edição 42 domingo, 20.10.2013 r$ 3,20 pastor isaltino ... · no modismo, a essência do...

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1 ISSN 1679-0189 Ano CXIII Edição 42 Domingo, 20.10.2013 R$ 3,20 Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901 Oferecido há meio século pelo Semi- nário Teológico Batista do Sul do Brasil, o curso de Licenciatura de Música agora tem autorização concedida pelo Governo Federal. Dessa maneira, a sólida formação em música eclesiástica, agora soma-se a formação para a docência profissional da música (pág. 10). Curso de música do Seminário do Sul tem aprovação do MEC Chegar aos 108 anos não é para qualquer um não. Imagina então, alcançar essa marca com a saúde física e mental em perfeito estado? Para irmã Leonídia Maria da Silva, moradora de Santo Antônio de Inhapim isso é simplesmente a história de uma vida de muito trabalho e alegria (pág. 06). Alegria e Fé pode ser o segredo para chegar aos 108 anos com muita saúde e disposição Pastor Isaltino: saudades... Com o carinho merecido, O Jornal Batista homenageia o pastor Isaltino Gomes Coelho Filho. Um homem com uma trajetória brilhante, bem como intensa, ensinou, alertou, divulgou a mensagem de Deus, e deixa saudades com seus textos que falavam de um Deus que não estava preocupado com o modismo, mas com a essência. Conheça sua biografia e os 44 livros de sua autoria (págs. 12 e 13).

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1o jornal batista – domingo, 20/10/13?????ISSN 1679-0189

Ano CXIIIEdição 42 Domingo, 20.10.2013R$ 3,20

Órgão Oficial da Convenção Batista Brasileira Fundado em 1901

Oferecido há meio século pelo Semi-nário Teológico Batista do Sul do Brasil, o curso de Licenciatura de Música agora tem autorização concedida pelo Governo

Federal. Dessa maneira, a sólida formação em música eclesiástica, agora soma-se a formação para a docência profissional da música (pág. 10).

Curso de música do Seminário do Sul tem aprovação do MEC

Chegar aos 108 anos não é para qualquer um não. Imagina então, alcançar essa marca com a saúde física e mental em perfeito estado? Para irmã Leonídia Maria da Silva, moradora de Santo Antônio de Inhapim isso é simplesmente a história de uma vida de muito trabalho e alegria (pág. 06).

Alegria e Fé pode ser o segredo para chegar aos 108 anos com

muita saúde e disposição

Pastor Isaltino: saudades...Com o carinho merecido,

O Jornal Batista homenageia o pastor

Isaltino Gomes Coelho Filho. Um homem com

uma trajetória brilhante, bem como intensa,

ensinou, alertou, divulgou a mensagem de Deus, e deixa saudades com

seus textos que falavam de um Deus que não

estava preocupado com o modismo, mas com a essência. Conheça sua

biografia e os 44 livros de sua autoria (págs. 12 e 13).

2 o jornal batista – domingo, 20/10/13 reflexão

E D I T O R I A L

Cartas dos [email protected]

Eu escolho OJB• Em setembro de 1952 fi-

quei conhecendo este Jornal, na Igreja Batista em Ipane-ma, Minas Gerais, onde fui batizado no dia 4 de maio de

1948, pelo saudoso pastor Tito Eler de Matos. Lembro com saudade porque na-quele tempo o Jornal Batista tinha grande aceitação, hoje com tristeza tenho lutado

Como prometido, nesta edição você encontra a mere-cida homenagem

ao pastor Isaltino Gomes Coelho Filho. Nela você saberá um pouco da trajetó-ria do pastor querido pelos leitores de O Jornal Batista. E uma das características deixadas pelo pastor Isaltino é a volta à essência. Ao ler seus textos, alguns poderiam achá-lo radical, ou atrasado no tempo, mas o que foi

deixado por seus textos é a busca pela verdadeira es-sência de cumprir a vontade de Deus. Mais do que andar no modismo, a essência do verdadeiro cristão deve ser querer fazer a vontade de Deus.

Voltar à essência é viver num mundo corrompido, mas buscar a pureza vinda de Deus. É olhar o mundo com olhos críticos, buscan-do sempre ver a verdade de Deus. Como enfatizou

pastor Isaltino no texto que escreveu sobre a visita do Papa ao Brasil: “O Papa é simpático. E dispõe de um grande aparato midiático. É matéria que vende jornais e revistas. Mas não falou o que devia: que só Jesus Cristo salva”.

Voltar à essência é lembrar do Cristo Salvador antes de reclamar da vida. É acreditar no cuidado e amor de Deus, bem como espalhar com ações esse cuidado e amor.

É escolher os caminhos de Deus para viver, desde a roupa que vai vestir, qual palavra usar numa conversa, qual profissão seguir. Que seja pastor, músico, baila-rina, advogado, médico, secretária, mas que seja na essência a vontade de Deus.

Voltar à essência é viver com sede de Deus: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?” (Salmos 42.2). (AP)

As mensagens enviadas devem ser concisas e identificadas (nome com-pleto, endereço e telefone). OJB se reserva o direito de publicar trechos. As colaborações para a seção de Cartas dos Leitores podem ser en-caminhadas por e-mail ([email protected]), fax (0.21.2157-5557) ou correio (Caixa Postal 13334, CEP 20270-972 - Rio de Janeiro - RJ).

O JORNAL BATISTAÓrgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DOCONSELHO GERAL DA CBBFUNDADORW.E. EntzmingerPRESIDENTELuiz Roberto SilvadoDIRETOR GERALSócrates Oliveira de SouzaSECRETÁRIA DE REDAÇÃOArina Paiva(Reg. Profissional - MTB 30756 - RJ)

CONSELHO EDITORIALCelso Aloisio Santos BarbosaFrancisco Bonato PereiraGuilherme GimenezOthon AvilaSandra Natividade

EMAILsAnúncios:[email protected]ções:[email protected]:[email protected]

REDAÇÃO ECORRESPONDÊNCIACaixa Postal 13334CEP 20270-972Rio de Janeiro - RJTel/Fax: (21) 2157-5557Fax: (21) 2157-5560Site: www.ojornalbatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOSW.E. Entzminger,fundador (1901 a 1919);A.B. Detter (1904 e 1907);S.L. Watson (1920 a 1925);Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940);Moisés Silveira (1940 a 1946);Almir Gonçalves (1946 a 1964);José dos Reis Pereira (1964 a 1988);Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOSZacarias Taylor (1904);A.L. Dunstan (1907);Salomão Ginsburg (1913 a 1914);L.T. Hites (1921 a 1922); eA.B. Christie (1923).

ARTE: OliverartelucasIMPRESSÃO: Jornal do Commércio

Recomendo!• Sou assinante há déca-

das, e não consigo entender, como um pastor batista faz tão pouco caso deste veículo informativo e doutrinário, de suma importância para o crescimento da obra do Senhor Jesus Cristo. Nenhum pastor batista deveria deixar de lado O Jornal Batista, pois considero de extremo valor, para quem quer estar por dentro daquilo que vai pelas igrejas, convenções, CBB e tudo mais.

Quanto a mim, recomendo O Jornal batista a cada batis-ta, visto ser “nosso”, e o que é nosso, deve ser prestigiado e valorizado, tanto como prestigiamos e valorizamos nossas famílias.

Pastor Gustavo NeumannMarechal Cândido Rondon

muito para conseguir algu-mas assinaturas. Infelizmen-te os membros das nossas igrejas estão mais interessa-dos em ler os jornais secula-res, do que o nosso querido Jornal.

Por incrível que pareça já encontrei até pastor que não conhece este jornal, que tanto me faz bem. Eu não sou contra os jornais seculares, eu também gosto de ler, mas no caso de escolha eu fico com O Jornal Batista. Eu sou membro da Primeira Igreja Batista em Coronel Fabricia-no, sou o único assinante. Fiz minha primeira assinatura em 1952. Estou com 84 anos e só vou parar de ler este jornal quando eu morrer.

João Moreira da SilvaMembro da PIB Coronel

Fabriciano, MG

3o jornal batista – domingo, 20/10/13reflexão

GOTAS BÍBLICASNA ATUALIDADE

OLAVO FEIJÓ Pastor, professor de Psicologia

Fraco, para abençoar os

fracos

O apóstolo Paulo explica, de uma forma aparente-mente inadequa-

da, qual deve ser a atitude de empatia do cristão que pretenda ganhar vidas para Cristo. “Quando estou entre os fracos na fé, eu me tor-no fraco também a fim de ganhá-los para Cristo. Assim, eu me torno tudo para todos a fim de poder, de qualquer maneira possível, salvar al-guns” (I Coríntios 9.22).

Será que Paulo estará des-respeitando a ordem dada por Jesus “Que o ‘sim’ de vocês seja ‘sim’ e o ‘não’, ‘não’, pois qualquer coisa mais que disserem vem do Maligno” (Mateus 5.37)? O ensino de Jesus é sobre coerência e confiabilidade, nas conversas do cristão. No

ensino de Paulo, a ênfase é sobre a postura de empatia, no nosso esforço de dar tes-temunho de Cristo. Assim como Deus não é humano, mas usa linguagem humana, quando se revela aos seres humanos. Às vezes, a lin-guagem da Bíblia nos lembra um pai amoroso, explican-do princípios complexos a crianças de entendimento imaturo.

As fraquezas que Deus permite em nós é que nos capacitam a sentir a dor e a impotência que sempre enfrentamos, quando vemos as fragilidades das pessoas, nas tentativas, muitas vezes frustradas, de obedecer ao Senhor. Mas, graças a Deus, não somos nós quem con-vencemos: é o Espírito Santo (João 16.8).

Paulo CezarMembro da Igreja Memorial Batista de Brasília

Certa feita, em bre-ve d i scu r so em minha igreja, disse que três coisas me

provocam profunda emo-ção: criancinha, montanha e música. E expliquei o por-quê disso. Relativamente à música, a razão é que ela me faz olhar para dentro de mim mesmo. Não entendo música que não provoque introspecção, prazer intelec-tual e, sobretudo, emocional. E, no caso do louvor a Deus, espiritual.

Ouvir Haendel, Bach, Vi-valdi e Mozart, principalmen-te estes e nesta ordem, no meu caso, além de elevar-me o espírito, provoca emoções que só a boa música sabe despertar. Quantas vezes, um simples acorde solto no desenrolar de tema musical faz nascer, instantaneamente, e explodir, algo interno, qua-se inexplicável, que suplanta até mesmo o senso estético e se impõe como enlevo e emoção! A boa música me faz isso.

Cantei durante muitos anos em diversos coros das igrejas por onde tenho passado. Lembro-me da musicalização de um dos salmos de Davi. O compositor sacro deu ao poema uma interpretação melódica e harmônica de tal singeleza que, em determi-nado trecho, a modulação de passagem para um simples acorde era meu limite de au-tocontrole. A partir dali, tinha certa dificuldade de conti-nuar cantando, em razão daquele fluxo espontâneo, vindo do fundo de meu baú de emoções, que me embar-gava a voz.

