edição número 2621 - 17 de abril de 2016

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DOMINGO MACEIÓ - ALAGOAS 17 DE ABRIL DE 2016 N 0 2.621 R$ 4,00 tribunahoje.com EXEMPLAR DO ASSINANTE Bom a parcialmente nublado com possiblidades de chuvas em áreas isoladas Mínima 23º Máxima 32º TEMPO MARÉS FINANÇAS 00:51 1.7m 07:02 0.6m 13:04 1.8m 19:23 0.4m INDEPENDENTE GRANDE MÍDIA TÁTICA USADA CONTRA DILMA É A MESMA ADOTADA CONTRA GETÚLIO E JANGO PÁGINA 3 VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT EXPECTATIVA É DE QUE RESULTADO SEJA CONHECIDO ENTRE 21H E 22H PÁGINA 8 24 ANOS DEPOIS CIRCUNSTÂNCIAS SÃO DIFERENTES DAS QUE LEVARAM AO IMPEACHMENT DE COLLOR PÁGINA 7 SANDRO LIMA SANDRO LIMA Dia decisivo para a democracia! OS 513 DEPUTADOS FEDERAIS DECIDEM NESTE DOMINGO SE ACATAM O PEDIDO DE IMPEACHMENT DA PRESIDENTE DILMA, CONSEQUÊNCIA DE UM SOMATÓRIO DE AÇÕES DE FORÇAS POLÍTICAS CONSERVADORAS, DA GRANDE MÍDIA E SETORES DO JUDICIÁRIO. EM JULGAMENTO, AS “PEDALADAS FISCAIS”, EXPEDIENTE UTILIZADO POR TODOS SEUS ANTECESSORES. PARLAMENTARES PRÓ E CONTRA O PROCESSO CON- TABILIZAM VITÓRIA. SE APROVADA A MATÉRIA, DILMA SERÁ AFASTADA POR 180 DIAS E O PROCESSO SEGUIRÁ AO SENADO. PÁGINAS 2, 3, 7 e 8 PEU VOLTA ÀS ORIGENS NO MUTANGE PARA TREINAR E FORMAR JOGADORES SUB-20 Julio dos Santos Ângelo, o Peu, campeão mundial de futebol pelo Flamengo, realiza seu primeiro trabalho de base e retorna às origens no Mutange. O ex-jogador do CSA é bem fa- miliarizado com Estádio Gustavo Paiva, princi- palmente porque nasceu dentro do clube, onde agora prepara a categoria Sub-20. PÁGINA 16 “MORAR EM CASAS SEPARADAS PRESERVA A RELAÇÃO”, GARANTE ELIZABETH SAVALLA Aos 61 anos, a atriz Elizabeth Savalla, de “Êta Mundo Bom!”, garante dar sua alma e seu san- gue para contar uma história, fazer as pessoas sonharem. Sobre sua relação com o produtor cul- tural Camillo Átila, com quem se casou há cinco anos, confessa que morar em casas separadas é uma forma de preservar a relação. SUPLEMENTO CASOS DE MICROCEFALIA UNIÃO AINDA NÃO MANDOU RECURSOS PARA ATENDIMENTOS Alagoas ainda não rece- beu os recursos prometi- dos pelo governo federal para garantir atendimento de casos de microcefa- lia. Seriam entre R$ 8 milhões a R$ 10 milhões para diagnóstico e reabili- tação das crianças com o problema. PÁGINA 10 PORTABILIDADE TELEFÔNICA ALAGOAS REGISTRA QUASE 3 MIL TROCAS NO 1º TRIMESTRE Na busca por qualidade e melhor tarifa para pa- cotes de planos, foram efetivadas 3,9 mil migra- ções entre operadoras de telefonia no primeiro trimestre deste ano. Em todos os casos, o número original do telefone foi mantido. PÁGINA 9 POUPANÇA 0,6929% DÓLAR COMERCIAL R$ 3,53 R$ 3,53 DÓLAR PARALELO R$ 3,47 R$ 3,61 OURO R$ 138,50 DILMA FICA OU SAI? BRASIL ACOMPANHA COM EXPECTATIVA DECISÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS ESPECIAL

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  • DOMINGOMACEI - ALAGOAS

    17 DE ABRIL DE 2016 N0 2.621

    R$ 4,00 tribunahoje.com

    EXEMPLAR DOASSINANTE

    Bom a parcialmente nublado com possiblidades de chuvas

    em reas isoladas

    Mnima

    23Mxima

    32TEMPO MARS FINANAS00:51 1.7m07:02 0.6m

    13:04 1.8m19:23 0.4m

    INDEPENDENTE

    GRANDE MDIA

    TTICA USADA CONTRA DILMA A MESMA ADOTADA CONTRA GETLIO E JANGO

    PGINA 3

    VOTAO DO IMPEACHMENT

    EXPECTATIVA DE QUE RESULTADO SEJA CONHECIDO ENTRE 21H E 22H

    PGINA 8

    24 ANOS DEPOIS

    CIRCUNSTNCIAS SO DIFERENTES DAS QUE LEVARAM AO IMPEACHMENT DE COLLOR

    PGINA 7

    SANDRO LIMASANDRO LIMA

    Dia decisivo para a democracia!

    OS 513 DEPUTADOS FEDERAIS DECIDEM NESTE DOMINGO SE ACATAM O PEDIDO DE IMPEACHMENT DA PRESIDENTE DILMA, CONSEQUNCIA DE UM SOMATRIO DE AES DE FORAS POLTICAS CONSERVADORAS, DA GRANDE MDIA E SETORES DO JUDICIRIO. EM JULGAMENTO,

    AS PEDALADAS FISCAIS, EXPEDIENTE UTILIZADO POR TODOS SEUS ANTECESSORES. PARLAMENTARES PR E CONTRA O PROCESSO CON-TABILIZAM VITRIA. SE APROVADA A MATRIA, DILMA SER AFASTADA POR 180 DIAS E O PROCESSO SEGUIR AO SENADO. PGINAS 2, 3, 7 e 8

    PEU VOLTA S ORIGENS NO MUTANGE PARA TREINAR E FORMAR JOGADORES SUB-20Julio dos Santos ngelo, o Peu, campeo

    mundial de futebol pelo Flamengo, realiza seu primeiro trabalho de base e retorna s origens

    no Mutange. O ex-jogador do CSA bem fa-miliarizado com Estdio Gustavo Paiva, princi-

    palmente porque nasceu dentro do clube, onde agora prepara a categoria Sub-20. PGINA 16

    MORAR EM CASAS SEPARADAS PRESERVA A RELAO, GARANTE ELIZABETH SAVALLAAos 61 anos, a atriz Elizabeth Savalla, de ta Mundo Bom!, garante dar sua alma e seu san-gue para contar uma histria, fazer as pessoas sonharem. Sobre sua relao com o produtor cul-tural Camillo tila, com quem se casou h cinco anos, confessa que morar em casas separadas uma forma de preservar a relao. SUPLEMENTO

    CASOS DE MICROCEFALIA

    UNIO AINDA NO MANDOU RECURSOS PARA ATENDIMENTOSAlagoas ainda no rece-beu os recursos prometi-dos pelo governo federal para garantir atendimento de casos de microcefa-lia. Seriam entre R$ 8 milhes a R$ 10 milhes para diagnstico e reabili-tao das crianas com o problema. PGINA 10

    PORTABILIDADE TELEFNICA

    ALAGOAS REGISTRA QUASE 3 MIL TROCAS

    NO 1 TRIMESTRENa busca por qualidade e melhor tarifa para pa-cotes de planos, foram

    efetivadas 3,9 mil migra-es entre operadoras

    de telefonia no primeiro trimestre deste ano. Em

    todos os casos, o nmero original do telefone foi

    mantido. PGINA 9

    POUPANA 0,6929%

    DLAR COMERCIALR$ 3,53 R$ 3,53

    DLAR PARALELOR$ 3,47 R$ 3,61

    OUROR$ 138,50

    DILMA FICA OU SAI? BRASIL ACOMPANHA COM EXPECTATIVA DECISO DA CMARA DOS DEPUTADOS

    ESPECIAL

  • PolticaSupremo define que votao deveser pautada nas pedaladas fiscaisEm julgamento na ltima quinta-feira (14), o STF determinou que o plenrio da Cmara Federal vote somente o que se refere s pedalas fiscais e decretos oramentrios suplementares. Esse tema entrou em pauta por que o deputado Jovair Arantes (PTB) incluiu a delao de Delcdio do Amaral. Por oito votos a dois, os ministros decidiram que apenas o contedo inicial da denncia ser analisado. Inclusive o STF j determina que essa seja a postura do Senado, caso a votao de hoje seja favorvel ao impedimento.

    PEDALADAS

    AGU apresentou contradies da Comisso

    MACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016POLTICA2

    Dilma tem dia decisivo na CmaraProcesso de impeachment contra a presidente iniciou logo aps a sua vitria para reeleio ao bater Acio Neves

    FOTOS PBLICAS

    DIVULGAO

    Presidente Dilma aguarda resultado da votao na Cmara para saber se permanece no cargo

    Jos Eduardo Cardozo foi ao Congresso Nacional e apresentou a defesa da presidente Dilma

    CARLOS AMARALREPRTER

    Neste domingo, dia 17 de abril, 513 depu-tados federais deci-dem se a Cmara vai acatar ou no a admissibilidade do pedido de impedimento da presidenta Dilma (PT) devido s chamadas pedala-das fiscais em pagamentos do Plano Safra, onde alega-se que um banco pblico, no caso o Banco do Brasil (BB) emprestou dinheiro ao Tesouro Nacional, o que in-fringe a Lei de Responsabili-dade Fiscal (LRF), e a edio de decretos suplementares ao Oramento Geral da Unio.

    Governo e oposio ga-rantem que possuem votos suficientes para vencer a disputa de hoje. No entan-to, o processo embora acei-to no final do ano passado pelo presidente da Cmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), passou a entrar em cena trs dias aps a vitria eleitoral de Dilma Rousseff ante o sena-dor Acio Neves (PSDB), em outubro de 2014, quando a oposio pediu a recontagem dos votos e alegou suspeitas de fraudes nas urnas eletr-nicas utilizadas no pleito. A concluso foi de que no ocorreu nenhuma fraude no equipamento.

    Em dois de janeiro de 2015, a oposio protocolou um pedido de cassao de mandato no Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE) com ar-gumentos genricos de que houve irregularidades na arrecadao de campanha de Dilma e Michel Temer (PMDB), mesmo depois de as contas terem sido apro-vadas por unanimidade pelo prprio TSE.

    Em fevereiro, o tema co-mea a ganhar mais fora na mdia. Membros da oposio comeam a defender, tanto

    Para a Advocacia Geral da Unio (AGU), as pedalas fiscais para pagamento do Plano Safra so argumentos falhos por que h uma con-fuso entre financiamento ao produtor rural com ope-rao de crdito ilegal do Banco do Brasil (BB), opera-do financeiro do programa, Unio.

    A AGU garante que no houve atrasos nos pagamen-tos ao BB e que os repasses de subsdios agrcolas so temporrios e regulados por leis, portarias e decretos elaborados pelo Ministrio da Fazenda e no pela Pre-sidncia da Repblica.

    Na ltima sexta-feira (15), dia em que se iniciou a discusso do impeachment no plenrio da Cmara dos Deputados, Jos Eduardo Cardozo, advogado-geral da Unio, afirmou que s em casos de atentado a Consti-tuio que o presidente pode ser afastado. E isso no ocorre com a presidente Dil-ma Rousseff. Ele tambm ressaltou que a prtica foi cometida em governos ante-riores e por diversos gover-

    no Congresso Nacional quan-to na imprensa, o impeach-ment, mas ainda de forma genrica e de forma isolada entre membros do PSDB e PPS.

    Em maro, o STF liberou a lista de parlamentares in-vestigados na Operao Lava Jato da Polcia Federal (PF). Nela constava o nome do presidente da Cmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB). Para se defender, ele comea a acusar o Go-

    nadores de estado.HONESTIDADEA defesa da presiden-

    te Dilma feita pela AGU tambm no convenceu a parlamentares da oposio. Em Alagoas, a tese de Jos

    verno Federal de atuar para incrimin-lo.

