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1 4.JAN.2013

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Os bares fecharam, as lojas estão vazias, o trânsito é tão tranquilo que chega a causar tédio. Quase todo mundo foi à praia. E quem ficou, preferia ter ido

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14.JAN.2013

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2Fotos: 7, 11, 14, e 29: Paulo Pasa/O Caxiense | 9: Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense | 18: Marcelo Aramis/O Caxiense

Cangas nagaleria de arte

Abraço: o remédio mais aplicado no Réveillon dohospital

Quem sobrou em Caxias

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14

Férias com emoção pertodaqui

Quem vai beber a água doMarrecas

Volume máximo para ouvir música nenhuma

A estreia de Alceu BarbosaVelho

Sartoriprontopara o dolce far niente

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9

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18

moda e beleza

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34.JAN.2013

Cangas nagaleria de arte

moda e beleza

Há 3 eventos datados que eu odeio: verão, feriado no meio da semana e Réveillon. Quando os 3 se reuniram, fui fazer uma reportagem no lugar onde esperava encontrar gente tão con-trariada pela data quanto eu. Esperava os felizes também, mas não imaginava que houvessem tantos de plantão, internados ou acompanhan-tes, no último dia de 2012, no Hospital Media-neira. Se a postura de repórter não garantisse minha neutralidade, talvez eu – somente eu – estaria torcendo o nariz para uma data que, por mim, poderia ter o mesmo tratamento de outra qualquer (ou alguém aí comemora a virada do mês?).

Se quiser ver um repórter feliz, dê a ele a oportunidade de contar boas histórias. Ali, entre os corredores escuros de uma noite tranquila no hospital, elas brotavam a cada porta que se abria para atender a reportagem. Eram histórias do tipo que poucos lembram de contar, as preferidas – não as únicas – das páginas de O CAXIENSE. Eram dessas que, depois que as re-gistramos, lamentamos por quantas equivalen-tes se perdem enquanto todos se preocupam em falar dos fatos de que todo mundo está falando. Algumas histórias do hospital, que na reporta-gem aparecem timidamente, para proteger as identidades e os diagnósticos de quem eu não entrevistei, ficaram lá, na penumbra dos cor-redores. Porque, às vezes, as fontes dizem mais quando calam. Porque algumas boas histórias ainda não estão prontas para serem contadas. Porque nem que eu conseguisse estar em todos os setores do hospital ao mesmo tempo, seria capaz de contar todas. Não entrevistei a mãe que acompanhava a única criança internada no setor pediátrico, com quadro grave, e pegou no sono antes da virada. Respeitei o silêncio de familiares de uma paciente, que descansavam nas cadeiras

de uma sala de espera – uma rotina de um mês inteiro dormindo no hospital. Ali, é mais frágil a linha que protege a dor e a privacidade das pessoas. Com ajuda de enfermeiras, andei sobre ela, pé ante pé.

De alguma maneira, a apuração da reporta-gem que você lê a partir da página 18 mudou minha postura em relação ao Ano Novo. Vou comemorar os próximos. Saí do hospital com vontade de comemorar a virada de qualquer dia. Mas já passou. Como disse uma enfermeira, o climão da virada acaba depois do primeiro minuto do ano, quando o Réveillon passa a ser um dia comum. Até para quem está de plantão. “Um monte de gente faz plantão nesse dia, não só quem trabalha no hospital. E todos são im-portantes. Imagine se os técnicos de elevadores não estivessem de plantão no Ano Novo”, disse o médico pediatra Carlos Ely, depois do brinde da virada com a equipe do Pronto Atendimento. Carlos não lamentava por estar de plantão, nem eu, nem qualquer funcionário. Os pacientes, os únicos que estavam ali por falta de opção, tinham mais a agradecer do que a reclamar. Eles também não eram dignos de pena. “Quando atendemos um paciente, temos que nos colocar no lugar dele. Compaixão não é ter pena de al-guém, é se colocar no lugar do outro”, discursou Carlos. O conselho aos médicos, serve também para jornalistas. Serve para qualquer pessoa. Es-pero que ninguém sinta pena das minhas fontes. A intenção desta reportagem, que não me fará comemorar todo dia que passa, mas certamente será lembrada na minha comemoração à chega-da de 2014 (\o/), é inspirar compaixão. Que nos próximos brindes à saúde, possamos lembrar de quem não a tem. Boa leitura!

Marcelo Aramis, editor-chefe (revista)

Resoluções de Ano novo

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) | 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538

[email protected]

diretor executivo - Publisher

Felipe Boff

Paula Sperb

diretor administrativo

Luiz Antônio Boff

editor-chefe | revista

Marcelo Aramis

editora-chefe | site

Carol De Barba

Andrei AndradeDaniela Bittencourt

Gesiele LordesLeonardo PortellaPaulo Pasa

designer

Luciana Lain

ComeRCIal

executiva de contas

Pita Loss

aSSINaTURaS

atendimento

Eloisa HoffmannAssinatura trimestral: R$ 30Assinatura semestral: R$ 60Assinatura anual: R$ 120

foTo de CaPaPaulo Pasa/O CaxienseModelo: Gustavo Henrique Pasa Bernardi

TIRaGem5.000 exemplares

Eu odiava o RéveillonA equipe que brindou comigo o Ano Novo. Só não apareço porque odeio posar para fotos |

Marcelo Aramis/O Caxiense

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baSTIdoReS

Três anos foi o período de construção desta que, por enquanto, leva o título de maior obra de Caxias do Sul – pelo menos em investimento: R$ 250 mi-lhões foram direcionados pela prefei-

tura e Samae para o projeto do Sistema Marrecas (R$ 150 milhões do Governo Federal, por meio do PAC 2 (Progra-ma de Aceleração do Crescimento)). Em números que passeiam entre os

milhares e milhões, o Marrecas deve ser um marco no abastecimento de água. A promessa é que, com a construção do sistema, a distribuição de água se torne mais eficiente. Entenda como.

por Daniela Bittencourt

Como o Marrecas chegará às torneiras

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AventuRA de fim de semAnA | o último diA de sARtoRi | o pRimeiRo diA de Alceu | chegAdAs e pARtidAs | BAtidão liBeRAdo

EstAção dE BoMBEAMEnto dE ÁguA BrutA

Na Ebab, localizada a 200 metros da barra-gem, a água captada é bombeada e segue por 7,2 km de canos, denominados adutora de água bruta, até a Estação de Tratamento de Água (ETA). O sistema tem capacidade para bombear 900 litros de água por segun-do – mais do que o suficiente para encher uma piscina olímpica por hora.

BArrAgEM (em Nossa Senhora Aparecida, Vila Seca)

O paredão de concreto que mede 435 metros de compri-mento e 60 metros de altura serve para represar a água do arroio Marrecas, acumulando 33 bilhões de litros de água em 215 hectares de lago. Para o sistema começar a operar, é necessário que o nível da água atinja 35 metros – atualmente, o nível do lago está em 24 metros. De acordo com o engenhei-ro responsável pela obra, Gerson Panarotto, a tendência é que a barragem, que depende da chuva, atinja o nível ideal até março. Não há previsão de estiagem tão longa que possa atrasar o início da distribuição de água.

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Os primeiros bairros que receberão água do Mar-recas, possivelmente em março, quando o sistema estiver pronto para operar, serão de Lazzer, são Ciro, Mariland, século XX, Presidente Vargas, serrano, Jardim das Hortênsias e Castelo. Ainda em janeiro, o Samae espera ter a aprovação do governo federal para construir a rede que seguirá pela Rota do Sol para abastecer os bairros santa Fé, Fátima, Pioneiro, Colina sorriso e nossa senhora da saúde.

distriBuição

EstAção dE trAtAMEnto dE ÁguA (em Morro Alegre, Vila Seca)

Do reservatório, que pode armazenar 5 milhões de litros de água, o líquido é distribuído para os bairros. Gerson conta que o sistema foi feito para atender à de-manda futura. “Mas como não teremos 250 mil pessoas a mais na cidade de hoje para amanhã, o Marrecas será utilizado para ali-viar um pouco os sistemas atuais”, afirma Gerson. Bairros da região Nordeste da ci-dade, que hoje são abastecidos pelo sistema Faxinal, receberão a água do Marrecas. O Faxinal abastecerá os bairros e a expansão de loteamentos na Zona Sul. A mudança é possível porque a rede do Reservatório de Chegada do Marrecas foi ligada à rede da ETA Parque da Imprensa, que trata a água do Faxinal. “Quando o Marrecas estiver ok, abre-se o registro da interligação e se desliga o bombeamento da ETA Parque da Impren-sa. A população não deve perceber nenhu-ma alteração, porque a pressão e qualidade da água são similares”, explica o engenheiro.

rEsErVAtório dE CHEgAdA (no bairro Jardim das Hortênsias)

Na ETA, a água recebe o tratamento para se tornar ideal para o consumo. Inicial-mente, são tratados mil litros de água por segundo, em dois módulos com capacidade para 500 litros cada. Com a previsão de receber a água de outros mananciais futura-mente, a ETA pode aumentar sua capacidade com a instala-ção de até mais 4 módulos de tratamento. Os 924 metros do nível do mar onde está localizada garantem que a água desça até o Reservatório de Chegada movida pela força da gravidade em 19 km de canos, a chamada adutora de água tratada.

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Ecoparque Cia. AventuraA 47 quilômetros de Caxias, há um parque (www.ciaaventura.com.

br) que oferece todo o tipo de aventura, com atividades também adaptadas para todos os níveis de coragem. Menos emoção: passeio a cavalo, paintball, arvorismo e flooting (passeio em águas mansas do Rio das Antas, indicado para crianças e idosos). Mais emoção: rafting, tirolesa, rapel e pêndulo. Matheus explica a última atração, a mais emocionante do parque. “É como se fosse um bungee jumping, mas a pessoa não fica quicando, faz o movimento do pêndulo: um balanço gigante no abismo.”

HortênsiasAgora que os turistas “do mundo inteiro” desafogaram as charmo-

sas, europeias e fictícias ruas de Gramado e Canela, Matheus indica um roteiro que desvia as cidades cenográficas onde vivem o Papai Noel, o Coelhinho da Páscoa e outras criaturas que não existem. A primeira parada, preferida dos pais, é no Khadro Ling, o templo budista de Três Coroas. Depois do programa zen, as crianças podem gritar (agora sim) em parques temáticos: entre os dinossauros, no Parque Terra Mágica Florybal, no Gramado Zoo ou no radical para iniciantes Alpen Park.

