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Planejamento e gestão pública da cultura
Projeto Cultural: concepção, elaboração e avaliação
Elaboração e texto Heloisa Bueno Rodrigues
disciplina 23
Projeto Cultural: concepção,
elaboração e avaliação
Heloisa Bueno Rodrigues
Ao fi nal da disciplina, você deverá ser capaz de:
• Reconhecer a trajetória histórica e conceitual de projetos culturais no contexto brasileiro.
• Identifi car os elementos e as diferentes etapas que compõem um projeto cultural.
Objetivos
4disciplina 23
A área de atuação que nominamos como cultural incorpora desde práticas com relações
difusas às disciplinas de controle como administração e contabilidade (ex.: saberes, festas
e fazeres do patrimônio imaterial) até aquelas que são pensadas e produzidas a partir de
um contexto empresarial da cultura, como frutos de uma maior profi ssionalização do setor
cultural que se volta principalmente à produção de espetáculos e produtos comercializáveis.
Desta maneira, o desenvolvimento de ações e políticas na área cultural foi durante muito
tempo difi cultado pela falta de compreensão e conhecimento das múltiplas dimensões e
elementos constitutivos da nossa diversidade cultural, tendo sido ao longo de muitos anos
privilegiados aqueles grupos e indivíduos que dominavam os trâmites profi ssionais e que
acumulavam um maior capital social entre possíveis fi nanciadores e a imprensa.
No entanto, foi somente com o fortalecimento e disseminação das leis de incentivo e
dos mecanismos públicos de fi nanciamento que a necessidade de se pensar e planejar as
ações em cultura por meio de projetos se fez indispensável, sendo possível a partir destes a
padronização e criação de critérios mais transparentes para a seleção e defi nição de propostas.
Com isso, o projeto cultural se transformou numa das principais formas de planejamento da
área da cultura, uma vez que prevê em seu escopo a dimensão da ação, a defi nição clara dos
objetivos que se busca alcançar e os recursos e o tempo necessários à sua execução.
O projeto cultural desta maneira é elaborado a partir de uma linguagem técnica
específi ca que também tem um aspecto negativo, uma vez que restringe o acesso de muitas
oportunidades de fomento àqueles que não dominam esse conhecimento técnico. No entanto,
essa característica vem sendo repensada e combatida por muitos produtores/gestores que
hoje caminham para uma simplifi cação desta ferramenta sem perder seu caráter essencial
que é o de planejar a ação.
Outra crítica comumente direcionada aos projetos culturais é sua condição efêmera,
temporária e transitória, que prevê a duração de uma ação com início, meio e fi m. Como
veremos a seguir, o projeto cultural não se trata de um instrumento independente, com
vontade própria, e sim uma ferramenta a servir o produtor/gestor da cultura para uma melhor
projeção de sua ideia, antevendo suas necessidades e prevendo os caminhos possíveis para
Projeto cultural: a importância do projeto no contexto geral da organização do setor cultural
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sua realização. Desta maneira, o projeto será efêmero e com pouco resultado e alcance no
território somente se o produtor/gestor desenvolvê-lo desta maneira, ou poderá ser um
projeto realmente mobilizador e fortalecedor de outras práticas se quem o conduz buscar
direcioná-lo de uma forma mais orgânica e democrática, incorporando parceiros e buscando
realizar ações de maior alcance.
Vale ainda destacar que apesar das ações de democratização em torno do projeto cultural ser
uma iniciativa reconhecidamente positiva por parte das instituições públicas e privadas do segmento
da cultura, uma política cultural não deve se deter ao lançamento de editais e à distribuição
de recursos a projetos, mas deve se voltar para uma maior compreensão do território em que
atua, reconhecendo potencialidades, fragilidades, contradições, disputas e toda a complexidade
do campo que incorpora práticas culturais tradicionais ativas, práticas tradicionais que estão se
perdendo, memórias perdidas, memórias patrimonializadas, práticas e grupos culturais emergentes,
práticas e grupos culturais hegemônicos inseridos no mercado, práticas e grupos marginalizados e
excluídos, e tantas outras questões que se colocam para quem trabalha com o campo da cultura.
Para isso, se fazem necessárias políticas mais amplas que atuem de forma mais enraizada
nos territórios e que se voltem às pesquisas e ações em que as dimensões cidadã, simbólica
e econômica da cultura sejam contempladas, e para isso também os projetos culturais podem
ser um efi ciente instrumento de planejamento.
Todo esse contexto nos leva a refl etir sobre o papel do profi ssional, o produtor/gestor cultural,
bem como seu posicionamento e atitude perante a criação e proposição de projetos culturais.
Em textos e artigos, vemos comumente a profi ssão de produtor/gestor cultural defi nida
como um profi ssional que faz a intermediação entre o artista, os meios de produção e o público.
Além disso, é comum vermos o entendimento de produtor/gestor cultural confundido com a
ideia de artesão, como aquele que realiza a produção em um sentido vinculado diretamente a
um resultado – artefato/produto.
No entanto, embora reconheçamos a aplicabilidade destes termos, não podemos deixar
de afi rmar uma outra dimensão do produtor/gestor cultural, que é aquele profi ssional que
reconhece no universo da cultura, sua matéria-prima, ou seja, aquele profi ssional que não
realiza somente a intermediação de processos, mas ele próprio elabora esses processos, nas
dimensões concretas e simbólicas da cultura.
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Entendemos aqui que esses objetos técnicos não se encerram como objetos, mas
atravessam e permeiam as dimensões econômicas, sociais e políticas da sociedade. Desta
forma, o produtor/gestor cultural deve estar atento aos seus recursos, coordenando-os em
harmonia para que, enfi m, possa alcançar o seu objetivo.
Como observamos anteriormente, para realizar a formulação de um projeto cultural, um
produtor/gestor cultural deverá conhecer profundamente o território com o qual estará
trabalhando, a fi m de que possa se aproximar ao máximo do âmbito das subjetividades
(e singularizações) e, assim, propor uma ação que possa se desdobrar em processos
de identifi cação, reveladores de novas percepções e fomentadores da diversidade e da
pluralidade. Como nos indica Barbosa:
Habita esse debate a qualidade da criação cultural,
sua potência afi rmativa de sociabilidades generosas e sua
virtualidade cognitiva da realidade em que vivemos. Neste
processo é possível romper com confi gurações discricionárias
da manifestação retórica e privada da produção da cultura e
do uso do território, pois o diferente é portador de signifi cação
social, uma vez que traduz tensões, acomodações e mudanças
no âmbito do vivido dos iguais.1
Os projetos assim formulados são provocadores de diálogos estéticos, semânticos e
ideológicos nos diferentes territórios que se apresentam em nossa sociedade.
Para isso, a prática da pesquisa e o aprofundamento de conhecimentos sobre os modos
sociais e culturais de um determinado grupo/prática tornam-se fundamentais na proposição
de um projeto. O fi lósofo Edgar Morin, tratará essa busca de apreensão crítica da cultura pelo
termo de “culturanálise”:
1 BARBOSA, Jorge Luiz. Considerações sobre a relação entre cultura, território e identidade. In GUELMAN, Leonardo; ROCHA, Vanessa (orgs.). Interculturalidades. Niterói: EDUFF, 2004, p. 100.
