economia y sociedad

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Economía Básica

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  • UNIVERSIDADE PARANAENSE

    MANTENEDORA Associao Paranaense de Ensino e Cultura APEC

    REITOR

    Carlos Eduardo Garcia

    Vice-Reitora Executiva Neiva Pavan Machado Garcia

    Vice-Reitor Chanceler Candido Garcia

    Diretorias Executivas de Gesto Administrativa

    Diretorias Executivas de Gesto Acadmica

    Diretor Executivo de Gesto dos Assuntos Comunitrios Cssio Eugnio Garcia

    Diretora Executiva de Gesto da Cultura e da Divulgao Institucional Cludia Elaine Garcia Custodio

    Diretora Executiva de Gesto e Auditoria de Bens Materiais Permanentes e de Consumo Rosilamar de Paula Garcia

    Diretor Executivo de Gesto dos Recursos Financeiros Rui de Souza Martins

    Diretora Executiva de Gesto do Planejamento Acadmico Snia Regina da Costa Oliveira

    Diretor Executivo de Gesto das Relaes Trabalhistas Jnio Tramontin Paganini

    Diretor Executivo de Gesto dos Assuntos Jurdicos Lino Massayuki Ito

    Diretora Executiva de Gesto do Ensino Superior Maria Regina Celi de Oliveira

    Diretor Executivo de Gesto da Pesquisa e da Ps-Graduao Rgio Marcio Toesca Gimenes

    Diretor Executivo de Gesto da Extenso Universitria Adriano Augusto Martins

    Diretor Executivo de Gesto da Dinmica Universitria Jos de Oliveira Filho

    Diretorias dos Institutos Superiores das Cincias Diretora do Instituto Superior de Cincias Exatas, Agrrias, Tecnolgicas e Geocincias Giani Andra Linde Colauto

    Diretora do Ncleo dos Institutos Superiores de Cincias Humanas, Lingustica, Letras e Artes, Cincias Sociais Aplicadas e Educao Fernanda Garcia Velsquez

    Diretora do Instituto Superior de Cincias Biolgicas, Mdicas e da Sade Irinia Paulina Baretta

    Diretorias das Unidades Universitrias Diretor da Unidade de Umuarama Sede Nlvio Ourives dos Santos

    Diretor da Unidade de Toledo Roberto Ferreira Niero

    Diretora da Unidade de Guara Sandra Regina de Souza Takahashi

    Diretora da Unidade de Paranava Edwirge Vieira Franco

    Diretor da Unidade de Cianorte Jos Aparecido de Souza

    Diretor da Unidade de Cascavel Gelson Luiz Uecker

    Diretor da Unidade de Francisco Beltro Claudemir Jos de Souza

  • SEMEAD SECRETARIA ESPECIAL MULTICAMPI DE EDUCAO

    A DISTNCIA

    Secretrio Executivo Carlos Eduardo Garcia

    Coordenao Geral de EAD Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato

    Coordenador do Ncleo de Cursos Superiores nas reas de Educao, Lingustica, Letras e Artes e Cincias Humanas

    Heiji Tanaka

    Coordenador do Ncleo de Cursos Superiores da rea de Cincias Sociais Aplicadas

    Evandro Mendes Aguiar

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca da UNIPAR Reviso de Normas Bibliogrficas Ins Gemelli Diagramao e Capa Sandro Luciano Pavan * Material de uso exclusivo da Universidade Paranaense UNIPAR com todos os direitos da edio a ela reservados.

    U58e UNIPAR - Universidade Paranaense.

    Economia e sociedade / Vicente Afonso Gasparini

    ( Org.). Umuarama : Unipar, 2014. 73 f.

    ISBN: 978-85-87505-79-8

    1. Economia. 2. Ensino a distncia - EAD. I. Universidade

    Paranaense. II. Ttulo.

    (21 ed.) CDD: 330

  • SUMRIO

    ECONOMIA E SOCIEDADE

    Apresentao ....................................................................................................................... 5

    Introduo ............................................................................................................................ 9

    UNIDADE I: INTRODUO ECONOMIA ................................................... 13

    Objetivos da unidade ...................................................................................................... 13

    Contextualizao da unidade ...................................................................................... 13

    O que economia? ........................................................................................................... 14

    Reviso histrica da economia ................................................................................... 18

    So Toms de Aquino ..................................................................................................... 19

    Revoluo industrial e o sculo XVIII ...................................................................... 19

    Adam Smith ......................................................................................................................... 20

    Karl Marx ............................................................................................................................. 23

    John Maynard Keynes ..................................................................................................... 24

    Pr-requisitos para compreenso da unidade ..................................................... 27

    Atividades da unidade I ................................................................................................. 28

    Materiais bibliogrficos e livros complementares ............................................. 29

    UNIDADE II: INTRODUO ECONOMIA ................................................. 30

    Objetivos da unidade ...................................................................................................... 31

    Anlise microeconmica ............................................................................................... 34

    Estrutura de mercado ..................................................................................................... 37

    Elasticidade ......................................................................................................................... 39

    Atividades da unidade II ................................................................................................ 41

    Materiais bibliogrficos e livros complementares ............................................. 42

    UNIDADE III: CONCEITOS DE MACROECONOMIA ........................... 445

    Objetivos da unidade ...................................................................................................... 45

    Contextualizao da unidade ...................................................................................... 45

  • Atividades da unidade III .............................................................................................. 58

    UNIDADE IV: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONMICO ................................................................................................................ 601

    Os grandes desafios do mundo econmico ........................................................... 70

    Atividades da unidade IV .............................................................................................. 72

    Referncias .......................................................................................................................... 73

  • Apresentao

    Diante dos novos desafios trazidos pelo mundo contemporneo e o surgimento de

    um novo paradigma educacional frente s Tecnologias de Informao e

    Comunicao disponveis que favorecem a construo do conhecimento, a revoluo

    educacional est entre os mais pungentes, levando as universidades a assumirem a

    sua misso como instituio formadora, com competncia e comprometimento,

    optando por uma gesto mais aberta e flexvel, democratizando o conhecimento

    cientfico e tecnolgico, atravs da Educao a Distncia.

    Sendo assim, a Universidade Paranaense UNIPAR - atenta a este novo cenrio

    e buscando formar profissionais cada vez mais preparados, autnomos, criativos,

    responsveis, crticos e comprometidos com a formao de uma sociedade mais

    democrtica, vem oferecer-lhe o Ensino a Distncia, como uma opo dinmica e

    acessvel estimulando o processo de autoaprendizagem.

    Como parte deste processo e dos recursos didtico-pedaggicos do programa da

    Educao a Distncia oferecida por esta universidade, este Guia Didtico tem

    como objetivo oferecer a voc, acadmico(a), meios para que, atravs do

    autoestudo, possa construir o conhecimento e, ao mesmo tempo, refletir sobre a

    importncia dele em sua formao profissional.

    Seja bem-vindo(a) ao Programa de Educao a Distncia da UNIPAR.

    Carlos Eduardo Garcia

    Reitor

  • Seja bem-vindo caro(a) acadmico(a),

    Os cursos e/ou programas da UNIPAR, ofertados na modalidade de educao a

    distncia, so compostos de atividades de autoestudo, atividades de tutoria e

    atividades presenciais obrigatrias, os quais individualmente e no conjunto so

    planejados e organizados de forma a garantir a interatividade e o alcance dos

    objetivos pedaggicos estabelecidos em seus respectivos projetos.

    As atividades de autoestudo, de carter individual, compreendem o cumprimento

    das atividades propostas pelo professor e pelo tutor mediador, a partir de mtodos

    e prticas de ensino-aprendizagem que incorporem a mediao de recursos

    didticos organizados em diferentes suportes de informao e comunicao.

    As atividades de tutoria, tambm de carter individual, compreendem atividades

    de comunicao pessoal entre voc e o tutor mediador, que est apto a:

    esclarecer as dvidas que, no decorrer deste estudo, venham a surgir; trocar

    informaes sobre assuntos concernentes disciplina; auxili-lo na execuo das

    atividades propostas no material didtico, conforme calendrio estabelecido,

    enfim, acompanh-lo e orient-lo no que for necessrio.

    As atividades presenciais, de mbito coletivo para toda a turma, destinam-se

    obrigatoriamente realizao das avaliaes oficiais e outras atividades,

    conforme dispuser o plano de ensino da disciplina.

    Neste contexto, este Guia Didtico foi produzido a partir do esforo coletivo de

    uma equipe de profissionais multidisciplinares totalmente integrados que se

    preocupa com a construo do seu conhecimento, independente da distncia

    geogrfica que voc se encontra.

    O Programa de Educao a Distncia adotado pela UNIPAR prioriza a interatividade,

    e respeita a sua autonomia, assegurando que o conhecimento ora disponibilizado

    seja construdo e apropriado de forma que, progressivamente, novos

    comportamentos, novas atitudes e novos valores sejam desenvolvidos por voc.

  • A interatividade ser vivenciada principalmente no ambiente virtual de aprendizagem

    AVA, nele sero disponibilizados os materiais de autoestudo e as atividades de

    tutoria que possibilitaro o desenvolvimento de competncias necessrias para que

    voc se aproprie do conhecimento.

    Recomendo que durante a realizao de seu curso, voc explore os textos

    sugeridos e as indicaes de leituras, resolva s atividades propostas e participe

    dos fruns de discusso, considerando que estas atividades so fundamentais

    para o sucesso da sua aprendizagem.

    Bons estudos!

    e-@braos.

    Ana Cristina de Oliveira Cirino Codato

    Coordenadora Geral da EAD

  • Caro(a) acadmico(a),

    Este Guia Didtico composto de informaes e exerccios de anlise,

    interpretao e compreenso dos contedos programticos da disciplina de

    Economia e Sociedade do Curso de Graduao em que voc se encontra

    matriculado.

    O Guia Didtico foi elaborado por um Professor Conteudista, embasado no plano

    de ensino da disciplina, conforme os critrios estabelecidos no Projeto

    Pedaggico do Curso. Abaixo, apresentamos, resumidamente, o currculo do

    Professor Conteudista responsvel pela elaborao deste material:

    Disciplina: Economia e Sociedade

    Autor: Vicente Afonso Gasparini

    Mestre em Engenharia da Produo, pela Universidade Federal de Santa

    Catarina (2000); Especialista em Administrao da Qualidade e Produtividades

    pela Universidade Paranaense UNIPAR (1997); Graduado em Economia pela

    Universidade Paranaense UNIPAR (1990); atualmente professor da

    Universidade Paranaense UNIPAR, Campus Umuarama; Coordenador do

    Curso de Especializao - MBA em Gesto Empresarial. Tem experincia na rea

    de gesto pblica.

