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Revista Canavieiros - Outubro de 2010 1

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Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Cristiane Barão – MTb 31.814

JoRnalista Responsável:Carla Rossini - MTb 39.788

pRoJeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo

equipe de Redação e fotos:Carla Rodrigues - MTb 55.115Marília F. PalaveriRafael H. Mermejo

ComeRCial e publiCidade:(16) 3946-3311 - Ramal: [email protected]@revistacanavieiros.com.br

impRessão:São Francisco Gráfica e Editora Ltda

tiRagem: 11.000 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gra-tuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assi-nadas são de responsabilidade dos au-tores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista CanavieirosRua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)

www.revistacanavieiros.com.br

www.twitter.com/[email protected]

Expediente: Editorial

Dentre todas as certezas que di-zem respeito à cadeia sucroener-gética, uma delas é que é neces-

sário investir para este se tornar um setor sólido, pronto para superar crises e mo-mentos de insegurança. Investimentos em pesquisas e estudos são de extrema importância para este setor, já que é do campo, ainda na plantação, que sairão os resultados das melhores produtividades.

Em 2010, a Ridesa (Rede Interuni-versitária de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro) comemora 20 anos de trabalho e dedicação ao setor canaviei-ro. Para tal comemoração, lançou um catálogo com mais 13 novas variedades, sendo duas dessas variedades lançadas regionalmente no mês de outubro, em Ribeirão Preto. Confira na Reportagem de Capa deste mês as características e qualidade de cada uma delas e também as novidades que estão por vir.

Em mais uma comemoração, a Entre-vista desta edição da Canavieiros foi re-alizada com Luiz Antônio Ribeiro Pinto - Fundador da Santal Equipamentos S/A Comércio e Indústria, hoje presidente do conselho administrativo da empresa, que este ano completou 50 anos de atividade. Durante a entrevista, Luiz Antônio con-versou sobre a trajetória percorrida pela empresa, seus principais desafios e tam-bém sobre os futuros projetos.

O presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, é quem assina o Ponto de Vista. Em seu artigo, ele defende a sus-tentabilidade, que é uma das maiores me-tas para o setor sucroenergético brasileiro, e também a necessidade cada vez maior de investimentos no setor para torná-lo consolidado perante os olhos do mundo.

Os Artigos Técnicos deste mês trazem importantes discussões sobre a produti-vidade de cana-de-açúcar em neossolos quartzarênicos, de acordo com os pesqui-sadores do CTC (Centro de Tecnologia Ca-navieira), Antônio Celso Joaquim e Jorge

Luiz Donzelli. E também sobre adubação verde no sistema de produção da cana-de-açúcar assinado pelos engenheiros agrôno-mos Denizart Bolonhezi, José A. Donizeti Carlos e Antonio Cesar Bolonhezi.

O advogado da Canaoeste, Julia-no Bortoloti, está presente nos Assun-tos Legais desta edição, informando os produtores sobre a queima de palha de cana-de-açúcar e traz mais uma decisão do Superior Tribunal de Justiça de que é possível a queima controlada, desde que autorizada pelos órgãos ambientais e observando-se as restrições legais.

A seção Notícias Copercana traz a in-corporação de cinco lojas que faziam parte da antiga Coopervam e mostra a satisfação dos cooperados de Santa Rosa de Viterbo com a chegada da Copercana na cidade. Ainda em Notícias Copercana tem a pos-se do gerente da Copercana, Luis Ricardo Meloni, como integrante da diretoria re-gional da APAS (Associação Paulista de Supermercados). Já no Destaque deste mês você encontrará informações sobre as chu-vas, que tanto prejudicaram a moagem na região Centro-Sul, mas ao mesmo tempo favoreceram a produção de etanol.

Não deixe de conferir ainda dados sobre a nova safra de grãos, informações seto-riais com o assessor técnico da Canaoeste, Oswaldo Alonso e a dica de leitura.

Errata:Na reportagem “Copercana realiza reunião téc-

nica de amendoim para produtores” publicada na edição 51, de setembro , pela Revista Canavieiros, há uma informação incompleta no seguinte pará-grafo: “Já o professor Carlos Alexandre (UNESP/Botucatu) mostrou aos produtores os resultados de sua avaliação feita com uso de fertilizantes foliares na cultura do amendoim. Para isso foram realizados três experimentos: Programa Stoller (I), Agrovec (II) e Brasquímica (III). Feitas as análises, ele con-cluiu que independente da empresa, os tratamentos aplicados proporcionaram produtividade”.

O correto é: “Feitas as análises, ele concluiu que independentemente da empresa, os tratamentos (pro-dutos) com aplicação de 15 a 30 g/ha de Mo (Mo-libidênio), até os 30 DAE, foram suficientes para proporcionar produtividades semelhantes aos “Pro-gramas Completos” e superiores a testemunha”.

Investirpara consolidar

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Ano V - Edição 52 - Outubro de 2010

Indices:

E mais:

Capa - 20Ridesa realiza lançamento regional de variedades

Duas variedades foram apresentadas em Ribeirão Preto; Catálogo Nacional de Variedades RB traz 13 novos cultivares

12 - Notícias Copercana

05 - Entrevista

08 - Ponto de Vista

16 - Notícias Canaoeste

18 - Notícias Cocred

23 - Safra de Grãos

- Nova safra pode sofrer redu-ção de plantio e produção

Os agricultores brasileiros começam um novo plantio de grãos para o ciclo 2010/2011.

- Copercana: filial em Santa Rosa de Viterbo conquista produtores - Gerente da Copercana integra diretoria regional da APAS

Luiz Antônio Ribeiro Pinto Fundador da Santal Equipamentos S/A Comércio e IndústriaOs 50 anos de atividades da Santal

Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana, SicoobCocred e Sindicato Rural de Sertãozinho.

“O setor esta com os pés no chão”

- Consecana

- Balancete Mensal

Assuntos Legais

.................página 15

Circular Consecana

.................página 16

Destaque

.................página 24

Informações Setoriais

.................página 26

Artigo Técnico I

.................página 28

Artigo Técnico II

.................página 31

Cultura

.................página 32

Agende-se

.................página 33

Classificados

.................página 34

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Luiz Antônio Ribeiro Pinto

Os 50 anos de atividades da Santal

Fundador da Santal Equipamen-tos S/A Comércio e IndústriaCarla Rodrigues

Canavieiros: Em 2010 a Santal co-memora 50 anos de fundação. Como foi o início dessa história?

Luiz Antônio Ribeiro Pinto: A San-tal nasceu em 1960, fruto das experiên-cias que eu e meu pai, Arnaldo Ribeiro Pinto, fizemos na Usina Santa Lídia. Ao final da década de 50, começava a ha-ver falta de mão-de-obra e reclamações salariais e devido a isso começamos a pensar que estava na hora de iniciar a mecanização. Nessa ocasião, importa-mos para a Usina Santa Lídia uma co-lhedora de cana americana, que colhia cana inteira e a jogava em cima de um cesto, que ficava no alto e depois se abria em cima de uma carreta.

Em 1959 resolvemos redesenhar essa máquina. Pegamos algumas peças e de-senhamos uma máquina nova montada em cima de um trator TD9, que pegava a cana inteira queimada e a levantava. Ela era jogada numa esteira transversal por cima do trator e caía no caminhão ao

“...desenhamos uma máqui-na nova montada em cima

de um trator TD9, que pega-va a cana inteira queimada e a levantava. Ela era joga-da numa esteira transversal por cima do trator e caía no

caminhão ao lado. Depois de muito quebrar a cabeça, essa máquina funcionou e nós resolvemos fazer uma pequena fábrica (Santal =

Santa+l de Lídia)...”

Entrevista com:

O fundador da Santal Equipa-mentos, o engenheiro mecânico Luiz Antônio Ribeiro Pinto, acre-dita no potencial brasileiro no desenvolvimento de máquinas e produtos agrícolas. Em 2010, a Santal comemora 50 anos de ati-vidades como a principal empresa brasileira fornecedora de produtos e serviços para mecanização agrí-cola no setor canavieiro.Nesta entrevista concedida à Canavieiros, o Sr. Luiz Antônio, hoje presidente do Conselho Administrativo da Santal, fala sobre a trajetória percorrida pela empresa, seus principais desafios e também sobre os futuros projetos.

lado. Depois de muito quebrar a cabeça, essa máquina funcionou e nós resolve-mos fazer uma pequena fábrica (Santal = Santa+l de Lídia), para assim podermos fabricar algumas máquinas, vendê-las e iniciar a mecanização aqui no Brasil.

Inauguramos a Santal em 1960 em uma área alugada. As duas primeiras máquinas que fizemos foram vendidas para a Usina São Geraldo e assim, em 1961, entraram em operação as primei-ras colhedoras de cana Santal. Três me-ses depois, durante a safra, elas já pro-varam que estavam completamente fora do tempo, pois a mão-de-obra voltara a ser abundante e barata. Já as máquinas eram caras, com elevado custo de ope-ração e manutenção. Com isso chega-mos à conclusão de que estávamos fora do tempo e a Usina são Geraldo, depois de muito trabalhar conosco perguntou se não queríamos receber de volta as máquinas.

Como estávamos começando a fazer as carregadoras de cana, propusemos fazer uma troca e eles aceitaram. Troca-mos e começamos a comercializar car-regadoras de cana que eram máquinas bem mais simples e que o mercado já estava demandando. Este foi o início.