Bento gonçalvesO roteiro pelo Vale dos Vinhedos, na cidade vizinha, só cai para a 5ª

posição pela falta de água. Aqui, ela se converte em vinho para agradar quem não gosta de banho de rio (alguém?) e para preencher os dias frios ou chuvosos do nosso instável verão. O passeio consiste principal-mente em visitas e degustação em cantinas. Ideal para casais, o pro-grama inclui uma viagem de Maria Fumaça com 1:30 de duração, de Bento a Carlos Barbosa ou o inverso. Crianças também gostam dessa parte. Fo

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Férias longe do litoralTOP5

Enquanto milhares de caxien-ses esvaziam a cidade para lotar o litoral, uma onda de melanco-lia (para alguns, alegria) atinge quem fica por aqui. A primeira impressão é de que não há nada para fazer. E a segunda – veja a agenda cultural – confirma a primeira. Matheus Corrêa, proprietário da agência caxien-se Rupestre Turismo, aponta atrações no Interior e cidades vizinhas como alternativa para quem não foi à praia porque não pode ou simplesmente porque não gosta. Há água fresca que não a do mar.

CriúvaO distrito mais gaudério de Caxias tem atrações radicais escondidas

sob a fama tradicionalista e a bandeira do Divino. Segundo Matheus, o lugar é ideal para quem curte aventura e natureza. O distrito oferece trilhas ecoló-gicas, rapel, canionismo (uma maratona de caminhadas com 5 pontos de rapel, em 5 cachoei-ras) e cachoeirismo, para quem está mais interessado no banho de rio depois do esforço. A noite pode acabar com um jantar ao luar. Qualquer pessoa maior de 12 anos e sem fobia de altura pode participar das atividades. É muito para um dia só? Consul-te opções de hospedagem em www.criuvacasaverde.tur.br.

Estrada do imigranteNão é ano de Festa da Uva, mas as cantinas continuam com as por-

tas abertas para receber os turis-tas de casa. Conforme Matheus, o passeio agrada vários gostos. O roteiro é uma boa oportu-nidade para aprender sobre a história e a cultura dos imigran-tes, algo que quase todo mundo conhece. Nesse caso, deguste os vinhos. O passeio inclui rapel na gruta. Se beber antes, dispense a aventura.

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Sartori, no último expediente como prefeito11 hoRaS Na vIda de...

por Daniela Bittencourt

No dia 1° de janeiro, José Ivo Sartori (PMDB) entregou o cargo de prefeito de Caxias do Sul a Alceu Barbosa Velho (PDT). Antes disso, recebeu os cumpri-mentos de colegas, entregou mais uma obra e assinou o tombamento do Cam-pus 8: no dia 27 de dezembro, Sartori realizou seu último expediente na pre-feitura, no cargo que ocupou durante 8 anos dos seus 36 de vida política.

7:20

Sartori chegou à prefeitura para os compromissos, na prática, de seu úl-timo dia de governo. Bem-humorado, encarava com tranquilidade o adeus à prefeitura. “Está sendo uma transição tranquila, pacífica. Não sei como vou ficar depois de 36 anos sem fazer nada (risos). Quem sabe, eu vá não me acos-tumar. Quem sabe, um dia desses eu

saia de casa e bata aqui na prefeitura sem querer, não é? Depois de 8 anos...”

8:00Pela manhã, uma entrevista à im-

prensa, atividade que não tomou muito tempo do prefeito durante seus 8 anos de mandato, foi o primeiro compromis-so da disputada agenda. Próximo das 15:00, quando recebeu a reportagem de O CAXIENSE, Sartori deixaria trans-parecer um leve cansaço. “O problema é que são muitas inaugurações, muitas obras, gentilezas de muitas pessoas, en-tidades, instituições. Durante o período como prefeito também foi assim, não posso me queixar. Toda a comunidade, organizações, movimentos, especial-mente minha equipe, sempre foram muito gentis comigo, delicados e ofe-receram o melhor da sua capacidade intelectual para melhorar Caxias. Sou uma pessoa de muita sorte. Depois de

36 anos de vida pública, pelo que estou vendo aí, estamos saindo bem. Estou muito satisfeito.”

9:00Em seu gabinete, o prefeito recebeu

familiares de Sady Sylvio Zini, ex-fun-cionário público já falecido, que entre-garam uma placa de bronze de 1965. A placa homenageia os presidentes da Festa da Uva de 1931 a 1961, e foi en-contrada nos entulhos da reforma do prédio do atual Centro Administrati-vo. Orgulhoso de ter sido um prefeito presente, Sartori garante que sempre buscou ser acessível. “Para mim, o tra-balho era manhã, tarde e noite. Nunca tive medo do serviço . Onde pude, estive presente. E acredito também que, nessa caminhada toda, não perdi o que meu pai me ensinou desde pequeno: simpli-cidade e muita humildade, e saber que a gente precisa dos outros.”

José Ivo Sartori |Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

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O secretário Nestor Pistorello e o reitor Izidoro Zorzi, visitas do último dia no gabinete |Paulo Pasa/O Caxiense

10:00O único compromisso fora da prefei-

tura foi no bairro Fátima, na inaugu-ração do novo hangar do projeto Ca-xias Navegar, um espaço voltado para recreação e formação de crianças em esportes náuticos. “A melhor coisa que acho da nossa política de governo é aquilo que não aparece muito. As obras – postão, saída para Flores da Cunha, entrada de Galópolis –, todas apare-cem. Mas o trabalho social com as pes-soas que mais precisaram consolidou o ponto de vista do nosso governo. Con-seguimos socialmente aplicar uma boa política que atenda bem às pessoas. A maior alegria que a gente tem é quando consegue melhorar a vida das pessoas.”

12:30Sartori deixou a Prefeitura perto das

12:30, um intervalo para o almoço. O retorno foi às 13:30, pois logo teria ou-tro compromisso no gabinete.

14:00Das mãos de Nestor Pistorello, se-

cretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente, o prefeito recebeu o Plano Estratégico do Meio Ambiente, documento que apre-senta diretrizes para até 2023. “Os co-laboradores nossos foram todos valen-tes, criadores. Cuidando do dia-a-dia, mas com olho sempre no futuro. Acho

que moldamos uma administração um pouco diferente do tradicional, sob o ponto de vista até político-partidário. A gente olhou mais para o conjunto das necessidades do nosso município do que propriamente pelos interesses partidários de um e de outro. E quando se tem boas parcerias, fica mais fácil le-var o trabalho para frente.”

15:00O prefeito recebeu em seu gabinete

Izidoro Zorzi, reitor da UCS, a quem entregou a Declaração de Tombamento do Campus 8 – documento que garante ao prédio um potencial de índice cons-trutivo, que permite sua restauração. Apesar das realizações, Sartori afirma que não conseguiu fazer tudo que gos-taria. “Na hora das prioridades a gen-te teve que estabelecer o desencaixe das finanças para determinadas obras. Você tem que deixar algumas coisas de lado e optar pelo fundamental. Para nós, o fundamental foi a questão da água, do esgoto tratado e do lixo. Evi-dentemente que eu queria ter feito um ginásio multiuso, mas mesmo assim conseguimos recuperar bastante o gi-násio municipal. Outra questão que a gente desejava era em relação à biblio-teca municipal. Conseguimos reformar e ampliar, o que significa que hoje ela passou a não ter tanta necessidade mo-mentânea, mas daqui 10 anos com cer-

teza terá que ter uma nova biblioteca municipal.”

18:35Após receber secretários e se despe-

dir de sua equipe interna, com direito a fotografias, Sartori deixou a prefeitura. “No dia 1°, retorno para a transmissão do cargo e, em seguida, a primeira coi-sa que quero fazer é estar à noite jan-tando com a minha família. Agora vou ficar no dolce far niente. Só incomodar os amigos, aporrinhar os outros. Ago-ra, chegou minha hora de devolver al-gumas coisas (risos). Não, não, não sou vingativo nem nada, acho que faz parte da luta política, do trabalho político. Os partidos me ajudaram a governar, mesmo aqueles que têm papel de opo-sição. Sua fiscalização sempre foi posi-tiva: quando era do interesse do mu-nicípio, todos trabalharam juntos. E o processo de fiscalização deve ser muito normal no estado de direito e em um município como o nosso. A gente tem que respeitar e saber que isso nos ajuda também a cometer menos erros. Por-que erros a gente comete, mesmo que não queira. Sobre a transição, não sei como vai ser depois, mas, por enquan-to, para mim está dentro da normali-dade arrumar as caixas, tirar as coisas, limpar. Já não tem nada meu aqui [no gabinete]. Tem que deixar bem livre para os que virão aqui depois de nós”.

“Agora vou ficar no dolce far niente. Só

incomodar os amigos,

aporrinhar os outros”,

brinca o sempre bem humorado

Sartori

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94.JAN.2013

Alceu, no primeiro expediente como prefeito11 hoRaS Na vIda de...

por Daniela Bittencourt

Após as duas cerimônias que empos-saram a equipe que vai governar Caxias até 2016, no dia 1°, Alceu Barbosa Ve-lho (PDT) teve seu primeiro expediente efetivo na quarta-feira (2). Apressado, porém gentil, recebeu a reportagem de O CAXIENSE para falar sobre as expec-tativas e desafios da nova etapa.

7:45Alceu chegou à prefeitura pouco an-

tes da 8:00. A agenda teria somente um compromisso oficial, à tarde. Mas isso não significaria ausência de trabalho: durante o primeiro expediente como prefeito, ele concedeu entrevistas, des-pachou com secretários e recebeu cum-primentos. “O sentimento é de que nós teremos um grande trabalho pela fren-te, mas eu, pelo contatos que já fiz, vejo pessoas muito entusiasmadas. Essa tare-fa vai ficar facilitada por isso. A estrutu-ra é muito grande para você, em um dia, definir. Mas o que me deixa feliz é que eu vejo as pessoas dispostas, alegres e querendo ajudar a fazermos este gover-no. Tanto a equipe que nomeei quanto os servidores com os quais tive contato.”

12:00O intervalo para o almoço durou cer-

ca de 1:15, já que às 14:00 o novo pre-feito teria seu primeiro compromisso externo.

14:00Acompanhado do vice-prefeito, An-

tonio Feldmann, da primeira-dama e coordenadora de Comunicação da pre-feitura, Alexandra Baldisserotto, de inte-grantes do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, Alceu empossou a nova diretoria da Codeca, que agora tem Valter Augusto Webber como diretor-presidente e Milton Luiz Balbinot como diretor administrativo-financeiro.

16:00Otimista, mas ciente dos desafios, Al-

ceu destacou a saúde pública como pon-to chave de sua gestão. “O grande de-safio hoje é a questão da saúde pública, que envolve a verba e os servidores mé-dicos. Mas a secretária [da Saúde, Dilma Maria Tonolli Tessari] está conversando com os médicos e servidores, porque não posso imaginar que se faça a saúde só com médicos. Eu preciso de todos os servidores, do Samu, das ambulâncias, do Hemocentro. É todo um complexo

que está sendo motivado.” Lembrou, ainda, que precisa cumprir a Lei Orça-mentária, mas que já está se organizan-do para colocar em prática seu Plano de Governo. “O prefeito que assume hoje, seja eu ou qualquer outro no Brasil, só vai dar conta de seus compromissos de campanha a partir do segundo orça-mento, que já é orçamento feito pela sua administração. Eu, primeiro, tenho que ver bem o que vou realizar deste orça-mento e aí já começar a colocar para o orçamento do ano que vem aquilo que está em nosso Plano de Governo: os via-dutos, a construção da UPA [Unidade de Pronto Atendimento], a questão da esco-la integral. Mas, se eu conseguir realizar o que está no orçamento, já me encontro muito feliz.”