    PAUTAS-BOMBANo ms de julho, deputa-

    dos e senadores comeam a pressionar o governo com vo-taes de projetos de lei com visam impactar as contas p-blicas e dificultar a recupera-o econmica. Chamadas de pautas-bomba, iam desde reajuste para servidores do Judicirio e policiais milita-res a correo do Fundo de Garantia por Tempo de Ser-

    Eduardo Cardozo foi at cri-ticada pelo deputado JHC (PSB-AL) em suas redes so-ciais.

    O tambm deputado C-cero Almeida (PMDB) de-clarou que ir votar pelo

    PF monitora manifestantes importados

    A Polcia Federal, Abin e a Agncia Nacional de Transportes Terres-tres entraram numa sigilosa fora-tarefa nas fronteiras Sul e Oeste do Brasil para monitorar o repentino aumento de trfego de nibus fretados do Paraguai e Bolvia rumo ao Centro-Oeste. O MP Federal de Gois baixou recomendao para a PF barrar qualquer manifestao poltica de estrangeiros. A orientao correu para todas as superinten-dncias nos Estados de fronteira. A lei probe este ato por cidados de outros pases.Tropa silenciosa?O clima j era quente na quinta: quatro nibus, vindos de Santa Cruz (Bolvia) foram parados pela polcia na fronteira, lotado de homens. O destino foi Goinia.

    BBB 2016A Polcia Civil do DF j investiga imagens de cmeras com suspeitos de serem os pichadores da portaria da seccional da OAB. Picharam OAB Golpista duas vezes.

    Ningum leuDurou 24 horas o site lanado pelo Planalto em defesa da democracia com notcias polticas editas contra o impeachment. Entrou quinta e acabou sexta, por ordem da AGU

    Homem do milho Antes de ser preso na Lava Jato, o ex-senador Gim Argello adotava for-ma inusitada de comemorao. A cada vez que atingia a marca de mais R$ 1 milho no patrimnio, promovia festas regadas a vinhos importa-dos e usque em casa, para amigos. Da o apelido de Alcolico Indcil adotado por empreiteiros doadores.

    Cad voc?O maior mistrio de Braslia alm do resultado do impeachment: algum a tem a foto do tamanho do sorriso do ex-governador Joaquim Roriz com a priso de Gim Argello? Gim assumiu aps a renncia de Roriz na Casa. O veterano queria a renncia da chapa.

    Oi!?Algo estranho anda acontecendo. Ou Dilma tem certeza de que no cai, ou est desconectada com o que acontece do outro lado da Praa. No caf da manh com deputados na sexta, ela sorriu at para o garom. Pela primeira vez.

    Sumio Estranha a congressistas que, com tantos mdiuns e adivinhos no Pas, nenhum deles prev se Dilma cai ou fica. Fcil acertar que dois mais dois quatro, diz deputado.

    Saudade do MJJos Eduardo Cardozo achou que teria vida mansa ao trocar o Minist-rio da Justia pela AGU. Livrou-se da Lava Jato, mas entrou no furaco do impeachment. Entre Lava Jato e Impeachment? Era melhor a primeira, diz, sob tenso sorriso.

    Cosme e Damio Os senadores Paulo Paim e Paulo Rocha, ambos do PT, passaram a se-mana mais na Cmara que no Senado. Gentis e sorridentes, abordavam um a um os parlamentares que passavam. E dedicavam especial tempo e ateno aos deputados ainda indecisos.

    Quem te viu..O ex-presidente da OAB Marcello Lavenre, autor do pedido que resultou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, dedicou os ltimos dias pregao antiimpeachment em gabinetes de governistas da Cmara.

    Pagando o preoLavenre foi hostilizado ao passar por um corredor polons organizado pelo Movimento Brasil Livre: Seu tempo passou, golpista, gritou uma militante com a foto do juiz Srgio Moro estampada na camisa.

    Discurso do medoPatrus Ananias deixou o ministrio do Desenvolvimento Agrrio para vo-tar pr-Dilma no plenrio. Segue discurso do marqueteiro Joo Santana, preso na Lava Jato: Quem defende o impeachment quer o retrocesso; quer acabar com os programas sociais .

    R.S.V.PO deputado Paulo Maluf (PP-SP), ainda procurado pela Interpol e com priso garantida se pisar no mais prximo aeroporto fora do Brasil, tem recebido convites variados para eventos no exterior. Gentilmente responde que no pode se ausentar de Braslia.

    Ponto FinalNum sistema parlamentar, a nao no precisaria parar para substituir um chefe de GovernoDo ex-deputado e Constituinte Ulisses Guimares, em 1992.

    vio (FGTS). No ms seguinte, aps a

    PGR no encontrar nenhum crime contra Dilma Rousseff, o tema das pedaladas fiscais volta ao centro do discurso oposicionista. Mas para dar mais nfase e tornar sua en-trada na pauta da Cmara possvel, julga-se, em tempo recorde, contas de presiden-tes que estavam paradas na Casa desde 1992. Todas fo-ram aprovadas em uma ni-ca sesso.

    impedimento devido crise no pas e no porque Dilma desonesta. Nessas ques-tes, a responsabilidade sempre recai no gestor. Seja na presidncia ou numa pre-feitura, diz Almeida.

    TRIBUNAINDEPENDENTE

    ESPLANADALEANDRO MAZZINI - [email protected]

    Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordestewww.colunaesplanada.com.brcontato@colunaesplanada.com.brTwitter @leandromazzini

  • Legalistas em viglia cvica contra o golpeCenrio poltico atual traz comparaes com o perodo militar iniciado em 1964JOO MARCOS CARVALHOJORNALISTA E HISTORIADOR

    Domingo, 17 de abril de 2016. Hoje, o Brasil tem um en-contro marcado com suas contradies. A Cmara dos Deputados vai decidir se a presidente da Repbli-ca, Dilma Rousseff, ser afastada por 180 dias para que possa ser julgada pelo Senado Federal por suposto crime de responsabilidade. Seja qual for o resultado da votao, a maior parte dos brasileiros est mobili-zada para o embate poltico-ideolgico que se seguir.

    At este instante, os mais renomados juristas do Pas so taxativos em afirmar que Dilma no cometeu cri-me que justifique o impeach-ment. Todavia, parte signifi-cativa do Judicirio, somado aos poderosos grupos de m-dia, parlamentares corrup-tos e FIESP (Federao das Indstrias do Estado de So Paulo) e suas irms de outros estados, se juntaram no maior consrcio golpista desde 1964, quando, com o auxlio dos quartis e do go-verno dos EUA, rasgaram a Constituio e esmagaram a Democracia.

    Trs dcadas depois do fim da ditadura fascista, que por 21 longos anos oprimiu a nao com censura, arroxo salarial, aposentadorias for-adas, exlio, interveno em sindicatos, prises ilegais, sequestros, torturas, assas-sinatos e desaparecimento de corpos de opositores, o fantasma do arbtrio volta a rondar. Inconformada com a quarta derrota seguida nas urnas, a oposio decidiu to-mar o poder no tapeto. Mo-bilizou e recrutou agentes nos mais importantes segui-mentos dos trs poder e da sociedade civil, se lanando conspirao descarada.

    Sem poder contar com as Foras Armadas, que, des-ta vez, decidiram cumprir seu papel constitucional de proteger a Democracia, cuidando em no manchar suas fardas com a ndoa do intervencionismo rasteiro, o Consrcio Golpista distri-buiu papis aos seus pro-tagonistas. Ao Judicirio coube o trabalho mais sujo, como o de prender sem pro-vas, violar os direitos funda-mentais, atirar por terra o

    O pas despenca

    Do jornalista Carlos Chagas: ... A batalha pelo afastamento de Madame essencialmente poltica. Chegou reta final, ou seja, tornou-se inevitvel, quando o vice-presidente Michel Temer escreveu estranha carta de rompimento com a presidente. Entraram em campo as alegaes polticas, as disputas por espaos de poder, acima e alm de supostas discusses doutrinrias, que foram para o banco.... O impeachment segue seu curso, apesar das dificuldades de Dilma reu-nir o nmero necessrio de deputados para mant-la no palcio do Pla-nalto. Poder perder na guerra dos nmeros, no conseguindo reunir os 172 votos em condies de afastar seu impedimento temporrio de 180 dias. Haver um segundo tempo, claro, no Senado. Conquistando 40 senadores, estar garantida, mesmo recisando enfrentar um interregno fora da sede do Executivo. Um vexame, mesmo alcanando a vitria no gesto final, coisa que poder deixar as instituies em frangalhos. Em suma, os batalhes pr-impeachment parecem muito mais numerosos, na Cmara. Se bastaro para afast-la pelos 180 dias, outra histria. Enquanto isso, o pas despenca em meio ao caos administrativo, econ-mico e poltico.

    Golpe desgastante um processo de impeachment. Mas, gostem ou no os seus adversrios, um instrumento legal, previsto na Constituio do Brasil. No d, portanto, para falar de golpe, desde quando h previso legal. No caso atual, cabe o registro de uma das vrias mensagens das redes sociais: Golpe roubar o Brasil.

    DestaqueAlagoas volta mais uma vez berlinda poltica, agora pelo processo de impeachment da presidente Dilma. que a bancada alagoana na Cmara ser a ltima a votar, cabendo ao deputado Ronaldo Lessa o derradeiro voto. Se o impeachment passar, o processo no Senado ser conduzido pelo alagoano Renan Calheiros.

    PrecedenteInteressante que no nico caso registrado no Brasil de impeachment de um presidente da Repblica era Fernando Collor, de razes familiares e polticas em Alagoas, o alvo do processo. Um dos signatrios daquele pedido foi o alagoano Marcelo Lavenre, ento presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.

    AparnciaO impeachment divide famlias, aparentemente. No Rio de Janeiro, o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani, defende a sada de Dilma, e o filho, deputado federal Leonardo Picciano, contra; em Alagoas, o senador Benedito de Lira contra o impeachment e o filho, deputado federal Arthur Lira, vota a favor.

    SadeO deputado estadual Luiz Dantas, presidente da Assembleia Legislativa, teve de voltar a So Paulo para nova cirurgia, por conta de problemas na vescula. Somente decises inadiveis tm sido tomadas pela mesa diretora da ALE, at porque o vice, deputado Ronaldo Medeiros, tambm est em acompanhamento mdico.

    AgendaAcontece amanh o lanamento do Prmio Octvio Brando de Jornalis-mo Ambiental, 13 edio, em caf da manh no Restaurante Pereira, no Parque Shopping Macei. uma iniciativa conjunta da ABES/AL, Sindi-cato dos Jornalistas e Braskem. Ser no dia 18 de junho a premiao, s 21 horas, no Espao Pierre Chalita.

    ManipulaoDos deputados federais Pauderney Avelino (DEM-AM) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), em representao Justia contra uso poltico de A voz do Brasil: O programa deixou de lado sua finalidade institucional para dedicar-se defesa da presidente Dilma na questo do impeachment. Rdio pblica estar priorizando a defesa de presidente fere os princpios constitucionais da impessoalidade e da moralidade.

    respeito ao devido processo legal, presuno de ino-cncia, ampla defesa e ao contraditrio.

    grande imprensa, co-mandada pelas famlias Marinho (Globo), Mesquita (Estado-SP), Frias (Folha--SP), Saad (Band), Civita (Veja), Machado de Carva-lho (Jovem Pan) e Siroski (RBS), foi destinada a tarefa de divulgar e potencializar o trabalho imundo dos alia-dos de toga, louvando arbi-trariedades como atos que se justificam na medida em que servem a uma causa maior: o desmantelamento de um governo eleito nas ur-nas por mais de 54 milhes de brasileiros.

    IMPRENSA COLABORATIVANesse quesito, a grande

    imprensa se superou. Jor-nais, emissoras de rdio e televiso investiram fortu-nas em colunistas hidrfo-bos que, durante 24 horas, vomitam calnias, difama-

    es e injrias contra Dilma, Lula e outros membros do governo, sem que lhes sejam dados o direito de resposta previsto em Lei. Mesma tti-ca usada contra Getlio Var-gas em 1954 e Joo Goulart (o Jango) em 1964, quan-do ouvir e mostrar o outro lado foi apagado da tica jornalstica. O que se v hoje na mdia (escancaradamente golpista) so reprteres e co-mentaristas cumprindo ce-gamente a cartilha de Jose-ph Goebbels, o marqueteiro de Hitler, que ensinou: uma mentira repetida milhares de vezes se torna verdade; alm da omisso vergonho-sa na falta de cobertura dos atos contra o impeachment, que tm reunido milhares de manifestantes Brasil afo-ra, bem ao contrrio do que ocorre com as manifestaes pr-impeachment, quando um circo miditico monta-do para divulg-las.

