edição de janeiro-fevereiro 2012

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Tudo sobre Umbanda, Candomblé e Cultos Africanos. Cultura e Religiosidade Negra em geral.

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TUDO SOBRE UMBANDA, CANDOMBL E CULTOS AFRICANOS CULTURA E RELIGIOSIDADE NEGRA.

ANO 2 Edio 07

Janeiro/Fevereiro de 2012

Quem so os Bantu? Parte III

A Importncia das Ervas na

Umbanda

1

Falando de Ax Olkun - A Atare - A com Mametu Riquisima pimenta que Maza Kessy Deusa dos Mares traz Bnos

EDITORIALSaudaes amigos leitores, 2012 chegou e ns tambm (risos), mais uma edio de Falando de Ax, que agora Bimestral. Primeiramente gostaria de desejar a todos os nossos leitores um FELIZ e MARAVILHOSO 2012, repleto de realizaes e muitoooo AX. Gostaria tambm, de agradecer a vocs pela leitura de nossa revista e dizer que a cada dia que passa, maior nossa buscar de fazer um bom trabalho, para que seja sempre do agrado de todos. Estamos procurando deixar a revista o mais clara possvel, para facilitar impresses da mesma, j que muitos tem pedido e perguntado se a mesma impressa. Nessa Edio, nossa homenagem s Divindades dos guas e Mares, como Agb, Olkun, Ymoja e Nossa Senhora dos Navegantes, dentre outros temas abordados neste edio, como Mutakalambo, divindade bantu da caa e a Importncia das Ervas na Umbanda. Mais uma vez pedimos desculpas aos nossos leitores por algo e deixo claro que ficamos muito felizes com o interagir dos mesmos conosco. sempre timo o recebimento de sugestes e crticas. Uma tima Leitura Amigos...2

"Oldmar (Meu Deus), ajuda-me a dizer a palavra da verdade na cara dos fortes, e a no mentir para obter o aplauso dos dbeis." -

Mahatma Gandhi

Por Hrick Lechinski - O Editor

b Oldmar Eld mi - Saudaes a Oldmar, O meu Criador. Il gr b{ - Terra, cujo poder se espalha por todo o Universo, Saudaes. Mo jb s Algbra Irnmal - Eu respeitosamente sado s, o Poderoso Venervel. b gbogbo - Saudaes a Todos!!!

NDICEQuem so os Bantus? Parte III Pg. 04 Mutakalambo, o Grande Caador Bantu Pg. 07 Lavagem das Escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim Pg. 10 Festa de Iemanj em Salvador Pg. 12 rs do Ms: Olkun, a Riqussima Deusa dos Mares Pg. 14 Agb, o Grande Vodn dos Oceanos Pg. 16 Os rs mais cultuados no Culto Tradicional Yorb Pg. 17 Cargos Pr-Sacerdotais e Sacerdotais no Vodnsnsen (Religio dos Vodn) Pg. 22 O Batuque Pg. 25 Entrevista do Ms: Falando de Ax com Mametu Maza Kessy Pg. 31 Livro do Ms: rs Devotion Pg. 34 Folha do Ms: Atare, a Pimenta que traz Bnos Pg. 35 Od do Ms: s mj, o Od qual nasceu o Poder Feminino Pg. 37 Personalidades Negras: Mestre Cartola Pg. 39 Santo do Ms: Nossa Senhora dos Navegantes Pg. 41 Diga No a Banalizao do Candombl Pg. 43 As Crianas e o Candombl Pg. 46 Ser Umbandista Pg. 47 Filhos de Pemba Pg. 49 A Importncia das Ervas na Umbanda Pg. 50 Pai Nosso Umbandista Pg. 52 Homenagem aos Colaboradores Pg. 53 Homenagem ao Bblrs Altair Tgn Pg. 54

K s y ti y mo jeun Tb y mo se ignw ti k Ni fi ti s swj

No existe ningum que coma. Ou esteja instalado com realeza. Sem que haja recorrido a s primeiro.

3

QUEM SO OS BANTUS? Parte III

O POVO AMBUNDOOs ambundos compunham o outrora reino de Ngola, nome que nomeia hoje o moderno pas de Angola e foram contatados oficialmente pelos portugueses, atravs de um navegador chamado Paulo de Novais, em 1565. Nessa poca era rei Ndembi a angola que mandou por Paulo de Novais, ao rei portugus, 40 argolas de cobre, 40 peas de pau aromtico, 35 presas de elefante e alguns escravos, no recebendo nenhuma notcia de Paulo Novais, nem dos presentes que enviou ao monarca portugus, durante dez longos anos. Quando Paulo Novais voltou, em 1575 j era outro rei a governar Angola, e dessa vez Paulo Novais trazia em sua companhia 700 soldados, marinheiros e artfices, alm de padres jesu4

tas acomodados em sete ou nove navios. Foi a cobia que motivou Paulo de Novais a voltar a Angola, pois se acreditava que o pas fosse rico em jazidas de prata, cobre e sal e que atravs de Angola poder-se-ia alcanar o fabuloso reino de Monomotapa no outro lado do continente, em Moambique. Paulo de Novais fundeou seus navios na ilha de Luanda, na poca pertencente ao rei do Congo, de onde o mesmo extraia cauris que usava como moeda corrente no seu reino. Apesar das cautelas do rei de Angola, os portugueses saltaram da ilha de Luanda para terra firme, onde comearam a construir capelas, casas, feitorias, todo o necessrio para estabelecerem-se

e principiar um lucrativo negcio de venda de escravos tendo como parceiro o prprio rei de Angola que j praticava esse comrcio h tempos com outros portugueses e europeus de vrias procedncias. Os ambundos, povo de lngua kimbundo, ocupa grande parte do pas, desde o oceano atlntico, no norte de Angola, em direo ao interior, at o rio Cuango. So tradicionalmente agricultores e seu principal cultivo tambm, como os bakongos o da mandioca, e por extenso, sua principal fonte de alimentos. Foram pioneiros no plantio do arroz e produzem caf de boa qualidade para exportao. Talvez seja o grupo mais assimilado cultura europia, e foi o primeiro a ter escrita para sua lngua, o kimbundo.

seus descendentes em forma de sonho, e premonies. Pode tambm vir at seus descendentes atravs do xinguilamento, ou seja, incorporao de um morto numa pessoa viva (mdium) para ditar seus desejos ou suas repreenses e maldies. Alm dos espritos dos antepassados, os ambundos tambm cultuam algumas divindades ligadas aos elementos da natureza como as Kiandas e os Kituxis, que devero ser continuamente apaziguados para no causarem malefcios aos homens vivos.

CRENAS DOS AMBUNDOS

Os ambundos acreditam que a vida se d na terra e tambm no alm-tmulo e que o esprito dos antepassados est sempre presente entre os homens vivos, na forma de antepassados (bakulus) e ancestrais. O antepassado pode ajudar ou atrapalhar a vida dos vivos aparecendo a5

As crenas e modos de ver o mundo dos bantu, apesar de variar em caractersticas de um povo a outro, mantm certa unidade de pensamento e crena, variando muitas vezes apenas a maneira de nomearem as divindades ou os gnios da natureza. As grandes diferenas so meramente lingsticas, pois as divindades so quase sempre as mesmas, com os mesmos atributos e encargos. No entanto, o que nos foi legado pelos africanos naquilo que se convencionou chamar de candombl de congo-angola, tm um forte substrato bakongo como evidenciaremos nos captulos seguintes. No entanto, as crenas entre os bakongos e ambundos no oferecem diferenas estruturais como vemos nesses poucos exemplos a seguir.

Candombl de Congo-Angola tem mais elementos do povo bakongo, como demonstraremos em outro captulo. [1] Os ambundos so o segundo maior grupo tnico de Angola e os bakongos o terceiro. [2] Bakongo plural de kongo [3] Em kikongo esse saco chama-se ftu

A figura do Kimbanda, entre os Ambundos, equivale figura do Nganga entre os bakongos. O papel desempenhado pelos antepassados se equivale entre os dois povos, e tambm o das divindades das guas, dos fenmenos atmosfricos e naturais, portanto, nossa herana religiosa no apresenta grandes discrepncias no tocante ao panteo ou as prticas rituais. Enquanto a Umbanda tem um carter mais Ambundo h uma religio muito semelhante em Angola registrada por Oscar Ribas em Ilundo - o

Por Dr. Professor Srgio Paulo Adolfo (Tata Kiundudulu)

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Mutakalambo - O Grande Caador BantuEntre os Tshokw, o primeiro caador mitolgico de todos os tempos Kawa ka Tschimbundu, considerado um Hamba poderoso prescrito pelo "Tahi" (Adivinho) na maioria das vezes em que h necessidade de harmonizar o caador. Mut um Hamba encontrado entre os Tschokw, no qual aparece como uma divindade dos caadores terrestres. Sua representatividade um co, aquele capaz de farejar a caa, companheiro inseparvel dos caadores e que tambm recebe Itumbu (Filtros mgicos) para adentrar as matas. Mut aparece sempre, nos cultos, acompanhado de Sambongo (figura masculina) e Nambongo (feminina) que tm como primeira funo tornar a caa benfica, protegendo os caadores que reside nas florestas. Acompanha tambm Mut o Hamba Samukishi (O senhor das mscaras), aquele que recebe7

a primeira Menga do animal abatido e que somente depois ser ofertado a Mut. Portanto, dentro de um Tshipanga (Cercado onde se encontram os Hamba), Mut nunca se apresenta s. Nas regies de Luanda, Mutakalombo, aparece como uma divindade dos animais aquticos e sob as suas ordens encontram-se: Kaiongo (sua esposa) que tambm est ligada aos animais terrestres, Samba Zundo que ocupa tambm o lugar de esposa de Mutakalombo.

Vale a pena ressaltar que a classe mais alta entre os Bantu a do caador

Segundo Oscar Ribas: Mutakalombo - esprito que superintende na esfera dos animais aquticos. Entidade espiritual da fauna aqutica.

Foi cnego, saiu de Portugal, andou por muitas localidades e morreu velho, razo por que assim invocado nos seus cnticos. Finou-se num montculo de Salal, num Musseque das imediaes de Luanda. Aps a caada, o caador, como testemunha de verdade, apresenta ao Xingui nico com esse nome, passando a a- lador as caudas dos animais abatidos. daptar nas atuaes seu co o jacar, Na sua presena, ajoelha-se bate palde que se serve para punir uma falta mas de reverncia e, tomada bno, grave. Em vrias pesquisas Mutakalombo informa-o do nmero de cabeas moraparece como divindade aqutica, que tas.Regressando ao mato, esquarteja toutiliza seu jacar (Ou crocodilo) para das as peas e torna a voltar casa do arrebatar mulheres na beira dgua com Nganga com a carga. Ento, cozinham a finalidade de servi-lo. Aquelas que as miudezas e, com a referida iguaria, conseguem sobreviver e retornam, rece- brinda os Calundus (Divindades justiceibem o poder de Mutakalombo para sa- ras e mendicantes), que se manifestam cerdote. no Xinguilador em estado de possesso.

Encontramos tambm Kabila que serve a Mutanjinji e tem ligao com Mutakalombo, sua funo a de Pastor. Quando um caador no consegue abater uma pea de caa, e, por intermdio de um Xinguilador (Feiticeiro-Nganga), suplica a Kabila sua interveno, este lhe proporciona alguns animais que furta ao amo, difcil de aceder a tais pedidos.

Junto com Mut, encontramos Mutanjinji, divindade feminina que superintende a esfera dos animais terrestres, a Entidade da Fauna Terrestre.8

Durante a partilha, o caador permanece de joelhos. Em caso de ingratido para com a divindade, isto , se no lhe participar o resultado da caada, jamais tornar a abater uma s pea. a punio. A palavra Kabila vem de Kubila, que significa "Pastorear".

Vale a pena ressaltar que a classe mais alta entre os Bantu a do caador, em seguida vem a dos Ferreiros, e que vrios so os dolos de caa, mas aqui citamos apenas os conhecidos dentro do culto Angola/Kongo no Brasil.

