, J.; GANELES, J.; JOHNSON,

P.; SOLNIT, G. et al. Multicenter retrospective analysis of the

solid-screw ITI implant for posterior single-tooth replacements.

Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 17,

no. 4, p. 550-556, 2002.

19. LINDQUIST, L. W.; CARLSSON, G. E.; GLANTZ, P. O.

Rehabilitation of the edentulous mandible with tissue-

integrated fixed prostheses: a six-year longitudinal study.

Quintessence Int., Berlin, v. 18, p. 89-96, 1987.

20. MICHALAKIS, K. X.; HIRAYAMA, H.; GAREFIS, P. D. Cement-

retained versus screw-retained implant restorations: a critical

review. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 18,

no. 5, p. 719-726, 2003.

21. NADIN, M. A.; MORO, A. L.; GALI, J. P.; NADIN, P. S. Prótese

parafusada lateralmente: a evolução no mecanismo

de retenção da prótese fixa sobre implantes. Revista

Odontológica de Araçatuba, Araçatuba, v. 25, n. 1,

p. 49-52, jan./ jun. 2004.

22. NAERT, I.; QUIRYNEN, M.; VAN STEENBERGHE, D.; DARIUS, P.

A six-year prosthodontic study of 509 consecutively inserted

implants for the treatment of partial edentulism. J. Prosthet.

Dent., St. Louis, v. 67, no. 2, p. 236-245, 1992.

23. SCHELLER, H.; URGELL, J. P.; KULTJE, C.; KLINEBERG, I.;

GOLDBERG, P. V.; STEVENSON-MOORE, P. et al. A 5-year

multicenter study on implant-supported single crown

restorations. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard,

v. 13, no. 2, p. 212-218, 1998.

24. SINGER, A.; SERFATY, V. Cement-retained implant-supported

fixed partial dentures: a 6-month to 3-year follow-up. J. Oral

Maxillofac. Implants, Lombard, v. 11, no. 5, p. 645-649,

1996.

25. TAYLOR, T. D.; AGAR, J. R. Twenty years of progress in implant

prosthodontics. J. Prosthet. Dent., St. Louis, v. 88, no. 1,

p. 89-95, 2002.

26. VALBÃO JÚNIOR, F. P. B.; PEREZ, E. G.; BREDA, M. Alternative

method for retention and removal of cement-retained implant

prostheses. J. Prosthet. Dent., St. Louis, v. 62, no. 2,

p. 181-183, Ago. 2001.

27. VIGOLO, P.; GIVANI, A.; MAJZOUB, Z.; CONDIOLI, G. Cement

versus screw-retained implant-supported single-tooth crowns:

a 4-year prospective clinical study. Int. J. Oral Maxillofac.

Implants, Lombard, v. 19, no. 2, p. 260-265, 2004.

28. ZARB, G. A.; SCHMITT, A. The edentulous predicament: a

prospective study of the effectiveness of implant-supported

fixed prostheses. J. Am. Dent. Assoc., Chicago, v. 127,

no. 1, p. 59-65, 1996.

29. ZARB, G. A.; SCHMITT, A. The longitudinal clinical effectiveness

of osseointegrated dental implants in anterior partially

edentulous patients. Int. J. Prosthodont., Lombard, v. 6,

no. 2, p. 180-188, 1993.

30. ZARB, G. A.; SMITH, A. The longitudinal clinical effectiveness

of osseointegrated dental implants: the Toronto study Part III:

problems and complications encountered. J. Prosthet. Dent.,

St. Louis, v. 64, no. 2, p. 185-194, 1990.

Gustavo Castellazzi SellaRua Jonathas Serrano, nº 825 – Jardim QuebecCEP: 86.060-220 – Londrina / PR E-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Page 32: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

artigo inédito

91Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 91-100, out./nov./dez. 2009

* Mestre em Prótese Dentária (PUC-MG). Aluno de

pós-graduação nível doutorado em Reabilitação Oral

(FOB-USP).

** Professor adjunto da Faculdade de Odontologia

UFMG. Doutor em Periodontia (FOB-USP).

*** Professor associado da Faculdade de Odontologia

UFMG. Doutor em Dentística (FOB-USP).

**** Professor adjunto da Faculdade de Odontologia

UFMG. Doutor em Materiais Dentários (FO-UFMG).

***** Professor na pós-graduação da PUC-MG. Doutor em

Reabilitação Oral (FOB-USP).

Palavras-chave

Biomecânica. Implantes dentários.

Prótese parcial.

Método dos elementos finitos.