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Não basta tentar elucidar a noção de cultura, a cultura
ilustrada e a cultura de massas para estar em condições de
apresentar os princípios de uma política cultural. É necessário,
também, proceder a uma culturanálise, isto é, diagnosticar
a situação cultural da nossa sociedade, conceber a maneira
como funciona sociologicamente qualquer sistema cultural.2
No trecho citado, o autor aplica esse conceito tendo em vista uma compreensão ampla de
política cultural, o que, em nada impede sua aplicação no enunciado que apresentamos, uma
vez que todo projeto e toda ação perpassam pelo anunciar de uma postura política e uma visão
de mundo.
Após toda a pesquisa, que decorre da aproximação com a realidade que trabalha (ou
se propõe a trabalhar), o produtor/gestor cultural terá em suas mãos um manancial de
informações, dados objetivos e traços subjetivos, que embasarão sua proposição, assim
como irá despertar insights de novos processos que podem ser desenvolvidos e que pedem
para serem desenvolvidos, quando buscamos identifi car as necessidades e os anseios de
determinados grupos, bem como os usos culturais que ali se realizam ou deveriam produzir-se.
Quanto aos anseios e necessidades dos grupos sociais, poderíamos encontrar explicações
em diversos ramos do conhecimento, desde a psicologia até as ciências sociais, mas vamos
nos deter aqui em destacar a importância do reconhecimento desses processos, pois são
estes que podem justifi car o valor de nossa proposição.
O que é colocado aqui é a importância dessa aproximação e prospecção voltada às
subjetividades, para que em vez de responder a esta apreensão com um “mais do mesmo”,
possamos realizar uma ação que busque renovar universos semióticos e rompa com processos
de mera reprodução de modelos já estabelecidos na sociedade pelas formas de massifi cação.
2 MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo II: necrose. Colaboração de Irene Nahoum, tradução de Agenor Soares Santos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986. p. 103. 206 p.
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A subjetividade está em circulação nos conjuntos sociais de
diferentes tamanhos: ela é essencialmente social, e assumida
e vivida por indivíduos em suas existências particulares.
O modo pelo qual os indivíduos vivem essa subjetividade oscila
entre dois extremos: uma relação de alienação e opressão, na
qual o indivíduo se submete à subjetividade tal, como a recebe,
ou uma relação de expressão e de criação, na qual o indivíduo
se reapropria dos componentes da subjetividade produzindo
um processo que eu chamaria de singularização.3
Acreditamos que um produtor/gestor cultural que desenvolva o seu projeto desta maneira
tem nas mãos uma ferramenta que supera em muito o simples instrumento técnico/formal
(condição na qual o projeto é comumente colocado), orientando-se para a dinâmica dos
novos processos de singularização, dos novos processos de percepção e criação de mundo
a serem estimulados, dos quais muitos dirão serem utopias, mas nos quais reconheceremos
virtualidades possíveis.
Vivemos em um mundo onde somos puxados e empurrados por forças distintas a todo o
tempo. No campo da produção cultural, essas forças, muitas vezes radicalmente opostas, são
colocadas cotidianamente em nossas práticas. Isso exige do profi ssional um entendimento e
comprometimento quanto às suas ações, para que não seja projetado unicamente o modelo da
“subjetividade capitalística”, que em nosso contexto profi ssional poderia ser entendido como
a reprodução de modelos estabelecidos pelo mercado, de práticas ditadas pelo mercado,
como mera tradução dos anseios da indústria cultural, que só responde ao binômio lucro-
massifi cação.
Falar de cultura é falar de um campo imenso de possibilidades, é falar de um plasma
existencial, mas ao mesmo tempo, é falar de um poço de oportunidades recém-descobertas
pelo mercado, com um potencial de crescimento imenso, o que atrai muitos olhares com
interesses exclusivamente econômicos, uma vez que sua matéria-prima se baseia em um
recurso até então inesgotável: a criatividade.
3 GUATTARI, Felix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografi as do desejo. Petrópolis/RJ: Editora Vozes. 3. ed., 1993.
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Desta forma, um profi ssional que desenvolva suas atividades no meio cultural se vê a todo
tempo diante de impasses, em que, de um lado, há aquilo que é consumido em massa e
que gera recursos nesse circuito, e de outro, aquilo que precisa ser subvencionado, embora
seja de grande valor para a sociedade pelos sentidos de que é portador (herança, tradição,
inventividade dos sujeitos e grupos sociais). É preciso que se estabeleça um equilíbrio entre
essas práticas para que a cultura, em toda a sua diversidade e potência, possa existir e
continuar a produzir e não se manter em um sistema de reprodução contínua que só restringe
seu alcance.
Segundo Guattari, “O que caracteriza os novos movimentos sociais não é somente uma
resistência contra esse processo geral de serialização da subjetividade, mas também a tentativa
de produzir modos de subjetividade originais e singulares, processos de singularização
subjetiva.”4 Entendemos com isso, que é também papel do produtor/gestor cultural, contribuir
para a prática dos movimentos sociais, uma vez que somos instigadores de novas percepções
e fomentadores de novos “agenciamentos de enunciação”, que poderíamos entender como
a articulação no âmbito da coletividade, como expressões das singularidades, que não se
limitam ou buscam escapar às modelagens hegemônicas.
Então, a questão que se coloca agora não é mais “quem
produz cultura”, “quais vão ser os recipientes dessas produções
culturais”, mas como agenciar outros modos de produção
semiótica, de maneira a possibilitar a construção de uma
sociedade que simplesmente consiga manter-se de pé. Modos de
produção semiótica que permitam assegurar uma divisão social
da produção, sem por isso fechar os indivíduos em sistemas de
segregação opressora ou categorizar suas produções semióticas
em esferas distintas da cultura.5
Com base nesse posicionamento, o produtor/gestor cultural assume uma função social,
que até então ainda não nos tinha sido colocada, pois muitos profi ssionais que atuam na área
4 Ibidem.5 Ibidem.
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não visualizam toda a potencialidade de um projeto e se reduzem à prática da reprodução
cultural restrita a produtos.
No entanto, não queremos aqui condenar as práticas de cultura que geram mercado, mas
apenas divergir quanto às práticas culturais de mercado, calcadas unicamente na geração de
lucro que não retorna como insumo para as práticas sociais e não realimenta, internamente,
seus processos.