Fonte: http://cobantu.com/divindades/ minkisi_mutakalambo.htm

Edies Anteriores

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Lavagem das Escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim

Rito de purificao e f, em que so louvados e cultuados Nosso Senhor do Bonfim e Oxal, o maior de todos os Orixs. Foi Teodsio Rodrigues de Farias, um oficial da Armada Portuguesa, quem trouxe de Lisboa uma imagem do Cristo, que, em 1745, foi conduzida com grande acompanhamento para a igreja da Penha, em Itapagipe. Em julho de 1754, a imagem foi transferida em procisso para a sua prpria igreja, na Colina Sagrada, onde a atribuio de poderes milagrosos tornou o Senhor do Bonfim (Cristo) objeto de devoo popular e centro de peregrinao mstica e sincrtica. Dentro do Candombl e da Umbanda, Nosso Senhor do Bonfim (Cristo) sincretizado com o pai e maior de todos os Orixs (Divindades de origem ioruba), Oxal, a Divindade criadora, da paz e do branco imaculado. Que abenoa seus devotos com sade, paz e vida longa. Cultuado as sextas-feiras.

A Lavagem das escadarias do Bonfim a segunda maior manifestao popular da Bahia, perdendo apenas para o Carnaval, a primeira. Teve seu inicio em JaO Senhor do Bonfim (Jesus Cristo) neiro de 1996. e Oxal (Obtl/sl), so sem dvidas nenhuma os santos mais cultuados na Bahia. Em Salvador, todo ano, na segunda quinta-feira de Janeiro, realizado a Lavagem das Escadarias de Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, celebrao sincrtica afro-catlica, realizada por catlicos, adeptos do Candombl e da Umbanda, devotos de Nosso Senhor do Bonfim e turistas.10

A Lavagem uma celebrao popular sincrtica afro-catlica, que faz referncia ao Rito das guas de Oxal, realizados nos Templos de Candombl, realizado em alguns templos no ms de Janeiro e em outros no ms de Setembro. Um Rito de purificao e considerado por muitos devotos at como um Ano Novo. Onde rogado a Oxal a purificao e as bnos para o novo perodo que se aproxima. Foi um meio em que as ylrs (Sacerdotisas de Candombl) acharam para mostrar uma das belezas de sua Cultura religiosa aos que no pertencem a mesma. A festa comea com a sada, pela manh, do tradicional cortejo de baianas da Igreja de Nossa Senhora da Conceio da Praia, o qual segue a p at o alto do Bonfim, para lavar com vassouras e gua de cheiro as escadarias e o trio da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim. Todos se vestem de branco, a cor de Oxal, e percorrem 8 km em procisso, desde o largo da Conceio at o largo do Bonfim. O ponto alto da festa ocorre quando as escadarias da igreja so lavadas por cerca de 200 baianas vestidas a carter que, de suas quartinhas - vasos que trazem aos ombros - despejam gua nas escadarias e no trio da igreja, ao som de palmas, toque de atabaque e cnticos de origem africana.

Terminada a parte religiosa, a festa continua no largo do Bonfim, com batucadas, danas e barracas de bebidas e comidas tpicas. uma festa maravilhosa. Repleta de muita f, tanto dos adeptos da Umbanda e do Candombl, quanto por parte dos devotos de Nosso Senhor do Bonfim, alegrias e bnos! Salve Nosso Senhor do Bonfim e Salve Oxal. pppaaaa Bba!!!

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Por Hrick Lechinski (Ejtol Tsmr)

Festa de Iemanj em Salvador 02 de FevereiroSem trios eltricos e outros carros de som, proibidos pela Justia, a ltima grande festa popular da Bahia antes do Carnaval comeou na madrugada desta quinta-feira (2) com uma alvorada e chuva na praia do Rio Vermelho, em Salvador. Desde as 4h30 milhares de baianos e turistas, quase todos vestidos de branco e azul, esto reverenciando Iemanj, a rainha das guas, com presentes, oraes, msica e dana. Perto das 7h30, o sol j atingia a capital baiana. A festa, a maior do pas em homenagem ao orix, ocorre anualmente na mesma data. Ao contrrio dos ltimos dois anos, os pescadores conseguiram entregar o presente principal para Iemanj pela manh, uma das maiores tradies da festa. No total, 30 artistas plsticos se uniram para confeccionar uma concha em resina, ornamentada com 40 prolas. Em 2010, o caminho que transportava o presente foi apreendido pela Polcia Rodoviria Estadual por apresentar irregularidades na documentao e, no ano passado, a escultura encomendada a um artista plstico de So Paulo sofreu danificaes durante a viagem at a capital baiana. Pela manh, o cantor e compositor Carlinhos Brown, que concorre ao Oscar na categoria Msica Original (parceria com o compositor Srgio Mendes), tambm foi ao Rio Vermelho prestar suas homenagens para Iemanj. Acompanhado por cerca de 100 timbaleiros, Brown afirmou que h muitos anos comparece festa para fazer oraes e pedir paz. Sem os trios eltricos e carros de som a festa voltou originalidade. Est mais bonita porque so os devotos a razo de ser de Iemanj, disse a professora mineira Ana Rita Almeida, 32, que h oito anos consecutivos vem a Salvador para reverenciar Iemanj.

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A deciso de impedir a circulao de trios eltricos e carros de som durante a festa foi tomada por moradores do bairro. Aps receber muitas queixas, o promotor Heron Santana (Justia e Meio Ambiente) fez um acordo com a Prefeitura de Salvador. O Rio Vermelho uma regio muito estreita e no comporta grandes veculos de som. Alm disso, estudos da Polcia Militar revelam que a festa ganhou agressividade depois que os carros de som passaram a fazer parte do evento, disse o promotor. Os trios estavam descaracterizando a festa. Como a prefeitura no tomou nenhuma providncia, tivemos de recorrer ao Ministrio Pblico, disse o presidente da Associao dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho, Lauro Matta. Logo aps a alvorada, os fiis comearam a colocar os presentes (flores, espelhos, pentes, perfumes, entre outros) em 300 balaios. De acordo com os organizadores da festa, 250 embarcaes vo transportar as oferendas para o mar no final da tarde. Tradio A festa em homenagem rainha das guas ganhou popularidade no comeo da dcada de 20 do sculo passado, quando centenas de pescadores contaram que os peixes estavam desaparecendo do mar. Para melhorar o desempenho de suas atividades, os pescadores fizeram uma promessa para Iemanj. A partir da, todos os anos, eles renovam esta promessa, disse Jos Antonio Marques, professor de histria. *De acordo com informaes da PM, cerca de 500 mil pessoas participaram da festa para Iemanj.

Matria de Luiz Francisco Fonte: http://carnaval.uol.com.br/2012/noticias/redacao/2012/02/02/ justica-proibe-trios-e-carros-de-som-na-festa-de-iemanja.htm13

RS DO MS Olkum - a Riqussima Deusa dos Mares

deu-se e Ymoja, sua filha, que uma divindade de gua doce (Rio gn) na Nigria, tomou o lugar de sua me, tornando-se a Senhora dos Mares. Em Cuba (Santeria), o culto a Olkun foi preservado, porm, Olkun passou a ser cultuado como uma Divindade masculina, ou at mesmo andrgina, quem sabe, isso se d ao fato de Oddw (esposo de Olkun), tambm possui o ttulo de Oba Olkun (Rei Senhor dos Mares), assim como If, que tambm detm o ttulo de Olkun (Senhor dos Mares). Hoje, com o resgate do sn yorb no Brasil e em muitos outros pases, aos poucos as pessoas esto realmente conhecendo e aprendendo o verdadeiro culto a Olkun. Olkun cultuada na Nigria, no Oj Awo (Dia do Segredo), segundo dia da Semana Tradicional Iorub. No Brasil, a mesma passou a ser cultuada no sbado (Oj b|mta), dia em que so cultuadas as yba Rainha Me, como Ymoja, sun, Yw, etc. Senhora dos Mares, o Mar sua morada, Olkun cultuada para proporcionar prosperidades e riquezas para seus devotos. J que, todas as riquezas existentes no Mar, so pertinentes a Olkun.

Olkun um rs funfun, uma das mais antigas divindades do panteo Iorub. a verdadeira Senhora dos Oceanos e Mares. Irm de Olsa (Deusa das Lagoas) e esposa de Oddw (o Patriarca dos Iorubs). a Me de Ymoja (Divindade do Rio gn), Ymow (Esposa de Obtl) e Ajslng (Divindade da Riqueza). Olkun tambm foi esposa de rnml (rs da Sabedoria).

Suas cores so o branco, o azul marinho e o preto.

Suas principais oferendas so ko (massa de milho branco cozido), kr (bolinho de feijo fradinho frito em azeite de dend), gbo (milho branco cozido), gbn (coco), rk (cana de acar), Oyin (mel), Ob (ns de cola), k ewr (cabra), Adi (galinha), Eyel Olkun bastante cultuada em Il If, na Ni- (pombo) e gbn (caramujo). gria, tem seu festival anual celebrado junto a Os tn (relatos mticos iorubas) contam que Olsa, sua irm e rival. logo que chegou ao iy (Mundo terrestre), No Brasil (Candombl), o culto a Olkun per- Olkun no gostou do que viu, discrdia14

entre os mortais, confuso, negligncia, etc, ento, resolveu consultar rnml, que aps consultar If (orculo), determinou que Olkun realiza-se o ebo (sacrifcio) determinado, depois de realizado o Ebo, uma nova morada surgiu para Olkun morar, o Mar, foi onde a mesma construiu seu castelo, repleto de riquezas. Muitos dizem que Olkun no gosta muito dos humanos, que uma divindade bastante complexa, e todos os seres que no respeitam sua morada, o Mar, viram alimentos para seus animais, os peixes. Olkun possui enorme amizade e apreo por rnml, que foi seu esposo e adivinho, e todos os devotos de rnml (If) que possuem bom carter, so abenoados por Olkun, com prosperidades, em todos os setores de sua vida. Os Elementos de Culto a Olkun so: Igb funfun (cabaa branca), kt funfun (concha branca), Efun (argila branca), Ow eyo (bzios), etc. No Brasil (candombl) no raspa-se (Inicia) pessoas deste rs, assim como em Cuba (santeria), quando h| Omo Olkun (filhos de Olkun), os mesmos so iniciados para Ymoja, sua filha.

Sarav Iemanj 02 de Fevereiro

...A areia do Mar seu colcho. A espuma do Mar seu lenol. Seu travesseiro pedra branca. A onde Iemanj vem cantar...

Por Hrick Lechinski (Ejtol Tsmr)15

Odoi Iemanj!!!

Agb - O Grande Vodn dos Oceanos

Agb o Vodun senhor de Hu, o Mar. Est entre os T-vodun, cultuado, sobretudo pelos hweda, nas circunvizinhanas de Uid e Grande Popo, no Benin. Ele foi o terceiro filho de Mawu, gerado com sua irm gmea Naet. Ele representado por uma serpente, um smbolo que representa tudo que perene. Um de seus filhos mais temidos Dan Toxosu, que manifesta sua prpria imagem, nos nascimentos de bebs com deformaes fsicas, pois os fon consideram que crianas com deformidades so protegidos por Tohosu ou Toxosu (l-se: Torrossu). A festa anual de Agb (chamada Gozn), que celebra a aliana entre os homens e o mar, ocorre em Grande Popo no litoral sudoeste do Benin (antes, em Uid) todo dia 10 de janeiro, dia que o governo beninense decretou em 1996, como feriado nacional, dedicado herana ancestral da tradio vodun. A cerimnia, muito concorrida por iniciados do culto vodun vindos de vrias partes do Benin, mas ainda tambm do Togo, Haiti, Frana, Canad, EUA e Brasil, dirigida pelo mais respeitado sacerdote de Agb entre os fon, que o Daagbo Hunon, cuja tradio remonta ao Sculo XIV. Para muitos, o Daagbo Hunon o mais importante sacerdote de toda a religio dos voduns.