    Ainda nessa esteira, so-brou para a grande impren-sa a misso de enaltecer e elevar ao grau de santidade figuras medocres como, por exemplo, Srgio Moro, que, ao lado de Gilmar Mendes, seu padrinho de arbitra-riedades, vo entrar para a histria como carrascos do bom direito, por terem subs-titudo a aplicao da Jus-tia enquanto mecanismo civilizatrio das sociedades democrticas pela opinio da elite dominante e, princi-palmente, ao da classe m-dia, que odeia pobres e inve-ja ricos. Essa dupla, famosa pelos vazamentos seletivos e decises polmicas, onde sempre esto presentes dois pesos e duas medidas, se tornam instrumentos essen-ciais para o triunfo do proje-to golpista.

    CONSRCIO GOLPISTAJ a FIESP ficou com o

    que sabe fazer de melhor: comprar e subornar. Em 1964, mais precisamente na manh de 31 de maro, Ra-phael de Souza Noschese, presidente da entidade, pre-senteou o general Amaury Kruel com 1,3 milho de d-lares. A dinheirama veio da embaixada dos EUA, envol-vida no golpe. Kruel, coman-dante do II Exrcito em So Paulo, se dizia legalista e po-deria, com suas tropas, deter o avano das foras golpistas

    do general do general Mou-ro Filho, que desciam de Minas Gerais rumo ao Rio de Janeiro para depor o pre-sidente Jango.

    Meia hora depois de re-ceber o suborno, Kruel avi-sou ao chefe da nao que mudara de lado e que agora era um revolucionrio. A histria de como a lealda-de do general foi comprada contada, em pormenores, por testemunha idnea: Eri-m Pinheiro Moreira, coro-nel da reserva do Exrcito e major poca do golpe, em vdeo-depoimento dispon-vel no You Tube.

    Passados 52 anos do epi-sdio, a FIESP se dedica, nesta nova fase, a patroci-nar entidades neofascistas, como o Instituto Milenium, Revoltados On Line, Movi-mento Brasil Livre, Endirei-ta Brasil, Ordem Dourada e Vem pra Rua, entre outros, que assumiram, nos dias atuais, os papeis que em 64 foram exercidos pelo IPES e pelo IBAD (sustentados pela CIA) para disseminar not-cias falsas contra os mem-bros do governo federal, pro-vocando insegurana, pavor e revolta na classe mdia.

    O certo que hoje noite o Brasil saber se as aes do Consrcio Golpista de-ram certo. A FIESP conta com a lealdade de seus pa-tinhos amestrados no parla-mento, na grande mdia e no judicirio. J aos legalistas restam as mobilizaes e as lutas. Em viglia cvica, tudo indica que os democratas vo viver um dia de angus-tia a espera dos votos que iro decidir o futuro do Pas. Vivemos tempos perigosos, onde direitos trabalhistas e socais esto ameaados, num retrocesso sem prece-dentes. E isso sem falar da criminalizao dos movi-mentos sociais, perseguidos pela polcia, guarda preto-riana das elites.

    Nesse compasso de espe-ra, aguarda-se pelo desfecho do que vai se passar na C-mara Federal nas prximas horas e suas consequncias imprevisveis, j que 93% dos julgadores de Dilma res-pondem por crimes dos mais diversos. O mais trgico nes-sa quadra confusa de nossa histria que defender a Constituio se tornou, para boa parte da sociedade, um ato subversivo.

    MACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 POLTICA 3 TRIBUNAINDEPENDENTEDIVULGAO

    Populao tambm foi rua pedir respeito pelos 54 milhes de votos conferidos a atual presidente

    * O programa Aplauso de hoje aborda a trajetria do Quinteto Violado, grupmo musical pernambucano criado em 1971 visando difundir a cultura regional. Incios 10 horas, na Educativa FM, com produo e pesquisa de Givaldo Kleber.

    * A secretaria estadual da Mulher e dos Direitos Humanos promove amanh, das 8 s 18 horas, no Hotel Macei Mar, o evento Direitos da Pessoa com Deficincia: na perspectiva da Lei Brasileira de Incluso Estatuto da Pessoa com Deficincia. Grtis.

    * O auditrio da Biblioteca Central da Ufal, no Campus A.C. Simes, sedia, de amanh a 4 feira, 20, a 9 Semana da Meteorologia e o 5 Seminrio Atmosfera e Sociedade. Haver aes relacionadas ao curso de Meteorologia e reas correlatas.

    * A sexta edio do Dia do Livro Esprita ser hoje, das 8 s 16 horas, na orla de Ponta Verde, imediaes da Ao Livre. Alm de artistas esp-ritas locais, o evento ter, s 15 horas, apresentao do cantor Carlinhos Conceio, do Rio de Janeiro.

    * At amanh Macei recebe o projeto Palco Giratrio, que integra a Rede Sesc de Artes Cnicas, com programao de espetculos culturais, inclusive para o pblico infantil. No Sesc Centro. Informaes: 3326.3133/ www.sescalagoas.com.br.

    * A Ufal, em parceria com a Empresa Jnior Vetor Consultorias e Proje-tos, promove amanh o seminrio Workflow, no Campus do Serto, em Delmiro Gouveia. Haver palestras de Arlan Fraga, Victor de Carvalho, Marcus Braga e Luana Tssia.

    * A equipe Sandro Melo Jiu-Jitsu Team, de Macei, ainda comemora os bons resultados no Nordeste Open de Jiu-Jitsu, acontecido em Natal e considerado o maior evento da regio. Com 21 atletas, conquistou seis medalhas de ouro, trs de prata e dez de bronze.

    No entraremos nessa de unio nacional. No vamos colaborar.LUIZ INCIO LULA DA SILVAEx-presidente da Repblica, demonstrando todo o seu radicalismo, ao admitir que o impeachment de Dilma Rousseff ser aprovado

    FLAVIO GOMES DE BARROS - [email protected]

    Conjuntura

    grande imprensa, comandada pelas famlias Marinho (Globo), Mesquita (Estado-SP), Frias (Folha-SP), Saad (Band), Civita (Veja), Machado de Car-valho (Jovem Pan) e Siroski (RBS), foi destinada a tarefa de divulgar e poten-cializar o trabalho imundo dos aliados de toga, louvando arbitrariedades como atos que se justificam na medida em que servem a uma causa maior: o desman-telamento de um governo eleito nas urnas por mais de 54 milhes de brasilei-ros.

  • Pr-candidaturas esto postas na capital alagoanaPartidos comeam a se movimentar para conseguir apoios aos nomes que esto aptos disputa eleitoral

    ANLISEMinorias esto sem representatividadeOutro nome ventilado pelos movimentos sociais o do professor Magno Francisco. Ainda estamos formando um programa que representar os interesses do trabalhador, do povo pobre, do negro da periferia, das minorias enfim. Para Magno, o grande problema que os cargos pblicos esto passando de pai para filho, sem ter um representante que tenha vivenciado a rotina das periferias. Magno tem atuado para fundar a Unidade Popular pelo Socialismo (UP).

    EXECUTIVOPSOL inicia debate sobre candidaturasAinda que timidamente, um outro professor apontado como opo para ocupar a prefeitura de Macei a partir de 2017: Alexandre Fleming (PSOL). Conduzido ao cargo de presidente do partido na capital recentemente, diz que no um desejo pessoal ser candidato, mas que no abre mo de parti-cipar das reunies que discu-tiro o ambiente poltico atual. S ento decidiremos, juntos e com o aval do diretrio nacional, quem poder nos representar na disputa, explicou.

    Leilo de linhas de energia

    A Agncia Nacional de Energia Eltrica (Aneel) promoveu esta semana, um leilo de 3.402 quilmetros de linhas de transmisso e subestaes, que vo acrescentar 7.265 mega-volt-ampere (MVA) em capacidade ao sistema eltrico do pas. O leilo obteve cerca de R$ 7 bilhes em investimentos. Foram negociados 14 lotes, com em-preendimentos nos estados de Alagoas, Bahia, Cear, Esprito Santo, Maranho, Mato Grosso, Minas Gerais, Par, Pernambuco, Piau, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, So Paulo e Tocantins. Alguns lotes foram bastante disputados pelas empresas interessadas, e decididas pelo valor do desgio apresentado. Foi o caso do Lote E disputado pelo Consrcio Nordeste e pela WPR Participaes, sendo arrematado por esta que ofertou um desgio de 14,05%. Este lote deve reforar a interligao das linhas de transmisso entre o Nordeste e o Sudeste. Outra disputa bastante acirrada foi pelo lote I, entre a Alupar Investimentos e o Consrcio Nordeste, vencido pela Alupar com um desgio na ordem de 11,01%. O objetivo deste lote fortalecer as redes da parte leste da regio Nordeste. O maior desgio foi de 15,07%, verificado no Lote M, arrematado pela WPR Partici-paes, sendo que o valor ofertado (R$ 59,5 milhes) acabou sendo menor que o Teto da Receita Anual Permitida, estabelecido pela Aneel pelo lote, que era de R$ 70,1 milhes.

    Polo de Doenas RarasA Reitoria da Universidade Federal de Alagoas tem discutido a possibilidade da criao de um Polo Biotecnolgico de Doenas Raras, voltado para o desenvolvimento de pesquisas, tecno-logia e tratamentos de vrias doenas como a Esclerose Lateral Amiotrfica. O assunto vem sendo discutido pela Reitora Valria Correia e com dirigentes da Associao Dr. Hemerson Casado Gama. Segundo a Reitora, o objetivo de criao do Polo representa o entendimento

    da importncia do estudo dessas doenas. Valria Correia tambm re-conheceu o esforo do mdico cardiologista que d nome Associao e contribui na luta por novos tratamentos e tecnologias que garantam melhor qualidade de vida a pacientes, que como ele, foram diagnostica-dos com a doena.

    Ditadura legitimadaA coisa no t s braba por aqui. No Peru, o legado Fujimori cada vez ganha mais fora, com a vitria, em primeiro turno da candidata Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, que cumpre pena de 25 anos de cadeia por corrupo e agresso aos direitos humanos. Nesta semana o escritor peruano Mrio Vargas Llosa, a maior celebridade viva do pas, disse que uma vitria da candidata Fujimori dar legitimidade ditadura. Ela vai disputar o segundo turno eleitoral com o ex-ministro Pedro Pablo Kuczynski, no dia 5 de Junho, sendo que o escritor esta na torcida por Pedro Pablo, porque a eleio de Fujimori seria um erro de consequncias politicas, econmicas e sociais, disse Vargas Llosa.

    Facebook da maconhaUma startup criada em 2013 em Denver, Colorado, com o nome de MassRoots, destinada a usurios da cannabis sativa, anunciou que pretende entrar na Bolsa de Valores de Nova York. Esta a primeira vez que um grupo dedicado ao uso teraputico e recreativo da maconha estar operando em Wall Street. Ela apresentou sua candidatura ao orgo encarregado de coordenar as aes da Bolsa. Conhecida como Facebook da Maconha a plataforma garante ter 775 mil inscritos que compartilham suas pginas e as experincias sobre maconha. A rede social garante ter ainda 380 mil seguidores no Instagram.

    Facebook da maconha 2A MassRoots garante dispor de US$ 6,5 milhes que seriam destinados a suas operaes na Bolsa e na criao de novas funcionalidades para o aplicativo mvel. Ela se apresenta como uma empresa tecnolgica e considera sua plataforma como especializada na Nasdaq. A Mass-Roots esta disponvel em 23 estados e na capital Washington DC, que autorizam o uso medicinal da maconha. Os seus usurios utilizam a rede social para compartilhar experincias sobre a cannabis, seguir os distribuidores favoritos e manterem-se informados sobre a legislao. J as empresas utilizam a MassRoots para, com suas publicidades, vender seus produtos diretamente aos consumidores de maconha na amrica.

    Correspondente de GuerraDe autoria do jornalista Diogo Schelp e do fotgrafo Andr Liohn, o livro Correspondente de Guerra foi lanado na ltima segunda feira em So Paulo. A obra dividida em trs partes e trata dos riscos da cobertura de um conflito e o impacto de novas tecnologias que ampliam a difuso de imagens violentas. Segundo os autores o risco para os jornalistas aumentou a partir do sculo XX, intensificado a partir dos atentados de 11 de Setembro de 2011 nos Estados Unidos. Este aumento justificado pelo fato dos jornalistas passarem a ser visados por grupos radicais e pela competio com as redes sociais.

