edição 244 - março 2015

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Planeta Atlântida chega à 20ª edição e inova no som e na luz, com a fusão de duas empresas. Veja a cobertura completa de um dos maiores fetsivais de música do Brasil | Iluminação Cênica - Lighting Designer do Foo Fighters conta sobre o processo de criação e concepção do show | Canto da Primavera - Como foi a sonorização de um dos principais eventos do centro-oeste | Pro Tools 12 - Saiba quais são as principais características da nova versão | Tecnologia - Os soft-synths voltaram a cair nas graças dos fabricantes de teclados | Ableton - Saiba configurar os plug-ins do Ableton Live Suite | Logic Pro: O que muda com a nova versão | Gigplace: Entrevista com Tiago Santos sobre a função do pré-produtor no setor de Live Shows

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14 VitrineO novo fone da Koss possui tons

subsônicos capazes de adicionarmais definição e clareza na mix, eos novos sistemas Neo 12244possuem versatilidade e potência.

18 Rápidas e RasteirasA Mackie e a Audinate lançam aexpansão do cartão DL DanteExpansion do mixer DL32R e a

Rode ganha nova distribuidora noBrasil.

24 Gustavo VictorinoConfira as notícias mais quentesdos bastidores do mercado.

26 Play RecJoão Senise lança segundo CDcom participações especiais ehomenagem a Ivan Lins. Oviolinista Emmanuele Baldini ea pianista Karin Fernandes

lançam sonatas para violino epiano de Leopoldo Miguez eGlauco Velasquez.

NESTA EDIÇÃO

28 GigplaceNesta edição, desbravamos o

mundo da pré-produção de showscom Tiago Santos.

72 Mix Loud

Para finalizar a série sobre mixbus, aprenda a aplicar correta-mente a compressão e minimizar

a “guerra de loudness” na suamasterização.

74 A arte da masterizaçãoEm entrevista à Backstage, oprodutor Sergio Lima Nascimen-tos, ou simplesmente Sergião, falasobre a masterização nos dias de

hoje e sobre uma técnica derecuperação de discos danificadosque desenvolveu.

96 Vida de ArtistaQuarenta anos depois, Flávio

Venturini, Sá & Guarabyra e 14

Bis se reunem novamente e

reeditam os votos de amizade e

energia musical.

SumárioSumárioAno. 21 - março / 2015 - Nº 244

Agradando a gregos e goianosO Festival Canto da Primavera foi realizado em tempo recorde em três

locais e levou diversidade musical para o público do Estado de Goiás. Além

de artisas consagrados, o evento abriu espaço para novas bandas. Na

sonorização, a Pazini usou equipamentos EAW.

Em vinte edições, o PlanetaAtlântida conquistou gerações eviu uma série de transformações

tecnológicas e musicaisacontecerem. Em 2015, o festivalganhou inovações tecnológicas e

novas empresas aderiram aoprojeto. Uma das grandes

novidades para o mercado foi afusão das empresas Veritas e

Impacto Vento Norte e a entradada Harman no festival, dando

suporte tanto no som quanto nailuminação.

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CADERNO ILUMINAÇÃO

Expediente

DiretorNelson [email protected] administrativaStella [email protected]@backstage.com.brCoordenadora de redaçãoDanielli [email protected]ãoHeloisa BrumTraduçãoFernando CastroReportagem:Luiz Alexandre Coelho e Miguel SáColunistasCezar Galhart, Cristiano Moura, GustavoVictorino, Jorge Pescara, Lika Meinberg,Luciano Freitas, Luiz Carlos Sá, MarcelloDalla, Ricardo Mendes e Vera MedinaEdição de Arte / DiagramaçãoLeandro J. Nazá[email protected] Gráfico / CapaLeandro J. NazárioFoto: Cleiton Thiele / Divulgação

Publicidade / AnúnciosPABX: (21) [email protected]

Webdesigner / MultimídiaLeonardo C. [email protected] AlvesPABX: (21) [email protected] de CirculaçãoErnani [email protected] de CirculaçãoAdilson SantiagoCrí[email protected]

Backstage é uma publicação da editoraH.Sheldon Serviços de Marketing Ltda.

Rua Iriquitiá, 392 - Taquara - JacarepaguáRio de Janeiro -RJ - CEP: 22730-150Tel./fax:(21) 3627-7945 / 2440-4549CNPJ. 29.418.852/0001-85

Distribuída pela DINAP Ltda.

Distribuidora Nacional de Publicações,Rua Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678Cep. 06045-390 - São Paulo - SPTel.: (11) 3789-1628CNPJ. 03.555.225/0001-00

Os artigos e matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Épermitida a reprodução desde que seja citada a fonte e que nos seja enviadacópia do material. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dosanúncios veiculados.

CADERNO TECNOLOGIA

54 TecnologiaA Winter Namm mostrou umanova tendência entre os fabrican-tes de teclados e sintetizadores.Os softsynths passaram a disputarmercado com os sintetizadores

digitais.

58 Logic ProApós um ano sem alterações, oLogic Pro X apresenta uma

atualização adicionando grandenúmero de novas funcionalidadespara produtores e para quemtrabalha com música eletrônica.

62 AbletonSeja você DJ ou músico per-formático, veja como nãodepender de configurações

“alienígenas” ao usar os plug-insdo Ableton Live Suite.

66 Pro ToolsO anúncio da Avid para o novoPro Tools, versão 12, vemcausando algumas expectativasque são desvendadas aqui emprimeira mão.

86 VitrineO novo Rogue RH1 Hybridcombina o melhor dos beams edos spots. Já o moving Hot Beam,da Star, possui diferencial nos

seus prismas.

High-Lights do Foo FightersA apresentação da banda americana em solo brasileiro foi marcada pelo

show que compõe a turnê Sonic Highways Tour, um passeio pelos 20 anos

da banda. Em conversa com a Backstage, o Lighting Designer do grupo

contou como desenvolveu a concepção da iluminação.

88 Arctic MonkeysEm dois shows que fez no Brasil, a

banda usou equipamentos Robe eutilizou conceito que privilegia ailuminação frontal.

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CARTA AO LEITOR | www.backstage.com.br

m setembro do ano passado, a SECOM (Secretária de Comu-nicação da Presidência da República) encomendou um estudo

sobre a credibilidade dos vários meios de comunicação. Em pri-meiro lugar, como o de maior credibilidade, ficou o jornal, seguidode muito perto pelas revistas. Em último (sem nenhumacredibilidade) ficaram as redes sociais.

A maior prova do uso indiscriminado das mentiras e de notíciasfalsas divulgadas pela rede foi nas últimas eleições (principalmen-te pelas equipes dos candidatos à presidência da república). Obate-boca tornou-se tão intenso e virulento que causou danos àsimagens dos candidatos e até arranhou a nossa percepção de uni-dade federativa (preconceito aos nordestinos e a volta do senti-mento separatista).

Isto mostra que apesar do enorme alcance imediato das mídiasdigitais (internet), as noticias que circulam carecem dos mínimoscuidados de verificação da veracidade e de responsabilidade cívi-ca. Normalmente são noticias publicadas por franco-atiradoresque usam o espaço para colocar as suas ideias, opiniões e as suasvaidades. As “selfies” que inundam o Facebook são a prova danecessidade humana de aparecer e colocar toda a sua vida ao co-nhecimento alheio, não importando os prejuízos que isso possacausar na sua vida privada.

Num universo em que todos são famosos, ninguém consegue serrelevante e diferenciado. E é neste caldeirão digital - aonde as in-formações e desinformações circulam ao bel prazer de todos -, queas empresas passaram a dar mais atenção aos comentários quemaculam a sua imagem perante a sociedade e seus consumidores, doque usar a rede para comunicar os seus valores aos consumidores.

Caro leitor, se o meio também é a mensagem, a credibilidade doconteúdo é abalizada por quem o produz. E a mídia impressa aindaé imbatível. A informação impressa é eterna e nunca poderá sermudada, só questionada.

Boa leitura.

Nelson Cardoso

E

Credibilidade!ainda é o principal atributo de umainformação, marca ou produto

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COAX 1240www.oversound.com.br

Produzido a partir da Linha Steel (Car-caça em Chapa de Aço) e do driver 2540com domo de puro titânio, o COAX1240 é um transdutor compacto comalto desempenho capaz de reproduzirtoda faixa de frequência audível. Indica-do para sistemas compactos, como gabi-netes de pequena cubagem, são ideaispara caixas de propaganda volante,monitores de palco e sonorização deambientes em geral.

KOSS UR 55http://equipo.com.br

Esse fone da Koss possui tons subsônicos e supersônicos que podemadicionar mais definição e clareza para a mix. Almofadas de espumaaberta proporcionam excelente som, mais conforto e boa circulaçãode ar, além dos copos giratórios que oferecem máximo conforto aousar. O UR 55 está equipado com imã de neodymium para extensaresposta de frequência. Este fone é ideal para aplicações que exijamisolamento e precisão. Entre as características técnicas se destacamresposta de frequência de 18Hz-22kHz, impedância de 36 Ohms,sensibilidade de 100dB SPL e cabo de 1,2 metros

NEO12244 A E NEO12244www.taigar.com.br

Sistema compacto versátil e potente, os modelos line array Neo12244A e Neo12244 - umaativa, outra passiva como slave, têm a seguinte configuração: um transdutor de 12" mais 2drivers de poliamida B&C, Sensibilidade SPL Peark 145dB, potência do par 1400WRMS. ONeo12244A pesa 37.7kg, dimensões 360x600x425mm; e o Neo 12244 pesa 26.6kg, dimen-sões 360x600x290mm.

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HEADPHONE LCPRO-500www.lyco.com.br

O LCPRO-500, da LYCO, possui junta universal permitindo que osfones de ouvido sejam dobrados para economia de espaço e fácil coloca-ção em cases e estojos, e ainda deixa que o DJ gire os fones em qualquerdireção para monitoração com um só fone. A alta potência de entradapara monitoração a altos volumes e corpo hermeticamente fechadocom alta capacidade de isolação sonora o tornam ainda mais surpreen-dente. O LCPRO-500 vem com almofadas acolchoadas, projetadas parao máximo conforto quando usado nas orelhas ou ombro.

SNAKE CABLES (MULTICABOS)www.mogami.com.br

Cabo MOGAMI 2932 com revestimento de borracha,superflexível, mesmo em temperaturas abaixo de -2°C,os números de canais são impressos na capa para garan-tir a identificação correta. Os Mogami multipares sãoprojetados para o mais alto nível de desempenho deáudio. As características elétricas e mecânicas são ex-celentes, permanecendo compactos e superflexíveis deusar. Os pares são trançados individualmente e blinda-dos e estão disponíveis em 2 a 48 canais. Proporcionaexcelente característica de isolamento elétrico poden-do não derreter durante a soldagem. Há uma razão pelaqual Mogami é chamado de “The Cable of the Pros”.Praticamente todas as facilidades de gravações sãoconectadas com cabo Mogami, o que significa que pra-ticamente qualquer música que você ouve passou porMogami em algum lugar.

AT2005USBwww.proshows.com.br

Desenvolvido para atender projetos em estúdio, oAT2005USB oferece desempenho consistente para os mú-sicos mais exigentes. Combinando recursos profissionais econfiguração simplificada, o microfone AT2005USB é usa-do tanto para estúdio de pequeno porte como som ao vivo.O dispositivo tem saída XLR, conexão USB para gravardiretamente com software de sua preferência e ainda umasaída de fone de ouvido com controle de volume, quepermite fazer a monitoração de voz e áudio para ser re-produzido no computador. Entre as características sedestacam: padrão polar cardióide e resposta de fre-quência 50-15.000 Hz.

ALTO-FALANTES HF109www.amercobrasil.com.br

Para melhor atender a demanda por drivers, a fábrica itali-ana FaitalPRO desenvolveu o HF109, uma das mais novasadições ao catálogo de alto-falantes premium da linhaProfessional Audio. Este driver de compressão foi concebi-do para conferir o melhor resultado nas médias e altasfrequências, tanto para áreas próximas quanto para as maisafastadas. As respostas de frequência do HF109 resultamem um som suave em diferentes potências e o equipamentoainda possui um throat diameter de 25.4 mm (1 polegada),diafragma em Ketone Polymer, AES Power superior a 0.65kHz – 60W e Sensibilidade (1W/1m) de 108 dB.

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A Quanta Live teve presença ga-rantida no Festival de Verão deSalvador 2015. A empresa maisuma vez abriu as portas do “Espaçodos Técnicos”, dessa vez para testdrive do sistema VENUE S3L-X.

foi destaque no Festival de VerãoEspaço dos técnicos

Durante os três dias de Festival, ostécnicos de som tiveram um espaçoreservado somente para reencon-trar amigos de estrada, estar emcontato direto com a equipe daAvid e da Quanta Live e ainda es-clarecer dúvidas e conhecer de per-to as funcionalidades desse novosistema VENUE. Com presença ga-rantida no backstage do evento, acompanhia levou ainda para os pal-cos mais de 10 sistemas VENUE.

EXPANSÃO DO CARTÃOPARA O MIXER DL32RA Mackie uniu forças com a Audina-

te para lançar a expansão do cartão

DL Dante Expansion do mixer digital

DL32R. Com a expansão do cartão

é possível ter 32x32 canais de audio

I/O, permitindo que o DL32R seja

conectado a qualquer rede AV ali-

mentada por Dante. O cartão ex-

pansível também permite uma licen-

ça para o software Dante Virtual

Soundcard, permitindo gravação/

playback direto para mais de 64 ca-

nais para áudio de qualquer rede

Dante para computadores PC ou

Mac. Para mais informações, visite

http://dl32r.mackie.com/

NOVA DISTRIBUIDORADA RØDE MICROPHONESE EVENT ELECTRONICSNO BRASIL

A Oxedio acaba de anunciar que as

marcas RØDE Microphones e Event

Electronics serão representadas

pela empresa, entrando de vez para

a distribuição de áudio profissional

no Brasil. Tanto os produtos da

Rode quanto da Event Electronics

estarão disponíveis para comer-

cialização a partir de fevereiro. Os

principais objetivos da Oxedio são

trabalhar as marcas e seus produtos

no maior número de pontos de venda

possível em todo o Brasil, ampliar o

mix de produtos comercializados até

hoje por ambas as marcas no país,

suprindo a demanda reprimida de

fornecimento no mercado, e princi-

palmente fazer com que não faltem

produtos nos pontos de venda.

NÚMEROS DO CARNAVAL 2014

No carnaval de 2014, o Ecad dis-tribuiu R$ 14.288.429,22 para16.327 titulares de direitos auto-rais e conexos das músicas execu-tadas em bailes, clubes, coretos,casas de diversão, blocos e showsde carnaval, e também para as as-sociações. Esse valor representa um

aumento de 22% em rela-ção ao que foi distribuídono carnaval do ano ante-rior (2013). As clássicasmarchinhas Mamãe eu

quero, Me dá um dinheiro aí

e Cabeleira do Zezé foramas três canções mais execu-tadas durante todos os diasde folia em bailes, clubes,

coretos, casas de diversão e blocos. János shows de carnaval, incluindo asapresentações feitas nos trios elétri-cos, as músicas mais tocadas foramLepo Lepo, Vai no Cavalim e País Tropi-

cal. A expectativa é que haja um au-mento de 10% nos valores distribu-ídos aos titulares no Carnaval 2015.

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INSTRUMENTODE LASERO músico, produtor e DJ Johnny

Glövez, destaque da cena eletrônica

brasileira atual, vem fazendo apre-

sentações que chamam atenção

pelo ineditismo, tanto pela per-

formance ao vivo com bateria quan-

to pelo espetáculo a laser que une

som e imagem. O DJ, que já foi inte-

grante de várias bandas e toca gui-

tarra, baixo, piano, violão e bateria

apresenta o live show Addicted to

DrumZ e o projeto Lightz, onde usa

um o laser harp.

FESTIVAL DO DIADA MÚSICAInspirado pelo festival francês Fête de

la Musique, o Dia da Música, que ocor-

rerá pela primeira vez no Brasil em ju-

nho de 2015, está com suas inscrições

abertas. Até o dia 20 de abril, bandas e

músicos podem se cadastrar por meio

do site www.diadamusica.com.br para

participar do festival.

No dia 20 de junho, os artistas se

apresentarão em casas de shows

espalhadas por todo país. O público

poderá eleger tanto as melhores

bandas, quanto os estabelecimen-

tos com a melhor programação. O

prêmio em ambos os casos será em

dinheiro. Já no dia 21, as bandas e

os artistas serão selecionados por

curadores e se apresentarão em

palcos nas ruas e outros espaços

em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Criado em 1982 pelo ministro fran-

cês Jack Lang, o Fête de la Mu-

sique, também conhecido como Dia

Mundial da Música, é o maior evento

musical do mundo, que ocorre anu-

almente no dia 21 de junho. O pré

do festival pode ser acompanhado

nas redes sociais: @diadamusica e

facebook.com/diadamusica

POWER CLICK OFERECE TREINAMENTOS

A Power Click adotou como estratégia de marketing treinamentos e de-monstrações de seus principais produtos nos seus pontos de venda. A açãoconta com a participação dos seus representantes comerciais e do especi-alista em produtos Power Click, Alysson Rezende, e é realizada em con-junto com toda equipe de base e setor de marketing, liderado por JoelMoncorvo. Já foram realizados treinamentos nos estados da Bahia e doEspírito Santo e para 2015, além dos treinamentos, a Power Click prometeinvestir em workshops e no Power Click Day, evento nacionalmente co-nhecido e já realizado em diversos estados. As lojas visitadas na Bahia fo-ram a Brilha Som, Foxtrot, LB Áudio, Musicom, Ômega, Pink Floyd e SeteSom. No Espírito Santo, a Caneiro (Cariacica), Caneiro (Vila Velha),Carneiro (Vitória), Eletrovix, Novex, Ponto Som, Shangai e Songs. Parasaber mais sobre a Power Click acesse o site www.powerclick.com.br oucurta a página no Facebook www.facebook.com/power.click1

ALLEN&HEATH NA TOUR DO LINKIN PARK

A banda californiana Of Mice &Men deu suporte ao Linkin Parkna turnê europeia na arena Hun-ting Party com uma Allen&-Heath GLD-80, tanto na housemix como no monitor. Para os en-

genheiros de PA e monitor, DaveNutbrown e Ian ‘Squid’ Walsh,respectivamente, essa foi a pri-meira experiência com o console.A dupla precisava de um sistemaque fosse compatível com o tama-nho da arena de shows. AmbasGLD-80 tiveram inseridos cartõesDante e sinais de mic preamps fo-ram esplitados digitalmente viaDante pelo Cat5 para a house. Oganho analógico foi definido noinício da turnê com os engenhei-ros usando o digital trim das mesas(+/- 24dB) para fazer ajustes inde-pendentes durante os shows.

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TITAN ONELançamento mundial e novidade no Brasil, o TITAN ONE, da Avolites, é o software Titan

disponível em uma versão para aprendizado dos usuários. Com ele é possível usufruir de

todos os recursos do software completo, sem restrições e sem limite de tempo, com 1

universo DMX. Basta instalar o simulador em um computador com sistema Windows e o

usuário poderá executar qualquer tipo de programação, ao vivo.

PAINEIS DE LED EM FESTIVAL FLUTUANTE

Criado pelo LDCris Kuroda, o light-show que emba-lou o festival Jam

Cruise and Holy

Ship contou com72 painéis de vi-deo MVP 12 LEDda Chauvet Pro-fessional. O Jam

Cruise levou 3.500passageiros para o

mar durante cinco dias e teve no lineup estrelas como Umphrey’s McGee,The Word, Galactic and Karl Denson’s Tiny Universe, além dos top DJscomo Knife Party, Boys Noize, Maya Jane Coles, Flume e A-Trak. A mes-mas imagens de video nos paineis MVP foram usadas em dois cruzeiros,sendo que para o Jam Cruise foi adicionado o IMAG.

IRA! EM VINIL DE 180 GRAMAS

Com mais de 30 anos de carreira, oIra! pode ser considerado peça cha-ve para entender a história do rocknacional. E para entender o começodessa história a Polysom lança, pelacoleção “Clássicos em Vinil”, os trêsprimeiros LP’s da banda. O primei-ro deles, Mudança de Comportamento

(1985), trazia sucessos como a faixa-título, Tolices, Longe de Tudo, Núcleo

Base, entre outros. No ano seguinte,eles lançavam Vivendo e Aprendendo,disco responsável pelo reconheci-

mento nacional do grupo, com fai-xas como Flores em Você, Envelheço

na Cidade e Pobre Paulista. O terceiroque será relançado pela Polysom éPsicoacústica, que, assim como o ori-ginal, vem com óculos 3D paravisualizar a capa. O álbum de 1988era composto por oito faixas, entreelas Rubro Zorro, Advogado do Diabo

e Pegue Essa Arma. Os LP’s, que che-gam às lojas ainda esse mês, serãorelançados num formato muito es-pecial: em vinil de 180 gramas.

PROGRAMA ESPECIAL PARA REVENDEDORES

Este ano, a Musikmesse será muito mais atrativa para os revendedores deinstrumentos musicais (ou retailers). Graças ao programa Musikmesse

Insider, que oferece uma gama de benefícios para os compradores, a fim detornar a ida desses visitantes à feira de Frankfurt muito mais proveitosa eeficiente. O programa é direcionado a revendedores de todos os segmentosdo setor de instrumentos musicais com mais de 10 empregados.

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ROBE APOIA TÊNISFEMININOO tênis agora conta com

um apoiador de peso. A

Robe passa a patrocinar o

campeonato internacional

de equipe de tênis feminino

em 2015, o Czech Fed Cup

Tennis Team. A empresa é

uma das cinco principais

patrocinadoras do time da

República Tcheca, que

está entre os melhores do

mundo no ranking.

Fo

to: C

eska S

po

rto

vni /

Div

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ação

Da esquerda para direita: Team Captain Petr Pala, Karolina Pliskova, Denisa Allertova, Tereza Smitkova, Josef

Valchar and Lucie Hradecka.

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GRAMMYMeu fascínio pela música americana de-finitivamente ficou no passado. A cada

edição do maior prêmio da música dosEUA, aumenta a minha decepção com o

que vejo, e principalmente com o queouço. Inacreditável é ver rádio brasilei-

ras tocando dois terços de sua progra-mação com o lixo que eles produzem.

Lixo por lixo, toquem o nosso.