    Alm do professor conteudista, existe uma equipe de professores e tutores

    mediadores devidamente preparados para acompanh-lo e auxili-lo, de forma

    colaborativa, na construo de seu conhecimento.

    Bons momentos de estudos!

    e-@braos.

    Evandro Mendes Aguiar

    Coordenador do Ncleo de Cursos Superiores da rea de

    Cincias Sociais Aplicadas

  • INTRODUO

    A economia tem relao direta com o comportamento humano, o comportamento

    dos sistemas econmicos e as relaes polticas de um estado. Nesta

    circunstncia estuda-se a construo da riqueza e a letargia de algumas regies

    pelo mundo que no conseguem construir o bem estar de sua sociedade e, s

    vezes, no atendem as necessidades bsicas, como a alimentao.

    A natureza contribui para que o homem atravs do uso da cincia e da tecnologia

    busque a transformao de recursos naturais, s vezes escassos, s vezes

    abundantes, em produtos abacados ou produtos finais, para ser entregue em um

    mercado para o devido consumo, com base em uma troca na mais elementar

    forma, que a utilizao da moeda.

    Nesse contexto nasce a complexa relao entre os homens, seus produtos e

    mercados, onde aparecem os produtores, os consumidores e os mediadores,

    formados pelo sistema monetrio e as autoridades constitudas, que surgem

    como facilitadores do entendimento do sistema e sua complexidade.

    O estudo da economia e sua expanso baseiam-se nos fundamentos tericos,

    que de certa forma pode parecer algo distante, mas que deve ser considerado

    como uma necessidade para a melhoria das condies sociais e atendimento s

    necessidades humanas, de bens de consumo e bens de servios. Portanto,

    estudar economia deve ser visto como uma forma para aperfeioar os meios de

    produo, seja agrcola, industrial ou prestao de servios em modelos

    inteligentes, utilizando tcnicas avanadas e aprimoramentos intelectuais.

    Vale a pena analisar as sociedades que ao longo do tempo prosperaram seu

    meio, melhorando a qualidade de vida em vrios sentidos, utilizando modelos de

    relaes econmicas, seja produo, distribuio ou comercializao. Pode-se

    citar o Japo que, aps a derrota na segunda guerra mundial, voltou-se para si e

    reiniciou um novo tempo, criando tcnicas de produo industrial e

    desenvolvendo modelos simples, com o envolvimento de empresas, empregados

    e sociedade, em busca de alcanar um lugar ao sol em termos de relaes

    econmicas como os demais pases do mundo. Tcnicas simples como a

  • ferramenta da qualidade 5Ss, Just in time, Kanban, kaizen, utilizadas no mundo

    inteiro, inclusive pelas grandes montadoras de automveis distribudas por todos

    os cantos do mundo.

    Tem ainda na teoria o papel de desenvolver modelos macroeconmicos, com vistas

    s relaes entre os pases, pois existe todo um contexto logstico de trocas de

    produtos, reteno e liberao da moeda, e mltiplas circunstncias que envolvem o

    comportamento social e poltico de um agrupamento de pessoas. Vale uma reflexo

    sobre as diferenas entre os valores da moeda de um pas em relao a outro, ou de

    forma simples, analisar o valor da moeda dlar americano em relao as demais

    moedas do mundo e descobrir que no obra do acaso, mas sim, atitude inteligente

    e pensada, com base em fundamentos econmicos, sociais e polticos.

    Modelos econmicos no significam que tudo funciona em todos os lugares, pois

    nessa equao precisam ser considerados outros fatores relacionados ao

    comportamento social, ao ambiente, cultura formada ou adquirida, considerando

    qualidade e quantidade de recursos naturais como terra, gua e minrios. Tudo

    isso, agregado capacidade empresarial e gerencial de uma regio, definir

    efetivamente o qu e como ser a economia de uma regio.

    Fatores como a prtica e o trabalho tambm so condicionantes a serem avaliados

    dentro dos modelos econmicos, pois a forma organizada de uma sociedade

    proporcionar o resultado necessrio em termos de produo e gerao de

    empregos. Assim, pode-se dizer que o trabalho, o emprego das melhores prticas e

    o emprego das melhores tecnologias so condies que podem ser estudadas e

    utilizadas de forma premeditada para a conquista dos melhores resultados, em

    termos de produo de bens e servios e criao da riqueza material da sociedade.

    Isso fortalece a ideia de que o estudo econmico e sua prtica podem conduzir a

    uma vida melhor em termos de produo e consumo de bens e servios.

    Assim, podemos olhar a economia e sua abrangncia, seja ela interna em nvel

    de pas, a funcionalidade, a organizao geral de empresas, organizaes e

    indivduos, ou ainda a nvel internacional, considerando as relaes com a

    multiplicidade de pases e suas formas de produzir e comercializar. Para melhor

  • ilustrar essas ideias, abaixo enumeramos algumas questes que podem contribuir

    para a construo do pensamento econmico:

    A nvel nacional:

    Atendimento das necessidades bsicas da populao;

    Desafios da gerao de empregos;

    A manuteno de pleno emprego dos meios de produo;

    Indstria competitiva;

    Formao tcnica para a competitividade;

    Valorizao da moeda nacional;

    Controle de processos monetrios de riscos, como a inflao;

    Comportamento do mercado interno do pas;

    Agregao de valores nos meios econmicos de produo;

    Possibilidade de consumir bens e servios por meio da populao;

    Crescimento da economia de forma geral.

    A nvel internacional:

    A globalizao de mercados;

    A formao de blocos econmicos;

    Confrontos ideolgicos entre naes;

    A proliferao de marcas e empresas multinacionais;

    Proteo de mercados internos;

    As diferenas econmicas gritantes entre as naes;

    As crises internacionais generalizadas;

    Catstrofes e crises ambientais;

    Monopolizao de mercados e tecnologias;

    As relaes entre importaes e exportaes.

    Vale lembrar que se trata apenas de algumas circunstncias relevantes para o

    desenvolvimento e crescimento econmico, que outros fatores podem e devem

    ser considerados para uma anlise mais abrangente da economia. Lembrar que a

    economia trata-se da cincia do comportamento, incluindo a cultura vigente do

  • pas, os indivduos, os governantes, pois se trata de relaes ou um processo de

    trocas, envolvendo toda uma complexidade.

    Neste contexto, o estudo da economia leva em considerao a vida em sociedade

    tratando-se de relaes materiais que podem explicar e apontar os motivos que

    levam os homens a atitudes extremas, criando consequncias que afetam

    inclusive outros agrupamentos sociais.

    Vale lembrar que muitas guerras entre naes so motivadas por interesses

    econmicos. A formao de blocos entre pases j leva o nome de blocos

    econmicos. Portanto, em nome da economia e das relaes econmicas muito

    se joga no meio social e nas relaes locais e internacionais.

    Enfim, o estudo da economia pode ajudar apontar a causa da degradao de

    parte da humanidade constituda pela parcela pobre, como tambm apontar

    fatores e motivaes que contriburam e contribuem para a construo da riqueza.

    Indicando ainda, quais aes, sejam elas por meio dos indivduos, empresas e

    governos, podem contribuir ou no para a obteno do bem estar das sociedades.

  • UNIDADE I: INTRODUA O A ECONOMIA

    OBJETIVOS DA UNIDADE

    Os objetivos a serem alcanados na unidade so:

    Conceituar economia e estabelecer relaes entre os sistemas econmicos;

    Compreender os fundamentos econmicos, bem como a sua evoluo;

    Identificar possibilidades e alternativas de modelos para o desenvolvimento socioeconmico.

    CONTEXTUALIZAO DA UNIDADE

    Estudar economia buscar compreender as diferenas entre sociedades e agentes

    econmicos, bem como identificar alternativas que melhor se adaptam sociedade,

    levando em considerao o ambiente, seja ele fsico, disponvel na natureza, de

    comportamento e de formao cultural e as possibilidades climticas, ou seja,

    compreender tanto as interaes entre as variveis que compem a construo da

    riqueza, como tambm os meios de sobrevivncia para a humanidade.

    Levando em considerao suas necessidades, bem como cada sociedade, cada

    indivduo enxerga as formas da busca dos meios para sua sobrevivncia e consequente

    criao dos excedentes para a garantia da sobrevivncia das geraes futuras.

    Considerando as questes relacionadas, torna-se necessria uma viagem pelo

    tempo econmico, para identificar no que as pocas, o pensamento, os autores e as

    prticas econmicas contriburam para o bem estar da humanidade, bem como se a

    mesma atendeu ou deixou de atender as suas necessidades, para buscar um

    modelo ou forma que satisfaa as necessidades do presente e do futuro.

  • Para tanto, torna-se necessria a formao da base terica com vistas

    fundamentao econmica e suas variveis para sua aplicao na busca dos

    melhores desempenhos econmicos diante dos desafios e necessidades humanas.

    O QUE ECONOMIA?

    Mas o que economia? Quais os princpios e leis que a regeu? Em que ela se

    fundamenta? De acordo com Vasconcelos (2005), a palavra economia deriva do

    grego Oikonoma (de ikos, casa, nmos, lei), que significa a administrao de uma

    casa, ou do estado, e pode ser assim definida.

    Economia a cincia social que estuda como o indivduo e a sociedade decidem

    empregar recursos produtivos escassos na produo de bens e servios, de modo a

    distribu-los entre as vrias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as

    necessidades humanas.

    Essa definio contm vrios conceitos importantes, que so a base e o objeto do

    estudo da Cincia Econmica:

    Escolha;

    Escassez;

    Necessidade;

    Recursos;

    Produo;

    Distribuio.

    Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produo (mo-de-

    obra, terra, matrias-primas, dentre outros) so limitados. Por outro lado, as

    necessidades humanas so ilimitadas e sempre se renovam, por fora do prprio

    crescimento populacional e do contnuo desejo de elevao do padro de vida.

    Independentemente do grau de desenvolvimento do pas, nenhum deles dispe de

    todos os recursos necessrios para satisfazer todas as necessidades da

    coletividade.

  • Tem-se, ento, um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se s

    necessidades humanas ilimitadas.

    Em funo da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre

    alternativas de produo e de distribuio dos resultados da atividade produtiva

    entre os vrios grupos da sociedade. Essa a questo central do estudo da

    Economia: como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas as

    necessidades da populao.

    Evidentemente, se os recursos no fossem limitados, ou seja, se no existisse

    escassez, no seria necessrio estudar questes como inflao, desemprego,

    crescimento, dficit pblico, vulnerabilidade externa e outras. Mas a realidade no

    assim, e a sociedade tem de tomar decises sobre a melhor utilizao de seus

    recursos, de forma a atender ao mximo as necessidades humanas.