    Correspondente de Guerra 2Na segunda parte do livro, so relatadas as experincias do fotgra-fo Andr Liohn, que colabora com publicaes internacionais e foi premiado pelo seu trabalho na guerra da Lbia (2011). A ltima parte do livro composta por uma seleo de imagens produzidas por Liohn em situao de guerra e desastres humanitrios. A obra ainda apresenta vrios depoimentos de jornalistas brasileiros que estiveram em situao de conflito em diversas guerras, como Srgio Dvila, correspondente da Folha de So Paulo nos EUA que cobriu o 11 de Setembro e a Guerra do Iraque.

    O Senado da Repblica aprovou na ltima quinta feira, por unanimi-dade, um projeto de lei, que prioriza o julgamento de crimes considera-dos hediondos em relao a outros processos comuns. Aps a sano presidencial a lei vai alterar o atual texto do Cdigo de Processo Penal e valer para todas as instncias.

    A Constituio Federal estabelece que so crimes hediondos: ho-micdio, leso corporal seguida de morte, latrocnio (roubo seguido de morte), estupro e extorso qualificada pela morte.

    O projeto de lei j foi aprovado pela Cmara dos Deputados e agora vai sano presidencial.

    O citado projeto de autoria do deputado Keiko Ota (PSB-SP) que teve um filho de 8 anos assassinado por sequestradores, aps o paga-mento do resgate em 1997.

    O relator do projeto no Senado foi o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) que concedeu parecer favorvel a matria e foi seguido por seus pares.

    BARTOLOMEU DRESCH [email protected]

    MACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016POLTICA4 TRIBUNAINDEPENDENTE

    SANDRO LIMA

    Rui Palmeira, Paulo e Ccero Almeida so os nomes praticamente certos na disputa em Macei

    DISPOSIO

    Paulo e Almeida investem em candidaturas

    CONJUNTURA

    Rui quer manter trabalho e JHC confia em votos

    DAYANE LAETREPRTER

    Ainda com cenrio nebuloso e quase to-dos os personagens incertos, a prxima eleio para a Prefeitura de Macei promete ser acirrada no s pela dinmica com que ser feita, j que o tempo de propaganda eleitoral foi re-duzido de 90 para 45 dias, mas tambm pelo nmero de candidatos que preten-dem disputar o pleito e a falta das doaes feitas por empresas privadas, agora proibidas de contriburem com campanha poltica.

    Com a mquina adminis-trativa a favor dos 22 prefei-tos de capitais no Brasil que pretendem concorrer ree-leio os quatro restantes no podero se reeleger, mas

    provavelmente apoiaro pos-sveis sucessores , muitos deles j comeam a se pre-parar para o prximo pleito, pois o eleitorado, de maneira geral, anda descrente e insa-tisfeito devido a grave crise poltica pela qual o pas vem passando nos ltimos dois anos.

    A disputa tambm prome-te ser concorrida pela grande quantidade de partidos en-volvidos no pleito de 2016. Sero 35, segundo a Justia Eleitoral. Nos ltimos anos foram criados vrios peque-nos partidos, dos quais al-guns ainda no disputaram eleies e sequer so conhe-cidos pela sociedade comen-tou a doutora em cincia po-ltica, Luciana Santana.

    Mesmo sendo pouco pro-vvel que um dos partidos nanicos vena a disputa

    pelo Executivo em Macei em outubro, importan-te que eles participem das eleies, por uma questo de visibilidade. Para Lucia-na Santana, cada um deles representa uma parcela da populao.

    Representar minorias e participar do processo polti-co a inteno do jornalista Paulo Memria (PTC), que afirma j ser candidato a prefeito da capital. Criamos um projeto, o G8, que repre-senta oito diretrizes estrutu-rantes que queremos aplicar no s na nossa gesto, como tambm influenciar outras prefeituras alagoanas, vi-sando o dilogo com os mo-vimentos sociais, defendeu Memria. Ainda segundo ele, outros partidos como o PRTB e o PSDC j lhe declararam apoio.

    O PT, por sua vez, tam-bm j anunciou que ter candidatura prpria em Ma-cei sob qualquer hiptese e que est descartada a possi-bilidade de composio para ser vice em alguma chapa. Sou candidato a prefeito!, disse Paulo.

    Mesmo diante da atual crise poltica pela qual o pas atravessa, liderado por uma petista, o assumi-do candidato comenta que preciso manter a militncia mobilizada para promover

    um debate poltico, pois, se-gundo Paulo, um dos obje-tivos da elite a cassao do registro partidrio do PT. O processo de impeachment de Dilma arranha a imagem do partido, principalmente por causa do uso que a grande mdia faz de todo esse pro-cesso, defendeu.

    Na opinio do petista, a grande falha da atual ad-ministrao de Macei est com os mais carentes. A cidade est abandonada em seu aspecto social: edu-

    cao tem o pior Ideb, com baixa cobertura de creche e ensino fundamental, ale-gou Paulo. O comparati-vo com Arapiraca ou outras capitais, mostra bem o que digo, acrescentou.

    NA DISPUTAOutro personagem que

    promete movimentar o ce-nrio poltico na capital o atual deputado federal Cce-ro Almeida (PMDB). Prefei-to de Macei entre os anos de 2004 e 2012, ele garante conhecer bem os problemas

    da cidade. Me sinto grato pelo reconhecimento que re-cebo da populao at hoje. Isso me traz um sentimento de responsabilidade muito grande e por ela [a popu-lao] que eu senti vontade de voltar a cuidar da cidade.

    Recm-chegado ao PMDB, Almeida comenta que receber apoio do atual governo e do senador Renan Calheiros a prova de que ele tem uma histria de vit-rias que ainda est viva na memria do povo alagoano.

    Rui Palmeira (PSDB), atual prefeito de Macei e candidato natural reelei-o, o alvo preferido dos demais candidatos ao pleito deste ano. O tucano, no en-tanto, prefere no comen-tar a disputa nas urnas, pelo menos por enquanto. Estamos ainda longe das eleies, e esta definio s ocorrer mais tarde, argu-mentou. Mas natural que eu seja pr-candidato, embo-ra no estejamos discutindo eleio, nem interna, nem externamente. Estamos in-tegralmente empenhados na gesto da cidade, garantiu o prefeito.

    Em relao s crticas recebidas da oposio, Rui comenta que, mesmo com a grave crise financeira, a prefeitura vem conseguindo trazer vrios benefcios para a populao. natural que queiramos dar continuidade a este projeto, que no um projeto pessoal, e sim um projeto de gesto respons-vel, coletiva e marcada pela probidade, em defesa de Macei e de sua gente, con-cluiu Rui Palmeira.

    EX-ALIADOJ o deputado federal e

    ex-aliado JHC (PSB) ) con-fia no expressivo nmero de votos que recebeu na lti-ma eleio para concorrer vaga. A deciso de colocar meu nome disposio dos eleitores de Macei uma resposta grande votao que obtive na eleio de 2014, s crticas que temos atual gesto e a confiana que o PSB nos passou. Po-rm, acima de tudo, h a cer-teza de que podemos contri-buir com novas ideias, com uma abordagem estritamen-te tcnica e, principalmente, uma vontade muito grande de acertar, disse.

    O candidato ainda co-menta que seus planos para o municpio j esto traa-dos e que pretende fomentar seguimentos como o Turis-mo. preciso tornar a vida do empresrio mais fcil. Inacreditavelmente, a atual administrao escolheu por aumentar a carga tributria sobre o trade hoteleiro, que justamente uma das princi-pais matrizes econmicas da cidade, que emprega milha-res de pessoas, disse. (D.L)

  • DAVI SALSAREPRTER

    Sucursal Arapiraca - Uma semana depois de anunciar, de forma extra-oficial, durante en-trevista a uma emissora de rdio local, que no dispu-tar a reeleio, a prefeita de Arapiraca, Clia Rocha (PSL), continua sendo pea importante nas decises que os partidos dos blocos da situao e da oposio vo adotar para o pleito em outubro deste ano.

    Mesmo em tratamento de sade, motivo pelo qual a gestora passou o cargo, pelo perodo de 40 dias, ao vice Yale Fernandes (PMDB), a prefeita tem procurado manter uma rotina diria com reunies administrati-vas e polticas.

    Antes filiada ao PTB, C-lia Rocha conseguiu o ingres-so de trs vereadores: Josias Albuquerque, Edvnio do Z Baixinho e Mrcio Marques, ao seu novo partido, o PSL, com o propsito de a legenda ter pr-candidatos com den-sidade eleitoral na disputa pelas 17 cadeiras na Cma-

    ra Municipal.Mas mesmo na eleio

    majoritria que a prefeita pode mudar todo o cenrio que est sendo desenhado pelos grupos de oposio e situao no segundo maior colgio eleitoral de Alagoas.

    Arapiraca tem cerca de 240 mil habitantes e um contingente aproximado de 130 mil eleitores.

    O municpio conside-rado estratgico para as principais lideranas polti-cas do estado. Prova disso que o atual vice-prefeito Yale Fernandes filiado ao PMDB do governador Re-nan Filho e do vice-governa-dor Luciano Barbosa, que j foi prefeito de Arapiraca por dois mandatos.

    O deputado estadual Ri-cardo Nezinho, outro nome cogitado para a sucesso de Clia Rocha, tambm filia-do ao PMDB.

    Na ltima semana, a re-portagem da Tribuna In-dependente tentou contato com Nezinho para saber de seu interesse em sair candi-dato em Arapiraca, porm, o parlamentar no quis se pronunciar sobre o assunto.

    OPOSIO

    Tarcizo atua para ganhar espaoDo lado da oposio, que

    est dividida em dois blocos, o deputado estadual Tarcizo Freire (PP) tem o apoio do senador Benedito de Lira e continua firme em seu pro-psito de ser prefeito.

    O outro grupo da opo-sio tem como padrinhos polticos o ex-governador de Alagoas Teotonio Vilela Filho (PSDB), o ex-vice-go-vernador e atual secretrio de Sade de Macei, Jos Thomaz Non (DEM), e a ex-prefeita de Macei, Katia Born (PSB).

    Nesse grupo j foram anunciados quatro nomes de cinco pr-candidatos a pre-feito: o ex-deputado federal

    e ex-vice-prefeito Rogrio Tofilo (PSDB), os empres-rios Ricardo Barreto (PSB) e Adoniran Guerra (DEM), e a vereadora Aurlia Fer-nandes, que recentemente se filiou ao PSB.

    Procurada pela reporta-gem da Tribuna Indepen-dente, a vereadora Aurlia Fernandes revelou que os pr-candidatos vm se reu-nindo periodicamente.

    Estamos unidos para a corrida eleitoral deste ano. importante que a popula-o saiba que estamos com-prometidos na construo de um projeto que resgate para Arapiraca, frisou a verea-dora e tambm pr-candida-

    ta na eleio majoritria.Em relao ao anncio

    da desistncia extra-oficial da prefeita Clia Rocha, a vereadora disse que o fato j era esperado pelos represen-tantes do grupo.

    O presidente do diret-rio municipal do PMDB e suplente de senador, Jos de Macdo Ferreira, disse que, se for confirmada a de-sistncia de Clia Rocha, vai mudar muita coisa ou quase tudo que est sendo planeja-do pelos partidos.

    Jos de Macdo salientou que, at o presente momen-to, os peemedebistas tm como candidata a prefeita Clia Rocha, numa composi-

    o com os partidos de toda a base aliada da atual ges-to.

    O presidente do diret-rio do PMDB de Arapiraca lembrou que o partido tem vrios nomes em seu quadro para serem avaliados. Ele citou os nomes do atual vice--prefeito Yale Fernandes, o deputado estadual Ricardo Nezinho, o ex-superinten-dente da Caixa Econmica Federal em Alagoas, Paulo Srgio Barbosa, e o mdico Lenildo Amorim. Todas es-sas possibilidades ficam sob a coordenao da prefeita Clia Rocha, do vice-gover-nador Luciano Barbosa e do senador Renan Calheiros.

    MACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 POLTICA 5 TRIBUNAINDEPENDENTE

    ASSESSORIA/ALE

    Tarcizo Freire teve votao expressiva e est pr-candidato

    SANDRO LIMA

    Clia Rocha dialoga com as bases e aliados polticos para lanar um candidato forte prefeitura da segunda maior cidade de Alagoas

    Clia articula sucesso em ArapiracaPrefeita desistiu de candidatura reeleio devido a problemas de sade e postulantes ao cargo so do PMDB

  • Opinio

    Rua da Praia, 134 - sala 303 - centro - Macei AlagoasEndereo Comercial: Av. Menino Marcelo - 10.440 - Serraria

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    ALAGOAS R$ 2,00 R$ 3,00OUTROS ESTADOS R$ 3,00 R$ 5,00

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    JorgrafCooperativa de Produo e Trabalho dos

    jornalistas e grficos do Estado de Alagoas

    RENAN CALHEIROS

    JANDIRA FEGHALI

    JOO LIRA

    Presidente do Congresso Nacional

    Mdica e deputada federal (PCdoB/RJ)

    Empresrio

    MACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016OPINIAO6 TRIBUNAINDEPENDENTE

    Programa Mais MdicosMunicpios com interesse em par-ticipar do Programa Mais Mdi-cos tero nova chance de aderir ao. Os editais publicados, na sexta-feira (15), para reposio de vagas desde a l-tima seleo da iniciativa, realizada em janeiro, tambm abre nova oportunidade para as prefeituras. Agora, as cidades que no participam do Programa podero ade-rir e solicitar vagas. Sero ofertadas ain-da 1,4 mil vagas a mdicos brasileiros com registro no pas, e, em caso de no preen-chimento total, para brasileiros formados do exterior.

    A possibilidade de novas adeses vai bePara a concesso de vagas a novos mu-nicpios ingressantes sero obedecidos critrios j definidos anteriormente em resoluo, como a estimativa da popula-o que necessita ser coberta pela Aten-o Bsica no municpio, a quantidade de equipes necessrias para atendimento de 100% da populao com maior prioridade, o teto de financiamento do Ministrio da Sade para equipes de Sade da Famlia

    e a infraestrutura fsica das unidades b-sicas de sade.

    Todos os municpios que tiverem vagas ociosas ou aqueles municpios interes-sados em ingressar no Programa devem realizar ou renovar adeso por meio do sistema de gerenciamento do Mais Mdi-cos, entre os dias 15 e 20 de abril. O nme-ro exato de vagas para reposio s ser definido aps a renovao da adeso dos municpios com vagas ociosas e a confir-mao dessas vagas pelas prefeituras. J o nmero de postos destinados aos novos municpios ingressantes est limitado ao quantitativo mximo de vagas atualmen-te no Programa Mais Mdicos. Os profis-sionais brasileiros com registro no pas interessados em ocupar uma das 1,4 mil vagas ofertadas neste edital de reposio devem se inscrever pelo sistema do Mais Mdicos, entre os dias 15 e 22 de abril. Os candidatos inscritos devero escolher os municpios 27 e 28 de abril, e a previso que os mdicos CRM Brasil selecionados iniciem as atividades em 16 de maio.

    inquestionvel que purga-mos a maior crise poltica da histria recente. Apesar disso, o Senado Federal mantm a rotina de aprovar projetos im-portantes para sociedade. No pice da turbulncia, aprova-mos mais de 15 projetos nas ltimas semanas. Entre eles a lei que acaba com o apare-lhamento poltico-partidrio dos conselhos e diretorias dos fundos de previdncia.

    Os fundos somam hoje pre-juzos de R$ 46,6 bilhes, o que est obrigando os traba-lhadores a pagarem mais e a verem seus benefcios reduzi-dos. Alm de regras novas, o projeto estabelece quarentena para dirigentes com funes em governos e estabelece que a composio da diretoria exe-cutiva se dar por meio de pro-cesso seletivo.

    O projeto estabelece, ainda, mecanismos de fiscalizao e punio de gestores que pra-ticarem atos que resultem em

    prejuzos para a poupana dos trabalhadores passando por cima de pareceres tcnicos. uma lei para proteger os di-reitos preciosos dos trabalha-dores e os recursos por eles poupados durante toda a vida.

    Se aprovada na Cmara, a nova lei tambm vedar o exerccio de atividade poltico--partidria a qualquer conse-lheiro ou diretor durante seu mandato, e fixar uma qua-rentena partidria prvia de 24 meses, e de 12 meses ao trmino do mandato dos con-selheiros.

    Outro projeto aprovado pe-los senadores foi a Lei Com-plementar que busca evitar a punio de prefeitos com base na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei 101/2000) em casos de reduo de recursos por ra-zes externas.

    A proposta integra a Agenda Brasil, uma srie de projetos reunidos por ns para impul-sionar o desenvolvimento na-

    cional. O projeto veda a apli-cao de sanes ao municpio que ultrapassar o limite para a despesa total com pessoal em dois casos. O primeiro quando isso ocorrer por conta da diminuio do valor das transferncias do Fundo de Participao dos Municpios decorrente de iseno tribu-tria praticada pela Unio. O segundo caso quando houver reduo das receitas recebidas de royalties e participao es-pecial.

    Muitas cidades brasileiras vivem quase exclusivamente do Fundo de Participao dos Municpios e os prefeitos aca-bam sendo punidos por aes de desonerao do governo federal. Exemplos dessas de-soneraes so as que atingem o Imposto sobre Produtos In-dustrializados (IPI), uma das bases do FPM. Trata-se de uma justa medida para aliviar a dramtica situao dos mu-nicpios brasileiros.

    Hoje, a Cmara dos Depu-tados vota o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, j aprovado pela Comisso Espe-cial daquela Casa Legislativa. Aps a deciso da Cmara, o processo seguir para o Sena-do que, segundo informaes de bastidores, j tem posio firmada em favor do afasta-mento da Presidenta.

    Ao meio desse infausto evento, a populao vitima da maior taxa de desemprego dos ltimos anos.

    O avassalador aumento do desemprego afeta no s os que perderam o trabalho e suas famlias, mas a economia como um todo, gerando mais insegurana no curto e mdio prazo.

    que a escassez de renda re-duz as intenes de consumir, tomar emprstimos e investir, gerando mais desemprego. Numa agenda ps-crise po-ltica, portanto, a questo do emprego deve ser prioritria, afirma o ex-ministro Henrique Meirelles.

    Com sua vasta experincia na conduo da poltica mone-tria do Pas, quando foi pre-sidente do Banco Central, no governo Lula, ele reitera que h polticas econmicas que tentam atuar diretamente no aumento do emprego ou nos

    efeitos do desemprego. Outra linha atua nas causas do em-prego ou do desemprego.

    Na atual situao do Brasil, o ex-ministro adianta alguns pontos que, provavelmente, aplicaria como receita para esse quadro negativo em que vivemos, assinalando que en-tre as aes adotadas na pri-meira abordagem esto polti-cas especficas para promover o emprego (como incentivos setoriais) e programas de au-xlio a desempregados, que so necessrios e importantes, mas atuam na mitigao da doena, no na sua cura.

    Com efeito, isso foi feito, no evitou aumento do de-semprego e da desigualdade e queda da renda.

    J nas aes de combate s causas do desemprego, vale observar as regies que es-to fazendo isso com sucesso. Os EUA tiveram forte alta de desemprego aps a crise, mas agora atingem nvel de pleno emprego graas ao dinamismo de sua economia, o forte papel da iniciativa privada e a re-gulao que incentiva a livre competio e a produtividade.

    Diversos setores j enfren-tam falta de mo-de-obra, ge-rando presses inflacionrias e de demanda, que podem le-var aplicao de freios para

    evitar superaquecimento.O ex-ministro acentua que

    outra regio que teve suces-so contra o desemprego foi a Unio Europeia, que saiu de uma taxa de desemprego de 10% em 2014 para 8,8% no fi-nal de fevereiro, o menor des-de 2009.

    Em um ano, o nmero ab-soluto de pessoas desempre-gadas no bloco caiu em quase 2 milhes. A menor taxa de desemprego, de 4,3%, est na Alemanha, que anos atrs rea-lizou importantes reformas: previdenciria, trabalhista e de fomento produtividade e hoje colhe os frutos.

    J no Brasil, cerca de 2,5 mi-lhes de pessoas ficaram de-sempregadas em um ano, em sua maioria por causa da bru-tal queda dos investimentos, resultante da crise poltica, econmica e social, que atinge o Pas desde 2014.

    Nesse ano, o nosso Produ-to Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% e, em 2015, o baque foi de 3,8%, mesmo percentual estimado pelo FMI para 2016. Caso confirmada essa queda, o rgo coloca o Brasil no sexto lugar entre os piores do mun-do este ano, mas projeta uma melhora para 2017, quando o PIB dever crescer por volta de 2%.

    A poltica nacional parece retratar quase perfeitamente a saga dos livros da Crnica do Gelo e Fogo, compilado li-terrio do escritor George R. R. Martin e um sucesso na televiso mundial atravs da srie Game of Thrones. Tan-to na fico, quanto na nossa realidade, personagens extre-mamente sorrateiros tentam de forma desonesta chegar ao poder.

    O vice-presidente Michel Temer se apequena cada vez mais, uma verso pobre e apagada de Lord Baelish. J algum tempo vem gesti-culando teatralmente com devaneios sobre um eventual governo seu. Na nsia de to-mar o lugar da presidenta Dilma Rousseff, eleita demo-craticamente com 54 milhes de votos, o peemedebista j divulgou uma carta melodra-mtica, um udio de whatsa-pp com discurso de uma posse ilusria e j imagina ministe-riveis numa gesto que no existe.

    Articulado com o ru no STF e presidente da Cma-ra, Eduardo Cunha, Temer agride a democracia em cada atrapalhado, mas premedita-

    do, passo. Dois chefes do golpe branco que tentam impor ao pas uma ruptura democrti-ca, investindo contra o Estado Democrtico de Direito com um nico objetivo: usurpar a faixa presidencial. Fazem isso orquestrados com uma oposi-o cnica, num jogo de cartas marcadas por Cunha e sua trupe.

    justo retirar uma presi-denta sem crime algum s por-que se diverge de sua poltica econmica? Uma mandatria eleita democraticamente e que no acumulou patrimnio ou enriqueceu ilicitamente? Que manifestem sua insatis-fao nas urnas em 2018!

    As ruas tm reagido a este cenrio de forma muito enf-tica, com as expresses ml-tiplas de cores, idades, credos que representam nossa diver-sidade. So manifestaes e atos que tm se avolumado no pas inteiro com o passar das semanas.

    Segmentos sociais os mais variados, artistas, juristas, acadmicos, professores, es-tudantes, intelectuais, movi-mento LGBT e lideranas sin-dicais tm dado o tom contra o rito golpista do impeachment.

    Mesmo que a Comisso do Impeachment tenha aprova-do na Casa o relatrio do de-putado Jovair Arantes, que no merece qualquer outra observao seno a de tecni-camente absurdo e incompe-tente, a oposio no chegou a 2/3 de votos no colegiado.

    A batalha no Plenrio ser durssima, mas so eles que precisam de muitos apoios no domingo. Para ns, ainda hora de buscar os parlamen-tares e mobilizar, esclarecer e enfatizar a importncia do voto contra o impeachment golpista. Ocupar as ruas e as redes, mantendo o tom pacfi-co e libertrio da democracia.

    Essa semana ser decisiva para um projeto que superou desigualdades histricas nos ltimos 13 anos e vem ten-tando avanar mais ainda. Os que pretendem alcanar o poder de forma ilegtima fica-ro marcados como traidores de nossa Histria. A dana dos drages est em curso e estamos preparados para ela. Contamos com vocs nesta reta final. Fora, usurpadores! Fora, traidores! Fora os que desonram a poltica e o pro-cesso democrtico.

    Movimentos contra a crise

    Crise aumenta desemprego

    Dana com drages

    INDEPENDENTE

  • A sesso que definir o fu-turo do governo da pre-sidente Dilma Rouseff comea neste domingo a par-tir das 14h ocasio em que os deputados comearo a votar.

    A sesso ser aberta com a fala dos lderes e, logo em seguida, comea o encami-nhamento da votao, quan-do ser aberta a votao e a orientao de bancadas. Nes-sa fase, os lderes tero um minuto para orientar os depu-tados.

