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Revista Canavieiros - Novembro de 2008 1

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Conselho Editorial

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Editorial

Revista Canavieiros - Novembro de 2008

A crise financeira, que se agravou apartir de setembro nos Estados Unidos,contaminou mercados de todo o mundo ejá fez o agronegócio brasileiro sentir seusprimeiros sintomas, como a escassez e en-carecimento do crédito.

O setor sucroalcooleiro, que vinhaembalado em um forte processo de expan-são, tirou o pé do acelerador, as vendas demáquinas e equipamentos foram reduzidasnos últimos dois meses e o produtor decana também já sente dificuldades na horade buscar crédito.

Mas a tendência é de melhora nos pre-ços, o que pode dar um alento ao setor eao produtor de cana que, no entanto, temde otimizar seus investimentos. Esse é oassunto da reportagem de capa da ediçãode novembro.

Attílio Balbo Netto, diretor industrial daUsina Santo Antônio, de Sertãozinho, foi oentrevistado desta edição. Membro da di-retoria do grupo Balbo - pioneiro em co-geração no Brasil -, Balbo Netto expõe suaopinião sobre as fontes de energia e afirmaque nenhuma delas pode ser “desconside-rada”. Ele também aponta fatores relevan-tes para que a bioeletricidade ganhe evi-dência na matriz energética nacional.

O fortalecimento das entidades repre-sentativas é tema do artigo assinado pelopresidente da Canaoeste, Manoel Ortolan.E o diretor da Copercana, Canaoeste eCocred, Francisco César Urenha, faz umaalerta aos fornecedores de cana sobre osbenefícios que a colheita mecanizada podeoferecer se realizada com os devidos cui-dados. Esses são os artigos do Ponto deVista deste mês.

Nas páginas da Copercana, você sabe-rá a respeito do “Dia de Campo” realizadopela Copercana e Tatu Marchesan, que jun-tos apresentaram a plantadeira COP CA,

Crise e seusreflexos

Crise e seusreflexos

para grãos graúdos. O evento foi realizadona Fazenda Bananal, em Sertãozinho, e con-tou com a participação de cooperados ediretores da Copercana. Também nestas pá-ginas, a bióloga e coordenadora do projetoBiocoop, Priscila de Oliveira, fala sobre aimportância da reciclagem e os problemasambientais que o Brasil enfrenta pela faltade conscientização da população.

Já as páginas da Canaoeste trazem aCircular do Consecana de Outubro e aparticipação do presidente da associaçãona oitava edição da Conferência da Data-gro, que reuniu, nos dias 27 e 28 de outu-bro, representantes de todos os elos doagronegócio da cana e especialistas bra-sileiros e estrangeiros para discutir a situ-ação dos mercados de açúcar e álcool.

O destaque deste mês é aquisição pelaMonsanto da Aly Participações, que con-trola as empresas de melhoramento genéti-co e biotecnologia de cana-de-açúcar, Ca-naVialis S.A. e Alellyx S.A., ambas integran-tes do Grupo Votorantim. O negócio foi fe-chado em US$ 290 milhões (R$ 616 milhões).

A seção “Legislação”, assinada peloadvogado Juliano Bortoloti, trata do tema“Brasil – Unidade de Conservação Mun-dial! A Quem Interessa?”. O assuntou foiabordado pelo chefe geral da EmbrapaMonitoramento por Satélite, Evaristo deMiranda, em palestra no auditório da Ca-naoeste. Em sua apresentação, Mirandamostrou aos presentes o resultado de umtrabalho sobre o impacto da legislaçãoambiental no território nacional.

Além de tudo isso, a revista tambémtraz todas as notícias factuais e informa-ções importantes sobre o mundo agrícolanas editorias: Informações Setoriais; Arti-go Técnico; Culturas de Rotação e Pragase Doenças.

Boa leitura.

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Colheita de cana crua me-canizada (Porque você vaiaderir)

Francisco César UrenhaDiretor da Copercana,Canaoeste e Cocred

IndiceIndiceIndiceIndiceIndiceEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

CapaCapaCapaCapaCapa

OUTRASOUTRASOUTRASOUTRASOUTRASDESTDESTDESTDESTDESTAAAAAQUESQUESQUESQUESQUES

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotícias

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCocredCocredCocredCocredCocred

CanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoeste

- Balancete Mensal

- Datagro discute situação dos mercadosde Açúcar e Álcool

A crise vai alcançar osetor?Turbulência, que começou nosEstados Unidos, provocou algunsrespingos como redução naoferta de crédito e queda nasvendas de equipamentos; noentanto, otimismo prevalece

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NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCopercanaCopercanaCopercanaCopercanaCopercana- Biocoop: Reciclar.... Por quê?- Copercana e Tatu Marchesanrealizam "dia de campo"

CONSECANA

LEGISLAÇÃO

DESTAQUE

INFORMAÇÕESSETORIAIS

CULTURAS DEROTAÇÃO

REPERCUTIU

PRAGAS EDOENÇAS

CULTURA

AGENDE-SE

CLASSIFICADOS

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CONSELHO EDITORIAL:Antonio Eduardo Tonielo

Augusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido Vanzella

Manoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio Sicchieri

Oscar Bisson

EDITORA:Cristiane Barão – MTb 31.814

JORNALISTA RESPONSÁVEL:Carla Rossini – MTb 39.788

DIAGRAMAÇÃO:Rafael H. Mermejo

FOTOS:Carla Rossini

Rafael H. Mermejo

COMERCIAL E PUBLICIDADE:(16) 3946-3311 - Ramal: 2008

[email protected]

DEPARTAMENTO DE MARKETINGE COMUNICAÇÃO:

Ana Carolina Paro, Carla Rodrigues,Carla Rossini, Daniel Pelanda,

Janaina Bisson, Letícia Pignata,Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva.

IMPRESSÃO:Empresa Jornalística, Editora e Gráfica

Sertãozinho

TIRAGEM:10.500 exemplares

ISSN:1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuídagratuitamente aos cooperados, associados

e fornecedores do Sistema Copercana,Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas

são de responsabilidade dos autores. Areprodução parcial desta revista é

autorizada, desde que citada a fonte.

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:Rua Dr. Pio Dufles, 532

Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680Fone: (16) 3946 3311

www.revistacanavieiros.com.brrevistacanavieiros@revistacanavieiros.com.br

Ponto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vista

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Diretor Industrial da UsinaSanto Antonio

"Energia: Nenhuma fontedeve ser desconsiderada"

EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevista

Attílio Balbo Netto

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Artigo TécnicoArtigo TécnicoArtigo TécnicoArtigo TécnicoArtigo Técnico

Sistematização de área para a colheitamecanizada da cana-de-açúcar.O sucesso na colheita mecanizada depende de váriosfatores, confira no artigo deste mês

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"Energia: Nenhuma fonte deveser desconsiderada"

Attílio Balbo NettoDiretor Industrial da Usina Santo Antonio

Entrevista

Carla Rossini

Attílio Balbo Netto

"Energia: Nenhuma fonte deveser desconsiderada"

Para fazer frente ao crescimentoda economia, todas as fontes deenergia devem ser consideradas

importantes. Essa é a opinião de AttílioBalbo Netto, diretor industrial da Usi-na Santo Antonio, de Sertãozinho.“Para cada 1% de crescimento do PIB(Produto Interno Bruto), a demanda porenergia aumenta 1,2%”, diz.

Engenheiro civil, Attílo chegou atrabalhar em sua área fora do grupo,mas em 1978 iniciou suas atividadesnos negócios da família e em 1985 setornou diretor industrial da unidade.

Attílio conta que o grupo Balbo foi

pioneiro em co-geração já em 1978. Se-gundo ele, em 1987, a Usina Santo An-tonio tornou-se auto-suficiente emenergia e, em 2001, com a instalação deuma caldeira de alta pressão, passou acomercializar o excedente.

A Usina Santo Antonio produzenergia na ordem de 24,5MW por horados quais 8,5MW são para o próprioconsumo e 16MW são exportados paraconcessionárias. A perspectiva é decrescimento. Novos projetos estão emdesenvolvimento pelo grupo Balbo.

Para que a bioeletricidade ganhedestaque na matriz energética nacional,

Attílio aponta alguns fatores. “O prin-cipal é que a estratégia de inserção dabioeletricidade em nossa matriz ener-gética continue ocupando lugar de des-taque junto aos órgãos governamen-tais de forma que haja disponibilidadede recursos financeiros e políticas quefacilitem a comercialização desta ener-gia de acordo com as suas característi-cas, já que a co-geração é responsávelpela maior parte da bioeletricidade e trazintrínsecas a sazonalidade e a interru-pitibilidade”.

Leia, a seguir, a entrevista comple-ta que Attílio concedeu à Canavieiros:

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Entrevista

““...teremos que seguir o exemplo de paísescomo a França, Inglaterra e Estados

Unidos e incluir a energia nuclear emnossa matriz energética.”

Revista Canavieiros: De forma re-sumida, como podemos definir co-ge-ração de energia?

Attílio Balbo Netto: Podemos dizerque é a geração simultânea de diferen-tes formas de energia a partir de umamesma fonte primária. No caso das usi-nas de açúcar, a partir da energia quí-mica do bagaço (queimado nas caldei-ras), ocorre a geração simultânea deenergia mecânica (turbinas), elétrica(geradores) e térmica (processo).

Revista Canavieiros: Épossível obtermos energiaatravés da co-geração du-rante o período de entresafra?

Balbo Netto: A usinapode gerar energia na en-tressafra, porém, através de um ciclode condensação aproveitando as so-bras de bagaço que possam ocorrerno período de safra. Entretanto, co-geração, na acepção da palavra, so-mente pode ocorrer no período em queestamos produzindo açúcar ou álcoolporque há necessidade do processocomo consumidor de energia térmica.

Revista Canavieiros: Quanto ogrupo Balbo produz de bioeletricida-de? Há planos de expansão?

Balbo Netto: O grupo Balbo pro-duz energia equivalente a uma deman-da de cerca de 20MW/hora, o que equi-vale a uma produção durante o perío-do de safra de 90.000MW. Nos planosde expansão está prevista a implemen-tação de duas novas centrais térmicas,uma das quais já em implantação naUsina São Francisco e outra ainda emfase de projeto na Usina Uberaba. Tam-bém temos planos para aumentar a ge-ração de energia na Usina Santo Anto-nio através da implementação de umciclo de condensação. Com todos es-

ses projetos consolidados, a exporta-ção de energia elétrica pelo grupo Bal-bo deverá ser equivalente a uma de-manda na ordem de 80MW/hora.

Revista Canavieiros: É possível sa-ber a quantidade de energia exceden-te gerada pelas usinas da região deRibeirão Preto?

Balbo Netto: Certamente as usinasda região de Ribeirão Preto exportamenergia equivalente a uma demanda decerca de 150MW/hora

Revista Canavieiros: A energiaproveniente da cana é competitiva emtermos econômicos?

Attílio Balbo Netto: A competitivi-dade da energia não pode estar resu-mida somente a termos econômicos.Aspectos como sustentabilidade, po-luição evitada, proximidade dos gran-des centros consumidores e, sobretu-do, a diversificação da fonte em um sis-tema com elevada concentração de ge-ração hidráulica é que tornam a bioele-tricidade bastante atrativa.

Revista Canavieiros: Quais são asperspectivas de mercado para a co-gera-ção para as usinas de cana-de-açúcar?

Attílio Balbo Netto: Inevitavelmentea bioeletricidade será incorporada ao corebusiness das usinas de açúcar e álcoolcomo um terceiro produto. No futuro to-das as usinas deverão ser produtoras deexcedentes de energia elétrica.