Isto se repete, muitas vezes, durante o canto congregacio-nal em minha igreja. Simples emoções de um velho e avô? Somente isto? Com certeza, não!

Ouvi, recentemente, o som emitido por uma galáxia, situ-ada há milhões de anos-luz, captado por certo radiote-lescópio. É a antiga música do universo anunciando que Deus é o sublime composi-tor. Ele pôs boa música em tudo o que criou: no farfalhar dos ramos, no correr da brisa brejeira, no rugir soturno do furacão, no ribombar do

trovão, na flauta doce do rou-xinol, no acalanto da mãe, no riso cristalino da criança. O universo é música. A cria-ção é toda ela musical. Boa música! O nascimento do Salvador foi anunciado aos pastores por coro de milhares de anjos. Quem não gostaria de ter estado lá para ouvir? Um dia ouviremos...

Deus habita no meio dos louvores, diz-se. Mas louvar não é apenas cantar. No ce-rimonial de muitos cultos há um item, específico, destaca-do: momento de louvor. Nes-sa hora cantam, geralmente, apenas corinhos. Se as demais partes constantes da ordem do culto, inclusive os hinos tra-dicionais e a mensagem, não forem louvor, este não será culto verdadeiro, completo em todos os sentidos. Louvor é expressão de reconhecimen-to da divindade e do senhorio de Deus, é demonstração de gratidão, é oferta de vida integral. Quer no templo, no lar, na rua, onde estivermos, seja em grupo ou individu-almente, nossa vida deve ser um louvor a Deus. A música sacra há que ser a expressão desse viver.

Nosso tempo pós-moderno, neste que Tom Sine chama MacMundo, tem relativizado o sentido da boa música. Re-lativizado e banalizado. Até mesmo em muitas de nossas igrejas.

Nem sempre o pós-mo-dernismo significa avanço e bom gosto. Com isto não quero dizer que não exista música popular, erudita ou sacra, de nível elevado em nossos dias. No cancioneiro brasileiro encontram-se joias raras, de valor inestimável. Em contrapartida, você há de concordar, no caso da música popular está sendo comum o uso de letras sem sentido ou intencionalmente de duplo sentido e baixo nível moral. É o mau gosto musical e a cínica falta de respeito impingidos à socie-dade, e à saciedade, por ma-nipuladores inescrupulosos da opinião pública, em ata-ques diuturnos, sistemáticos e massificadores.

Outro desvio é a imposição de estilos musicais padroni-zados, que sufocam e deixam em desuso o sentimento e a cultura regionalistas.

Será tática de marketing o vencer pela repetição, pelo

cansaço, pela falta de oferta de opções? Faça um teste: pergunte a muitos de nossos contemporâneos, particular-mente aos mais jovens, se, por exemplo, sabem cantar o Luar do Sertão, as músicas de nosso rico folclore, os nossos hinos pátrios. E se gostariam de fazê-lo. Creio que a res-posta muitas vezes será ne-gativa (Tomara que eu esteja enganado!). Se assim for, a culpa cabe a eles, tão somen-te? Não! Antes de tudo, isso é fruto da massificação dita musical imposta em todas as mídias. O canto orfeônico deixou de ser matéria do currículo de nossas escolas. Entoar os hinos pátrios, pare-ce, tornou-se o “maior mico”. O que tenho observado, fato incontestável, é a imposição, goela abaixo, de um gosto, no mínimo discutível, na maioria das atuais manifesta-ções musicais.

Parafraseando William Shakespeare, é muito baru-lho por nada. Na maioria de nossas igrejas o Cantor Cristão caiu em desuso. O HCC vai pelo mesmo caminho. Não posso ser contra o cantar co-rinhos, desde que não sejam apenas estes e que tenham lógica em sua mensagem. Muitos são de excelente qua-lidade, ternos e profundos em sua mensagem, acessíveis, de modo especial, às crianças. Muitos, porém, afrontam, cla-ra ou despercebidamente, as doutrinas neotestamentárias que integram a declaração de fé dos batistas.

A música de louvor é ex-traordinário meio de aproxi-mação, ou reaproximação, da criatura com o Criador. E de convencimento que leva à conversão, porque toca, ao mesmo tempo, coração e mente.

Louvo e agradeço o per-sistente empenho do irmão Rolando de Nassau em defe-sa da boa música em geral, e especialmente da sacra, entendida esta como a que deve ser entoada em nossos templos, em louvor a Deus.

Como pais temos o dever de cultivar em nossos filhos o gosto pela música de qualida-de, seja de que categoria for. Uma boa educação musical se inicia no recesso do lar. A boa cultura musical faz parte da formação de expressiva parcela de povos mais desen-volvidos.

Mas, se ela se inicia no lar, tem que continuar na igreja. Não apenas para simples re-torno ao bons e velhos hinos evangélicos, de autores bra-sileiros ou não, mas, muito além e acima disto, porque nosso Deus, que nos dá de graça tudo o de melhor, me-rece um retorno na mesma medida.

Música não é placebo. Mú-sica é remédio certificado

para o espírito. Música sacra é remédio certificado para a alma. Não existe para entrar por um ouvido e sair pelo outro. Existe para penetrar no fundo da mente e do cora-ção, para fazer vibrar as cor-das mais sensíveis da alma, para subir como cheiro suave ao Senhor. E até mesmo para embargar a voz de quem a escuta ou entoa.

Pensemos, todos, nisto.

4 o jornal batista – domingo, 20/10/13 reflexão

PARÁBOLAS VIVASJoão Falcão Sobrinho

O cuco é uma ave típica da Europa, conhecida pelo seu canto estri-

dente, que pode ser ouvido a um quilômetro de distância e que anuncia a chegada da primavera. Os cucos emi-gram para o norte da África no inverno e retornam com o advento da primavera. Na sexta sinfonia de Beethoven, há um momento em que os moradores da vila caminham até o bosque e ficam em si-lêncio para ouvir o cuco. Ao ouvir o seu canto, o povaréu prorrompe em gritos, danças e abraços saudando a che-gada da estação das flores. O inverno passou, é hora de começar a plantar a vida nos campos até então cobertos de neve.

Não se iluda, porém, com o romantismo dos acordes da pastoral de Beethoven. O cuco é uma ave parasitária, que nada tem de romântico no seu cotidiano. Ele não constrói seu ninho como todas as aves, mas a fêmea põe os seus ovos nos ninhos de outros pássaros, tomando o cuidado de jogar no chão um dos ovos ou mesmo um dos filhotes já nascidos, para que os donos do ninho não desconfiem que sua casa foi invadida. O ovo do cuco leva doze dias sendo chocado e quando nasce, o filhote joga no chão os ovos ou as crias dos donos do ninho, passando a receber todas as atenções e alimentos dos pais adotivos. As aves cujo ninho foi invadido se desdobram para poderem alimentar o exigente filhote do cuco. Uma fêmea de cuco pode invadir vários ninhos alheios para depositar seus ovos, jamais colocando dois ovos no mesmo ninho porque ela sabe que se o fizer, um dos seus filhotes será expulso do ninho pelo outro.

Ao ler sobre esses hábitos do cuco, logo me lembrei de que há, em nossas igrejas, muitos crentes que não cons-troem seus próprios ninhos espirituais, não são dizimis-tas, mas se aproveitam da fi-delidade dos outros. Esperam que outros paguem as contas de água e luz para que eles tenham a sua aguinha gelada no verão; outros irmãos pa-gam o salário do pastor que eles possam ter assistência espiritual; outros que paguem

as despesas de zeladoria para que eles tenham bancos lim-pos onde sentar-se para assis-tir aos cultos. Não raro, esses crentes são os mais críticos e exigentes na administração do dinheiro da igreja. Em certa igreja, a equipe de lou-vor criou a maior quizumba na assembleia, exigindo que fosse aprovada a compra de novos instrumentos musicais. O tesoureiro da igreja, irmão muito respeitado, pediu a palavra e informou à igreja que até aquela data, nenhum dos componentes da equipe contribuía com um centavo sequer para o sustento da igreja. Eram os cucos de plan-tão, aves parasitas, querendo pôr seus ovinhos no ninho construído pelos outros. Um deles ainda argumentou di-zendo que eles já estavam dando o seu trabalho de gra-ça para a igreja, mas o tesou-reiro sabiamente lembrou que os professores da EBD e outros obreiros também tra-balhavam para a igreja como voluntários sem nada exigir senão a satisfação de pode-rem trabalhar para Deus.

Na minha longa jornada denominacional, conheci “pastores cucos”, que inva-diram ninhos já construídos para ali botarem os seus ide-ais ministeriais, muitas vezes jogando fora os filhotes que lá encontraram. Sem exce-ção, porém, esses ministérios invasores não prosperam por-que, como dizia o querido irmão Rubens Freitas, “Tudo o que começa ruco-ruco, aca-ba truco-truco”. O problema não é novo, como podemos ler em Romanos 15.20, onde Paulo diz, em outros termos, que não quer ser um “missio-nário cuco”, edificando sobre fundamento alheio.

O canto do cuco anuncia a chegada do tempo de alegrar--se, pois o gelo acabou e aí vem o verão. Aliás, o nome “primavera” vem do latim e significa “primeiro verão”. É o começo de uma época de luz, calor e festas, antes do outono, tempo de colher e aproveitar o que se plantou. O meu desejo é que não haja entre os meus leitores, nenhum “crente cuco” e ne-nhum “pastor cuco”, mas que todos sejam operosos em construir seus próprios ninhos, onde depositem os seus sonhos para o Reino de Deus.

Nilson DimarzioPastor, colaborador de OJB

Não poder ia ser mais sugest ivo o tema proposto para a Campanha

de Missões Nacionais para este ano. Sugestivo e desa-fiante, eis que viver para a glória de Deus é a meta prio-ritária do verdadeiro cristão. No dizer do teólogo João Calvino, em suas famosas Institutas da Religião Cristã, “O fim do homem é glori-ficar a Deus e gozá-lo para sempre”. O que se ajusta per-feitamente com a revelação divina, através do apóstolo Paulo: “Portanto, quer co-mais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (I Coríntios 10.31).

A Junta de Missões Nacio-nais da Convenção Batista Brasileira, pela sua atuação abençoadora, desde 1907, demonstra vivenciar o tema proposto. Em seu trabalho meticuloso e produtivo, ela nos ensina que viver para a glória de Deus é atender o chamado divino para a con-quista de vidas para Cristo e sair a campo, na depen-dência do Espírito Santo, visando atingir o objetivo colimado. O lema da Junta é conquistar a Pátria para Cristo através da pregação do evangelho, mas a sua atuação se espraia também para as áreas da educação e de assistência social, através dos grandes colégios manti-dos no sertão, dos Orfanatos, onde são abrigadas crianças desamparadas.

