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Revista Canavieiros - Dezembro de 2014 1

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Revista Canavieiros - Dezembro de 2014

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Revista Canavieiros - Dezembro de 2014

3Editorial

Apesar da crise enfrentada pelo setor sucroenergético, intensificada pelos fatores cli-máticos, ao longo de 2014, o ano termina apontando um futuro mais promissor para o segmento. A prova disso é que novos investimentos começam a movimentar a ca-

deia produtiva da cana-de-açúcar, como o início da produção de etanol de segunda geração, conforme mostra a matéria de capa desta edição.

Sempre na vanguarda, a Raízen começa a produzir o novo combustível a partir do bagaço da cana e já o disponibiliza em um posto de Piracicaba - SP para testar sua aceitação com o consumidor. A empresa tem planos de ter oito plantas de 2G até 2024 e produzir 1 bilhão de litros do combustível, o que demandará investimentos da ordem de R$ 2,5 bilhões.

Inovação e tecnologia de ponta também estão na pauta de grandes empresas como a BASF, que tem em Santo Antonio de Posse - SP, a maior área de pesquisa da multinacional alemã, local onde é desenvolvido o Sistema Agmusa™. A Canavieiros foi conferir o local e traz a matéria nesta última edição do ano. Também tem destaque a aprovação do PRA (Programa de Regularização Ambiental), que define as diretrizes para adequar ambientalmente as pro-priedades rurais do Estado de São Paulo.

A edição 103 traz ainda entrevistas com Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico da

UNICA, e com Geraldo Veríssimo de Souza Barbosa, professor da UFAL (Universidade Fe-deral de Alagoas) e coordenador do PMGCA.

Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo professor Marcos Fava Neves opinam no “Pon-to de Vista” Guilherme Nastari e Ângelo Guerra. Já o engenheiro agrônomo da Canaoeste Ricardo Parisoto assina artigo técnico sobre o plantio na cultura da cana-de-açúcar.

As notícias do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, assuntos legais, informa-ções setoriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferidos na revista de dezembro.

Desejamos a vocês uma boa leitura e também um excelente 2015!!!

Etanol de segunda geração

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Expediente:Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equiPe de Redação e fotos:Andréia Vital, Carla Rodrigues, Fernanda Clariano, Igor Savenhago e Rafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3300 - Ramal: [email protected]

imPRessão: São Francisco Gráfica e Editora

Revisão: Lueli Vedovato

tiRagem desta edição: 21.500 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do

Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários

são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada,

desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista Canavieiros

Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008)

[email protected]

www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros

www.facebook.com/RevistaCanavieiros

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Revista Canavieiros - Dezembro de 2014

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10 - Ponto de VistaGuilherme Nastari

Diretor da DATAGRO

- Geladeiroteca da Canaoeste é apresentada no 7º Seminário Internacional de Biblio-tecas Públicas e Comunitárias em SP

- Projeto Geladeiroteca apoiado pela biblioteca da Canaoeste é premiado em Brasília- Canaoeste e Copercana acompanham votação do PRA, em São Paulo- Reuniões Técnicas Canaoeste- Presidente da Canaoeste recebe Prêmio Visão Agro Brasil 2014

22 - Notícias Canaoeste

Ano VIII - Edição 102 - Dezembro de 2014 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 22Etanol de segunda geração já

abastece carros no Brasil

Raízen é a primeira empresa a produzir em escala o biocombustí-vel a partir do bagaço da cana-de--açúcar e a disponibilizar o produto em posto no interior de São Paulo

16 - Notícias Copercana- III Encontro de Gerentes do Sistema é marcado pelo otimismo- Reforma no supermercado de Sertãozinho amplia qualidade e conforto

30 - Notícias Sicoob Cocred- Balancete Mensal

Pontos de VistaÂngelo Guerra

.....................página 11

Pontos de VistaProf. Dr. Marcos Fava Neves

.....................página 12

Coluna Caipirinha.....................página 14

Destaques:“Certificação como ferramenta de produtividade”

.....................página 36

13º Seminário de Produtividade e Redução de Custos

.....................página 38

Cana Conviver.....................página 40

Est. Experimental Agrícola da BASF.....................página 42

Informações Setoriais.....................página 46

Agende-se.....................página xx

Classificados.....................página 50

Cultura.....................página 53

Foto

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48 - Artigos Técnicos- O Plantio na Cultura da Cana-de-Açúcar

05 - EntrevistaAntonio de Pádua Rodriguesdiretor técnico da UNICA“Jamais vamos ter ganhos de produtividade se existe uma con-corrência desleal”

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Revista Canavieiros: O que esperar da safra 2015/16?

Antonio de Padua Rodrigues: Provavelmente, a oferta de cana não será maior que a da safra 2014/15, podendo até ser inferior, se as chuvas não vierem dentro da normalidade. Acho que a grande mudança que pode haver é uma retomada do diálogo com a nova equipe do Governo Dilma. E isso vai passar por algumas medidas que podem melhorar efetivamente o setor. A primeira, já em andamento, é o aumento da mistura, de 25% para 27,5%, de etanol na gasolina. Estamos na reta final e tudo indica que, no início de fevereiro, vamos tomar a decisão de quando iniciar a nova mistura. E, sem dú-vida alguma, vai haver um tributo na gasolina, que é a volta da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domí-nio Econômico). Ninguém sabe ainda efetivamente qual será o valor, mas dará um novo impacto nos preços da gasolina para o consumidor, o que vai aumentar a com-petitividade do etanol hidratado. Eu diria que essa é a principal medida a ser ajustada para ajudar a resolver o grande problema de falta de competitividade do setor. Outro grande movimento que está acontecendo, aqui da região Centro-Sul do País, que poderá e deve ser co-ordenado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), é de um grupo de governadores, de Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, que vai buscar uma re-dução do ICMS nesses Estados [como já acontece em São Paulo e foi aprovado, neste mês de dezembro, em Minas Gerais, onde a alíquota que incide sobre o etanol

Entrevista I

Antonio de Padua Rodrigues

“Jamais vamos ter ganhos de produtividade se existe uma concorrência desleal”

Igor Savenhago

Na expectativa de mudanças positivas para o setor sucroenergético já em 2015, Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da UNICA, está otimista para a recuperação das usinas e dos produtores de cana. Um dos principais motivos, segundo ele, será a retomada do diálogo com o Governo Federal para que sejam definidas medidas de longo prazo, como a posição do etanol na matriz energética brasileira.

Ele não acredita, no entanto, que a retomada será imediata. Afirma que, para isso, será preciso, primeiramente, conter a bola de endividamento que assola o setor. E continuar trabalhando, in-cessantemente, para reduzir custos e aumentar produtividade, o que, na visão dele, nunca deixou de ser feito. Padua atribui os problemas de gestão enfrentados à falta de rentabilidade, impactada pela concorrência desleal com a gasolina e pelas mudanças tecnológicas nos processos de plantio, colheita e transporte da cana.

Durante o 13º Seminário de Produtividade e Redução de Custos, promovido pelo Grupo IDEA nos dias 3 e 4 de dezembro, em Ribeirão Preto-SP, o diretor concedeu a seguinte entrevista.

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6Entrevista I

cairá de 19% para 14%]. E mais: es-ses governadores estariam dispostos a ir para Brasília fazer uma agenda com a Presidente da República, em prol da recuperação, não só do setor, mas de seus agregados: a indústria de bens de capital, os fornecedores de cana. Os municípios hoje estão muito prejudi-cados pela falta de receita, pelo fim da CIDE, pelo não crescimento do ICMS, pela quebra agrícola, que vai haver este ano, principalmente no Estado de São Paulo. É uma ação com expectati-vas muito positivas. E a última expec-tativa é que, provavelmente, o ciclo de excedentes de açúcar no mundo deve se encerrar em setembro de 2015. Com isso, o Brasil, de novo, será o País mais capacitado para voltar a crescer, produzir e exportar açúcar a preços competitivos.

Revista Canavieiros: Com todas essas medidas, dá para prever já uma retomada do setor?

Padua: Eu diria que retomada não. Acho difícil haver uma retomada da ex-pansão, do investimento. Num primeiro momento, é estancar essa bola crescente de endividamento, de prejuízo, de falta de preços que o setor enfrenta. É come-çar a recuperar as empresas que estão operando e que ainda têm condições de serem recuperadas. Evidentemente que, muitas delas, mesmo com essas medi-das, vão ficar no meio do caminho.

Revista Canavieiros: Você falou em retomada do diálogo com o Gover-

no. Por que acha que não houve uma aproximação maior nos últimos qua-tro anos?

Padua: Eu diria que diálogo sempre houve, nunca faltou diálogo. Mas sempre faltou uma decisão de longo prazo. Várias medidas que aconteceram foram de curto prazo. Desonerar o etanol hidratado e o anidro de PIS e Cofins, por exemplo, foi uma medida de diálogo. Mas é pontual. E o que nós queremos são medidas de longo prazo, como definir, claramente, a partici-pação do etanol na matriz de combustí-veis e entender como é que vai ser daqui a 20 anos, para que haja um planejamento, crescimento e a volta do investimento. Isso é o que foi difícil e que esperamos que agora se retome.

Revista Canavieiros: Além do di-álogo com a esfera pública, como o setor está buscando medidas para con-tinuar reduzindo custos e aumentando a produtividade?

Padua: Isso nunca deixou de ser feito. Vejam os investimentos que ocorreram na questão da logística, no alcoolduto, nos terminais, em sistemas novos de produção. Houve, de fato, uma perda de produtividade agrícola por mudanças de tecnologia nos pro-cessos de plantio, colheita, transporte de cana. Grande parte da nossa perda de competitividade não está no dia a dia, no operacional, mas nas pressões ambientais e sociais. E aí você não tem controle. Então, a busca incessante por melhores custos e produtividade nunca parou e vai continuar. Agora, jamais

nós vamos ter ganhos de produtivida-de de 10% ao ano, que mantenham a competitividade dos nossos produtos, se, do outro lado, existe uma concor-rência desleal e não se sabe o que vai acontecer com seu produto concorren-te [gasolina]. A perda de competitivi-dade não foi por um problema isolado de gestão do setor. Houve problemas, sim, com empresas que tiveram uma péssima gestão. Mas o que leva a uma gestão ruim? É a falta de rentabilidade. As empresas estão num ciclo de sobre-vivência. Para que haja ganhos, ve-nham novas tecnologias e seja possível pensar num salto tecnológico, tem que haver rentabilidade. Se não houver, o setor vai viver do sucateamento da la-voura, da frota e da indústria. RC

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Revista Canavieiros: Fale como surgiu o programa cana-energia?

Geraldo: Iniciamos em 2008 alguns testes de cruzamento para definir quais as melhores famílias possíveis para rea-lizar os cruzamentos e assim seguir um programa. Em 2011, algumas empresas nos procuraram para desenvolver esse programa e obter variedades porque já estavam com indústrias sendo monta-das no Brasil e precisariam da matéria--prima. Aceleramos o processo e passa-mos três anos de trabalho muito forte nisso e já temos quatro séries em campo - RB 11, RB 12, RB 13 e RB 14.

Revista Canavieiros: A cana-ener-gia é uma oportunidade para o setor canavieiro?

Geraldo: Com certeza. Há um des-perdício muito grande da palha e da folha da cana-de-açúcar. Esse conjunto tem conteúdo energético que é a meta-de do que é produzido de petróleo no Brasil e não é totalmente aproveitado. Sabendo aproveitar esse potencial tem--se ganho de produtividade e maior ren-dimento, o que é solução para muitos problemas do setor.

Revista Canavieiros: Pode-se dizer que a cana-energia é uma tendência?

Geraldo: Eu acredito que sim, é uma tendência mundial. Em outros pa-íses como a Europa, já foi estabelecido que em 2020 sua matriz energética terá que ser 20% baseada em biomassa. Nos Estados Unidos, já tem regulamentado o crescimento até 2020 - de 1,5 milhão de hectares de cana-energia e, no Bra-

sil, temos várias ações do Governo para este fim.

Revista Canavieiros: O que se pode esperar das cultivares de cana--energia?

Geraldo: A cana-energia é pro-duzida por meio de um melhoramen-to genético que resulta em cana com mais quantidade de fibras e variação na quantidade de açúcar. As pesquisas realizadas na UFAL visam ao desenvol-vimento de uma cana-energia que pos-sibilite: Menor quantidade de mudas para o plantio; reduzido número de in-sumos; elevada taxa de multiplicação; longevidade das socarias (acima de 10 colheitas); maior tolerância aos estres-ses abióticos; menor florescimento e devem ser livres de doenças; e custo de produção 1/3 menor, tornando-a muito mais rentável.

Revista Canavieiros: Qual seria o

diferencial e os potenciais usuários da cana-energia?

Geraldo: O diferencial é que a ren-tabilidade é muito maior, tanto de rendi-mento no campo quanto no rendimento industrial. Os potenciais usuários são: as indústrias produtoras de etanol e de bioquímicos diversos, indústrias consu-midoras de energia elétrica e de vapor e calor, empresas geradoras de energia elétrica, empresas produtoras e expor-tadoras de briquetes e pellets, além de outras empresas usuárias de energia térmicas.

Revista Canavieiros: Qual seria o custo de produção?

Geraldo: Já existem estudos lá fora e aqui, que no campo o custo de produção é 1/3 (um terço) do custo de produção da cana tradicional. Na indústria mais alto, mas quando você soma campo e indús-tria, representa de 80 a 90% do custo de produção do atual cenário.

Geraldo Veríssimo de Souza Barbosa

Cana-energia, o futuro já começouNa busca por novas tecnologias e mercados, a indústria canavieira vem se reinventando ano a ano. A

RIDESA, através da Universidade Federal de Alagoas em parceria com a GraanBio, iniciou pesquisa para o desenvolvimento de novas variedades RB com elevada biomassa, a chamada “cana-energia”.

Durante reunião anual do PMGCA (Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar) da RIDE-SA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético), que aconteceu em Ribeirão Preto-SP, o professor da UFAL (Universidade Federal de Alagoas) e coordenador do PMGCA, Geraldo Verís-simo de Souza Barbosa, falou com a Revista Canavieiros sobre essa nova tecnologia.

Fernanda Clariano

Entrevista II

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Cresce a participação de contêineres nas exportações de açúcar ensacado no BrasilPor Guilherme Nastari*

Guilherme Nastari

Conforme nova atualização do line-up, os embarques de açú-car via contêineres no Brasil

totalizaram 1,583 milhão de tonela-das entre janeiro e setembro, contra 1,761 milhão de toneladas em mesmo período de 2013, queda de 10,1%. No ano, o pico de exportações de açúcar em contêineres foi em agosto, com 297,397 toneladas.

Em contrapartida, os embarques via contêineres ganharam maior participa-ção nos embarques totais de açúcar en-sacado. Estimamos que as exportações via contêineres foram responsáveis por 81,1% dos embarques totais de açúcar ensacado na média de janeiro a setem-bro. Em 2013 essa participação foi de 59,8% e de 63,5% em 2012.

O maior uso desse tipo de transpor-te também tem influenciado a cotação do açúcar branco na bolsa de Londres, atual ICE Futures Europe. A atual es-pecificação do contrato do açúcar #5 limita a entrega do produto apenas através de navios de carga geral (Bre-ak Bulk), o que não mais condiz com a preferência do mercado em trabalhar com contêineres. Diante da diminui-ção de navios disponíveis para carga geral, o prêmio do branco segue alto. Há a expectativa de que o contrato #5 seja atualizado, oferecendo o contêiner como uma opção de entrega.

O principal destino das exportações brasileiras via contêineres no acumu-lado de janeiro a setembro foi o Sri Lanka, com 228.364 toneladas, ou 14,4% do total, seguido pelos EUA, com 202.919 toneladas (12,8%), e Iê-men, com 195.761 toneladas (12,4%).

Quanto aos embarques de açúcar via Break Bulk, o Brasil exportou 2,034 milhões de toneladas em novembro a um preço médio FOB de US$ 378,07/ton, queda de 25,65% sobre o volume exportado no mês anterior. Em compa-ração ao igual mês do ano passado, a redução foi de 10,21%.

Do total exportado em novembro, 1,743 milhão de toneladas foram de açúcar a granel a US$ 375,29/ton FOB, recuo de 17,26% em relação a outubro. Já os embarques de açúcar em sacos caíram 53,79% para 290.319 toneladas a US$ 394,80/ton FOB. No acumulado do ano, as exportações de açúcar soma-ram 21,877 milhões de toneladas, redu-ção de 11,82% sobre o mesmo período de 2013 (24,811 milhões de toneladas).

Provavelmente motivado pela depre-ciação cambial, observa-se, contudo, uma melhora na nomeação de navios para o embarque de açúcar no Brasil. Em um mês, a taxa de câmbio sofreu uma desvalorização de 5,3% para R$ 2,7403 no dia 16 de dezembro, ao pas-so que o primeiro futuro do açúcar #11 em NY caiu 6,7% no mesmo período para US$ 14,71 c/lb. Consequentemen-te, o preço do açúcar em reais sofreu uma variação negativa de 1,8%, a R$ 888,68/ton.

Hoje o embarque de VHP em Santos para entrega em dezembro é negociado com descontos de 85 a 95 pontos sobre o primeiro futuro de NY. Para entrega em janeiro, descontos passam a variar de 50 a 60 pontos e de 35 a 45 pontos para entrega em fevereiro.

*diretor da Datagro

Ponto de Vista I

RC

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11Ponto de Vista II

O significado da Recuperação JudicialPor Ângelo Guerra*

Ângelo Guerra

O setor sucroalcooleiro atravessa um momento de apreensão e incertezas. 2014 não foi um ano

bom para as usinas e, por consequência, para os fornecedores de equipamentos e prestadores de serviço que atendem à ca-deia de açúcar e etanol. Se não foi bom para os negócios, precisa ser para sua organização. Segundo levantamentos do setor, cerca de 60 usinas requereram a Recuperação Judicial em 2014, utilizan-do dos dispositivos da Lei 11.101/2005, que instituiu a Recuperação Judicial no País, além de outras deliberações.

A lei vigente oferece oportunidade de reorganização do negócio e pode ser acessada em circunstâncias de crise eco-nômico-financeira, cuja análise reporte a uma possibilidade de soerguimento da empresa. Houve grande flexibiliza-ção dos dispositivos legais que, antes, miravam no fechamento da empresa, venda de ativos e pagamento das dívi-das, com sérias consequências sociais. Os dispositivos da Lei 11.101/2005, por sua vez, modernizaram os mecanismos de negociação e de gestão no sentido de viabilizar a continuidade do negócio.