18:30Alceu deixou a prefeitura próximo

das 18:30, quando encerrou seu primei-ro expediente como prefeito de Caxias. “Quem corre porque gosta, o corpo não cansa. Eu estou fazendo aquilo que gos-to, aquilo a que me propus, e estou fe-liz. Alguns dias serão melhores, outros piores, alguns com mais trabalho, outros com menos. Mas é assim, vamos enfren-tar.”

Alceu recebe cumprimentos na chegada à prefeitura |Andréia Copini, Divulgação/O Caxiense

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Mateus Formolo dedicou meta-de de sua vida ao empreendimento da família. De office-boy a assessor da diretoria do Grupo L. Formolo, ele aprendeu a lidar com situações delicadas ao longo da profissão. “Tu atende pessoas que acabaram de perder um familiar e, ao mesmo tempo, tu tem que ser humano para vender para ela. Aprendi a nego-ciar”, conta. Na empresa da família, Mateus começou como office-boy aos 15 anos. Passou a agente fune-rário, atendente, até chegar à ge-rência de uma unidade da empre-sa, em 2005. “Foi trabalhando um pouco em cada departamento que aprendi muitas coisas. O começo foi mais complicado, ainda não tinha máquina de xerox. Então, cuidar da parte de documentação, uma das tarefas mais burocráticas da empresa, exigiu muita atenção”,

conta Mateus, que atualmente as-sessora a diretoria. O adminis-trador trabalhou como agente fu-nerário, fazendo o transporte do corpo até a funerária, vestindo os cadáveres e arrumando caixões. “É chocante, mas é a tua profissão. Vi muitas crianças, jovens da minha idade, que perderam a vida depois de baterem o carro”, relata. Aos 30 anos, ele se prepara para mais um desafio. Assume o comando da CDL Jovem, um departamento da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) que, desde 1999, busca in-tegrar e capacitar jovens empresá-rios. “É buscar novas práticas para o comércio caxiense. Isso que me motiva”, conta Mateus, formado em Administração pela Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) e graduado em Gestão Empresarial, pela Fa-culdade Getúlio Vargas (FGV).

BOAGENTE

Um líder dos negócios

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Mensalidades

Intercâmbio Fora da rota

Oportunidade a distância

Até o dia 14 de janeiro, o pro-grama Ciência Sem Fronteiras recebe inscrições para bolsas de estudo no Exterior. Criado pelo Governo Federal, o programa incentiva e financia intercâm-bios acadêmicos e científicos em 13 países, como Alemanha, Canadá, Japão, Hungria e Es-panha. Em Caxias, a Universi-dade de Caxias do Sul (UCS) e a Faculdade América Latina (FAL) são cadastradas no pro-jeto. Os estudantes da UCS po-dem se inscrever no Escritório de Intercâmbios, da Assessoria de Relações Interinstitucionais e Internacionais e na Central de Atendimento, pelo telefo-ne 3218-2598, ou pelo e-mail [email protected]. Na FAL, os inte-ressados podem buscar mais informações sobre o ingresso no programa pelo telefone 3022-8600. A equipe de inter-câmbio da Faculdade da Serra Gaúcha está trabalhando no credenciamento da instituição no projeto.

Faculdade da Serra Gaúcha dicção e oratória. Inscrições até 4 de janeiro. Início em 7 de janeiro. Capacitação em Cuidador(a) de idosos. Inscrições até 7 de janeiro. Início em 8 de janeiro.Estratégia de Vendas e ne-gociação. Inscrições até 25 de janeiro. Início em 28 de janeiro. showcase – Básico. Inscrições até 13 de janeiro. Início em 14 de janeiro. Calculadora HP com Aplica-ções em Matemática Finan-ceira. Inscrições até 22 de feve-reiro. Início em 23 de fevereiro. Fotografia. Inscrições até 9 de janeiro. Início em 10 de janeiro. televenda Ativa. Inscrições até 14 de janeiro. Início em 15 de janeiro.

+ VESTIBULARFaculdade de Tecnologia da Serra GaúchaInscrições até 21 de janeiro, na instituição ou pelo site. Prova 22 de janeiro, às 19:00. R$ 25

WWW.UCS.BR. 3218-2800 | WWW.FSG.BR. 2101-6000 | WWW.PORTALFAI.COM. 3028.7007 | WWW.A M E R I C A L AT I N A . E D U .BR. 3022-8600 | WWW.FTSG.EDU.BR. 3022-8700

Os estudantes estão de férias, mas as men-salidades não têm recesso. Não esqueça. Fora do prazo de pagamento, o boleto pode ser quitado nas agências bancárias de origem. A negativação do cadastro é realizada em atrasos superiores a 90 dias.

Por não ter nenhuma instituição de ensino superior pública, Caxias não está na rota do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Minis-tério da Educação. O programa oferece vagas em 101 instituições públicas para aqueles que tiraram mais que zero na redação do Enem. Para os caxienses que quiserem aproveitar, o período de inscrições vai da segunda (7) até sexta (11). As instituições mais próximas fi-cam em Farroupilha, Vacaria e Porto Alegre.

Diplomados em curso superior podem se candidatar para o preenchimento de vagas nos cursos de Pedagogia e Biblioteconomia até o dia 14 de fevereiro, na UCS. Ambos são minis-trados na modalidade Educação a Distância, com polos presenciais em Caxias, Vacaria e São Sebastião do Caí.

Page 11: Edição 161

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Paulo Pasa/O Caxiense

por Daniela Bittencourt

Estacionado sob um quiosque, porta-malas aberto virado para a entrada do sítio, os 12 alto-falantes do Gol verme-lho anunciavam ao som do eletrofunk: “A festa vai começar! O papai chegou! O papai chegou, uh o papai chegou!”, o que, àquela hora, não era bem uma ver-dade. Na sexta-feira (21), às 22:30, uma hora e meia depois do horário marcado para o início do evento, a Festa de Chefe ainda demoraria cerca de uma hora para começar a receber rapazes com corren-tes no pescoço e cabelos arrepiados com gel, garotas de shortinho e carros turbi-nados – estes últimos, convidados espe-ciais da festa. Seriam 12 horas de som automotivo liberado, conforme o flyer de divulgação.

Mateus Campos, de 26 anos, o dono do Gol, havia chegado por volta das 22:00 à Cancha do Poletto, um sítio à direita da Estrada do Imigrante, no In-terior de Caxias. Em pé ao lado do car-ro, protegendo-se da fina chuva da noi-te, ele só baixou o volume do som para conversar com a reportagem – o que não se repetiria durante o resto da noi-

te. Com a chegada dos outros veículos, os diálogos ocorriam aos gritos. Essa era a ideia da festa, explicou Anderson Andrade, de 18 anos, amigo de Mateus e proprietário de uma Saveiro: curtir a música – na percepção daqueles que não são adeptos da prática, barulho en-surdecer com uma batida esquizofrêni-ca. Longe da área urbana, os amantes do som automotivo se encontram em even-tos onde podem mostrar aquilo que têm de melhor: a potência do seu som. Os carros – rebaixados, com películas es-curas nos vidros e adesivos com dizeres como Dá ou Desce, Terremoto e outros nomes de equipes de som – são o centro dos encontros. Bebida é fundamental e garotas são coadjuvantes, especialmente pela ausência de uma atração anuncia-da. As Garotas Lavacar, que no folder sensualizam ao redor de um Gol antigo, em trajes mínimos, foram dispensadas pela previsão de chuva. O mau tempo, que poderia até incrementar a perfor-mance molhada das garotas, poderia es-pantar o público, o que não justificaria o investimento.

Desde que foram informalmente “ex-pulsos” da cidade, em função de maior

rigidez na Lei das Contravenções Penais (desde 2010, o policial que definir como perturbador o som vindo de um veícu-lo pode abordar o infrator sem precisar da comprovação de um decibelímetro, por exemplo), estas festas são as opor-tunidades para os proprietários da para-fernália auditiva bombarem o som sem atazanar os vizinhos e sem se complicar com a polícia. “É melhor pagar em fes-tas assim do que se incomodar na rua”, justificou Anderson. Melhor desembol-sar os R$ 15 do ingresso (R$ 10 por pes-soa e R$ 5 por carro) do que arriscar ter os equipamentos apreendidos. “O que nós curtimos é isso. Se a gente não vem para cá, vamos para onde? Na cidade, incomoda. Nos postos de gasolina, não pode. Aqui a gente tem nosso espaço”, argumentou o dono da Saveiro. Além disso, um local como o sítio, longe dos ouvidos alheios e grande o suficiente para abrigar dúzias de veículos, propício para explorar a potência máxima dos alto-falantes, justificaria os gastos com o hobby. Mateus conta que chega a dire-cionar 80% de seu salário como torneiro mecânico para a manutenção do carro – por ser rebaixado, constantemente pre-

DJ s da Saveiro em noite de patrão

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Bruno Silva |Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

cisa de reparos nas rodas, por exemplo. O som que leva no porta-malas foi um investimento de R$ 5 mil. “E ainda não é bom”, reconhece. Para apresentar um som de respeito, precisaria gastar mais do que o dobro.

As competições podem reunir veícu-los integrantes de equipes, geralmen-te patrocinadas por lojas que vendem e instalam os equipamentos e que, em troca de desconto, divulgam a qualidade dos seus produtos; ou carros de meninos “de bairro”, rapazes que não fazem parte de equipes, e geralmente investem me-nos em equipamentos, como classificou Mayara Luiza da Silva, de 16 anos, fre-quentadora assídua dos eventos. “Não tem um final de semana em que a gente não venha. É sexta, sábado e domingo. Basta ter carona”, contou a jovem que, apesar do frio atípico daquela noite de dezembro, vestia short e camiseta, uni-forme das gurias do eletrofunk. Deixou o salto em casa e optou pelo tênis, uma boa escolha para quem perambulava para lá e para cá no chão úmido de terra e brita, cumprimentando conhecidos. “A galera toda se conhece”, disse. Entre os meninos e meninas, as manifesta-ções de amizade eram calorosas – iam de abraços tão apertados que levanta-vam as garotas do chão até trenzinhos ao som do pancadão. Danimar da Silva, de 19 anos, o amigo que acompanhava Mayara e mais duas jovens, foi um dos primeiros a chegar ao local pouco antes da meia-noite, quando o movimento no sítio começou a se intensificar.