O programa de ação social da Junta promove a resocia-lização em vários âmbitos. Assiste menores em situação de vulnerabilidade social, marginalizados, presidiários e seus familiares, apoia gru-pos minoritários como surdos e ciganos, entre outras ações realizadas por meio das fren-tes missionárias espalhadas pelo país, sem esquecer a grande obra de evangeliza-ção e integração realizada entre os índios. Pelo vasto trabalho que realiza e pelas vitórias alcançadas, a Junta atravessa uma fase áurea de sua história.

Os 648 missionários espa-lhados pelo país, são homens e mulheres de Deus que, ao ouvir o chamado não se fize-ram de rogados, mas, cada um deu a positiva resposta: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6.8). Nomeados e orientados sabiamente pela Junta, esses valorosos obrei-ros têm sido uma bênção promovendo o crescimento do reino de Deus. Ao longo de sua história, dedicados servos de Deus têm atuado como secretários executivos, desde L.M. Bratcher, David Gomes e outros que muito contribuiram para o seu pro-gresso. O atual Diretor Exe-cutivo é o pastor Fernando Brandão que, desde 2007, por sua dedicaçãoe eficiência conta com o apoio dos batis-tas brasileiros.

Pelas grandes vitórias al-cançadas em sua gestão, ele pode ser considerado o “The right man in the right place” (O homem certo no lugar certo). Deus o tem usado poderosamente, tanto na superação de obestáculos, quanto na ampliação do tra-balho da Junta em todas as frentes. Haja vista, o que vem acontecendo na área de combate às drogas. Um gravíssimo problema que o poder público não consegue resolver, mas a Junta o vem enfrentando com coragem, determinação e, na depen-dência de Deus, alcançando sucesso. O flagelo do crack - uma das drogas mais mortí-feras inventadas por Satanás para destruição da juventude - tem sido enfrentado cora-josa e eficientemente pela JMN. As Cracolândias de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e outras cidades são trans-formadas em Cristolândias, onde os usuários da terrível droga encontram amparo, compreensão, ajuda material e espiritual. Centenas deles já foram libertados e hoje louvam ao Senhor que deu um novo sentido às suas vi-das. Dezenas deles formam um Coral que tem edificado o povo de Deus em vários eventos denominacionais, inclusive durante a última Assembleia da CBB em Ara-caju. Como é emocionante ouvi-los cantar e testemunhar

do poder transformador do evangelho em suas vidas!

Porém, amados leitores, a obra missionária ainda está longe de sucesso absoluto. O Brasil é um país continen-tal, e grande parte da sua população ainda vive sob o domínio da idolatria, do fe-tichismo, das religiões pagãs e da ignorância. A mensagem de L.M. Bratcher pouco antes de morrer ainda ressoa aos nossos ouvidos: “Ainda há muita terra para ser possui-da”. Daí porque, a Junta de Missões Nacionais, não só para a mantença do seu tra-balho, mas para a ampliação do mesmo, necessita das ora-ções do povo batista e de re-cursos materiais e humanos. O número de missionários precisa ser aumentado, mas só o será mediante maior liberalidade das nossas igre-jas. Infelizmente, há igrejas que não estão cooperando, realizando apenas o seu tra-balho local, sem a visão dos campos brancos para a ceifa.

O momento é, pois, de um despertamento espiritu-al voltado para as missões, no desejo de ver um maior número possível de vidas resgatadas do pecado. Jesus viu a desproporção entre a imensidão da seara e o diminuto número de obrei-ros. Daí o seu imperativo: “Rogai ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara” (Mateus 9.38).

Onde estão os futuros obreiros para a seara do Mes-tre? Estão em nossas famílias, em nossas igrejas. E aqueles que se sentem chamados, devem atender prontamente e se prepararem para desem-penho da grande missão, a mais importante que qual-quer mortal pode realizar.

Vem a calhar o apelo de um dos nossos hinos: “Oh, onde os obreiros pra traba-lhar nos campos tão vastos a lourejar? A causa requer prontidão, vigor. Oh, quem quer ceifar com desvelo e ardor? Onde os obreiros? Oh, quem quer ir, nos campos tão vastos a escassez suprir? Quem quer decidir hoje a se entregar, e os frutos benditos arrecadar?” (Cantor Cristão, n°434).

5o jornal batista – domingo, 20/10/13reflexão

vida em famíliaGilson Bifano

No último artigo pu-blicado nesta co-luna, abordamos a importância dos

pais não irritarem seus filhos. Alistamos várias situações em que isto pode acontecer.

No mesmo versículo bíbli-co (Ef 6.4) o apóstolo Paulo afirma que, em contrapartida, os pais (pai e mãe) devem criar seus filhos na doutrina e admoestação do Senhor. A tradução Almeida, da Im-prensa Bíblica Brasileira, usa as palavras “disciplina e ad-moestação do Senhor”. A NVI (Nova Versão Interna-cional) já usa “instrução e conselho do Senhor”.

A palavra grega para dou-trina, disciplina e instrução é “paideia”, que, em sua es-sência, indicava a disciplina usada para corrigir a trans-gressão da lei e ordenanças da família. No contexto da cultura grega denotava a um ideal de formação educacio-nal, que procurava desen-volver o homem em todas as suas potencialidades, de tal maneira que pudesse ser um melhor cidadão.

Pais que desejam criar fi-lhos segundo as orientações bíblicas, apontadas pelo apóstolo Paulo, devem, en-tão, valorizar a disciplina, apropriando o termo usado pela NVI.

Na Bíblia encontramos re-comendações claras para que os pais não se negligenciem a disciplina no processo da criação de seus filhos (Dt 8.5; Pv 3.11, 5.23, 6.26, 10.17,23.13; Hb 12.7,8).

Pais precisam se conscien-tizar, de uma vez por todas, que seus filhos não somente precisam ser disciplinados, mas a desejam. Pais que não disciplinam seus filhos são desobedientes às orienta-ções bíblicas. A disciplina acompanha, com certeza, a exortação, a instrução e o consolo.

Alguns aspectos importan-tes sobre a disciplina: A dis-

ciplina é usada para corrigir e treinar a criança a seguir no caminho certo. Quando pais disciplinam seus filhos devem ter isto em mente. Embora seja difícil muitas vezes, o alvo da disciplina é ensinar os pequeninos a seguir os caminhos certos na vida (Hb 12.11).

Há uma cena interessante no filme “Meu nome não é Jonny” que ilustra este pon-to. Quando criança, João Guilherme Estrela, o perso-nagem principal do filme, que na vida adulta é inter-pretado por Selton Mello, faz estourar uma bomba co-nhecida como “cabeça de nego” em plena sala. O pai, mesmo sabendo do perigo, não disciplinou. Pelo con-trário, associou aquele fato, o estourar da bomba, ao gol do Vasco, time para qual tor-cia. Se tivesse disciplinado, provavelmente seu filho não teria trilhado o caminho das drogas e do tráfico.

Uma outra verdade: Um pai que não disciplina seus filhos está deixando de demonstrar o seu amor para com eles (Hb 12.6; Pv 13.24). Pais que amam, disciplinam. Deus dá prova do seu amor, não somente por nos dar Jesus Cristo (Jo 3.16), que é a maior prova do quanto nos ama, mas também por nos disci-plinar, enquanto filhos seus.

A disciplina, segundo as orientações bíblicas, inclui o aspecto físico. Por mais que vejamos movimentos con-trários à disciplina física, ela é recomendada nas páginas da Bíblia. Entretanto, alguns lembretes: Não deve levar a danos fisícos, deve ser ade-quada, moderada, benéfica, apropriada, controlada, cor-retiva e amorosa (Pv 22.15. 23.14, 29.15).

A disciplina é a segunda coluna de sustentação para criar filhos, segundo Paulo. A outra é a admoestação, conforme refletiremos no próximo artigo.

Vilmar PaulichenPastor e colaborador de OJB

Quem nunca errou? Podemos errar falando (Tg 3.2), no uso do dinhei-

ro, no uso do tempo (Ef 5.16) e até errar simplesmente por ignorância (Sl 19.12). Ser humano é fato suficiente para errar. Mas existem erros mais graves que outro, a ponto de ser fatal para nossa vida espiritual. É a rejeição inten-cional da vontade de Deus, depois de ter se comprome-tido a obedecer.

“Estejam certos disto: Eu hoje os advirto que vocês cometeram um erro fatal quando me enviaram ao Se-nhor, ao seu Deus, pedindo: ‘Ore ao Senhor, ao nosso Deus, em nosso favor. Diga--nos tudo o que ele lhe falar e nós o faremos” (Jeremias 42.19b,20).

O contexto da narrativa aci-ma, no livro de Jeremias, diz que apenas um remanescente de israelitas havia restado. Quem não morreu duran-te a invasão de Jerusalém, acabou sendo levado como prisioneiros à Babilônia, ou conseguiu fugir. O erro fatal foi cometido por fugitivos (Jr 42.1-3). O problema daque-les fugitivos é o problema de muitos incrédulos hoje, que após saber qual é a vontade do Senhor, preferem fugir, porque não creem a ponto de obedecer.

Esse grupo de fugitivos pe-diu que o profeta orasse por-que não sabiam o que fazer. De fato, a oração é bênção em todos os sentidos da nos-sa vida, seja como gratidão, intercessão ou súplica. Mas aquelas pessoas tinham a in-tenção errada; queriam uma resposta que se “adaptasse” ao coração deles. Sempre que alguém procura a Deus dessa forma, o resultado é fa-tal. A perfeição está na Pala-vra de Deus e não no coração humano. Nosso coração é tão complicado que precisamos da ajuda do Espírito Santo para orar (Rm 8.26).

A oração faz mal para quem não tem certeza que Deus sempre está certo. Quem pensa que Deus pode estar errado vive sofrendo, pois ao saber o que deve fazer, deci-de seguir outro caminho, e isso significa seguir o engano do próprio coração (Jr 17.9).

Para muitas pessoas, Deus não passa de mais um “con-sultor” dentre outros; os que se aproximam de Deus com esse pensamento, nunca che-gam a conclusão que não existe outra fonte de verdade. Sabem a vontade do Senhor, mas vivem com o coração cheio de razão, como se Deus estivesse errado. Ignorar a vontade do Senhor é um erro fatal. Inevitavelmente terá que seguir a vontade do próprio coração, de onde nasce o en-gano, as imoralidades sexuais, os roubos, os adultérios (Mc

7.21,22). Feliz quem descon-fia do próprio coração, e não teme contrariar a opinião da maioria (Sl 1.1).

Quem se deixa dominar pelo próprio coração chega ao final da vida acumulado de fracassos. O ser huma-no tem pressa de ser feliz, mas não tem paciência para se dedicar a oração, e nem domínio próprio capaz de fazê-lo parar e pensar se sua escolha está certa. Consultar o Senhor é inútil sem fé e determinação de obedecer (Jr 44.16).