Revista Canavieiros: A co-geraçãode energia representa segurança ener-gética para o país?

Attílio Balbo Netto: Sem dúvida!Sobretudo pelos aspectos de diversifi-cação de fonte e de geração distribuí-da incorporadas pela bioeletricidade.

Revista Canavieiros: As usinas játêm potencial para gerar 1.800 mega-watts médios em excedentes de eletrici-dade, o que equivalente a 3% do totalnecessário para abastecer o Brasil, se-gundo a Única. O que falta para queessa energia seja efetivamente disponi-bilizada para as redes distribuidoras?

Attílio Balbo Netto:Todo negócio novo re-quer assimilação dos di-versos segmentos da so-ciedade e de órgãos go-vernamentais responsá-veis pela regulação. Mui-

ta coisa está sendo resolvida e pro-blemas importantes, como a conexão,estão na ordem do dia. Nosso senti-mento é de que nunca foi dada tantaatenção à bioeletricidade e, por certo,em breve, todo este potencial estarádisponível para a sociedade.

Revista Canavieiros: O ministrodas Minas e Energia anunciou a cons-trução de Angra 3 e mais outras trêsusinas nucleares. Não seria mais viá-vel investir na bioeletricidade?

Attílio Balbo Netto: Existe espaço enecessidade para todas as formas deenergia. A bioeletricidade representa nãomais do que 5% das nossas necessida-des, as fontes hidráulicas estão cada vezmais distantes dos centros de carga. As-sim, teremos que seguir o exemplo depaíses como a França, Inglaterra e Esta-dos Unidos e incluir a energia nuclearem nossa matriz energética. O importan-te é entender que cada segmento dasfontes de energia tem uma contribuiçãoa dar e que nenhuma delas deve ser des-considerada.

Usina Santo Antônio:pioneirismo em

co-geração

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Colheita de cana cruamecanizada(Porque você vai aderir)

Ponto de Vista

Colheita de cana cruamecanizada(Porque você vai aderir)Francisco César Urenha*

Oresultado da safra 2008 nãofoi o esperado: no geral, a re-gião teve quebra em torno de

5% (TCH); o preço atual da toneladade cana também está defasado emaproximadamente 30% e o custo deprodução está nas alturas. Não bas-tasse tudo isso, nos vemos às vol-tas com grave crise financeira inter-nacional, que nos pune com créditorestrito.

Eu sei que no atual momento ofornecedor de cana pensa somente noequilíbrio de suas contas, mas terá,queira ou não, de pensar no manejoconservacionista na sua atividade.Esse manejo é proporcionado pela co-lheita mecânica crua, que está cadavez mais presente no sistema de pro-dução da cana-de-açúcar no Brasil.

Por imposição legal, (ambiental etrabalhista) e por fatores econômicos,como redução no custo da colheita,temos que pensar mais seriamente emcomo dar este importante passo e al-guns caminhos a seguir, já para o pró-ximo plantio de cana:

1. Planejamento das áreas compotencial para colheita mecânicacrua: a colheita mecanizada de canacrua requer terreno de boa topogra-fia, com declividade de até 10 %.

2. Linhas compridas e espaça-mento de 1.40/1.50 m.

3. Sulcação não profunda paraposterior quebra do lombo, elimina-ção de pedras e formigueiros.

4. Devem ser usadas variedadeseretas, que tombem pouco e que re-brotem bem sob a camada de palha.

5. Eliminar barrancos, facilitandoo acesso da colhedora e manobra dostransbordos. Esta prática direciona opisoteio para os caminhos e não paraos talhões.

Dado o primeiro passo, a preo-cupação passa a ser maior, pois asmáquinas existentes no momento fo-ram desenvolvidas para atender aosgrandes produtores e tem custo ele-vado (em torno de R$ 800 mil) e aíseria necessária atuação em conjun-to com a formação de consórcio en-tre fornecedores ou alguma coisanesse sentido.

Feito isso, que é o passo mais di-fícil, a preocupação passa a ser com acolheita. Alguns passos a seguir:

1. Temos que ter operadores eequipe bem sincronizados entre a co-lhedora e os transbordos. A opera-ção é simples: 1 colhedora, 2 tratoresde 140 cv, com transbordos de 8 ton./cada caixa, sendo 2 caixas por tratore um veículo bombeiro. Estes equipa-mentos lhe conferem capacidade decolheita entre 80 e 100 mil toneladasde cana por safra em 2 turnos de 10horas. Para esta quantidade de canaserão necessárias 8 pessoas na fren-te de colheita, 2 das quais para ope-ração do veículo bombeiro, equipa-mento de prevenção a incêndio es-sencial na frente de colheita.

2. Evitar pisoteio das soqueiras.3. Não colher em solos úmidos.4. Regulagem do corte de base

para evitar o arranque das soqueiras.

Superado a etapa da colheita, vema preocupação com os tratos cultu-rais na palha:

1. O adubo pode ser distribuídosobre a palha, pois há retenção maiorde umidade, que favorece a absorção.

2. Duas pragas são bastante co-muns no sistema de colheita de canacrua. Uma de maneira benéfica, a la-garta elasmo, que diminui significati-vamente seus ataques e prejuízos no

sistema de cana crua. A outra é a ci-garrinha-da-raíz que na implantaçãodo sistema de colheita de cana cruapode causar problemas, porém, combom controle biológico com o fungoMetarhizium anisopliae, existe umasensível redução na utilização de her-bicida químico.

A conclusão a que chegamos éque a colheita de cana mecânica cruanos traz inúmeros benefícios, como:a presença de maior atividade bioló-gica e microbiana no solo, melhoran-do a infiltração de água; a palha re-manescente da colheita, além de pos-sibilitar a diminuição significativa doconsumo de herbicidas, protege asuperfície do solo quanto ao proces-so erosivo, sendo fator decisivo naimplantação de sistemas não conven-cionais e integrados de conservaçãodo solo, possibilitando eliminar osterraços em áreas de canaviais comdeclividade inferior a 6% em determi-nadas condições. No entanto, o mai-or dos benefícios é econômico, com aredução do custo da tonelada colhi-da, que pode ser 30% mais barato queo corte convencional queimado.

*diretor da Copercana,Canaoeste e Cocred

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O fortalecimento dasentidades representativasO fortalecimento dasentidades representativas

Ponto de Vista

Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*

Apesar da importância adquiridapela sua contribuição ao PIBnacional - acima de 30% - e par-

ticipação na balança comercial - 36%das exportações totais brasileiras -, oagronegócio precisa fortalecer sua ima-gem e demonstrar personalidade nodebate de questões que lhe dizem res-peito. A impressão que se tem é que osetor é desestruturado, desunido e que,por conta disso, é sempre voto vencidonas discussões que enfrenta.

Há de se dar um desconto, se consi-derarmos que o Brasil é um país de di-mensões continentais, com Estados derealidades e aptidões distintas. Assim,com tantas distâncias e diversidades, édifícil agregar todo o setor para lutar porinteresses comuns. Mas também são poresses motivos que existem as entidades,criadas para representar, defender os in-teresses e falar em nome de todo um se-tor ou de elos da cadeia produtiva.

O que observamos ao longo do tem-po e das negociações, é que o agrone-gócio nacional não consegue se impor.Está sempre arcando com os prejuízose assumindo culpas, mesmo não tendocometido tais pecados. É um grandecorpo, mas sem linguagem articulada epor isso não é levado em conta ou ou-vido nas discussões. As legislaçõesdraconianas e surreais aplicadas sobreo setor são um grande exemplo disso.

Uma mudança de postura passapelo fortalecimento das entida-

des. É preciso que elas sejam as gran-des motivadoras do setor, que defen-dam os interesses e verdadeiramenteexpressem os anseios daqueles que re-presentam e que sirvam para eles deguarida e fortaleza. Sem entidades for-tes, o produtor torna-se refém daquelesque são mais articulados e habilidosose que acabam impondo as regras dojogo. Principalmente nos momentos decrise, como esse que estamos enfren-tando, e que exigem firmeza nas discus-sões, o setor precisa estar articulado efortalecido.

Nesse mês a CNA (Confederaçãoda Agricultura e Pecuária do Brasil), amais importante entidade dos produ-tores de todo o país, elegeu como pre-sidente a senadora Kátia Abreu. Ela su-cederá o doutor Fábio Meirelles, quecumpriu um mandato-tampão depois damorte de Antônio Ernesto de Salvo, emjulho de 2007.

Será a primeira mulher a presidir aCNA, demonstra muita disposição e,pela sua história de vida, determinação.Psicóloga e mãe de três filhos, tornou-se agricultora aos 25anos, depois damorte de seu ma-rido. Tornou-seuma lideran-ça nomeio.

Foi eleita presidente da Federação daAgricultura do Tocantins, deputada fe-deral mais votada em seu Estado, e sena-dora em 2006. No Congresso, integra abancada rural e demonstra profundo co-nhecimento sobre a realidade do campo.

Já anunciou que pretende acabarcom a enxurrada de autuações sobre oprodutor rural, fruto de legislações cri-adas nas cidades e adaptadas da piorforma possível para o campo. Segundoela, nos seis anos deste governo, 15.258autos de infração foram lavrados porfiscais do Ministério do Trabalho em1.217 fazendas em todo o País, média dequase 13 autos de infração por fazenda.E isso será feito, segundo ela, por meioda conscientização dos produtores ediálogo com o governo. Trazendo no-vas idéias para a CNA, a nova presi-dente deve dar uma oxigenada na re-presentatividade do setor e tem todasas condições de iniciar uma nova fase,marcada por entidades fortalecidas e li-gadas estreitamente com as necessida-des e anseios do produtor.

*presidente da Canaoeste(Associação dos Plantadores de

Cana do Oeste do Estado de São Paulo)

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BIOCOOP: Reciclar.... Por quê?BIOCOOP: Reciclar.... Por quê?

NotíciasCopercana

Projeto implantado pela Copercana para reciclagem vemconseguindo excelentes resultados

Desde 2005, o Biocoop, depar-tamento responsável pela se-paração de materiais reciclá-

veis do sistema Copercana, Canaoes-te e Cocred, vem sendo ampliado e es-truturado para atender toda a deman-da das cooperativas e associação.

Por meio de triagem de papéis,plásticos e caixas de madeira quesão descartados nos outros setoresdo sistema, o Biocoop realiza a lo-gística para transportar e vender osmateriais. Segundo a coordenadorado Biocoop, a bióloga Priscila deOliveira, além da separação do ma-terial, o mais importante trabalhorealizado pelo departamento, “é aconscientização dos colaboradorese da população para a reciclagem”,esclarece Priscila.

Atualmente o Brasil se deparacom um sério problema ambiental. Olixo produzido é uma ameaça à saú-de, visto que atrai animais vetoresde doenças e ameaça a natureza, po-luindo o solo e a água. É necessário,então, um direcionamento corretodos resíduos descartados pelas em-presas, indústrias, usinas, locais queprestam serviço à saúde e residênci-as. É isso que a Copercana está pon-do em prática.

MAS, SERÁ QUE HÁ VANTAGEMEM RECICLAR? CONSIDERE OS

SEGUINTES DADOS:

• Cinqüenta quilos de papel usado,transformados em papel novo, evitamque uma árvore seja cortada.

• Com um quilo de vidro quebra-do faz-se exatamente um quilo de vi-dro novo, que pode ser recicladomuitas vezes.

• Cinqüenta quilos de alumínio usa-do e reciclado evitam que sejam extra-ídos do solo cerca de cinco mil quilosde minério, a bauxita.

• Uma tonelada de plástico recicla-do economiza 130 quilos de petróleo.

