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PUB SEXTA-FEIRA, 6 JANEIRO 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N.º 1550 (II Série) | Preço: 0,90 Consulte a agenda cultural diariamente em www.diariodoalentejo.pt No Alentejo ainda há quem cante pela chegada dos Reis Magos págs. 4/5 Assembleia da República eleva sobreiro a símbolo nacional pág. 12 Fotorreportagem A última viagem entre Beja e Funcheira págs. 16/17 Ex-ministro da Agricultura exige conclusão do regadio de Alqueva António Serrano teme que atrasos possam comprometer investimentos já realizados pelos agricultores pág. 7 2012 “Diário do Alentejo” comemora 80 anos PAULO MONTEIRO

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Diario do Alentejo

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Page 1: Ediçao M.º 1550

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SEXTA-FEIRA, 6 JANEIRO 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXX, N.º 1550 (II Série) | Preço: € 0,90

Consulte a agenda cultural diariamente em www.diariodoalentejo.pt

No Alentejo ainda há quem cante pela chegada dos Reis Magos págs. 4/5

Assembleia da República eleva sobreiro a símbolo nacional pág. 12

Fotorreportagem A última viagem entre Beja e Funcheira págs. 16/17

Ex-ministro da Agriculturaexige conclusão do regadio de Alqueva

António Serrano teme que atrasos possam comprometer investimentos já realizados pelos agricultores

pág. 7

2012“Diário do Alentejo”comemora 80 anos

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2 Editorial80Paulo Barriga

Vai uma apostinha? Ou uma adivinhazinha? Saberá o estimado leitor qual foi a

primeira manchete do “Diário do Alentejo”? Não é fácil. Nem de-masiadamente difícil. Já lá vão 80 anos, é certo, e bem se sabe como o tempo costuma varrer os recantos à memória. Mas existem certos te-mas, certos assuntos, certas fata-lidades que atravessam a História de Portugal desde os tempos da formação da Nacionalidade. “A Crise”. Pois é: “A Crise”. A 1 de ju-nho correm 80 anos sobre o nas-cimento do “Diário do Alentejo”, por iniciativa de Carlos Marques e edição de JJ Corôa. E então, como hoje, o País estava a receber de peito aberto a onda de choque provocada pela quebra na bolsa de Nova Iorque e pela chamada “Grande Depressão”. O “Diário do Alentejo” surge, então, em pleno maremoto financeiro e econó-mico. O maior de todos os tem-pos, dizem os economistas, agora com mais dúvidas do que antes tinham. Mas surge o “Diário do Alentejo” com uma vitalidade e uma capacidade de ironizar a toda a prova. A primeira manchete do jornal, já o sabemos, foi “A Crise”. Que o editor fez ilustrar com um desenho de três meninas dondo-cas a perguntar umas às outras se os respetivos “papás” sempre ti-nham comprado um Packard. Que era assim a grande máquina auto-móvel da época. E também a mais cara. A mais luxuosa. Por medo da crise, o pai de uma das meninas não comprou o carro. Por medo da crise, o pai de outra adquiriu-o: “teve medo da crise de nervos da mamã”. São os de hoje, os mesmos tiques de ontem. E para quem ti-nha prometido, ainda na semana passada, abolir a palavra crise das páginas deste jornal, encontrou minhoca logo na primeira cava-dela. Mas não poderíamos dei-xar de mencionar a “nossa” crise de há 80 anos. Foi assim que nas-ceu este jornal. E este é um ano de data redonda e bonita para o “Diário do Alentejo”. Estamos de parabéns e queremos festejar. Mesmo que não possamos ofere-cer a todos os nossos fiéis leito-res um Packard, embora saiba-mos que o merecem. Um bom ano para todos, nos 80 anos que o “Diário do Alentejo” faz.

A mesa da AM encontra-se “disponível para reunir e tomar decisões, em qualquer momento, sobre os

documentos que a câmara lhe envie para deliberação”, aguardando “sobretudo novas propostas por parte da Câmara de Beja, procedimento a que está obrigada”.

José Henrique,

65 anos, reformado

Nenhum, nem tive tempo para pensar nisso. Se fosse para fa-zer os desejos agora… de-sejava saúde e um bocadi-nho mais de dinheiro. O que é que podemos desejar mais do que isso? Se tivermos saúde o resto vamos conseguindo.

Edelson Silva,

24 anos, instalador de gás natural

Muita paz, saúde e tudo de bom para todos. Para mim de-sejo saúde. Acho que tendo saúde já estamos bem. E tam-bém um dinheirinho a mais, porque todos nós precisamos.

Maria do Carmo Carvalho,

52 anos, empregada de limpeza

Desejei que este ano tenha trabalho com fartura para ter mais dinheiro; muita saúde para os meus filhos e para os meus netos; e que as condições de vida melhorem, por que as coisas estão muito difíceis.

Carolina Castilho,

52 anos, professora

Desejo que aquilo que nós con-seguimos com o 25 de Abril não se perca e que este go-verno se preocupe menos com aqueles que têm muito e mais com aqueles que têm pouco. Pessoalmente, de-sejo saúde e que os meus fi-lhos arranjem emprego.

Voz do povo Que desejos formulou para 2012? Inquérito de Ângela Costa

Fotonotícia Bebé do ano. Deu uma boa última noite à sua mãe, o Alexandre, que foi a primeira criança a nascer no Hos-

pital de Beja em 2012. Não quis ser madrugador, mas veio em boa hora. Passavam 37 minutos das nove da manhã do primeiro dia do ano,

quando Maria Margarida Garcia Reis, de Vila Verde de Ficalho, deu à luz este lindo bebé que nasceu com mais de três quilogramas e cheio

de saúde. A obstetra Graça Janeiro e a enfermeira Ana Martins assistiram àquela que foi a primeira boa notícia do ano de 2012. Que deixa-

ria de ser notícia se o Governo extinguisse esta maternidade. E vontade, ao que parece, infelizmente não lhe falta. PB Foto de José Serrano

Vice-versaJorge Pulido Valente admite apresentar uma nova versão do orçamento à Assembleia Municipal (AM). Esta decisão está dependente do “parecer [da Associação Nacional de Municípios Portugueses] e da disponibilidade de todos os membros da AM para que seja encontrada uma solução”.

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2Rede social

Considera que o novo memorando

de entendimento com a troika afeta

o papel das associações sindicais na

negociação coletiva?

O memorando de entendimento com a troika insere-se numa estratégia de-lineada ao longo dos anos, por suces-sivos governos com políticas de di-reita, prosseguidas pelos partidos do “centrão” (PS, PSD e CDS-PP, sepa-rados ou em coligação), viradas para o retrocesso dos direitos e da valori-zação do trabalho, da dignificação e, consequentemente, dos trabalha-dores. A concertação social é gover-namentalizada para, a pretexto da competitividade das empresas, le-gitimar medidas repressivas dos di-reitos laborais, como ocorreu com o Código do Trabalho, o direito à se-gurança social e a redução dos di-reitos dos trabalhadores. A negocia-ção exige que se faça de forma séria a todos os níveis, desde logo nos se-tores e empresas, sem imposições ou chantagens de ordem governa-mental ou patronal e tendo em conta as posições sindicais para a solução dos problemas. Consideramos que o memorando da troika veio afetar de forma muito negativa toda a so-ciedade portuguesa, impondo sacri-fícios intoleráveis ao fator trabalho, aprofundando a proteção do capital, financeiro e económico. Em sua opinião, neste ano particu-

larmente difícil, qual deve ser o pa-

pel dos sindicatos?

Os sindicatos da CGTP/IN têm a sua raiz e a sua força nos trabalhadores unidos e organizados nos locais de trabalho, que promovem e efetivam os seus direitos e lutam pelas suas le-gítimas aspirações e por melhores condições de vida e de trabalho. Os sindicatos têm um papel indispensá-vel na sociedade e o seu papel é inse-parável da justiça, da solidariedade, da liberdade e da democracia.

A USDBeja garante que luta por uma

região com futuro. Acha que, neste

momento, isso pode estar em risco?

Sinceramente acho que não. Não pode estar, porque, mais cedo ou mais tarde, é inevitável a mudança. O Alentejo há de ter futuro. Os sindicatos têm apre-sentado um conjunto de propostas às entidades oficias, que continuamos a acreditar que são fundamentais para a dinamização da região. Destaco, en-tre outras, o desenvolvimento da agri-cultura e do regadio, o racional apro-veitamento das riquezas do subsolo, o melhoramento das acessibilidades ro-doviárias e ferroviárias, o reforço do investimento no setor público.

Bruna Soares

3 perguntasa Casimiro

Santos

Será que o rapaz lá do fundo não gosta de pirotecnia?À falta de passas, passou-se a meia-noite, na praça da República, em Beja, acendendo luzinhas de esperança. Por esta altura adensava-se o mistério: mas quem será o raio do pai da criança?

Coordenador da USDBeja

Semana passada

SEGUNDA-FEIRA, DIA 2 AMBAAL PULIDO VALENTE PASSA PASTA A PÓS-DE-MINA

Pulido Valente, presidente da Câmara de Beja, deixou a direção da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal), conforme previsto no acordo de rotatividade entre o PS e a CDU. Para o seu lugar entrou José Maria Pós-de-Mina, presidente da Câmara de Moura. Pulido Valente, citado pela Rádio Pax, considerou que o mandato teve vários “aspetos positivos”, referindo, em particular, o trabalho de transição da Ambaal para a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) e a reestruturação do “Diário do Alentejo”. Em sentido contrário, e motivo de preocupação, é a situação financeira da associação, que padece de problemas devido, em grande par te, ao “grande peso da dívida” dos municípios associados. Durante os próximos dois anos a Ambaal será dirigida por José Maria Pós-de-Mina (presidente); Manuel Narra, presidente da Câmara de Vidigueira; Nelson Brito, presidente da Câmara de Aljustrel; Aníbal Costa, presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo; e António Sebastião, presidente da Câmara de Almodôvar.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 2 VIDIGUEIRA COMPARTICIPAÇÃODE MEDICAMENTOS A IDOSOS

A Câmara Municipal de Vidigueira anunciou que está a decorrer, até ao dia 8 de fevereiro, o período de candidaturas à atribuição de comparticipação financeira na compra de medicamentos a idosos do concelho. Os interessados devem entregar a respetiva candidatura nas juntas de freguesia de Vidigueira, Vila de Frades, Pedrógão e Selmes e nos Centros de Convívio de Alcaria da Serra e Marmelar.

TERÇA-FEIRA, DIA 3 OURIQUE ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDEEM VISITA DE TRABALHO

O presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARSA), acompanhado dos vogais da administração, participaram numa reunião de trabalho em Ourique a convite do presidente da câmara. O autarca “aproveitou a reunião para apresentar projetos relacionados com a melhoria dos cuidados médicos à população do concelho, nomeadamente o projeto do novo centro de saúde a candidatar aos fundos comunitários, aproveitando a oportunidade de financiamento até 95 por cento”. No âmbito da reunião teve ainda lugar uma visita à Unidade de Cuidados Continuados de Garvão, a inaugurar brevemente. Promovida pela Associação Futuro de Garvão, beneficiará 30 utentes em regime de internamento, criando cerca de 27 postos de trabalho diretos.

TERÇA-FEIRA, DIA 3PORTALEGRE HOMEM FALECIDO HÁ DOIS ANOS CONVOCADO PARA CONSULTA

Os familiares de um homem, que morreu há mais de dois anos, mostraram-se indignados ao receberem uma carta a marcar uma consulta para o falecido na Unidade de Saúde Familiar (USF) Portus Alacer, em Portalegre. “O meu pai morreu há cerca de dois anos e sete meses e agora recebemos uma carta a marcar uma consulta para o médico de família, no dia 17 deste mês”, relatou à Lusa o filho do falecido, Francisco Cordeiro.“É uma falta de consciência, uma incompetência. Isto é brincar com os sentimentos das pessoas”, desabafou. Contactado pela Lusa, o gabinete de comunicação da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, que tutela a USF Portus Alacer, assegurou que o conselho de administração vai “averiguar a situação”.

Tão contentes que elas ficaram quando souberam a notíciaAno novo, vida nova. E nada como um belo sorriso para entrar com alma grande numa nova jornada. Vamos ver até quando é que o ministro Gaspar e a troika resistem a cobrar-lhes IVA.

Será que é mesmo ele, o pai da criança?Praça cheia para escutar a banda Chave de Ouro. Não sabemos se por esta altura se perguntava quem era o pai da criança. Mas pelo menos havia um braço afirmativo bem erguido no ar.

Esta gaita de beiços é minha e só minha e não a emprestoNão foi apenas no palco que se fez a animação da passagem do ano em Beja. Não faltaram também os repentistas do costume para esgalhar uma bela gaitada. Para alegrar o raio da criança.

O fotógrafo passou o ano lá para os lados do bairro das PedreirasE registou esta bela imagem do fogo preso a rebentar mesmo por cima do castelo. Será que ele não sabia que na praça da República tocavam os tipos que não desconfiam quem é o pai da criança?

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Na capa

O cimo da estrada termina na igreja de Santa Bárbara de Padrões, fre-guesia do concelho de Castro

Verde. No adro do templo, homens e mu-lheres, principalmente homens, juntam-se em torno dos madeiros que ardem e dão os tons laranjas à noite. Os rostos, alumiados pela luz da criação, da origem dos tempos, retesam-se e mexem-se devido ao frio, ten-tando enganá-lo. Os chapéus, as samarras, os capotes, as pelicas e os cajados compõem o cenário. E os lenços, os habituais lenços, que aconchegam as gargantas de onde, daí a pouco, vai brotar o cantar aos Reis, mas também ao Menino e as Janeiras.

Na rua, para disfarçar o frio, bebe-se e come-se. As crianças correm e brincam e a brancura da igreja torna-se mais alva na noite escura. No interior, está quase cheia. Mais cheia do que em dias de missa. De pa-redes irregulares, teto de madeira, os ban-cos estão preenchidos de novos e velhos. Silenciosamente, em fila, o primeiro grupo coral dirige-se ao altar. São os Camponeses de Valvargo, compenetrados e ordeiros, carregando nos ombros a tradição de um Alentejo inteiro e, na voz, a dureza da ori-gem dessa tradição. Na assistência, os olhos fechados compadecem-se com o ouvir do canto, uma das tradições natalícias mais profundamente alentejanas. Os braços cru-zados, apoiados nos cajados, dão o balanço e o equilíbrio aos timbres secos e fortes que soam na noite fria de inverno. Começou o Cantar ao Menino, Janeiras e Reis.

Por estes dias, muitos são os locais es-palhados por terras do Baixo Alentejo que dedicam as suas noites a cantar e a ouvir os Reis. Este tipo de cantar aparece, por esta altura do ano, associado aos canta-res ao Menino e às Janeiras, começando na altura do Natal e prolongando-se, mui-tas vezes, até meados de janeiro. E se a

tradição se mantém acesa por estes dias, como as candeias que saíam à rua para alumiar o caminho dos que cantavam pe-las ruas antigamente, essa mesma tradi-ção teve que ser reinventada, tal como as candeias, que só estão presentes por mo-tivos icónicos e ornamentais. O tocador de viola campaniça, dinamizador e en-saiador de diversos grupos corais, Pedro Mestre, é da opinião que estes tipos de cantares estão a perder-se um pouco ao longo dos tempos, desde os tempos em que eram transmitidos “à roda do lume”. “Tradição é transmissão e, hoje, este tipo de cantes não se transmite. E são poucos os grupos corais que os cantam, da qua-dra que vai do Natal até aos Reis”. Esta realidade é um ref lexo das origens, onde

este tipo de cantares era feito de forma es-pontânea, “por homens e mulheres, mo-ços e moças que saíam para a rua”, refere Pedro Mestre. “Não havia grupos corais, sequer. Nos últimos anos é que tem sido hábito os grupos corais fazerem concer-tos de cante ao Menino, Janeiras e Reis”.

José Francisco Colaço, anfitrião do “Património”, programa emblemático da Rádio Castrense, aponta para esse mesmo sentido, o de que os grupos corais sempre estiveram alheados deste tipo de cantos, sendo um fenómeno relativamente re-cente. “Havia até alguma recusa em parti-cipar neste tipo de cantares. Só muito re-centemente é que os grupos corais, pouco a pouco, começaram a entrar nesta lógica dos cantares tradicionais”.

Os cantares de antigamente Em meados do século passado, bem antes dos grupos co-rais adotarem estes cantares tradicionais como parte dos seus repertórios e das suas identidades, quase sempre na lógica tripartida que é apresentada atualmente, Menino, Janeiras e Reis, estas manifesta-ções musicais surgiam de forma espon-tânea, por populares que se juntavam ao acaso, cantando de porta em porta, como refere José Francisco Colaço. “No entanto, há que distinguir duas situações: o Cante ao Menino, completamente religioso, que só seria cantado nas igrejas, em ambien-tes mais litúrgicos e completamente afas-tado do mundo pagão onde se desenrola-vam os outros cantares, as Janeiras e os Reis”.

Se o cantar ao Menino acontecia em celebrações religiosas, na quadra do Natal, muitas vezes na própria Missa do Galo, as Janeiras e os Reis eram cantados, normalmente, na rua, após essa data, en-tre o final de ano e o Dia de Reis. Aliás,

as Janeiras nunca se cantavam dentro das igrejas “até pelas características das pró-prias quadras que eram cantadas, as cha-madas chacotas, que tinham que ver com o desejo de sorte e saúde para os donos da casa, com a situação de pobreza, de misé-ria, de fome e de frio que as pessoas pas-savam”. Era um cantar que visava, única e exclusivamente, o arranjar de algumas ofertas, desde o bocado de pão à linguiça, passando pelo queijo ou um bocado de presunto. “O que viesse ia para um saco comum que depois era repartido pelo grupo de cantadores. Por isso, Cante ao Menino, cante religioso. Cante às Janeiras e Reis, cantar espontâneo e de rua”.

Pedro Mestre, apesar de não ter vivido esses tempos, relembra os hábitos de ou-trora por ouvir contar, onde nas Janeiras e nos Reis, nas friezas de princípio de in-verno, os grupos andavam de rua em rua, batendo de porta em porta, procurando reconfortar alma e estômago. “Um grupo que saía para cantar, antes de cantar, batia a uma porta e perguntava: quer que cante ou que reze? E do lado de dentro respon-diam para cantar, para rezar ou não res-pondiam. Mas era hábito, nessas noites, os lavradores, que davam a esmola, man-darem ficar alguém de sentinela. Até me lembro de ouvir dizer que no monte tal mandou-se fazer uma amassadura de pão porque é noite de Janeiras”. Apesar de se-rem manifestações para as pessoas ar-ranjarem alguma coisa que reconfortasse o estômago, bem vazio a maior parte das vezes tal era a miséria dos trabalhado-res rurais, Pedro Mestre aponta ainda um outro cenário, onde outros interesses apa-reciam. “Havia ainda aqueles mais sacrifi-cados, que ganhavam as esmolas e depois, no dia seguinte, faziam um leilão no adro da igreja e o lucro revertia para a Igreja. Na

O tempo em que os cantares do Alentejo entram pelas igrejas dentro

Quer que cante ou quer que reze?

A 6 de janeiro, a tradição cristã atribui a visita dos reis Magos a Jesus

Cristo, que havia nascido dias antes. É também hoje que termina o cha-

mado Ciclo de Doze Dias, que Michel Giacometti, etnólogo da Córsega e

que estudou os cantares alentejanos, documentou na década de 1970

na sua série televisiva “Povo Que Canta”. Um período ao longo do qual se

canta ao Menino, as Janeiras e aos Reis, e que culmina no dia de hoje, 6

de janeiro, Dia de Reis.

Texto Marco Monteiro Cândido

Cantar os Reis por estes dias

Por todo o distrito de Beja muitos são os locais onde se canta aos Reis neste final de semana. Hoje, em Brinches, festejam-se os Reis, de-pois de ontem se terem cantado em Serpa, com um desfile pelas ruas.

Também em Castro Verde, na Basílica Real, pelas 21 e 30 horas há um Concerto de Reis. No concelho vizinho de Ourique decorre o cantar das Janeiras e Reis na igreja Paroquial de Santana da Serra a partir das 21 horas. Amanhã, dia 7, é a vez da igreja Paroquial do Santíssimo Salvador, pelas 21 horas, encerrando uma semana dedicada ao Cante Alentejano – Janeiras e Reis.

Almodôvar recebe também, amanhã, pelas 21 horas, na igreja Matriz, o Cante ao Menino. Em Figueira dos Cavaleiros, Ferreira do Alentejo, a Associação Grupo Coral Os Rurais organiza o Cante dos Reis, às 19 horas, na igreja Matriz. A freguesia de Ervidel, em Aljustrel, recebe o Cantar aos Reis no próximo domingo, dia 8, pelas 17 horas, no centro cultural local, com as participações dos grupos As Margens do Roxo e Flores da Primavera.

E, no momento em que a candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco está a ser preparada, a Confraria do Cante Alentejano, a Casa do Alentejo e a Associação MODA promovem o primeiro encontro de grupos corais no próximo dia 8, na Casa do Alentejo, em Lisboa. Uma oportunidade para se discutir a importância da candidatura, o ponto de situação da mesma e a relevância da participa-ção dos grupos corais na sua razão de ser e desenvolvimento. MMC

“Havia até alguma recusa em participar neste tipo de cantares. Só muito recentemente é que os grupos corais, pouco a pouco, começaram a entrar nesta lógica dos cantares tradicionais”.

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freguesia de São João dos Caldeireiros, em Mértola, muitos dizem que isso acontecia no tempo mais antigo”.