Se você deseja saber qual é a vontade do Senhor, será inútil consagrar as mãos, pés, ouvidos e olhos à obediên-cia, sem antes oferecer seu coração, pois dele depende toda a nossa vida (Pv 4.23). Transformação que não en-volve o coração dura pouco. A transformação que começa no coração é essencial porque faz parte do plano do Senhor (Jr 31.33). No coração trans-formado pela Graça de Deus, o arrependimento e confissão têm mais valor do que o orgu-lho e a culpa (Sl 32.5).

A vida dominada pelo pe-cado é cheia de fatalidades. A maior fatalidade é a morte. Mas quem tem a Graça de Deus, tem esperança eterna (Rm 6.23). Se você já sabe qual é a vontade do Senhor, então obedeça. Deus enviou seu Filho ao mundo (Jo 14.6), para nos livrar de cometer o erro fatal (Pv 16.25).

6 o jornal batista – domingo, 20/10/13

Alexandro Albino de OliveiraPastor em Inhapim

Chegar aos 108 anos não é para qualquer um não. Imagina então, alcançar essa

marca com a saúde física e mental em perfeito estado? Este é um desafio para a ci-ência e é o sonho de muita gente. Para irmã Leonídia Maria da Silva, moradora do distrito de Santo Antônio de Inhapim isso é simplesmente a história de uma vida de muito trabalho e alegria.

Com os passos firmes, uma fala mansa, pensamentos em ordem e um sorriso cativante, ela leva sua rotina. Acorda, arruma a casa, faz comida, vai a igreja todas as quartas feiras e domingos e partici-pa do grupo da 3ª Idade do distrito.

Uma pessoa simples e amo-rosa. Irmã Leonídia é mãe de 13 filhos, avó de 80 netos, 79 bisnetos e alguns tatara-netos. Nasceu em Tabuleiro do Pombo de Juiz de Fora, onde passou a infância com a família. Ela conta que chegou a conhecer a tataravó, que também passou dos 100 anos de idade. “Sou neta de nego da senzala, minha tataravó era mucama de sinhá. Foi ela que viveu mais da minha família, o resto, nenhum pas-sou dos 100”, afirma.

Ela conta que sua mãe era professora na fazenda onde moravam e que também fre-quentou a escola e aprendeu a ler e escrever. “Estudei o manuscrito, até o terceiro ano do manuscrito. Sei algu-mas coisas... Naquela época

a gente respeitava os profes-sores, na hora da merenda a gente pegava o prato e as cozinheiras colocavam o que tinha e todos comiam satisfeitos, hoje menino quer escolher até o que comer. Sempre dei valor aos estudos e pedi a todos os meus filhos que estudassem”.

Aos 17 anos, ela e o marido se mudaram para Inhapim, onde se casaram e tiveram os filhos. “A gente veio com o pessoal dos Rochas, trabalha-mos muitos anos na fazenda deles, criei meus filhos lá, mas só depois de muitos anos é que arrumamos a nossa ca-sinha aqui no Santo Antônio. Eu me lembro bem que aqui ainda nem era BR, era só uma estrada com muita plantação de batata ”, conta.

A vida para irmã Leonídia nunca foi fácil, mas ela se orgulha de ter conseguido criar os filhos. “Era muito criolinho. Eu e o meu ma-rido trabalhávamos demais na roça. Eu apanhava café, roçava e capinava. Já che-guei a trabalhar o dia inteiro comendo o resto de comida dos companheiros, mas para os meus “criolinhos” nunca faltou alimento. Naquela época não tinha muito arroz, mas sempre tinha um angu de fubá, um angu de banana, feijão ou uma canjiquinha”.

Criação dos filhosIrmã Leonídia lembra que

sempre tratava os filhos com muito amor, mas quando eles brigavam entre si, ela não hesitava em corrigi-los. “Não era de bater não, bastava um simples olhar para que eles ficassem quietos, mas tinha

uma correia pendurada na sala e às vezes tinha que usá-la”.

Os filhos cresceram e ela viu cada um seguir o seu caminho. “Alguns passaram uma vida mais difícil, outros seguiram por uma estrada mais tranquila. Criei ainda quatro netos e cuido até hoje da minha filha que tem pro-blemas mentais. Ela tem 62 anos e mora comigo. Até hoje eu sou o socorro dos meus filhos e netos. Muitas vezes a gente diz que não vai ajudar, mas o coração não aguenta e acaba fazendo”.

Otimismo e conformaçãoPara Irmã Leonídia, “Deus

é o dono de todas as coisas, por isso sempre preferi ver o lado bom da vida e nas horas de tristeza, recorro ao Cria-dor. Quando nascia um filho era uma grande alegria, mas quando um morre é como tivesse arrancado o meu co-ração, mas Deus sempre me deu força para superar as dores e também conformação para seguir a vida sem amar-gura”, declara.

Dos 13 filhos, apenas cin-co estão vivos. “Vi os meus filhos nascerem e morrerem e Deus vai me deixando aqui. Não posso reclamar da vida não. Tive uma vida muito boa”, comenta a centenária.

Segredo da juventudeNo alto dos seu 108 anos,

irmã Leonídia goza de uma saúde perfeita, sem qualquer doença típica da terceira ida-de. Ela explica que o único problema mais grave que teve foi uma queimadura nos braços e nas costas. “Foi há

pouco tempo... Estava fritan-do biscoito de polvilho e o meu casaco pegou fogo, fora isso, nunca tive nada”.

Para gastar a energia, dona Leonídia frequenta o Grupo da Terceira Idade do distrito. Segundo a coordenadora do projeto, Marília Sales, ela é a grande animadora do grupo. “É sempre a primeira chegar e a última a sair. Ela vai conosco em todos os passeios que fazemos. Todos gostam da sua companhia e onde a gente chega ela faz amizade”.

A agente de saúde do PSF de Santo Antônio do Inha-pim, Aline da Silva, comple-ta que “Dona Leonídia tem uma saúde de ferro. A gente acompanha a saúde dela e parece que ela tem 60 anos”.

Elas contam ainda que no distrito, a centenária tem lugar garantido no coração da comunidade. “Desde que ela completou 100 anos, a comunidade e os familiares dela fazem a festa dela na rua”. De acordo com a jovem senhora de 108 anos, ela nunca bebeu e nem fumou, “mas sempre curti a vida com a minha família”.

Mas qual será mesmo o segredo da jovialidade de dona Leonídia? O segredo ela disse não saber, mas acredita que a fé em Deus é a ex-plicação para uma vida tão longa e boa. “Já fui católica, hoje sou evangélica, adoro participar da escola domini-cal, ficar vendo as crianças aprenderem a Bíblia, mas acredito em Deus acima de tudo e não falo mal de igreja nenhuma. Estou aqui até hoje porque Deus quer e quando

ele quiser me levar será a hora certa”, ressalta. Dona Leonídia ainda completou: “Quero morrer sorrindo, pois chorando eu já nasci”.

Conversão e batismoNo ano de 1981, alguns

membros da Primeira Igre-ja Batista de Inhapim que estava sobre o pastoreio do pastor Eliel Genilhú, resolve-ram realizar um trabalho de evangelismo no bairro Santo Antônio, que é um bairro um pouco distante e muito carente. Na ocasião estavam presentes os irmãos: Silvo Rocha, Lizete Almeida, Maria Dutra, Lêda Lígia e a irmã Maria Genilhú que foi quem pregou naquela tarde.

Ao ouvir a palavra de Deus irmã Leonídia entregou sua vida a Jesus juntamente com mais três pessoas de sua famí-lia, seu esposo ainda acama-do também aceitou à Cristo e faleceu meses depois. No ano de 1982, irmã Leoní-dea foi batizada, tornado-se membro da Primeira Igreja Batista de Inhapim, na qual está “firme” até hoje. Com 108 anos ela é um exemplo de fé e perseverança. É a primeira a chegar na Igreja, e quando termina o culto temos que convencer ela a deixar que um dos irmãos a leve em casa. Sempre assim sorrindo e respondendo a quem pergunta o motivo de tanta disposição: “Deus é quem cuida de mim”.

Louvo a Deus por ter o privilégio de junto com meu pai, Pr. José Albino de Oli-veira, pastorear uma ovelha tão especial como a Irmã Leonídea.

Alegria e Fé pode ser o segredo para chegar aos 108 anos com

muita saúde e disposição

Irmã Leonídea com seu bolo Pr. Alexandro e sua esposa Priscila e filha Ana Clara

Irmã Leonídea com os membros da PIB Inhapim

notícias do brasil batista

7o jornal batista – domingo, 20/10/13missões nacionais

Ana Luiza MenezesRedação de Missões Nacionais

Ao longo dos anos, temos desenvolvido trabalhos na área de ação social em

todas as regiões brasileiras. São programas e projetos de diversas áreas temáticas voltados para diferentes fai-xas etárias e grupos sociais, com objetivo de promover a inclusão social e propagar o evangelho de Cristo. Por décadas, os lares batistas têm não apenas acolhido crianças e adolescentes, mas também oferecido acesso à educação, cultura, saúde, música, nutri-ção, esporte, profissionaliza-ção e cidadania, entre outros benefícios.

Em Barreiras (BA), encon-tra-se o Lar Batista David Go-mes, fundado em 1967 pelo Pr. Edval Sodré. Desde seu início, tem recebido (após en-caminhamento do Conselho Tutelar e Ministério Público) crianças em vulnerabilidade social, com vínculos familia-res rompidos ou fragilizados. A faixa etária atendida varia entre 2 e 18 anos de idade. Durante o tempo de acolhi-mento, esses menores são assistidos em suas necessi-dades físicas, emocionais e espirituais.

Rodrigo Leonel dos Santos chegou ao LBDG aos 10 anos de idade. Antes, ele viveu nas ruas onde dormia, pedia comida e também cometia furtos para se alimentar e se vestir. Ele conta que se adap-tou bem ao lar batista, pois sabia que aquele lugar era o melhor para ele. No mesmo ano em que chegou, Rodrigo aceitou a Jesus, experiência que ele descreve como a melhor de sua vida. Em maio de 1999, ele foi batizado e ficou no Lar até completar a maior idade. “Atualmente, sou 3º sargento temporário do Exército Brasileiro em Barreiras. Tenho minha re-sidência própria, estou con-

cluindo o curso de Direito e o mais importante: tendo minha maravilhosa benção que é minha esposa, Tayse - benção especial de Deus. Este é o Deus que caminha por 10 anos no vale com seu filho, e nunca me deixou só”, disse ele.

Do Lar Batista F.F. Soren, localizado em Luzimangues (TO), também saem pessoas com histórias de superação, que comprovam o quanto Deus tem usado esta obra para abençoar vidas. Funda-do em 1942 pelos missioná-rios Pr. Francisco e Beatriz Colares, na cidade de Itacajá (TO), tem hoje, no novo en-dereço, uma das maiores estruturas físicas e sociais do Estado do Tocantins e é mantido pela igreja batista e outros colaboradores. “Cada dia é um desafio: crianças para cuidar, arrumar, enviar para a escola, dar o refor-ço escolar, ensinar valores morais e espirituais com a Palavra de Deus. Sentimos as misericórdias do Senhor sendo renovadas em nossas vidas”, relataram os diretores Pr. Robson e Judite Perei-ra, que ressaltaram o apoio de voluntários no funciona-mento diário do Lar. Além disso, os diretores fazem o apelo por voluntários que possam passar um tempo no Lar, ajudando no cuidado dos residentes, durante as

férias dos missionários. Entre novembro e fevereiro, eles recebem voluntários que precisam apenas arcar com a passagem de ida e volta para o Tocantins, pois hospeda-gem e alimentação ficam a cargo do lar. Para tanto, é necessário apresentar carta de apresentação do pastor de sua igreja e entrar em contato pelo e-mail: [email protected] .

