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Proposições a partir das discussões do GT- EDUCAÇÃO ESPECIAL
do FÓRUM PARANAENSE EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA, GRATUITA E UNIVERSAL
Perspectiva Sócio-Histórica
EDUCAÇÃO ESPECIAL
No âmbito da escola comum, em todos os níveis de ensino,
e, atendimento especializado nos âmbitos de escolas especializadas e centros de atendimento interdisciplinar especializado,
articuladas com atendimento nas áreas de saúde, assistência social e trabalho,
compreendendo os respectivos recursos humanos, materiais, físicos e financeiros.
CONJUNTO DE CONDIÇÕES, DESTINADAS ÀS PNES (PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS):
NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Deficiências (visuais, auditivas, motoras, físicas, mentais, múltiplas)
Transtornos mentais: (psicoses, autismos, esquizofrenias, neuroses, quadros emocionais);
Distúrbios de aprendizagem; Dificuldades na aprendizagem; Superdotação ou altas habilidades; Situações de hospitalização longas
devidas a doenças graves.
1. Garantir a definição de políticas públicas articuladas para a PNE: educação, saúde, trabalho e assistência social, esporte, cultura e lazer.
2. Enquadrar a educação especial legalmente através de Lei Orgânica do sistema estadual de ensino, para todos os níveis.
3. Definir claramente o papel do Estado em suas respectivas esferas:
Manutenção; Controle e acompanhamento - gestão
democrática, adequada aplicação de recursos com controle social (conselhos e fóruns).
PROPOSIÇÕES PARA AEDUCAÇÃO ESPECIAL
EM RELAÇÃO AO SISTEMA:
4. Agilização do atendimento às demandas (censos, listas de espera).
5. Ampliação da oferta de atendimento especializado prioritariamente nos sistemas públicos de educação, saúde, implicando em ampliação do quadro próprio de profissionais e da rede física definidos por discussões coletivas:
Adequações curriculares e físicas. Órteses e próteses. Equipamentos específicos. Bibliotecas, salas de recursos. Laboratórios de aprendizagem, etc.
6. Transporte gratuito para a PNE, extensivo a acompanhante quando necessário, com gestão pública.
7. Dispensa de parte da jornada de trabalho para a PNE ou responsável quando dependente, para atendimento clínicos;
8. Nova configuração dos convênios, com garantia de gratuidade ao usuário, avaliação do atual modelo conveniado com a participação da sociedade através de conselhos e fóruns (verbas públicas com controle social), superando fragmentação, elitização, segregação e competitividade interinstitucional.
9. Ampliação de vagas para alunos com NEs exercida prioritariamente na rede pública, com atendimentos interdisciplinares públicos.
10. Regulamentar a terminalidade específica (Art. 59 da LDB/96) a fim de evitar formas estigmatizantes de certificação.
1. Diversificação de programas especializados prioritariamente públicos:
Avaliação diagnóstica interdisciplinar precoce.
Atendimento interdisciplinar precoce e continuado pelo tempo que for necessário para o aluno e para a família quando necessário.
EM RELAÇÃO ÀS UNIDADES ESCOLARES INTEGRADAS AOS SERVIÇOS DE SAÚDE, ASSISTÊNCIA SOCIAL,
TRABALHO, ESPORTE, CULTURA E LAZER.
2. Educação especializada na escola comum, preferentemente, ou na escola especializada, com as condições:
Número reduzido de alunos por turmas (de 15 a 17) e não mais de dois casos com necessidades especiais por turma;
Preparo do professor e demais profissionais da escola, sempre que possível prévio ao processo de inserção do aluno com necessidades especiais na escola comum;
Profissionais especializados do quadro público em cada escola- professor consultor itinerante;
Adequações curriculares, incluindo equipamentos e salas de recursos, laboratórios de aprendizagem, etc.
Centros de atendimento interdisciplinar especializado públicos, por bairro, com oferta no contra-turno da escola, geograficamente acessíveis ao aluno e à escola para garantir a integração das equipes e das famílias;
Processo contínuo de avaliação. Estrutura de trabalho – hora atividade nas
escolas nos patamares reinvindicados pela categoria (25%).
Atualização constante dos profissionais, e das propostas curriculares contemplando avanços científicos.
Formas de inserção do aluno com necessidades especiais evitando-se a adoção exclusiva de critérios cognitivos.
Encaminhamentos com inserção gradual do aluno sem avaliações classificatórias.
Programas de acordo com as características das PNEs: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, formação profissional, ensino superior.
