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1º semestre | 2012 economia | negócios | investimentos mpreender 04 O Barómetro Regional da Qualidade, João d’Orey Novo Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário O exercício da atividade industrial nos Açores 23 24

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1º semestre | 2012economia | negócios | investimentos

mpreender

04O Barómetro Regional da Qualidade, João d’Orey

Novo Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário

O exercício da atividade industrial nos Açores

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índice

nota de aberturaDiretor Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade

opiniãoO Barómetro Regional da Qualidade

Águas Minerais e Recursos Geotérmicos: Um desafio para os Açores

Inspeção Regional das Atividades Económicas - uma visão interna

Cybermap: na vanguarda da inovação

espaço GETerceira alteração ao SIDER

Novo Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário

O exercício da atividade industrial nos Açores

Sistema de Apoio à Promoção de Produtos Açorianos

notícias

estatísticas

4

3

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ficha técnica

diretorArnaldo Machado editorPaulo Carreiro

propriedade Direção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade

design e paginaçãoBloco d - design e comunicação

impressãoNova Gráfica, Ld.ª

tiragem600 exemplares

contactosDireção Regional de Apoio ao Investimento e à CompetitividadePraça Gonçalo Velho Cabral, nº39500-063 Ponta Delgada, PortugalTel: 296 309 100 | Fax: 296 288 [email protected]

periodicidade Semestral

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nota de abertura

Agora que muitos se preparam para um período de repouso, a €mpreender vem, através dos seus convidados, oferecer um precioso contributo para a reflexão.

João d’Orey fala-nos da sua experiência enquanto responsável pela construção do Barómetro Regional na Qualidade (BRQ). Este investigador afirma que o BRQ pode ser um instrumento fundamental no auxílio à tomada de decisões racionais, particularmente importante numa altura como a que atravessamos, propícia a decisões precipitadas de gestão, que abandonam as abordagens testadas e com resultados comprovados.

O BRQ, implementado no âmbito da Estratégia Regional para a Qualidade, congre-ga um conjunto alargado de indicadores da Qualidade, aqui entendida no sentido amplo abrangendo igualmente os aspetos relacionados com a qualidade de vida das populações, que procuram caracterizar o estado atual da Qualidade na Região e a evolução verificada nos últimos 10 anos, obtendo igualmente informação acer-ca de como os residentes e os turistas que visitam os Açores percecionam essa mesma qualidade nas suas várias vertentes.

O especialista em geociências e hidrogeologia, José Martins Carvalho, partilha com os leitores da €mpreender as suas notas sobre a ocorrência e o desenvolvi-mento industrial de projetos nas áreas das águas minerais naturais (utilizadas no termalismo médico e na indústria das águas engarrafadas) e, também, dos recur-sos geotérmicos.

A contribuição de José Martins Carvalho centra-se nos recursos geológicos que ocorrem na Região Autónoma dos Açores, associados à natureza vulcânica das suas ilhas, que considera serem de grande importância à escala local, regional e mesmo nacional.

O Inspetor Regional das Atividades Económicas, Paulo Machado, traça o percurso da atividade inspetiva na Região e leva-nos numa viagem pelos corredores da enti-dade que dirige, com o objetivo de dar a conhecer a empreendedores e empresas os objetivos e métodos de atuação da inspeção regional.

Na entrevista deste número da €mpreender contamos com a presença de Luís Cabral de Melo. Este apaixonado pela programação de software é um exemplo cla-ro de um empreendedor. Isso mesmo compreendemos ao lermos a sua descrição dos eventos que o levaram a ser o gestor e líder da Cybermap.

As contribuições da €mpreender do 1.º semestre de 2012 permitem-nos ter uma base sólida para boas decisões, conhecer oportunidades de negócio regionais, sa-ber que regras devem as empresas respeitar e absorver inspiração e alento com o exemplo de outros. O que mais necessita para criar ou desenvolver o seu negócio?

Boas férias, bom descanso e bons negócios.

Arnaldo MachadoDiretor Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade

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A implementação do Barómetro Regional da Qualidade foi efetuada pelo INOVA – Instituto de Inovação Tecnológica dos Açores, tendo sido coadjuvado nesta tarefa pela DITS – Divisão de Inovação e Transferência dos Saberes da Universidade de Coimbra e pela empresa Qmetrics. Neste âmbito foi também constituído um Painel de Especialistas Locais, para o qual foram convidados 150 representantes de Empresas, Associações, Direções Regionais, Universidade e outros organismos dos Açores representando as 9 ilhas do arquipélago.

O modelo adotado para o BRQ (figura 1) utiliza uma lógica semelhante aos modelos de excelência organizacional (e.g.

Modelo da EFQM) e procura medir o nível de excelência da Região com base num conjunto de 100 indicadores que se agrupam em 28 dimensões de análise que por sua vez se congregam em 6 eixos (4 pertencentes à categoria de meios e dois à categoria de resultados, incluindo a satis-fação das várias partes interessadas). Este modelo para aferir a Qualidade regional pode assim ser interpretado do seguinte modo: com base numa infraestrutura de suporte à qualidade, pessoas e organizações regionais produzem produtos e prestam serviços que conduzem à satisfação de diferentes tipos de partes interessadas (residentes, colabo-radores, clientes, utentes, turistas), e se traduzem na obten-ção de um conjunto de resultados chave de desempenho.

Decidir constitui um ato de extrema importância e dele se espera que resulte o êxito. O processo de decisão depende das circunstâncias e tem sempre asso-ciado um grau de complexidade que poderá ser muito elevado em função do problema em questão e da escolha entre várias soluções alternativas, sendo a qualidade de qualquer decisão medida pelo grau de satisfação dos resultados ou objetivos que se pretendem alcançar através da solução adotada.

Embora muitas decisões sejam tomadas de forma intuitiva, a opção por uma decisão racional, obtida através uma metodologia lógica de análise, aumenta seguramente as probabilidades de sucesso obtendo-se por esta via decisões melhores, mais transparentes e consistentes. Para o efeito contribuem os co-nhecimentos prévios e a informação detida pelo decisor, que assumem grande relevância no apoio à decisão.

Numa situação de elevada complexidade e incerteza como a que atualmen-te atravessamos, espera-se que se consigam evitar decisões precipitadas de gestão que, orientadas por questões de sobrevivência, possam conduzir ao abandono ou redução significativa de abordagens sistemáticas já validadas e provadas (onde se inclui a gestão da qualidade) que constituiriam ao longo dos últimos anos fatores dinâmicos de competitividade e que seguramente continuarão a sê-lo no futuro, afirmando-se sempre como parte da solução e não do problema.

Importa pois continuar a dispor de informação relevante que contribua para a caracterização das situações na sua complexidade e ajude na racionalização das decisões.

O Barómetro Regional na Qualidade (BRQ), implementado no âmbito da Estratégia Regional para a Qualidade, congrega um conjunto alargado de in-dicadores da Qualidade, aqui entendida no sentido amplo abrangendo igual-mente os aspetos relacionados com a qualidade de vida das populações, que procuram caracterizar o estado atual da Qualidade na região, e a evolução ve-rificada nos últimos 10 anos, obtendo igualmente informação acerca de como os residentes e os turistas que visitam a região percecionam essa mesma qualidade nas suas várias vertentes.

Além do aspeto descritivo o Barómetro pretende também ser uma ferramenta fundamental no apoio à decisão no âmbito das políticas e práticas regionais no domínio da Qualidade, porquanto que, para além dos indicadores, fornece, por via da metodologia utilizada assente em modelos estruturais de equações, indicações concretas e quantificadas acerca das áreas prioritárias de atuação nos vários domínios (turismo, saúde, educação, comércio e restauração, ser-viços públicos, etc.).

O Barómetro Regional da QualidadeUma ferramenta para caracterização da qualidade nos Açores e apoio à tomada de decisões que estimulem a competitividade da Região e aumentem a satisfação dos residentes e dos turistas.

JOÃO D’ OREY

Licenciado em Engenharia Química pela Universidade de Coimbra, com pós-graduação em Six Sigma pela American Society for Quality (ASQ). Coordenou projetos de definição e implementação de Estratégias Regionais para a Qualidade e é membro da equipa que concebeu e implementou o Barómetro Regional da Qualidade.É coautor dos livros: Qualidade e Inovação (2000); Guia Interpretativo para Aplicação da Norma NP EN ISO 9001 a Instituições de Ensino e Formação (2000); Testemunhos da Qualidade em Portugal (2001); Qualidade na Indústria Agroalimentar (2001) e o Futuro da Qualidade em Portugal (2010).Membro fundador e diretor do Observatório Nacional de Recursos Humanos.

opinião

MEIOS RESULTADOS

Pessoas

Organizações

Produtos e Serviços

Infraestruturas de Suporte à Qualidade na RAA

Satisfação de Partes

Interessadas

Resultados Chave de

Desempenho

Figura 1 – Modelo do Barómetro Regional da Qualidade

O primeiro BRQ foi implementado durante o ano de 2011 e os indicadores selecionados para integrar foram de dois tipos: indicadores de desempenho, num total de 73 (reco-lhidos a partir de estatísticas existentes e reportando-se desde o ano de 2001 (ou ano mais antigo em que há dados após essa data) até ao ano mais recente onde existiam dados à data da recolha da informação); e indicadores de perceção, num total de 27 (recolhidos através de inquéritos de satisfação aos residentes e turistas, efetuados entre março e agosto de 2011).

Para a recolha dos indicadores de perceção foram constru-ídos os correspondentes instrumentos de notação e rea-lizados 2083 inquéritos (dos quais 1770 telefónicos e 313 recolhidos presencialmente).

Uma vez recolhidos todos os dados de suporte, os mesmos

foram comparados com os dados referentes a Portugal, à Região Autónoma da Madeira e outras regiões/países in-sulares da União Europeia (Ex: Canárias, Baleares, Chipre, Malta, etc.), integrados e analisados em níveis sucessivos de agregação, conduzindo a valores de desempenho ao nível de dimensões, eixos, Índice de Qualidade Regional (IQR) e Índice de Qualidade de Vida na Região (IQVR).

A conversão dos valores dos dados de suporte em níveis sucessivos de agregação, foi efetuada, com o contributo do Painel de Especialistas Locais, a partir de metodologias de agregação e categorização de níveis de desempenho, conduzindo numa primeira fase a uma conversão de valo-res para uma escala situada entre 0 e 1000 pontos, e numa segunda fase na apresentação de resultados situados en-tre 1 e 6 estrelas (à semelhança da lógica subjacente aos níveis de excelência da EFQM).

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Como súmula de toda a informação recolhida e trabalhada, foi elaborado um conjunto de 9 documentos que na sua glo-balidade constituem o Barómetro Regional da Qualidade:

1. Resultados globais;

2. Estudo de avaliação da satisfação dos utentes dos serviços da administração pública;

3. Estudo de avaliação da satisfação dos residentes com o comércio e restauração;

4. Estudo de avaliação da satisfação dos utentes dos serviços de educação;

5. Estudo de avaliação da satisfação dos utentes dos serviços de saúde;

6. Estudo de avaliação da satisfação dos residentes com o meio envolvente;

7. Estudo de atitudes e conhecimentos dos residentes sobre a Qualidade;

8. Estudo de avaliação da satisfação dos trabalhadores do setor público e privado;

9. Estudo de avaliação da satisfação dos Turistas.

Ao nível dos resultados agregados globais o Índice Regional de Qualidade referente a 2011 alcança uma pontuação de 451 pontos, o que corresponde a 4 estrelas e é considera-do, de acordo com a metodologia adotada, um Bom+ (até duzentos pontos o índice é considerado insuficiente, entre 500 e 600 pontos é considerado muito bom e acima de 600 pontos é considerado excelente).

Figura 2 – Índice Regional da Qualidade 2011

Este resultado agregado reflete a média ponderada dos vá-rios indicadores, dimensões e eixos, e a sua análise desdo-brada permite identificar os aspetos onde existe já um grau considerável de excelência e aqueles onde isso ainda não se verifica.

A informação compilada e os estudos efetuados no âmbito do Barómetro Regional da Qualidade constituem, em nos-so entender, um instrumento valioso para o apoio às polí-ticas públicas e práticas organizacionais de promoção da qualidade na Região Autónoma dos Açores porquanto que, para além da caracterização da situação atual, identifica um conjunto de indicadores de intervenção prioritária que, cor-retamente intervencionados, contribuirão para um aumento

da satisfação dos clientes/utentes dos serviços de saúde, administração pública, educação, comércio e restauração, para uma maior satisfação no trabalho e também para um aumento global da satisfação dos residentes e dos turistas e visitantes com a Região no seu todo.

Ao nível mundial a Qualidade apresenta-se como uma dis-ciplina madura de gestão e dispõe um leque abrangente de ferramentas e metodologias testadas, validadas e com créditos firmados na produção resultados relevantes. Estas ferramentas e metodologias são de fácil acesso e aplicação e não requerem investimentos avultados pelo que a aposta na Qualidade continua a ser um caminho a seguir (veja-se a título de exemplo crescimento exponencial que tem tido na China a aplicação de metodologias e referenciais da qualida-de, não só ao nível da conformidade de produtos e sistemas mas também em questões que se prendem com o estudo das necessidades, da satisfação e da lealdade dos clientes).

No caso dos Açores afigura-se como fator distintivo, neste âmbito, o dispor de uma ferramenta que permite não só monitorizar o estado atual da qualidade na região como também identificar domínios de atuação prioritária no senti-do de se aumentarem os níveis de satisfação das várias par-tes interessadas e os índices globais de qualidade. O BRQ constitui, portanto, um poderoso instrumento de apoio à tomada de decisões que conduzam ao reforço deste impor-tante fator de competitividade, que é a Qualidade, e a uma Região melhor e mais aprazível para os que nela vivem e para aqueles que a visitam.