Nesse sentido, como busca de maior autonomização das práticas culturais, coloca-se
atualmente novas perspectivas de sustentabilidade. A produção cultural, efetivamente, não
pode mais ser concebida como alguma coisa que escapa ao seu território e se desvincula
deste, e isso também no que tange à sua expressão econômica. Uma perspectiva que relacione
os fatores cultura e economia deve propor-se e relacionar-se no âmbito de uma circularidade,
em que a cultura produz economia e esta, de algum modo, retorna aos processos que buscam
fortalecer suas práticas expressivas. Um processo que procure assegurar à dinâmica da
cultura, uma condição de afi rmação da diferença e da diversidade para além de um recalque
identitário, diante de uma hegemonia global.6
Outra perspectiva aberta ao campo da produção cultural diz respeito à autonomização
mínima das práticas culturais diante de forças políticas modeladoras, sejam estas empresariais
ou estatais. O desafi o no âmbito da produção cultural passa também pela contínua afi rmação
de uma capacidade – e também transgressora – que não pode ser contida pelas forças que a
“provêm”. Trata-se de procurar retomar uma condição de autonomia frente aos imperativos
heteronômicos, fundamentalmente de ordem política e econômica.
Nesse sentido, retornamos a Morin e à afi rmação de uma condição mínima transgressora
e autônoma como força propulsora do topos da cultura:
Claro que a cultura não pode escapar totalmente às
determinações tecnoburocráticas da época, como não pode
escapar senão parcialmente às determinações econômicas.
Mas, da mesma maneira como o aspecto antieconômico da
6 Stuart Hall insiste nesse aspecto ao examinar o que denomina “a proliferação subalterna da diferença”. Cf. HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, p. 60.
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cultura é, culturalmente falando, mais importante do que
o seu aspecto econômico, da mesma forma a cultura se
defi ne antes como antídoto do que como produto natural da
civilização tecnoburocrática. É, pois, uma simbiose parasitária-
antagônica a que se constitui hoje em dia entre a cultura e seu
amigo-inimigo protetor-sufocador que dá e a asfi xia: o Estado
providencial, os grandes poderes constituídos.7
Tendo em vista as questões examinadas, e partindo, num primeiro momento, de uma noção
processual de projeto (“procedimento que relaciona a matéria dinâmica da criação individual
e transindividual com a matéria dinâmica de múltiplos extratos da cultura”) propomos nesse
momento estabelecer um conceito programático ou contextual do Projeto Cultural, que
recupere a relação com cada um dos termos que descrevemos.
Desse modo, afi rmamos o Projeto Cultural como um procedimento que superando sua
mera instrumentalidade, estabelece novos processos de subjetividade (uma vez que conjuga
novas percepções/visões de mundo); busca apreender anseios e desejos para com os grupos
sociais para os quais se volta; possibilita e alimenta as trocas e diálogos entre diferentes
territórios expressivos, ao mesmo tempo em que se constitui como um instrumento gerador
de mercado, sem sucumbir às suas supostas determinações.
Ao propormos aqui uma visão contextualizada de projeto, pretendemos fortalecer uma
visão de ação cultural, que não resulte da transitoriedade e efemeridade do evento, mas que
vise, sobre outra ótica, restabelecer vínculos com a territorialidade (física, existencial e social)
esta entendida como matriz de experiências de sociabilidade.
Conceituação e análise de diferentes perfi s de projetos
Dentre as possibilidades de categorização dos projetos utiliza-se comumente o critério de
temporalidade da fase de produção para a determinação de propostas de curto, médio ou
longo prazo.
7 MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo II: necrose. Colaboração de Irene Nahoum, tradução de Agenor Soares Santos. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 1986, p. 103.
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Uma maneira complementar de categorização utiliza os objetivos do projeto como critérios
para a defi nição de perfi s, sendo os mais comuns: projetos de eventos; projetos de ações;
projetos de produtos e projetos de espaços, centros culturais e casas de cultura.
Encontramos em Teixeira Coelho uma possível defi nição para evento que o descreve como
“um acontecimento fora do comum, algo que quebra uma cadeia de rotinas, despertando
atenção e merecendo a atenção provocada”8. Desta maneira, poderíamos listar como
exemplos de projetos de eventos o planejamento para a realização de: espetáculos e shows,
mostras, festivais, festas populares e congressos e seminários, que se relacionam com as
áreas artísticas e culturais.
Como alerta aos gestores da cultura, vale ressaltar que embora os eventos sejam de
forte impacto sociocultural, devido à sua natureza irruptiva, a produção serial de eventos
independentes não caracteriza uma política cultural consistente, sendo esta considerada
como uma “política de eventos” 9, de caráter imediatista e em alguns casos oportunista, que
pouco consegue avançar em termos de desenvolvimento sociocultural para além da aferição
dos ganhos com o consumo.
Mas essa crítica não pretende ser uma totalidade que condena os projetos de eventos a
não serem produzidos pelas iniciativas públicas, mas ao contrário, alerta para que eles sejam
incorporados a elas como elemento estratégico, conforme nos mostra Teixeira Coelho no
trecho que destacamos abaixo:
Uma política cultural, no seu sentido específi co, deve
compreender atividades continuadas, que prolonguem
seus efeitos no tempo e no espaço, mas deve ser capaz
de prever intervalos “vazios” a serem preenchidos por
eventos, que, por sua singularidade, têm o poder de irrigar,
com a força de um impacto de variada natureza, o tecido
cultural formal (os circuitos estabelecidos de produtores,
divulgadores e consumidores de cultura) e a constelação
8 COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. São Paulo: Iluminuras, 2004, p. 301.9 Ibidem, p. 301.
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informal de produtores e consumidores (jovens, amadores,
artistas profi ssionais, espectadores despertados para novas
possibilidades e assim por diante). Mostras internacionais de
cinema ou vídeo, por exemplo, podem ter mais signifi cação
cultural – como estimuladora e multiplicadora da ação de
agentes e produtores culturais – do que várias ofi cinas de
cinema e vídeo. São no mínimo, complementos indispensáveis
destas atividades regulares.10
Com isso, podemos afi rmar que os projetos de eventos culturais devem se integrar a
projetos de ações culturais para compor o quadro de proposições políticas mais responsáveis
e de maior alcance sociocultural. Voltemo-nos, portanto, à defi nição dos projetos de ações
culturais.
Denominam-se projetos de ação cultural aqueles que têm como objetivo a realização de
atividades de longa duração, visando uma transformação específi ca da realidade em que se
aplicam, tendo como centralidade o processo em que se desenvolvem e não um produto
ou resultado específi co (como no caso dos projetos de eventos), além disso, podem ser
denominados também como projetos de ações continuadas ou de ações socioculturais. Sobre
esta última vejamos:
Esta ação cultural não tem por objetivo [...] reforçar nas
pessoas a atitude de consumidores à qual são acostumadas
pelo sistema econômico predominante; pelo contrário, sua
proposta consiste em eliminar ou diminuir a tentação à inércia
e à passividade que indistintamente afeta a ampla maioria nos
tempos de comunicação de massa. [...] A ação sociocultural
propõe às pessoas, considerando seu momento e seu espaço
próprios, bem como os meios à sua disposição, uma refl exão
crítica sobre a obra cultural, sobre si mesmas e sobre a
sociedade (o que pode também ser objeto da ação cultural
10 Ibidem, p. 301.
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propriamente dita, ou ação cultural), não lhe bastando, porém
desenvolver entre as pessoas um tipo de relacionamento
qualquer, uma forma de aproximação qualquer, nem se
contentando com oferecer-lhes apenas a fruição de um
momento de lazer; será necessário que dessa ação resulte um
benefício claramente caracterizado como social.11
São exemplos de projetos de ações culturais: ações para a promoção da leitura e da
literatura; ações para a formação de público; ações para a formação e criação artística
cultural; ações de educação e valorização patrimonial; ações de inclusão social; e ações para o
reconhecimento e respeito às diversidades culturais, entre outros.