Conseguiu notar a importância?Agora imagine a quantidade dessesmateriais que estão em aterros por nãoterem sidos enviados para a recicla-gem. A consciência de cuidar do nos-so meio tem que ser de cada cidadão.Um simples papel de bala pode pare-cer insignificante, mas quando lança-do ao meio ambiente pode causar im-pactos irreversíveis.

Abaixo segue uma lista de materi-ais que não podem ou podem ser reci-cláveis:

Materiais recicláveis

Papel: Jornais, revis-tas, cadernos, formulá-

rios, caixas em geral,fotocópias (xérox),envelopes, papel defax, cartazes, cartoli-

nas, aparas de papel.Metal: Latas de alumí-

nio, panelas, utensílios de ferro,arames, pregos.

Vidro: Recipientes em geral, garra-fas e copos.

Plástico: Embalagens de refrige-rantes, de produtos de limpeza e de hi-giene, de margarina, de leite, canos etubos, sacos plásticos em geral.

Materiais não-recicláveisPapel: Etiquetas adesivas, papel

carbono, papel higiênico, metalizados,parafinados, plastificados ou sujos,guardanapos, tocos de cigarro, lenços,fotografias.

Metal: Clips, ganchos, canos, reci-pientes de produtos tóxicos ou de res-tos de produtos gordurosos.

Vidro: Espelhos, lâmpadas, cerâmica,porcelana, recipientes de produtos tóxi-cos ou de restos de produtos gorduro-sos, mistura de vidro de diferentes cores.

Plástico: Tomadas, misturas de pa-pel, plásticos e metais, recipientes deprodutos tóxicos ou de restos de pro-dutos gordurosos.

Outros produtos que podem ser re-ciclados são as pilhas, os tôners, oscartuchos das impressoras, os disque-tes de computador, os pneus usados eo óleo do motor, óleo de cozinha. Con-vém contatar a prefeitura ou associa-ção de bairro para esclarecimentos so-bre o local onde colocar estes produ-tos. Eles devem ser depositados em re-cipientes próprios.

Atenção às falsas rotulagens, mui-tos produtos rotulados como recicla-dos ou “amigos do meio ambiente” nãoo são na realidade. Informe-se junto àsautoridades competentes.

Priscila Oliveira - Biocoop

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Copercana e Tatu Marchesanrealizam "dia de campo"

NotíciasCopercana

Copercana e Tatu Marchesanrealizam "dia de campo"Carla Rossini

O evento foi realizado na Fazenda Bananal, em Sertãozinho

ACopercana e a Tatu Marche-san realizaram, no último dia15, um “Dia de Campo” para

apresentação da Plantadeira COP CA.O evento foi realizado na Fazenda Ba-nanal (de propriedade da família Bighet-ti), em Sertãozinho, e contou com a par-ticipação de mais de 80 cooperados doSistema Copercana, Canaoeste e Cocred.

Segundo Leonildo Mondini, ge-rente comercial da Tatu Marchesan, aplantadeira, que está no mercado des-de o início de 2008, foi desenvolvidapara trabalhar com sementes graúdascomo milho, soja e amendoim. “A má-quina foi desenvolvida para atenderas necessidades dos produtores nahora do plantio e suas característicasdemonstram que ela consegue traba-lhar sem formar montes de palhas, quesão uma dificuldade que os produto-res enfrentam”, explica Mondini.

A COP CA apresenta as seguintescaracterísticas: disco de corte de 24";

pantográfica (adubo e semente) e 9 li-nhas (espaçamento entre linhas de50cm). A máquina foi desenvolvidapara trabalhar na reforma dos canavi-ais direto na palhada e consegue co-locar o adubo na terra numa profundi-dade de 18 cm.

“São essas características que oprodutor pôde conhecer nesse dia decampo, já que até então não existiano mercado uma plantadeira que tra-balha sem juntar palhas e realiza oplantio com perfeição. Plantamosnesse ano, 1.200 hectares na UsinaGuaíra, muitas vezes plantamos du-rante a noite e com a palha úmida emesmo assim, ela não juntou palhas”,concluiu Leonildo.

Para o diretor do sistema Coper-cana, Pedro Esrael Bighetti, essas de-monstrações são excelentes para oscooperados se informarem de comoestá o desenvolvimento de novosequipamentos para a lavoura. “Temos

Antônio Bighetti, Lelo Bighetti (diretor da Copercana),Léo Mondini (gerente comercial da Tato Marchesan)

que começar a utilizar toda a tecnolo-gia que já está disponível aos produ-tores. Com a proibição das queima-das, o plantio direto é uma realidadecada vez mais próxima da gente e essamáquina é uma excelente opção paraatender nossas necessidades”, afir-ma Bighetti.

A COP CA já está disponível nomercado e custa para o produtor emtorno de R$ 110 mil.

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NotíciasCanaoeste

Consecana

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entreguedurante o mês de OUTUBRO de 2008. O preço médio do kg de ATR para o mês de OUTUBRO, referente à Safra2008/2009, é de R$ 0,2566.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aosmercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL a OUTUBRO e acumulados até OUTU-BRO, são apresentados a seguir:

ConsecanaConselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 10/08DATA: 31 de outubro de 2008

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do etanol anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI), incluemimpostos até setembro e líquidos a partir de outubro*, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP)e do etanol anidro e hidratado, carburante (AAC e AHC) destinados ao mercado externo (AAE e AHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a OUTUBRO e acumu-lados até OUTUBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes:

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Datagro discute situaçãodos mercados deAçúcar e Álcool

NotíciasCanaoeste

Datagro discute situaçãodos mercados deAçúcar e ÁlcoolCristiane Barão

Ortolan coordenou painel de abertura e elencou desafios e dificuldades do setor

A oitava edição da Conferênciada Datagro reuniu, nos dias 27e 28 de outubro, representan-

tes de todos os elos do agronegócioda cana e especialistas brasileiros eestrangeiros para discutir a situaçãodos mercados de açúcar e álcool.

O presidente da Canaoeste, Mano-el Ortolan, coordenou o painel queabriu a conferência e que teve comopalestrantes o presidente da Datagro,Plínio Nastari, e o superintendente deAbastecimento da Agência Nacionaldo Petróleo, Gás Natural e Biocombus-tíveis, Edson Menezes da Silva.

Em sua participação, Ortolan elen-cou os principais desafios e dificulda-des a serem enfrentados pelo setor.Segundo ele, faz-se necessária a defi-nição de regras claras por parte do se-tor público, capazes de nortear os in-vestimentos do setor privado em ener-gias renováveis. “O estabelecimento demarcos regulatórios deve ser um dosprincipais papéis do Estado para esti-mular a produção e o uso de biocom-bustíveis”, disse.

O presidente da Canao-este também destacou a ne-cessidade de se buscar auniformização das alíquotasde ICMS, que hoje variam de12% a 30%; a intensificaçãodas pesquisas para a produ-ção de etanol de segundageração, ações de promoçãodos biocombustíveis, inves-timento em infra-estrutura elogística e, especialmente,na formação e re-qualifica-ção de mão-de-obra.

“São inúmeros os desa-fios, mas gostaria de ressal-tar um deles, que é o de bus-car uma relação mais justa, transpa-rente e equânime entre os elos da ca-deia”, disse. De acordo com ele, o for-necedor de cana dá capilaridade aosetor, contribui para a distribuição derenda e é o que mais sente os reflexosdas crises. “Esses produtores espe-ram que o setor rompa com o tradicio-nalismo e inaugure uma nova fase, emque as relações sejam mais equilibra-das e justas”, ressaltou.

Cana em pé – De acordo com Nas-tari, 40 milhões de toneladas de canaficarão em pé em 2008/09. Segundoele, o clima mais úmido do que o pre-visto e o atraso da entrada em ope-ração de algumas usinas vão deixarum volume superior à metade da sa-fra do Nordeste em pé. A previsãoanterior era de que 34 milhões de to-neladas seriam deixadas sem colherna safra 2008/09.

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Brasil - unidade de conservaçãomundial! A quem interessa?

Legislação

No dia 16 de outubro de 2008, ochefe geral da Embrapa Moni-toramento por Satélite, Evaris-

to de Miranda, fez uma palestra singularno auditório da CANAOESTE - Associ-ação dos Plantadores de Cana do Oestedo Estado de São Paulo, em Sertãozi-nho, evento este que fazia parte de umciclo de debates organizado pela ABAG-RP (Associação Brasileira do Agrone-gócio, regional de Ribeirão Preto-SP.),onde pôde contemplar os presentes como resultado de um trabalho sobre o im-

Juliano Bortoloti - AdvogadoDepartamento Jurídico Canaoeste

Brasil - unidade de conservaçãomundial! A quem interessa?

pacto da legislação ambiental brasileirano território nacional. O trabalho, elabo-rado a pedido do Governo Federal, de-nominado “Alcance Territorial da Legis-lação Ambiental – Impacto Sobre a Agri-cultura”, teve como missão analisar agestão territorial da agricultura brasilei-ra, além de servir de subsídio, segundo oseu apresentador, para a defesa do Go-verno Brasileiro contra as diversas acu-sações de desrespeito ao meio ambiente,propagadas por alguns governos, enti-dades e organizações internacionais.

Florestas no Brasil e no mundoCom relação à primeira parte do que

foi apresentado, restou demonstrado a(in)evolução das florestas primárias aolongo dos últimos 8.000 anos. Con-cluiu-se que o Brasil, há oito mil anos,representava cerca de 9% das flores-tas primárias mundiais, percentual que,em 2005, passou a 28%, diferentemen-te do que ocorreu nos demais países e

continentes. A Europa, que represen-tava 7% das florestas primárias mundi-ais, passou para 0,1%, em 2005. Já aÁsia, que abrigava 23% dessas flores-tas, caiu para 5,5%.

Além disso, ao longo desses 8.000anos, o Brasil manteve 69% de sua flo-resta original, enquanto a Europa pre-servou 0,3% e a Ásia, 5,6%.

Emissão de gases do efeito estufaCom relação à emissão de gases que

geram o efeito estufa (aquecimento glo-bal), o trabalho fez um quadro compa-rativo de emissão de CO² (gás carbôni-co), onde constatou que apenas qua-tro países – EUA, China, Rússia e Ja-pão - representam 50,39% da emissãomundial (mais da metade) e que o Bra-sil responde por apenas 1,28%, apesarda sua dimensão continental. Dessa

forma, o Brasil está na 103ª posiçãoentre todos os países do planeta, emi-tindo cerca de 42 ton./km². Só para exem-plificar a irrisória participação do Brasilem emissões de gás carbônico: paraigualar a emissão acumulada de CO² de1995 a 2005, dos paises industrializa-dos (OCDE), do G8 (EUA, Japão, Rús-sia, Franca, Reino Unido, Alemanha,Canadá e Itália) e dos EUA, o Brasil

Neste trabalhoforam encontra-dos dados inte-ressantes, mas,principalmente,chamou a aten-ção pelo com-provado des-compasso daspolíticas ambi-entais brasileirascom a gestãoterritorial.

Evaristo Miranda - chefe geral da Embrapa

levaria respectivamente 433,29 anos,392,09 e 190,75 anos. Demonstrou tam-bém que a matriz energética brasileira écomposta por 46,3% de energia reno-vável, enquanto que na matriz energé-tica mundial, as energias renováveisparticipam em 13,9% e, portanto, 56,10%das energias utilizadas são não- reno-váveis (petróleo, gás natural, nuclear,carvão mineral, etc.).

