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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008 1

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008 11111

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008 33333

Conselho Editorial

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Editorial

Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008

Chegamos a nossa vigésima edição falando de um assunto complicado para o produtor: o pre-

ço da cana. Com a queda nas cotaçõesdo açúcar e sem avanços significativosno comércio internacional de etanol, opreço da cana deve fechar a safra 2007/08 abaixo dos custos de produção. Asprojeções indicam preços até 30% infe-riores, com a tonelada de cana ao redorde R$ 35,00, enquanto que o custo deprodução pelos fornecedores situa-seentre R$ 41,00 a R$ 43,00. Nas safras2006/07 e 2005/06 os preços médios datonelada ficaram próximos de R$ 58,00 eR$ 46,00, respectivamente.

Além do preço baixo, o produtor teráque lidar com outro grande problema: aqueda da produtividade dos canaviais.Isso porque nos meses de setembro eoutubro a região de Ribeirão Preto re-gistrou um volume muito baixo de chu-vas. A previsão é de que nesta região aqueda poderá ser de 6,3% em produti-vidade para o início da safra. Na safraanterior, a redução, prevista em janeirode 2007, foi de 8,2%.

O entrevistado deste mês é o presi-dente da SRB (Sociedade Rural Brasi-leira), Cesário Ramalho da Silva. Paraele, é preciso que o governo incentive eapóie o agricultor. Ramalho também clas-sifica o modelo de reforma agrária de-senvolvido pelo governo como falido ena contramão do que acontece no mun-do. “Nós estamos há quase 30 anos fa-lando sobre a questão da reforma agrá-ria, temos milhões de reais colocados,mais de 1 milhão de famílias assentadase sem resolver os problemas”, diz.

Na editoria “Ponto de Vista”, a Re-vista traz três artigos: o primeiro, escri-to pelo presidente da Canaoeste, Ma-noel Ortolan, fala sobre corrupção e a“gastança” de dinheiro público. O se-gundo, intitulado “Os desafios do se-tor canavieiro”, traz a opinião do secre-tário da agricultura do Estado de São

Mau tempo noscanaviais

Mau tempo noscanaviais

Paulo, João Sampaio, sobre o futuro dosetor sucroalcooleiro. Por fim, o coor-denador do Pensa – Ribeirão Preto,Marcos Fava Neves traz a sua “Agen-da estratégica do álcool combustível”.

Nas páginas da Copercana, temosuma reportagem escrita pelo Encarre-gado Técnico de Projetos da Uname,Edgard Matrangolo, que fala sobre aparceria com a Unesp – Jaboticabalpara o Projeto Amendoim da safra2007/08. As Notícias Canaoeste tra-zem uma matéria sobre o Departamen-to Jurídico da associação e sua áreavoltada ao direito ambiental. Conhe-ça também a agência Cocred de Cravi-nhos e a opinião de cooperados dacidade sobre a cooperativa.

O destaque deste mês fica para aFeicana/Feibio 2008 (Feira de Negóciosdo Setor de Energia). A feira – uma dasmais importantes do setor de energia –acontece nos dias 26, 27 e 28 de feverei-ro na cidade de Araçatuba e terá 300expositores (10% a mais do que no anopassado) de máquinas, equipamentose componentes, além de empresas dosetor de serviços, sendo 230 no pavi-lhão interno e 70 na área externa. Esti-ma-se que, neste ano, o evento movi-mente negócios no valor R$ 1,5 bilhão,meio milhão a mais que em 2007.

O pesquisador da Canavialis, SizuoMatsuoka, publica um artigo sobre umamistura perigosa que assusta os pro-dutores nessa época do ano: o comple-xo Broca-Podridão. O consultor da Ca-naoeste, Cleber Moraes, assina a 4ª par-te de seu artigo que ensina como plane-jar a implantação de um canavial. Comode costume a Revista traz os prognósti-cos climáticos do Dr. Oswaldo Alonso,os artigos sobre legislação do Dr. Julia-no Bortoloti, dicas de português, indi-cação de livros, agenda de eventos, re-percutiu e classificados.

Boa Leitura!

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 200844444

Os desafios do setorcanavieiro

João SampaioSecretário de Agricultura eAbastecimento do Estado deSão Paulo

IndiceIndiceIndiceIndiceIndiceEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

CapaCapaCapaCapaCapa

OUTRASOUTRASOUTRASOUTRASOUTRASDESTDESTDESTDESTDESTAAAAAQUESQUESQUESQUESQUES

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotícias

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCocredCocredCocredCocredCocred

CanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoeste

- Cooperados satisfeitos, também, em Cravinhos- Demonstração do resultado do exercício

- Canaoeste assessora produtores sobrequestões ambientais- Associados de morro agudo têm maismotivos para sorrir

Safra Amarga

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NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCopercanaCopercanaCopercanaCopercanaCopercana- Copercana e Unesp firmam parceria parao projeto amendoim da safra 2007/08

CONSECANA

INFORMAÇÕESSETORIAIS

ARTIGOTÉCNICO

LEGISLAÇÃO

NOVASTECNOLOGIAS

REPERCUTIU

CULTURA

AGENDE-SE

CLASSIFICADOS

Revista Canavieiros - Fevereiro de 200844444

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CONSELHO EDITORIAL:Antonio Eduardo Tonielo

Augusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido Vanzella

Manoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio Sicchieri

Oscar Bisson

EQUIPE DE JORNALISMO:Carla Rossini – MTb 39.788

Cristiane Barão – MTb 31.814

COLABORAÇÃO:Marcelo Massensini

PROJETO GRÁFICO EDIAGRAMAÇÃO:Rafael H. Mermejo

FOTOS:Carla Rossini

Marcelo Massensini

COMERCIAL E PUBLICIDADE:(16) 3946-3311 - Ramal: 2008

[email protected]

DEPARTAMENTO DE MARKETINGE COMUNICAÇÃO:

Ana Carolina Paro, Carla Rossini, DanielPelanda, Letícia Pignata, Marcelo

Massensini, Rafael Mermejo, Roberta Fariada Silva, Talita Carilli.

IMPRESSÃO:São Francisco Gráfica e Editora

TIRAGEM:7.500 exemplares

ISSN:1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuita-mente aos cooperados, associados efornecedores do Sistema Copercana,

Canaoeste e Cocred. As matérias assinadassão de responsabilidade dos autores. A

reprodução parcial desta revista é autoriza-da, desde que citada a fonte.

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:Rua Dr. Pio Dufles, 532

Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680Fone: (16) 3946 3311

[email protected]

Ponto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vista

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Presidente da SRB(Sociedade Rural Brasileira)

"Falta de sensibilidade dogoverno preocupa"

EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevista

Cesário Ramalho da Silva

Preços em queda eestiagem trouxeramnuvens carregadas sobreos canaviais;cotação da cana na safra2007/08 ficará abaixo docusto de produção

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Pragas e DoençasPragas e DoençasPragas e DoençasPragas e DoençasPragas e Doenças

Sizuo Matsuoka fala sobre os danos docomplexo Broca-podridão

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008 55555

Presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira)

Entrevista

Cristiane Barão

Para o presidente da SRB, Cesário Ramalho da Silva, o governo precisa ter uma

agenda pró-ativa, para o futuro, queincentive e apóie o agricultor. Segun-do ele, o país tem cuidado apenas dopassado, já que há questões, como ada rastreabilidade, que não foram re-solvidas até hoje. Falta, na opiniãodele, sensibilidade ao governo.

"Falta de sensibilidade dogoverno preocupa"

Cesário Ramalho da SilvaCesário Ramalho da Silva

Ramalho também classifica omodelo de reforma agrária desen-volvido pelo governo como falido ena contramão do que acontece nomundo. "Nós estamos há quase 30anos falando sobre a questão da re-forma agrária, temos milhões de re-ais colocados, mais de 1 milhão defamílias assentadas e sem resolveros problemas", diz.

Depois de um ano como presi-dente interino da SRB, Ramalho to-mará posse para um mandato com-pleto, de três anos, no próximo dia25. Pecuarista e produtor de grãose cana no Mato Grosso do Sul eMinas, Ramalho foi também presi-dente da Câmara Setorial Paulistada Carne Bovina. Leia a entrevistacompleta a seguir.

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 200866666

Entrevista

Revista Canavieiros - Janeiro de 200866666

“"O agricultor tem sofrido muito comessas questões estruturais, da

logística, da falta de seguro, de dívidaspassadas, do excesso de tributos"

Revista Canavieiros: O ano co-meçou com expectativa de safra re-corde e preços em bons patamares.O que pode prejudicar o setor?

Cesário Ramalho: Um fator derisco é o climático. Tínhamos uma ex-pectativa de chuvas difíceis pelo fe-nômeno La Niña. Na maioria do terri-tório brasileiro, até o dia primeiro defevereiro, tivemos um regime de chu-vas adequado, com exceção de SãoPaulo, onde a chuva atrasou e as la-vouras estão um pouco mais fracas,mas nada de dramático. Em outrasregiões, como o Centro-Oeste, as la-vouras se apresentam bem. Outro ris-co é a questão mercadológica. Háuma volatilidade muito grande. Pormais que o produtor administre o seulucro, por meio de vendasfuturas etc, sempre sobraalguma coisa para venderna boca da safra, quandoos preços se deprimem.Mas, não vejo riscos maio-res. Os preços estão empatamares excelentes eisso supera o problema do câmbio emvárias commodities, como grãos,principalmente. Isso criou um ambi-

ente de otimismo. Agora, as defici-ências de transporte, de portos, issocontinua.

Revista Canavieiros: De que for-ma a crise norte-americana pode afe-tar o agronegócio brasileiro?

Ramalho: Dependendo da gravi-dade da crise americana_ que já seapresenta maior do que se imaginavae ainda ninguém determinou o fimdela_ haverá recessão, redução deconsumo e uma inversão de expecta-tiva. Se nós temos preços altos nascommodities em Chicago (na CBOT,bolsa de mercados de futuros), criauma expectativa positiva. Agora, seexiste a expectativa de que os preçospoderão estar menores, aí as pessoas

vão comprar menos, vão especular,vão fazer estoques. Os volumes dosmercados vão se reduzir com essa in-

segurança.

Revista Canaviei-ros: Com o pacote tri-butário, anunciado noinício de janeiro, osexportadores terão depagar IOF, enquantoos importadores, não.Como o setor avaliouesse pacote?

Ramalho: O setoravalia mal. Acabou-sede divulgar que o sal-do do agronegóciocresceu de US$ 40 bi-lhões para US$ 50 bi-lhões. Um recorde. Éum saldo que está sen-do produzido commuita dificuldade. Oagricultor tem sofridomuito com essas ques-tões estruturais, da lo-gística, da falta de se-guro, de dívidas pas-sadas, do excesso detributos. E quando

este governo começou, o dólar esta-va a R$ 4,00 e hoje está entre R$ 1,70e R$ 1,75 e nós tivemos de nos adap-tar a isso, numa dificuldade muitogrande. Um setor como esse, que tãopositivamente tem contribuído como crescimento do país, não mereciareceber essas coisas, como cobrarIOF nas operações de crédito rural.Nossos concorrentes liberam de im-postos os produtos de exportação.Se nós não tivermos incentivos paraexportar, vamos fazer o quê? Preocu-pa a gente essa falta de sensibilida-de do governo com coisas como essa.

Revista Canavieiros: Qual o pre-juízo e a expectativa do setor em re-lação ao embargo da União Européia

à carne bovina brasileira?Ramalho: A Europa é

muito importante para acarne brasileira. Ela paga20% mais do que os outrosmercados. Das exporta-ções brasileiras de 2007, aEuropa foi responsável por

22% do volume das exportações decarne e 33% da receita. Além disso,a Europa serve como referencial apaíses menores. Acredito que vamossuperar. Há erros em todos os can-tos da cadeia e vamos corrigir. Va-mos aguardar a auditoria em cimadas fazendas já auditadas pelo Mi-nistério da Agricultura_ e espero queessa auditoria tenha sido bem feitapelo governo brasileiro. Eles (UniãoEuropéia) aprovando, vamos retor-nar à Europa, claro, mais devagar.Vamos demorar a voltar ao estágioonde já estivemos. Mas o importan-te é voltar.

Revista Canavieiros: No ano pas-sado, a SRB divulgou um documentoonde alertava que o câmbio dilapida-va o setor. Houve alguma alteraçãono cenário? O governo acenou paraalguma medida?