RODRIGO LIMALançando um trabalho solo de encher

os olhos, ou seriam ouvidos, o guitarris-ta da mega cantora Ithamara Koorax

justifica o apadrinhamento da maiorvoz feminina do país. Associar talento e

sensibilidade não é algo natural. En-contrar talentos que se perdem pela

inadequação do produto final, ou sensi-bilidade exacerbada por um minima-

lismo desfigurante é mais comum doque se imagina. Rodrigo Lima dribla

isso e reúne talento e sensibilidade deforma rara fazendo com que a sua músi-

ca instrumental soe como um teoremade prazer para quem escuta suas texturas

e deliciosas nuances. O disco Saga é pro-duto da Jazz Station Records, (leia-se

produção do craque Arnaldo de Sou-teiro) e traz música obrigatória para

quem, como eu, concorda que o Brasiltem a melhor música do mundo... Só

precisa descobrir.

DIREITOSAlguns artistas regionais que produzemseus próprios espetáculos andam recla-

mando que precisam pagar direitos paratocar as suas músicas e nunca receberam

um centavo de direitos autorais. Sem fa-zer juízo de valor, acho que está mais do

que na hora de se mexer nos critérios decobrança e arrecadação dos direitos au-

torais no Brasil. Critérios nebulosos,subjetivos e desconhecidos administra-

dos pelo ECAD funcionam como o prin-cipal combustível para as críticas ao pró-

prio órgão. E tem gente que ainda queriaentregar isso nas mãos dos políticos...

BOÇALTudo ia bem no show de um guitarrista

(ruim...) chamado Afroman, na verdadeJoseph Edgar Foreman, seu nome real, e

autor da música Because I Got High, tocadanas rádios do sul dos EUA. Na plateia, e

incitada por outros fãs, uma adolescentesobe ao palco para ver o rapaz apanhando

da guitarra em um solo prá lá de tosco e ésurpreendida pelo artista com um soco

brutal que a levou a nocaute. A cenainacreditável aconteceu na cidade de

Biloxi, no Mississippi, e o sujeito foi ime-diatamente preso ao descer do palco. O

vídeo que circula na internet é chocante.

OSCAREnquanto o Grammy afunda na quali-

dade, o Oscar vai na contra-mão e apre-senta a cada ano novas e interessantes

canções escritas especificamente parafuncionar como trilhas de personagens

ou ambientações. Artistas popularesaumentam o foco nesse segmento vi-

sualizando uma forma de tornar perenealgumas de suas canções. A explicação é

simples. Ao contrário do efêmero su-cesso contemporâneo, o cinema eter-

niza as músicas no tempo.

As trapalhadas e aincompetência de

Brasília parecem terjogado no lixo mais de

uma década daeconomia brasileira.

Associada à corrupçãoe à triste negativa emtentar revertê-la, masapenas e tão somente

justificá-la, aideologia dominante

arrasou a economia donosso país e jogou

uma escuridão sobre onosso futuro de curtoprazo. Já a médio e

longo prazos essagente deve se mandar

daqui com os bolsosrecheados de dinheiro

sujo. E pregandomoral de cuecas.

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GUSTAVO VICTORINO | [email protected]

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VELHAA Rádio 1, do grupo londrinoBBC, admitiu que excluiu a can-

tora Madonna da sua programa-ção musical porque ela é velha.

Aos 56 anos, a cantora não teráseu trabalho tocado pela emissora

que alega a “faixa etária” de seupúblico como pretexto. Em co-

municado, a BBC informa que aRádio 2, pertencente ao mesmo

grupo, ainda vai tocar as músicasda moça, mas sabe-se lá por quan-

to tempo.

EXIGENTESAlgumas empresas de sonorização

começam a perder a paciência comprodutores e pseudo técnicos de

certos artistas. As exigências mui-tas vezes beiram ao absurdo. Não

bastassem escolher até as marcasdos produtos que querem usar no

palco, agora pegaram a moda deexigir também o modelo do apare-

lho. Mas não para por aí. Tem pro-dutor que ainda coloca no contra-

to “aparelho novo, sem riscos oumarcas de uso constante”. Salvo

raras exceções, essa gente assessoraa porcaria musical que hoje domi-

na a grande mídia brasileira, ouseja, fazem música ruim para ser

tocada em equipamento bom. Já vimuito contratante jogar no lixo al-

guns pré-contratos enviados poresses gênios.

FALSIFICAÇÃOSe você acredita em microfoneShure SM58 a 150 reais, guitarra

Gibson USA a 2.000 reais, ou vio-lão Takamine Japan a 650 reais,

desculpe, mas você é um otário.Acredite, tem anúncios na inter-

net com esses valores e oferecendo

produtos novos, “lacrados na cai-

xa”, com garantia e nota fiscal. Osfabricantes e importadores avi-

sam, alertam e fazem campanha,mas a decisão de cair no engodo é

sua. Com o dólar a 3 reais e subin-do, a muamba e os seus operadores

estão de volta. E com a muambavoltam também a falta de garantia

e peças de reposição e, claro, a falsi-ficação. Basta abrir classificados de

jornais ou fazer uma rápida buscana internet para constatar o retor-

no dessa sacanagem.

HISTORINHAO guitarrista subiu ao palco todo

feliz por finalmente ter conse-guido configurar o app (apli-

cativo) de processar sinal de gui-tarra em seu celular. Cabos e co-

nexões em ordem, começa o showe o rapaz vibra com a praticidade

conquistada. No meio do espetá-culo, uma bela balada chama o

solo de guitarra e o músico dá al-guns passos à frente para o seu

momento de glória. Tudo iriabem se entre o terceiro e o quarto

compasso do solo o telefone nãotocasse cortando o som da gui-

tarra e introduzindo um cons-trangedor Ilariê, Ilariê, Oh, Oh,

Oh, programado para o toque doaparelho celular. Esse mico foi

pago em janeiro numa das me-lhores casas noturnas do litoral

gaúcho e deixa dois recados: cui-dado ao configurar aplicativos...

e lugar de celular é no bolso e nãoem setup de palco.

PERGUNTINHAPor que a indústria de teclados resis-te em instalar sistemas wireless em

seus equipamentos profissionais?

DICAContar fragmentos da história damúsica no cinema sempre foi um in-

teressante exercício de resgate e umregistro importante. O filme CBGB

(o curioso título é composto pelasiniciais de Country, Bluegrass & Blues)

retrata a história do Hilly Cristal, ocurioso e fracassado empreendedor,

amante da música country e que,involuntariamente, se transformou

no pai do Punk Rock dos anos 70. En-graçado, irônico e debochado, o filme

conta a inacreditável história do barmontado por ele em New York e que

serviu de palco para o surgimento debandas como Talking Heads, Ra-

mones, Blondie, Dead Boys, IggyPop, Lou Reed, Patti Smith e Te-

levision. O filme é dirigido por Ran-dall Miller e tem no impagável papel

principal o ator Alan Rickman. Paraquem gosta de música ou cinema, o

filme é imperdível...

PETROBRÁSHistoricamente, a Petrobrás é uma

das maiores patrocinadoras de cultu-ra no país. A crise que atinge a empre-

sa vai chegar a dezenas de projetosculturais e eventos por todo o Brasil.

E como sempre, os honestos vão pa-gar a conta deixada pelos pilantras

que arrasaram com a maior empresabrasileira de todos os tempos.

VELHA E TRISTECONSTATAÇÃONa maioria dos bares dos grandes cen-

tros, os manobreiros ganham mais doque os músicos que estão no palco.

FRASE“O mercado está tão ruim que faltaaté fofoca...!!!” (De autor conheci-

do e assustado...)

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DANIELLI MARINHO | [email protected]

Esse é o segundo CD deJoão, que faz uma home-nagem ao cantor e com-positor Ivan Lins. Ummergulho no repertóriode Ivan, levou João a 14composições como os su-cessos Dois Córregos, Lem-

bra de Mim e Vitoriosa,além das menos badala-

das Virá e Olhos pra te Ver. A direção musical e os arranjoslevam a assinatura de Gilson Peranzzetta, que foiarranjador de Ivan entre os anos de 1974 e 1985. O pró-prio Ivan acompanhou de perto a produção deste traba-lho, participando de suas canções Ai Ai Ai e Setembro.Outros que cantam ao lado de João são Leila Pinheiro,em Madalena; Zélia Duncan, em Lembra de Mim; DoriCaymmi, em Doce Presença, e Leo Jaime, em Dinorah. Notime que ataca no instrumental estão Gilson Peranzzetta,Mauro Senise, Paulo Sergio Santos, David Chew, DirceuLeite e Quarteto Radamés Gnattalli, entre muitos outros.

ABRE ALAS - CANÇÕES DE IVAN LINSJoão Senise

Duas Sonatas para pianoe violino de Glauco Ve-lasquez e a Sonata paraviolino e piano de Leo-poldo Miguez, todas o-bras do final do século19 e começo do século20, final do período ro-mântico e começo do pe-ríodo moderno na músi-

ca de concerto. Assim é o CD Delírio, do duo formado pelapianista Karin Fernandes e o violinista EmmanueleBaldini, que acaba de ser lançado. A Sonata n.1 de GlaucoVelasquez, com o nome de Delírio, tem poucos traços doromantismo brasileiro e muitos da música que come-çou a surgir na França no final do século 19. Já a Sonata

n.2 tem um caráter muito mais romântico que a pri-meira, mas ainda assim com passagens que lembram amúsica francesa. A Sonata de Leopoldo Miguez não dei-xa dúvidas de que pertence ao romantismo brasileiro.Obra de quatro movimentos, composta dez anos após aconhecida Sonata de Cesar Franck, não deixa nada a de-sejar às outras obras para a formação violino e piano.

DELÍRIOKarin Fernandes e Emmanuele Baldini

A banda acaba de lan-çar uma coletânea, in-cluindo quatro músicasinéditas. O álbum mar-ca a estreia do novo vo-calista Pedro Campos eo retorno do guitarristaCristiano Wortmann.O trabalho “conta” osquinze anos de história

da banda, que nasceu da amizade de um grupo demúsicos fãs de heavy metal, no Rio Grande do Sul.Quinze anos depois, a amizade continua, assimcomo o amor pelo heavy metal, mas algumas mu-danças aconteceram.

O Hangar tornou-se uma das bandas maisrespeitadas do atual cenário brasileiro de heavy me-tal com quatro álbuns de estúdio e um DVD ao vivolançados, além de shows e turnês que emocionaramfãs de todo Brasil. Além disso, Aquiles Priester, fun-dador do grupo, tornou-se um dos melhores e maisrespeitados bateristas do mundo, hoje tambémmembro integrante da lenda alemã Primal Fear e dogrupo brasileiro Noturnall. Muito mais do que umasimples compilação, The Best Of 15 Years, Based on a

True Story... é um retrato do passado, presente e dofuturo do Hangar com as quatro faixas inéditas Let

me Know Who I Am, The Dark Passenger, Denied eBetrayer e ainda a regravação dos clássicos To Tame a

Land e Forgotten Pictures.

THE BEST OF 15 YEARS, BASED ON ATRUE STORY...Hangar

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DANIELLI MARINHO | [email protected]

O primeiro disco solo instrumental do guitarrista e produtor carioca Sérgio Diab édaqueles que podemos chamar de easy listening, o que pode ser traduzido como mú-sica sem virtuosismos, feita pensando em agradar e dar prazer ao ouvinte. Stratoman

retoma a guitarra elétrica como a voz do pop instrumental, na tradição de Les Paul,Chet Atkins, Carlos Santana e Pepeu Gomes. Um álbum simples e sofisticado, vi-ajante e internacional, ancorado em ritmos e sentimentos brasileiros. Além do sommacio que Diab tira da sua Fender Stratocaster, o segredo do prazer da audição dodisco está no repertório. Todas as faixas do CD são narrativas musicais completas,não apenas meros temas que servem como introdução para solos intermináveis.

Acompanham Sérgio nessa jornada musical Bruno Wanderley (bateria) e Wlad Pinto (baixo), além de contarcom participações especiais de alguns dos melhores instrumentistas do país como Marcos Suzano (percussão),Rick Ferreira (guitarra e pedal steel) e Sacha Amback (tecladista e arranjador).

STRATOMANSergio Diab

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28 iago, o que você fazia antes de ir traba-

lhar no mercado do entretenimento?Nasci em Salvador, na Bahia, e comeceia trabalhar cedo nos backstages da vida,mas antes de trabalhar no mercado doentretenimento eu apenas estudava.

Como você entrou no mercado de entre-tenimento e como foram as suas primei-ras experiências com shows e eventos?Meu tio já trabalhava no segmento deshows como roadie e eu achava fascinan-te o trabalho dele. Um dia disse a ele queeu queria fazer o mesmo. Ciente do meu

[email protected]

Fotos: Arquivo Pessoal / Divulgação

interesse, uma vez ele me levou paraacompanhar um dia de trabalho, não seise ele achou que eu iria desistir vendo oquanto ele trabalhava, mas o fato é quenaquele dia eu tive certeza do que eu que-ria para minha vida.

Qual o caminho que você trilhou atéchegar ao posto de pré-produtor?Esse foi um longo caminho e cheio demuitas “experiências”. Comecei em

1999 trabalhando como roadie em umabanda de pagode de Salvador chamadaGarotos & Cia. Fiquei lá durante umano e alguns meses, aí em 2000 fuichamado para trabalhar nos ensaiosda turnê Beat Beleza da Ivete Sangalo.Minha função era meio que um faztudo, comprava lanche para a equipe,ajudava a pegar alguns cases etc. Duran-

te os ensaios eu percebi que o cenárionovo era enorme e só tinha um cara mon-tando. Vendo isso como uma oportunida-de, eu colei nessa função de montar o ce-nário. Quando a turnê finalmente estavapronta para ir para a estrada só quem sabiamontar éramos eu e o Carlinhos, o outrocara. Foi aí que entrei na equipe. Eu já co-nhecia todos e fui muito bem recebido.Meu tio, o cara que me inspirou a traba-lhar com isso, fazia parte da equipe e isso

Nesta série deentrevistas, que

volta a serpublicada em

2015, sairemosdos

bastidoresdos shows

para falarcom Vitor

TiagoSantos, ou

Tiago Santos,como é

conhecido, quevai contar tudo

sobre a profissãodo pré-produtor.

Profissões do

backstage’backstage‘

T I A G O S A N T O S

P R É - P R O D U T O R

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me ajudou demais, eu montava o ce-nário e procurava aprender um pou-co da função de todos, e me torneium “curinga”. Se alguém não pudes-se viajar eu cobria, se tivesse de divi-dir a equipe por conta de logística eucobria qualquer um dos três roadies,e isso me ajudou também a chegar àprodução. Mas foi realizando um tra-balho na gravação do DVD de outrabanda que pude mostrar outras qua-lidades. Mesmo estando lá paramontar os painéis de LED, no pri-meiro show da turnê dessa banda eufui chamado para trabalhar, e con-versando com um dos responsáveisdo projeto, o Fábio Almeida, falei daminha vontade de me tornar produ-tor. Alguns anos depois, Fabio pas-sou a ser empresário da artista comquem trabalho atualmente, e elelembrou da nossa conversa e do meuobjetivo. Um dia ele me deu a opor-tunidade de mostrar meu trabalhona produção na função de pré-pro-dutor, viajando como “Advanced”(Avançado) da equipe.

Descreva quais as atribuições dopré-produtor.Como o nome já indica, nós inici-amos todo o processo de produção

do evento, verificamos tudo que énecessário para que o show ou oevento aconteça como planejado.Dependendo do segmento, e deque lado você está no contexto,você tem atribuições diferentes.No meu caso, eu passo para o pré-produtor do contratante tudo oque eu preciso para realizar oshow, e isso inclui: hospedagem,transporte, equipamentos de some luz, especificações de palco e ca-marins, geradores, seguranças etoda a logística. Após receber osnomes das empresas e contato dosfornecedores contratados pelaprodução local, eu entro em con-tato com todos e confiro se todosos itens das nossas necessidadesestão sendo cumpridos. Para issosolicitamos às empresas de luz e

som um contra-rider (documentoque lista o material que será dis-ponibilizado pelo contratado paracumprir nosso rider), assim pode-mos verificar tecnicamente se oque está sendo solicitado serácumprido; no caso de hospeda-gem e outros itens, resolvemos

com confirmações documentadasvia email. O fato é que se você re-alizar uma boa pré-produção vocêterá um evento ou show sob con-trole, minimizando problemas ouaté zerando a possibilidade dosmesmos. É imprescindível ter emmãos um check list, (lista de tare-fas a serem checadas*), assim vocênão correrá o risco de esquecernenhum item importante na exe-cução do seu trabalho.

Existem cursos para essa função eeles fazem diferença do dia a diade trabalho?Existem vários cursos de produ-ção disponíveis no mercado e fizalguns. Mas não nego que muitodo que aprendi foi mesmo na es-trada, observando e trocando i-deias com outros profissionais.Tive minha origem na parte técni-ca e isso somou muito para mim,entendo perfeitamente a impor-tância do equipamento certo, dalogística correta e da importânciade cada um na equipe. Acho im-portante realizar os cursos e semanter atualizado, mas isso temque estar agregado à prática e ao

conhecimento de todas as áreasque envolvem a realização doevento. Os cursos que fiz agrega-ram uma bagagem maior no meutrabalho, mas com certeza, temosque estar sempre aprendendo, nosreciclando e buscando aprendercom quem está aí há mais tempo.

Mas não nego que muito do que

aprendi foi mesmo na estrada,

observando e trocando ideias com

outros profissionais

Andre Carvalho e Tiago Santos

Tiago Santos Equipe

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Como é um dia típico de um pré-pro-dutor, como é a rotina de trabalho des-te profissional?O dia de uma pessoa que trabalha comprodução é quase 100% ligado às produ-ções que ele está envolvido. Sempre. En-tão não existe dia de folga de verdade, seutelefone não tem hora para tocar, temosque estar sempre quatro passos à frentedas necessidades dos eventos que aindairão acontecer, e isso não é fácil, pois de-pendemos também do produtor localpara adiantar as contratações. Basica-mente, ou eu estou no escritório da ban-da, buscando essas antecipações, ou es-tou na estrada fazendo o avançado, veri-ficando tudo que foi previamente acerta-do. Chego na cidade e sigo meu checklist começando no hotel, verificando to-das as reservas da equipe. Depois verificoo transporte, roteiro, motoristas e os car-ros. Em seguida, vou para o palco, verifi-co dimensões, segurança estrutural eaterramento, camarins, capacidade equantidade de geradores, verifico o ridertécnico novamente com as empresas desom e luz e confiro a montagem do mapade luz. Recolho cópias das documenta-ções de autorização para a realização doevento etc. Todos os itens tratados ante-riormente na pré-produção realizada noescritório é verificada pessoalmente notrabalho do “Avançado”.

Tobe Lombelo, que foi entrevistadonesta coluna recentemente, disse que“um dos maiores problemas para colo-car um show da estrada é que o contra-tante não faz ideia daquilo que com-pra”. Por isso, quando chega o dia doshow o contratante não está preparadopara cumprir o acordado em contrato.Como o pré-produtor lida com isso?De fato, isso é bem comum acontecer.Quase 100% das vezes escuto do produtorlocal, ou do contratante, as perguntas:“Precisa disso mesmo?”, “Não pode seresse equipamento?”, entre outras diversasfrases que mostram que eles não sabem oque compraram. Um dos grandes proble-mas é que muitas vezes o rider não é lido, ea produção local contrata “parceiros” quenão têm o equipamento adequado ou ex-periência para cumprir as necessidades.Aliado a isso tem o fato de que muitasvezes esse produtor local não tem a capa-cidade técnica de entender o que estásendo solicitado no rider. Por isso, é tãoimportante a pré-produção, pois é nossafunção nos certificarmos que o contra-tante leu o rider, se ele acompanha e veri-fica com antecedência as contrataçõesrealizadas para cumprir o mesmo. É tam-bém função da pré-produção detectar fu-ros nesse processo com tempo hábil pararesolver essas pendências e não haversurpresas no dia do evento.

“Basicamente, ou euestou no escritório

da banda, buscandoessas antecipações,ou estou na estrada

fazendo oavançado,

verificando tudoque foi previamenteacertado. Chego na

cidade e sigo meucheck list

começando no hotel,verificando todas as

reservas da equipe.

Reunião pre show Rock in Rio Lisboa 2012 - Equipe Ivete Sangalo

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Quais os maiores problemas / im-previstos que você já passou e oque fez para resolver?O maior problema que tive atéhoje foi quando cheguei em umacidade do norte do país, na véspe-ra do evento e, ao visitar o localdo show, encontrei uma área e-norme sem nenhum fechamento,sem palco, sem nada, apenas ferra-gens e absolutamente mais nada.Meu primeiro pensamento foi queali não haveria show e que o even-to teria que ser cancelado, mas oprimeiro pensamento deve serquestionado sempre. Esse é o tipode situação em que você tem queter tato para resolver, pois não ésimples cancelar um show, mesmosendo por falha do seu contratan-te, afinal é o nome do artista quevocê está representando que vaiser destacado nas notícias, e ainda

assim você tem que fazer cumpriras necessidades técnicas para via-bilizar o evento. Eu permaneci nacidade (normalmente o pré-pro-dutor fica na cidade somente nodia que antecede ao show*), e sóabri o nosso caminhão e tirei aequipe técnica do hotel, quando opalco estava montado. Foram si-tuações como essa que a experiên-cia que tive adquirida nos anostrabalhando na Técnica que meajudaram a ter certeza da possibi-lidade de realizar o show e do tem-po que eu iria necessitar para exe-cutar cada passo do processo. Porisso, é importante conhecer opasso a passo da montagem, co-nhecer tudo, desde a montagemdo palco até a hora que sua equipefecha o caminhão e parte para opróximo show. O evento citadoaconteceu, e tudo deu certo.

Quando começamos no mercadode entretenimento sempre temospessoas que abrem portas, sejamelas do conhecimento ou de opor-tunidades de trabalho. Quais fo-ram essas pessoas em sua carreira?Como já citei em outra ocasião naentrevista, meu tio, André Carva-lho foi quem me inspirou a quererseguir essa profissão, foi o cara queme deu a oportunidade, foi o caraque me ensinou o que era um caboP10, um XLR e muitas outras coi-sas. O convite para entrar na pri-meira equipe técnica veio atravésde Cynthia Sangalo. O aprendiza-do na estrada veio com meus ami-gos da equipe técnica, em especialde um cara chamado Marquinhos,de quem recebi muitos conselhos emuito apoio para me tornar pro-dutor, do Junior Luzbel e do La-zaro e aí tive o grande convite de

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um cara que serve de exemplo paraqualquer um que queira crescer profis-sionalmente, o nome dessa pessoa éFábio Almeida. Foi ele quem me deu aoportunidade de exercer a função deprodutor de uma das maiores artistasdo mundo, e isso não tem preço. Agorasó tenho que me dedicar e trabalharpara me tornar melhor a cada dia.