Unidades deconservação e

terras indígenas

No que tange ao tema principal de seu trabalho, opesquisador, juntamente com sua equipe, concluiu quesomando as unidades de conservação federais e esta-duais (Lei nº 9.985/2000) mais os territórios indígenasdecretados pelo Governo, descontando-se as sobrepo-sições entre um e outro, a área por eles ocupada corres-ponde a 26,94% do território nacional, chamando aten-ção para alguns Estados, onde somente tal área ultra-passa 50% de seu território (Amapá, Pará, Roraima, Dis-trito Federal).

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Legislação

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Áreas de preservação permanenteCom relação às áreas de preserva-

ção permanente existentes no Brasil (derelevo e de hidrografia), assim estipu-ladas pelo artigo 2º, da Lei nº 4.771/65 eResoluções Conama nºs 302 e 303, am-bas de 2002, excetuando aquelas exis-tentes nas unidades de conservação enas terras indígenas, tal limitação am-biental ocupa 17,56% do território na-cional, chamando-nos atenção o casodos Estados do Espírito Santo e SantaCatarina, onde somente as áreas de pre-servação permanente de relevo (toposde morro, altitude acima de 1800 me-tros, declividade com mais de 25%, etc.)perfazem 20,46% e 19,26%, respectiva-mente, de seus territórios.

Demonstrou que, levando-se emconsideração apenas as áreas de pre-servação permanente (APPs), poderi-am ser consideradas atividades irre-

gulares aque-las praticadaspelos peque-nos produto-res da pecuá-ria leiteira e daolericul turado Rio de Ja-neiro, os ca-feicultores daregião monta-nhosa de Alfe-nas e Guaxu-pé, em MinasGerais, os ca-feicultores das regiões acidentadas doEstado de São Paulo, os vinhedos doRio Grande do Sul, as lavouras de maçãe as granjas de Santa Catarina, os ri-beirinhos do Acre, os pequenos agri-cultores que margeiam o Rio São Fran-cisco, a pequena agricultura e oleri-

cultura do Espírito Santo, os ribeiri-nhos do Pará, a agricultura de várzeade Santa Catarina, a banana do Valedo Ribeira, em São Paulo, a pecuárialeiteira em Minas Gerais, a cana-de-açúcar do nordeste, dentre diversasoutras atividades agropastoris.

Brasil - "unidade de conservação mundial"Somando as unidades de conser-

vação, as terras indígenas e as áreasde preservação permanente no Brasil,excetuadas as sobreposições entre umae outra, teríamos limitação de 44,5% detodo território nacional. Isso sem con-tar com a área de reserva florestal legal.Portanto, o Brasil é, atualmente, umaimensa unidade de conservação ambi-ental mundial.

Levando-se em consideração a Re-serva Florestal Legal (RFL)_ institutoambiental que obriga todo proprietáriode imóvel rural a manter e/ou reconsti-tuir uma área de vegetação nativa em

sua propriedade que varia de 20% a80% da área total do imóvel, índice esteque depende da localização geográficado imóvel no território nacional_, o es-tudo concluiu que, somadas às demaislimitações ambientais (unidades deconservação, terras indígenas e área depreservação permanente) restariam dis-poníveis no Brasil para exploração pe-cuária, agrícola, silvicultura, industrial,urbana, etc., 33,14% do território naci-onal, ressalvando-se, ainda, que talporcentagem varia de Estado para Es-tado, conforme o estudo apresentado,nos chamando atenção que o Estadodo Pará teria disponível para explora-

ção apenas 5,54% de seu território e,na outra ponta, estaria o Estado de Ser-gipe, que teria 72,31% disponível.

Verifica-se aqui, portanto, a falta detratamento isonômico entre os Estados,criando limitações ambientais exagera-das sem considerar as suas peculiari-dades e necessidades regionais, semcitar, também, o descompasso entre alegislação ambiental nacional com ointeresse governamental de transfor-mar o Brasil no grande produtor mun-dial de alimentos, já que, observada alegislação atual, não temos área sufici-ente para realizar esta pretensão.

CONCLUSÕESDo trabalho acima citado, podemos

tirar algumas conclusões: que o Brasilmanteve suas florestas primárias, en-quanto os países ditos desenvolvidosas dizimaram; que o Brasil está se trans-formando numa imensa unidade de con-servação ambiental mundial; que o Bra-sil, mesmo ante sua área continental epopulação volumosas, contribui muitopouco para o aquecimento global, sendoum exemplo em termos de utilização deenergia renovável; que a legislação am-biental territorial brasileira (unidades de

conservação, área de preservação per-manente e reserva florestal legal) atual,não contemplou o histórico da ocupa-ção de terras no Brasil, reduzindo drasti-camente a área destinada à agricultura,pecuária e silvicultura, o que inviabiliza asustentabilidade nacional, bem como nãose preocupou com as peculiaridades decada região/Estado da Federação, e, tam-pouco, com o impacto criado com suaplena implantação, padecendo, ainda, debase técnica que a sustente. Diante des-se quadro, deve haver uma urgente revi-

são da legislação ambiental territorial bra-sileira, adequando-a às peculiaridades decada Estado da Federação, observando-se, ainda, o histórico da ocupação dasterras e a otimização do conjunto unida-des de conservação/ áreas de reserva flo-restal legal/áreas de preservação perma-nente, pois, sem isso, o Brasil não chega-rá à sustentabilidade pretendida e, ainda,será equivocadamente alçado à condi-ção de vilão ambiental, posto que certa-mente não lhe cabe.

Fonte:www.cnpm.embrapa.br

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NotíciasCocredBalancete MensalBalancete MensalCooperativa de Crédito dos Plantadores de Canade Sertãozinho BALANCETE - SETEMBRO/2008

Valores em Reais

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A crise vai alcançar osetor?

Reportagem de Capa

Turbulência, que começou nos Estados Unidos, provocou alguns respingos como redução naoferta de crédito e queda nas vendas de equipamentos; no entanto, otimismo prevalece

A crise econômica, que começouno setor imobiliário norte-americano e contaminou os mer-

cados de todo o mundo, deu os pri-meiros respingos no setor sucroalco-oleiro. O primeiro sinal, também senti-do no agronegócio como um todo, foia escassez de crédito.

Há falta de confiança no mercado ecomo as instituições financeiras não sa-bem quais setores serão atingidos pelacrise e temem que haja elevação na inadim-plência, estão segurando os recursos paraempréstimos ou elevando a taxa de juros.

De acordo com o superintendenteda Cocred, Márcio Fernando Meloni, ascooperativas também já sentem dificul-dades em obter repasses para o créditorural. “A Cocred trabalha com recursos

Da Redação

A crise vai alcançar osetor?

próprios e vem repassando para os seuscooperados. Porém, quando ela depen-de de um repasse de fora, isso fica maiscomplicado. A escassez é com os recur-sos do crédito rural, a juros de 6,75% aoano: esse dinheiro não está chegandopara a cooperativa e quando vem, estáficando mais caro”, disse.

A falta de crédito também retraiu asvendas de máquinas e equipamentos.De acordo com a Câmara Setorial de Má-quinas e Implementos Agrícolas daAbimaq (Associação Brasileira da In-dústria de Máquinas e Equipamentos),as vendas caíram pelo menos 50% nosúltimos dois meses na região, sendomais visível no setor canavieiro.

E em relação às usinas, grande par-te em processo de expansão de suas

atividades, também sentiram o aperto nocrédito e desaceleram os investimentos.Das 32 usinas planejadas para entrar emoperação nesta safra, três ficaram para opróximo ciclo, segundo a Unica.

Outro fato que chamou a atençãofoi o pedido de recuperação judicial porparte da Companhia Albertina, de Ser-tãozinho. Em comunicado, a empresainformou que entrou com o pedido paratornar viável a concretização do acordode repactuação da dívida financeira, emlinha com as negociações que vêm sedesenrolando ao longo dos últimos trêsmeses com os seus credores.

A recuperação judicial permitiráque as atividades da empresa sigamnormalmente, bem como possibilitaráo equacionamento dos problemas de

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Reportagem de Capaliquidez pontuais ocorridos duranteesta safra. Ao mesmo tempo, a em-presa e seus principais credores con-tinuarão a trabalhar em um acordoque permitirá o alongamento das obri-gações, de forma a adequar o venci-mento da dívida à capacidade de ge-ração de caixa.

“A falta de crédito afeta todos ossetores e no caso do setor sucroal-cooleiro, esse corte ocorreu no mo-mento em que as usinas estavam ala-vancadas. Consequentemente, o im-pacto foi significativo e isso certa-mente provocou impacto na indús-tria de base”, afirma Mário Garrefa,presidente do Ceise Br (Centro Naci-onal das Indústrias do Setor Sucro-alcooleiro e Energético).

A preocupação com a normaliza-ção do mercado levou o Ceise a Bra-sília para mostrar a importância des-sas indústrias de base no ramo su-croalcooleiro. “Saímos de lá com acerteza de liberação de crédito para ocapital de giro, o que já aconteceu,visto que o BNDES está liberandopara o setor multisetorial, que incluio sucroalcooleiro, R$ 3 bilhões parafinanciamentos, inclusive para o ca-pital de giro.”

Segundo Garrefa, com essa me-dida, os empregos continuam garan-tidos até o final do ano e as demis-sões ficam para segundo plano,aguardando a normalidade do merca-do. Para ele as demissões estão emritmo normal, já que a cidade está nofinal de safra em várias usinas e des-tilarias. Ele cita levantamento do Ci-esp em que Sertãozinho está posici-onado em segundo lugar no rankingdas contratações dos últimos 12 me-ses e na primeira posição no períodode janeiro a outubro.

Dados do Caged (Cadastro Geralde Empregados e Desempregados),do Ministério do Trabalho, indicamque em outubro deste ano foram ad-mitidos, em Sertãozinho, 1.784 traba-lhadores e dispensados 2.086, umsaldo negativo de 302. A indústria detransformação, que foi a que maiscontratou_ 640_, também foi a que

mais demitiu: 754. No mesmo perío-do de 2007, o saldo foi positivo: asadmissões chegaram a 2.190 e as de-missões, 1977.

Segundo o presidente do CeiseBr, o momento é também de criar opor-tunidades. “Hoje o setor sucroalco-oleiro tem o grande desafio de sairfortalecido da crise mundial e issonão nos assusta, visto que Sertãozi-nho já enfrentou períodos piores emque o etanol não era acreditado.Hoje, somos as meninas dos olhosdo mundo”, disse.

E, diante desse cenário, quais de-vem ser as precauções do produtorde cana? De acordo com o presiden-te da Canaoeste, Manoel Ortolan, ofornecedor tem concentrar os esfor-ços para manter a produção, que ésua fonte de renda.

“Em momentos de crise, o pro-dutor deve otimizar os investimen-tos em tecnologia e insumos e, para

isso, deve procurar orientação dosnossos técnicos”, disse. Segundoele, a perspectiva é que haja umarecuperação nos preços, principal-mente no caso do açúcar, já que asestimativas indicam que a produçãoaçucareira deverá ser inferior à de-manda.

O produtor Teodoro RodriguesSobrinho, apesar de já ter sentidoo aperto na disponibilidade de cré-dito, não perdeu o otimismo. Eleacredita que nos próximos doisanos a situação deverá estar me-lhor. “Caso contrário, toda a cadeiasofrerá mais fortemente os efeitosdessa crise”, disse.

Ele disse que ainda não teve deadiar investimentos, mas se a crisecontinuar, terá de deixar de trocar suasmáquinas e equipamentos e reduzir oscustos com produtos como herbici-das e adubos. “A falta de crédito já éuma realidade, estamos com dificul-dades de acesso aos recursos”.