Ao nível mundial a Qualidade

apresenta-se como uma

disciplina madura de gestão e

dispõe um leque abrangente

de ferramentas e metodologias

testadas, validadas e com

créditos firmados na produção

resultados relevantes. Estas

ferramentas e metodologias

são de fácil acesso e aplicação

e não requerem investimentos

avultados pelo que a aposta na

Qualidade continua a ser um

caminho a seguir

JOSÉ MARTINS CARVALHO

Licenciado em Ciências Geológicas, (Universidade do Porto, 1966) e doutorado em Geociências-Hidrogeologia Aplicada) (Universidade de Aveiro, 2006), é Professor Coordenador no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP-IPP) e membro da Unidade de Investigação GeoBioTec, da Universidade de Aveiro, financiada pela FCT.Orientador e participação em júris de cerca de uma dezena de teses de mestrado e de doutoramento na Universidade do Porto, Universidade de Coimbra e ISEP/IPP;Autor consagrado, é sócio gerente de TARH-Terra, Ambiente e Recursos Hídricos, Lda e consultor da EDP, da EDA, do INOVA, da NESTLÉ e da REFRIGE (Coca Cola), dentre outras entidades, em temas de hidrogeologia e recursos hidrominerais e geotérmicos.Com mais de 40 anos de experiência como hidrogeólogo profissional em várias regiões do Mundo (Europa, África, América Latina, Médio Oriente e Macau), foi pioneiro da geotermia industrial em Portugal, com os projetos da Base Aérea do Lumiar (BALUM) em Lisboa, Chaves e São Pedro do Sul.

Na Região Autónoma dos Açores ocorrem recursos geológicos de grande im-portância à escala local, regional e mesmo nacional, associados à natureza vul-cânica das suas ilhas. As presentes notas e reflexões referem-se à ocorrência e ao desenvolvimento industrial de projetos nas áreas das águas minerais na-turais (utilizadas no termalismo médico e na industria das águas engarrafadas) e, também, dos recursos geotérmicos.

1. Águas minerais nos Açores

A atividade vulcânica e sismotectónica associada à edificação das ilhas dos Açores são os factores responsáveis pela ocorrência de numerosas nascentes termais e fumarolas, evidenciando a existência de potencial geotérmico, no-meadamente nas ilhas de S. Miguel, Terceira, Faial, Graciosa e Flores.

Algumas das nascentes termais têm sido aproveitadas para balneoterapia des-de o século XIX, existindo, atualmente, vários estabelecimentos termais em laboração: as Termas da Ferraria (águas termais ocorrendo em fajã formada por escoadas lávicas basálticas, s.l., que integra o Complexo Vulcânico das Sete Cidades), as Termas do Carapacho, no Vulcão da Caldeira da ilha Graciosa e os “Banhos da Coroa” nas Caldeiras da Ribeira Grande, no Vulcão do Fogo, na ilha de S. Miguel. As Termas do Varadouro na ilha do Faial funcionaram regu-larmente até há poucos anos mas estão eatualmente descativadas o mesmo acontecendo com as Termas das Furnas, no vulcão com o mesmo nome (ilha de S. Miguel).

Outras nascentes termais entraram no imaginário colectivo, como a Caldeira Velha, a nascente Terra Nostra (vulgarmente conhecida como “Poça da Dona Beija”), etc., sem que jamais o recurso tenha sido reconhecido formalmente como água mineral, ou mineromedicinal, ou (a partir de 1990) como água mi-neral natural.

Mais recentemente, alguns furos de pesquisa de água localizaram manifesta-ções de águas quentes que, em circunstâncias favoráveis de procura poderiam ser integradas no domínio das águas minerais ou dos recursos geotérmicos: é o caso das pesquisas de Capelo (Ilha do Faial) e Posto Santo (Ilha Terceira).

No total os investigadores que se têm ocupado deste tema inventariaram nas atrás referidas cinco ilhas mais de 30 manifestações de águas passíveis de utilização em termalismo.

Para além da utilização da água mineral natural, nas termas aplicam-se pe-lóides, geralmente obtidos a partir de argilas maturadas na água mineral. Investigações da Universidade de Aveiro têm mostrado a grande riqueza e

Águas Minerais e Recursos Geotérmicos:

Um desafio para os Açores

opinião

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diversidade destes produtos naturais dos Açores, cada vez mais procurados na prática termal.

É, então, um lugar-comum dizer-se que a riqueza dos Açores em águas minerais é muito grande. Contudo essa abundância de recurso não tem sido acompanhada por de-senvolvimento significativo de estabelecimentos termais e essa dificuldade prende-se fundamentalmente com a na-tureza ultraperiférica do arquipélago que inibe a procura.

Presentemente nos Açores apenas são engarrafadas duas águas, a gasocarbónica Magnificat (antiga Serra do Trigo) e a água de nascente Gloria Patri, ambas na Ilha de S. Miguel.

A prestigiada Água das Lombadas, água gasocarbónica muito equilibrada, de prestígio que ultrapassa o âmbito europeu, continua com a exploração abandonada, apesar dos esforços do Governo Regional que há vários anos pro-cura uma solução sustentada. Esta situação é o espelho da dificuldade em lançar no mercado recursos de reconhe-cida qualidade, mas em que os problemas de financiamen-to, ambientais, logísticos e de marketing são ciclópicos.

2. Enquadramento institucional dos recursos hidromi-nerais e geotérmicos e aplicações

Águas minerais são, na óptica do especialista das águas subterrâneas, as que, por qualquer especificidade físico--química, se distinguem das águas “normais” de uma dada região.

Os caracteres distintivos mais frequentes das águas mine-rais são a mineralização (total ou de iões característicos) e/ou a temperatura elevadas.

Quando a característica distintiva é a temperatura, a água recebe a designação de termal.

A nível da Hidrologia Médica, é corrente chamar-se água termal a qualquer uma – ainda que fria na origem ou mes-mo semelhante, do ponto de vista físico-químico, às águas típicas da região – desde que seja utilizada em balneários termais para fins terapêuticos ou práticas de bem-estar.

O critério da composição química levou a que nos paí-ses europeus de cultura germânica o conceito de água mineral seja conotado com elevada mineralização. Nos países latinos prevaleceram os aspectos ligados à utili-zação balneoterápica tendo no passado sido considera-das como minerais (ou melhor mineromedicinais) águas de baixa mineralização. Foi neste contexto que em Portugal, graças às propriedades terapêuticas supostas ou inferidas à luz dos critérios da época, foram conside-radas como minerais águas semelhantes às “normais” da região.

Até 1990 em Portugal o conceito de água mineral esta-va estreitamente ligado ao de água mineromedicinal. Era assim com a primeira legislação Portuguesa de águas mi-nerais (Decreto de 1892 inserido no Diário do Governo n.º 225 de 5 de Outubro, Decreto 5787-F de 10 de Maio de 1919 e Decreto-Lei 15401 inserido no Diário do Governo de 20 de Abril de 1928). Nesta matéria, foi seguida a tradição dos países mediterrânicos que se opõe à dos países do Norte da Europa e dos Estados Unidos da América onde o conceito de água mineral está ligado, essencialmente, a elevadas mineralizações da água, como já foi referido. A catual legislação comunitária, conforme foi anteriormente exposto, tenta conciliar as duas tendências.

De acordo com a legislação portuguesa que segue, com subtis diferenças, pensamos que resultantes de proble-mas de tradução, a regulamentação comunitária, recursos hidrominerais são as águas que têm interesse económi-co devido às suas características físico-químicas, estando incluídas nesta categoria as águas minerais naturais e as águas minero-industriais (artigo 3º do Decreto-Lei 90/90 de 16 de Março relativo aos recursos geológicos).

Conforme o Decreto-Lei 90/90 de 16 de Março, uma água mineral natural é definida como bacteriologicamente pró-pria, de circulação profunda, com particularidades físico--químicas estáveis na origem dentro da gama de flutua-ções naturais, de que resultam propriedades terapêuticas ou simplesmente efeitos favoráveis à saúde.

O Decreto-Lei 156/98 de 06 de Junho veio alterar de for-ma substancial a definição anterior de água mineral natural no que respeita às que são destinadas a engarrafamen-to: água mineral natural passa a ser entendida (artigo 2º) como água de circulação subterrânea, considerada bacte-riologicamente própria, com características físico-químicas estáveis na origem, dentro da gama de flutuações naturais, de que podem eventualmente resultar efeitos favoráveis à saúde e que se distingue da água de beber comum: (i) pela sua pureza original; (ii) pela sua natureza, caracteriza-da pelo teor de substâncias minerais, oligoelementos ou outros constituintes.

Algumas águas minerais naturais podem simultaneamen-te constituir recursos geotérmicos, regulamentados pelos LeiDecreto-Lei 87/90 e 90/90 de 16 de Março: “recursos geotérmicos são os fluidos e as formações geológicas do subsolo, de temperatura elevada, cujo calor seja susceptí-vel de aproveitamento”.

Segundo a mesma legislação, águas minero-industriais são águas naturais, subterrâneas, que permitem a extração económica de substâncias nelas contidas.

Investigações conduzidas recentemente pelo INOVA no âmbito do rojectoProjeto TERMAZ confirmam que nos Açores existem águas minerais (e g Caldeiras da Ribeira Grande), lamas termais e ainda os efluentes das centrais geotérmicas das quais se poderá fazer uso para aplicações dermo-cosméticas, o que a acontecer implicará a qualifica-ção desses recursos na categoria de águas minero-indus-triais, sem prejuízo da sua utilização como água mineral natural ou como recurso geotérmico.

Está muito avançado nos Açores o conhecimento vul-canológico e hidrogeológico das nascentes termais (Universidade dos Açores e INOVA, com forte apoio do Governo Regional). Neste contexto, e genericamente, os Projetos “ÁGUAS QUENTES” do INOVA, continuados pelo Projeto TERMAZ ainda em curso, visam encarar a questão do desenvolvimento sustentado destes recursos de forma concertada e, se possível, em cascata térmica, conside-rando questões associadas ao recurso hidrogeológico, aos utilizadores e à preservação ambiental.

Na atual conjuntura, o fator recurso não é inibidor do lan-çamento de projetos no domínio destes recursos geoló-gicos: a análise dos cenários do respectivo desenvolvi-mento considerando a tipologia, a distribuição e o perfil dos consumidores, os constrangimentos ambientais e o enquadramento sociológico e económico terão de ser

levados muito a sério para que possa surgir crescimento sustentado neste sector.

No domínio das águas engarrafadas haverá que referir, ain-da, as águas de nascente que, de acordo com os Decreto-Lei 84/90 e 90/90 de 16 de Março, são “águas subterrâne-as naturais que se não integrem no conceito de recursos hidrominerais, desde que na origem se conservem pró-prias para beber”. Ao contrário dos recursos hidromine-rais – que pertencem ao domínio público do Estado – as águas de nascente são do domínio privado.

As águas de nascente na União Europeia (e as águas mi-nerais naturais para utilização em estâncias termais ou na industria do engarrafamento) não têm de ser captadas em nascentes: o recurso geológico água mineral natural ou água de nascente, pode ser obtido não importa por que tipo de captação, desde que satisfaça os requisitos supra indicados.

3. Factores diferenciadores das águas minerais em ter-malismo e na indústria do engarrafamento

No termalismo médico convergem atividades, ligadas à balneoterapia, hidroterapia e balneologia, supervisionadas pelo médico, Diretor Clínico da estância termal. Estas prá-ticas terapêuticas têm valor acrescentado do ponto de vis-ta do utilizador, porque nelas é usada água mineral natural disponibilizada à direção clinica sob a responsabilidade do Diretor Técnico de Exploração da concessão, profissional que, por lei, tem um perfil de especialista em geologia.

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os investigadores que se

têm ocupado deste tema

inventariaram nas atrás

referidas cinco ilhas mais de

30 manifestações de águas

passíveis de utilização em

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Portanto, nos balneários termais o recurso hidromineral, a água termal, é usado como medicamento em práticas mé-dicas, produto com forte valor acrescentado nas práticas de bem-estar. Ao Diretor Técnico de Exploração da con-cessão compete a supervisão de todas as atividades liga-das à disponibilização do recurso até ao Balneário Termal, de modo a acautelar a respectiva perenidade qualitativa e quantitativa.

Até há poucos anos as termas clássicas dominavam o pa-norama nacional da utilização da água para fins terapêuti-cos e de bem-estar; porém, a disseminação indiscriminada dos “spa” e a concorrência da talassoterapia têm obrigado as termas a reposicionar-se no mercado, tentando manter a clientela tradicional e captar camadas mais jovens que buscam a evasão, o contacto com a natureza e as práticas de bem-estar.

As águas minerais naturais, incluindo as engarrafadas, dis-tinguem-se das águas “normais” para consumo humano por três factores diferenciadores: (i) são naturais no senti-do de que não podem sofrer tratamentos que lhe alterem a estrutura físico-química e microbiológica original, (ii) são obrigatoriamente de origem subterrânea, isto é, provêm de aquíferos, unidades fundamentais da hidrogeologia e da gestão do espaço subterrâneo, e (iii) apresentam carac-terísticas físico-químicas constantes.

Note-se que na definição proposta pelos Decreto-Lei 86/90 de 16 de Março e 156/98 de 06 de Junho é enfatiza-do o facto da água mineral natural ter de estar bacteriolo-gicamente própria na origem e não poder sofrer qualquer

tratamento posterior até ao consumidor. Este aspecto foi posteriormente revisto pelo Decreto-Lei 72/04 de 25 de Março, sendo agora autorizado o tratamento com ar en-riquecido com ozono, tendo de haver no rótulo menção expressa da intervenção realizada.

O valor acrescentado das águas minerais naturais, quando utilizadas em termas e/ou na indústria da água engarra-fada, em relação às águas comuns é consagrado na lei, sendo considerados bens do domínio publico do Estado, tuteladas, no caso dos Açores, pela Secretaria Regional da Economia. As águas “normais”, como as que são usa-das no consumo público, estão sob a tutela da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.

Quando se aborda a questão da qualificação da água engar-rafada, uma leitura lógica da definição administrativa, eco-nómica, de água mineral natural sugere que uma grande característica distintiva deste recurso geológico, em relação às águas “normais” e às águas de nascente, é a ocorrência de “características físico-químicas constantes”, ainda assim “dentro da gama das flutuações naturais”. Por isso, tendo em conta a evolução da procura, não espanta que existam atualmente em Portugal águas minerais naturais com mi-neralizações totais variando entre 30 e 3500 mg/l. A própria líder do mercado de águas engarrafadas em Portugal apre-senta uma mineralização total de apenas 47 mg/l.