Ramalho: Absolutamente nada.Nós fizemos esse documento e con-seguimos causar uma boa repercus-são no Congresso Nacional, provo-camos uma audiência pública na Câ-mara dos Deputados. Foi elaboradoum relatório muito bem feito pela Co-missão de Agricultura (da Câmara),

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008 77777

Entrevista

“"Hoje temos grandes empresas

entrando no setor, com expectativa derenda. Se amanhã não der certo, elassaem do negócio. O agricultor não fazisso porque a terra para ele não é um

produto de venda, mas um instrumentode produção. Ele é a base da

agricultura brasileira "

mas em termos práticos, nada conse-guimos. O que talvez esteja inibindoessa ação é essa explosão de preçosem Chicago. Nós precisamos voltar afazer pressão porque de 2000 a 2006,enquanto os preços subiram 103%, anossa receita cresceu 70%. Esse dife-rencial “comeu” toda a renda e fez oagricultor ficar endividado.

Revista Canavieiros: Qual aavaliação sobre a política do gover-no para o setor?

Ramalho: Acho que o governoprecisa ficar mais perto daagricultura, tem de ter me-didas mais pró-ativas, umaagenda de futuro, que in-centive, que apóie o agri-cultor. Nós temos cuidadodo passado: nessa questãoda rastreabilidade, estamoslutando há quase oito anose isso nos tem atrapalhadoenormemente. A agricultu-ra brasileira é feita sem sub-sídios, enquanto quase to-dos os concorrentes sub-sidiam. Ela é bastante independente,eficiente, competitiva, mas nós temosquestões estruturais que precisamcaminhar mais rápido.

Revista Canavieiros: Qual a aná-lise sobre o modelo de reforma agrá-ria adotado pelo governo?

Ramalho: Isso é falido. Refor-ma agrária é algo do século passa-do. Um movimento inverso no sen-tido do mundo, em que as popula-ções se urbanizam, ao invés de seruralizar. Temos de trabalhar paraesclarecer que essa não é a solu-ção. A solução, de repente, é cres-cer, é girar a economia, gerar rique-zas, empregos. A agricultura dos

movimentos sociais é quase o do-bro da área brasileira plantada comgrãos e não se conseguiu levar in-dependência a esses indivíduos,que ainda dependem de ajuda dogoverno. Acho que o governo temde ser mais corajoso e enfrentar es-sas dificuldades, enfrentar os mo-vimentos sociais. Nós estamos háquase 30 anos falando sobre aquestão da reforma agrária, temosmilhões de reais colocados, mais de1 milhão de famílias assentadas esem resolver os problemas.

Revista Canavieiros: O ministrodo Trabalho propôs estender os be-nefícios da previdência a invasores.Como o senhor avalia isso?

Ramalho: Pessimamente. Achoque o ministro foi profundamenteinfeliz nessa questão. Ele provavel-mente está querendo agradar algumsetor político. Ele é candidato a pre-feito no ABC. Quer dizer que va-mos contar tempo dos presidiários,do pessoal que está invadindo ederrubando a Amazônia? Esperoque isso seja revertido porque senão for, a Rural (Sociedade RuralBrasileira) vai tomar as providên-cia cabíveis.

Revista Canavieiros: Os peque-nos e médios produtores reclamamque eles estão numa espécie de san-duíche, entre os agricultores fami-liares e os grandes produtores e que,dessa forma, são esquecidos pelo go-verno. O senhor concorda com isso?

Ramalho: Eu me enquadro comomédio produtor e é exatamenteisso. O governo precisa ter maisatenção porque o médio produtor éaquele que nasceu no campo e per-manece lá. Hoje temos grandes em-presas entrando no setor, com ex-

pectativa de renda. Seamanhã não der certo,elas saem do negócio. Oagricultor não faz issoporque a terra para elenão é um produto de ven-da, mas um instrumentode produção. Ele é a baseda agricultura brasileira.

Revista Canavieiros: Osenhor será empossado naSociedade Rural Brasilei-ra no dia 25. Quais serão

as metas para esse novo período?Ramalho: Fui presidente interino

durante um ano, substituindo o JoãoSampaio, que virou secretário daAgricultura, e agora estamos inician-do o nosso mandato de três anos. Eutenho como foco melhorar a renda doprodutor. Essa é nossa grande preo-cupação. Com toda pujança do agro-negócio, pouco lucro chega ao pro-dutor. Segundo, é a sustentabilidadeda Rural, que é uma entidade nacio-nal, se preparando para fazer 90 anosno ano que vem. E o terceiro foco éintroduzir uma geração nova e pas-sar a Rural para uma nova represen-tação do setor rural, mais jovem, comidéias novas.

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 200888888

Quem é dono dodinheiro público?

Ponto de Vista

Quem é dono dodinheiro público?

Revista Canavieiros - Fevereiro de 200788888

Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*

Numa escuta telefônica en-volvendo uma quadrilhaque desviava recursos de

pelo menos três municípios do Esta-do do Rio de Janeiro, o empresárioAndré Wertonge diz a um assessorda prefeitura de Magé: “Este dinhei-ro não é de ninguém, é dinheiropúblico.” O diálogo, gravado pelapolícia como parte das investigaçõese divulgado pela imprensa, provamuito além do que a existência de maisum grupo organizado para assaltar oscofres dos governos.

Revela o desgaste de valores sim-ples, que aprendemos desde crian-ças, como não se apropriar do quenão nos pertence, respeitar o outro esaber que o que é público é de todose, assim, precisa ser respeitado e tra-tado até melhor do que se fosse nos-so. No entanto, não por acaso a ga-nância é um dos sete pecados capi-tais: o desejo pelo dinheiro corrói osprincípios dos mais fracos de cará-ter. E, quando não há maisvalores morais, a oportu-nidade faz o ladrão.

Ninguém traz escritona testa se é honesto ounão. Assim, não dá paraadivinhar quem está aptoa tratar com o dinheiro público. Apunição se faz necessária para de-sestimular a ação dos desonestos.Onde há impunidade, as quadrilhasse proliferam. Assim, grupos orga-nizados que desviam recursos pú-blicos estão por toda parte, envol-vem servidores, prestadores de ser-viços e até funcionários de alto es-calão dos governos. No fundo, oque os move é o afã de se apoderardo que é público, crentes de quenada irá acontecer a eles.

O uso dos cartões corporativosdo governo segue essa mesma linha

de raciocínio e transformou-se emmais um escândalo envolvendo di-nheiro público. Esses cartões sãoutilizados desde 2001 por mais de6.000 servidores do Executivo fede-ral para saques em dinheiro ou paracompras consideradas urgentes. Noano passado, os gastos somaram R$

75,6 milhões, um acréscimo de 129%em relação ao ano anterior, quandoas despesas contabilizaram R$ 33 mi-lhões. Em 2005, foram gastos R$ 21,7milhões e em 2004, R$ 14,5 milhões.O governo alega que o uso é trans-parente apenas porque divulga na in-ternet uma pequena parte das fatu-ras desses cartões.

No entanto, 75% das despesas doano passado referem-se a saques emdinheiro, o que torna impossívelqualquer tipo de fiscalização e con-trole. R$ 58,7 milhões foram usadosnão se sabe onde e por qual motivo,

já que esses são gastos protegidospor sigilo, sob o argumento de ga-rantir a segurança do Presidente daRepública. Só da análise dos 25% dosgastos que são publicados na inter-net, já descobrimos que o dinheiropúblico serviu para pagar joalheria,choperias e churrascarias, comprar

tapioca, aparelhos de gi-nástica, patrocinar finaisde semana em família emhotéis luxuosos, comprasem mercadinhos e reformade mesa de bilhar.

Fico imaginando o quepode ter sido feito com o dinheiro quefoi sacado na boca do caixa, sem qual-quer controle. Assim como o empre-sário de Magé, todos esses que usa-ram indevidamente o cartão corpora-tivo pensam que, por ser dinheiro pú-blico, não tem dono. Pelo contrário,todos somos donos porque nós é quepagamos essas faturas. Enquantohouver impunidade para alimentaressas distorções, vamos continuarouvindo que o governo não tem re-cursos para investir, que será neces-sário criar mais imposto para melho-rar a saúde e que dinheiro públiconão é de ninguém.

“Ninguém traz escrito na testa se éhonesto ou não. Assim, não dá para

adivinhar quem está apto a tratar como dinheiro público.

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 2008 99999

Ponto de Vista

Revista Canavieiros - Janeiro de 2008 99999

Os desafios do setorcanavieiroOs desafios do setorcanavieiroJoão Sampaio*

Aagricultura canavieira, cada vezmais, assume papel preponderan-te dentro da produção agropecuá-

ria brasileira e, particularmente, no Estadode São Paulo. Torna-se centro de referênciadentro do desenvolvimento tecnológico, naprocura por alternativas de produção e pro-cessamento e também na evolução de suasaplicações à vida moderna. Para isto, SãoPaulo necessita buscar incessantemente asuperação de desafios impostos pelos nos-sos compradores e da sociedade como umtodo. Aliado a estes desafios, a cadeia pro-dutiva sucroalcooleira precisa manter o equi-líbrio entre os seus elos produtivos. Comopodemos observar, o desafio é grande, mo-dernizar-se, sem perder o foco: produzir den-tro do espectro do equilíbrio econômico,social e ambiental.

As implicações ambientais têm sido am-plamente discutidas, mas as suas correspon-dentes sociais e econômicas nem tanto. Nes-te artigo, vou me ater ao papel e o desempe-nho do produtor de cana, este que muitasvezes fica alijado das grandes discussões aque o setor tem passado. Para melhor ilus-trar a sua importância e influência, vamosutilizar a performance da cana-de-açúcar nasafra que se encerrou. A cana ocupa hoje 4,8milhões de hectares da área ocupada comatividade agrícola e/ou proteção natural doEstado de São Paulo, que é de cerca de 22milhões de hectares. Portanto, sua área cor-responde a quase 20%. Mas quando obser-vamos os números de sua representaçãoeconômica, percebemos a sua importânciapara o equilíbrio da cadeia. Na safra 2005/2006, a cana representava 45% no valor to-tal da produção agropecuária paulista, tota-lizando R$ 15 bilhões de um total de R$ 33bilhões produzidos dentro das porteiras denossas propriedades. Foi o ano da explosãodo plantio e do preço da cana.

Pois então, em 2007, o revés da cana foisentido no bolso do produtor e também nosnúmeros do Estado. A cana registrou rendi-

mento de R$ 11,18 bilhões, 25% inferior a2006. O preço médio caiu 32,69%. Mesmocom o crescimento na produção de 12,19%,o valor da produção sofreu substancial re-dução. Este decréscimo diminuiu a partici-pação da cana no valor da produção agrope-cuária total de 2007 ficando em 36,6%. A nos-sa renda total do Estado registrou queda eficou em R$ 30,6 bilhões. O que todos essesnúmeros significam? Menos remuneração aoprodutor de cana. Recebi inúmeras represen-tações de produtores registrando a vendada tonelada de cana a R$ 55,00 em 2006 e quena safra passada alcançaram somente R$24,00. Sem contar histórias de produtores queeram avisados pelo seu comprador de quenão compensava recolher a cana cortada.

Tudo isto nos mostra que os ciclos agrí-colas estão cada vez mais rápidos e que asinfluências do mercado provocam desequi-líbrios de renda dentro das cadeias com umavelocidade ainda maior. O agricultor seja elede cana ou pêssego precisa estar antena-do com as informações de mercado e, maisque isto, fazer a gestão dos seus negócios.E ,talvez, o elo mais desprotegido nestesquesitos seja mesmo o produtor e, isto nãoé prerrogativa somente dos canavieiros, masdo agricultor em geral. Neste quadro, o seuagrupamento em cooperativas e associa-ções é essencial para a sua proteção.

Mas os ciclos e ciclones passam. Paraeste ano, as perspectivas são bem me-lhores. Aquela febre do etanol arre-feceu, a rotação cana/grãos voltaráa acontecer com a recuperação dospreços das principais commodities,então a cana também tende a se nor-malizar. A agricultura deve ser assimcom amplo equilíbrio, quando umsobe, todos sobem, ou aindana melhor das hipóte-ses, todos perma-necem igual-mente em har-monia.

* João Sampaio é produtor rural e Secretário de Agricultura eAbastecimento do Estado de São Paulo

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Revista Canavieiros - Fevereiro de 20081010101010

Agenda estratégicado álcool combustível

Ponto de Vista

Agenda estratégicado álcool combustívelMarcos Fava Neves

Muitos sistemas produtivos rece-bem admiração minha, mas a cana é especial. Sua história, o

beneficio que trás para o Brasil, sua li-derança mundial e por ver o desenvolvi-mento econômico das regiões produtoras.A cana ganhou uma legião de novos defen-sores, articulistas, nos últimos anos. Façoparte dos velhos entusiastas do setor, es-crevendo há mais de 15 anos. Mas confes-so estar preocupado com a sustentabilida-de, que se divide no tripé economia, pesso-as e planeta. Vou focar nos dois primeiros,pois o terceiro vem sendo discutido.