O ressurgimento dos últimos anos Pedro Mestre, ele que também é ensaiador de grupos corais, como os Cardadores, as Papoilas ou a Academia Sénior de Serpa, sublinha que a assimilação do repertó-rio típico do Ciclo dos Doze Dias, apre-sentado por Giacometti em 1971/1972, é, também ela, uma forma de manter os gru-pos ativos durante o período de inverno. “Os grupos corais no inverno acabavam por ficar um bocadinho parados, porque não tinham repertório e não tinham con-certos. Estas iniciativas fizeram com que os grupos reavivassem a memória sobre estes cantes, procurassem e recolhessem os temas”. E é nesse trabalho de recolha e estudo do repertório do cancioneiro po-pular alentejano que Pedro Mestre tem - -se deparado com a particularidade dos cantares fazerem-se de formas diferen-tes entre terras, sejam elas próximas ou

“Os grupos corais no inverno acabavam por ficar um bocadinho parados, porque não tinham repertório e não tinham concertos. Estas iniciativas fizeram com que os grupos reavivassem a memória sobre estes cantes, procurassem e recolhessem os temas”.

afastadas. O próprio dá um exemplo num típico tema dos Reis. “Apesar de se encon-trar a mesma letra em todos, nos ‘Três Cavalheiros’ é onde se percebe melhor, porque aquilo é um romance e, do prin-cípio ao fim, as palavras são as mesmas. Mas tem dezenas de melodias. Cada terra que canta os Reis, canta com uma melodia própria”. A explicação das variadas for-mas que chegaram até hoje relaciona-se com a transmissão que faz a tradição.”As pessoas iam ouvindo, trauteando essas melodias e assim é que iam modificando as várias versões. Hoje em dia, os gru-pos corais conhecem esses temas e traba-lham-nos de forma diferente”.

A maneira como passaram a ser enca-rados estes “cantos tradicionais”, como refere José Francisco Colaço, é que foi preponderante para o seu ressurgimento nos últimos anos através dos grupos co-rais. O acolhimento tardio por parte dos grupos corais aconteceu porque estes nas-ceram, inicialmente, para o cante, aponta o fundador do grupo das Camponesas de

Castro Verde. “Esses cantares tradicio-nais nada têm a ver com o cante alente-jano, com as ditas modas. E os grupos re-cusavam tudo o que tivesse uma génese mais próxima dos bailes e dos cantares à campaniça”. Mas então, o que mudou com o passar dos anos? “Pouco a pouco foi-se introduzindo no pensamento que a cul-tura é um todo, que deve ser preservada, porque as pessoas, dos grupos espontâ-neos de outrora, foram desaparecendo e a única forma de preservar esta tradição se-ria através dos grupos corais. Mesmo as-sim, nem todos os grupos cantam estes cantares tradicionais”.

Atualmente, para além do Menino, o cantar das Janeiras e dos Reis também já se faz nas igrejas, tendo saído do palco primordial, as ruas. E, como na igreja de Santa Bárbara de Padrões, pode ou-vir-se alguém cantar: “Toda esta noite aqui ando/Com os pés pela geada/A bar-riga vem vazia/E a talega não traz nada”. Mesmo que antes não perguntem se é para cantar ou para rezar.

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Cantar aos Reis Magos Na igreja de Santa Bárbara de Padrões a tradição voltou a cumprir-se

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Atual

A menos de dois anos das eleições au-tárquicas, os partidos já afinam es-tratégias para conquistar ou man-ter as suas posições no Poder Local. No entanto, as regras que irão presi-dir a esse ato eleitoral ainda não es-tão definidas. Até ao fim do semestre o Parlamento deve pronunciar-se so-bre várias leis em torno desta matéria. O “Diário do Alentejo” antecipa aquilo que poderá estar em discussão.

Texto Aníbal Fernandes

Carlos Abreu Amorim, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD e res-ponsável pelo grupo de trabalho dos

social democratas que está a preparar os do-cumentos, confirmou ao “DA” que até ao fim de junho a Assembleia da República terá de legislar as várias matérias, mas como são leis que obrigam a uma maioria qualificada, o en-tendimento com o PS é essencial.

Confrontado com a possibilidade de a nova lei de limitação de mandatos vir a im-pedir a candidatura de presidentes com três mandatos a outras autarquias que não aquelas onde tenham desempenhado funções, Abreu Amorim confirmou que “há quem fale nisso”, mas recusou-se a admitir que essa disposição possa fazer parte da proposta do PSD.

“É muito cedo”, para dizer o que irá ou não mudar, disse o deputado. “O deputado Manuel Meirinho está neste momento a coor-denar um estudo” que servirá de base às pro-postas do PSD.

Luís Pita Ameixa, deputado do PS eleito por Beja, embora dizendo que a matéria ainda não está em discussão, é da opinião de que, quanto a esta matéria, a “lei existente está bem”: “Esta limitação de mandatos é su-ficiente, para impedir que a mesma pessoa se eternize no poder”, deixando antever que,

Autárquicas são daqui a dois anos

Partidos desconhecem ainda as regras do jogo

neste ponto, dificilmente haverá consenso para uma mudança.

Já quanto à constituição do executivo ca-marário a partir dos resultados obtidos pe-las listas candidatas à assembleia municipal, o deputado socialista não parece ver grandes inconvenientes. A ideia de que “quem ganha governa” e é fiscalizado por uma “assembleia com poderes deliberativos” pode ter pernas para andar.

Bem como a perda de direito a voto dos presidentes das juntas de freguesia em algu-mas matérias, como por exemplo o orçamento municipal. “O último projeto” [do PS] previa essa alteração, de forma a evitar “distorções” em relação aos resultados eleitorais, mas a ma-téria “não voltou a ser discutida”, afirmou Pita Ameixa, que acrescentou estarem os socialis-tas à espera que o PSD apresente as suas pro-postas para decidir a sua posição.

João Ramos, deputados do PCP eleito por Beja, mostra “grande preocupação” quanto ao pouco que se sabe sobre o assunto. No texto do Documento Verde defende-se uma “maior proximidade” de eleitos e eleitores, mas para o deputado comunista o que se está a tentar fa-zer “é exatamente o contrário”.

Tal como na limitação de mandatos, “li-mitar a participação dos presidentes de junta nas assembleias municipais” é um passo atrás na democracia, defende João Ramos, que en-tende que “cada vez mais quem decide não são as pessoas eleitas para isso”.

A título de exemplo, o deputado do PCP re-fere que com a atual lei os eleitores podem es-colher, nas câmaras municipais, o poder exe-cutivo e fiscalizador, em listas diferentes, e “muitas vezes o fazem”. Com um modelo de lista única de onde emana, a convite do líder da lista mais votada, o executivo municipal, a tendência é para que os dois órgãos tendam a ser da mesma cor, com prejuízo para a fiscali-zação democrática da vereação.

Limitar a participação dos presidentes de junta nas assembleias municipais é um passo atrás na democracia.

João Ramos

Carlos Abreu Amorim diz que a troika obriga a que a legislação seja aprovada durante o primeiro semestre de 2012.

A lei existente está bem. Esta limitação de mandatos é suficiente, para impedir que a mesma pessoa se eternize no poder.

Luís Pita Ameixa

Aljustrel ensina como agir em caso de sismos e incêndiosO CAIM – Centro de Animação Infantil

Municipal de Aljustrel promove na

próxima terça-feira, dia 10, pelas 18

horas, uma ação de sensibilização sobre

sismos e incêndios, dirigida às crianças

que frequentam este equipamento

municipal, encarregados de educação e

comunidade em geral. A ação “pretende

ensinar quais os procedimentos a

adotar, antes, durante e depois de

um sismo”. Será ainda abordada a

questão da prevenção de incêndios,

“de como atuar durante um e quais

as medidas a tomar no rescaldo”. A

iniciativa conta com a participação dos

agentes da Escola Segura de Aljustrel,

representantes do Comando Distrital

de Operações de Socorro (CDOS) e do

Serviço Municipal de Proteção Civil e

do Serviço de Proteção Civil Municipal.

Ninho de Empresas de Ferreira em 2012O Cedec – Ninho de Empresas

de Ferreira do Alentejo deverá

entrar em funcionamento em 2012.

Segundo a Câmara Municipal de

Ferreira do Alentejo, as obras de

construção do espaço decorrem

normalmente e “a bom ritmo”. O

Ninho de Empresas fica situado no

parque de empresas de Ferreira do

Alentejo com o objetivo de apoiar os

empresários do concelho e potenciar

o desenvolvimento económico local.

Centro Social de Vidigueira recebe oficina de chocolate O Centro Social de Vidigueira recebe

hoje, sexta-feira, pelas 10 horas, uma

oficina de chocolate, ministrada pelo

Mestre Cacau. A oficina é promovida

pela câmara municipal local. As

inscrições são limitadas. Mestre Cacau

é uma conceituada fábrica de chocolates

com sede em Beja. Os seus produtos,

para além da originalidade em que são

apresentados, têm a particularidade de

juntar ao cacau ingredientes regionais.

Ginástica de manutenção no Inatel de Beja A agência de Beja da fundação Inatel

tem abertas inscrições para aulas de

ginástica de manutenção. As aulas têm

lugar às terças e quintas-feiras, das 18

às 19 horas (classe feminina) e das 19

às 20 horas (classe masculina). O Inatel

quer assim proporcionar à população

de Beja mais condições para manter a

boa forma física e a prática desportiva.

O presidente da Câmara de Beja, Pulido Valente, considera a hipótese de apresentar um novo orçamento

na Assembleia Municipal (AM), em fevereiro próximo, tal como determina a legislação. A mesa da AM, em comunicado enviado às re-dações, mostra-se disponível “para reunir e tomar decisões, em qualquer momento, so-bre os documentos que a câmara lhe envie para deliberação”.

Entretanto, o executivo municipal de Beja pediu um parecer à Associação Nacional dos Municípios Portugueses para saber quais os procedimentos a observar em face da re-provação do orçamento. Já antes, a câmara tinha anunciado a intenção de apresentar uma queixa junto do Ministério Público con-tra a Assembleia Municipal. Agora, Pulido Valente explica que o município é “obri-gado legalmente a apresentar o problema ao

Ministério Público” e, para além disso, “a câ-mara não poderia ficar com o ónus legal de não ter o orçamento em vigor no dia 1 de ja-neiro”, cabendo a quem chumbou o docu-mento “assumir a responsabilidade”.

Em resposta, a mesa da Assembleia Municipal, que considera “absurda” a apresen-tação da queixa, reiterou em comunicado que “não aceita ser limitada ou condicionada no seu normal e democrático funcionamento”.

Novo orçamento de Beja em fevereiro

Direções regionais de Educação vão ser extin-tas As cinco direcções regionais de Educação vão ser extin-tas sendo as suas atribuições integradas na Direcção-Geral da Administração Escolar, segundo a lei orgânica do Ministério da Educação e Ciência (MEC) publicada em “Diário da República”. De acordo com o MEC, esta medida “permitirá aprofundar a

autonomia das escolas, implementando modelos descentraliza-dos de gestão e apoiando a execução dos seus projetos educati-vos e organização pedagógica”. No entanto, as cinco direcções re-gionais de educação extintas (Lisboa e Vale do Tejo, do Norte, do Centro, do Alentejo e do Algarve) mantém-se, transitoriamente, até 31 de dezembro de 2012, com a natureza de direções-gerais.

No âmbito do Provao – Programa de Valorização Ambiental e

Urbanística de Aldeia de Ruins e Olhas decorre amanhã, sábado, a partir

das 9 horas, um conjunto de atividades que assinalam a reabertura ao

público da sede social do Centro de Recreio e Convívio de Olhas. De

acordo com a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo “esta reabertura

é possível após a realização de importantes obras de requalificação

deste espaço de cultura e recreio”. A intervenção, “há muito esperada

pela população”, resulta de uma parceria entre a câmara, Junta de

Freguesia de Ferreira do Alentejo e Centro de Recreio e Convívio

de Olhas e contou com o financiamento do Inalentejo – eixo 4.

Centro de Convívio

de Olhas reabre

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“É urgente que o Governo se comprometa com uma data para a conclusão do regadio de Alqueva. Há muitos investi-mentos já feitos e os agriculto-res têm que saber para quando está previsto o fim das obras”, diz António Serrano ao “Diário do Alentejo”.

Texto Carlos Júlio

Foto José Serrano

O ex-ministro da Agri cultura e atual deputado do PS na Assembleia da República

considera que o facto de “não haver uma data definida” está a prejudicar todo o projeto e a comprometer as ex-pectativas dos agricultores. “Há mui-tos agricultores que já fizeram os seus investimentos, gastaram muito di-nheiro tendo como meta 2013 para verem chegar a água às suas proprie-dades, e que hoje estão perdidos, no-meadamente os que investiram nos 12 mil hectares a serem regados a par-tir da barragem do Pedrogão. Esta in-definição só vem confundir os agri-cultores, sobretudo numa altura em que tanto se fala de aumentar a produ-ção nacional, reduzindo importações e aumentando as exportações”, refere.

O antigo governante, natural do distrito de Beja, considera que esta si-tuação “infelizmente vai manter-se já que, pelo que se sabe, a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva (EDIA) tem ordens para não avançar com qualquer concurso. O empreendimento de Alqueva, de-pois de concluído, pode aumentar muito a produção agrícola e é para-doxal estar parado. Numa altura em que se pretende dinamizar a produção

nacional está a inviabilizar-se um pro-jeto que tem também uma grande ca-pacidade técnica. É triste ver que não há uma perspetiva de futuro”.

Para António Serrano, no en-tanto, a questão de se avançar ou não com uma obra é sempre uma ques-tão política e de decisão de quem go-verna. “O dinheiro é sempre pouco. O anterior primeiro-ministro tinha-se comprometido com a conclusão do regadio de Alqueva para 2013, man-teve esse compromisso até ao fim do seu mandato e sabíamos que du-rante este ano iríamos lançar os úl-timos dois concursos. Poderia haver

alguma derrapagem, mas não muito grande. Admitíamos que a conclu-são das obras pudesse acontecer ape-nas em 2014, se alguma coisa cor-resse mal”.

O atual deputado socialista refere que “este governo tem o direito de de-finir outras prioridades e decidir que a conclusão do projeto de Alqueva não é uma prioridade absoluta e que, por isso, vai adiá-la. Mas tem que se comprometer com um prazo de fi-nalização das obras. Ainda por cima tem havido contradições nas palavras da ministra da Agricultura, que já fa-lou de várias datas e hoje ninguém

sabe para que ano aponta a conclusão das obras nem com que data este go-verno se compromete”.

António Serrano salienta, por ou-tro lado, que “o mais estranho é que para além de não haver uma data, o Governo utilize um argumento que não é verdadeiro acerca da eventual baixa utilização do regadio por parte dos agricultores. Isso não é verdade”.

Ou seja, segundo este ex-gover-nante, “o número que a ministra tem referido tem a ver apenas com uma pequena mancha de regadio, cerca de dois mil hectares, que não tem sido utilizada. É uma pequena área,

quando comparada com os 60 mil já concluídos. Aliás, a taxa média de re-gadio de Alqueva que está a ser usado pelo agricultores ultrapassa já os 40 por cento e o próprio empreendi-mento já tem uma média de utiliza-ção equivalente ou mesmo superior à média de utilização do regadio a ní-vel nacional”.

António Serrano critica também o “argumento infeliz, político e ético, por parte da ministra, quando critica os agricultores alentejanos e levanta a hipótese de terem que ir agriculto-res ribatejanos, ou de outros pontos do País, ensinarem-nos a usar o regadio”.

“Os agricultores alentejanos – e eu vi isso enquanto fui ministro – têm feito um esforço enorme, têm conseguido modernizar-se, e lançar sobre eles um libelo de suspeita, de que é gente que não é capaz, é muito injusto”, conclui o ex-ministro.

Embora não faça parte do grupo de trabalho parlamentar sobre Agricultura, António Serrano diz que “o PS está a trabalhar nesta ma-téria e a ministra Assunção Cristas pode ser chamada brevemente ao Parlamento para esclarecer as suas afirmações sobre Alqueva e compro-meter-se com uma data para a con-clusão do projeto”.

O antigo ministro da Agricultura diz que existe a possibilidade de o Governo “pretender reafectar ver-bas comunitárias já aprovadas para o empreendimento de Alqueva a outros projetos”, o que iria atra-sar ainda mais a conclusão do em-preendimento, “mas isso tem tudo que ser esclarecido o mais breve-mente possível”, uma vez que “esta indefinição está a prejudicar muitos agricultores”.

António Serrano, ex-ministro da Agricultura e atual deputado do PS

O governo tem que se comprometer com uma data para concluir Alqueva

A ACOS veio esta semana exigir ao Governo que aponte uma data para a conclusão das obras de Alqueva. O anterior executivo de

José Sócrates tinha definido 2013 como o ano em que o regadio estaria concluído. Por dificuldades orçamentais, a nova ministra Assunção Cristas já veio dizer que há um adiamento da conclusão do projeto, mas não avançou ainda qualquer data con-creta. Em nota de imprensa, a ACOS – Agricultores do Sul manifesta “grande preocupação relativa à indefinição do Ministério da Agricultura em rela-ção ao término das obras de Alqueva”, uma vez que já foram feitos muitos investimentos, “nomeada-mente novas plantações de olival e vinha, a contar com a rápida conclusão das obras”. Para esta asso-ciação de agricultores “só no perímetro de rega de Pedrogão (que aguarda a conclusão das obras) fo-ram plantados cerca de 12 mil hectares de culturas de regadio que podem vir a ser comprometidos”,

ACOS critica “indefinição” do Ministério da Agricultura

acrescentando que “neste momento começa a ser preocupante a falta de chuva que, ao longo de cerca de dois meses, já retirou às barragens e charcas das explorações, bem como aos furos, a normal capaci-dade de irrigação”. Anteriormente, em declarações ao programa radiofónico da ACOS “Agricultores do Sul”, o ex-ministro da Agricultura, António Serrano, tinha criticado o facto de não existir ainda uma data para o fim das obras. “Quando se faz campanha política a dizer que a agricultura é im-portante para reduzir as importações e aumentar as exportações, essa bandeira política eleitoral tem de ser traduzida em atos concretos quando se está no poder. É isso que se espera na hora da verdade. O Governo deve comprometer-se com um prazo e deixar de adiar a questão. Este é um projeto que pode ajudar Portugal a sair da crise”, disse António Serrano, em declarações que a ACOS, afirma, neste comunicado, subscrever.

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No primeiro trimestre do pró-ximo ano Ferreira do Alentejo deverá ter a sua central de ga-seificação de biomassa con-cluída. O investimento, que de acordo com o presidente da câmara “tem caráter de inova-ção“, deverá criar entre “15 a 20 postos de trabalho”. A cen-tral vai recorrer à biomassa para produzir eletricidade para injetar na rede elétrica nacional.

Está em construção, em Ferreira do Alentejo, no Parque Agroindustrial do

Penique, uma central de gasei-ficação de biomassa, que deverá estar pronta, de acordo com a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, no “primeiro trimestre do próximo ano”.

O investimento de 17 milhões de euros, da responsabilidade do grupo LENA, poderá criar, se-gundo o presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, Aníbal Costa, “entre 15 a 20 pos-tos de trabalho”.

Para o autarca, “este é um in-vestimento que mostra a grande dinâmica que o concelho de Ferreira do Alentejo está a ter na fileira agroindustrial”, lem-brando que a autarquia “apostou no desenvolvimento sustentado do concelho”, mostrando às em-presas as vantagens de se instala-rem no Parque Agroindustrial do

Penique. “Ferreira do Alentejo, nesta al-

tura, está um pouco em contraci-clo com o que está a acontecer no resto do País, que passa por gran-des dificuldades. O concelho con-tinua a atrair alguns investimen-tos privados”, garante Aníbal Costa, lembrando que “esta é uma unidade com grande caráter de inovação”.

“Esta central tem a particulari-dade de utilizar um processo alta-mente inovador e que ainda não é usado em Portugal, recorrendo à utilização de biomassa através de um processo de gaseificação”, diz.

A central terá uma potência instalada de 6,5 MW e um poten-cial de injeção na rede até 57 Gwh//ano. Na verdade, a unidade irá re-correr à biomassa para produzir eletricidade para injetar na rede elétrica nacional.

O autarca frisou ainda “a im-portância que o concelho está a ganhar na área do regadio”, lem-brando que “muita da matéria - -prima usada nesta central de biomassa deve-se à existência de culturas de regadio”, que “permi-tem que se possam utilizar os des-perdícios na produção de energia”.

Esta central, na opinião de Aníbal Costa, “vem valorizar a fre-guesia de Odivelas, o concelho de Ferreira do Alentejo, mas tam-bém a região, uma vez que se trata de um investimento de grande monta”. BS

Fileira agroindustrial em destaque em Ferreira do Alentejo

Central de biomassa com caráter de inovação

“Esta central tem a particularidade de utilizar um processo altamente inovador e que ainda não é usado em Portugal, recorrendo à utilização de biomassa através de um processo de gaseificação”

milhões de euros é o valor que o grupo LENA investe

na construção da central de gaseificação de biomassa

no concelho de Ferreira do Alentejo17

Branco e espumante já estão no mercado

Leonel Cameirinha dá o seu nome a novo vinho

O “Comendador Leonel Ca-mei rinha” é o novo vinho produzido na herdade do

Monte Novo e Figueirinha, pro-priedade de Leonel Cameirinha, que oferece o nome ao novo néctar.

Já estão no mercado qua-tro mil garrafas de vinho branco, bem como de espumante. O vinho

tinto, com a mesma denominação, ainda está em fase de maturação. Prevê-se, no entanto, que chegue ao mercado na primavera.

O vinho branco é produzido a partir da casta Chardonnary, que se encontra plantada na herdade das Fontes, próximo de Vidigueira. Nesta propriedade, a sociedade

agrícola de Leonel Cameirinha já tem cerca de 30 hectares de vinha. O vinho tinto, esse, é produzido a partir da casta Touringa Nacional.

O vinho branco “foi vinificado pelo processo tradicional em cubas de inox, com final de fermentação em barricas de carvalho francês, a cerca de 18º centígrados”.

É descrito como um vinho que apresenta “cor amarelo citrino, aroma frutado, amanteigado, fru-tos secos, baunilha, toque de ma-deira de boa qualidade, boa aci-dez, untuoso, fresco e com final persistente”.

Classificado como vinho re-gional alentejano reserva, deve ser

servido à temperatura de 12º e é in-dicado para acompanhar pratos de peixe e marisco.