Nalguns países da Europa (Espanha, Itália, França, Bélgica, etc.) ocorrem, embora com menos incidência, situações em que águas com baixa mineralização são consideradas como minerais naturais.

4. Ordenamento do território envolvente das estâncias termais

O impacto das termas no tecido social e na economia das regiões em que se inserem é muito importante, constituin-do-se em forte factor de dinamização da atividade turística e, nalguns casos, no empregador principal da região.

A actividade do termalismo é geralmente considerada, não apenas como geradora de receitas correspondentes aos tratamentos, mas sobretudo pelos efeitos positivos nas economias locais e regionais podendo ser profun-dos e muito significativos, particularmente nas pequenas autarquias.

Todas essas atividades envolventes ao termalismo poten-ciam impactes sobre os recursos hidrominerais e outros sistemas hidrogeológicos existentes na zona, daí ser im-perativo o respeito pelos perímetros de proteção previstos na lei, destinados a acautelar a qualidade do recurso, base de todo o desenvolvimento do termalismo.

As Ciências da Terra constituem o suporte à manutenção dos factores diferenciadores das águas minerais naturais: a sua pureza e constância. São óbvias as ligações dessas mais-valias à hidrogeologia ambiental e à geologia do am-biente – com uma vasta teia de conexões a outros domí-nios da ciência. Surgem assim, as ferramentas de gestão para que as condições pristinas das águas se mantenham, em ordem a salvaguardar o carácter natural do recurso.

Conclui-se, portanto, que não é possível realizar tarefas eficazes de gestão ambiental das concessões de águas minerais naturais, nem de desenvolvimento e proteção desses recursos, nem de aproveitamento nos balneários termais, sem que o modelo conceptual hidrogeológico dos aquíferos envolvidos seja conhecido e a sua gestão realizada ao mais alto nível.

5. Recursos geotérmicos

Nos Açores, dada a natureza vulcânica da Região, foi pos-sível desenvolver um toprojeto geotérmico, atualmente com duas centrais no vulcão do Fogo (Pico Vermelho e Ribeira Grande), fornecendo quase 40% do consumo elé-trico de S. Miguel. É um valor importante em termos de balanço energético da Ilha e poderoso factor de auto esti-ma: o orgulho de se dispor de uma energia própria e am-bientalmente sustentável.

Contudo, a geotermia açoriana tem estado, nas preocupa-ções dos decisores e do cidadão comum, centrada, quan-to a nós excessivamente, na lógica da produção de eletri-cidade. As tímidas tentativas até agora esboçadas na área da Ribeira Grande não conduziram ao desenvolvimento do aproveitamento integrado do recurso, em cascata tér-mica, apesar de haver consumos instalados substituíveis pela geotermia. Adicionalmente, vários estudos de previa-bilidade já realizados mostram que é possível realizar na vertente Norte do Vulcão do Fogo aproveitamentos no do-

mínio dos usos diretos, incluindo a dinamização de ativida-des emblemáticas, como a produção agrícola, utilizações agroindustriais e a criação de um parque recreativo.

O Projeto Geotérmico da Ribeira Grande é um empreendi-mento “maduro”, quase consolidado, com mais de vinte anos de experiência, que apresenta aspetos típicos, nor-mais, resultantes da exploração de recursos geotérmicos, incluindo alguns mais impactantes: efeitos ambientais, opções difíceis em relação à gestão técnica do campo ge-otérmico, quiçá a necessidade de se programar o futuro sem pressões.

No Projeto Geotérmico da Terceira (Pico Alto) trabalha-se no sentido de se adequar o recurso ao dimensionamento e construção de uma central geotérmica de potência ainda não decidida.

Nas restantes ilhas com potencial geotérmico do arquipé-lago não é crível que a curto ou médio prazo haja condi-ções de mercado para desenvolver projetos geotérmicos para a produção de energia eléctrica.

As atividades balneológicas nas estâncias termais, ao uti-lizarem, na maioria dos casos, águas termais em sentido geológico, acabam por constituir importantes polos de di-namização de aproveitamento de recursos geotérmicos, potenciando economias energéticas efetivas e contribuin-do, ainda, para a diminuição do efeito de estufa.

Aproveitamentos minúsculos para usos diretos, dina-mizados pelos sprojetos “ÁGUAS QUENTES”, estão em funcionamento na Ferraria e no Carapacho, mas causa al-gum desconforto a percepção de que nada foi feito, por exemplo nas Furnas, para além do emblemático “Cozido das Furnas”, que é um sábio e popular aproveitamento geotérmico.

6. Nota final

Os recursos hidrominerais e geotérmicos dos Açores te-rão de ser enquadrados numa perspectiva integrada visan-do o máximo aproveitamento de todas as potencialidades associadas (energéticas, medico-hidrológicas, aplicações industriais e dermo-cosméticas, etc.).

À parte os recursos geotérmicos que se destinam a ser uti-lizados praticamente in situ, reconhece-se a dificuldade na comercialização de produtos como as termas e as águas engarrafadas, numa região ultraperiférica e com fraca pro-cura interna.

No que respeita a recursos termais e águas engarrafadas, a oferta é praticamente ilimitada: o problema do não apro-veitamento, e/ou fraca utilização, é sobretudo uma ques-tão de mercado.

Do ponto de vista do recurso, forçoso é reafirmar que qual-quer ação de marketing terá de enfatizar as características diferenciadoras dos recursos: únicos e genuínos.

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Os serviços que deram origem à atual Inspeção Regional das Atividades Económicas (IRAE) remontam aos anos 70, altura em que, na Região Autónoma dos Açores, funcionava a Inspeção Geral das Atividades Económicas que tute-lavam os serviços de fiscalização económica e de qualidade alimentar em todo o território nacional.

Sem pretender fazer uma análise histórica, mas apenas com a finalidade de melhor esclarecer a evolução da IRAE, situamo-nos em finais dos anos 70, altu-ra em que, por meio do Decreto Regulamentar Regional n.º 17/78/A, que apro-vou a orgânica da Secretaria Regional do Comércio e Indústria, surge a então denominada Direção Regional do Comércio do Comércio e Abastecimentos, na qual funcionava a Divisão de Fiscalização Económica e Qualidade Alimentar, entre outras divisões, passando este serviço de fiscalização a funcionar sob tutela do Governo Regional dos Açores e já não sob tutela nacional. As suas competências eram fiscalizar e disciplinar o comércio interno da Região, in-tervindo de forma a assegurar o cumprimento da lei, promovendo a instrução dos processos relativos às infrações e aos crimes contra a economia regional, tendo em especial atenção a defesa da qualidade alimentar.

Posteriormente, nos primórdios dos anos 80, por meio do Decreto Regulamentar Regional 28/81/A, foi alterada a orgânica da então Secretaria Regional do Comércio e Indústria, tendo sido criada a Direção de Serviços de Fiscalização, que compreendia os Serviços de Fiscalização Económica e Qualidade Alimentar e os Serviços de Classificação de Leite. A Direção de Serviços de Fiscalização passou a ter uma organização própria, mais aproximada da atual estrutura organizativa da IRAE, compreendendo brigadas fixas nas ilhas de S. Miguel, Terceira, S. Jorge, Pico e Faial.

Já nos finais dos anos 80, por via do Decreto Regulamentar Regional Nº 10/1987/A, foi alterada da orgânica da Secretaria Regional do Comércio e Indústria, tendo sido criados serviços de natureza operativa, de entre os quais o Serviço da Inspeção Económica, sendo suas atribuições verificar o cumpri-mento da lei, regulamentos, instruções e demais normas setoriais que discipli-nem a atividade económica da Região. Este serviço era dirigido por um diretor de serviços diretamente dependente do Secretário Regional.

Nos anos 90, com o Decreto Regulamentar Regional 17/95/A, que prosse-guiu com a reestruturação orgânica da entretanto criada Secretaria Regional da Juventude, Emprego, Comércio, Indústria e Energia, surgem os Serviços de Inspeção Económica, com a atual denominação de Inspeção Regional das Atividades Económicas, vendo alargadas e reforçadas as suas competências de fiscalização, acompanhando as evoluções operadas no comércio e demais atividades, a quem lhe competia fiscalizar, sendo aí considerado órgão de polí-cia criminal, cabendo a sua direção a um Inspetor Regional.

Inspeção Regional das Atividades Económicas - uma visão interna

PAULO MACHADO

Inspetor Regional das Atividades Económicas, é licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade dos Açores, é técnico oficial de contas, perito e formador credenciado, iniciou a sua carreira na área de auditoria, como colaborador numa Sociedade de Revisores Oficiais de Contas. Desempenhou funções no Gabinete de Inspeção e Auditoria do Banco Comercial dos Açores, tendo ainda colaborado como monitor na disciplina de Auditoria na Universidade dos Açores.Foi gerente da empresa Lucromais, Lda. de 1998 a 2004. Em 1999, iniciou funções como diretor financeiro do Grupo Marques, seguindo-se as funções de administrador financeiro da Urbe Oceanus, SA, funções que desempenhou até ao ano de 2007. Até Fevereiro de 2011, desempenhou funções de administrador executivo das empresas Marques Comércio por Grosso, SA e Marques Comércio a Retalho, SA, presidente da direção da Insularcarnes, ACE, vice-presidente da direção da Unimark e vogal conselho administração (comité de vigilância) da Euromadiport.Foi formador e consultor da empresa Brito & Machado – Consultoria de Gestão, Lda.É membro da Comissão de Segurança de Serviços e Bens de Consumo (Direção Geral do Consumidor) e do Conselho Consultivo de Assuntos da Imigração (Direção Regional das Comunidades).

opinião

Com a alteração da orgânica do VII Governo Regional dos Açores, plasmada no Decreto Legislativo Regional n.º 29-A/96/A, a Inspeção Regional das Atividades Económicas passa a integrar a Secretaria Regional da Economia, mantendo as mesmas atribuições, contemplando uma Divisão de Instrução e Contencioso e uma Divisão de Inspeção e Sanidade.

Pela orgânica do X Governo Regional dos Açores, a IRAE passou, em 2008 e até hoje, a integrar a Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social, operando-se algumas alterações no seio da sua própria orgânica, como a criação da Divisão de Instrução e Apoio Jurídico e a Direção de Serviços de Inspeção, sediados em Ponta Delgada.

Em 2011, foi declarada a extinção da Comissão de Aplicação de Coimas em Matéria Económica, passando esta, as suas funções, a integrar as que são acometidas ao Inspetor Regional.

E a partir de julho de 2011?

Em julho de 2011, a convite da Senhora Secretária Regional do Trabalho e Solidariedade Social, acedi vir ocupar o cargo de Inspetor Regional das Atividades Económicas. Tratava-se de um projeto totalmente inovador e acima de tudo desafiante, onde me propus criar um serviço moder-no, virado para o utente, quer seja um cidadão, quer seja um empresário.

Efetivamente a Inspeção já tinha iniciado um processo de mudança, com a sua integração na Secretaria Regional do Trabalho e Solidariedade Social, tendo uma postura mais aberta à sociedade, mas ainda não suficiente para os obje-tivos traçados pela tutela.

A reestruturação dos serviços já tinha sido implementada em maio de 2011, faltando apenas a aplicação prática dos mesmos. Assim, iniciou-se uma divisão clara de tarefas da Direção de Serviços de Inspeção, onde centramos nesta, a execução das ações inspetivas e dos planos que levam a estas ações, da gestão das equipas e dos recursos mate-riais. Quanto à Divisão de Instrução e Apoio Jurídico, con-centrou-se todas as matérias jurídicas relativas à inspeção.

Concluída que estava a parte organizacional importava de-linear uma estratégia de médio e longo prazo e um modelo organizacional.

Após alguns meses de recolha de informação e de uma multidisciplinariedade de contributos, foi apresentado e aprovado o Plano Estratégico para a Inspeção, relativo ao triénio 2012-2014.

Este plano encontra-se disponível ao público em geral, no nosso sítio www.irae.azores.gov.pt.

Não bastava formular um plano de médio prazo! Este teria de estar assente num modelo de gestão e, deste modo, foi implementado, no final do ano de 2011, um sistema de gestão assente numa filosofia PCIA (planear, controlar, indicadores e ação), que tem por suporte o seguinte dia-grama (fig. 01).

Deste modo, aplicaram-se as mais modernas teorias de gestão a um serviço público, resultando na sua moderni-zação e atualização, com um consequente salto tecnoló-gico. Iniciou-se a desmaterialização e desburocratização dos processos administrativos, o que trouxe facilidade na circulação da informação e nos seus despachos.

Fig. 01

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A importância da mensuração!

Um dos passos mais importantes foi a possibilidade de passarmos a medir, de uma forma regular, a atividade des-ta inspeção, com controlo de desvios face ao plano de ati-vidades anual e aos objetivos fixados, e consequente defi-nição de plano de ação com vista à reposição dos desvios.

Claro que estas mudanças levam algum tempo a imple-mentar e a consolidar, do ponto de vista interno. O nosso corpo inspetivo tem sido muito pró-ativo, pretendendo, acima de tudo, que todas estas alterações tragam à IRAE a visibilidade, distinção e reconhecimento que, até então, não haviam sido atingidos.

A intenção é poder dar cumprimento ao que ambiciona-mos através da nossa visão para este serviço inspetivo:

“Ser um serviço de Inspeção de referência ao nível da Administração Regional”.

Maior abertura ao público em geral.

Para a concretização das metas definidas, foi imperioso abrir a inspeção ao público em geral. Para isso, recorreu--se à constituição de um Gabinete de Atendimento, cujo grande objetivo era o de informar e que tem tido um papel muito importante nas atividades da IRAE. Este gabinete, criado em outubro de 2011, tem sido muito procurado por cidadãos, mas também por agentes económicos, tendo sido colocadas questões muito pertinentes e que nos ser-vem de input para orientarmos algumas das nossas ações para a defesa do consumidor e para garantir a lealdade entre concorrentes.