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Canavieiros: Isso esfriou a ideia de se fazer uma colhedora?

Ribeiro Pinto: As carregadoras de cana sustentaram a Santal nos primeiros 30 anos. Chegamos a fazer 700 unidades por ano dessas máquinas. Fabricamos a maior quantidade de carregadoras de cana do Brasil até hoje. Apesar das car-regadoras suprirem muito bem as neces-sidades do mercado na época, sempre continuamos com a ideia de fazer uma colhedora.

Canavieiros: E qual foi o próximo passo?

Ribeiro Pinto: No início da década de 70 fiz três viagens para a Austrália e cheguei à conclusão de que o caminho que eles tinham tomado, de fazer uma máquina para cana picada, era a melhor solução. A partir daí fizemos um contrato com uma pequena empresa da Austrália, a Don Mizzi, e importamos 10 máqui-nas para montar aqui no Brasil, em trato-res Massey Ferguson. Logo depois, em 1974 reformulamos totalmente essa má-quina e passamos a montá-la num trator Valmet sem eixo dianteiro, o que deu um ótimo resultado. Assim nasceu a Santal 115. Era uma máquina que colhia muito bem, picava e carregava simultaneamen-te. Ao longo de sua vida vendemos cerca de 400 unidades.

Nesse período continuamos fazendo as carregadoras de cana e atendendo o mercado, pois nessa época praticamente não se carregava mais cana na mão.

A Santal 115 era toda fabricada aqui no Brasil e como eu disse, vendemos bastan-te, mas a produtividade era pequena. Por volta de 1980, o governo brasileiro resol-veu autorizar a importação de colhedora de cana sem taxas. Com isso, máquinas estrangeiras e mais potentes do que a nos-sa começaram a entrar no país.

Canavieiros: E qual foi o im-pacto da entrada das máquinas estrangeiras?

Ribeiro Pinto: Nesse mo-mento a Santal resolveu que era hora de aposentar a 115 e desenvolver uma máquina nova, mais potente e au-tomotriz. Assim nasceu a Santal Rotor, inclusive com um princípio diferente das australianas: ao mesmo tempo em que ela picava cana, o mesmo mecanismo jo-gava a cana para cima e carregava. Essa ideia nasceu aqui.

Tivemos a Santal Rotor 1, 2, 3 e 4 e depois a Amazon, que foi durante mui-to tempo uma máquina vendida por nós com bastante sucesso. Finalmente depois da Amazon, a partir de 2000 chegamos à conclusão de que, porque carregava para um lado só, não fazia o que as concor-rentes faziam: elas viravam os elevado-res para o lado esquerdo e direito, e isso permitia que andassem numa linha de cana e depois fizessem a volta e voltas-sem pela rua seguinte. Concluímos que teríamos que fazer uma colhedora nova que acompanhasse o mercado; daí nas-ceu a Tandem, já em 2004.

Canavieiros: Qual o diferencial da Tandem?

Ribeiro Pinto: A Tandem é um desen-volvimento também da Santal e única no mundo, pois não era nem uma máquina convencional de pneus, nem uma de es-teira. Ela ficou intermediária, com muito mais estabilidade porque tinha quatro ro-das atrás e duas na frente, e ao mesmo tempo conservava a velocidade e a facili-dade de deslocamento que uma máquina de pneu tem em comparação com uma máquina de esteira.

Canavieiros: Com a boa aceitação das colhedoras, qual a fatia que as car-regadoras passaram a ter na linha de

produção da empresa?

Ribeiro Pinto: À medida que come-çou a aumentar realmente a quantidade de colhedoras mecânicas, o mercado passou a comprar menos carregadoras porque elas dispensam uso da carregado-ra, já que ela corta, pica e carrega simul-taneamente. Gradualmente a carregadora passou a ter menos importância aqui na Santal. Em compensação os transbordos aumentaram muito e praticamente toma-ram o lugar da carregadora na empresa. Todos eles são desenhados e desenvol-vidos aqui.

Canavieiros: O que veio depois da Tandem, lançada em 2004?

Ribeiro Pinto: Dois anos depois lan-çamos a Tandem série II com uma por-ção de melhorias e hoje estamos prepa-rando o lançamento da mesma máquina, mas com esteira, para que ocupe a parte do mercado que precisa das vantagens da esteira, com solos menos preparados. Continuamos desenvolvendo outras li-nhas de produtos, como transbordos e plantadoras. As primeiras plantadoras foram feitas já na década de 60, todas para cana inteira e agora, a partir de 2004, começamos com as primeiras plantadoras de cana picada. Vale desta-car que a Santal foi uma empresa conce-bida desde o início para a mecanização da cana-de-açúcar.

Canavieiros: Qual o maior foco da Santal nestes 50 anos?

Ribeiro Pinto: A Santal primou por desenvolver. É uma linha que poucos adotaram: desenvolver seus produtos com tecnologia própria. Nós não con-tratamos consultorias estrangeiras, nem participação de capital estrangeiro, nada, foi tudo feito com trabalho e capital bra-sileiro. Essa é a evolução da Santal.

A tendência é de grandes grupos continuarem compran-do as poucas usinas “familia-res” que sobrarem. Grandes grupos que vão não só fazer açúcar e álcool, mas também energia, vão explorar tudo começando pelo bagaço, fo-

lhas, palha e pontas da cana.

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Canavieiros: Quais foram os maiores desafios enfrentados?

Ribeiro Pinto: Realmente o maior desafio da Santal é a concorrência com empresas multinacionais muito fortes. Hoje em dia, tanto a Case como a John Deere são duas gigantescas empresas, vieram para cá fabricar visando o merca-do brasileiro, o maior em cana-de-açúcar do mundo, e começaram a fabricar aqui, com tecnologia americana e australiana.

A Case comprou a Austoft australiana com toda sua tecnologia. A John Deere comprou uma fábrica americana, que por sua vez tinha copiado a máquina da Austoft nos EUA e veio para o Brasil fa-bricar também. Isso é um desafio perma-nente para nós.

E agora daqui pra frente isso vai con-tinuar. Antigamente as usinas eram pro-priedades familiares, e também de capital brasileiro, que expandia gradualmente seu próprio capital. Hoje estamos numa situ-ação que mostra uma mudança radical no mercado sucroalcooleiro. Grandes grupos estrangeiros estão vindo e grandes grupos nacionais estão entrando no negócio. Isso está mudando o tipo de comercialização.

Canavieiros: Como o senhor enxerga o setor sucroalcooleiro daqui a 50 anos?

Ribeiro Pinto: A tendência é de gran-des grupos continuarem comprando as poucas usinas “familiares” que sobra-rem. Grandes grupos que vão não só fa-zer açúcar e álcool, mas também energia, vão explorar tudo começando pelo baga-ço, folhas, palha e pontas da cana.

Hoje a cana só é colhida crua e com o tempo essa palha vai ser aproveitada como combustível para gerar eletricidade ou talvez ainda para ser aproveitada em novos processos de fabricação de açúcar, através da transformação da fibra vegetal em cadeias de carbono, que permitam ser transformadas em açúcar. É o açúcar e o etanol a partir da celulose, o que irá mais do que dobrar o atual aproveitamento da energia contida na cana-de-açúcar.

Isso vai aumentar muito a nossa capa-cidade de produção de açúcar e de álco-ol. Já se faz isso há muito tempo, mas o custo é alto. O que vai acontecer é des-cobrir sistemas que produzam em larga escala a um custo bem menor.

Canavieiros: O que precisa ser desen-volvido para que as colhedoras de cana trabalhem em todas as áreas de uma pro-

priedade, independente de seu terreno?Ribeiro Pinto: Vai sempre depender

muito da topografia. Hoje uma máquina é capaz de trabalhar em terrenos com até com 25% de inclinação, mas toda a opera-ção fica muito mais cara, a produtividade é muito menor. Isso não tem jeito de mu-dar porque as máquinas são grandes.

O que vai acontecer gradualmente é que a cana plantada em terreno irregular vai sumir, vai ficar tão caro em relação ao resto que ela vai acabar sendo utili-zada para outra finalidade e, ao mesmo tempo, grandes áreas de pastagens que temos aqui no Brasil Central serão trans-formadas em cana.

Acho que o futuro esta por aí. Não se vai fazer uma máquina para trabalhar em terrenos acidentados, não compensa, pois não iria ter mercado.

Canavieiros: Quais são os projetos para o futuro?

Ribeiro Pinto: Atualmente vamos lançar a nossa máquina de esteiras e esta-mos desenvolvendo também uma planta-dora de cana mais eficiente do que essas que estão no mercado. Fora isso, sempre estamos pesquisando novas possibilida-des na medida em que forem surgindo.

Canavieiros: O que a Santal repre-senta para o senhor?

Ribeiro Pinto: Representa algo que fiz porque acreditava e porque gostava e continuo acreditando e gostando.

Canavieiros: Como surgiu a ideia

de se desenvolver o densímetro de etanol?

Ribeiro Pinto: O densímetro apa-receu porque na ocasião, no início do Proálcool, havia um problema bastan-te delicado e generalizado.

No álcool a água é totalmente mis-cível. Se você pegar o álcool puro e jogar um copo de água, não vai mudar em nada a aparência. O posto poderia facilmente adulterar o combustível e na época a única maneira de verificar isso era através de um tubo de ensaio, termômetro, medidas de temperatura e densidade e o resultado seria com-parado com uma tabela que ficava no posto. O que desanimava qualquer usuário de verificar a qualidade do produto.