O que se observou em 2007 não é sus-tentável em termos econômicos e de pes-soas/distribuição de renda. Diversos in-vestimentos foram feitos em expansão pro-dutiva confiando no mercado interno eexterno de álcool. Somado ao fato do pre-ço do açúcar estar baixo, praticamente osprodutores de cana e usinas terminam oano sem lucro nenhum, comprometendoo crescimento. Fora isto, percebe-se que,para exportar o etanol, a cada dia é colo-cada uma nova dificuldade por nossoscompradores potenciais. Muita bobagemé dita, inclusive com a injusta compara-ção do etanol de milho e outros grãos,com o etanol de cana. Talvez precisemosmudar o nome do produto, passando a sechamar "cane-ethanol ou canethanol",mas ações internacionais é tema para ou-tro artigo.

Quanto mais forte (em capacidade deconsumir) e flexível (podendo reverterpara gasolina ou gás) for o mercado inter-no, mais sustentabilidade econômica edistribuição de renda teremos. Vejo pro-blemas na próxima safra, mais sérios queos desta. A produção vem firme, e tere-mos mais quase 5 bilhões de litros. E oconsumo? Para isto proponho a "agenda10 do álcool", composta por pontos a se-rem trabalhados por Governo, organiza-ções e setor privado.

Os pontos principais que GovernosFederal e Estaduais poderiam atacar, en-volvem questões tributárias e de regula-mentação. (1) Urge que o álcool tenha aalíquota de ICMS reduzida para 12% emtodos os estados e ligeira redução de ou-tros impostos federais. Agora que prati-camente todos estados terão produção,esta redução de arrecadação será com-pensada em parte pela produção, pelosinvestimentos que foram e estão sendofeitos, pelos salários gerados e outros im-postos arrecadados. Fora os benefíciosambientais e de interiorização do desen-volvimento. Pode-se também (2) estudarse a faixa de adição do anidro na gasolinapoderia ser ampliada, dos atuais 20 a 25%,para 18 a 28%. Muitas pessoas com car-ros a gasolina já fazem esta adição maiorpor conta própria. Assim, em casos degrande produção, o uso de 28% poderiaajudar no consumo, e vice-versa.

Muitos países neste momento fazemsuas regulamentações com relação aos bi-ocombustíveis, dizendo as proporções deadição, entre outras. Se o Brasil quer serum país verde em termos de combustíveis,sou favorável a que (3) a partir de 1 dejaneiro de 2010 apenas automóveis novos"flex fuel" tenham autorização para empla-camento. Apesar do mercado sinalizar fa-voravelmente (recentemente uma camio-nete cabine dupla saiu com motor flex-fuel,

1 Fava é Professor de Planejamento, Estratégia e Marketing da FEA/USP Ribeirão Preto.Coordenador do Pensa e Markestrat. ([email protected])

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Ponto de Vista

O artigo é de autoria de Marcos Fava Neves e foi publicado como Opinião do Jornal ValorEconômico em 27 de dezembro de 2007, pagina A10.

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e há fila de espera), observa-se que monta-doras ainda resistem, caso de coreanas,alemãs, japonesas, americanas e o consu-midor brasileiro não tem acesso a carrosmaiores bicombustíveis. Estima-se quegrande quantidade de veículos baratos en-trará no Brasil, vindos da China e Índia, enão se pode correr o risco que venham àgasolina. Até 2010, as montadoras teriamtempo suficiente para fazer esta simplesadaptação, e desovar estoques atuais. Epoderiam, tal como as francesas, exportarestes carros e motores levando a tecnolo-gia e consumo a outros mercados.

Ainda na agenda Governamental, é ne-cessário pensar em alterações na arreca-dação dos impostos e (4) permitir vendasdiretas de álcool das usinas para os pos-tos de gasolina. Com toda a inegável efici-ência das distribuidoras de combustível,ainda, por menores que sejam as distânci-as, existe passeio desnecessário do álcoole em alguns casos, intermediação adicio-nal. Esta liberalização contribuiria para ummercado mais competitivo. Vendas diretas.

A indústria de motores pequenos egrandes (5), precisa estudar motos movi-das a álcool e também a adaptação de mo-tores grandes (diesel) para o álcool comas novas tecnologias (já feito por uma em-presa sueca e universidade), visando omercado dos caminhões dos fornecedo-res de cana e das Usinas (e tratores) e deônibus urbanos. Usinas abastecendo suafrota de caminhões com o próprio álcool,em regime de tributação privilegiada, teri-am seu custo reduzido, podendo ser re-passado aos preços. Mais ambientalmen-te correta seria esta cadeia produtiva, poiso grande volume de diesel consumido nassuas operações, entra negativamente naconta da sustentabilidade da cana.

As Usinas são conservadoras emavançar nos canais de distribuição. Po-deriam (6) montar joint-ventures e entrarno mercado de distribuição de álcool, comuma gestão independente, comprandodistribuidoras hoje existentes ou montan-do novas, autorizadas a funcionar peloGoverno. Em formas organizacionais as-sociativas (franquias ou joint-ventures),(7) podem montar postos de combustívelnas cidades. Estes não competiriam comas redes existentes (seriam poucos), masseriam postos "conceito" (o nome da rede

poderia ser verde ou "green"), e serviri-am para: direcionar os preços varejistasdo álcool (dificultando a ação de cartéis),e comunicação da imagem com o consu-midor, pois estes postos seriam decora-dos com a cadeia da cana e com materialde comunicação, plantio de árvores, en-fim, uma rede "eco". Venderiam gasolinae diesel, mas em 80% das bombas, álco-ol. O conceito "loja de fábrica".

Em convênio com prefeituras e em-presas (8), ônibus urbanos poderiam sertestados a álcool (a UNICA vem fazendoisto), em escala muito maior. Na Suéciasão 600, com custo apenas 3% superior!Seriam pintados e decorados com a ca-deia produtiva, e a população teria co-nhecimento, informação, seja através desuas paredes, por folders, vídeos, afinal,é um momento onde todos gostariam deler algo. Mudando rotas, em 4 a 5 mesesjá teriam "falado" com a população usu-ária. Além da melhoria nas condições doar, seria um canal de comunicação per-manente do setor com a comunidade.

Está claro que a Petrobras (9) terácondições de exportar gasolina prontapara consumo, já adicionada de anidro.Caiu no colo da Petrobras a chance deser a primeira empresa petrolífera verdedo planeta. A Petrobras tem um papelmuito importante na imagem do álcool. Eo álcool (e biodiesel) tem um papel mui-to importante na imagem da Petrobras.

Finalmente (10), um plano permanentede comunicação integrada de marketingprecisa ser trabalhado pela cadeia produ-tiva da cana, usando idéias criativas paraque a sociedade brasileira de valor a esteproduto, reduzindo as resistências.

A cadeia produtiva tem muitos pon-tos a serem resolvidos, desde a colhei-ta, a queimada, a visada imagem da mo-nocultura e da redução de produção dealimentos, a reforma do Consecana.Foram colocados 10 pontos no que estasob o nosso controle: o mercado inter-no. Sendo maior e mais flexível terá con-dições de absorver excedentes de pro-dução (por exemplo, 2008), mantendo asustentabilidade econômica e de pes-soas desta importante cadeia produti-va, agora, não mais paulista e nordesti-na, mas brasileira.

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Copercana e Unesp firmamparceria para o projetoamendoim da safra 2007/08

NotíciasCopercana

Copercana e Unesp firmamparceria para o projetoamendoim da safra 2007/08Edgard Matrangolo JúniorEncarregado Técnico de Projetos

Em agosto de 2007 a Copercanacriou na Unidade de Grãos(UNAME), um departamento

técnico de grãos, composto de um en-genheiro agrônomo e dois técnicos agrí-colas, com a finalidade inicial de dar as-sistência técnica aos produtores doProjeto Amendoim safra 2007/08.

Esse departamento, bem como fun-cionários de outros setores, trabalhouno recebimento do amendoim pela uni-dade e na elaboração de um Manualde Safra visando orientar os produto-res quanto as melhores condições decolheita e entrega do produto.

O departamento também realizouexperimentos com a cultura do amen-doim para orientar os produtores so-bre os melhores produtos e técnicasa serem aplicadas em suas lavouras.Atualmente está sendo realizado umexperimento de fungicidas em convê-nio com a Faculdade de CiênciasAgrárias e Veterinárias (FCAV) –Unesp de Jaboticabal sob a orienta-ção do Professor Modesto Barreto,especialista em doenças de plantas.

Realizam-se também outros testes,como tratamento de sementes com es-timulantes, micronutrientes via foliare adubação química via solo com umadubo polimerizado que reduz emaproximadamente 50% o volume reco-mendado em comparação com os adu-bos tradicionais.

Os resultados obtidos serão infor-mados posteriormente. Foi estabele-cida uma consultoria com o professorModesto Barreto que além de orien-tar os técnicos sobre as doenças daplanta, está visitando as lavouras dosprodutores que participam do ProjetoAmendoim safra 2007/08.

A Copercana em parceria com oprofessor também colaborou na ela-boração do Manual de Identificaçãoe Manejo das Doenças do Amendo-im, cujos exemplares foram cedidosgratuitamente aos produtores partici-pantes do Projeto. Com relação à Pro-dução Integrada do Amendoim, a co-operativa está com uma área piloto

onde as aplicações de defensivos (in-seticidas e fungicidas) são realizadasconforme os critérios definidos pelaProdução Integrada.

O departamento técnico de amen-doim da Copercana é responsável pelacondução dos campos de sementes,com o objetivo de fornecer aos pro-

Márcio Rogério Fernandes (Assistente Técnico de Projetos), Edgard Matrangolo Júnior (EncarregadoTécnico de Projetos), Antônio Mateus Benelli Júnior (cooperado) e Juliano José Valério (Técnico Agricola)

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NotíciasCopercana

dutores grãos puros e com grau de germinação evigor adequados a cultura. Atualmente está sendorealizado roguing (retirada de plantas indesejáveis)nos campos. O departamento realiza testes comnovas variedades de acordo com o convênio fir-mado pela Copercana com o IAC (Instituto Agro-nômico de Campinas). Também está sendo testadoatualmente a cultivar IAC – 213 (rasteiro verme-lho) e duas alto oleícas: IAC – 503 e IAC – 505.

DepoimentosDepoimentosDepoimentosDepoimentosDepoimentos

Segundo o gerente da UNAME, Augusto César Strini Paixão,“o objetivo nas próximas safras é continuar realizando as orienta-ções aos cooperados, bem como estender a consultoria para asáreas de adubação e manejo de pragas (insetos) visando levar asmelhores orientações aos produtores participantes do ProjetoAmendoim. Cogita-se também criar um projeto semelhante ao doamendoim para a cultura da soja”.

Na opinião do professor Modesto Barreto, da Unesp – Jaboti-cabal, “o trabalho que a Copercana vem realizando junto aos seuscooperados é muito importante já que eles podem melhorar as con-dições da lavoura através do manejo adequado das doenças, con-trole racional e qualidade na aplicação de produtos químicos. Essetrabalho permite a redução dos custos de produção e também osimpactos ambientais já que são usados menos produtos químicosno solo. Os produtores só têm a ganhar participando do projeto”.

Segundo depoimento do cooperado Antonio Mateus Benelli Júni-or, os produtores aprovam o projeto. “Essa iniciativa da Copercanabeneficia muito os produtores de amendoim que todos os anos sofremcom as doenças nas lavouras. As orientações permitem uma preven-ção das pragas e doenças o que reduz muito o custo de produção.Esse projeto é muito importante e deve ser realizado todos os anos”.

Professor Dr. Modesto Barreto

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NotíciasCanaoeste

Canaoeste assessoraprodutores sobrequestões ambientais

Canaoeste assessoraprodutores sobrequestões ambientaisMarcelo Massensini

Há oito anos, a associação mantém departamento que orienta e defendeprodutores nas questões de direito ambiental

Os associados da Canaoestesempre tiveram à disposiçãoum departamento de asses-

soria jurídica que presta serviços emtodas as áreas do direito. Mas, em2000, eles passaram a contar com umaárea específica de suma importânciapara agricultores e todos os produ-tores rurais: a área ambiental.