Débora Cristina Ribeiro é fruto da dedicação do povo batista. Aos 9 anos de idade perdeu sua mãe e foi acolhi-da no LBFFS, onde conheceu a Cristo e teve acesso a uma boa educação. Quando lá chegou, já havia passado por um lar adotivo, onde não teve uma boa experiência. Segundo ela, sua vida no lar mudou de maneira posi-tiva. Ela, que antes tinha se acostumado a gritos e surras, tornou-se disciplinada sem que precisasse apanhar, pois as missionárias que ajudaram em sua criação procuravam sempre conversar quando não apresentava um bom comportamento. Passou a frequentar a Primeira Igre-ja Batista em Itacajá, onde participava da EBD e das Mensageiras do Rei. Débora saiu do lar aos 18 anos (idade limite para permanência no Lar) e em seguida foi aco-lhida pela Segunda Igreja Batista em Palmas (TO), por

meio do projeto República da Amizade do qual ela ainda faz parte. Tendo concluído o ensino médio, ela atualmente está com 21 anos e estuda Jornalismo na Universidade Federal do Tocantins. “Deus mudou minha vida por meio do Lar Batista. Conheci crian-ças lá com histórias de vida ainda mais sofridas que a minha, e vê-las sorrindo me fez perceber o quanto fui e continuo a ser abençoada pelo Senhor. Deus transforma vidas através do Lar Batista e daqueles que o têm servido ali. Eu sou mais um dos frutos de investimento nele. Vale a pena orar, vale a pena dedi-car tempo a ele e fazer algo por ele”, concluiu.

A irmã Joana D’arc Teixeira da Silva também é um exem-plo de vida transformada por Cristo por meio de um proje-to missionário que acolheu crianças. Ela cresceu no Lar Espírito Santense da Crian-ça (LESC), também fundado pelo Pr. Francisco Colares, em Alegre (ES), em 1958. Ela foi levada para a instituição aos 3 anos de idade e conta que ali passou sua infância e adolescência, tendo conhe-cido a Cristo e se batizado aos 17 anos. Aos 18 anos, foi enviada para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje com seu esposo e filhos. “A base de ensinos bíblicos que recebi destes missionários

me ensinou como eu deveria enfrentar a vida digna. Além do alimento espiritual, rece-bíamos tudo o que precisáva-mos graças às ofertas vindas de várias igrejas batistas”, conta Joana, que hoje sendo membro da IB em Agostinho Porto, São João de Meriti (RJ), faz questão de incentivar crianças e pessoas de outras idades a amarem e investirem em missões.

O LESC continua receben-do crianças e seu atual dire-tor é o Pr. Samuel Colares. Ex-internos têm provomido reencontros e visitas ao lu-gar que um dia os acolheu e mudou suas vidas. Interceda por todos os projetos missio-nários que são usados pelo Senhor para acolher e assim abençoar a Nova Geração.

Vidas transformadas nos Lares Batistas

Joana (na primeira fila, terceira menina da dir. para a esq.) no LESC em 1964 e hoje com sua família

Débora Cristina foi criada no LB F.F. Soren e hoje estuda jornalismo na UFT

Fachada dos lares F.F. Soren e David Gomes

8 o jornal batista – domingo, 20/10/13 notícias do brasil batista

9o jornal batista – domingo, 20/10/13notícias do brasil batista

10 o jornal batista – domingo, 20/10/13 notícias do brasil batista

Anderson Camino RodriguesPastor da PIB em Volta Redonda, RJ

Com o tema, “Os de-safios da nova gera-ção”, baseado nos Salmos 24.6, a Pri-

meira Igreja Batista em Volta Redonda comemorou neste último fim de semana, no seu templo, situado na Rua Doutor Altair Nogueira da Silva, 180, bairro São João, os seus 71 anos de organização. Formam dois dias de muita celebração e gratidão a Deus por uma história tão abençoada.

Sendo a segunda igreja evangélica mais antiga de Volta Redonda e pioneira do trabalho batista na região, a Primeira Igreja Batista em Volta Redonda foi organiza-da no dia 20 de setembro de 1942. Há 71 anos vem anun-ciando Jesus Cristo como único e suficiente Salvador daquele que está perdido.

As comemorações deram início no dia 22 de setembro,

domingo, com a participa-ção do coral da Igreja, sob a direção do maestro Willian Esteves Louback e do grupo Betânia, composto por vozes masculinas. Ambos os con-juntos musicais trouxeram inspiração para a Igreja. A pregação da Palavra ficou a cargo do pastor Sócrates de Oliveira, Secretário Execu-tivo da Convenção Batista Brasileira, que nos trouxe

uma mensagem bíblica aben-çoada. Todos deixaram o templo com seus corações renovados.

As celebrações continu-aram na segunda-feira, dia 23 de setembro, com um grupo bem representativo de irmãos, a Igreja estava cheia, apresar de ser uma segunda--feira. O culto contou com a presença de vários pastores da região. O irmão Jairo Au-

gusto Parreiras Silva louvou ao Senhor com duas músicas. A pregação da Palavra ficou por conta do pastor Robson Ramos da Primeira Igreja Ba-tista em Resende que, tendo como base o texto de Marcos 2.1-12. Ele desafiou a Igreja a ser relevante nesta nova geração. O culto foi encer-rado com a participação da congregação na Ceia da Co-munhão. Foi um momento

de muita alegria espiritual. Após o culto, foi oferecido um delicioso bolo.

A Igreja continua cami-nhando em paz, com muitos projetos a serem realizados em várias áreas de ação. Es-peramos continuar impactan-do esta nova geração, pois acreditamos que o coração de Deus se alegra quando caminhamos em obediência à Sua vontade.

Os desafios da nova geração na PIB em Volta Redonda

Pr. Robson Ramos da PIB em Resende, um dos pregadores Pr. Sócrates de Oliveira, Secretário Executivo da Convenção Batista Brasileira

Curso de música do Seminário do Sul tem aprovação do MEC

Oferecido há meio século pelo Se-minário Teológi-co Batista do Sul

do Brasil, o curso de Mú-sica agora tem autorização concedida pelo Governo Federal. Dessa maneira, a sólida formação em música eclesiástica, agora soma-se a formação para a docên-cia profissional da música. O egresso pode atuar ex-clusivamente na gestão da música eclesiástica, exclu-sivamente na gestão de Pro-jetos Sociais relacionados à música, exclusivamente na docência formal da música, ou em todas as frentes, con-comitantemente.

A Licenciatura em Música é um curso de Graduação que tem diploma reconhecido pelo MEC (Portaria Norma-tiva Nº 40, de 12/12/2007, art.63), sendo autorizado pelo MEC através da Portaria 992 de 28 de julho de 2009. Sua missão é formar músicos, ministros de música e líderes para a atuação musical em igrejas, escolas, faculdade e demais locais de atuação no

campo da música. O curso destaca-se dos demais por va-lorizar e priorizar as práticas musicais pedagógicas desen-volvidas em comunidades eclesiásticas, em projetos so-ciais e em escolas de música.

O Curso de Licenciatura em Música oferece forma-

ção alinhada com o mer-cado de trabalho em suas perspectivas fundamentais – de um lado, licencia o profissional para o ensi-no da Música em contex-to amplo (comunidades rel ig iosas/ecles iás t icas , ONG e empresas e esco-

las formais), cada uma das formações contemplando estágios específicos nas res-pectivas áreas de formação, comuns a todos os alunos; de outro lado, formação sólida na gestão de música eclesiástica, preparando o músico licenciado para os

desafios contemporâneos da gestão de música na igreja. Dado o vínculo da FABAT (Faculdade Batista do Rio de Janeiro) com a tradição cristã, a ênfase concentra-se, nesse caso, na gestão da música sacra em comunidades cristãs.

11o jornal batista – domingo, 20/10/13missões mundiais

Willy RangelRedação de Missões Mundiais

O Senhor tem aben-ç o a d o a o b r a missionária em Nampula, nor-

te de Moçambique, onde o casal Antonio e Sirley Silva tem visto o agir de Deus em novas conquistas. Naquele campo de Missões Mundiais, foi construída uma sala para o PEPE (programa socioeducati-vo), a participação de pessoas nos cultos aumentou e foram iniciados dois novos trabalhos de estudo bíblico.

O PEPE ganhou uma nova instalação na igreja em Nam-pula. A sala foi construída durante as férias das crianças.

“Quando elas retornaram das férias e encontraram a salinha construída, não con-seguiam se conter de tanta alegria. Pulavam, passavam

as mãos na parede colorida. Enfim, expressaram muita surpresa e alegria pela nova sala”, conta a missionária Sirley.

Pr. Antonio e Sirley contam que a igreja está passando por um “sério, mas maravilhoso problema”: a falta de espaço para as pessoas que vão à igreja.

“Glórias a Deus, pois muitos têm dado várias opiniões, mas o terreno está completamente ocupado. Precisamos orar muito para Deus dar visão à igreja”, conta Sirley. “Penso que uma ótima solução é fa-zer uma laje no atual templo e construirmos a igreja em cima. No andar de baixo, po-demos transformar em salas”, acrescenta.

Além das vidas que o Se-nhor tem levado à igreja, foram iniciados dois novos trabalhos.

“O primeiro é em um bairro afastado da cidade. Todos os domingos à tarde, o Pr. Anselmo (de uma de nossas congregações) realiza estudos bíblicos com um grupo de no-vos irmãos”, diz o Pr. Antonio Silva. A segunda atividade é realizada no terreno de uma mesquita.

“Estamos muito felizes, pois Deus tem feito milagres. Nós nunca poderíamos imaginar que a palavra de Deus pudesse ser estudada ao lado de uma mesquita, com alunos muçul-manos. Já realizamos dois cul-tos, e em um sábado, um grupo de 30 jovens da nossa igreja iniciou os estudos. O chefe da localidade nos chamou para uma conversa e pediu para escolhermos o terreno que quisermos para a construção da ‘nossa igreja’. Glorifique a Deus porque o desafio é gran-de”, relata nosso missionário.

Foi iniciado em setembro um trabalho de formação de 39 professores de alfabetiza-ção bilíngue em português (idioma oficial de Moçambi-que) e macua (língua local). O índice de analfabetismo na região de Nampula é três vezes maior do que em outras regiões moçambicanas.