Há ainda os projetos de produtos, que tem como objetivo principal gerar um produto
cultural material específi co e que se diferencia de projetos de eventos por sua materialidade
permanente. Segundo Teixeira Coelho, os produtos culturais podem ser defi nidos como:
[...] aqueles que expressam idéias, valores, atitudes
e criatividade artísticas e que oferecem entretenimento,
informação ou análise sobre o presente, o passado
(historiografi a) ou o futuro (prospectiva, cálculo de
probabilidade, intuição), quer tenham origem popular
(artesanato) quer se tratem de produtos massivos (discos de
músicas populares, jornais, histórias em quadrinhos), quer
circulem por público mais limitado (livros de poesia, discos e
CDs de música erudita, pinturas).12
Os produtos culturais caracterizam-se ainda por sua perenidade e por seu longo alcance,
tanto em sua dimensão territorial (podendo ser transportado facilmente para lugares mais
afastados do centro de produção) quanto por sua possibilidade de uso por diferentes pessoas
(ex: um sujeito que compra um livro pode emprestá-lo a tantas outras pessoas quanto desejar,
ampliando o alcance dessa obra para além dos consumidores diretos).
11 Ibidem, p. 34.12 Ibidem, p. 318.
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Associados aos outros tipos de projetos (eventos e ações), os projetos de produtos
culturais podem ser importantes mecanismos de fortalecimento, divulgação, distribuição,
sustentabilidade e formação para grupos e produções artísticas culturais, uma vez que podem
contribuir como registro e preservação de memórias, ampliação dos repertórios dos grupos,
geração de renda a partir da comercialização e divulgação das produções para além de seus
contextos locais.
Como última tipologia de projetos culturais, apontamos aqui o planejamento para a
realização dos espaços culturais, centros culturais e casas de cultura. Sobre a diferenciação
deles vejamos:
Há uma tendência para reservar-se a expressão espaço
cultural para aqueles locais mantidos pela iniciativa privada
que se dedicam a promover uma ou outra atividade cultural,
não um conjunto delas, e que não apresentam nem um acervo
de obras, nem uma freqüência constante em suas atividades
(em relação a uma mesma especialidade ou no conjunto de sua
atuação). [...] Ao lado dos espaços culturais, o centro cultural
é geralmente uma instituição mantida pelos poderes públicos,
de porte maior, com acervo e equipamento permanentes
(salas de teatro, de cinema, bibliotecas, etc.), voltada para um
conjunto de atividades que se desenvolvem sincronicamente
e oferecem alternativas variadas para seus freqüentadores, de
modo perene e organizado. [...] Enquanto o centro cultural e o
espaço cultural são, este mais do que aquele, locais destinados
primordialmente à recepção da cultura (a produção da cultura
fi ca reservada, também neles, a uns poucos – e parte dessa
produção tem origem no próprio aparelho de Estado), a casa
de cultura pretende-se um local de convivência sociocultural e
de produção de modos culturais mais visceralmente ligados às
comunidades em que se situam.
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Ressaltamos que nas realidades vividas estas nomenclaturas se fundem e se confundem,
mas consideramos válido incluir esta citação aqui para refl etirmos um pouco sobre suas
diferenciações e suas aplicações nos projetos que pensam lugares físicos para recepção,
promoção, produção e criação de atividades culturais.
Desta maneira, os projetos que se voltam para essas proposições podem ter duas
confi gurações complementares. Uma primeira confi guração do projeto tem como objetivo
principal a realização do local propriamente dito, o que envolveria etapas como construção,
reforma ou adequação física dos espaços; em uma segunda confi guração o projeto tem como
objetivo equipar esses espaços seja com a aquisição de acervos ou equipamentos técnicos
e contratação de profi ssionais qualifi cados para formulação e organização das atividades a
serem promovidas.
Temos com isso que um gestor pode ter um edifício em perfeitas condições de se tornar
um centro cultural, mas precisa de um planejamento para a aquisição de acervos e para a
realização de ações continuadas no local, ou não ter nenhum espaço físico, mas apontar em
sua política que este espaço é fundamental para as práticas socioculturais locais e planeja por
meio do projeto os meios para conseguir esse espaço.
Ao longo desta seção apontamos aqui os diferentes perfi s de projetos, mas ressaltamos
que na dinâmica cultural esses perfi s não estão enquadrados de maneira isolada, eles
estão interligados e esses diferentes projetos compõem o que chamamos de programas,
que estão diretamente relacionados com as diretrizes das políticas culturais adotadas pelo
gestor. Vejamos um exemplo: uma política cultural que tem como diretriz a valorização
da música instrumental local pode defi nir um programa para a música instrumental com
diferentes projetos que tenham como objetivos: a promoção de uma maior oferta de aulas
extracurriculares de música nas escolas locais (projeto de ação cultural); a realização de
eventos nos quais grupos de diversas regiões poderão se apresentar (projetos de eventos); a
produção e a aquisição de produtos culturais na área de música que poderão ser distribuídos
e compor acervos de escolas de música locais (projetos de produtos); a defi nição de um
espaço físico onde as bandas e grupos musicais possam ensaiar e se apresentar (projetos de
centro cultural).
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Concepção e elaboração de projetos culturais
Na dinâmica da construção de projetos culturais, a etapa fundamental para sua concretização
está na projeção da ideia. O que isso signifi ca? Muitos são os gestores que sabem o que
desejam realizar, têm recursos para isso, mas ao produzirem suas ações encontram uma
série de difi culdades e como resultado têm um impacto sociocultural bem diferente daquilo
que haviam previsto, seja por falta de público, ou por problemas graves na execução, como
ausência de equipamentos.
Como uma tentativa de minimizar esses percalços, defendemos a fase de concepção e
elaboração do projeto cultural como uma fase de antecipação dos problemas e de identifi cação
dos potenciais do projeto e das parcerias a serem estabelecidas para que este seja realizado
com o melhor aproveitamento possível.
Desta maneira, um primeiro cuidado que um gestor deve tomar ao se investir na elaboração
de um projeto cultural é conhecer a fundo a área artística e cultural para a qual o projeto
está sendo pensado, a ponto de ser capaz de identifi car as necessidades específi cas desta
linguagem (ex.: linóleo para apresentação de balé, tratamento acústico para apresentação de
orquestras, projetor específi co para fi lmes) ou contratar um profi ssional específi co da área
para trabalhar na equipe de elaboração do projeto. Caso contrário, corre o risco de elaborar
um projeto distanciado da realidade e das necessidades fundamentais de cada segmento.