O “Comendador Leonel Cameirinha” pretende conquis-tar o mercado e projetar a adega em 2012, apostando, neste sentido, a sociedade agrícola fortemente neste novo produto.

Os eleitos na Assembleia Municipal de Alcácer do Sal aprovaram recentemente,

por unanimidade, duas moções de crítica ao Governo e reivindicação pela

reativação do transporte ferroviário neste concelho. Em paralelo, aquele

órgão autárquico decidiu criar uma comissão para que, em conjunto com a

população, “vá junto da administração da CP mostrar o seu descontentamento

pela forma como estas decisões foram tomadas, sem auscultar as populações”.

O concelho de Alcácer do Sal “viu-se totalmente privado de transporte

ferroviário desde o dia 11 de dezembro, o que já motivou vários protestos,

nomeadamente uma manifestação, pedidos de reunião à CP e à tutela e um

abaixo-assinado que ainda decorre”. Para os deputados municipais, Alcácer foi

vítima de mais uma das “medidas que o Governo faz no gabinete, sem primeiro

se inteirar da realidade das populações do interior”.

Assembleia Municipal de

Alcácer na luta pelos comboios

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Restaurante de Alpalhão oferece apostas no Euromilhões Um restaurante de Alpalhão, no distrito de Portalegre, oferece apostas no Euromilhões e Totoloto, aos clientes que gastarem mais de 20 euros no jantar. João Junceiro, gerente do restaurante “A Regata”, pretende com esta inicia-tiva combater a crise e a subida do IVA na restauração, explicou

à Lusa. O empresário, que emprega uma dezena de funcioná-rios, teme “que a clientela venha a baixar devido à crise e à su-bida do IVA, o que é um problema bastante grave”. Por isso, às terças e sextas-feiras são oferecidas duas apostas no Totoloto e às quartas e quintas-feiras e aos domingos uma aposta no Euromilhões. Resta saber se é uma boa aposta.

O IPBeja formalizou no pas-sado dia 28 de dezembro, em Évora, através do seu presi-

dente Vito Carioca, a entrada no ca-pital social da Sociedade Gestora do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo (PCTA). O capital social as-cende a 575 mil euros, repartidos pe-los sócios que são a Universidade de Évora, o Banco Espírito Santo, as empresa Glintt e Decsis, a Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (Adral), a Associação Nacional de Jovens Empresários e os institutos politécnicos de Portalegre e Santarém.

Em comunicado o IPB informa que “a criação da sociedade ges-tora constitui a última fase intermé-dia do processo de dinamização do Sistema Regional de Transferência de Tecnologia, candidatado ao eixo 1 do InAlentejo”. Após a apresentação das candidaturas individuais, durante este ano, seguir-se-á “a dinamização de uma rede de ciência e tecnologia e de incubadoras de empresas de base tecnológica no Alentejo”.

O Inst ituto Pol itécnico de Beja será o promotor da rede no Baixo Alentejo, em parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEG), a Lógica,

SA/Parque Tecnológico de Moura, Cebal, COTR, Câmara Municipal de Beja e Nerbe.

São três as candidaturas: Valorização das Estruturas de I&D associadas ao Centro de Agricultura, Tecnologia Alimentar e Ambiente (unidades de hortofrutícola, aná-lise de semantes e matérias-primas vegetais, ciência e tecnologia de ali-mentos e tecnologias do ambiente); Construção e Apetrechamento dos Laboratórios Associados ao Centro

de Sistemas Computacionais e Criatividade Multimédia (labora-tórios de artes e comunicação mul-timédia, animação territorial, re-des e computação ubíqua e sistemas de informação e interatividdae); e, por último, um espaço dedicado a uma incubadora de empresas de base tecnológica.

As áreas do Desporto e Saúde se-rão objeto de um projeto apresen-tado em parceria com o Instituto Politécnico de Santarém.

Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo

IPBeja investe na investigação

575 mil euros É o capital social do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo

A Câmara Municipal de Moura quer construir um novo ce-mitério para complementar o

atual, mas está com “dificuldades” em financiar a obra, que custa quase 3,2 milhões de euros e não é compartici-pada por fundos comunitários.

Apesar de o sistema de rotação permitir a utilização sucessiva de ga-vetões, o atual cemitério “já quase não responde às necessidades” e, por isso, terá que ser construído um cemité-rio complementar, disse à Lusa o ve-reador da Câmara de Moura Santiago Macias.

O sistema “permite remediar, mas não resolve a longo prazo o problema do atual cemitério”, explicou, fri-sando que o município “terá mesmo que construir um novo cemitério”, mas, pelo menos durante este ano, não pode avançar com a obra, porque “está com dificuldades de financiamento”.

Os projetos de cemitérios “não são comparticipados por fundos comuni-tários” e, por isso, “terá que ser só a câ-mara a arcar com o financiamento” da obra, que é “bastante significativo” para o município, frisou.

“Só poderemos considerar o

lançamento da obra a partir de 2013”, estimou o autarca, referindo que o novo cemitério deverá ser construído por fases e o atual não vai ser desati-vado e continuará a funcionar.

O novo cemitério é “uma necessi-dade efetiva” e, por isso, o município já fez e aprovou a proposta final do pro-jeto, que está “pronto” e “em carteira” para o município poder avançar com a obra “quando houver a possibilidade de a financiar”, disse Santiago Macias.

O novo cemitério vai ser constru-ído na Estrada da Barca, nos arredo-res de Moura.

Investimento de quase 3,2 milhões de euros

Câmara de Moura não tem verbas para construir cemitério

Bispo de Beja lamenta êxodo de jovens

Na última semana de janeiro a Diocese de Beja irá

promover umas jornadas sobre o tema “Doutrina

Social da Igreja: perspetivas atuais”. No seguimento

da mensagem de ano novo do papa Bento XVI,

dedicada à educação e juventude, o bispo de Beja

convidou “as empresas da região a abrirem a suas

portas aos jovens” para que “não abandonem o

Alentejo” durante o ano que agora começa.

Vitalino Dantas alertou para o facto de ser necessário

“inverter o caminho” para que as “as atitudes

materialistas, egoístas e relativistas dos adultos” não

lancem “sombras e trevas nos horizontes das novas

gerações”. O bispo de Beja lamentou que “na nossa

região há cada vez menos jovens e os que atingem a

idade adulta optem muitas vezes pela emigração”. No

entanto, acredita que “aqueles que conseguem resistir”

são “fundamentais para revitalizar a região”.

Palma Rita é o novo delegado regional do IEFP

José Joaquim Palma Rita é o novo delegado regional

do Alentejo do IEFP, cargo que já tinha ocupado entre

2004 e 2005. Natural de Alandroal, José Palma Rita é

licenciado em Sociologia pela Universidade de Évora

e mestre pela mesma universidade em Sociologia,

variante de Recursos Humanos e Desenvolvimento

Sustentável. Faz parte dos quadros da delegação

regional do Alentejo do Instituto do Emprego e

Formação Profissional desde 1988, e desempenhou

funções como diretor do Centro de Emprego de

Évora, chefe da divisão de certificação profissional.

Cercal do Alentejo, no concelho de Santiago do Cacém, comemora hoje, sexta -feira,

o Dia de Reis com uma iniciativa aberta à população, que irá decorrer nas ruas da

localidade. O cortejo é organizado pela Associação dos Amigos da Banda Lira Cercalense,

com o apoio da Junta de Freguesia do Cercal e da Casa do Povo do Cercal. A

saída do cortejo dos Reis está marcada para as 20 horas na Casa do Povo.

Cercal do Alentejo comemora

Dia de Reis

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A Turismo do Alentejo lan-çou um novo site promocio-nal da região, considerado

“inovador”, numa parceria com a Agência Regional de Promoção Turística. O portal, com uma “forte componente de interatividade”, está localizado em www.visitalen-tejo.pt.

De acordo com a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo, no novo site “os visitantes têm acesso à vasta oferta turística, mas o principal fator de diferencia-ção é o facto de poderem interagir com o destino, seja criando os seus roteiros de visita ou partilhando

Alentejo reforça aposta no mercado externo

Turismo lança portal “interativo”

O Coro do Carmo de Beja assinala a quadra dos Reis com o seu tradicional

Concerto de Reis, que terá lugar no próximo domingo, dia 8, pelas 16 horas,

na igreja do Carmo. O concerto contará ainda com as participações do coro

infantil e juvenil da paróquia e de um grupo de instrumentistas.

Concertode Reis pelo

Coro do Carmo de Beja

Cante aos Reis em Ervidel A Junta de Freguesia de Ervidel (Aljustrel) promove no próximo domingo, dia 8, pe-las 17 horas, no auditório do Centro Cultural, o tradicional Cante aos Reis. “Divulgar e preservar a tradição através da

música, das letras e dos trajes” é o objetivo desta iniciativa, que conta com a participação dos grupos corais da fregue-sia – As Margens do Roxo e Flores de Primavera – e do can-tor e tocador de viola campaniça Paulo Colaço.

com outros utilizadores ou com os amigos das redes sociais as suas ex-periências e sugestões”.

Para além do português, o site apresenta conteúdos em mais cinco idiomas, nomeadamente in-glês, francês, espanhol, alemão e holandês, com o objetivo de dar a conhecer a diversidade e a excelên-cia da região a todos os mercados emissores. O presidente da ERT, Ceia da Silva, destaca ainda que o portal possui uma versão mobile para todos os interessados em re-ceber informação por telemóvel.

Entretanto, a cerca de um mês do lançamento oficial, a campanha

“O Alentejo Dá-lhe Tudo” conta já com mais de duas centenas de ade-sões, entre restaurantes, alojamen-tos, empresas de animação, eno-turismos e lojas de artesanato, anunciou Ceia da Silva na página pessoal do Facebook. O presidente da ERT Alentejo, revelou ainda que em janeiro estará presente na re-gião a nata mundial dos praticantes de “orientação”, uma modalidade em grande expansão e que encon-tra no Alentejo o cenário ideal para a sua prática.

Aposta no mercado externo O Alentejo registou este ano, em

comparação com 2010, um cresci-mento de “25 por cento” das dor-midas de turistas estrangeiros, pelo que, numa altura de crise nacional, o mercado externo é aposta para 2012. “Nenhum país em que o tu-rismo tenha importância sobrevive sem o seu mercado interno, mas o externo é o único que traz divi-sas”, destacou à Lusa Vítor Silva, presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, com sede em Grândola.

O mercado interno, disse, é “fun-damental na época baixa ou mesmo para contrariar a sazonalidade”, so-bretudo no Alentejo, em que “cerca

de 75 por cento dos turistas são por-tugueses”, mas, com a crise, é pre-ciso captar mais estrangeiros.

“Obviamente que a crise que afeta o País e os bolsos dos portu-gueses, inevitavelmente, vai ter consequências”, admitiu, reconhe-cendo que “já se está a verificar” na região. Nos últimos anos, lembrou, “o Alentejo cresceu nos mercados interno e externo”, só que, no se-gundo semestre de 2011, verificou-se “um decréscimo do mercado in-terno”. O número de dormidas do mercado interno em 2011 é “prati-camente igual ao que tivemos em 2010”, continuou.

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As reticências levanta-das por João Posser de Andrade baseiam-se no

passado recente e no que tem sido a história dos montados de sobro em Portugal. Tendo proteção legal desde 2001, o sobreiro continuou a ser abatido ao longo dos anos in-vocando-se variadíssimas exce-ções. “Se tivermos em conta o que se tem passado ao longo dos últi-mos anos, este é um ato que não significa nada. Agora, e eu espero que tenha havido uma modifica-ção nos objetivos da política agrí-cola em Portugal, tenho esperança que isto conduza a alguns atos efe-tivos para a melhoria da questão, que é muito mais grave do que se pensa”.

Assembleia da República eleva sobreiro a símbolo nacional

A árvore de todos nós

Com esta aprovação por una-nimidade na Assembleia da República do sobreiro como ár-vore nacional, espera-se que al-guns erros do passado possam ser corrigidos e terminados. Segundo o provedor da confraria, atual-mente produz-se cerca de menos 50 por cento de cortiça do que se produzia na década de 60 do sé-culo passado. “E ninguém fala nisso. E como é que isto aconte-ceu, já que há muito mais área plantada? É que a densidade das árvores nos montados é muito me-nor e, portanto, a produção des-ceu muito, sendo necessário dar a volta a isto”.

Para João Posser de Andrade, a sustentabilidade do sobreiro, e

alteração do caminho que trouxe o montado ao estado em que está, só pode acontecer havendo racio-nalidade económica. “Eu não es-tou a dizer que os preços têm que aumentar. O que digo é que os be-nefícios que o montado de sobro produz têm que ser pagos por al-guém”. O sequestro de carbono, a amenização do clima e todo o ecossistema em torno do sobreiro são alguns dos maiores benefí-cios gerados por esta árvore, que Posser de Andrade defende terem

que ser reconhecidos e valoriza-dos. “Todos os pagamentos dos bens que o sobreiro produz, que de certa maneira até já são quantifi-cados, têm que ser feitos. Isto para haver investimento, porque só um louco é que investe a 30 anos, com retorno a 30 anos. Não há nin-guém no mundo que faça um in-vestimento com um princípio de retorno passado tanto tempo”.

O provedor da confraria criada em 2004 defende que deve ha-ver mais benefícios e incentivo a quem se dedica a esta árvore, no-meadamente através da fiscali-dade e dos impostos diretos e in-diretos, tornando mais atrativo o investimento no montado de so-bro. “Esta é uma árvore comple-tamente adaptada ao nosso clima mediterrânico, o único onde não chove no verão no mundo, e te-mos que a proteger de qualquer maneira”.

João Posser de Andrade, pro-dutor de cortiça, é o provedor da confraria dedicada ao sobreiro e à cortiça “que nasceu no sentido das pessoas que gostam e que podem produzir alguma coisa em favor do sobreiro”. Todos os anos promo-vem debates em torno do sobreiro

e entronizam novos confrades na Feira do Montado, tendo, neste momento, cerca de 40 membros.

O processo que transformou o sobreiro, também conhecido como sobro, sobreira, sovereiro, sôvero ou chaparro, em símbolo nacional, resultou de uma peti-ção iniciada em 2010 pelas as-sociações Árvores de Portugal e Transumância e Natureza. O novo símbolo de Portugal é uma ár-vore mediterrânica com mais de 60 milhões de anos de existência, ocupando cerca 737 mil hectares de área florestal no País, tendo em conta o último Inventário Florestal Nacional, realizado em 2006.

Com a cortiça a ocupar lugar de destaque na economia nacio-nal, Portugal é o maior produtor mundial, com cerca de 200 mil to-neladas anuais, mais de metade do que é produzido mundialmente. Recurso renovável e utilizado para diversos fins, a cortiça já foi apeli-dada de “petróleo verde”, tendo o montado de sobro ajudado a evi-tar, ao longo dos tempos, uma maior desertificação dos solos no Alentejo, constituindo, ainda, o habitat natural e perfeito para di-versas espécies autóctones.

Desde o passado dia 22 de dezembro que o quercus suber, mais conhecido como sobreiro, foi classificado símbolo de Portugal, como o hino “A Portuguesa” ou a bandeira nacional, tornando - -se a Árvore Nacional de Portugal. O provedor da Confraria do Sobreiro e da Cortiça, com sede em Portel, João Posser de Andrade, considera que esta foi uma ótima iniciativa para o so-breiro e que já podia ter sido feita há muito mais tempo, apesar da pouca repercussão que teve na comunicação social. “Mas não é pelo facto em si que as coisas se vão alterar, vamos lá ver o que vai acontecer”.

Texto Marco Monteiro Cândido Foto José Ferrolho

João Posser de Andrade, produtor de cortiça, é o provedor da confraria dedicada ao sobreiro e à cortiça “que nasceu no sentido das pessoas que gostam e que podem produzir alguma coisa em favor do sobreiro”.

milhões de anos estima-se ser a idade do

sobreiro. Que atualmente ocupa uma área de

cerca de 737 mil hectares de floresta.60

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A aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é obrigatório, desde o dia 1, nas entidades públicas e, esteja-se ou não de acordo, esta é uma regra que já não se contesta. Cumpre-se. É um facto, até porque esta é uma das palavras que se man-tém igual na nova grafia e não há moti-vos para confusões.

Texto Bruna Soares

Ilustração Paulo Monteiro

Com a entrada no novo ano chegou a obrigatoriedade, de acordo com a resolução do Conselho de Ministros

n.º 8/2011, de 25 de janeiro, de aplica-ção da grafia do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa em toda a atividade do Governo e dos serviços, organismos e enti-dades na sua dependência.

E a regra, essa, cumpriu-se. Desde o dia 1 que é utilizada a nova grafia em todos os documentos de organismos com superin-tendência e tutela do Governo.

Na região, estejam as entidades de acordo ou não, a nova grafia já não se questiona. Os serviços contactados pelo “Diário do Alentejo” admitem que os primeiros dias vão ser, sem dúvida, os mais complicados, em-bora a maioria tenha começado a preparar-se há algum tempo, com ações de formação e materiais e manuais disponibilizados, de modo a possibilitar aos trabalhadores uma melhor adaptação à nova ortografia.

No Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), segundo informações do gabinete de comunicação dos servi-ços centrais, “ao longo do ano de 2011 fo-ram desenvolvidas várias iniciativas com vista à sensibilização e preparação dos ser-viços e trabalhadores, a nível central, re-gional e local, para a utilização do Acordo Ortográfico”.

No IEFP, entre outras medidas,

começou-se pela partilha de alguns docu-mentos estruturantes como, por exemplo, modelos de matrizes, manuais, organogra-mas, mapeamento de processos ou formu-lários, entre outros. O objetivo, de acordo com o IEFP, foi “favorecer as condições de disseminação das regras a adotar”.

As principais dificuldades, de acordo com o IEFP, “relacionam-se com a proble-mática inerente a uma ampla disseminação da nova grafia por toda a rede de serviços do instituto”, embora “alguns trabalhado-res tenham participado em ações de for-mação sobre a temática do novo Acordo Ortográfico, com o objetivo de revestir o papel de multiplicadores em relação aos restantes, atendendo à necessidade de con-tenção orçamental”.

A Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral (Ambaal), por sua vez, para além de apostar na formação dos seus funcionários, esteve também ao serviço das autarquias da região, disponi-bilizando uma formação apropriada sobre as regras a aplicar na nova grafia.

De acordo com Orlando Pereira, co-ordenador da Ambaal, “a associação

começou por fazer um planeamento e, em 2011, organizou um conjunto de ações de formação, que contaram com a participa-ção de cerca de 100 trabalhadores das au-tarquias, da Ambaal e da Cimbal”, sendo certo que, durante este ano, ainda se irão realizar mais ações de formação sobre esta matéria. A primeira formação do ano de-verá ocorrer já em fevereiro. “Enquanto sentirmos que continuam a existir carên-cias nesta área iremos promover esta for-mação”, afirma o responsável.

Até porque, para a associação, “é im-portante promover as competências lin-guísticas”, de modo a que possa “ser trans-mitida a qualidade da informação aos associados”.

Na Ambaal, uma vez que os trabalha-dores já estavam familiarizados com a nova grafia, de acordo com o coordena-dor, “não se notaram grandes dificulda-des”. Aqui, tal como na maioria das enti-dades públicas, a nova grafia só entrou em vigor no primeiro dia do ano.

Na Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) a aplicação do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa também não teve qualquer problema, até porque, desde dezembro de 2011, que todos os do-cumentos enviados para publicação em “Diário da República” respeitam as novas normas. A transição para a nova grafia começou, assim, a fazer-se antecipadamente.

Segundo informações do gabinete de relações públicas e comunicação da EDIA, a empresa tem várias ferramentas dispo-níveis que auxiliam os trabalhadores em caso de dúvidas, destacando-se, “aplica-ções do Office, instaladas no sistema in-formático da empresa, que incluem no seu dicionário a nova grafia pelo que, qualquer documento é automaticamente corrigido segundo o novo acordo”.

Nova grafia chegou obrigatoriamente aos serviços públicos

Estado entra de Acordo em 2012

As principais dificuldades, de acordo com o IEFP, “relacionam-se com a problemática inerente a uma ampla disseminação da nova grafia por toda a rede de serviços do instituto”.

Cante a Património da Humanidade em debate Os promotores da candidatura do cante

alentejano a Património Cultural Imaterial

da Humanidade (Unesco) – Confraria

do Cante Alentejano, Casa do Alentejo e

Associação MODA – realizam no próximo

domingo, dia 8, pelas 11 horas, na Casa do

Alentejo, em Lisboa, uma reunião de grupos

corais. Durante o encontro serão abordados

os temas “A importância da candidatura”, a

cargo do presidente da Câmara Municipal de

Serpa, João Rocha; “O ponto de situação da

candidatura”, pelo presidente da comissão

executiva, Carlos Medeiros; e “Os Grupos

Corais e a candidatura”, numa discussão

moderada pelo presidente da Casa do

Alentejo, João Proença, com intervenções do

presidente da Confraria do Cante Alentejano,

Francisco Torrão, e do presidente da

Associação MODA, Joaquim Soares. No final

haverá um almoço convívio.

Extensão do DocLisboa 2011 leva filmes a Castro VerdeO Fórum Municipal de Castro Verde recebe

até ao dia 25 duas longas-metragens e

quatro curtas em português, no âmbito de

uma extensão da edição de 2011 do festival

de cinema documental DocLisboa, que

teve início na quarta-feira, dia 4. Depois da

projeção da longa-metragem “Orquestra

Geração”, de Filipa Reis e João Miller

Guerra, segue-se na próxima quarta-feira,

dia 11, pelas 21 e 30 horas, a segunda sessão,

que irá mostrar as curtas “Tio Rui”, de

Mário Macedo, e “A Máquina”, de Miguel

Guimarães Correia e Daniel P. Sousa. Na

terceira sessão, dia 18, vai poder ser vista

a longa-metragem “Kolá San Jon É Festa

Di Kau Berdi”, de Rui Simões. Na quarta

e última sessão, dia 25, também às 21 e 30

horas, serão projetadas as curtas “Minas da

Borralha”, de Fábio Oliveira, Luís Brandão,

Teresa Pinto e Tiago Afonso, e “Golden

Dawn”, de Salomé Lamas.