Algumas áreas do mercado do entrete-nimento estão sob uma nuvem negrada recessão, se bem que mesmo com apseudo crise os shows continuamacontecendo, pois a máxima “O showtem que continuar” permanece. Emquê a “crise” afeta o seu trabalho?Essa crise afeta em muito o meu traba-lho, afinal tenho que cobrar do con-tratante tudo que está no meu rider, etrabalho com uma artista de nível in-ternacional. Com isso, nosso showexige uma série de equipamentos deponta, equipamentos modernos e quecustam caro, e hoje o caro se tornauma dor de cabeça para o contratante,porém não podemos mediocrizar oshow da artista em virtude de econo-mia, por isso buscamos auxiliar nos-sos contratantes ao máximo para queele consiga nos dar qualidade e en-contre bons preços. E isso consegui-mos hoje com os parceiros conquista-

dos ao longo dos anos, esses parceirosfazem questão de atender a nossa ar-tista com qualidade de serviço e preçopara nossos contratantes. Em temposde crise, temos que nos unir aindamais com os antigos parceiros.

Como está a organização da classe dosprodutores, vocês têm algum sindicatoou associação?Infelizmente, aqui na Bahia a classeainda está engatinhando no que dizrespeito à organização. Estamos ten-tando criar a APAB (Associação dosProdutores Artísticos da Bahia), que foiidealizada pelo produtor Fred Rehem.Tivemos algumas reuniões, mas infeliz-mente a ideia de que todo mundo temalgo mais importante para resolver emseus respectivos trabalhos vem invia-bilizando a concretização desse projetotão importante. Acredito que logo dei-xará de ser um projeto e se tornará rea-lidade, mas ainda assim estamos longedo que se espera do ideal, do que se es-pera de uma representatividade daclasse na Bahia.

Qual a sua visão do mercado atual, comoele evolui desde que você começou?O mercado está horrível, profissionaissurgindo sem nenhum conhecimento,nascendo junto com bandas novas, é o

“Infelizmente, aquina Bahia a classe

ainda estáengatinhando noque diz respeito à

organização.Estamos tentando

criar a APAB(Associação dos

ProdutoresArtísticos da

Bahia), que foiidealizada pelo

produtor FredRehem.

Reunião

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amigo do vocalista, é o primo de al-guém. O fato é que são pessoas que nãoentendem nada do ramo e são coloca-dos como produtores, prejudicandoroadies e até empresários, o cresci-mento e o profissionalismo no Brasil.Sem falar na desvalorização causadapor profissionais que prestam serviçopor valores abaixo do ideal. Claro quesão profissionais de nível baixíssimo,mas ainda assim atrapalham o cresci-mento e a valorização dos profissio-nais de verdade. É ai que entra a im-portância de se existirem os cursos,para auxiliar pelo menos na teoria osprofissionais que estão querendo en-trar de maneira responsável no merca-do e aprender com a experiência da-queles que pavimentaram a estradapara que os mais novos tenham umaviagem mais suave. Nomes comoTobe, Marcos Soares, Macgyver, Ca-milla Rebouças, Bia Wetzel e Marisa(Rock in Rio) são produtores que játive a oportunidade de conhecer, tra-balhar e aprender muito.

Sempre pensamos em crescer pro-fissionalmente. Qual o caminho oufunção que enxerga como seu cami-nho natural em um futuro próximo?Hoje penso mais em me aperfeiçoar naminha função mesmo. Ouvi de umapessoa que temos que crescer, sim, mascom passos firmes, e essa firmeza vematravés do conhecimento e aperfeiçoa-mento. Por isso, nesse momento queroser um dos melhores no ramo, me capa-citar para poder ser citado em reuniõescomo uma opção de produtor para tra-balhar em grandes eventos no Brasil eno mundo, assim como os produtoresque citei nesta entrevista e que já tiveoportunidade de ver trabalhando e ad-mirar. Quero ser tão profissional quan-to eles e um dia ser exemplo e inspira-ção para os que estão chegando.

Para aqueles que estão interessadosem exercer a função de pré-produtor,qual conselho ou dica que dariapara os iniciantes?

Primeira coisa: se perguntem porque estão entrando nessa vida e se aresposta for... “porque gosto de estarperto dos artistas e do glamour”, váfazer outra coisa. Na minha cabeçaprodutor não tira foto, produtor nãoé fã, ele tem que estar ali para via-bilizar o show/evento, dar as ferra-mentas de trabalho corretas à equi-pe, dar o suporte e assessoria ao artis-ta. E o pré-produtor tem uma res-ponsabilidade maior ainda, porque éatravés dele que o processo tem iní-cio. Então, se iniciar errado vai ter-minar errado. Perdemos noites, datasespeciais, não temos muitos finais desemana livres. Então se quer entrarnessa vida, entre porque ama o que iráfazer e faça com dedicação, e com cer-teza as consequências serão boas.Procure cursos e se tiver a oportuni-dade vá a eventos e shows para vercomo tudo acontece, procure boasreferências de produtores para se gui-arem e a possibilidade de você ser umbom profissional será alta.

Quais são os seus planos para o fu-turo, o que planeja fazer daqui a10 anos?Bem, meus planos são me tornar umdos melhores no que faço. Daqui a 10anos pretendo estar em cima do palcofazendo as coisas acontecerem, ter aoportunidade de reler essa entrevista ever o quanto eu ainda tinha que apren-der e, mesmo daqui a 10 anos, continu-ar aprendendo e quem sabe ensinandoos novos. Quando essa data chegarquero olhar pra trás e ver o tanto deamigos que fiz nessa estrada, nos pal-cos do mundo inteiro, ser querido, ad-mirado e respeitado por todos, aí euestarei realizado.*Notas da Redação

Este espaço é de responsabilida-de da Comunidade Gigplace. En-vie críticas ou sugestões para [email protected] ou [email protected]. E visiteo site: http://gigplace.com.br.

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PLANETA omo dizia a palavra de ordem divul-gada nas redes sociais pré-Planeta

Atlântida, fizesse chuva ou fizesse sol,haveria festa. Fez sol e fez chuva e a 20ªedição do festival confirmou o Planetacomo um dos maiores do país. Comopresente por ter comparecido em mas-sa, além de cantar e se divertir com osdiversos artistas dos mais diferentes gê-neros musicais que passaram pelo palcoprincipal, o público pôde conferir um

[email protected]

Fotos: Cleiton Thiele / Divulgação

show à parte na iluminação, que além deapresentar um novo conceito, ganhou oreforço dos equipamentos Martin, e nosom, com a potência das JBLs, que sacu-diu a SABA nos dois dias de festival.

FUSÃO - UNIR ESFORÇOSPARA CRESCEREntre a fartura de novidades nessas 20edições de Planeta Atlântida, o anúncioda fusão das empresas Impacto Vento

C

PLANETA

Em vinte anos, oPlaneta Atlântida

conquistou gerações eviu uma série de

transformaçõestecnológicas e musicais

acontecerem. Noentanto, as novidades

esse ano ultrapassaramo domínio técnico, e

chegaram ao terrenodos negócios. Essa

edição do eventotambém serviu como

anúncio e confirmaçãoda fusão entre as

empresas ImpactoVento Norte e Veritas,

que até então haviasonorizado 18 edições

do festival, econsolidou a entrada

da Harman no projeto,trazendo os movings de

última geração daMartin para a

iluminação e o sistemaJBL Vertec na

sonorização.

Paredão sonoro e novos

equipamentos de iluminaçãomarcaram a edição 2015

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20152015 ATLÂNTIDA ATLÂNTIDA

Norte e Veritas está no topo da lista.As duas empresas, que começaramuma aproximação em 2012, decidi-ram pela fusão com o objetivo de so-mar esforços e atender o mercado deuma maneira mais completa e maiseconômica, primando por qualidadee preço. “Dentro do atual quadro domercado, que a cada dia exige maispor demanda tecnológica, começa-mos a entender que precisamos unir

esforços para que possamos ter umcrescimento ordenado”, avalia Sér-gio Korsakoff, proprietário da Ve-ritas. “Então no final de 2014, eu e oRicardo (Salomao), que é proprietá-rio da Impacto Vento Note - que jáhavia adquirido a Vento Norte - ,percebemos algumas necessidadesnas duas empresas, por sermos em-presas parecidas e atuando em diver-sos segmentos”, observa.

A ideia é continuar a oferecer so-luções dentro do conceito full ser-

vice, passando a atuar no mercadonacional, buscando preservar osclientes já existentes e buscandonovos. “Talvez até resgatando cli-entes que talvez a Veritas tenhadeixado de atender. A ideia é fazeruma retomada e, além daquelessegmentos que a gente já atende,continuarmos prestando serviço

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para o Planeta e para o Natal Luz de Gra-mado, que é o carro-chefe da Veritas.Com essa fusão Impacto/Veritas continu-aremos a abastecer esse evento comtecnologia e passaremos a atender o Sul, oSudeste e o Centro-Oeste”, anuncia Sér-gio, acrescentando que, com a junção dasduas empresas, foi possível aumentar oparque tecnológico, confirmando a possi-bilidade de atender o mercado nacional.Outro fator tecnológico que corroboraessa nova empreitada das duas empresasé a participação do grupo Harman, coma tecnologia Martin na iluminação. “Ofato de a Martin, através do grupoHarman, estar aqui nos dá condiçõesem um futuro próximo de atender al-guns nichos de mercado que talvez nãoestivéssemos atendendo por não estar-mos equipados com esse produto. Alémdisso, através do grupo Harman, tam-

bém teremos condição de recorrer aosistema JBL, Vertec etc.”, ressalta Sergio.“A concorrência não precisa se preocu-par, porque é tudo sempre com muitaética e eu sempre falo que o sol brilhapara todos”, afirma.Amândio Costa, vendedor técnico daHarman, acredita que a fusão entre asduas empresas de locação “foi uma par-ceria benéfica para ambas as partes”.Para ele, o fato de a Impacto Vento Nor-te ser da Região Sul, da mesma forma queo grupo Harman, irá ajudar em termosde divulgação e logística da marca. “Aca-ba sendo muito mais fácil para nós criar-mos essa parceria, pois estamos muitopróximos (uma da outra). E isso, a nívelde distância, nos facilita muito e faz comque a Impacto Vento Norte utilize nos-sos produtos”, avalia. “Obviamente, nósda Harman Brasil, queremos atingir o

Renato Muñoz, Sérgio Korsakoff (Veritas), ao centro, e Ricardo Salomao (Impacto Vento Norte)

Fileiras de subs no chão Grid de iluminação com equipamentos Martin

“A concorrêncianão precisa se

preocupar, porqueé tudo sempre com

muita ética e eusempre falo que o

sol brilha paratodo mundo.

(Sérgio)

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Brasil todo, mas vamos focar prin-cipalmente na nossa matriz que éem Porto Alegre. Mas a idéia é atin-gir o Brasil todo”, acrescenta Costa.Para o diretor da Harman, FabioFloriani, a Impacto Vento Nortevem se consolidando como umagrande empresa de locação no Suldo país. “Ao investir na tecnologiaHarman, estamos tentando pro-porcionar tudo aquilo que pode-mos em termos de tecnologia, su-porte, pós-venda. E o resultadoestá nos dois principais festivaisdo Sul do país: o Universo Alegria jáfoi com todo equipamento de áudioe luz Harman, JBL e Martin, e agoraestá sendo repetido esse sucesso aquino Planeta Atlântida”, afirma.De acordo com Floriani, com a cola-boração da Harman e a união da Im-pacto Vento Norte e Veritas, foi pos-sível que o público ouvisse um somJBL pela primeira vez no festival.

“Nossas metas são, principalmente,consolidar a JBL como o mais impor-tante sistema para shows e espetácu-los de grande porte. Já há muito tem-po o Rock in Rio vem usando a nossatecnologia, mas em grandes festivais

regionais ainda estávamos poucodisseminados, e agora com o Plane-ta, se consolida a JBL como grandesistema de áudio”, define.

PAREDÃO SONOROEra só olhar para o palco principalpara saber que algo diferente iriarolar. Mesmo para um leigo maisdistraído, o paredão formado pelas66 caixas JBL 4889, mais 30 JBL4888, sem contar o outfill, nãopassava despercebido. Foram trêscolunas por lado, duas de L&Rmais uma de subs pendurados.“Aqui no Planeta nunca havia tidoessa configuração, conhecida porside by side, e ainda fizemos uma ou-tra coluna por fora para quem qui-sesse separar alguma coisa, geral-mente a voz. Na verdade, já vimosessa configuração feita por outraspessoas, e resolvemos experimen-

tar aqui, o que funcionou muitobem”, explica Fabio Schiavon (Bi-nho), responsável técnico pelasonorização do palco principal.“Muita gente usou (a coluna exte-rior). No primeiro dia, muitos só

usaram a de dentro. Outros prefe-riram usar os dois juntos, porquequeriam volume mesmo, e algunsusaram a voz no de fora com umaclareza bem boa. A diferença éenorme, eu nunca tinha usado essaconfiguração e não sabia se ia fun-cionar, mas funcionou. Acho que anovidade maior que teve no somfoi essa”, avalia Binho.Segundo Fabio, a ideia desde oprincípio era de ter mudanças, emvirtude da 20ª edição. “Quando aVeritas e a Vento Norte me contra-taram, na primeira reunião foi ditoque era preciso fazer alguma coisadiferente, porque já era a 20ª edi-ção e geralmente era sempre a mes-ma coisa: o L&R, o sub no chão e ooutfill. Então a ideia inicial erapendurar 18 caixas e 18 subs, nomáximo. No entanto, para fazer-mos essa configuração tivemos que

Nossas metas são,

principalmente, consolidar a JBL

como o mais importante sistema

““

Iluminação teve equipamentos exclusivos da Martin como o Viper Victro Pelúcia fez a direção de palco do Planeta

Coluna externa separava algum elemento sonoro

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ter muito mais caixas. Isso significa quesão 90 caixas mais o outfill”, ressaltaBinho, acrescentando que, dessa vez, foipossível trabalhar com sobra no PA.Essa “sobra” permitiu que durante o J.Quest fosse medido 120dB na housemix. Para Bruno, que faz o PA da banda,a mudança foi enorme do ano anteriorpara essa edição. “Faço o Planeta desdeos meus tempos de Pato Fu, então essejá deve ser meu 10º Planeta. Deu parasentir que agora conseguimos mixarcom sobra, com headroom bastantegrande. No J. Quest a gente exige bastantedo sistema, ainda mais com essa nova for-mação, com os metais; são 12 músicos nopalco”, equaciona.Para gerenciar o sistema, de acordocom Binho, foi utilizado o programaPerformance Manager, da JBL, sendopossível dessa forma modular tudo econtrolar todas as caixas. “Ele ‘enxer-ga’ todas as caixas e tudo o que estáacontecendo”, comenta Binho, acres-centando que ainda foram usadas duascolunas de delay, feitas com caixasElectro-Voice. “Na verdade, não preci-sava muito, era só para dar uma clarea-

da lá pra trás”, completou.Para Carlos André Carvalho (Piriqui-to), que foi responsável por fazer toda arede, AC e sinal, trabalhar com o Per-formance Manager também foi perfeitoporque ajudou a “cuidar das redes e saberse o sinal estava normal”. Para ele, “aquantidade de equipamentos que tam-bém está sendo usada pela primeira vezacaba sendo um trabalho demorado, por-que tem que ser feito parte por parte. En-quanto o PA era montado, por exemplo,eu já estava fazendo a parte de AC embai-xo. Quando subia o PA, tudo já estavapronto, o AC já estava pronto e as redesligadas, e aí era só checar”, explicou.Os técnicos Chileno e Batata, PA doRaça Negra e SPC, respectivamente,também tiveram experiências bemagradáveis e diferentes. As duas ban-das de samba subiram juntas no pri-meiro dia de festival e os engenheirostiveram que coordenar as mixagens.“Aqui são duas bandas distintas e doistécnicos, cada qual com a sua ‘cara’ namixagem. Uma banda vem com a har-monia muito grande, por exemplo. ORaça Negra já é uma banda mais raiz

Mapa de iluminação: formato orbit do palco também dá possibilidades de explorar diversos ângulos

”“Quando subia o

PA, tudo já estavapronto, o AC já

estava pronto e asredes ligadas...

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em relação ao pagode e temos que tentar chegar os doisno mesmo nível. É bem legal, apesar de ser um desafio mui-to grande”, garante Chileno. “Trabalhamos com 96 canais.O Batata tem os canais dele e eu tenho os meus. Temhoras que as duas bandas tocam juntas, percussão doSPC, junto com o Raça Negra, metais, backing, então agente tenta fazer um lance bem legal com relação aisso. Como eu falei, é bem interessante essa relação eessa parceria entre os dois”, completou Chileno, quemixou em uma Digico.Batata, que preferiu trabalhar com o console da Digidesign,concorda com o colega de profissão e acrescenta que, embo-ra as duas bandas sejam de samba, cada uma tem uma carac-terística diferente. “Por exemplo, o Raça Negra foi aquelabanda que deixou o samba mais pop, mudaram a roupagemdo samba. Já o Alexandre (Pires) sempre foi de fazer um tra-balho mais pop, para marcar um pouco mais a frente, de ter aharmonia também bem presente”, compara.Além das Digico e Digidesign, a house mix do Planetatambém contou com duas MIDAS, uma Pro6, e uma Pro2,que fazia o master. “O Planeta Atlântida 2015 está dentrodo nosso projeto MIDAS Vai ao seu Show. No palco princi-pal a console master da F.O.H era uma MIDAS Pro2, e tam-bém tinha uma MIDAS Pro6, que pertence à Impacto Ven-to Norte. Esta console foi usada no show da banda Comu-nidade Ninjitso, e quem mixou o PA foi o técnico DanielLima”, atesta Emerson Duarte, especialista de audio-próna Proshows. “No palco do Pretinho foram utilizadas 02MIDAS Pro2 no F.O.H e em todos os shows deste palco amix foi de MIDAS Pro2”, completa.

ILUMINAÇÃO E TECNOLOGIA DE PONTACriatividade, homogeneidade, ecletismo, além de umtoque de alta tecnologia. Essas foram as característicasda novíssima concepção da iluminação do PlanetaAtlântida. Além dos artistas que compuseram o line up,as estrelas da noite foram os novos movings da Martin,que foram usados no festival graças a uma colaboraçãoda Harman com a Veritas e a Impacto Vento Norte.“A grande diferença desse ano em relação à parte de ilu-minação foi justamente o uso dos equipamentos daMartin, que são de ponta e de primeira linha no mundointeiro. A qualidade do retorno que eles dão é absurda”,garante Rodolfo de Paula (Gastão), que fez a direção defotografia e coordenação de iluminação do Planeta.“Aqui estamos usando os Martin Viper Spot, Viper Wash,Mac Rush, Mac QuantumWash, Martin 101 e os Atomic3000”, acrescenta.Para criar a concepção do palco, Gastão conta que a equipelevou em conta o ecletismo do evento “procurando aten-der tanto alguém que está fazendo a luz para um axé quantoa luz para o rock”. E pela quantidade de equipamentos usa-

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“A grandediferença desse

ano em relação àparte de

iluminação foijustamente o uso

dos equipamentosda Martin, que

são de ponta e deprimeira linha no

mundo inteiro.(Gastão)

dos, criar e trabalhar em cima dessesconceitos ficou até fácil, segundo Gas-tão, “porque havia vários caminhos epossibilidades”. “O que fazemos em umfestival é como em uma pintura. A gen-te dá uma grande tela, que é o palco, da-mos a tinta, que é a parte dos equipa-mentos, dos spots e dos washes, e um ex-celente pincel, que é o controle de tudo,e aqui é feito pela MA. Aí o quadro saide acordo com a capacidade artística doLD”, compara.

Movings e paineis no fundo do palco faziam a composição da iluminação

Iluminação foi controlada pelo sistema grandMA Paineis de LED ao fundo do palco

Na opinião de José Luis (Kabelo), um dosLighting Designers responsáveis pelaconcepção do mapa de luz, qualqueriluminador gosta de trabalhar com ma-terial de primeira para poder fazer seudesenho e entregar o melhor produto.“Fazemos uma análise prévia dos mapas,mas aqui também é mais solto, porquenão dá pra ficar preso a só um mapa, to-dos são diferentes. Esse formato orbit dopalco também dá possibilidades de ex-plorar diversos ângulos, tanto de baixoquanto de cima. E ainda temos os mo-vings em todos os lugares, aonde tem câ-meras. E o legal dos equipamentos daMartin é que a gente não fica só com obeam. O beam dá o efeito, a grandiosi-dade, ele risca bem, mas ele não dá volu-me, então melhora com o Viper Spot, oViper Wash, o Quantum”, avalia o LD.Dentre as características em comum dosequipamentos da Martin usados no Pla-

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O CPM22 hoje começou

às seis horas e a gente conseguiu

enxergar os fachos

Hibridismo do Viper AirFX: Beam, Spot e Wash. Nos movings era possível ver o facho desenhado em shows mesmo durante o dia

neta, Kabelo fez questão de desta-car “a quantidade de luz que sai”.Nos movings, por exemplo, erapossível ver o facho desenhado emshows mesmo durante o dia. “OCPM22 hoje começou às seis horase a gente conseguiu enxergar per-feitamente os fachos. E há a con-fiabilidade. Não precisamos trocarnenhum aparelho”, avalia.No caso do Viper AirFX, outra ca-racterística citada pelo vendedortécnico da Harman, Amândio Cos-ta, é a flexibilidade. “Quanto aoViper AirFX, essa é a primeira em-presa no Brasil a usar esse modelo.Com o Viper AirFX, que é chamadohíbrido, você consegue facilmenteser um Beam, ser um Spot, ser umWash. No caso do Viper WashDX, anovidade é que ele consegue “cor-tar” o objeto pretendido, o que éuma novidade a nível de movinglights wash”, explana. Costa come-morou ainda o fato de a linha Quan-tum, que é uma novidade quase nomundo, e o Quantum Wash, ummoving light leve de 750Watts de

potência, estarem sendo usados noPlaneta edição 2015.