Crise não reduz oportunida-Crise não reduz oportunida-Crise não reduz oportunida-Crise não reduz oportunida-Crise não reduz oportunida-des de trabalho, diz Unicades de trabalho, diz Unicades de trabalho, diz Unicades de trabalho, diz Unicades de trabalho, diz UnicaAs oportunidades

profissionais ofereci-das pelo setor sucroe-nergético não serãoabaladas pela crise fi-nanceira internacional,segundo o assessoreconômico da Única,Luciano Rodrigues."A crise financeira nãoatingirá os fundamen-tos do setor no médioprazo, portanto, oportunidades con-tinuarão a surgir para aqueles quequiserem investir profissionalmentedentro do setor sucroenergético",complementou Rodrigues.

Em palestra a alunos da Faculda-de de Tecnologia de Piracicaba eleexplicou que, além das perspectivaspara o etanol no cenário internacio-nal, devido à busca por alternativaspara reduzir a dependência do petró-leo e mitigar os efeitos do aquecimen-to global, o mercado doméstico se

mostrou o ponto principal da indús-tria brasileira, alavancado principal-mente pelo crescimento das vendasde veículos flex.

Os veículos flex, introduzidos nomercado em março de 2003, são res-ponsáveis por cerca de 90% das ven-das de automóveis leves no País, oque resultou num considerável au-mento das vendas de etanol hidrata-do, chegando hoje a mais de 1 bilhãode litros por mês, um aumento superi-or a 400% ao longo de cinco anos.

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Monsanto anuncia comprada Canavialis e Alellyx

Destaque

Da Redação

Monsanto anuncia comprada Canavialis e Alellyx

Negócio foi fechado em US$ 290 milhões; gigante do setor desementes e herbicida entra na cana

AMonsanto anunciou, no iní-cio do mês, a aquisição da AlyParticipações, que controla as

empresas de melhoramento genéticoe biotecnologia de cana-de-açúcar, Ca-naVialis S.A. e Alellyx S.A., ambas in-tegrantes do Grupo Votorantim. O ne-gócio foi fechado em US$ 290 milhões(R$ 616 milhões).

“As demandas mundiais por açú-car e biocombustíveis estão começan-do a crescer em um ritmo mais rápidodo que os níveis de produção de cana-de-açúcar, uma cultura que é essenci-al para atender a estas necessidades”,afirma André Dias, presidente da Mon-santo do Brasil.

A CanaVialis é a maior empresa pri-vada de melhoramento de cana-de-açúcar do mundo. Por meio de suaspesquisas de melhoramento, está de-senvolvendo variedades de cana ge-neticamente superiores e patenteadas,que devem proporcionar rendimentossignificativos sobre as variedadesatualmente disponíveis. Tem contra-tos com 46 usinas de cana-de-açúcar,cuja área de produção soma 1,1 milhãode hectares, ou aproximadamente 15%do mercado.

A Alellyx é uma empresa de genô-mica aplicada que se dedica ao desen-volvimento de pesquisas com biotec-nologia, principalmente para a cana-de-açúcar. Os pesquisadores da Ale-llyx estão envolvidos, entre outrosprojetos, no seqüenciamento do ge-noma da Xyllela fastidiosa, bactériaque causa o amarelinho nos laranjais.

Como a aquisição representa uminvestimento de longo prazo em pes-quisa e desenvolvimento e em melho-ramento genético, a Monsanto não pre-vê um incremento no seu faturamentoaté a metade da próxima década.

A Monsanto havia estabelecidouma parceria tecnológica com a Ca-naVialis e a Alellyx, em 2007, para de-senvolver e comercializar as tecnolo-gias de tolerância a herbicidas (Roun-dup Ready) e resistência a insetos-praga (Bt).

O acordo para aquisição da Cana-Vialis e da Alellyx é o terceiro grandeinvestimento da Monsanto no Brasil,no último ano. No segundo semestrede 2007, a companhia adquiriu a Agro-este e anunciou um investimento deUS$ 60 milhões na expansão de pes-quisa e produção de sementes.

De acordo como presidente daUnica, Marcos Jank, a aquisição feitapela Monsanto é um fato de granderelevância. “É uma decisão que acres-centa a cana-de-açúcar à linha de pro-dutos da maior produtora de semen-tes do mundo e estabelece o etanolde cana-de-açúcar como um produtocom futuro garantido, pois a Mon-santo só espera resultados concre-tos desse investimento a partir de2016”, comentou Jank.

Com 19 mil funcionários em 61 paí-ses e faturamento de US$ 8,3 bilhões em2007, a Monsanto busca desenvolvertecnologias que proporcionem aos agri-cultores melhor produtividade das la-vouras, menores custos de produção ealimentos mais saudáveis. Em um futu-ro próximo, essas plantas enriquecerãoas dietas alimentares e até poderão sermeios de transmissão de vacinas.

André Dias, presidente da Monsanto do Brasil.

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Mapa 1: Água Disponível no Soloentre 16 a 19 de OUTUBRO de 2008.

CHUVAS DE SETEMBROe Prognósticos Climáticos

CHUVAS DE SETEMBROe Prognósticos Climáticos

Informações Setoriais

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoAssessor Técnico Canaoeste

São apresentadas no quadro abaixo as chuvas que ocorreram durante o mês de OUTUBRO de 2008, em vários locaisda região de abrangência da CANAOESTE.

Nota-se que as chuvas queocorreram durante este mês deOUTUBRO e em todos os locaisobservados na região de abrangência da CANAOESTE “ficaram” aquém das respectivas médias históricas, com uma únicaexceção, a da Usina Ibirá.

O Mapa 1, ao lado, mostra que oíndice de Água Disponível no Solo, no

período de 16 a 19 de OUTUBRO,apresentava-se como baixo a crítico em

quase toda área sucroenergética doEstado de São Paulo, excetuando-se a

Região Central e Sul do Estado.

Revista Canavieiros - Novembro de 20082626262626ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as nÁGUA, usar s

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Revista Canavieiros - Novembro de 2008 2727272727

Informações Setoriais

Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de OUTUBRO de 2007.

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de OUTUBRO de 2008.

Para subsidiar planejamentos de atividades fu-turas, a CANAOESTE resume o prognóstico climá-tico de consenso entre INMET-Instituto Nacionalde Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pes-quisas Espaciais para os meses de novembro e de-zembro.

O monitoramento das temperaturas da superfí-cie do mar (TSM), ao longo da faixa equatorial noOceano Pacífico Oeste, mostra que este parâmetroencontra-se em ligeira elevação, mas sem manifesta-ção do Fenômeno El Niño, que para a América doSul indica neutralidade climática para os meses deprimavera (setembro/outubro a final de dezembro).Logo, para as áreas sucroenergéticas da RegiãoCentro Sul do Brasil, tem-se:

· A temperatura média ficará próxima da norma-lidade climática;

· Quanto às chuvas, a previsão é que serão pró-ximas das respectivas médias históricas nas Regi-ões Centro Oeste e Sudeste, enquanto que para oEstado do Paraná poderá ser entre normal a abaixoda normalidade climática;

· Como referência, as médias históricas das chu-vas, pelo Centro Apta-IAC - Ribeirão Preto e muni-cípios próximos são próximas de 170mm em novem-bro e de 270mm em dezembro.

· A previsão elaborada pela SOMAR Meteoro-logia e interpretadas para a região de abrangênciada CANAOESTE, mostra que, durante o mês de no-vembro, a temperatura média será ligeiramente aci-ma e as chuvas ainda abaixo das médias históricas;enquanto que em dezembro serão bem próximas dasnormais climáticas.

Face a essas previsões, a CANAOESTE reco-menda que fiquem atentos às condições de umida-de do solo durante as derradeiras operações de co-lheita (carregamento) e transporte da cana nestasafra, visando evitar ou, pelo menos, atenuar piso-teios sobre as soqueiras.

Persistindo dúvidas quanto às operações decolheita e as de cultivos mecânicos ou químicos(herbicidas para os matocontroles), bem como omonitoramento e atenções com a cigarrinha dasraízes, consultem os Técnicos CANAOESTE maispróximos.

Revista Canavieiros - Novembro de 2008 2727272727sem abusar !nascentes e cursos d’água.sem abusar !nascentes e cursos d’água.

O Mapa 2 acima, mostra que ao final de OUTUBRO de 2007,com pequenas exceções, o índice de Água Disponível no Soloencontrava-se baixo a crítico em toda área canavieira Centro Nor-te do Estado. Situação um tanto semelhante foi observada ao finaldeste mês de OUTUBRO de 2008, quando mostrou que aqueleíndice também se apresentava como baixo a crítico em expressivafaixa Centro Norte do Estado e no “corredor” Araraquara-Piraci-caba a Sorocaba, acentuando a deficiência hídrica que vinha ocor-rendo na Grande Região Ribeirão Preto (ABAG RP).

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Sistematização de áreapara a colheita mecanizadada cana-de-açúcar.

Artigo Técnico

Sistematização de áreapara a colheita mecanizadada cana-de-açúcar.Mauro Sampaio Benedini e Armene José CondeGerentes Regionais de Produto Centro de Tecnologia Canavieira

1 – Introdução: O sucesso na colheita mecanizada depende devários fatores como: nivelamento

do solo, formato e comprimento dos ta-lhões, produtividade, homogeneidadedo canavial, características varietais,qualidade da operação, treinamento dopessoal, etc. Ao trabalho de nivelamen-to, retirada de paus, tocos, pedras, res-tos de materiais estranhos e locação deestradas e carreadores dá-se o nome desistematização. Hoje o termo sistemati-zação tem um sentido mais amplo; refe-rindo-se também ao sistema conserva-cionista e planejamento da sulcação.

2 – Planejamento da Base Física:Para um melhor aproveitamento da áreahá necessidade de um planejamento,considerando o formato dos talhões e otraçado dos carreadores, de acordo como relevo e o solo da área de reforma.

a) Tamanho de talhões - Os talhõesdeverão ter comprimento de sulco emtorno de 500 a 700 metros. A larguradeverá ser de 150 a 400 m, dependendoda declividade, pois cada terraço deveter um carreador. Deve-se racionalizaros carreadores, sendo que a área utili-zada para o sistema viário deve ficarentre 2,5 a 4,0%.

b) Largura de carreadores e estra-das – Recomenda-se fazer carreadoressecundários com largura de 5,0 m, poiso transbordo tem 3,7m de largura e car-readores principais igual a 7,0/8,0 m. Oplanejamento antecipado das estradasé importante para definir a malha viáriae conseqüentemente, o formato de ta-lhões e posição de sulcação.

c) Pátios de transferência de carga- Pátios de transferência de carga paraáreas variando de 30 a 80 ha devem serdemarcados com tamanho variável, masem torno de 20m x 80m. O pátio de trans-

ferência protege as margens do cana-vial de pisoteio, evitando perdas maio-res por área danificada. Evitar áreas emdesnível para demarcar os pátios. Pon-tos de manobras dos transbordos tam-bém devem ser planejados durante aatividade de colheita.

3 - Conservação do solo (coberturavegetal): O sistema conservacionistatradicional da cana-de-açúcar, apesarde ser eficiente no controle de erosões,prejudica todas as operações mecani-zadas, devido à construção de terra-ços. Como não existe paralelismo entreos terraços e estes são guias da sulca-ção; as linhas de cana tornam-se des-contínuas, necessitando de manobrasem máquinas e equipamentos e origi-nando as ruas mortas que prejudicamo sistema operacional.

O revolvimento exagerado do solono preparo tradicional também prejudi-ca o controle das águas da chuva, poisdificulta a infiltração, aumentando o es-coamento superficial. O processo erosi-vo é causado basicamente pelo impactodireto das gotas de chuvas contra a su-perfície do solo descoberto. As partícu-las desagregadas selam a porosidadesuperficial, reduzindo a infiltração deágua. Na medida em que a taxa de infil-tração se reduz, começa a segunda fasedo processo que é a erosão.