Nova Escola Básica n.º 1 de Sines inaugurada amanhãA nova Escola Básica n.º 1 de Sines é

inaugurada amanhã, sábado, às 15 e 30

horas. Localizada junto à Escola EB 2,3

Vasco da Gama, passa a integrar o Centro

Escolar Vasco da Gama, que abrange o

ensino pré-escolar e os 1.º, 2.º e 3.º ciclos

do ensino básico num espaço partilhado.

Destinada a acolher 240 alunos do 1.º ciclo e

100 crianças da educação pré-escolar, a nova

escola substitui os edifícios centenários da

antiga escola n.º 1, que serão reconvertidos

para outros fins públicos. O novo

equipamento inclui 10 salas para 1.º ciclo do

ensino básico e quatro para pré-escola, uma

sala para refeições, uma biblioteca, salas de

apoio, salas técnicas e arrumos.

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Opinião

É tempo de REIS. E no Alentejo mais ao sul há uma forma muito particular de mencionar a chegada dos magos do Oriente,

cantando a muitas vozes a sua chegada para adorar o Menino. Os cantes de Natal, Janeiras e Reis são uma, mais uma, das férteis expressões das polifonias alentejanas que querem ser Património da Humanidade. PB

Passei uma boa parte da vida a dizer que as manipulações da informação a que assistimos na imprensa – e, com maior razão, na televisão – eram na sua maioria acidentais, fruto de incompetências, desleixos. Seria demasiado complicado orquestrar tudo isto, José Vítor Malheiros, “Público”, 3 de janeiro de 2012

Malhas que os impérios tecem:Como refletir hoje sobre os libelos anticoloniaisdo século XX Beja Santos Defesa do consumidor

Entre 1961 e 1974 Portugal esteve envol-vido numa guerra colonial, tendo mo-bilizado tanto a opinião pública em geral como os combatentes em parti-cular com o argumento de se tratar de uma guerra ao sabor das ambições so-viéticas e de grupos armados que ope-ravam do estrangeiro, provocavam terror nas províncias ultramarinas e prontamente se retiravam. Toda esta

argumentação iludia um longo historial de reivindicações a fa-vor da autodeterminação e a independência das colónias.

Malhas que os Impérios Tecem – Textos Anticoloniais, Contextos Pós-Coloniais, com organização de Manuela Ribeiro Sanches (Edições 70, 2011), é uma investigação atu-rada e de enorme valor para conhecer o historial do anticolonia-lismo, com profundas raízes nos EUA, Caraíbas e teóricos afri-canos formados nas universidades dessas colónias. É um livro que oferece o enquadramento desse processo histórico e desig-nadamente destaca o significado de documentos teóricos que desvendam a importância da negritude e da afirmação da en-tidade africana no contexto de toda a descolonização europeia. Uma das riquezas desta antologia é permitir um olhar abran-gente que abarca os direitos cívicos e a consciência das diferen-ças raciais, no início do século XX nos Estados Unidos, o signi-ficado dos protestos afro-americanos, a emergência da entidade negra que abrirá as portas ao conceito de negritude definidos por Aimé Césaire e Léopold Senghor e a sua influência na cul-tura ocidental.

A antologia dá voz a Mário Pinto Andrade, Eduardo Mondlane e Amílcar Cabral, três dos principais teóricos nacio-nalistas das colónias portuguesas. O leitor irá encontrar textos seminais sobre a situação colonial no final da II Guerra Mundial quando os colonizados, através das suas elites, educadas nas me-trópoles coloniais, lançaram o seu grito de protesto e foram con-seguindo obter a independência. Aparecem igualmente textos a denunciar os artifícios da potência colonial para continuar a manter as suas prerrogativas junto da antiga colónia (neoco-lonialismo) ou como essa potência colonial usou a arma dou-trinária para cavar divisões na sociedade colonizada: Kwame Nkruhmah e Eduardo Mondlane desmontam tais astúcias. Nkruhmah escreve: “O maior perigo que África enfrenta atual-mente é o neocolonialismo, cujo principal instrumento é a bal-canização. Este termo define de modo particularmente correto a fragmentação de África em estados pequenos e fracos; foi in-ventado para designar a política das grandes potências que di-vidiram a parte europeia do antigo Império Turco e criaram na Península Balcânica vários estados dependentes e rivais en-tre si”. Mondlane observou que administradores coloniais com a dimensão de António Enes ou de Mouzinho de Albuquerque não se preocuparam em esconder a base de desigualdade e ra-cismo contida nos seus pontos de vista sobre a questão colo-nial. Mondlane, à semelhança de Amílcar Cabral, denunciou o

conceito de civilizado, de assimilado e de indígena e como esta categorização exacerbou conflitos étnicos aproveitados pela po-tência colonial.

Enfim, temos aqui uma antologia que assegura uma grande latitude para conhecer alguns dos documentos básicos do pen-samento anticolonial que, ao triunfar, mudou radicalmente a ge-ografia política do século XX.

O Ano Novoe o Homo PirotecnicusBruno Ferreira Humorista

O fogo foi a maior conquista do ser humano na pré-história. Não é, pois, estranho concluir que o fascínio pelo fogo que o homem português sente ainda hoje em dia o aproxime mais do Homo Erectus do que do Homo Sapiens. Se o homem português fosse hoje estudado pela mais exigente equipa de paleoantro-

pólogos, certamente teria lugar um dos maiores cortes episte-mológicos da história do conhecimento científico, e um novo lu-gar na tabela da evolução humana seria criado para o português: o Homo Pirotecnicus.

Portugal é um país marcado pelo fogo. Todos os verãos as no-tícias de abertura dos noticiários dão conta da quantidade de campos de futebol (a unidade de medida dos incêndios) lavra-dos pelas chamas nas matas e florestas do País. Há gente que fica sem casa, e bombeiros que trabalham sem descanso, mesmo de noite, quando as labaredas se ateiam no pasto seco. Algumas vezes encontra-se o pirómano responsável que acaba por ir de cana. A maioria das vezes é alguém que sofre de perturbações mentais e que queria apenas ver o seu fogo, a sua criação flame-jante, nos mesmos noticiários de verão. Só ao fim das primeiras chuvas a coisa acalma e todos respiram de alívio. Os habitantes que viram as suas casas rodeadas pelo fogo, e os telespetadores a quem durante dois meses foi impingida a atualização hora-a- -hora do mapa dos incêndios do território nacional.

Mas o português tem uma relação umbilical com o fogo. E se com o fim do calor termina a época de incêndios, depressa se en-contra forma de dar continuidade ao processo termoquímico exo-térmico de oxidação. Ou seja, ao fogo. E que melhor desculpa do que passagem de ano? Pois é. Desta forma, de norte a sul do País, é ver quem consegue o maior, mais brilhante e barulhento espetá-culo pirotécnico. O fogo de artifício do Porto pede meças ao de Gaia, Almada concorre com Lisboa, que tenta reluzir mais do que o de Alcochete, que quer fazer mais estardalhaço do que o do Montijo, que garante foguetes com mais cores que o fogo do Samouco.

Mas a ironia das ironias aconteceu na ilha da Madeira (re-giste-se a curiosidade, assaz importante, do fogo de artifício ma-deirense constar no livro dos recordes como o maior do mundo, a par de outros grandes feitos detidos pelo nosso país no presti-giado anuário, como por exemplo o maior tacho de caracóis do mundo. E nem era preciso meter os caracóis à história. Também temos por cá dos melhores tachos do mundo, e não estou a falar dos de inox. E com isto termino este pequeno parênteses).

Mal soaram as primeiras badaladas de 2012 e os céus da ilha de Jardim encheram-se de estrelas coloridas de todas as formas. Mas como tudo o que sobe acaba por descer – excetuando o va-lor do IVA –, o fogo de artifício caído do firmamento ateou vá-rios focos de incêndio pela ilha fora. É o desígnio do fogo no nosso país. E assim se mataram saudades das sirenes dos bom-beiros, tendo sido aberta, oficialmente, a temporada de fogos de

inverno, com resultados muito idênticos aos do verão: houve gente que ficou sem casa e bombeiros que trabalharam de noite, quando as labaredas se atearam no pasto seco. E parece que o pirómano responsável, que que desta vez acabou por não ir de cana, também sofria, alegadamente, de perturbações mentais.

Na Idade Média, os alquimistas acreditavam que o fogo ti-nha a capacidade de transformar a matéria alterando proprieda-des químicas das substâncias, e permitindo converter em ouro um vulgar minério. Em pleno séc. XXI, Alberto João Jardim acredita que o fogo de artifício tem a capacidade de transformar uma noite da sua ilha, convertendo em cinzas 750 000 euros em apenas oito minutos.

Professoresem Portugal?Francisco Marques Músico

Depois de ter ouvido o conse-lho que foi dado recentemente aos professores desempregados, como professor que sou, apesar de não estar desempregado, não podia ficar indiferente e não po-dia deixar de reagir. Ainda pensei seriamente em seguir o conselho e ter uma atitude pró-ativa, fa-zendo uma pesquisa na Internet

com vista a escolher um país que pudesse oferecer aos professores outras possibilidades e melhores condições de trabalho.

Decerto não seria difícil encontrar um em que os professores se sintam motivados e interessados em contribuir para a aquisição de conhecimentos e para o domínio de capacidades por parte dos seus alunos. Talvez também não fosse difícil encontrar um dos pa-íses sugeridos que, mesmo com paus de giz e quadros de ardósia, no lugar dos tão modernos computadores Magalhães e quadros interativos, oferecesse condições de trabalho dignas para que os professores consigam preparar devidamente as suas aulas. Mas, para além de tudo isto, parece-me mesmo que não devia ser com-plicado encontrar um em que os seus dirigentes valorizassem a sé-rio o importante papel dos professores na construção do saber e, consequentemente, na formação integral dos indivíduos.

Porém, refletindo melhor sobre o que tinha sido dito, decidi que a atitude mais correta deveria ser outra.

Parece-me que é urgente fazer ver a quem nos dirige que não há qualidade em qualquer que seja o serviço sem profissionais com-petentes e que a competência é fruto de uma educação que possa gerar conhecimento e desenvolver capacidades. É importante que se comece a ter consciência da tarefa árdua que têm os professores na construção de mentalidades e no desenvolvimento dos povos. É necessário que todos comecemos a compreender que os profes-sores são um pilar imprescindível para a formação e construção de seres humanos íntegros e saudáveis, sem os quais as sociedades se tornariam frias, computadorizadas e desumanizadas.

Assim sendo, como é possível alguém fazer tais sugestões? E, ainda mais difícil de compreender, como é possível ser alguém com responsabilidades nas decisões do País?

Se queremos um país melhor, temos que oferecer mais quali-dade no trabalho que efetuamos e para isso não podemos descu-rar a importância dos professores no processo de construção de um país mais habilitado e competente. Assim, penso que deverí-amos tentar manter os professores em lugar de os convidar a emi-grar, assim como dar-lhes condições para que possam realizar um bom trabalho para que, consequentemente, possamos contribuir para voltar a dignificar a profissão que muito mal tratada tem sido ultimamente.

As populações, que cada vez comunicam melhor e mais rápida e facilmente entre si (…), sentem um vazio e uma au-sência de rumo – e de valores – a par de um certo desespero, quanto ao futuro, que parece poder vir a ser extrema-mente perigoso. Porque o vazio de ideias conduz com facilidade às revoltas e à violência”, Mário Soares, “Diário de Notícias”, 3 de janeiro de 2012

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Começam a intensificar-se os protestos e o mau estar em relação à não conclusão atempada do sistema de regadio do ALQUEVA.

Há grandes investimentos agrícolas feitos com base no pressuposto da conclusão da obra em 2013. E parece não haver, da parte do Governo, grande vontade de avançar para o terreno a todo o gás. PB

Nos próximos meses vão aparecer os novos diplomas que regularão os futuros atos eleitorais, nomeadamente

os autárquicos. E uma dúvida de fundo continua a persistir: a LIMITAÇÃO DE MANDATOS dos eleitos a um topo máximo de três anos, indiferentemente do município onde este tenha sido exercido. PB

EfemérideHá 50 anos“Dramáticapassagem de anoem Beja”

A primeira edição de 1962 do “Diário do Alentejo”, a 2 de janeiro, voltava, como no caso de Goa, dias antes, a

trazer uma manchete à largura de toda a pri-meira página. “Dramática passagem de Ano em Beja: O quartel de Infantaria 3 foi assal-tado na madrugada de ontem, por um grupo de insurrectos, que acabou por se render, fi-cando gravemente ferido o seu chefe, capitão Varela Gomes. Atingido quando observava a fase final do assalto, teve morte instantâ-nea o subsecretário do Exército, tenente-co-ronel Jaime da Fonseca”, noticiava o vesper-tino bejense.

A informação incluía notas oficiosas do Ministério do Exército e revelava que “o as-salto, que teve a conivência de três oficiais do Regimento, durou cerca de cinco horas e foi frustrado pela acção decidida e corajosa do 2.º comandante Calapez Martins”. Segundo o jornal, que dava uma lista dos “assaltan-tes que foram presos”, tinham sido “apre-endidos cinco dos automóveis em que os assaltantes se deslocaram” e “em várias lo-calidades do Sul” “detidos alguns dos fugiti-vos”. Era dado destaque ao facto de o capitão Varela Gomes, ferido a tiro, ter sido “imedia-tamente operado no Hospital de Beja”, onde continuava “sob prisão”.

O jornal, visado pela Comissão de Censura, não se coibia de abrir a “notícia” tomando posição contra a acção:

“A inquietação que assinala o presente momento nacional teve, na madrugada de ontem, mais uma censurável e insólita ex-pressão, com o ataque feito ao quartel do Regimento de Infantaria 3, desta cidade, por um grupo de militares e civis que se deslo-caram aqui, sob as ordens do capitão Varela Gomes, oficial do Estado Maior, que encon-trava no serviço activo em Lisboa.

O acontecimento chocou profundamente a opinião pública, tanto mais que teve con-sequências funestas, custando a vida ao sr. subsecretário do Exército, que, no cumpri-mento dos seus deveres, viera até Beja, tendo também morrido dois assaltantes, além dos ferimentos sofridos pelo seu chefe e por um outro dos seus elementos. (...)

Acima de todas as dissidências, deve pairar a preocupação de não ferir os altos in-teresses da Pátria, neste momento ameaça-dos grandemente por inimigos exteriores. Verberamos, por isso, os tristes e sangrentos sucessos que na madrugada de ontem ocor-reram em Beja. E lamentamos que a nossa cidade haja sido escolhida para seu teatro.”

Hoje, meio século depois, os participan-tes da acção de Beja, ligada à oposição pro-tagonizada pelo general Humberto Delgado contra o salazarismo, “sentem-se felizes por poderem afirmar que a Revolta Armada de Beja insere-se, com honra, no processo his-tórico de luta e resistência do povo portu-guês contra a ditadura e o fascismo”.

Carlos Lopes Pereira

Não sou detentor da verdade ou mais verdadeiro do que qualquer outro, acho apenas que para enfrentar os desafios a que vamos ser submetidos, tudo será facilitado, se todos falarmos verdade, Luís Dargent, “Correio Alentejo”, 20 de dezembro de 2011

EfemérideJaneiro de 1914

A oposição democrática,em Beja, defendea jornada de trabalho de oito horas

“Proposta:

Propomos que a Câmara Municipal como demonstra-

ção de interesse pelas classes trabalhadoras e querendo no dia de hoje, em que o Partido Socialista português festeja em todo o país o aniversário da sua organização, dar um teste-munho que lhe merecem as justas reivindica-ções operárias, manifestadas por milhões de trabalhadores em todos os países da Europa, organize os serviços dos seus assalariados de forma a garantir-lhes as 8 horas de trabalho, sem prejuízo do bom desempenho dos servi-ços camarários.

Sala das sessões da Câmara Municipal de Beja, 10 de janeiro de 1914

Os vereadoresJosé Alexandre da CostaAntónio Pedro NunesEzequiel do Soveral RodriguesLuíz Gonçalves FialhoManuel Francisco Martins CordeiroPedro José da Conceição RochaAntónio Sousa Graça” (1)A esta proposta apresentada pelos vere-

adores do Partido Democrático responde o Partido Unionista, em maioria na Câmara, com a seguinte moção:

“A Câmara Municipal de Beja:Considerando que os atuais serviços mu-

nicipais não estão presentemente organizados de forma a poderem a estabelecer o dia normal de oito horas de trabalho.

(…)[R]esolve deliberar:Não pôr em execução o dia normal de 8

horas, enquanto os serviços municipais não sejam de forma a intentar esse regime de trabalho.

(…)Beja, Sala das Sessões da Câmara

Municipal, 12 de janeiro de 1914O Vereador,Filipe Fernandes” (1)Feita a votação, ganhou a moção apresen-

tada pelo unionista Filipe Fernandes. O País teve que esperar até maio de 1919, data em que foi publicada a lei das 8 horas de trabalho, da qual se excluíam os chamados criados e os as-salariados rurais, para que, após tantas lutas, o poder aceitasse uma das reivindicações cen-trais do movimento operário – 8 horas de tra-balho; 8 horas de descanso; 8 horas de lazer.

Cf. O jornal “O Operário” de 25 de janeiro de 1914.

PS: Noventa e dois anos decorridos so-bre a lei das oito horas, a conquista esvaiu-se e Portugal regrediu civilizacionalmente para patamares de fins do século XIX, inícios do sé-culo XX.

Constantino Piçarra

As monarquias comunistasPires dos Reis Beja

Faleceu, na Coreia do Norte, o “querido líder” Kim Jong-il, o qual recebeu o poder do seu pai e que agora, num legado quase monárquico, o deixa ao filho mais novo, demonstrando como funciona um regime comunista, que no pre-sente caso até é entendido, por muitos, como o último estado “estalinista” do mundo. Dinheiro para armamento não falta, pois o estado gasta milhões e mi-lhões num “esforço de guerra” quase inimaginável contra o mundo, mas a rea-lidade, segundo as estatísticas não oficiais (claro), é que mais de oito milhões de pessoas sofrem de subnutrição e não têm acesso aos mais elementares cuida-dos de saúde, vivendo numa estado de absoluta miséria. Quanto a direitos hu-manos, liberdade de expressão, sindicatos, etc, o que é isso?

E os exemplos não faltam ao longo do tempo. Na já extinta União Soviética (berço do comunismo) a revolução bolchevique pretendeu libertar o povo do jugo dos Czares, já que o rei Nicolau II também sabia demonstrar a sua tirania, de uma forma bastante cruel e bárbara. Com a primeira revolução bolchevique, o rei foi deposto e o poder foi assumido por um governo provisório chefiado por Kerenski que também pouco, ou nada, mudou na sociedade russa. Assim, os bolcheviques, liderados por Vladimir Leninne, organizaram uma nova re-volução em que Lennine assumiu o poder e instaurou um governo socialista, no qual as terras foram redistribuídas para os trabalhadores do campo, os ban-cos foram nacionalizados e as fábricas passaram para as mãos do estado. No entanto, desde o início que os direitos humanos também foram literalmente esquecidos, tendo até sido criado um grupo paramilitar, denominado Tcheka, futura KGB, responsável por vários serviços de segurança, incluindo a vigilân-cia e o controlo dos cidadãos. Nem sei se o povo não ficou pior com Leninne do que com o Czar, tal foi a violência e a repressão.

Após a morte de Lennine, sucedeu-lhe (sem eleições, claro) Josej Estaline, o qual também aprendeu, e de forma muito rápida, a reprimir, a reeducar e a fazer “desaparecer” os cidadãos. Só à sua conta “desapareceram” milhões de cidadãos russos, entre poetas, cientistas, militares de alta patente, gestores de empresas e outros cidadãos que, por esta ou aquela razão, discordavam do re-gime comunista instituído.

Na China é o que se vê. O Tibete já é deles e ninguém pode dizer o contrário, porque o imperialismo é uma palavra que só se aplica aos outros. Os governan-tes chineses só deixam o poder quando morrem e a sucessão, mais uma vez, é quase dinástica. Eleições democráticas para quê? E o que dizer das velhas po-líticas de repressão, do controlo da população e da exploração dos trabalhado-res, que são pagos a preços de miséria. Para quem diz que os países comunistas são o paraíso dos trabalhadores, onde andam os sindicatos “livres”, as leis labo-rais “decentes”, os horários de trabalho, os salários justos, etc? Bom, afinal to-dos nós gostamos de produtos baratos, não é.

Também em Cuba, terra do “El comandante” Fidel Castro, temos a mesma realidade, porque, por lá, eleições também são “coisa esquisita”. Quando este decidiu reformar-se, porque a saúde já não lhe permitiu continuar, o poder pas-sou para o irmão. Muito democrático, sem dúvida. E, claro, quem não anda na “linha” e não venera os ditadores tem problemas certos com a polícia po-lítica, porque por lá coisas como “direitos humanos”, “liberdade de expres-são”, “ordenados justos”, etc, também são expressões que não devem constar do dicionário.

Quanto à Venezuela, temos Hugo Chaves, que até foi eleito por sufrágio di-reto em 1998 e cujas eleições subsequentes, bastante criticadas, o têm mantido no poder. Este democrata também procurou abraçar o coletivismo e a estatiza-ção mas com uma ânsia pelo poder, que não procura esconder, concentrando--o em si mesmo, sempre que pode. No ano de 2002, verificou-se uma greve ge-ral que paralisou o país durante nove semanas e até chegou a ser despoletada uma revolução interna, cuja responsabilidade é controversa, mas que procu-rou depor Hugo Chavez. Este, num contragolpe, restaurou o poder e lá conti-nua a controlar os órgãos de comunicação social, a reduzir o poder dos órgãos democráticos vigentes e a tentar ser o senhor do poder, alterando a constituição para poder ser reeleito eternamente, até ao dia em que consiga suprimir a ne-cessidade de eleições.