A MENINA DOS OLHOSESTÚDIO DEPROGRAMAÇÃO 3DA exemplo dos anos anteriores,esse ano o Planeta contou com umestúdio de pré-programação 3D no

backstage. “Como temos muitosmoving lights no palco, não dátempo de gravar todos em umahora, então mandamos o showfilepara as bandas. Quem já trabalhacom grandMA já programa seu

show, testa no estúdio e depoisvem e faz em meia hora e corrige aposição no palco. Ou seja, lá ele faztudo virtualmente, efeitos, cue, eaqui ele só corrige. Lá é a nossamenina dos olhos. Enquanto abanda está passando som, o ilu-minador também consegue passara sua luz”, resume.

Tanto na house mix quanto no es-túdio de pré-programação, o siste-ma usado foi o grandMA, total-mente interligado. “Foram cincograndMA, todas ligadas em rede.Então os LDs podem estar traba-

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McGyver: produção geral do evento

lhando lá no estúdio e a gente traba-lhando aqui na house corrigindo nos-sas cues e tudo fica salvo em showfile.Trabalhar em rede também é umagrande facilidade, porque ninguémprecisa parar de trabalhar quandoacontece um problema, mesmo duran-te um show. Se algum moving desligara lâmpada, por exemplo, conseguimosreligar sem precisar mexer na mesa de-les. Se tiver que fazer alguma correçãode patch, por exemplo, a gente corrigena nossa mesa sem interferir, tudo nomesmo show”, expõe Kabelo.Segundo Carlos Eduardo, suportegrandMA e responsável pelo BOOTde programação, para os ilumina-dores terem um estúdio no back-stage é uma grande facilidade, tendoem vista que é impossível ver o fa-cho de luz do moving light ao meiodia, com o sol batendo direto no pal-co. “Com o recurso do 3D isso, sim, épossível. Além disso, todos os ilumi-nadores que já viajam com grandMAfizeram um partial show, e isso possi-bilita ao iluminador trazer pra den-tro da planta do festival o seu showque foi programado com outros equi-pamentos e quantidades, dando as-sim uma característica exclusiva pracada atração”, explica.Nesses estúdios montados no back-stage, o esquema de funcionamentojá começa a ser montado antes mes-mo do dia dos shows. “Quando pre-paramos o showfile do festival jános preocupamos com o tempo queos LDs irão ter pra programar sualuz, por isso nos antecipamos empreparar todos os presets de cor,gobo, beam, foco etc. dos apare-lhos”, conta Carlos Eduardo. Dessaforma, os LDs não precisam perdertempo acertando, por exemplo, otempo de shuther do moving lightpara poder gravar no seu show. Aequipe do estúdio já deixa isso pre-parado, junto com uma programa-ção base onde se consegue facilmen-te adequar a qualquer tipo de show.No Planeta Atlântida foi utilizado

todo o sistema grandMA. No BOOTfoi usado 1- grandMA 3D, 1- Conso-le light, 1-Comand Wing (video), 1-VPU light(servidor de vídeo). Já nahouse mix foi utilizado 1 consoleultra light (master), 1 console light(iluminador) e 1 console ultra light(back up). “Gerenciando o sistema,tínhamos 2 NPU (expansor de uni-verso DMX), 1 VPU plus (para ospaineis de LED). “Aquele que porventura não estava familiarizadocom o console, teve total suporte daEquipe da MA Lighthing (Eduardo,Abilinho, Humbelino)”, conclui.

SEM ELES, O SHOWNÃO PODE CONTINUARDirigir, governar, gerenciar, além deestar sempre antenado em novidadese tecnologias para levar para o even-to. Essas seriam, resumidamente,umas das qualidades que um produtordeve ter para fazer o show acontecer.Produtor geral do Planeta Atlântida,McGyver, que este ano completa 31anos nessa atividade de produção,ainda continua acreditando que pro-duzir no Brasil é um grande desafio,sim. “Se a pessoa não tiver vontade de

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Dois dedos de prosa - Samuel Rosa e o Planeta Atlântida

Umas das bandas brasileiras que mais bateram ponto nopalco do Planeta, o Skank está lá novamente na edição

2015 para alegria das gerações que acompanham abanda e o festival. Samuel Rosa contou à Backstage

sobre o que mais marcou a banda no festival e a emoçãode se apresentar mais uma vez para um público

apaixonado pelas letras do grupo. Do começo ao fim, osplanetários acompanharam a banda dos meninos

mineiros quase como num só coro.

Backstage - Samuel, o planeta che-

ga à 20ª edição e vocês estão aqui

praticamente desde o início. Teve al-

guma coisa que mudou ou que te-

nha marcado vocês?

Samuel Rosa - É sempre muito mar-cante. Uma banda como o Skank, quevai tocar para 20 mil, 30 mil pessoas, ésempre marcante, não tem como pas-sar impunemente. É sempre uma oca-sião especial, diferente, a banda senteisso e acho que é isso que faz a gentegostar de querer sempre ver isso denovo. A gente sempre quer fazer umshow melhor que o do outro ano, oSkank tem essa qualidade, tem váriosdefeitos, mas tem essa qualidade denão se acostumar com coisas que sãomuito especiais. E o festival é uma vitri-ne do que acontece, pelo menos nessepatamar popular de música no Brasil, ofestival é uma vitrine querendo ou não,

ele respalda o que está acontecendode mais importante. Essas bandas queestão aqui não estão à toa por aí, elastêm uma relevância e é bom saber que oSkank é um recordista (de apresenta-ções). Fico feliz, porque essa é a searaque a gente escolheu para a nossa vida.

Backstage - E vocês acabaram se

perpetuando em outras gerações?

Samuel Rosa - A gente nunca sabe oque é o futuro. Como hoje, a gentetestou as músicas do Velocia, claro,Ela me Deixou tocou muito no rádio eo pessoal ia cantar, mas Esquecimen-

to começou agora e o pessoal já can-tou muito. Então aí você fala, “opa,mais uma beirada aí pro Skank”. Ébonito essa renovação, das mãesque vieram, agora são as filhas queestão vindo e tal. Meu filho já até pe-diu para vir ao festival.

Sérgio (Vertias), Samuel Rosa e Fábio Floriani, à esquerda

superar as adversidades nunca vaichegar à área de produção e se rea-lizar”, comenta.O produtor, que durante 10 anosmorou na Europa, ressalta que émuito fácil viajar na Europa, ondenão existem buracos e ainda com-para. “Para cruzar a Alemanha,você leva 3,5 horas de carro, en-quanto no Brasil para atravessar140 km você demora 6 horas,porque as estradas são terríveis.Aqui eu me sinto em uma rotinadiária de gerenciamento de crise.Então tem que ter espírito dogerenciador de crise”, resumeacrescentando, no entanto, que érealizado no que faz. “Na 20ª edi-ção, trabalhamos e primamos portecnologia e qualidade de ponta,ou seja, os movings que estãoaqui, os Vipers, da Martin, sãounidades que vieram quase queem caráter exclusivo em umaquantidade e volume para poderatender qualquer planta de qual-quer um dos 16 artistas que seapresentaram nesses dois dias”.Outra novidade apontada por Mc-Gyver é o sistema de in-ears, quesegundo ele, é top de linha, além deuma parceria com a MIDAS. “São asmesas que estamos usando aqui,além dos microfones da linha Au-dioTechnica. Ou seja, poucos são osartistas que trazem seus equipa-mentos em turnê e alguns deles atédeclinam de usar os seus equipa-mentos quando se deparam aquicom as condições que damos paraeles”, avisa.Além de consoles e microfones,McGyver alerta que é preciso ve-rificar e checar tudo nos míni-mos detalhes. “Seja na parte deenergia, os sub snakes que ficamexpostos dentro dos praticáveis,os sistemas sem fio. Temos aquiuma equipe que cuida só de RF(rádio-frequência), escaneandoem tempo integral, para que nãohaja problema, para nenhum ór-

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Posicionamento da house mix

Sempre tivemos um problema aqui. Eeu sou um cara que defende isso, e jácomprei muita briga com muito técni-co, porque você monta um puta show

para 50 mil pessoas e o cara que estáaqui para assistir e não só para ouvir.Então esse problema da house duran-te muitos anos no Planeta Atlântida eufui criticado. Nesses últimos dois anos,conseguimos colocar a house para omeio, conseguimos reconfigurar a si-tuação da área vip; então na posiçãoque a house está, central, não atrapa-lha a área vip e só prejudica uma pe-quena parcela do público, mas a áreaficou mais uniforme com mais espaço.Mas no passado, cansei de colocar ahouse de lado. Tivemos um projeto depalco 360 graus durante

duas edições. Um palco redondo comseis faces, a área vip era uma meia lua,abraçava o palco, então eu tinha umasituação onde eu tinha uma área vip,top vip, palco e público em geral. Eaquele ano foi um caos, porque foramseis sistemas de PA, era um hexágono,e em nenhum lugar se conseguia asoma do L&R. Então a house ficava emuma posição que ela tinha só uma refe-rência. Tomei “paulada” de tudo que élado. Mas foi um projeto que tinha visu-al, para o público era excelente porquetinha visibilidade de qualquer lugar, en-tão sempre temos que achar o meio docaminho. Entre contemplar a técnica,mas não esquecer que quem paga aconta é o público e patrocinador. E tam-bém sempre tive essa preocupação de

respeitar o patrocinador. A minhavisão é que tem que se pensar emtudo e em todos.

Essência rock, Lulu Santos e

Tim Maia

Quando o Planeta começou erasó pop rock, tinha alguma exce-ção, com a Daniela Mercury em98, mas a linha do festival era Ba-rão, Fernanda Abreu, Para-lamas, Titãs, Lulu Santos, quepra mim também é um ícone doPlaneta. E quando eu vejo oLulu subir no palco do Planetacomo subiu ano passado enos outros anos, e olhar paraessa garotada que já está naquarta geração... E temosoutros ícones. Tivemos aoportunidade de ter o TimMaia aqui e ele fez o show.Era tudo analógico, não eranem line array, mas todosnós vivíamos aquela épocae era o que tínhamos paraaquele momento. Fez umshow maravilhoso.

Planeta Cases

Vinte anos de sucesso não é para qualquer evento. E comotoda estrada de sucessos tem seus casos e percalços,

resolvemos perguntar os fatos que mais marcaram oPlaneta a quem está há mais tempo à frente de um dos

maiores festivais do país: Sérgio Korsakoff

Chorão e Charlie Brown Jr

Para mim, a estrela do espetáculo é opúblico. Eu lembro que conversava issocom o falecido Chorão, do Charlie BrownJr. Ele sempre teve essa visão. Ela falava“cara meu show é essa p. desse público,sem ele não tem “Charlie...Brown, Char-lie...Brown”... E ele inflamava, botava agalera para cima. Era um cara que con-seguia até administrar situações até depânico, de brigas, e quando ele estavaali naquele palco ele era maestro, e re-gia uma plateia com uma competênciaímpar. Eu me lembro em um festival derock em Brasília, anos atrás, quando oChorão subiu no palco e ele estava maisinflamado e eu havia comprado um siste-ma de microfones da AKG e ele jogoupara a plateia. Ai demos outro e ele jo-gou o outro. Aí eu falei: tá bom, vai cantarcom fio agora. Ele teve que correr paracima e para baixo com o fio enrolando nopé. Me lembro também na final do SkolRock, em 97, na pedreira Paulo Leminski,em Curitiba, o casting era Iron Maiden,Halloween, Pavilhão 9, Raimundos eCharlie Brown Jr. Era o dia de encerra-mento do festival, badaladíssimo, o IronMaiden ia encerrar e chegou uma horaque o Chorão falou “eu não vou fazer, nãovou subir no palco, não vou tocar paracamisa preta, não vou subir no palco senão vou tomar garrafada”. E não fez.

J. Quest

Existem dois ícones no Planeta Atlântida:J. Quest e Charlie Brown Jr. O J Questcomeçou conosco em 98, em Florianó-polis, e eu comentando com o RogérioFlausini, que quando o J.Quest na épo-ca subiu no palco, tocaram para a técni-ca, segurança e o pessoal da limpeza. Ea gente estava lembrando o que são 18anos, apesar de já terem feito 14 Plane-tas conosco, agora essa galera e todomundo tocando junto.

Santa Maria

Ivete Sangalo está com a gente tambémdesde a banda Eva e eu te digo quequando a gente teve a tragédia de San-ta Maria, em 2013, foi em um domingo etivemos que adiar o Planeta porque nãotínhamos condições de fazer o show e aprimeira artista a confirmar a participa-ção duas semanas depois foi a Ivete. E

Gusttavo Lima

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duas semanas depois caia em umasexta-feira, sendo que o carnaval naBahia acabava na quarta. E foi a pri-meira artista a confirmar a participa-ção inclusive sem ônus. Eu fiz questãode ir no camarim depois do show delae em nome de toda a equipe agrade-cer. E eu me emocionei. A homenagemque foi feita aos jovens de Santa Mariaquando eu falo, me emociono.

Amor ao que faz

E o Planeta deve ser como o Festival deSalvador na Bahia, acabamos nos en-volvendo, porque tem todo o processotécnico, mas também emocional, toda acoisa de lidar com pessoas e lidar comprofissionais que também ficam afasta-

dos de suasfamílias. E eu tenho um hábito

desde 98 que é: toda a vez que toca amúsica tema do Planeta no início dofestival, pego meu crucifixo de batis-mo e peço a Deus para que cada umdesses jovens cheguem em casa são esalvos. É o que interessa. E esse é overdadeiro espírito do Planeta, que euincuti na minha cabeça e na minha equi-pe, e estamos passando isso nessatransição da fusão com a Impacto. Sim,é business, mas tem que ser com amor.

Samuel Rosa

CPM22

Em 20 edições, o Festival Planeta Atlântida passou do rock ao eclético

gão público (polícia ou bombei-ro) invadir o in-ear de ninguém,nem uma frequência de microfo-ne vazando no in-ear em ne -nhum outro lugar”, enumera.“Acabou a edição de 2015, nós co-meçamos a viajar o mundo inteiropara buscar novas tecnologias. Ospaineis de LED desse ano, porexemplo, são de última geração,usamos um de 4mm. Ou seja, étrazer para o público a melhorexperiência possível”, avalia,garantindo que o que faz a dife-rença são as relações interpes-soais. “Cada um nesses 20 anosfoi aprendendo como fazer e oque não fazer de uma maneiramais rápida e mais eficiente,mais produtiva. Hoje, as coi-

sas, praticamente, andam sozinhas”,festeja o produtor, que é graduado emengenharia e direito.Além do produtor, outro profis-sional que não para quieto emcima do palco é o diretor de pal-co, que no Planeta era regido porVictor Pelucia, da Audio Bis, em-presa especializada em atuar emfestivais e eventos corporativos.“Temos uma equipe seleta parafazer direção de palco de muitosfestivais e o Planeta é um deles,quando fazemos essa parceriacom o Mcgyver. Estamos aquipara fazer um bom funciona-mento do festival. As viradas depalco são muito pequenas, mui-to apertadas. Temos mais de seisconsoles no monitor, cada téc-nico tem a sua preferência, cadaum tem a sua marca, o modeloque gosta etc., então temos queadministrar tudo isso. Além deter que administrar espaço, pro-dução, artístico, técnica. O di-retor de palco depende muito dopatchman, do técnico de vias,do técnico de RF, do técnico demicrofone para ter um bom de-sempenho. Cada um faz a suaparte na medida do possível para

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Lista de equipamentos áudio Planeta Atlântida 2015

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66- VT 4889adp-da16- VT 488930- VT 4880A42- STX 828S12- EV XLC127DVX01- MIDAS PRO601- Avid Profile e 01- Avid Mix rack01- Digico SD801- MIDASPro201- Dolby Lake Processor LP4D12 01- Drive Rack 4800

Monitor

08- EAW MW1512- EAW SM22208- EAW SM40012- EV XLC127DVX08- EV XSUB12- EW 300 IEM G314- PSM 90002- PM5dRH02- Avid Mix Rack01-Soundcraft VI101- Digico SD9

o trabalho dentro do palco ficar coe-rente”, ensina.Como Victor mesmo diz, “um diretor depalco só não faz verão”, então, se não tiveruma equipe boa, o profissional acaba“morrendo na praia”. “Sem expertise dodia a dia de um festival, experiência eknow how, o trabalho do diretor de palcopode ficar bem mais difícil”, enfatiza, lem-brando ainda que a bagagem técnica tam-

bém tem que existir, cabendo ao profissio-nal saber dosar as duas coisas. “Há situa-ções em um festival que só acontecem ali.São viradas, ou melhor, detalhes que fa-zem a diferença em uma virada. Uma vi-rada de palco mais rápida que fizemos debandas grandes foi de 3’59". Ainda nãoconseguimos bater esse nosso recorde,mas vamos buscando a cada dia fazer dife-rente, acho que esse é o ponto”, frisa.

“Há situações em umfestival que só

acontecem ali. Sãoviradas, ou melhor,

detalhes que fazem adiferença em uma

virada. Uma virada depalco mais rápida que

fizemos de bandasgrandes foi de 3’59"

(Pelucia)

Torres de delay com caixas Electro-Voice

Lista de equipamentos iluminação Planeta Atlântida 2015

Moving light/efeitos:

53 Martin Rush MH334 MAC Viper Air FX24 MAC Viper Wash DX42 Mac 10124 MAC Quantum LED Wash44 Atomic 3k32 BEAM XP -5R48 PAR LED RGBW04 Haze Martin Magnum 250001 Haze MDG ATMOSPHEREConvencional:

29 MINI BRUTT 6X65034 MINI BRUTT 2X650

48 PAR 6405 CANHÕES SEGUIDORES DTS FARUS 1500Controle/programação:

2 Grand MA2 light2 Grand MA2 Ultra Light1 Grand MA Command Wing1 Grand MA 2 Port Node2 Grand MA NPU (network Processing Unit)Painéis de LED:

50 m² painel 7,2mm98 m² painel 30mm90 m² G-LEC 60mm100 m² painel 10mmConcepção: José Luis C. Fagundes (Kabelo)

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54 AO PASSADO!

omo já se tornou praxe, muitos fa-bricantes aproveitam a oportunida-

de para apresentarem ao público seusprincipais lançamentos, bem como paraditarem as tendências do mercado parao ano que se inicia.Neste ano, podemos perceber o des-pertar de uma nova tendência entreos fabricantes de teclados e sinte-tizadores. Se os soft-synths (geradoresvirtuais de sons no formato de pro-grama de computador) passaram aefetivamente disputar mercado comos sintetizadores digitais e com osque simulam virtualmente a sínteseanalógica, o caminho é focar no de-senvolvimento de novos s intet i -zadores verdadeiramente analógicos,os quais não podem ser reproduzidosno ambiente de um computador.Entre todos os modelos apresentados,alguns naturalmente merecem o nossodestaque. Confira então as suas princi-pais características:

CLuciano Freitas é técnico

de áudio da Pro Studio

americana com forma-

ção em ‘full mastering’

DE VOLTATodo início deano, os aficionados

e os profissionais domercado musical

voltam seus olharespara as terras do“Tio Sam” para

acompanharem aNAMM (National

Association ofMusic Merchants,

ou AssociaçãoNacional dos

Comerciantes deMúsica), a

principal feira deinstrumentos

musicais eequipamentos deáudio realizada

nas Américas.

Sequential – Prophet-6: no final doano de 1987, a Sequential, empresa pio-neira na fabricação de sintetizadoresanalógicos, encerrou suas atividades nomercado musical tendo seus bens e apatente da marca adquiridos pela Ya-maha. Em 2014, a Yamaha, num gestoinédito de generosidade, resolveu de-volver a Sequential ao seu proprietáriooriginal e fundador, Dave Smith (men-tor da Dave Smith Instruments). Comotributo ao seu mais ilustre equipamen-to, Smith apresenta ao mercado o Pro-phet-6, um sintetizador polifônico que,segundo o fabricante, é muito mais quea reedição do clássico Prophet-5, é o re-sultado do seu esforço para reproduzir amais impressionante sonoridade analó-

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gica, sendo contemporânea semperder a característica vintage. OProphet-6 possui dois osciladoresdiscretos controlados por tensão(VCO), cada qual com um sub-oscilador, oferecendo as formas deonda triangle, sawtooth, pulse esquare. Sua seção de filtros é for-mada por um de passagem de bai-xas frequências (-24 dB. por oita-va, inspirado no do Prophet-5) eum de passagem de altas frequên-cias (-12 dB. por oitava). Já a suaseção de efeitos permite o uso si-multâneo de dois processadoresdigitais (reverb, chorus, delay ephase shift, todos com resolução de48 kHz/24 Bits, mantendo o fluxode sinal analógico quando desabi-litados) e de um analógico (distor-ção). Com 49 teclas semipesadassensíveis ao toque (com after-touch) e polifonia de 6 notas, oequipamento vem de fábrica con-figurado com 500 programas, alémde oferecer memória para o arma-zenamento de outros 500 progra-mados pelo usuário.

Moog Music – System 15, System

35 e System 55: com um nomeque se confunde com a própria his-tória dos sintetizadores analó-gicos, a Moog retorna às suas raízesoferecendo ao mercado uma ediçãolimitada, construída sob demanda,dos seus mais nostálgicos sinte-tizadores modulares. Construídos

num processo totalmente arte-sanal, esses equipamentos ofere-cem 36, 22 e 14 módulos respecti-vamente para os modelos System55, System 35 e System 15, mó-dulos estes similares aos utilizadospor artistas consagrados comoKeith Emerson e Wendy Carlos.Dentre esses módulos, o usuárioencontrará osciladores (modelo921), filtros (modelos 904A e904B), geradores de sinais randô-micos (modelo 903A) e amplifica-dores (modelo 902), entre outros,os quais são conectados manual-

mente por meio de cabos externos,reproduzindo a exclusiva sonori-dade que apenas esses equipamen-tos podem oferecer. Como opcio-nais, a Moog oferece também um

sequenciador analógico (Sequen-cer Complement B) e um tecladocontrolador de 61 teclas (962 duo-phonic keyboard), que expandemas possibilidades criativas nos sis-temas. Consideradas peças de co-lecionador (pelo seu alto preço epela sua produção em quantidadessuper limitadas), a Moog tambémaproveitou a NAMM para lançaruma edição especial (comemorativados seus 50 anos) do amado sinte-tizador monofônico Minimoog (To-lex Minimoog Voyager XL), o qualvem revestido em tolex preto (vi-nil comumente encontrado nosamplificadores de guitarra), e quetambém tem as conexões entre osseus módulos realizadas por meiode cabos externos (como ocorrenos sistemas modulares).