Fonte: Wikipdia, a Enciclopdia livre16

OS RS MAIS CULTUADOS NO CULTO TRADICIONAL YORB

para que sempre haja existncia, sade e vida longa. S/GB-DR/ELGBRA: Divindade masculina e primordial, guardio da casa de Oldmar/Deus, mensageiro entre as Divindades e Senhor do se (fora vital). Seu culto indispensvel antes de qualquer ritual. Deus da ordem, disciplina e organizao, cultuado por seus iniciados e devotos para que aja isso. OBTL/OBTRS/GBEGBEKNGB: Grande divindade, primognito de Oldmar, lder de todos os Funfun (Divindades da Criao), relacionado { criao do Mundo e dos corpos humanos, cultuado por seus devotos para se ter sade, longevidade e sabedoria. D/ODLOGBOJE/Y-ELH: Divindade feminina primordial, representada pelo Igb Od (Cabaa de Od), tambm chamada de Oda, a primeira esposa de rnml, me de todos os od. A Iniciao dentro do culto desta Divindade chamada de pnod/ panod. Cultuada assim como rnml, para que aja a correo de um destino negativo, equilbrio e realizaes por parte de seus devotos e iniciados.

RNML/IF/GBONMRGN: O Vice de Deus (Oldmar), Senhor da sabedoria e do destino, senhor dos orculos sagrados. Cultuado assim como y Oda, para que a pessoa encontre-se na vida, conhea seu destino e trilhe por caminhos melhores. A iniciado culto de rnml chama-se O L D M A R / O L R U N / o dentro ser realizada por todas as pessoas Itef, pode OLWA: Para os iorubas, Oldmar o que desejem a correo de seu destino negaDeus supremo, no cultuado com oferendas tivo ou uma vida plena de realizao. e nem com sacrifcios, apenas saudado e venerado. DEle vem o ax dos orixs. Cultua- YMOW: Divindade (Funfun), mulher de mos Oldmar, cultuado os Irnmol Obtl, est ligada a menstruao e aos bzios. cultuada por mulheres que possuam (Divindades). problemas menstruais, e para a aquisio de IL/ONL/PP-AL: a Grande Me Ter- filhos e prosperidades. ra, a Dona da terra, homenageada (cultuada)17

L: Em Abkta, l uma divindade feminina, considerada uma das esposas de rnml, divindade da luz, da paz e da harmonia. Cultuada por seus devotos, para possuir um destino harmnico, prospero e feliz.

lha. Divindade cultuada para que haja felicidade, prosperidade e riqueza.

OLS: Divindade dos lagos e lagoas, irm de Olkun e tambm sua grande rival. Tambm foi esposa de Oddw. cultuada para PR/OR-IN/PN-D (OR): Divindade que haja purificao espiritual. primordial. Est relacionado origem de cada ser, a Divindade primordial e pessoal de ca- YMOJA/WY/OLM: Irnmol (Orix) da pessoa. a Divindade que faz a ligao da do Rio gn, na Nigria, filha de Olkun e pessoa com seus Ancestrais, Divinos e Mate- me de sun, a Deusas da pororoca riais. Aps s, a primeira Divindade (encontro do rio com o mar) e da pesca. A (Irnmol) que uma pessoa deve louvar, cul- Divindade mais cultuada no Brasil. Garante tuar e agradecer. TODOS devem propiciar aos seus devotos proteo, prosperidade e u(cultuar) Or, este rs cultuado para e- ma boa pesca. quilbrio TOTAL e REALIAZAO. AJSLG/GNGNNS/ALJ: Filha de JL: rs funfun, divindade tambm mui- Olkun, Divindade das espumas do Mar e da to ligada a Obtl e foi uma das quais tam- Riqueza. Proporciona aos seus devotos riquebm tiveram seu culto esquecido no Brasil, zas em todos os mbitos. ou ento, miscigenado ao de Obtl (Oxal). uma Divindade que possui seu culto ligado RS OKO (Aja-n-gele): rs funfun, foi ao da Divindade Or (pr). Cultuado para um grande caador. Divindade flica da fatrazer equilbrio mental, emocional e espiritu- zenda e do inhame. Cultuado para que haja al. fartura dentro de casa e na vida de seus devotos. K/OLK/AJBSE: rs Funfun, Divindade da Montanha, muito Ligado a Obtl. No GN/LKAY/YNKNNR: Orix priBrasil, seu culto foi confundido com o de O- mordial, lder de todos os caadores, filho de btl (sl) e o de Sng, mas uma di- Oddw, foi a divindade que descobriu o vindade totalmente distinta de ambos, com ferro, tornando-se o regente do mesmo, proculto prprio. No Brasil bastante cultuado tege todas as pessoas que trabalhem com este no Candombl de Nao fn. Cultuado elemento. Muito importante para o desenvolpara elevao material ou espiritual do ho- vimento da humanidade, abre os caminhos, mem. protege seus devotos contra acidente e assalto. ODDW: rs funfun, irmo de Obtl e esposo de y Olkun. Divindade considera- SS (rs-ode-aperan): Caador que da por muitos iorubas como criadora do veste Mrw pko, foi o principal discpulo Mundo (iy), grande Ancestral da humani- de gn na arte da caa, tornando-se o caadade, o patriarca da Civilizao Iorub. Cul- dor de uma nica flecha, possui o poder da tuado para que sempre tenhamos boa condu- estratgia, poder esse que abenoa seus devota e vitrias. tos e cultuadores. tambm bastante cultuado para acabar com a negatividade advinda OLKUN: Divindades dos mares e oceanos, das j (feiticeiras) sobre uma pessoa. esposa de Oddw e me de Ymoja e Ajslg. No Brasil, teve seu culto esquecido e JA: Caador irmo mais novo de gn, posseus domnios perdidos para Ymoja, sua fi- sui os mesmo atributos de Ode ss e 18

cultuado para a mesma finalidade, proteo, EDAN: Divindade feminina, primordial, filha fartura e estratgia. de All (y|mi Ay), cultuada na Egb Ogbn. cultuada para que haja equilbrio terresERINL (ssin): Grande caadora, muito tre. poderosa, tem forte ligao com a Magia (y|mi) e sanyn, para muitos esposa de OMOL/BRUK: No culto tradicional gn, para outros de sanyn e para outros Yorb (tradio religiosa de Abkta), o ainda, esposa de Olgn Ede. Ligada aos nome pelo qual a divindade Nn Bk Elefantes, protetora das caadoras. Cultuada chamada, divindade da terra e da gua, da para trazer prosperidade e coragem. bexiga, considerada por alguns, como me de Obalay, por outros, como esposa do mesOTIN: Caadora, possui quase os mesmos a- mo, cultuada para evitar morte prematura e tributos de Erinl e proporciona as mesmas doena. bnos, esposa de Ode ss. SNPNN/OBALAY/BB OLDE: DiOLGN EDE: Divindade MASCULINA, o vindade da terra, da quentura, da febre e das grande Feiticeiro de Ede, filho e mensageiro doenas contagiosas. Cultuado para evitar dode sun, ligado a ymi, cultuado para tra- enas e morte, tambm est relacionado zer fora, sabedoria e dinheiro. D aos seus prosperidade. iniciados e devotos o poder do encantamento. SMR (ESMAR)/ EJL/ ARKA: Divindade do Arco-ris e da transformao, relaSANYN: Divindade das folhas, ligada cura cionado s guas da chuva e as guas dos rie a magia (possui grande ligao com ymi os, a divindade responsvel pelo fluxo das srng), cultuado para que sempre tenha- guas no Mundo (iy), est tambm relaciomos sade, divindade bastante cultuada por nado Lua (sp), muito ligado a Omol, Curandeiros (Onsegn) e Magos (Olgn). quando cultuado por seus devotos, ajuda o ser humano a melhorar de vida, prosperar, enriquecer. IJK: Esposa de smr, divindade cultuada junto ao mesmo, gerando o equilbrio de sua energia, cultuada para proporcionar vida longa e prosperidade. YW: Divindade feminina, do rio Yw em Egbdo, relacionada s serpentes, a smr e a rnml, alguns acreditam ser esposa de Obalay. cultuada para trazer serenidade. OLWR (RK): Divindade cultuada aos ps do rk - Arvore sagrado, faz tanto o bem quanto o mal, ajuda as mulheres a engravidar e aos homens a terem vida longa, mas tambm capaz de provocar a hemorraAKGN: Divindade relacionada com a ma- gia e o aborto. No Brasil foi apenas chamado gia e com sanyn, cultuada para aumentar de rk. Deixamos claro que, mesmo poderes de magia.19

Olwr sendo uma Divindade cultuada aos vulces. No Brasil cultuado tambm como ps do rk, a Igi rk (rvore rk) pos- um ttulo (qualidade) de Sng (Olfnrn), sui suas particularidades dentro do culto. mas no , uma divindade distinta, tal qual seu pai. Cultuado para trazer fora e vencer SNG/RR/AYLGB RUN: Grande di- inimigos. vindade, senhor do trovo e o amado marido de Oya. cultuado para trazer longevidade e BYNN: Irm mais velha de Sng, ajudou bens materiais. ele a se tornar rei de y, tem fora para levar o homem a fama e cultuada por seus OYA/YSAN/ABORMSAN: Divindade femi- devotos para tal. nina, do rio Oya (Niger), uma das esposas de Sng, a preferida, sempre cultuada junto ao RNMYN: Grande rei, filho de Oddw mesmo, ligada aos ventos e aos nossos an- (o patriarca dos Iorub|s) e pai de B|y{nn, cestrais (Egn), tem fora para trazer bons jk e Sng, foi o primeiro rei de y. No acontecimentos, cultuada para purificao e Brasil, assim como jk e Agonj, cultuafora de realizao. do como se fosse ttulo (qualidade) de Sng, mas uma divindade distinta do mesmo, seu SUN/SMINB/PR: Divindade femi- PAI e ANCESTRAL. rnmyn cultuado nina, Funfun (da Criao). sun foi uma para que haja liderana bem sucedida e paz. grande rainha em terras js, foi esposa de rnml, gn, ss e Sng, me de BEJ/JR/EDNJOB: a Divinizao dos Olgn Ede, a divindade que rege a gesta- Gmeos, ou seja, Gmeos que se tornam dio, o nascimento. Senhora do rio sun em vindades. Divindade que protege os gmeos. sogbo, a Senhora do cobre e do ouro. Divindade da Dualidade de uma forma geral. Cultuada por mes que desejam ter filhos Cultuado por famlias, pais e irmos que pos(sadios), para pessoas que buscam a prospe- suam gmeos na famlia, propiciam bnos e ridade e o luxo. Propicia casamentos, bons realizaes em todos os sentidos. filhos e prosperidades aos seus seguidores. DW: um aspecto de s que est relaOB: Divindade feminina, do rio Ob, uma cionado bej. Representado pela criana das esposas de Sng, que lidera a Egb que nasce aps os gmeos. Toda pessoa que Elk (Sociedade composta apenas por mu- cultua bej, tem que cultuar dw tambm, lheres guerreiras amazonas), cultuada para para que aja a realizao do que foi pedido a que no haja desentendimentos no casamen- bej. to. DDA JK: Irmo mais velho de Sng, foi um dos reis (Alfn) de y, cultuado para trazer liderana, principalmente as lideranas justas e pacificadoras, est ligado as crianas que nascem de cabelo enrolando, chamadas de Dda. No Brasil, jk passou a ser cultuado como um ttulo (qualidade) de Sng, mas no , e sim seu irmo, de personalidade bem distinta inclusive. AGONJ: Filho de jk foi tambm um dos reis (Alfn) de y, est| ligado a terra e aos20

KNKTO (KRI): Kri uma divindade no conhecida no Brasil (Candombl), em Cuba (Santeria) considerada uma Oxum. Kri uma divindade jovem (we) e protetora dos jovens. considerada uma jovem caadora, protege os jovens e tambm as crianas rfs e adotadas. ARGB (EGB): uma sociedade composta por espritos amigos, que encontram-se em sociedades no run (espao espiritual), liderada por ylde e Jgn. Propiciam ao seus cultuadores, alegrias, bem estar, amizades, boa convivncia social e realizaes. EGNGN: o Culto aos Ancestrais Masculinos, cultuado tanto por homens, quanto por mulheres, para o aperfeioamento familiar e social. GLD: o Culto aos Ancestrais Femininos, realizado de maneira coletiva, cultuada tanto por homens, quanto por mulheres, para o aperfeioamento familiar e social. GUNNOKO: Divindade da Agricultura, est relacionado aos Ancestrais Masculinos e Femininos de modo coletivo. Cultuado para proporcionar boas colheitas, fertilidade a terra e as mulheres. Comunho com os ancestrais e paz social. AGEMO: uma sociedade masculina. OR: uma sociedade masculina, completamente restrita a homens.