Resumo

Os implantes osseointegrados utilizados para reabilitação do edentulismo total

mostram um elevado grau de previsibilidade terapêutica. Entretanto, surgiu a

necessidade de extrapolar as alternativas de tratamento com implantes para

pacientes parcialmente edêntulos. Diante disso, vários estudos têm sido dire-

cionados para avaliar a possibilidade de unir tais implantes a dentes naturais,

visto que o comportamento biomecânico dessas duas estruturas apresenta

peculiaridades distintas. Utilizando-se o método de elementos finitos (MEF),

foram construídos dois modelos para simulação do comportamento mecânico

de uma prótese fixa de união rígida entre o dente natural e o implante osseoin-

tegrado de 6,0mm, variando a quantidade de implantes envolvidos. Na análise

quantitativa, pôde-se observar que, na prótese com um implante, a máxima

tensão SEQV foi de 49,73MPa; enquanto, para a prótese com dois implantes, a

máxima tensão SEQV foi de 28,96MPa. A análise dos resultados permitiu con-

cluir que a colocação de um implante adicional promove uma maior ancoragem

ao conjunto protético, porém, a utilização de implante reduzido unido ao dente

natural favorecerá uma mobilidade do órgão dentário.

Comportamento biomecânico de uma prótese

fixa implantodentossuportada utilizando

implantes curtos

Marcos Daniel S. LANzA*, Wellington Márcio dos Santos ROCHA**,

Lincoln Dias LANzA***, Eduardo Souza LEMOS****, Marcos Dias LANzA*****

Page 33: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

99

Marcos Daniel S. Lanza, Wellington Márcio dos Santos Rocha, Lincoln Dias Lanza, Eduardo Souza Lemos, Marcos Dias Lanza

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 91-100, out./nov./dez. 2009

Biomechanical aspect of combined

tooth-implant supported fixed partial denture

using short implantsABSTRACT

Osseointegrated implants used for rehabilitation of total edentulism show a high degree of therapy predictability. However, there is the need to extrapolate treatment options with implants for partially edentulous patients. Subsequently several studies have been directed to assess the possibility of joining such implants to natural teeth, since the biomechanical behavior of these two structures has its own peculiarities. Using the finite element analysis (FEA), two models were constructed to simulate the mechanical behavior of a fixed prosthesis with rigid union between natural tooth and a 6.0 mm osteointegrated implant, varying the number of implants involved. In quantitative analysis, it was observed that in the prosthesis with one implant the maximum SEQV stress was 49.73 MPa, whereas for the prostheses with two implants the maximum SEQV stress was 28.96 MPa. The results showed that the placement of an additional implant promotes greater anchoring to the prosthetic joint, however, the use of small implants attached to the tooth will favor the tooth mobility.

KEYWORDS: Biomechanics. Dental implants. Partial prosthesis. Finite element analysis.

rEFErênciaS

1. BENZING, U. R.; GALL, H.; WEBER, H. Biomechanical aspects

of two different implant-prosthetic concepts for edentulous

maxillae. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard,

v. 10, no. 2, p 188-198, 1995.

2. BUSER, D. et al. Long term evaluation of non-submerged

ITI implants part I: 8 year life table analysis of a prospective

multi-center study with 2,359 implants. Clin. Oral Implants

Res., Copenhagen, v. 8, no. 3, p. 161-172, 1997.

2) A colocação de implantes adicionais no

contexto da prótese favorece uma melhor dis-

tribuição das tensões, tendo em vista que as

tensões foram reduzidas.

3) O tipo de liga utilizada na infraestrutura

metálica exerce papel fundamental no deslo-

camento do conjunto protético, tendo em vista

um maior deslocamento na região do pôntico,

devendo ser preferíveis as de maior módulo de

elasticidade.

3. CARTER, D. R.; HAYES, W. C. Compressive behavior of bone

as a two-phase porous structure. J. Bone Joint Surg.,

Boston, v. 59, no. 7, p. 954-996, 1977.

4. FUGAZZOTO, P. A. et al. Implant/tooth connected restorations

utilizing screw-fixed attachments: a survey of 3,096 sites in

function for 3 to 14 years. Int. J. Oral Maxillofac. Implants,

Lombard, v. 14, no. 6, p. 819-823, 1999.

5. FUGAZZOTTO, P. A. Shorter implants in clinical practice:

rationale and treatment results. Int. J. Oral Maxillofac.

Implants, Lombard, v. 23, no. 3, p. 487-496, 2008.

Page 34: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

100

Comportamento biomecânico de uma prótese fixa implantodentossuportada utilizando implantes curtos

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 91-100, out./nov./dez. 2009

18. NEVES, F. D. das et al. Short implants: an analysis of

longitudinal studies. Int. J. Oral Maxillofac. Implants,

Lombard, v. 21, no. 1, p. 86-93, 2006.