A esse departamento cabe a tare-fa de esclarecer as dúvidas dos asso-ciados e defender os seus interessesno que diz respeito às atuais ques-tões agrário-ambientais, como: área depreservação permanente (APP), reser-va florestal legal, queima de palha decana, licenciamento ambiental admi-nistrativo, ações judiciais cíveis e cri-minais, laudos periciais, pareceres ju-rídicos e técnicos agronômicos, res-postas à consultas diversas, projetosde reflorestamento, prestando, inclu-sive, assessoria e acompanhamentodos associados perante o Poder Judi-ciário, Promotorias de Justiça e Dele-gacias de Polícia.

O presidente da Canaoeste, Ma-noel Carlos de Azevedo Ortolan, res-salta que as questões relacionadas àárea ambiental “são prioridade paraassociação e para os associados, quesempre batalharam em busca de umaprodução agrícola sustentável, pre-servando, assim, o que temos demais importante: o meio ambiente”,diz Ortolan.

O advogado da Canaoeste, Dr. Ju-liano Bortoloti, responsável pela áreaambiental, complementa: “sempre de-fendemos que a educação ambientaldo produtor, onde se inclui a consci-entização e orientação, sempre devepreceder a quaisquer formas de fis-calização opressiva, mote este queimpulsiona o nosso trabalho, qualseja, de informar, prevenir, orientare, quando preciso, defender os inte-resses dos produtores rurais associ-ados. Somente assim atingiremos otão almejado desenvolvimento sus-tentável”.

Além da assessoria exclusiva aoprodutor associado, o Departamen-to Jurídico da Canaoeste atuou e atuaativamente nos mais diversos fórunsde discussão governamental e não-governamental, principalmente sobrea queima de palha de cana, onde tevefundamental importância na atual re-dação da Lei das Queimadas, além deoutras normas de interesse do setor.

Dentre serviços gratuitos pres-tados pelo Departamento Jurídico,na área ambiental, destacamos osprincipais:

1-) Elaboração de projetos de re-cuperação de áreas degradadas, paraapresentação perante os órgãos am-bientais, Promotorias de Justiça eprocessos judiciais;

2-) Elaboração de Pareceres Am-bientais;

3-) Elaboração de Laudos deVistoria;

4-) Assistência técnica através deengenheiro agrônomo, às perícias re-alizadas pelos peritos indicados pelaPromotoria de Justiça, Delegacia dePolícia e Juiz de Direito, em procedi-mentos, inquéritos e processos am-bientais;

5-) Elaboração de processos delicenciamento ambiental visando aregulamentação ambiental de propri-edades rurais;

6-) Elaboração de processos delicenciamento ambiental que visema intervenção em áreas naturais,tal como o corte de árvores isola-

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NotíciasCanaoeste

das, utilização da área de Preser-vação Permanente e de ReservaFlorestal Legal;

7-) Elaboração, confecção e ori-entação nos processos de licencia-mento ambiental, visando a autoriza-ção para a queima de palha de cana-de-açúcar;

8-) Defesas administrativas de au-tos de infração aplicados pela Polí-cia Ambiental e de Mananciais;

9-) Defesas administrativas de au-tos de infração aplicados pela CE-TESB, em decorrência da exploraçãoagrícola;

10-) Defesas administrativas deautos de infração aplicados peloIBAMA;

11-) Acompanhamento do asso-ciado perante a Promotoria de Justi-ça em casos ambientais;

12-) Defesa judicial em Ação Ci-vil Pública promovida pelo Ministé-rio Público (Promotores de Justiça);

13-) Defesa judicial em Ação Penal,

ajuizada em decorrência de crime ambi-ental, promovida pela Justiça Pública;

14-) Orientação jurídica em assun-tos ambientais em geral.

Associados de Morro Agudotêm mais motivos para sorrirAssociados de Morro Agudotêm mais motivos para sorrirMarcelo Massensini

Antônio Alves Prado Neto é as-sociado da Canaoeste há cin-co anos e durante todo este tem-

po, ele e sua família utilizam o convênioodontológico da associação. “A Marci-lene é a única dentista que confiamos”,diz Neto, que acompanha atento a con-sulta de sua filha Bruna, de sete anos.

Ele se refere à Marcilene MeirelesPereira, cirurgiã-dentista que, desde2002, atende os associados e seus fun-cionários na cidade de Morro Agudo.Ela conta que em 2007 atendeu 87 paci-entes através do convênio, 66 destes

funcionários de fornecedores, 17 for-necedores e familiares e quatro funcio-nários do sistema Copercana, Canao-este e Cocred. Totalizando, assim, 492procedimentos realizados.

De acordo com Marcilene, este núme-ro poderia ser maior se não fosse a falta deinformação. “Alguns ainda não sabem quetêm direito, mas quem sabe gosta e sem-pre volta”, explica. Ela diz ainda que a acei-tação é tão grande, que funcionários defornecedores pedem para que seus com-panheiros e parentes sejam atendidos.Prado Neto e sua família só utilizam o con-vênio odontológico da Canaoeste. Segun-do ele o “atendimento é bom, rápido, fácile barato. Compensa muito”.

Para os que ainda não sabem, o ser-viço de atendimento odontológico exis-te há mais de 40 anos e é voltado, ex-clusivamente, a seus associados e fun-cionários. O programa Canaoeste Odon-

tologia disponibiliza profissionais re-nomados, com instalações e materiaisde qualidade, atendimento diferencia-do e todos os recursos possíveis paragarantir o bem-estar de seus usuários.“Eu acho que essa abertura é ótima porque é um meio de passar uma educa-ção para os funcionários e fornecedo-res”, elogia Marcilene.

Antônio AlvesPrado Neto: “AMarcilene é aúnica dentista queconfiamos”

Dentista Marcilene ao ladode Bruna, filha de Antônio

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Consecana

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de ajuste parcial da safra 2007/2008. O preço médioacumulado do kg de ATR para o mês de JANEIRO é de R$ 0,2423.

Os preços de faturamento do açúcar nos mercados interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado,destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL de 2007 a JANEIRO de2008 e acumulados até JANEIRO, são apresentados a seguir:

ConsecanaConselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 12/07DATA: 31 de janeiro de 2008

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinados à industria (AAI e AHI),incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado,carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL de 2007 a JANEIRO de2008 e acumulados até JANEIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes:

NotíciasCanaoeste

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NotíciasCocred

Cooperados satisfeitos,também, em CravinhosCooperados satisfeitos,também, em CravinhosMarcelo Massensini

O que faz a diferença na horade escolher uma instituição financeira? “Principalmente o

atendimento diferenciado”, dizOswaldo Feierabend, cooperado daCocred há quatro anos. “O atendi-mento aqui é ótimo. O pessoal nostrata com mordomia, só falta pegar agente no colo e levar até o carro”,brinca Feierabend.

“Aqui nós falamos direto com ogerente, direto com a chefia na matriz,as funcionárias são simpáticas, só te-nho a agradecer a equipe da Cocred”,parabeniza Oswaldo. Heloisa Soares deArruda Aníbal, cooperada há cincoanos se diz confortável na cooperati-va. “O atendimento é muito bom, nãoperco tempo em filas, estou muito sa-tisfeita. Sou comerciante e tudo quepreciso da Cocred ela me ajuda pronta-mente”, conta.

Além do atendimento, o coopera-do aponta que a simplicidade e as pou-cas taxas são grandes atrativos da co-operativa. “Em bancos convencionaissão cobradas muitas taxas, aqui não.Não pago talão de cheques, não pagodiversas outras despesas que me co-brariam em outras instituições”, afir-ma. Opinião essa que é compartilhadapor Heloisa: “em empréstimos, ela(Cocred) tem as taxas mais baixas e,em termos de aplicação, temos maisgarantias e segurança. Não tem nemcomparação”, diz.

Agência completa sete anos com mais de 460 cooperados satisfeitos

O gerente Mateus StellaMoraes endossa a opiniãodos cooperados. Ele observaque o cooperado mais preza éo atendimento. O fato de che-gar e poder ser atendido quan-do quiser é ter uma proximi-dade maior com os funcioná-rios, mas que as taxas, prazose serviços não deixam nada adesejar. “A gente trabalhamuito para ter um bom aten-dimento e deixar os coopera-dos satisfeitos”, explica. Se-gundo ele, já houve casos emque o associado conseguiu

u m ataxa de financia-mento menor,mas, ainda assim,preferiu fazerpela Cocred, jáque ao final doexercício tem a

O gerente Mateus Moraes e o cooperado Oswaldo:“bom atendimento e baixas taxas”.

A agência de Cravinhos funciona há 7 anos.

distribuição das sobras, que torna astaxas da Cocred ainda mais atrativas.“Todos são fiéis à cooperativa”.

A agência de Cravinhos tem seteanos de funcionamento e, atualmenteatende a mais de 460 cooperados.

Heloisa e Rosemary: “A Cocred nos dásegurança e tranquilidade”.

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Demonstração doresultado do exercício

Balançopatrimonial

NotíciasCocred

Balançopatrimonial

Demonstração doresultado do exercício

CÓDIGO CADOC: 44.1.6.040-1

Valores em Reais

CNPJ: 71.328.769/0001-81

Valores em Reais

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Safra AReportagem de Capa

Cristiane Barão

Preços em queda e estiagem trouxeramcotação da cana na safra 2007/08 f

Safra A

Com a queda nas cotaçõesdo açúcar e sem avançossignificativos no comércio

internacional de etanol, o preço da canadeve fechar a safra 2007/08 abaixo doscustos de produção. Apesar de o ciclose encerrar oficialmente no último dia

de março, as projeções indicampreços até 30% inferiores, com a

tonelada de cana aoredor de R$ 35,00, en-

quanto que o

custo de produção pelos fornecedoressitua-se entre R$ 41,00 a R$ 43,00. Nassafras 2006/07 e 2005/06 os preços mé-dios da tonelada ficaram próximos deR$ 58,00 e R$ 46,00, respectivamente.

“A tendência para a safra que seinicia em abril é que as cotações con-tinuem baixas, mas se espera que ospatamares não sejam inferiores aos ob-

servados durante a safra 2007/08,quando o preço médio do ATRabriu a safra em R$ 0,32 / kg e foi

decrescendo. Já, para a próximasafra, espera-se que a tendên-cia seja inversa, ou seja, as co-tações devem começar baixas

para, mesmo que lentamente,crescer ao longo da safra”, afirma

o presidente da Canao-este, Manoel Ortolan.

No entanto,ele recomen-

da cautela aosprodutores.

Além da perspectivade poucas alterações

nos preços no mercado externo, a pro-dutividade dos canaviais de toda re-gião de Ribeirão Preto também serámenor, como reflexo do baixo volumede chuvas, principalmente, nos mesesde setembro e outubro. Consideran-do-se os dados apurados até a segun-da semana de janeiro e os estudos efe-tuados pelo Centro de Cana - IAC, aprevisão é de que nesta região a que-da poderá ser de 6,3% em produtivi-dade para o início da safra. Na safraanterior, a redução, prevista em janei-ro de 2007, foi de 8,2%.

Manoel Ortolan:“cautela dosprodutores”

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Reportagem de Capa

Amarga

m nuvens carregadas sobre os canaviais;ficará abaixo do custo de produção

Amarga

“No ano passado, os meses demaio e julho foram excepcionalmentechuvosos, indicando aumento na pro-dutividade. Mas, depois, com setem-bro e outubro extremamente quentes esecos, a tendência se inverteu”, expli-ca o assessor técnico Oswaldo Alon-so. Segundo ele, dependendo do nívelde chuvas e insolação nesses próximosdois meses de verão, poderá haver re-flexos positivos sobre os canaviais,mas a recuperação em termos de pro-dutividade será difícil, pois os canavi-ais ainda se mostram com crescimentoatrasado. Como referência, os meses deprimavera e verão - setembro a março -

Meses mais secos e menos ensolarados

são responsáveis pelo crescimento (ouformação) de 75 a 80% dos colmos in-dustrializáveis.

Na primeira quinzena de dezembro,em entrevista coletiva, a UNICA estimouque poderá haver perdas de 4,5% em pro-dutividade para a próxima safra no Cen-tro-Sul, mas previu também crescimentona área plantada e produção recorde. As30 indústrias que entrarão em operaçãona região, serão responsáveis por 21 mi-lhões de toneladas, pelo menos.