O plano é elaborado e apresentado pela empresa recuperanda aos seus cre-dores em reunião pública - Assembleia Geral de Credores – que votam pela sua aprovação ou não.

Nos mais de 70 processos de recu-peração que conduzimos com 100% de aprovação na última década, uma característica é praticamente unânime e reveladora: a grande maioria dos em-presários recorre ao dispositivo legal somente no último instante, quando todas as alternativas já se esgotaram. Essa negação prolongada do empresa-riado brasileiro é uma das mais perigo-sas armadilhas quando se busca recu-perar uma empresa.

A Recuperação Judicial oferece a oportunidade de restruturação das dívi-das, reorganização dos processos e proce-

dimentos e reavaliação do negócio. Acei-tar que o cenário é de dificuldade e que o futuro pode ser sombrio é o primeiro grande passo para o empresário que dese-ja verdadeiramente recuperar a saúde do seu negócio, para que possa seguir pro-duzindo e gerando riquezas. Apesar de o nome ser associado a um cenário negati-vo, a Recuperação Judicial deve ser enca-rada como um excelente instrumento de negociação de dívidas. Uma vez autoriza-da pela justiça, a empresa requerente tem 180 dias de proteção legal contra ações e execuções e a possibilidade de acesso aos recursos eventualmente retidos.

Os passivos trabalhistas têm priorida-de para quitação, conforme escala apro-vada na Assembleia de Credores, e gran-de parte da dívida pode ser paga de forma parcelada e escalonada. Alguns passivos estão fora das negociações, como aqueles contraídos junto à União e aqueles vincu-lados a alienações fiduciárias.

A legitimidade para requerer a recu-peração judicial é exclusiva do devedor que exerça regularmente suas atividades há mais de dois anos e que, cumulati-vamente, não seja falido, não tenha ob-tido concessão do instituto nos últimos cinco anos e não tenha como sócio ou administradores condenados por crimes falimentares. O devedor é definido como todo empresário ou sociedade empresá-ria. É possível também que o cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, in-ventariante ou ainda sócio remanescente requeiram a Recuperação Judicial. Não podem requerer Recuperação Judicial: sociedade simples, empresa pública, so-ciedade de economia mista, instituições financeiras (pública ou privada), coope-rativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saú-de, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e equiparadas.

Criar um ambiente favorável para continuidade e crescimento das ope-rações das empresas é um dos grandes

desafios de um projeto de recuperação judicial. A retomada do crédito ocorre gradativamente para aquelas empre-sas que demonstram de forma consis-tente e com informações confiáveis as mudanças nos fundamentos que as levaram à crise.

A lei não impõe nenhuma mudan-ça operacional e/ou organizacional na empresa durante o processo e ela pode continuar operando normalmen-te. Entretanto, como qualquer empresa em dificuldade financeira, a obtenção de novos recursos pode ser um dos entraves. A reorganização proporcio-nada pelo processo de recuperação, organizada em um plano consistente e factível, possibilita a retomada da cre-dibilidade e, com o tempo, a geração de caixa, que atrairá investimentos e fomentos financeiros.

Nenhum cenário pode ser tão desa-lentador quanto aquele no qual faltam perspectivas. Existem, porém, disposi-tivos legais e operacionais que podem ser usados em favor do negócio e de sua sustentabilidade. A Recuperação Judicial pode parecer um remédio amargo, porém seus efeitos, quando combinados com decisões organiza-cionais responsáveis, revelam-se ne-cessários e prudentes.

*sócio-diretor da Exame Auditores IndependentesRC

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12Ponto de Vista III

O Silêncio Perante as Tenebrosas Transações Prof. Dr. Marcos Fava Neves*

Manifesto neste texto meu senti-mento de tristeza e indignação com o rumo que vem sendo

tomado pelo nosso País, colocando em risco difíceis e dolorosas conquistas que tivemos desde o processo de demo-cratização.

Assistimos nos últimos anos a uma gestão na esfera Federal que vem fa-lhando na tentativa de promover um maior desenvolvimento nos pilares econômico, social e ambiental do nosso país, facilmente comprovado por indi-cadores internacionalmente reconheci-dos em todas estas áreas, que vêm apre-sentando seguida deterioração.

Entre os econômicos, destaco o re-trocesso na atividade industrial e con-sequente menor geração de empregos, queda na arrecadação de impostos, balança comercial passando a ser de-ficitária em 2014, com importações já representando quase 22% do total con-sumido no Brasil, o retorno da inflação, que perigosamente encosta na parte superior da meta estabelecida, e repre-senta uma terrível penalidade às classes mais humildes.

Temos anualmente perdido posições no índice internacional de competiti-vidade das nações, passamos por um aumento considerável dos custos de produção, o que traz grande compro-metimento na capacidade de geração de renda pelas empresas, e sem geração de renda, fica comprometida a salutar e desejosa distribuição de renda, que se observará nos cortes de programas so-ciais já em 2015.

Entre os indicadores sociais, obser-vo pela primeira vez nos últimos anos o aumento no número de miseráveis, fracas participações em competições internacionais na área de educação, a acomodação de importante parte de nossa população desistindo do trabalho e dependendo do Estado, a explosão da violência urbana e rural, a degradação do tecido social, deterioração das ins-tituições sociais, dos valores éticos, de educação, convivência e solidariedade. Observo também um desencanto dos jovens e dos talentos e empreendedores

com o Brasil, com aumento na vontade de pessoas em buscarem alternativas em outros países. Todos sabemos já de muitos casos de pessoas que foram embora, cérebros, repetindo processos passados por nossos países vizinhos.

Finalmente, assistimos também se deteriorarem alguns indicadores am-bientais, com o aumento recente na taxa de destruição de nossas florestas e, principalmente, nas emissões de CO2, entre outros, notadamente pela perda do setor de etanol e energias renováveis com equivocadas políticas de subsídios aos combustíveis fósseis, amplamente debatidas e contestadas pelos pesquisa-dores, entre os quais me incluo.

Como mais um indicador de uma gestão fraca, o Governo Federal não cumpriu as metas do orçamento propos-to para 2014, e necessita de uma ma-nobra para acertar as contas. Isto repre-senta mais uma afronta às instituições, ao tentar flexibilizar perigosamente uma conquista de enorme relevância à sociedade brasileira, a lei de responsa-bilidade fiscal, com possíveis reflexos futuros nas arenas estaduais e muni-cipais, pois se abre o precedente de se acertar por artifícios as contas de quem não as cumpriu como gestor público, colocando em risco uma das maiores conquistas da sociedade brasileira, que foi a estabilização da moeda.

Assistimos também atônitos às des-cobertas diárias de tenebrosas transa-ções que vêm saqueando as nossas es-tatais, sendo o caso da Petrobras, entre muitos outros, o mais escandaloso que vi em nossa história, pelo volume de recursos comprovadamente desviados pelo grupo que está à frente da gestão do nosso país. Roubos que prejudicam a nossa sociedade de diversas formas, mas principalmente em investimentos que poderiam beneficiar os mais humildes, comprometendo as futuras gerações do nosso país. Ressalto que a corrupção não se restringe ao Governo Federal, é prati-ca recorrente em nosso país.

Ou seja, encontramo-nos hoje na mais triste situação em termos de ad-ministração pública: má-gestão, que

comprovadamente tirou o País dos tri-lhos do desenvolvimento, aliada à ele-vada corrupção. Basta a leitura diária dos editoriais da respeitável imprensa brasileira e internacional para este triste diagnóstico.

Dirijo-me à comunidade universitá-ria manifestando minha decepção pela elevada acomodação e omissão, na qual não me enquadro, de boa parte do siste-ma universitário, seja do corpo docente ou discente, à situação de deterioração na qual nos encontramos. Justo a Uni-versidade, que historicamente é cata-lisadora de movimentos de mudança e moralização.

Chega a ser intrigante, além de difí-cil compreensão, perante esta situação de má-gestão e saque do patrimônio público “em tenebrosas transações”, o silêncio, além do compositor da canção que cito no início, das nossas associa-ções de classe, sindicatos e de entidades estudantis, entre estas destaco os sem-pre combativos e tradicionais Centros Acadêmicos e notadamente a desapa-recida UNE, entidade de contribuições históricas e que foi às ruas no Anhanga-baú (SP) comigo em 1992 derrubar via impeachment um presidente que, em tom de humor trágico, me parece hoje um “homeopata” perto de tudo isto que se vê. Por que estão em silêncio? Passa-ram a tolerar, aceitar a corrupção desen-freada? Ou se escondem num injustifi-cável e falso argumento que... “sempre foi assim” para justificar a omissão?

Uso este texto para manifestar meu chamado, meu estímulo para que a co-munidade universitária e a sociedade saiam desta injustificável acomodação e participem mais ativamente do pro-cesso de protesto contra esta deteriora-ção e tudo o que vem sendo feito diaria-mente para prejudicar o nosso objetivo comum, que é a construção de um país justo, de oportunidades e com elevado IDH (Índice de Desenvolvimento Hu-mano), traduzindo em seguidas melho-rias nos seus indicadores de desenvol-vimento econômico, ambiental e social, que comprovadamente por indicadores internacionalmente aceitos, deixamos de ver no nosso País.

“Dormia, a nossa pátria mãe tão distraídaSem perceber que era subtraída

Em tenebrosas transações...” (Chico Buarque de Holanda)

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A Ameaça ProgressistaProf. Dr. Marcos Fava Neves*

O leitor deve estar intrigado com o título, afinal, como é que pro-gresso pode ser ameaça?

Para explicar, conto um “causo”. Final de semana, inspirado pela volta triunfal de São Pedro à cidade de Ribei-rão Preto-SP, li e assisti muita coisa, en-tre elas, um filme norte-americano que traz informação que já havia percebido: os defensores das antigas ideias ligadas ao comunismo e socialismo continuam firmes e fortes, mas não usam mais es-tes nomes, pela baixa aceitação na po-pulação. Usam nova roupagem: o termo “progressista”. Lastreiam “forças pro-gressistas” com outro apelo junto: “jus-tiça social”. Grande sacada esta mudan-ça, pois alguém ouvindo que tal pessoa é progressista, é levado a pensar que se trata de uma pessoa ou ideia que trará progresso, e todos gostam de progresso.

A palavra progresso, de onde se ori-gina o que deveria ser o movimento pelo progresso, ou progressismo, signi-fica: “adiantamento, desenvolvimento, aperfeiçoamento, marcha ou movimen-to para diante” (Aurélio). Já o progres-sismo (não se encontra no Aurélio, mas na Wikipédia) é “uma doutrina política que expressa a crença ou o desejo de evolução, desenvolvimento, aperfeiço-amento, superação. Opõe-se ao conser-vadorismo. Políticas progressistas são aquelas que propõem mudanças socioe-conômicas radicais, para o desenvolvi-mento e o progresso da sociedade”.

Nosso “causo” agora vai para a agri-cultura. Por coincidência achei o termo progressista, logo após o filme. Li en-trevista com um ministro dizendo que seu partido aceitará um ou uma “ru-ralista” no comando do Ministério da Agricultura, pois este tradicionalmente não é ocupado por nenhum ministro “progressista”, por ser um feudo do agronegócio. Um pequeno aparte: ru-ralista é outro termo terrivelmente pe-sado, tal como socialista e comunista. Precisamos copiar esta estratégia e mu-dar de ruralista para “alimentaria a” e, neste caso, a estratégia é honesta, pois o novo nome significa a mesma coisa.

Manifesto visão radicalmente oposta

a deste ministro e destas pessoas no que significa ser progressista. O agronegó-cio é justamente o setor mais progres-sista do Brasil, por trazer um saldo co-mercial impressionante e gerar enorme renda para ser amplamente distribuída nesta parte do mundo. Em outras pa-lavras, o I-Phone do ministro foi pago pelo açúcar exportado. É praticamente a única coisa que temos com respeito e admiração internacional e que vem tra-zendo progresso por aqui.

O ministro entrevistado não vê no ex-colega e ex-ministro da Agricul-tura Roberto Rodrigues uma pessoa progressista. Talvez tenha perdido a oportunidade de ver seu trabalho e re-sultados entregues, ou de conversar e ver que dele saltam ideias e ações de progresso com inclusão social, afinal, é também um dos principais lideres coo-perativistas no mundo.

Progressistas seriam então os adep-tos das ideias neossocialistas ou neo-comunistas (se é que isto é possível), e mais recentemente, os bolivarianos, que o ex-presidente de destruído país vizinho chamava de “socialismo do sé-culo XXI”.

Conto a vocês neste “causo” que tenho sim algo em comum com estas pessoas, que são boas e idealistas: o objetivo. Almejamos um país com ele-vado índice de desenvolvimento huma-no (IDH). Diferimos é na estratégia, o “como fazer” para se atingir o objetivo (aonde se quer chegar).

Comprovamos empiricamente após décadas de tentativas em lugares do mundo, que estas estratégias (comunis-ta, socialista, bolivariana) levaram ao re-trocesso, e não ao progresso. Seleciono um motivo central para explicar onde fa-lham: comprometem a geração de renda. E sem geração de renda, torna-se difícil distribuir renda e elevar o IDH.

Portanto, as ideias destas pessoas, de “progressista”, no sentido correto da palavra, não têm absolutamente nada. Mas é bonito ver como acreditam pia-mente que seus Governos entregam progresso, mesmo lutando contra qua-

Ponto de Vista IV

se todos os indicadores que mostram o contrário. A palavra “progressista” usa-da para esta finalidade, para esta carac-terização, é um estelionato.

Poderia parar aqui, mas o “causo” terminaria com o leitor sem entender o título deste artigo, afinal onde este mo-vimento “progressista” representa uma ameaça ao Brasil? Percebo cada vez mais esta estratégia comprovadamente equivocada, sendo disseminada como a correta e ganhando adeptos pelo Brasil, principalmente em orquestrados movi-mentos sociais (vejam o recente con-vênio de um deles com as comunas do vizinho do Norte), ONGs, e o mais pe-rigoso, vai espalhando silenciosamen-te no ensino médio e universitário via professores “progressistas”, atingindo crianças e jovens com conteúdo ideo-lógico em momento vulnerável de suas formações.

Movem-se silenciosamente como o cupim, e quando percebemos, seu estra-go está feito. Qual estrago? O estrago que basicamente faz a pessoa acreditar que para ter renda, não precisa gerar renda. Pensamento individual que, co-letivizado, destrói uma nação, como já destruiu muitas.

E pior ainda, para o “nobre” fim, para a “nobre” causa “progressista” justificam-se, ou toleram-se, os meios, mesmo que altamente condenáveis. Daí talvez esta apatia de grande parte dos “movimentos sociais” e da juventude ao quadro de corrupção instalado em nosso país, pois este seria um mal ne-cessário ao bem maior “progressista”.

Fica o alerta aos que querem produ-zir, gerar renda e desenvolvimento no Brasil: é necessário reagir de maneira estruturada à crescente e enorme ameaça “progressista”. A palavra original com-bina com produção e desenvolvimento, mas o novo uso desta palavra, não. Foi amplamente demonstrado no mundo.

*Marcos Fava Neves é Professor Ti-tular de Planejamento e Estratégia na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, Campus de Ribeirão Preto. RC

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Como está o nosso agro?Pelo quarto mês consecutivo, em novembro, o desempenho

das exportações do agronegócio so-freu queda. As exportações (US$ 6,13 bilhões), se comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 7,16 bi), diminu-íram 14,4%. O saldo na balança do agro de novembro foi de US$ 4,89 bi, uma queda de 15,1% em relação a novembro de 2013.

O valor exportado acumulado no ano (US$ 89,9 bilhões) teve queda de 3,8% quando comparado com o mesmo período de 2013 (US$ 93,6 bilhões). O saldo acumulado no ano foi de US$ 74,6 bilhões (4,2% menor que o mesmo período em 2013).

Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma grande queda de 30,5% nas exportações (US$ 13,7 bi em 2013, para US$ 9,5 bi em 2014), o que levou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a alcançar um patamar de 39,2% do total das ex-portações brasileiras.

Com isto, aumentou consideravelmen-te o deficit da balança comercial brasileira em relação a novembro de 2013, saindo de um deficit de quase US$ 0,2 bilhão para um deficit de US$ 4,2 bilhões. Se não fosse o agronegócio, a balança co-mercial brasileira teria um deficit de US$ 79 bilhões acumulados no ano, ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na economia brasileira.

Como está nossa cana? Compartilho com o leitor da Caipi-

rinha a minha leitura de 2015. Come-ço pelos meus pontos de preocupação, para depois falar dos pontos ou fatos que podem ser positivos.

Pontos de preocupação para 2015- Preço do petróleo, qual é o piso? Se

continuar a cair, jogará grande pressão sobre as margens do etanol;

- Crescimento zero e desemprego forte no Brasil;

- Safra de cana será do mesmo tamanho;

- Riscos da tentativa de volta de ou-tros impostos (CPMF), que afetam os custos do setor;

- Custo de produção continua eleva-do em 2015, pois não se esperam gran-des ações de redução dos gargalos do custo Brasil;

- Menor renovação de canaviais e feitos do clima de 2014 nos levarão a uma produtividade igual ou menor;

- Juros mais elevados (custo de capi-tal) e maiores riscos de refinanciamento (rebaixamento de ratings) trarão au-mento do endividamento e de recupe-ração judicial;

- Entressafra longa traz mais risco para as empresas descapitalizadas (afe-ta mercado por abaixar desnecessaria-mente os preços);

- Desânimo e desconfiança generali-zados no Brasil afetam negativamente o investimento;

- Petrobras e o “dominó estatal”, ou seja, todo este mar de lama na Petrobras vai paralisar o Governo, e isto é apenas o começo, pois deve chegar as outras estatais;

Pontos favoráveis para 2015- Deve finalmente aumentar a mistura

do anidro na gasolina, para 27,5% (prova-velmente iniciando em março de 2015);

- A provável volta da incidência da CIDE na gasolina, pela necessidade de arrecadação por parte do Governo;

- Um balanço mais favorável de pre-ços pode levar a aumento no consumo de hidratado e efeitos positivos de uma safra mais “etanoleira” nos preços in-ternacionais do açúcar;

- Baixos preços do açúcar nos últimos anos desestimulou a produção em alguns locais no mundo, com isto começam a cair os estoques mundiais de açúcar e continua o consumo crescendo (1,5/2%), podendo refletir em melhores preços;

- Com o aumento do desemprego, devem cair os preços de mão de obra no setor;

- Boas perspectivas na cogeração em 2015;- Taxa de câmbio deve ficar entre 2,5

a 2,8, ajudando nas margens dos produ-tos exportados pela cadeia produtiva;

- Teremos cada vez mais os efeitos de processo de “seleção”, ou seja, anos difíceis fizeram com que muitos deixas-sem a atividade, e os consolidadores são os mais eficientes e capitalizados (sem desconsiderar os graves problemas so-ciais ligados a esta saída da atividade);

- Ausência de Copa e eleições, que paralisaram a produção no Brasil em parte de 2014;

Quem é o homenageado do mês? A coluna Caipirinha todo mês ho-

menageia uma pessoa. Neste mês, a homenagem vai para a amiga Saman-ta Pineda, advogada e especialista em agronegócios, grande estudiosa e co-nhecedora, árdua defensora do setor.