Por outro lado, os sistemas de produ-ção que priorizam a manutenção da esta-bilidade do solo, como o plantio direto, ocultivo mínimo e o preparo reduzido, entreoutros; foram iniciados há mais de qua-renta anos por produtores de cereais docentro-sul e atualmente é o sistema pre-dominante nessas áreas. Estudos desen-volvidos no CTC têm mostrado as inúme-ras vantagens da adoção dessas diferen-tes técnicas conservacionistas também noplantio de cana-de-açúcar.

Dessa maneira, os sistemas de con-trole de erosão podem ser modificados,

sendo possível até a eliminação de ter-raços em áreas menos declivosas des-de que o solo esteja sendo mantidoprotegido através de algum tipo de co-bertura vegetal por ocasião da refor-ma, no preparo de solo para o plantio.A colheita de cana sem queimar (canacrua) e o preparo reduzido do solo, sãopráticas que possibilitam esse redimen-sionamento das estruturas de conser-vação e melhor planejamento da sulca-ção. Deixam sobre o solo uma cobertu-ra morta, permitindo assim uma maiorsegurança na decisão de eliminação deterraços (Figura 1).

O objetivo principal é diminuir oterraceamento e racionalizar a sulcaçãoda área, diminuindo ao máximo o nú-mero de manobras dos equipamentos,sem perder a segurança no controle deerosão. Quando necessário, o terraçorecomendado é o embutido, deixando-se um espaço em cima do terraço de 1,0metro, para a passagem da colhedora euma relação de 1/1,2 para o talude doterraço. Não puxar as pontas dos terra-ços nos carreadores (vírgula + lomba-da = bigode).

Figura 1 - Camada de palha sobre o solona colheita mecanizada de cana crua.

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Artigo Técnico

4 - Preparo de solo: O CTC estudou a taxa de infiltração de água em três tiposde preparo de solo, 60 dias após o plantio da cana-de-açúcar. Convencional,convencional com plantio de Crotalaria juncea e reduzido. A Tabela 1 apresentaos dados da infiltração em mm/h. A taxa de infiltração de água é muito maior, tantona entrelinha quanto na linha, no solo que foi menos revolvido (preparo reduzido)seguido pelo que recebeu uma cobertura vegetal e esta infiltração está diretamen-te relacionada com o controle da erosão. Um dos fatores que influenciam a erosãoé a baixa infiltração de água no solo. Quanto maior o volume de água infiltrado nosolo, menor será o volume de enxurrada a ser administrado.

Taxa de infiltração de água em mm/h em três tipos de manejo de solo.

A erradicação química dasoqueira através de herbicidatambém é uma opção, além dasvantagens como permitir ob-servar por mais tempo e facili-tar a decisão de reformar ounão os canaviais e melhorcontrole de plantas daninhasperenes como tiririca, gramaseda, colonião e braquiária,devido à menor disseminaçãodestas pelas operações moto-mecanizadas e ao emprego doglifosate (Figura 2).

Avaliações feitas pelo CTCem trincheiras mostram que acamada compactada é total-mente eliminada pela passa-gem do único implemento uti-lizado no preparo reduzido(subssolador). A aplicação doherbicida (glifosate) deve serfeita antes da passagem do im-plemento de subsolagem. Autilização de grade não é reco-mendada no sistema propos-to, pois deixa a área muito vul-nerável à erosão com a incor-poração dos restos vegetais (palha). Quando necessário revolver e eliminar a socade cana por problemas com pragas de solo, utilizar o erradicador mecânico desoqueiras, desenvolvido a mais de duas décadas pelo CTC que movimenta poucoo solo e erradica 100% da soqueira. O arado também deve ser evitado neste sistemade preparo de solo, por não apresentar vantagens, revolver muito o solo e ser quaseduas vezes mais onerosa a sua utilização.

Recomenda-se, portanto, somente eliminação química ou erradicador mecânico,subssolador quando constatada a compactação e em seguida, sulcação (Figura 3).

5 – Espaçamento de plantio: A principal causa da compactação do solo é o usointensivo de máquinas, implementos e veículos, nas diferentes fases da cultura. Opasso inicial para se evitar o tráfego sobre as linhas de cana é o plantio noespaçamento de 1,50 m, ideal para a colheita mecanizada, possibilitando maiorlongevidade ao canavial pelo menor pisoteio nas linhas de cana. Espaçamento de

Figura 2 - Plantio direto da cana na entrelinha dasoqueira erradicada com herbicida, em área com

planejamento de sulcação para colheita mecânica.

Figura 3 – Área preparada sem utilização de grade,somente subsolador.

1,40m faz com que a colhedora pise nalinha de cana a ser colhida e tambémque o transbordo trafegue sobre a li-nha já colhida. São apenas 10 cm a maisentre linhas que representam 30 cm amais de espaço para a operação de co-lheita, pois a colhedora caminha trêsruas espaçadas do reboque.

6 – Sulcação: A colheita mecânicaé prejudicada pelo antigo sistema noqual a sulcação é iniciada nos terraçose em um determinado momento terminadentro do próprio talhão (sulcos mor-tos) pelo fato de não existir paralelismoentre as curvas de nível, aumentandoo número de manobras das máquinas,provocando redução da eficiência ope-racional e maior compactação do solo(Figuras 4 e 5).

Figuras 4 e 5 - Sulcação tradicional comruas mortas não são viáveis para a

colheita mecanizada.

Com a adoção das práticas de prepa-ro conservacionista (preparo reduzido) épossível melhorar o planejamento de sul-cação, uma vez que pode-se dispensar aconstrução de terraços muitas vezes atéa declividade de 4%, aumentando a ca-pacidade operacional da mecanizaçãoagrícola pela redução de “sulcos mortos”,pontas de sulcos e “bicos”.

Praticamente todas as operações nocanavial seguem as linhas de plantioda cultura. Quanto mais linhas (sulcos)houver, mais manobras serão necessá-rias. No caso da colheita mecânica, segasta em torno de 1,5 a 2,0 minutos por

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Artigo Técnicomanobra da colhedora e veículo detransbordo ou caminhão. Maior será otempo para realizar as operações.

É fundamental que seja feito o pla-nejamento de sulcação da área a serplantada. O layout de sulcação depen-de em grande parte do tipo de solo,declividade, sistema conservacionista,estruturas de conservação e tipo depreparo de solo. Fazer a concordânciana sulcação nos diversos talhões, sul-cando direto entre os talhões, atraves-sando o plantio entre os diversos car-readores. Isso facilitará a colheita emtodo o comprimento da área.

a) Carreadores em nível – com estesistema o planejamento da sulcação émais fácil, porém, a área utilizada comcarreadores é maior.

b) Estradas principais - construin-do-se estradas retas consegue-se pla-nejar melhor a sulcação, utilizando-ascomo base para início da sulcação.

c) Sulcação reta - Em locais mais pla-nos, utilizando-se práticas conservaci-onistas, será possível planejar a sulca-ção reta e com isto ganhar na capacida-de operacional de todas as tarefas me-cânicas, desde o início da implantaçãoda lavoura de cana (Figuras 6 e 7).

Figuras 6 e 7 - Construção de estrada principal esulcação para plantio da cana com base na estrada.

Figura 8 – Exemplo de sulcação correta que inicia no terraçoe termina no carreador.

Figura 11 – Exemplo de dois tipos de sulcação em umterreno hipotético plano.

A eliminação dosterraços, portanto, é oideal para que o plane-jamento de sulcação sejafacilitado. Quando nãoé possível recomenda-se que a sulcação sejacom 10 sulcos a partir dasua base (“boca”). Emseguida parte-se de sua“crista”, (parte de cima)e vai descendo com sul-cos até o carreador dei-xado pelos “10 sulcos”do terraço de baixo (Figura 8). O inverso também pode ser feito. Este carreadordeve ter no mínimo 5 m de largura. A utilização de piloto automático garante oparalelismo entre as linhas de plantio e o acabamento sem “ruas mortas”. O usodeste equipamento tem mostrado um maior aproveitamento de 5 a 6% de área eaumento da capacidade operacional de máquinas. A antiga e tradicional prática de“sulcos mortos” “mata” todo o sistema proposto.

7 - Exemplo prático: A Figura 9 mostra uma área com o sistema conservacio-nista “antigo”. Existiam 10.733 sulcos com comprimento médio de 248 metros.Fez-se a sistematização na reforma do canavial, com eliminação de alguns terra-ços. Com o novo sistema (Figura 10) a quantidade de sulcos foi reduzida para3.280, apresentando uma redução de 7.453 sulcos na mesma área representandoaproximadamente menos 15.000 manobras das colhedoras e veículos de transpor-te. O comprimento médio dos sulcos passou para 808,9 m (três vezes maior).

Considerando que em cada manobra uma colhedora utiliza 1,5 minutos, tem-seuma redução de 375 horas de trabalho nesta área de 401,2 ha, quase uma hora amenos por hectare

A Figura 11 exemplifica a necessidade de um bom planejamento, demonstran-do que se não houver um pré-estudo da área, falhas grotescas poderão ocorrer.

8 – Conclusões: O manejo conservacionista nas áreas de cana sem queimarmantendo algum tipo de cobertura, seja viva ou morta, deixando a superfície dosolo protegida e sem uso de gradagem; permite melhor planejamento da sulcaçãopara a mecanização e reduz a susceptibilidade do solo à erosão. O preparo redu-zido aumenta a capacidade de infiltração de água, reduzindo os riscos com erosãolaminar e ainda propicia redução de custos da ordem de 30% quando comparadoao uso de grade e aração convencional.

O planejamento de sulcação reduz os custos a partir da instalação da lavourae durante todos oscortes do canavial. Naoperação de colheitamecânica, unidadesnão planejadas co-lhem em média 350 t/dia máquina. Unida-des com traçado plane-jado colhem em média600 t/dia máquina, dimi-nuindo quase que pelametade a necessidadetotal de colhedoras.

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Artigo Técnico

Figuras 9 e 10 – Demonstrativo gráfico de sistemas conservacionista antigo e novo.

Recomenda-se, portanto, de maneira geral, fazer a sulcação reta emáreas com declividades até 3%, sem construção de terraços e semconsiderar o nível da área, especialmente em solos argilosos. Em ter-renos com declividade entre 3% e 5%, a sulcação deve seguir o níveldo terreno, podendo ou não ter necessidade de algum terraço do tipoembutido. Declive acima de 5% fazer sulcação em nível com constru-ção de terraços embutidos, com carreadores acima do terraço, deixan-do em torno de 10 linhas de cana entre o carreador e o terraço.

O objetivo final é a canteirização do canavial, termo já bastante difundidoque nada mais é que permitir que o canavial mantenha a produtividade em umnúmero elevado de cortes. As empresas tecnificadas já estão no estágio 2 dodesafio (Figuras 12 e 13), que é deixar o maior espaço possível da linha de canasem pisoteio de máquinas e os resultados do CTC mostram que compensam adificuldade na introdução da tecnologia. É importante ressaltar que esta tec-nologia só é viável de ser implantada em espaçamentos de 1,50m.

Figuras 12 e 13 –Desafios 1 e 2.

Aumentar espaçosem compactação nalinha de cana para o

melhor desenvolvi-mento do canavial.

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Amendoim: depois daboa safra em 2008, oquê esperar em 2009?

Amendoim: depois daboa safra em 2008, oquê esperar em 2009?