“As oscilações nos preços são de-correntes do processo de expansão do

A estimativa de queda na produti-vidade para a próxima safra é influenci-ada, principalmente, pela ausência dechuvas em setembro e pela baixa preci-pitação em outubro, segundo Alonso.De acordo com dados do Centro de

Cana do IAC, em outubro choveu 43mm na região ou um terço da média his-tórica. Já o mês de setembro de 2007igualou-se ao de 1955, quando tambémnão houve chuvas significativas na re-gião de abrangência da Canaoeste.

setor. Tudo indica que, nesta nova sa-fra, poderá haver queda em produtivi-dade, mas a demanda pela matéria-pri-ma é real e crescente, o que pode tra-zer um alento ao fornecedor de cana”,disse Ortolan. Diante desse cenário,como devem proceder os produtoresde cana? Buscar o máximo de informa-ções junto às associações, não abrirmão de toda tecnologia disponível, pla-nejar os investimentos e manter o oti-mismo. Esse é o conselho do presiden-te da Canaoeste. De acordo com ele,apesar das oscilações nos preços, canaainda será um bom investimento a mé-dio e longo prazos.

Fonte: Centro de Cana do IAC Fonte: Centro de Cana do IAC

Oswaldo Alonso, assessortécnico da Canaoeste

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Reportagem de Capa

Previsão é de queda na rendaA renda projetada para 2008 para a

cana é de R$ 19,2 bilhões, queda de8,5% em relação a 2007, de acordo como Ministério da Agricultura. “O desem-penho da cana reflete os efeitos daqueda dos preços do etanol no mer-cado doméstico, apesar da recupera-ção das cotações do açúcar no exteri-or”, observa José Garcia Gasques, co-ordenador de Planejamento Estratégi-co do ministério.

Mesmo assim, a cana disputará como milho o segundo lugar entre os pro-dutos de destaque. A soja lidera oranking. A renda projetada para 2008 éde R$ 127,3 bilhões para 20 produtosagrícolas. A estimativa é 6,8% superiorà do ano passado que registrou R$ 119,2bilhões. Esse valor é o terceiro maiordos últimos 20 anos, perdendo apenaspara 2003 e 2004, quando a taxa de câm-bio estava bastante favorável às expor-tações brasileiras.

A queda na renda é o resultado dabaixa dos preços. De acordo com a aná-lise do CEPEA (Centro de EstudosAvançados em Economia Aplicada),ESALQ/USP, a maior oferta mundial deaçúcar fez com que o preço médio atédezembro de 2007, fosse 41% menorque o safra da anterior (comparando-se mesmos períodos). De abril a dezem-bro de 2007, nominalmente, a média doIndicador CEPEA/ESALQ foi de R$25,88/sc de 50 kg, ao passo que no mes-mo período de 2006, foi R$ 43,59/sc. Eainda, em termos nominais, a média atu-al é a menor dos últimos seis anos.

O maior valor desta sa-fra (2007/08), de R$ 34,85/sc, registrado no início deabril, foi inferior ao mínimoobservado na temporadapassada (R$ 36,22/sc), sa-fra esta (2006/07) em queeste Indicador chegou a R$51,34/sc (10 de julho/06).Além do cenário de eleva-da produção mundial, a ex-pectativa é de que a Índiapoderia entrar, a qualquermomento, no mercado commaiores volumes de açúcartambém pressionou nega-tivamente o mercado portoda safra.

No mercado de álcool,em termos de preços aosprodutores, a safra 2007/08foi marcada por um longoperíodo de preços estáveis,com média inferior à da sa-fra 2006/07. A demanda aumentou, masa oferta foi maior durante o período demoagem, reforçada especialmente pornovas usinas e destilarias que entraramno mercado neste ano, sobretudo emáreas de expansão do setor sucroalcoo-leiro como o Oeste paulista e demais es-tados da região Centro-Sul.

De abril (início da colheita) até de-zembro de 2007, a média dos Indicado-res mensais CEPEA/ESALQ, em termosnominais e sem impostos para o álcoolanidro em São Paulo foi de R$ 0,77052/litro, 19,2% menor que a média do mes-

mo período da safra passada. Para ohidratado, a média deste Indicador foide R$ 0,66867/litro, queda de 20,1%frente à temporada anterior.

Elevações mais fortes nos preços do

álcool durante a safra 2007/08 foram ve-rificadas somente a partir de novembro,quando o anidro valorizou 19,3% frenteà média de outubro e o hidratado, 22,3%.Os preços mais altos, contudo, foramregistrados em abril, com os Indicado-res, sem impostos, do anidro chegandoa R$ 1,07257/litro e o do hidratado, a R$0,94051/litro no mercado paulista.

A média histórica de chuvas para omês de setembro é de 51mm e 130mm paraoutubro. O Centro de Cana do IAC regis-tra dados climáticos desde 1937. Segun-do Alonso, além de pouca chuva, os diastambém foram menos ensolarados. Em ou-

tubro, a média de insolação foi de 6,3 ho-ras/dia, para uma média histórica de 7,1.Em novembro, foram quatro horas por dia,quando historicamente a média é de 7,3horas/dia. Em dezembro, foram 4,7 horasde sol por dia, para uma média de 6,1.

“Esse primeiro trimestre do ano serámuito importante na formação de mas-sa da cana. Temos que rezar para cho-ver e fazer sol nesse período, senão asimplicações poderão ser maiores”, afir-mou Alonso.

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Feicana/Feibio 2008:Olhos voltados ao setor energético

Destaque

Nos dias 26, 27 e 28 de feverei-ro, a cidade de Araçatuba setorna sede da Feicana/Feibio

2008 (Feira de Negócios do Setor deEnergia). A feira - uma das mais impor-tantes do setor de energia - terá 300expositores (10% a mais do que no anopassado) de máquinas, equipamentose componentes, além de empresas dosetor de serviços, sendo 230 no pavi-lhão interno e 70 na área externa. Esti-ma-se que, neste ano, o evento movi-mente negócios no valor R$ 1,5 bilhão,meio milhão a mais que em 2007.

A Feicana/Feibio já é uma das feirasmais tradicionais do país e ganhou reper-cussão mundial por contar com exposito-res nacionais e estrangeiros. A previsão éque nos três dias de feira, 25 mil pessoasvisitem o Recinto de Exposições Clibas deAlmeida Prado, local onde o evento é rea-lizado. Entre as personalidades que já par-ticiparam da Feicana, nos seus cinco anosde história estão: a ministra chefe da CasaCivil, Dilma Roussef; o ex-ministro da Agri-cultura, Roberto Rodrigues; o ex-secretá-

Feicana/Feibio 2008:Olhos voltados ao setor energético

Com mais expositores, a organização do evento espera público20% maior e aumento de meio milhão no faturamento

Marcelo Massensini

rio da Agricultura do Estado, Duarte No-gueira; os deputados federais MendesThame (PSDB); Arnaldo Jardim (PPS); Ri-cardo Berzoini e Luciano Zica, ambos doPT; Jorge Faria Maluly (DEM) e o cônsul-geral da República Popular da China, LiJiaoyun.

De acordo com a organização, aFeicana/Feibio visa "conciliar o aspec-to comercial à política institucional dosetor com exposições de máquinas eserviços para as usinas e debates detemas de interesse do segmento debioenergia". As exposições da feira

são realizadas das 14h às 21h, sendoque no período da manhã são promo-vidos seminários sobre diversos as-suntos relacionados ao setor energé-tico. Alguns dos eventos já confirma-dos para 2008 é o 3º Workshop Brasil/China sobre Etanol e o de TrabalhoSocioambiental, o Prêmio CanaSauroe o Simpósio Internacional Datagro/UDOP, que terá representantes dosdois países, além de empresários liga-dos ao setor. A Feicana/Feibio 2008conta com patrocínio das empresasMassey Ferguson, Banco do Brasil,Petrobras, Sebrae e Altec Química.

Embrapa na Feicana/FeibioA Embrapa (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária) preparou umavitrine de tecnologias para a FEICA-NA/FEIBIO 2008. Segundo os organi-zadores “além de uma fonte de conhe-cimento para produtores e profissio-nais do agronegócio, é também um es-petáculo para os olhos”. Mais de 80variedades de plantas que produzem

biomassa para a indústria de biocom-bustíveis, entre elas: cana-de-açúcar,soja, mamona, algodão, soja, girassol,pinhão manso, dendê, algodão e ou-tras que servem para o sustento de fa-mílias que sobrevivem da agriculturafamiliar, como: milho, feijão, nabo, ger-gelim, entre outras serão cultivadasnuma área de meio hectare na antiga

Feicana/ Feibio - edição 2007

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Cana-de-açúcarA cana-de-açúcar terá vitrine es-

pecial na FEICANA/FEIBIO 2008. Aolado do espaço reservado para olayout da feira, numa área de 3.400

metros quadrados, vão ser cultivadaspor pesquisadores da UFSCAR (Uni-versidade Federal de São Carlos) 181variedade de cana-de-açúcar, desde

as primeiras que chegaram ao Brasilaté as mais recentes e melhoradas ge-neticamente como a RB-925211 e aRB-935744.

CanasauroO Prêmio CanaSauro, será entregue

durante jantar de gala que aconteceráno dia 25 de fevereiro de 2008, em Ara-çatuba, durante a Feicana/FeiBio, paraos profissionais com mais de 30 anosde trabalho no setor sucroalcooleiro.

Serão homenageadas personali-dades que dedicaram mais 30 anosde trabalho no setor (que ainda es-tão na ativa, ou aposentados). “São

profissionais que muito contribuírampara o desenvolvimento do setor su-croalcooleiro”, destacou o diretor daFAS Editora Ltda e organizador doPrêmio, Flávio Nasser.

Além do CanaSauro, os organiza-dores ainda elegerão os CanaSauro Rex,profissionais igualmente com 30 anosde experiência e que tenham prestadoações relevantes durante sua trajetória.

O presidente da Canaoeste – Ma-noel Carlos de Azevedo Ortolan, opresidente da Copercana e Cocred –Antônio Eduardo Tonielo e o Asses-sor Técnico da Canaoeste – Oswal-do Alonso, são alguns dos 75 home-nageados com o Prêmio CanaSauro.

O ex-ministro da Agricultura Ro-berto Rodrigues, receberá o título deCanaSauro Rex.

Fazendinha do Recinto de ExposiçõesClibas de Almeida Prado.

A vitrine foi preparada pelo enge-nheiro agrônomo Edson Raimundo daSilva Alves, coordenador do projeto Vi-trine da Embrapa da Unidade de Trans-

ferência de Tecnologia, e é inédita noBrasil. “O grande desafio de montar umavitrine dessa envergadura é conseguirque as plantas, todas cultivadas forada época, se mantenham bonitas e pro-duzindo durante a FEICANA, realiza-da em fevereiro”, conta Alves.

Para produzir as variedades, o técni-co da Embrapa utilizou o que há de maismoderno nas áreas de irrigação, aduba-ção e controle de invasores. Para que opúblico possa visualizar melhor e admi-rar a vitrine, os organizadores vão mon-tar um mirante de 5 metros de altura.

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CHUVAS DE JANEIROe Prognósticos Climáticos

CHUVAS DE JANEIROe Prognósticos Climáticos

Informações Setoriais

No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de JANEIRO de 2008.

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoAssessor Técnico Canaoeste

O Mapa 1, ao lado, mostra clara-mente que o índice de Água Disponível

no Solo a 50cm de profundidade, noperíodo de 14 a 16 de JANEIRO,

apresentava-se como médio a crítico nafaixa Sudoeste do Estado de São Paulo,de médio a alto na faixa Leste e Norte e

próximo do nível médio nas demaisregiões canavieiras do Estado.

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre14 a 16 de JANEIRO de 2008.

Com exceção da C. Energética Moreno, C.E. Santa Elisa e São Simão (IAC/Ciiagro), as chuvas ocorridas durante o mêsde JANEIRO foram próximas (CFM, Faz Santa Rita e Usina Ibirá) ou (até bem)acima das respectivas médias históricas, sebem que chuvas mais regulares vieram a ocorrer após o dia 18.

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Informações Setoriais

Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de JANEIRO de 2007.

Mapa 3: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade (muito semelhante a 25 cm), ao final deJANEIRO deste ano.

Para subsidiar planejamentos deatividades futuras, a CANAOESTEresume o prognóstico climático deconsenso entre INMET-Instituto Na-cional de Meteorologia e INPE-Insti-tuto Nacional de Pesquisas Espaciaispara os meses de fevereiro a abril.

· A temperatura média poderá fi-car próxima ou ligeiramente acima danormalidade na Região Centro Sul;

· Quanto às chuvas para os me-ses de fevereiro a abril, prevê-seque estas poderão “ficar” próximasàs médias históricas nas RegiõesCentro-Oeste, Sudeste e no Estadodo Paraná, com exceção das faixasnorte dos Estados de Espírito Santoe Minas Gerais, que poderão ficarabaixo das respectivas médias.