Korg – ARP Odyssey: outro gran-de fabricante americano de sinte-tizadores analógicos que interrom-peu seus negócios no início da dé-cada de 1980 foi a ARP. Com suasonoridade marcante, imortaliza-da nas composições de artistascomo Herbie Hancock, Chick Co-rea, Vangelis entre muitos outros,esses lendários sintetizadores tor-naram-se parte integrante da his-tória discográfica do século XX.Quarenta anos após o lançamentodo Odyssey, um dos maiores suces-sos de vendas da ARP, os engenhei-ros da Korg, assessorados e supervi-

sionados pelo próprio

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David Friend (co-fundador da ARPInstruments), conseguem recriar fiel-mente o circuito original do equipamen-to, fazendo-o nascer novamente. A fimde produzir um som analógico aindamais poderoso do que o presente no mo-delo original, o novo ARP Odyssey con-ta com a função DRIVE, responsável porsaturar musicalmente seus dois oscila-dores, entregando uma sonoridade mais“quente” e agressiva. Na seção de filtros,o novo ARP Odyssey é capaz de reprodu-zir as características distintas das três ge-rações do equipamento: Type I (12 dB.por oitava, para uma sonoridade abertae cortante), Type II (24 dB. por oitava,para uma sonoridade com graves maisdefinidos e impactantes) e Type III (24dB. por oitava, capaz de manter exce-lente estabilidade mesmo quando ocontrole de ressonância encontra-se emníveis extremos). Produzido em um ga-binete com 86% do seu tamanho original(com 37 teclas), o novo ARP Odysseyconta agora com saídas balanceadas(conectores XLR), saída dedicada parafones de ouvido, além de conectores nosformatos MIDI (in) e USB.

Roland – JD-Xi: mesmo não sendopropriamente um sintetizador ana-lógico e sim híbrido, este equipamentooferece em uma embalagem compactao melhor dos dois mundos: a sonorida-de encorpada e “quente” dos clássicos

sintetizadores analógicos aliada à cla-reza e versatilidade da síntese digital.Na seção analógica (monofônica), seuoscilador oferece as formas de ondasawtooth, triangle e square, além deum sub-oscilador e um filtro LPF, en-quanto seus dois osciladores digitais(com 128 notas de polifonia, baseadosna tecnologia SuperNATURAL) ofe-recem uma ampla gama de sons de pia-nos elétricos, cordas, pads, efeitos so-noros, entre vários outros instrumen-tos musicais elétricos e eletrônicoscontemporâneos. Seu sequenciador de4 pistas (uma para cada oscilador e umapara a parte fixa de bateria) permitecriar complexos padrões rítmicos emtempo real por meio do modo de grava-ção TR-REC (o mesmo encontradonas baterias eletrônicas da linha TR dofabricante). Na sua seção de efeitos,além dos processadores dedicados dechorus e reverb, o usuário conta comoutros dois processadores indepen-dentes com efeitos diversos (Dis-torção, Fuzz, Compressor, Bit Crusher,Flanger, Phaser, Anel Mod, Slicer),totalizando até 4 efeitos simultâneos.Acompanha o equipamento um mi-crofone gooseneck, que permite ativaros efeitos de vocoder, auto pitch e autonote com o auxílio da própria voz.

Para saber online

[email protected]

“Produzido emum gabinete

com 86% do seutamanho

original (com 37teclas), o novo

ARP Odysseyconta agora com

saídasbalanceadas

(conectoresXLR), saída

dedicada parafones de ouvido,

além deconectores nosformatos MIDI

(in) e USB

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sta atualização é gratuita para os usuá-rios existentes da versão 10 e custa

199 dólares para os novos usuários, ver-sões anteriores ou upgrades de usuários deGarage Band. Vamos verificar em seguidaas principais adições ou alterações e en-trar num certo nível de detalhamento:

DRUMMEROriginalmente, o Drummer era focadona bateria acústica, sendo possível utili-zar em alguns estilos um preset de bateriaeletrônica e tentar aproveitar o beat. O

E Drummer possibilita a geração de trilhasde bateria de forma simplificada, ajustan-do o pad XY para os elementos que ocompõem: Volume e Complexidade.Agora, esta versão incorporou novosperfis de bateristas, focando nos estilosde música eletrônica (eletro house, techhouse, trap e dubstep) e hip hop. Cadaperfil do Drummer possui 8 blocos depresets customizáveis, permitindo que ousuário crie e grave seus próprios pa-drões. Uma das diferenças é que cada per-fil possui seu próprio kit de bateria, os

XLOGIC PROVera Medina é produtora, cantora,

compositora e professora de canto e

produção de áudio

ATUALIZANDO SEU LOGIC

Após cerca de umano e meio sem

alterações, o LogicPro X entra o anode 2015 com uma

atualização para aversão 10.1

adicionando umgrande número de

novasfuncionalidades a

serem utilizadaspelos produtores,

principalmentepara quem

trabalha commúsica eletrônica.

PARTE 1

Figura 1

Figura 2

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59

quais são derivados de várias bateri-as eletrônicas, das mais clássicas atéas mais modernas. (Figuras 1 e 2)

DRUM MACHINEDESIGNERO novo plug-in Drum MachineDesigner oferece novos sons e fun-cionalidades para customizar kitsde bateria eletrônica em vários es-tilos, possibilitando um maiorcontrole sobre o kit de bateria. Épossível alterar cada um dos ins-trumentos do kit, mixá-los e alte-rar suas tonalidades na seção deefeitos. Há ajustes para altura, ex-tensão, filtros, distorção, presença,pan e volume.Para acessá-lo, vá para o menuTrack > New Instrument SoftwareTrack > Instruments > Drum Ma-chine Designer (Figura 3). Cliquesobre o ícone Library na barra de fer-ramentas no canto superior esquer-do. Estão disponíveis vários presetsdo Drum Machine Designer, escolhao que mais está de acordo com o esti-lo desejado (Figura 4). Se você quisermudar um instrumento específicodo kit, clique sobre o mesmo na ja-nela do Drum Machine Designer.No nosso exemplo (Figura 5),cliquei sobre o Shaker. Na Libraryé possível visualizar todos os sha-kers disponíveis que podem ser uti-

lizados no lugar do original do kit. Ena janela do Drum Machine Desig-ner é possível visualizar os parâ-metros que podem ser alterados,conforme citado no início da maté-ria (pitch, length, distortion etc.).

NOTE REPEAT E SPOTERASE NA CRIAÇÃO...de patterns em tempo real

Seguindo a tendência da criação depatterns de bateria com contro-ladores, tais como Machine, ou comhardwares dedicados (Akai MPCs,por exemplo), é possível utilizar afunção de Note Repeat (repetiçãode nota) e criar um pattern inteiroe de forma bem intuitiva. Para tes-tar esta função, vamos utilizar uminstrumento virtual, o Ultrabeat.Vá ao menu Track > New SoftwareInstrument Track para criar umanova trilha de instrumento virtual.Em instrumento, escolha o Ultra-beat da lista e o preset Classic HipHop Remix Kit. Lembre-se que ape-

nas estou utilizando este kit para tes-te, você pode escolher outro tipo deinstrumento, ao seu gosto. Vá aomenu View > Show Toolbar e esco-lha Note Repeat (Figura 6). A janelaque aparece possui três parâmetrosque podem ser ajustados:•Rate: que indica como a nota de-verá ser repetida. (Figura 7)•Velocity: que atua de 1-127 ou deacordo com o que está sendo tocado(As Played)•Gate: extensão das notas, quantomaior o percentual, maior a duração.Para nosso teste, escolha a Rate 1/4,Velocity As played e Gate em 20%.

Figura 3

Figura 4

Figura 5

Figura 6

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Prepare a trilha para gravar uns 4 com-passos, aperte R (Record) e pressione atecla C1 do seu teclado. Você verá que asnotas serão gravadas dentro da resoluçãodefinida. No caso, a tecla C1 tem um somde bumbo (Analog kick). Volte ao iníciodo loop e grave agora da mesma forma,selecione rate 1/2 e localize o início dagravação para o segundo compasso. Pres-sione R (Record), enquanto mantémpressionada a tecla E1 do seu teclado.Nesta nota está vinculada uma caixa(Gated Snare) no Ultrabeat. Estes no-mes das peças da bateria podem servisualizados na tela do Ultrabeat. Pron-to, ouça o resultado de sua gravação. Parajuntar as duas partes gravadas em uma sóregião, clique sobre uma das regiões como mouse direito. Ao abrir o menu escolhaBounce and Join > Join. Pronto, o loopestá consolidado em uma única região.(Figura 8 e projeto Note Repeat)Temos uma outra ferramenta com a uti-lidade oposta. Spot Erase permite quevocê remova as partes enquanto estátocando a tecla. Está ao lado da função

Note Repeat. Vá ao menu View > ShowToolbar e escolha Spot Erase. Se vocêquiser tirar alguma peça, por exemplo,enquanto toca a região, pressione a te-cla desejada no teclado.Tanto o Note Repeat quanto o SpotErase podem ser utilizados com outrosinstrumentos, além dos kits de bateria.Então pense nesta função para tocaracordes, retirar notas indesejadas de umgrupo de acordes ou de um solo. O céu éo limite, estou me divertindo aqui comestas funções. Utilizo estas técnicas naMaschine e outros controladores, ago-ra podemos utilizá-las no Logic Pro X.Após gravar patterns de instrumentos,vale a pena aplicar alguma quantizaçãopara gerar um certo groove.

MELLOTRONIndo além dessas novas funcionalida-des mais focadas em bateria, existemnovas emulações de Mellotron dispo-níveis neste update. O Mellotron foium teclado popular no final dos anos60 e início dos anos 70. Algumas ban-das clássicas utilizaram o Mellotroncom certa frequência, a citar Beatles,Led Zeppelin e outras bandas de rockprogressivo. O Mellotron tocava pe-quenos arquivos de loops de áudio defita de flautas, cordas, entre outros. Va-mos primeiro ter certeza que o Mello-tron já está instalado no Logic Pro X.No meu caso, não estava mesmo após aatualização, de forma que eu não con-seguia encontrar o instrumento. E peloque consta, várias pessoas tiveram essemesmo problema logo de cara. Vá ao

Figura 7

Figura 8

“Utilizo estastécnicas naMaschine e

outroscontroladores,

agora podemosutilizá-las no

Logic Pro X.Após gravarpatterns de

instrumentos,vale a pena

aplicar algumaquantização

para gerar umcerto groove

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menu Logic Pro X > DownloadAdditional Content e marque oconteúdo Vintage Mellotron (Figu-ra 9). Aproveitei para instalar tam-bém o conteúdo Cinematic queainda não havia sido instalado.Clique sobre o ícone Library e ve-rifique que agora você encontrana lista um novo item: VintageMellotron. Ele apresenta 10 ins-trumentos no EXS24, como po-de se ver no menu ao lado (Figu-ra 10). Clicando em Smart Con-trols, você acessa o painel ondedois sons podem ser combinadospara criar uma único instrumen-to. Veja na Figura 11 uma combi-nação de String Section e Flute.

BIBLIOTECA EXPANDIDAAs seções da biblioteca tiveram aadição de cerca de 200 novos pre-sets, principalmente nos itensArpeggiator e Synthesizer.

ATUALIZAÇÃO DOINSTRUMENTO VIRTUALRETRO SYNTHNo Retro Synth, instrumento vir-tual de síntese wavetable, é possívelimportar áudio através de drag and

drop (arrastar e soltar) e criar novosinstrumentos/sons automatica-mente. Além disso, é possível utili-zar até oito vozes simultaneamente.Então vamos entender como utili-zar esta nova função. Abra umanova trilha através do menu Track> New Software Instrument Tracke na lista de instrumentos escolha oRetro Synth. Existem 4 opções nomenu superior do Retro Synth:Analog, Sync, Table, FM. Cliquesobre Table (Figura 12). Do lado es-querdo da janela, no grupo Oscil-lator você verá um campo em verde

escrito Custom Table. Procure umarquivo de áudio em sua coleção,preferencialmente no formato .wav.Para facilitar, faça uma cópia destearquivo para sua área de trabalho edepois o arraste para o campo Cus-tom Table. Após arrastar este arqui-vo, o Logic faz um trabalho inter-no e uma mensagem aparece con-firmando que uma Wavetable foicriada (Figura 13). No meu caso, fizdrag and drop de um arquivo deáudio contendo um loop de pianoRhodes e a mensagem gerada foi:The new wavetable contains 7 wa-

veforms (a nova wavetable contém7 formas de onda).

PLUG-IN COMPRESSORO plug-in nativo de compressão, oCompressor, foi totalmente rede-senhado, contando com uma inter-face pronta para ser utilizada nosnovos Macs Retina 5k. São agorasete modelos de compressores, in-cluindo um novo chamado ClassicVCA (Voltage-controlled Ampli-fier), baseado nos famosos com-

pressores da Neve, Focusrite, API,dbx, entre outros. Cada um dos mo-delos possui uma interface diferen-te e bem mais moderna do que o pa-drão anterior, incluindo tambémum histograma (Figura 14).Como temos muitas novas funcio-nalidades neste update do LogicPro X, vamos abordar as principaisnesta e na próxima matéria. Achoque a maioria das funções vai aju-dar muito no dia a dia do seu estú-dio ou home studio. Os compres-sores são muito úteis, uma vez quehá configurações clássicas a seremutilizadas.Um grande abraço a todos e até opróximo mês!

Figura 9

Figura 10

Figura 11

Para saber online

[email protected]

www.veramedina.com.br

Figura 12

Figura 13

Figura 14

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INSTRUMENTS

xistem no mercado Plug-ins (linhaVSTI, por exemplo) que são maravi-

lhosos, lindos de serem vistos, cheios decores, mas também são notórios “memoryeatings” (comedores de memória ram).É bom lembrar que nem sempre conta-mos com super máquinas (laptops) parafazermos nossas performances. Aindamais que hoje em dia uma máquina topde linha custa muito caro. Claro, a

E

ABLETON LIVEABLETON LIVEPLUG-INS NATIVOS I

Lika Meinberg é produtor, orquestrador, arranjador, compositor,

sound designer, pianista/tecladista. Estudou direção de

Orquestra, música para cinema e sound design na Berklee

College of Music em Boston.

Ableton entendeu essa situação anosatrás e otimizou o Ableton Live pararodar da maneira mais leve possível nes-ses equipamentos intermediários. Porisso o Ableton Live Suite tem literal-mente tudo que precisamos para expres-sarmos nossas ideias musicais sem a ne-cessidade de instalarmos nenhum “ex-tra” em nosso setup de performance.Podemos simplesmente usar plug-ins elibraries nativos do Ableton Live!!!Vou tentar passar uma ideia honesta doque são os plug-ins que acompanham oAbleton Live Suite.Incialize o Ableton Live, no lado es-querdo da interface abra o browser(clique no triângulo cinza, caso não es-teja aberto, como mostra o círculo e setaverde limão) > Categories >

Para DJs e músicosperformáticos, émuito comum a

participação emJams para

mostrarem sua artesem estar com seus

equipamentosdedicados em mãos.

Por isso, a nãodependência de

configurações,digamos

“alienígenas”, émuito recomendada.

INSTRUMENTS

01 - Browser

02 - Analog

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Instruments > Analog (como mostraa imagem - check mark – laranja) e ar-raste (ou dê duplo clique), como indicaa seta cor rosa, para algum MIDI Track.* Se o diretório Analog estiver expandi-

do, por favor, feche clicando no pequeno

ícone triangular do lado esquerdo do

mesmo para fechá-lo.

Muito bem, já temos o nosso plug-in“Analog”, o primeiro da lista.Mas espere. Não se deixe enganar pelafacciata brutta da coisa. Repare no can-to direito superior do plug-in (indica-do pela seta vermelha), que isso é umAAS da renomada empresa canaden-se Applied Acoustics Systems. Umaversão otimizada do conhecido plug-in Ultra Analog VA.Eu evidenciei alguns parâmetros para

destacar algumas propriedades.Esse plug-in tem dois osciladores comquatro formas de onda (indicado emazul), e mais um oscilador noise (des-tacado pelo círculo verde na imagemprincipal acima), completando assim

suas fontes de som puramente analó-gicas, totalizando então três osci-ladores analógicos.Existem dois VCFs (Voltage Con-troller Filters) destacados em rosa naimagem anterior.Você pode ainda escolher entre di-

versas bandas de frequência (em des-taque, acima). O Analog tem doismodernos ADSR Envelopes (Attack, Decay, Sustain, Release com loop)em destaque laranja no canto direito.General Control (Outputs) no tradici-

onal formato dos primeiros sintetiza-dores analógicos: Moog e Arp.Aqui você controla Output Volume,Polifonia ou Uníssono,Vibrato –Guide/Legato.Evidentemente se você desdobrar araiz desse diretório (clicando naqueletriângulo ao lado do nome Analog)vai encontrar uma série de presets(sons prontos) competentíssimos!COLLISION

03 - Forma de Onda

04 - VCF

05 - VCF Bands

06 - ADSRs

07 - LFOs

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Esse plug-in também foi desenvolvidoem colaboração com a Applied Acous-tics Systems - AAS.Sua principal característica é a de um

instrumento de percussão (ou colisão)com vários instrumentos como marim-bas, xilofones, balafones, vibes, tambo-res. Ou seja, um sintetizador de sonspercussivos. O Collision usa a tecnologiaPhysical Modeling Synthesis para modi-ficar os sons em tempo real. Permite in-ventar seus próprios sons de percussão eo limite é a sua própria criatividade.O Collision tem dois osciladores (umpara ruídos – círculo lilás), dois res-sonadores (seta laranja) e vários modelosde transientes (como mostra a seta ver-

Para saber online

Facebook - Lika Meinberg

www.myspace.com/lmeinberg

08 - outputs

de). Tem 2 LFOs com várias formas deonda (em verde) e vasta configuração deendereçamentos e destinações das modu-lações. Extremamente configurável! Um

Completo Instrumento de Percussão.*Vem com presets maravilhosos e inspi-

radores. Vale a pena explorá-los e, claro, são

muito fáceis de alterar!

Estarei explanando nas próximas maté-rias os demais Instruments Plug-ins doAbleton Live.Boa sorte a todos!

09 - Collision

10 - transeuntes

11 - LFOs

12 - Completo Instrumento

“Esse plug-intambém foi

desenvolvido emcolaboração com aApplied Acoustics

Systems - AAS. Suaprincipal

característica é a deum instrumento de

percussão (oucolisão) com váriosinstrumentos como

marimbas,xilofones, balafones,

vibes, tambores.

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que mais chama a atenção não sãoas novas funções, botões ou parâ-

metros para melhorar o áudio. O quetemos é uma quebra de paradigma emvários sentidos, como por exemplo oacesso à ferramenta. Além do Pro Tools12, a Avid também anunciou o ProTools First, que é uma versão completa-mente gratuita da ferramenta. Há ou-tras novidades como a plataforma “AvidCloud Collaboration”, que em poucas

palavras, sig-nifica que o u-suário poderágravar, editar,mixar e traba-lhar em con-

O junto com outro usuário pela internetcom videoconferência integrada. Ouseja, é o “começo do fim” das barreiras elimitações geográficas. Vamos abaixover mais detalhes.

TODO MUNDO PODETER O PRO TOOLSSeja para estudo, uso profissional ou me-ramente por curiosidade, a nova versãoPro Tools|First representa uma oportu-nidade real de acesso à ferramenta.Profissionais mais antigos vão se lem-brar que num passado distante a Digi-design ofereceu “Pro Tools FREE”, ba-seado no Pro Tools 5.0. Esta versãotinha o mesmo propósito, mas era limi-

NO PRO TOOLSMUITO ALÉM DE FUNÇÕES NOVAS

ENQUANTO O PRO TOOLS 12 E O PRO TOOLS FIRST NÃO VÊMPARTE 1

Cristiano Moura é produtor, en-

genheiro de som e ministra cur-

sos na ProClass-RJ

No mês de janeiro, aAvid anunciou o ProTools 12. Ele ainda

está emdesenvolvimento, masestará disponível aos

usuários nos próximosmeses. Existem alguns

motivos quediferenciam esta versão

das demaisatualizações. Em

inglês, usa-se muito otermo “game changer”,

que numa traduçãolivre significa que seráalgo que vai “mudar ojogo”; e não é exagero

neste caso.

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tada em recursos, os computadoresdomésticos ainda eram lentos paraa produção de áudio profissional,era a primeira versão que rodavaem Windows e o resultado foi de-sastroso. Basicamente, todos quetentavam instalar e conhecer o“famoso Pro Tools” esbarraram emerros frequentes, travamentos,tela azul e frustração.O momento agora é muito maisadequado: o Pro Tools|First temtodos os recursos essenciais de tra-balho e até algumas ferramentasmais avançadas, como o Elastic

Audio, e as restrições estão apenasem torno da quantidade. Por exem-plo, a sessão está restrita a 16 pistasde áudio, mas pode ser mais do quesuficiente para muita gente. Locu-ção, gravação por cima de backingtracks, estudo de instrumento, lim-peza de áudio em vídeos e gravaçãode pequenos grupos de música co-mo violão e voz, quartetos de soprossão apenas algumas opções.

Com relação aos efeitos, é mais umcaso similar. O usuário pode aplicarefeitos em tempo real nas pistas ouem clips de áudio individuais, po-rém há uma restrição com relação àquantidade de efeitos por pista, que,novamente, restringe mas não in-viabiliza um resultado profissional.E este conceito segue com relaçãoaos outros tipos de tracks, quanti-dade de sends, taxa de amostragem

Fig. 1 - Apresentação do sistema de produção em conjunto via Internet

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etc. Ou seja, as funções estarão todas lá,porém com um número reduzido mas su-ficiente para diversos tipos de produção.

PRODUÇÃO E COLABORAÇÃOVIA INTERNETNo final de 2014 e início de 2015 a Aviddemonstrou em algumas feiras e congres-sos o Avid Cloud Collaboration (fig. 1).Uma plataforma onde uma das possibili-dades mais comentadas é a de gravar,compor, produzir, mixar e de fato “cola-borar”, com outros usuários via internetao vivo com direito a vídeoconferênciaintegrada e sincronismo total de upload/download da sessão.