Sabendo que não poderíamos ficar por aqui e como havia necessidade de atingir um novo público, desenvolveu-se um sítio na internet (www.irae.azores.gov.pt), local onde o público pode saber mais sobre a Inspeção, sobre as princi-

pais noticias, sobre as ações que desenvolve, bem como acompanhar a legislação da nossa competência, para além de diversas outras publicações. Este novo sítio tem sido acompanhado muito de perto, com uma gestão qua-se diária, onde o objetivo é ter utentes bem informados.

Para completar esta “onda” tecnológica e de inovação na Inspeção, iniciamos a distribuição de uma newsletter, em janeiro de 2012, para subscritores que desejam receber as nossas notícias na sua caixa de correio. Estas inovações por parte da IRAE têm tido uma significativa adesão dos utentes, tendo sido recebidos comentários muito positi-vos sobre esta nova atitude.

Colaboração

Nos dias de hoje, e com o fenómeno da globalização, ne-nhuma entidade consegue trabalhar de forma isolada e a IRAE não é exceção. Para isso, muito tem contribuído a procura de trabalhos em parceria com várias entidades, na área da fiscalização, o que permite articular recursos hu-manos e materiais, que são escassos e tem de ser muito bem aproveitados.

A IRAE normalmente é vista como a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentar e Económica) dos Açores. É um fac-to que temos as mesmas competências legais, exceto as que estão delegadas noutras inspeções regionais, mas so-mos entidades muito diferentes – na forma de estar, de ser e de atuar. Independentemente disso, importava reforçar as ligações existentes entre estas entidades e, neste âm-bito, foi estabelecido um protocolo de cooperação entre as duas entidades, para a área operacional, para a área jurídica e, até mesmo, para a formação.

Para uma entidade tão pequena como a IRAE, torna-se difí-cil ter uma estrutura central que garanta todas estas valên-cias, pelo que esta cooperação está a ser muito benéfica e foi um passo muito importante para o que hoje se está a fazer na Inspeção!

A cooperação não se cinge apenas a outras entidades fis-calizadoras, estendendo-se também a entidades empre-sariais (Câmaras do Comércio), entidades de Defesa do Consumidor, Câmaras Municipais, autoridades policiais, entre outras.

A verdade é que a abertura da IRAE, à sociedade em ge-ral, tem sido muito grande e reconhecida por todos, com ganhos para todas as partes. Tudo isto nunca esquecendo qual o papel e a função principal desta entidade: a fisca-lização é o garante dos direitos dos consumidores e con-corrência leal.

Tem sido interessante assistir à procura, por parte de Escolas Profissionais, do contributo da Inspeção em algu-mas matérias, no âmbito de cursos técnico-profissionais que lecionam nos seus estabelecimentos.

A fiscalização é, de facto, um dos pilares deste serviço, mas existem outros igualmente importantes, como a infor-mação, a pedagogia e a sensibilização.

Esta é a nova atitude e postura da Inspeção, que importa agora cimentar!

Novos Projetos

O que a Inspeção faz não se confina a ações inspetivas, sendo necessário estar todos os dias a reinventar o que se faz, o que se podia fazer de maneira diferente, o que se podia fazer melhor… esta é a nossa atual luta!

Deste modo, a grande meta para 2012 será a obtenção do Certificado do Sistema de Gestão da Qualidade, assen-te na norma NP ISO 9001:2008, que se prevê acontecer no final do terceiro trimestre. Será a consagração desta nova fase da Inspeção! Será o garante que todas as altera-ções que têm ocorrido no último ano perdurarão no tem-po e que o consumidor terá a certeza que a forma como a Inspeção atua defende, da melhor maneira possível, os seus interesses.

Responsabilidade Social

Outras matérias são também tratadas no seio desta organização.

Aqui destacava o recente projeto (A IRAE e o Ambiente) na área ambiental, que foi desenvolvido entre os funcio-nários da Inspeção e a AMISM, onde se promoveu, para toda a Inspeção, uma sessão de sensibilização sobre as preocupações ambientais e a necessidade de aplicação de uma política dos três R neste serviço (reduzir, reutilizar e reciclar).

A Inspeção

Esta é a forma como vejo a missão desta Inspeção: “ze-lar pelo cumprimento de todas as normas que discipli-nam o exercício das atividades económicas, nos setores alimentar e não alimentar”, nunca esquecendo os nossos valores de compromisso, credibilidade, imparcialidade e independência.

É preciso desenvolver uma cultura de entidade pública, assente em princípios de gestão profissional e com uma responsabilização social que nunca pode ser descurada.

Para a concretização das

metas definidas, foi imperioso

abrir a inspeção ao público em

geral. Para isso, recorreu-se à

constituição de um Gabinete

de Atendimento, cujo grande

objetivo era o de informar e

que tem tido um papel muito

importante nas atividades da

IRAE. Este gabinete, criado

em outubro de 2011, tem sido

muito procurado por cidadãos,

mas também por agentes

económicos, tendo sido

colocadas questões muito

pertinentes e que nos servem

de input para orientarmos

algumas das nossas ações

para a defesa do consumidor

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LUÍS CABRAL DE MELO

Licenciado em matemática-informática, é empresário há 20 anos e conta com 30 anos de experiência no desenvolvimento de software e na conceção de sistemas de informação. Em 1992 tornou-se sócio-gerente da Futurinfor, empresa da área de informática já extinta e em 2000 fundou a Cybermap, que atua na área dos Sistemas de Informação Geográfica, Internet e Software. É atualmente CEO desta empresa.

O entrevistado deste número da €mpreender é o empreendedor e empresário Luís Cabral de Melo.

Aos 18 anos entrou para a Faculdade de Ciências de Lisboa no curso de Física, influenciado pelos excelentes professores desta disciplina que teve no Liceu Antero de Quental. Porém, no final do primeiro ano deu-se um acontecimento que mudou a sua vida: o aparecimento no mercado do micro computador Spectrum. Nessa altura, apercebeu-se da sua paixão pela informática.

Como na altura não tinha um computador, estudava o manual e escrevia os seus primeiros programas no papel e, à noite, testava-os no computador do seu cunhado. O primeiro software que desenvolveu foi um programa de pre-visão de chaves para o Totobola, que funcionava com base nos resultados estatísticos dos jogos.

Nesse verão, com o dinheiro que conseguiu juntar a trabalhar no restaurante do pai, comprou o seu primeiro computador. Pouco tempo depois, começou a desenvolver programas de análise estatística para os colegas de Sociologia da sua irmã. Foi nesta altura que resolveu pedir a transferência para a licenciatura de Matemáticas Aplicadas. No entanto, como os primeiros anos as disciplinas versavam principalmente sobre Matemática e Estatística e o seu interesse era a Informática, apenas frequentava as disciplinas do 3.º ano.

Durante este período, Luís Melo começou a receber convites de trabalho, fez algumas entrevistas e acabou por ficar selecionado para três empresas em simultâneo e quando se preparava para escolher uma delas, surgiu a oportuni-dade de voltar para os Açores, para trabalhar nos antigos CTT.

Em 1986, ingressou no Departamento de Informática para a área de Sistemas Operativos e Comunicações, tendo a oportunidade de ter formação em Bases de Dados. Estes conhecimentos permitiram-lhe enveredar pela área de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Ao fim de dois anos, entrou para os quadros da empresa, na categoria de Técnico Superior de Informática, apesar de não ter ainda concluído o curso. Passado pouco tempo, era já o analista responsável pelo desenvolvimento do Sistema Integrado de Telecomunicações dos Açores.

Em 1992 é convidado para integrar, como sócio, uma recém-constituída em-presa de informática. Entusiasmou-se de imediato com o projeto, tendo apren-dido muito sobre o mundo dos negócios. Foi também nesta fase da sua vida que concluiu a licenciatura na Universidade dos Açores.

Entretanto, em 2000, surgiu a oportunidade de criar a Cybermap, um projeto com características diferentes do anterior pelo seu elevado nível de exigência técnica, o que o levou, nos primeiros anos, a dedicar muito do seu tempo ao desenvolvimento de software. Com o decorrer dos anos e com o crescimento da empresa, estas funções foram sendo realizadas pelos seus colaboradores, enquanto o empresário passou a assumir o papel de gestor, que acompanha de perto os projetos dos clientes.

Cybermap: na vanguarda da inovação

Luís Melo afirma que o seu percurso foi construído apro-veitando as oportunidades que surgiram, investindo sem-pre dedicação e trabalho. Refere ainda que aos 18 anos, quando entrou para a universidade, não contava chegar ao que chegou hoje, já que o seu sonho da altura era ser cien-tista e estudar o universo.

Este empreendedor não tem dúvidas em afirmar a sua pai-xão pela informática, nascida do gosto pela programação de software. Afirma que os programadores de software têm algumas características que se repetem: são traba-lhadores compulsivos (workaholic), adoram resolver pro-blemas e detestam efetuar tarefas repetitivas ou de baixo nível de complexidade.

Embora hoje em dia já não dedique tanto tempo como gos-taria ao software, a sua participação ao nível mais técnico prende-se essencialmente com a análise de sistemas, dese-nho e programação de bases de dados e gestão de projetos, com preponderância para esta última. Dito de outra forma, Luís Melo é hoje um gestor de empresas com preocupações ao nível da gestão dos recursos humanos, de desenvolvi-mento de novos negócios e da estratégia da empresa, con-tando com o apoio de um consultor para a área financeira.

Quando questionado sobre o percurso da Cybermap, co-meça por referir que a empresa nasceu de um desafio lan-çado pela ESRI Portugal, para que a empresa fosse sua representante nos Açores. Devido ao baixo nível de utiliza-ção, na altura, desta tecnologia na Região, os esforços da Cybermap foram direcionados para aquilo que designam

por os 3D: Divulgar, Desenvolver e Distribuir Sistemas de Informação Geográfica nos Açores.

No entanto, para que pudesse desenvolver os seus projetos SIG necessitavam de informação geográfica de base, como por exemplo, as vias e os edifícios, como esta informação não existia, foi necessário investir na sua aquisição através de um extenso trabalho de campo que se realizou e que continua a realizar-se em todas as ilhas dos Açores. Esta base de dados geográfica, a mais completa do género exis-tente na Região, está disponível na Internet (ideia.azores.gov.pt/sigenda) através de um acordo com o Governo dos Açores. Este investimento teve os seus frutos na concreti-zação de diversos projetos de grande dimensão alguns dos quais de âmbito nacional. Consequentemente, a empresa obteve, em 2008, a acreditação do Instituto Geográfico Português, para o exercício da atividade de produção de cartografia topográfica ou temática de base cartográfica, para a qual é atualmente a única entidade dos Açores.

Com o objetivo de formar os futuros técnicos de SIG, foi criado um Centro de Formação Autorizado ESRI. Mais tar-de, tornaram-se numa entidade formadora acreditada pela Direção Regional do Trabalho, Qualificação Profissional e Defesa do Consumidor e alargaram a sua oferta formativa a cursos doutras áreas para além dos SIG, dando formação em software Microsof, Edição Gráfica e TIC especializado e adaptados às empresas. Paralelamente efetuaram uma forte aposta na área da Internet através da disponibilização de serviços de hosting e desenvolvimento web. Em 2005, para crescerem nesta área, adquiriram a VirtualAzores®.

estão a desenvolver

um extenso e

inovador programa

de formação

“innovation by

design thinking”, que

pretende transformar

cada colaborador

da empresa num

empreendedor e num

inovador, focando

toda a atividade da

empresa na inovação

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No reconhecimento pelo seu desempenho no desen-volvimento de projetos inovadores na área dos SIG, a Cybermap foi distinguida pela ESRI–Portugal com a nome-ação de “Parceiro SIG 2006”, prémio que obtiveram nova-mente em 2009.

Devido às constantes solicitações por parte dos seus clien-tes, decidiram complementar a sua oferta com soluções em Hardware e Sistemas, para tal adquiriram em 2005 o negócio de uma empresa da área e daí nasceu a parce-ria com a Hewlett Packard, o maior fabricante mundial de computadores e com a Toshiba em multifunções. Devido à forte aposta na formação da sua equipa de assistência téc-nica, foi-lhes atribuído em 2010 o estatuto de “HP Prefered Partner”, o qual mantêm desde então.

Na área do software, obtiveram em 2008 a sua primeira “Competência Microsoft” -“ISV/Software Solutions” com a solução “SIGE Transitários”. Neste ano, a obtenção por parte dos seus colaboradores de diversas certificações Microsoft, permitiu-lhes ser a primeira empresa açoriana a deter o estatuto de Microsoft Gold Certified Partner, a qual foi obtida pelo reconhecimento das suas competên-cias no desenvolvimento de portais web com tecnologia Microsoft Sharepoint.

Em 2010, foi-lhes atribuído o estatuto de PME Líder, que visa conferir notoriedade e otimizar as condições de finan-ciamento das empresas com superior perfil de risco e que prossigam estratégias de crescimento e de reforço da sua base competitiva, estatuto que têm mantido desde então. Neste mesmo ano, obtiveram ainda a certificação do seu sistema de gestão da qualidade, em todo o seu âmbito de atividade, pela Norma ISO 9001:2008.

Em 2012, a Cybermap foi eleita pela Accenture e pela Revista Exame uma das 100 Melhores Empresas para Trabalhar em Portugal e a melhor dos Açores.

A estratégia seguida nos primeiros anos de vida da empre-sa permitiu-lhes rapidamente liderar o mercado dos SIG na Região. Atendendo à área onde atuam, sempre acredita-ram que, para se desenvolverem, era importante investir e estabelecer parcerias. Investiram na formação dos cola-boradores, adquirindo competências, apostando na quali-dade, na investigação e desenvolvimento e na inovação. O que permitiu à empresa estar “acreditada” pelos seus parceiros de negócio, obterem certificações reconhecidas internacionalmente e desenvolverem novos produtos e serviços. Estas foram as linhas orientadoras da empresa ao longo da sua existência, que lhes permitiram obter re-conhecimento, alargar o seu mercado, crescer e criar em-prego, essencialmente jovem.