Segundo nossos missioná-rios, esse projeto nasceu das experiências vivenciadas nas visitas realizadas a várias vilas no norte de Moçambique, onde o analfabetismo e o dualismo religioso são gran-demente evidenciados.

“Como resposta a esses dois grandes problemas, apresen-tamos uma proposta de alfa-betização através da Bíblia. Essa proposta visa a superação do analfabetismo das mulhe-res macuas nas comunidades onde estão as 54 congrega-ções batistas”, explica Sirley.

“Outra razão é que o pro-jeto de alfabetização de mu-lheres macuas se configura em uma oportunidade para elas, pois em toda a história dessas vilas, nunca houve chance para que mulheres jovens e adultas pudessem ter acesso à escola. A mulher cristã e cidadã que pretende se formar nessa concepção é uma mulher crítica com conhecimento bíblico e in-telectual, com elementos de entendimento da sua re-alidade, para que possa, assim, compreender, inter-ferir, provocar mudanças e construir uma nova história”, acrescenta a missionária.

Os missionários finalizam pedindo oração pelo ministé-rio em Moçambique.

“Agradecemos o seu apoio e pedimos que continue nos sustentando através de suas orações”, conclui o casal.

Conquistas em Moçambique

Pré-inscrições para SIM 2014 já estão abertas

Sirley Silva (ao centro) participa de atividade evangelística Antonio e Sirley Silva

Willy RangelRedação de Missões Mundiais

O congresso SIM, T o d o s S o m o s Vocacionados terá uma nova

edição em 2014. As pré--inscrições para o SIM 2014, que acontecerá no Rio de Janeiro, podem ser feitas em www.vocacao4d.com.br. Assim como no congresso realizado no ano passado, o evento é para todo mundo que está se perguntando: “O que estou fazendo neste mundo?”.

Segundo a coordenado-ra do Com.Vocação JMM,

missionária Analzira Nasci-mento, os participantes do SIM terão a oportunidade de ir um pouco mais fundo em conversas sobre vocação.

“Queremos entender que se não somos aquilo que Deus quer que sejamos ou se deixamos de fazer aquilo que é a nossa mis-são, nós erramos. Não é simplesmente decidir ou não fazer. É uma questão de errar se não fizermos”, explica Analzira.

O congresso reserva muitas surpresas. Os participantes se aprofundarão em conceitos de teologia bíblica da voca-ção, ouvirão os testemunhos de nossos missionários e tam-

bém de pessoas que vivem suas vocações no mundo corporativo.

Para Analzira Nascimento, a idealizadora do SIM, o con-gresso é uma oportunidade para descobrirmos nosso lugar na missão de Deus e cumprir a sua vontade.

“Temos dificuldade de en-tender que Deus está pre-sente em nossas rotinas, no nosso trabalho, de segunda a sexta, e também nos outros lugares aonde vamos e em outras coisas que fazemos. Toda a nossa vida é de Deus, por isso, em tudo o que vive-mos e fazemos, devemos vi-ver para a sua glória”, explica Analzira.

O SIM 2014 acontece de 1 a 3 de maio na Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro (Rua Frei Caneca, 525 – Estácio).

Pré-inscrições em www.vo-cacao4d.com.br. Congresso recomendado para pessoas a partir de 16 anos.

Foto arquivo JMM

Analzira Nascimento durante primeira edição do SIM

12 o jornal batista – domingo, 20/10/13

1948 - Nascimento do Pastor Isaltino Go-mes Coelho Filho no Bairro de Tomaz Co-

elho, Rio de Janeiro, RJ. Bati-zado pelo Pastor João Falcão Sobrinho no dia 10 de feve-reiro de 1963 quando ele tinha 15 anos. Na Primeira Igreja Batista de Acari, Rio. Recomendado pela Igreja que o batizou estudou no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, de 1967 a 1970, turma que teve como Patrono o Pastor Francis-co Fulgêncio Soren (talvez numa homenagem a seu centenário de nascimento, 1969) e como orador o Pas-tor Joaquim de Paula Rosa. Entre seus contemporâneos no Seminário mencionamos Antônio Joaquim de Matos Galvão, Osvaldo Ferreira Bonfim, Levy Barbosa da Sil-va, missionários de Missões Mundiais; Hélio Schwartz de Lima; Eduardo Azeve-do de Carvalho; João Brito da Costa Nogueira e tantos outros. Foi consagrado ao ministério pastoral no dia 25 de novembro de 1970 no templo da Igreja Batista de Acari, atendendo solicitação

da Primeira Igreja Batista de Marília, SP. Presidiu a reu-nião o Pastor Josias Cardoso Machado e secretariou o Pastor Misael Leandro. Par-ticiparam ainda do concílio os pastores João Falcão So-brinho, convidado para ser o orador da solenidade; mis-sionário Oscar Martin, que fez a oração consagratória; Paulo Roberto Sória, Exami-nador Geral; Mood Vieira Moutinho que fez a entrega da Bíblia. Pastoreou no Esta-do de São Paulo as seguintes igrejas: Primeira de Marília, Edu Chaves, Cambuí, Cal-vário (Santos); em Brasília; no Amazonas, Primeira de Manaus, organizou a Igre-ja Batista de Gileade; no Amapá, a Igreja Batista Cen-tral de Macapá, seu último pastorado. Na Convenção Batista Brasileira foi duas vezes membro da Junta de Educação Religiosa e Publi-cações, JUERP, de 1988 a 1993 e de 1995 a 1999. Foi Presidente da Associação Brasileira de Instituições de Ensino Teológico, ABIBET. Foi um dos conferencistas mais usados nos encontros da ABIBET. Em Brasília além

de pastorear foi Diretor da Faculdade Teológica Batista de Brasília, de 9 de junho de 1990 a 25 de junho de 1995; foi Orador oficial da assembleia da Convenção em 1989. No Amazonas foi Professor de Homilética do Seminário Teológico Batista. Foi Presidente da Conven-ção em 1995 e 1996. Foi orador oficial da assembleia da Convenção em 1994. Foi colaborador d’O Jornal Batista desde a década de setenta até os nossos dias passando pelos diretores José dos Reis Pereira; Nilson Dimarzio; Salovi Bernardo e Sócrates Oliveira de Souza. Seu último artigo no Jornal Batista, na seção “Da foz do grande rio” foi “O jogo de cena da visita do Papa”, em 18 de agosto último. Escre-veu estudos para as revistas da Junta de Educação Reli-giosa e Publicações, JUERP, na área da Escola Bíblica Dominical. Escreveu para revistas específicas na área de Adminsitração, Música. Depois do ex-padre Anibal Pereira Reis foi o batista que mais produziu livros acompanhado de perto pelo

Pastor Israel Belo de Azeve-do e seguido pelos pastores Ebenézer Soares Ferreira, João Falcão Sobrinho e An-tônio Neves de Mesquita. São os nossos best-sellers. A relação de livros do Pastor Isaltino que tenho, dada por ele, chega a 44 livros, afora outros que talvez tenham sido editados e não constem da mesma. O Pastor Isaltino, casado com Meacyr Carolina Frederico, teve dois filhos, Beny e Nélia e adotou outra filha, médica, que agora, por ocasião da enfermidade, o recebeu em Campinas, SP. O Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho descansou no Senhor no dia 1º de outubro de 2013 com 65 anos de idade e foi sepultado, no dia seguinte,

no Cemitério Flamboyant, naquela cidade.

(*) Texto do livro em pre-paro “Efemérides Batistas no Brasil”, de Othon Ávi-la Amaral, que será lança-do em 2014, com mais de 1200 biografias de pastores e líderes. Na data de 10 de fevereiro temos ainda os seguintes pastores: Jonas Barreira de Macedo, 1885; Alice May Wimer Reno, 1869; André Klawin, 1888 e Clifton Ayres Baker, 1889. As informações biográficas começam com a data de nascimento e terminam com a data do falecimento. Se você tem interesse de ver seu nome inserido em tal publicação entre em contato com o autor.

notícias do brasil batista

TransferênciaEusvaldo G SantosMembro da IB Ebenézer de Americana

Não poderia deixar de render,Minha pequena homenagem,Ao homem que me fez aprender,E compreender o que Cristo tem.Transferido ao lar celestial,Mais um que viveu e nos ensinou,Combateu o bom combate,E jamais na doutrina fraquejou.Isaltino! Nome assim,Não parece de homem não,E sim de estrela alfa,Da grande constelação.É amargo, pastor e irmão,Este sentimento neste mundo,Para ser verdade não é a solução.Aliás você sempre foi firme,Na doutrina e no ensino,De Cristo como nosso destino,Meu caro pastor Isaltino.Teu nome ficará para sempre,Serás lembrado em todo tempo,Por muitos serás lembrado,Por isso gozarás eternamente.

13o jornal batista – domingo, 20/10/13notícias do brasil batista

1. Como ser salvo. Três edições. Cruzada Mun-dial de Literatura.

2. Astrologia. Três edições. JUERP.3. Tiago, nosso contemporâneo. Três edições.

JUERP.4. Santiago, nuestro contemporâneo. Tradução e

impressão artesanal e privada, em Cuba, para pastores e seminaristas.

5. Malaquias, nosso contemporâneo. Duas edi-ções. JUERP.

6. Ageu, nosso contemporâneo. Duas edições. JUERP.

7. Jonas, nosso contemporâneo. Duas edições. JUERP.

8. Habacuque, nosso contemporâneo. Três edi-ções. JUERP.

9. Miquéias, nosso contemporâneo. Duas edi-ções. JUERP.

10. Obadias e Sofonias, nossos contemporâneos. Duas edições. JUERP. Com este ganhou o Prêmio de Melhor Autor Nacional, pela ABEC.

11. Do coração do Pastor Isaltino. Edição especial da PIB de Manaus, para comemorar seus cem anos. Uma seleção de pastorais do boletim. Foram mil exemplares.

12. Sua igreja pode transformar o mundo. Exodus.13. A ética dos profetas para hoje. Exodus.

14. À igreja com carinho. Missão Editora.15. Isaías, o Evangelho do Antigo Testamento.

Duas edições. JUERP.16. Profetas menores I. Duas edições. JUERP.17. Profetas menores II. Duas edições. JUERP.18. O Pentateuco. Duas edições. JUERP.19. Bereshi – Gênesis. Duas edições. JUERP.20. Atos, de Jerusalém a Roma. JUERP.21. Teologia dos Salmos. JUERP.22. O Espírito Santo nos ensinos de Jesus. JUERP.23. À igreja, com carinho (edição ampliada, com

mais vinte páginas, do livro 14, com outro ISBN). Igreja Batista do Cambuí.

24. Casamento, vale a pena acreditar. Duas edi-ções, edição própria.

25. Família, vale a pena acreditar. Edição própria.26. Neopentecostalismo, uma avaliação pastoral.

Edição própria.27. A ética dos profetas para os nossos dias. Edi-

ção ampliada, contendo mais doze páginas, do livro 12, com outro ISBN e 186 páginas.