Bom, como vivemos num país livre e democrático e o ser humano possui o dom inestimável de pensar e de refletir sobre tudo o que o rodeia, devemos “cultivar” esse dom.

Cartas ao diretor

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Fotorreportagem

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O silvo da automotora já não

acorda o sossego dos campos

entre Beja e a Funcheira. A CP,

desde o primeiro dia do ano, decidiu

suprimir esta linha “atendendo à con-

juntura atual” e aos supostos prejuízos

decorrentes do serviço em causa. Diz

a empresa ferroviária, no comunicado

que faz o funeral a esta importante li-

gação do interior do Alentejo, que o

troço entre Beja e a Funcheira tem cus-

tos operacionais na ordem dos 605 mil

euros por ano e uma média de quatro

passageiros por comboio. Numa al-

tura em que tudo se resume a cifras,

o Alentejo torna a ficar mais pobre. E

mais sossegado. Uma bela e gigante

coutada, como eles, lá em Lisboa, tanto

gostam. PB

Fotos José Ferrolho

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A Funcheira é um dos mais emblemáticos entrepostos ferroviários do País. O fecho da ligação a Beja é o primeiro passo para a sua extinção. Isto apesar de os autarcas da região, em cima da hora, terem, para já, conseguido convencer a CP a fazer parar o Intercidades da linha do Sul. Até quando, Funcheira?

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Desporto

TAÇA FUNDAÇÃO INATEL – 7 e 8/ja-neiro/12 Série A – 9.ª jornada: Bemposta -

-Campo Redondo; Soneguense-Cavaleiro;

Malavado-Longueira. Série B – 8.ª jor-nada: Nave Redonda-Relíquias; Pereirense -

-Luzianes; Colense-Santaclarense; Garvão -

-Amoreiras Gare. Série C – 8.ª jornada: Figueirense-Faro do Alentejo; Penedo

Gordo-Beringelense; Jungeiros-Santa

Vitória; São Matias-Mombeja. Série D – 8.ª jornada: Neves-Ficalho; Serpense -

-Sobral D’Adiça; Salvadense-Louredense;

Brinches-Quintos. Série E – 8.ª jornada: Santa Clara-a-Nova-Alcariense; Trindade -

-Aldeia de Fernandes; Almodovarense -

-Sanjoanense; Sete-Albernoense.

FUTEBOL JUVENIL – 7 e 8/janeiro/12

Campeonato Nacional de Juniores (18.ª jornada): Atlético-U.Montemor; Estoril-

-Despertar; BM Almada-Internacional;

Olhanense-Farense; Oeiras-Lusitano;

Imortal-Desportivo Portugal.

Campeonato Nacional de Juvenis (20.ª jornada): Barreirense-O Elvas; V.Setúbal -

-Olhanense; Imorta l-Odemirense;

Oeiras-U.Montemor; Amora-Casa Pia;

Estoril-Cova Piedade.

Campeonato Nacional de Iniciados (18.ª jornada): Barreirense-Lagos;

V.Setúbal-Olhanense; Imortal-Despertar;

Juventude-Louletano; Castrense-Lusitano;

Odeáxere-Lusitano VRSA.

Campeonato Distrital de Juniores (7.ª jornada): Almodôvar-Amarelejense;

Castrense-Aljustrelense; Piense-Vasco da

Gama; Desportivo de Beja-São Domingos;

Moura-Odemirense.

Campeonato Distrital de Juvenis (1.ª jornada): Aljustrelense-Desportivo de

Beja; Aldenovense-Castrense; Despertar -

-Sporting de Cuba; Moura-Boavista.

Campeonato Distrital de Iniciados (11.ª jornada): Amarelejense-Serpa;

Odemirense-Ourique; Desportivo de

Beja-Bairro da Conceição; Despertar -

-Ferreirense; A lmodôvar-Moura;

Milfontes-Guadiana.

Campeonato Distrital de Infantis – Série A (14.ª jornada): Operário-Bairro da

Conceição; Sporting de Cuba-Ferreirense;

Sporting de Beja-Vasco da Gama. Série B (10.ª jornada): São Domingos-Guadiana;

Moura-Serpa; Piense-Aldenovense;

Santo Aleixo-Despertar B. Série C (10.ª jornada): Almodôvar-Aljustrelense;

Ourique-Milfontes; Odemirense-Operário;

Castrense-Boavista.

Campeonato Distrital de Benjamins (10.ª jornada) – Série A: Sporting

de Cuba-Vasco da Gama; Ferreirense -

-Figueirense; Beringelense-Sporting de

Beja; Benfica de Beja-Despertar A. Série B: Bairro da Conceição-Serpa; Despertar

B-Desportivo de Beja; Aldenovense -

-Piense; Amarelejense-Guadiana. Série C: Odemirense-Almodôvar; Milfontes -

- Cast rense; Pa noias-Rosa irense;

Renascente-Ourique.

Campeonato Distrital de Futebol Feminino (7.ª jornada): Aljustrelense -

-Benfica de Castro Verde; Benfica de

Almodôvar-Odemirense; Ourique-Serpa.

FUTSAL

Taça Distrito de Beja (4.ª jornada) Série A: Sporting de Moura-Alfundão;

Alcoforado-I.P.Beja. Série B: V.N.São

Bento-A.Surdos Beja; Vila Ruiva -

-Almodovarense.

Futebol e futsal

A jornada 13 do Nacional da 3.ª Divisão marca o reatamento do campeonato e leva as duas equipas

do distrito de Beja para sul. O Despertar, lanterna vermelha da prova, joga no ter-reno do Messines (0-2 na primeira volta), atual oitavo classificado e naturalmente fa-

vorito nesta partida embora se aguarde com alguma expectativa a melhoria da equipa bejense nesta fase complementar da prova. O Aljustrelense, atual décimo classificado, atravessa uma fase de melhoria competitiva e de recuperação na tabela e joga no terreno do Lagoa (1-1 em Aljustrel), equipa que pre-

cede os Mineiros e tem mais um ponto. Um jogo muito importante para o futuro das duas equipas. A jornada tem o seguinte ca-lendário: Fabril-Pescadores; U.Montemor --Quar teirense; Farense-Lagos; Messinense - -Desper ta r ; Redondense-Sesi mbra ; La goa -Aljustrelense.

2.ª Divisão Nacional

Moura recebe o ReguengosO

campeonato naciona l da 2 .ª Divisão regressa no próximo do-mingo, 8, com a formação do

Moura a jogar em casa com o Atlético de Reguengos, outra equipa alentejana a quem a época não tem corrido de feição.

Os mourenses estão no décimo lugar da tabela com 15 pontos. Mais três que a

primeira equipa em zona de despromo-ção e mais cinco que o seu adversário de domingo, o que faz reverter o favori-tismo para a turma visitada, orientada pelo técnico Carlos Ventura.

O Juventude tem jogo muito dif í-cil em Torres Vedras e o Vendas Novas, melhor alentejano na tabela de pontos,

joga em Sintra com o 1.º de Dezembro. O calendário completo da jornada

é o que se segue: Moura-Reguengos; Mo n s a nt o -L o u l e t a no ; C a r re g a d o --Fát ima; Ser tanense-Pinha lnovense; Tor re en s e -Juvent ude ; Tou r i z en s e --Mafra; Oriental-Caldas; 1.º Dezembro - -Vendas Novas.

3.ª Divisão Nacional

Despertar e Aljustrelense no Algarve

A Piscina Municipal de Sines Carlos Manafaia recebe amanhã, sábado,

com sessões às 9 e 30 e às 16 horas, o 2.º Torneio de Masters do Litoral

Alentejano, com a participação de alguns dos melhores atletas a nível

nacional. A competição, primeira do calendário nacional do novo

ano, é organizada pelo Clube de Natação do Litoral Alentejano.

Natação: Torneio de

Masters em Sines

3.ª Divisão Nacional O Despertar, lanterna vermelha da prova, joga no terreno do Messines (segunda volta)

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2António José

Perdigão Mósca

“Iniciei a carreira no Sporting de Cuba, como iniciado e depressa ingressei no

Desportivo de Beja como juve-nil, regressando novamente ao SC Cuba com idade de júnior para in-tegrar a equipa principal. Na época de 1975/76 voltei ao Desportivo de Beja, na altura treinado por Carlos Torpes. Foram seis épocas ines-quecíveis, com momentos de ver-dadeira amizade que fizeram do Desportivo de Beja uma equipa notável e só com este espírito conseguimos subir à 2.ª Divisão Nacional. Não sendo de Beja, sem-pre me senti acarinhado pelas pes-soas da cidade. Em 1981/82 vol-tei ao S.C. Cuba como treinador//jogador, realizando aí uma época memorável, pondo o S.C.Cuba no 2.º lugar, tendo subido nesse ano o Despertar, equipa formada com os jogadores vindos do Desportivo. Passei alguns anos ajudando o S.C. Cuba na formação de atletas nas camadas jovens, descobrindo no-vos talentos, como foi o caso do Manuel Abundância. Já como téc-nico, passei pelas seleções distritais da formação A.F.Beja e assim con-clui toda a minha atividade futebo-lística”.

(2) SÃO MARCOS/SPORTING DE CUBADuas equipas do fundo da tabela classificativa. Acredito que o SC Cuba vai dar a volta por cima fu-gindo assim ao último lugar.

(2) PANOIAS/CASTRENSEJogo para o Castrense, embora vá sentir alguma dificuldade em impor o seu futebol devido às caracterís-ticas do campo e à entrega dos jo-gadores do Panoias perante o líder.

(1) GUADIANA/ROSAIRENSEO Guadiana, querendo fugir aos úl-timos lugares, pode dar aqui um passo importante nesse sentido. O fator casa vai abonar a seu favor.

(1) SERPA/ALDENOVENSEO grande derby da Margem Esquerda. O fator casa será impor-tante para a vitória do Serpa em-bora a surpresa possa acontecer.

(X) MILFONTES/FERREIRENSEJogo interessante, com algum equi-líbrio, embora o ascendente possa pertencer ao Milfontes. Julgo que o Ferreirense com alguma dose de sorte consiga trazer o empate.

(2) ALMODÔVAR/DESPORTIVO DE BEJAO meu favoritismo vai para o Desportivo de Beja apesar das duas equipas se encontrarem em igualdade pontual, mas penso que o Desportivo de Beja quer ir mais além.

(1) VASCO DA GAMA/ODEMIRENSEO Vasco da Gama, com novo treina-dor, vai querer sair das exibições ir-regulares vencendo o Odemirense, equipa que vai vender cara a derrota.

Hoje palpito eu...

No regresso do “Distritalão” cum-pre-se a jornada 14, de onde se des-taca a deslocação do Ferreirense ao

terreno do Milfontes, segundo classificado, atrás do Castrense, campeão de inverno e anfitrião do Panoias na tarde do próximo domingo.

Em Serpa disputa-se um interessante derby entre a equipa local e o vizinho Aldenovense, duas equipas que têm estado a realizar uma prova interessante.

O Sporting de Cuba, último classificado, vai disputar os pontos ao terreno do São Marcos, outra equipa em zona de aflitos.

Os jogos completos d a jor nad a são os seguintes: Panoias-Castrense; Guadiana-Rosairense; Vasco da Gama - -Odemirense; Mi lfontes-Ferreirense; Almodôvar-Desportivo de Beja; Serpa --Aldenovense; São Marcos-Sporting de Cuba.

1.ª Divisão Distrital

Milfontes recebe o Ferreirense

No segundo escalão chegou a vez da 12.ª jornada, aquela em que o Cabeça Gorda folga, face ao número

impar de equipas em prova e, com essa ina-tividade, pode perder o primeiro lugar do campeonato. Um ponto é a vantagem do

Ferrobico para o Amarelejense e dois para o Piense. A turma da Amareleja tem desloca-ção difícil a Beja e o Piense recebe o vizinho Vale de Vargo que também não vai facili-tar as contas aos alvinegros e o campeonato está cada vez mais emotivo.

A ronda completa tem amanhã as se-guintes partidas: Saboia-Barrancos; Negri lhos-Sanluizense; Piense-Va le de Vargo; Renascente-Messejanense; Ourique-Alvorada; Bairro da Conceição --Amarelejense. Folga o Cabeça Gorda.

2.ª Divisão Distrital

Nova liderança joga-se em Beja e Pias

A Associação de Futebol de Beja realiza no próximo

dia 14, entre as 9 e 30 e as 17 e 30 horas, em Cuba,

uma ação de formação para guarda-redes. As

inscrições são gratuitas e podem ser efetuadas

até ao próximo dia 11 na sede da A.F.Beja.

Formação para

guarda-redes em Cuba

Corta Mato Escolar em Santo André Realiza-se no próximo dia 11, pelas 10 e 30 horas, em Santo André, a prova de Corta Mato Escolar do Concelho de Santiago do Cacém, numa organização daquele muni-cípio em parceria com a Escola Secundária Padre António Macedo e a EB 2/3 de Santo André.

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Manda o bom senso que inicie esta minha opinião sobre o evoluir da patinagem a nível do Sul apelando, obviamente, que prevaleça a consensualidade no momento de definir as regras quanto ao futuro da nova associação que reunirá os clubes das suas áreas geográficas. Sei que a Federação Portuguesa de Patinagem solicitou a uma empresa um estudo sobre a quantificação de clubes e atletas filiados, tendo como finalidade a reorganização das associações nos tempos que se avizinham; sei, também, que o novo organigrama será implementado, em princípio, na próxima época desportiva, 2012/2013; reconheço, ainda, que a decisão final caberá irrepreensivelmente ao órgão máximo nacional que definirá as regras do jogo. Nas hostes da patinagem comenta-se que a expectativa é enorme. Aliás, uma expectativa que se estende aos dirigentes. A questão que se coloca, a priori, passa sobretudo pelo nome da novel agremiação, bem como os clubes a integrar: se porventura chamar-se-á Associação de Patinagem do Sul ou do Alentejo e que contemplará, ou não, os clubes da Associação de Setúbal residentes na Estremadura, ou se o Sul abrangerá os filiados do Alentejo (Sines, também) e o Algarve. Esta dualidade de opiniões atual resvala para uma multiplicidade de apreensões que esbarram, por ora, na dúvida. Uma dúvida que nos leva a opinar em sentido único e que se prende com a prática da modalidade no seu todo. Neste contexto importa salvaguardar a entrega dos atletas a uma modalidade à qual se dedicam de corpo e alma, a que acresce a sua evolução no ringue bem como a rendição ao emblema que defendem. No momento que implica futuras reestruturações federativas que visam, quiçá, uma redução de custos, protejam-se os atletas e os clubes e não disparemos as armas à toa visando um bem-estar individual. Haja bom senso!

Haja bom senso!José Saúde

A equipa de seniores do Desportivo de Beja joga por amor à camisola, a formação floresce e a gestão é feita por uma comissão administra-tiva. Estas são as bases para a consolidação do clube.

Texto e foto Firmino Paixão

O presidente da assem-bleia geral do Clube Desportivo de Beja,

Rogério Palma Inácio, passou a liderar uma comissão adminis-trativa que vai gerir o clube até ser encontrada uma solução de continuidade. A maioria dos jo-gadores da equipa principal acei-tou jogar graciosamente e a for-mação tem duas equipas na frente dos respetivos campeo-natos. O passivo está controlado pelo que o momento é de con-fiança no futuro, ainda que seja premente despertar os bejenses para o relançamento de um clube que é património da sua cidade. Rogério Palma Inácio analisa as principais incidências deste pro-cesso de reafirmação.

O ano de 2012 será deci-

sivo para a estabilização do

Desportivo de Beja?

Será o ano em que o Desportivo vai definitivamente assentar ideias, adquirir um projeto que possa estabilizar e tranquilizar o clube, para que possa aprovei-tar o trabalho na formação, que já está a dar frutos. A aposta tem que ser essa. Estabilizar o clube, normalizar a formação e tran-quilizar as pessoas, para pode-rem dar o melhor de si e traba-lhar em prol do clube. 2012 será um ano de arranque de um novo Desportivo de Beja.

Que medidas estão a ser

tomadas?

Esta comissão administrativa tem a função estatutária de preparar eleições, embora isso não nos preocupe. Dentro de 60 dias haverá uma assembleia ge-ral eleitoral, as perspetivas de

aparecer uma lista fora do âm-bito desta comissão, não diria que são nulas, mas conhecendo a realidade do clube, direi que uma futura direção terá que passar pelos componentes da atual comissão administrativa.

Os atletas deram uma boa resposta

prescindindo dos subsídios …

A grande maioria ficou ao ser-viço do clube a custo zero e isso só demonstra que a camisola do Desportivo tem importân-cia. Esse passo foi fundamen-tal da parte do plantel sénior, temos que reconhecer esse con-tributo, mesmo assim o clube tem despesas inerentes ao seu funcionamento e estamos a trabalhar para conseguirmos angariar algumas verbas com publicidade e outras iniciati-vas para ganhar alguma tran-quilidade nesta parte final da época.

Tem expectativas para o apare-

cimento de candidatos aos ór-

gãos sociais?

As pessoas que aceitaram inte-grar esta comissão não o fize-ram com um horizonte de dois meses, têm, isso sim, a ideia de estabilizar o clube e levá-lo até ao final da época. A al-tura ideal para surgir uma di-reção será nos meses de abril ou maio, no final desta época, de forma a podermos preparar a próxima temporada. Acredito que possa surgir uma direção que integre alguns ou a quase totalidade dos membros desta comissão

Qual é o passivo do clube? Há

transparência nas contas?

O passivo do clube tem sido re-velado em assembleias gerais e aponta para um valor entre os 30 e os 40 mil euros. Existem acordos com as Finanças e a Segurança Social, têm existido direções que infelizmente não cumpriram, depois ficam sem afeito e tem que se fazer novo acordo. Mas é preciso honrar os compromissos com estas en-tidades. O resto das dívidas é

com empresas da cidade que estamos a tentar resolver, já te-mos feito alguns acordos que minimizam esses problemas.

Os sócios olham para o clube

com alguma preocupação?

Os poucos sócios quem têm ido às assembleias sentem os pro-blemas. O Desportivo, como a maioria dos clubes, sofre com as dificuldades do movimento associativo. Já não há carolas, mas as direções não precisam de ter dinheiro, precisam é de ter disponibilidade, capacidade e empenho para o arranjar.

O cenário de suspensão das ati-

vidades, ou de dissolução do

clube, está definitivamente

afastado?

Está. Face à resposta posi-tiva dada pelo plantel sénior já não se corre esse risco. As ca-madas mais jovens estão ga-rantidas porque têm uma es-trutura à parte em que os pais dos atletas têm uma inf luência fundamental.

Que objetivo tem a equipa sé-

nior para esta temporada?

Dignificar a camisola e termi-nar na melhor posição, a equipa respondeu muito bem e teve até o melhor período na época coincidente com o conturbado momento em que a continui-dade do futebol sénior foi ques-tionada. Os atletas deram uma boa resposta em campo e mos-traram que gostam do clube.

O Desportivo de Beja tem

futuro?

Claro que tem, repare que as nossas equipas jovens estão muito bem, lideramos os cam-peonatos de iniciados e ju-niores, há muito anos que não conseguimos nenhum título na formação e isso será fun-damental. O bom trabalho que está a ser feito na área da for-mação é que vai assegurar que o Desportivo de Beja tenha futuro.

2012 poderá ser o ano do relançamento

“O Desportivo de Beja tem futuro”

Rogério Palma Inácio Líder da comisão administrativa do Desportivo de Beja

A grande maioria ficou ao serviço do clube a custo zero

e isso só demonstra que a camisola do Desportivo tem

importância. Esse passo foi fundamental da parte do

plantel sénior, temos que reconhecer esse contributo.❝

A Associação de Atletismo de Beja

realiza no próximo dia 28, na Pista

do Complexo Desportivo Fernando

Mamede, em Beja, o Campeonato

Distrital de Pista de Inverno.

Distrital de Pista

de Inverno em Beja

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Um ponto ganho em 12 jogos e apenas cinco golos marcados em mais de 1 080 minutos de jogo. Apesar das expectati-vas iniciais serem reduzidas, a prestação do Despertar na 3.ª Divisão Nacional tem sido fraca.

Texto e foto Firmino Paixão

O treinador Filipe Feli-zar do suaviza o insu-cesso da sua equipa no

Nacional da 3.ª Divisão. Fala da escassez de recursos económicos para fortalecer a equipa, da ima-turidade competitiva dos atletas e perspetiva uma segunda volta mais promissora, embora relati-vize a questão da manutenção no patamar nacional, sabendo que a posição na tabela é já muito des-confortável. O técnico revela que tem aguentado a pressão sem se demitir, considerando que isso seria uma fraqueza pela qual não quer passar, apesar de estar num projeto cuja fragilidade conhecia previamente.

O balanço da primeira volta será,

naturalmente, negativo?

Sim, não somos hipócritas, nem se-quer pensávamos passar por este nível de dificuldades. Sabíamos que seria difícil, mas sempre pen-sámos ter mais pontos do que te-mos ao virar da primeira volta. Estávamos avisados das dificul-dades que iríamos enfrentar, mas realmente, e por motivos vários, as coisas têm corrido pior do que aquilo que esperávamos.

Refletiu sobre as causas do

insucesso?

A reflexão foi feita até antes de co-meçarmos a prova. A decisão foi muito ponderada pela dire-ção do Despertar, sabendo que te-ria que existir uma redução orça-mental para o futebol sénior, face às contingências dos apoios que tínhamos para este campeonato nacional e face aos custos de orga-nização de jogos. Tivemos que pen-sar numa redução da qualidade do

plantel, passando depois, também, pelo poderio de algumas equipas do distrital a que não consegui-mos fazer frente na contratação de jogadores.

Terá valido a pena dar continui-

dade ao projeto do futebol sénior?

A decisão passava por terminar um ciclo do futebol sénior que ti-nha começado contra tudo e contra todos, ou então ir para a 3.ª Divisão de cabeça levantada, tentar fazer o melhor e dignificar o clube com os recursos que tínhamos. Sabíamos que seria um ano difícil para todos, jogadores, treinador, direção. Não é fácil ter 10 derrotas em 11 jogos, mas o grupo tem sido forte nesse sentido. Para quem está de fora é fácil falar, perguntar por que é que não fizeram isto e aquilo…

A expressão “ano novo, vida

nova” não se aplica ao Despertar?