Colocando isso em prática, significaque um compositor de Porto Alegre gra-va uma ideia musical em casa, usando oPro Tools|First (lembrando, gratuito) ecompartilha o projeto via Avid CloudCollaboration (fig. 2) com um produtordo Rio de Janeiro, que recebe e armaze-na a sessão na nuvem automaticamen-te, de forma similar aos outros serviçosde empresas como o Dropbox, GoogleDrive e One Drive.Com o projeto em mãos, o produtor podecomeçar a trabalhar em cima do arranjo,e eis que surge a necessidade de gravarum teclado, mas o músico de sua confi-ança está em Los Angeles fazendo um

Fig. 2 - Interface de gerenciamento e compartilhamento de projetos

Fig. 3 - Videoconferência integrada com o Pro Tools”

“No final de 2014 einício de 2015 a

Avid demonstrou emalgumas feiras e

congressos o AvidCloud

Collaboration (fig.1). Uma plataforma

onde uma daspossibilidades mais

comentadas é a degravar, compor,

produzir, mixar e defato “colaborar”,

com outros usuáriosvia internet ao vivo

com direito avídeoconferência

integrada esincronismo total de

upload/downloadda sessão

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curso. Via Avid Cloud Collaboration,o produtor compartilha a sessão com omúsico, que com seu laptop rodandoPro Tools|First pode ouvir a sessão efazer a gravação.Porém, o divisor de águas é a possibi-lidade do produtor poder participaronline, acompanhando a gravação ediscutindo via videoconferência in-tegrado ao Pro Tools (fig. 3), similarao Skype e FaceTime, e mais que isso,o compositor que nem está partici-pando da “sessão virtual” receberáavisos de que a sessão foi atualizada epoderá ouvir o que o produtor e omúsico fizeram (fig. 4).

AQUISIÇÃO DELICENÇAS MAIS FLEXÍVELPara quem de fato resolver investir naversão mais completa, com o Pro Tools12 isso também vai ficar mais fácil.Agora também será possível optar porum regime de assinatura mensal ouanual e ter acesso a todos os upgrades ecanais de suporte. Ou seja, funciona si-milar a sua assinatura de internet, ce-lular ou TV a cabo onde você contratao uso do serviço por mês e pode cance-lar a qualquer momento.Ou seja, usuários poderão pagar deacordo com sua necessidade. Vamospensar em alguns exemplos: Alguémé usuário de Logic Pro e recebe uma

sessão em Pro Tools para mixar. En-tão ao invés de comprar o Pro Tools,ele contrata a assinatura da licençado Pro Tools por apenas um mês, rea-liza a mix e entrega ao cliente.Outro caso é um estúdio que vai entrarem obras por 3 meses. A licença por assi-natura permite interromper o aluguelmensal e pagar apenas quando de fato eleestá usando o Pro Tools para gerar renda.

AVID MARKETPLACEUma nova vitrine para suas produções.Outra parte da plataforma é o AvidMarketplace, e podemos entendê-lacomo um mercado virtual. E não pen-

se que este mercado é só para a Avidvender produtos.Nesta plataforma, a expectativa é queum artista possa oferecer suas produ-ções e serviços aos outros usuários eempresas cadastradas. Lembre-se deque a Avid domina também boa partedo mercado de produção de vídeo e oAvid Media Composer (ferramenta deedição de vídeo) também estará co-nectada ao Avid Marketplace, portan-to a plataforma serve também comouma vitrine para licenciar suas com-posições e trilhas sonoras aos produ-tores de vídeo de todo o mundo.E parece que pensaram em tudo mes-mo… Você sabe se recebe correta-

Fig. 4 - Uma sessão sendo gravada e automaticamente sendo disponibilizada online aos outros colaboradores do projeto

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PRO

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mente os seus direitos pela execução dassuas produções?Pois para evitar este tipo de situação,entra o novo formato de arquivos PXF.Um formato que permite a inclusão demetadados contendo dados dos parti-cipantes da produção, músicos, com-positores, arranjadores e os demaisprevistos da ficha técnica. Estes dadosestarão sempre lado a lado com seu ar-quivo sonoro e qualquer pessoa quelicenciá-lo terá acesso às informaçõespara que seus direitos legais quanto àexecução sejam preservados.Também estarão neste grande “mer-cadão” as empresas de plug-ins. Hoje,apesar de toda a evolução desta era di-gital, a burocracia envolvida para seadquirir um plug-in é tremenda e pas-sa por diversos estágios. Acessar o sitedo fabricante, fazer registro, esperarconfirmação por e-mail, fazer down-load e instalar.No Avid Marketplace será muito maissimples não apenas comprar um plug-in, mas também alugá-lo em poucoscliques. Serão oferecidos também emregime de locação, o que significa maisflexibilidade de escolha para que todospossam obter as ferramentas adequa-das de forma legalizada, de acordo comseu orçamento.Por exemplo, talvez você não tenhanecessidade de comprar um plug-in deredução de ruído porque consegue fa-zer bons registros no seu estúdio pes-soal, mas digamos que desta vez você

Para saber online

[email protected]

http://cristianomoura.com

recebeu um material paramixar e observa um ruídofora do normal numa pis-ta de violão.Hoje, sua alternativa pelosmeios legais seria comprarum plug-in de 500 dólarespara usar no violão em 10minutos e possivelmentenunca mais.Com o Avid Marketplace,um aluguel por um dia prova-velmente resolverá da mes-ma forma, mas certamentevai custar muito menos.

Mesmo para quem não tem costume decomprar plug-ins, imagine como podeser prático chegar no Avid Market-place, fazer uma busca por “plug-insgratuitos” (fig. 5) e imediatamentevisualizar uma lista com todos os plug-ins gratuitos existentes para a platafor-ma num só lugar, similar ao processo decomprar um app para iOS ou Android.

CONCLUSÃOComo dito no início, não é apenas umanova versão. Apertem os cintos, poisestamos prestes a entrar em uma nova era.Teremos em breve uma nova maneira deproduzir e colaborar com pessoas em qual-quer lugar do planeta e uma nova maneirade expor nosso trabalho, divulgar, licenci-ar ou vender e coletar nossos direitos porexecução. E, por fim, de forma gratuita,para um grande grupo de pessoas que po-derão ser muito bem atendidas com asfuncionalidades do Pro Tools|First.

Fig. 5 - Uma lista de plug-ins gratuitos num lugar só

“ No AvidMarketplace será

muito mais simplesnão apenas

comprar um plug-in, mas também

alugá-lo em poucoscliques. Serão

oferecidos tambémem regime de

locação, o quesignifica mais

flexibilidade deescolha para que

todos possam obteras ferramentasadequadas de

forma legalizada,de acordo com seu

orçamento

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UÇÃO

MUS

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o entanto, essa compressão não po-de ser colocada de forma exagerada

sob pena de acabar com a dinâmica damúsica, ou, em situações mais extremas,de distorcer a mixagem. Sob hipótesenenhuma devemos aplicar um limitadorno mix bus com o intuito de obter volu-me. Isso irá arruinar a possibilidade de sefazer uma masterização satisfatória.Um dos principais aspectos que contri-buem para uma mixagem soar mais altaé o arranjo. Por mais paradoxal que seja,um arranjo mais cheio faz a música soarmais baixa. Isto é contra-intuitivo, afi-nal, quanto mais instrumentos tocandoao mesmo tempo, mais alta a mixagemdeveria soar. No entanto, no mundoreal acontece exatamente o contrário.

N Se você já passou pela experiência demixar um disco com todas as músicas comarranjo completo, com exceção de umaque seja apenas voz e violão ou voz e piano,ao colocar todas as faixas no mesmo volu-me nominal na masterização já deve terpercebido que a música só de voz e violãoficou mais alta do que as outras que ti-nham o arranjo cheio. Se você ainda nãopassou por isso, experimente mixar umamúsica e depois fazer uma outra versão damesma gravação utilizando apenas a voz emais um instrumento de harmonia. Ter-minadas as duas mixagens, agora mas-terize as duas utilizando a mesma re-gulagem. Você irá perceber que a versão“acústica” ficou muito mais alta. Isto sedeve ao fato de que a mixagem com menos

QUANDO MENOS É MAISRicardo Mendes é produtor,

professor e autor de ‘Guitarra:

harmonia, técnica e improvisação’

MIX LOUDMIX LOUDPara finalizar asérie de compressão

no mix bus, vamosvoltar à discussão

da “loudness war”.Todo mundo quer a

sua mixagemsoando alto. A

compressão,aplicada

corretamente nomix bus,

definitivamente, éum fato que ajuda

a atingir esta meta.

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Para saber mais

[email protected]

elementos ocupa menos headroom,permitindo que o limiter e os com-pressores de masterização possamexpandir mais o volume da mi-xagem. É nesse ponto que a velhamáxima do minimalismo se faz ver-dade com toda força: menos é mais.Se você busca um resultado final so-ando alto, considere seriamente apossibilidade de remover alguns doscomponentes do arranjo. Em um ar-ranjo que tenha bateria, bateria ele-trônica, dois loops, baixo, baixosynth, dois violões base, um violãode detalhes, duas guitarras base, umaguitarra de detalhes, uma dobra deguitarra com efeitos, piano, órgão,strings, pad, synth, voz principal comdobra, mais oito canais de backingvocals e um naipe de metais dobradocom um naipe de metais de teclado,talvez seja possível retirar algumdestes elementos sem destruir agenialidade desta “obra-prima” de ar-ranjo. O que sai ou o que fica vai de-pender de cada música. É claro que sevocê não for o produtor da música, e ocliente fizer questão de todos os ele-mentos presentes, você vai ter quedar um jeito de fazer todos estarem ali.Todavia, se o seu cliente insistir mui-to que quer o resultado final soandoalto, faça uma versão com menos ins-trumentos e mostre para ele. Nor-malmente a reação é positiva.Outro ponto delicado está nos gra-ves. O grave é o que deixa a músicapesada, mas é ao mesmo tempo omaior devorador de headroom. Equanto menos headroom, menosvolume final teremos. Como admi-nistrar o grave com o peso, mas quecompete inversamente proporcio-nal com o volume? Se você busca umresultado alto, terá, sim, que filtraralguns graves. Primeiramente podeaplicar um low-cut (hi-pass), fil-trando a partir de 20 Hz. Pode expe-rimentar até 35 Hz. Acima de 40 Hza perda de graves já é bem perceptí-vel. Mesmo cortando em uma regiãobaixa, de pouca percepção, ainda

haverá uma sensação de perda de gra-ves. A solução para contrabalançaristo é aumentar a “presença” dos sonsgraves. Normalmente esta “presen-ça” se encontra em uma região entre150 e 300 Hz. Nesta faixa de fre-quência, a energia movimentada ébem menor do que na faixa abaixo de100 Hz. Contudo, o aumento da per-cepção do grave devido ao aumentona faixa entre 150 Hz e 300 Hz “tra-paceia” nossos ouvidos e nos faz en-tender que há mais grave na música.Preste atenção também nas fre-quências média-altas (entre 3 kHze 5 kHz). Elas são percebidas pelosnossos ouvidos como “mais altas”.Subir um pouco delas pode ajudartambém a ter uma percepção deuma mixagem com mais volume.Mas, cuidado, pois neste caso a li-nha entre soar mais alto e irrita-bilidade é muito tênue.Outra coisa que podemos fazer paraaumentar a margem de headroom éabaixar manualmente os picos deuma mixagem. Dependendo do ar-ranjo, é possível que em um pontoda música vários instrumentos to-quem juntos, ou haja, então, umacento demasiadamente forte deum determinado instrumento, co-mo uma caixa de bateria ou um ata-que de um naipe de metais, porexemplo. Nesse caso, poderemosobservar que neste instante ocorre-rá um pico no V.U. do master fader,sendo provavelmente o ponto maispróximo de 0dB em toda a música.Pode ser que este pico esteja em

+3dB (ou mais) da média de volu-me da música. Se for o caso, utili-zando a automação, podemos abai-xar individualmente nos canais queestejam causando este pico, de mo-do a aproximar o pico da média damúsica. Isso fará sobrar mais head-room para que possamos aumentarum pouco proporcionalmente to-dos os outros canais sem que ocorrao “clipping” acima de 0dB.O processo de mixagem sempre seráum eterno dilema do tipo do cobertorcurto, que, se cobre a ponta do pé, des-cobre a ponta do nariz. Quando en-tendemos que a mixagem é um pro-cesso de “perde e ganha”, fica mais fá-cil tomar algumas decisões, especial-mente aquelas ligadas ao corte de ele-mentos de um arranjo. E o raciocíniodo “perde e ganha” continua valendopara as decisões de equalização, com-pressão e colocação de efeitos.Em certos momentos é difícil to-mar uma decisão apenas “teorica-mente”. Quando for assim, façamais de uma versão de mixagem ecompare as duas. Mostre para ou-tras pessoas. Compare com mi-xagens de outras músicas do mesmoestilo. Você irá se surpreender comomuitas músicas que estão nas “pa-radas de sucesso” têm muito menoselementos do que você imagina. Emtermos de volume, menos é mais.Experimente e tire a conclusão comseus próprios olhos e ouvidos.

Contudo, o aumento da percepção do grave

devido ao aumento na faixa entre 150 Hz e 300 Hz

“trapaceia” nossos ouvidos e nos faz entender que há

mais grave na música

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érgio, gostaria de começar explo-rando o início de sua caminhada...

Qual a sua formação e como você en-veredou pelo mercado de áudio?Minha formação acadêmica é Engenha-ria Eletrônica pela UFRJ, a qual não exer-ço e Mestrado em Ciências (MSc) em

Engenharia Mecânica, ênfaseem Acústica pela COPPE-UFRJ, que me auxilia muitoem áudio e projetos. Desde agraduação me interessei poráudio, fiz cursos com Sólondo Valle em 1985 e no Cen-tro Técnico de Cinema,antiga Embrafilme comprofissionais canadensesentre 1986 e 1988. Pudeestagiar nos estúdios daantiga Polygram em 1988onde acompanhei grava-ções inteiras de grandesmúsicos brasileiros co-mo Leo Gandelman eBeth Carvalho. Apósreceber o grau de Mes-tre, me interessei porRestauração de Áudioe fui admitido na Vi-som em 1997.

Como foi sua experi-ência na Visom?

S Fui para a Visom totalmente direcio-nado a aprender a trabalhar nas duasgrandes estações de restauração de áu-dio, Sonic Solutions e CEDAR. Minhalarga experiência como colecionador dediscos, que hoje somam mais de 15 militens, e minha atividade paralela comojornalista musical entre 1992 e 1994,educaram meu ouvido para diferentesformatos de gravação e reprodução demúsica. E a ciência de “limpar” o áudio,que tem seu princípio em Processa-mento de Sinais, que havia estudadomatematicamente na graduação e mes-trado, me fascinava. A masterização foiuma consequência do privilégio do con-vívio com Luiz Tornaghi, engenheirochefe da Visom na época e que é, paramim, o maior engenheiro brasileiro emmasterização de música refinada (jazz,erudito, instrumental). Pude aprenderum pouco vendo-o trabalhar e absor-vendo seus comentários. A partir de1998, além da parte técnica, passei agerenciar também a gravadora e distri-buidora Visom até 2000, antes do iníciodo colapso do mercado fonográfico.

O que aconteceu desses anos pra cácom a masterização?Em 1988 quando estagiei na Polygramnão havia esse conceito de masterizaçãopara CD. Os discos eram feitos a partir

A ARTE DAMASTERIZAÇÃOA ARTE DAMASTERIZAÇÃO

Jorge Pescara é baixista, artista da

Jazz Station e autor do ‘Dicionário

brasileiro de contrabaixo elétrico’

Produção, pré-produção, pós-

produçâo, gestão decarreira... Mas desta

vez falaremos sobremasterização. E para

tal convidamos SergioLima Nascimento, ou

melhor, o Sergião, comseus quase dois metros

de altura e muitasimpatia, para discutir

a arte mais do quenecessária para a

produção musical, queé... masterização.

Sérgio Lima e um acetato da Rádio Nacional

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de uma digitalização em fitas de ví-deo, que ia para a fábrica servir dematriz para confecção dos CDs. Énesse momento que começa a broncados audiófilos com a qualidade do CD,que em alguns casos era inferior ao LPcorrespondente. A confecção do CDera um processo meramente fabril enão artístico. Os 3 primeiros CDs quecomprei foram para mim uma grande

decepção: caros, importados (da ban-da progressiva Nektar) que nem che-gavam aos pés dos vinis originais ale-mães. A partir do início dos anos 90começou-se a discutir formas deadaptar o áudio original analógico aomeio digital, explorando mais suaspossibilidades. Seja na finalização deuma gravação a partir da fita mixada,seja na re-edição de um disco anteri-ormente lançado. É a masterização

que define a sonoridade do trabalho,como punch, volume, profundidade,transparência, brilho, maciez, am-plidão do estéreo etc. Um disco compresença forte de metais como JamesBrown, tem um caráter mais agressivonas médias frequências; discos de NewAge tem espectro amplo, reverbs lon-gos e sons suaves; a música erudita temuma grande dinâmica e uma participa-

ção forte da acústica do ambiente emsua gravação; a dance music tem dinâ-mica pequena para que seja facilmen-te perceptível do falante de um celu-lar ao som profissional da boate. Oque aconteceu nos últimos anos foiuma tendência geral em todos os esti-los de música pop ao excesso de com-pressão, para fazer o disco soar maisalto que o disco do cantor concorren-te. Isso espalhou-se como uma praga,

Sérgio Lima na Visom

A partir do início dos anos

90 começou-se a discutir formas

de adaptar o áudio original

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produzindo músicas que cansam o ouvi-do se escutadas continuamente. É comose tudo tivesse virado dance music, dosertanejo ao axé, igualmente lá fora como rock e o pop. Isso, de certa forma,abriu caminho para uma outra pragaque viria em sequência, o MP3, com suacompressão no áudio e na digitalização.Hoje os Engenheiros de Masterizaçãosão obrigados a fechar pacotes traba-lhando triplicado, masterizando para oCD, para o LP e para o iTunes, que émenos pior que o MP3. Infelizmente oáudio involuiu para agradar as tendên-cias mercadológicas que o sustentam.

Em que consiste o processode masterização?Consiste em equilibrar as faixas, tentaraproximar a sonoridade de mixagensrealizadas em dias diferentes, usando-sede equalização e compressão. É um ser-viço de atenção constante, onde 1 dBfaz muita diferença. Se equalizarmos,focando na sonoridade de um dos ins-trumentos da mixagem, este pode ficarlindo, mas alterar completamente aqualidade do todo. O uso excessivo dacompressão pode alterar completamen-te a concepção do Engenheiro de Mixa-gem, empastelando o palco sonoro. Amarca “remasterizado” virou uma boafonte de renda pro caótico mercadofonográfico. O problema é que chegam aexistir no mercado 4 tipos diferentes deremasterização confundindo o público.Eu, assim como outros colegas de profis-são e colecionadores, chegamos a ter as4 cópias diferentes do mesmo disco,masterizados por profissionais distin-tos. Ouvir suas diferenças é um grandeaprendizado. Outra coisa que pode pa-recer pouco importante, mas que fazparte do processo, são as entre-faixas,afinal silêncio também é música. Procu-ramos iniciar a faixa seguinte no tempoda música que a precede, e uma músicarápida seguida de uma lenta sugere umtempo maior, para que o ouvinte possarespirar. Há muito o que se falar sobre oassunto em todos os seus detalhes. Paraa plena satisfação do cliente convém

sempre pedir que ele traga, ao mas-terizar seu trabalho, um disco cuja so-noridade seja de seu agrado. Este servirácomo parâmetro para o acabamento fi-nal do disco a ser trabalhado.

Com que equipamentos trabalhou?Nos anos 90 trabalhava com:EQUIPAMENTO DE RESTAURA-ÇÃO - Sonic Solutions Clássico com-pleto CEDAR Declick, Decracke, DNS1000 Monitoração KRK V8EQUIPAMENTO DE MASTERIZA-ÇÃO - Sonic Solutions HDSP comple-to CEDAR DNS 1000 Equalizador Ava-lon Analógico Compressor ValvuladoTMC Fairman Equalizadores e Com-pressores Digitais Monitores Meyer

Hoje na Macchina uso:RESTAURAÇÃO – Software Izotope RX3MASTERIZAÇÃO – Wavelab 6MONITORAÇÃO – KRK V6

O que é essencial para um maste-rizador? Existe alguma receita paraum bom resultado?Duas coisas são fundamentais para umEngenheiro de Masterização: um bomouvido e ampla cultura musical, afinalele vai trabalhar com o pop, o românti-co, o instrumental, o clássico, o jazz, osamba etc. O segredo não está nas ferra-mentas, ou em settings mágicos pron-tos, mas no bom uso que se faz delas, epara se atingir essa excelência é neces-sário muita prática e o exercício daautocrítica para trabalhos feitos anteri-ormente. É a prática que faz o método, enão o método que delineia a prática.

Cite um trabalho que considera seucartão de visitas.Em 2001 já com a Macchina aberta, aVisom me convidou para integrar umaequipe de 13 profissionais que faria omaior projeto de restauração até entãorealizado, a coleção do pesquisadorHumberto Francescchi, que seria ven-dida ao Instituto Moreira Salles. Eramdiscos 78 rpm desde 1902, totalizando13 mil músicas para serem transcritas e

“ Hoje osEngenheiros de

Masterização sãoobrigados a fechar

pacotestrabalhando

triplicado,masterizando

para o CD, para oLP e para o iTunes,

que é menos piorque o MP3.