Haja Limão: 2014 terminou. Um ano absolutamente complicado ao Brasil, de retrocesso de nossa sociedade. Termina a primeira gestão da presidente da Repúbli-ca com pouca coisa que pode ser carac-terizada como de êxito. Uma má-gestão acossada pela corrupção. Lamentavel-mente os eleitores cegos do Brasil não viram isto e nos presentearam com mais quatro anos. Haja limão pela frente!

Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de

Ribeirão Preto. Em 2013 foi Profes-sor Visitante Internacional da Purdue

University (EUA)

Coluna Caipirinha

Marcos Fava Neves

CaipirinhaAlguns fatos positivos para 2015

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III Encontro de Gerentes do Sistemaé marcado pelo otimismo

Notícias Copercana

Informar, conscientizar e manter a equipe estimulada para um novo ano que se inicia. Este foi o objetivo

do III Encontro de Gerentes do Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred realizado em novembro, no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho - SP. Pa-lestras proferidas pelo economista José Roberto Mendonça de Barros e pelo fi-lósofo Mário Sérgio Cortella marcaram o evento, que contou com a participa-ção de mais de 200 colaboradores.

“Vivemos uma dupla transição, com o término do atual modelo de cresci-mento mundial e de uma estrutura de poder que se formou a partir de 2003”, explicou Barros, ao dar um panorama sobre o cenário político e econômico mundial e nacional. De acordo com o palestrante, a economia doméstica vive um desarranjo macroeconômico e se-torial, com baixo crescimento, deficit fiscal, inflação acima da meta, sem falar na crise da indústria, energia e em ou-tros setores, como o da construção civil, que afastam os investimentos. “Nem uma equipe de super-heróis resolveria os problemas enfrentados pelo Brasil, se a gestão continuar do jeito que está”, afirmou o economista.

Andréia Vital

Segundo ele, 2015 ainda será um ano difícil a ser enfrentado, mas o cenário deverá mudar. “Existe muita coisa que pode ser feita, mas que exige, antes de tudo, pé no chão, uma estratégia que seja cautelosa, mas compatível com a retomada de crescimento mais adian-te”, explicou, afirmando que “especial-mente no agronegócio, mesmo a parte que está mais prejudicada que é o setor sucroenergético, tem uma perspectiva bastante razoável porque o dólar vai estar mais alto e isso tende a ajudar o

setor. Além disso, acho que os custos vão subir um pouco menos do que tem subido, no período recente. Então acho que depois de tanta dificuldade o cená-rio possa clarear um pouco para o se-tor”, contextualizou.

Ao ser questionado pelo presidente da Copercana e Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, sobre a possibilidade de se fazer uma reforma fiscal diante do atual cenário em que se encontra o Brasil atualmente, o economista foi ta-xativo. “Teria se o Aécio Neves tivesse vencido a eleição, com o Governo que está ai, não vejo essa possibilidade”, afirmou. Outros participantes também esclarecem suas dúvidas sobre o desti-no da economia nacional e sua influên-cia na crise da agroindústria canavieira na ocasião.

De acordo com o filósofo Mário Sér-gio Cortella, a palavra crise, no sânscri-to, significa purificação. “Por isso, uma crise significa algo que nos leva a pensar e reorientar processo, mas ela também nos ajuda a olhar o que tem que ser dei-xado de lado e o que tem que ser levado

Palestras de Mário Sérgio Cortella e José Roberto Mendonça de Barros abrilhantaram evento que reuniu mais de 200 colaboradores em Sertãozinho - SP

Os participantes ficaram atentos a palestra do filósofo Mário Sérgio Cortella

José Roberto Mendonça de Barros, economista

Antonio Eduardo Tonielo,presidente da Copercana e Sicoob Cocred

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adiante” ensinou, afirmando ainda que quando se fala para um setor que está em crise é necessário ser mais trazedor de esperança. “Uma esperança que não seja ilusória, mas também que não seja algo que traga a catástrofe como sendo aquilo que está às portas”, explicou.

“Uma crise não é o ponto final, uma

crise é um obstáculo na passagem e este setor não vive em crise pela primeira vez, essa crise é como na natureza, é cíclica, mas quem é da roça sabe que a agricultura é a arte da paciência e uma pessoa que não tem paciência não pode lidar com agricultura”, disse o filósofo, afirmando que há dois modos de en-frentar uma crise. “O primeiro é sentar e chorar, o segundo é levantar e enfren-tar. Não se enfrenta uma crise como está sem trabalho, sem dedicação, sem reação e sem junção”, analisou.

Cortella ressaltou também a impor-tância de se equilibrar a vida profissio-nal e pessoal. “Equilíbrio não é ficar pa-rado no meio, equilíbrio na vida é igual a ter equilíbrio na bicicleta. Na vida você se equilibra em movimento, a vida humana é uma maratona, e tem gente que quer fazer da vida, da carreira, cem metros com barreira, dispara, sai cor-rendo, salta e quase cai morto”, disse, afirmando que “equilíbrio é você ir aos extremos e não se perder neles”. O filó-sofo também citou o britânico Beda, o Venerável, ao afirmar que há três cami-nhos para o fracasso: não ensinar o que se sabe; não praticar o que se ensina e não perguntar o que se ignora.

Para ele, uma das coisas decisivas para não se ter uma vida perdida é dis-seminar a ideia de esforço. “Parte das novas gerações não têm ideia de esfor-ço, essa facilitação é um dos mecanis-mos para que se crie uma geração mais frouxa, que não pega no breu, é meio cozida, o que traz um desequilíbrio à relação de gerações”, analisou, mas avi-sou que ainda há um caminho a seguir. “Você não controla a direção dos ven-tos, mas você pode reorientar suas ve-las, orientar essa nova geração que está chegando, pois se bobear, fraquejar, ela não pega no breu”, disse, lembrando ainda que o segredo da vida é simples.

“Vaca não dá leite, você tem que tirar”.

Nesta edição a Bayer foi a patrocina-dora do encontro. “A Bayer enxerga o Sistema como um parceiro de negócios extremamente importante e nós vemos que é uma oportunidade para transmitir um pouco aquilo que a empresa é, não só em nível Brasil, mas que a empre-sa tem dentro do agronegócio, além do fato da gente estar ampliando o conhe-cimento do corpo gerencial da Coper-cana e Canaoeste, essa interação com o time gerencial é muito importante”, concluiu o representando da multina-cional Augusto de Camargo Monteiro.

Participantes aprovam o eventoPara o presidente da Copercana, An-

tonio Eduardo Tonielo, promover even-tos como este é de fundamental impor-tância para ajudar no dia a dia, seja na vida profissional, como na pessoal. “É sempre um alerta para as pessoas e te-nho certeza que muito dos nossos co-laboradores vão pensar um pouco dife-rente na hora que voltar para o serviço ou mesmo quando chegar em casa”, disse ele.

Opinião compartilhada com o diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti. “No cooperativismo você tem que estar sempre aprendendo, e na família tam-bém”, frisou.

Manoel Ortolan, presidente da Ca-naoeste, também aprovou o encontro. “Acho que foi um evento muito bom. Os dois palestrantes, pelo que a gente ouviu, passaram informações impor-

tantes, que foram bem aceitas por todos que estavam participando. Consegui-mos praticamente encher o salão, com mais de 200 funcionários, colabora-dores do Sistema. Além disso, vale destacar também a integração entre as três empresas - Copercana, Canaoeste, Sicoob Cocred - pois todo mundo parti-cipa desse evento”, disse.

Já o gerente da Uname (Unidade de Grãos da Copercana), Augusto César Strini Paixão, destacou as dicas ofere-cidas pelos palestrantes. “A palestra do Barros mostrou a dificuldade que tere-mos pela frente e que o cenário para o Brasil no próximo semestre ainda não será muito bom e a palestra do Cortella nos fez perceber que para enfrentar as dificuldades a gente precisa estar uni-dos”, analisou.

“Cada vez o evento fica melhor, es-tamos aprendendo mais. Este ano veio abrilhantar o nível de palestrantes, não

Pedro Esrael Bighetti,diretor da Copercana

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste

Augusto César Strini Paixão,gerente da Uname

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há quem não tenha gostado. Para nós que trabalhamos na Copercana é uma chance muito grande de ter a participa-ção e o aprendizado de pessoas como estas, é muito vantajoso”, disse Frede-rico Dalmaso, gerente de comercializa-ção da cooperativa.

De acordo com Manoel Sérgio Sic-chieri, assessor das diretorias do Siste-

Frederico Dalmaso,gerente de comercialização

Manoel Sérgio Sicchieri, assessor das diretorias

Márcio Meloni, administrativo e Financeiro da Sicoob Cocred

ma, as informações obtidas no encontro são relevantes para a atualização dos colaboradores sobre o cenário políti-co e econômico. “A palestra do Mário Sérgio trouxe muita motivação para a gente e agrega valor no nosso dia a dia, pois às vezes tem coisa que a gente dei-xa passar, e não damos conta, portanto, vem agregar no nosso trabalho, na nos-sa família”, alegou.

Para o diretor Administrativo e Fi-nanceiro da Sicoob Cocred, Márcio Meloni, o evento é de suma importân-cia “para atualizar todos os gerentes em termos de política, em termos de ação econômica, políticas de juros, câmbio, enfim, ele dá um panorama da econo-mia do País, com a perspectiva do que pode acontecer e manter o pessoal atua-lizado”, afirmou.

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Reforma no supermercado de Sertãozinho-SP amplia qualidade e conforto

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Um novo conceito em compras, que alia conforto, sofisticação, qualidade e preços competiti-

vos. A preocupação com a máxima sa-tisfação dos clientes impulsionou a Co-percana a fazer uma série de mudanças em seu supermercado de Sertãozinho--SP. Novinho em folha, agrada pela dis-posição dos produtos, corredores mais largos, rotisseria ampla e mais organi-zada e, claro, imensa gama de produtos e a possibilidade de encher o carrinho gastando menos.

A loja é a segunda a ganhar um estilo diferenciado, marcado pela padronização da fachada, caixas, balcões, gôndolas e cores. A primeira, que já nasceu com esse novo layout, foi a de Jaboticabal-SP, inau-gurada em novembro de 2012.

As mudanças em Sertãozinho, que incluíram iluminação e forro novos, além de condicionadores de ar, o que deixou o ambiente mais claro e refres-cante, duraram seis meses e foram fei-tas com a loja em pleno funcionamen-

Igor Savenhago

Mudanças fazem parte de um novo conceito que já havia sido aplicado na loja de Jaboticabal-SP, inaugurada em novembro de 2012

to. Os trabalhos eram concentrados no período noturno, para não atrapalhar os clientes. Algumas estruturas ainda devem ser implantadas, como uma se-paração em vidro entre a rotisseria e a geladeira, para evitar temperaturas mui-to baixas.

Ricardo Meloni, gerente comer-cial da Copercana, afirma que grandes mudanças ocorrem, principalmente,

quando envolvem uma equipe de pro-fissionais qualificados e que conseguem entender o objetivo e a missão da coo-perativa. “Estamos visualizando e pla-nejando diariamente para alcançar cada resultado positivo da empresa. A nossa diretoria tem acompanhado e apoiado todo o trabalho comercial, para que possamos ter esse crescimento e aber-tura a novos desafios”.

Meloni destaca, ainda, o desempe-nho da equipe de compras. “Traba-lhamos, incessantemente com forne-cedores para que possamos oferecer

Ricardo Meloni, gerente comercial

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A mesma opinião tem Antônio Sau-le, outro cliente fiel. “Além de qualida-de, hoje as pessoas buscam conforto. E, nesse aspecto, ficou ótimo. Está mais arejado e com mercadorias muito bem distribuídas”.

Esses fatores favorecem, também, o lazer em família. Para Vera Lúcia Silva, que vai ao supermercado com o marido, Júlio César Baltazar, e a sobrinha Maria Eduarda, o espaço é perfeito para uma refeição saudável e descontraída, já que dispõe de uma rotisseria com mais op-ções. “Além disso, é nítida a maior qua-lidade da loja, de uma forma geral. A localização dos produtos também está mais fácil. A informação visual está bem diferente do que era”.

O Supermercado Copercana em Ser-tãozinho fica na rua Dr. Pio Dufles, 551, no Jardim Soljumar.

melhores preços e aumento consi-derável no mix de produtos. Hoje, a diversidade com qualidade é a maior com relação aos nossos concorrentes. Tenho que agradecer a esta equipe pelo comprometimento com as nossas me-tas e por trabalhar sempre para termos, também, os melhores preços. A Coper-cana não é feita por uma pessoa, mas por uma equipe focada. Exemplos são nossos supervisores, gerentes, encarre-gados e funcionários”.

Ele agradece ao supervisor dos Su-permercados Copercana, Márcio Ze-viani, que, desde o início, colocou sua experiência e conhecimento como ges-tor a serviço das novas tendências de mercado. “Com a reforma, foi possível melhorar todas as gôndolas, otimizan-do melhor espaço aos clientes, tendo, assim, a aceitação de 100% dos nos-sos consumidores. Posso pontuar, por exemplo, o refrigerador único das bebi-das, que mantém a temperatura mesmo com a reposição. Quero deixar claro que sempre estarei pesquisando, para disponibilizar aos nossos clientes o me-

lhor em supermercado. E agradecer a toda equipe da loja de Sertãozinho pelo empenho”, declara Zeviani. Ele lembra que a reforma se estendeu à parte exter-na, onde se localiza o estacionamento, que ganhou mais vagas, tanto comuns quanto especiais.

SAtiSfAçãoA loja recém-reformada, que man-

tinha o formato original já há 15 anos, deixou os clientes com sorriso aberto. “Um dos desafios mais interessantes era reformar com o supermercado aberto. E o mais legal dessa trajetória era a satis-fação dos clientes em ver toda a equipe empenhada para melhor conforto de-les”, diz Zeviani.

Os mais tradicionais, que compram no local há muitos anos, destacam que os diferenciais irão atrair mais gente. E que as mudanças são perceptíveis em todos os aspectos do supermercado.

Cristina Assan, que frequenta a Co-percana em Sertãozinho desde a pri-meira inauguração, pelo menos duas vezes por semana, afirma que uma maior visibilidade dos produtos foi fa-vorecida. “O açougue está melhor. Os vinhos têm maior variedade. Enfim, melhorou para todo lado”.

Márcio Zeviani, supervisor dos Supermercados Copercana

Cristina Assan

Antônio Saule

Vera Lúcia Silva, Maria Eduarda e Júlio César Baltazar

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22Notícias Canaoeste

Geladeiroteca da Canaoeste é apresentada no 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias em SP

Com pouco mais de um ano, o projeto Geladeiroteca, apoiado pela biblioteca da Canaoeste,

vem ganhando espaços e se destacando cada vez mais. Para fechar o ano com chave de ouro, o projeto foi apresenta-do durante o 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias (Seminário Biblioteca Viva), que acon-teceu entre os dias 17 e 19 de novem-bro, no Novo Centro de Convenções Rebouças, na capital paulista.

Realizado pela Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Unidade de Biblioteca e Lei-turas (UBL), e a SP Leituras, o evento teve o objetivo de valorizar ainda mais as bibliotecas, disseminar a leitura e a informação e promover reflexões sobre o papel das bibliotecas na comunidade.

Estiveram presentes bibliotecários de vários Estados, profissionais de bi-bliotecas, dirigentes de cultura, estu-dantes, além de convidados nacionais e

Fernanda Clariano

O projeto “Geladeiroteca: consuma aqui e alimente seu espírito” foi apresentado pelo biblio-tecário Haroldo Beraldo, em forma de painel, durante o seminário

internacionais de países como o Chile, Colômbia, Espanha, Portugal e Estados Unidos, que participaram de palestras, debates, apresentações de painéis e pôs-teres sobre as mais variadas experiên-cias em bibliotecas.

Entre os temas apresentados esta-vam: acessibilidade, bibliotecas como espaços além da leitura, leitura nas diversas mídias, sustentabilidade e so-luções inovadoras e criativas para am-bientes em bibliotecas, passando por questões muito atuais como a diversi-dade de gênero e sexualidade.

Na abertura, o secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Marcelo Matos Araújo, representando o governador do Estado, Geraldo Alckmin, falou sobre a importância do trabalho realizado pelos bibliotecários. “Em pesquisa recente rea-lizada sobre os hábitos culturais dos pau-

listas, a leitura é o hábito cultural mais praticado por eles no seu tempo livre. Te-mos a certeza de que esse dado é, dentre outros, decorrência do trabalho realizado pelos bibliotecários. Sabemos que, para a maior parte das pessoas, as bibliotecas públicas e as comunitárias são o único meio de acesso aos livros e a cultura de forma geral”, afirmou o secretário.

“Essa é a primeira vez que os três sistemas de bibliotecas públicas se re-únem, o Municipal, o Estadual e o Na-cional, que estão cada vez mais alinha-dos na missão de garantir o direito de acesso à leitura, à informação e à cultu-ra a todos os brasileiros. Eu espero que as pessoas consigam compartilhar os conhecimentos, que elas se sintam aco-lhidas, motivadas e revigoradas para continuarem disseminando a leitura no País”, disse a coordenadora geral do evento, Adriana Cybele Ferrari.