19. PESUN, I. J. et al. Histologic evaluation of the periodontium

of abutment teeth combination implant/tooth fixed partial

denture. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 14,

no. 3, p. 342-350, 1999.

20. PJETURSSON, B. E.; LANG, N. P. Prosthetic treatment planning

on the bases of scientific evidence. J. Oral Rehabil., Oxford,

v. 35, p. 72-79, 2008. Supplement 1.

21. RANGERT, B. et al. Mechanical aspects of a Brånemark

implant connected to a natural tooth: an in vitro study. Int. J.

Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 6, no. 2,

p. 177-186, 1991.

22. RENOUARD, F.; NISAND, D. Impact of implant length and

diameter on survival rates. Clin. Oral Implants Res.,

Copenhagen, v. 17, p. 35-51, Oct. 2006. Supplement 2.

23. RENOUARD, F.; NISAND, D. Short implants in the severely

resorbed maxilla: a 2-year retrospective clinical study. Clin.

Implant Dent. Relat. Res., Hamilton, v. 7, p. S104-S110,

2005. Supplement 1.

24. SHEETS, C. G.; EARTHMAN, J. C. Tooth intrusion in implant-

assisted prostheses. J. Prosthet. Dent., St. Louis, v. 77,

no. 1, p. 39-45, Jan. 1997.

25. SUANSUWAN, S.; SWAIN, M. New approach for evaluating

metal-porcelain interface bonding. Int. J. Prosthodont.,

Lombard, v. 12, no. 6, p. 547-552, 1999.

26. VAN ROSSEN, I. P. et al. Stress-absorbing elements in dental

implants. J. Prosthet. Dent., St. Louis, v. 64, no. 2,

p. 198-205, Aug. 1990.

27. WAKABAYASHI, N. et al. Nonlinear finite element analyses:

advances and challenges in dental applications. J. Dent.,

Kidlington, v. 36, no. 7, p. 463-471, 2008.

28. WEINSTEIN, A. M.; KLAWITTER, J. J.; COOK, S. D. Implant-bone

interface characteristics of bioglass dental implants. J. Biomed.

Mater. Res., Hoboken, v. 14, no. 1, p. 23-29, 1980.

29. WENG, D. et al. A prospective multicenter clinical trial of 3i

machined-surfaced implants: results after 6 years of follow-up.

Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 18,

no. 3, p. 417-423, 2003.

Marcos Daniel S. LanzaRua Ancona, 65/ Bandeirantes – PampulhaCEP: 31.340-720 – Belo Horizonte / MGE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

6. FUGAZZOTTO, P. A. et al. Success and failure rates of 9mm

or shorter implants in the replacement of missing maxillary

molars when restored with individual crowns: preliminary

results 0 to 84 months in function. A retrospective study.

J. Periodontol., Chicago, v. 75, no. 2, p. 327-332, 2004.

7. GALLOZA, A. et al. Biomechanics of implants and dental

materials: applications of engineering mechanics in medicine.

Puerto Rico: University of Puerto Rico, 2004.

8. HERRMANN, I.; LEKHOLM, U.; HOLM, S.; KULTJE, C. Evaluation

of patient and implant characteristics as potential prognostic

factors for oral implant failures. Int. J. Oral Maxillofac.

Implants, Lombard, v. 20, no. 2, p. 220-230, 2005.

9. HOSNY, M. et al. Within-subject comparison between

connected and nonconnected tooth-to-implant fixed

partial prostheses: up to 14-year follow-up study. Int. J.

Prosthodont., Lombard, v. 13, no. 4, p. 340-346, 2000.

10. LANG, N. et al. A systematic review of the survival and

complication rates of fixed partial dentures (FDPs) after

an observation period of at least 5 years. II: combined

tooth-implant-supported FDPs. Clin. Oral Implants Res.,

Copenhagen, v. 15, p. 643-653, 2004.

11. LEMMERMAN, K. J.; LEMMERMAN, N. E. Osseointegrated

dental implants in private practice: a long-term case series study.

J. Periodontol., Chicago, v. 76, no. 2, p. 310-319, 2005.

12. LIN, C. L. et al. Mechanical interaction of an implant/tooh-

supported system under different periodontal supports and

numbers of splinted teeth with rigid and non-rigid connections.

J. Dent., Kidlington, v. 34, no. 9, p. 682-691, Oct. 2006.

13. LIN, C. L.; WANG, J. C. Nonlinear finite element analysis of a

splinted implant with various connectors and occlusal forces.