    Rossetti (2000) cita que a economia um estudo da Humanidade nas atividades

    correntes da vida; examina a ao individual e social em seus aspectos mais

    estreitamente ligados obteno e ao uso das condies materiais do bem-estar.

    Assim, de um lado, um estudo da riqueza; e, de outro, e mais importante, uma

    parte do estudo do homem. O carter do homem tem sido moldado por seu trabalho

    quotidiano e pelos recursos materiais que emprega, mais do que por outra influncia

    qualquer, parte, a dos ideais religiosos. Os dois grandes fatores na histria do

    mundo tm sido o religioso e o econmico.

    Aqui e ali, o ardor do esprito militar ou artstico predominou por algum tempo; mas

    as influncias religiosas e econmicas nunca foram deslocadas do primeiro plano,

    mesmo passageiramente, e quase sempre foram mais importantes do que as outras

    todas juntas.

    Vista desta forma, a economia um estudo dos homens tal como vivem, agem e

    pensam nos assuntos comuns da vida, mas diz respeito, principalmente, aos

    motivos que afetam, de modo intenso e constante, a conduo do homem no campo

    das transaes mercantis e dos negcios. E, como as transaes e seus benefcios

    so mensurveis, a economia conseguiu avanar mais que os outros ramos do

    estudo do homem; assim, como a balana de preciso do qumico torna sua

  • disciplina mais exata que outras cincias fsicas, a balana do economista, apesar

    de mais grosseira e imperfeita, deu economia uma exatido maior do que a de

    qualquer outro ramo das cincias sociais.

    Naturalmente, em termos comparativos, a economia no tem a mesma preciso das

    cincias fsicas exatas, pois ela se relaciona com as foras sutis e sempre mutveis

    da natureza humana.

    essencial notar que o economista no se arroga possibilidade de medir os motivos

    e as inclinaes humanas. Ele s o faz indiretamente, atravs de seus efeitos.

    Avalia as motivaes da ao por seus resultados, do mesmo modo como o faz o

    cidado comum, diferindo dele somente pelas maiores precaues que torna em

    esclarecer os limites de seu conhecimento. Alcana suas concluses provisrias

    pela observao da conduta humana sob certas condies, sem tentar penetrar

    questes de ordem transcendental.

    Na utilizao do conhecimento, considera os incentivos e os fins ltimos que

    levaram busca de determinadas satisfaes. As medidas econmicas dessas

    satisfaes so o ponto de partida da economia.

    Passemos, agora, a outro ponto. Quando dizemos que um resultado ou efeito

    medido pela ao que o causou, no estamos admitindo que toda ao humana

    deliberada seja resultado de um clculo econmico. As pessoas no ponderam

    previamente os resultados econmicos de cada uma de suas aes, nem todas as

    aes humanas so objeto de clculo econmico; mas o lado da vida de que a

    economia se ocupa especialmente aquele em que ocorre, com mais frequncia,

    calcular os custos e os benefcios de determinada ao ou de um empreendimento

    antes de execut-lo, e em que possvel calcular seus resultados e efeitos.

    Aqui devemos ter presente que os motivos das aes humanas no residem,

    necessariamente, apenas em benefcios materiais, economicamente mensurveis.

    Envolvidos pelas foras da concorrncia, muitos homens de negcios, por vezes,

    so estimulados mais pela expectativa de vencer seus rivais do que propriamente

    por acrescentar mais a sua prpria riqueza. Por outro lado, o desejo de obter a

    aprovao ou de evitar a censura de seus pares no meio social em que vivem,

  • podem tambm levar comumente a aes e decises de significativos efeitos

    econmicos.

    Podemos melhor ilustrar essas ideias enumerando algumas das principais questes

    estudadas pela economia, quais sejam:

    Quais as causas que afetam o consumo e a produo, a distribuio e a troca de riquezas; a organizao da indstria e do comrcio; o comrcio exterior; as relaes entre empregados e empregadores? Como estas questes so influenciadas umas pelas outras?

    Qual o alcance e a influncia da liberdade econmica? Qual sua importncia, efeitos imediatos e mais remotos? At que ponto os inconvenientes da liberdade econmica, para os que dela no se beneficiam, justificam modificaes em instituies como a propriedade e a livre empresa? Em que medida poderamos fazer essas modificaes sem enfraquecer a energia dos que promovem o progresso?

    Como deve ser distribuda a incidncia de impostos entre as diferentes classes da sociedade? Quais os empreendimentos de que a sociedade, por ela mesma, deve encarregar-se e quais os que se faro por intermdio do governo? Em que medida o governo deve regulamentar a forma como os homens de empresa dirigem seus negcios?

    Sob que aspectos diferem os deveres de uma nao em relao outra, em matria econmica, dos que tm entre si os cidados de uma mesma nao?

    Assim considerada, a economia o estudo das condies materiais da vida em

    sociedade e dos motivos que levam os homens a aes que tm consequncias

    econmicas. So seus objetos os estudos da pobreza, enquanto estudo das causas

    da degradao de uma grande parte da humanidade; das condies, motivaes e

    razes da riqueza; as aes individuais e sociais ligadas obteno do bem-estar.

    (MARSHALL, 1961).

    Portanto, para o seu entendimento sobre a conceituao da economia e obter

    informaes primrias sobre a economia e a razo de seus estudos, faz-se

    necessrio que voc leia e entenda o captulo 1, Introduo Economia, pginas 1 a

    14, do livro Fundamentos de Economia, de autores Marco S. Vasconcelos e Manuel

    E. Garcia. Na leitura sugerida, encontra-se apenas uma breve introduo; porm,

    algumas questes devem comear a ser respondidas, como:

  • Qual o conceito de economia?

    Quais os fundamentos dos problemas econmicos? Com o que e onde a economia se relaciona?

    Como pensar em um sistema econmico?

    Como dividir o estudo da economia?

    REVISO HISTRICA DA ECONOMIA

    Antes de seguir em frente, vale a pena uma breve reviso na conceituao histrica

    da economia, como ela vem sendo estruturada e os modelos seguidos pela

    sociedade, bem como as adaptaes realizadas.

    Dessa forma, vamos repensar um pouco da histria econmica; porm, antes de

    escrever sobre a histria econmica, vale a lembrana que a economia, como

    qualquer forma de organizao social, tem alguma relao com um ponto primitivo;

    neste caso, citamos o escambo para ento seguirmos.

    Escambo - conforme o Novssimo Dicionrio de Economia de Paulo Sandroni

    (2002), significa troca de bens e servios sem a intermediao do dinheiro. o

    estgio mais primitivo nas relaes de troca e caracteriza as sociedades de

    economia natural. Nas sociedades modernas, o escambo pode ressurgir em

    momentos de elevada taxa inflacionria, em que os consumidores perdem a

    confiana no papel moeda. Isso ocorreu na Alemanha depois da Segunda Guerra

    Mundial, quando o marco hiperdesvalorizado foi substitudo nas relaes de troca

    mais simples pelo caf e pelo cigarro. O escambo pode ocorrer tambm entre dois

    pases, quando suas trocas se realizam base de mercadoria por mercadoria.

    Logo aps a descoberta do Brasil, o escambo foi intensamente empregado nas

    relaes entre europeus e indgenas, para o carregamento de pau-brasil. Os ndios

    cortavam a madeira e a deixavam na praia para ser colocada nos navios e recebiam

    em troca facas, espelhos e bugigangas de fabricao europeia.

  • A conceituao do escambo tem por objetivo levar o aluno a pensar que o sistema

    econmico, dentro da sua evoluo, ajuda as sociedades nas suas relaes de

    troca, e a se organizarem a tal ponto, que a eficincia dos negcios atendam s

    suas necessidades, bem como organiza as demandas futuras.

    Com esta breve conceituao, passamos para a evoluo histrica da economia, ou

    seja, um breve relato a partir do sculo XIII, com o pensador So Toms de Aquino.

    SO TOMS DE AQUINO

    Toms de Aquino (1225-1274) - considerado e conhecido como Santo, escreveu a

    obra Suma Teolgica, com ideias sobre problemas econmicos sociais e polticos.

    Concorda com a propriedade privada, porm, defende o pensamento do bem

    comum. Em sua obra, trata tambm do comrcio e da cobrana de juros,

    escrevendo sobre a moralidade, limitando-se ao justo preo e condena o

    enriquecimento atravs dos mecanismos acima.

    Para se saber mais sobre economia, religio e mercado, So Toms de Aquino, a

    influncia teolgica na construo do pensamento econmico, sugere-se a leitura do

    captulo I - Cincia Econmica e a economia de mercado, do livro A Era do

    Economista - Fusfeld - Daniel R. 2001.

    Aps este relato do sculo XIII, vamos direto ao sculo XVIII, o qual considerado o

    perodo das revolues, mais especificamente a francesa, a intelectual, o iluminismo

    e, a que mais tem relao com a economia, a revoluo industrial, pois, ao final do

    sculo acontecia um conjunto de transformaes tecnolgicas, nascia o sistema

    manufatura com trabalho assalariado, ou seja, a partir da comeou-se a pensar nos

    processos produtivos com inovaes tecnolgicas.

    REVOLUO INDUSTRIAL E O SCULO XVIII

    Neste ponto, o aluno deve pensar que, apesar do avano com a revoluo industrial,

    consequncias surgem, pois na natureza tem a mxima de causa, efeito.

  • Portanto, vale uma reflexo sobre como est organizada hoje as cidades,

    principalmente as regies metropolitanas, as condies sociais dos trabalhadores e

    das questes do meio ambiente, que, durante o sculo XX sofrem profunda

    transformao em funo da acelerao do consumo, o uso de energia e a

    multiplicao de aparelhos e suas vrias opes.

    O final do sculo XVIII rico em desenvolvimento de tcnicas e vale destacar a

    criao de James Watt (1736-1819), a Mquina a Vapor de movimentos

    circulatrios. Seu nome foi dado unidade de potncia de energia WATT.

    A partir do final do sculo XVIII, com as descobertas, a estruturao das formas de

    pensamento e as novas formas de organizao social, a economia ganha um novo

    rumo, e o pensador sugerido Adam Smith.

    ADAM SMITH

    Adam Smith - (1723 - 1790), escocs, filsofo e professor universitrio.

    Suas Obras: Teoria dos Sentimentos Morais (1759); A Riqueza das Naes:

    investigao sobre sua natureza e suas causas (1776), obra escrita bem prxima do

    perodo da revoluo industrial. Essa obra exalta o individualismo, considerando que

    os interesses, livremente desenvolvidos, sejam guiados por uma mo invisvel.