Seminário Biblioteca Viva aconteceu no Novo Centro de Convenções Rebouças, na capital paulista

Marcelo Matos Araújo, secretário da Cultura do Estado de São Paulo

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O primeiro dia de seminário contou com um bate-papo descontraído com o escritor Maurício de Sousa, criador de personagens clássicos como a Mônica e sua turma.

Maurício de Sousa subiu ao palco afirmando que seria uma pessoa dife-

rente se não frequentasse a biblioteca da sua cidade quando criança e contou um pouco da sua trajetória. Ainda jo-vem, chegava a ler um livro por dia. “Quem lê tem sempre algo a dizer, tem sempre algo no coração e na cabeça para dividir com alguém. Não é uma pessoa vazia”. Ao mudar-se para São Paulo, o escritor chegou a apresentar alguns de seus desenhos para o editor

Adriana Cybele Ferrari.,coordenadora geral do evento

de um jornal, mas o editor pediu para que ele desistisse porque desenhos não davam dinheiro. Ao invés de desistir, Maurício colocou seu sonho em prá-tica e hoje conduz uma empresa com 200 funcionários, que é responsável por 86% do mercado brasileiro, com atuação em mais de vinte países, e que edita cerca de 2 milhões de livros em parceria com 22 editoras brasileiras.

Maurício de Sousa, criador dos personagens Mônica e sua turma e o mediador Wandi Doratiotto

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A primeira palestra do seminário foi ministrada pela convidada Sílvia Castrillón, da Associação Colombia-na de Leitura e Escrita (Asolectura), que fez um panorama sobre as biblio-tecas colombianas, seus acertos, frus-trações e desafios.

Já o chileno Gonzalo Oyarzún, do Sistema Nacional de Bibliotecas Públi-cas do Chile, falou sobre gibiteca e me-diação de leitura e dividiu mesa-redon-da com Patrícia Pina, da Universidade Estadual da Bahia.

“As bibliotecas públicas, motores culturais da Catalunha” foi o tema apre-sentado por Carme Fenoll, que em sua apresentação afirmou que “na Espanha, as bibliotecas são os equipamentos mais próximos do público, especial-mente nas pequenas cidades, mas não são os que mais atraem visitantes”.

Para finalizar o primeiro dia de se-minário, foram realizados painéis, com exposições de diversos cases de sucesso de bibliotecas do Brasil e o bibliotecá-rio Haroldo Luís Beraldo apresentou aos participantes do evento

“Como profissional é uma experi-ência única, é a primeira vez que par-ticipo de um evento com tamanha re-percussão, pois reúne bibliotecários e profissionais que trabalham no Brasil, América Latina, América do Norte e Europa. Ter sido convidado para apre-

sentar o projeto Geladeiroteca neste 7º Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias, é uma grande satisfação”, afirmou Beraldo.

“A Geladeiroteca é um projeto bem interessante e criativo, porque ao colocar livros dentro de um utensílio doméstico em locais públicos, ele se torna muito mais atrativo, pois instiga a curiosidade e acaba aproximando as pessoas à leitu-ra”, ressaltou Adriana Cybele Ferrari.

“Tendo em vista que as maiores au-toridades em bibliotecas do mundo es-tão presentes neste seminário apresen-tando seus projetos mais inovadores de bibliotecas, poder presenciar o projeto do Haroldo inserido dentro desse even-to é uma honra imensa para Sertãozi-nho e demonstra a importância que a própria cidade dá para o livro e para a leitura”, destacou a chefe de bibliotecas de Sertãozinho, Sônia Sarti.

“A ideia da Geladeiroteca é bem inte-ressante pelo fato de aproveitar, de forma lúdica, um material que seria descartado, que não teria utilidade. Além de facilitar o acesso aos livros, à informação, você pode colocar a Geladeiroteca numa praça e, faça sol ou faça chuva, é só fechar que não da-nifica os livros. Eu achei muito prática essa ideia”, disse o bibliotecário Sidnei Pereira de São José dos Campos-SP.

“O projeto em si, a distribuição de livros na comunidade não é algo novo, muitas bibliotecas fazem isso. O que eu achei interessante é o móvel, o suporte que eles usaram para poder deixar es-ses livros expostos para a comunidade. Estão usando geladeiras velhas, reutili-zando algo que é tão prejudicial ao meio ambiente. Achei muito bacana, gostei do projeto”, afirmou a bibliotecária em Ca-nanéia-SP, Alaide Pereira Santos Faraci.

Lembrando que o 7º Seminário In-ternacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias ainda contou com bate--papos interessantes com os escritores Fabrício Carpinejar e Laurentino Go-mes e com uma programação bastante diversificada.RC

Haroldo Luís Beraldo (bibliotecário da Canaoeste)apresentou o projeto Geladeiroteca aos participantes do evento

Sônia Sarti, chefe de bibliotecas de Sertãozinho

Sidnei Pereira, bibliotecário de São José dos Campos

Alaide Pereira Santos Faraci,bibliotecária em Cananéia

Notícias Canaoeste

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Projeto Geladeiroteca apoiado pela biblioteca da Canaoeste é premiado em Brasília

A ideia de difundir a leitura usando uma geladeira velha e sem ser-ventia, e fazer dela uma biblio-

teca, vem dando tão certo que, no dia 16 de dezembro, a “Geladeiroteca”, projeto apoiado pela biblioteca da Canaoeste, foi premiada na 7ª edição do Prêmio Vi-valeitura, anunciado em Brasília- DF.

O projeto, que surgiu em 2013, consiste em adaptar geladeiras antigas para ofere-cer livros, de forma gratuita e sem burocra-cia, em locais públicos de Sertãozinho-SP, e bastante frequentados pela população. As obras podem ser retiradas e, após a leitura, devolvidas no local, repassadas a amigos e conhecidos ou deixadas em pontos de ôni-bus e bancos de praças.

Seis pontos de Sertãozinho já foram contemplados: o ambulatório da UBS (Unidade Básica de Saúde) Plínio de Lima Rubião, no Jardim Recreio, e a EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil) Aracy Pelá, no Jardim Porto Seguro, a ABA (Associação de Amigos do Bairro Alvorada), o CEJUSC (Centro de Solução de Conflitos e Cidadania), no bairro Shangri-lá, o CCI (Centro de Convivência do Idoso), no Jardim Solju-mar, e o CRAS V (Centro de Referência de Assistência Social), na Vila Garcia.

VIVALEITURAO Prêmio Vivaleitura 2014 é uma

iniciativa dos Ministérios da Cultura e da Educação e da OEI (Organização dos Estados Ibero-americanos para a Edu-cação), com apoio da Fundação San-tillana, do Consed (Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação) e da Undime (União Nacional dos Diri-gentes Municipais de Educação). O ob-jetivo é estimular e fomentar a leitura, reconhecendo boas práticas.

Esta edição contou com 998 projetos inscritos de todas as regiões do País. Fo-ram selecionados 20 finalistas, cinco em cada uma das categorias: Bibliotecas Pú-blicas, Privadas e Comunitárias; Escolas

Públicas e Privadas; Práticas continu-adas de leitura em contextos e espaços diversos desenvolvidos pela sociedade e Promotor de Leitura (pessoa física).

A cerimônia de premiação foi rea-lizada no Salão Nobre na Câmara dos Deputados e contou com a participa-ção da secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria Be-atriz Luce, que representou o ministro Henrique Paim; da diretora da OEI no Brasil, Ivana de Siqueira; do secretário executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura do MinC, José Castilho Mar-ques Neto; da presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Karine Pan-sa; da deputada federal e senadora eleita Fátima Bezerra (PT-RN), que coordena a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Livro e Leitura e que representou a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, entre outros convidados.

O bibliotecário Haroldo Luís Beraldo, idealizador do “Projeto Geladeiroteca: consuma aqui e alimente seu espírito”, foi premiado entre os cinco melhores na Categoria 1 – “Bibliotecas Públicas, Pri-

vadas e Comunitárias”, tendo recebido o troféu das mãos da ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler.

“Estou muito feliz por ter conquista-do esse prêmio. Foi um momento úni-co, muito especial, pois esse é o maior prêmio de fomento individual de leitura no Brasil. Trazermos para a nossa bi-blioteca e para Sertãozinho-SP é algo de grande valor, que coroou de forma magnífica o trabalho que a gente vem desempenhando”, afirmou Beraldo.

RECONHECIMENTO“Quando o trabalho é realizado com

prazer e dedicação, as coisas aconte-cem. O Haroldo é um grande profissio-nal e tem feito um trabalho exemplar, levando a biblioteca ‘General Álva-ro Tavares do Carmo’ ao encontro da população, através da Geladeiroteca, disponibilizando livros principalmente àqueles que têm dificuldades no aces-so à leitura. Estamos muito felizes com essa conquista, que é fruto dos esforços dele, e esperamos que ele continue fir-me nessa trajetória”, disse o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan.

Haroldo recebe o troféu das mãos da ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler

RC

Fernanda Clariano com informações de assessoria

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Canaoeste e Copercana acompanham votação do PRA, em São Paulo

Foram seis meses de discussão, nove emendas e 45 alterações em relação ao projeto original. De-

pois de muita discussão, foi aprovado, no dia 10 de dezembro, na Assembleia Legislativa de São Paulo, o PRA (Plano de Regularização Ambiental) Paulista – Projeto de Lei 219/2014 –, que define as diretrizes para a adequação ambiental de propriedades rurais do Estado. A Coper-cana e a Canaoeste levaram representan-tes para acompanhar os trâmites finais.

O plano, aprovado por 65 votos a fa-vor e dois contra, corresponde à etapa estadual para a implantação do Código Florestal – Lei 12.651/2012 –, que pas-sou no Congresso Nacional há pouco mais de dois anos. O texto do PRA se-gue, agora, para sanção do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Conforme Juliano Bortoloti, advo-gado da Canaoeste, o impasse entre os deputados paulistas ocorreu, prin-cipalmente, por causa de dois pontos divergentes da Lei Federal. O primeiro se referia à questão da temporalidade. Segundo o Código Florestal, se o dono de uma fazenda consegue comprovar que a área foi desmatada numa épo-ca em que não havia legislação que disciplinasse a prática ou, então, em que a lei vigente autorizasse a retirada de vegetação, ele não fica obrigado a complementar a reserva florestal até o teto de 20% da propriedade, conforme

está determinado para outros casos. No entanto, o código não cita datas, o que deixa esse aspecto vago. Já o PRA Paulista delimitou os períodos de tem-po e o tipo de vegetação, deixando a regra mais clara.

Outro ponto de discordâncias foi a autorização ou não para que se fizesse a compensação da reserva legal fora do Estado de São Paulo. Como o Código Florestal prevê que a recomposição seja

por bioma, e não por unidade da Fede-ração, fica mantida a possibilidade de reflorestar em outros Estados.

Os momentos finais de discussão e vo-tação do programa foram acompanhados por agrônomos e produtores associados da Canaoeste e cooperados da Coperca-na. Eles se juntaram a cerca de 200 pes-soas que representaram vários segmentos da cadeia produtiva do agronegócio, entre eles o da cana-de-açúcar. Eram represen-

Diretores, associados, cooperados e colaboradores do Sistema acompanharam a votação

Programa de Regularização Ambiental, que teve 65 votos a favor e dois contras, define as diretrizes para adequar ambientalmente as propriedades rurais do Estado

Fernanda ClarianoIgor Savenhago

Notícias Canaoeste

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Barros Munhoz, deputado estadualCyro Penna Junior, presidente do Sindicato Rural do Vale do Rio Grande, em Barretos

tantes de sindicatos rurais, movimentos sociais, institutos de pesquisa, universi-dades, ONGs, representantes do próprio Governo Estadual, além de deputados, tanto estaduais quanto federais.

O projeto, fundamental para os desdo-bramentos do CAR (Cadastro Ambiental Rural) federal, foi apresentado pelo depu-tado estadual Barros Munhoz (PSDB) e teve autoria coletiva – além de Munhoz, participaram Campos Machado (PTB), Itamar Borges (PMDB), Roberto Morais (PPS), José Bittencourt (PSD) e Estevam Galvão (DEM). Contou, ainda, com o apoio dos também deputados Davi Zaia (PPS), José Zico Prado (PT), Bruno Co-vas (PSDB), Pedro Tobias (PSDB), Beto Trícoli (PV), Ana do Carmo (PT), Enio Tatto (PT), Welson Gasparini (PSDB), Professor Tito (PT) e do deputado federal Arnaldo Jardim (PPS/SP).

No dia 25 de novembro, eles com-puseram uma mesa coordenada por Munhoz no auditório Paulo Kobayashi. O objetivo foi promover uma audiên-cia pública para debater vários artigos do projeto, que regula, nos termos dos artigos 23, III, VI e VII, e 24 da Cons-tituição, o detalhamento de caráter específico e suplementar do PRA das propriedades e imóveis rurais, e dispõe, ainda, sobre a aplicação da Lei Comple-mentar Federal 140/2011.

Os participantes parabenizaram a ini-ciativa de Barros Munhoz e dos apoia-dores do projeto, destacando a necessi-dade de agilizar sua tramitação para dar segurança jurídica a quem vive do traba-lho no campo e que não penalizasse os pequenos agricultores. De acordo com

o presidente da Fetaesp (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo), Braz Albertini, o progra-ma é considerado um dos mais impor-tantes instrumentos para a agricultura paulista, já que permitirá a solução de várias dúvidas dos produtores rurais. Ele destacou a necessidade de que a aprova-ção fosse feita logo, considerando que os donos de propriedades têm pressa para fazer o CAR e se adequar ao PRA. “O programa satisfaz necessidades e exi-gências ambientais sem prejudicar a ati-vidade rural. Essa aprovação é muito im-portante para que o produtor saiba como proceder depois e para acelerarmos nos-sos trabalhos, pois temos prazos”.

Presente na audiência, o presiden-te da Copercana e da Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, classificou a reunião como positiva. “A audiência foi muito importante, porque contou com a participação de produtores, ONGs e pessoas totalmente envolvidas no as-sunto. Sem a aprovação dessa lei, todos ficam à deriva e, como bem disse o de-putado Barroz Munhoz, ‘está na hora de fazer o gol. Já fizeram de tudo e está na hora de chegar aos finalmentes com esse processo’. Acredito que os deputa-dos agora vão dar uma adesão certa”.

GANHo“Essa audiência foi um ganho para

a democracia, para o meio ambiente e para o setor rural de São Paulo. Todo mundo se colocou, todas as opiniões fo-ram ouvidas e o projeto agora pode ser arredondado para ir a votação e efetivar o que estava faltando, que é a segurança jurídica do produtor rural e do meio am-biente”, afirmou a advogada Samanta

Pineda, consultora jurídica para assun-tos ambientais da Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional.

“Esperamos que esse projeto de regu-larização ambiental esteja favorável ao setor rural, de tal forma que haja um equi-líbrio entre meio ambiente e produção rural. Que o produtor consiga atingir seu objetivo, que é produzir com sustentabili-dade e que, de forma organizada, possa-mos fazer uma pressão legítima aqui na Assembleia Legislativa e emplacar nosso ponto de vista”, disse o presidente do Sin-dicato Rural do Vale do Rio Grande, em Barretos – SP, Cyro Penna Junior.

O deputado Barros Munhoz, autor do projeto, foi enfático ao dizer que buscava, dentro das regras federais de regularização, a adequação ambiental que trouxesse o menor impacto social e econômico. “Fazer mais trará efeito co-lateral social. Fazer menos implica em conflito com a lei federal. Essa discus-são mostrou uma grande evolução no projeto com poucos pontos divergentes, o que a gente já esperava que houves-se. Embora estejamos saindo sem um resultado, vamos tentar caminhar para votar ainda esse ano, pois a aprovação do PRA representa um avanço para o Estado de São Paulo, para o meio am-biente e para os produtores rurais”.

Como o deputado João Paulo Rillo, do PT, não concordou com a urgência do projeto, não houve acordo para votação.

No dia 9 de dezembro, um novo en-contro foi marcado na capital paulista, com a expectativa de que o projeto en-trasse na pauta. O auditório Juscelino Kubitschek ficou tomado por lideran-ças favoráveis e contrárias à aprovação. Como ainda não havia acordo entre os deputados, as discussões seguiram noite adentro. Só ao final da segunda sessão extraordinária, houve consenso entre os parlamentares, para que o PRA fosse votado no dia seguinte.

A estimativa é que, com o programa, o Estado de São Paulo, que tem 17% de cobertura vegetal, recebe o plantio de 1,7 milhão de árvores, elevando o índi-ce para 24%. RC

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Reuniões Técnicas Canaoeste

A Canaoeste e a Copercana de Pontal-SP, com o apoio da em-presa Syngenta, realizaram uma

Reunião Técnica para a abordagem do tema “Pragas e Doenças da Cana-de--Açúcar”. Na ocasião também foram apresentadas algumas informações im-portantes sobre o CAR (Cadastro Am-biental Rural) pela engenheira agrôno-ma da Canaoeste, Daniela Aragão. A reunião aconteceu no dia 3 de dezem-bro e contou com a presença de aproxi-madamente 50 pessoas.

Atualmente, o canavial está em ple-no crescimento vegetativo, devido à alta umidade e temperatura, que são características favoráveis para o desen-volvimento de pragas e doenças como a cigarrinha, ferrugem alaranjada e ferru-

A Canaoeste de Bebedouro realizou uma Reunião Técnica para apresenta-ção do CAR (Cadastro Ambiental Ru-ral). A palestra foi proferida pelo en-genheiro agrônomo Fábio Soldera, do Departamento Ambiental da Canaoes-te. A reunião aconteceu no dia 25 de novembro no escritório da Canaoeste em Bebedouro, onde os associados tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre o assunto.

Notícias Canaoeste

Reunião Técnica em Pontal-SP

Reunião Técnica em Bebedouro-SP

gem marrom. Portanto, é oportuno dis-cutir sobre estes assuntos. Na ocasião, muito se falou sobre o bicudo da cana-

-de-açúcar, o Sphenophurus levis, que é uma das pragas mais temidas e que causa grandes prejuízos ao canavial.