Na safra brasileira 2007/08 deamendoim foram produzidas287 mil toneladas, volume pró-

ximo ao alcançado nas safras 2004/05 e2005/06. Em relação à safra anterior, 2006/07, registra-se aumento em torno de 27%na produção e de 12% na área planta-da1. O Estado de São Paulo, maior pro-dutor nacional do grão, em 2008 respon-deu por cerca de 80% da produção naci-onal e 70% do total da área plantada.

Segundo as previsões e estimativasde safra do Instituto de Economia Agrí-cola (IEA)2, em 2008, a safra paulista deamendoim foi caracterizada pelo aumen-to de produtividade (Figura 1). A produ-ção do amendoim das águas, que repre-sentou 88% do total, foi 28% superiorao volume produzido em 2007. Esse per-centual de aumento é composto peloincremento na produção das principaisregionais agrícolas produtoras. Já paraa safra da seca o aumento da produçãofoi de 32,5%, porém reflete uma eleva-ção concentrada nas regionais agríco-las de Presidente Prudente, Marília, Linse Dracena. Por outro lado, somando-seas duas safras, a área plantada foi 10%superior em relação a 2007.

Se o mercado externo sinaliza a va-lorização do produto, no mercado inter-no o movimento dos produtos deriva-dos de amendoim está estimado em tor-no de R$1,1 bilhão ao ano. Em 2007 fo-ram vendidas 55 mil toneladas de paço-cas e pés-de-moleque, numa evoluçãomédia de 8,5% nos últimos cinco anos.Esse aquecimento em parte é reflexo dainserção de produtos do chamado con-sumo on-the-go, trabalhados pela indús-tria confeiteira, que envolve embalagensindividuais e porções fracionadas4, bemcomo o estabelecimento de um novopatamar tecnológico e de qualidade pre-sente em todos os elos da cadeia de pro-dução do amendoim paulista.

Renata Martins - Pesquisadora Cientí[email protected]

Cultura de Rotação

As estratégias do setor de proces-samento industrial e o comportamentodo consumidor nacional, assim como ascondições do mercado externo, têm in-fluenciado a produção agrícola e os pre-ços praticados no mercado interno. Emsetembro de 2007, quando se iniciaramos preparativos para a safra 2007/08, ospreços recebidos pelos produtores re-gistravam alta de 15,76%, permanecen-do em alta até fevereiro de 2008, comvariação mensal entre 5,15% e 14,60%.Março de 2008, mês de colheita do amen-doim das águas, registrou queda de21,01% e tendência de elevação nosmeses seguintes, encerrando setembro

com alta de 0,83%5. Esse panorama mos-tra que os estoques de passagem doamendoim encontram-se mais elevadosem comparação aos níveis existentes noinício do plantio da safra 2007/08.

Outra variável importante, o custode produção, para a safra 2008/09, estáestimado6 em R$ 2.812,94/ha para asvariedades eretas e em R$ 3.027,51/hapara as variedades rasteiras. Em com-paração à safra anterior houve aumen-to impulsionado principalmente pelospreços das sementes e dos fertilizan-tes, além do custo com as operaçõesde máquinas puxado pelo óleo diesel.

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Cultura de RotaçãoConsiderando o contexto acima trata-

do, as perspectivas para a safra paulista2008/09 de amendoim são animadoras ecom possibilidade de que seus resulta-dos sejam próximos aos alcançados nasafra 2007/08, porém a dinâmica de produ-ção do grão responde também a outrasvariáveis, dentre elas a disponibilidade deterras atrelada à renovação dos canaviaise de pastagens, bem como a oferta de fi-nanciamento aos produtores e não maisimportante, mas fundamental, às condi-ções climáticas favoráveis especialmentenas etapas de plantio e colheita.

¹Conforme estimativa de safra 2007/08,novo levantamento. COMPANHIA NACI-ONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB.Disponível em: <http://www.conab.gov.br>.Acesso em: 3 nov. 2008.

²Previsão de safras IEA/CATI, levan-tamento abril/08 e junho/08. INSTITUTODE ECONOMIA AGRÍCOLA - IEA. Dis-ponível em: <http://www.iea.sp.gov.br>.Acesso em: 3 nov. 2008.

³Amendoim em casca, amendoim des-cascado, amendoim preparado, óleo brutode amendoim e outros óleos de amendoim.

4SILVA, L. H. Lenha na fogueira, pode sol-tar foguete. Doce Revista, São Paulo, mar. 2008.Disponível em: http://www.docerevista.com.br.Acesso em: 3 nov. 2008.

5INSTITUTO DE ECONOMIAAGRÍCOLA - IEA. Quadrissemana. Dis-ponível em: http://www.iea.sp.gov.br/out/arquivoAN.php?codTipo=1. Acesso em: 3nov. 2008.

6Estimativa elaborada com base na meto-dologia de custos de produção do Instituto deEconomia Agrícola (IEA), a partir de coefici-entes técnicos fornecidos pela Coplana.

Valor da produção agropecuáriachega a R$ 37,7 bi, segundoestimativa do IEA

A estimativa preliminar do valorda produção agropecuária doEstado de São Paulo em 2008 é

de R$ 37,7 bilhões, o que correspondea um incremento de 18,4% em relação a2007, em termos correntes, e de 11,6%em valores reais, quando descontada ainflação, medida pelo IPCA (Índice dePreços ao Consumidor Amplo), doIBGE (Instituto Brasileiro de Geografiae Estatística).

O aumento estimado do valor totalpaulista em 2008 deve-se principalmen-te à elevação dos preços da maioria dosprodutos, conclui o estudo realizadopelos pesquisadores do Instituto deEconomia Agrícola (IEA) e da Coorde-nadoria de Assistência Técnica Inte-gral (Cati), ambos da Secretaria de Agri-cultura e Abastecimento paulista.

Estima-se que, sem a cana-de-açú-car, o valor da produção paulista, em2008, contabilize R$ 24,9 bilhões, o quesignificará um volume 22% maior emvalor corrente e 15% em valor deflacio-nado, em relação a 2007.

Os mercados de grãos e das carnesprosseguiram em condições satisfató-rias para os produtores, com elevaçãode preços da maioria dos produtos. A

Da redação

produção de cana mantém a tendênciade crescimento, bem como a do café,cuja safra se encontra na fase de bie-nalidade positiva.

Dos 50 produtos pesquisados, 13apresentam queda de preço, 36 aumen-to e um (cana) se mantém estável emrelação ao ano precedente. No tocanteà produção, 22 produtos têm queda e,28, crescimento. Dessa forma, verifica-se crescimento do valor de produção de34 produtos e diminuição de 16, em 2008.

Entre os produtos que mais tiveramacréscimo, em termos de valor, desta-cam-se trigo (174,8%), feijão (110,6%),sorgo (97,6%), abacaxi (62,6%), amen-doim (53,0%), café (49,6%), cebola(49,5%), banana (45,1%) e borracha(43,7%). Os produtos que apresentamquedas mais expressivas no valor daprodução são pimentão (38,6%), tomatepara indústria (34,5%), repolho (28,5%),manga (28,2%) e batata doce (28,1%).

Entre os líderes no ranking de valorde produção de 2008, os quatro primei-ros - cana, carne bovina, laranja paraindústria e carne de frango, mantêmsuas posições e o share acumulado(60,2%). O milho, graças ao expressivocrescimento de seu valor (32%), troca

de posição com a laranja para mesa,passando a ocupar a quinta posiçãona lista dos produtos em 2008.

O valor da produção por região ad-ministrativa, em 2008, não apresentoumudança do principal produto nas 15 re-giões; a cana permanece como o produ-to de maior valor em nove regiões. Nasdemais, o principal produto em cada umadelas também permanece o mesmo de2007, ou seja, milho em Sorocaba, carnebovina em Presidente Prudente e SãoJosé dos Campos, banana em Registro eBaixada Santista e caqui em São Paulo.

As regiões de agropecuária concen-trada em determinado produto são Re-gistro e Baixada Santista, com a bana-na representando 93,2% e 85,9%, res-pectivamente, do valor total regional, eregiões de Franca e Ribeirão Preto, coma cana respondendo por 62,7% e 66,4%.As regiões de agropecuária mais diver-sificada, ou pelo menos de menor par-ticipação do principal produto no va-lor total regional, são Sorocaba, Cam-pinas e São Paulo, onde o principal pro-duto representa 12,9%, 27,3% e 28,0%do VP, pela ordem.

Fonte: Instituto de EconomiaAgrícola

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Repercutiu

“O mundo precisa passar por uma tran-sição da economia do carbono para a econo-mia do pós-carbono, talvez para a economiado hidrogênio. Mas, neste momento, é fun-damental que cresça a importância dos bio-combustíveis na matriz energética de trans-portes”.

Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil,durante Conferência Internacional sobreBiocombustíveis em São Paulo.

“O Brasil está muito bem posicio-nado para tirar proveito da economiade baixos níveis de carbono, especial-mente com o primeiro passo já dadoatravés da indústria do etanol.”

Lorde Nicholas Stern, professor daLondon School of Economics, duran-te palestra na FIESP

“A União, os Estados e os municípios não precisam da reforma tributária.Quem precisa da reforma é a sociedade, para que os tributos sejam mais leves,mais eficientes, menos penosos para as empresas e, com isso, dêem mais com-petitividade à economia nacional”.

Antonio Palocci, presidente da comissão especial da Câmara dos Deputa-dos que analisa a reforma tributária.

“Esse é um momento delicado, o definal de safra. As usinas precisam derecursos para pagar fornecedores ereformar canaviais. O importante é queesses recursos possam sair rápido e ogoverno vem se mostrando favorável emapoiar a indústria.”

Marcos Jank, presidente daUnica, durante a conferência

“O etanol pode ser uma dasúnicas iniciativas brasileiras querealmente reduz as emissões degases de efeito estufa.”

Paulo Adário, diretor da Cam-panha Amazônia do Greenpeace,durante palestra na FIESP em SãoPaulo.

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Cigarrinha-das-raízes:Época de controlar essa praga

Pragas e Doenças

Cigarrinha-das-raízes:Época de controlar essa pragaCarla Rossini

Se não houver controle, perda no canavial pode ser total

A colheita mecanizada e sem quei-ma é uma realidade que crescecada vez mais no Brasil e, prin-

cipalmente, no Estado de São Paulo. Atépor exigência da legislação e do com-promisso assumido pelo setor (Proto-colo Agroambiental) com o governo doEstado no início de 2008, que pretendeeliminar as queimadas até 2014, a prati-ca da colheita mecanizada vem aumen-tando. Essa evolução é ótima, mas algu-mas precauções são fundamentais.

Uma das observações já constata-da na colheita mecanizada é o au-mento de pragas que podemafetar os canaviais. O ata-que da cigarrinha-das-raí-zes, por exemplo, tem oca-sionado prejuízos aos pro-dutores canavieiros. Cadavez mais freqüente e in-tensa, se não for controlada,essa praga pode destruir100% dos canaviais, alerta o enge-nheiro agrônomo e gerente do Departa-mento Técnico da Canaoeste, Gustavode Almeida Nogueira. “Dependendo davariedade e das populações de cigarri-nha, pode ocorrer perda total da área,mas, geralmente, as reduções são daordem de 8 a 10% da produtividade deaçúcar para canaviais colhidos em iní-cio de safra (abril-maio) e de 50% paracanaviais colhidos em final de safra (no-vembro)”, explica o agrônomo.

Os primeiros focos de cigarrinha noEstado de São Paulo foram encontra-dos em áreas de colheita de cana crua,local onde a palha deixada no campofavorece o crescimento populacionalporque propicia melhores condições deumidade. Atualmente, a cigarrinha éencontrada em altas populações noEstado e causa problemas em áreas decana queimada e até de cana planta.