Atendendo a que a empresa inicialmente atuava apenas na área dos SIG, questionamos Luís Melo sobre as razões que levaram à expansão dos produtos disponibilizados pela Cybermap. O empresário explica que os SIG são uma ferramenta integradora por excelência, pois conseguem comunicar de forma visual, aquilo que os outros sistemas apenas o conseguem fazer através de listas e tabelas. “É

como se estivéssemos constantemente a constatar que uma imagem vale mais do que mil palavras”, diz.

Sempre foi ambição da empresa desenvolver projetos que integrassem os SIG, a Internet e os Sistemas de Informação, no entanto, o estado de maturação da tecno-logia só há poucos anos permitiu, de uma forma eficaz, atingir este objetivo. A aquisição deste conhecimento por parte da Cybermap exigiu que criassem equipas com va-lências diferentes em cada uma das áreas, enquanto a procura de excelência por parte dos seus colaboradores conduziu à sua formação e certificação nas tecnologias que utilizavam, nomeadamente pela Microsoft, onde pos-suem seis técnicos qualificados (no final do ano serão oito) e seis competências reconhecidas mundialmente, nas áreas da Internet, desenvolvimento de software e sistemas operativos. Esta aposta deu-lhes a possibilida-de de desenvolverem projetos de grande complexidade nestas diferentes áreas, ao nível do que se faz de melhor em Portugal.

Afirma ainda que outro fator que os levou (e leva) a abarcar outras áreas de conhecimento, é o próprio desenvolvimen-to tecnológico e o aparecimento de outras plataformas de comunicação e disponibilização de informação, como se-jam o mobile e as redes sociais, áreas para as quais já estão a desenvolver competências e novos projetos.

Luís Melo acredita que a maior mais-valia da Cybermap, é precisamente a capacidade de desenvolvimento e inte-gração de diferentes tecnologias em diversas plataformas, mas também de criarem parcerias com outras entidades sempre que consideram que este conhecimento não é es-tratégico para a empresa.

Gerir uma empresa no setor tecnológico apresenta vários desafios. Para o empresário o principal é a necessidade constante de atualização dos conhecimentos que pos-suem sobre as novas tecnologias, as quais se desenvol-vem a um ritmo alucinante, porque uma empresa tecnoló-gica se não o fizer, rapidamente desaparece.

As tecnologias de informação e comunicação são hoje em dia uma área do conhecimento muito extensa. Ao contrá-rio do que acontecia há alguns anos atrás, hoje é pratica-mente impossível para um indivíduo dominar ou sequer conhecer todas as tecnologias existentes.

A solução passa por um grande investimento na formação dos recursos humanos, na constituição de equipas mul-tidisciplinares e pela qualidade, experiência e dedicação dos colaboradores.

E qual o lugar no mercado global de uma tecnológica açoriana? Luís Melo acredita que a principal vantagem da Internet é podermos fornecer o software que desenvolve-mos a qualquer consumidor no mundo, de forma imediata e sem custos de expedição, ou seja, ao contrário do que acontece com os bens materiais, o local onde nos encon-tramos deixou de ser relevante.

Com os novos modelos de negócio suportados na cloud (em que o software em vez de existir nos nossos compu-tadores está na Internet) e com as novas formas de marke-ting baseadas na web, este objetivo – aceder ao mercado global, torna-se mais acessível, o que não significa neces-sariamente que seja mais fácil de concretizar, sendo ne-cessário possuir produtos inovadores e mercado para eles.

Daí a grande aposta na inovação por parte da empresa, em que, com o apoio do programa Pro-Emprego, estão a de-senvolver um extenso e inovador programa de formação “innovation by design thinking”, que pretende transformar cada colaborador da empresa num empreendedor e num inovador, focando toda a atividade da empresa na inovação.

Esta formação que teve a sua raiz metodológica no Institute of Design de Chicago e que tem o seu principal expoente na IDEO (empresa dos Estados Unidos, cujo ne-gócio consiste na prestação de serviços de design e ino-vação a outras empresas), é o primeiro curso, destinado a ativos, certificado nesta área em Portugal, possuindo uma carga horária de 340 horas.

Os Açores, como se tem verificado pela aposta que as grandes tecnológicas portuguesas têm feito na Região, é um laboratório por excelência para desenvolver novos produtos e serviços que, posteriormente, são apresenta-dos como casos de estudo ao nível mundial. A empresa ambiciona, assim, ocupar o espaço que tem sido dado a empresas de fora da Região e por esta via atingir os obje-tivos da sua missão.

Este empreendedor está convicto que aquela é a princi-pal vantagem competitiva dos Açores e que o modelo de desenvolvimento que refere – aposta na Internet e na ino-vação – deve ser seguido pelas tecnológicas açorianas e apoiado pelas entidades governamentais.

Outro fator que não deve ser descurado é a nossa pro-ximidade à América do Norte, por via dos laços que nos unem aos nossos emigrantes e pelos contactos que se pretendem desenvolver através da Rede Prestige. Esta rede, recentemente criada para ligar empresas açorianas a emigrantes açorianos que ocupam lugares de destaque em empresas e universidades no mundo, deve servir para apoiar o lançamento de novas iniciativas no mercado mais inovador do mundo.

Sendo claramente um empreendedor com um percurso já longo, quisemos conhecer a sua visão sobre o movimento empreendedor na Região.

Apesar de um em cada três homens e uma em cada seis mulheres açorianos serem empresários ou trabalhado-res por conta própria, os resultados do estudo do Global Entrepeneurship Monitor (GEM) de 2010, indicam um bai-xo nível de empreendedorismo nos Açores, quando com-parado com a média nacional. Estes dados, que parecem ser contraditórios, revelam também um elevado nível de autoemprego. Luís Melo afirma que “parece que somos mais “desenrascados” do que empreendedores, talvez

porque, habituados às adversidades, procuremos novos caminhos quando as encontramos, mas depois nos “dei-xemos ficar” até ao próximo obstáculo”.

De qualquer forma, refere, o empreendedorismo não se desenvolve por decreto, mas através da educação. Observa com satisfação os programas que estão a ser de-senvolvidos nas escolas que visam promover este tipo de atitude junto das nossas crianças e adolescentes e que, se tiverem continuidade, poderão fazer toda a diferença no futuro da nossa Região. Esta formação deve também privilegiar a aprendizagem pelo erro. Na verdade, este é um fator bastante descurado e visível na nossa socieda-de, por exemplo, na criança que, por apenas se valorizar o resultado final, deixa de ter iniciativa na apresentação de soluções com medo de errar, ou pelo estigma social do empresário que levou a empresa à falência. Curiosamente, nos Estados Unidos, um dos aspetos mais valorizados na avaliação dos jovens empreendedores pelos fundos de ca-pital de risco, é a sua experiência passada sobretudo nos projetos que não correram bem.

A elevada taxa de desemprego jovem (muitos deles com formação superior) pode ser, pelos piores motivos, um fa-tor motivador para o aparecimento de novos empreende-

opinião

Outro fator que não deve

ser descurado é a nossa

proximidade à América do

Norte, por via dos laços

que nos unem aos nossos

emigrantes e pelos contactos

que se pretendem desenvolver

através da Rede Prestige. Esta

rede, recentemente criada

para ligar empresas açorianas

a emigrantes açorianos que

ocupam lugares de destaque

em empresas e universidades

no mundo, deve servir para

apoiar o lançamento de novas

iniciativas no mercado mais

inovador do mundo.

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dores. Por isso, é imperioso apoiá-los através da disponi-bilização de cursos de empreendedorismo e de inovação, de ninhos de empresas e de capital de risco. De todos os fatores que enumera, elege o capital de risco como a principal dificuldade. Por um lado, o único fundo disponí-vel nos Açores é público, com todos os constrangimen-tos que isto implica, principalmente pelo elevado tempo de decisão nas suas opções de aplicação; por outro lado, pela ausência de fundos privados, já que infelizmente em Portugal e com especial evidência nos Açores, as pessoas preferem colocar o seu dinheiro em depósitos a prazo do que em aplicá-los em fundos de capital de risco.

Para os empresários já estabelecidos, principalmente para aqueles que se encontram mais descapitalizados, o gran-de constrangimento é a dificuldade em obter financia-mento para novos investimentos. Em suma, devido à cri-se económica e financeira ainda se tornou mais difícil ser empreendedor.

Conclui afirmando a sua esperança no futuro se optarmos por apoiar os nossos jovens, mas no presente teme pelo nosso tecido empresarial menos inovador.

E por falar em futuro, que caminhos se imagina a trilhar, aos níveis profissional e pessoal?

Luís Melo afirma que estamos a viver uma época fantásti-ca ao nível da inovação tecnológica, uma verdadeira revo-lução tecnológica, para a qual dificilmente conseguiremos antever o seu desfecho, tal o ritmo a que se desenrola.

Existem algumas tendências em que a maioria dos espe-cialistas estão de acordo, como sendo aquelas que terão maior desenvolvimento nos tempos mais próximos, no-meadamente as disponibilizadas pela Internet e comuni-cações móveis, como seja a “Computação na Nuvem”, em que o software é acedido através da Internet em vez de estar instalado no nosso computador; “Serviços

de Localização”, que aliam os Sistemas de Informação Geográfica e a utilização de GPS, os quais já existem na maioria dos dispositivos móveis; “Redes Sociais”, atra-vés das quais é possível comunicar diretamente com o consumidor de uma forma muito mais eficaz; “Produtos Inteligentes”, capazes de comunicarem informação sobre o seu estado ao proprietário. Estes serviços estarão aces-síveis a partir de qualquer local onde nos encontremos e disponibilizados em múltiplas plataformas, desde compu-tadores, telemóveis, TV, viaturas, entre outros.

Nos últimos tempos, a grande aposta do empresário ao nível pessoal tem sido a inovação, não só na implemen-tação desta “forma de estar” na Cybermap, mas também através da partilha desta experiência e conhecimento com todos os açorianos, sempre que surge oportunidade para tal. Com este intuito, organizou, em parceria com o Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores, um ciclo de conferências dedicado ao tema “Criatividade e Inovação”. Afirma que se não formos inovadores dificil-mente teremos um futuro risonho.

Apesar da grande incerteza que existe atualmente em re-lação ao futuro, é uma pessoa otimista por natureza e pro-cura transmitir esta postura aos que o rodeiam, quer sejam amigos ou colaboradores, porque uma atitude positiva é extremamente mobilizadora e motivadora para o sucesso de qualquer projeto.

Luís Melo acredita que, atendendo ao seu percurso, princi-palmente nos últimos anos, enquadra-se perfeitamente no perfil empreendedor. Uma das características principais de um empreendedor é a capacidade de assumir riscos, isto pressupõe consequentemente que, por vezes, não se ob-tenham os melhores resultados dos projetos em que nos empenhamos, mas o mais importante nestas ocasiões é a aprendizagem que fazemos com os nossos erros. Em sua opinião ser empreendedor não é apenas uma característica inata, mas algo que também se apreende ao longo da vida.

CrescimentoEspecializaçãoSinergiaEstabilidadeGRANDEIdeias

Crescimento

Estabilidade

Especialização

Sinergia

grandesIDEIAS

organizou, em parceria com o

Centro de Empreendedorismo

da Universidade dos Açores,

um ciclo de conferências

dedicado ao tema

“Criatividade e Inovação”.

Afirma que se não formos

inovadores dificilmente

teremos um futuro risonho

opinião

Espaço GE

GE São MiguelPraça Gonçalo Velho Cabral, 39500-063 Ponta DelgadaTel: 296 309 774/296 309 100Fax: 296 281 088e-mail: [email protected]

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No Espaço Gabinete do Empreendedor encontrará artigos re-levantes para empreendedores e empresas, com informações que poderão fazer a diferença, seja na hora de entrar no mun-do dos negócios, seja no dia-a-dia da gestão da sua empresa.

Gostaria de ver desenvolvido nesta secção algum assunto re-levante? Envie-nos um e-mail para [email protected]

A rede de Gabinetes do Empreendedor é constituída por oito gabinetes que proporcionam um atendimento personalizado e especializado a empresas e empreendedores. Consulte o Ga-binete do Empreendedor mais próximo de si para esclarecer dúvidas ou obter informação sobre questões inseridas no ciclo de vida da empresa.

GE FaialRua Ernesto Rebelo, nº 149900-112 HortaTel: 292 200 533/292 200 500Fax: 292 200 533e-mail: [email protected]

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GE São JorgeRua da Gruta, s/n9800-533 Velas de São JorgeTel/Fax: 295 432 048e-mail: [email protected]

GE FloresRua Dr. Armas da Silveira, 1-B9970-331 Santa Cruz das FloresTel/Fax: 292 592 846e-mail: [email protected]

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Terceira alteração ao SIDER

Este sistema tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável da economia regional, através de um conjunto de medidas que visam o reforço da produtividade e compe-titividade das empresas e é constituído pelos Subsistemas de Apoio ao Desenvolvimento Local, Desenvolvimento do Turismo, Desenvolvimento Estratégico e Desenvolvimento da Qualidade & Inovação.

No âmbito da avaliação intercalar dos sistemas de incen-tivos, ocorrida em 2011, o SIDER foi alterado pela terceira vez. Pretendeu-se com esta reformulação reforçar a com-petitividade das empresas regionais e potenciar a sua ca-pacidade para gerar emprego.

Por outro lado, esta alteração vem permitir conformar este sistema de incentivos à atual conjuntura, nomeadamente através de uma reorientação para áreas consideradas estratégicas, como é o caso de fomentar indústrias de base económica de exportação e de reordenar ou de reformar procedimentos que justificavam melhorias.

Foram também reforçadas as taxas de comparticipação dos diversos subsistemas, em especial nos destinados aos investimentos em qualidade e inovação, naqueles que permitem a captação de fluxos turísticos para a Região e foram criadas majorações para as empresas com capaci-dade exportadora.

De salientar ainda a criação de um novo escalão intermédio, transversal a todo o SIDER, destinado às candidaturas oriundas das ilhas do Pico e do Faial, que contempla taxas que irão sofrer majorações que podem ir dos 5% aos 20%, consoante o subsistema de incentivos em causa.