    Em nova deciso, lida em Plenrio pelo 1 secretrio da Cmara, deputado Beto Mansur (PRB-SP), o pre-sidente da Casa, Eduardo Cunha, reviu na quinta-feira (14) a ordem de chamada dos deputados a ser adotada du-

    rante a anlise, em Plenrio, do pedido de abertura de pro-cesso de impeachment contra a presidente da Repblica, Dilma Rousseff, por crime de responsabilidade.

    A nova deciso determina que os deputados sero cha-mados para declarar oral-mente seus votos a favor ou contra o pedido comeando por um estado da Regio Nor-te e, em alternncia, seguido por um estado da Regio Sul e vice-versa, continuando-se assim, sucessivamente, pas-sando pelos demais estados. O STF, inclusive referendou a deciso ao julgar ao do PC do B e da Advocacia Ge-ral da Unio.. Assim, a or-dem de chamada dos estados ser a seguinte: Roraima, Rio

    Grande do Sul, Santa Cata-rina, Amap, Par, Paran, Mato Grosso do Sul, Amazo-nas, Rondnia, Gois, Distri-to Federal, Acre, Tocantins, Mato Grosso, So Paulo, Maranho, Cear, Rio de Ja-neiro, Esprito Santo, Piau, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Paraba, Pernambu-co, Bahia, Sergipe e Alagoas. Dentro de cada estado, a cha-mada de deputados ser feita por ordem alfabtica.

    Os deputados esto estu-dando uma soluo tcnica para que a declarao do voto ocorra em 10 segundos. O presidente da Cmara dos Deputados tambm vota.A expectativa de que o resul-tado seja conhecido entre as 21h e 22h.

    MACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 7 TRIBUNAINDEPENDENTE POLTICA

    CASOS DIFERENTES

    Cenrio se repete 24 anos aps impeachment de Collor

    A Cmara dos Deputados se prepara, 24 anos depois, para, mais uma vez, decidir se auto-riza ou no a abertura de pro-cesso de impeachment contra um presidente da Repblica, no caso, contra a presidente Dilma Rousseff.

    Em 1992, 441 deputados vo-taram sim e autorizaram o Se-nado a abrir processo contra o ento presidente Fernando Collor. S 38 votaram no. O que aconteceu em seguida en-trou para os livros de histria.

    Depois da autorizao da Cmara, o Senado abriu o pro-cesso e Collor foi afastado da presidncia.

    O afastamento era provis-rio, mas virou definitivo quan-do o prprio Senado, em uma sesso presidida pelo ento presidente do Supremo Tri-bunal Federal (STF) Sidney Sanches, condenou o presi-dente, trs meses depois.

    Mas quais so as semelhan-as e diferenas entre os dois casos? Dois cientistas polticos e um dos protagonistas daque-la votao, o ento presidente da Cmara Ibsen Pinheiro, comparam os dois processos.

    Para o cientista poltico Fl-vio Testa, os dois pedidos de abertura de processo tm pon-tos em comum.

    O impeachment tem que ter um fundamento jurdico e uma boa cobertura poltica. Essa cobertura poltica est vinculada presso da popu-

    lao. E, claro, daquilo que a mdia faz para disseminar essa discusso. Eu acho que, nesse aspecto, os dois so pa-recidos..

    ACUSAES DISTINTASAs acusaes contra os dois

    presidentes, porm, so bem diferentes.

    Collor foi acusado por uma comisso parlamentar de in-qurito (CPI) de ter usado, em proveito prprio, mais de 6 milhes de dlares de um esquema de captao ilegal de dinheiro coordenado por seu ex-tesoureiro de campanha Paulo Csar Farias.

    Dilma Rousseff acusada de crime de responsabilidade pela abertura de crditos suplemen-tares via decreto presidencial, sem autorizao do Congresso Nacional; e pelo adiamento de repasses para o custeio do Pla-no Safra, o que obrigou o Ban-co do Brasil a pagar benefcios com recursos prprios mano-bra popularmente chamada de pedalada fiscal.

    O cientista poltico David Fleischer aponta outra dife-rena entre os dois casos: a reao dos dois presidentes ao processo.

    Collor no fez a mesma contestao do impeachment que a presidente Dilma est falando, de que golpe, que est ferindo a democracia, etc. Collor no fez nada disso por-que acreditava fielmente que seria absolvido.

    ERA MODERNAInternet ajuda a mobilizarmanifestantes

    Outros fatores tornam os dois processos muito di-ferentes. Segundo David Fleischer, a mobilizao po-pular hoje muito maior que a de 1992.

    Hoje tem internet. Na-quela poca no tinha. En-to, com seu laptop voc mobiliza. Naquela poca no tinha isso.

    Alm disso, a situao eco-nmica tambm distinta. Para Flvio Testa, apesar de o perodo Collor tambm ter sido marcado por uma crise econmica, a percepo da populao hoje de que a si-tuao pior.

    O governo Collor vem logo depois do regime militar, do governo Sarney, que teve muitas dificuldades. O go-verno Dilma passou por uma fase muito interessante. Nos dois mandatos do governo Lula a economia cresceu, aumentou a satisfao das categorias mais pobres e agora h uma insatisfao generalizada.

    E isso, evidentemente, vai impactar o comportamento dos parlamentares, princi-palmente porque ns tere-mos eleies em outubro, lembra cientista poltico.

    MARCELO CAMARGO

    Ru no STF, Cunha comandar uma das votaes mais tensas

    Votao comea s 14h e Alagoas finalizar a listaExpectativa da Cmara dos Deputados de que o resultado seja conhecido entre 21h e 22h

  • 8 TRIBUNAINDEPENDENTEPOLTICA

    Como ser o dia seguinte, depois da vo-tao do impeachment. A Tribuna Independente foi buscar informaes no regi-mento da Cmara dos Depu-tados para melhor informar o leitor sobre o processo que mobiliza o pas neste domingo, quando se dis-cute o futuro do governo da presidente Dilma Rousseff.

    A votao ocorre a partir das 14h e o hor-rio de encerramento pre-visto entre 21 h 2 22h.

    De acordo com, o docu-mento que rege a casa le-gislativa,48 horas aps a apresentao do parecer, o documento deve ser includo na ordem do dia e votado pe-los deputados (513, ao todo). So necessrios 2/3 dos votos (342) para o processo de impe-achment comear (sim, ele s comea a partir deste ponto).

    Aprovado o pedido de abertura do processo, ele repassado para o Senado, que responsvel pelo jul-gamento propriamente dito.

    Porm, se no houve votos suficiente 342 parlamentares favorveis ao impeachment, o processo perde a eficcia.

    Quando o Senado instaura o processo, a presidente da Re-pblica ser, automaticamen-te, afastado de suas funes.

    Dois teros dos sena-dores precisam ser a fa-vor do impeachment para que ele seja condenado.

    O prazo para finalizar o processo de 180 dias. Se passar desse prazo, o presi-dente volta s suas funes; mas se for considerado culpa-do, ser novamente afastado.

    O poltico condenado em processo de impeachment, alm de perder o cargo, fica inelegvel por oito anos.

    Quem assume se o Pre-sidente sofrer impeachment?

    O substituto imediato do Presidente o seu vice.

    Ou seja: se Dilma no pu-desse mais governar hoje, Mi-chel Temer seria o novo presi-dente. Mas se o vice tambm no puder exercer o cargo, seja por cassao ou renncia, quem assume em um primei-ro momento o Presidente da Cmara dos Deputados (hoje Eduardo Cunha). Mas ele no fica por muito tempo no car-go: ser necessrio convocar novas eleies para a escolha de um novo representante.

    Nesse caso, preciso aten-tar a um detalhe importante:

    Se os cargos de Presi-dente e Vice-Presidente fica-rem vagos nos primeiros dois anos de mandato: novas elei-es diretas sero convocadas. Isso deve acontecer 90 dias aps o ltimo cargo ficar vago.

    Como podem ser os prximos passosSe aprovado o impeachment e instaurado processo no Senado, Dilma ser afastada por 180 dias

    MARCELO CAMARGO

    Se aprovado impeachment, Michel Temer assumiria o governo

    HIPTESEProcesso prev at eleies indiretas

    Se a sada de ambos, pre-sidente e vice, ocorrer nos l-timos dois anos de mandato, a escolha do novo presiden-te ser indireta, por vota-o do Congresso. A escolha deve ser feita em 30 dias.

    Um ltimo detalhe: a pes-soa que assumir o cargo nes-sas hipotticas eleies apenas cumpriria o mandato de quem o antecedeu. Portanto, tem um mandato mais curto do que nor-malmente um presidente teria. No caso de hoje, um novo presi-dente ficaria no cargo at o final de 2018, quando novas eleies presidenciais sero realizadas.

    O QUE IMPEACHMENT?Basicamente, o impeach-

    ment se refere ao processo de retirada do mandato de um chefe do Poder Executivo seja ele do mbito municipal, estadual ou nacional julga-do pelo Poder Legislativo. No caso do pedido atual, o trmite se refere potencial cassao do mandato de Dilma Rousse-ff Presidncia da Repblica.

    O impeachment pode ser executado quando se com-provam transgresses como crimes comuns, violao da Constituio Federal, abuso de poder, desrespeito s leis oramentrias e de segurana nacional, falta de integridade, mau uso do dinheiro pblico etc. ou seja, tendo em vis-ta as acusaes que pairam sobre o governo de Dilma.

    No entanto, somente ir-regularidades como as pe-daladas fiscais podem ser avaliadas como crime cometi-dos, segundo deciso do STF.

    MACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016

  • Pesquisa: telefone celular o principal meio de acesso internetSegundo o suplemento de Tecnologias da Informao e Comunicao (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (Pnad) 2014, do Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), o telefone celular meio mais utilizado para acessar a internet em Alagoas. O ndice de usurios alagoanos que usam apenas esse tipo de aparelho de 22,8%, enquanto o ndice dos que utilizam somente o microcomputador de 20,9%. A faixa etria mais conectada a que varia entre 30 e 39 anos (17,7%), j a menos conectada a entre 25 e 29 anos (9,2%). As pessoas com mais de 60 anos apresentaram ndice de acesso internet de 12,7%.

    CidadesMACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 CIDADES 9 TRIBUNAINDEPENDENTE

    Portabilidade: AL faz quase 4 mil este anoQualidade e melhor oferta de planos so os atrativos para a mudana de operadora pelos consumidores mais exigentes

    ANA PAULA OMENAREPRTER

    O consumidor est cada vez mais exigente e as operadoras nem sempre do conta do reca-do, na procura por quali-dade e melhor tarifa para pacotes de planos, os clien-tes alagoanos tem trocado de opo facilmente, o que revela o site da Associao Brasileira de Recursos em Telecomunicaes (ABR Te-lecom). De acordo com os dados, em Alagoas, no pri-meiro trimestre de 2016, foram efetivadas 3,91 mil migraes entre operado-ras de telefonia mantendo o mesmo nmero de telefo-ne do usurio, sendo 1,11 mil (28%) na telefonia fixa e 2,80 mil (72%) na mvel.

    J nos primeiros trs me-ses do ano passado, em Ala-goas, usurios que utilizam o DDD 82, trocaram de ope-radora de telefonia fixa 1,52 mil (44%) vezes, enquanto os de telefonia mvel res-pondem por 1,96 mil (56%) transferncias efetivadas no perodo, somando 3,48 mil.

    A apresentao de novos planos com valores mais em conta, sobretudo quando se trata de dados mveis (in-ternet) fazem os clientes migrarem de operadora sem pensar duas vezes. A liber-dade de no ter mais um fa-tor limitador para trocar de operadora fez crescer esta realidade sentida por quem

    Em busca de maior qualidade, Marina Carolina Santos mudou de operadora e admite que migrao teve resultado positivo

    TELEFONIA

    Tempo de transferncia de operadora de apenas trs diasO usurio de servio te-

    lefnico que deseja realizar a portabilidade numrica deve procurar a operadora para onde ele quer migrar e fazer a solicitao. O tempo de transferncia para efeti-vao da portabilidade de trs dias teis ou aps esta data, se o usurio desejar

    agendar. Para desistir da portabilidade numrica, o usurio tem dois dias teis, aps sua solicitao de transferncia, para suspen-der o processo de migrao.

    O regulamento da porta-bilidade numrica determi-na que, entre os critrios a ser atendidos para efetivar

    a migrao, o solicitante deve: informar a operado-ra de telefonia que recebe o pedido, o nome completo; comprovar a titularidade da linha telefnica; informar o nmero do documento de identidade; informar o n-mero do registro no cadastro do Ministrio da Fazenda,

    no caso de pessoa jurdica; informar o endereo comple-to do assinante do servio e informar o nome da opera-dora de onde est saindo.