    Considerado o pai da economia moderna, desenvolve a ideia da riqueza das naes

    em um perodo do auge da Revoluo Industrial (1776), ou o progresso de diversos

    elementos de produo, uso de mquinas, controle da energia, extrao mineral. A

    escola de Adam Smith deixa a herana do Laissez-Faire, Laissez-Passer, Deixa

    fazer, Deixa passar, uma espcie de proclamao liberdade mercadolgica.

    Conforme Daniel R. Fusfeld (2001), Adam Smith foi o mais importante economista

    liberal. O grande terico do liberalismo econmico e da poltica do laissez-faire

    considerado, hoje, o fundador da Cincia Econmica Moderna. Curiosamente,

    enquanto vivo, foi mais conhecido por seus estudos de Filosofia do que de

    Economia, exercendo pouca influncia na poltica econmica da poca. As

  • sementes de Cincia Econmica que ele plantou em vida s seriam colhidas bem

    mais tarde.

    Em 1751, foi lecionar na Universidade de Edimburgo e, no ano seguinte, tornou-se

    professor de Lgica em Glasgow, quando, repentinamente, uma oportunidade

    apareceu. A sorte parecia acompanhar o jovem professor, pois, no ano seguinte,

    tornou-se disponvel uma vaga para a cadeira de Filosofia Moral - a disciplina

    preferida de Smith - e ele foi nomeado para o cargo. Ensinava tica, tendo seu livro,

    Teoria dos Sentimentos Morais, sido publicado em 1759.

    Para o leitor moderno, a obra parece um pouco ultrapassada, mas interessante. A

    ideia fundamental que os sistemas ticos desenvolvem-se por meio de um

    processo natural a partir de relaes pessoais individuais - uma viso que reflete o

    interesse do sculo XVIII pelas leis naturais. O indivduo decide se certas aes so

    corretas ou incorretas pela observao das reaes dos outros a seu

    comportamento.

    Um consenso social desenvolve-se, ento, consolidando os padres de

    comportamento que beneficiam tanto a sociedade quanto o indivduo.

    Este processo equivale a uma teoria anterior a da ao humana orientada em

    direo ao prximo. O livro teve sucesso imediato e foi bem aceito pela intelligentsia

    da poca. A reputao de Smith aumentou e estudantes de toda a Europa vinham

    ter aulas com ele. Comeou, ento, a escrever um livro sobre Economia e a dar

    aulas sobre Polcia, Justia, Rendimentos e Armas.

    Marco Antnio S. Vasconcelos e Manuel E. Garcia (2005) escrevem, que Adam

    Smith foi considerado precursor da moderna teoria econmica, colocada como um

    conjunto cientfico sistematizado, com um corpo terico prprio. Smith j era

    renomado professor quando publicou sua obra, A Riqueza das Naes, em 1776.

    O livro um tratado muito abrangente sobre questes econmicas que vo desde as

    leis do mercado e aspectos monetrios at a distribuio do rendimento da terra,

    concluindo com um conjunto de recomendaes polticas.

    Em sua viso harmnica do mundo real, Smith acreditava que se deixasse atuar a

    livre concorrncia, uma mo invisvel levaria a sociedade perfeio. Adam Smith

  • advogava a ideia de que todos os agentes em sua busca de lucrar o mximo

    acabavam promovendo o bem-estar de toda a comunidade. como se uma mo

    invisvel orientasse todas as decises da economia, sem necessidade da atuao do

    Estado. A defesa do mercado como regulador das decises econmicas de uma

    nao traria muitos benefcios para a coletividade, independentemente da ao do

    Estado. o princpio do liberalismo.

    Seus argumentos baseavam-se na livre iniciativa, no laissez-faire. Considerava-se que

    a causa da riqueza das naes era o trabalho humano (a chamada teoria do valor-

    trabalho) e que um dos fatores decisivos para aumentar a produo era a diviso de

    trabalho, isto , os trabalhadores deveriam especializar-se em algumas tarefas.

    A aplicao desse princpio promoveu um aumento da destreza pessoal, economia

    de tempo e condies favorveis para o aperfeioamento e invento de novas

    mquinas e tcnicas.

    A ideia de Smith era clara. A produtividade decorre da diviso de trabalho, e esta,

    por sua vez, decorre da tendncia inata da troca, que, finalmente, estimulada pela

    ampliao dos mercados. Assim, necessrio ampliar os mercados e as iniciativas

    privadas para que a produtividade e a riqueza sejam incrementadas.

    Para Adam Smith, o papel do Estado na economia deveria corresponder apenas

    proteo da sociedade contra eventuais ataques e criao e manuteno de

    obras e instituies necessrias, mas no interveno nas leis de mercado e,

    consequentemente, na prtica econmica.

    O conjunto de obras de Adam Smith leva criao da escola clssica, com

    pensamentos a partir da obra A Riqueza das Naes. A escola foi fundada tambm

    por David Ricardo e se desenvolveu nos escritos Thomas Robert Malthus (1766-

    1834) e John Stuart Mill (1773-1836). Para saber mais sobre a escola clssica,

    Ricardo, Malthus e Stuart Mill, recomenda-se consultar o Novssimo Dicionrio de

    Economia Paulo Sandroni.

    Aps analisarmos as obras do sculo XVIII, a revoluo industrial, e o pensamento

    do mercado livre, avanaremos para o sculo XIX. O pensador sugerido para nosso

    estudo passa a ser Karl Marx e as doutrinas do socialismo.

  • KARL MARX

    Karl Marx (1818 - 1883), filsofo e economista alemo, o mais eminente terico do

    comunismo. Publicou violenta crtica ao capitalismo, e sua obra prima, sem dvida, O

    Capital. Desenvolveu o conceito mais valia, uma crtica explorao do trabalho,

    relacionando as formas de pagamento ao trabalhador com o trabalho realizado.

    Marx considerado o fundador da escola do pensamento econmico.

    Conforme o Novssimo Dicionrio de Economia, Paulo Sandroni, a Escola Marxista

    foi uma escola de pensamento econmico fundada por Karl Marx e Friedrich Engels

    e que consiste num conjunto de teorias econmicas (a mais-valia), filosficas (o

    materialismo dialtico), sociolgicas (o materialismo histrico) e polticas,

    desenvolvidas a partir da filosofia de Hengel, o materialismo filosfico francs do

    sculo XVIII e Economia Poltica Inglesa do incio do sculo XIX.

    A sntese dessas formulaes foi apresentada em O Capital (1867) em que, a partir

    da teoria do valor-trabalho da Escola Clssica inglesa, Marx desenvolveu o conceito

    de mais-valia como trabalho excedente, no pago, fonte do lucro, do juro e da renda

    da terra.

    A partir da teoria da mais-valia, Marx analisa o processo de acumulao de capital no

    sistema capitalista, mostrando haver uma correlao entre a crescente acumulao e

    concentrao de capital e a pauperizao do proletariado e a proletarizao da classe

    mdia, que causariam a ecloso das contradies bsicas do sistema.

    Com o advento da escola de Marx e seus pensamentos, surge o socialismo

    moderno, ou seja, uma resposta era industrial e crtica nova ordem idealizadora

    pelos economistas clssicos.

    Fusela - Daniel R., 2001, comenta o socialismo e a conjuntura da poca. Os

    acontecimentos econmicos e polticos do perodo de meio sculo, compreendido

    entre 1775 e 1825, compem o pano de fundo para a compreenso do surgimento

    do socialismo moderno.

    A Revoluo Industrial foi de suma importncia, pois proporcionou uma elevao

    considervel no padro de vida e nas oportunidades de enriquecimento das novas

  • classes mdias. Estava claro que as razes para a ocorrncia de crescimento

    econmico eram a industrializao, o investimento em capital e o aumento de

    produtividade, e que toda expanso de oportunidades de mercado multiplicava ainda

    mais as possibilidades de avano.

    Para os socialistas, no entanto, o industrialismo tinha outra face. Os operrios

    recebiam baixos salrios e, embora a remunerao nas fbricas fosse alta o

    suficiente para atrair trabalhadores do campo, o desemprego nas reas rurais fazia

    com que eles aceitassem salrios muito baixos.

    As jornadas de trabalho eram longas, uma quantidade considervel de mulheres e

    crianas era empregada em ocupaes difceis e perigosas, a disciplina da fbrica

    frequentemente era severa e rigorosa, e, em alguns locais, lojas pertencentes

    prpria fbrica beneficiavam-se de direitos exclusivos de venda aos empregados.

    Essas deficincias mostravam-se mais evidentes na primeira metade do sculo XIX,

    na Inglaterra, onde a Revoluo Industrial tivera incio.

    Aps analisarmos obras do sculo XIX, marxismo, socialismo e comunismo,

    avanaremos para o sculo XX, e o pensador sugerido John Maynard Keynes e a

    Teoria Geral do Emprego do Juro e da Moeda.

    JOHN MAYNARD KEYNES

    John Maynard Keynes (1883 - 1946), o mais celebre economista da primeira metade do

    sculo XX, publicou a obra denominada a Teoria Geral do Emprego, Juro e Moeda.

    A ideia predominante era o liberalismo e a no participao do governo na economia. O

    estado cria condies do desenvolvimento, com controle macroeconmico e realizando

    as tarefas de infraestruturas.

    Em sua obra, d-se incio moderna macroeconomia, que busca diagnosticar e

    evitar as flutuaes nos preos, produtos e emprego.

  • Na obra, Keynes agrupou inovaes:

    a) A Natureza do Equilbrio;

    b) O Horizonte de Anlise;

    c) A Eficincia do Mecanismo de Mercado;

    d) O Papel do Economista;

    e) As Funes do Governo;

    f) O Processo Dinmico de Ajuste de Quantidades e Preos.

    Na obra publica algumas questes relacionadas presena da moeda na economia;

    porm, enquanto alguns economistas estavam hipnotizados pela noo de que a

    moeda era apenas um vu sobre os fenmenos reais, outros encaravam

    fatidicamente a depresso como um castigo cclico que pune empresas e

    consumidores, pelos seus erros passados de especulao excessiva e erros na

    tomada de deciso.

    Ambas as interpretaes impediam que a verdade fosse enxergada. Os primeiros

    viam a poltica monetria com efeitos nulos nas variveis reais; os segundos, com a

    ateno voltada para explicaes microeconmicas, no percebiam o carter

    macroeconmico da questo. Consequentemente, a confuso reinante e a aparente

    irrelevncia da Teoria Clssica favoreceram a disseminao das novas ideias

    propostas na Teoria Geral.