Então surgiu a necessidade de um método simples, que só de olhar você saberia se o combustível estava bom ou não. Para isso imaginei um den-símetro que compensasse automati-camente a variação da temperatura, coisa que não existia até então. Você coloca o densímetro térmo-compen-sado dentro da mistura álcool e água e em qualquer temperatura a coluna vermelha mostra a qualidade: se ela aparecer acima do nível do líquido, o álcool está adulterado.

Tive a patente desse sistema por 15 anos. Hoje ele está em todos os postos do Brasil e é exigido por lei. Uma pa-tente desenvolvida aqui dentro da San-tal. Foi uma contribuição ao Proálcool, de que muito nos orgulhamos. RC

Entrevista

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Revista Canavieiros - Outubro de 2010

10Ponto de Vista

Antonio Eduardo Tonielo*O setor está com os pés no chão

Atender as demandas dos mercados interno e externo, tanto na produção de açúcar como na fabricação de etanol, com foco na sustentabilidade, é uma das maiores metas e um dos maiores desafios para o setor sucroenergético brasileiro. A região Centro-Sul do país deverá produ-zir 534 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na presente safra 2010/2011, de acordo com estimativa da ÚNICA (União da Agroindústria Canavieira), que também estima uma produção de açúcar de 34 milhões de toneladas e de etanol de 28 bilhões de litros.

Porém, com as perspectivas de cres-cimento desses dois mercados, é preciso investimentos para ampliar a produção. A cadeia produtiva de cana-de-açúcar não tem medido esforços para desenvol-ver suas atividades e consolidar cada vez mais o setor sucroenergético mundo afo-ra. O desafio da produção com sustenta-bilidade tem sido alcançado em grande escala. Mas é preciso saber até onde o governo brasileiro quer a expansão do setor. Não dá para os empresários conti-nuarem investindo apenas recursos pró-prios. É preciso financiamentos oficiais a longo prazo e a juros acessíveis para dar suporte a esse aclamado crescimen-to. Caso contrário, muitas indústrias não terão recursos para andar com suas pró-prias pernas e entrarão em crise.

Investimentos na expansão de novas unidades industriais e em melhorias nas unidades já em operação têm sido intensificados. Modernas tecnologias estão sendo descobertas e implantadas; pesquisas e estudos técnicos também

colocam à disposição do produtor rural novas variedades de cana, mais produti-vas e resistentes às pragas e doenças. São atitudes que estão garantindo desenvol-vimento e rentabilidade ao produtor e ao empresário do setor.

A retomada de negócios no primeiro semestre de 2010 nos apresenta um cená-rio mais positivo para esse final de ano. Os industriais e também os produtores de cana estão mais otimistas em relação à safra 2010/2011. Esta é a hora de jun-tarmos as forças e alavancarmos os nos-sos negócios.

Uma das indicações de que o setor vai bem é que a entrada de capital externo está cada vez mais freqüente. Isso tam-bém aumenta a competitividade do país e estimula o desenvolvimento do comércio internacional. O Brasil vai se tornar um fornecedor mais confiável de etanol, ou seja, o aumento de capital estrangeiro no setor sucroenergético é visto com bons olhos pelo mercado. De acordo com a Única, a participação de capital estran-geiro no Brasil já é da ordem de 22%.

É claro que muitos problemas ainda perseguem o setor, como a volatilidade nos preços do etanol. Sentimos na pele essas dificuldades, mas temos de admitir que elas existem em qualquer setor e que

sempre existirão percalços a enfrentar-mos, por melhor que esteja a situação.

É preciso reagir para enfrentar os desafios e é o que o setor sucroalco-oleiro tem feito com muita compe-tência. Outro desafio que o setor vem enfrentando é a qualificação dos tra-balhadores ligados à cadeia produtiva. A falta de mão-de-obra qualificada pode se tornar um dos principais gar-galos do setor. Por isso é tão impor-tante a implantação de programas de qualificação em parceria com insti-tuições públicas e privadas. Um bom exemplo é o projeto renovAção, fruto de entendimentos da Única com suas associadas e trabalhadores, desen-volvido com patrocínio de empresas e apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), numa de-monstração de grande coordenação e comprometimento da cadeia produti-va do setor sucroenergético com ações de responsabilidade social e melhoria contínua das condições de trabalho.

Enfim, o momento é muito propí-cio para o setor. No entanto, para fazer parte deste ambiente altamente pro-fissionalizado e competitivo, o setor deve estar unido, preparado e organi-zado. Só assim teremos a certeza que o setor está crescendo e se desenvol-vendo, mas com os pés no chão.

*presidente da Copercana, SicoobCocred, Sindicato Rural de

Sertãozinho e Conselheiro da Única.

“...para fazer parte deste ambiente alta-mente profissionali-

zado e competitivo, o setor deve estar pre-parado e organizado. Só assim teremos a certeza que o setor está crescendo e se desenvolvendo, mas com os pés no chão.”

RC

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Revista Canavieiros - Outubro de 2010

12Notícias Copercana

Copercana: filial em Santa Rosa de Viterbo conquista produtoresCarla Rodrigues

Em 2008, a Copercana realizou a incorporação de cinco lojas que faziam parte da antiga Cooper-

vam (Cooperativa Agropecuária do Vale do Mogi-Guaçu), e com isso ganhou mais filiais nas cidades de Descalva-do, Santa Rosa de Viterbo, Santa Rita do Passa Quatro, Porto Ferreira e Santa Cruz das Palmeiras.

Hoje a filial de Santa Rosa de Viter-bo conta com aproximadamente 320 co-operados e há um ano está instalada em novo endereço. Assim como na matriz, a Copercana local oferece aos seus coope-rados produtos agrícolas, como insumos, defensivos, ferramentas, implementos e também os produtos de magazine.

O cooperado Eli de Andrade é produtor de gado, eucalipto, café e cana-de-açúcar e está bastante satisfeito com a chegada da Copercana na cidade. Ele acredita que com a cooperativa a vida do produtor é valorizada. “A Copercana chegou aqui no momento certo e até hoje só temos coisas positivas para falar a seu respeito. Nela, eu encontro tudo o que preciso para meu trabalho, inclusive o atendimento de agrô-nomos que estão sempre prontos para es-clarecimentos”, disse.

Entre os produtos utilizados por An-drade está a vacina para prevenir a febre aftosa no seu rebanho. A aplicação das vacinas é realizada por ele mesmo, mas a compra das vacinas e a orientação cor-reta são feitas via Copercana. “A campa-nha de vacinação contra a febre aftosa é muito séria e rígida para nosso país. Por isso temos que comprar produtos que confiamos.”

A segunda etapa da campanha para prevenir a febre aftosa no Estado de São Paulo tem início no dia 1º de novembro e termina no final do mesmo mês. Durante este período, todos os bovinos e bubali-nos (de mamando a caducando) deverão ser vacinados e no Estado de Minas Ge-rais somente os animais com dois anos ou menos deverão ser vacinados.

Com a incorporação à antiga Coopervam, Copercana virou sinônimo de confiança entre cooperados

Os pecuaristas terão 30 dias para apli-car as vacinas nos seguintes Estados: Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Para-ná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e Tocantins, as-sim como no Distrito Federal. No Ama-pá, a vacinação deve ocorrer até o dia 15 de novembro.

De acordo com o veterinário da Co-percana, Gustavo Lopes, em 2009 foram vacinados 196 milhões de animais em todo o país durante a segunda etapa da campanha e este ano estima-se de 170 a 180 milhões de animais, o que é um nú-mero significativo para que se mantenha a sanidade do rebanho. “Essa campanha é muito importante para o Brasil. É ne-cessário que todos vacinem seus animais, mesmo aqueles que possuem uma peque-na quantidade, pois só assim, num futuro próximo, poderemos buscar a suspensão da vacina”, explicou o veterinário.

“A Copercana chegou aqui no momento cer-to e até hoje só temos

coisas positivas pra falar a seu respeito.

Nela, eu encontro tudo o que preciso ...”

fachada da loja da Copercana em Sta. Rosa do Viterbo

Parte interna da loja

O cooperado Eli de Andrade

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AFTOSAFebre aftosa é uma doença aguda, alta-

mente contagiosa que afeta os animais de cascos fendidos. Ela não ataca somente o gado. Porcos, carneiros, cabras, búfalos e até alguns bichos do mato como o veado e a capivara sofrem com esse mal. Rara-mente afeta pessoas, apenas as que têm contato com animais doentes ou com vírus, em laboratório de pesquisa. Se apenas um animal do seu rebanho for atacado, a febre pode passar para os outros de forma rápida. A aftosa maltrata muito o animal. Forma feridas na boca, nos pés e nas mamas.

Pode fazer com que as fêmeas prenhas percam a cria e até matar bezerros com poucos meses de vida. Mas a doença mal-trata também o bolso do criador. Rebanho com aftosa é prejuízo na certa. O animal perde peso e diminui a produção de leite.

TRAnsmissão: O principal veículo de transmissão é o próprio ar, através de aeros-sóis emitidos pelos animais doentes, poden-do chegar até 50 km de alcance. A maior fon-te de disseminação é o contato com animais infectados ou através de roupas, veículos au-tomotores entre outros objetos que estiveram em contato com os animais contaminados.