Outra necessidade preliminar é conhecer as dinâmicas de uso e ocupação dos lugares
onde o projeto será realizado, tanto em seu sentido mais específi co, o local do projeto
propriamente dito (ex.: casa de show), como no sentido mais amplo, a localidade em si (ex.: o
bairro). Saber se o local é de difícil acesso, ou perigoso, se tem restaurantes por perto, se tem
capacidade para receber a quantidade de público previsto, se tem capacidade para receber a
infraestrutura do projeto, se existem possíveis instituições parceiras perto, se é um local bom
de acesso para o público que se quer atender, enfi m, todas as informações territoriais que
puder coletar.
Em termos de importância cultural, deve-se questionar: o projeto que está sendo pensado
visa atender a alguma necessidade cultural específi ca do local onde será desenvolvido? Ele
busca despertar outros interesses da população com uma oferta cultural diferente daquelas
comumente produzidas? Ele pretende aproveitar uma oportunidade identifi cada para a
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melhoria das ações ou o fortalecimento das práticas? Por que, afi nal, está sendo pensado esse
projeto? Quais ações esse projeto quer realizar? O que se pretende alcançar? Esse projeto
está incorporado a uma política cultural maior?
Defi nido o que motiva o projeto e suas atividades, é preciso que se pense em como serão
desenvolvidas as ações para que seus objetivos sejam alcançados. O que será necessário
realizar na fase de pré-produção (tudo o que antecede a ação principal do projeto)? O que
é preciso para a fase de produção (realização da ação principal do projeto)? O que é preciso
para a fase de pós-produção (ações que são realizadas depois da ação principal do projeto)?
Defi nido o escopo das ações é preciso prever o tempo e os custos do projeto. Quais são
os recursos disponíveis e os necessários? Quais profi ssionais precisarão ser contratados e
por quanto tempo? O que precisará ser comprado e alugado? Quais os trâmites e burocracias
necessários? Quais os mecanismos de fi nanciamento serão utilizados?
Após todo esse trabalho de projeção e elaboração da ideia que se quer pôr em prática,
identifi cando as necessidades e defi nindo os caminhos possíveis, torna-se mais fácil a escrita
e a formalização do projeto propriamente dito, uma vez que muitas das exigências técnicas já
terão sido respondidas mentalmente pelo gestor.
Os elementos que confi guram a estrutura de um projeto cultural
Na dinâmica da cena cultural contemporânea, encontramos diversos modelos que
correspondem à escrita do projeto cultural e que se diferenciam uns dos outros de acordo
com a instituição a que servem e não necessariamente pelo conteúdo que apresentam.
Para a estrutura que será trabalhada nesta seção, usaremos uma forma padrão na qual
serão trabalhadas todas as informações indispensáveis para qualquer projeto cultural e a
partir da qual o gestor poderá adaptar sua proposta a outros modelos.
Como estrutura base, um projeto cultural deve responder aos seguintes itens:
1. Apresentação/resumo
2. Objetivos
3. Justifi cativa
4. Etapas de trabalho
19disciplina 23
5. Estratégias de divulgação
6. Cronograma
7. Orçamento
8. Anexos
1 – Apresentação/resumo:
O campo “Apresentação/resumo” deve ser preenchido com uma breve descrição do
projeto, uma primeira ambientação, capaz de situar o leitor sobre a temática e o objetivo
principal da proposta.
A escrita deve ser clara e objetiva, apresentando apenas as informações essenciais para a
compreensão do que se quer realizar. Em muitos modelos há restrição de caracteres, o que faz
com que o proponente (quem propõe o projeto) tenha que exercitar sua capacidade de síntese.
Perguntas orientadoras: Qual o objetivo principal do projeto? Quem vai realizar? Para
qual público se destina? Quando irá realizar? Qual a duração do projeto? Onde será realizado?
Já foi realizado antes?
2 – Objetivos:
O campo “Objetivos” deve ser preenchido respondendo à pergunta “O que se pretende
realizar com esse projeto?”. Toda a estrutura de um projeto gira em torno de seus objetivos,
o que faz com que sejam a parte mais importante da escrita do projeto e no qual difi cilmente
pode haver alteração ao longo de sua execução. Uma mudança de objetivo caracteriza uma
mudança de proposta, e uma nova proposta caracteriza novo orçamento, novo cronograma,
novas metas, e assim por diante.
Em alguns modelos, os objetivos são divididos em duas categorias: gerais e específi cos.
Para o preenchimento dos objetivos gerais do projeto deve-se projetar e listar os benefícios
e transformações que a proposta visa promover na localidade ou na área artística, cultural e
social em que está inserida. Geralmente se relaciona a benefícios intangíveis em uma escala
macro, em que a leitura que se faz se dá no cenário amplo do contexto do projeto.
Exemplos: Contribuir para uma maior discussão sobre a diversidade cultural.
20disciplina 23
Ampliar a oferta de atividades artísticas e culturais na região.
Ampliar o acesso do público a produções culturais locais.
Contribuir para uma maior oferta de espaços para apresentações artísticas.
Atenção: Muitos produtores/gestores ao escreverem seus objetivos gerais se comprometem
a realizar ações que são possíveis de se concretizar com apenas um projeto (ex.: acabar com
a violência de um determinado local), e com isso perdem pontos nas avaliações de viabilidade
técnica por demonstrar com isso não ter conhecimento real do que se pode concretizar.
Portanto, ao escrever os objetivos gerais deve-se ter bem claro com o que o projeto pode se
comprometer e o que pode cumprir e trabalhar somente com essas informações.
Para o preenchimento dos objetivos específi cos deve-se informar de forma clara, real e
mensurável, as ações que serão desenvolvidas e as metas que se esperam alcançar, lembrando
que este campo está diretamente relacionado com os objetivos gerais, sendo o caminho que
vai ser trilhado para alcançar o que foi informado anteriormente.
Em muitos modelos é solicitado que este campo seja preenchido em tópicos, podendo ser
anexado à programação das atividades do projeto ao fi nal ou nos anexos.
Perguntas orientadoras: Quais as atividades do projeto? Quais produtos serão gerados
pelo projeto? Quantos exemplares ou reproduções serão produzidos? Qual a duração? Qual
o local? Para qual público o projeto se destina? O acesso às atividades e produtos do projeto
será de forma paga ou gratuita?
Exemplos: Realizar um festival de cultura popular para crianças com duração de três
dias na Quinta da Boa Vista e com entrada franca.
Realizar 5 apresentações de bandas/grupos/cantores locais no palco
principal do evento.
Realizar 3 apresentações de bandas/grupos/cantores nacionais no palco
principal do evento.
Realizar 3 ofi cinas artísticas para crianças durante 3 dias, nas lonas de
atividades.
3 – Justifi cativa:
21disciplina 23
O campo “Justifi cativa” deve ser preenchido respondendo à pergunta “Por que este projeto
está sendo proposto e por que ele precisa ser realizado?”, sendo aqui apresentados os motivos
que embasam a construção do projeto, o seu diferencial e aqueles que o tornam importantes
para o cenário sociocultural e artístico.
Neste campo também pode ser inserido o histórico do proponente, sua experiência na
área artística e cultural, assim como a trajetória do projeto.
Em alguns modelos são solicitados dois tipos de justifi cativa: do projeto e do fomento.