RC

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Presidente da Canaoeste recebe Prêmio Visão Agro Brasil 2014

Manoel Ortolan recebe o prêmio das mõas do idealizador do evento, Alex Ramos

A 12ª Edição do Prêmio Visão Agro Brasil 2014 aconteceu na noite de 18 de novembro,

no Espaço Golf, em Ribeirão Preto - SP e reuniu cerca de 300 profissionais do setor sucroenergético. O prêmio é concedido às personalidades, aos me-lhores gerentes, às empresas nas áreas administrativa, agrícolas e industriais e serviços, às melhores usinas e entidades que fizeram a diferença e desenvolve-ram seus negócios com excelência e em prol da indústria canavieira.

O evento, que é realizado pela AR Empreendimentos e Revista Visão da Agroindústria, já homenageou mais de 800 empresas e entregou mais de 1500 troféus nas 12 edições realizadas. Dividida em áreas e categorias, como “Homens de Visão”, “Personalidades em Destaque”, “Melhores gestores de Usinas”, “Melhores empresas que atu-am nas áreas: Agrícola, Administrativa, Industrial” e as “Melhores Usinas”, a premiação conta com apoio da ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Pau-lo), APLA (Arranjo Produtivo Local do Álcool), SIMESP (Sindicato das Indús-trias Metalúrgicas, Mecânicas, de Mate-rial Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras), CEISE Br (Centro Nacio-nal das Indústrias do Setor Sucroener-gético e Biocombustíveis), Gegis (Gru-po de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro) e Coplana.

Manoel Ortolan, presidente da Ca-naoeste e Orplana, foi um dos laurea-dos na ocasião, recebendo o Prêmio Visão Agro Brasil 2014, na categoria “Homens de Visão”. Representando a Sicoob Cocred, Ortolan também rece-beu a premiação na categoria “Seguro do Agronegócio”. “Hoje, me orgulha

Este ano, premiação homenageou 90 pessoas, empresas e entidades da agroindústria canavieira

Andréia Vital

muito em participar tanto da Canaoeste quanto da Copercana e da Sicoob Co-cred. Como também da Orplana, que congrega 33 associações, entre os Esta-dos de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. O meu trabalho é sem-pre em defesa dos produtores de cana. Então, ter um reconhecimento pelo o que estamos fazendo, sem dúvida nos anima a continuar nos esforçando cada vez mais. Não por conta disso, mas pelo trabalho que é reconhecido”, afirmou Ortolan, que estava acompanhado pela esposa Sandra e por Ricardo Meloni, gerente comercial da Copercana e Pau-lo César Canesin, diretor da Canaoeste, e suas respectivas esposas.

Neste ano, os troféus foram entre-

gues, por lideranças do setor, como Mônica Bergamaschi, secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Murilo Zauith, prefeito de Dourados/MS; José Vicente Caixeta Filho, diretor da ESALQ; André Rocha, presidente dos Sindicatos da Indústria de Fabricação de Açúcar e de Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar) e do presidente do Fórum Nacional Sucroe-nergético; Plínio Nastari, presidente da DATAGRO; Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do CEISE Br; Alexan-dre Andrade Lima, presidente da UNI-DA (União Nordestina dos Produtores de Cana-de-Açúcar) e Ismael Perina, presidente da Câmara Setorial da Ca-deia Produtiva do Açúcar e do Álcool, ligada ao Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento (Mapa).

“Sabemos que foi um ano difícil, não foi fácil chegar até aqui e temos que re-conhecer que enquanto alguns choram, outros vendem lenços e enfrentam as dificuldades, têm o faro, estão traba-lhando, buscando superar a crise. Vocês são verdadeiros vendedores de lenços”,

disse Alex Ramos, diretor presidente da AR Empreendimentos e idealizador do evento, reforçando que os homena-geados são visionários porque sabem que quando a tempestade passar eles estarão muito a frente de seus concor-rentes, prontos para colher os frutos da bonança. “Para nós é uma honra muito grande estar recebendo e reconhecendo a capacidade de gestão principalmente num setor tão difícil como o setor su-croenergético, mas eu acredito ainda na força do trabalho, acredito na capa-cidade da inteligência do ser humano e acredito na força de vontade de vencer e é por isso que vocês estão aqui, porque vocês fazem a diferença”, assegurou o presidente.

O palhaço “Ziriguidum Telecote-co Esquindolelê”, da ONG Operação Conta Gotas, deu seu recado aos parti-cipantes na ocasião, que foi encerrada com um jantar e entrega de brindes. Em 2015, o evento será realizado no dia 17 de novembro. Já a edição Sudeste da premiação acontece no dia 21 de maio e a Centro-Oeste, em 30 de julho. RC

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30Notícias Sicoob Cocred

Balancete Mensal - (prazos segregados)Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do

Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Novembro/2014 - “valores em milhares de reais”

Sertãozinho/SP, 30 de Novembro de 2014.

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Etanol de segunda geraçãojá abastece carros no Brasil

Em uma época na qual a crise afu-genta investidores e leva a no-caute empresas do setor sucroe-

nergético, a Raízen segue na vanguarda da agroindústria canavieira iniciando a operação de sua primeira unidade de etanol de segunda geração. A planta tem capacidade para gerar anualmente 42 milhões de litros de etanol celulósico e demandou investimentos de R$ 237 milhões, sendo que parte dos recursos veio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A nova fábrica de 2G foi construída ao lado da unidade do grupo já dedicada à produção de etanol tradicional (a par-tir do caldo da cana), a Costa Pinto, em Piracicaba – SP, coincidentemente tam-bém a primeira das 24 usinas do Grupo.

“A proximidade e a sinergia entre as duas unidades conferem ganhos logísti-cos e de custo, proporcionando eficiên-cia e competitividade a todo o processo

Raízen é a primeira empresa a produzir em escala o biocombustível a partir do bagaço da cana-de-açúcar e a

disponibilizar o produto em posto no interior de São Paulo

Andréia Vital

Reportagem de Capa

produtivo”, afirmou Pedro Mizutani, vi-ce-presidente de Etanol, Açúcar e Bioe-nergia da Raízen, durante coletiva de im-prensa realizada no dia 17 de dezembro, na nova unidade. Na ocasião, Mizutani explicou que foi necessário buscar co-nhecimento fora do País, já que, a tecno-logia para a produção do biocombustível a partir do bagaço da cana-de-açúcar precisava ser desenvolvida.

“Desde 2012, o grupo em parceria com a Iogen Corporation, empresa ca-nadense de biotecnologia, mantém uma planta teste de etanol celulósico no Ca-nadá, com o objetivo de adquirir a ex-pertise necessária para implementar a primeira unidade comercial da Raízen, no Brasil”, contextualizou o executivo, contando que os testes incluíram o en-vio de mais de 1000 toneladas de ba-gaço de cana-de-açúcar para o Canadá para o aprimoramento das técnicas de produção de etanol celulósico.

Durante o encontro com a im-prensa, João Alberto Abreu, diretor agroindustrial e Rodrigo Pacheco, diretor de Projeto, do Grupo Raízen, explanaram sobre a implantação da nova planta de etanol 2G da empresa. A unidade, que começou a ser cons-truída em outubro de 2013 e a operar em novembro de 2014, é a primeira a

Pedro Mizutani, vice-presidente de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen

João Alberto Abreu, diretor agroindustrial

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produzir em escala o biocombustível a partir do bagaço da cana.

“As palhas e folhas podem ser a principal matéria-prima do 2G se supe-rarem os desafios da logística”, apontou Abreu, afirmando que como o processo de mecanização vem aumentando mui-to, tendo atingido em média 85% da colheita, há muita matéria no campo. “Não queimar a cana significa 45 mi-lhões extras de biomassa disponíveis no setor e podemos escolher entre trazer a biomassa com a cana e ou usar o sistema

de coleta de fardo”, explicou o diretor, contando que a empresa também vem desenvolvendo tecnologia neste senti-do, buscando custos diferentes. “Mas o objetivo é dominar esta logística para conseguir trazer essa matéria-prima da melhor maneira possível, para as nossas unidades”.

Outro ponto fundamental destacado pelo executivo é a questão da sustenta-bilidade. “Na produção de 2G a emis-são de CO2 é 15 vezes menor do que a pegada de carbono da produção da

primeira geração, que já é baixa”, dis-se. “É sair de 1,5 milhão de toneladas de CO2 para 100 mil toneladas de CO2. Então este é um elemento fundamental dentro da nossa estratégia, de estar de-senvolvendo produtos totalmente rela-cionados ao nosso elemento sustentabi-lidade”, afirmou.

Abreu também informou que faz par-te do plano de longo prazo da empresa chegar a produzir 1 bilhão de litros de etanol 2G até 2024, ou seja, 50% a mais do que produz hoje, que são os 2 bilhões de litros de etanol de primeira geração. Para isso, serão construídas outras sete plantas, sendo que algumas terão capa-cidade de produzir 130 milhões de eta-nol por ano e deverão ser integradas às já unidades existentes do Grupo. “Para chegar a um bilhão de litros será preci-so investir em torno de R$ 2,5 bilhões, e isso acontecerá depois que algumas etapas forem cumpridas, como atingir a capacidade total da primeira planta”, concluiu o diretor, avisando que a data

João Alberto Abreu, diretor agroindustrial Rodrigo Pacheco, diretor de projetos

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de início da construção da próxima fá-brica no plano da empresa está acertada para junho de 2016. “É claro que este prazo está condicionado a cumprir to-das as etapas do nosso projeto”.

Segundo o diretor de projetos do Grupo, Rodrigo Pacheco, a primeira planta tem 10 mil m² de área constru-ída e mais 30 mil m² para estoque de bagaço, com mais de 700 toneladas de estruturas metálicas e 300 toneladas de tubulação. Nos 14 meses de obra foram gerados cerca de 200 empre-gos temporários, sendo que em alguns períodos de pico, chegou a 500. “A planta é muito automatizada, tem mais controles e mais pontos de automação do que a usina de Jataí, que é a planta mais nova da Raízen, portanto, somen-te 33 funcionários trabalham no local”, contou o diretor. Pacheco disse ainda que 30% dos equipamentos foram im-portados, pois não existiam no Brasil, mas a ideia é que sejam fabricados em terras brasileiras para atender às próxi-mas plantas.

teCNoLoGiA PRóPRiA De acordo com Antonio Alberto

Stuchi, diretor executivo de produção

do Grupo Raízen, embora a fábrica es-teja acertada para usar o bagaço, a tec-nologia também pode ser usada com a palha. “Essa fábrica funcionará como um grande piloto para a incluirmos outras matérias-primas”, disse Stuchi, explicando que cerca de 60% a 70% do poder calorífico do bagaço voltam via lignina - uma substância três vezes mais energética que o bagaço da cana e obtida no processo de produção do 2G - para a caldeira para a produção de eletricidade.

Na produção de segunda geração os resíduos (matéria-prima) passam por um pré-tratamento, no qual as fibras do bagaço são desestruturadas e de-pois transformadas em açúcares solú-veis por meio de um processo chama-do “hidrólise enzimática”. A empresa dinamarquesa Novozymes fornece a tecnologia de enzimas específica para a produção do etanol de segunda ge-ração nessa etapa. Na fase seguinte, a fermentação converte o açúcar em etanol, que é purificado na destilação e enviado para a comercialização. A composição do produto final é idênti-ca a do etanol convencional, explica Stuchi, informando que o tempo en-tre a entrada do bagaço na planta e a produção do etanol celulósico é de cerca de cinco dias - ante oito horas do processo do etanol convencional. Nesta primeira etapa, a planta fará produção por fermentação da glicose (C6), e, a partir do ano que vem, dará novo passo com o desenvolvimento da fermentação da parte de C5 (açú-cares provenientes da xilose) através de uma levedura geneticamente modi-ficada. A empresa parceira para o for-necimento desse material modificado não foi divulgada.Antonio Alberto Stuchi,

diretor executivo de produção

etANoL 2G NoS PoStoSPara testar o processo como um todo,

a produção, a logística, a comercializa-ção e também a percepção do consu-midor com relação a um produto muito mais sustentável, a empresa disponibili-zou 200 mil litros do combustível para o Posto GT Shopping, da rede Shell, localizado na Avenida Limeira, 950, em Piracicaba-SP. O novo biocombustível, igual ao fornecido até então, será ofere-cido aos consumidores sem diferencia-ção de preço. “O objetivo de vender du-rante 30 dias é de fato testar a percepção do consumidor, mas o nosso objetivo não é fazer hidratado, e sim usar o etanol de segunda geração para fazer anidro, e isso significa fazer o blend gasolina ou exportar”, explicou Abreu.

Segundo Augusto César Mafia, pro-prietário do estabelecimento, os clientes estão curiosos e também gostando da no-vidade. “É uma honra ser pioneiro neste projeto da Raízen, pois a gente entende que é um produto com uma sustentabili-dade importante e sempre buscamos este tipo de comportamento no mercado, então, esperamos que o consumidor compre essa causa com a gente”, disse o executivo, que é dono de mais dois postos na cidade.

O novo combustível da Raízen deve-rá chegar aos postos de todo o Brasil a partir de 2015.

Pedro Mizutani ao lado do proprietário do posto de combustíveis, Augusto César Mafia

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Revista Canavieiros - Dezembro de 2014

35Reportagem de Capa

Novos investimentos já foram con-firmados para a produção de com-bustível a partir do bagaço e palha da cana-de-açúcar. Recentemente, o BN-DES (Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social) divulgou a aprovação de financiamentos via li-nhas Inova Sustentabilidade e PAISS Agrícola no valor de R$ 592,1 milhões para projetos do setor sucroenergético. Entre eles, tem destaque o projeto para implantação de uma planta de etanol de segunda geração da Abengoa Bioe-nergia Agroindústria. A multinacional receberá créditos de R$ 309,6 milhões para construir a nova unidade, que será integrada à Usina São Luiz, em Piras-sununga- SP, e terá capacidade de 64 milhões de litros por safra.

Com a nova planta, o Brasil passará a ter quatro unidades produtoras de etanol

A Raízen surgiu em 2011 como uma das maiores empresas do País, através da joint venture da Cosan e da Shell. Com pais gigantes e conhecidos pelo DNA focado em expansão, a nova em-presa precisava ter um nome forte, que representasse suas origens.

Assim nasceu a palavra Raízen, que significa a união entre as palavras raiz e energia, e a cor roxa da marca remete à aparência da cana-de-açúcar madura.

Mas o nome já embalava uma banda paranaense de reggae, que chegou a ser um dos destaques do concurso “Olha Minha Banda”, do Caldeirão do Huck, da Rede Globo.

A solução foi adquirir o nome da banda pelo valor de R$ 10 mil, confor-me declarou o vice-presidente da em-presa, Pedro Mizutani em evento rea-lizado recentemente, em Piracicaba-SP.

Atualmente, em suas 24 unidades produtoras, a Raízen, que tem quase um milhão de hectares de área cul-tivada, produz cerca de 2 bilhões de litros de etanol por ano, 4,5 milhões de toneladas de açúcar e gera mais de 900 MW de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A empresa fatura quase R$ 60 bilhões e tem cerca de 40 mil funcionários.

Pedro Mizutani ao lado do proprietário do posto de combustíveis, Augusto César Mafia

Raízen: nome que nasceu da junção entre as palavras

raiz e energia

Segunda geração chegou para ficarcelulósico. São elas: a da Raízen, em Pi-racicaba-SP, a da GranBio, em São Miguel dos Campos, Alagoas, a unidade do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) em par-ceria com Usina São Manoel, localizada São Manoel – SP, além da Abengoa.

A capacidade instalada de produção de etanol 2G no Brasil atingirá quase 200 milhões de litros por safra com o novo investimento, segundo cálculos do BNDES.

Além do Brasil, os Estados Unidos e a Itália já produzem o etanol 2G a par-tir de outras biomassas, como palha de milho, de arroz ou de lascas de madeira. A China também entrou nesta onda, e está construindo a maior fábrica desde tipo de combustível, com capacidade de produzir cerca de 235 milhões de litros de etanol celulósico por ano. RC

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Revista Canavieiros - Dezembro de 2014

36Destaque I

Fórum discute benefícios da certificação para produtores de cana

O aumento da produtividade da cana-de-açúcar, que reduz cus-tos e ajuda a impulsionar o setor

sucroenergético rumo à tão desejada re-tomada econômica, passa, atualmente, por algumas etapas consideradas fun-damentais. Uma delas é a necessidade de certificar fornecedores e usinas, para atender às demandas socioambientais – que têm, na sustentabilidade, uma pala-vra de ordem – e, com isso, reposicio-nar estrategicamente os produtos que saem das usinas.

Os passos para promover esse avan-ço foram discutidos no fórum “Certifi-cação como ferramenta de produtivida-de”, realizado no dia 12 de dezembro no auditório da Canaoeste, em Sertão-zinho-SP. Os destaques do debate, que durou mais de duas horas, foram as exi-gências dos órgãos certificadores inter-nacionais e as recomendações para ini-ciar a implantação de projetos voltados à cultura da cana.

O evento, organizado pelo Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa) e pela Faesp (Fede-ração da Agricultura do Estado de São Paulo), foi aberto pelo presidente da Copercana, da Sicoob Cocred e do Sin-dicato Rural de Sertãozinho, Antonio Eduardo Tonielo. Ele afirmou que é im-portante, para manter a competitividade, que os produtores tenham seus canaviais

Apresentado durante o evento, o programa “Do Campo ao Consumidor” irá capacitar 20 mil produtores de dez cadeias produtivas, entre elas a cana-de-açúcar

Igor Savenhago

certificados. Lembrou de trabalhos que estão sendo desenvolvidos com outros produtos, como o amendoim destinado ao mercado externo, e fechou o discurso dizendo que espera ver os benefícios es-tendidos à cadeia canavieira.

O gerente regional do Sebrae-SP em Ribeirão Preto, Rodrigo Mattos do Car-mo, o segundo a falar, destacou que um dos objetivos, ao discutir o assunto, é plantar “uma semente da certificação” junto aos agricultores e que ela germine por meio da definição de um plano de ação imediato para a cana-de-açúcar.

O fórum teve cerca de 50 participan-tes, entre associados e gestores do Siste-ma Copercana, Canaoeste e Sicoob Co-cred. Para incentivar os produtores rurais a buscar a certificação como forma de se manter na atividade e vender com ren-tabilidade melhor, Fernanda Bueno, co-

ordenadora da Faesp, detalhou as ações do programa “Do Campo ao Consumi-dor”, parceria do Sebrae-SP com a Faesp que visa capacitar, através de 180 fóruns semelhantes, 20 mil produtores rurais de dez cadeias produtivas no Estado. O trabalho, que irá contemplar a cana-de--açúcar, conta com apoio dos Sindicatos Rurais e do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), que, em 2015, irá oferecer cursos de comercialização.