YMI SRNG/ELYE/EYENMR: Divindade feminina, da magia e bruxaria, Deusa das Feiticeiras. Aspecto negativo da grande Me Oda. Cultuada de maneira apaziguadora, para proteo contra o mal, contra feitios e para barrar o mal advindo de j (feiticeira) e Os (feiticeiro). Divindade bastante perigosa. CUIDADO.

Por Zarcel Carnielli (slsn) e Hrick Lechinski (Ejtol)

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Cargos Pr-Sacerdotais e Sacerdotais no Vodnsnsen (Religio dos Vodn)

tem que ter o seu prprio Hnkpm. Hngn Seria um segundo estgio sacerdotal. aquele sacerdote que formou Vodnn sacerdotes assim imediatamente recebe o ttulo de Hngn. Exemplo: Hngn Sgbn ou Hngn Sgbs. Aqui acontece o recebimento do Kpog que seria uma bengala que simboliza que voc agora o chefe de mais de uma comunidade. OBS: O Kpog tambm recebido pelo mais velho de um ax. Hngbn/Hngbn Seria o terceiro estgio sacerdotal. aquele sacerdote que formou trs Hngn. Exemplo: Hngbn Sakpatn ou Hngbn Sakpats.

Kos Pessoa no iniciada e Yorub como: G, Sakpat, no freqentadora do culto. Ocn, Cang, Olis e outros. Pessoa que no entende nada do culto. Vodnsh Aquele que iniciado no Vodnsnsn h pou- ax Vodnn/ax Vodnn Seria o quarto estgio saAh - pessoa no iniciada, poco tempo, ou seja, antes de rm frequentadora do receber o status de maior idacerdotal. aquele sacerdote Vodnsnsn. de espiritual ou de sacerdote. que formou seis Hngbn e est na linha de sucesso do Hnot Pessoa no inicia- Vodnn/Vodnn ou Hnn/ ak. da que nasceu para o sacerd- Hnn - Aquele que recebeu o cio direito de ser um sacerdote de ax Vodnsnn/ax Voum Vodn aps os sete anos. Vodns - Qualquer pessoa dnsnn - Seria o quinto e O recebimento do Mkpo que integrante e iniciada ao ltimo estgio sacerdotal. seria a cetro que se usa apoiaVodnsnsn. aquele sacerdote que formou do nos ombros que simboliza o dois ax Vodnn. Ah - Nefito. Pessoa que aca- Vodn no qual fora consagrado bou de ser iniciada. a pessoa recebe o nome do Gnyk ou Gyk Seria o Vodn com o sufixo n. Ettulo mximo sacerdotal de uHnsi - Ah de Vodn xemplo: Sakpatn, Sgbn, ma mulher em uma comunidaGn e etc... Yw, anag ou anagn de. A lder dos segredos da Ah de Vodn Anagon ou de morte. um rs. Vodn Anagonu OBS: Para receber o Mkpo e um Vodn de origem Nag/ o nome do Vodn a pessoa22

ot/ot ou on/on Lnht Sacrificador dos Vora que no incorpora. Seria a pessoa que concretizou duns. a misso que lhe foi dada ao Hns Mulher responsvel nascer para o sacerdcio. E- Snmt Aquele que conhe- pelas danas no agbas e resxemplo: ot Vodnn ce as folhas e sabe colhe-las. ponsvel em retirar as vsceras dos animais sacrificaAmwf Aquele que en- dos. Tambm exerce a funo canta e prepara as folhas. de me criadeira. No incorpora.

Cargos em um Hunkpame

Mhnt Homem de confiana e auxiliar dos ritos espirituais do sacerdote. Mhnn/Dl - Mulher de confiana e auxiliar dos ritos espirituais do sacerdote. Xwknt Auxliar do Mhnt. Xwknn - Auxliar da Mhnn/Dl. Dahnt O pai da comunidade. A pessoa que transmite os recados da comunidade para o sacerdote

Hnev Homem de confiana do sacerdote e conselhei- Nhnn A Me da comuniAks / Aks Lder do Cl ro que no incorpora. dade. A pessoa que transmite os recados da comunidade paAkv Filhos do cl Hnss Primeira mulher de ra o sacerdote confiana do Tvodn e conseKpnjgn Aquele que reslheira que no incorpora. Agnt - Auxliar do Dahnt. ponsvel por tudo do Tvodn e pelo Kpnj Hnass Segunda mulher de Agnn Auxliar da confiana do Tvodn e conseNhnn. Gnnyikpn Auxliar do lheira que no incorpora. Kpnjgn e aquele que Hntgn/ Hngn / responsvel pelas invocaes Hnay Terceira mulher de Sngn Aquela que tem o dos voduns da casa. confiana do Tvodn e conse- conhecimento das comidas salheira que no incorpora. gradas. Hunsgn Aquela que a responsvel pelo culto interno Hnas - Quarta mulher de Hnzngn Aquela que que auxilia o sacerdote. Seria a confiana do Tvodn e conseresponsvel por todas as senhora que d o poder aos lheira que no incorpora. Gzn da casa e por Legba voduns. Mo abenoada. No Honnukn. incorpora. Hnas - Quinta mulher de confiana do Tvodn e conse- ogn Aquele ou aquela que Nht ou Nhgn Aquele lheira que no incorpora. responsvel por Legba e a que preside uma cerimnia de cerimnia do Legbalile. imolao Hnak - Sexta mulher de confiana do Tvodn e conselhei23

Gbngn Lder espiritual

ngn - Aquele ou aquela que responsvel por invocar Legba

Atngn Aquele que responsvel pelas rvores sagradas.

por Sgb e por encantar o fogo

Aganmv Aquele responsGnkt Aquele que res- Ftn Aquele que tem o povel por Lis ponsvel em fazer contato com der do orculo na comunidade. os ancestrais e responsvel Mgn Aquele responsvel por Ayzn Ftn - Aquela que tem o po- pelas rezas e invocaes dos der do orculo na comunidade. Voduns kpngn Aquele responsvel pelas cerimnias fneGugbasv Aquele responbres. svel pelo tratamento do Vodun Gu e as facas da casa. Hunt Tocador de atabaques Aznt/ Aznkpnt Aquele Huntgn Chefe dos tocadoresponsvel por Sakpat. res de atabaques. Asgb Aquele responsvel Agbjgn Aquele que respelos rituais de Sakpata. ponsvel pela tranqilidade do salo de culto e tambm pelos St gn Aquele responsvel cantos. por encantar as guas e o poo. Hnjt O Cantador do culto. Auxliar do Agbjgn. Dangv Aquele responsvel por Dangb. Por Ralph Mesquita Gnt Tocador do Gn. O (Dot Zodav) marcador do ritmo. Ssgn Aquele resposvel

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O Batuque

das razes da nao Ijex, proveniente da Nigria e d lastro a outras naes como os je je s do Da o m , hoje Benim, Cabinda (enclav e Angolano), Oy e Nag, da regio da Nigria. O batuque surgiu como diversas religies afrobrasileiras praticadas no Brasil. Tem as suas razes na frica, tendo sido criado e adaptado pelos negros no tempo da escravido. Um dos principais representantes do batuque foi o Prncipe Custdio de Xapan. O nome batuque era dado pelos brancos, sendo que os negros o chamavam de Par. da juno de todas estas naes que se originou esta cultura conhecida como batuque. Os nomes mais expressivos da antiguidade e de tempos atuais que, de uma maneira ou de outra, contriburam para a continuidade dos rituais, foram:

Batuque uma religio afrobrasileira de culto aos orixs encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, de onde se estendeu para pases vizinhos como Uruguai e Argentina. fruto de religies dos povos da Costa da Guin e da Nigria, como as naes Jeje, Ijex, Oy, Cabi nda e Nag. Etimologia A palavra "batuque" se originou do verbo "bater, numa referncia ao bater dos t a mb o r e s t p i c o s d a s cerimnias da religio. Histria A estruturao do batuque estado do Rio Grande Sul deu-se no incio sculo XIX, entre os anos25

no do do de

1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na regio de Rio Grande e Pelotas. Tm-se notcias, em jornais desta regio, matrias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (Jornal do Comrcio, Pelotas). J em Porto Alegre, as notcias relativas ao batuque datam da segunda metade do sculo XIX, quando ocorreu a migrao de escravos e exescravos da regio de Pelotas e Rio Grande para a capital. Lembrando sempre que a lngua usada a iorub. Cabe enfatizar e esclarecer que o batuque no um segmento do candombl baiano, muito ao contrrio, tendo liturgia e fundamentos prprios, nada semelhantes ao candombl.

Nag Imbrain de Oy (SERGS), Volni de Ogun, Enio Gonalves de Ogun, Leda Feij de Oxum, Norma Feij de Xang, Joo Pinho de Xang, Joo Cunha de Xang, Veleda de Bar Adague, Arminda de Xapan, V Lcia , Z Coelho de Od, Professor Lino Soares de Od, Albertina de Bar, V Diva de Od, V Loureno de Od, Gersom de de Os rituais do batuque seguem Oxal, Eurico fundamentos, principalmente, Olufonjy (I.A.N.O), entre outros.

Ijex Paulino de Oxal Efan, Maria Antonia de Assis (Me Antonia de Bar), Manoel Matias (Pai Manoelzinho de Xapan), Jovita de Xang; Miguela do Bar, Pai Idalino de Ogum, Estela de Yemanj, Ondina de Xapan, Ormira de Xang, Pedro de Yemanj,Pai Tuia de Bar,Pai Tita de Xang; Menicio Lemos da Yemanj Zeca Pinheiro de Xapan, Me Rita de Xang Aganju,entre outros. Oy Me Emlia de Oy Laj, princesa Africana , Pai Donga da Yemanj, Me Gratulina de xapan, Me "Pequena" de Ob, Me Andrezza Ferreira da Silva, Pai Antoninho da Oxum, Nicola de Xang, Me Moa de Oxum, Miguela de Xang, Acimar de Xang, Toninho de Xang e Tim de Ogum, entre outros. Jeje Me Chininha de Xang, Prncipe Custdio de Xapan, Joo Correa de Lima (Joozinho do Ex By) responsvel pela expanso do Batuque no Uruguai e Argentina, Pai Betinho de Xapan, Z da Saia do Sob, Loreno do Ogum, Nica do Bar, Alzira de Xang, Pai Pirica de Xang;Me Dada de Xang; Leda de Xang; Pai Tio de Bar; Pai Nelson de Xang, Pai Vincius de Oxal entre outros. Cabinda Waldemar Antnio dos Santos de Xang Kamuk(considerado Rei da nao de Cabinda); Maria Madalena Aurlio da Silva de Oxum, Palmira Torres de Oxum, Pai Henrique de Oxum, Pai Romrio de Oxal, Pai Gabriel da Oxum,Me Marlene de Oxum, Pai Cleon de Oxal, Paulo Tadeu do Xngo Toqui,Pai Jango de Xapan, Pai Mrio da Oxum, Pai Nazrio do Bara,Me Magda de oxum, Pai Alberto de Xango,Pai Ado de Bar, Pai Vilmar de Oxal, Pai Luiz Carlos de Oxum, Pai Carlos de Aganj, entre outros.

Nao Oyo se caracterizava principalmente pela ordem das rezas: primeiro, tocava -se para todos os orixs masculinos, depois para os femininos e finalizava-se com Oy, Xang e Oxal (Oy e Xang no final, representando o rei e a rainha de Oy) e dizem tambm que, ao final da cerimnia, os orixs carregavam a cabea dos animais a eles sacrificados, j em estado de decomposio, na boca. Kanbina Embora por muitos anos considerassem haver uma ligao com a cultura banto, ela no cultua nkisis (divindades banto), mas sim Orixs Yorb, os mesmos de todas as trs razes do Batuque Afrosul, com acrscimo de algumas divindades como o Bar (Bar Legba), Zina e a Oy (Oy Dir, Oy Timbo). O culto da Kanbina est ligada ao ritual do culto ao grande Alfn y, que por sua vez est ligada diretamente ao culto dos Eguns, sabendo que o ritual de Egun teve inicio em Oyo.