Para a justifi cativa do projeto explique por que seu projeto deve acontecer, qual benefício
trará para a área cultural em que está envolvido, para o público e para o território em que o
projeto será realizado.
Perguntas orientadoras: Por que tomou a iniciativa de realizar esse projeto? Qual a
relevância do projeto? Que circunstâncias favorecem a sua execução? Qual a história do
projeto? Qual o diferencial do projeto (inédito, pioneiro, resgate histórico, está relacionado
com alguma data comemorativa)?
Para a justifi cativa do fomento deve-se responder à pergunta “Por que este projeto está
sendo proposto para esta instituição de fomento?”. Neste campo devem ser informados os
atributos do projeto que se relacionam com as características do possível patrocinador, como
a região de atuação, o público/consumidor, a temática artística e cultural, enfi m, quais aspectos
do projeto se aproximam da missão, dos valores e interesses da instituição.
Outra informação que também pode ser apresentada trata da compensação positiva do
projeto para os aspectos negativos da empresa. No entanto, o bom senso deve sempre existir,
logo, não se deve acusar a empresa por seus danos e esperar que ela se interesse pelo projeto
por causa das compensações. A melhor maneira de lidar com esse desafi o é apresentar o que
o projeto pode trazer de bom e de positivo para seu público, comunidade e área de atuação.
Perguntas orientadoras: Por que esta instituição deve direcionar seus recursos para patrocinar
este projeto? Como este projeto atende aos critérios da instituição? Por que esse patrocínio é
condicionante para a realização do projeto? Como esse projeto pode atender aos interesses
da instituição?
22disciplina 23
4 – Etapas de trabalho/detalhamento do projeto:
Este campo deve ser preenchido com um detalhamento das ações necessárias à realização
do projeto, em que deve ser respondida a pergunta “Como e quando serão realizadas as ações
para que os objetivos previstos sejam alcançados?”, defi nindo também as fases das etapas
do projeto. Seu preenchimento está diretamente relacionado ao cronograma e orçamento e
demonstra a capacidade técnica do proponente (conhecimento da área).
Em muitos modelos é apresentado nas fases de Pré-produção, Produção, Divulgação e
Pós-Produção, sendo considerado em alguns casos substituto do cronograma.
5 – Estratégias de divulgação:
Neste campo devem-se enumerar as ações e os materiais de divulgação, com suas
respectivas especifi cações e quantidades, indicando também os locais onde serão veiculados.
Como possíveis meios de divulgação, temos:
Impressos – fl yer, folder, programa, convite etc.
Internet – peças de internet, site, redes sociais, mailing list etc.
Jornal – anúncios de 1 página, de ½ página, de rodapé etc.
Mídia exterior – banner, faixa, outdoor, busdoor etc.
Rádio – spot de até 15”, de até 30”, de mais de 30” etc.
Revista – encarte de revista, anúncio etc.
Tv – VT varejo acima de 30”, vinheta até 15” etc.
Em alguns modelos de projeto é exigido um plano de divulgação em formato de tabela na
qual o proponente deve informar as especifi cações técnicas da peça de divulgação e dados
sobre a aplicação da logomarca.
23disciplina 23
Veja, a seguir, um exemplo de planilha base para um plano de divulgação:
Peça de divulgação
Tamanho/Duração da Peça de divulgação
Veículos de divulgação
Apresentação dos créditos
Peças de áudio Ex.: 30 segundos Rádios Durante a locução e no fi nal das peças gravadas
Box jornal Ex.: 1/4 página Jornais locais Na parte inferior, lado direito
Catálogos Ex.: Formato 21 X 30 cm / papel couchê 90 g / impressão 4x4 cores Distribuição local Na contracapa, na parte
inferior, lado direito
Cartazes Ex.: Formato 60 X 40 cm / papel couchê 120 g / impressão 4x0 cores Distribuição local Na parte inferior, lado
direito
Flyers Ex.: Formato 10 X 15 cm / papel couche 90 g / impressão 4x4 cores
Escolas, centros comunitários
Na parte inferior, lado direito
Banners Ex.: 2,00 X 1,00 m Externo ao local da apresentação
Na parte inferior, lado direito
Figura 1: Modelo de planilha base para a apresentação do plano de divulgação.
6 – Cronograma:
Neste campo deve ser respondida a pergunta “Qual a duração de cada ação e etapas do
projeto?” sendo, normalmente, apresentado em forma de tabela. Este campo está diretamente
relacionado ao Detalhamento do projeto, aos Objetivos e ao Orçamento. Deve também ser
apresentado com base nas fases de pré-produção, produção, divulgação e pós-produção.
Veja, a seguir, um exemplo de cronograma apresentado em forma de planilha.
CronogramaEtapas Atividades 1º
mês2º
mês3º
mês4º
mês5º
mês6º
mês
Pré-produção
Solicitação ofi cial para ocupação de espaço público em eventos. x
Curadoria do show. x
Curadoria das atrações extras e atividades recreativas. x
Contratação dos profi ssionais (produtores, assistentes, cenógrafos, programadores visuais... e empresas envolvidos).
x
Desenvolvimento e planejamento das atividades artísticas do evento. x
Desenvolvimento e planejamento do roteiro do show. x
24disciplina 23
Etapas Atividades 1º mês
2º mês
3º mês
4º mês
5º mês
6º mês
Produção
Contatos com servidores e terceirizados, para serviços de limpeza, transporte, segurança e carregamento de material.
x x
Desenvolvimento de projeto de iluminação e sonorização. x x
Desenvolvimento da estrutura e locação de equipamentos para fornecimento de energia.
x x
Locação de equipamentos para montagem de estrutura do evento, como mobiliário, camarim, telão, palco, banheiros químicos, estação de transmissão, torre de segurança.
x x
Contratação de operadores e técnicos para a montagem do evento. x x
Contratação de fotógrafo para registro. x x
Contratação dos músicos e participantes do show. x x
Contratação do produtor gráfi co para a elaboração das peças de divulgação e comunicação do evento e o desenvolvimento destas.
x x
Compra de passagens e reservas de hotel para participantes do evento vindos de outros estados.
x x
Locação de equipamentos de luz, de projeção e equipamentos de som. x x
Locação de rádios de comunicação. x x
Instalação de sinalização para o evento. x x
Instalação de Brigada de Incêndio (Bombeiros) e Ambulância para atendimento ao público.
x x
Contratação de assessoria de imprensa. x x
Lançamento de plano de mídia. x x
Manutenção e atualização do site durante festejos juninos (junho e julho). x x
Execução
Ocupação e preparação do terreno para o evento. x x x
Montagem geral das estruturas, cenografi a, sinalização. x x x
Realização do evento x
25disciplina 23
Pós-produção
Desmontagem geral. x x
Realização dos últimos pagamentos. x x
Preparação de relatórios para patrocinadores, orgãos públicos e instituições parceiras.
x x
Fechamento do projeto e prestação de contas. x x
Figura 2: Modelo de planilha base para a apresentação do cronograma.