Na estradinha que dá acesso ao lugar, faróis formavam uma fila, reforçando a iluminação dos 3 ou 4 postes do local, enquanto os veículos recém-chegados se organizavam pelo gramado. “Agora está ficando top da balada”, ironizou uma menina que participava a contra-gosto do evento, convencida por um amigo. Naquele momento, já eram mais de 10 carros estacionados, ainda discre-tos, muitos com o porta-malas fechado. Bastou que um Uno preto mostrasse a potência de seus 8 alto-falantes para que Danimar respondesse com os R$ 3 mil de equipamentos instalados em seu Gol. Cerca de 10 minutos depois, todos os veículos haviam se transformado em verdadeiras boates e as letras dos ele-trofunks se misturavam, indecifráveis. Os participantes não se importavam: as músicas não estavam ali para ser apre-ciadas, nem as letras são primorosas para merecer tal respeito. Os grupinhos de 5 ou 6 pessoas se reuniam ao lado de cada carro, com seus copos descar-táveis, uma garrafa de uísque e um li-trão de energético – o flyer do evento prometia um grátis para carros com 5 pessoas, mas, conforme o organizador foi um erro do convite. As bebidas eram adquiridas por qualquer participante do evento no bar improvisado em um ane-xo ao galpão do sítio. E tinha energético suficiente para garantir o pique na ma-ratona do som. “A gente fica até 6, 7 ho-ras da manhã”, contou Mayara.

A competição sem troféus se ganha no grito (dos alto-falantes). Na tentativa

de abafar o som alheio, os DJs aumenta-vam o volume. A Saveiro prata de Bruno Silva (no Facebook, Bruno Equipe Ter-remoto, identificação comum dos com-petidores na rede social), de 21 anos, chamava atenção pelo paredão erquido na caçamba. Em 4 pares de 4 alto-fa-lantes, o paredão de R$ 13 mil chegou protegido por uma lona e precisou de 3 rapazes para ser erguido. O polidor de carros, que investe em som automotivo há cerca de 2 anos, explicava a paixão em poucas palavras, uma característica dos participantes do evento. “O tri é cur-tir o som”, gritava. O empreendimento de Douglas Muller, de 24 anos, conhe-cido como Puera (escrito errado, como manda o figurino), é a união de hobby e profissão. Proprietário de uma empresa de som automotivo, ele estima ter gasto mais de R$ 300 mil em equipamentos em 8 anos de investimento. Hoje, pos-sui uma Blazer com R$ 8 mil em som e está montando o que promete ser o mais temido paredão da região: um reboque com mais de 100 mil RMS de potência (um rádio comum tem 4 RMS). Quan-do se pergunta a um DJ de Saveiro so-bre a força do seu som, ele responde em cifras. O reboque de Puera vai custar mais de R$ 80 mil. Sentiu a potência? Segundo ele, o dinheiro não poderia ser melhor aplicado. “No que mais eu vou gastar? Tenho que investir no que gosto. Não vivo sem isso, então para mim vale a pena”, argumentou, antes de aumentar o volume da Blazer “modesta”, abafando os demais competidores.

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Com a posse de Alceu Barbosa Velho (PDT), Vinícius Ribeiro (PDT) assume uma das 7 vagas do partido na Assembleia Legis-lativa, em cerimônia marcada para a quinta-feira (3), às 14:30, depois do fechamento desta edição. Como outros 2 deputados, que ocupam cadeiras deixadas por novos prefei-tos – Luciano Azevedo (PPS), em Passo Fun-do, e Marco Alba (PMDB), em Gravataí –, Vinícius assume como titular da vaga. Mar-cos Daneluz (PT) assume como suplente na bancada petista, a maior da Assembleia, com 14 cadeiras, no lugar de Stela Farias (PT), se-cretária da Administração do Estado.

Eleito com 3.623 votos, o vereador e ex-secretário da Educação Edson da Rosa (PMDB) (foto) foi esco-lhido, por unanimidade, como presidente da Câma-ra de Vereadores. A sessão do dia 1° de janeiro come-çou às 15:00, com a posse do prefeito, vice e dos 23 vereadores, e foi interrompida para a transmissão de cargo na prefeitura, às 17:00. Depois da cerimônia, a sessão, que foi até as 23:00, foi reaberta. A Mesa Dire-tora foi escolhida antes que os 5 vereadores que não cumprirão seus mandatos – Vinícius Ribeiro (PDT), Adiló Didomenico (PTB), Edio Elói Frizzo (PSB), Renato Oliveira (PC do B) e Washington Cerquei-ra (PDT) – dessem lugar aos suplentes. Compõem a mesa Gustavo Toigo (PDT), como vice-presidente, Edi Carlos de Souza (PSB), como 2º vice-presidente, Flávio Cassina (PTB), como secretário, e Clair Girar-di (PT), como 2º secretário.

Novas cadeiras

Primeiro longo dia

Tempo de liquidar

45 mil

100 dias

Panela de pressão

Ainda sem data agendada, o Li-quida Tchê, liquidação promovida pela Federação das Câmaras de Di-rigentes Lojistas do RS, coordenada em Caxias pela Câmara de Dirigen-tes Lojistas (CDL), deve ocorrer no início de fevereiro em Caxias. Con-forme a CDL, que está iniciando a divulgação entre os associados, cerca de 813 prêmios – motos, geladeiras, televisores, vales-compras no va-lor de R$ 1 mil e eletroeletrônicos – devem ser distribuídos em todo o Estado, mediante prenchimento de cupons no ato da compra, ainda sem regulamento estipulado. No ano pas-sado, a campanha durou 19 dias.

A tradicional queima de estoque do Magazine Luiza, que cos-tuma criar filas em frente às lojas, ainda na madrugada, vai ocor-rer na sexta-feira (11). As 4 filiais da rede em Caxias devem abrir por volta das 6:00 até as 13:00. Os clientes entrarão em pequenos grupos, de até 50 pessoas, conforme a capacidade de cada loja. A liquidação, que ocorre simultaneamente nas 743 lojas do Maga-zine Luiza, oferece eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis, brinquedos, informática, utilidades domésticas e presentes com até 70% de desconto.

trabalhadores da indústria ca-xiense ganharam férias no perí-odo das festas de final de ano e início de 2013. Duas das maio-res empresas de Caxias diminu-íram o ritmo. A Marcopolo deu férias coletivas de 22 de dezem-bro a 14 de janeiro. No grupo Randon, que iniciou as férias coletivas no dia 26 de dezembro e trabalha com plantões para atender aos clientes, a maioria dos funcionários retorna no dia 7 de janeiro. Segundo Getúlio Demori, diretor do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétri-co de Caxias do Sul (Simecs), a indústria perde 60% da força de trabalho neste período. O mere-cido descanso produz uma que-da de 1/3 na economia caxiense. Veja outras aspectos de uma Caxias vazia na reportagem de capa, na página 14.

é o prazo estimado pelo prefeito Alceu Bar-bosa Velho (PDT) para definir a equipe completa da administração. A meta foi di-vulgada por Alceu em coletiva de imprensa no dia 1°, na posse do prefeito e dos secre-tários. Até abril, devem ser nomeados todos os diretores de secretarias e outros cargos de confiança do terceiro escalão da prefeitura.

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CIDADE CHEIA. DE TÉDIO

Para quem sonha em passar uns dias em uma ilha deserta, Caxias é uma boa opção. só falta o mar

por Andrei Andrade

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baixíssimo movimento. O livro que ela comprou pela capa interessante – A Vida Sexual da Mulher Feia, da escrito-ra gaúcha Cláudia Tajes – achou chato e abandonou sobre o balcão, bem antes de chegar à metade das 136 páginas. Daia-ne prefere a cronista Martha Medeiros e a romancista espírita Zíbia Gasparetto. Na tela do computador que está à sua frente, já assistiu a dois filmes – Minha Vida Sem Mim e A Vida Secreta das Pa-lavras. Não se empolgou com nenhum deles. São 16:00 e ela ainda vai ter que ficar na loja até as 20:00, dividida entre as hipóteses de voltar ao livro chato, procurar mais um filme na internet ou ficar vendo as atualizações dos amigos no Facebook, sabe-se lá quantos de-les na praia ou apenas em casa, deita-dos no sofá com um balde de pipocas. Daiane, que nem é a balconista titular, bem que poderia estar em uma dessas situações privilegiadas. Fisioterapeuta e instrutora de pilates, tirou folga nesse fim de ano porque a maioria dos seus 25 alunos foi curtir a chegada de 2013 na praia. Como a sua mãe, proprietária da loja, precisava de alguém para cobrir a folga da funcionária, lá foi Daiane sentir na pele como é ser um caxiense esque-cido na deserta cidade dos que pegaram a estrada ou ficaram em casa curtindo folgas, recessos e férias.

Na tarde pós-Natal e pré-Réveillon em que encontramos Daiane e tantos outros trabalhadores entediados, as ruas do Centro de Caxias pareciam vi-ver o movimento comum de um feriado ou final de Copa do Mundo. Era possí-vel até caminhar com certa paz. Símbo-lo da calmaria eram dois amigos que pa-

reciam se reencontrar após longo tempo sem notícias um do outro, sob a mar-quise de uma loja da Júlio de Castilhos. Por alguns minutos, conversaram tran-quilamente, sem nem precisar fechar os guarda-chuvas – abertos mesmo sob a marquise. Algo inimaginável para um dia comum, em que desviar de pessoas e seus guarda-chuvas é um desafio que irrita muita gente – principalmente sob marquises. No sempre movimentado edifício Estrela, na rua Garibaldi, que reúne dezenas de escritórios de advo-cacia e consultórios médicos, o porteiro Edson Rohter mostra pelas câmeras de segurança os corredores vazios – exce-ção feita a alguns poucos em que equi-pes faziam a limpeza. “Essa época é boa para fazer manutenções maiores, que não dá tempo de fazer durante o resto do ano”, explica. Durante os 20 minutos que ficamos no prédio, a ascensorista de elevador Tatiele Pedroso, de 18 anos, fez apenas uma “viagem”. Segundo o por-teiro, dos cerca de 25 advogados que atendem no prédio, apenas 3 estão tra-balhando nesta tarde. Dos 15 médicos, apenas dois estão trabalhando. “Hoje dá para dizer que caiu em 90% o mo-vimento aqui. Depois do dia 7, fica em 50%, só em março volta todo mundo”, comenta. Para espantar a preguiça nes-se dia de marasmo, só mesmo contando histórias e piadas para as 6 funcionárias que circulam pelo hall do prédio (outras 6 ganharam folga).