Principais alterações

No caso das condições de acesso dos promotores, torna-se apenas necessário fazer prova do licencia-mento do estabelecimento alvo de apoio e não de to-dos os estabelecimentos, como até então;

No que se refere às condições de acesso dos projetos, passa a ser possível apresentar uma segunda candida-tura assim que a primeira esteja encerrada, deixando de haver a necessidade de decorrer um ano entre as duas;

Acrescentam-se novas despesas elegíveis (e.g. aquisi-ção de terrenos para resorts turísticos ou aquisição de edifícios degradados);

Esclarece-se que a apresentação quer das candidatu-ras quer dos pedidos de pagamento é efetuada em exclusivo pela internet, através do Portal do Governo dos Açores;

Dá-se a possibilidade ao promotor de optar pela enti-dade avaliadora da sua candidatura, no caso dos pro-jetos de valor inferior a €200.000, do Desenvolvimento Local, entre as diferentes associadas da Câmara do Comércio e Indústria dos Açores e a Direção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade;

No Subsistema de Apoio ao Desenvolvimento Local in-cluem-se novas atividades (arquitetura e de engenha-ria/ensaios e análises técnicas, atividades de emprego, atividades de limpeza de edifícios, atividades de servi-ços administrativos e de apoio prestado às empresas, atividades de desinfeção, atividades de plantação e manutenção de jardins, atividades dos centros de tem-pos livres para crianças e serviços de amas)

Passam a integrar-se no Subsistema de Apoio ao Desenvolvimento Local os apoios para a restauração e similares, bem como as agências de viagens;

Nos projetos de promoção da qualidade alimentar, que passam a integrar os restaurantes e similares além do comércio e indústria do ramo alimentar, aumenta-se o limite máximo do investimento para €80.000;

Os projetos de urbanismo comercial passam a ser promovidos por estruturas associativas do comércio ou associações empresariais e a destinar-se à quali-ficação do espaço público envolvente ao comércio, incluindo a modernização das fachadas dos estabele-cimentos comerciais;

No Subsistema de Apoio ao Desenvolvimento Estratégico é acrescida uma nova atividade: Investigação e desenvolvi-mento tecnológico, que vise o reforço da competitividade;

No Subsistema de Apoio à Qualidade e Inovação, estende-se o âmbito de aplicação deste subsistema a todas as atividades que podem ser apoiadas no âmbito do FEDER, aumentando-se o limiar máximo do investimento de €200.000 para €500.000;

Regista-se um aumento generalizado das taxas de incentivo não reembolsável, criando-se um escalão inter médio para as ilhas de Faial e Pico;

O Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores (SIDER) constitui o quadro legal de referência dos incentivos financeiros dirigidos ao sector empresarial açoriano, pelo período 2007-2013, cuja finalidade é conferir à economia regional os adequados índices de competitividade, indutores de um crescimento económico sustentável.

espaço GE

É alargado o prazo de reembolso do incentivo reem-bolsável, de 10 para 12 anos, aumentando-se também o período de carência de 3 para 4 anos, para os proje-tos com investimento superior a €4 milhões;

Torna-se possível apresentar um maior número de pedidos de pagamento de incentivo, passando de um máximo de quatro para dez, reduzindo-se o montante mínimo de cada pedido de 15% para 5%.

Novo Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário

Acresce ainda que, ao longo deste período e aos níveis co-munitário e nacional, foram várias as medidas implemen-tadas com o objetivo de assistir pessoas que perderam o seu emprego ou estão em risco de o perder ou que têm dificuldades em ingressar ou reingressar no mercado de trabalho, pessoas que enfrentam a ameaça da exclusão social ou pessoas vulneráveis que se encontram em po-sição de desvantagem no que se refere ao mercado de crédito convencional e que pretendem criar ou continuar a desenvolver a sua própria empresa.

Foi com este cenário como pano de fundo que foi criado o novo Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário, através do Decreto Legislativo Regional n.º 11/2012/A.

Uma das principais alterações concerne aos beneficiários: mantem-se o acesso pelos desempregados, clarifica-se o

acesso por parte de trabalhadores em situação precária e admite-se o acesso por parte de empresas e empresários em nome individual, de dimensão muito reduzida.

Esta alteração permitirá que pessoas em situações precá-rias de emprego com atividades de rendimento reduzido ou sazonais, que, embora reunissem todas as restantes condições, não podiam aceder à medida por este motivo. Por outro lado, são incluídos pequenos negócios que ape-sar de viáveis, dada a sua muito reduzida dimensão, viam a sua atividade abrandar ou cessar devido à ausência de pequenos montantes que permitissem realizar investimen-tos vitais, tais como a aquisição de uma máquina ou uma pequena obra para cumprir requisitos legais. Estes peque-nos negócios, muitas vezes de natureza familiar, apesar de poderem ter uma carteira de clientes assegurada, não possuem ativo que lhes permita ter acesso ao crédito con-

O Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário foi criado nos Açores em 2006, através do Decreto Legislativo Regional n.º 25/2006/A. Desde então os contextos económicos global e regional alteraram-se, resultando no alargamento do universo de pessoas com perfil empreendedor e com ideias de negócio viáveis, passíveis de criar e consolidar postos de trabalho sustentáveis, mas que têm especiais dificuldades de acesso ao crédito bancário convencional. Este universo passou a incluir também micro negócios, muitas vezes de natureza familiar, que apesar de viáveis, veem-se confrontados com dificuldades intransponíveis no acesso ao crédito convencional, o que acaba por impedir a realização de pequenos investimentos, essenciais à prossecução da atividade.

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vencional e, à medida que veem a atividade diminuir, não conseguem gerar lucros que permitam o reinvestimento. Com o acesso ao Microcrédito permitir-se-á que esta últi-ma situação seja apenas temporária.

Em relação às condições de acesso, mantêm-se as an-teriores, com algumas clarificações, para as pessoas singulares e acrescentam-se condições adicionais para os pequenos negócios: devem, antes de mais, estar em conformidade com as disposições legais aplicáveis; de-vem ainda apresentar, em relação ao ano anterior à can-didatura, um valor máximo de três unidades de traba-lho ano (três colaboradores a tempo inteiro, em horário completo, durante um ano) e um volume de negócios não superior a €250.000. Estas últimas condições per-mitem que o Microcrédito, para aquela tipologia de pro-jetos, tenha apenas os objetivos referidos acima.

Foi acrescentado um artigo que limita as possibilidades de utilização do crédito concedido e ainda restringido o

âmbito dos projetos promovidos por pequenos negócios a investimento em capital fixo, corpóreo ou incorpóreo.

Outra alteração com impacto relevante prende-se com o montante e reembolso do microcrédito, cujo limite máxi-mo passa de€ 15 mil para €20 mil.

Finalmente, foi adicionado um artigo que estabelece os termos e consequências do incumprimento. Mediante os factos claramente definidos no regulamento será im-putado ao beneficiário incumprimento, com as devidas repercussões.

O regime de microcrédito regional agora em vigor é mais adequado à realidade açoriana – presente e prospetiva.

Este novo regime é gerido pelas Direções Regionais de Apoio ao Investimento e à Competitividade e do Trabalho, Qualificação Profissional e Defesa do Consumidor e pelo Instituto para o Desenvolvimento Social dos Açores.

O exercício da atividade industrial nos Açores O exercício da atividade industrial na Região Autónoma dos Açores era regulado pelo Decreto Legislativo Regional nº 14/88/A, de 6 de abril, posteriormente regulamentado pelo Decreto Regulamentar Regional nº 40/92/A, de 7 de outubro, que se mantiveram inalterados.

Com um período de vigência de 20 anos, os diplomas acima referidos dificilmente apresentavam uma resposta adequada às novas exigências do setor industrial e mesmo ao nível do procedimento administrativo.

Neste lapso temporal foram muitos os novos desafios que se lançaram, tanto aos privados, como à administração pública, uns trazidos pela própria evolução do setor indus-trial privado e, outros, por imposições comunitárias, visan-do regulamentar o exercício da atividade e salvaguardar a defesa do ambiente e a segurança de pessoas e bens. Ocorreram ainda diversas alterações, não apenas legislati-vas, como também no próprio estádio do desenvolvimen-to tecnológico e da inovação.

Outra alteração significativa entretanto ocorrida prende-se com a efetiva implementação de instrumentos de gestão e planeamento territorial, concretizando princípios constitu-cionalmente consagrados como a preservação do ambien-te e a melhoria da qualidade de vida.

Por fim, a própria Administração Pública vem, desde há um longo período, a operar significativas alterações na sua organização e modo de funcionamento, de onde se pode

destacar a simplificação de procedimentos, a desburocra-tização, a imposição de prazos máximos de decisão e a desmaterialização dos processos.

Este conjunto de fatores requereu, portanto, uma nova regulamentação da atividade industrial, no sentido de contemplar as exigências de um sector industrial que se quer renovado, competitivo, mas também, disciplinado, ambiental e socialmente responsável.

Foram, deste modo, um conjunto de circunstâncias que impuseram uma revisão do quadro legislativo que regula o exercício da atividade industrial na Região Autónoma dos Açores, de forma a enquadrar as alterações acima aponta-das e dar resposta às novas exigências do quadro econó-mico regional.

Assim, o Decreto Legislativo Regional nº 5/2012/A, de 17 de janeiro, criou um novo Regime de Exercício da Atividade Industrial na Região Autónoma dos Açores. Por outro lado, o Decreto Regulamentar Regional nº 114/2012/A, de 22 de maio, veio regulamentar determinados aspetos consagrados no Decreto Legislativo Regional nº 5/2012/A, de 17 de janeiro.

Com o novo regime jurídico aplicável ao licenciamento do exercício da atividade industrial, mantiveram-se e am-pliaram-se os grandes objetivos e princípios orientadores inerentes a este processo, que se podem resumir nos se-guintes pontos:

Avaliação e prevenção de riscos e acidentes;

Salvaguarda da saúde pública e dos trabalhadores;

Segurança de pessoas e bens;

Higiene e segurança dos locais de trabalho;

Ordenamento do território;

Eficiência energética e ecológica;

Garantia da qualidade ambiental.

São introduzidas significativas alterações, enquadradas no objetivo mais amplo e transversal da desmaterialização dos processos e desburocratização administrativa, sim-plificando procedimentos, reduzindo prazos e, com isso, diminuindo os seus custos associados, o que se traduzirá num ganho de competitividade do setor.

Por outro lado, com esta reforma, o Governo Regional pro-cura também, em articulação com as autarquias locais, pri-vilegiar a instalação de estabelecimentos industriais que

representem maior perigosidade e maior risco de poluição e incómodo em áreas territorialmente demarcadas para o efeito, verificando-se, assim, um significativo salto qualita-tivo no que respeita à salvaguarda de direitos e interesses potencialmente conflituantes.

Todo o processo de licenciamento é conduzido pela Direção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade, que se mantém como interlocutor único junto do empresá-rio, sendo também a entidade competente para a emissão da respetiva licença, sem prejuízo de estabelecer os conta-tos necessários com as restantes entidades regionais en-volvidas no processo. Este é um elemento extremamente clarificador para o industrial. A eventualidade de existirem diversas entidades licenciadoras, à semelhança do que acontece a nível nacional, poderia originar dúvidas desne-cessárias no devido enquadramento dos estabelecimentos.

Contudo, a intervenção da entidade licenciadora e demais entidades competentes não termina com a emissão da licença de exploração, pretendendo-se efetuar um acom-panhamento contínuo da atividade desenvolvida pelos es-tabelecimentos industriais.

Com o novo enquadramento jurídico, os estabelecimen-tos industriais foram agrupados em 4 tipos: Tipo1, Tipo2, Tipo3 e atividade industrial temporária, em função decres-

Licenciamento Industrial

O regime de licenciamento da atividade industrial na Região Autónoma dos Açores procura, de forma célere e moderna, dar resposta às exigências do setor.

Procura-se, com esta ferramenta, uma crescente desmate-rialização dos processos, desburocratização administrativa e simplificação de procedimentos.

O licenciamento da atividade industrial na Região Autónoma dos Açores tem como grandes objetivos a pre-venção de riscos na exploração, a salvaguarda da saúde pública e dos trabalhadores, a segurança de pessoas e bens, a qualidade do ambiente e um correto ordenamento do território, num quadro de um desenvolvimento susten-tável e de responsabilidade social das empresas

Atividades sujeitas a licenciamento industrial

As atividades indicadas no Anexo do Decreto Legislativo Regional nº 5/2012/A, de 17 de janeiro

Tipologia dos estabelecimentos industriais

Os estabelecimentos industriais na Região Autónoma dos Açores estão classificados do seguinte modo:

Tipo 1

Potência elétrica contratada superior a 100 KVA

Número de trabalhadores superior a 20

Sujeitos a declaração de impacte ambiental ou licença ambiental

Sujeitos a operações de gestão de resíduos perigosos

Tipo 2

Potência elétrica contratada igual ou inferior a 100 KVA e superior a 25 KVA

Número de trabalhadores igual ou inferior a 20 e superior a 4

Tipo 3

Potência elétrica contratada igual ou inferior a 25 KVA

Número de trabalhadores igual ou inferior a 4

Área coberta até 200 metros quadrados

Atividade sem especial perigosidade para o ambiente

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cente da sua dimensão e perigosidade para as pessoas e para o ambiente.

Sendo assim, apenas os estabelecimentos tipo 1 e 2 es-tão sujeitos a licença de instalação (autorização prévia). Relativamente aos estabelecimentos tipo 3 e atividades industriais temporárias podem, de imediato, solicitar a li-cença de exploração. A licença de exploração é emitida mediante verificação da conformidade da instalação ou alteração do estabelecimento industrial com as normas legais e regulamentares aplicáveis.

Para além dos aspetos inovadores referidos atrás, importa ainda chamar a atenção para alterações subtis introduzidas no regime que representarão ganhos muito significativos para os operadores económicos.

Desde logo, eliminou-se a figura de técnico responsável do estabelecimento industrial. Esta situação desonera o industrial da obrigatoriedade de contratar um técnico para dar cumprimento a esta disposição legal, bem como o liberta de constituir um seguro de responsabilidade civil para aqueles efeitos, com todos os encargos daí advenien-tes. Contudo, o Decreto Legislativo Regional nº 5/2012/A, de 17 de janeiro, estabelece que o industrial é o único responsável por eventuais distúrbios, ou acidentes que resultem direta ou indiretamente, do incumprimento das normas legais aplicáveis à atividade industrial exercida por si. Assiste-se, portanto, a uma maior responsabilização do industrial no exercício da sua atividade, mas também a uma maior flexibilização na metodologia utilizada.