A cigarrinha-da-raízes é um insetosugador que ataca os canaviais em duasfases. As ninfas sugam as raízes da

cana, extraindo grande quantidade deágua e nutrientes. Já os adultos sugama seiva e as folhas. Nogueira explicaque, tanto as ninfas quanto os adul-tos, para sugar, injetam toxinas na plan-ta, causando necrose nos tecidos foli-ares e radiculares. “Com o ataque des-sa praga, o processo de fotossíntese éreduzido e, como não ocorre a forma-ção de açúcares nas folhas, não há acú-mulo nos colmos tornando-os meno-res, mais finos e curtos”, afirma.

Além da cana-de-açúcar, a cigarri-nha-das-raízes é freqüentemente encon-trada em diversos capins e gramas.Para identificar um canavial in-

festado é preciso obser-var se durante a estação

chuvosa (essa época doano), há presença de

“espumas” no péda cana. “Essa “espuma” é

produzida pelas ninfas para proteção eé um sinal de presença de cigarrinhasna lavoura”, alerta Nogueira.

Em condições de ataque severo, oscolmos apresentam-se desnutridos edesidratados, secando do topo para abase, as folhas tornam-se, de início,amareladas e, posteriormente secas, cau-

sando a morte da planta. O canavial ficacompletamente seco, com aspecto quei-mado. Segundo o agrônomo da Canao-este, esses sintomas, que podem serconfundidos com seca, podem aparecermesmo durante a estação chuvosa.

Para controlar a praga há métodosbastante eficientes, porém não existeprevenção. As recomendações, segun-do Nogueira, incluem levantamentospopulacionais, que devem iniciar cercade 15 a 20 dias depois das primeiraschuvas da primavera, quando as nin-fas começam a eclodir dos ovos.

A recomendação doIAC (InstitutoA g r o n ô m i c o ) ,por exemplo, para

manejo de áreascom problemas de

cigarrinha é o uso do fungo Metarhi-zium anisopliae em áreas com poucaincidência de insetos. No entanto, seas populações estiverem muito eleva-das (superiores a 4 insetos por metroquadrado em cana colhida a partir deagosto e maiores de 10 insetos em canacolhida de abril a julho), a recomenda-ção é fazer o uso de aplicações de in-seticidas químicos.

Ciclo de vida daCigarrinha-das-Raízes

Segundo pesquisadores, os adultos têm hábitos crepusculares, ou seja, sãomais ativos no final do dia. Após acasalamento, as fêmeas ovipositam na palhadae, principalmente, na superfície do solo próxima à base das touceiras. Uma fêmeapõe entre 310 a 380 ovos. Em condições de temperatura e umidade elevadas, asninfas emergem dos ovos cerca de 15 a 20 dias após a postura, dirigem-se àsraízes, de onde sugam grande volume da seiva. Essas ninfas passam por cincomudanças de pele, num período de 30 a 45 dias, e estão sempre envolvidas poruma espuma densa, bastante característica, que as protegem da dissecação. Ociclo evolutivo completo é de 45 a 60 dias. O nome vulgar, cigarrinha-das-raízes,está relacionado ao local de alimentação e desenvolvimento das ninfas, as raízes.Os insetos adultos medem aproximadamente 13 mm de comprimento por 6,5mm delargura. Os machos são avermelhados com asas orladas de castanho escuro ecom uma faixa longitudinal da mesma cor. As fêmeas normalmente são mais escu-ras, marrons avermelhadas, com faixas das asas quase pretas.da Cigarrinha-das-RaízesCiclo de vida destruir 100% do CANAVIAL.

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BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca“GENERAL ÁLVARO

TAVARES CARMO”PLANTAS INFESTANTES E NOCIVAS

Kurt Gottfried Kissmann

Esse mês vamos ressaltar uma obra do autorbrasileiro Kurt Gottfried Kissmann, “Plan-

tas Infestantes e Nocivas” – Tomo I.

O livro foi escrito por agrônomos na preocu-pação com o crescimento da população domundo, aumentando o uso de produtos de ori-gem vegetal. Com isso, a vida do homem passaa ter uma alta produtividade, deixando a tecno-logia aflorar em sua existência. Por esse motivoo autor procura passar em sua obra a preocupa-ção que devemos ter com o meio ambiente, umavez que a tecnologia pode ser nociva à nature-za, prejudicando nossas futuras gerações.

Kurt nos ajuda a entender essas plantas e atéque ponto elas são bem vindas em nosso meio.Uma leitura acessível e de interesse a todos prin-cipalmente àqueles do ramo agrícola.

Apesar de ter feito uma grande pesquisa bi-bliográfica para melhor escrever o seu livro, oautor também conta suas experiências pesso-ais tanto em campo quanto em laboratório, ten-do uma intimidade maior com o seu leitor.

A sua investigação rendeu uma extensão deobra bem significativa, o que levou a dividir oseu estudo em 3 partes: Volume I – Plantas infe-riores e monocotiledôneas; Volume II – Plantasdicotiledôneas, de Acanthaceae a Fabaceae;Volume III – Plantas dicotiledôneas, de Gerani-aceae a Verbenaceae.

Os interessados em conhecer as sugestões deleitura da Revista Canavieiros podem procurar aBiblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,

nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone(16)3946-3300 - Ramal 2016

Cultura

CultivandoCultivandoCultivandoCultivandoCultivandoa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua PortuguesaEsta coluna tem a intenção de maneira didática,esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

Renata CaroneSborgia*

* Advogada e Prof.ª de Português e InglêsMestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em

Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)com Miriam M. Grisolia

Queridos amigos leitores: Chegou(e para ficar) o Novo Acordo Ortográfico.Com certeza, irei elaborar as devidas mudanças, alterações

feitas em alguns tópicos gramaticais.Nesta coluna as dúvidas esclarecidas não constam como si-

tuações do Novo Acordo.Assim sendo, são dúvidas do cotidiano com o devido esclarecimento.Quando eu for trabalhar o Novo Acordo nas colunas de Português,com certe-

za, colocarei a observação devida para os meus queridos leitores.

1) Pedro disse após os últimos noticiários na mídia:— É preciso que “REDESCOBRIMOS” os valores morais, éticos, huma-

nos...

Concordo em redescobrir todos os valores fundamentais do verdadeiro serhumano...mas vamos analisar a verdadeira conjugação do verbo REDESCOBRIR.

É uma oração (subordinada) que exige o verbo no subjuntivo. Exemplificando:É preciso que nós façamos... ( e não fazemos)É preciso que nós viajemos... ( e não viajamos)

O Presente do Subjuntivo de REDESCOBRIR é que eu REDESCUBRA( quetu redescubras, que ele redescubra, que nós redescubramos...)

2) “CAPTADA” a atenção dos presentes, o palestrante terminou a explana-ção com palavras afáveis!!!

Afável o palestrante com a Língua Portuguesa também!!!Prezado amigo leitor, há uma confusão na hora de empregar os verbos CAP-

TAR e CAPTURAR,cujos significados são diferentes, apesar de origem comum.Assim CAPTURAR quer dizer prender (capturar animais na selva, capturar

assaltantes em fuga) ou mesmo apreender ( capturar mercadorias roubadas).O verbo CAPTAR quer dizer atrair ( captar a atenção da platéia), granjear

para si ( captar o olhar das pessoas), apoderar-se de (captar a opinião dos eleito-res)...

3) DUPLICIDADE... sério problema ou poderá causar um grande problema...Veja , prezado amigo leitor, a frase abaixo:“O chefe falou com o funcionário parado na sala”

Quem estava parado na sala??? O chefe ou o funcionário???A duplicidade decorre da má construção sintática desse enunciado. Ela surge

quando algo que está sendo dito e/ou escrito admite mais de um sentido compro-metendo a compreensão do conteúdo.

Pode acarretar duplo sentindo, comprometendo a clareza do texto.No exemplo acima: a solução é colocar “parado na sala” logo ao lado do termo

a que se refere: Parado na sala, o chefe falou com o funcionário.Ou o chefe falou com o funcionário ,que estava parado na sala.

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Agende-seAgende-seAgende-seAgende-seAgende-se

Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro Dezembro de de de de de 20082008200820082008

Revista Canavieiros - Agosto de 2008 3737373737

10ªJORNADA DE ATUALIZAÇÃO EMAGRICULTURA DE PRECISÃO

Data: 08/12/2008 a 12/12/2008Cidade: PiracicabaLocal: ESALQ/USPTemáticaA Agricultura de Precisão tende a deixar cada vez mais de ser um

tema pouco discutido entre os profissionais do segmento para passara ser um instrumento necessário. É por isso que a ESALQ/USP, junta-mente com seu Departamento de Engenharia Rural vem a oferecer esteseminário a todos os interessados da área. Durante os encontros, otema principal abordado será a apresentação desta cultura como umconjunto de técnicas que veio para facilitar a vida rural.

Informações: Maria Eugênia - FEALQ - (19) 3417-6604

CURSO DE ANÁLISE FUNDAMENTAL E INTRODUÇÃO ÀCOMERCIALIZAÇÃO DE SOJA

Data: 10/12/2008Cidade: São PauloLocalização: Auditório CMA - Rua Filadelfo de Azevedo, 712 - Vila

Nova ConceiçãoTemática: A empresa "Safras e Mercado" promove este curso para

dar aos profissionais do campo uma base como introdução até a áreade comercialização da soja no Brasil. Tudo isto será passado para osagricultores através de uma avaliação bem detalhada desde quando asoja sai das mãos do seu agricultor até o momento em que é comerci-alizada no mercado.

O foco da apresentação estará na parte comercial da soja, visandoo aprendizado básico da atuação desta cultura dentro do mercadobrasileiro.

Informações Claudia - (51) 3224-7039 - [email protected]

CURSO MESTRE ALAMBIQUEIROData: 11 a 13 de dezembro de 2008 ou 09 a 15 de dezembro de 2008Local: Fábrica Escola - Fazenda Taverna Real - Itaverava MGTemática: Como conseqüência da grande produção de cana-de-

açúcar que o Brasil tem, a cachaça está presente no dia-a-dia demuitos brasileiros. Por esse e outros motivos o curso de alambiquei-ro foi criado, para assim poder ensinar aos bons degustadores deuma cachaça todas as etapas de sua produção, tanto na teoria quan-to na prática.

Informações:Grupo Cana Brasil - Centro de Tecnologia em Cachaça - CTCTel.: (31) 3413-0621 / (31) [email protected]

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Revista Canavieiros - Novembro de 20083838383838

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rantes-MS, plana, 55 divisões de pastosendo 70% de pasto brizanta, 20% de de-cumbens, 10% de MG5, todas as cercasde itauba com 5 fios, 5 aguadas, 3 repre-sas, 1 represa com roda d´água, represacom reservatório de 200 mil litros, 1 casasede, 3 casas de empregados, 1 barracãopara maquinários, 1 barracão para sal, 1curral completo, R$ 10.000.000,00; * 485 alq. na região de Espírito Santo

do Turvo-SP, fazenda na beira da pista, 8casas de empregados, 2 casas sedes, 5poços artesianos-1 deles possui o volu-me de 10.000 litros/hora, 6 galpões quealojam ao total 200.000 aves gerando emtorno de 6 toneladas de esterco/dia, 6transformadores, barracão para imple-mentos com enfermaria, refeitório, escri-tório, almoxarifado, mais ou menos a fa-zenda possui 40 polegadas de água parairrigação, R$ 16.000.000,00;Tratar com Terra Verde Imóveis Ru-

rais - José Paulo Prado (019) 3541 5318ou (019) 9154 8674

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