· Como referência:- as médias his-tóricas das chuvas, pelo Centro Apta-IAC, para Ribeirão Preto e municí-pios vizinhos são de 225mm em fe-vereiro, 165mm em março e 70mmem abril.

A CANAOESTE recomenda con-tinuar os cuidadosos monitoramen-tos das pragas cigarrinha das raízese broca, bem como efetuar seus con-troles, quando necessários.

Sua Associação lembra ainda que,nesta região, dado os históricos climá-ticos, o melhor e mais seguro períodode plantio de cana de ano e meio seráentre finalzinho de fevereiro e o pri-meiro decanato de abril. Acreditar quevenham ocorrer providenciais e salva-doras chuvas (muito acima da média)em maio (ou meses subseqüentes) éapostar “alto” contra os altos custosde plantio e de produção, comparati-vamente aos atuais preços da cana.

Persistindo dúvidas, consultem osTécnicos CANAOESTE mais pró-ximos.

Observa-se pelo Mapa 2 acima, que ao final de JANEIRO de 2007, a Disponibilidadede Água no Solo, em toda região sucroalcooleira do Estado, mostrava-se entre média aalta, com exceção de alguns pontos isolados e no extremo Sudoeste do Estado. EmJANEIRO de 2008 (Mapa 3), somente após o dia 18 é que as chuvas se tornaram maisfreqüentes e intensas, fazendo com que a Disponibilidade de Água no Solo, a 25 etambém a 50cm de profundidade, alcançasse índice médio a alto, com exceção ainda designificativa área próxima de Presidente Prudente. Entretanto, houve sensível queda datemperatura média no Estado até o final do mês.

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Artigo Técnico

PARTE IV - Como planejar aimplantação de umcanavial?

Dando continuidade a Parte III desta série de artigos, vamos tratar neste mês do"Dimensionamento de Estrutura".

Nos próximos artigos trataremos do:6) Elaboração das Estimativas de Custo;7) Elaboração do Fluxo de Caixa.

Abaixo segue a PARTE IV desta série de artigos. Obrigado pela atenção e boa leitura!

PARTE IV - Como planejar aimplantação de umcanavial?

Cleber Moraes - consultor de planejamentoe controle agrícola da Canaoeste

1. Dimensionamento da Estrutura Necessária:Basicamente para o dimensiona-

mento de estrutura devem ser utiliza-dos os seguintes cálculos:

RO = At / TDEm que:RO é o Ritmo operacional em ha.h-1;At é a área a ser trabalhada em hec-

tares (ha)TD é o Tempo DisponívelNC = RO / CTEm que:NC é a necessidade de conjuntosRO é o Ritmo operacional em ha.h-1CT é Capacidade de Trabalho

A figura 9 ilustra um cálculo de di-mensionamento de um conjunto tra-tor-implemento para uma operação degradagem em um determinado mês.

1.1. Dimensionamento de Máqui-nas, Implementos e Operadores:

Uma vez determinada a marcha deexpansão do canavial e o manejo paraa lavoura de cana-de-açúcar a serinstalada, isto é, operações agríco-las mecanizadas com aplicação ounão de insumos, operações de mão-de-obra e de transporte para as fasesde preparo de solo, plantio, tratosculturais de cana-planta e soca e decolheita, é definido o dimensiona-mento de máquinas, caminhões, im-plementos agrícolas e rodoviários,mão-de-obra e insumos. Através doagrupamento da necessidade de ho-

Figura 9 - Modelo Resumido da Necessidade de Conjuntos:Gradagem Intermediária no Preparo de Solo

ras-máquina das operações a seremrealizadas por cada modelo de máqui-na e com as informações da distribui-ção mensal de cada operação, do nú-mero de turno diário de trabalho, quan-tidade de horas efetivamente trabalha-das por dia e o número de dias úteisem cada mês, faz-se o dimensionamen-to de máquinas mensalmente ou naunidade de tempo requerida para o pla-nejamento, e obtida a quantidade demáquinas necessárias.

De forma semelhante ao dimensio-namento de máquinas, é feito o dimensi-onamento de implementos e operadores,sendo que neste último caso, é aconse-lhável utilizar-se funcionários para trêsturnos de trabalho com um folguista.

1.2. Consumo de Insumos Agrícolas:

A partir das estimativas de produ-ção e do Manejo Agrícola, são estima-das as quantidades e fórmulas de adu-bos a serem empregadas, bem comoos herbicidas e suas dosagens.

1.3. Dimensionamento da Estrutu-ra de Apoio:

A partir de parâmetros da utiliza-ção de veículos de apoio, faz-se o di-mensionamento dos mesmos. Enten-de-se por estrutura de apoio cami-nhões bombeiros, de corretivos, ca-minhões pipa, comboio de abasteci-mento, caminhões oficina, prancha eborracheiro.

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Artigo Técnico

Para estes veículos, deve-se utili-zar de parâmetros de dimensionamen-to que são função da área de produ-ção de cana, como caminhões bombei-ros e pipa, ou da frota a ser atendidapara os demais. A princípio, pode-seadmitir uma rodagem anual e esta deveser distribuída entre as diversas fasesda produção agrícola, conforme a utili-zação que cada fase da cultura façadeste fator de produção.

1.4. Dimensionamento do Trans-porte de Cana-de-Açúcar:

O transporte de matéria-prima paraindústria é a operação mais onerosa ede maior risco para a produção decana-de-açúcar e é necessário um cui-dado todo especial na determinaçãodo local mais adequado para instala-ção da unidade industrial, pois queisto determina a distância média e ocusto de transporte. Igual cuidadodeve ser tomado com o traçado damalha viária a fim de se obter a máxi-ma eficiência nesta operação. Para istoé fundamental trabalhar-se com infor-mações cartográficas da região, ima-gens de satélite e visitas in loco.

O dimensionamento do transportede cana é função dos tempos de cicloe eficiência de transporte, isto é, ostempos médios de fila na indústria elavoura, de carga e descarga e de trans-porte efetivo. Os tempos de transpor-te são dados pela velocidade da com-posição vazia e carregada e a distânci-as percorridas. Uma vez determinadoo tempo de ciclo e a eficiência de trans-porte, fica identificada a capacidade detransporte de cana diário de cada veí-culo. Sabendo a necessidade de for-necimento de cana, encontra-se o nú-mero de composições necessárias paraatender a demanda. Na administraçãoda logística de colheita é fundamentala manutenção do tempo médio de ci-clo para que o abastecimento de maté-ria-prima seja constante e eficiente. Deforma muito semelhante é determinadaa necessidade de veículos e tanquespara o transporte de vinhaça.

Na figura 10 é apresentado umexemplo do cálculo da capacidade diá-ria de transporte para um conjunto

Romeu e Julieta. A partir deste ponto odimensionamento de equipamentos é

Figura 10 - Cálculo da Capacidade Diária de Transporte de CanaSistema Romeu e Julieta

muito semelhante ao dimensionamen-to de máquina e implementos.

1.1. Dimensionamento doTransporte de Mudas:

O dimensionamento de transportede mudas deve considerar a marcha deplantio diária, o tempo de ciclo destaoperação e a eficiência de transporteesperada.

1.2. Dimensionamento de Mão-de-Obra Rurícola:

Com as capacidades de trabalho decada operação agrícola, o total de áreade cada fase da cultura, a distribuiçãodestas operações durante o ano e adisponibilidade de dias úteis para tra-balhos, devem ser quantificadas asnecessidades de trabalhadores ruraisem cada mês do ano-safra.

É necessário uma atenção especi-al para que, a quantidade de trabalha-dores necessários para as operaçõesagrícolas, seja o mais constante pos-sível, podendo-se prever um períodopara férias coletivas conforme a con-veniência do projeto.

1.3. Dimensionamento dos Sis-temas de Irrigação:

Os sistemas de irrigação a seremutilizados dependerão:

· De avaliação para certificar-se suareal necessidade;Avaliação da dispo-nibilidade de água na região, obtidospela análise dos dados levantados noitem 1.2, especialmente os itens 1.2.6;

· Avaliação dos volumes de apli-cação de água, obtidos pela análisedos dados levantados no item 1.3;

· Topografia e demais característi-cas da região (demais itens de 1).

Caso projeto contemple a produ-ção de álcool, deverá ser avaliado qualo sistema de aplicação de vinhaça aser utilizado. Assim como, na eventua-lidade de ser necessária irrigação paracobrir o déficit hídrico da região, de-vem ser discutidos os sistemas a se-rem utilizados, que gerem menores cus-tos e/ou investimentos para a regiãoonde se propõe o empreendimento.

O projeto final deverá contemplaros investimentos e custos operacionaisdo sistema de irrigação. Caso haja ne-cessidade de maiores detalhes será ne-cessário avançar-se mais sobre a implan-tação do projeto.

No artigo do próximo mês falare-mos sobre:

6) Elaboração das Estimativas deCusto;

7) Elaboração do Fluxo de Caixa.

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Queima de palha deCana-de-açúcarmais uma vitória importante noTribunal de Justiça de São Paulo

Legislação

Juliano Bortoloti - AdvogadoDepartamento Jurídico Canaoeste

Revista Canavieiros - Fevereiro de 20083030303030

Queima de palha deCana-de-açúcarmais uma vitória importante noTribunal de Justiça de São Paulo

Estimados produtores de cana-de-açúcar, o Departamento Ju- rídico da CANAOESTE, defen-

dendo um de seus inúmeros associa-dos, obteve mais uma vez no últimodia 20 de dezembro de 2007, importan-te decisão sobre a prática das queima-das da palha da cana-de-açúcar, profe-rida pelo Tribunal de Justiça de SãoPaulo, através de sua Câmara Especialdo Meio Ambiente, nos autos da Ape-lação Cível nº 518.397-5/0-00.

Trata-se de ação civil pública am-biental ajuizada pelo Ministério Públi-co contra fornecedor de cana-de-açú-car, visando proibir que se utilize douso do fogo como método despalha-dor da cana-de-açúcar, mesmo que au-torizado pelo órgão ambiental compe-tente, além de indenização que ultra-passa a quantia de R$-1.000.000,00 (ummilhão de reais).

Entendeu o Tribunal de Justiça deSão Paulo, no corpo da referida decisão,que a União e o Estado podem legislar

sobre matéria de direito ambiental, razãopela qual a queima de palha de cana-de-açúcar é uma prática legal, desde queautorizada pelo Poder Público, no nossocaso, a Secretaria do Meio Ambiente doEstado de São Paulo, observada, ainda,os requisitos e condições impostas pelalegislação estadual, qual seja, a Lei nº10.547/2000, alterada pela Lei nº 11.241/2002 e regulamentada pelo Decreto nº47.700/2003, concluindo, também, que alegislação de queima não é inconstitu-cional, como apregoa alguns membrosdo Ministério Público Estadual (promo-tores de justiça).

A decisão analisou diversos aspec-tos da pratica da queima, concluindoque várias ações humanas são polu-entes, o que, por si só, não as tornamilegais, citando o caso, inclusive, dosautomóveis, que são altamente polu-entes mas a suspensão de sua circula-ção causaria um colapso no País.

Referida decisão, aliás, confirmououtra decisão histórica proferida no dia

24.05.2007, em fa-vor de outros trêsassociados da CA-NAOESTE, cujadefesa foi patroci-nada pelo Departa-mento Jurídico daentidade, nos au-tos da ApelaçãoCível nº 336.038.5/7-00, que tramitou perante a Câmara Es-pecial do Meio Ambiente do Tribunalde Justiça de São Paulo, reconhecendopela primeira vez a legalidade da legis-lação autorizadora do uso do fogo comométodo despalhador da cana-de-açúcar.

Portanto, sem sombra de dúvida,estas decisões emanadas de tão impor-tante Corte de Justiça, demonstram maisuma vez que a pratica da queima quan-do realizada dentro dos parâmetros es-tipulados pela lei, além de constitucio-nal também reflete o tão consagradoprincípio do desenvolvimento susten-tável, aclamado na Rio-92 (ConferênciaMundial sobre O Meio Ambiente).