EvoLução dA doEnçA: É causa-da por um vírus que no Brasil apresenta 3 tipos (O, A e C) e mais de 60 subtipos dife-rentes. Inicialmente o vírus é instalado nas células da mucosa e faringe onde se multi-plica. A partir daí cai na circulação e se dis-semina por todo organismo. Após 24 a 48 horas, o animal apresenta febre, vesículas na língua, na cavidade bucal, nos espaços interdigitais e às vezes nas tetas e úberes. Após 48 horas do surgimento destes sinto-mas, estas vesículas se rompem facilitando a instalação de bactérias, dificultando as-sim a cicatrização.

sinTomAs: O animal baba excessi-vamente devido às vesículas na cavidade bucal, língua e faringe. Apresenta febre alta, falta de apetite e pêlos arrepiados. O animal emagrece severamente e não conse-gue se locomover. As fêmeas em gestação podem abortar o feto, os animais jovens podem morrer e as vacas em lactação têm sua produção leiteira bastante diminuída.

ConsEquênCiAs: Os animais que sofreram de febre aftosa podem desenvol-ver lesões secundárias crônicas oral, nasal e podal (nos pés). A deformação dos cas-

cos pode resultar num comprometimento permanente da capacidade de locomoção do animal prejudicando seu bem estar. O envolvimento da glândula mamária pode resultar em mastite e permanentes danos na produção de leite. O ganho de peso de animais com sequelas será abaixo quando comparados ao de animais sadios.

TRATAmEnTo: Esta doença não exis-te cura, o que pode ser feito é tratar os efei-tos causados pelo mal, como por exemplo, fazer anti-sepsia das lesões e feridas tentan-do evitar sequelas de maiores proporções.

PRofiLAxiA: A prevenção é feita através de vacinação seguindo o calendá-rio estabelecido por órgãos oficiais. O des-cumprimento da lei que obriga a vacinação de todos os animais da propriedade acarre-ta em sanções como multas e interdição da propriedade.

Vacinar o rebanho é investir no próprio negócio. É dar uma injeção de lucro no ani-mal. Vacinado ele vale muito mais e pode ser exportado com melhores preços.

*Texto retirado do site Agromundo – www.agromundo.com.br

RC

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14Notícias Copercana

Gerente da Copercana integra diretoriaregional da APASCarla Rossini

O novo diretor da APAS (As-sociação Paulista de Super-mercados) Regional Ribei-

rão Preto, Tiago Trevelatto Albanezi, tomou posse na noite da sexta-feira (15 de outubro), juntamente com os vice-diretores, para a gestão 2010-2012, em cerimônia realizada na Choperia Pinguim, em Ribeirão Pre-to. Tiago, diretor dos Supermercados Alpheu, recebeu o cargo de Aurélio Mialich, que, após dois mandatos à frente da Regional, assumiu a vice-diretoria de Apoio e Relacionamento com o Associado.

Luís Ricardo Meloni, gerente dos supermercados, lojas de ferragens, magazines e automotivos da Coper-cana se tornou o 1º vice diretor da Regional Ribeirão Preto. “Fazer parte de uma associação tão bem conceitu-ada é muito importante. É o nome da cooperativa que está sendo represen-tado. Já praticamos o cooperativismo e agora, também o associativismo. A troca de informações dentro da Apas é muito relevante para os participan-tes”, disse Meloni.

O presidente da Canaoeste e dire-tor da Copercana, Manoel Ortolan, esteve no evento para prestigiar Me-loni. Também estiveram presentes o presidente da APAS, João Galassi, que deu as boas vindas à diretoria; o diretor de Regionais e Distritais APAS, Palimércio de Luccas; e cerca de 140 pessoas, entre supermercadis-tas e fornecedores, incluindo empre-sários do setor.

Galassi reforçou o compromisso da APAS com os associados e concla-mou os supermercadistas a participa-rem mais ativamente dos projetos da entidade. “As informações disponí-veis na APAS auxiliam a gestão das empresas e nossos associados obtêm resultados superiores à média do mercado”, enfatizou.

Luís Ricardo Meloni, gerente dos supermercados, lojas de ferragens, magazines e automotivos da Copercana assumiu cargo no dia 15 de outubro

diretoria Regional Ribeirão Preto:diretor: Tiago Trevelatto Albanezi (Supermercados Alpheu)1º Vice-Diretor: Luís Ricardo Meloni (Copercana)2º vice-diretor: Éder Mialich (Supermercados Mialich)vice-diretor: Antonio Aparecido Savegnago (Savegnago Supermercados)vice-diretor: Rodrigo Canesin (Supermercado Canesin)vice-diretor: José Carlos Rinaldi (Supermercado 3 Jota)vice-diretor: Paulo César Oliveira (Supermercados 3 Irmãos)

Paulo César Oliveira, Eder Mialich, Rodrigo Canesin, Ricardo Meloni, Antônio Savegnago, José Carlos Rinaldi e Tiago Albanezi

Juliano Silva, Marco Sarni, Ricardo e Ana Meloni, Manoel Ortolan e Márcio ZevianiRC

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15Assuntos Legais

Queima de palha de cana-de-açúcar: - mais uma decisão do superior tribunal de justiça

Juliano Bortoloti - AdvogadoDepartamento Jurídico Canaoeste

Prezados produtores de cana-de-açúcar, chegou ao nosso conhe-cimento uma importante notícia

acerca de um julgamento ocorrido em 29 de setembro de 2010, no STJ (Superior Tribunal de Justiça), última instância judicial para discutir questões que en-volvem a queima de palha de cana-de-açúcar e a legislação que a autoriza.

O STJ, que possui duas Turmas Julgado-ras com cinco ministros cada e que formam a Primeira Seção do Tribunal, competente para julgar essa questão, ainda não havia chegado a uma conclusão final sobre o as-sunto, pois as referidas turmas possuem en-tendimentos opostos, ou seja, enquanto uma entende que a legislação que autoriza a prá-tica da queima da cana controlada é legal, a outra turma entende que a mesma lei não observa os ditames constitucionais.

Nesta decisão supra mencionada (Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 418.565-SP.), proferida pelos 10 ministros que compõem a 1ª Seção do Tribunal (1ª e 2ª Turmas), uniformizou-se o entendimento de que a proibição de utilizar-se do fogo disposta no Código Florestal (Lei nº 4.771/65), em seu artigo 27, abrange a cultura de cana, tendo os ministros ressaltado, porém, que o mes-mo código prevê a hipótese de queima controlada (§ único do artigo 27).

Desta forma, é possível utilizar-se da queima controlada, desde que autorizada pelos órgãos ambientais e observando-se as restrições legais. Os ministros ressaltaram, ainda, que se tal prática causar danos além dos previstos na legislação, restará ao seu causador a responsabilidade pelos prejuízos causados ao meio ambiente e a terceiros.

Portanto, sem sombra de dúvida, esta decisão emanada de tão impor-tante Corte de Justiça criou um im-portante precedente em defesa do setor sucroalcooleiro, demonstrando, mais uma vez, que a prática da quei-ma quando realizada dentro dos parâ-metros estipulados pela lei, além de constitucional também reflete o tão consagrado princípio do desenvolvi-mento sustentável. RC

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Consecana CIRCULAR Nº 11/10DATA: 30 de setembro de 2010

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue du-rante o mês de SETEMBRO de 2010. O preço médio do kg de ATR para o mês de SETEMBRO, referente à Safra 2010/2011, é de R$ 0,3524.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a setembro e acumulados até SETEM-BRO, são apresentados a seguir:

Notícias Canaoeste

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a setembro e acumulados até SETEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/10, são os seguintes:

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Revista Canavieiros - Outubro de 2010

18Notícias Cocred

Balancete MensalCOOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO

INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - SETEMBRO/2010Valores em Reais

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20 Ridesa realiza lançamento regional de variedades

Duas variedades foram apresentadas em Ribeirão Preto; Catálogo Nacional de Variedades RB traz 13 novos cultivares

Carla Rodrigues

A Ridesa (Rede Interuniversitária de Desenvolvimento do Setor Sucro-alcooleiro) completa 20 anos de

história em 2010 e para comemorar lan-çou o Catálogo Nacional de Variedades RB de Cana-de-açúcar, para apresentar as treze novas variedades desenvolvidas. O lançamento regional de duas das varie-dades aconteceu no dia 8 de outubro, em Ribeirão Preto, no Hotel JP.

Várias autoridades do setor, profes-sores, estudantes e empresários estive-ram presentes, como o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, o pre-sidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Marcos Jank, o presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Ismael Perina Júnior, o vice-reitor da UFSCar, Pedro M. Galetti Junior, e Hermann Hoffmann, professor e coordenador do programa de Melhora-mento Genético da Cana-de-Açúcar da UFSCar. Os presidentes da Canaoeste, Manoel Ortolan, e da Copercana e Si-coobCocred, Antonio Eduardo Tonielo, estiveram presentes.

Os participantes ouviram palestras do ex-ministro, Roberto Rodrigues, sobre a agroenergia, considerada por ele a nova geopolítica global. Para ele a economia verde é realidade no Brasil.

“Num mundo sem estratégia, avulta a sustentabilidade. O Brasil tem que impor sua visão tecnológica para orientar os demais outros países a produzirem com sustentabilidade. Temos referência para isso. Falta estratégia para que o Brasil possa liderar uma nova economia ver-de”, explicou Rodrigues.