    Keynes abalou a f cega no mecanismo de mercado como garantia do pleno

    emprego. Na Teoria Clssica, o mecanismo de preos de mercado tem duplo papel

    num sistema de decises descentralizadas: primeiro, os preos de mercado

    resumem toda a informao necessria para a coordenao das atividades

    econmicas; segundo, os preos fornecem os incentivos suficientes para gerar os

    ajustes necessrios nas quantidades.

    O equilbrio no oramento fiscal to recomendado pelos economistas clssicos seria

    outro elemento a agravar as recesses. Keynes lembra que a queda na receita de

    impostos, motivada pela retrao da renda, exige cortes nos gastos e investimentos

    pblicos, que, por sua vez, agravam a recesso. A austeridade oramentria to

  • perseguida pelos governos responsveis deveria ser encarada, na verdade, como

    um fator exacerbado das flutuaes cclicas. Um governo responsvel e consciente

    deveria preocupar-se no com o equilbrio fiscal, mas com o desemprego. Um

    dficit, desde que resultante de aumento nos gastos pblicos, seria algo desejvel

    para retirar a economia da recesso.

    A moeda tem um papel importante na Teoria Geral, vista como um fenmeno

    monetrio, a taxa de juros seria determinada pela oferta e demanda de moeda. A

    poltica monetria teria um papel crucial de manter deprimida a taxa de juros para

    estimular os investimentos privados, e, com eles, a renda e o emprego.

    Finalmente a Teoria Geral pode ser interpretada como uma mensagem contundente

    aos economistas para que abandonem o papel puramente contemplativo e

    assumam uma postura mais ativa perante os problemas macroeconmicos. Neste

    aspecto, parece que Keynes conseguiu o seu intento.

    Numa poca em que os economistas preferiam o refgio seguro do diletantismo

    acadmico ao exame dos problemas reais, Keynes notabilizou-se pela defesa de

    uma teoria econmica revolucionria, pela inabalvel confiana no seu modelo, e

    como incansvel pregador de um novo programa poltico.

    Keynes teve participao deveras na criao dos organismos internacionais que

    procuram regular as economias e sugerir regras aos pases em desenvolvimento como

    o F.M.I., Fundo Monetrio Internacional, organizao financeira internacional criada

    em 1944 e o BIRD - Banco Internacional de Reconstruo e Desenvolvimento,

    conhecido tambm como banco mundial.

    de Keynes algumas sadas clssicas para as conhecidas perguntas difceis de

    serem respondidas. No perodo em questo, foi-lhe perguntado: se houver uma

    expanso econmica, uma utilizao em massa dos recursos naturais, como ficar o

    planeta no ano 2000? Resposta do terico: at l estaremos todos mortos.

    Esta breve conceituao histrica, bem como as pesquisas sugeridas procura

    indicar que a formao do pensamento econmico segue uma espcie de lgica, ou

    seja, observa-se o ambiente e produz a obra; na sequncia, verifica-se o ambiente,

  • e estabelece-se uma crtica obra, possibilitando, ento, a produo de uma nova

    obra. Caso haja dvidas, sugere-se aos alunos consultarem tambm:

    O Novssimo Dicionrio de Economia organizado por Paulo Sandroni, nele voc poder estudar os vrios termos econmicos, bem como relacionar uma coisa com outra, pois o prprio dicionrio assim preparado, para possibilitar um entendimento sequencial dos termos econmicos;

    Introduo Economia de Jos Paschoal Rossetti, na parte I - A Compreenso da Economia, Capitulo I - A Abrangncia e as Limitaes da Economia.

    Caro aluno, caso ainda persistam suas dvidas, no vacile, entre em contato com

    seu professor tutor.

    A valia desta unidade considerar uma primeira viso da conceituao da

    economia. preciso que voc, caro aluno, tenha a compreenso de que o

    profissional das cincias aplicadas, as pessoas e a gesto empreendedora, precisa

    dos meios produtivos para descobrir quais caminhos atendero s expectativas e

    s necessidades humanas; portanto, uma considerao prvia da economia pode

    ajud-lo a compreender, interpretar as vrias ocorrncias econmicas, bem como

    construir modelos com base nos fundamentos.

    PR-REQUISITOS PARA COMPREENSO DA UNIDADE

    Compreender a economia compreender a histria da humanidade. Buscar o

    conhecimento do porqu algumas sociedades milenares sucumbiram, enquanto

    sociedades mais jovens tm um desempenho econmico satisfatrio que atende s

    expectativas sociais.

    Deve-se pensar que, ao longo da histria da humanidade, o interesse econmico

    migrou de regio para regio, de imprio para imprio, e que isto hoje imperativo

    mesmo que vivamos no chamado mundo tecnolgico.

    Entender que o homem sempre primou e sempre primar pela sua sobrevivncia e

    dos seus, independentemente das circunstncias e de que tipo de esforo torna-se

    necessrio fazer, ou seja, a luta pela sobrevivncia, a luta pelo essencial, por aquilo

  • que bsico e indispensvel para a sobrevivncia humana, este, sem dvida, o

    ponto crucial a que se deve chegar em nvel de entendimento.

    ATIVIDADES PARA COMPREENSO DO CONTEDO

    Muitas vezes, voc desejou entender por que sociedades com poucos recursos

    produtivos tm um desempenho satisfatrio e conseguem uma riqueza ou renda per

    capita bem superior a outras sociedades com mais recursos, onde a natureza foi e

    est sendo generosa e, no entanto, enfrentam problemas das mais diferentes

    naturezas e no conseguem atender s condies bsicas das pessoas.

    Pois se assim , espera-se que voc, atravs dos estudos, entenda estas

    diferenas, bem como alcance a compreenso de que a produo, a realizao, o

    atendimento das necessidades partem, em um primeiro plano, da combinao dos

    fatores.

    Assim como existem muitas coisas livres, por exemplo, o ar, existem coisas que no

    so to livres, como os recursos naturais, que, com conhecimento, desenvolvimento

    cientfico e tecnolgico, ajudam na sua utilizao, bem como nos melhores meios e

    melhores prticas para as transformaes propostas.

    Atividades da Unidade I

    1) Por que a economia no tem a preciso das cincias exatas fsicas?

    2) Pode-se dizer que o estudo da economia o estudo da riqueza ou da pobreza de uma sociedade? Por qu?

    Os setores de produo:

    Primrio Agrcola;

    Secundrio Industrial;

    Tercirio Servios.

  • 3) Teoricamente, a economia tem relao com o comportamento humano? Como?

    4) Como se pode afirmar que decises equivocadas afetam o desempenho econmico?

    5) O que justifica a ampla discusso sobre a escassez?

    6) Trabalhe com a seguinte afirmao: Para se obterem resultados satisfatrios preciso entender o homem e seu ambiente.

    Os fatores de produo: Trabalho Capital Terra Tecnologia Capacidades

    empresariais.

    7) Existe limitao para os desejos e necessidades humanas? Onde est o limite das necessidades?

    8) Qual efetivamente o problema econmico fundamental? Explique.

    9) O que se entende por sistema econmico? Em que ele se fundamenta?

    10) Nesta questo, pense e materialize como a sociedade, de um modo geral, juntamente com aquele que a governa, em face, frete aos problemas que tm relao entre si, sociais, econmicos e polticos, de alguma forma pode iniciar um estado de mudana? Como voc se insere neste contexto? Explicite sua ideia.

    MATERIAIS BIBLIOGRFICOS E LIVROS COMPLEMENTARES

    FUSFELD, Daniel R. A era do economista. So Paulo: Saraiva, 2001.

    ROSSETTI, Jos Paschoal Introduo economia. So Paulo: Atlas, 2000.

    SANDRONI, Paulo. Novssimo dicionrio de economia. 9. ed. So Paulo: Best Seller, 2002.

    VASCONCELLOS, Marco Antnio S.; GARCIA, Manuel E. Fundamentos de economia. 2. ed. So Paulo: Saraiva, 2006.

  • UNIDADE II: INTRODUA O A ECONOMIA

    OBJETIVOS DA UNIDADE

    Esta segunda unidade tem por objetivo principal chamar a ateno do acadmico

    para o mundo econmico prximo de ns, ou seja, observar se somos ou no

    capazes de ajudar no desenvolvimento local independentemente das polticas

    pblicas; portanto, o objetivo final demonstrar e entrelaar o comportamento dos

    agentes econmicos com os resultados econmicos.

    Portanto, para atingir os objetivos sugere-se estudar:

    Relao da economia com outros ramos do conhecimento social;

    Conceituao de microeconomia;

    Leis de mercado;

    Estrutura de mercado;

    Efeito elasticidade.

    Para entender e estudar economia torna-se necessria a compreenso de que a

    cincia econmica tambm comportamental; portanto, neste momento sugere-se

    um estudo a respeito da economia e os outros ramos do conhecimento social, ou

    seja, existem interaes da cincia econmica com os outros ramos cientficos. Para

    melhor entender esta inter-relao, observe a figura a seguir:

  • FIGURA 1 - Relao da economia com outros ramos do conhecimento social

    FONTE: Adaptado de Rosseti, J. P. Introduo economia. 18. ed.

    Rosseti (2000) comenta que a economia caracteriza-se como cincia social, ou seja,

    como cincia do comportamento humano.

    No Captulo I, Rosseti afirma: A cincia poltica trata das relaes entre a nao e

    o estado, ou seja, a forma de governo e a conduo dos negcios pblicos.

    A sociologia ocupa-se das relaes sociais e da organizao estrutural da

    sociedade; a Antropologia cultural volta-se para o estudo das origens e da evoluo,

    da organizao e das diferentes formas de expresso cultural do homem; a

    Psicologia ocupa-se do comportamento do homem, de suas motivaes, valores e

    estmulos; ao Direito cabe observar a preciso ditada pelos usos, costumes e

    valores da sociedade, as normas que regularo os direitos e as obrigaes

    individuais e sociais. a Economia que, como as demais reas, abrange apenas

    uma frao das cincias sociais, compete o estudo da ao econmica do homem,

    envolvendo essencialmente o processo de produo, a gerao e a apropriao da

    renda, o dispndio e a acumulao.

  • De outro lado, porque pode influir no questionamento dos princpios e das aquisies

    conceituais desses mesmos campos. E vai ainda alm, abrindo suas fronteiras

    filosofia e tica; histria e s diferentes manifestaes da religio; tecnologia e aos

    variados ramos que atualmente se ocupam do estudo do meio ambiente.