Int. J. Oral Maxillofac. Implants, Lombard, v. 18,

no. 3, p. 331-340, 2003.

14. MENNICUCCI, G. et al. Tooth-implant connections: some

biomechanical aspects based on finite element analyses. Clin.

Oral Implants Res., Copenhagen, v. 13, no. 3, p. 334-341,

2002.

15. MIDDLETON, J.; JONES, M.; WILSON, A. The role of the

periodontal ligament in bone modeling: the initial development

of a time-dependent finite element model. Am. J. Orthod.

Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 109, no. 2, p. 155-162,

1996.

16. NAERT, I. E. et al. Biologic outcome of implant-supported

restorations in the treatment of partial edentulism. Clin. Oral

Implants Res., Copenhagen, v. 13, no. 4, p. 381-389, 2002.

17. NAERT, I. et al. A six year prosthodontic study of 509

consecutively inserted implants for the treatment of partial

edentulism. J. Prosthet. Dent., St. Louis, v. 67, no. 2,

p. 236-245, 1992.

Page 35: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

artigo inédito

101Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 101-110, out./nov./dez. 2009

* Mestres em Odontologia, área de concentração

Periodontia, pela Universidade de Guarulhos/SP.

** Coordenadora do programa de mestrado em Odon-

tologia, Universidade de Guarulhos/SP.

*** Professora assistente do departamento de Odonto-

logia da Universidade Estadual de Maringá/PR.

Palavras-chave

Doenças periodontais. Tabagismo.

Microbiologia.

Resumo

O objetivo deste estudo foi comparar a contagem e a prevalência dos micror-

ganismos do complexo vermelho (Treponema denticola, Porphyromonas gin-

givalis e Tannerella forsythia) e do complexo azul (Actinomyces gerencseriae,

Actinomyces israelli e Actinomyces naeslundii) na microbiota subgengival em

indivíduos tabagistas e não-tabagistas com doença periodontal crônica. Foram

selecionados 50 voluntários com periodontite crônica (25 tabagistas – T e 25

não-tabagistas – NT). Os indivíduos foram submetidos a exame clínico perio-

dontal e microbiológico. Os parâmetros clínicos avaliados foram profundidade

de sondagem, nível clínico de inserção, placa supragengival visível, sangramen-

to gengival, sangramento à sondagem e supuração. De cada indivíduo foram

coletadas entre 6 e 12 amostras de biofilme subgengival, avaliadas para seis

espécies bacterianas por meio da técnica Checkerboard DNA-DNA Hybridiza-

tion. Os resultados clínicos foram semelhantes entre os grupos (T e NT). A

exceção foi o percentual de sítios com sangramento gengival, sendo que o

grupo T apresentou uma média inferior (9,54 ± 15,31) comparada ao gru-

po NT (39,44 ± 25,13 – p < 0,001). A única diferença microbiológica foi a

contagem de A. gerencseriae diminuída no grupo de tabagistas (p < 0,05).

Em conclusão, os perfis clínico-microbiológicos de indivíduos tabagistas e não-

tabagistas com periodontite crônica podem ser considerados semelhantes.

Contagem e prevalência de microrganismos

patogênicos e benéficos em indivíduos

tabagistas com doença periodontal crônica

Sérgio Eduardo Braga da CRUz*, Tatiana de Oliveira SIROTTO*,

Juliana Alethusa Velloso MENDES*, Marcelo da ROCHA*, Marcelo de Paiva RAFFAELLI*,

Magda FERES**, Flávia MATARAzzO***

Page 36: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

108

Contagem e prevalência de microrganismos patogênicos e benéficos em indivíduos tabagistas com doença periodontal crônica

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 101-110, out./nov./dez. 2009

Assim como os dados clínicos, os dados micro-

biológicos não mostraram diferenças muito mar-

cantes entre os indivíduos tabagistas e os não-

tabagistas.

Apesar de o fumo ser considerado um fa-

tor de risco para a periodontite crônica, é im-

portante relatar que, em termos de diferenças

na microbiota desses indivíduos, a literatura é

controversa. Assim como no presente estudo,

vários outros também não mostraram diferen-

ças profundas na composição das microbiotas

de tabagistas e não-tabagistas2,31.

Considerando que as microbiotas de taba-

gistas e não-tabagistas com periodontite crônica

são semelhantes, a falta de resposta desses in-

divíduos à terapia periodontal e a evolução mais

rápida da doença podem estar mais intimamente

ligadas a fatores de resposta do hospedeiro8.

CONCLUSÃO

Os resultados obtidos neste estudo de-

monstraram que os perfis clínico-microbiológi-

cos de indivíduos tabagistas e não-tabagistas

são semelhantes.