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restauradas em um ano. Esse aindaé, até hoje, o maior e mais impor-tante trabalho de restauração e re-cuperação de acervo feito no Riode Janeiro. Formaram-se três tur-nos de trabalho ininterruptos paraa criação do acervo que hoje formaa Reserva Técnica Musical do IMS.Tive a honra de ser convidado pelopróprio Francescchi para restauraros exemplos sonoros de seu livro“A Casa Edison e seu Tempo” que vi-ria a ser lançado pela Biscoito Finoem 2002. Foram 2 meses e meio mededicando até nos fins de semanapara a “limpeza” de quase 100 mú-sicas do início do século XX. Toda arestauração foi feita por mim. Aetapa de masterização ficou dividi-da entre eu, Riccardo Vieira e LuizTornaghi. Dez anos depois de lan-çado, acessando o blog do IMS te-nho a surpresa de ver o seguinteelogio postado em 2004: “é im-pressionante a qualidade da mas-terização das gravações contidasnos quatro CDs intitulados Ilus-

trações Musicais, anexados ao livro“A Casa Edison e Seu Tempo”, deHumberto Morais Franceschi. Re-almente, nem mesmo pela Revi-vendo, de Curitiba, foi feito traba-lho semelhante em nosso país...¨.Ao acessar meu programa Música

de Memória, apresentado na RádioUniversidade-FM, da Universida-de Estadual de Londrina, ouça asmúsicas interpretadas por Reis nosdiscos do livro de Humberto Fran-ceschi (masterização de Luiz Tor-naghi e Sérgio Lima Nascimento)e compare com os registros de mú-sicas por esse mesmo cantor nostrês CDs da caixa recém-lançadapela BMG, a dona do acervo, inti-tulada Mário Reis - Gravações RCA-

Victor. A diferença é impressio-nante”. Esse comentário foi profe-rido por um dos maiores colecio-nadores de música antiga do Brasil,que tem todos os lançamentos emCD e vinil do assunto, José Luís da

Silveira Baldy. Troquei e-mailscom o pesquisador depois dessadescoberta em 2012 e agradeci pelaopinião abalizada, considerandoesse trabalho como a melhor res-tauração/masterização já feita noBrasil em discos 78 rpm.

Conte-nos sobre a técnica de res-tauração física de discos danifica-dos, que você desenvolveu.

Em 2005, mais uma vez convidadopela Visom, fui transcrever o acer-vo da Rádio Nacional no MIS-RJ.Eram 5 mil acetatos com um peda-ço da história do país. Com o anda-mento do projeto nos deparamoscom 20% do acervo com algumtipo de dano, seja descolamento doacetato da base metálica, pedaços

trincados de acetato, acetatos embase de vidro quebrados etc. Devi-do à importância do material, todoem cópia única, não havendo umsegundo registro igual em outramídia, comecei a experimentarformas de tocar o disco segurandoa agulha e editando depois. Fatoaparentemente simples já realiza-do antes por outros profissionais,na verdade esse foi bastante além,

pela quantidade de irregularidadesem sequência, ou pela tentativa decolar pedaços de acetato ao metalde onde se desprendeu. A comple-xidade maior está em juntar peda-ços de sons como num grande que-bra-cabeças, onde algumas dessaspartes são pequenos áudios de me-nos de 100ms (milissegundos). Ao

A complexidade maior está

em juntar pedaços de sons como

num grande quebra-cabeças

Acetato Emilinha e Cariocas

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quase concluir uma sequência era ne-cessário voltar ao disco e tentar tocaraquelas notas ou aquela sílaba que ha-via faltado em meio a múltiplas repe-tições. Para realizar esse trabalho depesquisa sonora obviamente era ne-cessário um mínimo conhecimentode música ou o conhecimento da can-ção a que se estava querendo recuperar.A primeira tentativa em recuperar co-lando-se os pedaços foi feita com umacola de bastão doméstica. A partir dosucesso da empreitada, buscou-se a aju-da de uma especialista em restauraçãode arte, Elisa Sauerbronn, que desen-volveu uma cola reversível para usonestes acetatos. Elisa foi uma das res-tauradoras do Theatro Municipal doRio e da mansão de Fred Figner dono dagravadora Casa Edison, hoje o SESC doFlamengo. Essa técnica desenvolvidapor mim permitiu a recuperação de 400dos 5 mil acetatos da Rádio Nacional,que de outra feita estariam definitiva-mente perdidos. Alguns programas de20 minutos chegavam a contabilizar450 edições, num trabalho de paciênciatibetana. Hoje desenvolvo todos essestrabalhos na La Macchina del Tempo,minha loja/estúdio.

Fale então de seu espaço de trabalhoEm 2000, logo após sair da Visom fun-dei a La Macchina del Tempo, a prin-cípio apenas uma loja para venderCD, DVDs e livros, com um conceitonunca antes levado a um shopping.Além de loja, ela possui um espaço

projetado acusticamente por mim ecom monitoração 5.1 KRK V6. Aideia a princípio era levar ao público aqualidade do áudio como concebidapelo engenheiro que o criou. Com aevolução da informática e a quebra domercado fonográfico, em 2010, apro-veitando a boa acústica do ambientecom a excelente monitoração, ligueio sistema de som ao computador, pos-sibilitando o desenvolvimento dotrabalho de restauração e masteri-zação mais voltado para LPs e fitas-cassete. Hoje trabalho com Wavelab eIzotope RX3 e tenho conseguido re-sultados bastante elogiados. Para in-crementar essa parte de serviços daMacchina, acrescentei a transcrição devídeos, uma paixão minha que vai dosdomésticos VHS feitos na loja às fitasprofissionais Beta, U-Matic e películaSuper-8 e 16mm em formato de ter-ceirização. Hoje a Macchina atende aprofissionais de nome como o jornalis-ta presidente da ABI, Domingos Mei-relles, o pianista erudito Miguel Proen-ça, o guitarrista Pepeu Gomes etc.

Miguel Proença teceu-lhe rasgadoselogios sobre um trabalho de restau-ração/masterização. Como foi isso?A Odebrecht ia fazer uma exposiçãoem Salvador e pediu que eu restauras-se um LP do Miguel de 1982, gravadona Sala Cecília Meirelles, para servirde sonorização da mesma. Eu, comoamante da música erudita brasileira,principalmente Villa Lobos, procurei

Loja La Mácchina Del Tempo

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Para saber online

[email protected]

http://jorgepescara.com.br

fazer o melhor possível na recupera-ção daquele concerto. Não conheciapessoalmente ainda o pianista. To-mando como referência o som de umdisco importado recente de outro pia-nista brasileiro conceituado internaci-onalmente, tentei trazer a percepçãodo músico para o som final usando decompressão por banda de frequência.O uso da compressão em música erudi-ta tem que ser muito cuidadoso paranão afetar a dinâmica da interpretaçãodos músicos. Talvez pela distância domicrofone ao piano na hora da grava-ção, notei que a mão esquerda estava“enterrada” na execução. Cuidadosa-mente separei as faixas e fui ajustandoo som do piano como se ele estivessesendo percebido pelo executante. Nãoestudei piano, mas o fato de ter um emcasa desde criança me ajudou nestevislumbre auditivo. Quase terminan-do o trabalho tive a sorte de conhecerMiguel por um amigo em comum, ocantor lírico Márcio Gomes e sugerique Miguel ouvisse o trabalho todo deforma crítica para me auxiliar. Minhasurpresa foi um elogio comparando osom do disco a como se ele estivesse“entrando hoje no melhor estúdio eu-ropeu para gravar”. De tão satisfeitocom o resultado final, Miguel até per-mitiu que filmasse esse depoimentodisponível no YouTube, além de trazermais trabalhos em LP para recuperar.

Que outros trabalhos de restauração/masterização feitos na Macchinagostaria de ressaltar?Tenho como tape deck para transcri-ção um Nakamichi 1000 de 1976 to-talmente novo e recuperado. Fiz umtrabalho a partir de um cassete de

1991 da Disney em benefício de cri-anças com AIDS que parece ter saídoda máster de ¼”. Este disco é inéditono Brasil. Um vídeo com trechos des-tes áudios está disponível no YouTube.Ainda falando de cassetes, comecei arecuperar as fitas dos programas deMaurício Valadares desde 1983 naFluminense FM Maldita, até a maisrecente Oi FM, o Ronca Ronca, RockAlive, Rocka26 etc. Já foram ao ar emseu site preciosidades exclusivascomo O Rappa ainda com MarceloYuka ao vivo em 2000, Ed Motta juntocom Frejat também de 2000 e AlceuValença fazendo um repente em cimade música de Tom Waits de 1990. Muitomais recuperações virão deste que é oprograma de rádio mais diverso e origi-nal dos últimos 30 anos. E para finalizar,em breve estarei disponibilizando umvídeo didático explicando minha téc-nica de recuperação de um 78 rpm que-brado da historinha de Branca de Nevedos anos 40, onde Dalva de Oliveira eCarlos Galhardo são respectivamente aprotagonista e o caçador. Este vídeo ex-plica a técnica desenvolvida em 2005 erealizado para este 78rpm na La Mac-china del Tempo em 2012.

“Agora que, com a ajuda do Sergio Lima,

sabemos um pouco mais sobre mas-

terização, podemos voltar a ouvir nossos

discos de cabeceira e analisar o ba-

lanceamento entre as faixas, a sensibili-

dade da compressão e desenvolver mais e

melhor nossa audição!”

Paz Profunda .:.

Miguel Proença

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riado para prestigiar a cidade e a re-gião de Pirenópolis, local considera-

do berço cultural do estado de Goiás, ofestival Canto da Primavera chegou à15ª edição levando ao público atraçõescomo Sérgio Reis, Renato Teixeira, DadoVilla Lobos, Mariana de Moraes, AlceuValença, Plebe Rude e Móveis Coloniaisde Acaju. O objetivo era agradar a todasas faixas de público, em cinco dias deprogramação.

[email protected]

Fotos: Mikeyas Coelho / Divulgação

“As pesquisas realizadas diariamente noevento apontaram que houve 85% deaprovação da programação deste anopelo público. O evento atendeu à expec-tativa das 50 mil pessoas que foram aofestival”, avaliou Francisco de Assis, co-ordenador e representante da IdeiaAmbiental e Cultural, uma das empre-sas convidadas para participar do festi-val devido ao pouco tempo hábil em dei-xar tudo pronto (apenas 10 dias).

C

PARA AGRADAR

O festival Canto daPrimavera foi

realizado em temporecorde em três

locais: no TheatroSebastião Pompeu

de Pina, no CinePirineus e no palco

principal, na PraçaEmanuel Jaime

Lopes. e levoudiversidade

musical para opúblico do estado

de Goiás.

Palco Teatro Pireneus e o

show de Alceu Valença

Page 83: Edição 244 - Março 2015

83

A GREGOS EAlém dos artistas consagrados, ofestival abriu espaço para músicosiniciantes. Todas as 275 bandas doEstado de Goiás interessadas emparticipar tiveram que preencheros pré-requisitos do edital. Dessetotal, apenas 14 bandas regionaisforam selecionadas por meio deum Conselho de Curadores, esco-lhidos pela Secretaria de Cultura,para se apresentar no festival.

Com financiamento e iniciativado Governo do Estado de Goiás,por meio da Secretaria de Estado eCultura, a Ideia Ambiental e Cul-tural foi a empresa escolhida paraexecutar o evento. “Convidamosoutras empresas: a Promix, quetem experiência e um patrimôniomuito grande para disponibiliza-ção de palco e iluminação; aArtePlena, de execução de projetos cul-

turais com bastante nomeno mercado e experiência;a Monstro, que faz produ-ção cultural e desenvolvi-mento de projetos; e a Pa-zini, que forneceu o equipa-mento de luz e som. Junta-mos todas estas equipes eem tempo recorde conse-guimos planejar e executaro 15º Canto da Primavera”,comemora Francisco.Como sem o som não existemúsica e sem luz não existeespetáculo, a função de ca-da técnico foi imprescindí-vel para o sucesso do even-to, como a de Léo Bessa, res-ponsável pelo PA do Thea-tro Sebastião Pompeu dePina: “Tenho origem no es-túdio, há 17 anos, mas de 15anos pra cá eu faço PA para-lelo aos artistas que eu gra-vo e mixo. Como quase to-dos o anos mixo os MPB, fuiconvidado para trabalharno evento. Já vi umas cincoedições alternadas”, expli-ca Bessa. “Usei uma Sound-craft, que não chega a serum equipamento grande,mas uma mesa apropriadapara o local, pois é pequena,ocupa pouco espaço e temtodas as funções que eu pre-ciso, por isso me atendemuito bem”, completa.Para o técnico de som Van-dame (Emivaldo Siqueiradas Dores), que faz o monitor

e PA do Cinema, a ideia de ter umevento que mostre o trabalho debandas e artistas regionais é o que fazo Canto da Primavera ser um doseventos mais importantes do Esta-do. “Isso tem que ser feito, para queartistas regionais sejam conhecidose que todo mundo tenha acesso ashows bons com entrada gratuita”,avalia o técnico, que é contratadopelo evento e tem 10 anos de expe-

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Depoimento dos técnicos

Conversamos com alguns técnico de

som e luz sobre o festival, que deixaram

aqui suas impressões sobre o 15ª edição

do Canto da Primavera. Confira:

Sandro Takahashi – PA do Renato Teixeira

e da dupla com Sérgio Reis

O equipamento está satisfatório, geralmente

é o que a gente pede. Existe um projeto

Amizade Sincera que é o Sérgio Reis e o

Renato Teixeira como dupla, um show só.

Metade da equipe é do Sérgio e metade é

do Renato. Este projeto tem 4 anos, e a

gente já gravou o Amizade 2, que está em

fase de finalização.

Luciano Costa (TECO) – Técnico de Luz do

Sérgio Reis e dupla Renato Teixeira

O equipamento utilizado aqui está dentro

dos padrões. Foi enviado mapa, um rider de

luz pela empresa Pazini, mas estamos traba-

lhando com um formato de festival seguindo

o formato daqui mesmo.

Estevão Casé – PA do Dado Villa Lobos

Equipamento legal de encontrar num festi-

val. Este show é um da turnê o ano todo e vai

continuar o ano que vem, o Passo do Colap-

so. O repertório varia um pouco dependen-

do do lugar e ocasião, o Dado escolhe algu-

mas músicas especiais pra cada lugar; hoje

vai ter um pouco mais de Legião.

Fabiano França – PA e técnico de estúdio,

produtor musical da Mariana Moraes

Foi um show especial, veio com um baterista

muito especial, o Robertinho Silva, que veio

acompanhá-la. Equipamento satisfatório e a

acústica do teatro é boa.

Jorge Kunta - Técnico de iluminação do Al-

ceu Valença:

Tabalho há 22 anos como técnico de ilumina-

ção do Alceu e aqui o equipamento está me

atendendo bem.

Aurélio Kauffmanm - PA do Alceu:

Alceu tem vários shows diferentes, neste ele

vai fazer uma mistura, tocar um pouco de

forró, umas músicas dos anos 70 do disco

Vivo 74, que é um disco muito pedido, até

pela moçada jovem, além dos clássicos Mo-

rena Tropicana, Anunciação etc. Já traba-

lhamos com a Pazini num evento em Brasília

e foi ótimo.

Molina - Técnico de iluminação do Plebe Rude:

O equipamento está legal, o único problema é

que sempre temos receio com o gerador, mas

o equipamento está perfeito, dá uma luz boni-

ta, dá pra brincar legal. Estamos com show

novo, lançamento do CD novo, e já está entran-

do no show algumas músicas do novo disco.

Alonso Goes - Técnico de monitor do Plebe

Rude e primeira vez para Móveis Coloniais

de Acaju: O equipamento está legal e a ra-

paziada tudo sangue bom da técnica.

Gustavo Dreher - Técnico de PA do Plebe

Rude e Móveis Coloniais de Acaju: a estrutu-

ra e os equipamentos estão bem honestos.

O Móveis está com o show do novo disco

deles, que é um show incrível.

Técnico convidado Leo Bessa e gerente de som Elizon Soares

“Este festival é bemorganizado, a

produção semprecuida de tudo nos

mínimos detalhes e asempresas que vêm

aqui procuram fazertudo com excelência

(Vandame)

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Lista de equipamentos de iluminação

Na iluminação, Coragem (José An-

tônio), responsável pela iluminação

na Pazini, procurou projetar um

rider que atendesse a todos. “A

produção do evento mandou os

Riders das bandas, mas pelo fato

de serem muitos dias de evento, eu

fiz o mapa de luz e enviei para as

bandas aprovarem, sendo aceito

por todos”, sintetiza.

Cinema e Teatro:

12 movings DTS 575.

12 PAR LED RGBWA.

Palco:

18 – Rush Beam da Martin.

12 – Beam 700 da Robe.

12- XR9 Spot DTS.

30 PAR LED RGBWA.

14 Atomic e 14 Mini bruts.

Lista de equipamentos de áudio

Sistema de PA do palco principal:

24 caixas EAW 760

24 caixas LS sub 218

04 racks de potência Lab.gruppen

das series FP 6400 e 10000

01 - console Venue Profile

01 - console Venue SC 48

Sistema de Monitor palco principal

01 - sistema de side fill duplo KF850

01 - rack potência side Crest Audio

02 - rack de potência monitor Crest Audio

02 – Console Yamaha PM5DRH

16 - monitores SM 400

02 - Marshall JCM 900

02 - Fender Twin

01 - Roland Jazz chorus-120

02 - Baterias Pearl completas

02 - Ampeg SVT

30 - Pantográficas

04 - Microfones Shure UR 4D

04 - In-ear Sennheiser EW 300 G3

riência como técnico, sendo 5 de Can-to da Primavera. Antes de atuar no Ci-nema, Vandame já foi responsável pelopalco principal e teatro. “Este festival ébem organizado, a produção semprecuida de tudo nos mínimos detalhes eas empresas que vêm aqui procuramfazer tudo com excelência”, comenta.“Estou trabalhando com uma mesaM7CL”, acrescenta.Pela terceira vez no festival, Smo-oth, como é conhecido Fabius Au-gustus, ficou responsável pela mi-xagem dos shows das bandas regio-nais. “São bandas que têm um nívelde produção menor, que não podemtrazer operadores de luz e som pró-prios. São diversos estilos musicais,sempre artistas da região de Goiânia,onde existe uma cena rica de músicaregional, rock, garagem, música pop,sertaneja”, avalia. Quanto ao equi-pamento, Smooth garante que é deprimeira. “Temos PA EAW original,consoles digitais dos melhores e emnúmero abundante. Eu, por exem-plo, tenho uma console Digidesignsó para as minhas operações, en-quanto as bandas nacionais têm ou-tras consoles, tanto no PA quantono monitor. Temos também luz deprimeira e bom atendimento. Paramim, está sendo uma ótima experi-ência e estou muito satisfeito emoperar com Pazini”, elogia.Elizon Soares de Souza, gerente desom da Pazini, explica que cadalugar é um sistema. “No teatro,por exemplo, tem o sistema FZcom 16 caixas de som, 02 mesas e08 monitores EAW SM400. NoCine Pirineus tem o FZ com 12caixas de som, 08 monitores JBLmodelo PRX 715 e uma mesaM7CL”, enumera, acrescentandoque o palco principal, montado napraça pela primeira vez, veio comuma estrutura maior e PA EAW.“Uma novidade foi a transmissãovia satélite do áudio e vídeo para atorre de delay com painel de LED,montada na rua do Lazer”, frisa.

Console Venue SC 48

Show Sergio Reis e Renato Teixeira

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MOVING HEAD HOT BEAM 280Wwww.star.ind.br

A Star Lighting Division apresenta o novo Moving Head HotBeam 280W, um equipamento que chega para ampliar a linhade Moving Heads da empresa. Possui como diferencial os seusprismas, 1 de 6 faces linear + 1 de 8 faces, ambos rotativos, etrabalha em 16 ou 24 canais DMX, contando com uma estru-tura de 14 Gobos Fixos + Aberto, Disco Rotante com 9Gobos Intercambiáveis, Disco de Cor com 13 cores + Aberto,Zoom de 2,5° a 20°, Foco ajustável, Iris e Frost. O equipamentotrabalha com a Lâmpada Osram Sirius HRI 280W - 10R.

ROGUE RH1 HYBRIDwww.chauvetlighting.com

O novo Rogue RH1 Hybrid combina o melhor dos beams e dosspots. O novo equipamento chama a atenção pela sua intensi-dade luminosa (111,000 lux @ 15 meters), cores vivas (a rodade cores tem mais de 13 matizes vibrantes) e angulos estreitosde beam de 1°-45° no Beam Mode e 3°-10° no Spot Mode. Ou-tras características são dos dois prismas - um de 5 faces e outrocom 8 faces - que têm controles independentes e podem ser so-brepostos para adicionar profundidade e camadas deslumbran-tes. O efeito Frost também pode ser em camadas com o prismade 8 faces, conferindo opacidade e dramaticidade. O Frost tam-bém adiciona a versatilidade do efeito wash a este equipamen-to. Para mais opções criativas, há ainda duas rodas de gobos,uma rotativa e outra estática, para projeção de imagens dinâmi-cas e efeito morphing.

PROLED PH 6,67MMwww.proshows.com.br

A melhor resolução com a melhor tecnologia PH-6,67MM éum painel de LED da PROLED de alta resolução outdoor. Oequipamento possui módulos de fixação magnética e gridsem material flexível, que dispensa o uso de parafusos, além decaixas de controle removível de rápida substituição. Muitomais leve, é a escolha perfeita para instalar facilmente emqualquer lugar, em diversos eventos. Com brilho de 4.500(nits), os tipos de LEDs são SMD 3 em 1.

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ARC LED BEAM BARwww.proshows.com.br

Mais uma novidade da Proshows para 2015 chama-seARC LED BEAM BAR da PLS. Com design compacto eefeitos dinâmicos, a ribalta curva com movimento dePAN impressiona pela amplitude dos efeitos. São 5LEDs de 3W, 4 em 1 (RGBW), com 12/17 canais DMX(selecionáveis). Esta ribalta inovadora proporciona altaperformance, baixa manutenção e ótimo impacto visual.

ED-190WW E FD-165WW FRESNEL WASHwww.chauvetlighting.com

Dois produtos vieram completar a linha Ovation, daChauvet. O Ovation ED-190WW ellipsoidal e OvationFD-165WW Fresnel wash têm a habilidade ímpar de tra-balhar muito bem em sistemas de power dimming, comoos aparelhos incandescentes fazem bem, e em sistemasDMX (típicos de aparelhos de LED). Esta nova tecnologiapermite que os usuários finais adicionem aparelhos deLED que usem sistema de dimming aos seus rigs, uma uni-dade de cada vez, sem que seja preciso fazer um investi-mento caro em novas estruturas.