Os resultados que podem ser obtidos com a busca pela certificação agrícola foram apresentados pelo palestrante Acácio Masson Filho, presidente da As-sobari (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri-SP), uma das pioneiras no mundo na elaboração de práticas de certificação e que, atual-mente, compõe o quadro de membros da Bonsucro, uma das maiores certifi-cadoras internacionais.

Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, da Sicoob Cocred e do Sindicato Rural de Sertãozinho-SP

Rodrigo Mattos do Carmo, gerente regional do Sebrae-SP em Ribeirão Preto-SP

Fernanda Bueno,coordenadora da Faesp

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PioNeiRiSmoA Assobari foi fundada em 2005 e

tem 278 associados, sendo 85% de pro-dutores familiares. Abrange uma área de 13 mil hectares de cana-de-açúcar em oito municípios paulistas – Bariri e sete no entorno. A região está rodeada por cinco usinas.

Em 2007, a associação começou a desenvolver, com auxílio do Sebrae--SP e da OIA Brasil (Organização Internacional Agropecuária), um pro-tocolo para certificar as lavouras da região atendida. Após três anos de adequações e revisões, 36 produtores

foram certificados na primeira fase do projeto, que durou mais um ano e meio. Como os resultados apareceram, outros 38 aderiram. Agora, 140 novos integram a terceira etapa. A meta é que 100% das propriedades se tornem adeptas. A iniciativa fez tanto sucesso que o projeto-piloto de certificação proposto pela Bonsucro para Bariri foi desenvolvido conjuntamente com o protocolo da Assobari.

Masson apontou, durante a pales-tra, que, além de possibilitar economia de recursos aos pequenos produtores e permitir que o número de toneladas em áreas certificadas crescesse 7,5%, os preços pagos pela cana subiram pelo menos 3%, através de uma parceria com a Usina Della Colleta, que fica em Bariri e que também apoiou o proces-so de certificação, desde o início. “Este trabalho fortalece os produtores e sua relação com as usinas, além de diferen-ciar o produto, mostrando que ele aten-de às exigências socioambientais”.

Ele alertou que, a partir de 2017, grandes clientes do setor sucroenergé-

tico, como Coca-Cola, Nestlé e Kibon, só comprarão açúcar proveniente de produtores e usinas certificadas. Diante disso, de acordo com Masson, as asso-ciações devem se apressar para implan-tar um modelo de protocolo. “É preciso perceber a grande força da certificação. Sem ela, o mercado para os produtos derivados da cana ficará limitado”.

Os produtores interessados em cer-tificar a lavoura são submetidos a um sistema de reconhecimento, que avalia a área de produção e faz as alterações necessárias. Isso leva de 18 a 24 me-ses. Entre as mudanças na propriedade, estão a implantação de um plano de adubação, regulagem de equipamen-tos, capacitação da mão de obra – para que todas as normas trabalhistas e de segurança sejam seguidas –, e elimi-nação da queima. O acompanhamento técnico deve ser abrangente, em toda a propriedade e não apenas no canavial, e qualquer intervenção da plantação pre-cisa ser documentada. “Dessa forma, o produtor não é mais visto como um pequeno lavrador, mas como pequeno empresário”, concluiu Masson.

Acácio Masson Filho, presidente da Assobari

RC

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38Destaque II

Seminário do Grupo IDEA propõe investimentos em tecnologia nacional

Defender o desenvolvimento de tecnologias estritamente nacio-nais para a agricultura brasileira.

Este foi um dos objetivos do 13º Semi-nário de Produtividade e Redução de Custos promovido pelo Grupo IDEA nos dias 3 e 4 de dezembro, no auditório do IAC (Instituto Agronômico), em Ribei-rão Preto-SP. Vários palestrantes apre-sentaram alternativas para melhorar a rentabilidade dos canaviais e – mais que isso – chamaram a atenção para as dife-renças das características climáticas e de solo entre países temperados e tropicais. Motivo que obriga o Brasil a pensar em equipamentos e softwares específicos.

“O que nós temos que perceber? Não adianta transferir tecnologia do pri-meiro mundo para cá porque as nossas condições são diferentes. Se não desen-volvermos a nossa tecnologia, dentro das condições tropicais, não vamos en-contrar solução para essa agricultura”, disse Roberto Shiniti Sako, diretor da Mafes Inteligência Agrícola.

A defesa do agronegócio tupiniquim começou a ser feita, aliás, logo na aber-tura. O presidente do IDEA, Dib Nunes, leu uma carta que foi encaminhada ao Ministério da Agricultura, após a reelei-ção da presidente Dilma Rousseff, em que pede providências imediatas para reduzir o impacto da crise atravessada pelo setor sucroenergético pelo menos desde 2008. Segundo ele, o conteúdo do documento é uma síntese do sentimento do setor. “Nós passamos o que o setor pode fazer pelo Governo, não só o Go-verno pode fazer pelo setor”.

Entre os argumentos listados por Nunes, está o de que, com incentivo, a cadeia canavieira pode crescer até 10% ao ano, substituindo importações de ga-solina, garantir o abastecimento de ener-gia elétrica, por meio da bioeletricidade, e aumentar a arrecadação de impostos. “Podemos melhorar a contribuição para as cidades que dependem da cana-de--açúcar através dos níveis de emprego.

Palestrantes e público concordaram: transferência de tecnologia de países de clima temperado não resolve problemas enfrentados pela agricultura brasileira

Igor Savenhago

Encaixar as pessoas do Prouni, já que não adianta você treinar e as pessoas não terem emprego. Enfim, o setor quer estar ao lado do desenvolvimento desse País. Estamos precisando dar a volta por cima assim como o governo brasileiro tam-bém está”, explicou Nunes.

UNiveRSiDADe e PRátiCAO evento lotou o auditório do IAC,

atraindo representantes de usinas, pro-dutores rurais, empresários e acadêmi-cos, como João Widmer, que, além de sócio da Logtrac Consultores Associa-dos, é professor da USP-São Carlos. Ele concorda que o país precisa esti-mular o desenvolvimento de soluções próprias para a agricultura e que essa criatividade pode ser despertada com a ajuda da universidade. “Essa integração do meio acadêmico com a prática ocor-re há décadas. Várias universidades têm interface com o mundo real”.

É preciso, porém, superar algumas exigências que podem dificultar o pro-cesso. “É um pouco difícil trabalhar só no mundo prático, como deseja o setor, porque a nossa produção intelectual é medida pelos órgãos de pesquisa em publicações no exterior”. E emenda: “Normalmente, coisas específicas da agricultura ou da operação da América do Sul, de países em desenvolvimento, não são assuntos que têm um atrativo muito grande em revistas internacio-nais. Com isso, muitos pesquisadores acabam concentrando em temas teori-camente atraentes para esse mercado de

produção intelectual, científica, que não estão muito conectados com as necessi-dades reais e imediatas do país”.

Para Widmer, seminários como o do IDEA ajudam a minimizar este pro-blema. “Acho que o evento presta um grande serviço, porque reúne tanto o pessoal do mundo prático, os operado-res do sistema, como também alguns acadêmicos, como eu, que vêm para en-tender melhor a conjuntura e o que nós podemos fazer”.

eSPeRANçAO presidente do IDEA, Dib Nunes,

espera que o evento deste ano seja um divisor de águas na retomada do diálo-go com o Governo Federal. Ele acredita que haja uma sinalização positiva para que sejam feitas mudanças que bene-ficiem a produção da cana-de-açúcar e derivados. “Por mais que a agrope-

Luis Gustavo (Usina São Martinho), Dib Nunes (IDEA) e Marcelo Junqueira (palestrante)

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cuária esteja fazendo, exportando pro-dutos, não estamos mais conseguindo fazer superavit na balança comercial. Então, queremos continuar crescendo, contribuir na transição do Governo. E que a economia não sofra as interfe-rências desse último mandato. Quanto mais intervenção, pior para o mercado”.

Nos dois dias de seminário foram realizadas 15 palestras e, ao final, um debate sobre o futuro do setor canaviei-ro. Entre os temas discutidos, estiveram projeções para o mercado em 2015, es-tratégias para redução de custos e ob-tenção de alta produtividade, vantagens da adubação e do sistema de mudas

pré-brotadas, bioestimulantes, manejo nutricional, ações para equilibrar a situ-ação das usinas e perspectivas de reto-mada dos investimentos – que, na visão de Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), não será a curto prazo.

“Eu diria que, num primeiro momen-to, é preciso estancar essa bola crescen-te de endividamento, de prejuízo, de falta de preço que o setor está enfren-tando. Diria que é começar a recuperar as empresas que estão em operação e que ainda têm condições de serem re-cuperadas. Evidentemente que, muitas delas, mesmo com essas medidas, vão ficar no meio do caminho”, declara.

PRojeçõeSA incerteza, no entanto, não esmo-

rece o setor. Para Alessandra Durigan, gestora técnica da Canaoeste, o mo-mento é oportuno para discutir ações que reduzam custos, aumentem a pro-dutividade agrícola e, com isso, favore-çam a competitividade. “O setor passa por uma situação crítica e é de funda-

mental importância a gente passar essas informações aos nossos associados”.

Para o diretor da Hidrosolution, José Luiz Gonzaga, um dos palestrantes, a única maneira para promover ganhos em competitividade é aumentar a pro-dutividade, o que resultará na redução de custos. “Nós somos ligados à área de irrigação, mas entendemos que não só ela se faz necessária ao setor. É uma combinação, de irrigação, adubação e reestruturação do solo. Essa soma de manejos é que vai ser transformada em uma maior produtividade”.

A integração entre quem produz e quem oferece tecnologia contribuiu, segundo Dib Nunes, para o recado que o seminário queria passar: investir, crescer e produzir. “Eu acho que esse trinômio é basico. Porque, sem produ-ção, não temos um setor forte”. E como fazer isso? Na opinião de Roberto Shi-niti Sako, diretor da Mafes, a resposta é simples. “Basta aprender a acreditar no Brasil. Um País que não tem tecnologia própria não vai se desenvolver”. RC

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Projeto “Cana Conviver” quer proteger onça-parda

A redução das queimadas, boas práticas agrícolas e a manuten-ção e recomposição de matas

possibilitaram o aparecimento da flora e fauna no entorno dos canaviais. Para garantir a harmonia entre os animais e o ser humano nesta nova realidade, foi criado o projeto “Cana Conviver”, através de parceria entre a UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açú-car) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio), do Ministério do Meio Ambiente.

De acordo com a coordenadora de Relações Institucionais da UNICA, Luana Maia, a iniciativa – patroci-nada pela empresa FMC – começou a ser desenvolvida em 2013, e as ações de conscientização se iniciaram em novembro, com a realização de workshops gratuitos aos técnicos de usinas e representantes da comunidade rural. Além dos workshops, o projeto contempla também a elaboração de um manual de procedimentos, já em fase final de produção, que será distri-buído nas usinas, e o apoio à constru-

Iniciativa busca conscientizar profissionais que atuam no setor sucroenergético a adotar as melhores práticas de manejo que visam à conservação da biodiversidade

Andréia Vital

ção de um centro para reabilitação de animais, que foi inaugurado em junho deste ano, em Itapira (SP).

Piracicaba - SP foi a primeira cida-de a receber o treinamento, seguida de Ribeirão Preto - SP e São José do Rio Preto - SP. Para o gerente de Marke-ting de Cana da FMC, Roberto Puzzo, apoiar a iniciativa é muito relevante para a multinacional. “Porque para nós, justamente por ser uma empresa de defensivo, a fauna é extremamente importante, isso vai desde o uso cons-ciente do produto, até o manejo que é

feito e a forma que a gente trata essa fauna”, disse, afirmando que é neces-sário mudar as crenças existentes no setor, tais como a que a fauna não é importante como também a de que se deve matar ou fugir quando uma onça aparece na sua frente.

Segundo Márcia Rodrigues, analis-ta Ambiental do ICMBio, o trabalho de conscientização começou a ser feito com o setor sucroenergético devido à escolha da onça-parda como um sím-bolo da ação. “A onça foi escolhida porque é um animal carismático para o público e serve como propaganda para proteger uma determinada área, o que garante a proteção de outras es-pécies e seus habitats como também a biodiversidade da cadeia alimentar abaixo dela”, explicou a profissional, contando que apesar do felino ainda fazer parte da lista de animais ameaça-dos de extinção, sua população vem se recompondo na natureza e seus passos vêm sendo monitorados pelo Corredor das Onças do ICMBio, que tem o obje-

Luana Maia, coordenadora de

Relações Institucionais da UNICA

Márcia Rodrigues,

analista Ambiental do

ICMBio

Roberto Puzzo, gerente de Marketing de Cana da FMC

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41Destaque III

tivo de manter o trânsito da fauna entre os remanescentes florestais, ampliar a biodiversidade da região e os serviços ambientais por ela prestados.

Para Márcia, a sociedade precisa en-tender que só será possível conquistar mercados se as práticas sustentáveis fo-rem trabalhadas. “Neste sentido, o Esta-do de São Paulo foi pioneiro por assinar o protocolo agroambiental no setor da cana, reduzindo as queimadas ao mes-mo tempo que promove outras práticas sustentáveis”, lembrou a analista, res-ponsável pelas palestras ministradas nos workshops, como o que ocorreu no dia 11 de novembro, no Centro de Cana – IAC – em Ribeirão Preto-SP.

Entre as recomendações dadas pela a especialista, está a de que ao encontrar o felino no canavial a pessoa não deve fazer nada, simplesmente possibilitar que o animal fuja. “A onça raramente vai ao encontro de pessoas. Ao avistar uma onça o correto é manter distância e permitir que o animal siga seu caminho,

o que provavelmente ocorrerá de forma natural se não houver a interferência humana”, explicou ela, advertindo que caso o animal se aproxime, é preciso manter a calma, se afastar lentamente ou ligar algum objeto que emita som alto para afugentar o bicho.

Outra orientação se refere à ninha-da de onças encontradas em canaviais. “Não toque nelas e nem as retire do local. Procure notificar o encarregado de campo da usina para que suspen-da o corte deste talhão e isole a área de modo a permitir que a mãe venha resgatar os seus filhotes, o que deverá ocorrer durante a noite”, ensinou. No caso dos animais terem sido feridos por equipamentos agrícolas, é necessá-rio acionar o Corredor das Onças, que irá orientar sobre o resgate e cuidados.

Durante o encontro, Márcia falou também de serpentes que passaram a invadir as plantações e pastos em bus-ca de abrigo e alimentos, depois que as áreas de vegetação natural onde vi-

viam foram destruídas. “20% das pica-das ocorrem nas mãos e braços e 80% delas abaixo do joelho, por isso para prevenir acidentes é indicado sempre utilizar equipamentos de proteção in-dividual (EPIs)”.

Outras populações de animais que vêm se proliferando em algumas regi-ões são a capivara e o javali. “A onça--parda, que pode atuar como predadora das duas espécies, vem se fortalecendo desse fato, o que tem colaborado para a recuperação de sua população no es-tado de São Paulo”, assegurou Márcia, advertindo que não é indicado alimen-tar e deixar restos de comidas para os animais silvestres, o que poderia os atrair para os locais urbanos.

No final de cada workshop, o par-ticipante recebe um certificado e uma carta de compromisso para atuar como agente multiplicador da mensa-gem do projeto “Cana Conviver”. As próximas etapas do projeto continuam no próximo ano. RC

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42Destaque IV

Estação Experimental Agrícola da BASF completa 34 anos

Investir em tecnologia e inovação passou a ser sinônimo de suces-so, numa época em que conquistar

maior produtividade com sustentabili-dade é primordial para a sobrevivência, principalmente no setor sucroenergéti-co. Pensando nisso, empresas como a BASF apostam em pesquisas e novos produtos com o propósito de oferecer soluções a um segmento que amar-ga uma crise há tempos. Um exemplo disso é o AgMusa™, sistema de mudas sadias e formação de viveiros com alta qualidade, da multinacional alemã, que nasceu e foi testado na Estação Expe-rimental Agrícola da BASF, em Santo Antonio de Posse - SP.

A estação foi a primeira a ser implan-tada pela multinacional no hemisfério sul e faz parte da rede de pesquisa na América Latina, que conta com 13 uni-dades, sendo oito no Brasil. Fundado em 1980, o local tem hoje 160 colabo-radores e uma área de 110 hectares, o maior espaço de pesquisa da multina-cional no mundo. “É importante frisar que a estrutura está dentro de um pro-jeto de investimento bastante amplo da

Localizada em Santo Antonio de Posse-SP, a biofábrica é a maior área de pesquisa da multinacional alemã e é berço do Sistema AgMusa™

Andréia Vital

BASF, uma das maiores empresas quí-micas do mundo. Ela investe em torno de 1.8 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento com alto comprome-timento com pesquisa”, elucida Luiz Antônio José Alves, gerente de depar-tamento da estação.

Com 100% de área irrigada, o local possui 5,5 km de tubulação subterrânea e casas de vegetação que ocupam 7 mil m². “A biofábrica é um dos sites (locais) de pesquisa da BASF e faz parte da es-tratégia de descentralizar a pesquisa que inicialmente era feita na Alemanha. O site corresponde por 45% das pes-quisas em termos de Brasil, o que é um

número bastante expressivo para a em-presa”, afirma Alves.

A estação, que foi implantada em uma antiga colônia, é dividida em duas áreas. A global é focada em pesquisa mundial relacionada a todas as áreas de atuação da multinacional, como fungi-cidas, herbicidas e inseticidas. Já a re-gional conta com oito unidades, com laboratórios especializados em pragas urbanas, resistência, resíduos alimenta-res, um centro de tratamento de semen-tes inovador e o AgMusa™, que ocupa 13 hectares do site.

Lançado no ano passado, o sistema AgMusa™ (Agricultura de mudas sa-dias) garante ao produtor mudas com qualidade elevada que incrementam o potencial produtivo dos canaviais, além de permitir a introdução de um novo cultivar de forma acelerada. “No método convencional de multiplica-ção e formação de viveiros, o produtor multiplica uma nova variedade durante cerca de seis anos antes do uso comer-cial. Com o sistema da multinacional, o processo pode ser acelerado para três anos”, explica Cássio Teixeira, gerente de marketing AgMusa™ da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF, em no-vembro, durante visita da imprensa ao local onde serviu de berço para a tecno-logia AgMusa™.