Naes26

comum encontrar do lado de fora da maioria dos templos da raz Kanbina o assentamento do Baru Alfn, conhecido por Kamuka, que est ligado diretamente ao Igbal (casa dos mortos). Desta forma a nica vertente do Batuque Afrosul que conseguem manter os rituais de br e feitura quando ocorre o procedimento de um Arissum (ritual fnebre), ou, quando necessrio dar procedncia preparao de um Lailm (morto), criando assim uma forte ligao com os antepassados e os rituais Orx, sem que misturem os dois, pois esta uma religio voltada exclusivamente a Orix. A Kanbina considerada uma Raz da Nao Batuque Afrosul, pois contm fatores que determinam uma ramificao, porem faltam

elementos que caracterize u- iniciam com a parte Jeje ma nova nao dentro da pr- (com cnticos no dialeto pria nao Afrosul. fongbe) e a dana em pares (simbolizando o par da criaNao Jeje assim como a o Mawu-Lisa) e o toque Cabinda, adotou o panteo com as "varinhas" e, depois, a iorub dos orixs, que so os parte iorub, com as rezas mesmos de Ijex, sendo mui- tradicionais do batuque. to comuns as casas de JejeIjex. Muitos sacerdotes da Nao Nag muito pareNao Jeje do batuque desco- cida com o candombl tanto nhecem a palavra Vodun, em- nas cerimnias como nas cabora se tenham relatos de cul- ractersticas dos Orixs. Nesto a algumas destas divinda- ta nao usa-se sacrificar os des antigamente. Os descen- animais deitados e no susdentes de Pai Joozinho do pensos como nas demais. Seu Bar (Es By) so os que panteo mais numeroso e mantm firme as tradies sua liturgia e dogmas se difedesta nao, como o uso de rencia das demais naes. agdavs em seus rituais (chamado "Jeje de pauzi- Crenas nhos"), o assentamento de Ogum semelhante ao do Vodun O batuque uma religio baGun no Daom, e existncia seada no culto s divindades de pessoas iniciadas para Dan Africanas, principalmente as e Sogbo. As cerimnias se Yorb, chamados de Orix

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so relacionadas com a religio iorub e outras religies africanas e diferentes das religies afro-caribenhas como a santeria e o vodu.

OrixsO culto, no batuque, feito exclusivamente aos orixs, sendo Bar (Exu) o primeiro a ser homenageado antes de qualquer outro, encontrandose seu assentamento em todos os terreiros. em sua maioria ligadas a natureza: rios, lagos, matas, mar, pedreiras, cachoeiras etc. Seus rituais que envolvem paramentos que esto em parte dentro dos terreiros, onde permanecem seus assentamentos [Igb], onde so invocadas as vibraes de nossos orixs. quarto-de-santo de "Par" e no o ritual sagrado dos orixs, este sim o batuque. Essa questo j est dimensionada desde os anos 1950, nas pesquisas etnogrficas de Roger Bastide sobre a religio africana no Rio Grande do Sul. So consideradas Religies afro-brasileiras, todas as religies que tiveram origem Todo ser humano nasce sob a nas Religies tradicionais ainfluncia de um orix e, em fricanas, que foram trazidas sua vida, ter as vibraes e a para o Brasil pelos escravos. proteo desse orix ao qual est naturalmente vinculado e As religies afro-brasileiras que rege seu destino. O orix exige a dedicao de seu influenciado, sendo que este poder ser um simples colaborador nos cultos, ou at mesmo se tornar um babalorix ou ialorix. H uma questo de ordem etimolgica no termo "Par": afirma-se ser este o outro nome pelo qual conhecido o batuque. Sabe-se que todo freqentador de terreiros chama, na verdade, o peji ou28

Os principais orixs cultuados no batuque so: Bar, Ogum, OiI a n s,Xang, Ibeji, Od, Otim, O ba, Osanha, Xapan, Oxum, I emanj, Oxale Orunmil (lig ado ao culto de Oxal). No batuque, os espritos de sacerdotes so chamados de egungun e constituem uma categoria parte, pois so espritos de seres humanos e, portanto, esto ligados es-

estrutura da sociedade.

RituaisOs rituais so prprios e originais e, embora tenham alguma semelhana com o "Xang de Pernambuco", so muito diferentes dos do candombl da Bahia. Os rituais de jeje tm suas rezas prprias (fon). Ainda se v este belo ritual em dois grandes terreiros na cidade de Porto Alegre. As danas so executadas de par, um de frente para o outro. H, tambm, muitas casas que seguem os fundamentos da nao Oy, que se aproxima muito do ijex, j que estas duas provm de regies prximas na Nigria. A principal caracterstica do ritual do batuque o fato de o iniciado no poder saber, em hiptese alguma, que foi possudo pelo seu orix, sob pena de ficar louco. Cada babalorix ou ialorix tem autonomia na prtica de seus rituais. No existem nomenclaturas de cargos como h no candombl. Os babalorixs exercem plenos poderes em seus ils. Os filhos de santo se revezam nos cumprimentos das obrigaes. No mnimo uma vez por ano, so feitas homenagens com toques para os orixs, mas as festas grandes so de quatro em quatro anos. Chamamos de festa grande a obrigao que tem eb, ou seja, quando h sacrifcios de animais de quatro patas aos orixs: cabritos, cabras, carneiros, porcos, ovelh a s , a c o m p a n h a d o s de aves como galos, galinhas e pombos. Esta obrigao serve para homenagear o orix "dono da casa" e dos filhos que ainda no possuem seu prprio templo. A data , geralmente, a mesma que aquele sacerdote teve assentado seu Orix, a data de sua feitura. As festas tm um ciclo ritual longo, que, antigamente, duravam 32 dias de obrigaes. Hoje, diante das dificuldades, duram no mximo 16. O comeo de tudo so as limpezas de29

corpo e da casa, para descarregar totalmente o ambiente e as pessoas, de toda e qualquer negatividade; em seguida, so preparados as oferendas e sacrifcios ao Bar. A partir deste momento, os iniciados j ficam confinados ao templo, esquecendo ento o cotidiano e passam a viver para os Orixs por inteiro at o final dos rituais. No dia do sero (dia da obrigao de matana), todos os orixs recebem sacrifcios de animais. Os cabritos e aves so preparados com diversos temperos e servidos a todos que participarem dos rituais, tudo aproveitado, inclusive o couro dos animais, que sevem para fazer os tambores usados nos dias de toques. No dia da festa, o salo enfeitado com as cores dos orixs homenageados. A abertura se d com a chamada invocao aos orixs, feita pelo sacerdote em frente ao peji (quarto de santo), usando a sineta (adj), saudando todos os orixs. Ao som dos tambores, as pessoas formam uma roda de dana em louvor aos orixs, a cada um com coreografias especiais de acordo com suas caractersticas. No final das cerimnias, so distribudos os mercados (bandejas contendo todo tipo de culinria dos orixs, como: acaraj, axox (milho cozido e fatias de coco), farofa de aves, carnes de cabritos (cozidas ou assadas), frutas, fatias de bolos etc.). Alguns comem ali mesmo, outros levam para comer em casa.

Durante a semana, so feitos outros rituais de fundamentos para os orixs, inclusive a matana de peixe, que, para os batuqueiros, significa fartura e prosperidade. Os peixes oferecidos so da qualidade jundi e pintado; estes so trazidos vivos do cais do porto ou do mercado pblico, onde o comrcio de artigos religiosos intenso. No sbado seguinte, feito o encerramento das obrigaes, com mesa de Ibejes e toque novamente em homenagem aos orixs. Neste dia, so distribudos mercados com iguarias e o peixe frito, significando a diviso da fartura e prosperidade com os participantes das homenagens aos orixs. Aps o encerramento, o sacerdote leva os filhos que estavam de obrigaes ao rio, igreja, ao mercado pblico e casa de alguns sacerdotes que fazem parte da famlia religiosa, para baterem cabea em sinal de respeito e agradecimento; este passeio faz parte do cumprimento dos rituais. Aps o passeio, todos esto liberados para seguirem normalmente o cotidiano de suas vidas.

A casa dos Eguns (espritos dos mortos) fica numa construo separada da casa principal, nos fundos do terreno, onde so feitos diversas obrigaes em determinadas datas e quando morre algum ligado ao terreiro; este local denominado Igbal. Aos Eguns, tambm so oferecidos sacrifcios de animais e comidas diversas que fazem parte somente deste ritual, no podendo ser usados em outras ocasies. Os Eguns, assim como os Orixs, tem suas rezas (cnticos) prprias, feitos na linguagem yorub, e em dias de obrigaes recebem toques ao som de tambores frouxos e com o acompanhamento de ag (instrumento feito com uma cabaa inteira tranada com cordo e contas diversas). Cada nao tem rituais diferentes para este tipo de obrigao.

referentes aos rituais, tais como: uso das folhas (folhas sagradas), execuo de trabalhos e oferendas, interpretao do jogo de bzios, e at mesmo como preparar um novo sacerdote. Geralmente o futuro sacerdote j nasce no meio religioso, onde conviver acompanhando todos os diversos rituais que daro suporte a seus afazeres dentro do culto, e ter pleno conhecimento de todos os tipos de situaes que enfrentar em seu futuro templo. O tempo de aprendizado longo, no se forma um verdadeiro sacerdote de orixs com menos de sete anos de feitura. Os ensinamentos so passados de acordo com a evoluo da capacidade de aprendizado que o novio tem. Os ensinamentos so feitos oralmente, no h livros para ensinar os rituais. A melhor maneira de aprender tudo conviver desde cedo dentro dos terreiros. A partir do momento que um novio se torna um sacerdote de orix, ter as mesmas responsabilidades daquele que lhe passou os ensinamentos. Lembrando que, dentro da religio afro-brasileira, existem vrios segmentos.

Sacerdcio

O b a b a l o r i x ou Iyalorix tem a responsabilidade de formar novos sacerdotes, que daro continuidade aos rituais. Para isto preciso preparar novos fiEgum lhos de santo, que durante um No batuque, tambm temos a certo perodo de tempo aparte dos rituais destinados prendero todos os rituais paao culto dos Eguns. Este ra preservao dos cultos. um ritual cheio de magia e segredos onde poucos sacer- O sacerdote chefe deve pasdotes tm o completo dom- sar aos futuros pais ou mes de santo, todos os segredos nio.30

Fonte: Wikipdia, a Enciclopdia livre

ENTREVISTA DO MS Falando de Ax com Mametu Maza KessyBrasileira representa para senhora? Mametu Maza Kessy Representa a fora, a magia dos nossos minkise, orixs nas nossas vidas. Falando de Ax Como senhora descreve o Candombl de hoje, ser que possui diferena em relao ao Candombl de antes? Mametu Maza Kessy Muita. Antes existia mais cumplicidade, respeito e responsabilidade. Ningum se intitulava pais ou mes de santo sem ter em mos os seus direitos dados pelos mais velhos. Falando de Ax Para senhora, qual a Importncia das Crianas Falando de Ax homenageia Mama Ma- e dos Jovens dentro do Candombl? za Kessy, Sacerdotisa de Kandombl Ngola/ Kongo que tem a sua Nzo (Nzo Nkisi Ndanda- Mametu Maza Kessy lunda) na Cidade de Santos - SP. Sacerdotisa So muito importantes, mas, infelizmente os seus essa que muito tem contribudo para a Religi- responsveis no fazem muita questo de levlos aos cultos, talvez, ainda devido ao preconceio Afro-brasileira no Brasil. to, acabam ocultando dos seus prprios filhos a religio. Digo importantes, pois os pequenos de Falando de Ax Mametu Maza, a senhora poderia nos falar como hoje so os adultos de amanh. e quando conheceu o Candombl e o que lhe leFalando de Ax vou a escolher a mesma como Religio? O que justifica para a senhora, a grande discriminao em relao ao Candombl? Mametu Maza Kessy Primeiro busquei conhecer o que era o Candombl, no chegando a uma concluso e tendo a necessidade espiritual procurei a Nzo (templo de culto) do Jos Ribeiro (in memoriam), segundo ele recm chegado da frica, h 41 anos passado. Falando de Ax A senhora poderia dizer para nossos leitores, de acordo com sua viso e vivncia, o que Candombl e o que esta magnfica Religio Afro31

Mametu Maza Kessy Ela a minha prpria vida. o meu mundo cheio de amor, paz, ternura, bondade, beleza pura.