Já, o presidente da Unica, Marcos Jank, falou sobre a dinâmica e as pers-pectivas do setor sucroenergético. Para ele, esses lançamentos são de grande importância para a competitividade do setor. “A cana é uma verdadeira máqui-na de fotossíntese. Com ela avançamos, mas ainda podemos avançar muito mais”, disse o presidente da Unica.

A cana é a segunda fonte de energia do Brasil e segundo Jank, o setor tem gran-de potencial de crescimento. “O cresci-mento do nosso setor não será em linha reta, será em curvas, como sempre foi. Vai sobreviver quem conseguir ir para as áreas verdes, já que novos produtos es-tão surgindo, como o ramo dos plásticos, bioeletricidade, além da frota flex, que só tende a crescer”, explicou.

Ainda de acordo com Jank, o maior desafio do setor é construir políticas pú-blicas para criar segurança e mostrar ao mundo a diferença entre etanol e com-bustíveis fósseis. Além disso, também há desafios a serem vencidos no que se re-ferem à logística, barreiras tarifárias, en-tre outros. “Temos muito potencial para vencer, mas é preciso um novo ciclo de investimentos”, completou.

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21Reportagem de Capa

8ª Liberação de Variedades RB de cana-de-açúcarPara Marcos Sanches Vieira, diretor-executivo

da Ridesa, a liberação de mais essas duas variedades é um marco significativo para o setor canavieiro, e muito emocionado, agradeceu a todos os envolvidos neste trabalho. “O trabalho realizado com essas va-riedades, mostra a grande parceria que temos com o setor. Muitos aspectos e características estão sur-gindo, como a mecanização, e nós nos adequamos a essas mudanças”, comentou Marcos.

A apresentação das duas variedades liberadas no evento, a RB965902 e a RB965917 foi feita pelo coordenador do programa de Melhoramento Gené-tico da Cana-de-Açúcar da UFSCar, Hermann Ho-ffmann, que destacou a importância das pesquisas e trabalhos realizados nesta área. “Desde 1982 foram liberadas 30 variedades com características diferen-tes de cana-de-açúcar, porém a dificuldade maior encontrada por nós, pesquisadores, é liberar varie-dades que se firmam e realmente vão contribuir com o produtor no final”, explicou o professor.

Com isso em mente, a Ridesa realizou um censo varietal pelo país, e os resultados foram satisfató-rios, alcançando em 79% de variedades RB no Esta-do de Pernambuco, 76% no Paraná, 58,9% em São Paulo, 55,7% em Minas Gerais, 47% em Alagoas e 42,5% em Goiás.

A Ridesa engloba as Universidades Federais de Alagoas, Rural de Pernambuco, São Carlos-SP, Vi-çosa-MG, Paraná, Rural do Rio de Janeiro, Goiás, Sergipe, Mato Grosso e Piauí. Parcerias com mais de 300 empresas do setor sucroalcooleiro garantem in-vestimentos de R$ 15 milhões por ano em pesquisas.

Marcos Jank - UnicaIsmael Perina Júnior - presidente da Orplana Roberto Rodrigues - ex-ministro da Agricultura

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22Reportagem de Capa

“Desde 1982 foram liberadas 30 variedades com caracterís-ticas diferentes de cana-de-açúcar, porém a dificuldade maior encontrada por nós,

pesquisadores, é liberar va-riedades que se firmam e re-almente vão contribuir com o

produtor no final”

IAC lançou três variedades em setembroAs variedades lançadas regionalmente

pela Ridesa somam-se às três apresenta-das pelo Centro de Cana do IAC, em se-tembro: IACSP95-5094, IACSP96-2042 e IACSP96-3060.

Essas três variedades adequam-se ao plantio mecânico e à colheita me-cânica crua, dispensando a queima. A IACSP95-5094 e IACSP96-2042 têm adaptação muito boa à região do cerrado e trazem a perspectiva de otimizar a pro-dutividade nas regiões secas, antes ocu-padas por pastagens. A IACSP96-3060 tem longo período de utilização, carac-terística que contribui na logística da ca-deia de produção por flexibilizar o perío-do de colheita.

De acordo com o pesquisador e diretor do Centro de Cana do IAC,

Marcos Guimarães de Andrade Lan-dell, “entre produtividade de bio-massa e teor de sacarose as novas variedades estão produzindo 10% a mais que as usadas na primeira me-

tade desta década”. Esse ganho pode chegar aos 30% se os produtores explorarem o potencial desses ma-teriais, associando-os aos ambientes de produção adequados. RC

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23Safra de Grãos

Nova safra pode sofrer redução de plantio e produção

Os agricultores brasileiros co-meçam um novo plantio de grãos para o ciclo 2010/2011.

A nova safra deve ficar entre 145,72 e 147,93 milhões de toneladas, com uma redução que vai de 887,60 mil a 3,10 milhões de toneladas sobre a safra pas-sada, que chegou ao recorde de 148,82 milhões de toneladas. Já a área destina-da ao plantio deve variar en tre 47,32 (-0,1%) e 47,99 (+1,3%) em relação à anterior (47,37 milhões de ha).

Os números são do primeiro le-vantamento realizado pela Conab e divulgado no início de outubro, que destaca o algodão em caroço em ter-mos de área e produção. Neste pri-meiro estudo, a pesquisa se baseia numa média de produtividade, obtida nas últimas cinco safras. Foram des-cartados os anos atípicos e agregado o ganho tecnológico.

Os principais responsáveis pela varia-ção negativa na produção e na área desta safra são a soja e o milho total (1ª e 2ª safras). A previsão é de que os sojicul-tores colham de 67,60 (-1,5%) a 68,90 milhões de toneladas (+0,3%) sobre a safra anterior (68,68 milhões de tonela-das). A área destinada à leguminosa varia positivamente de 23,76 (+1,3%) a 24,20 milhões de ha (+3,1%), sendo que a da safra anterior é de 23,46 milhões de ha.

O milho total reduz de 51,83 (-7,5%) a 52,41 (-6,5%) milhões de toneladas so-bre as 56 milhões de toneladas do último ciclo. A área também diminui de 12,71 (-2,1%) a 12,81 milhões de ha (-1,3%).

O algodão em caroço é o grande des-taque, em função dos preços bons pra-ticados no mercado. Com isso, a produ-ção do grão aumenta de 2,43 (+32,5%) a 2,57 milhões de toneladas (+39,3%),

comparado ao período passado que foi de 1,84 milhões de toneladas. Já a área plantada pode crescer de 1,01 (+21,9%) a 1,07 milhões de ha (29,1%).

A produção do feijão total também cresce, variando entre 3,39 milhões de toneladas (+4% e 3,42 (+5%) contra as 3,26 milhões de toneladas da safra pas-sada, assim como a de arroz que aumenta de 12,05 (+7,1%) a 12,26 milhões de to-neladas (+8,9%).

A pesquisa foi realizada por 50 téc-nicos, entre os dias 19 e 25 de setem-bro, nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, onde o plantio começa em dezembro, foram considerados os dados de área da safra anterior e a produtividade média dos cinco últimos anos.

Fonte: Conab

RC

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24Destaque

Chuvas prejudicam moagem pela segunda quinzena consecutiva na região centro-sul, mas favorecem produção de etanol

A moagem de cana pelas unidades produtoras da Região Centro-Sul do País totalizou 27,16 mi-

lhões de toneladas na segunda quinzena de setembro, recuo de 27,03% em rela-ção ao valor observado nos primeiros quinze dias do mês (37,23 milhões de toneladas) e queda superior a 35% no comparativo com o volume processado na segunda quinzena de agosto (42,07 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra até o final de se-tembro, a quantidade de cana-de-açúcar moída no Centro-Sul alcançou 444,54 milhões de toneladas.

A intensa retração na moagem de cana observada na segunda quinzena de setembro ocorreu, novamente, em função das chuvas que atingiram as principais áreas produtoras. O indi-cador de precipitação pluviométrica de setembro ficou 59,27% superior à média histórica para o período. Essa condição climática impactou o apro-veitamento de tempo das unidades pro-dutoras e aumentou o número de dias de moagem perdidos: em média, as usinas registraram 6,78 dias perdidos em setembro contra apenas 2,92 dias perdidos em agosto deste ano.

Para o Diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues, “apesar de ter prejudicado a moagem, o maior volume de chuva nas últimas semanas de setembro não foi suficiente para in-terromper a queda que vinha sendo ob-servada na produtividade do canavial”. “Certamente não haverá tempo hábil para a recuperação da produtividade agrícola nesta safra e o volume de cana disponível para a moagem continuará abaixo do projetado no início do ano,” completou o executivo.

Dados apurados pelo Centro de Tec-nologia Canavieira (CTC) indicam, de fato, uma redução de 15,6% na produ-tividade agrícola da cana colhida na re-gião Centro-Sul em setembro, compara-

tivamente ao mesmo período de 2009. No acumulado desde o início desta sa-fra, a quebra supera 3,9% em relação ao acumulado da safra anterior.

Até o início de outubro, oito unida-des produtoras já haviam encerrado a safra 2010/2011 na região Centro-Sul, confirmando as projeções da UNI-

CA quanto ao encurtamento da atual safra devido à antecipação da moa-gem, consequência do longo período de estiagem. Das 10 novas unidades produtoras previstas para iniciar suas atividades na atual safra, apenas uma optou por postergar o início para a sa-fra 2011/2012.

qualidade da matéria-prima

A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana processada atingiu 170,16 kg de ATR na segunda quinzena de setem-bro, alta de 5,73% em relação aos pri-meiros 15 dias do mês. No acumulado desde o início da safra, a quantidade de ATR somou 142,10 kg por tonelada de cana-de-açúcar, crescimento de 7,36% no comparativo com igual período da safra anterior.