28. A atualidade dos dez mandamentos. Exodus Editora, com 143 páginas.

29. A atualidade dos dez mandamentos. JUERP, edição ampliada, com outro ISBN e 186 pá-ginas.

30. Por que as pessoas se casam. Editora Sabre.

31. Família, vale a pena acreditar. Edição am-pliada do livro 24, editado pela Sabre, com outro ISBN.

32. Os livros poéticos II, editado pela JUERP (escreveu com outro escritor. Ficou com o comentário sobre Jó, com 159 páginas).

33. O drama do Calvário. Editora Abba.34. Gênesis (diferente do livro 18). Editora Abba.

Aquele teve 230 páginas e este teve 286 e capítulos a mais. E outro ISBN.

35. Marcos. Editora AbbaPress.36. Eclesiastes. Editora AbbaPress.37. Tiago e Judas, Editora AbbaPress.38. O fruto do espírito.39. A mais profunda, sensível e ignorada oração

de Jesus, Convicção.40. O Pai nosso, JUERP.41. Paulo, sua vida e sua presença, ontem, hoje e

sempre. (Escreveu dois capítulos e Lourenço Stela Rega foi o coordenador). Editora Vida.

42. Com os olhos no futuro. Uma coletânea de assuntos para a CBB. Escreveu dois capítulos.

43. Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira. Escreveu dois artigos. Coordenado pelo Dr.Ebenézer Soares Ferreira.

44. Obadias, Jonas e Miquéias em fase de conclu-são. AbbaPress Editora.

Com o falecimento do pastor Isaltino Gomes

Coelho Filho, perde o Brasil batista uma de

suas maiores referências. Profundo conhecedor

da Bíblia, escrevia sobre fatos e acontecimen-

tos os mais diversificantes, fazendo-o com

rara inteligência e bravura. Seu estilo, muito

agradável, era inconfundível. Não deixava

sofismas em seus posicionamentos, principal-

mente acerca da linha doutrinária que há de

reger a igreja batista. Como assinante do Jornal

Batista há muitos anos, a minha primeira lei-

tura era a coluna do saudoso pastor. Aprendi

muito com ele.

Joel Pereira dos Santos

Diácono da PIB do Rocha, São Gonçalo, RJ

Poucas são as pessoas que nós amamos

sem conhecer... eu amei o Pr. Isaltino desde

o primeiro texto que li dele. Quando li o

editorial da edição passada meus olhos se

encheram de lágrima e meu coração de

tristeza, mas que bom que temos a certeza

que nosso querido Pr. Isaltino está hoje na

glória e escreveu, literalmente uma linda

história no tempo que esteve conosco.

Cedric Williams

Igreja Batista Memorial

Boa Vista, Roraima

O ano era 1998, eu e minha família eramos recém chegados de SP e procurávamos uma igreja, quando chegamos na PIB de Manaus. Após o culto, à porta durante a despedida, o Pr. Isaltino interessou-se por nós e pudemos falar um pouco, mas o que me marcou e eu nunca esqueci, foi que, antes de irmos embora ele pediu para esperarmos um pouco, foi ao seu gabinete e pegou 2 pirulitos e os entregou aos meus filhos, que à época eram crianças. Esta atitude ficou marcada em minha mente e coração e será difícil esquecer, pois como diz o dito popular: “quem meu filho agrada, minha boca adoça”. Infelizmente logo ele foi para SP, mas nós ficamos na PIB de Manaus e lá estamos até hoje.Muito obrigado Pr. Isaltino.

Israel Patriani Jr.Membro da PIB de Manaus, uma das igrejas pastoreadas pelo Pr. Isaltino

O sentimento que tenho no coração é de

um vazio deixado por este grande servo de

Deus. Não o conheci pessoalmente, mas o

acompanho desde que comecei a pregar a

Palavra de Deus aos 24 anos de idade (hoje

tenho 42 anos), tendo sempre a sua companhia

através dos seus livros, revistas da EBD, artigos,

sermões, etc.. Tive uma grande e feliz surpresa

quando ao sugerir que publicasse uma obra,

ele além de aceitar a ideia me convidou para

apresentar a mesma (imagine, apresentar do Pr.

Isaltino, que privilégio!). Meu sentimento é de

gratidão a Deus, pela sua vida e instrumenta-

lidade, mas ao mesmo tempo de perda e sau-

dades, deste que nunca deixava de responder

atenciosamente a seus leitores, acompanhado

dos seus amplexos.

Pr. Anderson Orofino da Silva

Igreja Metodista Wesleyana em Mato AltoGuaratiba - RJ

Diretor do CEFORTE (Centro de Formação

Teológica da Igreja Metodista Wesleyna) - Polo Cascadura

Gostaria de compartilhar a mensagem que enviei ao Pr. Isaltino enquanto ainda estava internado. Acho que estava “com medo” de não ter a oportunidade de de-monstrar a minha gratidão pela sua vida e ministério: Gostaria de compartilhar a minha alegria em ler costumeiramente suas pastorais e seus artigos. Meu nome é Francisco Terceiro da Cunha Junior, pastor (desde fevereiro deste ano) e professor de história, sociologia e ensino religioso. Moro em São Gonçalo, RJ, mas nasci em Macapá quando meu pai, Pr. Francisco Terceiro da Cunha, pastoreava a PIB em Macapá em 1975. Desde muito cedo senti a chamada de Deus para o ministério pastoral (na or-ganização ER, na qual trabalho até hoje), mas evitei esta sublime responsabilidade por algum tempo, pois conhecia - sendo filho de pastor - o sofrimento, a solidão e até mesmo o desamor que circunda a vida de um obreiro. É muito enriquecedor ler e aprender com a vida de homens que têm se dedicado ao ministério da palavra com au-tenticidade, com lucidez e com clareza na interpretação não só da própria palavra de Deus, mas também do próprio comporta-mento cristão, numa sociedade com valores deteriorados e de conceitos “midiáticos”. Fica aqui o meu muito obrigado!

Pr. Francisco Terceiro JrJardim Catarina, São Gonçalo, RJ

Aprendi a amá-lo e admirá-lo, por meio

de seus artigos publicados no Jornal Ba-

tista. Artigos contextualizados dentro da

Palavra do Senhor. Uma bênção! Lamento

não tê-lo conhecido pessoalmente, mas,

era como se o conhecesse há muito tem-

po. Que o Senhor Jesus derrame a Paz,

que só Ele pode dar, nos corações de seus

familiares.Regina Hühn

PIB da Marambaia

Belém, PA

14 o jornal batista – domingo, 20/10/13

A história do Lar da Criança é feita de amor, desafios, lá-grimas e vitórias.

Teve início na década de 50, quando Frida Liebich, parteira da região de Monte Alvão, RS, atendeu o parto de uma moça que chegara há um tempo na região, sozinha e grávida, e que fora acolhida por vizinhos dos Liebich. Após o parto, a jovem pediu a Sra. Frida que ficasse com seu filho recém-nascido, pois não tinha condições para cuidá-lo. Para o casal que já tinha nove filhos, não foi di-fícil amar mais um e aceitá-lo como um dos seus.

Com o número de crianças crescendo, cresciam também as dificuldades, exigindo do casal e seus filhos muito esfor-ço e abnegação. Zidrone Lie-bich, a filha mais velha, ainda residindo na casa dos pais, passou a assumir integralmen-te a responsabilidade como conselheira e professora das crianças. Como secretária do Lar fez parte da primeira dire-toria sendo seu pai, Henrique Liebich, o presidente. Em 11 de fevereiro de 1961 ocorreu a oficialização da Instituição (fundação) sob o nome de “Orfanato Batista Henrique Liebich”.

O legado dos LiebichNos anos 70, com Hen-

rique Liebich gravemente enfermo, o então Orfanato recebe a visita do pastor Horst Borkowski, da Alemanha, que, tocado pela obra daque-le homem simples, assume o compromisso diante de Deus e da família Liebich para dar continuidade ao valioso trabalho iniciado com tanto amor, carinho e dedicação (Pastor Horst é o fundador da MASA – Ações Missionárias para a América do Sul). Desta forma, o Lar começa a receber ajuda financeira dos batistas europeus. Também nesta dé-cada, retorna ao Brasil a filha de Henrique e Frida Liebich, Sibila, que juntamente com o esposo, Pr. Werner Geiger, abraçam este ministério. Pr. Werner trabalhou no Lar no período de 1974 a 1979, na função de administrador.

Em 1973 morre Henrique Liebich. Neste mesmo ano a Sociedade Batista de Be-neficência TABEA assume a responsabilidade do Orfanato dando continuidade ao so-nho que nasceu no coração da família Liebich, passan-do a denominá-lo “Lar da Criança Henrique Liebich”. Nesta época é adquirida uma propriedade de 40.000m2 em Ijuí para a construção do novo abrigo. Da Prefeitura Municipal de Ijuí a Instituição recebe mais 6.000m2 da área que seria destinada às ruas do respectivo loteamento. No ano de 1976 é inaugurado o primeiro bloco residencial.

Em 19 de novembro de 1978, ocorre a inauguração oficial das novas instalações do Lar da Criança Henrique Liebich, localizado no Bairro Storch, município de Ijuí.

A atualidadeEm seus 52 anos de exis-

tência o Lar da Criança Hen-rique Liebich abrigou mais de 700 crianças e adolescentes contribuindo para a formação de sua cidadania e constru-ção de sua história.

Para o atendimento integral aos acolhidos, cumprindo todas as exigências da legis-lação brasileira pertinente a área, a Instituição conta com equipe técnica multidiscipli-nar nas áreas de Serviço So-cial, Psicologia, Fisioterapia, Pedagogia e Nutrição; equipe administrativa, cozinha e la-vanderia industrial, brinque-doteca, horta, marcenaria, quadra poliesportiva, campo de futebol, pracinha para la-zer e recreação. Desenvolve projetos nas área de serviço social, psicologia e pedago-gia, promovendo o lazer, profissionalização, cultura, convivência familiar e comu-nitária e fortalecimento dos vínculos familiares. Também

desenvolve oficinas nas áreas de música, artes, informática; apoio nas áreas de costura, marcenaria, cuidadores hos-pitalares, corte de cabelo, reforço escolar, hora do con-to, assessoria jurídica, comu-nicação, marketing, relações públicas e design gráfico. Tudo através da participação especial e importante dos voluntários.

As crianças e adolescentes, juntamente com as cuidado-ras, participam das atividades na Igreja Batista Esperança, localizada ao lado da Institui-ção, através dos cultos, esco-la bíblica, grupo de juniores e jovens, estudos bíblicos e das programações especiais como acampamentos e re-tiros.

Para manter toda esta estru-tura o Lar da Criança conta com o fundamental envol-vimento e ajuda da comuni-dade, em seus mais variados segmentos. São doações de pessoas físicas e jurídicas, projetos sociais e convênios que contribuem para manu-tenção de todos os serviços institucionais.