Gestão democrática nas escolas comuns e especializadas, públicas e conveniadas = conselhos escolares.
Aprofundando alguns aspectos da proposta:
Adaptações Curriculares: Conjunto de modificações que se
realizam nos critérios e procedimentos da avaliação, atividades pedagógicas, metodologias, introduzindo recursos especiais e materiais diversificados que facilitem a aprendizagem dos alunos com NEEs, sem alterar a natureza, a dimensão e os objetivos do currículo adotado com os demais alunos.
Adaptações Curriculares- organização
Decisões no coletivo da escola com a participação de professores habilitados.
Fundamentação teórica que garanta decisões em consonância com os avanços na área.
Envolvimento das famílias no planejamento e na execução para obter uma prática não fragmentada.
Abranger os níveis material, teórico-metodológico e relacional.
Garantia dos recursos necessários por parte do Sistema, de forma ágil.
Avaliação Pedagógica Especializada
Superação do modelo de culpabilização do aluno por suas dificuldades.
Perspectiva de desenvolvimento global do aluno, sua história de vida, seu potencial de aprendizagem.
Avaliação como um processo contínuo, participativo, diagnóstico, prognóstico e investigativo.
Enfoque qualitativo abrangendo o maior número de circunstâncias envolvidas no processo ensino-aprendizagem.
Crítica ao modelo tradicional dos testes de inteligência
“O método dos testes difunde a idéia da inevitabilidade do atraso intelectual e impede assim o desenvolvimento de métodos pedagógicos diferenciados”. (LEONTIEV,1991, p.61).
“Com o auxílio dos testes pretendemos determinar o nível de desenvolvimento psico-intelectual da criança. Este modo de pensar contém a idéia de que o ensino deve orientar-se baseando-se no desenvolvimento já produzido, na etapa já superada.” (VYGOSTSKY,1991, p.13).
Alternativa à Psicometria
A inteligência do educando não é fixa nem rígida, mas pode modificar-se e reestruturar-se desde que se intervenha com programas adequados, fundamentados numa perspectiva sócio-histórica, onde as mediações sociais ampliem o potencial preservado dos processos intelectuais.
A importância da Mediatização
Busca da zona de desenvolvimento proximal em crianças vítimas de fracas interações pedagógicas e de dispedagogia (disfunções de ensino).
Influência ativa do mediatizador é determinante para a expansão do campo mental e das funções cognitivas. (FONSECA, 1998, p.69).
MODIFICABILIDADE COGNITIVA ESTRUTURAL
Filosofia introduzida por Reuven Feuerstein, combate:
Crueldade das perspectivas passivas ou tradicionais;
Frieza dos diagnósticos conclusivos. Considera a criança ou jovem com
deficiência mental (ou com dificuldade de aprendizagem) abertos à mudança. (FONSECA, 1998, p. 52).
ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA- Identificar- Diagnosticar– Observar - Intervir.
1ª- Identificação e diagnóstico.2ª - Perfil intra-individual de aquisições
básicas.3ª- Formulação de objetivos.4ª - Plano Educacional Individualizado.5ª- Implementação de programas – EAM
= Experiência de Aprendizagem Mediatizada.
6ª- Avaliação Educacional. (FONSECA, 1995, p.111-17).
PROFESSORES CONSULTORES ITINERANTES
Prestar orientações e viabilizar acesso a materiais especializados aos profissionais da escola que possua alunos com NEEs inseridos.
Mediar as demandas entre escola e sistema, agilizando os retornos, via coordenação de área.
Promover a sistematização das informações sobre os alunos atendidos.
Prestar orientações às famílias sempre que necessário.
Terminalidade Específica – At. 59, inciso II - LDB-96- necessidade urgente de rediscussão
Garantir formas de certificação não estigmatizantes.
Garantir inserção e permanência continuada do aluno com NEEs jovem ou adulto em outras modalidades de atendimento, após o término da escolarização (Trabalho, Assistência Social, Esporte, Cultura e Lazer).
Monitoramento dos encaminhamentos pelo Sistema (análise da demanda - ampliação das ofertas para adultos com NEEs).
FORMAÇÃO CONTINUADA...SEMPRE
Criação de espaços sistemáticos de estudos sobre concepções e métodos de atendimento especializado no contexto na escola, com o apoio de pesquisadores na área oriundos das Universidades ou outros contextos.
Discussões coletivas dos casos em processo de inclusão com a participação dos demais profissionais que prestam atendimento especializado continuado (CMAES, etc).