Cabe destacar que o indicador de ATR divulgado pela UNICA é calcula-do a partir do volume de cana-de-açúcar moída e da produção de açúcar e de etanol em determinado período, consi-derando algumas premissas em relação às perdas industriais, eficiências de fer-mentação e de destilação.

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Esse indicador é conhecido como “ATR produto” e devido a forma de cálculo ele não refletiu momentanea-mente a interrupção da moagem pelas usinas ocorrida ao final de setembro, de modo que o volume de açúcar e etanol que já se encontrava em pro-cessamento na segunda quinzena do mês não obteve sua respectiva contra-partida em cana-de-açúcar. Portanto, o aumento do ATR produto verificado na segunda quinzena de setembro não é real e deverá ser compensada pela queda significativa deste indicador na primeira quinzena de outubro.

Existe outro indicador de concen-tração de ATR na cana que é chamado “ATR cana” e provêm de análises labo-ratoriais de amostras de cana-de-açúcar coletadas no momento de sua entrega na unidade industrial. Estas análises seguem rígidas normas operacionais es-tabelecidas pelo Sistema – ATR, desen-volvido pelo Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (Consecana – SP).

De acordo com os dados apurados pelo Sistema ATR, vinculado ao Con-secana (SP), o ATR cana na segunda quinzena de setembro apresentou um crescimento de apenas 1% em relação a primeira quinzena do mês. Esse in-dicador aponta ainda que na primeira quinzena de outubro houve uma redu-ção de cerca de 9% no ATR, que passou de 160,88 kg por tonelada de matéria-prima no final de setembro para 146,57 kg no início de outubro.

Segundo o Diretor da UNICA, “os dois indicadores de ATR mensuram a mesma coisa e geralmente apresentam valores semelhantes no final da safra; entretanto, o ATR produto sofre dis-torções durante períodos com elevada precipitação pluviométrica e essas dis-torções precisam ser entendidas para a realização de qualquer análise”. Basi-camente, a queda no ATR cana deverá ser observada de forma mais intensa no ATR produto na primeira quinzena de outubro, os indicadores apresentam apenas diferenças no tempo de resposta, mas os valores finais deverão ser equi-valentes, concluiu o executivo.

Ele explica ainda que “estamos vi-venciando mais um ano atípico em ter-mos de condições climáticas. De abril até o início de setembro, o volume de chuvas ficou muito aquém da média histórica, reduzindo a disponibilidade de cana. Já em setembro, principalmen-te no final do mês, as chuvas retorna-ram com uma intensidade maior do que a prevista, prejudicando a moagem e, mais importante, reduzindo a qualidade da cana que será colhida em outubro”. Esses fatores devem impactar a produ-ção de açúcar e etanol no final da safra, acrescentou o executivo da UNICA.

Produção de açúcar e etanol

Na segunda quinzena de setembro observou-se um recuo significativo da proporção de cana destinada à fabrica-ção de açúcar. Do volume de matéria-prima processado na segunda quinzena

do mês, apenas 44,70% destinou-se à produção de açúcar, percentual inferior aos 46,41% verificados na quinzena anterior.

De acordo com Rodrigues, “é natural uma redução na produção de açúcar no último terço da safra, contudo, ao longo de setembro esse aspecto foi intensifi-cado pela maior ocorrência de chuvas e pela consequente deterioração da quali-dade da cana”.

Como reflexo da retração do percen-tual da cana colhida dedicado à produ-ção de açúcar na última quinzena de setembro, a produção de açúcar no perí-odo ficou em 1,97 milhões de toneladas, queda de 25,70% em relação à quinzena anterior. A produção de etanol, por sua vez, somou 1,49 bilhões de litros, dos quais 448,68 milhões de litros de etanol anidro e 1,04 bilhão de litros de etanol hidratado.

No acumulado desde o início da safra 2010/2011, a produção de açúcar somou 27,10 milhões de toneladas, enquanto a de etanol alcançou 20,30 bilhões de li-tros, crescimento de 22,59% comparado ao mesmo período de 2009.

vendas de etanol pelas unidades produtoras

As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul soma-ram 2,33 bilhões de litros em setembro. Já o volume de etanol anidro comercia-lizado ao longo do mês somou 594,71 milhões de litros, dos quais 5,21%, ou 31,00 milhões de litros, destinaram-se às exportações e 563,70 milhões ao mercado doméstico. Em relação ao eta-nol hidratado, as vendas internas atin-giram 1,58 bilhão de litros e as vendas para o mercado internacional somaram apenas 155,49 milhões de litros.

No acumulado da safra, de abril até setembro, o volume total comer-cializado pelas usinas do Centro-Sul soma 13,30 bilhões de litros, que-da de 5,49% relativamente à safra 2009/2010. Esta retração decorre do forte declínio das exportações, na me-dida em que as vendas internas acu-mulam alta de 1,30% no comparativo com igual período de 2009. RC

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26Informações Setoriais

CHUVAS DE Setembroe Prognósticos Climáticos

No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de SETEMBRO de 2010.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoAssessor Técnico Canaoeste

A média das observações das chuvas deste mês de SETEMBRO (100mm) concentrou-se, praticamente, na última semana do mês,“ficando” acima (até das previsões) da média das normais climáticas (62mm) e, em todos os locais observados. Note-se que em Barretos e Bebedouro as chu-vas do mês “ficaram” bem próximas das respectivas médias.

Mapa 1A:- Água Disponível no Solo entre 16 a 19 de SETEMBRO de 2010. Mapa 1B:- Água Disponível no Solo entre 20 a 22 de SETEMBRO de 2010.

Pelo Mapa 1A abaixo, observa-se que, ainda até 16 a 19 de SETEM-BRO, as condições hídricas do

solo se mostravam severas em toda área canavieira sucroenergética do Estado de São Paulo. O Mapa 1B mostra que o reumidecimento do solo iniciou-se pelo Leste do Estado, ou seja, inverso até das “entradas” das frentes frias.

A Disponibilidade Atual de Água no Solo ao final de SETEMBRO de 2010 (Mapa 3), já mostrava a recuperação de índice médio a bom em quase toda área sucroenergética do Estado, menos na faixa Pirassununga/Rio Claro/Botucatu/Avaré e entre as Unidades Produtoras Moema e Vertente. Enquanto que, ao fi-nal de SETEMBRO 2009 (Mapa 2), ain-

da persistia a baixa umidade do solo na Região de São José de Rio Preto e come-çando a reduzir o índice de água disponí-vel no Extremo Oeste paulista e ao redor de Piracicaba.

Para subsidiar planejamentos de ativi-dades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Mapa 4:- Prognóstico de Consenso entre INMET e INPE para o trimestre outubro a

dezembro. Adaptado pela CANAOESTE

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de SETEMBRO de 2009.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo, 50cm de profundidade, ao final de SETEMBRO de 2010.

RC

INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesqui-sas Espaciais) para os meses de outubro a dezembro.

• As temperaturas médias poderão ser próximas a ligeiramente acima das normais climáticas em toda Região Centro-Sul do Brasil;

• Quanto às chuvas, para os meses de outubro a dezembro, poderão ser próximas das normais climáticas para o Estado de Mato Grosso, Centro-Norte de Goiás e faixa Norte de Minas Gerais; próximas a abaixo das respectivas médias no Estado de Mato

Grosso do Sul, Centro-Sul de Goiás e em toda Região Sudeste, com exceção de faixa Norte de Minas Gerais; e, abaixo das normais climáticas para os Estados da Região Sul;

• Como referência, as normais cli-máticas de chuvas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo Centro Cana e Apta-IAC, são de 125mm em outubro, 170mm em novembro e 270mm em de-zembro.

A SOMAR Meteorologia, a exemplo do INPE e INMET, também prevê que as chuvas ficarão entre próximas das respectivas médias climáticas nos meses de outubro a dezembro em toda região de abrangência da CANAOESTE. A SOMAR prevê, ainda, prognóstico se-melhante para o mês de janeiro, ou seja, próximo a pouco acima da normalidade climática.

Quanto às condições climáticas pre-vistas para estes meses finais de moagem - outubro/novembro, a CANAOESTE recomenda aos produtores de cana que primem nas operações de colheita e aproveitem ao máximo os dias e tempos disponíveis, bem como efetuem aprimo-rados tratos culturais e cuidadosas reno-vações de canaviais (baixa produtivida-de, alta incidência de ervas daninhas e os impactos da recente ferrugem alaranjada em variedades suscetíveis), com vistas às certas e crescentes demandas por maté-ria-prima na(s) próxima(s) safra(s).

Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos ou através do Fale Conosco CAnAoEsTE.