Counts and prevalence of pathogenic and

benefic microorganisms in smokers with chronic

periodontal diseaseABSTRACT

The aim of the present study was to compare the levels and the prevalence of bacterial red complex (Treponema denticola, Porphyromonas gingivalis e Tannerella forsythia) and blue complex (Actinomyces gerencseriae, Actinomyces israelli and Actinomyces naeslundii) in the subgingival microbiota of smokers and non-smokers with chronic periodontitis. Fifty subjects with chronic periodontitis were enrolled (25 smokers – S e 25 non-smokers – NS). Subjects received clinical and microbiological examination. The clinical parameters evaluated were probing depth, clinical attachment level, visible plaque index, gingival bleeding index, bleeding on probing and suppuration. Six to twelve subgingival biofilm samples were collected per subject, and evaluated for six bacterial species using the Checkerboard DNA-DNA hybridization technique. The clinical results were similar between the groups (S and NS). The exception was the percent of sites with gingival bleeding. The S group showed a lower mean (9.54±15.31) compared with the NS group (39.44±25.13 – p < 0.001). The only microbiological difference was the reduced level of A. gerencseriae in smoking group (p < 0.05). In conclusion, the clinical-microbiological profiles of non-smoking and smoking subjects with chronic periodontitis were similar.

KEYWORDS: Periodontal diseases. Smoking. Microbiology.

Page 37: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

109

Sérgio Eduardo Braga da Cruz, Tatiana de Oliveira Sirotto, Juliana Alethusa Velloso Mendes, Marcelo da Rocha, Marcelo de Paiva Raffaelli, Magda Feres, Flávia Matarazzo

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 101-110, out./nov./dez. 2009

rEFErênciaS

1. AMERICAN ACADEMY OF PERIODONTOLOGY. International

workshop for a classification of periodontal diseases and

conditions. Ann. Periodontol., Chicago, v. 4, no. 1, p. 38,

1999.

2. APATZIDOU, D. A.; RIGGIO, M. P.; KINANE, D. F. Impact of

smoking on the clinical, microbiological and immunological

parameters of adult patients with periodontitis. J. Clin.

Periodontol., Copenhagen, v. 32, no. 9, p. 973-983,

2005.

3. ARAUJO, M. B. W.; HOVEY, K. M.; BENEDEK, J. R.;

GROSSI, S. G.; DORN, J.; WACTAWSKI-WENDE, J. et al.

Reproducibility of probing depth measurements using a

constant force electronic probe: analysis of inter- and intra-

examiner variability. J. Periodontol., Chicago, v. 74,

p. 1736-1740, 2003.

4. BÁNÓCZY, J.; SQUIER, C. Smoking and disease. Eur. J.

Dent. Educ., Copenhagen, v. 8, p. 7-10, Feb. 2004.

Supplement 4.

5. BERGSTRÖM, J.; BOSTRÖM, L. TTobacco smoking

and periodontal hemorrhagic responsiveness. J. Clin.

Periodontol., Copenhagen, v. 28, no. 7, p. 680-685,

2001.

6. BOSTRÖM, L.; BERGSTRÖM, J.; DAHLÉN, G.; LINDER, L. E.

Smoking and subgingival microflora in periodontal disease.

J. Clin. Periodontol., Copenhagen, v. 28, no. 3,

p. 212-219, 2001.

7. CALSINA, G.; RAMÓN, J. M.; ECHEVERRÍA, J. J. Effects of

smoking on periodontal tissues. J. Clin. Periodontol.,

Copenhagen, v. 29, no. 8, p. 771-776, 2002.

8. CHARALABOPOULOS, K.; ASSIMAKOPOULOS, D.;

KARKABOUNAS, S.; DANIELIDIS, V.; KIORTSIS, D. Effects

of cigarette smoking on the antioxidant defence in young

healthy male volunteers. Int. J. Clin. Pract. Oxford, v. 59,

no. 1, p. 25-30, 2005.

9. CHECCHI, L.; CIAPELLI, G.; MONACO, G.; ORI, G. The

effects of nicotine and age on replication and viability of

human gingival fibroblasts in vitro. J. Clin. Periodontol.,

Copenhagen, v. 26, no. 10, p. 636-642, 1999.

10. GENCO, R. J. Current view of risk factors for periodontal

diseases. J. Periodontol., Chicago, v. 67, p. 1041-1049,

Oct. 1996. Supplement 10.

11. GRASWINCKEL, J. E. M.; VAN DER VELDEN, U.; VAN

WINKELHOFF, A. J.; HOEK, F. J.; LOOS, B. G. Plasma

antibody levels in periodontitis patients and controls.