7 – Orçamento:
Neste campo deve ser respondida a pergunta “Quais os recursos necessários para a
viabilização deste projeto?”, no qual todos os custos do projeto devem ser previstos, listados
e orçados, buscando ser o mais detalhado e fi el possível aos valores praticados no mercado,
evitando desta forma uma inviabilização orçamentária futura, em que os preços do orçamento
não correspondem aos custos reais do projeto.
Em muitos modelos, este campo se apresenta em formato de tabela e tem como etapas
as seguintes nomenclaturas: Pré-produção/Preparação; Produção/Execução; Divulgação/
Comercialização; Custos Administrativos; e, Recolhimentos.
Veja, a seguir, um exemplo de planilha para a apresentação do orçamento.
Planilha orçamentária - Exemplo
Item Quant. Unidade Quant. de unidades
Valor unitário Total
Etapa 1: Pré-produção / PreparaçãoDiretor-geral 5 Mês 1 R$ 4.000,00 R$ 20.000,00
Diretor de produção 5 Mês 1 R$ 2.000,00 R$ 10.000,00
Assistentes 5 Mês 1 R$ 500,00 R$ 2.500,00
Produtor 4 Mês 5 R$ 1.000,00 R$ 20.000,00
Assistente de produção 2 Mês 5 R$ 600,00 R$ 6.000,00
Passagens aéreas (Descrever os trechos na tela de deslocamentos) 6 Unid. 1 R$ 800,00 R$ 4.800,00
Curadoria 1 Serviço 4 R$ 1.000,00 R$ 4.000,00
Produção de texto 5 Mês 1 R$ 700,00 R$ 3.500,00
Sub-total – etapa 1 R$ 70.800,00
26disciplina 23
Item Quant. Unidade Quant. de unidades
Valor unitário Total
Etapa 2: Produção / ExecuçãoCoordenador de produção 5 Mês 1 R$ 3.000,00 R$ 15.000,00
Produtor local 1 Serviço 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00
Assistente de produção 5 Mês 2 R$ 1.000,00 R$ 10.000,00
Palestrantes 1 Serviço 4 R$ 3.000,00 R$ 12.000,00
Locação de equipamento de projeção 1 Serviço 5 R$ 6.000,00 R$ 30.000,00
Locação de cadeiras 2.000 Unid. 1 R$ 1,00 R$ 2.000,00
Material de consumo 1 Serviço 1 R$ 7.300,00 R$ 7.300,00
Confecção de troféus e placas comemorativas 1 Serviço 1 R$ 5.500,00 R$ 5.500,00
Passagens aéreas (descrever trechos na tela de deslocamentos) 100 Unid. 1 R$ 1.000,00 R$ 100.000,00
Refeições 60 Unid. 5 R$ 20,00 R$ 6.000,00
Registro e documentação fotográfi ca 1 Serviço 1 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00
Making of 1 Serviço 1 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00
Hospedagem sem alimentação 6 Dia 80 R$ 80,00 R$ 38.400,00
Passagens terrestres 15 Unid. 1 R$ 100,00 R$ 1.500,00
Transporte local / Locação de automóvel / Combustível 1 Serviço 11 R$ 1.500,00 R$ 16.500,00
Aluguel de Sede de Produção 5 Mês 1 R$ 1.500,00 R$ 7.500,00
Registro videográfi co 1 Serviço 1 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00
Locação de equipamentos 1 Serviço 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00
Recepcionistas 1 Serviço 10 R$ 400,00 R$ 4.000,00
Locação de sala de Cinema 1 Serviço 1 R$ 15.000,00 R$ 15.000,00
Transporte de material 1 Unid. 100 R$ 90,00 R$ 9.000,00
Locação de equipamentos (para sala de imprensa) 1 Serviço 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00
Sub-total – etapa 2 R$ 307.200,00
Item Quant. Unidade Quant. de unidades
Valor unitário Total
Etapa 3: Divulgação / ComercializaçãoAssessor de imprensa 1 Serviço 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00
Designer gráfi co 1 Serviço 1 R$ 5.500,00 R$ 5.500,00
Outdoors 15 Unid. 1 R$ 500,00 R$ 7.500,00
Sacolas 500 Unid. 1 R$ 7,00 R$ 3.500,00
Impressão 600 Unid. 1 R$ 16,00 R$ 9.600,00
Cartaz 600 Unid. 1 R$ 4,10 R$ 2.460,00
Folders 5.000,00 Unid. 1 R$ 0,55 R$ 2.750,00
27disciplina 23
Adesivos 500 Unid. 1 R$ 1,00 R$ 500,00
Banners / Faixa adesiva / Faixa de lona / Saia de palco / Testeira / Pórtico
30 Unid. 1 R$ 210,00 R$ 6.300,00
Cartões postais 1.000,00 Unid. 1 R$ 0,80 R$ 800,00
Convites 1.000,00 Unid. 1 R$ 0,90 R$ 900,00
Camisetas 600 Unid. 1 R$ 3.500,00 R$ 5.400,00
Sítio na internet - Manutenção/Atualização 1 Serviço 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00
Sub-total – etapa 3 R$ 53.210,00
Item Quant. Unidade Quant. de unidades
Valor unitário Total
Etapa 4: Custos / AdministrativosCoordenador administrativo 5 Mês 1 R$ 10.500,00 R$ 52.500,00
Seguro (Pessoas, obras, equipamentos – especifi car) 1 Serviço 1 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00
Contador 5 Mês 1 R$ 400,00 R$ 2.000,00
Telefone 1 Mês 5 R$ 1.500,00 R$ 7.500,00
Correios 1 Serviço 1 R$ 1.200,00 R$ 1.200,00
Remuneração para captação de recursos 1 Serviço 1 R$ 47.229,32 R$ 47.229,32
Sub-total – etapa 4 R$ 55.929,32
Item Quant. Unidade Quant. de unidades
Valor unitário Total
Etapa 5: RecolhimentosINSS 1 Verba 1 R$ 2.000,00 R$ 2.000,00
Sub-total – etapa 5 R$ 2.000,00
TOTAL GERAL R$ 489.139,32
Figura 3: Modelo de planilha base para a apresentação do orçamento.
8 – Anexos:
Os documentos anexos exigidos variam de acordo com o modelo e a instituição, sendo
aconselhável que o gestor leia os documentos que orientam o preenchimento para que possa
prepará-los com antecedência.
28disciplina 23
Exemplos de documentos solicitados:
• Currículo dos proponentes
• Contrato social/ Estatuto
• Currículo dos profi ssionais envolvidos (palestrantes, artistas,
curadoria etc.)
• Cartas de Anuência (cartas de confi rmação de participação)
• Relatórios fotográfi cos
• Programação das atividades
• Plano pedagógico
Identifi cação de fontes diversifi cadas de fi nanciamento e parcerias
Como possíveis caminhos para fi nanciamento do projeto, identifi camos:
Patrocínios governamentais: como possíveis caminhos de fi nanciamento pelas instâncias
governamentais, temos: editais; convênios (recurso direto); leis de incentivo; emendas
parlamentares.