Enquanto no anterior regime cada ato administrativo estava associado ao pagamento de uma taxa, no atual regime o industrial apenas suporta a emissão da licença de explora-ção. Todos os restantes atos, quer seja de carácter admi-nistrativo, bem como os relacionados com a realização de

vistorias, fiscalizações e outros, não representam quaisquer encargos paro o operador económico.

Importa também fazer referência a uma das modificações, eventualmente mais relevantes no regime em referência. Enquanto no anterior regime qualquer alteração efetuada no estabelecimento industrial originava a abertura de um processo de licenciamento industrial, o novo diploma veio simplificar significativamente esta anterior obrigatorieda-de. Assim, as alterações efetuadas em estabelecimentos industriais, cuja instalação já tenha sido anteriormente aprovada, não requer qualquer processo de licenciamento, desde que as referidas alterações não resultem na mudan-ça de tipologia do estabelecimento industrial e que não impliquem efeitos nocivos para a segurança dos trabalha-dores, saúde pública e para os bens e para o ambiente. Essas alterações deverão apenas ser comunicadas à en-tidade coordenadora que, posteriormente e em sede de vistoria, verifica a conformidade da comunicação com o que é implantado no terreno.

Refira-se, por último, que com o alargamento da tipologia dos estabelecimentos industriais, um número maior de pequenos estabelecimentos industriais ficaram enquadra-dos nos estabelecimentos industriais tipo 3, beneficiando, assim, de um regime mais simplificado.

A aprovação do Regime de Exercício da Atividade Industrial na Região Autónoma os Açores, representa, para além de um claro reforço da iniciativa privada, passando, desde logo, por uma maior responsabilização do empresário, também a criação de melhores condições para as empresas açorianas do setor possam reforçar a sua competitividade no mercado, num quadro de salvaguarda e defesa do meio ambiente e numa atitude socialmente responsável.

Atividade industrial temporária

Atividade exercida durante um período de tempo não su-perior a dois anos, destinada à execução de um fim es-pecífico pontual, implantado ou não sobre uma estrutura móvel, e que não se inclua nos regimes específicos de avaliação de impacte ambiental, prevenção e controlo in-tegrados da poluição, bem como de controlo dos perigos associados a acidentes graves que envolvam substâncias perigosas

Localização

Os estabelecimentos devem localizar-se em zonas indus-triais ou outras localizações previstas para utilização indus-trial nos planos municipais de ordenamento do território

Fases do licenciamento industrial

Os estabelecimentos industriais estão sujeitas às seguin-tes fases de licenciamento:

Instalação/Alteração

Tipo 1

Tipo 2

As alterações de estabelecimentos industriais não care-cem de licenciamento desde que:

- Não se verifique alteração de tipologia do estabelecimento

- Não implique efeitos nocivos para a segurança dos tra-balhadores, saúde pública, para os bens e para o ambiente

No entanto, o industrial deve requerer vistoria para verifica-ção das alterações efetuadas.

Exploração

Tipo 1

Tipo 2

Tipo 3

Atividades industriais temporárias

Coordenação

A coordenação de todo o processo de licenciamento indus-trial compete à Direção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade, que é o interlocutor único junto do industrial

Licença de instalação e alteração

Os estabelecimentos industriais tipo I e tipo 2 estão sujei-tos à apresentação de pedido de instalação ou de altera-ção (autorização prévia).

A licença de instalação ou de alteração tem a duração de um ano, a contar da data da sua emissão, podendo ser re-novada por períodos de um ano, até ao máximo de três re-novações, podendo ser prorrogado este prazo por razões não imputáveis ao empresário.

Licença de exploração

A licença de exploração é emitida mediante verificação, por vistoria, da conformidade da instalação ou alteração do estabelecimento industrial com as normas legais e re-gulamentos aplicáveis

Comunicações e averbamentos

O industrial deve comunicar à entidade coordenadora os seguintes factos:

Alterações efetuadas no estabelecimento indus-trial, que não resultem numa alteração da tipologia do estabelecimento ou represente efeitos nocivos para a segurança dos trabalhadores, saúde pública, para os bens e para o ambiente

Transmissão da propriedade ou exploração do estabelecimento industrial

Cessação do exercício da atividade

Retirada do equipamento do estabelecimento industrial

Suspensão do exercício da atividade por período superior a dois anos

Suspensão do exercício da atividade por período superior a doze semanas, no caso das indústrias alimentares. Nesta situação o reinício da atividade deve ser precedido de vistoria de verificação de condições, a requerimento do industrial

Sistema de Apoio à Promoção de Produtos Açorianos O sistema de Apoio à Promoção de Produtos açorianos tem por finalidade apoiar o escoamento de produtos açorianos (transporte), a conceção e execução de rótulos e embalagens, a participação dos produtos regionais em feiras, exposi-ções e outros eventos de carácter promocional.

Com a publicação da Portaria n.º 39/2012, de 29 de março, foi reformulado este programa de apoio. Com este processo de revisão, foram reforçadas as taxas de comparticipação, introduzidas taxas de majoração para produtos regionais inseridos em certas categorias de certificação comunitária e regional, como seja os produtos DOP – Denominação de Origem Protegida, IGP – Indicação Geográfica Protegida, DOC – Denominação de Origem Controlada e os produtos inte-grados na certificação “Artesanato dos Açores”. Para além disso, foram alargadas as tipologias de despesas que podem beneficiar de apoio no âmbito deste programa.

Os produtos abrangidos por este regime de apoio são os enumerados no anexo I da Portaria n.º 39/2012, de 29 de março.

O apoio reveste a forma de subvenção financeira a fundo perdido, mediante a comparticipação sobre as despesas ele-gíveis, com a aplicação das seguintes taxas:

a) 90% para os operadores estabelecidos nas ilhas de Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo;

b) 75% para os operadores estabelecidos nas ilhas de São Miguel e Terceira.

O valor dos apoios financeiros a conceder por operador não poderá exceder o montante de €200 mil, por um período de três anos.

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Reforma do SIDERNa sequência de um compromisso com o sector empresarial e as suas entidades mais representativas, o Governo dos Açores determinou proceder a uma avaliação intercalar dos sistemas de incentivos para poder verificar o cumprimento dos seus objetivos, bem como as respostas que os mesmos têm dado às necessidades dos empresários regionais.

O resultado dessa avaliação foi, por sua vez, submetido à apreciação dos parceiros sociais num abrangente processo de concertação e diálogo entre o Governo dos Açores e os empresários regionais, tendo como prioridades reforçar a competitividade das empresas regionais e potenciar a sua capacidade para gerar emprego.

Além destes dois objetivos o Governo dos Açores pretendeu conformar este incentivo ao investimento privado à atual conjuntura, nomeadamente através de uma reorientação para áreas consideradas estratégicas, como é o caso de fomentar indústrias de base económica de exportação e de reordenar ou de reformar procedimentos que justificavam melhorias, caso do urbanismo comercial.

Foram reforçadas as taxas de comparticipação nos seus diversos subsistemas, em especial nos destinados aos sectores da qualidade e inovação, da captação de fluxos turísticos para a Região e de majorações para as empresas com capacidade exportadora.

De salientar, igualmente, a criação de um novo escalão intermédio, transversal a todo o SIDER, destinado às candidaturas oriundas das ilhas do Pico e do Faial, que contempla taxas que irão sofrer majorações que podem ir dos 5% aos 20%, consoante o subsistema de incentivos em causa.

Estas mudanças foram realizadas pelo Decreto Legislativo Regional n.º 26/2011/A, de 4 de novembro.

Principais alterações

As mudanças mais significativas prendem-se com o âmbito, a natureza e o montante de incentivo dos vários subsistemas, existindo ainda alterações importantes ao contrato de concessão de incentivos e à forma como os subsídios são pagos às empresas.

Desenvolvimento Local

São suscetíveis de apoio, no âmbito do Desenvolvimento Local:

a) Projetos vocacionados essencialmente para a satisfação do mercado local com investimentos iguais ou superiores a €15 000 nas seguintes áreas, classificadas de acordo com a Classificação Portuguesa de Atividades Económicas (CAE – Rev. 3), revista pelo Decreto-Lei n.º 381/2007, de 14 de novembro:

Notícias

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Os alunos da Escola Profissional da Associação para a Promoção do Desenvolvimento dos Açores (APRODAZ) debateram o empre-endedorismo e a sua ligação ao mundo dos negócios, num evento

um Plano de Feiras devidamente articulado com a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, no âmbito de um protocolo de cooperação entre estas duas entidades, tendo em vista a promoção e consolidação da presença dos produtos açorianos nos mercados externos.”

Os produtos, artesanato, gastronomia e cultura da ilha amarela estiveram no centro da Semana Promocional de Santa Maria, que decorreu no Pavilhão do Mar, em Ponta Delgada, de 25 de maio a 1 de junho.

Neste evento, organizado pela Associação Portas do Mar e pela Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada, com a colaboração do seu Núcleo Empresarial de Santa Maria e o apoio da Secretaria Regional da Economia, os visitantes puderam conhecer alguns produtos emblemáti-cos daquela ilha, como a meloa, os biscoitos de orelha ou vinhos, licores e aguardantes artesanais.

NotíciasA produtividade e os sistemas de gestão

“A aposta na qualidade constitui para as empresas uma verdadeira exigência para o sucesso e sobrevivência nos mercados, pois a qualidade, enquanto ferramenta de gestão, constitui uma sólida alavanca da competitividade das organizações.”

A afirmação foi proferida por Arnaldo Machado, Diretor Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade, num seminário organizado pela Associação Portuguesa de Certificação (APCER), que decorreu no dia 13 de abril, no Laboratório Regional de Engenharia Civil.

notícias

Santa Maria em destaque nas Portas do Mar

Na abertura do evento, a Secretária Regional da Economia, Luísa Schanderl, salientou a importância da dinamização e do aproveitamento das potencialidades do nosso mer-cado interno, afirmando que uma maior componente de substituição de importações terá que integrar a estratégia de desenvolvimento dos Açores, concomitantemente com a promoção das potencialidades da Região no exterior e com a procura de mercados para o escoamento dos pro-dutos regionais.

A Secretária Regional da Economia afirmou ainda que o Governo dos Açores “tem proporcionado também a par-ticipação das empresas açorianas e dos produtos regio-nais em feiras e exposições no exterior, de acordo com

Aquele dirigente afirmou ainda que a aposta na qualificação dos recursos humanos, na qualidade dos bens e serviços produzidos, em sistemas de gestão eficazes e na inovação, é determinante para aumentar a competi-tividade das empresas

O Diretor Regional referiu que a Estratégia Regional para a Qualidade pro-duziu já um plano integrado de ações e referiu como exemplos da apos-

Empreendedorismo como oportunidade para os jovens do ensino profissional

ta do Governo dos Açores na promoção de uma cultura da qualidade na Região a existência de um subsistema de incenti-vos inteiramente dedicado à qualidade e inovação, mas também o novo programa direcionado para o setor alimentar, desig-nado Qualidade Segura, através do qual as pequenas empresas têm a possibilida-de de manter os seus programas de segu-rança alimentar a custos muito reduzidos. Mencionou ainda a apresentação pública do Barómetro Regional da Qualidade, que deverá decorrer ainda em 2012.

Arnaldo Machado não deixou de referir que, não obstante a importância daque-las ou de outras medidas públicas, “são as empresas que devem assumir o papel principal no desenvolvimento da Região, desempenhando um papel fulcral nesse processo os sistemas de gestão pela qua-lidade, capazes de garantir a conformida-de de produtos e serviços, contribuir para a melhoria da produtividade e assegurar a obtenção de níveis acrescidos de satisfa-ção dos clientes”.

Não deixou ainda de referir a partici-pação das empresas regionais, com resultados muito positivos, no Salão Internacional do Vinho, Pescado e do Agroalimentar (SISAB), em Lisboa, através de uma participação institu-cional e coordenação que envolve a Secretaria Regional da Economia e a Secretaria Regional da Agricultura e Florestas.

Ao nível das medidas de apoio pú-blicas disponíveis, referiu a recente reformulação do Sistema de Apoio à Promoção de Produtos Açorianos, afirmando que “foram reforçadas as taxas de comparticipação e alargada a tipologia de despesas que podem beneficiar de apoio no âmbito deste programa”. Este regime contempla medidas de apoio ao escoamento, à comercialização e promoção de pro-dutos açorianos e prevê ajudas não só para o exterior, mas ao nível do comércio inter-ilhas.

organizado pela Escola, no dia 16 de maio, na Biblioteca Públi-ca e Arquivo de Ponta Delgada.

Os mais de 100 formandos e forma-dores presentes tiveram oportunidade de conhecer as várias características e formas do empreendedorismo, atra-vés da apresentação do Diretor Regio-nal da Juventude, Bruno Pacheco e as diversas medidas de apoio financeiro, pela voz de Arnaldo Machado, Diretor Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade.

No painel seguinte, Graça Andrade, Diretora-Geral do Azores Parque, apresentou o ninho de empresas ge-rido por aquela estrutura, tendo sido, em seguida, apresentadas três em-presas instaladas naquele espaço: a Morfose, Lda., a SIMBIENTE Açores – Engenharia e Gestão Ambiental, Lda. e a New Studio, Lda.

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Na sequência da terceira alteração ao SIDER – Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores, a Direção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade (DRAIC), entidade gestora do sistema, promoveu várias sessões de esclarecimento na Região.

Aqueles encontros com empresas, empreendedores e outros interessados, que contaram com a presença da Secretária Regional da Economia decorreram, no dia 2 de abril, na Escola Cardeal Costa Nunes, na ilha do Pico, no

NotíciasCurso de formação em empreendedorismo

Com o objetivo de promover o empreendedorismo como uma força motriz capaz de mobilizar os fatores de competitividade associados à inovação, à qualidade, ao marketing, à informação e à organização, foi celebrado entre a Secretaria Regional da Economia, a Universidade dos Açores e a Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) um protocolo de cooperação para a realização de um curso de formação em empreendedorismo, em Santa Maria, destinado a empreendedores e empresários.