    Os economistas no tm seu trabalho limitado pelas ideias formais de uma nica

    disciplina. As filosofias polticas e os princpios ticos a que subordinam seus

    valores, suas vidas e a variada gama de suas percepes procuram explicar muitas

    coisas que ultrapassam a lgica explcita de seu trabalho profissional.

    Os problemas econmicos no tm contornos bem delineados; eles se estendem

    perceptivelmente pela poltica, pela sociologia e pela tica, assim como h questes

    polticas, sociolgicas ou ticas, que so envolvidas ou mesmo decorrentes de

    posturas econmicas. No ser exagero dizer que a resposta final s questes

    cruciais da economia encontra-se em algum outro campo, ou que a resposta a

    outras questes humanas, formalmente tratadas em outras esferas das cincias

    sociais, passar necessariamente por alguma reviso do ordenamento real da vida

    econmica ou do conhecimento econmico.

    Segundo esta concepo mais abrangente, os conflitos relacionados aos processos

    de produo, de acumulao da riqueza, de repartio, de difuso do bem-estar e

    da plena realizao do bem-comum no se limitam s solues encontradas na rea

    econmica, bem como no se encontram, isoladamente, em quaisquer outros ramos

    das cincias sociais ou em outros compartimentos do conhecimento humano.

    Cada um dos mdulos do conhecimento humano, social ou experimental, no passa

    de uma frao de um todo maior, constitudo por subconjuntos interdependentes, de

    soma unitria.

    Neste momento do estudo, queremos lhe transmitir que os resultados e

    desempenho econmico dependem da combinao de uma srie de fatores.

    Portanto, atribuir responsabilidade pelo desempenho a um determinado setor pode

    constituir em deciso errada; deve-se, dessa forma, levar em considerao as

    variveis do ambiente como um todo.

  • Logo, neste momento, queremos chamar-lhe a ateno para o desempenho e

    resultados econmicos e dizer-lhe que o sucesso de uma sociedade passa

    necessariamente pelo comportamento e desempenho individual; assim, voc, que

    est busca de aprender e desenvolver-se, parte integrante do desempenho

    social e econmico. Vale lembrar que as pessoas que tm possibilidade do

    aprendizado podem, no espao de tempo, contribuir para a melhoria em questo.

    Aos profissionais das cincias empresariais cabe o papel de procurar entender as

    variveis para agir de acordo com as necessidades do ambiente, buscar os

    melhores resultados empresariais e econmicos.

    A parte inicial da contextualizao da Unidade II deve gerar alguns questionamentos

    por parte do aluno, como, por exemplo:

    O comportamento humano afeta o desempenho econmico?

    Uma sociedade pode afirmar que tem bom desempenho econmico, mesmo com problemas de outras naturezas?

    Para a manuteno do desempenho econmico, torna-se necessria a melhoria das condies sociais e polticas da sociedade?

    As polticas pblicas devem, necessariamente, prever e trabalhar todo o contexto socioeconmico?

    Para o reforo do contedo, sugere-se a leitura do Captulo III - da obra

    Fundamentos de Economia - Marcos Antonio S. Vasconcelos e Manuel E. Garcia.

    A leitura j sugerida na unidade anterior - Introduo Economia, de Jos Paschoal

    Rossetti, na Parte I, Captulo I - A Abrangncia e as limitaes da Economia, permite

    uma melhor visualizao da existncia de interfaces.

    ANLISE MICROECONMICA

    Neste momento do estudo, vamos tratar do assunto microeconomia, que decorre

    sobre o comportamento dos agentes econmicos que atuam na base do sistema, ou

    seja, os indivduos, famlias, empresas e sua produo.

  • Assim, como anteriormente escrito, o aluno deve entender que a forma de se

    organizar e produzir dos agentes na base microeconmica reflete diretamente nos

    resultados econmicos, salvo fatores de ordem macroeconmica.

    Portanto, a macroeconomia trata do sistema como um todo, onde as unidades

    individuais no tm poder de alterao, pois considera o macroambiente.

    A microeconomia trata das questes da base do sistema econmico; logo, pode ser

    alterada pelo comportamento e desempenho individual.

    Seguindo com a microeconomia, vamos analisar:

    A estrutura de mercado;

    O comportamento do consumidor;

    O comportamento dos produtores.

    Vamos iniciar tratando de um assunto popular: A Lei da Oferta e da Procura. de

    acordo com o Novssimo Dicionrio de Economia Paulo Sandroni - A lei da oferta e

    da procura define-se como conceitos que designam a disponibilidade de bens e

    servios venda no mercado, por um lado, e sua demanda solvvel, por outro.

    A correlao entre ambas fixa o preo de mercado para o comprador num momento

    dado, constituindo uma lei da circulao mercantil. Os preos se movimentam no

    sentido inverso da oferta e no sentido direto da procura: aumentam com a

    diminuio da oferta e com o aumento da procura. A formao de monoplios

    introduz um fator deformante nessas correlaes. A lei da oferta e da procura explica

    as oscilaes dos preos no mercado, porm no sua determinao bsica, que

    dada pelo valor dos bens.

    A representao grfica da Lei da Oferta e da Procura visivelmente fcil, conforme

    segue:

    Legenda:

    PR= preo;

    QT= quantidade;

    PC= procura;

    OF= oferta.

  • Figura 2: Curva da procura

    FONTE: Elaborado pelo autor.

    Esta a tpica figura da procura, ao aluno solicita-se observar o preo, se for

    elevado, a quantidade procurada ser baixa e vice e versa.

    Figura 3 - Curva da oferta

    FONTE: Elaborado pelo autor.

    Esta a tpica figura da oferta, ao aluno solicita-se observar que, se o preo baixo,

    a quantidade ofertada baixa e, se o preo elevado, a quantidade ofertada ser

    elevada. Deve-se, portanto, observar que a curva est iniciada em P = 1 e Q = 1, ou

    seja, preo e quantidade baixa.

  • Figura 4 - Lei da oferta e procura

    FONTE: Elaborado pelo autor.

    Na figura acima, apresentamos as duas curvas oferta e procura. O ponto onde elas

    cruzam, chamamos de ponto de equilbrio, ou seja, as quantidades e os preos

    esto em equilbrio diante do mercado.

    Nesse ponto, chamamos a ateno para as prticas econmicas, lembrando que, no

    estudo microeconmico foi dado nfase ao comportamento dos agentes

    econmicos. Portanto, o estudo da oferta e procura serve para empresas

    pesquisarem quais produtos sero aceitos no mercado e qual o preo que os

    consumidores esto dispostos a pagar.

    Para melhor compreenso do equilbrio de mercado, sugere-se a leitura do Captulo V,

    Demanda, Oferta e Equilbrio de Mercado, pginas 37 a 57 do livro Fundamentos de

    Economia, de Marcos Antonio S. Vasconcelos e Manuel E. Garcia (2005).

    ESTRUTURA DE MERCADO

    Para o aluno visualizar melhor e ter compreenso da Lei da Oferta e Procura,

    estudaremos a estrutura de mercado.

    Vale de princpio dizer que alguns produtos no oferecem condies de opo para

    os consumidores, que obriga a consumir apenas de um fornecedor, constituindo os

  • monoplios, que o caso de energia eltrica, gua tratada e, em alguns casos, o

    transporte coletivo urbano. Nestes casos, constitui-se uma falha de mercado.

    Portanto h que se levar em considerao as variveis de mercado, em funo dos

    tipos de produtos, dos consumidores e sua forma de distribuio.

    De acordo com Rossetti (2000), existem nove combinaes possveis dentro da

    estrutura de mercado, conforme figura na sequncia:

    QUADRO 1 - Combinao da estrutura de mercado.

    Oferta

    Procura

    Um s vendedor

    Pequeno nmero de vendedores

    Grande nmero de vendedores

    Um s comprador

    Monoplio bilateral

    Quase monopsnio

    Monopsnio

    Pequeno nmero de

    compradores

    Quase monopsnio

    Oligoplio bilateral

    Oligopsnio

    Grande nmero de

    compradores Monoplio Oligoplio

    Concorrncia perfeita

    FONTE: Adaptado de Rosseti, J. P. Introduo economia. 18. ed.

    Na tabela, encontramos o monoplio, monopsnio, oligoplio, concorrncia perfeita;

    para o seu entendimento, de forma resumida, disponibilizamos o significado de cada

    tipo a seguir:

    Monoplio - Forma de organizao de mercado em que uma empresa a nica a

    ofertar um determinado produto. Ex.: distribuio de energia eltrica.

    Oligoplio - Forma de organizao de mercado em que poucas empresas detm o

    controle do mercado. Ex.: Indstria automobilstica.

    Monopsnio - Forma de estrutura de mercado em que existe apenas um comprador

    de determinado produto, que, em geral, trata-se de um produto primrio. Ex.:

    Indstria regional a nica que compra toda produo agrcola de um determinado

    produto.

  • Concorrncia Perfeita - Forma de estrutura de mercado, onde os consumidores

    agem livremente, trocando de fornecedores ou produtos sem dificuldade. Ex.:

    Roupas, bebidas, etc.

    Ao falar em estrutura de mercado, deve-se considerar a varivel preo final dos

    produtos, pois cada forma de organizao influencia diretamente na formao de

    preos; como exemplo, o monoplio no tem concorrente, portanto a discusso do

    preo fica restrito empresa ou setor regulador, isto um extremo.

    Noutro extremo, ocorre a concorrncia perfeita, ou o mercado livre, onde a

    concorrncia se faz presente e compradores e vendedores participam da formao

    de preos. Do lado dos vendedores, h busca de alternativas e produtos

    substitutivos, ou oferta da qualidade do produto e servios; do lado dos

    compradores, h procura por melhores preos, prazos compatveis e qualidade de

    produtos bem como alternativas de produtos substitutivos.

    Vale lembrar que em economia existe o efeito substituio, ou seja, produtos que

    os consumidores substituem facilmente, como, a carne bovina; se ocorrer uma

    elevao de preo, os consumidores substituem por carne suna, que, por sua vez,

    se acontecer uma elevao de preo, ser facilmente substituda pela carne de

    aves, que, em caso de elevao de preo, pode ser substituda por outros produtos,

    inclusive de outras origens, que no animal.

    Neste ponto, vale uma reflexo sobre a oferta de produtos, se acontecer uma baixa

    oferta de produtos, fatalmente acontecer uma elevao nos preos, gerando o

    processo inflacionrio. Aqui, vale lembrar, consequncias acontecero para a

    sociedade. Logo, o equilbrio de mercado, a oferta de produtos dentro de uma

    quantidade satisfatria, garante a funcionalidade do sistema econmico, bem como

    o bem estar das pessoas.