    No Brasil, o modelo de portabilidade numrica de-termina que migraes de-vem ser solicitadas dentro do mesmo servio, de mvel

    para mvel ou fixo para fixo, e na rea de abrangncia do mesmo DDD.

    CONSULTAS Para acompanhar o mo-

    vimento de pedidos e efe-tivaes de transferncias da portabilidade numrica conforme o DDD e a data de incio do servio, basta aces-

    sar o site da ABR Telecom http://www.abrtelecom.com.br.

    O site tambm dispe de uma ferramenta de busca para pesquisar a qual opera-dora pertencem os nmeros de telefones, consulte aqui: http://consultanumero.abr-telecom.com.br/. (A.P.O.)

    SANDRO LIMA

    lida diretamente com o as-sunto.

    O gerente de operado-ra, Strovskovsky Brando, enftico ao afirmar que a migrao tem sido uma constante em todo o pas, e em Alagoas tambm se ob-serva essa tendncia. Os clientes quando esto insa-tisfeitos com a rede de co-nexo, mudam mesmo. Os planos e pacotes oferecidos

    quando o assunto veloci-dade de internet chamam a ateno, porque hoje em dia esto perdendo volume de ligao, e as pessoas es-to cada vez mais conecta-das, principalmente com a chegada do WhatsApp, nin-gum usa mais vrios chips de diversas operadoras, o que elas querem um paco-te de dados mveis com uma conexo veloz para se comu-

    nicar com pessoas de todas as operadoras, explicou.

    Ligao ficou em segun-do plano, dando lugar a in-ternet do celular. Atualmen-te, o dado mvel um item essencial na vida das pesso-as, ficando mais barato se comunicar. Ento, um chip s faz tudo. Ganha quem oferece melhor qualidade no servio e um preo acess-vel, acrescentou.

    O corretor de imveis, Josu Ferreira, disse que h muitos anos cancelou seu te-lefone fixo sob a justificativa que estava pagando e usando pouco ou quase nada. As li-gaes eram todas realizadas pelo telefone celular, resolvi cancelar e no me arrepen-do, observou. Quanto ope-radora atual, ele comentou que estuda migrar para ou-tra, est insatisfeito com o

    pacote contratado. Nilda Santos, pedagoga

    experimentou o gostinho de mudar de operadora, mas o pacote oferecido no supriu e ela resolveu voltar para a antiga. A filha dela, Marina Carolina Santos, tambm mudou de operadora, mas ao contrrio da me, se disse sa-tisfeita com a nova opo.

    J o promotor de justia, Maurcio Pitta, e a aposen-tada Glria Costa, no tm do que reclamar da operado-ra de sempre, e ressaltaram que no pretendem mudar de jeito nenhum. Dona Glria tambm revelou que uma das poucas que ainda fazem a opo de manter o telefone fixo e justifica: minha fam-lia do Rio de Janeiro costuma ligar mais para o fixo por isso no deixo de ter.

    MUDANA GRADATIVADesde 2008, quando a

    portabilidade numrica co-meou a ser implantada no Brasil de forma gradativa, at 31 de maro de 2016, em Alagoas, 209,31 mil trans-ferncias de operadoras fo-ram feitas, sendo 55,98 mil (27%) na telefonia fixa e 153,32 mil (73%) na mvel.

    Ao considerar as mu-danas realizadas desde o incio da implantao da portabilidade numrica no Pas, em Alagoas foram feitas at 31 de maro de 2015, 192,53 mil trocas, sendo 49,34 mil (26%) entre os servios fixos e 143,19 mil (74%) mveis.

  • MACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016CIDADES10 TRIBUNAINDEPENDENTE

    Microcefalia sem verba da UnioRecursos anunciados pelo Governo Federal para acelerao do diagnstico ainda no foram repassados ao EstadoOLVIA DE CSSIAREPRTER

    Embora o governo fede-ral tenha anunciado, no ltimo ms de fe-vereiro, a liberao de apor-te financeiro para agilizar o diagnstico de casos de mi-crocefalia no pas, Alagoas ainda no est recebendo re-passe para esse fim, segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Sade (Sesau). A assessoria informou que os recursos enviados ao Estado so os destinados s aes de Vigilncia em Sade, que o Estado recebe todos os anos.

    O que no houve foi in-cremento de recursos para fins especficos, no caso diag-nstico da microcefalia. Se-gundo o Ministrio da Sade (MS) seria repassado o in-vestimento de R$ 8 milhes a R$ 10 milhes aos estados num pacote de medidas para que as redes locais agilizem

    o diagnstico do problema e direcionem as crianas para os programas de estimula-o precoce e reabilitao.

    Segundo a assessoria, os recursos ainda no foram re-passados pelo Ministrio da Sade, entretanto, a Sesau vem realizando o diagnsti-co normalmente. Para isso, realiza os exames de tomo-grafia computadorizada nos bebs e, aps a confirmao, tem encaminhado os bebs para realizar a estimula-o precoce nos Ncleos de Ateno Sade da Famlia (Nasf), mantidos pelos mu-nicpios, observa.

    Dos 265 casos suspeitos notificados em Alagoas at agora, 191 j passaram pelo exame de tomografia; des-ses, 55 tiveram confirmao para a anomalia; 136 foram descartados e 74 esto em processo de diagnstico, de acordo com o Panorama da Microcefalia divulgado pela

    Sesau.HELVIO AUTOO neuropediatra Flvio

    Santana, que acompanha as crianas diagnosticadas com microcefalia no Hospital Hlvio Auto, disse reporta-gem que recebe geralmente oito pacientes nos dias pro-gramados para o atendi-mento e afirma que ainda cedo para traar um perfil de sequelas das crianas alago-anas, mas ele explicou tam-bm que a microcefalia no escolhe classe social e nem sexo.

    A microcefalia se d em bebs de todas as classes so-ciais, embora a maioria seja de classes menos favoreci-das. J tenho clientela em meu consultrio particular de famlia com renda mais elevada. A gerao que est nascendo com essa altera-o de mes desprepara-das, que no tinham noo da gravidade do problema,

    mas as mes de hoje esto se preparando com repelen-tes, usando roupas longas, observou.

    O mdico explicou que os bebs encaminhados com suspeita da doena esto passando por exames de to-mografia computadorizada e se a tomografia no apre-sentar alteraes, a criana vai para o pediatra; no caso de alguma alterao, sero atendidas no Helvio Auto.

    Flvio Santana ressaltou ainda que o objetivo que todos os casos notificados passem pela sua avaliao. H dois meses [quando foi feita a entrevista] os casos comearam a ser atendidos, so oito pacientes por dia; a maioria vinda do interior e as secretarias municipais tm a obrigao de enca-minhar esses pacientes. O certo : fez a tomografia, j deixa agendada a consulta, destaca. Flvio Santana recebe oito pacientes em cada dia de consulta no Helvio Auto

    Fernanda ainda aguarda o diagnstico da filha que nasceu aos sete mesesVanessa da Silva diz que teve zika durante a gravidez de Joo Miguel, mas relao ainda no foi confirmada

    ADAILSON CALHEIROS

    ADAILSON CALHEIROSADAILSON CALHEIROS

    NEUROPEDIATRA

    Impossvel mensurar que tipo de sequela a criana vai ter

    HELVIO AUTO

    Maioria das mes espera de atendimento do interior

    O neuropediatra desta-ca ainda que impossvel mensurar que tipo de se-quela a criana com mi-crocefalia vai ter. Existe uma probabilidade muito grande de terem um atraso: seja para andar, para falar, pode desenvolver uma defi-cincia intelectual, mental, pode ser criana que nem chegue a sentar; vai depen-der muito da evoluo que tiver durante o crescimen-to, avalia.

    O mdico comenta ainda que a criana normal tem que sentar com oito meses e a criana com atraso senta com dez, onze, dependendo

    da gravidade da sequela. O governo federal mudou o protocolo de classificao da microcefalia, baixou um pouco e sero notificadas como casos suspeitos meni-nas que nascerem com o pe-rmetro ceflico menor que 31,5 centmetros e meninos com menos que 31,9 cent-metros, classificado em m-dio e grave, destaca.

    Estas medidas, segundo ele, so um indcio de que a criana tem microcefalia, uma malformao irrever-svel no crebro. Para a confirmao do diagnstico, so necessrios exames que mostrem se o crebro est

    comprometido, observa.Quanto menor o per-

    metro ceflico da criana, mais grave a disfuno cerebral. O normal 32 centmetros e abaixo disso microcefalia, destaca o mdico. No incio da emer-gncia de microcefalia no Brasil, todos os bebs com permetro ceflico menor que 33 centmetros eram notificados como microcefa-lia. No incio de dezembro, o ministrio alterou esse pa-rmetro, que passou a ser de 32.

    Flvio Santana tambm comenta que h casos de mes que rejeitam o beb

    quando descobrem a con-dio neurolgica rara na cabea e crebro da criana, mas que so muito poucas as que o fazem. Normal-mente quem d o diagnsti-co o obstetra, pois os casos so detectados na ultrasso-nografia. As mes que vm para mim j esto sabendo do diagnstico e tm um sentimento muito de amor pela criana, parece que o amor dobra, avalia.

    Segundo o mdico, ainda no possvel dizer quan-to tempo de sobrevida ter a criana portadora de mi-crocefalia. Se vai ter con-vulso, quantas vo ter,

    se ter problema para en-xergar, surdez, ou outro; a gente est encaminhando para tudo, acompanhamen-to com oftalmologista e de-mais especialistas; ainda est se desenhando, pois segundo ele, no possvel avaliar nenhuma condio, por enquanto. S o acompa-nhamento vai dizer.

    Segundo ele, mdicos do mundo todo esto procuran-do para obterem informa-es. Estados Unidos en-trou em contato, Rio Grande do Sul, para fazerem pes-quisa; todos esto querendo entender o que est aconte-cendo, destacou.

    O mdico explicou que existe um monte de causa da microcefalia, no s a zica. Ela pode acontecer porque a me passou a rubola para ela; por zica: No tem nada a ver com problema gen-tico. Gentico a Sndrome de Down, que um exemplo de microcefalia congnita ou gentica, destaca.

    Segundo ele, existem v-rias sndromes que podem provocar a microcefalia; a mais fcil de saber a Sn-drome de Down. Flvio San-tana tambm explicou que mes usurias de drogas podem gerar bebs com mi-crocefalia. (O.C.)

    As mes que estavam aguardando atendimento no Hospital Helvio Auto no dia da reportagem eram quase todas do interior do Estado. o caso de Vanes-sa Carla Vieira da Silva, dona de casa que mora em Batalha e teve zika na gra-videz.

    Ela disse que no sabe se foi isso ou uma infeco que teve durante a gravidez que

    transmitiu o problema para Joo Miguel, de trs meses. A dona de casa disse que os mdicos fizeram uma tomo-grafia da cabea dele, mas que o caso ainda est sendo estudado.

    Quem me disse que era esse problema foi uma en-fermeira de Arapiraca, mas ainda no se sabe se foi isso que transmitiu a mi-crocefalia. Passei dez dias

    internada durante a gra-videz, tive uma infeco e eu fiz o pr-natal, mas s soube que ele tinha o pro-blema depois que nasceu, destaca.

    Vanesa Carla explicou que tem conscincia de que Joo Miguel vai precisar de mais cuidados. Tenho mais dois filhos, trs com ele. Me operei quando tive Joo. Ele muito esperto, mas

    quando tem raiva fica todo tremendo; sei que o cuidado maior vai ser com ele, dedi-cao exclusiva, avalia.

    Fernanda Maria tem 18 anos e me de uma menina que nasceu prematura, de sete meses. Ela disse que o diagnstico ainda no tinha sido dado e que os mdicos estavam esperando o resul-tado. Da mesma forma que ela nasceu de sete meses, a

    mdica avaliou que a cabe-cinha dela muito pequena; estamos aguardando o re-sultado do exame, destaca.

    Outas quatro mes esta-vam aguardando atendi-mento, mas no quiseram dar depoimentos, incluindo uma av que foi levar a neta para a consulta, porque a me da criana, que de-pendente qumica, rejeitou a filha. (O.C.)