Mametu Maza Kessy Nada justifica. uma religio fervorosa, com muito respeito. Onde encontramos amor, paz, f, unio, etc. Belezura pura! Falando de Ax Em sua Nzo (Templo Religioso de Culto aos Minkisi Divindades bantus), realizado algum projeto social? Se sim, por qu? Se no, por qu? Mametu Maza Kessy Sim, sentia a necessidade de ajudar aqueles que passam fome, doando cestas bsicas. Falando de Ax De acordo com a sua vivncia, o que a senhora acredita que falta, para que nossa religio seja mais respeitada e menos descriminada por todos? Mametu Maza Kessy O nosso empenho em uma unio sincera, para ajudar os nossos irmos que esto na luta por essa causa. Para mim, uma causa nobre. Falando de Ax Mama Maza, a senhora poderia nos falar sobre a Divindade (Nkisi) Ndanda Lunda, que sua divindade regente e tambm a divindade regente de seu Templo e o que ela representa em sua vida?

...Para mim, UMA CAUSA NOBRE...

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Falando de Ax O que a senhora poderia nos falar em relao hereditariedade sangunea, principalmente por parte dos sacerdotes, dentro do Candombl? Mametu Maza Kessy Acho correto, se no houver sanguneos para a continuao e se for vontade do sacerdote, devera ser entregue a um dos filhos mais velhos que tenha dignidade, respeito e responsabilidade. Falando de Ax Para finalizar essa nossa maravilhosa conversa, qual a Mensagem que a senhora deixa para os nossos leitores, para os candomblecistas e para aqueles que lhe admiram e vem na senhora um exemplo a ser seguido, seus descendentes?

Mametu Maza Kessy Para os leitores no se deixarem levar pelos falsos livros, as falsas mensagens e os falsos escritores. Existem muitos ainda dignos de serem lidos e aproveitados. Aos meus irmos que tem a rdua misso de ter uma Nzo (Templo Religioso de Candombl) aberta ao pblico, informar todo lado bom do Candombl para os seus seguidores. isso que fao com os meus. Agradeo a Deus e aos Minkise por terem colocado em meu caminho filhos maravilhosos, a eles eu agradeo do fundo do meu corao e a todas as pessoas que me respeitam, a minha grande gratido. Ningum faz nada sozinha. No quero ser a maior e nem a melhor, me sinto igual a todos. Maza Kessy amem ou a deixem..rsrsrsrs

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Livro do Ms

simpatizantes que no so de descendncia Africana. Autores Jacob K. Olupona professor de tradies religiosas africanas na Harvard Divinity School e professor de Arte Africana e Cincias, na Universidade de Harvard. autor e editor de vrios livros, incluindo Espiritualidade Africana, alm primitivismo, e religies tradicionais africanas na sociedade contempornea. Terry Rey professor de religio. autor de Nossa Senhora da luta de classes: O Culto da Virgem Maria no Haiti e Bourdieu sobre Religio. Professor Wole Soyinka escreveu um captulo do livro: Os Deuses tolerantes.

medida que o sculo XXI comea, dezenas de milhes de pessoas praticam a devoo as Divindades chamadas de rs. Este livro explora o surgimento da devoo a rs como uma religio mundial, um dos desenvolvimentos mais notveis e atraentes da histria na busca religiosa humana. Originrio entre os iorubs da frica Ocidental, as tradies variadas que compem a devoo a rs so hoje encontrados na frica, Amricas, sia, Europa e Austrlia. O esprito iorub revelou-se extremamente resistente em face do comrcio transatlntico de escravos, inspirando a perseverana da religio Africana onde quer que seus seguidores se instalaram no Novo Mundo. Entre as manifestaes mais significativas da cultura religiosa iorub persistiu, adaptado, e at floresceu nas Amricas, especialmente no Brasil e em Cuba, onde prospera como Candombl e Lukumi / Santeria, respectivamente. Aps o fim da escravido nas Amricas, as migraes gratuitas de profissionais da Amrica Latina e Africanos tem ocorrido a propagao da religio para lugares como Nova York e Miami. Milhares de afro-americanos se voltaram para a religio de seus ancestrais, assim como muitos outros34

Por Wemerson Elias (Dofono TSng)

Vamos fazer valer a Lei...

FOLHA DO MS Atare - A Pimenta que traz Bnos

Sinnimo de multiplicao, Atare uma folha da regncia do rs s e de ymi srng, muitos atribuem tambm, a regncia da mesma sanyn, embora, todos sabem que o principal de todas as folhas, que seu se, pertence { sanyn. Diversas so as finalidades ritualsticas da Atare (me referindo { pimenta) dentro de uma Casa de Culto, seja Iorub, Bantu ou Fom, mas as principais so a purificao do hlito antes dos rituais de splica (dr{) e oraes, utilizada em ebo (rituais sacro), principalmente a ymi (Elye), utilizada em magias (gn), em ojbo (assentamentos), em {gbo (banhos litrgicos), etc.

Nome Yorb = Atare, br, Ata ire, Atay, Atay isa, Atay rere e Etaly. Nome Bantu = Kupiri Nome Popular = Pimenta da Costa. Nome Cientfico = Aframomum melegueta. Atare uma folha masculina, de gn (excitao), ligada ao elemento Fogo. uma espcie de pimenta, originria do continente Africano, bastante35

cultivada no Nordeste BrasiUma planta consideleiro e recebe o nome de rada ritualisticamente ambPimenta da Costa. gua, ou seja, serve tanto para proporcionar o bem, Muito utilizada na Li- quanto o mal. turgia do Candombl e tambm na do sn yorb Muito utilizada tam(Culto Iorub|). Mas mais bm nos Ajj (Ritos fneutilizada que a folha (ew) bres). Por isso uma de suas desta planta, ainda a pr- orin (cantigas) : pria pimenta (semente), que nasce em centenas dentro ta ow ta m de uma fava/bolsinha. Atare k gbogbo gbr r o Trs dinheiro, trs Seu nome em iorub filho. Atare leve os carresignifica Ata ire = Pimenta gos da morte. da Felicidade/Bnos.

Atare garante dinheiro, prosperidade e multiplicao e um de seus of (encantamentos, garante isso:

s ow s ol Atare kun gbogbo be ll se.

s de dinheiro. s de fortuna. Atare cheia, explodiu, espalhou-se. Ax.

Por Hrick Lechinski (Ejtol Tsmr)

...Meu Deus! O que esto fazendo com sua obra mais preciosa? Como ser o futuro das prximas geraes? Como ser o PLANETA TERRA nos prximos anos?...36

OD DO MS

s mj criou todos os pssaros e animais feiticeiros, como os gatos (muitos so reencarnaes das prprias j - feiticeiras), os antlopes de plos vermelhos (grandes aterrorizadores dos d caadores), a coruja (smbolo de ymi rng e das j feiticeiras), o bacurau, o pintarroxo, o vermelho, o abutre, a andorinha e o Oddr. Este Od (signo) fala de paralisia e de pessoas estropiadas. - won r que falam neste Od =

ymi Od (Odlogboje), ymi rng, wn ly (feiticeiras), ls, Olkun, Ymoja, un, rk, ya, Egngn.

s mj O Od qual nasceu o Poder Femininos mj ou como tambm conhecido, s ly o dcimo (10) Od na ordem de If, fala no Mrndnlgn If (Jogo de bzios) com nove (9) bzios abertos e sete (7) bzios fechados. um od de natureza feminina, ligado ao elemento fogo, um Od extremamente perigoso. Este o principal Od de ymi rng, e foi por este Od que as j (feiticeiras) vieram ao Mundo (iy). Est associado magia, principalmente ao Poder Feminino, ao fogo e a noite.

- Suas cores = O Vermelho (pupa) - cor do sangue, mas tambm aprecia o branco (funfun) e o preto (dd). - Suas folhas = Ew ow (folha de algodo Gossypium barbadense), lpd (lngua de galinha Sida linifolia), Ew In (folha de fogo Cidemia hirta). - Corpo Humano = Rege os olhos, as narinas, as orelhas, as pernas, coxas e ps, a vagina e o principal, o tero. s divide com rsn mj a regncia do corao (que bombeia o sangue). s quem preside o fluxo do sangue, a abertura dos olhos e os intestinos, estes fazem dele o um dos mais temveis dos Od.

- Os filhos deste Od = As pessoas nascida sob este od (signo) so pessoas bastante alegres e brincalhonas, chegando muitas vezes a serem exageradas. Com intuio muito forte, as mulheres Este Od rege tambm a invocao possuem grande inclinao a feitiaria. dos Od no pn If. Muitas vezes sendo necessrio se iniciarem em ymi. As pessoas deste Od Rege o sangue, que flui sob seu co- tambm so bastante vingativas e desmando, principalmente o sangue mens- confiadas, metdicas, crticas e s vezes trual. individualistas. So daquelas que s acreditam vendo. 37

- ws deste Od = As pessoas que nascem neste od no devem visitar mulheres que deram a luz recentemente. No podem vestir roupas vermelhas e azuis. No devem beber vinho de palma e no podem comer carne de galo. No devem usar folhas de rk e de bambu, e ter em casa ou utilizar instrumentos de bambu. Devem evitar praticar relaes sexuais durante o dia, no devem olhar os rgos sexuais do parceiro ou parceira. E devem ter muito cuidado ao praticar o mal contra os outros e principalmente a feitiaria (manipulao do de ymi). - Od em Ire Positivo Este Od em Ire fala de sade, paz e vida longa, prosperidade, realizao de projetos profissionais, progresso, boas idias no mbito profissional, mas pede que a pessoa seja um pouco individualista, para que venha a conseguir algumas realizaes. Fala de um relacionamento amoroso bom, muitos filhos (homens). Vitria sobre os inimigos. Deve estar sempre junto famlia, respeitar me, esposa, filhas e parentes mulheres. Proteo de

ymi, Olkun ou ya. Fala de poderes espirituais, grande fora espiritual que pode resolver problemas. - Od em Ibi Negativo Este Od em Ibi fala hemorragias, menstruao excessiva, doenas de sangue, doenas nos olhos, para mulher problemas no tero e na vagina, para homens problema com intestinos. Doena proveniente a feitiaria. Aborto. Problemas nas pernas e cardaco. Dificuldades financeiras, muitas vezes proveniente a feitios ou gn (espritos errantes). Separao, brigas no relacionamento. Se for homem, pode estar casado com mulher vil. Problemas entre me e filho. Vitria dos inimigos. Pessoa incrdula, que no leva a religiosidade a srio. Teimosa, autoritria, que est perturbada. Muita tristeza.

Por Hrick Lechinski (Ejtol Tsmr)

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PERSONALINADES NEGRAS

Agenor de Oliveira Mestre Cartola

comps tambm o primeiro samba para a escola de samba, "Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram na dcada de 1930, em vozes ilustres como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mrio Reis e Silvio Caldas. Mas no incio da dcada seguinte, Cartola desapareceu do cenrio musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele perodo, alm do sambista ter brigado com amigos da Mangueira, contrado uma grave doena (especula-se que seja meningite) e ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia. Cartola s foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Srgio Porto (mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador de carros em Ipanema. Graas a Porto, Cartola voltou a cantar, levando-o a programas de rdio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. A partir da, o compositor redescoberto por uma nova safra de intrpretes. Em 1964, o sambista e sua nova esposa, Dona Zica, abriram um restaurante na rua da Carioca, o Zicartola, que promovia encontros de samba e boa comida, reunindo a juventude da zona sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego pblico e compondo seus sambas.

Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, (1908 1980) foi um cantor, compositor e violonista brasileiro. Considerado por diversos msicos e crticos como o maior sambista da histria da msica brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete (RJ), mas passou a infncia no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto pela msica e pelo samba ainda moleque e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho e violo. Dificuldades financeiras obrigaram a famlia numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde ento comeava a despontar uma incipiente favela.

fez amizade com Carlos Cachaa - seis anos mais velho - e outros bambas, e se iniciaria no mundo da boemia, da malandragem e do samba. Com 15 anos, aps a morte de sua me, abandonou os estudos - tendo terminado apenas o primrio. Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapu-coco para se proteger do cimento que caa de cima. Por usar esse chapu, ganhou dos colegas de trabalho o apelido "Cartola".