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s shows no Sambódromo do Anhem-bi, na capital paulista, e no HSBC

Arena, no Rio, com projeto de luz geren-ciado por Erich Bertti e pela LPL, empre-sa de locação de iluminação, tiveram umasérie de luminárias da Robe no mapa de

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[email protected]

Fotos: Agnieszka Gonerska /

Divulgação

luz. Concebido originalmente por PaulNormandale, na estrada, Sam assume a di-reção do projeto. MacLaren, que já fez tra-balhos em conjunto com a LPL, entre elesDavid Guetta e a turnê do Placebo, afirmaque ficou bem entusiasmado por voltar a

CADERNO ILUMINAÇÃO

MONKEYS

FECHA TURNÊ NO BR A SIL

Sam MacLaren,designer de

iluminação doReino Unido, ficou

feliz por estarusando moving

lights Robe nos doisshows no Brasil,

encerrando a turnêmundial dos

roqueiros indiebritânicos Arctic

Monkeys, depois deestarem na estrada

por 18 meses.

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trabalhar com a Robe e com a empresa brasileira. “A LPL, okit e a equipe são todos absolutamente de primeira classe. Aslâmpadas são sempre brilhantes, bem conservadas e equili-bradas, e a empresa tem um orgulho enorme em garantir quetudo corra bem como aconteceu nos eventos”, afirmou.A Robe tem sido um dos fabricantes preferidos do ArcticMonkeys. Para a turnê brasileira, foram usados 18 Pointes,8 ROBIN LEDWash 600s, 40 ColorSpot 2500E ATs e 18ColorWash 2500E ATs, além de uma boa quantidade deequipamentos convencionais no rig da banda.Para os dois shows do Sudeste, os 18 Pointes foram distribu-ídos entre as treliças UpStage, alguns cerca de2,5 metros fora do palco, outros logoabaixo da Logo personalizada do ArcticMonkeys que viajou com eles para aturnê. Os acessórios foram usados paravárias tarefas, incluindo efeitos in-the-

face. Os Pointes também foram utilizados como lumináriasde feixe sobre a plataforma em shows nos EUA, e Sam gostadeles pela flexibilidade, multiopção e precisão. Já os 600sLEDWash foram usados para criar um “tapete” de ilumi-nação de lavagem através do chão do palco e também paraexplodir através da fumaça.

Os Colorwash 2500E ATs foram posicionados so-bre as treliças laterais em arranjos de grade paracada lado. Um detalhe é que a banda não está inte-ressada em ter uma iluminação frontal e prefere man-ter o palco mais escuro, então essas foram algumas dassoluções adotadas para as luzes. Seus ângulos lateraistambém mantiveram a iluminação contida e muitoordenada no palco. Sam comandou as luzes a par-tir da console grandMA2 full. Oprincipal desafio para es-

tes dois eventos foi o tamanho dessesshows e os prazos bastante apertados. Como ti-

nham formatos grandes - o público no Rio foi de 14mil pessoas, e em São Paulo a quantidade de fãs foi de30 mil -, a LPL optou por fornecer uma segunda equi-pe e um kit de infraestrutura básica, facilitando o pro-cesso. Em São Paulo, a equipe ainda teve as chuvastorrenciais como agravante, que dificultaram o ritmodos trabalhos, reduzindo para apenas uma noite apreparação de toda a programação. O trabalho daequipe ajudou a entregar um show fantástico, tantono som quanto na plasticidade visual.Para Erich, o show esteve ótimo em ambas as cida-des, com o conceito de iluminação não frontal fun-cionando muito bem. “É algo diferente e interes-sante, e também amamos trabalhar com Sam - ele écalmo e amigável e nada o perturba!”, comentou. Aturnê do Arctic Monkeys teve a produção geren-ciada por Ian ‘Chip’ Calder e o áudio, para os doisshows brasileiros, da Gabisom.

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omo todos esses elementos, pelaterceira vez no Brasil – e em turnê

solo, pela primeira vez – a banda esta-dunidense Foo Fighters trouxe, além desuas já marcantes qualidades – taiscomo energia, intensidade e carisma -, orenomado e brilhante Lighting DesignerDan Hadley, seus elementos do projetode iluminação cênica realizado na Sonic

Highways Tour, apresentada no fim de ja-neiro de 2015 em São Paulo, será abor-dada nos próximos parágrafos, de acor-do com a percepção visual in loco, e cominformações transmitidas pelo próprioLD, que gentilmente respondeu a algu-mas perguntas e esclareceu algumas im-portantes escolhas – conectadas e co-mutadas à velocidade do som...Em se tratando de shows de rock’n’roll,2015 começou de maneira muito pro-

C missora. No fim de janeiro, a bandaamericana Foo Fighters realizou umasérie de quatro shows (em Porto Alegre,São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Hori-zonte), integrantes da recém iniciadaSonic Highways Tour, cujas apresenta-ções contemplam canções de toda a tra-jetória de vinte anos da banda, com oitoálbuns gravados e alguns ‘covers’ (ou ci-tações musicais e mesmo trechos in-cidentais) de bandas que representamsignificativas influências na história damúsica e da própria banda, e também nahistória da iluminação cênica. Mas, esseassunto especificamente, será abordadonos próximos parágrafos...No entanto, se não bastassem as exce-lentes referências sonoras e de ilumina-ção, os FF (como são representados emlogotipo, e carinhosamente chamados

Cezar Galhart é técnico em eletrônica, produtor de even-

tos, baixista e professor dos Cursos de Eventos, Design

de Interiores e Design Gráfico do Unicuritiba. Pesquisa-

dor em Iluminação Cênica, atualmente cursa Pós-Gra-

duação em Iluminação e Design de Interiores no IPOG.

CÊNICACÊNICAILUMINAÇÃOILUMINAÇÃO

SONIC HIGH-LIGHTSSONIC HIGH-LIGHTS

Em praticamentetodas as

conversas nesteespaço da

RevistaBackstage, a

iluminação sedestaca como um

recurso devalorização e

enaltecimento dediversos aspectosdo espaço cênico.

Em algunsespetáculos e

shows, o espaçoque compreende o

palco semultiplica em

outras estruturas– tais como

passarelas epraticáveis

utilizados pelosartistas para um

mais próximo einterativo contato

com o público.

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pelos fãs) elevam estes aspectosaos patamares de intensidade queacompanham as canções e o exce-lente trabalho de iluminação, con-cebida pelo brilhante LightingDesigner Dan Hadley, que possuino currículo turnês com bandastais como The Mars Volta, Queens

Of The Stone Age, Weezer, Band Of

Horses, Devo, Tenacious D, entreoutras bandas e artistas, e que,desde 2011, trabalha na criação,direção e programação dos proje-tos de iluminação cênica dos FooFighters, e que já demostrava suasqualificações na turnê anterior,

chamada Wasting Light Tour, quefez parte do Lollapalooza 2013, nacidade de São Paulo.Em relação àquela turnê, Hadleydestaca uma das principais mu-danças: “presença de vídeo”. Se amaioria das turnês atualmenteconsidera esse como um importan-te recurso de visualização da banda– e de imagens/vídeos que transmi-tem conceitos e referências e queem alguns projetos completam ascanções de um show -, para Hadleya contextualização é outra. “Comoregra geral, eu não gosto do telãousualmente posicionado e eviden-

ciado no palco, sendo essa uma dasrazões pelas quais na turnê Wasting

Light as telas foram incorporadasapenas nas laterais”, disse ele.Com essa premissa, pode-se dizerque a configuração do telão (screen)principal para a Sonic Highways Tour

é, antes de qualquer dedução, no mí-nimo, inusitada. Não se trata apenasde uma estrutura de display estáticacom gabinetes formados por mó-dulos retangulares de LEDs para areprodução das imagens – captadaspor diversas câmeras, em diversospontos do local do show. Na atualturnê, Hadley configurou o telãoprincipal em partes móveis – osmódulos estão fixados em estrutu-ras suportadas por bases que per-mitem movimentos transversais(figura 2) e verticais (com posiçõesrotatórias) - que resultam em dife-rentes formatações, ora reprodu-zindo imagens em formato padrão,ora criando composições interca-ladas com refletores e moving heads

– fixados nas outras faces dessaspartes móveis.Contudo, os vídeos também seintegram como componentesimportantes da turnê. “O princi-pal elemento de vídeo a ser pro-jetado nesta turnê vem puramen-te do objetivo que temos em retera atenção do público para os de-talhes dos rostos (dos músicos) eperformances da banda, sem queos espectadores tenham que bus-car esses elementos longe do pal-co e nas telas laterais”. Para tan-to, o uso de IMAG, ou ampliaçãoda imagem, torna-se uma formacomum e eficaz na entrega daprojeção de vídeo instantâneaem tempo real.Para uma apresentação de quasetrês horas de duração, muitos sãoos recursos técnicos e conceituaisa serem utilizados para manter asexpectativas em elevados patama-res e a constante empolgação dopúblico participante.

Figura 1: Sonic Highways Tour – Estádio Cícero Pompeu de Toledo (São Paulo)(23/01/2015)

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Figura 2: Estrutura do telão com movimento transversal - Sonic Highways Tour – Estádio CíceroPompeu de Toledo (São Paulo)(23/01/2015).

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Para um repertório formado por 23 can-ções (incluindo os covers), a atual turnêrecebe o nome do último disco da banda– gravado em oito cidades diferentesdos EUA. Os ambientes diferentes degravação fizeram parte do processo cria-tivo – também para a iluminação cêni-ca. Mas, com tantos elementos e tantasreferências, existe espaço para um con-ceito principal?“Não há exatamente um conceito geralou um tema específico; quero obterlooks interessantes para três horas, mastambém tem que ser um pouco coesocomo um todo e não expor todos os ‘tru-ques da cartola’. Eu acho que o principaldesafio é manter os olhares fixados nopalco e não procurando detalhes nas te-las laterais – afinal, a banda toca 100%ao vivo e não depende de qualquer arti-fício, as nossas esperanças são de quetodos na plateia se reúnam e apreciemjuntos a experiência ‘ao vivo’”.E essa experiência não é somente musi-cal e visual. Cabe ao líder da banda, omulti-instrumentista, produtor, com-positor e vocalista Dave Grohl a funçãode mestre de cerimônias, que além deconduzir a banda e interpretar suas pró-prias composições, divide com o bate-rista Taylor Hawkins os vocais de ummini-set com covers de algumas dasmais importantes bandas da história dorock’n’roll realizados em um palco gira-tório, conectado por uma passarela aopalco principal. E se o objetivo da bandaé prestar uma homenagem aos íconesque influenciaram decisivamente abanda, as homenagens também se es-tendem à iluminação cênica.

Neste contexto, bandas como a cana-dense Rush (e o inovador LightingDesigner Howard “Herns” Ungerleider),Queen (que teve nas suas mais impor-tantes turnês o trabalho do magistralLighting Designer Jimmy Barnett), TheFaces (com destaque para o trabalho dovocalista da banda, Rod Stewart, por al-gumas das contribuições do LightingDesigner Patrick Woodroffe nas turnêsdesse cantor) e o Kiss (principalmentepelas referências ao Lighting DesignerMark Ravitz), além do Pink Floyd (pelorenomado Lighting Designer Marc Brick-man), o FF utiliza todos os elementos emcena. Nesta parte, particularmente, ca-nhões seguidores e moving lights emol-duram as performances e enaltecem as ex-pressões. E no palco principal, uma sin-gela homenagem, pela projeção de colu-nas virtuais de refletores no telão princi-pal, similar à estrutura da turnê The

Works do Queen – mas que também re-presenta toda essa plêiade de LightingDesigners, decisivos para a história dailuminação cênica na década de 1970.A coordenação com êxito de todos essesrecursos requer equipamentos e equipeperfeitamente sincronizados. Comomesa controladora, Hadley utiliza oconsole grandMA2, da empresa alemãMA Lighting, e toda a programação éexecutada com a última atualização dosoftware para a configuração e geraçãodas cenas que operam os instrumentosde iluminação cênica (grandMA2 Con-sole Software). “Mas essa é a parte fácil”,frisa Hadley. “A pior parte seria descre-ver o universo dos sistemas de controlede vídeo, estruturados em sistemas

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Figura 3: Flash Mob com papéis picados - Sonic Highways Tour – Est. Cícero Pompeu de Toledo (SP)(23/01/2015)

CADERNO ILUMINAÇÃO

“Não há exatamenteum conceito geral

ou um temaespecífico; quero

obter looksinteressantes para

três horas, mastambém tem que ser

um pouco coesocomo um todo e não

expor todos os‘truques da cartola’.

(Hadley)

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CADERNO ILUMINAÇÃO

MBox e Encore – para o processa-mento e mixagem - com um pouco deajustes personalizados realizados peloespecialista Andy Babin (técnico naempresa estadunidense Control FreakSystems) e meu programador de FOH(Front Of House) e vídeo, o guru LeifDixon (responsável por Video/MediaServers e Lighting Designer de diver-sos artistas e bandas)”. De fato, o tra-balho em equipe produzido por essetime de notáveis resulta em inte-rações únicas e surpreendentes! Asimagens captadas são reproduzidascom efeitos e recursos midiáticosatrativos e muito interessantes –molduras, vitrais e sobreposições.

Como resultado final, o show (ante-cedido pelos ótimos shows de aber-tura da banda brasileira Raimundose da banda inglesa Kaiser Chiefs) po-deria ser cansativo e previsível. En-tretanto, o que se viu foi um espetá-culo repleto de recursos estimulan-tes, divertidos e coerentes, de acordocom as motivações das canções.Mesmo nas baladas mais intros-pectivas, a iluminação cênica trouxesensações positivas – como mensa-gens de estímulo e determinação.

Mas ainda havia mais surpresas... Nascanções Skin And Bones e Best Of You

(respectivamente, décima segunda epenúltima canção do show), a maioriado público (aproximadamente 55 milpessoas) proporcionou dois espetácu-los de luzes, formados por telas de celu-lares (muitos com aplicativos de “lan-ternas”), resultando em flash mobsimpressionantes, sendo espontanea-mente elogiados por Dave Grohl. A fi-gura 5 mostra um registro do resultadoem Best Of You.Finalmente, e com humildade, Had-ley destacou o processo evolutivo quetoda turnê proporciona para ajustes emodificações, naturais e necessárias.

“Em Santiago (Chile) foi a primeiravez que tivemos todos os elementosjuntos, por isso trabalhamos muitopara que fôssemos capazes de fazê-lo(o show) da melhor maneira à medidaque progredíamos”. Com certeza,conseguiram impressionar e satisfa-zer milhares de fãs e apreciadores dorock’n’roll – e da iluminação cênica!Abraços e até a próxima conversa!

Figura 4: Referências à década de 1970 - Sonic Highways Tour – Est. Cícero P. de Toledo (SP)(23/01/2015)

Fonte

: Ceza

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Para saber mais

[email protected]

Figura 5: Flash Mob com celulares - Sonic Highways Tour – Est. Cícero P. de Toledo (São Paulo)(23/01/2015)

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972, Teatro Opinião, Rio de Janeiro: prestes a es-

trear em sua primeira temporada musical, o recém-formado trio Sá, Rodrix & Guarabyra procura baixista e

baterista que completem sua formação de piano e doisviolões. A escolha natural de baixista é o jovem Sergio

Magrão, egresso do Grupo Faya que acompanhava ZéRodrix em sua carreira solo. Magrão traz consigo o bate-

rista Luiz Moreno, o Morenão. A temporada que durariadois fins de semana estende-se com sucesso absoluto

por três meses, só interrompida pela absoluta impossi-bilidade de ocupar o disputadíssimo espaço do Opinião

por mais tempo. No ano seguinte o trio é convidado porRogério Duprat e Luiz Augusto Botelho a mudar-se

para São Paulo e produzir e gravar em seu (deles) estúdioPauta. Em fins de 1973, com a saída de Rodrix para uma

carreira solo, seguem em dupla Sá & Guarabyra. Surgeentão a necessidade de recrutar uma banda que os apoi-

asse na gravação de um novo disco e nos shows que seseguiriam. Eles então convocam dois egressos da segun-

da formação do grupo O Terço: Sérgio Hinds, guitarris-ta, e Cezar de Mercês, compositor, vocalista e violonis-

ta. Para completar o time, faltava o tecladista. Admira-dores declarados da música mineira, Sá e Guarabyra pe-

dem a Milton Nascimento uma indicação. Milton suge-re um jovem músico que tomara parte nas gravações do

já então cultuado LP Clube da Esquina: Flávio Venturini.Flávio aceitou o convite e deixou BH para novos voos

em sua então ainda incipiente carreira.Formada a banda e – mais difícil – todos convencidos a

mudar-se para São Paulo, nova base da dupla, formou-se a chamada Colônia Carioca do Brooklyn: na traves-

1 sa Icaraí, onde morava Sá, casado havia pouco e com

um filho recém-nascido, o terceiro quarto da casa con-seguiu acomodar os primeiros tempos paulistanos de

Sérgio Magrão, Flávio Venturini e Luiz Moreno. Cezarde Mercês alugou uma casa na mesma rua Godoy

Colaço onde Guarabyra morava e a poucas quadrasdali ficou a família do guitarrista Sergio Hinds. Todos

se encontravam à tarde no estúdio da Pauta, onde gra-vavam jingles e músicas sob a inesquecível batuta de

Rogério Duprat. Dali só saíram para uma breve tempo-rada carioca, registrando em 1974 o primeiro LP de Sá

& Guarabyra, o Nunca, que trazia na contracapa as fo-tos dos músicos de apoio, que pouco tempo depois par-

tiriam para integrar a terceira e melhor sucedida for-mação d’O Terço. Em 1975, já no novo e então state-

of-the-art estúdio Vice Versa, fundado por Sá, Guara-byra, Duprat, Luiz Botelho e Vanderlei Rodrigues, O

Terço gravaria seu primeiro disco com seus novos in-tegrantes, o Criaturas da Noite. A faixa-título era uma

parceria de Sá com Flávio Venturini. No disco seguin-te, Sá e Flávio também formariam a parceria da música

título, Casa Encantada. Nesse mesmo LP, O Terço gra-varia ainda O Voo da Fênix (Venturini-Sá) e Pássaro (Sá

& Guarabyra), tornando-se de fato e direito a únicaponte registrada entre o chamado rock rural de Sá &

Guarabyra – gênero que já tinha sido chamado de “cai-pira progressivo” – e o rock progressivo brasileiro.

O tempo passou... Mas em 1980 Flávio Venturini eSérgio Magrão unem-se a Hely Rodrigues, Vermelho e

Claudio Venturini para formar o 14 Bis. O sucesso foiimediato e a parceria dos futuros membros do Encontro

Sá & GuarabyraSá & GuarabyraFlávio Venturini,

e 14 Bis: O Encontro Marcado

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97

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Marcado permaneceu em sucessos como Espanhola

(Flávio Venturini – Guarabyra), Caçador de Mim (Ser-gio Magrão – Sá) e muitas outras faixas como Meio Dia

(Flávio Venturini- Sá), Razões do Coração (FlávioVenturini-Sá), Doce Loucura (Sergio Magrão-Verme-

lho-Sá), Pele de Verão (Flávio Venturini-Sá), Só se For

(Flávio Venturini –Sá), Figura Rara (Flávio Venturini-

Sá), Sem Final Feliz (Claudio Venturini – Sá), Máscara

Convencional (Sergio Magrão-Sá), Quando é Fácil se Di-

zer te Amo (Hely Rodrigues – Sá), Dias Melhores Virão

(Claudio Venturini-Sá), Garapuá (Flávio Venturini –

Sá) e muitas outras. As opções de diversificaram com asaída de Flávio para uma carreira solo onde ele

emplacou sucessos como Princesa, Todo Azul do Mar,Noites com Sol e Nascente. Enquanto isso, Sá &

Guarabyra – que foram também, de volta, Sá, Rodrix &Guarabyra entre 2001 e 2009 - surfavam nas boas on-

das de Sobradinho, Roque Santeiro, Dona, Caçador de

Mim, Mestre Jonas (Sá, Rodrix & Guarabyra), Estrela

Natureza, Cheiro Mineiro de Flor, Sete Marias e Jesus

Numa Moto (Rodrix), enquanto o 14 Bis decolava de

vez com Linda Juventude, Natural, Planeta Sonho, Bola de

Meia, Bola de Gude, Uma Velha Canção Rock’n’Roll, Nave

de Prata, o próprio Caçador de Mim e muitas outras.Isso tudo aí em cima, tão formal e explanativo, é só pra

vocês entenderem a importância que esse Encontro

Marcado - em boa hora promovido por nossos amigos

Carlos Alberto Xaulim e Gegê Lara - tem para nós.Quarenta e três anos depois de nos encontrarmos pela

primeira vez, temos agora a rara oportunidade de tocar-mos juntos de novo, reatando nossos votos de amizade

diluídos através destes anos de agendas ocupadas e raros

encontros. Que delícia nos reconhecermos pessoal emusicalmente nestes ensaios, reencontrarmos os garo-

tos cheios de planos e ambições que éramos no início denossas carreiras e podermos nos dar ao luxo de vivermos

esse momento sem sombra de nostalgia! Pelo contrário,o Encontro Marcado ocasionou para nós uma renovação

expressa em novos arranjos, novas idéias, novas parceri-as em perspectiva, aliando isso tudo à certeza de saber

que o que já foi feito por nós tornou-se a semente daqui-lo que pode agora transformar-se em uma nova estrada.

Não é preciso ser músico para entender o que foi faladoaqui. Na vida de todos, os reencontros são preciosos: são

a busca do equilíbrio entre amigos distanciados pelotempo, o abandono das divergências, a sabedoria de ce-

der, a graça de procurar entendimentos que a princípioacreditamos inviáveis, a persistência em acreditar no

que parecia difícil e afinal se revela claro, óbvio e evi-dente: o fato de que 40 anos de amizade e proximidade

musical são como o óleo sobre a água: não submergemnunca e são fáceis de colher de volta. E – ao contrário do

que manda a Física oficial – prova-se então que óleo eágua podem, sim, misturar-se com perfeição.

PS: O Encontro está marcado a princípio nas seguin-tes datas e lugares:7 e 8 de março – Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG

14 de março – Juiz de Fora, MG20 de março – Uberaba, MG

21 de março – Patos de Minas, MG9 de maio – Divinópolis, MG

Foto

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ação

Guarabyra, Luiz Carlos Sá e o grupo 14 Bis com Flávio Venturini (ao centro)

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AH Lights ...................................... (21) 2242-0456 .............. www.ahlights.com.br ................................................................................. 81

Amerco Brasil ................................ (41) 3337-1331 .............. www.amercobrasil.com.br ......................................................................... 17

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Guitar Player ................................. (11) 3721-9554 .............. www.guitarplayer.com.br ........................................................................... 80

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Modern Drummer ......................... (11) 3721-9554 .............. www.moderndrummer.com.br .................................................................. 94

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