    MALFORMAO

    Condio diagnosticada no incio da vida

    Flvio Santana tambm ex-plicou ainda que a microcefa-lia uma condio neurolgica rara em que a cabea e o cre-bro da criana so significati-vamente menores do que os de outras da mesma idade e sexo. A microcefalia normalmente diagnosticada no incio da vida e resultado do crebro no crescer o suficiente durante a gestao ou aps o nascimento.

    Microcefalia o resultado do crescimento abaixo do normal do crebro da criana ainda no tero ou na infncia. No h uma cura definitiva para a microcefalia, mas tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvi-mento e qualidade de vida.

    Algumas outras causas da microcefalia so: malformaes do sistema nervoso central; diminuio do oxignio para o crebro fetal (algumas com-plicaes na gravidez ou parto podem diminuir a oxigenao para o crebro do beb); expo-sio a drogas, lcool e certos produtos qumicos na gravidez; desnutrio grave na gestao; rubola congnita na gravidez; toxoplasmose congnita na gra-videz; infeco congnita por citomegalovrus.

    O Ministrio da Sade con-firmou a relao entre o zika vrus e o surto de casos de mi-crocefalia no Nordeste do pas em 2015. A febre zika, ou sim-plesmente zika vrus, uma infeco causada pelo vrus zikv, transmitida pelo mosqui-to aedes aegypti. Por se tratar de algo novo, no descrito ante-riormente na literatura mdica, ainda no se sabe exatamente como funciona a relao entre os problemas. (O.C.)

  • MACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 CIDADES 11 TRIBUNAINDEPENDENTE

    Alagoas tem melhor desempenho doNE em serviosNa contramo do Pas, setor teve aumento de volume na ordem de 5,5% em fevereiro deste ano no Estado

    Bom desempenho das atividades tursticas apontado por economista como responsvel por elevao do ndice

    Otaviano Filho, que transporta turistas para cartes postais de Alagoas, comemora desempenho

    SANDRO LIMA

    SANDRO LIMA

    ANA PAULA OMENAREPRTER

    Com o desemprego em alta, o setor de servios em Alagoas apresentou uma variao positiva na casa de 5,5% no ms de fevereiro deste ano, em comparao ao mesmo perodo do ano passado. De-sempenho do setor no Estado segue na contramo do Pas, que registrou queda de 4%. O ndice foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatstica (IBGE), na ltima quarta-feira (13).

    A anlise da Pesquisa Mensal de Servios (PMS) colocou Alagoas em primeiro lugar do Nordeste, em me-lhor desempenho para o vo-lume de servio, e o deixou em quinto, como o melhor

    no setor do Brasil. A isso se deve, de acordo com Felippe Rocha, economista e asses-sor econmico da Federao do Comrcio do Estado de Alagoas (Fecomrcio), o bom desempenho das atividades tursticas no Estado.

    Segundo ele, o dlar valo-rizado tem deixado o turista domstico inibido para re-alizar viagens para fora do pas, o destino nacional aca-ba sendo o mais procurado. O fluxo de turista estrangei-ro tambm est sendo maior no Nordeste neste perodo de desvalorizao da moeda real.

    No valor acumulado, mais de 270 mil pessoas j desem-barcaram no aeroporto Zum-bi dos Palmares de janeiro a maro deste ano, um ndice de 4,73% superior ao mesmo

    perodo acumulado do ano passado. Quem ganha com esta rotatividade so os ba-res, restaurantes, hotelaria, setor de transporte, entre outros, frisou o economista.

    O timo desempenho tam-bm foi notado na variao de receita nominal de servi-os, que tambm apresentou alta, de acordo com Felippe Rocha, com 10% de aumen-to, contra 1,9% no restante do pas.

    A variao positiva na receita nominal representa que o setor cresceu, repre-sentando um ganho de ven-das para estabelecimentos e pessoas do setor de servio, lembrou. A taxa de ocupao hoteleria nos primeiros me-ses de 2016 chegou a 77,6% contra 71,2% no ano passa-do.

    CNC

    Projeo nacional de queda da atividade de at 3,5% em 2016

    RESULTADO POSITIVO

    Setor tambm contabiliza mais de mil contrataes este ano

    A Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servi-os e Turismo (CNC) estima que o setor pode registrar perdas de at 3,5% em 2016 devido s constantes quedas no nvel de atividade econ-mica.

    Com o desempenho de fe-vereiro deste ano, cuja recei-ta do setor de servios enco-lheu 4% quando comparado com o mesmo ms de 2015, o

    volume de receita nas ativi-dades pesquisadas encolheu 4,5% no acumulado de 2016.

    Apesar das sucessivas re-traes nos ltimos meses, esse recuo de 4,5% aponta para um arrefecimento no ritmo de perdas de receita ante o final do ano passado, quando o setor registrou re-trao de 5,7% no ltimo tri-mestre, afirma Fabio Ben-tes, economista da CNC

    A queda no ms de feverei-ro foi a 11 queda consecuti-va do indicador nessa base comparativa, porm a me-nor dos ltimos seis meses.

    A perspectiva de novas quedas no ritmo de ativi-dade econmica no setor de servios levou a CNC a re-visar de -3,1% para -3,5% a expectativa de evoluo no volume de receitas para o ano de 2016.

    Alagoas tambm comemo-ra o nmero de contrataes no setor de servios. S este ano, foram contratadas mais de mil pessoas para traba-lhar no ramo de comrcio e administrao de imveis, principalmente em vagas de porteiro e faxineira.

    O resultado positivo pode ser sentido tambm no se-tor de transporte e pacotes de passeios. Otaviano Filho, que transporta turista da orla de Macei para cartes postais de Alagoas, comemo-

    ra a boa fase da economia nos primeiros meses do ano de 2016. Ele disse que foi o contrrio do ano passado, quando o movimento fraco deixou muita gente do ramo sem um tosto no bolso.

    Este ano conseguimos lucrar nos dois primeiros meses sim. Maro e abril est sendo de queda. Ainda estamos conseguindo fechar pacotes de passeio, mas sem tanta expresso, destacou.

    O taxista Gildo Lins tam-bm comentou que os pri-

    meiros meses foram melho-res, mas para ele, maro e abril sente dificuldade de fe-char at mesmo com peque-nos grupos de turista.

    Conforme o Instituto Bra-sileiro de Geografia e Esta-tstica (IBGE), os servios acumulam queda de 4,5% no ano e de 3,7% no perodo de 12 meses. O recuo de 4% em fevereiro deste ano foi o pior desempenho dos servios em meses de fevereiro desde o incio da srie histrica em 2012. (A.P.O.)

  • TRIBUNAINDEPENDENTEMACEI - DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016CIDADES 12

    Macei segue com reestruturao de viasPrefeitura realiza diversas obras com recursos prprios; j so mais de 15 bairros com servios concludos ou em andamento

    Caminhando na contra-mo do cenrio de cri-se que o pas enfrenta atualmente, a Prefeitura de Macei, por meio da Secreta-ria Municipal de Infraestru-tura e Urbanizao (Semin-fra), vem realizando diversas obras com recursos prprios, como o caso da Rua Mano-el Afonso, no bairro da Santa Lcia, que recebe servios de drenagem e pavimentao, e a Avenida Paulo Holanda, na Cidade Universitria, com obras j finalizadas.

    Entre os trabalhos mais recentes desenvolvidos, os conjuntos Carminha, Parque das Amricas e 1 de Junho, no Benedito Bentes, passam pelas ltimas melhorias e, em breve, sero entregues a populao.

    J na ltima sexta-feira (15), o prefeito Rui Palmeira entregou as ruas do conjun-to Vila Emater, no bairro de Jacarecica, totalmente drena-das e pavimentadas. Segundo o gestor, com as obras finali-zadas, os transtornos, gera-dos pelas ruas esburacadas e pela lama e poeira em dema-siado nas diferentes pocas do ano, deixaram de existir. Durante anos, os moradores da comunidade tiveram que conviver com a falta de servi-os e manuteno. Mas agora a Vila Emater foi transforma-da para melhor, afirmou.

    Ao todo, j so mais de quinze bairros com obras con-cludas ou em desenvolvimen-to, dentre os quais Graciliano Ramos, Santa Lcia, Village Campestre, Serraria, Ch de Bebedouro, Santa Am-lia, Guaxuma, Ponta Grossa, Cruz das Almas, Jos Ten-rio, Jacintinho, Clima Bom e Benedito Bentes.

    A iniciativa da Prefeitura, alm de eliminar transtornos como poeira e lama das ruas, soluciona um antigo proble-ma enfrentado pelos maceio-enses o alagamento de al-gumas localidades em pocas chuvosas, j que com as obras de drenagem so criados ca-nais para o escoamento de gua.

    uma medida extrema-mente importante que to-mamos na busca de solues para os problemas de estru-turas que a cidade enfrenta-va no passado. Muitos bairros que j receberam os servios, hoje no precisam mais se preocupar no inverno com os constantes alagamentos, en-fatizou Rui Palmeira.

    REVITALIZA MACEIEm fevereiro deste ano,

    foi anunciado pelo prefeito Rui Palmeira o programa de urbanizao da capital Re-vitaliza Macei, iniciativa que beneficiar 600 vias, to-talizando mais de 100 qui-lmetros, com obras de ter-raplanagem, esgotamento sanitrio, drenagem de guas pluviais, pavimentao, aces-sibilidade e sinalizao.

    Na poca, foram lanadas, por meio do Dirio Oficial do Municpio (DOM), as primei-ras licitaes para dar incio execuo dos trabalhos.

    O Programa vai atender a necessidade de saneamen-to bsico e pavimentaes em centenas de ruas da capi-tal. So inmeras obras que iro beneficiar milhares de maceioenses, alm da gran-de obra na regio da Lagoa Munda, conquistada gra-as ao emprstimo do Ban-co Interamericano de De-senvolvimento (BID), disse Palmeira.

    SECOM MACEI

    Obras do Conjunto Carminha esto entre os trabalhos mais recentes

    A Oitava do matuto

    O fato abaixo narrado da poca em que o radialista Valter de Alencar pos-sua uma loja de discos na rua Boa Vista, bem em frente ao finado Jornal de Alagoas. Bom. O homenzinho simples, aspecto de matuto, parou na porta da loja e ficou as-suntando. No demorou muito, entrou l, mexeu nos discos, pigarreou e se dirigiu ao Alencar, que j estava de olho nele. - O que o amigo deseja? - perguntou o dono da loja. O matuto tirou o chapeu da cabea, fez uma reverncia e perguntou: - O dot puracauso tem a o disco da Oitava? Valter de Alencar quase caiu pra trs: - A Oitava? - Sim sinh. - Tem certeza? - Craro. Num t falando? Mais que depressa, Valter de Alencar colocou o disco na vitrola, que liberou acordes maravilhosos a cargo da Orquestra Sinfnica de Milo. Alencar fitou o matuto, ele estava concentrado, os olhos fechados, atento, enle-vado, quase regendo a orquestra com a mo, meio em transe. Enquanto o disco girava no prato da vitrola, emitindo aqueles sons belssimos, o camarada permanecia quieto e o Valter de Alencar de queixo cado, completamente atnito. Acabada a pea, o lojista tirou o disco do prato e perguntou: - Posso mandar embrulhar? - Pode no! - respondeu o matuto - Num era essa musga quiu quiria iscut, no. - E ento, por que foi que o senhor ouviu a pea inteira? - Eu tava pensando quira a introduo. - E qual era a Oitava que o senhor queria ouvir? No era a Oitava Sinfonia de Bethoven? E o matuto regendo: - Era essa, ... i tava na penra/ i tava penerano/ i tava no namro...

    Tremenda sacanagem Um grupo de pessoas com algum tipo de problema resolveu se juntar numa festin-ha, para espantar o baixo astral. Por intermdio de um sorteio, os carecas ganharam o direito de entrar no local pagando metade do ingresso. Por sorteio, tambm, foi indicado um ceguinho invocado chamado Z Gaspar para ficar na portaria. Para saber se o sujeito era careca, bastava ele passar a mo na cabea do referido. Tudo estava indo s mil maravilhas, at que pintou um gaiato na parada. Aproveit-ando a situao, o tal comprou meia entrada, tirou as calas, plantou bananeira e foi entrando de bunda pra cima, equilibrado nos braos, com as mos apoiadas no cho. Ceguinho Z Gaspar passou a mo na bunda do malandro e bradou: - pa! Pera, meus chapas! Entrar dois com meio ingresso sacanagem!

    O queixo duplicou!