Junto com um grupo amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, cujo ncleo em 1928 fundou a EstaNa Mangueira, logo conheceu e o Primeira de Mangueira. Ele39

Em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo, e sua carreira tomou impulso de novo com clssicos instantneos como "As Rosas No Falam", "O Mundo um Moinho", "Acontece", "O Sol Nascer" (com Elton Medeiros), "Quem Me V Sorrindo" (com Carlos Cachaa), "Cordas de Ao", "Alvorada" e "Alegria". No final da dcada de 1970, mudouse da Mangueira para uma casa em Jacarepagu, onde morou at a morte, em 1980.

Por Wemerson Elias (Dofono TSng)

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SANTO DO MS

Nossa Senhora dos Navegantes, A Me Protetora das Embarcaes 02 de FevereiroNessa Edio, na coluna SANTO DO MS, Falando de Ax faz sua homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, Representao da Santssima Me de Jesus, que festejada e louvada, todo dia 02 de Fevereiro. E tem na Bahia (Candombl) e em inmeros Templos Umbandistas, o sincretismo religioso Afrocatlico com Iemanj, Divindade Iorub que no Brasil a mais cultuada e considerada a Senhora dos Mares e Me de Todos os Orixs. Mas deixamos claro aos nossos leitores, que Nossa Senhora dos Navegantes Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanj Iemanj. No h problema nenhum em cultuarmos e louvarmos Iemanj todo dia 02 de fevereiro, e sim, em no sabermos diferenciar uma da outra.41

Para os leitores que a- quando se viam a merc das inda no conhecem a Histria ondas. de Nossa Senhora dos Navegantes, a vai ela, uma tima No tempo das grandes leitura. navegaes, esta devoo desenvolveu-se ainda mais entre - Hrick Lechinski (Ejtol os navegantes portugueses e Tsmr) espanhis, que se aventuravam no oceano imenso e desconhecido. Antes da partida das caraMaria geralmente com- velas, os viajantes assistiam a parada Estrela do Mar que Santa Missa e imploravam a protege os navegantes, mos- proteo da Me dos Navegadotrando-lhes o melhor abrigo e res nas perigosas jornadas de tambm o porto da eterna salva- alm-mar. o. Esta comparao teve incio durante a Idade Mdia, no Inmeras invocaes etempo das Cruzadas, quando os ram gravadas nas popas dos cristos atravessaram o Mediter- barcos, os quais sempre traziam rneo em demanda da Palesti- uma efgie da Rainha dos Mares na, a fim de defenderem os lu- no nicho do castelo de proa, ilugares santos da profanao dos minada por pequena lmpada, infiis. Eles tinham sempre na que o fervor da marujada no memria as lembranas das ter- deixava apagar. rveis travessias martimas que enfrentavam as frgeis embarComo natural, logo checaes da poca, por isso recor- gou ao Brasil devoo dos horiam ao patrocnio de Maria,

dos homens do mar, sob os vrios ttulos conferidos Padroeira Celestial: Senhora dos Mares, da Boa Viagem, dos Navegantes, esta ltima invocao era e a mais usada pelos pescadores, homens modestos que diariamente enfrentavam o furor das ondas procura do sustento prprio e de suas famlias, a prova disto que os mais conhecidos Santurios de Nossa Senhora dos Navegantes em nosso pas esto situados nas zonas de pescaria, como na Praia de Mucuripe, em Fortaleza- Cear, em Penedo- Alagoas, Porto Alegre - Rio Grande do Sul, Santos e Canania Litoral Paulista, em Eldorado Diadema que fica prximo ao brao da Represa Billings e em Paranagu Litoral Paranaense. Em todos esses ncleos de pescadores a festa da Padroeira celebrada com animadas procisses martimas, precedidas da embarcao que leva a Virgem Maria, talvez por esse motivo Nossa Senhora dos Navegantes seja geralmente representada de p, dentro de uma barca, tendo o Menino Jesus nos braos. Estas festas surgiram com o intuito do povo louvar a Santa e pedir proteo pelas pessoas que navegam, por ocasio da festa o povo mais humilde, mas de uma f incomparvel fazia seus pedidos, acendia velas e colocava na gua enquanto a procisso nutica passava, tornando assim uma festa de f42

e beleza.

Nossa Senhora dos Navegantes em PortugalNossa Senhora dos Navegantes , tambm em Portugal, associada ao mar e proteo dos marinheiros pela Santa Me de Deus. Mas a diferena que os portugueses associamna, principalmente, s comunidades pescatrias. A sua festa realiza-se a 15 de Agosto com procisses em vrias comunidades de pescadores por todo o pas. Uma das grandes festas a Nossa Senhora dos Navegantes realiza-se em Cascais entre os dias 3 e 15 de Agosto. Durante esta semana, a populao rene -se na Baa de Cascais para uma grande mostra gastronmica e artesanal e ainda o lanamento de fogo de artifcio todos os dias. No final, dia 15, festeja-se Nossa Senhora dos Navegantes numa procisso pelas ruas da vila de Cascais e depois de barco at meio da Baa onde se d a Beno do mar e da vila. Esta festa tambm realizada na Costa da Caparica. Tambm realizada uma festa em honra da Nossa Senhora dos Navegantes em Armao de Pra. Nesta festa h uma procisso pelas ruas da vila e tambm h uma procisso pelo mar, com os barcos dos pescadores e outros barcos.

ORAO A NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES Nossa Senhora dos Navegantes, Me de Deus criador do cu, da terra, dos rios, lagos e mares; protegei-me em todas as minhas viagens. Que ventos, tempestades, borrascas, raios e ressacas, no perturbem a minha embarcao e que monstro nenhum, nem incidentes imprevistos causem alterao e atraso minha viagem, nem me desviem da rota traada. Virgem Maria, Senhora dos Navegantes, minha vida a travessia de um mar furioso. As tentaes, os fracassos e as desiluses so ondas impetuosas que ameaam afundar minha frgil embarcao no abismo do desnimo e do desespero. Nossa Senhora dos Navegantes, nas horas de perigo eu penso em vs e o medo desaparece; o nimo e a disposio de lutar e de vencer tornam a me fortalecer. Com a vossa proteo e a bno de vosso Filho, a embarcao da minha vida h de ancorar segura e tranqila no porto da eternidade. Nossa Senhora dos Navegantes, rogai por ns.

Fonte: Internet

Diga NO a BANALIZAO do CANDOMBL

Ao longo dos ltimos anos, o Candombl vem passando por uma longa trajetria de mudanas. Mas, em 2011, surpreendeu-me alguns marcos que me levaram a refletir se a milenar Religio dos rss, est chegando ao seu fim ou na melhor das hipteses, no incio de uma nova era. Na incessante busca de alguns em cercear-nos de praticar nossos costumes e rituais, temas como o Sacrifcio Animal, jamais foram abordados de forma to contundente, como nesse ano. Mas esse movimento de membros dos ditos poderes nacional, em parte, fora desencadeado por adeptos do Candombl, que indiscriminadamente, no se furtam em profanar o sacro, pulverizando imagens e vdeos que, deveriam permanecer na clausura dos Terreiros de Candombl. E, por favor, no excetue da leitura o em parte. Mas, fato que, h dessa forma, uma incoerncia brutal do povo do santo que, impede alguns de seus filhos de presenciarem determinados rituais, a depender do tempo de iniciao, posto, etc., mas no priva a sociedade dos mesmos rituais, expondo-os, nas redes sociais e youtube, por meio de fotos e vdeos de sacrifcio, iniciao, etc.43

Alm da pujante e desnecessria divulgao do sacro, vimos tambm, propagar o nmero de Bblrss e ylrss que, sem conhecimento algum sobre a Religio, emergem como erva daninha, querendo ganhar espao luz do Candombl, ou melhor, para o Povo do Candombl. Igualmente, presenciamos a quase extino dos gns e Ekj, que enxergam nessas importantes graduaes, algo to nfimo que, os levam a manifestar rs (leia-se levam a manifestar e no levam a serem manifestados, pois h uma grande diferena), somente para galgar um ttulo Sacerdotalde Bblrs ou ylrs. Nesse aspecto, muito mais suntuoso apresentar-se como Bblrs e/ou ylrs do que como gn ou Ekj e, para fundamentar sua condio, nada melhor que dar santo.

pressionar outrem. Temos, outros sim, os plagiadores, que vo a uma festa, observam uma determinada obrigao e/ou cntico e, sem saber do que se refere, implantam em sua casa, como se o ritual/cntico pertencesse a sua tradio religiosa. Algum dvida? Hoje vejo um ritual que nasceu no Il Ibalmo, em funo de uma promessa gn ser copiado e, at modificado em algumas casas. Vejo a cantiga do kr de Oya, de um ritual do p fnj, ser entoada por pessoas que sequer possuem vnculo de terceira gerao, com o Terreiro de So Gonalo. Mas o que isso importa? O importante cantar: Ayaba Mi Soro Miso Du-e.... No sou catlico ou cristo, sou sim, Candomblecista, mas tive a desonra de presenciar nesse ano, o milagre da multiplicao dos turbantes dantescos, que, agora ornam tambm o Or dos Deuses. Afinal, para que existe Ad, se posso colocar um turbante piramidal no rs? Observei, igualmente, o advento da nova moda masculina do Candombl, que essencialmente busca refletir a figura de uma gbn/ylrs, contudo em um homem.

Isso ocorreu, poca da escravido, em que muitos daqueles que eram descendentes diretos dos nossos Deuses, foram desumanizados, na pior forma, a condio de escravo. Nesse sentido, o que vou comparar no a condio da escravido, pois essa incomparvel e, seria muito leviano da minha parte. O que quero dizer que, tanto na escravido, como nos dias atuais, tivemos a eminente possibilidade do fim de uma cultura. Para que o Candombl chegasse at ns, muitos morreram nos calabouos frios e midos dos navios negreiros. Muitos foram jogados ao mar, diante da varola e tantas outras enfermidades que os acometia. Os que sobreviveram a todas as adversidades, no perderam a sua f, pelo contrrio, encontraram foras para cultuar aquilo que mais acreditavam os rss, Voduns e Nkises. Hoje, no h a escravido como outrora. Mas h uma nova escravido, em que ns mesmos estamos nos submetendo. No passado, os escravos viveram a pior condio j existente na histria, mas sobressaram-se de forma inteligente, para que o Culto aos rss perdurasse e, sobretudo, para que fossem respeitados... Correto? Hoje, inversamente, estamos escravizandonos em nossos feudos, sobressaindo-nos de forma que no sejamos respeitados Sociedade. Exemplifico:

Antigamente, ouvia bastante a expresso yorb baiano (aluso ao modo dos baianos pronunciarem o yorb). Saudades dessa expresso, pois isso coisa do passado, afinal, temos hoje o "yorubanhol", que avassala nossa tradio, com as centenas de cnticos de Cuba, provenientes dos CDs do Lazzaro Ros, AbbiEsse cenrio, sobremalona, Munequitos de Matanzas neira negativo, convida-nos e, outros. reflexo: o incio do fim? O Candombl existir no futuro? Temos tambm as novas Em minha opinio, s tivemos tradies, sem fundamentao um momento na histria, pior ao alguma, seno a busca de im- que estamos vivenciando agora.44

Uma pessoa que, por exemplo, posta no seu lbum do facebook, uma foto sua, imolando um Agbo, Obuko, etc, no vive em sociedade, correto? Isso Awo e deve ser tratado assim! No interessa a ningum... Mas porque ele faz isso? Simples, est confinado em um grupo de iguais, mas sem poder mostra-se. Nesse caso, ele escravo de si prprio. Muitas vezes, ele at consegue certo respeito do seu grupo, mas no da sociedade. Para ele no importa revelar o mistrio aos no iniciados, para ele, o importante solidificar-se como algum diferente, em meio ao seu grupo. Ele, por exemplo, quer que seu grupo saiba que ele pode/ consegue imolar um animal.

para no ser externado do que algo para ser liberado fracionadamente aos iniciados, como ocorre. O que quero dizer com isso?