Patrocínios empresariais: os patrocínios empresariais podem se dar como permuta (a
empresa não investe dinheiro, mas investe numa demanda do projeto a atendendo com
produtos ou serviços), como ações de marketing cultural direto (a empresa investe com verba
direta do orçamento sem o uso de leis de incentivo) e por meio de leis de incentivo (os recursos
investidos são provenientes do imposto devido).
Fundações e institutos: algumas fundações têm interesse e tradição em investir em cultura
e também devem ser vistas como opções de fonte de fi nanciamento. Elas podem ter diferentes
perfi s como fundações/institutos de empresas específi cas (ex.: Itaú Cultural, Ford); de família
(Fundação Roberto Marinho); de comunidade (ex.: comunidade judaica, portuguesa etc.).
29disciplina 23
Agências internacionais: em sua grande maioria, o interesse para fomento de projetos
culturais por parte das agências internacionais se direciona a propostas relacionadas às
causas sociais (ex.: Banco Internacional de Desenvolvimento (BID)).
Geração de renda própria: muitas vezes a única fonte de fi nanciamento de projetos
pequenos se dá por meio de geração de renda própria, ou seja, com a renda adquirida pela
bilheteria ou com a comercialização de produtos do projeto, ou ainda, por meio de realização
de cursos pagos ou outros serviços, como venda de comidas e bebidas no local do evento.
Parcerias e apoios: para que o fomento se dê a partir de parcerias e apoios faz-se
necessário o investimento em COOPERAÇÃO E AÇÕES CONJUNTAS que benefi ciem todas
as partes envolvidas, em que a aproximação com outras instituições/grupos que tenham
objetivos e interesses próximos ao projeto torna-se indispensável para a sua execução.
Crowdfunding (fi nanciamento coletivo): fi nanciamento por meio de sites na internet que
têm como objetivo ampliar o alcance de comunicação do projeto e, com isso, ampliar também
a rede de relações deste, em que cada sujeito interessado poderá contribuir com valores de
cotas determinados na inscrição do projeto no site, tendo cada um deles uma recompensa
específi ca. (Indicação de sites: KICKANTE; BENFEITORIA; JUNTOS.COM.VC; QUEREMOS.COM.
BR; CATARSE.)
Acompanhamento e avaliação
Diferentemente do que a grande maioria das pessoas considera, uma prestação de
contas não faz parte apenas da etapa fi nal do projeto, mas se dá pela reunião dos elementos
constitutivos das rotinas de trabalho, sendo as ações de acompanhamento, gestão e avaliação
diária um importante aliado para a boa realização e encerramento do projeto.
Neste sentido, um gestor deve se preparar para acompanhar seu projeto tanto em sua
dimensão física-fi nanceira, quanto em sua dimensão artística-cultural, tendo a preocupação
de cumprir as metas e objetivos estabelecidos no projeto inicial, lembrando que cada ação
informada será cobrada em sua execução na prestação de contas.
Para isso, a supervisão diária das ações e das equipes deve compor a rotina do projeto,
estando o gestor próximo à equipe e disponível para diálogos, pois somente desta maneira
30disciplina 23
poderá identifi car problemas e antecipar sua resolução antes que este se torne uma questão
grave a se revelar na prestação de contas.
Além disso, a elaboração de relatórios periódicos, nos quais os problemas identifi cados, as
soluções encontradas e as ações já desenvolvidas pelo projeto sejam apresentados tanto por
descrição textual, tanto por relatório de imagens, contribuem para um bom gerenciamento
e condução das ações, além de corresponder a uma das exigências da prestação de contas
fi nal do projeto.
Vale ressaltar a importância de se cumprir com as exigências de aplicação das logomarcas
no material de divulgação, tanto de empresas quanto de órgãos governamentais, sendo
necessário o envio das peças de divulgação e exemplares de produtos gerados (se for o
caso), juntamente com a prestação fi nal. No caso de peças de mídia exterior, como busdoor,
outdoor, faixas, banners e outros, sua produção deverá ser comprovada por meio do registro
fotográfi co da peça, em exposição no local do evento ou nas ruas, e inserido no relatório fi nal.
O gestor deve se atentar também para a boa gestão física/fi nanceira dos recursos
disponíveis para o projeto, realizando os gastos e pagamentos de acordo com a planilha
orçamentária aprovada, comunicando e solicitando permissão dos órgãos governamentais,
quando for o caso, para qualquer alteração nas rubricas do orçamento.
Como um método base de controle de recursos do projeto, o gestor deve manter uma
planilha com o orçamento aprovado, acompanhado de uma segunda planilha com a relação
de pagamentos realizados por itens orçamentários, a qual deve ser atualizada a cada nota
recebida e ser alimentada pelos dados das notas e do extrato bancário mensal da conta
projeto. Desta maneira, o gestor saberá quando a rubrica alcançar sua totalidade e quando
será necessário realizar alterações e justifi cativas frente a pequenos ajustes.
Como procedimento padrão para qualquer prestação de contas é exigido cópia de todos
os documentos fi scais (atentando para a validade fi scal dos mesmos), cópias dos extratos
bancários da conta corrente e da conta aplicação (quando for o caso), correto preenchimento
dos formulários correspondentes ao mecanismo de fomento, relatório de imagens do projeto
e anexos (como material de divulgação e exemplares dos produtos gerados).
31disciplina 23
Veja, a seguir, um modelo de planilha base para o controle fi nanceiro do projeto.
Tabela de controle mensal dos recursos do projeto
nº do item
Item orçamentário
Nome do fornecedor CNPJ/CPF
Nº do documento
fi scal
Data de emissão do documento
fi scal
Valor da nota fi scal
Cheque/Ordem
bancária
Data de compensação
do cheque
Valor do cheque
Figura 4: Modelo de planilha base para o controle fi nanceiro mensal do projeto.
32disciplina 23
Bibliografi a
BARBOSA, Jorge Luiz. Considerações sobre a relação entre cultura, território e identidade.
In GUELMAN, Leonardo; ROCHA, Vanessa (orgs.). Interculturalidades. Niterói: EDUFF, 2004.
COELHO, Teixeira. Dicionário crítico de política cultural: cultura e imaginário. São Paulo:
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GUATTARI, Felix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografi as do desejo. 3. ed. Petrópolis/RJ:
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HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Ed. UFMG.
MALAGODI, Maria Eugênia. Projetos culturais: elaboração, administração, aspectos legais,
busca de patrocínio. São Paulo: Fazendo Arte Editorial, 1998.
MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: o espírito do tempo II: necrose. Colaboração de
Irene Nahoum, tradução de Agenor Soares Santos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1986.
NATALE, Edson. Guia brasileiro de produção cultural 2007: educar para a cultura. São Paulo:
Zé do Livro, 2006.
NATALE, Edson; OLIVIERI, Cristiane (orgs.). Guia brasileiro de produção cultural 2010-2011.
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RODRIGUES, Heloisa Bueno. Projeto cultural: refl exões para além de um instrumento
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THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. Projetos culturais: técnicas de modelagem. Rio de
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http://www.cultura.rj.gov.br/leidoincentivo/leidoincentivo.php
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