    ELASTICIDADE

    Para entendimento do mercado, preos e produtos, torna-se necessrio um estudo

    sobre o conceito de elasticidade.

  • Conforme o Novssimo Dicionrio de Economia, organizado por Paulo Sandroni,

    elasticidade a relao entre as diferentes quantidades de oferta e procura de

    certas mercadorias, em funo das alteraes verificadas em seus respectivos

    preos. De acordo com esse conceito, as mercadorias podem ser classificadas em

    bens de demanda inelstica, ou fracamente elsticas, e bens de demanda

    fortemente elstica. Os primeiros englobam os bens de primeira necessidade,

    indispensveis subsistncia diria da populao. O sal o mais caracterstico

    entre os bens de demanda inelstica. Consumido em pequenas quantidades, mas

    se tratando de alimento indispensvel alimentao cotidiana, as alteraes no

    preo do sal praticamente em nada afetam sua procura.

    Entre os bens de demanda inelstica, encontram-se, tambm, alguns produtos de

    luxo, utilizados pela camada mais rica da populao que continua comprando esses

    artigos, mesmo que os preos se elevem bastante. Os bens de demanda

    fortemente elstica so aqueles que no so indispensveis subsistncia da

    populao e so geralmente utilizados pelos setores mdios da sociedade.

    Selecionados cuidadosamente pelos consumidores, uma elevao do preo desses

    artigos acarreta imediata diminuio da demanda. Demanda fortemente elstica

    caracteriza, tambm, os artigos que podem ser facilmente substitudos por outros

    produtos similares. Existem duas categorias de elasticidade: 1) elasticidade perfeita,

    quando uma diminuta mudana nos preos provoca grande alterao no consumo; e

    2) elasticidade imperfeita, quando uma mudana no preo no interfere na

    quantidade do consumo.

    A elasticidade tambm pode ser definida de forma matemtica, como medida da

    fora de reao de uma grandeza econmica, tomada como varivel independente.

    Assim, a reao de uma grandeza quando a outra se altera, expressa pela

    variao relativa da varivel independente. Se duas grandezas econmicas, a e

    b, se relacionam segundo a equao b = f(a), designa-se por N a elasticidade de

    a em relao b.

    O conceito de elasticidade estendeu-se a outros campos de estudo econmico,

    passando a englobar a elasticidade de custos, a elasticidade-renda, a elasticidade

    de produo e outras. Atualmente, bastante utilizado em estudos de mercado,

  • especialmente naqueles que se preocupam com a anlise da procura, que engloba a

    elasticidade-preo, a elasticidade-renda e a elasticidade-mista.

    Ao final dessa unidade, esperamos que o aluno tenha a compreenso que o

    mercado, a oferta de produto, a gerao de empregos, os preos, de um modo

    geral, tambm dependem da interferncia dos agentes econmicos, indivduos,

    famlias, empresas; portanto, medida que o desempenho dos agentes

    econmicos melhora, o desempenho econmico tambm tende a melhorar.

    Podemos ouvir que a interferncia governamental tambm tem papel fundamental

    no desempenho econmico, que verdadeira; porm, neste ponto, estamos

    avaliando as condies microeconmicas.

    Queremos dizer ao aluno que o sistema funciona de forma agregada; medida que

    um setor ou uma rea puxa a melhoria do desempenho, outras reas e outros

    setores tambm se beneficiam.

    Dessa forma, neste ponto, todos so convidados a sonhar, construir projetos e

    empreender novos negcios, pesquisar a vocao regional, pensar no melhor

    aproveitamento dos recursos naturais e, acima de tudo, buscar o aprendizado e

    apurar as melhores tcnicas de elaborao do trabalho e estar sempre medindo o

    desempenho e buscando sempre as melhores referncias.

    Atividades da Unidade II

    Querido(a) acadmico(a), lembre-se de que voc somente ter sucesso, realmente,

    se fizer todos os exerccios propostos.

    1) Se a Economia faz interface com outras cincias, significa que podemos modificar os nveis de desenvolvimento e produo da sociedade. Diante da afirmao, escreva o que voc pensa que pode ser feito?

    2) Se a Economia se relaciona com a Psicologia e a Sociologia, e se houver um nvel de melhoria do emprego e do trabalho, partindo da mudana do comportamento, automaticamente todos ganham. Voc concorda, ou discorda? Por qu?

  • 3) Se os produtores de uma determinada regio resolverem comercializar apenas alguns tipos de produtos, abandonando outros, o que acontecer com os preos dos produtos, de um modo geral? Por qu?

    4) s vezes escutamos nos noticirios que os produtores esto distribuindo de graa ou jogando fora certos produtos. Por que isso acontece? Como isso pode ser controlado e/ou evitado?

    5) Pense e escreva: Se o nvel de conscientizao dos consumidores melhorar em termos de escolha de produtos, isso afetaria a oferta de bens e servios? Por qu? Como se d este processo? Explique.

    6) Nesta questo, vamos pensar na quantidade de produtos, ou seja, se a sociedade e os agentes econmicos, de um modo geral, melhorarem a performance dos bens e servios, trabalharem com mais capacitao humana, buscarem a melhor utilizao dos insumos e matrias primas, todos passam a ganhar, e isto reflete diretamente na oferta de bens. Voc concorda com a afirmao? Diante dos estudos da oferta e da procura, voc acha que podemos melhorar os nveis de oferta e preo? Voc acredita que novos bens e servios podem ser oferecidos? Qual seria o papel da Tecnologia?

    7) Voc concorda que o sistema econmico pode ser considerado como uma corrente em que o elo mais fraco representa o mximo da fora? Pense a respeito e expresse seu pensamento de forma concisa.

    8) O que voc julga poder fazer para mudar e/ou melhorar a performance dos resultados econmicos em nvel macroeconmico?

    9) Pelo pas existem muitos desperdcios, como em acidentes de trnsito, vandalismo, acmulo de lixo em locais imprprios, desrespeito ao direito de ir e vir dos cidados, o descumprimento de leis entre outras coisas. Pense como tudo isto afeta o desempenho econmico do pas. Pense e escreva o quanto tudo isto custa para a sociedade.

    10) Finalizando: o bem estar de uma famlia est mais na atitude ou falta de atitude da prpria famlia ou no sistema como um todo? Como voc resume isto? Existem outros agentes que participam dessa relao?

    MATERIAIS BIBLIOGRFICOS E LIVROS COMPLEMENTARES

    Para concluir essa unidade, j que estamos fechando o Captulo II da disciplina,

    sugere-se para reflexo e reforo do pensamento econmico assistir, interpretar e

    discutir o filme Tempos Modernos, de Charles Chaplim, trata-se de um clssico do

    incio do sculo XX, que retrata toda a ideia de expanso da atividade econmica,

    do homem econmico e, acima de tudo, agregar valor nas outras reas do

    conhecimento humano, como a Sociologia e a Poltica.

  • Um outro filme, A Lista de Schindler, pode ajudar a observar a agonia humana,

    busca de suas necessidades, como tambm a defesa daquilo que o homem julga

    dono, mas que, conforme a forma de agir, pode significar um custo muito elevado

    para a humanidade.

    Como bibliografia complementar recomenda-se a leitura dos Captulos 4 - Introduo

    Microeconomia, 5 - Demanda, Oferta e Equilbrio de Mercado e 7 - Estruturas de

    Mercado, do livro Fundamentos de Economia de Marco Antnio S. Vasconcelos e

    Manuel E. Garcia, Editora Saraiva, 2. ed. 2005.

  • UNIDADE III: CONCEITOS DE MACROECONOMIA

    OBJETIVOS DA UNIDADE

    Com a Unidade III, sugere-se o entendimento dos mecanismos de controle

    econmico, bem como as relaes internacionais e a necessidade de maior

    interao nos sistemas econmicos para a continuidade da evoluo do sistema,

    bem como a busca constante do atendimento das necessidades humanas.

    Neste contexto vamos avaliar:

    Inflao;

    Moeda;

    Economia positiva e normativa;

    Planejamento econmico;

    Economia fechada e aberta;

    Conceitos convencionais do PIB ao RPD.

    CONTEXTUALIZAO DA UNIDADE

    Na Unidade anterior foi apresentado um breve conceito sobre a microeconomia,

    focando a lei da oferta e da procura, como tambm a elasticidade e a estrutura de

    mercado. Para melhor compreenso e fazer com que o aluno torne-se um agente

    econmico eficaz, necessrio, antes de tudo, a compreenso de alguns conceitos

    de nvel macroeconmico.

    O objetivo no fazer compreender os efeitos macroeconmicos e as polticas

    pblicas que alteram o rumo do desempenho econmico e social, mas criar uma

    espcie de compreenso em termos do sistema e tomar decises acertadas quando

    do investimento e/ou lanamento de novos produtos, isto dentro da perspectiva do

    comportamento do sistema econmico.

  • Situaes como a inflao, as variaes do mercado financeiro, os chamados planos

    econmicos lanados pelos governos, entre outros assuntos, afetam diretamente os

    sistemas macroeconmicos e tm impacto direto no bolso dos consumidores,

    afetando, por tabela, a produo e, de forma direta, inflacionando nas curvas que

    comandam os mercados.

    Neste contexto e na sequncia dos estudos, alguns aspectos devem ser pensados,

    como:

    A inflao prejudica a sociedade?

    Com a presena da inflao complica a vida de quem compra e vende?

    E o dinheiro como fica?

    Como planejar para o futuro, com a incerteza dos preos?

    E as medidas governamentais, podem beneficiar uns e prejudicar outros?

    Estas so algumas questes entre muitas que devemos perguntar para,

    efetivamente, ter o entendimento das teorias da economia.

    Portanto, vamos iniciar estudando para compreender o fenmeno chamado inflao.

    Inflao, de acordo com o Novssimo Dicionrio de Economia, Termos Econmicos, de

    Paulo Sandroni, o aumento persistente dos preos em geral, de que resulta uma

    contnua perda do poder aquisitivo de moeda. um fenmeno monetrio, e isso coloca

    uma questo bsica: se a expanso da oferta de moeda que tem efeito inflacionrio,

    ou se ela ocorre como resposta maior demanda de moeda provocada pela inflao.

    A inflao normalmente pode resultar de fatores estruturais (inflao de custos),

    monetrios (inflao de demanda) ou de uma combinao de fatores.

    Entretanto, independentemente da causa inicial do processo de elevao dos

    preos, a inflao adquire autonomia suficiente para se autoalimentar por meio de

    reaes em cadeia (a elevao de um preo puxando a elevao de vrios outros).

    Desse modo, configura-se a chamada espiral inflacionria.