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28Artigo Técnico

Adubação verde no sistema de produção da cana-de-açúcar

inTRodução

A cana-de-açúcar é cultivada em mais de 7 milhões de hectares no Brasil, dos quais aproxima-

damente 5,5 milhões de hectares estão no Estado de São Paulo. Os canaviais paulistas expandiram 54,6% nos últimos 4 anos (Rudorff et al., 2010), sobretudo em áreas de pastagem da Região Noro-este. Diferente das expansões ocorridas no passado, atualmente o mercado e a opinião pública internacional exigem do setor sucroenergético a apresenta-ção de indicadores de sustentabilidade da produção. Dessa maneira, não bas-ta mais ser eficiente em produtividade, tem que demonstrar qual o impacto das práticas agrícolas sobre as questões re-lativas à conservação do solo e da água, às emissões de gases do efeito estufa, à manutenção da biodivesidade, etc. Neste sentido, a adoção de boas práticas agrí-colas é imprescindível para melhorar a imagem do etanol brasileiro no mercado internacional. Dentre estas práticas agrícolas, a rotação de culturas e aduba-ção verde merecem destaque em virtude dos diversos benefícios que proporcio-nam, tanto nos aspectos agronômicos quanto nos ambientais. Normalmente é empregada na reforma dos canaviais, embora o consórcio seja também uma modalidade de cultivo. Os critérios para reforma são variáveis de acordo com a empresa e região produtora e são depen-dentes: do histórico de produtividade do talhão, da necessidade de substituição de genótipos, da ocorrência de problemas fi-tossanitários, da necessidade de correção da fertilidade e da compactação do solo, da perspectiva de aumento dos lucros frente aos custos de implantação. Embora o ideal seja reformar pelo menos 15% dos canaviais para manter bons patamares de produtividades, devido aos custos da reno-vação, a média nacional está em torno de 8,2 % da área cultivada. Parte desta área é destinada para o cultivo de legumino-sas comerciais, um expressivo percentual

A adubação verde é uma técnica mi-lenar, apresenta lastro técnico-científico para cana-de-açúcar e pode ser adotada sem comprometer o sistema de produção canavieiro. Para nossas condições, os benefícios da adubação verde na refor-ma de canaviais são conhecidos desde a clássica pesquisa realizada por Cardoso (1956). Como estes benefícios ocorrem simultâneamente em nível de campo, muitas vezes é difícil mensura-los. Den-tre os benefícios relevantes produzidos pelo uso de leguminosas como adubos verdes, podem ser citados:

- Controle da erosão hídrica, do assorea-mento de sulco e da compactação do solo;

- Fixação de nitrogênio, aumento da ab-sorção de fósforo e ciclagem de nutrientes;

- Auxílio na redução da população de nematóides, insetos-pragas e patógenos;

- Supressão de plantas daninhas e fi-torremediação de herbicidas;

- Contribuição para redução das emis-sões de gases do efeito estufa;

- Maior disponibilidade de água no solo;- Aumento dos teores de matéria orgâ-

nica no solo;- Redução da amplitude térmica do solo;- Aumento da produtividade de col-

mos (+ 20 TCH no 1o corte) e qualidade

Denizart Bolonhezi, José A. Donizeti Carlos (Engenheiro Agrônomo, Piracicaba) Antonio Cesar Bolonhezi (Engenheiro Agronômo, UNESP-Ilha Solteira)Luiz Abilio Ferreira Neto (Bolsista Iniciação Científica do CNPQ, Universidade Federal de Dourados)

fica em pousio e aproximadamente 300 mil hectares são utilizados com adubação verde. Considerando o início do ano agrí-cola, o presente artigo visa contribuir para

o esclarecimento das vantagens, as prin-cipais espécies cultivadas e seu manejo, assim como os aspectos importantes para obtenção de sucesso com esta prática.

Benefícios da Adubação Verde e principais espécies recomendadas para a cana-de-açúcar

da matéria prima;- Redução dos custos de implantação

do canavial (28 a 32 %) É importante esclarecer que há legis-

lação específica (Lei Estadual n.o 6171, regulamentada pelo Decreto n.o 41.719 de 16/04/1997), a qual dispõe sobre o uso, conservação e preservação do solo agrícola, e pode mediante fiscalização, aplicar punições aos agricultores, quando são identificados problemas de erosão. Mesmo em terraços bem dimensionados, as três principais fases do processo erosi-vo (desagregação, transporte e depósito) podem ocorrer intensivamente. Conde e Donzelli (1997) esclarecem que o plantio direto da Crotalaria juncea, possibilitou a eliminação de terraços em declividade até 6%. A utilização de adubos verdes é uma ferramenta importante no controle da erosão em cana-de-açúcar, pois nor-malmente as espécies apresentam cres-cimento inicial rápido, permitindo efi-ciente cobertura do solo. Este benefício é extremamente importante nos Argisso-los, em razão da declividade mais acen-tuada e menor infiltração de água. Nestes solos é comum o assoreamento de sulco, demandando replantio, conforme apre-sentado na Figura 1.

Figura 1 - Assoreamento de sulco de plantio em Argisolo (lado esquerdo). Semeadura direta de Crotalaria juncea em soqueira de cana crua (Lado direito).

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

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Métodos de manejo da Fitomassa

Tabela 1. Quantidade de N fixado e informações de manejo da fitomassa dos principais adubos verdes utilizados em canaviais.

Fonte : Wutke (1993); Wutke et al. (2007); Calegari (1995).

É importante mencionar que em re-lação às leguminosas comerciais, as espécies de adubos verdes fornecem quantidades muito maiores de nitrogê-nio. Na Tabela 1, estão apresentadas as principais espécies recomendadas para cultivo na reforma da cana-de-açúcar e as quantidades de nitrogênio fornecidas através da fixação biológica. A escolha das espécies dependerá do alvo a ser atingido (fertilidade do solo, nematóides, etc), da disponibilidade de sementes na região e equipamentos para semeadura. Embora existam centenas de espécies leguminosas com potencial de utilização na reforma, cultivo intercalar e MEIO-SI (Método Inter-Rotacional Ocorrendo Simultaneamente) em canaviais, as prin-cipais são: crotalária-juncea, crotalária-spectabilis (Figura 2), feijão-de-porco (Canavalia ensiformes), lab-lab (Lab lab purpureus, sin. Dolichos lab lab),

Conceitualmente, adubação verde com-preende a incorporação ao solo da biomas-sa produzidas pelas diferentes espécies, a fim de obter os benefícios apresentados. Contudo, atualmente este conceito foi ampliado, considerando que é crescente a adoção do manejo conservacionista do solo, tais como o cultivo mínimo e o plan-tio direto. O manejo da fitomassa pode ser mecânico, realizado por diferentes equipamentos (roçadoras, grades, rolo-faca, trituradores) ou químico (herbicida sistêmico). Normalmente, as crotalárias são manejadas mecanicamente antes do plantio e as mucunas através da aplicação de herbicidas (Figura 3). A sulcação dire-ta também é bastante utilizada em plantio manual. Convém salientar, que no plantio

mucuna-preta (Mucuna aterrima), mu-cuna-cinza (Mucuna cinereum) e guandu (Cajanus cajan). Eventualmente, culturas comerciais como o caupí, o girassol são utilizados com a finalidade de adubação verde, assim como, outras espécies não leguminosas, como por exemplo o nabo-forrageiro (Raphanus sativus). Com rela-ção às crotalárias, a época de semeadura é um aspecto a ser observado, pois estas espécies são sensíveis ao fotoperíodo. Quanto mais tarde, menor será a altura e consequente a produção de biomassa. As mucunas são mais tolerantes a solos ácidos, porém há necessidade de escari-ficação para quebrar dormência para al-gumas espécies (mucuna preta). A seme-adura de "coquetéis de adubos verdes" é uma possibilidade para agregar os bene-fícios de diferentes espécies, mas requer atenção na proporção e qualidade das sementes utilizadas na mistura.

mecanizado, sobretudo sobre resíduo de Crotalaria juncea, recomenda-se não incorporar, pois os resíduos não decompostos formam “bolsas de ar” e consequentemente ocorrem falhas na brotação da gemas e emergência dos perfilhos primários.

O plantio mecanizado favorece a ado-ção de manejo conservacionista do solo, devido a expressiva quantidade de massa transportada pelas plantadoras, a qual fa-cilita a abertura dos sulcos de plantio. O plantio direto de cana é viável em muitas situações, não havendo restrições quanto ao estabelecimento inicial (Figura 4), po-rém é imprescindível conhecer a suscep-tibilidade da espécie escolhida na rota-

Figura 2 - Crotalaria spectabilis em soqueira de cana crua

Figura 2 - Manejo mecânico em crotalaria ao lado de mucuna dessecada

Figura 3 - Sucação direta sobre Crotalaria spectabilis

Figura 2 - Visual da Crotalaria juncea semeada em linha

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

30Artigo Técnico

Figura 4 - Plantio direto sobre Crotalaria juncea

Figura 4 - Plantio direto sobre Crotalaria spectabilis em região de expansão em Aparecida do Taboado/MS

Figura 5 - Consórcio com tremoço branco . Fotos: Fazenda São José, Sertãozinho, proprietário

José Luiz Balardin.

O cultivo intercalar de adubos verdes, pode ser uma alternativa para comple-mentar a adubação nitrogenada na so-queira. Em áreas com disponibilidade de irrigação do canavial, pode-se inclusive utilizar espécies que apresentam bom de-sempenho no outono/inverno, tais como tremoço-branco e dependendo da época, o feijão-de-porco ou guandu-anão, con-forme apresentado nas Figuras 5.