Biofábrica móvel

Cássio Teixeira, gerente de marketing AgMusa™ da Unidade de

Proteção de Cultivos da BASFLuiz Antônio José Alves, gerente de

departamento da estação

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Segundo Teixeira, a tecnologia é uma ferramenta capaz de transformar o setor sucroenergético brasileiro. “Tem uma aderência muito grande com os desafios que o setor possui hoje com relação à produtividade e à sanidade de material”, afirma. “Uma nova cana começa pela muda, queremos colaborar para revolucionar o trabalho de forma-ção de viveiros. Por isso, desenvolve-mos o sistema Agmusa™, agricultura de mudas sadias”, disse.

A tecnologia é indicada também para a correção de falhas de canavial e propagação por meiosi, avisa Edinaldo Mariani Junior, responsável pelo de-senvolvimento técnico de mercado da empresa. “O AgMusa™ é um sistema porque não é um produto único, e sim um pacote de tecnologia de produtos da ordem do plantio que favorece a produ-tividade”, afirma. Faz parte do pacote ainda uma máquina de plantio desen-volvida pela BASF e licenciada para a DMB, empresa de Sertãozinho-SP.

A multinacional mantém acordos com empresas e institutos de melhoria varietal do Brasil, como o CTC (Cen-tro de Tecnologia Canavieira), IAC (Instituto Agronômico de Campinas) e a Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroe-nergético), para garantir a qualidade das mudas. “Com isso, a empresa tem acesso a 99% do portfólio de varieda-de com intenção de plantio”, afirma Teixeira. “Temos um portfólio pré-de-

finido contendo 18 variedades dos ins-titutos parceiros, mas podemos atender um pedido que esteja fora deste portfó-lio em um prazo que varia de 12 a 24 meses, se tratando da Premium, que é a muda feita dentro da BASF”, explica o gerente, ressaltando que a formação de um canavial a partir de mudas Ag-Musa™ elimina a possibilidade de le-var pragas como Sphenophorus para a área em formação, além da garantia de sanidade em relação às doenças como raquitismo e escaldadura. “O custo por hectare formado é reduzido à medida que o sistema proporciona um aumento de produtividade entre 20% e 40% do viveiro, dependendo da variedade utili-zada”, analisa.

Além de aumentar a longevidade e a produtividade dos canaviais, o siste-ma AgMusa™ tem também o objetivo de reduzir a complexidade das opera-ções no campo, informa o profissional. Devido a isso, a multinacional lançou, em setembro, a biofábrica móvel para operar em parceria com o cliente. Com capacidade de produzir em torno de 35 mil gemas por dia, a unidade móvel reduz a complexidade logística e incre-menta autonomia agrícola na proprie-dade de produtor.

A Usina Alta Mogiana foi pioneira na implantação do sistema AgMusa™ e também na utilização da biofábrica móvel, tendo atualmente três unidades em seus campos. De acordo com Luís

Augusto Contin, gerente de Desenvol-vimento Agrícola da usina, a parceria com a BASF veio ao encontro de uma necessidade de inovação da empresa. Eles estavam à procura de novos mode-los de plantios de cana, pois a estrutura pesada e de difícil movimentação que exigia um elevado consumo de mudas e tinha alto potencial de disseminação de pragas e doenças.

Então resolveram investir no uso de plântulas (plantas recém-nascidas). No ciclo 2012/2013 foram implanta-dos 12 hectares de plântulas, sendo três com AgMusa™. Na safra seguinte, 2013/2014, a área aumentou para 240 hectares, dos quais em 160 foram usa-das mudas sadias da BASF. Já no ciclo 2014/2015, a tecnologia AgMusa™ será usada em 700 hectares dos 1600 hectares cultivados, com os modelos Premium e também no modelo compar-tilhado, com extração de gemas nas uni-dades móveis instaladas na usina.

“Há um rápido desenvolvimento e vi-gor do material, que já propiciou em al-guns momentos dois cortes de mudas em um único ano, sendo que outro modelo seria impossível isso”, afirmou o execu-tivo, dizendo também que, comparando com canaviais tradicionais, as mudas suportaram bem mais o clima desfavo-rável da safra 2014. “No nosso entendi-mento, apesar do investimento inicial da tecnologia não ser pequeno, com ganhos de escala, o retorno é algo que julgamos totalmente consolidado”, afirmou.

O executivo contou ainda que os par-ticipantes estrangeiros do pré-congresso da ISSCT (International Society of Su-gar Cane Technologists), realizado atra-vés de visitas em usinas do interior pau-lista, em junho de 2013, conheceram a área plantada com as mudas sadias.

A tecnologia da BASF também foi a opção encontrada pela Odebrecht Agroindustrial para implantação de um sistema de formação de viveiros, com mudas sadias e de alta qualidade. Com sete anos de atuação, a empresa, que administra nove usinas e uma área com 450 mil hectares de cana-de-açúcar, buscava ampliar o leque de variedades,

Edinaldo Mariani Junior, responsável pelo desenvolvimento técnico de

mercado da empresa

Luís Augusto Contin, gerente de Desenvolvimento Agrícola da

Usina Alta Mogiana

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Américo Ferraz, responsável pela área agrícola da Odebrecht Agroindustrial

Álvaro Sanguino, consultor

Garantia de produtos originaisA multinacional lançará em janeiro

uma nova tecnologia antifalsificação em seus produtos para a sua linha de defensivos agrícolas. O Dispositivo Antifalsificação (DAF) tem a função de facilitar a identificação da originalidade dos seus produtos por meio de elemen-tos de segurança e apresenta agora um holograma bimetálico que utiliza alu-mínio e cobre em sua produção.

Com o novo DAF será possível en-xergar estrelas e espirais com efeitos 2D e 3D em cores que variam de acor-do com o ângulo de visão. Além dis-so, a utilização de um laserpoint per-mite o aparecimento da palavra BASF de forma sombreada em uma super-fície plana. “Você deverá encontrar o melhor ângulo de projeção variando a

direção do laser e do holograma para uma visualização mais efetiva. Quan-to menor a luminosidade do ambiente e quanto maior a intensidade do la-serpoint, mais nítida será a projeção”, afirma Redson Vieira, gerente de Re-lações Governamentais e Sustenta-bilidade da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF.

O projeto, iniciado em 2012 e pio-neiro no segmento de agroquímicos, visa proporcionar mais segurança para os consumidores e garantir a auten-ticação da qualidade. Sua aplicação está sendo em princípio nos fungicidas Opera®, Opera® Ultra, Orkestra™ SC e nos inseticidas Standak®, Standak® Top, Regent® 800WG, Regent® Duo e Tuit® Florestal.

atendendo assim às várias regiões de atuação do Grupo. Segundo Américo Ferraz, responsável pela área agrícola da empresa, a parceria com a BASF é de quatro anos, período em que pre-tendem instalar 500 hectares por ano de viveiros pré-primário, o que deverá impactar tanto em TCH quanto em qua-lidade de matéria-prima.

Fechando o ciclo de palestras, o consultor Álvaro Sanguino ressaltou

a importância da produção de mudas sadias, evitando assim, a proliferação das pragas nos campos. “O processo AgMusa™ fornece o material básico sadio, para que na próxima multipli-cação não ocorra os problemas com doenças que irão afetar a produtivi-dade dos canaviais”, explicou ele, lembrando que existe uma diferen-ça muito grande entre produzir cana para muda e cana para produzir açú-car e etanol.

RC

Destaque IV

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46Informações Setoriais

Chuvas de outubro e previsões climáticas para janeiro e fevereiro

Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de novembro de 2014.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

A média das chuvas de novembro de 2014 (184mm) ficou próxima da média histórica (177mm) e abaixo das chuvas do mês de no-vembro de 2013 (221mm). Pede-se compreen-são com os dados de chuvas constantes do qua-dro 2, pois muitas das fontes de informações são diferentes das do quadro 1.

O mapa 1 mostra que, entre os dias 13 a 16 (meados) de novembro, a DAAS (Dispo-

nibilidade de Água no Solo) asseme-lhava-se a uma “colcha de retalhos”, apresentando níveis críticos (faixas Barretos a região Sudoeste do Estado, Centro a Noroeste de São Paulo e a de Campinas-Limeira) entremeados a boas-ótimas disponibilidades de água (destacando-se os “eixos” Ribeirão Preto-Piracicaba-Avaré e Andradina--Araçatuba).

Comparando-se os mapas 2 e 3, po-de-se observar que, ao final de novem-bro 2013, os níveis críticos de DAAS estavam concentrados no Centro-Oeste do Estado e faixas entre Porto Ferreira--Sorocaba e Bauru a Ourinhos; enquan-to que os melhores níveis estavam no quadrante Nordeste do Estado. Já, ao fi-nal de novembro 2014, notava-se domi-nância de áreas com médios a elevados níveis de Disponibilidade de Água no Solo e várias “ilhas” de baixo a críticos DAAS espalhadas pelo Estado.

Os artigos mensais de Informações Setoriais-Climatologia têm contado com o trabalho diário de anotações de chuvas dos Escritórios Regionais e que são condensados em Viradouro. Estes dados são disponibilizados diariamen-te no site Canaoeste e as suas médias mensais e normais climáticas são tam-bém aqui apresentadas no Quadro 2.

oBS:- Normais climáticas (ou mé-dias históricas) correspondem as dos lo-cais enumerados de 1 a 9 e a do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto.

Os dados do Quadro 2 mostram, no

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de novembro 2013.Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 16 de novembro de 2014

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Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de novembro 2013. Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de novembro de 2014.

Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE para janeiro e

fevereiro de 2015.

Quadro 2:- Somas das chuvas mensais de janeiro a novembro de 2013 e 2014 anotadas pelos Escritórios Regionais bem como as respectivas

médias mensais e normais climáticas.

• Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas em Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 280mm em janeiro e 215mm em fevereiro.

A SOMAR Meteorologia, pelos mo-delos climáticos que utiliza, prevê que neste verão (final de Dezembro até final de Março) as chuvas de final de Dezem-bro e as de Janeiro poderão ser próximas das médias históricas; já as de Fevereiro e Março, mesmo que sem períodos de vera-nicos, poderão ficar abaixo das respecti-vas médias. Mesmo assim, considera que a Climatologia Agrícola para este período será favorável às culturas (os baixos cres-cimentos são reflexos da forte seca).

Quanto ao fenômeno El Niño, com base no relatório NCEP-NOAA, de início de dezembro, a SOMAR cita que, mesmo com o aquecimento do Oceano Pacífico Equatorial, a atmosfera não tem respon-dido como El Niño. E, caso a atmosfera venha a responder como tal, o fenômeno será fraco. Sendo, pois, esta a previsão des-te fenômeno para o verão e outono 2015.

A Canaoeste recomenda especial atenção aos produtores de cana que, pe-las atuais previsões, não se “fiem” na quinzena final de março e na primeira de abril para efetuarem seus plantios de cana. A associação estará sempre aten-ta, com previsões mais confiáveis pos-síveis e com as antecedências necessá-rias aos planejamentos de plantio.

Estes prognósticos serão revisados nas edições seguintes da Revista Ca-navieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiados em:

www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieros.com.br RC

destaque do canto inferior direito, as ex-pressivas diferenças observadas entre os totais dos meses de Janeiro a Novembro de 2014 e 2013. Em 2013, o acumula-do das médias mensais das chuvas foi quase igual ao das normais climáticas do mesmo ano. Entretanto, o acumulado das médias mensais das chuvas em 2014 mostra-se, praticamente, como sendo a metade do acumulado das médias das chuvas de 2013.

As normais climáticas (última li-nha) (1.288mm, em 2013 e 1.197mm, em 2014) se mostram diferentes face

às ponderações das mé-dias históricas (normais climáticas) destes dois anos, devendo-se prin-cipalmente pelos meses de janeiro e março.

Para planejamentos próximo-futuros, a Ca-naoeste resume o prog-nóstico de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteoro-logia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses novembro (final) 2014 a janeiro 2015, como descrito abaixo e ilus-trado no Mapa 4:

• Nestes meses, as temperaturas tendem a ser entre próximas a

acima das respectivas normais climá-ticas para toda Região Centro-Sul do Brasil;

• Pelo consenso climático INMET--INPE, as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades para as três ca-tegorias (acima, próxima e abaixo das normais climáticas) em todas as Regi-ões Centro-Oeste e Sudeste, bem como para o Estado do Paraná. Nos demais Estados da Região Sul, as chuvas po-derão ficar entre próximas a acima das respectivas médias (até a região litorâ-nea paranaense).

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O Plantio na Cultura da Cana-de-Açúcar

Artigo Técnico

A implantação de uma lavoura de cana-de-açúcar envolve uma sé-rie de cuidados por se tratar de

uma cultura semiperene. É preciso aten-tar-se ao plantio, já que a longevidade do canavial está diretamente relaciona-da à qualidade dessa operação. Pode-mos afirmar com certeza que o plantio é o primeiro passo para alcançarmos boas produtividades agrícolas e, conse-quentemente, boa lucratividade, sendo essenciais um correto planejamento e o uso de tecnologias modernas para que a cultura seja instalada de modo uniforme e com plantas vigorosas e sadias.

Segundo Ripoli (2004), existem três sistemas de plantio em utilização no Brasil: o manual, o semimecanizado e o mecanizado. O primeiro tem maior ocorrência no Nordeste brasileiro e é caracterizado pelo fato de todas as ope-rações de plantio serem manuais. No segundo sistema, a sulcação é efetu-ada mecanicamente e a deposição das mudas no sulco é manual, lançadas de caminhões de carga. A adubação e co-bertura dos sulcos também ocorrem mecanicamente. No sistema mecaniza-do, realizam-se todas as operações cita-das anteriormente (sulcação, deposição de mudas, adubação e cobrimento dos sulcos) mecanicamente.

O plantio da cana-de-açúcar no Brasil, até a década de 90, foi pre-dominantemente realizado de manei-ra semimecanizada. Entretanto, nos últimos anos, o método de plantio mecanizado começou a ganhar espa-ço nos canaviais, atingindo na safra

Garantia de longevidade e lucratividadeRicardo Parisoto - Engenheiro Agrônomo da Canaoeste de Barretos com apoio da gestora técnica da Canaoeste, Alessandra Durigan

Ricardo ParisotoAgrônomo da Canaoeste

2013/2014 uma área de 65% no Esta-do de São Paulo (fonte: CTC).

Assim como na colheita, a mecani-zação do plantio é crescente e irreversí-vel. Alguns dos principais motivos para o avanço da mecanização do plantio são o aumento do custo da mão de obra, as dificuldades de atendimento a normati-va NR31 (leis trabalhistas) e a própria expansão do setor. O sistema de plan-tio mecanizado elimina a mão de obra utilizada no corte da muda e parte do pessoal envolvido no plantio conven-cional (semimecanizado), pois possibi-lita a mecanização total das operações, executando de uma vez só a sulcação, a adubação, distribuição dos rebolos e cobrimento dos sulcos, o que implica na redução de custos e maior facilidade de gerenciamento do sistema (Pinto e Moraes, 1997).

O plantio mecânico em relação ao plantio semimecanizado exige um maior controle de qualidade uma vez que os fatores de risco para o insuces-so são maiores. Diversos fatores afetam qualitativamente e quantitativamente a operação de plantio mecanizado. Jani-ni (2007) apresenta algumas variáveis agronômicas que afetam diretamente a qualidade e seu rendimento produtivo. O autor refere-se a fatores endógenos (tamanho dos colmos, idade das gemas, reserva energética, posição das gemas, repouso dos colmos, e variedades) e fatores exógenos (densidade do solo, umidade do solo, densidade de plantio, profundidade de plantio, danos mecâni-cos e cobrimento).

No plantio mecanizado temos que tomar alguns cuidados para que não ocorram prejuízos futuros, ou seja, a baixa produção por falhas de brotação:

● A etapa correspondente à colhei-ta mecanizada das mudas é a fase de maior dano às gemas e rebolos, devido ao processamento interno dos colmos pelos sistemas rotativos da colhedora, tais como: cortador de base, rolos trans-portadores e facão picador. A colheita deve ser realizada cuidadosamente e com velocidade de trabalho menor que a recomendada para matéria-prima para a moagem. A boa limpeza das mudas proporcionará menos embuchamento das plantadoras, o que minimizará a ocorrência de falhas de distribuição.

● O sistema de sulcação dos equipa-mentos de plantio não podem trabalhar com profundidades superiores a 30 centí-metros, pois sulcos superiores a esta pro-fundidade oferece risco de assoreamento em determinadas situações, podendo acarretar grandes falhas de plantio.

● No plantio mecanizado, segundo trabalhos científicos, a quantidade de gemas recomendada por metro linear é de 15 a 18 gemas, onde a quantidade em peso de cana plantada é equivalente a 18 toneladas por hectare.

● Neste sistema de plantio é reco-mendado o uso de fungicida, pois como os toletes sofrem grandes quantidades de

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injúrias mecânicas, o fungo causador da podridão abacaxi (Thielaviopsis paradoxa) pode penetrar através desses ferimentos. Em toletes in-fectados, geralmente o desenvolvi-mento de raízes e gemas é retardado e inibido, os brotos morrem antes de emergirem do solo ou emergem vagarosamente, produzindo plantas fracas que são dominadas pela com-petição com plantas vizinhas e per-dem produtividade. Como os plan-tios em nossa região são realizados geralmente a partir março, plantio de ano e meio, onde a temperatura du-rante o dia é quente e a noite é fria, o fungo encontra condições climáticas ideais para a sua propagação.

● O sistema de cobrição das máquinas plantadoras precisa estar bem regulado para não jogar mais que 10 centímetros de terra sobre os toletes. Trabalhos científicos tam-bém demonstram que quantidades acima deste número podem causar atraso na germinação ou até mesmo a não germinação das plantas.

Também no sistema de plantio mecanizado não devemos esquecer dos cuidados que já estamos acos-tumados a ter no plantio semimeca-nizado, que são: sistematização das áreas de plantio, manejo do solo para combate a possíveis proces-sos erosivos; preparo e correção do solo antes do plantio; desinfecção de ervas daninhas de difícil con-trole; aquisição de mudas sadias, ressaltando que a boa qualidade das mudas é fator determinante do su-cesso desse sistema.