Na mesma tarde, entre vários restau-rantes com portas e janelas fechadas, muitos desejando Feliz Ano Novo e indicando que não voltarão a abrir tão cedo, a banca de cachorro-quente da es-

quina da Júlio com a Visconde de Pelo-tas vende como nunca. Pois como quase tudo está fechado, resta pelo Centro o lanche rápido. “Até o dia 7, quando a maioria voltar a abrir, vem muita gente comer aqui. Desde o Natal que o movi-mento aumentou”, comenta a atendente Leonilda Viana. Na praça Dante Ali-ghieri, centro nervoso de Caxias do Sul, a falta de movimento afeta até o flaneli-nha. Adriano Muller, de 34 anos, sofre com dias de menor circulação de car-ros. Nesta tarde, por exemplo, ganhou apenas R$ 2,00, o que não paga um ca-chorro-quente. Vai dormir sem comer, mas confessa que lamentaria ainda mais se o dinheiro não desse nem para uma cachacinha. Para Adriano, que mora na praça, os dias mais favoráveis são entre 5 e 10 de cada mês, quando a maioria dos trabalhadores recebem seus salários. “O pessoal vem pagar as contas no Centro, estaciona e não fica nem 10 minutos. Outros ajudam só por ajudar mesmo. Em um dia assim dá pra ganhar R$ 20, até R$ 30.” A véspera de Natal foi um grande dia para o flanelinha. “Acho que ganhei uns R$ 60. Fiz a festa!”, lembra, já com saudade da época mais generosa do ano. Quando o repórter diz que vai atravessar a rua e ir à igreja, sem saber que a visita é a trabalho, ele considera o ato nobre e deseja um Ano Novo com muita presença de Deus no coração.

Após a missa das 19:00 na Catedral de Santa Teresa, que reuniu em torno de 60 pessoas, o padre Oscar Chemello contou que, do dia seguinte ao Natal até pelo menos o fim de janeiro, cai signi-ficativamente o número de frequenta-dores das celebrações. Principalmente

Atrás do balcão de uma loja de roupas femininas, Daiane Fulcher mexe em seu smartphone com a cabeça repousada na parede mais ao fundo e escondida da loja. Para quem passa em frente, está quase imperceptível. Mas, nessa tarde de quinta-fei-ra (27) – a primeira após o Natal –, quase ninguém passou para ver Daiane e suas tentativas desesperadas de fazer o tempo parecer passar mais rápido em um dia de

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Julio de Castilhos, em 7 de novembro de 2012 e em 2 de janeiro de 2013 |Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

nas que costumam ser mais lotadas, ao meio-dia e às 16:00. Oscar explica que, como grande parte do público vem de bairros distantes e aproveita ocasionais idas ao centro para ir à igreja, em época de férias essas pessoas optam por ficar mais em casa, quando não vão viajar. “Claro que o padre sempre reza com o mesmo carinho, mas quanto mais pes-soas assistindo, melhor. Porque facilita a interlocução, eu posso descer do altar e usar o microfone sem fio, fazer mais variações de voz. Com menos gente, fico até mais tímido”, confidencia.

o processo de desertificação de Ca-xias no verão, intensificado na virada do ano, afeta também as lojas que pre-cisam de trabalhadores temporários para o mês de dezembro. Segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), pelo menos 800 vagas temporárias foram criadas. Pela falta de procura, apenas 200 foram ocupadas. “Todo mundo foi molhar a bunda na água”, brinca o presidente da CDL, Paulo Ri-cardo Magnani. Neste Natal, a previsão de aumento nas vendas era de 10% em relação ao mesmo mês do ano passado. Mas, como o aniversário de Jesus caiu em uma terça-feira, propiciando a mui-tas pessoas a oportunidade fazer um feriadão e aproveitar mais dias fora de Caxias, talvez a meta não seja cumpri-da. Só na primeira quinzena de janeiro

é que será feita a avaliação. O comércio caxiense, que emprega cerca de 27 mil pessoas, aprendeu a lidar com a ressaca após o mês das compras de Natal. Na semana seguinte às festividades, mui-tas lojas passam a dar férias de 15 dias para seus funcionários. Em fevereiro, mês mais curto do ano e no qual mui-tas pessoas deixam a cidade, o Liquida Caxias ajuda a equilibrar a balança com os outros meses do ano. Na indústria, principal setor da economia caxiense, há o que o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Getulio Fonseca, chama de “vazio da Randon, da Marcopolo e da Guerra”, as 3 principais metalúrgicas de Caxias. Não só estas, mas praticamente todas as indústrias do município con-cedem férias coletivas. A força de tra-balho geral da indústria diminui em 60%, o que representa 45 mil trabalha-dores a menos nas empresas na última semana de dezembro e primeira de ja-neiro. Com a mão de obra reduzida, a economia industrial tem uma queda de 1/3 no mês de dezembro. “As empresas aproveitam este período para manuten-ção das máquinas maiores, mais difícil de ser feita durante o ano. Quanto às perdas econômicas, há sempre um pla-nejamento para recuperar ao longo do ano”, analisa Getulio.

Do dia seguinte ao Natal até o fim de

“As empresas aproveitam este

período para manutenção das

máquinas maiores, mais difícil de ser

feita durante o ano. Quanto às

perdas econômicas, há sempre um

planejamento para recuperar ao longo

do ano”, explica Getulio Fonseca,

presidente do Simecs

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fevereiro, a Viação Santa Teresa (Visa-te) estima uma diminuição de 13,5% do número de passageiros, o que resulta em cerca de 650 mil pessoas a menos circulando de ônibus em dois meses. Com essa perda, a empresa tira 30 car-ros de circulação (11%) e reduz o pes-soal em 7%, dando férias para motoris-tas e cobradores. Também há redução de horários em todas as linhas ofereci-das. As paradas de ônibus menos movi-mentadas e o trânsito bem menos con-gestionado parece o cenário ideal para quem precisa se deslocar pela cidade. Daiane Fulcher, do início da reporta-gem, comemorou que o trajeto que faz da UCS até o centro, de ônibus, levou apenas 10 minutos, ao contrário dos 25 habituais. O motorista da Visate José Adriano Padilha, que trabalha na linha Serrano, normalmente precisa de uma hora e 25 minutos para percorrer o tra-jeto do Centro ao bairro e voltar. Nestes últimos dias, com menos passageiros nos pontos, menos carros e sem ôni-bus escolares para dividir as paradas, tem economizado 20 minutos. Apesar da agilidade, ainda prefere a tranquei-ra habitual. “Acho que eu gosto mais da pauleira mesmo”, brinca.

Se nem no trânsito o tédio deixa de ser um incomodo, imagine na Uni-versidade de Caxias do Sul, abando-nada na última semana do ano. Sem estudantes, sem professores e com boa parte dos serviços em recesso, durante a caminhada pelo campus o mais pró-ximo de um ser vivo no habitat isola-do eram os dinossauros que ficam em frente ao Museu de Ciências Naturais. Como os dinos não falam e o guarda não podia dar entrevista, só na farmá-cia e no xerox, únicos estabelecimentos abertos no Centro de Convivência, foi possível bater um papo sobre como é trabalhar apenas para cumprir tabe-la. As farmacêuticas Karin Cristina Schmitt e Raquel Giovanella e as bal-conistas Isabel de Oliveira, Vera Lúcia Rizzi e Anajara Prates aproveitam para reclamar. Segundo elas, não há opção de lugar para almoçar ou lanchar nes-se período. “Tem que comer boia fria mesmo, ou fazer que nem a Isabel, que comeu panetone com banana no almo-ço”, brinca Vera Lúcia. Karin também afirma que os banheiros são outro pro-blema. “Ninguém faz manutenção, por isso ficam sujos e às vezes falta papel higiênico”, ressalta a farmacêutica. No

centro de cópias, a balconista Angélica Pimentel já organizou tudo o que tinha para organizar. Passam das 16:00 e ela só atendeu a uma única pessoa desde que chegou, às 13:00. “É mais ou menos como nos sábados normais, que nunca vem ninguém”, comenta Angélica, que nem o Facebook pode usar, porque é bloqueado. Quando saímos, ela se des-pede e agradece por nossa visita ter ti-rado ela do tédio por alguns minutos.

Assim é a realidade da terceira cida-de mais populosa do Estado na época de veraneio e férias escolares. A tran-quilidade para caminhar nas calçadas e trafegar no trânsito esvaziado convive com o marasmo do “nada para fazer”, que inclui a escassa programação cul-tural e os bares, em sua maioria, fecha-dos ou abrindo com menos frequência do que no resto do ano. Quem não foi para a praia, opta por ficar em casa. No máximo, faz um passeio até o shopping. Na quase vazia praça de alimentação do Prataviera, no Centro, a funcionária da limpeza Ivete Petrin, de 48 anos, fala baixinho, mas resume bem o espírito que impera nessa época, a inveja de quem viajou. “Enquanto uns folgam, outros trabalham.”

Com poucos passageiros, a Visate reduz em 11% a frota de ônibus do Natal até fevereiro |Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

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OTIMISMO FAZ PLANTÃO NO RÉVEILLON

O brinde da equipe do Pronto Atendimento |Marcelo Aramis/O Caxiense

Nem só de dor e tristeza se chora no hospitalpor Marcelo Aramis

Ninguém reclamou do barulho dos fo-guetes naquela área onde o silêncio é guar-dado por lei. Mas os fogos, que começaram por volta das 22:00, não eram necessários para abrir as portas do Hospital do Círcu-lo para o espírito do Réveillon, nem para lembrar ninguém de que 2013 estava logo ali. “2012 é um ano que eu quero esque-cer”, disse o motorista Ronaldo Laurenti-no, de 32 anos, que teve o azar de baixar no hospital na véspera do Ano Novo. “Não era para eu estar aqui.” Com um dreno no pulmão, que muda a voz e causa dor a cada pequeno movimento do corpo, Ro-naldo se recupera de uma pneumonia. E não é o seu maior problema. Vítima de um câncer no duodeno, diagnosticado em outubro, e debilitado pelos efeitos da quimioterapia – baixa imunidade, vômito, perda de peso, falta de apetite... “tive todas as reações, só não me caiu o cabelo” –, Ro-

naldo tem muitos motivos para acreditar que 2013 só poderá ser muito melhor. Ele não tem previsão de alta, mas tem pressa. Espera ler esta reportagem no sábado (5), em casa.

Não é da ceia que Ronaldo sente falta. Queria ter comemorado o Ano Novo na tradicional festa da família, na 3ª Légua, em um almoço no dia 1°. Ele e a esposa, a auxiliar de escritório Aline Biglia, de 30 anos, planejaram-se para o evento. Havia marcado a segunda quimioterapia para o dia 2, depois da festa. “Tu tem que es-tar 100% para fazer a quimio”, brinca Ro-naldo sobre a ironia do procedimento. A pneumonia adiou o tratamento que Aline descreve com precisão de médica, assim como o diagnóstico. É ela quem cuida do marido e tranquiliza o filho, Maurício, de 12 anos. “Fui eu que contei para ele. Há um ano, uma vizinha morreu de câncer. E ele

enlouqueceu. Queria saber se aconteceria o mesmo com o pai”, lembra Aline. O oti-mismo dela, que levantou o marido quan-do ele “perdeu o chão”, e agora faz o filho perguntar ao pai quando vai cair o cabelo, em tom de brincadeira, sustenta os planos da família para 2013. “As pessoas associam o câncer à morte. Quando tu vais para a clínica, vê que tem um monte de gente igual e pior do que tu, com a mesma idade. O médico disse que, em homens da minha idade, é tão comum quanto gripe”, explica Ronaldo, com serenidade. “Muitos se re-cuperam. O médico disse que 50% da cura é a vontade de viver. E isso não me falta”, diz. “Se faltar, a gente empurra”, acrescenta a mulher.