Atualmente são estimados mais de 1 milhão de hectares disponíveis para re-novação na Região Centro Sul, os quais são passíveis da prática da rotação de cul-turas com espécies de adubos verdes. O lastro de conhecimento técnico-científico acumulado até o momento, aliado às va-lidações em escala comercial, permitem afirmar que os ganhos médios na pro-dutividade são em torno de 20 t ha-1 de colmos, quando se utiliza sucessão com leguminosas adubos verdes, com possível efeito residual até segundo corte e prová-vel aumento nas características tecnoló-gicas. Além disso, a quantidade de nitro-gênio fixado é suficiente para suprir as

Considerações finaisexigências da cana- planta. De modo ge-ral, o aumento na produtividade da cana planta, amortiza entre 40 e 60% os custos de implantação do novo canavial.

Considerando o contexto da canavi-cultura, a rotação ou cultivo intercalar de adubos verdes (Figura 5) é a prática cul-tural com a melhor relação custo benefí-cio, principalmente em função do forne-cimento de nitrogênio. Todavia, a fim de evitar problemas e consequente retração da sua adoção, é imprescindível conhecer bem as características da espécie, utilizar sementes de qualidade e semear no mo-mento e condições mais indicadas.

ção, quanto à dessecação com glifosato, a fim de evitar surpresas desagradáveis, como a rebrota que pode ocorrer em al-gumas espécies.

RC

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

31Artigo Técnico II

Série: conheça o seu soloProdutividade de cana-de-açúcar em Neossolos Quartzarênicos

1. dEsCRição

Os Neossolos Quartzarênicos Órticos (figura 1), antigas Areias Quartzo-sas, estão colocados na categoria

dos Solos Pouco Desenvolvidos, estando o perfil em fase de formação. São solos origi-nários de sedimentos aluvionares e arenitos, que conferem a este solo textura arenosa, muito profundos, uniformes e soltos, com-postos quase que exclusivamente de quart-zo. Apresentam teor de argila inferior a 15% no horizonte “A” e nas camadas subjacen-tes, classificadas no triângulo textural de areia e areia franca. Em virtude desta carac-terística a capacidade de armazenamento de água neste solo é baixa.

São normalmente de fertilidade natural baixa, predominando os distróficos e áli-cos devido à grande quantidade de areia e baixos teores de matéria orgânica. Nes-ses solos a matéria orgânica (MO) tem grande influência no seu comportamento, atuando em várias características como, por exemplo: na capacidade de troca de cátions (CTC), disponibilidade de água e agregação do solo. Essas características são mais presentes na camada superficial, que deve ser preservada. Portanto, a apli-cação de métodos de conservação de solo que preservem esta camada é fundamental para a manutenção do potencial produtivo destes solos. O uso de subprodutos indus-triais da fabricação de açúcar e etanol e adubação verde, além da manutenção da palha da colheita da cana sem queima, contribuem para o aumento da baixa ferti-lidade natural destes solos.

Antônio Celso Joaquim - PesquisadorJorge Luiz Donzelli - Coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento – Agronomia (CTC) Centro de Tecnologia Canavieira

Este tipo de solo ocorre nas regiões de Ribeirão Preto, São Carlos, Jaú e Pira-cicaba em formações derivadas de sedi-mentos aluvionares e arenitos Botucatu e Pirambóia. No Pontal do Paranapanema e noroeste do Paraná, em solos deriva-dos do arenito da formação Caiuá. Na Região de Andradina em solos derivados de sedimentos aluvionares e arenitos da Formação Santo Anastácio. Na região Sudoeste de Goiás em solos derivados dos arenitos da formação Botucatu e co-bertura arenosa indiferenciada.

Os associados ao CTC recebem orienta-ção técnica sobre como explorar ao máximo a capacidade produtiva deste tipo de solo.

2. PRoduTividAdEs ALCAnçAdAsNo critério Ambiente de Produção

Edafoclimáticos, desenvolvido pelo Centro de Tecnologia Canavieira, vi-sando recomendação varietal, este solo está colocado no ambiente “E” em 5 condições climáticas no Centro-Sul (I, II, III, IV e V), com produtividades médias de 5 cortes abaixo de 80 t/ha. Por isso, a produtividade média espera-da, no primeiro corte pode variar entre 105 TCH e 86 TCH, enquanto que no quinto corte pode variar entre 62 TCH e 48 TCH nos 5 ambientes de produção edafoclimáticos onde ele ocorre.

3. ALoCAção vARiETALAtualmente as variedades mais colhi-

das neste tipo de solo são: SP83-2847, SP81-3250, RB867515 e SP84-2025. A recomendação técnica de plantio, neste tipo de solo, são as variedades SP83-2847, CTC-9, CTC15, CTC17, RB867515, PO8862, IACSP93-3046, IACSP94-2094, IAC87-3396 e IAC91-5155.

A alocação correta de variedades deve considerar a distribuição do plan-tel varietal equilibradamente entre solos existentes na Associada, procu-rando colocar as variedades de maior retorno econômico nos solos de am-bientes de maior potencial, deixando os Neossolos Quartzarênicos Órticos (menor potencial), para plantar as va-riedades mais rústicas.

Figura 1 - Neossolo Quartzarênico Órtico

RC

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

32“General Álvaro Tavares Carmo”

Castro-Kluge-Sestari

manual de fisiologia vegetal: fisio-logia de Cultivos

Este livro é destinado principalmente às discipli-nas das áreas de Fitotecnia e de Horticultura nos

níveis de graduação e de pós-graduação das facul-dades de Agronomia. O texto poderá ser utilizado também por professores e estudantes das áreas de Biologia e Ecologia Vegetal, Agricultura e Pasta-gens, além de outras disciplinas afins, pois propicia a base necessária para a abordagem científica destas disciplinas.

Esta obra abrange conhecimentos ecofisiológicos de 50 plantas cultivadas. Dentre essas tratamos de 15 frutíferas, 11 cultivos, 8 olerícolas, 7 extrativas, 5 estimulantes, 3 forrageiras e 1 ornamental.

Para a solução de problemas com essas culturas em condições de campo e maximizar a produção econômica, a obra torna-se indispensável aos agrô-nomos, consultores e produtores que vivem o dia a dia nos sistemas de produção agrícola.

Atenção especial foi dada à extensão e aos temas tratados em cada cultivo de forma a apresentar os fundamentos mais relevantes.

A bibliografia citada encontra se no final do texto referente a cada cultivo.

Todos os autores de cada texto realizaram o tra-balho durante o curso de Pós-Graduação da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, discipli-na Fitofisiologia Ecológica.

*Texto retirado da sinopse do livroOs interessados em conhecer as sugestões de

leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,

nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone :(16)3946-3300 - Ramal 2016

Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

“A vida é como andar de bicicleta.Para manter equilíbrio,é preciso se manter em movimento”

Albert Einstein-em carta a seu filho Eduard 05/02/1930

Cultivando a Língua Portuguesa

1) Pedro trabalha muito na empresa.

É conhecido pelos amigos como o “burro-de-carga”.

A popular expressão antiga tornou-se mais antiga e incorreta com o uso do hífen... outrora usávamos o sinal para separar a expressão.

Com o Novo Acordo Ortográfico, a regra com as locuções em geral não coloca-mos o hífen.

O correto é: burro de carga.

2) A família está reunida para decidir onde irão passar as férias.Pedro convocou todos: esposa, filhos, sogra, nora, genro...Conversa saudável! Longe de alguém “pisar no calcanhar-de-Aquiles” sobre o

assunto com algum parente.

E longe de usar o hífen!Conforme o Novo Acordo Ortográfico, a regra das locuções, em geral, não rece-

bem hífen.

Está correto: calcanhar de Aquiles (expressão popular)

3) Maria usa a “água-de-colônia”.

Prezados amigos leitores gosto não se discute, mas a Língua Portuguesa escrita de forma correta sim!

Assim, água-de-colônia (plural: águas-de-colônia) permanece com o uso do hífen, mesmo que seja “arco-da-velha”! (expressão correta, com hífen, plural: arcos-da-velha)

PARA VOCÊ PENSAR:

Dicas e sugestões, entre em contato: [email protected]* Advogada,Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua

Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

32

“ O tempo é muito lento para os que esperam; muito rápido para os que tem medo; muito longo para os que lamentam; muito curto para os que festejam; mas, para os que amam, o tempo é eterno.”

William Shakespeare

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

33

Eventos em Novembro de 2010PRodução E uso dE

BioComBusTívEisTipo de Evento: Seminárioinício do Evento: 19/11/2010 fim do Evento: 19/11/2010 Estado: SPCidade: JundiaíLocalização do Evento: Centro de Engenharia e Automa-

ção – IACRod. Gabriel Paulino Bueno Couto, km 65, Caixa Postal 26,

13201-970Telefone: (11) 45828155E-mail: [email protected]

BiofACh AméRiCA LATinA 2010Empresa Promotora: IFOAM (International Federation of

Organic Agriculture Movements).Tipo de Evento: Exposição / Feirainício do Evento: 03/11/2010fim do Evento: 05/11/2010Estado: SP

Cidade: São PauloLocalização do Evento: Transamérica Expo Centerinformações com: Planeta Orgânicosite: www.biofach-americalatina.com.brTelefone: (21) 22392395E-mail: [email protected]

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Empresa Promotora: Agrocentro Empreendimentos e Par-ticipações

Tipo de Evento: Exposição / Feirainício do Evento: 09/11/2010fim do Evento:13/11/2010Estado: SPCidade: São PauloLocalização do Evento: Centro de Exposições Imigrantesinformações com: Organização Feileitesite: www.feileite.com.brTelefone: (11) 50676767E-mail: [email protected]

Revista Canavieiros - Outubro de 2010

34

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