Os programas sociaisO Lar da Criança Henrique

Liebich (Unidade Prestadora de Serviços da Sociedade Ba-tista de Beneficência TABEA) é uma instituição social, não governamental, sem fins lu-crativos, atuando dentro das medidas de proteção social básica e especial através de dois programas sociais:

Casa lar (Medida de Prote-ção Social Especial de Alta Complexidade): Instituição de acolhimento para crian-ças e adolescentes de ambos os sexos, com idade entre zero e 18 anos, advindos de situação de risco social e pessoal; em caráter provi-sório e excepcional, funcio-nando em forma de aldeia e

tendo como perspectiva de trabalho o cunho familiar e a promoção da efetivação dos direitos dos acolhidos, con-forme estabelece o Estatuto da Criança e Adolescente.

Núcleo Social de Ijuí (Medi-da de Proteção Social Básica): programa social educativo, desenvolvido em turno inver-so à escola, para atendimento a crianças e adolescentes mo-radoras de bairros adjacentes à Instituição, não participantes de outros programas sociais, com idades de 6 a 16 anos, devidamente matriculadas e frequentando a escola regu-lar. As atividades (oficinas) propostas são apoio escolar, musicalização, esportes, artes visuais, informática e mídias sociais, teatro, reciclagem e leitura. Neste programa, além das oficinas, oferece ainda apoio multidisciplinar e refei-ções balanceadas.

O reconhecimentoDentre os reconhecimentos

da sociedade pelo trabalho social realizado pelo Lar da Criança Henrique Liebich, destacamos a Certificação através do Prêmio Respon-sabilidade Social, conferido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a en-tidades/empresas gaúchas. Esta premiação de incentivo, reconhecimento e destaque de ações que promovem uma sociedade melhor e mais justa foi conferida ao Lar da Criança por sete anos conse-cutivos (2007 a 2013) o que muito alegra a Instituição e todos que dela fazem parte.

Um propósitoTodo o trabalho desen-

volvido no Lar da Criança Henrique Liebich através de seus programas, ações e atividades tem, como ob-jetivo, atender ao que se determinou como a visão

da Instituição: investir na transformação de vidas. Para tanto, a missão do Lar é pro-mover, através da prestação de serviços e do Evangelho, ações que visam transformar e restaurar a vida de crianças e adolescentes, obedecendo aos valores nos quais acredi-ta: ética, responsabilidade, integridade, transparência e solidariedade.

Gratidão“Privilégio, Responsabi-

lidade e Gratidão. Com es-tas palavras posso expressar como vejo o Lar da Criança Henrique Liebich hoje. Posso afirmar com plena convicção que, os diretores que me an-tecederam, também tiveram esta visão e compromisso, pois, nos 52 anos de exis-tência, cumpriu sua missão com louvor o Lar da Criança Henrique Liebich.

Privilégio, são poucos os que são chamados a essa obra; Responsabilidade, pois nosso objeto de trabalho são “vidas humanas”; e Gratidão. Sim gratidão para com nosso Senhor, que fielmente nos tem sustentado e direcionado. Sem Ele, nada teria sido feito.

Obrigado, Senhor Jesus! Pois somos feitura dele, cria-dos em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de an-temão preparou para que andássemos nelas (Ef 2.10)”, declarou Leandro Cesar Cor-rea, Diretor do Lar da Criança Henrique Liebich.

Rua José Bonifácio, 1623, Bairro Storch, Ijuí/RS.

T e l e f o n e : 5 5 - 3 3 3 2 -1095/3333-3412.

Facebook da Instituição: www.facebook.com/henri-que.liebich

Site da Convenção Batista Pioneira do Sul do Brasil: www.pioneira.org.br

Para contribuições:Banco do Brasil: agência

0371-9 c/c 44.000-0Banrisul: agência 0220 c/c

06.214.225.0-4

Faça parte desta história de amor. Contribua. Visite. Ore. Envolva-se. O Lar da Criança espera por você!

Departamento de Ação Social da CBB

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Lar da Criança Henrique Liebich: Uma história, muitas vidas

15o jornal batista – domingo, 20/10/13ponto de vista

SABEDORIA PARA HOJEPASTOR LÉCIO DORNAS

Esta inquietação generali-zada, que captura o crente de forma arrebatadora e, ao mesmo tempo, atrai o não crente de forma inescapável; esse desejo de ver outros no mesmo caminho e, por outro lado, de querer andar no ca-minho da bênção, por onde o crente anda, é despertado pela luminosidade inofuscan-te da martyria.

Observe-se, porém, não tratar-se de representação ou de máscara. Mas sim de uma vida brilhante, cheia de vigor e de alegria. Uma vida que vale a pena ser vivida e que desperta em todos quantos com ela se defrontam, na experiência de um cristão, o desejo de sorvê-la.

Dessa forma, o crescimento da igreja se dá mais pelos re-lacionamentos do que pelos ajuntamentos; mais pela influ-ência do que pela afluência; mais pelo impacto do advento do que dos eventos; mais pelo discipulado de que pelo culto ao dissimulado. Como diz a canção: “Se a vida de Cristo fluir em você, será bem dife-rente o seu jeito de viver.”

O ‘crescimento’ sem rela-cionamentos, sem influência e longe do advento, é promo-vido pela paranóia e é o que produz mais paranóia ainda. É mais como tumor que crescer

Um discipulado responsávelAo lado de uma mensa-

gem íntegra e de um culto autêntico, a igreja precisa ocupar-se de um discipula-do responsável. O processo de crescimento espiritual e de amadurecimento cristão precisa desenvolver-se de maneira bem planejada e bem coordenada. Quando uma pessoa aceita o Evange-lho em sua vida e se propõe a seguir o caminho da fé, precisa ser mentoreada de forma séria, consistente e comprometida.

O alvo é que a pessoa torne-se como Cristo. Ela precisa desenvolver agora um caráter e uma conduta coerentes com o Evangelho que acabou de aceitar. A partir daí, a igreja precisa apresentar um programa edu-cacional que supra as suas necessidades como serva de Deus vivendo num mundo entenebrecido. Trata-se do discipulado de Dietrich Bo-nhoeffer (1906-1945), do Cristianismo básico de John Stott (1921), da essência da vida cristã ensinada por Hans Küng (1928) e do crente, sal da terra e luz do mundo, so-nhado por Jesus de Nazaré.

O discipulado responsável é aquele que segue o roteiro do Sermão do Monte. Ao pre-gar este sermão, Jesus estava explicando o que significava ser um cristão. Assim, a car-tilha básica do discipulado é o sermão da montanha. As questões de caráter ético, moral, relacional, social e re-ligioso, precisam ser conside-radas junto ao novo crente à luz das Escrituras, a partir de uma hermenêutica que não se furta à contextualização.

Ao aceitar o desafio de per-tencer à comunidade da fé, fazendo parte do corpo vivo de Cristo, a pessoa precisa conhecer a Palavra de Deus, suas doutrinas e seus princí-pios de vida, bem como suas implicações para sua vida aqui e agora. A Bíblia preci-sa deixar de ser aquele livro difícil e distante e passar a ser o manual de vida; precisa sair da condição de cartilha teoló-

gica, para se tornar um guia para a vida prática. Ou seja, discipular vai significando ajudar o novo crente a aplicar a Bíblia às diversas situações concretas de sua vida, sejam elas como forem.

Quando o aspecto edu-cacional é esquecido ou ig-norado por parte da igreja, o campo fica livre para a formação de mentes guiadas pela paranóia. Aí, ao invés da Bíblia ser buscada para guiar e apontar o caminho, passa a ser procurada, e torcida, para subsidiar condutas que jamais seriam aprovadas pelo Senhor. A paranóia empurra o recém chegado à igreja para longe do discipulado e vai moldando-o ao engodo e à hipocrisia, numa reedição do farisaísmo do primeiro século.

Porém, a tarefa de fazer discípulos (Mateus 28.19), prossegue sendo definidora dos rumos da igreja da meta-nóia. Ela não está interessa-da apenas em “fazer” novas criaturas, mas em “fazer” discípulos. O alvo é ajudar pessoas a pensarem, sentirem e agirem como Jesus. Sem um discipulado responsável, perseverante e contundente, não é possível formar para o Pai uma família cheia de filhos semelhantes a Jesus.

Um testemunho luminosoAqui temos a derradeira

arma contra a paranóia. Uma evidência indiscutível da metanóia é a luminosidade do testemunho. Quando a mente muda como resultado do verdadeiro arrependimen-to (Romanos 12.2), a conduta retrata de forma imediata e profunda esta mudança. A luz começa a brilhar e o contágio é inevitável.

Paranóia não gera martyria, metanóia sim. O testemunho de vida é fruto do arrependi-mento verdadeiro, pois todos querem saber qual foi a força que motivou tamanha trans-formação, quem conseguiu motivar a pessoa, outrora presa em vícios, delitos e pecados, lutar contra tais cadeias e vencer?

para o mal e não para a saúde. Há muito de paranóia, em nos-sos dias, ditando os caminhos da estruturação, definição de valores e de missão para nos-sas igrejas. Precisamos estar de olhos abertos para isso.

O crescimento no contexto da metanóia segue na linha dos frutos que marcam a vida dos eleitos. É crescimento natural, verdadeiro e profí-cuo. Surge do testemunho luminoso da igreja, percorre o caminho da autenticidade e se desdobra numa produtivi-dade extremamente benéfica para o Reino de Deus.

AterrissandoNossa luta precisa ser por

uma igreja saudável, por uma comunidade cheia de saúde e de vida. Assim, lutamos a favor da metanóia, da mu-dança de mente e de rumo, da nova vida que só Jesus pode dar. Nossa luta é, por conseguinte, fortemente con-tra qualquer tipo de paranóia, de confusão e de fuga.

Ser cristão implica no novo nascimento. As coisas velhas precisam passar e tudo precisa se fazer novo na vida (II Corín-tios 5.17). A mente precisa ter sua estrutura e seu conteúdo mudados de direção. A meta-nóia precisa ser uma realidade na vida das pessoas.

Nessa luta, precisamos es-tar atentos à distorções da Palavra, à esquisitices dou-trinárias e aos desequilíbrios de conduta que revelam fuga do discipulado e construções autônomas de caminhos al-ternativos (Provérbios 14.12) que não são de vida, mas de morte.

Nesta luta, precisamos dar as mãos na construção de uma comunhão verdadeira e fazer um pacto a favor da nossa unidade, no poder do Espírito Santo.

Nessa luta precisamos, por fim, zelar para que, ao entrar em contato conosco, igreja do Deus vivo, cada pessoa per-ceba-se desafiada à metanóia. Pela mensagem, pelo culto, pela proposta de discipulado e pelo testemunho da nossa vida, que cada um seja estimu-lado a abraçar o mais fascinan-te projeto de vida: a trilha do verdadeiro Evangelho.

Resolvemos assim, os dile-mas da metanóia e da para-nóia, mas ainda temos o da utopia…

*Gerente do Ministério Brasileiro da Sociedade

Bíblica Americana e Coordenador da Equipe Ministerial da Primeira

Igreja Batista Brasileira em Orlando, na Florida – EUA