J. Clin. Periodontol., Copenhagen, v. 31, no. 7,

p. 562-568, 2004.

12. HAFFAJEE, A.; SOCRANSKY, S. Relationship of cigarette

smoking to the subgingival microbiota. J. Clin.

Periodontol., Copenhagen, v. 28, no. 5, p. 337-388,

2001.

13. HANIOKA, T.; TANAKA, M.; TAKAYA, K.; MATSUMORI, Y.;

SHIZUKUISHI, S. Pocket oxygen tension in smokers and

non-smokers with periodontal disease. J. Periodontol.,

Chicago, v. 71, no. 4, p. 550-554, 2000.

14. HOLMES, L. G. Effects of smoking and/or vitamin C

on crevicular fluid flow in clinically healthy gingiva.

Quintessence Int., Berlin, v. 21, no. 3, p. 191-195,

1990.

15. KAZOR, C.; TAYLOR, G. W.; LOESCHE, W. J. The prevalence

of BANA-hydrolyzing periodontopathic bacteria in smokers.

J. Clin. Periodontol., Copenhagen, v. 26, no. 12,

p. 814-821, 1999.

16. KERDVONGBUNDIT, V.; WIKESJÖ, U. M. E. Effect of

smoking on periodontal health in molar teeth.

J. Periodontol., Chicago, v. 71, no. 3, p. 433-437, 2000.

17. LÖE, H.; THEILADE, E.; JENSEN, S. B. Experimental

gingivitis in man. J. Periodontol., Chicago, v. 36,

p. 177-187, May/Jun. 1965.

18. MAGER, D. L.; HAFFAJEE, A. D.; SOCRANSKY, S. S. Effects

of periodontitis and smoking on the microbiota of oral

mucous membranes and saliva in systemically healthy

subjects. J. Clin. Periodontol., Copenhagen, v. 30,

no. 12, p. 1031-1037, 2003.

19. MATARAZZO, F.; FIGUEIREDO, L. C.; CRUZ, S. E.; FAVERI,

M.; FERES, M. Clinical and microbiological benefits of

systemic metronidazole and amoxicillin in the treatment of

smokers with chronic periodontitis: a randomized placebo-

controlled study. J. Clin. Periodontol., Copenhagen,

v. 35, no. 10, p. 885-896, 2008.

20. NATTO, S.; BALJOON, M.; ABANMY, A.; BERGSTRÖM, J.

Tobacco smoking and gingival health in a Saudi Arabian

population. Oral Health Prev. Dent., New Malden, v. 2,

no. 4, p. 351-357, 2004.

21. PALMER, R. M.; SCOTT, D. A.; MEEKIN, T. N.; WILSON, R.

F.; POSTON, R. N.; ODELL, E. W. Potential mechanisms of

susceptibility to periodontitis in tobacco smokers.

J. Periodontal Res., Copenhagen, v. 34, no. 7,

p. 363-369, 2000.

22. PERSSON, R. E.; KIYAK, A. H.; WYATT, C. C. I.; MACENTEE,

M.; PERSSON, G. R. Smoking, a weak predictor of

periodontitis in older adults. J. Clin. Periodontol.,

Copenhagen, v. 32, no. 5, p. 512-517, 2005.

Page 38: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

110

Contagem e prevalência de microrganismos patogênicos e benéficos em indivíduos tabagistas com doença periodontal crônica

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 101-110, out./nov./dez. 2009

23. PETROPOULOS, G.; MCKAY, I. J.; HUGHES, F. J. The

association between neutrophil numbers and interleukin-

1α concentrations in gingival crevicular fluid of smokers

and non-smokers with periodontal disease. J. Clin.

Periodontol., Copenhagen, v. 31, no. 5, p. 390-395, 2004.

24. RAWLINSON, A.; GRUMMITT, J. M.; WALSH, T. F.;

DOUGLAS, C. W. Interleukin 1 and receptor antagonist

levels in gingival crevicular fluid in heavy smokers versus

non-smokers. J. Clin. Periodontol., Copenhagen, v. 30,

no. 1, p. 42-48, 2003.

25. RIVIERA-HIDALGO, F. Smoking and periodontal disease.

Periodontol. 2000, Copenhagen, v. 32, p. 50-58, 2003.

26. SOCRANSKY, S. S.; HAFFAJEE, A. D. Evidence of bacterial

etiology a historical perspective. Periodontol. 2000,

Copenhagen, v. 5, p. 7-25, Jun. 1994.