    Na ausncia de um mecanismo de correo monetria, a inflao tende a favorecer

    os devedores e especuladores, prejudicando os credores, as classes de renda fixa,

    os pensionistas e os investidores conservadores. Ela redistribui a renda entre

  • setores (por exemplo, agricultura/indstria) e/ou grupos de renda (por exemplo,

    lucros/salrios). Alm disso, a inflao tende a mudar os hbitos de consumo e a

    incentivar a aplicao em bens de valorizao garantida, mesmo com o surto

    inflacionrio (joias, imveis, etc.) E pode, ainda, estimular a queda da poupana, se

    a remunerao desta no se adaptar aos novos nveis de aumento de preos.

    Conforme se observa, o fenmeno da inflao pode ocorrer por vrios motivos,

    inclusive se houver uma queda na produo de bens e servios disponvel para a

    sociedade, gerando uma elevao de preos, prevalecendo a lei da oferta e da

    procura, ou seja, continuando a procura e diminuindo a oferta e o aumento de preo,

    o que provoca a inflao.

    Para melhor compreenso, sugere-se a leitura do Captulo 13: Inflao, pginas 184

    a 191, do livro Fundamentos da Economia, de Vasconcellos, Marco Antonio S. e

    Garcia E. Manuel, 2 ed. 2005 - Editora Saraiva.

    Nessa leitura, o aluno observar os vrios tipos de inflao que podem ocorrer, bem

    como o que provoca o processo inflacionrio. No Novssimo Dicionrio de Economia,

    Termos Econmicos, de Paulo Sandroni, encontramos os vrios tipos de inflao, o

    que serve tambm como complemento para o aprendizado do aluno.

    Aps as leituras, sugerimos ao aluno que pense na existncia de metodologias para

    medir a inflao no Brasil, se existem vrios ndices que indicam ou no a presena

    da inflao.

    O I.C.V. (ndice do custo de vida), o I.G.P. (ndice geral de preos), o I.C.A. (ndice

    de custos no atacado) e muitos outros servem como parmetros para reajustes de

    salrios e contratos.

    Deve-se, tambm, tomar cincia de que o aumento de preos e a gerao da

    inflao afeta, principalmente, o que bsico para a populao; portanto, todo ndice

    que mede o custo de vida e que reflete o aumento de salrios e contratos leva em

    considerao o custo dos produtos de necessidade bsica.

    Partindo desse princpio, o aumento de gneros alimentcios tem o maior peso,

    porque todas as pessoas precisam se alimentar; o aumento do transporte tem peso

    relativamente alto, devido s possibilidades de transporte; uma obra de arte ou

  • aumento do ingresso do cinema, pouco reflete no ndice, porque a populao pode

    passar sem consumi-los.

    Outro fator a ser considerado a moeda, ou seja, a ausncia de inflao ajuda a

    fortalecer a moeda do pas, pois, se os preos dos bens e servios sobem

    constantemente, a moeda torna-se desvalorizada, o que no interessante para o

    pas e, de um modo geral, a sociedade penalizada com os mecanismos de juros e

    correo monetria.

    Portanto, caro aluno, neste momento voc convidado a pensar na moeda

    correspondente de seu pas. No caso do Brasil, o Real (R$), e olh-la como se fosse

    uma bandeira que representa o meio de troca entre as pessoas no pas, e tambm

    medir o esforo e a produo de cada um. No entanto, o respeito pela moeda e os

    cuidados esto diretamente relacionados educao e cultura do povo.

    Vale lembrar que o controle da inflao torna-se necessrio, isto para evitar

    descontrole de toda a situao econmica. Segundo nosso estudo, torna-se

    imperativo o entendimento sobre os planos econmicos, pois existem medidas

    econmicas que so verdadeiras medidas polticas e vice e versa.

    Neste contexto, vale lembrar que existe a economia normativa e a economia

    positiva, ou seja, a economia positiva trata a realidade como ela , e a economia

    normativa considera mudanas atravs de mecanismos de controle governamental;

    Assim, consideram-se planos econmicos, a economia poltica e os chamados

    pacotes econmicos que, usualmente, os governos utilizam para acelerar o

    crescimento econmico ou acalmar os mercados financeiros.

    O final do ano de 2007 e o incio do ano de 2008 foram tpicos para esta situao,

    onde os mercados apresentaram-se apreensivos e aguardando uma posio das

    autoridades monetrias e econmicas americanas, vista a chamada crise imobiliria

    em ascenso.

    De acordo com Rosseti (2000, p. 65), a economia positiva trata a realidade como

    ela . A economia normativa considera mudanas nessa mesma realidade,

    propondo como ela deve ser. Essa diferenciao ser mais bem compreendida

    atravs de alguns exemplos. O recurso utilizado para bem fixar a diferena entre as

  • duas situaes e que a melhor, ou seja, qual proporcionar o melhor para a

    sociedade. A afirmao de que a ciso do tomo impossvel, uma proposio

    positiva que pode ser confirmada ou refutada (como de fato foi) pela cincia. J a

    afirmao de que os cientistas no devem proceder ciso do tomo uma

    proposio normativa que implica juzos ticos dependentes da posio filosfica ou

    poltica de que a formulou e que, por isso mesmo, no pode ser definitivamente

    refutada ou confirmada, uma vez que depende de juzos de valor, pessoais e

    subjetivos. A pergunta: quais so as medidas que reduzem o desemprego e quais as

    que evitam a inflao de natureza positiva?

    normativa a proposio de que devemos dar mais importncia ao desemprego do

    que inflao? A pergunta pode ser respondida, objetivamente, por esquemas

    conceituais da economia. Uma simples listagem, no hierarquizada, das diferentes

    medidas possveis, dificilmente ser objeto de controvrsias. J a proposio

    normativa e passvel de controvrsia; afinal, a proposio oposta tambm

    admissvel. Uma ou outra estar na dependncia de juzos de valor sobre questes

    direta e indiretamente envolvidas na proposio original.

    A economia descritiva e a teoria econmica situam-se, preponderantemente, no

    campo da economia positiva. A poltica econmica normativa. A figura abaixo

    ajuda a esclarecer essa distino.

    No obstante os diferentes troncos da teoria econmica estejam impregnados pelas

    ideologias subjacentes sua apario e desenvolvimento, eles buscam estabelecer

    verdades cientificamente comprovveis pelas metodologias convencionais da

    deduo e da induo. J as proposies de poltica econmica so, quanto sua

    prpria significao, normativas. Necessariamente, envolvem escolhas fundamentais

    em juzos de valor.

    Neste momento do estudo, chamamos a ateno para dizer que, do ponto de vista

    macroeconmico, a sociedade, e o pas de um modo geral, precisa de um

    planejamento econmico. Vale lembrar que o planejamento de mdio, longo e

    curto prazo; portanto, as aes econmicas e sociais, a partir do planejamento

    governamental, refletem o que ser o pas no futuro.

  • FIGURA 2 - Economia positiva e economia normativa: um esquema auxiliar

    FONTE: Adaptado de Rossetti, J. P. Introduo economia. 18. ed.

    Chamamos a vossa ateno mais uma vez para relembrar a interao econmica

    com outras reas do conhecimento da cincia, ou seja, a melhoria das condies de

    vida, bem como a qualidade, que se dar se houver uma evoluo paralela de

    todas as reas. Isto o mesmo que dizer ganhar muito e no saber investir e

    poupar, o resultado pode ser desastroso, ou seja, toda estrutura precisa de uma

    base que a sustente, este o princpio da pirmide, quanto maior for a base, mais

    elevado poder ser o topo.

    Para o melhor entendimento, vamos conceituar planejamento econmico. De acordo

    com o Novssimo Dicionrio de Economia, de Paulo Sandroni, Planejamento um

    esquema econmico em que a organizao dos fatores de produo controlada ou

  • direcionada por uma autoridade central. O esquema consiste na fixao de metas

    globais a serem atingidas pela economia em determinado perodo, com o auxlio de

    controles governamentais e em oposio a um sistema de preos.

    O princpio do planejamento econmico (que contraria a ideologia do liberalismo)

    inspirado no esquema de planificao dos pases socialistas, do qual se distingue

    por no eliminar a concorrncia entre as empresas privadas no mercado e exercer

    um controle mais normativo que imperativo. At a dcada de 1930, o planejamento

    era considerado incompatvel com a economia de mercado. Hoje, no entanto, muitas

    dessas economias utilizam o planejamento como guia de ao governamental,

    sendo relativamente comum a interveno dos Estados capitalistas na economia,

    pelo menos de forma espordica.

    John Maynard Keynes (1883-1946), considerado o pioneiro da macroeconomia, em

    suas obras demonstrou que a ao governamental necessria para evitar, ou pelo

    menos reduzir, os efeitos das crises cclicas caractersticas do capitalismo e tambm

    para manter o pleno emprego e promover o crescimento econmico.

    Outra justificativa para o planejamento econmico nos Estados capitalistas o

    investimento em certos setores ou atividades que ofeream lucro duvidoso e a longo

    prazo, pelos quais a iniciativa privada no se interesse ou para os quais no

    disponha do capital necessrio (como a construo de estradas, hidreltricas, etc.).

    O planejamento varia de acordo com as caractersticas de cada pas (estrutura

    institucional, estgio de desenvolvimento, situao histrica) e pode assumir

    diversas formas: pode simplesmente introduzir o controle de preos e de polticas

    setoriais ou, em carter mais amplo, orientar investimentos de infraestrutura

    (indstrias de base, transportes, comunicaes, etc.).

    No planejamento capitalista, o primeiro passo uma anlise ampla da economia e um

    diagnstico de seus principais problemas. Definem-se, ento, os objetivos, ou seja,

    alcance de determinados ndices de crescimento de produto e do emprego, reduo da

    inflao, distribuio de renda, aumento das exportaes, remanejamento das

    propriedades agrcolas, etc.

  • De modo geral, as tcnicas de planejamento so semelhantes quanto ao objetivo,

    mas costumam diferir segundo as metas, que so profundamente influenciadas por

    fatores poltico-sociais. Essas tcnicas refletem habitualmente a necessidade de

    expanso de alguns setores da economia (indstria pesada, indstria de

    armamentos, exportaes) considerados vitais para o desenvolvimento do pas.

    De acordo com a conceituao terica, os planos econmicos visam melhoria das

    condies econmicas bem como o bem estar da populao.

    No Novssimo Dicionrio de Economia, de Paulo Sandroni, est escrito nos verbetes

    os vrios planos econmicos, que permitem a compreenso das tentativas

    governamentais de encaminhamento da poltica macroeconmica, bem como das

    cpias de modelos de pas para p