Não. Para nós vida nova só porque temos a noção de que nos últimos cinco jogos já estivemos melhor, não tivemos nenhuma derrota desnivelada, já perdemos três jo-gos nos descontos, mas falta-nos qualquer coisa, sabemos que os nossos jogadores estão a fazer os primeiros jogos na 3.ª Divisão Nacional, estão a evoluir em com-petição e estão alguns degraus abaixo face aos nossos concorren-tes diretos.

Treinador e direção estão em

sintonia quanto ao percurso da

equipa?

Claro. O mais fácil para mim ti-nha sido ir embora à 4.ª ou 5.ª jor-nada. Não me desgastava psico-logicamente, mas eu não sou de voltar as costas às coisas, isso seria criar um problema à direção e não resolver um problema. Não fugi-rei às minhas responsabilidades,

se me quiserem mandar embora é diferente, mas entretanto vamos trabalhando todos os dias à pro-cura da primeira vitória.

Não lhe passou pela cabeça sair?

Passa sempre, mas tenho sido mais forte e tenho aguentado a pressão de não ceder a essa fra-queza. Para mim seria uma fra-queza. Não estou nada preocupado em ficar ligado a uma coisa muito negativa, porque não tenciono fa-zer nenhum percurso profissio-nal do futebol. Isto simplesmente me vai fortalecer como homem, sei que estou a fazer o meu melhor e sei que a direção tem o mesmo pensamento.

Os sócios e adeptos aceitam essa

argumentação?

Não tenho muito retorno do sen-timento da massa associativa, os nossos jogos têm assistências fra-cas, mas entendo o associativismo a este nível como um clube que serve a população e refiro-me aos jogadores da terra, por isso é que no futuro é que temos de nos vi-rar para a formação e para os jo-gadores da terra. Essa questão da massa associativa passa por parti-ciparem nas assembleias e arran-jarem mais formas de financia-mento porque os que lá estão têm feito o trabalho que toda a gente vê, mas para quem está de fora é muito fácil criticar, fazer é que é mais difícil. O clube tem 200 atle-tas, tem uma sede própria, uma frota de transportes, não tem dí-vidas e cumpre todas as suas responsabilidades.

Acredita numa segunda volta

mais promissora?

Será sempre melhor que a pri-meira, pior do que fazer só um ponto será impossível, mas nem olhamos para a manutenção como opção, não sendo matematica-mente impossível será muito difí-cil, mas não é isso que nos move, queremos conseguir a primeira vitória, acabar de cabeça levan-tada, pois dignificar um clube não passa pelo número de pontos.

Filipe Felizardo tem discurso realista

“Dignificar um clube não passa pelo número de pontos”

Andebol Zona Azul joga em AlmadaO líder do campeonato joga em

Almada e só deve pensar em

ganhar para segurar o primeiro

lugar da prova, numa jornada

em que Boa Hora e Torrense,

principais concorrentes dos

bejenses, jogam entre si. Em

iniciados, o Serpa recebe a

formação do Vitória de Setúbal.

Campeonato Nacional da 3.ª

Divisão – seniores masculinos

zona sul (14.ª jornada): Boa Hora -

-Torrense; Oriental-Costa D’Oiro;

Lagoa-Náutico; A.C.Sines-Loures;

Almada-Zona Azul. Campeonato

Nacional da 1.ª Divisão Iniciados

Masculinos Zona 6 (2.ª jornada):

C.C.P.Serpa-V.Setúbal; Alto

Moinho-Almada; Quinta Nova -

-Torrense; Vela Tavira-Lagoa.

Hóquei em Patins Castrense joga derby em AljustrelDois derbys marcam a 9.ª jornada

do Nacional da 3.ª Divisão, um será

aquele que envolve a deslocação

do Hóquei de Grândola, líder da

prova, ao pavilhão do Hóquei de

Santiago do Cacém; o outro joga-se

no Pavilhão Armindo Peneque,

em Aljustrel, com a presença do

vizinho Castrense. O Hóquei

Vasco da Gama de Sines joga em

Oeiras. Campeonato Nacional

da 3.ª Divisão Zona Sul (9.ª

jornada): H.Santiago-H.Grândola;

Lisbonense-Estremoz; Seixal-

Salesiana; Azeitonense -Lobinhos;

Aljustrelense-Castrense.

Campeonato Nacional da 2ª

Divisão Zona Sul (10.ª jornada):

Oeiras-Vasco da Gama Sines.

Voleibol Moura Vólei Clube em OeirasO Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de Voleibol prossegue na tarde de amanhã, sábado, após uma prolongada interrupção, disputando a 5.ª e penúltima jornada da primeira fase da prova. O Moura Vólei Clube tem pela frente uma deslocação a Oeiras. O calendário completo da jornada é o seguinte: Penafirme -Moura Vólei Clube e Marinhense-Albufeira. No Campeonato Nacional de Juvenis Masculinos, Série C, joga-se a oitava ronda e a equipa alentejana tem o mesmo destino dos seniores, o Pavilhão de Oeiras.

Essa questão da massa associativa passa por

participarem nas assembleias e arranjarem mais formas

de financiamento porque os que lá estão têm feito o

trabalho que toda a gente vê, mas para quem está de

fora é muito fácil criticar, fazer é que é mais difícil.❝

“Que futuro para a arbitragem?” é o tema do colóquio que vai

ter lugar hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, na Biblioteca

Municipal Manuel da Fonseca, em Santiago do Cacém. O colóquio,

moderado pelo jornalista Paulo Sérgio, sub-diretor de informação

desportiva da RTP, deverá contar com as presenças do árbitro

internacional Duarte Gomes, do presidente da Associação de

Futebol de Setúbal, Sousa Marques, do treinador de futebol

Daúto Faquirá e do ex-jogador de futebol do Sporting Nelson

Pereira. A organização é da responsabilidade do núcleo de

confraternização dos Árbitros de Futebol de Santiago do Cacém.

Futuro da arbitragem

em Santiago do Cacém

Filipe Felizardo Treinador suaviza o insucesso da sua equipa

Page 22: Ediçao M.º 1550

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CARDIOLUXOR

Clínica Cardiológica

Av. República, 101, 2ºA-C-D

Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa

Tel. 217993338

www.cardioluxor.com

Sábados

R. Heróis de Dadrá, nº 5

Telef. 284/327175 – BEJA

MARCAÇÕES

das 17 às 19.30 horas

pelo tel. 284322973

ou tm. 914874486

MARIA JOSÉBENTO SOUSAe LUÍS MOURA

DUARTE

CardiologistasEspecialistas pela Ordem

dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta

Assistentesde Cardiologia

no Hospital de BejaConsultas em Beja

Policlínica de S. PauloRua Cidade

de S. Paulo, 29Marcações:

telef. 284328023 - BEJA

Análises Clínicas ▼

Cardiologia ▼

FAUSTO BARATAAssistente graduado

de Ginecologiae Obstetrícia

ALI IBRAHIMGinecologiaObstetríciaAssistente Hospitalar

Consultas segundas,

quartas, quintas e sextas

Marcações pelo tel.

284323028

Rua António Sardinha,

25r/c dtº Beja

CLÍNICA MÉDICA

ISABEL REINA, LDA.

Obstetrícia,

Ginecologia,

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Rua Zeca Afonso, nº 16 F

Tel. 284325833

JORGE ARAÚJO

Assistente graduado

de ginecologia

e obstetrícia ULSB/Hospital José

Joaquim Fernandes

Consultas e ecografi a2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras,

a partir das 14 e 30 horas

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pelo tel. 284311790

Rua do Canal, nº 4 - 1º trás

7800-483 BEJA

Ginecologia/Obstetrícia ▼

Dr.ª Heloisa Alves ProençaMédica Dentista

Directora Clínica da novaclinicaExclusividade em Ortodontia (Aparelhos)

Master em Dental Science (Áustria)Investigadora Cientifica - Kanagawa

Dental School – JapãoInvestigadora no Centro de Medicina

Forense (Portugal)

Rua Manuel AntRua Manuel Antóónio de Britonio de Briton.n.ºº 6 6 –– 1.1.ºº frente. 7800frente. 7800--522 Beja522 Beja

tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

22Sexta-feira,

6 JANEIRO 2012Nº 1550 (II Série) saúde

FRANCISCO BARROCAS

Psicologia ClínicaPsicoterapeuta

e Terapeuta Familiar

Membro Efectivo da Sociedade

Portuguesa de Terapia Familiar e da Associação Portuguesa de Terapias

Comportamental e Cognitiva – Lisboa

Beja: CLINIPAX, Rua Zeca Afonso, nº 6 - 1º-B,

7800-522 Beja Tel./Fax 284322503

TM. 917716528Albufeira: OFICINA

DOS MIMOS – CENTRO DE DESENVOLVIMENTO

DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA DO SUL,

Quinta da Correeira, Lote 49,8200-112 Albufeira

Tel. 289541802Tm. 969420725

Psicologia ▼

Centro

de Fisioterapia

S. João Batista

Fisiatria – Dr. Carlos

Machado

Psicologia Educacional

– Elsa Silvestre

Psicologia Clínica

– M. Carmo Gonçalves

Tratamentos

de Fisioterapia

– Classes de Mobilidade

– Classes para

Incontinência Urinária

– Reeducação

dos Músculos

do Pavimento Pélvico

– Reabilitação

Pós Mastectomia

Acordos com A.D.S.E.,

ACS-PT, CGD, Medis,

Advance Care, Multicare,

Seguros Minis. da Justiça,

A.D.M.F.A., S.A.M.S.

Marcações pelo

284322446; Fax

284326341 R. 25 de Abril,

11 cave esq. – 7800 BEJA

Fisioterapia ▼

JOÃO HROTKOMédico oftalmologistaEspecialista pela Ordem

dos Médicos

Chefe de Serviço

de Oftalmologia

do Hospital de Beja

Consultas de 2ª a 6ª

Acordos com:

ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

Marcações pelo telef. 284325059

Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

Fisioterapia ▼

Oftalmologia ▼

Medicina dentária ▼

Luís Payne PereiraMédico Dentista

Consultas em Beja

Clínica do JardimPraça Diogo Fernandes,

nº11 – 2º

Tel. 284329975

Dr. José LoffUrgências

Prótese fi xa e removível

Estética dentária

Cirurgia oral/

Implantologia

Aparelhos fi xos

e removíveis

VÁRIOS ACORDOSConsultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30

às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq.

Tel. 284 321 304 Tm. 9256511907800-475 BEJA

Clínica Dentária ▼

AURÉLIO SILVAUROLOGISTA

Hospital de Beja

Doenças de Rins

e Vias Urinárias

Consultas às 6ªs feiras

na Policlínica de S. Paulo

Rua Cidade S. Paulo, 29

Marcações

pelo telef. 284328023

BEJA

Urologia ▼

Otorrinolaringologia ▼

GASPAR CANO

MÉDICO ESPECIALISTA

EM CLÍNICA GERAL/

MEDICINA FAMILIAR

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503

Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

Clínica Geral ▼

DRA. TERESA ESTANISLAU

CORREIAMarcação

de consultas de dermatologia:

HORÁRIO:

Das 11 às 12.30 horas

e das 14 às 18 horas

pelo tel. 218481447

(Lisboa) ou

Em Beja no dia

das consultas

às quartas-feiras

Pelo tel. 284329134,

depois das 14.30 horas na

Rua Manuel António de

Brito, nº 4 – 1º frente

7800-544 Beja

(Edifício do Instituto

do Coração,

Frente ao Continente)

Dermatologia ▼

DR. A. FIGUEIREDO LUZ

Médico Especialista

pela Ordem dos Médicos

e Ministério de Saúde

GeneralistaCONSULTAS DE OBESIDADE

Rua Capitão João Francisco

de Sousa, 56-A – Sala 8

Marcações

pelo tm. 919788155

Obesidade ▼

DOENÇAS PULMONARESALERGOLOGIA

Sidónio de Souza

Ex-Chefe ServiçoHospital Pulido Valente

Consultas às 5ªs feirasMarcações:

tel. 284 32 25 03CLINIPAX

Rua Zeca Afonso, nº 6 1º B - BEJA

Pneumologia ▼

DR. J. S. GALHOZOuvidos,Nariz,

GargantaExames da audição

Consultas a partir das 14 horas

Praça Diogo Fernandes,

23 - 1º F (Jardim

do Bacalhau)

Telef. 284322527 BEJA

Neurologia ▼

HELIODORO

SANGUESSUGA

DOENÇAS DO SISTEMA

NERVOSO

CONSULTAS

às 3ªs e 4ªs feiras,

a partir das 15 horas

MARCAÇÕES pelos

telfs.284322387/919911232

Rua Tenente Valadim, 44

7800-073 BEJA

HELENA MANSO

CIRURGIA

VASCULAR

TRATAMENTO

DE VARIZES

Convenções com PT-ACS

CONSULTÓRIOS:Beja

Praça António RaposoTavares, 12, 7800-426

BEJATel. 284 313 270

ÉvoraCDI – Praça Dr. Rosado

da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais, 7000 Évora

Tel. 266749740

Cirurgia Vascular ▼

Consultasde Neurologia

DRª CAROLINA ARAÚJO

Neurologista do Hospital

dos Capuchos, Lisboa

ConsultórioCentro Médico de BejaLargo D. Nuno Álvares

Pereira, 13 – BEJATel. 284312230

Psiquiatria ▼

FERNANDO AREALMÉDICO

Consultor de Psiquiatria

Consultório

Rua Capitão João

Francisco Sousa 56-A

1º esqº 7800-451 BEJA

Tel. 284320749

CÉLIA CAVACOOftalmologista

pelo Instituto Dr. Gama

Pinto – Lisboa

Assistente graduada

do serviço

de oftalmologia

do Hospital José Joaquim

Fernandes – Beja

Marcações de consultas

de 2ª a 6ª feira,

entre as 15 e as 18 horas

Rua Dr. Aresta Branco, nº 47

7800-310 BEJA

Tel. 284326728

Tm. 969320100

Oftalmologia ▼

HEMATOLOGIA CLÍNICA

Doenças do Sangue

ANA MONTALVÃO

Assistente Hospitalar

Marcações de 2ª a 6ª feira, das 15 às 19 horas

Terreiro dos Valentes, 4-1ºA

7800-523 BEJA

Tel. 284325861 Tm. 964522313

Hematologia ▼

Page 23: Ediçao M.º 1550

PSICOLOGIAANA CARACÓIS SANTOS

– Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais;

– Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional;

– Métodos e hábitos de estudo

GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica

Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

CENTRO DE IMAGIOLOGIA

DO BAIXO ALENTEJO

António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo –

Montes Palma – Maria João Hrotko

– Médicos Radiologistas –

Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-

PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE,

ADVANCE CARE

Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas

Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490

Tms. 924378886 ou 915529387

ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler

TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan

Mamografi a e Ecografi a Mamária

Ortopantomografi a

Electrocardiograma com relatório

Clínica Médico-Dentáriade S. FRANCISCO, LDA.

Gerência de Fernanda Faustino

Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E.,

Portugal Telecom e Advancecare

Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

FRANCISCO FINO CORREIAMÉDICO UROLOGISTA

RINS E VIAS URINÁRIAS

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20

7800-451 BEJA Tel. 284324690

Urologia ▼

_______________________________________

Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira

e Castro – Jaime Cruz Maurício

Ecografi a | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital

Mamografi a Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan

Densitometria Óssea

Nova valência: Colonoscopia Virtual

Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare;

SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA;

Humana; Mondial Assistance.

Graça Santos Janeiro: Ecografi a Obstétrica

Marcações:

Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339;

Web: www.crb.pt

Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja

e-mail: [email protected]

saúde 23Diário do Alentejo

6 janeiro 2012

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/

Desabituação tabágica – H. Pulido Valente

Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina

Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de

Lisboa

Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja

Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja

Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia

Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar

e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva

(Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo

Alentejo.

Dr. Rogério Guerreiro – Naturopatia

Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar

Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial

e Reabilitação (difi culdades específi cas de aprendizagem/

dislexias)

Dr. Sérgio Barroso – Oncologia – H. de Beja

Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/

Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa

Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias

Urinárias – H. Beja

Dr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria –

Hospital de Santa Maria

Dr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina

Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia

digestiva.

Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia

Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar

Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de

Beja

Dr.ª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria

de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro

Hospitalar do Baixo Alentejo

Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de

Beja

Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia

Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do

Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de Beja

Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital

de Beja

Dr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do

Hospital Garcia da Orta.

Dr. José Janeiro – Medicina Geral e Familiar – Atestados:

Carta de condução; uso e porte de arma e caçador.

Dr.ª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não

invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução

do tecido adiposo e redução da celulite

Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/

Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e

escrita específi ca e não específi ca. Voz/Fluência.

Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação

Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações

do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação;

Gerontomotricidade.

Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira

especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem

na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/

amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem

corporal da mãe – H. de Beja

Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Fax 284 322 503 Tm. 91 7716528

Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja

[email protected]

Terapeuta da Fala

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Consultas em Beja

CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira

Rua António Sardinha,

25, r/c esq.

Tm. 962557043

Terapia da Fala ▼

Page 24: Ediçao M.º 1550

24Diário do Alentejo6 janeiro 2012

institucional diversos

OFICINA

RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS

TESTAGENS

SERVIÇO DE TORNO

SOLDADURAS EM ALUMÍNIO

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orçamentos com ou sem material

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CASADINHO

Sítio Horta de St. António

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Urgente diurno (recolhas e entregas no próprio dia)

Urgente nacional (de hoje para amanhã)

Urgente Espanha (de hoje para amanhã, antes das 10H)

Urgente internacional (o mais urgente com cobertura mundial)

e-comerce – para empresas que comercializam os seus produtos através da Internet

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branca mais forte. Trata e ajuda a resolver com rapidez no máximo

de 7 dias qualquer que seja o seu caso, mesmo que seja grande, grave

ou de difícil solução. Exemplo: amor, saúde, negócios, prender e

desviar, afastar e aproximar pessoas amadas, exame, jogo, doenças

espirituais, impotência sexual, vício, alcoolismo, droga, maus-olhados,

invejas, etc., etc.. Lê a sorte, dá previsão de vida e futuro pelo bom

espírito e forte talismã. Faz trabalho à distância. Considerado um dos

melhores profissionais em Portugal. Consulta das 9 às 20 horas, de

segunda a sábado.

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PERDEU-SE MOCHILA Na segunda-feira (2 de Janeiro), no período das 15h30 às 16h00, ficou perdida uma mochila junto a um poste eléctrico, na zona do LIDL, em Vidigueira.Dentro da mochila estava um computador e outros artigos pessoais que pertencem a um estudante uni-versitário de Vila de Frades e que são imprescindíveis para o seu trabalho do dia-a-dia escolar (com traba-lhos feitos para entregar na Universidade).Para ajudar o Duarte a recuperar os seus bens, agradecemos a colaboração de todos no sentido de divulgarem esta informação e apelamos ao bom sen-so de quem achou a mochila de entrar em contacto através dos telemóveis 969207866 e 969205902, ou entregá-la num posto da GNR.

EXPLICAÇÕES– Dou explicações de Espanhol

– Faço traduções com o par Português/ Espanhol

Contacto: 934047165

[email protected]

Diário do Alentejo nº 1550 de 6/01/2012 1.ª Publicação

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

DIRECÇÃO-GERAL DOS IMPOSTOSServiço de Finanças de BEJA-0248

ANÚNCIOVENDA E CONVOCAÇÃO DE CREDORES

N.º da Venda: 0248.2011.90 - Executado: Carlos Miguel Sousa Teixeira por reversão de Carlos Teixeira Unipessoal, Lda

1/2 indiviso da fracção autónoma designada pela letra “F” do prédio urbano destinado a habitação, sito na Rua Jorge de Sena nº8 1º andar F, em Beja, freguesia de Salvador, concelho de Beja, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 3104, composta por sala, três quartos, cozinha, mar-quise, duas instalações sanitárias, despensa, circulação, duas varandas e estacionamento na cave designado pelo nº12, com a área bruta privativa de 107,2000 m2 e área bruta dependente de 27,9000 m2.

Manuel José Borracha Pólvora, Chefe de Finanças do Serviço de Finanças BEJA-0248, sito em PRACA DA REPUBLICA, BEJA, faz saber que irá proceder à venda por meio de leilão electrónico, nos termos dos artigos 248.º e seguintes do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), e da portaria n.º 219/2011 de 1 de Junho, do bem acima melhor identifi cado, penhorado ao executado infra indicado, para pagamento de divida constante em processo(s) de execução fi scal.

É fi el depositário(a) o(a) Sr(a) CARLOS MIGUEL SOUSA TEIXEIRA ANDRE, residente em BEJA, o(a) qual deverá mostrar o bem acima iden-tifi cado a qualquer potencial interessado (249.º/6 CPPT), entre as 09:00 horas do dia 2012-01-06 e as 10:00 horas do dia 2012-03-06.

O valor base da venda (250.º CPPT) é de € 30.274,49.As propostas deverão ser apresentadas via Internet, mediante acesso

ao “Portal das Finanças”, e autenticação enquanto utilizador registado, em www.portaldasfi nancas.gov.pt na opção “Venda de bens penhorados”, ou seguindo consecutivamente as opções “Cidadãos”, “Outros Serviços”, “Venda Electrónica de Bens” e “Leilão Electrónico”. A licitação a apresentar deve ser de valor igual ou superior ao valor base da venda e superior a qualquer das licitações anteriormente apresentadas para essa venda.

O prazo para licitação tem início no dia 2012-02-20, pelas 10:00 horas, e termina no dia 2012-03-06 às 10:00. As propostas, uma vez submetidas, não podem ser retiradas, salvo disposição legal em contrário.

No dia e hora designados para o termo do leilão, o Chefe do Serviço de Finanças decide sobre a adjudicação do bem (artigo 6.º da portaria n.º 219/2011).