A designer de calçados Tannise de Oli-veira, de 25 anos, acompanha o empresá-rio Vinicius Boldrin, de 26 anos. Natural de Campo Bom, ela abdicou do Réveillon

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com a família para garantir a vaga ao lado do noivo no hospital. “Minha família também queria passar a noite aqui, mas ela quer ficar”, diz Vinicius, feliz pela com-panhia desde o dia 23 de dezembro, mas chateado por interromper as férias da noi-va. Ela não reclama, nem usa o leito deso-cupado, que fica mais longe do paciente do que a poltrona usada como cama. “Estou tranquila por a gente estar jun-to no Ano Novo. E porque nós sabemos que poderia ter sido muito pior”, diz. A não ser pelas dores causadas por 3 cirur-gias, uma fratura no mindinho, duas no fêmur e uma na tíbia, Vinicius teria um Réveillon tão animado quanto os outros de sua vida. Teve a presença da família e dos amigos, diversas mensagens no celu-lar e – não contem para ninguém – uma ceia: lentilha, arroz à grega, carne de por-co, torta fria, pepino e frutas, inexplicavel-mente trazidos com discrição pela famí-lia, substituíram os insossos sanduíche de queijo, leite e chá oferecidos pelo hospital. É uma injeção de ânimo para superar as decepções de quem está internado. “Dis-seram que no Ano Novo eu estaria em casa. Agora, é para eu sair amanhã, mas... não sei”, diz o paciente. Um dia antes da véspera de Natal, ele viajava de moto para Gramado, com um grupo de amigos. Um carro cortou a frente de Vinicius. A moto foi arremessada sobre outro veículo e ele voou até chocar-se contra uma árvore. E o trauma fez o rapaz praticar as reflexões de Réveillon com mais profundidade. “A gente aprende a dar mais valor à vida, a Deus, à família, aos amigos... Para de achar que só acontece com o vizinho.” Foi uma felicitação de Ano Novo que mais marcou o empresário na véspera de 2013. “Hoje, um senhor que estava acompanhando

a esposa, que ficou um mês internada e agora deu alta, entrou aqui, meio tímido. Desejou que em 2013 a gente queira mais o bem das pessoas, mesmo de quem não conhecemos”, emociona-se.

“Eles são muito carentes. Hoje estão mais solicitantes, mais queixosos. Às ve-zes, com uma palavra de carinho, eles já melhoram 70%”, diz a técnica em Enfer-magem Jaqueline Jardim, sobre o remédio mais aplicado na véspera de 2013. Antes de encerrar a conversa, interrompida pela campainha de algum paciente que prova-velmente comunicaria o bom resultado de uma lavagem intestinal, Jaqueline con-ta que chorou bastante no primeiro Ano Novo longe da filha, Vitória. A emoção foi causada pelos “nós te amamos” da família ao telefone: basicamente, tudo o que ela conseguiu ouvir durante a barulhenta e curta ligação. Não podia falar por muito tempo, nem chorar tanto. “Os pacientes precisam que a gente esteja feliz.” A en-fermeira Rosângela Padilha, responsável pelo setor naquela noite, também vivia o primeiro Réveillon longe da família, mas não ficou angustiada. “É claro que nossa presença é importante em casa, mas, hoje, somos mais importantes aqui. Fomos escolhidos para estar aqui”, conta Rosân-gela, que chora e sorri. Naquela tarde, ela ajudou uma família a aliviar a dor de perder alguém. “Um abraço é tudo o que a gente tem a oferecer. E vale muito. Em um dia em que todos estavam festejando, aquela família vivia uma enorme dor. E nos agradeceram pelo que fizemos. A vi-úva, quando saiu, passou por mim e dese-jou um Feliz Ano Novo. Só por isso, o dia todo valeu a pena”, conta, emocionada.

No refeitório do hospital, que naque-

la noite ofereceu uma ceia típica de Ré-veillon, a cozinheira Djair Terezinha Marques da Silveira, que trabalha há 6 anos na função, percebe que o dia tem algo especial além do cardápio. “Hoje tem pouco movimento aqui, mas o pessoal está mais alegre”, conta a cozinheira, que também absorve diariamente os dilemas de quem trabalha com a dor. No refeitório ou em pequenas salas em cada setor, gru-pos se reuniram para rápidos brindes a 2013. Outros ficaram em seus postos, por necessidade ou escolha. “Prometi a uma paciente que, na virada, a levaria para ver os fogos”, contou a técnica Daniela Giaco-melli, que passaria o Réveillon ao lado da única paciente da ala pediátrica naquela noite. A garota dormiu, a mãe preferiu não acordar e Daniela fez a contagem regressiva com as colegas do setor, entre elas, Daniela Zampieri. Pouco antes da vi-rada, as duas acompanhavam o primeiro Réveillon da prematura Eloísa – 20 dias, 1,830 kg – que ainda precisa aprender a mamar para ganhar peso e ir para casa com a família. “Há pouco eu estava com ela no colo, enchendo de beijos. De algu-ma forma, é um espaço que a gente preen-che”, diz Daniela Zampieri.

na sala de espera ao lado da uti, a mãe e o irmão de uma paciente internada há cerca de um mês dormem sobre as ca-deiras na primeira madrugada de 2013. A família, geralmente a mãe e o pai da jovem de 28 anos, tem passado todos os dias e as noites no hospital, embora os 3 horários de visita somem apenas 1:30 de contato direto com a paciente. Durante a virada, eles foram liberados para acompanhar a jovem durante 15 minutos, porque situ-ações como esta flexibilizam as regras do

Aline Biglia e Ronaldo Laurentino | Tannise de Oliveira e Vinicius Boldrin |Fotos: Marcelo Aramis/O Caxiense

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20

hospital. Haveria como dizer não? Nesta sala cercada por 10 quartos fechados com vidro – 9 ocupados – e com aparelhos de um irritante sinal sonoro, em uma ilha central cheia de monitores, trabalha a téc-nica em Enfermagem Deise Minosso, que não gosta de Ano Novo. “Faço uma festa para a família no Natal. Réveillon não faz diferença para mim”, diz Deise. Mas nem ela consegue fugir da atmosfera come-morativa que invade até o departamento mais tenso do hospital. “Eu só não queria passar o momento da virada dentro de um box. E passei. Estava ajudando um paciente naquele minuto”, lamenta, mas não muito. Na UTI infantil, a chefe vive o contrário. A enfermeira Ronídia Hendler Schwank não gosta é do Natal. A sua data preferida, a mais festejada pela família, Ronídia passou vendo os fogos em Copa-cabana, diante da televisão, em uma sala perto da UTI. “O problema é só aquele minutinho. Depois que passa, já é um dia igual a qualquer outro”, diz a enfermeira. Depois de brindar com os colegas, a fa-mília com quem passa a maior parte do tempo, Ronídia voltou ao trabalho para desejar Feliz Ano Novo às 6 crianças da UTI, uma delas internada desde agosto.

também tem choro na ala mais ani-mada do hospital, o Pronto Atendimen-to. Neste dia, o setor costuma receber pessoas que exageraram no champanhe (ou misturaram com outras bebidas), aci-

dentados com fogos de artifício e vítimas de dores tão fortes que tornam a ida ao hospital inadiável, como cólicas renais. Conforme a médica clínica geral Clair Battastini, também é comum receber ido-sos. “Os filhos ficam muito tempo sem visitar os pais e, quando visitam, nessa época, acham que estão doentes e trazem para o hospital.” “Os pais ficam emocio-nados com a visita e os filhos acham que é doença”, brinca a técnica em Enfermagem Zeli Stefan. Outro diagnóstico comum na data é a tentativa de suicídio, a depressão intensificada pela ditadura da felicidade, conforme explica o médico cardiologista Paulo Panazzolo. “A sociedade exige que as pessoas sejam felizes. Pela pressão, ou pela dificuldade de assumir que não são felizes, as pessoas acabam entrando em depressão”, analisa. Mas o dia 31 de de-zembro de 2012 foi tranquilo no hospital, o que deu chance para que os funcioná-rios do Pronto Atendimento lotassem uma pequena sala, ao redor de uma ceia improvisada, para comemorar a virada. Inevitavelmente vestidos de branco, com apropriado refrigerante em copos de plástico, brindaram o Ano Novo. E teve até discurso, comandado pela divertida assistente administrativa Héverli Gam-bim, que falou sério só nessa hora. “Todos estão aqui por opção, não por obrigação. Estamos aqui para cuidar das pessoas. Essa é a nossa meta todos os dias. E nós cuidamos uns dos outros também.”

“O problema é só aquele minutinho. Depois que passa, já é um dia igual

a qualquer outro”, diz a enfermeira Ronídia, chefe da UTI infantil, que

passou a sua data preferida entre os amigos do

trabalho, longe da família, assistindo

ao Réveillon de Copacabana

pela TV

As equipes da UTI e da cozinha |Fotos: Marcelo Aramis/O Caxiense

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214.JAN.2013

PlaTeIa

por Carol De Barba

De tempos em tempos, a huma-nidade enfrenta medos coletivos. Quando começaram os estudos a respeito da clonagem: destinos he-diondos para a reprodução de seres humandos. Das pandemias de gripe e outras doenças, o temor de um ví-rus que aniquilasse ou transfiguras-se as espécies. Mas a tecnologia, esse néctar que alimenta o progresso, é responsável por boa parte dos pâni-cos onipresentes.

A primeira linha de montagem automatizada trouxe dois temores: ou a máquina tomaria o lugar do homem, ou nos transformaríamos em criaturas no piloto automático. Depois, veio a inteligência artificial, que mimetizaria nossos sentimen-tos. Por fim, a Era da Informação, que transformaria até o sexo em uma fria e calculista combinação de zeros e uns.

Esse é o dilema que Pablo Luce-na Horn (guitarra e programação eletrônica), Leandro “Castor” Gitaci (baixo e teclado), eu e você, leitor que tem por volta dos 30 anos, vi-vemos. Fomos criados numa cidade ainda muito provinciana, com rua para brincar, brinquedos de ma-deira e telefone da vó para deixar recados: analógica. Porém, na ado-lescência, começamos a descobrir as maravilhas do computador e da internet, que passaram a ser ferra-mentas obrigatórias no trabalho, na escola e, consequentemente, no dia a dia.

É uma nostalgia que nunca passa, uma impressão de que a linguagem

binária está comendo nossa perso-nalidade, o demônio que os músicos exorcisam no primeiro álbum da Barracuda Project, que leva o nome da dupla.