27. SOCRANSKY, S. S.; HAFFAJEE, A. D.; CUGINI, M. A.; SMITH,

C.; KENT JR., R. L. Microbial complexes in subgingival

plaque. J. Clin. Periodontol., Copenhagen, v. 25,

no. 2, p. 134-144, 1998.

28. SOCRANSKY, S. S.; SMITH, C.; MARTIN, L.; PASTER, B. J.;

DEWHIRST, F. E.; LEVIN, A. E. “Checkerboard” DNA-DNA

hybridization. Biotechniques, London, v. 17, p. 788-792,

1994.

29. TORRUNGRUANG, K.; NISAPAKULTORN, K.;

SUTDHIBHISAL, S.; TRAMSAILOM, S.; ROJANASINSUTH, K.;

VANICHJAKVONG, O. et al. The effect of cigarette smoking

on the severity of periodontal disease among older Thai

adults. J. Periodontol., Chicago, v. 76, no. 4, p. 556-572,

2005.

30. UMEDA, M.; CHEN, C.; BAKKER, I.; CONTRERAS, A.;

MORRISON, J. L.; SLOTS, J. Risk indicators for harboring

periodontal pathogens. J. Periodontol., Chicago, v. 69,

no. 10, p. 1111-1118, 1998.

31. VAN WINKELHOFF, A. J.; BOSCH-TIJHOF, C. J.; WINKEL,

E. G.; VAN DER REIJDEN, W. A. Smoking affects the

subgingival microflora in periodontitis. J. Periodontol.,

Chicago, v. 72, no. 5, p. 666-671, 2001.

32. YLÖSTALO, P. V.; SAKKI, T. K.; LAITINEN, J.; JARVELIN, M.

R.; KNUUTTILA, M. L. E. The relation of tobacco smoking

to tooth loss among young adults. Eur. J. Oral Sci.,

Copenhagen, v. 112, no. 2, p. 12-16, 2004.

Flávia Matarazzo Av. Mandacaru, 1550CEP: 87.080-000 – Maringá / PRE-mail: [email protected]

Endereço para correspondência

Page 39: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

111

normas de apresentação de originais

Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 111, out./nov./dez. 2009

— A REVISTA DENTAL PRESS DE PERIODONTIA E IMPLANTO-

LOGIA, dirigida à classe odontológica, destina-se à publicação de artigos

de investigação científica, relatos de casos clínicos e de técnicas, artigos de

interesse solicitados pelo Corpo Editorial, revisões significativas, comunica-

ções breves e atualidades.

— Os artigos serão submetidos ao parecer do Corpo Editorial da Revis-

ta, que decidirá sobre a conveniência ou não da publicação, avaliando como

“favorável”, indicando correções e/ou sugerindo modificações.

— A cada edição o Corpo Editorial selecionará, dentre os artigos con-

siderados favoráveis para publicação, aqueles que serão publicados ime-

diatamente.

— Os artigos não selecionados serão novamente avaliados para as

edições seguintes. Depois de um ano sem serem selecionados os mesmos

poderão ser devolvidos para os autores.

— A Dental Press, ao receber os artigos, não assume o compromisso

de publicá-los.

— Os artigos podem ser retirados a qualquer momento antes de se-

rem selecionados pelo Corpo Editorial.

— As afirmações assinadas são de responsabilidade integral dos au-

tores.

— Os artigos devem, se aplicável, fazer referência a pareceres de Co-

mitê de Ética.

TExTO

— O texto deve ser apresentado num programa editor de texto (com o

máximo de 4.000 palavras, incluindo legendas das figuras, resumo, abstract

e referências), em duas cópias impressas e duas em CD.

— Não deve-se utilizar notas de rodapé.

— Exige-se correção do Português e do Inglês.

— Os textos devem ser acompanhados do resumo estruturado (Ob-

jetivos, Metodologia, Resultados e Conclusões) em Português e Inglês que

não ultrapasse 250 palavras, bem como de 3 a 5 palavras-chave também

em Português e em Inglês.

— Os textos devem ter, na primeira página, identificação do autor

(nome, instituição de vínculo, cargo, título, endereço, e-mail) que não ultra-

passe 5 linhas.

— Por motivo de isenção na avaliação dos trabalhos pelo Corpo Edi-

torial, a segunda página deve conter título em Português e Inglês, resumo,

palavras-chave, abstract, keywords, omitindo nomes ou quaisquer dados

referentes aos autores.

COMPLEMENTOS DO TExTO

— As fotos ou imagens devem ter originais com qualidade apresentá-

vel, preferencialmente em CD, com imagens em alta resolução (300 dpi, em

formato JPG ou TIFF).

— Os desenhos enviados podem ser melhorados ou redesenhados

pela produção da revista, a critério do Corpo Editorial.