Queima de palha de cana-de-açúcar - obrigatoriedade deautorização para a safra 2008/2009

Queima de palha de cana-de-açúcar - obrigatoriedade deautorização para a safra 2008/2009

Mais uma vez estamos pres-tes a iniciar outra safra ca-navieira, razão pela qual

novamente vimos alertar aos nossosassociados sobre a obrigatoriedadede obter a autorização do órgão ambi-ental (Secretaria Estadual do MeioAmbiente) para se efetuar a queimade palha de cana-de-açúcar, procedi-mento obrigatório àqueles que nãoqueiram responder administrativamen-te e judicialmente (cível e criminal) poresta omissão, inclusive com pesadís-simas multas, razão pela qual a CA-

NAOESTE, novamente este ano, iráproceder a orientação, elaboração,confecção e envio da documentaçãonecessária à obtenção da Autorizaçãode Queima Controlada de Palha deCana-de-Açúcar para os seus asso-ciados, cujo prazo para protocolo noórgão ambiental expirará em 02 de abril.

Para tanto, pois sem autorização nãose poderá queimar, basta que os as-sociados procurem os Técnicos, Agrô-nomos ou as Secretárias dos respec-tivos escritórios regionais da CANA-

OESTE/COPERCANA ou da matriz, oquanto antes, para que possam agen-dar o levantamento topográfico de sualavoura, sem custo algum, além deproceder ao referido licenciamento.

Tudo isto se torna necessário por-que, em caso de descumprimento aoque dispõe o Decreto Estadual nº47.700/2003, regulamentador da LeiEstadual nº 11.241/2002, o produtorde cana-de-açúcar poderá ser autua-do pela Polícia Ambiental em 30 (trin-ta) UFESPs (Unidade Fiscal do Esta-

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Legislação

do de São Paulo), aproximadamen-te R$-446,40 por hectare queimadosem as observâncias legais, alémde poder, ainda, ser autuado pelosagentes fiscalizadores da CETESB(Companhia de Tecnologia e de Sa-neamento Ambiental) em valoresque variam de 5.001 a 10.000UFESPs, aproximadamente R$-74,414,88 a R$-148.800,00 indepen-dentemente do tamanho da áreaqueimada. Alheio a estas penalida-des administrativas, o produtor decana-de-açúcar que não observar oprescrito na legislação poderá res-ponder, ainda, uma ação cível, vi-sando outra indenização e a sus-pensão da queima em sua proprie-dade, além de uma ação penal, quevisa restringir o seu direito de liber-dade (pena de detenção). Fica re-gistrado, então, que para aqueleprodutor de cana-de-açúcar que nãocumprir os requisitos prescritos nalegislação de queima ou, mais gra-vemente, efetuar a queima sem a de-vida autorização, fica evidente quenão lhe restará quase nenhuma pos-sibilidade de defesa, tanto adminis-trativa (auto de infração) como judi-cial (cível e penal).

Logo, se torna evidente a necessida-de do fornecedor de cana-de-açúcarem buscar a devida autorização den-

tro do prazo legal (até 02 de abril),para poder utilizar-se do fogo comométodo despalhador da cana-de-açú-car durante a safra 2008/2009, bas-tando, somente, que procure o maisrapidamente possível a CANAOES-TE para a sua devida orientação e, seporventura, persistir dúvidas a res-peito do assunto, os DepartamentosJurídico e Técnico estarão à inteiradisposição dos associados para es-clarecê-las.

Importante salientar, segundo infor-mações da Secretaria Estadual doMeio Ambiente, que o prazo para pro-tocolo não será prorrogado, razão pelaqual deve o associado procurar a CA-NAOESTE o mais rápido possível,ressaltando que esta realizará o pla-no de queima gratuitamente até o dia26.03.2008. Ressalvamos que aque-les que tiveram expansões em seuscanaviais, aquisições de propriedadespor compra ou arrendamento, dentreoutras situações, nas quais a área to-tal ou soma das áreas contíguas à se-rem colhidas na Safra 2008/2009sejam iguais ou superiores a 150 hacultivadas com cana-de-açúcar, deve-rão procurar nossos Escritórios atéo dia 29 de fevereiro de 2008, paraque possam ser agendadas visitas dostopógrafos para efetuarem as medi-ções necessárias das áreas.

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Os danos do complexoBroca-podridão

Pragas e Doenças

Como qualquer outra, a lavourade cana-de-açúcar está sujeitaao ataque de pragas e doen-

ças. Embora os programas de melhora-mento genético envidem esforços paracriar variedades resistentes às doen-ças, e elas de fato têm boa resistência,no caso de pragas é mais difícil. É ocaso da broca da cana-de-açúcar, cau-sado pelo inseto Lepidóptero Diatra-ea saccharalis. A larva desse insetoda família das borboletas se desenvol-ve no interior do colmo e daí resulta oprejuízo, que pode ser de várias for-

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Os danos do complexoBroca-podridão* Sizuo Matsuoka

mas: (1) quando o ataque se dá em plan-tas jovens o inseto danifica a região domeristema apical e então resulta a mor-te do perfilho, cujo dano se chama co-mumente de "coração morto"; (2) nafase jovem, antes de penetrar o colmoe no momento dessa penetração, o in-seto pode se alimentar dos tecidos dagema lateral da cana, danificando-a ecom isso resultando em menor númerode gemas viáveis se esta cana vir a serutilizada como muda; (3) uma vez nointerior do colmo o inseto se desenvol-ve alimentando-se dos tecidos do mes-

mo, criando umagaleria que, se aintensidade deataque é alta,muitas reunidasno mesmo colmodanificam-no to-talmente, a pon-to de secá-lo, ouquando a galeriaé circular noponto logo aci-ma do nó, que-brá-lo; (4) a par-tir da lesão notecido do colmodeixado pela lar-vinha ao pene-

trar no mesmo e, principalmente do ori-fício deixado para a saída da borboletana fase adulta, penetram no colmo doisfungos que causam podridão.

Esta última forma de dano, causa-do pelas podridões, é geralmente omaior prejuízo causado pela broca. Es-sas podridões são causadas por doisfungos. A primeira é a fusariose, podri-dão causada pelo fungo Fusarium mo-niliforme; a segunda é causada porColletotrichum falcatum, a podridãovermelha propriamente dita. Resulta doataque desses fungos a podridão dostecidos do colmo, que pode ser perce-bida facilmente pela coloração averme-lhada junto à galeria da broca. O dano

* Sizuo Matsuoka é engenheiro-agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiróz” da USP,Piracicaba, SP, com doutorado em fitopatologia pela mesma universidade. Integrante da equipe do IAA/PLANALSUCARdesde 1973 a partir de 1979 teve ativa participação na reestruturação técnica do programa de melhoramento genéticodaquela instituição, tanto em nível regional como nacional. Nesse período foram liberadas as primeiras variedades RB decana-de-açúcar em Pernambuco, São Paulo, Alagoas e Rio de Janeiro, uma das quais é hoje a mais importante variedade emnível nacional. Incorporando-se na Universidade Federal de São Carlos em 1991, após a extinção daquele órgão, chefiou oDepartamento de Bioteconologia Vegetal por duas gestões e, como coordenador do programa de melhoramento genético dacana-de-açúcar na UFSCar, trabalhou ativamente para manter e tornar mais eficiente o programa em nível regional e nacional.Nesse período liberou 19 variedades RB, muitas das quais, fazendo parte do rol das mais importantes variedades comerciaisatuais, participam da ocupação de mais de 50% de toda a área canavieira do Estado de São Paulo, além de expressivacontribuição nas demais regiões brasileiras.

Com mais de 30 anos de experiência em melhoramento genético da cana-de-açúcar é responsável pela condução doprograma de melhoramento genético da empresa. Entre suas atividades principais está a coordenação do Pólo Regional deTecnologia Nordeste onde são realizados os cruzamentos, localizado em Maceió - AL, a diagnose e orientações de controlede anomalias e doenças da cana-de-açúcar, controle fitossanitário de viveiros, inovação nos processos de seleção devariedades CV, coordenação dos testes de campo com plantas transformadas geneticamente, contatos internacionais, alémda pesquisa constante sobre formas de agregar expressiva contribuição ao setor canavieiro.

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Produção de grãoscresce 3,5 por cento

Pragas e Doenças

maior, entretanto, resulta do crescimen-to do fungo para os internódios alémdaquele onde está a broca, ou seja, coma extensão da podridão para vários in-ternódios, pode até resultar a seca emorte de todo o colmo. Os danos cita-dos até este momento se referem à par-te agrícola. Mas essa matéria prima da-nificada obviamente não é da melhorqualidade e quanto maior o ataque piorela é. Na indústria, a inversão da saca-rose causada pelos fungos é o primei-ro dano. As canas secas, no todo ouem parte, são outra forma de dano, por-que aumentam a fibra e, assim, dificul-tam a extração do caldo. O terceiro danovem do avermelhamento dos tecidos,resultado do acúmulo de fenóis, queprejudica a clarificação do açúcar.

Os danos são estimados em até0,50% da produção de açúcar para cada1% de intensidade de infestação (I.I.).I.I. significa número de internódios combroca em relação ao total de internódi-os do colmo. No caso da fabricação deálcool o prejuízo pode chegar a até0,95% para cada 1% de I.I. Percebe-sepor esses valores que o prejuízo cau-sado pelo complexo broca-podridões émuito significativo. Entretanto, essesdanos foram calculados para I.I. médi-as, ou seja, de até 10 a 15%. Como acurva de dano é um sigmóide, acima

daqueles níveis de I.I. osdanos são ainda mais altos.

Qual seria, então, a for-ma de minimizar tais danos?O foco deve ser o controleda broca. No passado, àépoca do Próalcool, foi de-senvolvido o maior e maiseficiente programa de con-trole biológico de uma pra-ga agrícola a nível mundi-al: o programa de controleda Diatraea por meio deum inimigo natural, uma vespinha in-troduzida no país e chamada naquelaépoca Apanteles flavipes, hoje, Cote-sia flavipes. O sucesso foi tanto quede I.I. médias em torno de 12 a 15% secaiu para menos de 5% e, em muitoslocais, menos do que 2%. Tanto essebem sucedido decréscimo do I.I. dabroca como a crise financeira levou àinterrupção dos programas de contro-le biológico na maioria das empresas.Hoje, com a expansão acelerada doscanaviais, especialmente em fronteirasagrícolas, tem resultado o aumento des-mesurado da infestação de broca, nãosendo incomum I.I. tão altos quanto 40a 50% e, em alguns casos, de mais de60%! Portanto, este problema está me-recendo maior e mais urgente atençãode todos os produtores.

A reestruturação dos programasde controle biológico é uma necessi-dade ante a nova realidade brasileira,porém este é um tema a merecer outradiscussão. A CanaVialis vem traba-lhando no melhoramento genéticopara obter variedades mais resisten-tes à broca. A pesquisa mais promis-sora está na área da transgenia. Umprojeto em conjunto entre Alellyx, Ca-naVialis e Monsanto foi iniciado em2007 e visa obter variedades de canageneticamente modificadas resisten-tes à broca. De quebra, estas varie-dades poderão ser resistentes tam-bém a outras pragas da cana-de-açú-car, como a broca gigante e o elasmo.Se este caminho for bem sucedido, ocontrole da broca estará definitiva-mente assegurado.

Produção de grãoscresce 3,5 por cento

O quinto levantamento da safrade grãos 2007/08, realizadopela Conab, mostra crescimen-

to de 3,5% na produção brasileira emrelação ao ciclo anterior, que pode che-gar a 136,3 milhões de toneladas. O es-tudo foi apresentado na terça-feira(12.02), em Brasília, no Ministério deAgricultura Pecuária e Abastecimento.

Em comparação à pesquisa do mêsanterior, o número é 0,4% maior (559,9mil t). A razão é a expectativa de boaprodutividade da soja e do milho 1ªsafra. A soja é líder de produção entre

Da Redação

os grãos (58,5 milhões t), seguida domilho total (53,6 milhões t) e do arroz(12 milhões t). Já o feijão 1ª safra apre-senta queda de 5,7% em relação ao mêspassado e deve ficar em 1,41 milhão t.As baixas precipitações pluviométri-cas na época de implantação da cultu-ra e a não regularidade na distribuiçãodas chuvas, nos principais estadosprodutores, motivaram a redução.

Área – A plantação total ocupa umaárea de 46,3 milhões de hectares, 0,3%maior que a da safra 2006/07. A sojateve o maior crescimento, com 0,9% a

mais (de 20,69 para 20,88 milhões ha).Há também aumento de 2 % no milho1ª safra (de 9,49 para 9,68 milhões ha) ede 1,1% no algodão (de 1,09 para 1,11milhão ha). Por outro lado, a área dofeijão 1ª safra caiu 14,7% (de 1,56 para1,33 milhão ha).