O CD começa com um texto ins-pirado no discurso de O Grande Ditador, de Chaplin (termina com a célebre “Vós não sois máquinas. Ho-mens é que sois!”), só que como se fosse feito para o potencial criativo do ser. Questiona uma dita condi-ção limitada de repetição, de receita pronta, de métrica, de 8 compassos – o que pode bastar para a Justiça brasileira condenar alguém pelo plágio de uma música, por exemplo.

Ao longo das demais 8 faixas, fica claro que exercitar as possibilidades da mistura de instrumentos acústi-cos e virtuais, coisa que a dupla faz desde 2008, não é mais apenas la-boratório. É a essência do processo criativo. Não ter fórmula é a fórmu-la e o ingrediente que dá unidade ao conjunto. As músicas rodando no aparelho de som são coesas como uma coleção de roupas na passarela. A guitarra e a programação eletrô-nica, de Pablo, e o baixo e o teclados, de Castor, são os hits da estação, que passam por altos e baixos, natural-mente. Novos elementos surgem (o trompete, a guitarra country e o ór-gão foram meus favoritos), sempre para enriquecer, nunca para disper-sar a atenção. Cada um faz um com-passo, que não é apenas uma forma matemática de representar um fenô-meno tão subjetivo quanto a músi-ca. Juntos, contam história. Ou po-deriam ser a trilha sonora para uma – a redenção da Matrix, quem sabe.

Criemos música, não pânico

Barracuda Project |Silas Abreu, Divulgação/O Caxiense

gAme no cinemA | tintA fRescA no vAgão| gAnguRi de uRuguAiAnA|cApelinhAs pARA sAlvAR A AgendA

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22

Coral Municipal de TorresSÁB. (5). 22:00. Gratuito. Praça da Emancipação. Arroio do Sal

Praiano de Beach SoccerDOM. (6). 10:00. SESC. Arroio do Sal

Ginástica na PraiaSEG., QUA. E SEX. 9:00. Arroio do SalTER. e QUI. 9:00. Areias Brancas

Ginástica da 3ª IdadeQUA. 15:00. Arroio Seco. Arroio do Sal

Raffting no MarSÁB. 10:00. SESC. Areias BrancasDOM. 10:00. SESC. Areias Brancas

+ EVENTOS

LITORAL

Arroio pira

Psy do Alegrete

Na mesma linha do sertanejo universitário de Fernando & Sorocaba, Edu e Renan também lançaram a sua versão de As Mina Pira. No clipe da música, os dois são perseguidos por mulheres desesperadas querendo casar com... Edu. Ao embarcar em um táxi, ele é sequestrado e levado à força ao altar. Só que a noiva não contava que o padre seria... Renan. Usando Porto Alegre como cenário, a du-pla natural de Arroio do Sal, que teve a carreira impulsionada pelo quadro Olha a Minha Banda, do Caldeirão do Hulk abre a programação de eventos no destino preferido dos caxienses.

sÁB. (5). 22:00. gratuito. Praça da Emancipação. Arroio do sal

Guri de Uruguaiana pode até mirar em sucessos do momento, mas não per-de o tradicionalismo. Seu sucesso mais recente chama-se Ganguri Style, versão do Canto Alegretense com direito a um clipe bem feito com a paródia do hit Gangnam Style, do sul-coreano Psy. O vídeo estrangeiro já conta com mais de 9 bilhões de acessos na internet. A versão gaúcha é mais modesta: não passou de um milhão e meio. Mas o guri lá da fronteira representou bem os gaúchos ao participar do programa Agora é Tarde, na Band. Já começou com piadinha em relação ao programa, fazendo uma espécie de striptease gaudério e não esqueceu da cuia e da chaleira.

sEX. (4). 21:00. r$ 20 e r$ 40. Centro de Eventos da ulbra. torres

Foto

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Cax

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234.JAN.2013

CINE

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de respon-sabilidade dos cinemas.

John C. rEiLLy. Jack MCBrAyEr. De Rich MoorE.

Ingrid guiMArãEs. Bruno gArCiA. Maria PAuLA. De Roberto sAntuCCi.

DETONA RALPHRalph, o vilão de um jogo de videogame, se cansa de ser malvisto e decide mudar esta imagem.

Para isso, sai do game onde vive e invade um moderno jogo de tiro com o objetivo de completar uma missão: conquistar uma medalha e ser visto como herói. Com direito a participação de tra-dicionais vilões dos games, como Zangief, Browser Koopa e os fantasmas de Pac-Man. 2ª semana

CinÉPoLis 3d 11:30 (soMEntE sÁB. E doM) | 12:50-14:00-15:20-16:40-17:50-19:10-20:20 gnC 3d 13:00-15:10-17:40-19:50 | 3d 22:00 | 13:10-15:20-17:30-19:40 L 1:41

DE PERNAS PRO AR 2Alice (Ingrid Guimarães) ficou desempregada, perdeu e recuperou o marido e abriu uma rede

de sex shop no primeiro filme, em 2010. Na continuação, ela tem um colapso nervoso tentando conciliar casa, trabalho e família, e é internada em um spa, justamente no momento em que sua empresa pode fechar um grande negócio em Nova Iorque. Workaholic, ela foge do spa e viaja para os Estados Unidos com a desculpa de curtir com a família. Basicamente o mesmo mote, só que fora do Brasil. 2ª semana.

CinÉPoLis 12:30-14:10-15:00-16:30-17:20-18:40-19:40-21:00-22:00gnC 14:10-16:10-18:10-20:10-22:10 12 1:35

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24

Naomi WAtts. Ewan MCgrEgor. De Juan Antonio BAyonA.

Marcelo AdnEt. Eduardo stErBLitCH. De Andrucha WAddington.

Irrfan KHAn. Gerard dEPArdiEu. De Ang LEE.Martin FrEEMAn. Ian MCKELLEn. De Peter JACKson.

O IMPOSSÍVELUma história de esperança é o que se pode esperar do lon-

ga de Juan Antonio Bayona. Durante o Natal de 2004, na Tai-lândia, a família de Maria, Henry e seus 3 filhos pequenos é separada pelo tsunami que varreu o lugar. Enquanto luta pela própria sobrevivência, o grupo tenta se reencontrar. 3ª semana.

CinÉPoLis 17:00-22:30 12 1:47

AS AVENTURAS DE PIVisualmente impecável, o longa dirigido por Ang Lee já con-

quistou 3 indicações (merecidíssimas) ao Globo de Ouro 2013 – melhor drama, melhor diretor e melhor trilha original – e também disputa uma vaga como finalista ao Oscar em melho-res efeitos visuais. Na década de 70, o jovem Piscine Patel deixa a Índia em direção ao Canadá, mas o navio que transportava Pi, sua família e os animais de seu zoo naufraga. Sobrevivendo em um bote salva-vidas, ele passa 227 dias na companhia de um tigre de bengala (como lidar?). 3ª semana.

★ ★ ★ ★ ★CinÉPoLis 3d 13:00-18:50 | 3d 16:00-21:50gnC 3d 13:50-16:30 | 3d 19:00-21:40 | 13:30-16:00-18:45-21:30 10 2:10

O HOBBIT: UMA JORNADA INESPERADAAssim como a Trilogia do Anel, que no início dos anos 2000

marcou época, a nova sequência de Peter Jackson baseada nos livros de J.R.R. Tolkien tem sido um presente para os fãs – pela qualidade do longa, mas também por toda a cultura que en-volve o universo da obra. O Hobbit conta a jornada de Bilbo Bolseiro até a Montanha Solitária, 60 anos antes de A Sociedade do Anel, durante a qual ele se depara com o Um Anel pela pri-meira vez. O longa é adaptado do livro homônimo, publicado em 1937. 4ª semana.

★ ★ ★ ★ ★CinÉPoLis 3d 21:40 | 13:30-19:00gnC 13:40-17:00 | 20:30 12 2:49

OS PENETRASNa vida real o Réveillon já passou, mas no cinema Marce-

lo Adnet e Eduardo Sterblitch continuam tentando entrar de penetras em uma badalada festa de Ano Novo. O objetivo dos moços é fazer com que a ex-namorada de Beto (Adnet), que está curtindo a festa, aceite o rapaz de volta. Se quiser assistir a uma comédia nacional, melhor correr para pegar o último horário de Os Penetras do que investir no recém-chegado De pernas pro ar 2. 6ª semana.

gnC 21:50 14 1:37

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254.JAN.2013

+ SHOWS

MUSICASEXTA-FEIRA (4)

Vibe Rock 22:00. R$ 10. Bier Haus Maicon Rodrigues + Pura Ousadia +DJ Gilson 22:30. R$ 20. Portal BowlingLennon Z & The Sickboys 23:00. R$ 20 e R$ 15. Mississippi

SÁBADO (5)

Hardrockers 22:00. R$ 10. Bier Haus DJ Rodrigo Dias + DJ Giiu Emer Festa Welcome 201323:30. R$ 13 a R$ 25. NoxVibe Rock + Banda Moog + DJ Eddy 22:30. R$ 20. Portal BowlingBop-A-Lula Trio 23:00. R$ 20 e R$ 15. Mississippi

SEGUNDA-FEIRA (7)

Lonely Hearts Club Band 22:00. R$ 18 e R$ 12. Mississippi

Vagão repaginado

Rock da sorte

O Vagão Classic não abriu na última semana de 2012 sob promessa de que a direção estava trabalhando nas novidades para esse ano. E quem chegar para a primeira festa de 2013 irá encontrar muita coisa diferente: pelo menos 30 novas placas e quadros, móveis, mais opções de petiscos no cardápio e ainda algumas surpresas que só quem for irá ficar sabendo. O que não muda é a atmosfera ro-queira característica do bar. O primeiro show do ano fica por conta da banda Toolbox, de Caxias, comandada por Sasha Zavistanovicz (guitarra) e Rodrigo Marenna (vocais).

sEX. (4). 00:30. r$ 15 e r$ 12. Vagão

Em Caxias do Sul, Baú do rock é sinônimo de Jaime Rocha, o DJ, radialista, enciclopédia e fã incondicional de rock’n’roll (sobretudo Rolling Stones) que, de tempos em tempos, ressurge nos bares tocando os sons que agitam os roqueiros de todas as idades. Para a primeira edição da festa em 2013, a banda convidada é a Agente Ed, também da terrinha. Dizem os supersticiosos que quem for garante um 2013 de muito rock.

sÁB. (5). 23:30. r$ 15 e r$ 12. Vagão

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QuArtA-FEirA (9)

Instrumental Best Dream 22:00. R$ 18e R$ 12. MississippiJhonatan e Carlos 21:00. Gratuito. Paiol

QuintA-FEirA (10)

The Barbas 22:00. R$ 10. Bier HausJakson & Luh Anne +DJ Gilson 21:30. R$ 20. Portal Bowling

Grupo Macuco – Festa de reabertura do Paiol 22:00. R$ 5 e R$ 15. Paiol

The Blugs 22:00. R$ 18 e R$12. Mississippi

+ SHOWS Pagode e mais

100% algodão

Com 10 anos de carreira e um álbum e um DVD lançados, os paulistas do grupo de pagode Cupim na Mesa animam a noite no ConD com uma mistura bem eclética de ritmos baladeiros. As influências destes pagodeiros in-cluem samba, pop, sertanejo, funk e axé. Para dar uma ideia, o último CD da banda, lançado em 2012, inclui versões de Eu Sei, do Papas da Língua, e Uma Carta, do LS Jack. O grupo é formado por An-dré Marinho (ex Broz (!) e funda-dor da banda), Du e Wah.