Revelar um determinado Awo para algum que iniciado, em um momento inadequado, pode causar prejuzos a essa pessoa, que poder no estar ainda preparada para receber/ presenciar aquela informao. J a revelao de determinados Awos, queles que no so iniciados, no traz prejuzo pessoa que est recebendo a informao, mas sim Religio! Como por exemplo, a exacerbada divulgao de Oros, etc. que no traz prejuzos a quem est vendo nas redes sociais, mas sim, grandes prejuzos a religi poca da escravido, o. ocorria justamente o contrrio. Nossos antepassados eram resEssas razes motivampeitados em seus grupos, eles me a pensar que essa era , na no precisavam falar que tinham verdade, o incio do fim da nospoderes mgicos/ofs, etc... Pa- sa religio. No obstante, em ra eles, o respeito da Sociedade meio a todo esse devaneio imera mais importante, pois o res- prudente de parte dos nossos peito do seu grupo eles j pos- adeptos, deparei-me, tambm suam. Outro exemplo disso e- em 2011, com um movimento ram algumas mulheres negras contrrio a tudo isso. visionrias, respeitadssimas em meio ao seu grupo, mas que, Diferente do Orkut, em almejavam ainda, a notoriedade que muitas pessoas escondidas e respeito da sociedade externa por de trs de perfis falsos, ataao seu feudo, tornando-se as cavam indiscriminadamente um mulheres do partido alto, para monte de absurdos (s vezes esse povo, no tenham dvidas, no) do Candombl, surgiram Awo era Awo. pessoas e casas que resolveram se expor, de cara limpa, mosQuando penso sobre is- trando-se contrrios e indignaso, creio que a determinao do dos com a profanao do sacro. que Awo algo muito mais Quem diria que teramos pesso45

as/casas, mostrando-se indignados com a profanao do Candombl nas redes sociais, surgindo dessa forma a Campanha Diga No A Banalizao do Candombl. Tive a felicidade de ver, por exemplo, na I Homenagem aos Grandes gns de So Paulo, a presena de grandes gns que no foram homenageados, mas que estavam presentes para comungar com seus mais velhos, isso respeito, unio e, sobretudo ESPERANA! Acho sim, que esses movimentos ainda so discretos e precisam ganhar fora, o verdadeiro povo do rs deve manifestar-se, no por meio de perfis falsos, mas de cara limpa. preciso que as pessoas tenham coragem de manifestar a sua opinio. Temos que transformar o incio do fim, em o incio de uma nova era...

Por Carlos Vinicius (ptn Vinicius)

As Crianas e o Candombl

Se no for s crianas de hoje, no existiro os Bblrs e ylrs de amanh. Declaro isso, assim como declaro que se no existir gua e folha, no existiro Orixs. Quando falamos de Candombl, falamos de uma religio oral, que foi transmitida durante dcadas, de pai para filho, dos mais velhos para os mais novos. Por isso essencial, a presena de Crianas e dos mais novos de uma forma geral nos Cultos de Candombl. Candombl no Macumba (rvore africana da qual se origina um instrumento musical), Religio como todas as outras. O Candombl uma religio rica em cultura (histria de nossos antepassados negros e histria do Brasil). Essencial ao aprendizado de toda criana. A grande preocupao por parte dos pais destas crianas, assim como por parte da Sociedade, deve ser em relao s crianas estarem freqentando casas srias e idneas, j que, desrespeito religioso existe em todas as religies e no apenas no Candombl.

Sendo o Candombl uma das mais belas e antigas religies existentes no Brasil, onde os grandes Bblrs e ylrs (Sacerdotes desta Religio) se iniciaram ainda crianas no culto aos Orixs, e como exemplo disso, cito um dos maiores Bblrs que o Candombl j teve e que foi o precursor da Religio em So Paulo, Jos Bispo dos Santos, o famoso Pai Bob de ysn, que foi iniciado com quatro anos de idade, pela saudosa ylrs Cotinha de yw - Me Cotinha de Ew se smr (Bahia). Assim sendo, louvvel que as crianas, assim como em todas as religies, freqentem sim uma Casa de Candombl, as pessoas tm que ter conscincia que um Il se (Casa de Candombl) possui a mesma Importncia de uma igreja para o catolicismo ou um Templo Religioso de outra religio.46

Pelo Jornalista Edmilson Monteiro de Arajo (Bblrs Ode Omi Koef)

Ser Umbandista

nossos filhos em outras religies? Se somos Umbandistas, porque precisamos da extrema uno do padre, para entrarmos ao cu, hein? No vemos evanglicos levarem seus filhos para passarem pelo rito do batismo na igreja catlica, vemos? No vemos muulmanos casarem seus filhos em templos evanglicos ou catlicos, vemos? Ento... Ser umbandista antes de qualquer coisa, AMAR, RESPEITAR, NO TER VERGONHA E LUTAR pela religio que seguimos.

Ser Umbandista no ser esprita, pois, a Deus (Olrum/Zambi) acima de "Esprita" como chamamos aqueles que todas as coisas! seguem o Kardecismo (a doutrina de Allan Kardec), a Mesa Branca, como popularmente Ser umbandista amar a natureza e respeit conhecida. la, pois, Deus e os Orixs fazem parte dela. E se a amamos e a respeitamos, no devemos Aqueles que so adeptos, que seguem e respeitam a Umbanda, devem ser chamados e degred-la com oferendas contendo plsticos, garrafas, velas, etc... respeitados como "Umbandistas". Ser Umbandista no ter vergonha da religio que pratica. Ser Umbandista amar e lutar pela religio que segue, e no esconder-se por detrs de outras religies (catolicismo e espiritismo).

Ser umbandista amar e respeitar

Ser umbandista reconhecer que os Orixs so potencias de Deus, Divindades que manifestam as qualidades do Criador.Ser umbandista ser amante da sabedoria, da virtude, da justia e da humanidade.

A Umbanda uma religio, que possui ritos litrgicos prprios, para todas as fases da vida, como batismo (nascimento), casamento, Ser Umbandista ser amigo dos pobres, dos que sofrem, que choram, que tem fome e velrio (morte), etc, ento completamente clamam direito de justia. desnecessrio, utilizarmos das liturgias de outras religies. Ser Umbandista querer a harmonia das Se somos Umbandistas, porque batizarmos famlias, dos irmos, a concrdia dos povos, a paz do gnero humano, e no se digladiarem nossos filhos na Igreja Catlica? entre si. Se somos Umbandistas, porque casarmos47

Ser Umbandista levar para o terreno fundamentos bsicos da Umbanda: prtico, aquele formosssimo preconceito de F, Esperana, Caridade, Humildade. todos os luares e todos os sculos, que diz com infinita ternura aos homens de todas as Isso tudo ser Umbandista, acredito que est raas, desde o alto, de uma cruz e com os na hora de muitos Umbandistas, braos abertos ao mundo: Amai-vos uns aos principalmente aqueles que se dizem outros, formai uma s famlia, sede irmos. Espritas, reverem seus conceitos e modificarem o que for preciso, para que Ser Umbandista pregar a tolerncia, assim possamos ser uma RELIGIO praticar a caridade sem distino de raas, MELHOR, com adeptos melhores e crenas ou opinies, lutar contra a conseqentemente realizados em todos os hipocrisia e o fanatismo. sentidos. Ser Umbandista viver para a realizao da paz universal, tendo pelos encarnados o mesmo respeito que se dedica aos desencarnados. Ser Umbandista ter uma crena religiosa sem tabus ou preconceitos, fundamentada na tica e no bom senso, sem ferir os valores dos bons costumes. Ser Umbandista respeitar a mxima que diz somos imagens e semelhanas de Deus, vendo Deus na presena do semelhante e em ns, atravs de nossas virtudes de f, amor, conhecimento, justia, lei, evoluo e gerao. Ser Umbandista dar de graa o que de graa recebemos. Ser Umbandista nunca ofender, nem humilhar ao prximo, pois se voc assim age porque ainda no aprendeu os quatro

Por Hrick Lechinski (Ejtol Tsmr)

... linda, linda, linda linda, linda, linda Bab, linda. Bab, linda. Pra sempre eu vou te amar Foi num Terreiro de Umbanda. Umbanda Bab. Rainha entre o Cu e o Que eu aprendi a caminhar Mar. linda, linda...48

Filhos de PembaOxal o Rei. Oxal o Pai. Com Oxal na frente, Filho de Umbanda no cai...

s vezes seguimos caminhos que nos levaram para um futuro desagradvel, recebemos broncas dos zeladores, no momento podemos at no achar certo, podemos nos sentir injustiados, mas aquela bronca chega uma hora que nos fortalece e nos faz guiar pelo caminho certo.

Assim como um pai importante pra um filho, um filho importante pra um pai... Pois sem descendncia no se faz famlia, no Ser filho de santo (filho de pemba), no to se tem gerao. fcil quanto parece, mas tambm no to difcil como se imagina. Tudo em nossa vida Ento, filhos e filhas de pemba, vamos nos tem os prs e os contras, depende do olhar de conscientizar de nossa importncia e principalmente de nossos deveres. Respeitar a cada um para ver o caminho a ser seguido. hierarquia de nossa casa, cumprir nossos Um filho sempre uma continuao da famlia, deveres espirituais, procurar nos aprimorar um filho sempre tem a aprender com os seus cada vez mais, dar orgulho para os nossos e sacerdotes, honrar a mais velhos. Um filho alegria de uma famlia, dirigentes espiritualidade que cada um carrega dentro de a esperana do amanh... si e ter plena conscincia que tudo acontece na No poderia ser diferente em relao aos filhos hora certa, para que amanh possamos ser um bom pai ou me, temos que antes ser um bom de santo... filho. Todos antes de serem pais ou mes, nascem sendo filhos. Ainda que alguns conforme os Meu Sarav a todos. tempos de jornada esqueam-se dos seus E que Oxal, o Grande Pai, abenoe a todos primrdios, de como tudo comeou, de como foi a essncia do saber a cada novo passo dado. Em todo terreiro de Umbanda, encontramos os zeladores, aquelas pessoas que nos espelhamos, que temos como um exemplo de F, como um exemplo de pessoa, pessoa esta que nos acolhem com todo o amor que tem quando pelo amor ou pela dor batemos em sua porta, iniciando a nossa "Jornada Espiritual" e vai ser com o nosso zelador, que vamos ter os maiores aprendizados que todo filho tem com o pai. Afinal, quando chegamos porta destes zeladores, chegamos como um nenm, que aprende a dar seus primeiros passos na espiritualidade, e que a cada novo passo, uma conquista pra ser comemorada, a cada aprendizado um orgulho de si, pois o aprendizado a melhor riqueza que um pai pode dar pra um filho, riqueza esta que levada por toda a nossa vida, por qual for o caminho que desejamos traar.49

Por Jssycka Rayanna Sampaio (Jssycka Omo sun)

A Importncia das Ervas na Umbanda

TODOS sem exceo possam usufruir de suas benesses, bastando para isso querer, estudar, conhecer, ter conscincia e respeito de acordo com seu uso, afinal, j diz o ponto: As folhas que a Jurema tem, matam e curam tambm... Temos que ser respeitosos sempre, perante a todas as religies e segmentos, entender cada doutrina que existe separadamente em todos os cultos, como costumo citar: Cada um no seu Quadrado.

Por Elis PeraltaHoje falarei um pouco sobre a importncia da Utilizao das Ervas, Folhas e Razes, perante a nossa Doutrina Umbandista e de algumas de suas inmeras formas de utilizao. centro do paraso, um smbolo encontrado em todas as culturas espirituais representando a estrutura do universo. Normalmente seus galhos tocam os confins do Infinito e suas mltiplas dimenses, e seus frutos repreDesde o incio dos Tempos a sentam os atributos positivos do Humanidade se envolveu e ne- Eterno. cessitou se confrontar com os mistrios da Magia e conse- Sem exceo, a rvore Sagrada qentemente a utilizao desses fez parte das tradies genesaSeres que eram desconhecidos, cas de povos, tais como os maimas em muito maior nmero do as, astecas e incas, os egpcios, que eles, o reino Vegetal. Na os cabalstas, hebreus, persas, procura das ervas mais apropri- druidas, povos nrdicos, chineadas para a alimentao ou para ses, japoneses, coreanos, maoa cura de seus males, sentiu as ris, nativos africanos etc. alegrias do sucesso e as tristezas do fracasso. Em suas expe- Correlacionando todos esses rincias com elas, descobriu as ite