A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do órgão de execução fi scal, no prazo de 15 dias, contados do termo do prazo de entrega das propostas, mediante guia a solicitar junto do órgão de execução fi scal, sob pena das sanções previstas (256.º/1/e) CPPT).

No caso de montante superior a 500 unidades de conta, e mediante requerimento fundamentado, entregue no prazo de 5 dias, contados do termo do prazo de entrega de propostas, poderá ser autorizado o depósito, no prazo mencionado no parágrafo anterior, de apenas uma parte do preço, não inferior a um terço, e o restante em até 8 meses (256.º/1/f) CPPT).

A venda pode ainda estar sujeita ao pagamento dos impostos que se mostrem devidos, nomeadamente o Imposto Municipal sobre as Transmis-sões Onerosas de Imóveis, o Imposto de Selo, o Imposto Sobre o Valor Acrescentado ou outros.

Mais, correm anúncios e éditos de 20 dias (239.º/2 e 242.º/1 CPPT), contados da 2.ª publicação (242.º/2), citando os credores desconhecidos e os sucessores dos credores preferentes para reclamarem, no prazo de 15 dias, contados da data da citação, o pagamento dos seus créditos que gozem de garantia real, sobre o bem penhorado acima indicado (240º/CPPT).

Teor do Edital:Identifi cação do Executado:N.º de Processo de Execução Fiscal: 0248200801025597 (e apen-

sos)NIF/NIPC: 218908423Nome: CARLOS MIGUEL SOUSA TEIXEIRA ANDREMorada: R JORGE SENA 8 1º F URBANIZAÇÃO QUINTA D’EL

REI - BEJA2011-12-20

O Chefe de FinançasManuel José Borracha Pólvora

Page 25: Ediçao M.º 1550

institucional diversos necrologia 25Diário do Alentejo

6 janeiro 2012

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Diário do Alentejo nº 1550 de 6/01/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA

DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS

DE VIDIGUEIRA

ANÚNCIO TOMADA DE POSSEEm conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 25.º

dos estatutos da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vidigueira, torna-se público que a posse dos novos Órgãos Sociais para o triénio 2012-2014 será conferida no dia 10 de Janeiro de 2012, pelas 21 horas, na sede da Associação.

Vidigueira, 30 de Dezembro de 2011.O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Nuno Alfredo Cordeiro Pelúcia

Diário do Alentejo nº 1550 de 6/01/2012 Única Publicação

CASA DO ALENTEJO

CONVOCATÓRIA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIAConforme o disposto no artigo 19, nº 1, alínea b) dos Estatutos

da Casa do Alentejo, convoco a Assembleia Geral Ordinária, para

o dia 12 de Janeiro de 2012 pelas 18:30 horas com os seguintes

pontos de ordem de trabalhos:

1. Apresentação dos Corpos Sociais Eleitos para o Triénio

2012/2014.

2. Aprovação do Plano de Actividades e Orçamento para o

Ano de 2012

3. Informações Diversas

Se nos termos do Art.º 19, nº 2 dos Estatutos não comparecer

o número sufi ciente de Sócios, a Assembleia reunirá em segunda

convocatória, com qualquer número de Sócios presentes, uma

hora depois da designada pela primeira convocatória.

Lisboa, 27 de Dezembro de 2011.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Manuel Macaísta Malheiros

São Matias – Beja

MISSA

José Domingos

Engrácio Coelho

Tavares10º Ano de Eterna Saudade

Neste momento,

as palavras

perdem o sentido diante

das lágrimas contidas na

Saudade que estamos

a sentir.

Na nossa memória,

guardamos uma vida

de lembranças queridas,

pois permaneces no nosso

coração

onde também fi ca

a Saudade

desde o dia

da tua partida.

Que a tua Alma descanse

em Paz….

Será realizada missa no

dia 13/01/2012, pelas 18 e

30 horas, na Igreja da Sé

em Beja.

Beja - Messejana

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

Jorge da Silva RevezA família cumpre o doloroso

dever de participar o faleci-

mento do seu ente querido

ocorrido no dia 28/12/2011,

e na impossibilidade de o

fazer pessoalmente agrade-

ce por este meio a todas as

pessoas que o acompanha-

ram à sua última morada ou

que de outro modo manifes-

taram o seu pesar.

Penedo Gordo

AGRADECIMENTO

E MISSA

Faleceu em 02.01.2012

A família de CAROLINA

D O S R E I S R E V É S

BAPTISTA , agradece a

todos quantos expressa-

ram as suas condolências

e participaram nas ceri-

mónias fúnebres da sua

familiar, acompanhando-a

neste momento de dor e

de partida.

Informa ainda, que a mis-

sa do 7º Dia terá lugar na

Igreja de Penedo Gordo, no

próximo dia 9 de Janeiro,

segunda-feira, pelas 19.30

horas.

Funerária Central de Serpa, Lda.Rua Nova 31 A 7830-364 Serpa Tlm. 919983299 - 963145467

Vale de Vargo

É com enorme pesar e solidários na dor da famí-lia que participamos o fa-lecimento da Sra. Benta Maria Salvadinho Rações Estradas de 37 anos, ca-sada com o Sr. João Paulo Carrasco Estradas.O funeral a cargo desta Funerária realizou-se no passado dia 3 de Janeiro da Casa Mortuária de Vale de Vargo para o cemitério local.Á família enlutada expres-samos os nossos sentidos pêsamos.

Vidigueira

PARTICIPAÇÃO

Elisabete Maria

Maldonado

Henriques

Nasceu 17.02.1954

Faleceu 29.12.2011

Faleceu o Exma. Sra .

Elisabete Maria Maldonado

Henriques, natural de Alvito,

casado com a Exmo. Sr.

António Manuel Henriques

Rocha Maldonado.

O funeral a cargo desta

Agência realizou-se no pas-

sado dia 30, da casa mor-

tuária de Vidigueira para o

cemitério local.

AGÊNCIA FUNERÁRIA

ESPÍRITO SANTO, LDA.Rua Das Graciosas, 7

7960-444 Vila de Frades/VidigueiraTm.963044570 – Tel. 284441108

Page 26: Ediçao M.º 1550

26Diário do Alentejo6 janeiro 2012

necrologia

Serpa

PARTICIPAÇÃO

Ana MartinsFaleceu a 28.12.2011

É com pesar que participa-

mos o falecimento da Sra. D.

Ana Martins, de 86 anos, viú-

va, natural de Salvada. O fu-

neral a cargo desta Agência

realizou-se no dia 29.12.2011

pelas 11.00 horas, da Casa

Mortuária de Serpa para o

cemitério de Cabeça Gorda.

Apresentamos à família as

cordiais condolências.

Serpa

PARTICIPAÇÃO

Catarina Furtado Gaspar Ciríaco

Faleceu a 31.12.2011

É com pesar que participa-

mos o falecimento da Sra.

D. Catarina Furtado Gaspar

Ciríaco, de 103 anos, viúva, na-

tural de Serpa. O funeral a car-

go desta Agência realizou-se

no dia 01.01.2012 pelas 16.00

horas, da Casa Mortuária de

Serpa para o cemitério local.

Apresentamos à família as

cordiais condolências.

Santo Aleixo

da Restauração

PARTICIPAÇÃO

Maria Gorjão BanacoFaleceu a 02.01.2012

É com pesar que participa-mos o falecimento da Sra. D. Maria Gorjão Banaco, de 81 anos, viúva, natural de Santo Aleixo da Restauração. O fu-neral a cargo desta Agência realizou-se no dia 03.01.2012 pelas 12.00 horas, da Casa Mortuária de Serpa para o cemitério de Santo Aleixo da Restauração. Apresentamos à família as cor-diais condolências.

Serpa

PARTICIPAÇÃO

Benilde das Neves Agostinho

Faleceu a 29.12.2011

É com pesar que participa-

mos o falecimento da Sra. D.

Benilde das Neves Agostinho,

de 78 anos, casada com o Sr.

António Maria Cuiça, natural

de Brinches. O funeral a car-

go desta Agência realizou-se

no dia 30.12.2011 pelas 16.00

horas, da Casa Mortuária de

Serpa para o cemitério local.

Apresentamos à família as cor-

diais condolências.

Serpa

PARTICIPAÇÃO

João Batista MestreFaleceu a 02.01.2012

É com pesar que participa-

mos o falecimento do Sr. João

Batista Mestre, de 87 anos,

viúvo, natural de Serpa. O fu-

neral a cargo desta Agência

realizou-se no dia 03.01.2012

pelas 11.00 horas, da Casa

Mortuária de Serpa para o ce-

mitério local.

Apresentamos à família as cor-

diais condolências.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDAGerência: António Coelho | Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 | Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

CAMPAS E JAZIGOSDECORAÇÃO

Rua de Lisboa, 35 / 37 – Beja | Estrada do Bairro da Esperança Lote 2 Beja (novo) Telef. 284 323 996 – Tm.914525342 [email protected]

DESLOCAÇÕES POR TODO O PAÍS

CONSTRUÇÃO CIVIL “DESDE 1800”

TRIGACHES

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIANA ROSA FAIAS, de 82 anos, natural de Beringel – Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 29 de Dezembro, da Casa Mortuária de Trigaches, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CELESTINA DO ROSÁRIO ALMADA, de 90 anos, natural de Santa Maria da Feira – Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30 de Dezembro, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

BEJA / SERPA / ESPANHA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ MARIA VAZ VAZ, de 63 anos, natural de Paymogo - Huelva - Espanha, casado com a Exma. Sra. D. Maria Isabel Mira Afonso Vaz. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 30 de Dezembro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Serpa.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ MIGUEL MARTINS, de 66 anos, natural de Conceição - Tavira, casado com a Exma. Sra. D. Beatriz Manuela Grade Parrinha Martins. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 31 de Dezembro, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ADELINA DAS DORES SILVA, de 84 anos, natural de Alvito, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 02, da Capela da Mansão de São José, para o cemitério de Beja.

PENEDO GORDO

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CAROLINA DOS REIS REVÉS BAPTISTA, de 68 anos, natural de Castro Verde, casada com o Exmo. Sr. Manuel Catarino Baptista Catrapona. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 03, da Casa Mortuária do Penedo Gordo, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. JÚLIA TRINDADE GAITINHA DE OLIVEIRA, de 85 anos, natural de São João Baptista – Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 03, da Igreja Paroquial do Carmo, para o cemitério de Beja.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. ANTÓNIA DA ENCARNAÇÃO COELHO GUERREIRO, de 71 anos, natural de Mombeja – Beja, casada com o Exmo. Sr. Francisco da Conceição Marques Romão. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 03, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA / VILA ALVA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. NATÁLIA AUGUSTA TERESA MADEIRA DE MIRA, de 94 anos, natural de Cuba, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 04, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério de Vila Alva-Cuba.

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. MARIA BERTA CAMACHO, de 81 anos, natural de Barreiro, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 04, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapax-julia.pt E-mail: [email protected]

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos Religiosos

Cabeça Gorda

MISSA

Maria Emília

Neves Soeiro1º Ano de Eterna Saudade

Filha e netos participam a

todas as pessoas de suas

relações e amizade que

mandam celebrar missa por

alma da sua ente querida no

dia 08/01/2012, domingo, às

18.30 horas na Igreja da Sé

em Beja, agradecendo desde

já a todos os que comparece-

rem ao acto religioso.

Aljustrel

AGRADECIMENTO

Maria Amélia Santos

Pascoal TeixeiraFaleceu a 26/12/2011

Seu marido, fi lha, genro e ne-

tas vêm por este meio agra-

decer a todos quantos lhes

testemunharam o seu pesar,

bem como aqueles que a

acompanharam à sua última

morada. Muito obrigado.

PARTICIPAÇÃO E

AGRADECIMENTO

José Miguel MartinsEsposa, fi lhos, genro, nora e

restante família cumprem o do-

loroso dever de participar o fa-

lecimento do seu ente querido

ocorrido no dia 30/12/2011 e na

impossibilidade de o fazer pes-

soalmente vêm por este meio

agradecer a todas as pessoas

que se dignaram acompanhá-

lo à sua última morada ou de

outro modo manifestaram o

seu pesar.

Mais expressam o seu profun-

do agradecimento ao Dr. Pedro

Costa do Hospital de Dia de

Beja, Serviço de Oncologia e

ao Enfermeiro Luís Santiago

do Centro de Saúde de Beja

pelo carinho, dedicação, apoio,

disponibilidade e ajuda pres-

tados durante a sua doença e

internamento.

Page 27: Ediçao M.º 1550

Em janeiro e fevereiro o Serviço Educativo e Cultural do Centro de Artes de Sines leva às escolas o Bebés às Cores, um ateliê de pintura para os mais jovens (bebés de um a três anos) com utilização de tintas comestíveis. Mediante marcação.

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Bebés às Cores

nas escolas de Sines

Dica da semanaEsperamos que te divirtas não só a fazer estes labirintos como a jogar. Vais precisar de caixas de cd e massa “Fimo” ou outro material que te permita modelar. Depois é só ver quem é craque.

A páginas tantas ...A Gigantesca Pequena Coisa é um dos mais recentes livros edita-dos pela Bags of Books da “gigantesca” Beatrice Alemagna. Dizemos gigantesca pela grandiosidade desta ilustradora-escritora que nos tem presenteado com livros absolutamente fantásticos, dos quais dois já falámos aqui, como O meu amor e recentemente Depois do Natal.Não só pelo tamanho do livro, que é bastante grande, este álbum é gigantescamente bonito, pela reflexão que faz da felicidade, esse sentimento que pode estar nos cheiros, nos olhares ou nos braços de outros, invisível, mas perseguido por todos.

Não é preciso ser Carnaval para poderes

disfarçar-te e brincar, por isso aproveita

e diverte-te.

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Boa vida

A Buba é uma doce cadela cruzada de podengo que procura uma família que lhe possa dar

uma vida melhor do que a que tem no canil. É adulta, de porte pequeno e tem o pelo curto. A

Buba é muito sociável com cães e muito dócil com as pessoas. Já está esterilizada e vacinada.

Venham conhecê-la ao Cantinho dos Animais de Beja. Contactos:

962432844; [email protected]

Comer Coelho com coentros

Ingredientes:

1 coelho bravo ou manso;6 dentes de alho;1 molho de coentros;6 dl de vinho branco;1 dl de azeite;2 cebolas médias;1 folha de louro;200 gr. presunto inteiro;q.b. de sal grosso; eq.b .de pimenta.

Confeção: Corte o coelho aos bo-cados e tempere com os a lhos picados, sa l e pi-menta. Cubra a carne com o vinho branco e os coen-tros picados. Deixe mari-nar no frigoríf ico de um dia para o outro.Leve um tacho ao lume com azeite, cebola pi-cada, louro e o presunto aos cubos e dei xe re-fogar. Junte o coelho e deixe alourar um pouco a carne.De seguida adicione a marinada e um pouco de água. Tape o tacho e deixe cozer em lume brando. Retifique o tempero.Sirva com arroz branco e legumes cozidos.Bom apetite…

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Gonçalo M. Tavares CaminhoPVP: 11,90 euros

160 págs.

LetrasShort Movies

Na sua 30.ª obra, o premiado escritor Gonçalo M. Tavares faz uma aproximação ao ci-

nema através da escrita de dezenas de histórias muito curtas em que o olhar é o sentido central e o enqua-dramento cinematográfico é tão importante quanto a pontuação na literatura. Um excerto: “Ler, isto é: ver. Ou seja: deixar de ler. Tentativa de levar a escrita aos olhos e não a deixar sair daí. Evitar que se pense -- transferir tudo para uma ques-tão ótica. Não penses, vê – e vê, não penses. Ver o que nos é mostrado – e também o resto. Ao lado, em cima, em baixo, antes, depois”.

Um enquadramento mais fe-chado, o que pode esconder? Em que é que o plano geral pode re-velar-se aterrador após uma pro-messa de beleza dada por um de-talhe – o rosto de uma mulher bela e sorridente? O escritor joga com a linguagem técnica do cinema para dispôr o seu olhar, crítico, sobre a humanidade e a realidade vivida.

Para além da perspicácia e da qualidade da escrita do Gonçalo M. Tavares, impõe-se, porém, per-turbante, a estetização com o seu olhar crítico se aplica sobre o “quoti-diano tantas vezes mais absurdo do que seria de crer” [como se escreve no comunicado da editora do livro à imprensa]. Após a leitura de cada história, imagino os filmes compos-tos pelas palavras do escritor trans-postos para o ecrã de um qualquer telemóvel em que se fazem filmes a la minuta. É provável que o processo de criação do escritor se tenha feito ao contrário – ou seja, da noção que uma pequena câmara portátil pode-ria ter fixado estes “instantâneos” escolhendo apenas a partir de uma sucessão de cenas do real.

Mas, como no cinema precisa-mente, a descrição fechada pelos en-quadramentos e onde não há espaço para a imaginação do próprio leitor resulta numa fixação, fechada, crí-tica, da crise de valores e da falta de uma Moral, sem redenção possível. Circuito fechado.

Maria do Carmo Piçarra

JazzFlajazzados “Flajazzados”

É em tempos de crise que mais se esgrimem ar-gumentos sobre o papel da música enquanto meio de contestação e de intervenção social.

Conhecidas as personalidades vincadas do contrabai-xista, compositor e pedagogo Zé Eduardo – verdadeira consciência crítica do jazz nacional – e do docente, in-vestigador na área das ciências da comunicação e ho-mem de letras, Vítor Reia, somos capazes de ter uma ideia do que pode resultar quando, em boa hora, resol-veram aliar as suas artes. A história destes Flajazzados começou em frequentes almoços entre os dois, em Faro, donde brotaram fecundos laços de cumplicidade artística. “Sempre fomos abordando a necessidade de

formar um grupo de câ-mara (escura) de música (in)popular portuguesa, mas nunca chegámos tanto a vias de facto como agora”, disse Reia, há alguns meses, em en-trevista à revista “ jazz.pt”. Os “contrabandis-tas da flajazzação”, como gostam de se apelidar, nasceram em 2009, na ressaca da IV Residência Artística promovida pela Associação Grémio das Músicas, quartel-general de Zé Eduardo na capital algarvia. Chamaram alguns mú-sicos mais experientes (Jesús Santandreu, Toni Belenguer) e o resultado não deixa ninguém in-diferente. Com humor afiado, os Flajazzados constroem ambientes de acesa crítica social, onde

música e palavra, palavra e música, nunca se subju-gam uma à outra, criando antes fortes sinergias. A música é um imenso caldeirão onde cabem referências múltiplas. Apesar dos excelentes apontamentos indi-viduais, com destaque para a frente de sopros, com Santandreu e Belenguer em ótimo plano, é a força que emana do coletivo que sobressai, no requinte por vezes cruel dos arranjos, nas súbitas mudanças de direção, no sobressalto permanente incutido ao ouvinte. As palavras sobem de tom. “Ah… mas os pássaros… es-ses, voam livres”, ouve-se por entre o dinamismo pós- -bop de “A Passarada Avoa Avoa”. Em “Triste Soldado” ecoam reminiscências “zappianas”, sobretudo por via da guitarra ácida de Pedro Gil. “Uma Luz no Escuro” injeta alguma tranquilidade, com piano e contrabaixo em íntima dança. “Lenda Mal Parida”, solenemente introduzida pela voz e pelo contrabaixo tocado com arco, é um portento de “non-sense”. Ouçam Viviane a desmultiplicar-se pelos vários registos. “Deus Anda de Lado” intercala palavras mordazes com erupções só-nicas. “E o que é que isso tem a ver com Bagdad?”

António Branco

FilateliaJá saiu o catálogo de selos da Afinsa

Com a regularidade a que já nos habituou, foi apresentada em meados de dezembro mais uma edição do catálogo de selos pos-

tais de Portugal Açores e Madeira e que, tal como havia sido anunciado há um ano atrás, respeita apenas ao 2.º volume, ou seja, os selos emitidos no século XXI. A orientação técnica do catálogo é da responsa-bilidade do Instituto de Expertização de Filatelia Portuguesa (Inexfip). Na continuação do traba-lho dos últimos anos, e no sentido de o enrique-cer, a comissão técnica introduziu-lhe novos elementos, nomeadamente novas variedades entretanto descobertas. Um dos novos elementos incluídos refere-se à numeração. Sempre que o número do selo está entre parêntesis significa que o selo a que cor-responde esse número aparece agora emitido num produto diferente; situação que acontece com frequência com os selos incluídos nos blo-cos e emitidos também em folhas, quer em mi-niatura, quer normais de 50 selos.No que às cotações respeita foram tidas em conta as diversas variáveis que as inf luem, no-meadamente as leis do mercado, inflação, oferta e procura. Comparativamente ao ano de 2010, as cota-ções dos selos, blocos e folhas miniatura tive-ram um aumento de 8,93 por cento. Curioso foi o aumento dos blocos emitidos no ano 2000, que valorizaram de há um ano para cá 40,59 por cento!!!Na pessoa do engenheiro José Manuel Miranda da Mota, damos os parabéns ao Inexfip pelo ex-celente trabalho com que presentearam os fi-latelistas, contribuindo assim para o enrique-cimento da cultura filatélica, de todos aqueles que se dedicam ao colecionismo dos selos portugueses.O preço de venda é de 18 euros e pode ser pe-dido a Afinsa, rua de Santa Justa, 25; 1100-483 Lisboa: [email protected], ou à r. Ricardo Jorge, 53; 4050-514 Porto: [email protected]

Geada de Sousa

“Flajazzados”

Pedro Gil (guitarra), Marco Martins (baixo elétrico e contrabaixo), Sónia Cabrita (bateria), Zé Eduardo (piano, teclas e contrabaixo), Jesús Santandreu (saxofone tenor), Toni Belenguer (trombone) e Vítor Reia (voz) + Viviane (voz e flauta sopranino).Editora: Associação Grémio das MúsicasAno: 2011

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PetiscosNo mais fundo da memória

Quando se fala de festas, Natal, Ano Novo, Carnaval, Páscoa e outras mais, bem como das gentes que em tempos as viveram, deve-

-se evitar as generalizações. Aquilo que hoje nos pa-rece ser relativamente comum a todos, em tempos não o era.