Qui. (10). 23:00. r$ 20 e r$ 15. Cond

Mais do que uma banda de blues, a The Cotton Pickers (os colhedores de al-godão, nome que homenageia os trabalhadores que deram origem ao blues) é uma reunião de um grupo de amigos unidos para celebar o gênero que é a cara de Caxias. A banda é formada por Tomás Seidl (vocal, guitarra e lap steel), Toyo Bagoso (harmônica), Gustavo Viegas (baixo) e Jayson Mross (bateria).

tEr. (8). 22:00. r$ 18 e r$ 12. Mississippi

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274.JAN.2013

Pagode e mais ARTE

Após inaugurar sua fase itinerante, a exposição Capelinhas: Memória e Fé, promovida pelo Museu dos Capuchinhos, segue aberta para visitação no Museu Municipal de Caxias do Sul. O visitante poderá se envolver com as histórias e as memórias das zeladoras e das 15 capelinhas da Paróquia Imaculada Conceição, além de obras com a imagem da Virgem Maria.

Capelinhas: Memória e Fé Coletiva. TER.-SÁB. 9:00-17:00. Museu Municipal

Fé e HistóriaFo

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Para dislexia digito 34753942 Coletiva. SEG.-SEX. 9:00-19-00. Ordovás

UCS 45 anos – Homenagem Desenhada Coletiva. SEG.-SEX. 8:30-18:00. SÁB. 10:00-16:00. Galeria Municipal

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LEGENdADuração Classificação Avaliação ★ 5 ★ Cinema e TeatroDublado/Original em português Legendado Ação. Animação. Artes.Circenses. Aventura. Bonecos. Comédia. Documentário.Drama. Fantasia. Ficção.Científica. Infantil. Musical. Policial. Romance. Suspense. Terror.

MúsicaBlues. Coral. Eletrônica. Erudita. Folclórica. Funk. Hip.hop Indie. Jazz. Metal. MPB. Pagode. Pop. Reggae. Rock. Samba. Sertanejo. Tango. Tradicionalista

DançaClássico. Contemporânea. Flamenco. Folclore. Forró. Jazz. Dança.do.Ventre. Hip.hop Salão.

ArtesAcervo. Desenho. Diversas Escultura. Fotografia. Grafite. Gravura. Instalação Pintura.

ENdERE OSCINEMAS:CINÉPOLIS. AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 14 (NOITE), R$ 22 (3D). TER. R$ 7, R$ 11 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 16 (MA-TINE E NOITE), R$ 22 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. | GNC. RSC 453 - kM 3,5 - SHOPPING IGUATEMI. 3289-9292. SEG. QUA. QUI.: R$ 14 (INTEIRA), R$ 11 (MOVIE CLUB) R$ 7 (MEIA). TER: R$ 6,50. SEX. SAB. DOM. FER. R$ 16 (INTEIRA). R$ 13 (MOVIE CLUB) R$ 8 (MEIA). SALA 3D: R$ 22 (INTEIRA). R$ 11 (MEIA) R$ 19 (MOVIE CLUB) | ORDOVÁS. LUIz ANTUNES, 312. PANAzzOLO. 3901-1316. R$ 5 (INTEIRA). R$ 2 (MEIA) |

MÚSICA:BIER HAUS. TRONCA, 3.068. RIO BRANCO. 3221-6769 | COND. ANGELO MURATORE, 54. DELLAzzER. 3229-5377 | MISSISSIPPI. CORONEL FLORES, 810, SÃO PELEGRINO. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3028-6149 | NOX VERSUS. DARCy zAPAROLI, 111. VILAGGIO IGUATEMI. 8401-5673 | PAIOL. FLORA MAGNABOSCO, 306. 3213-1774 | PORTAL BO-WLING. RS 453, kM 2, 4140. SHOPPING MARTCENTER. 3220-5758 | VAGÃO CLASSIC. JÚLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616

TEATROS:TEATRO MUNICIPAL. DOUTOR MONTAURy, 1333. CENTRO. 3221-3697 | CASA DE TE-ATRO: RUA OLAVO BILAC, 300. SÃO PELEGRINO. 3221-3130

GALERIAS:CAMPUS 8. ROD. RS 122, kM 69 S/Nº. 3289-9000 | FARMÁCIA DO IPAM. DOM JOSÉ BAREA, 2202, EXPOSIÇÃO. 4009.3150 | GALERIA MUNICIPAL. DR. MON-TAURy, 1333, CENTRO, 3215-4301 | INSTITUTO BRUNO SEGALLA. R. ANDRADE NEVES, 603. CENTRO. 3027-6243 | MUSEU MUNICIPAL. VISCONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221-2423 | ORDOVÁS. LUIz ANTUNES, 312. PANAz zOLO. 3901-1316 | SESC. MOREIRA CÉSAR, 2462. PIO X. 3221-5233 |

O Teatro do Encontro pro-move, de 7 a 11 de janeiro, o curso de verão Corpo e Voz para a Cena. A bailarina Kátia Salib, pesquisadora de técnicas corporais cênicas, educação somática e cultura popular brasileira, ministra o módulo Uso do Corpo e do Movimento. O músico Rafael Salib, profes-sor na faculdade de EST, fala sobre Musicalização e Técnica Vocal para Atores. O tema do curso da atriz Caxiense Tefa Polidoro é Jogos Cênicos e Im-provisação. O investimento é de R$ 200 e o curso oferece 15 vagas. Informações pelo te-lefone (51) 9715-9045 ou (54) 8406-5736.

Encontro de verãoCAMARIMMarcelo araMis

No segundo semestre de 2013, o Governo Federal de-verá começar a pagar o Vale Cultura, benefício sancionado pela presidente Dilma Rousseff na última quinta (27). Da apre-sentação do projeto pelo Con-gresso, em 2009, até a aprova-ção, o valor já perdeu 16,9% do poder de compra, conforme o Índice de Preços ao Consu-midor da Fundação Getúlio Vargas, motivo de choradeira e mais demora para a implanta-ção. O vale, com adesão opcio-nal, terá R$ 45 custeados pelo governo, por renúncia fiscal. O restante será pago pelos tra-balhadores ou pelas empresas que optarem por custear. Sem contar com a aquisição de pro-dutos – livros, CDs, obras de arte –, em Caxias o benefício é suficiente para um bom pacote cultural. Nesta época do ano, até sobraria dinheiro. Quem aderir ao benefício, terá grana para 3 sessões de cinema no GNC e Cinépolis (de segunda a quinta, exceto em salas 3D) ou 10 sessões no cinema do Ordovás; 5 espetáculos no Te-atro Municipal, Sesc, Casa de Teatro e Ordovás (valor médio para meia-entrada, a mais ven-dida) ou um espetáculo global/comercial. Faça as suas esco-lhas.

Bolsa cultura

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294.JAN.2013

Bolsa cultura

A

B

C D

Depois que a saída de praia – seja short, saia, caftã, quimono, camisa, ves-tidinho, enfim – foi inventada, a boa e velha canga perdeu seu status no guar-da-roupa praiano. Para os mais radi-cais, virou sinônimo de breguice. Para outros, foi rebaixada a um mero pani-nho que protege o corpo da areia e do plástico da cadeira. A coluna resgatou esse assessório e te mostra 4 jeitos de usar que vão deixar a canga esquecida no fundo do armário irreconhecível. Eles também podem ser uma alterna-tiva para quem está querendo investir pouco no look férias litorâneas: à beira-mar, uma canga está custando R$ 25 (se negociar, sai por R$ 20).

Coloque a canga sobre o pescoço. Puxe as pontas de

fora (A e B).

Cruze as pontas (A e B) nas costas e traga-as novamente para frente.

Una as pontas (A e B) na frente, na altura da cintura.

Arte na canga

A

A

A+B

B

B

CC

C

DD

D

blusa

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por Carol De Barba

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Use uma canga retangular. Amarre duas pontas (A e B) nas costas, na altura da cintura, como um avental.

Produção: Carol de Barba | Fotos: Paulo Pasa | Modelo: Thaís Gaspari | Locação: Galeria Municipal

Passe as duas pontas de baixo (C e D) entre as pernas deixando a dobra um pouco abaixo dos joelhos.

Dê a volta no corpo, na altura do busto, e traga as duas pontas para frente.

Com, as duas pontas superiores (A e B), faça um nó sobre o ombro.

Traga as pontas (C e D) para frente e junte-as com um nó na altura da cintura.

D

D

B

C

D

C

D

C

Saruel

vestido

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A+B

AA

B

A+B

C+D

A+B

Enrole a canga no corpo segurando uma das pontas (A) sobre o ombro.

01

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314.JAN.2013

vITRINe

dafiti Premium | Adriana Degreas | R$ 439,90

theboutique.com.br | Triya | R$ 100,80 theboutique.com.br | Lool | R$ 236,30

E-closet | Daniela Cutait Atelier | R$ 384

theboutique.com.br | Adriana Degreas | R$ 256,20

Com modelagem frente única, decote profundo e alças largas cruzadas nas costas, esse maiô é sinôni-mo de rhyqueza: para quem sai da areia direto para o circuito jet setter (ou coloca um shortinho e vai às com-pras no super da praia).

O modelo não tem nenhuma novidade e é o mais amado pelas loucas por bronzeado: top cortininha e calcinha de lacinhos. Mas o charme dessa peça é a estampa, que combi-na até com quem ainda está branquinha.

Pulseiras, colares e anéis são um problema sob o sol – ninguém quer ficar com uma marca gigante no colo ou no pulso, certo? Se você não dispensa assessórios, trocar as bijous por um adorno de cabelo metalizado pode ser uma alter-nativa. Esse, com aplicações de folhas douradas, é inspirado em baús de tesouros.

O índice de radiação ultravioleta está predominante alto no verão, portanto, proteção é fundamental. Esse chapéu de aba larga em crochê garante a sombra em regiões sensíveis do corpo com muito estilo.

Com cara de antigui-nho, esse modelo de bojo tomara que caia torcido e hot pants vai te transformar numa verdadeira pin up à beira-mar.

ondAs

BronzE

ouro

ProtEção

rEtrô

Enrole a canga no corpo, na altura do busto, e faça um nó nas costas com as pontas superiores.

Produção: Carol de Barba | Fotos: Paulo Pasa | Modelo: Thaís Gaspari | Locação: Galeria Municipal

Passe as pontas inferiores (C e D) entre as pernas e traga-as para frente.

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Una das pontas (C e D) na altura da cintura.

Foto

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