O levantamento foi realizado entreos dias 21 a 25 de janeiro, junto a repre-sentantes de cooperativas, órgãos pú-blicos e privados, agentes financeirose produtores dos estados pesquisados.

Fonte: Conab

Controle biológico: a ação da Cotesiaflavipes na broca

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Novas Tecnologias

Preços do amendoimaquecem mercado deequipamentos

Aboa fase do amendoim se re-flete nas vendas de equipa- mentos . Com uma previsão de

colheita de 232,4 mil toneladas - 184 milsó em São Paulo, Estado maior produ-tor - e com preços do grão em bonspatamares, o produtor está investindomais na mecanização.

“Com preços melhores, o produtorconseguiu investir em máquinas. Nes-ta safra, o produtor estará bem servidode equipamentos”, afirma Luiz Anto-nio Vizeu, gerente de marketing das In-dústrias Reunidas Colombo, com sedeem Pindorama e que, por meio de umade suas plantas, a MIAC, fabrica e co-mercializa máquinas para colheita deamendoim e feijão.

A Santal Equipamentos S/A, de Ri-beirão Preto, entrou no mercado de ar-rancadores de amendoim em 2004. Delá para cá, as vendas cresceram de for-ma importante. “Já vendemos quasetoda a nossa produção de arrancado-res AIA2 e o modelo AIA4 só estamosfazendo sob encomenda para a próxi-ma safra”, explica.

Para Arnaldo Adams Ribeiro Pinto,diretor-presidente da Santal, a tecnifi-cação da cultura no Brasil é irreversí-vel. Ele avalia que a saída do amendo-im da região sucroalcooleira para o cer-rado está diretamente ligada à mecani-zação. Quando usado na reforma decanaviais, a colheita do amendoim co-incide com a entressafra, período emque maior disponibilidade de mão-de-obra. No cerrado, isso não acontece e

Preços do amendoimaquecem mercado deequipamentos

Fabricantes também apostam em novas fronteiras para a culturaCristiane Barão

a redução de custos com pessoal pas-sa a ser fundamental para a competiti-vidade do agricultor.

As novas fronteiras para o amen-doim também são a aposta da MIAC.Nessas áreas, será mais fácil a inserçãode máquinas maiores, para três leiras(pavios), _ como é nos Estados Uni-dos. Nas regiões tradicionais de Ser-tãozinho, Dumont e Jaboticabal, devi-do às características das áreas cultiva-das, os equipamentos utilizados sãopara uma leira. Recentemente, a empre-sa lançou a Twin Master, recolhedoracom dois cilindros de trilha que poderecolher até três leiras.

A MIAC iniciou a produção de equi-pamentos voltados à cultura do amen-doim desde a década de 70 e hoje liderao mercado nacional de recolhedores,grande parte comercializada na regiãode Ribeirão Preto, maior produtora deamendoim. De acordo com Vizeu, a em-presa também está atenta ao mercadoexterno e já tem equipamentos nas la-vouras da Argentina, Austrália, EstadosUnidos e África do Sul. A empresa é par-ceira da Copercana e da Unesp de Jabo-ticabal em projetos que irão identificar osprincipais pontos de perdas na colheita.“Em função dos resultados, será possí-vel definir onde está o problema e traba-lhar para solucioná-lo”, disse.

Twin Master: aposta da MIAC

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Repercutiu

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“O governo da Índia deveria considerar arealização de reformas em sua política agríco-la, como converter os atuais subsídios ao açúcarem suporte ao bioetanol e bioeletricidade”.

Do presidente da UNICA (União da Indús-tria da Cana-de-Açúcar), Marcos SawayaJank, durante a Quarta Conferência do Açú-car, em Dubai, nos Emirados Árabes. Ele con-denou os subsídios que os produtores india-nos de cana recebem do governo daquele paíspara exportação de açúcar, o que está preju-dicando a competitividade do produto produ-zido no Brasil.

“Hoje, o Brasil planta três vezesmais hectares de milho do que de canae, ainda assim, temos terra suficien-te para expandir a cana-de-açúcar,sem causar problemas ambientais”.

O diretor do escritório da Uni-ca nos Estados Unidos, Joel Velas-co, apresentou estudos que compro-vam o potencial de o Brasil atenderàs demandas de Europa e EstadosUnidos, aumentando a área de cul-tivo sobre as pastagens degradadasexistentes.

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“O etanol não vai virar umacommodity se houver apenas umpaís exportador. Para a solidifica-ção do mercado mundial é necessá-rio que haja outros países produ-zindo e exportando também. Só as-sim será obtida a confiança por par-te dos países que têm pretensões deimportar o produto”.

O presidente da Empresa dePesquisa Energética (EPE), Mau-rício Tolmasquim, defende que alémda padronização do etanol e suatransformação em commodity (pro-duto negociado em bolsas de mer-cadorias), se criem condições paraque outros países, principalmenteda África e da América Central,possam também se transformar emprodutores de álcool.

O Instituto Brasileiro de Geografia eEstatística (IBGE) divulgou prognóstico so-bre a produção agrícola do Brasil na safra2008. Sobre a cana-de-açúcar, o IBGE pro-jeta uma produção de 549,606 milhões detoneladas, elevação de 6,7% na compara-ção com as 515,325 milhões de toneladasproduzidas em 2007. A ampliação da cultu-ra da cana revela o interesse, principalmen-te, no etanol e no álcool, aponta o IBGE.

Segundo o IBGE, a área a ser colhida de cana-de-açúcar na safra 2008 está estima-da em 7,131 milhões de hectares, crescimento de 86,3% em relação aos 6,706 milhõesde hectares colhidos em 2007. O rendimento médio esperado para os canaviais em2008 é de 77,072 toneladas por hectare, subindo 0,3% na comparação com as 76,845toneladas de 2007.

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BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca“GENERAL ÁLVARO

TAVARES CARMO”"DESENVOLVIMENTO E NATUREZA: ESTU-

DOS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL"

Clóvis Cavalcanti (org.)

No importante relatório de 1987, Nosso futuro comum, a Comissão Mundial sobre

Meio Ambiente e Desenvolvimento, presididapela primeira-ministra da Noruega, Gro HarlemBrundtland, lançou a idéia de desenvolvimentosustentável, a qual serviu de suporte para a ini-ciativa e as decisões concernentes à conferên-cia Rio-92. Nele, enfatiza-se que o meio ambien-te - ou melhor, a natureza - não constitui umadimensão ilimitada para aquilo que o homem oua mulher desejam fazer sobre o planeta. Tudoaquilo que ultrapassar as fronteiras ambientais,que desrespeitar as regras de regeneração e deconservação próprias da natureza termina ge-rando situações insustentáveis. Daí a necessi-dade de se pensar a organização sócio-econô-mica em termos de seus fundamentos biofísi-cos, os quais regem os termos da sustentabili-dade do desenvolvimento.

Desenvolvimento e Natureza: estudos parauma sociedade sustentável não é uma obra pan-fletária, um manifesto, uma declaração de mili-tantes ambientalistas. Aqueles que a escrevemtêm consciência do significado do ambientenatural para o homem e a mulher mas, antes detudo, querem oferecer resultados de estudos ereflexões acerca da construção de um modeloecologicamente são de sociedade - de modoque se chegue a algo que represente uma formaverdadeiramente sustentável, duradoura e res-ponsável de progresso

Os interessados em conhecer as sugestõesde leitura da Revista Canavieiros podemprocurar a Biblioteca da Canaoeste, na RuaAugusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, oupelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016

Cultura

CultivandoCultivandoCultivandoCultivandoCultivandoa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua PortuguesaEsta coluna tem a intenção de maneira didática,esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

Renata CaroneSborgia*

* Advogada e Prof.ª de Português e InglêsMestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em

Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)com Miriam M. Grisolia

PARA VOCÊ PENSAR:

“Entre o sono e o sonho/Entremim e o que em mim/ É o que mesuponho/Corre um rio sem fim”

Fernando Pessoa

“Amor é como mercúrio na mão.Deixe a mão aberta e ele perma-

necerá;Agarre-o firme e ele escapará.”

Dorohty Parker-escritora

“ Não devemos permitir que al-guém saia da nossa presença sem sesentir melhor e mais feliz”

Madre Teresa de Calcutá

1) Pedro viajará em “Janeiro” com a família.

A viagem será adiada!Pedro precisa de tempo para corrigir o erro da escrita do mês...

Dica útil e importante: nomes de meses são escritos com letras minúsculas .

Ex.: janeiro, maio, agosto, dezembro.

2) Maria saiu para encontrar as amigas. A chuva estava forte e a“enxorrada” também.

O encontro não aconteceu por causa da ENXURRADA(escrita correta).

Prezado amigo leitor, cuidado com o BUEIRO também(escrita correta) e não“boeiro”.

3) Ana foi ao supermecado. Levou a lista de compras: “xuxu”, “beringela”,“maizena”, “vajem” e “Champú”.

Ana, infelizmente, com a sua lista escrita assim não comprará nada...

Prezado amigo leitor: Português correto, com certeza, boas compras...

O correto é: chuchu, berinjela, maisena( Maizena com Z é a marca doproduto), vagem, xampu( sem acento e com x).

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Agende-seAgende-seAgende-seAgende-seAgende-seFevereiro Fevereiro Fevereiro Fevereiro Fevereiro de de de de de 20082008200820082008

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SUGAR AND ETHANOL BRAZIL 2008Data: 04 a 06 de março de 2008Local: Hotel Renaissance - Alameda Santos, 2233 – São

Paulo – SPTemática: A Conferência Sugar and Ethanol Brazil orga-

nizada pela F.O. Licht e IBC Brasil contará com a participa-ção de ilustres palestrantes que abordarão temas de granderelevância àqueles que se interessam em adquirir conheci-mento e informação com profissionais e instituições quesão referência no setor. Junte-se a nós em São Paulo e apro-veite esta oportunidade única de debater as questões queafetam esse mercado e de fazer networking com graduadosexecutivos do mundo todo.

Mais Informações: (11) 3017-6888

TENDÊNCIAS DO MERCADO E ESTRATÉGIAS DECOMERCIALIZAÇÃO PARA A SAFRA 2007-2008Data: 07 de março de 2008Local: Hotel Deville Curitiba - Rua Comendador Araújo,

99 – Curitiba – PRTemática: Os assuntos abordados serão: As Tendências

para o Mercado de Milho , por Paulo R.Molinari, Economistae Analista de SAFRAS & Mercado; As Tendências para oMercado de Carnes, por Paulo R.Molinari, Economista eAnalista de SAFRAS & Mercado; As Tendências para oMercado de Trigo, por Élcio Bento, Economista e Analista deSAFRAS & Mercado; As Tendências para o Mercado deBioenergia - Álcool e Biodiesel, por Miguel Biegai Junior,Economista e Analista de SAFRAS & Mercado; e As Ten-dências para o Mercado de Soja, por Flávio R. de FrançaJunior, Economista e Analista de SAFRAS & Mercado

Mais Informações: (51) 3224-7039

5º SILA - SEMINÁRIO INTERNACIONAL EM LOGÍSTI-CA AGROINDUSTRIAL

Data: 19 a 21 de março de 2008Local: Anfiteatro do Pavilhão de Engenharia, ESALQ –

Piracicaba – SPTemática: No 5º Seminário Internacional em Logística

Agroindustrial (SILA) que vai acontecer de 19 a 21 de marçode 2008 discutindo o tema Transporte Hidroviário (Fluvial eCabotagem) de Granéis Agrícolas, o Grupo ESALQ-LOG (Gru-po de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial) traráuma novidade: membros das diversas instituições de ensino(professores, pesquisadores, alunos) de todo o Brasil vãopoder expor seus trabalhos.A idéia do periódico é reunir ostrabalhos em uma publicação de grande alcance, documen-tando assim trabalhos de referência para os agentes e estudi-osos envolvidos em ambientes de logística agroindustrial.

Mais Informações: (19) 3429-4580

2° CONCANA - CONGRESSO INTERNACIONAL DETECNOLOGIA NA CADEIA PRODUTIVA DA CANAData: 31 de março a 03 de abril de 2008Local: Centro de Eventos ABCZ – Uberaba – MGTemática: O congresso, que tem como um dos seus

objetivos apresentar novas tecnologias e os avanços nossistemas industriais, reunirá os principais pensadores e em-presários do agronegócio do setor. O evento se tornouponto de referência na tomada de decisões para todos osprofissionais da cadeia produtiva da cana. Neste ano, arti-gos técnico-científicos relacionados ao setor sucroalcoo-leiro, serão expostos no congresso.

Mais Informações: (34) 3318-4100

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