Já aqui foi dito, e creio que repetido, que muita fome se passou por esse mundo fora e que, mesmo que hoje já não seja tanta, ainda há uns milhões de pessoas que têm constantemente a sua vida em risco por não comerem por dia a quantidade suficiente de alimento que o corpo precisa para cumprir as fun-ções mínimas de elementar sobrevivência.

Também entre nós foi assim. Já não é. Mas ainda há gente que tem de recorrer à assistência para que assim não seja. É verdade mas são a curtíssima exce-ção que mal dá para confirmar a regra.

No entanto, quando se descreve a forma gastro-nómica de se passar, em tempos idos, o Natal, o me-lhor é ter isso em mente: não era igual para todos. É portanto para mera facilidade do cronista que se uti-lizam fatores comuns que, na prática, não existiam.

O que se comia então, aqui em terras alentejanas, no tempo dos nossos pais?

O que havia, nomeadamente carne de porco. Lombos, carnes magras, entrecosto, miolos, carne do alguidar e demais variedades, dependendo às ve-zes se já se tinha ou não morto o porco. Nos meus tempos de criança já se comia às vezes leitão assado no forno mas raramente se abatia em muito novo um

animal que se pudesse engordar.Também se comia peru, já aqui falámos nisso, na

passada semana. E se as outras carnes, sobretudo de porco, se aguentavam com os frios e com as banhas onde eram cozinhadas, o mesmo não acontecia com o peru de cujos restos se fazia apressadamente pi-cado para arroz, pastéis e croquetes.

Em Beja fazia-se um cozinhado de restos de peru cujo nome era verdadeiramente singular: pirolito. Em todas as casas de família onde se tinha comido a dita ave se fazia este cozinhado, por outro lado não o conheço, pelo menos com este nome, em mais sí-tio algum.

Os restos de carne destroçados – como disse, peru – coziam-se em pouca água com cebola picada, salsa, sal e pimenta. Não se cozia muito, a carne já ti-nha sido previamente assada no forno, estas seriam as partes mais rijas. A gordura era um pouco do mo-lho que o acompanhara na sua versão protocolar, ao almoço de dia 25.

Juntava-se massa larga, de cotovelo. Noutros tem-pos só havia uma variedade, agora há muitas de dife-rentes formas e – pasme-se – até de diferentes cores. Convêm trazer uma marca antiga, com o famoso sa-bor e aspeto das “velhas coisas”.

Quando o cozinhado está pronto, não demora muito, envolve-se o conjunto, que deve estar ainda húmido mas sem caldo, em ovos bem batidos. Quatro ou cinco ovos por recipiente. Põe-se em tabu-leiro de vidro, vulgarmente conhecido por “pirex”, espalha-se queijo de gratinar por cima, com abun-dância, vai ao forno e come-se muito quente.

É simples? Mas era assim – meu Deus, que pressa deste a este

Mundo – faz agora tantos, tantos anos!

António Almodôvar

Quando se fala de festas, Natal, Ano Novo, Carnaval, Páscoa e outras mais, bem como das gentes que em tempos as viveram, deve-se evitar as generalizações. Aquilo que hoje nos parece ser relativamente comum a todos, em tempos não o era.

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Fim de semana

A Banda Filarmónica 1.º de Janeiro e o coro da secção de Castro

Verde do Conservatório Regional do Baixo Alentejo vão juntar-se

hoje à noite, a partir das 21 e 30 horas, para um Concerto de Reis

na Basílica Real de Castro Verde. A organização é de ambas as

entidades, com a colaboração da paróquia de Castro Verde.

Noite de Reisna Basílica Realde Castro Verde

Nova exposição de António Carrapato patente em Lisboa

“Vai um sofazinho?”“T

anta gente mal sentada e tanto sofá vazio – é isso a tua nova exposição?”. A pergunta, feita distraidamente pela mulher ao passar pelos

dois núcleos desgarrados de fotografias, determinou o que viria a ser a exposição “Vai um sofazinho?”, o mais recente trabalho do fotógrafo alentejano António Carrapato. A mostra, que abriu ao público na quarta feira, 4, vai manter --se patente em Lisboa, na Fábrica do Braço de Prata, até ao próximo dia 29, deixando claro, mais uma vez, que é no ter-reno do insólito e do irónico que Carrapato se move como peixe dentro de água. Lembremo-nos de “Mata-velhos”, so-bre os emblemáticos veículos de dois lugares que não reque-rem carta de condução e cuja lentidão enfurece até o mais pachorrento dos condutores.

Ao todo, são 30 imagens, captadas por todo o Alentejo. Por um lado, os “sentados”, gente que, nos sítios mais inu-sitados (na terra, nas ervas, em pedras, passeios públicos, eventos públicos, à espera dos transportes públicos), encon-tra total conforto e descontração. Gente sentada, inespera-damente bem sentada. Por outro, e sem intenção inicial de

ligar os dois universos, o fenómeno inverso: sofás, poltro-nas, cadeiras, bancos e outros assentos, abandonados junto a contentores ou em locais de habitual depósito de resíduos urbanos. Um cenário com duas possíveis abordagens, a do desperdício e da reciclagem, como o próprio autor des-creve: “Nunca pensei que as pessoas deitassem fora tantos sofás, e outras peças com funções de assento, que ainda es-tão em tão bom estado, ou que o fizessem sem qualquer tipo de preocupação ambiental, criando lixo ao desbarato na via pública. Isto por um lado, porque, por outro lado, também notei um reaproveitamento espontâneo deste mobiliário deitado ao lixo. Muitas vezes avistava um sofá junto a um contentor e quando, apenas algumas horas depois, ia bus-car a máquina para o fotografar, o sofá já lá não estava ou estava todo desmembrado”.

“Vai um sofazinho?” é uma das cinco exposições que po-dem ser vistas até ao fim do mês na Fábrica do Braço de Prata (entre fotografia, pintura e ecodesign), quartas e quin-tas-feiras, das 18 às 2 horas; sextas e sábados, das 18 às 4 ho-ras; e domingos, das 15 à meia-noite.

Cante ao Menino na igreja Matriz de AlmodôvarAmanhã, sábado, canta-se ao

Menino na igreja Matriz de

Almodôvar. O concerto, organizado

pela câmara municipal local, tem

início pelas 21 horas, fazendo

desfilar os grupos corais Vozes

de Almodôvar, As Andorinhas do

Rosário, As Mondadeiras de Santa

Cruz, o Rancho Coral Etnográfico

de Vila Nova de São Bento, além

da banda Os 4uatro ao Sul.

Presépios de Natal para ver na Biblioteca de Cuba A Biblioteca Municipal de Cuba

mantém patente, até ao próximo dia

14, uma exposição de presépios de

Natal. A mostra encontra-se aberta ao

público desde meados de dezembro.

Corais celebram Natividade nas Neves A dois passos de Beja, na Casa do Povo

de Nossa Senhora das Neves, o serão

de amanhã, sábado, é dedicado aos

cânticos de boas vindas ao Menino que

todos celebram na quadra natalícia.

Atuam, a partir das 21 horas, os grupos

corais As Ceifeiras de Entradas, da Casa

do Povo de Safara e o anfitrião, da Casa

do Povo de Nossa Senhora das Neves.

Fadista Ana Sofia Soares lança primeiro CDA fadista Ana Sofia Soares apresenta

amanhã, sábado, no auditório da

Biblioteca Municipal de Aljustrel, o

seu primeiro álbum discográfico. O

espetáculo, com início pelas 21 horas,

tem como convidados António Barros,

na guitarra portuguesa, António

José Caeiro, na viola fado, Celeste

Costa, no acordeão, e o vencedor da

“Operação Triunfo” Jorge Roque, que

acompanhará a cantora na viola baixo.

Caminhada “Feliz Ano Novo” em Casével A chegada do ano novo também pode

ser assinalada com exercício físico.

Assim será amanhã, sábado, em

Casével, com a caminhada e passeio

de BTT “Feliz Ano Novo”, com

concentração no largo da Igreja, pelas

15 horas.“Caminhar é uma das opções

mais simples e práticas para quem

quer fazer exercício físico, cuidar da

saúde e combater o excesso de peso.

Com o início de um novo ano, adote

uma vida mais ativa e inicie-se na

rotina das caminhadas. Pratique

atividade física. Sinta-se bem!”,

aconselha a organização, da Câmara

Municipal de Castro Verde com a

colaboração do centro de saúde local.

Concerto de ano novo no Garcia de ResendeO Teatro Garcia de Resende, em

Évora, recebe amanhã, sábado,

pelas 18 horas, um Concerto

de Ano Novo, protagonizado

pela Orquestra de Cordas do

Conservatório Regional de

Évora, sob a direção de Luís

Rufo. Do programa constam

obras de Vivaldi, Coreli,

Pachelbel e Mozart, num

espetáculo em que atuarão

como solistas Susana Nogueira,

Andreia Fernandes, Rita

Lorga, Samuel Santos, Bruno

Correia e Hugo Monteiro,

além do próprio Luís Rufo.

A iniciativa, com entrada

livre, é da responsabilidade

do Conservatório Regional

de Évora, Associação

Eborae Musica e Câmara

Municipal de Évora.

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“nÃo confirmo,

nem desminto”

jÁ tem pÁgina

no facebook

Cerca de 50 pessoas já seguem a “Não confirmo, nem desminto” no Facebook. O seguidor 100 habilita-se ao sorteio de uma magnífica viagem ao escorrega das Neves, com direito a vacina do tétano completamente grátis! Passe por lá e clique em “Gosto”. facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Inquérito Na possibilidade de haver eleições antecipadas para a Câmara de Beja, quem será o pai da crian… perdão… o próximo presidente?

RODEIA MACHADO, 63 ANOS

Presidente dos Bombeiros de Beja e apreciador de empadas de lebre

Parece-me evidente que o sr. Pulido é que não

pode ser. Foi a pior coisa que aconteceu a esta ci-

dade desde que os Da Vinci vieram tocar a Beja e

deixaram a carreira musical no aterro mais pró-

ximo. Repito, todos menos o atual presidente,

o homem tira-me do sério! Agarrem-me, agar-

rem-me que eu candidato-me! Porra, pá! Então

ninguém me agarra?

DULCE AMARAL, 58 ANOS

Ex-candidata à Câmara de Beja e kryptonite das lojas dos chineses

Eu apostava numa presidente que enca-

beçasse um movimento dos cidadãos. Não

quero enunciar nomes, mas lembro-me de

uma pessoa cujo nome começa por “D”, acaba

em “L” e no meio tem as letras “ulce Amara”.

Beja tem de mudar! Pelo que depender de

mim, nesta cidade nunca mais se abrirá uma

loja dos chineses, nem sequer se servirá um

pato à Pequim. E que fique claro: nada me move contra o PS. Desejo-

-lhes as maiores felicidades democráticas quando fizerem campa-

nha no Tarrafal… Em Beja!! Queria dizer Beja…

JORGE PULIDO VALENTE, 56 ANOS

Presidente da Câmara de Beja e mentor do fogo de artifício na p. da

República, considerado o melhor do mundo num raio de 150 metros

Olá a todos e a todas. Portanto, este projeto

que tenho desenvolvido na autarquia precisa

de três mandados de quatro anos. Ou então,

seis mandatos de dois anos, contando já com

reprovações nos orçamentos. Tenho ainda pi-

lares para lançar, daqueles que prometi na

campanha. Depois é tempo de lançar as tra-

ves e, se tiver vagar, portanto, ainda gostava

de fazer uma marquise.

TVI planeia nova novela em Beja: “Orçamentos de Paixão!”

A TVI, sempre na vanguarda da ficção nacional, prepara uma nova novela

– “Orçamentos de Paixão!”. Desta vez a ação vai desenrolar-se em Beja e

terá como base o chumbo do orçamento da câmara. A história relatará a

luta entre dois orçamentos gémeos, um bom e outro mau, que terão de

lutar pelo amor de uma assembleia municipal, dividida entre o amor à ci-

dade e o amor à família política. O genérico da novela contará com uma

mulher nua enrolada em folhas de Excel com os números relativos à fre-

guesia de Quintos. A música será da autoria de Mafalda Veiga, com o título

“Restolho Orçamental”. Também estamos em condições de anunciar que,

na sequência de uma tradição da televisão de Queluz, Pedro Granger mor-

rerá algures entre o primeiro e o segundo episódio, vítima de afogamento

no lago do jardim público, depois de ter comido migas com espargos.

Câmara apresenta queixa contra AM ao Ministério Público, à ONU, à Unesco, ao prof. Marcelo, ao provedor do espectadorda RTP, à DECO, à Toys”R”Us e à troika

A intenção da Câmara Municipal de Beja apresentar uma queixa contra a

Assembleia Municipal na sequência do chumbo do orçamento para 2012

promete azedar, ainda mais, o ambiente entre o PS e a CDU. A queixa ao

Ministério Público pode não ser suficiente e o executivo do PS já equa-

ciona outras formas de luta, como nos referiu fonte da autarquia: “Foi a

pior coisa que aconteceu a esta cidade desde que a dona Lucília Fortunato

de 145 quilos começou a praticar danças de salão na Capricho. Não temos

nada de pessoal contra as pessoas da CDU e do BE que votaram contra, mas

acho que, em última análise, deviam ir a pé daqui até à Sibéria como forma

de pagarem pelos seus erros. Chega de birras e criancices”. A CDU já respon-

deu afirmando que não alimenta infantilidades, acrescentando: “Quem

diz é quem é, e lava a boca com chulé”.

Abstenção de João Paulo Ramôa na votação do orçamento torna-o na Suíça da política alentejana

O nosso correspondente em Corte Sines e politólogo por correspondência

Venscelau Berbequim defende que a abstenção de João Paulo Ramôa (JPR)

“foi uma jogada de génio!”. “Isto coloca JPR como a Suíça da política alen-

tejana: tem poder e influência mas é neutral e avesso ao conflito, como o

país helvético. Se votasse contra ficaria ao nível de uma Libéria ou mesmo

de uma Cova da Moura da política alentejana”.

Segundo previsões dos Maias, chumbo do orçamento da Câmara de Beja marca o início do fim do mundo para 2012Não foi apenas em Beja que o chumbo do orçamento da câmara municipal caiu como uma bomba. Um pouco por todo o mundo as reações multiplicam-se – da Amareleja a Londres, da Trindade a Los Angeles, o pesar e a angústia são as notas dominantes. Especialistas em apocalipses de 2012 e celeiros do Farmville afirmaram que isto pode significar o princípio do fim anunciado pelos Maias. Ao que apurámos, se o orçamento chumbado estiver alinhado com Marte, Saturno, o Sol (o semanário), a Maria de Lurdes Modesto e a Tonicha, poderão começar a registar-se tremores de terra e uma chuva de pastéis de nata com gila nas zonas mais populosas da Beja equatorial. Consta que na previsão Maia se falava que tudo começaria com uma discussão sobre “moedas de ouro para distribuir por todos” – uma alusão cla-ríssima ao orçamento – e que 2012 seria o “fim do Grande Ciclo” – uma referência, sem dúvida, à passagem da escola Mário Beirão de “ciclo” a mega-agrupamento.

ORÇAMENTO DA CÂMARA DE BEJA CHUMBADO: VEM AÍ O

APOCALIPSE!

Page 32: Ediçao M.º 1550

Nº 1550 (II Série) | 6 janeiro 2012

RIbanho POR LUCA

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL Presidente do Conselho Directivo Jorge Pulido Valente | PRACETA RAINHA D. LEONOR, 1, 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 [email protected]ção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 [email protected] | Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Carlos Rico, Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro | Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido | Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Luiz Beira, Rute Reimão | Opinião Ana Paula Figueira, Arlindo Morais, Bruno Ferreira, Carlos Félix Moedas, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, Francisco Martins Ramos, Graça Janeiro, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso, Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Nuno Figueiredo Publicidade e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação ([email protected]) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Grafedisport, SA – Queluz de Baixo | Distribuição VASP

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Hoje, sexta-feira, 6, o céu deverá apresentar algumas nuvens. A temperatura vai oscilar entre os 3 e os 12 graus centígrados. Amanhã, sábado, espera-se céu pouco nublado e no domingo prevê-se sol.

António Nobre nos Gourmand World Cookbook AwardsO livro Entre Coentros e Poejos – Uma Viagem pela

Cozinha de António Nobre, da autoria do bejense e

colaborador do “Diário do Alentejo” António Nobre,

foi distinguido pelos Gourmand World Cookbook

Awards na categoria Chef Cookbook “Melhor livro do

chef”. O livro, uma edição da Caminho das Palavra,

irá concorrer com as melhores escolhas literárias

gastronómicas internacionais, cujo resultado

será conhecido a 6 de março de 2012, no âmbito

da Paris Cookbook Fair. Os prémios Gourmand

World Cookbook nasceram em 1995 e distinguem

anualmente os melhores livros de gastronomia e

vinhos de todo o mundo em 41 categorias para livros de

culinária e 18 para livros de bebidas.

Festival Músicas do Mundo de Sines já tem datas para 2012A edição de 2012 do Festival Músicas do Mundo (FMM)

de Sines, um dos mais conceituados ao nível da world

music, acontecerá em julho, repartido por dois fins

de semana. A 14ª edição do festival vai decorrer de 19

a 21 e de 26 a 28 de julho. O festival é organizado pela

Câmara Municipal de Sines e acolhe todos os anos

uma programação que pretende refletir a diversidade

musical e cultural de várias regiões do planeta. O

FMM, que decorre em vários espaços de Sines, foi

incluído em 2011, pela revista inglesa “Songlines”, na

lista dos 25 festivais internacionais de world music.

No ano passado pelo festival passaram nomes como

Congotronics vs Rockers (Congo, Europa e EUA),

Cheikh Lô (Senegal), Ebo Taylor & Afrobeat Academy

(Gana), o músico e ministro da Cultura de Cabo Verde

Mário Lúcio, António Zambujo (Portugal), Le Trio

Joubran (Palestina) e Mercedes Peón (Galiza).

Melhor acesso à Internet sem fiosA Câmara de Ferreira do Alentejo instalou bancos para

uso de computadores numa zona central da vila, para

melhorar as condições de acesso à Internet sem fios e

gratuita disponível na área. O espaço com os bancos,

junto à praça Comendador Infante Passanha, “vem

preencher uma lacuna e proporcionar aos utilizadores

melhores condições” de acesso à Internet, diz.

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Ainda não terminou o curso de Cinema mas já é seu o prémio Património Imaterial, no âmbito

da última edição do Concurso de Vídeo Fundação Inatel. Manuel Guerra é lisbo-eta mas facilmente se deixou arrebatar pela “muralha de aço” que para ele representam as vozes e o balanço dos corpos do Grupo Coral do Sindicato Mineiro de Aljustrel. É sobre eles, e sobre as memórias da mina, que fala “Lugar do Tempo”, o filme distin-guido.

Como chegou a este tema e as estas

pessoas?

Tudo começou na homenagem ao general Vasco Gonçalves, realizada na Aula Magna, após a sua morte. Houve um instante deci-sivo: o momento em que, no palco, entrou um grupo de reformados que vestia um fato de trabalho azul – eram todos ex-mineiros e representantes do Grupo Coral do Sindicato Mineiro de Aljustrel. A sala ficou num si-lêncio aterrador, ao ver este coletivo, imóvel no centro do palco. Era como se o tempo es-tivesse suspenso e eis que subitamente a cé-lebre frase de Goethe (“O que está no inte-rior, também está no exterior”) adquiriu um novo sentido: os vários corpos começaram a balançar-se de um lado para o outro. As vo-zes roucas cantavam o “Hino dos Mineiros”, uma canção de trabalho, de amor e memó-ria, de luta e resistência, que nos faz recor-dar que foi o cante alentejano um dos sím-bolos da nossa Revolução. Observava, pela primeira vez, uma “muralha de aço”: hu-mana e resistente a quaisquer adversidades. Foi a partir desta imagem-memória que eu

Manuel Guerra,

20 anos, natural de Lisboa Finalista, no ramo de Realização, do curso de Cinema da Escola Superior de Teatro e Cinema, já conta com participações em diversos festivais, entre Portugal, Alemanha, Itália, Bélgica e Rússia. É também cofundador das associações de promoção cultural e cívica IN - Movimento Jovem Contra a INdiferença e a INtolerância e Cais dos Ossos, e tem mantido colaborações com autarquias e com o Grupo de Teatro do Oprimido, de Lisboa. Mais recentemente, integrou o júri escolas do Festival de Vídeo Dança INShadow e da Competição Internacional de Longas-Metragens do Festival DocLisboa’11.

e os meus colegas iniciámos um longo pro-cesso à procura destes homens. Tudo re-confirmou o meu fascínio, já antigo, pelo Alentejo. Hoje até costumo comentar que se pudesse teria nascido alentejano.

Define-o como “um retrato coletivo da vila

de Aljustrel”. Em traços gerais, como des-

creveria esta realidade?

Como diria Armindo Rodrigues: “Em cada instante cabe o Mundo”. Foi isso que eu e os meus colegas fizemos: ver e escutar, com responsabilidade e aten-ção, cada uma das histórias – histórias de vida de antigos mineiros, e das suas fa-mílias, reflexo de um Portugal de outro tempo. Todas comungam, à sua maneira, de uma certa nostalgia. São também marcadas por um certo tom de abandono e sofrimento. Havia, e há, uma necessi-dade de falar. Estas memórias não po-dem morrer e cair no esquecimento. Nos resíduos do passado, também há futuro e esperança.

De que forma a mina marcou (e marca) a

vida das gentes de Aljustrel?

Tudo o que disser será sempre uma apro-ximação e próprio de alguém que vem da cidade. O próprio documentário apenas funciona como uma pequena reunião de “ecos”. Porém, arrisco-me a dizer que há um ponto transversal a todas as memórias: a mina marcou irreversivelmente a vida destas pessoas, quer a um nível físico, quer psicológico.

Carla Ferreira

Jovem realizador premiado por “Lugar do Tempo”, sobre Aljustrel

“Se pudesse teria nascido alentejano”

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