— Os quadros, tabelas e figuras (com suas respectivas legendas) de-

verão ser incluídos no texto, porém em folhas separadas, e numerados em

algarismos arábicos.

— Os gráficos devem ser apresentados em CD. Caso não seja possível,

devem ser desenhados com tinta preta em papel vegetal.

REFERÊNCIAS

— A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores; as

mesmas devem conter todos os dados necessários à sua identificação.

— Todas as referências listadas devem ser citadas no texto e todos os

autores citados no texto devem constar na lista de referências.

— Com o objetivo de facilitar a leitura do texto, fica determinado que as

citações dos autores no texto serão numéricas.

— Devem ser normalizadas as abreviaturas dos títulos dos periódicos

de acordo com as publicações “Index Medicus” e “Index to Dental Literature”.

— As referências devem ser apresentadas no final do texto obedecendo

às normas da ABNT 6023 - 2002, não ultrapassando o limite de 30, confor-

me os exemplos a seguir:

LIVRO COM UM AUTOR

BRASKAR, S. N. Synopsis of oral Pathology. 5th ed. St. Louis: Mosby,

1977.

LIVROS COM ATÉ TRÊS AUTORES

HENDERSON, D.; McGIVNEY, G. P.; CASTLEBERRY, D. J. McCraken’s

removable partial Prosthodontics. 7th ed. St. Louis: Mosby, 1985.

LIVRO COM MAIS DE TRÊS AUTORES

APRILE, H. et al. Anatomia odontológica orocervicofacial.

5. ed. Buenos Aires: El Ateneo, 1975.

CAPÍTULO DE LIVRO

GONÇALVES, N. Técnicas radiográficas para o estudo da articulação tempo-

romandibular. In: FREITAS, A.; ROSA, J. E.; FARIA, S. I. Radiologia odonto-

lógica. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1988. p. 247-258.

TESE E DISSERTAÇÃO

PEREIRA, A. C. Estudo comparativo de diferentes métodos de exa-

me, utilizados em Odontologia, para diagnóstico da cárie dentá-

ria. 1993. Dissertação (Mestrado) –Faculdade de Saúde Pública, Universi-

dade de São Paulo, São Paulo, 1993.

ARTIGO DE REVISTA

CAPELOZZA FILHO, L. Uma variação no desenho do aparelho expansor rápi-

do da maxila no tratamento da dentadura decídua ou mista precoce.

R. Dental Press Ortodon. Ortop. Facial, Maringá, v. 4, n. 1, p. 69-74,

jan./fev. 1999.

STEPHAN, R. M. Effect of different types of human foods on dental health in

experimental animals. J. Dent. Res., Chicago, v. 45, no. 3, p. 1551-1561,

1966.

— Todos os artigos devem ser enviados registrados, preferencialmente

por Sedex com porte pago, e encaminhados para:

Dental Press International

Av. Euclides da Cunha, 1.718 - Zona 5,

CEP 87.015-180 - Maringá/PR

Fone/Fax (0xx44) 3031-9818

E-mail: [email protected]

Page 40: Edição V3N4 - Outubro, Novembro e Dezembro de 2009

Etapas para publicação de artigos

112 Rev. Dental Press Periodontia Implantol., Maringá, v. 3, n. 4, p. 112, out./nov./dez. 2009

chegada do artigo na editora

envio de e-mail acusando recebimento do artigo

seleção de dois consultores

envio de uma cópia do artigo, juntamente com o questionário, aos consultores

em caso de reprovação, envio para um terceiro consultor

envio eletrônico ao autor para correções

reenvio aos consultores (caso solicitado)

ao retornar, será pré-selecionadopara uma edição

submetido à correção bibliográfica

diagramado conforme critérios da revista

revisão da diagramação

envio para aprovação do autor

fechamento da edição

última correção editorial

produção gráfica

1º Chegada do artigo na editora por Correios ou e-mail ([email protected]). 2º Envio de e-mail acusando o recebimento do artigo. 3º Seleção de dois consultores. 4º Envio eletrônico do artigo sem identificação dos autores, com formulário de avaliação, aos consultores. 5º Em caso de reprovação, envio para um terceiro consultor. 6º Envio eletrônico ao autor para correções. 7º Reenvio aos consultores (caso solicitado). 8º Ao retornar, será pré-selecionado para uma edição. 9º Submetido à correção bibliográfica e normalização. 10º Diagramado de acordo com critérios da revista. 11º Revisão da diagramação. 12º Envio para aprovação do autor. 13º Fechamento da edição. 14º Última correção editorial. 15º Produção gráfica.