Desde que tomados os devi-dos cuidados não são verificadas diferenças quanto à brotação dos talhões plantados manual e meca-nicamente. Mas melhorias ainda devem ser realizadas nos equipa-mentos (plantadoras e colhedoras de muda) para garantir, principal-mente, a qualidade da brotação das gemas e uniformidade de distribui-ção de mudas. O produtor também deve investir na capacitação da sua equipe envolvida no plantio.

ConclusãoO processo de plantio da cana-de-

-açúcar influencia as demais opera-ções realizadas no ciclo da cultura

(adubações, aplicações de correti-vos, aplicação de defensivos, colhei-ta, etc.), portanto o gerenciamento e o planejamento estratégico devem ser realizados de maneira correta.

Segundo Beauclair e Scarpi (2006), o plantio é sempre o in-vestimento crucial na condução de qualquer cultura, é a base de desen-volvimento e sejam quais forem as práticas de plantio adotadas (semi-mecanizadas ou mecanizadas) elas devem atender tais demandas. Um canavial implantado sem os conhe-cimentos básicos de plantio pode-rá ter reduzido a sua longevidade, determinando como consequência a elevação dos custos de produção.

Consulte a equipe técnica Cana-oeste para maiores informações.

Literatura Consultada:BEAUCLAIR, E.G.F.; SCAR-

PARI, M.S. Noções Fitotécni-cas. In: RIPOLI, T.C.C.; RIPOLI, M.L.C.; CASAGRANDI, D.V.; IDE, B.Y. (Org.). Plantio de cana--de-açúcar: estado da Arte. Pira-cicaba: Livroceres, 2006. V.1, p. 80-91.

JANINI, Daniel Alexandre. Aná-lise operacional e econômica do sistema de plantio mecanizado de cana-de-açúcar (Saccharum spp.). 2007. 149 p.

PESSAN, E. B.; SCARTOZZO-NI, E. Plantio mecanizado de cana-de-açúcar (Saccharum spp.) uma abordagem geral. 2012. 18p. Trabalho de graduação apresentado à faculdade de tecnologia “Shunji Nishimura” - FATEC Pompéia. Cur-so de Tecnologia em Mecanização em Agricultura de Precisão.

PINTO, A.C.P.; MORAES, E.E. Equipamento distribuidor de toleles para plantio de cana-de-açúcar. In: SEMINÁRIO DE TECNOLOGIA AGRONÔMICA, 7, 1997, Piraci-caba. Anais... Piracicaba: COO-PERSUCAR, 1997. P. 213-231.

RIPOLI, T.C.C.; RIPOLI, M.L.C. Biomassa de cana-de-açúcar: co-lheita, energia e ambiente. Piracica-ba: Ed. Dos Autores, 2004. 309 p.

RIPOLI, T.C.C.; RIPOLI, M.L.C.; CASAGRANDI, D.V. Plantio de cana-de-açúcar: estado da Arte. Piracicaba: Ed. Dos Auto-res, 2006. 216 p.RC

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do com base para Academia, em um terreno de 200m², contendo uma casa de laje com dois quartos, sala, cozinha, copa e banheiro e, ainda, uma sala comercial para escritório. O estabelecimento fica localizado à Rua. Ângelo Pignata, 23 em Sertãozinho-SP. Va-lor: R$ 230.000,00.

- 01 casa de aproximadamente 500m² com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separado da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056 Sertãozinho--SP. Preço a combinar.

Tratar com João Sacai Sato pelo telefone (16) 3610-1634.

veNDe-Se

- Área para reserva legal localizada em Buritizal-SP. Valor: R$ 15.000,00 o hectare em mata fechada;

- Um sítio de 70 hectares em Coroman-del-MG bom para café, com casa, energia, formada 30 hectares em Braquiarão, 10 hectares em campo, 7 hectares em lavou-ra e 1 hectare em eucalipto de 30 anos, restante mata em terra de cultura, represa. Aceita troca por imóveis urbanos. Valor: R$500.000,00.

Tratar com José Antônio pelo telefone: (16) 9 91425362.

veNDem-Se

- Fazenda região de Rancharia/SP. Possui 569 alqueires, 25 divisões de pasto, quatro piquetes mais confinamento para 500 bois, 500 cabeças de gado (vaca, bezerro,boi), um curral grande completo, um curral só com bretes, um barracão de estrutura metá-lica, um barracão de telhas francesas, 200 alqueires de pasto novo (três anos), cercas novas de cinco fios e cinco casas de caseiro.

- Fazenda (agricultura/pecuária) em Martinópolis/SP, próxima à rodovia Rapo-so Tavares (16 km). Possui área de 1818 alqueires, 360 alqueires de reserva legal, 900 alqueires para agricultura, 566 alquei-res para pastagens, confinamento para 3.000 cabeças, quatro currais completos, terra mista com prática de agricultura de soja e milho, estrutura completa (casas de caseiro, oficina, borracharia, tanque de diesel) e pis-ta de pouso asfaltada.

Tratar pelo telefone: (16) 9 9281-8932.

veNDem-Se - 01 transformador de 45 KVA. Valor:

R$ 1.500,00;- Apartamento no Guarujá, localiza-

do na praia de Astúrias. Possui quatro suítes, três salas, copa, cozinha, quarto para empregada, piscina na sacada do apartamento, quatro vagas na garagem, área comum com piscina aquecida, salão de jogos e festa, churrasqueira, quadra e

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Revista Canavieiros - Dezembro de 2014

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sauna. Valor: R$ 1.980.000,00.Tratar com Wilson pelo telefone (17) 9

9739-2000 – Viradouro/SP.

veNDem-Se - Colheitadeira Case A7700, ano 2009,

- 7700, esteira, motor Cummins M11, má-quina utilizada na última safra.Valor: R$ 145.000,00;

- Colheitadeira Case A8800, ano 2011, esteira máquina na colheita de cana funcio-nando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00;

- Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania, motor novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$ 130.000,00;

- Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 260.000,00.

Tratar com Marcelo pelos telefones: (16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.

veNDem-Se - 02 uniport. Modelos disponíveis:

2500 EJ (anos 2003/2004); 3000 EJ (anos 2003/2004); 2500 Star (anos 2009/2010) e 3000 Hidro 4x4 EJ (ano 2004).

Tratar com Moacyr pelo telefone: (16) 9 8112-0770.

veNDem-Se

- VW 15-180 / 12 Borrachero Móvel Gascom;

- VW 26-260 / 11 Comboio Gascom Lu-brificante e Abastecimento. 9.000 litros;

- VW 15-180 / 11 Oficina Móvel Gas-com;

- VW 13-180 / 11 Pipa Bombeiro 10.000 litros;

- VW 31-320 / 10 Tanque Gascom 20.000 litros pipa bombeiro;

- VW 15-180 / 10 Comboio Gascom Lu-brificante e Abastecimento. 6.000 litros;

- VW 15-180 / 09 Comboio Impacto Lu-brificante e Abastecimento 6.000 litros;

- VW 13-180 / 09 Comboio Gascom Lu-brificante e Abastecimento 4.000 litros;

- VW 12-140 / 96 Oficina Móvel Gas-com;

- MB 2726 / 09 Betoneira 8m³;- MB 2423k / 09 Basculante 12m³;- MB 1725 / 09 4x4 Comboio Abasteci-

mento Diesel 10.000 litros;- MB 2423k / 04 Basculante 12m³;- MB 2423k / 01 Tanque 15.000 litros

Pipa Bombeiro;- MB 1214 / 97 Oficina Móvel;

- MB LA 1418 / 95 4x4 chassi;- MB 2318 / 94 Tanque 12.000 litros

Pipa Bombeiro;- MB 2213 / 81 Tanque 14.000 litros

Pipa Bombeiro;- MB 1113 / 72 Tanque 7.000 litros Pipa

Bombeiro;- MB 1113 / 69 Toco Chassi;- F.Cargo 1719 / 13 Toco Chassi;- F.Cargo 2628 / 07 Basculante 12m³;- F.Cargo 2626 / 05 Tanque 16.000 litros

Pipa Bombeiro;- F-12000 / 95 Tanque 10.000 litros Pipa

Bombeiro;- F-14000 / 90 Tanque 9.000 litros Pipa

Bombeiro;- Carreta Prancha Facchini 2008 3 eixos

rebaixada;- Toyota Hilux SRV 2010, Prata, auto-

mática, 4x4, diesel, 50.000km;- GM S10 Executive 2007 Prata 4x4

diesel;- Caçamba Basculante Toco 5m³;- Tanque de Fibra 16.000 litros;- Tanque de Ferro 15.000 litros;- Baú Sider 6.50 metros;- Comboio Gascom 2.000 litros Lubrifi-

cante e Abastecimento;- MunkHincol43.000 ano 2012;- MunkHincol31.000 ano 2010;- MunkMasal12.000 ano 2004;- MunkMunck 640-18. Contato Alexandre (16) 39451250 / 9

97669243 oi / 9 92402323 claro, whatsApp / 78133866 id 96*81149 nextel

veNDe-Se

- Trator Valtra Modelo BH 180, ano 2006, com 7055 horas trabalhadas, “cabi-nado” de fábrica, completo 4x4 com kit de freio boca de lobo (para puxar carreta).

Tratar com Marco Antônio Oliveira pelo telefone: (16) 9 9166-4286

veNDe-Se

- Uma área de 23,5 alqueires em Ituve-rava, ideal para reserva.

Tratar com Paulo Pínola pelo telefone: (16) 3839-7506.

veNDem-Se

- Atomatizador marca FMC com capaci-dade para 4000 litros, ano 2004 seminovo R$12.000,00;

- Grade niveladora de arrasto com 42 discos de 18 polegadas R$2.500,00;

- Bazuca com capacidade de 6.000 Kg R$ 4.000,00;

- Pá carregadeira, modelo 938 GII, ano

2006 série 0938 GERTB em bom estado de conservação. R$ 180.000,00;

- Conjunto de irrigação completo com Ferti-Irrigação, filtro de areia e gotejador Uniram Flex 2,31 x 0,70m com +\- 30 mil metros, sem uso R$ 52.000,00;

- Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar condicionado e hiflow, ano 2010 com 4.241,3 horas de uso R$ 120.000,00;

- Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar condicionado e hiflow, ano 2010 com 5.356,1 horas de uso R$ 120.000,00.

Tratar com FURTUNATO pelos telefo-nes (16) 3242-8540 – 9 9703-3491 [email protected] Prazo a combinar

veNDem-Se

- Terreno para construção de rancho entre Sertãozinho e Pitangueiras, (Vale do Mogi) área: 1.200 m²;

- Rancho entre Sertãozinho e Pitanguei-ras, (Vale do Mogi) área construída: 140 m², área total: 7.000 m²;

Pomar todo alambrado, documentação e parte ambiental ok.

Tratar com André Tonielo pelo telefone (16) 9 9139-8664.

veNDem-Se

-Trator MF 680 “cabinado” ano 2006, motor com 1000 horas, em boas condições;

- L200, traçada, cor branca, ano 2006, com ar-condicionado.

Tratar com Raul pelo telefone (34) 9972-3073.

veNDem-Se

- Cultivador e sulcador de cana DMB, com marcador de pistão completo para cana crua e queimada, ano 2004.

- Grade Aradora Tatu, 14x28 espaça-mento 270mm, ano 2004.

- Grade aradoraCivemasa, 16x34 espa-çamento 360mm (seminova).

- Carreta de plantio de cana-de-açúcar, com assoalho novo, comprimento 4 metros com um eixo e dois pneus 900x20.

- Plantadeira PH 2700 de 4 linhas plantio convencional, toda reformada e revisada.

- Grade Niveladora Piccin 48x22, grade conversada.

Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008/ 99253-6989 /(16) 98186-9035 (Tim) / 99739-6005 (Vivo).

- A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.- A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas.

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Revista Canavieiros - Dezembro de 2014

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Eventos de janeiro de 2015WoRkSHoP teCNoLoGiA De APLiCAção De

DefeNSivoS AGRíCoLAS viSANDo A SeGURAN-çA Do APLiCADoR e DoS ALimeNtoS

GePoL - Grupo de Estudos e Práticas em OlericulturaData: De 04/02/2015 a 04/02/2015Carga Horária: 4 horas - vagas: 100Horário: Das 8h às 12hPúblico Alvo: Produtores, estudantes e profissionaisobjetivo: Proporcionar conhecimento para o manejo in-

teligente de defensivos agrícolas desde sua aquisição, arma-zenamento, aplicação e descarte, visando resguardar a saúde dos trabalhadores e a eficiência no uso, garantindo o máximo rendimento ao produtor e as boas práticas ambientais

Local: Departamento de Produção Vegetal (LPV) - Anfi-teatro Salim Simão

informações: SERVIÇO DE CULTURA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA (SVCEx)

Avenida Pádua Dias, 11 - Piracicaba/Sinscrições pelo site FEALQ ( http://fealq.org.br/ ) até o

dia 03/02/2015

CURSo De veRão em SoLoS e GeStão AmBieNtAL

Data: De 23/02/2015 a 27/02/2015Horário: 8h às 17hLocal: Instituto Agronômico, Prédio Franz Wilhelm Da-

fert/ Pós-Graduação ,Av. Barão de Itapura, 1481 - Botafogo, Campinas, SP

Público-alvo: alunos de graduação de cursos de Biologia, Agronomia, Engenharia Ambiental, Engenharia Agrícola, Gestão Ambiental, Geografia e áreas afins.

Coordenadores: Márcio Koiti Chiba, Aline Reneé Cos-cione, Adriana Parada Dias da Silveira

Contato: (19) 2137-0601 | [email protected]

CURSo De AtUALizAção Aplicações em Geoestatística em Ciências AgráriasPeríodo: de 12/01/2015 a 09/02/2015Carga Horária: 90 horasvagas: 20Período de inscrição: de 05/01/2015 a 09/01/2015Público Alvo: Alunos de Pós-graduação, Docentes e Pro-

fissionais que desejam aprofundar os conhecimentos na área.Local: Laboratório “B” do LCE/ESALQ/USPinformações: Telefone(s) / Ramal(is): (19)3429-4127Contato: Solangee-mail: [email protected] http://www.lce.esalq.

usp.br/inscrição Presencial: das 8 às 17hLocal: Secretaria da PPGEEA - Depto. de Ciências Exatas

- LCE/ESALQ/USP - Av. Pádua Dias, 11 - Sala 305 Pavilhão de Engenharia - 3º piso

inscrição on-line: https://uspdigital.usp.br/apolo/

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

...e a noite vem sim...silenciosamente, tocando aqueles corações que estão mais atentos para o cenário onde a Lua na espreita enamora uma estrela...

onde o dia traz o Sol mirando com um raio corações. Livro: Trechos Tecidos com Palavras... Sentimentos... Afins... Sem Fim... Madras, Editora -

Renata Carone Sborgia

Cultivando a Língua Portuguesa

1) O piloto “aterrisou” de forma bela o avião e sem problemas!Parabéns! Porém, cuidado com a expressão que escrita de forma incorreta tem

problemas!O correto é: aterrissar - com SS

OBS.: A melhor grafia é “aterrissar”, com dois “S”.A forma “aterrizar”, com “Z”, apesar de dicionarizada, não é recomendada

por manuais e autores da norma culta.Tanto que os dicionários e o Vocabulário (acrescentar: Ortográfico) Brasileiro

de Letras, quando registram o substantivo da família, só consideram “aterrissa-gem”, também com dois “S”.

2) Maria queria “advinhar” o que estava dentro da caixa!...difícil, Maria, com a expressão incorreta!

O correto é: adivinhar (DI)

3) Ela tem uma “expontânedade” que surpreende todos os amigos!....e surpreende mais ainda a Língua Portuguesa com o erro da expressão!

O correto é: espontâneo(s) O correto é: espontaneidade (CORRETO: NEI) (errado: espontaNIEdade)Regra fácil: A forma correta de escrita da palavra é espontaneidade. A palavra

espontaniedade está errada. Devemos utilizar o substantivo comum feminino espontaneidade sempre que quisermos referir a alguma coisa ou a alguém que é espontâneo, natural, simples.

A palavra espontaneidade é formada a partir de derivação sufixal, ou seja, é acrescentado um sufixo a uma palavra já existente, alterando o sentido da mesma. Neste caso, temos a palavra espontâneo mais o sufixo –(i)dade.

O sufixo – (i)dade é um sufixo nominal que se junta a um adjetivo para dar origem a um substantivo. Sugere a qualidade ou o estado de algo. Exemplos: espontaneidade, felicidade, velocidade, dignidade...

Biblioteca “General Álvaro

Tavares Carmo”

toda mafalda

“Mafalda é apenas uma garotinha. Gosta de brincar, de dançar e odeia tomar sopa. Mas, com apenas seis anos de idade, a menina cria-da pelo cartunista argentino Quino na década de setenta tem plena consciência do mundo em que vive, cheio de injustiças, guerras e in-tolerância. Ela e sua turma gostam dos Beatles, mas questionam o insano universo dos adultos, suas manias e suas maneiras de encarar o mun-do e a realidade.A última tirinha dessa perso-nagem foi publicada em 1975, mas continua mais atual do que nunca. Esta edição contém todas as tirinhas publicadas por Quino, da pri-meira à última, e mostram, com muito humor e carisma, que ser politizado e consciente não significa ser pessimista, e, principalmente, não significa ser adulto.”

(Trecho extraído de: http://www.livraria-cultura.com.br/p/toda-mafalda-61448)

Referência:QUINO. Toda Mafalda . 2ªed. São Pau-

lo: Martins Fontes, 2010.

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem

procurar a Biblioteca da [email protected]

www.facebook.com/BibliotecaCanaoesteFone: (16) 3524-2453

Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP

Renata Sborgia

Coluna mensal* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de

vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

PARA VOCÊ PENSAR:...no final fazemos o balanço: de tudo fica um pouco. Fica um pouco das palavras, do

silêncio, das rugas no rosto, do aroma, do riso, do choro, da saudade, do amor que se foi...do toque na alma. Fechemos a cortina do dia com um pouquinho de algo que consegue nos tocar de alguma forma. E que esse pouco possa ser muito para o nosso coração. E assim possamos abrir a cada dia um outro dia...de pouco em pouco. Livro: Trechos Tecidos com Palavras... Sentimentos...Afins... Sem Fim... Madras, Editora - Renata Carone Sborgia

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