Sessões de divulgação do SIDER

dia 2 de maio, no Hotel das Flores e no dia 20 de junho, no Graciosa Hotel.

Esta alteração do SIDER iniciou-se em 2011, resultado da avaliação intercalar dos sistemas de incentivos ocorrida ainda naquele ano e terminou com a publicação dos re-gulamentos dos quatro subsistemas ao longo do primeiro semestre de 2012.

A DRAIC continua a desenvolver esforços de divulgação desta que é a medida central do conjunto de iniciativas públicas para a promoção do investimento privado.

Esta ação, que decorre entre maio e agosto, contou com a adesão de 15 formandos e permitirá que os participan-tes conheçam várias temáticas ligadas ao mundo dos negócios, como direito da empresa, estratégia empresarial, marketing e estudos de mercado ou finanças e fiscalidade.

A formação é assegurada pelo Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores, em colaboração com o Núcleo Empresarial de Santa Maria da CCIPD e pretende contribuir para o desenvolvimento do espírito empre-endedor dos formandos, na criação de novos negócios, ou no desenvolvimento de negócios existentes.

A sessão de abertura do curso contou com a presença do Diretor Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade, Arnaldo Machado, em representação da Secretária Regional da Economia.

O Diretor Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade, Arnaldo Machado, abriu o seminário “Mudança e Inovação para Novos Estilos de Vida”, que decorreu a 24 de junho, em Ponta Delgada, afirmando que a responsabilidade social das empresas representa a integração voluntária de preocupações sociais e ambientais, nas operações quotidianas das organizações, e na interação, com todas as partes da sociedade.

Notícias

O papel da Responsabilidade Social

Arnaldo Machado, que falava em representação da Secretária Regional da Economia, disse ainda que a responsabilidade social das empresas e outras instituições deve materializar--se na adoção de estratégias que conduzam à melhoria das condições de vida dos colaboradores da empresa e a soluções para os problemas da comunidade.

Neste evento organizado pela Associação Centro de Estudos de Economia Solidária do Atlântico (ACEESA), o Diretor Regional sustentou que a ética e a responsabili-dade social das empresas serão dois fatores decisivos para que estas organizações atinjam a sustentabilidade, no respeito pelas comunidades onde estão inseridas e gerindo os impactos sociais e ambientais resultantes da sua atividade.

Apenas desta forma será possível atingir a viabilidade económica e financeira das empresas, desenvolvendo, em simultâneo, as capacidades intelectuais e criativas das pessoas, rumo a uma sociedade mais justa e social-mente responsável.

Enquadrado no âmbito do protocolo TERMAZ – Termalismo, Lamas Termais e Águas Engarrafadas dos Açores: Tipificação, Aplicações Industriais e Indicações Terapêuticas”, celebrado entre a Secretaria Regional da Economia e o Instituto de Inovação Tecnológica dos Açores (INOVA), decorreram, de 29 a 31 de março, o Colóquio “Termalismo na Ilha Graciosa: Valências Tera pêuticas e Oportunidades de Desenvolvimento” e o Curso “Geofarmácia e Cosmética”.

As oportunidades do termalismo em debate na Graciosa

No colóquio foram apresentadas as ações e os estudos que o INOVA tem vindo a realizar em parceria com diversas entidades, instituições científicas e empresas, com parti-cular realce para os trabalhos visando o desenvolvimento de formulações e aplicações dermocosméticas de lamas e pedra-pomes.

Estes e outros conteúdos técnico-científicos foram porme-norizados no âmbito do Curso “Geofarmácia e Cosmética”, com componente teórica e sessão prática especialmente dedicados a estas temáticas, de relevante interesse econó-mico e de promoção de um Turismo de Saúde e Bem-estar.

O Colóquio e as sessões teóricas do Curso tiveram lugar no Hotel Graciosa, enquanto que as sessões práticas decorreram nas Termas do Carapacho, na Ilha Graciosa.

O Diretor Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade, Arnaldo Machado, referiu, em representação do Secretário Regional da Economia, no encerramento do colóquio que as grandes linhas de orientação regio-

nais, no que concerne à utilização destes recursos, estão consignadas no projeto Termaz.

O Diretor Regional afirmou que “foram traçados importantes objetivos tenden-tes ao desenvolvimento sustentado dos recursos termais, hidrominerais e geotér-micos da Região Autónoma dos Açores, de forma concertada e em cascata tér-mica, em estreita ligação com a susten-tabilidade do recurso hidrogeológico, a obtenção de produtos inovadores que potenciem mais-valias para os utilizado-res e, ainda, a preservação ambiental”.

O Termaz é um documento estratégico, cujas ações e iniciativas previstas se pro-longarão até 2013, envolvendo a compar-ticipação por parte de fundos comunitá-rios, no âmbito do programa operacional Proconvergência e do apoio financeiro da Secretaria Regional da Economia.

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Realizou-se no dia 15 de Junho no auditório do Laboratório Regional de Engenharia Civil, o Seminário “A Marcação CE nos Produtos de Construção: Aplicação nos Açores”, promovido pelo Laboratório Regional de Engenharia Civil.

NotíciasAs cooperativas e a economia social

Numa economia global e perante um mercado altamente competitivo, a eficácia do modelo cooperativo dependerá, por um lado, da profissionalização da gestão das cooperativas e, por outro, do necessário e permanente esforço de educação e formação dos dirigentes, colaboradores, mas, acima de tudo, dos cooperantes, pois estão em causa não apenas as competências profissionais, mas os próprios princípios do cooperativismo.

A Marcação CE nos Produtos de Construção

A afirmação foi proferida pela Diretor Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade, Arnaldo Machado, no Seminário As cooperativas e a economia social, que decorreu na Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa, no dia 29 de fevereiro.

Reiterando que as cooperativas têm assumido um papel re-levante no desenvolvimento dos Açores, Arnaldo Machado traçou a evolução do setor na Região e apresentou alguns factos da realidade cooperativa regional.

Este encontro, realizado pela Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, em parceria com a Confederação Nacional de Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal e com a Confederação Cooperativa Portuguesa, pre-

tendeu enquadrar, definir e delimitar o conceito de coopera-tiva, no contexto da economia social e da crise, nos planos conceptual, económico, legal e estatístico.

A Região Autónoma dos Açores foi apresentada como um caso singular do setor cooperativo nacional.

Em abril de 2011 foi publicado o novo Regulamento dos Produtos de Construção – Regulamento (EU) n.º 305/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho – que estabelece condições harmonizadas para a comercialização dos produtos de construção e que vem revogar a Diretiva 89/106/CEE do Conselho (co-nhecida como Diretiva dos Produtos de Construção), decorrendo até 1 de julho de 2013 o período transi-tório de coexistência dos dois documentos para as disposições operacionais.

Pretendeu-se com este seminário sensibilizar e escla-recer os operadores económicos para a importância destas alterações e o significado da Marcação CE nos produtos da construção, constituindo-se assim uma oportunidade para a apresentação e debate de questões relacionadas com a nova regulamentação e, simultaneamente, proporcionar uma troca de experiências sobre a Marcação CE de produtos de construção na Região Autónoma dos Açores, com a visão prática diferenciada de alguns dos principais intervenientes nesta temática ao nível regional.

Este Seminário contou com a colaboração da Direção Regional do Apoio ao Investimento e à Competitividade, para além de outras entidades públicas e privadas tais como o Instituto Português da Qualidade, a Inspeção Regional das Atividades Económicas, a Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Publicas dos Açores, a Marques Britas SA, a Norma Açores e a Associação Portuguesa de Certificação.

Estatísticas

Neste número da Revista €mpreender fazemos uma atualização dos números do SIDER – Siste-ma de incentivos para o desenvolvimento regional dos Açores, bem como do Empreende Jovem – Sistema de incentivos ao empreendedorismo. Os números são referentes a 26 de junho de 2012.

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SIDER

O SIDER – Sistema de incentivos para o desenvolvimento regional dos Açores constitui o quadro legal de referência dos incentivos financeiros dirigidos ao sector empresarial açoriano, para o período de 2007-2013, cuja finalidade é conferir à economia regional os adequados índices de competitividade, indutores de um crescimento económi-co sustentável.

O SIDER tem como objectivo promover o desenvolvimen-to sustentável da economia regional, através de um con-

junto de medidas que visam o reforço da produtividade e competitividade das empresas.

Este sistema é constituído pelos Subsistemas de Apoio ao Desenvolvimento Local (DLA – Mercado Local, DLB – Promoção da Segurança e Qualidade Alimentar), Desenvolvimento do Turismo (DTA – Investimento em Capital Fixo, DTB – Promoção da Segurança e Qualidade Alimentar), Desenvolvimento Estratégico (DEE) e Desenvolvimento da Qualidade e Inovação (DQI).

Número de candidaturas por ilha

22

359

173

25

41

71 55

20

0

50

100

150

200

250

300

350

400

CorvoFloresFaialPicoSão JorgeGraciosa

TerceiraSão MiguelSanta

Maria

1

SantaMaria

São JorgeGraciosaTerceiraSão Miguel

Faial Flores CorvoPico

Investimento candidatado por ilha per capita

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

35003349

2084

23932277

1068

2371

1188

3432

152

0

50

100

150

200

250

300

Turismo, alojamento, restauração

ServiçosIndústriaOutrosConstruçãoComércio

Número de candidaturas por sector

272

54

11

85

167178

A ilha de São Miguel acolheu até esta data 359 das 767 candidaturas ao SIDER. No outro extremo da tabela encon-tra-se a ilha do Corvo, com apenas uma candidatura submetida a este sistema de incentivos.

Contudo, é na ilha das Flores que o investimento programado tem mais impacto sobre cada um dos seus habitantes, seguida por Santa Maria.

O sector do comércio continua a ser responsável pelo maior número de candidaturas, com 272, seguido pelo turis-mo com 178.

Investimento candidatado por ilha

Corvo

Flores

Faial

Pico

São Jorge

Graciosa

Terceira

São Miguel

Santa Maria 18.683.364,82 €

274.250.689,43 €

133.629.753,28 €

10.885.254,31 €

11.215.621,07 €

35.100.068,07 €

17.894.898,28 €

13.710.422,20 €

64.749,31 €

Reflexo dos números anteriores, a maior ilha do arquipélago concentra 53,2% dos mais de 515 milhões de euros candidatados.

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Empreende Jovem

O Sistema de Incentivos Empreende Jovem visa, essencialmente, estimular uma cultura de risco e vontade empre-endedora, ao promover a criação de empresas de carácter inovador, contribuindo para o incremento de uma nova cultura empresarial, baseada no conhecimento e na inovação.

Destinado a jovens empreendedores (empresários em nome individual, estabelecimentos individuais de respon-sabilidade limitada, sociedades comerciais e cooperativas, detidas maioritariamente por jovens empreendedores) titulares de nível de formação mínimo correspondente à escolaridade obrigatória, com idade compreendida entre os 18 e os 35 anos, podendo alargar-se até aos 40 anos caso os jovens empreendedores tenham gozado de licença de parentalidade até aos 35 anos.

Investimento candidatado por sector

Turismo

Serviços

Indústria

Outros

Construção

Comércio 99.691.802,54 €

17.864.285,75 €

67.980.328,92 €

100.504.231,81 €

122.716.516,00 €

106.677.655,75 €

Número de candidaturas por subsistema

0

100

200

300

400

500

Desenv. Qualidade e Inovação

Desenv. Qualidade

e Inovação (b)

Desenv. Qualidade

e Inovação (a)

Desenv. Turismo (b)

Desenv. Turismo (a)

Desenv.Local (b)

Desenv.Local (a)

Desenv.Estratégico

42

480

8

213

5 122

5

Investimento candidatado por subsistema

DTB

DTA

DQI

DQB

DQA

DLB

DLA

DEE 259.836.475,54 €

180.014.137,17 €

338.459,16 €

738.633,79 €

339.729,87 €

821.196,65 €

73.124.249,93 €

221.938,66 €

Desta feita, o número de candidaturas não se reflecte no investimento candidatado, já que os serviços lideram com 23,8% do investimento candidatado.

No que concerne ao desempenho de cada uma das medidas de apoio, nas várias tipologias aceites, as candidaturas ao Desenvolvimento Local destacam-se claramente das restantes categorias, sendo seguidas pelos investimentos em capital fixo no sector do turismo.

A relação anterior mantém-se quando analisamos o investimento candidatado a cada medida de apoio, contudo, ambas as tipologias são ultrapassadas pelos projectos candidatados ao Desenvolvimento Estratégico, que, pela sua natureza, apresentam valores de investimento muito superiores aos restantes.

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Investimento candidatado por ilha

696.485,46 €

4.586.477,29 €

4.613.011,13 €

489.619,30 €

1.653.662,17 €

7.861.797,27 €

3.017.470,68 €

753.283,38 €Flores

Faial

Pico

São Jorge

Graciosa

Terceira

São Miguel

Santa Maria

Número de candidaturas por sector

21%

Comércio

Alojamento e restauração

Construção

Saúde

Educação

Atividade de consultadoria

Atividades de informação

Indústria

Outros serviços

14%

21%

3%

13%5%

15%

3%

5%

Investimento candidatado por Sector

2.953.757,36 €

5.686.835,87 €Outros serviços

Indústria

Atividades de informação

Atividade de consultadoria

Educação

Saúde

Construção

Alojamento e restauração

Comércio

5.686.835,87 €

840.711,06 €

2.711.402,68 €

936.228,18 €

3.421.425,03 €

646.598,07 €

1.470.566,25 €

5.004.282,18 €

Nos últimos anos deram entrada 131 candidaturas ao Empreende Jovem, sendo que são as ilhas de São Miguel e Pico que lideram o número de candidaturas com 31 e 39 respetivamente. Logo a seguir surge a Terceira com 27 projetos e o Faial com 15 projetos.

Número de candidaturas por ilha

4

0

5

10

15

20

25

30

35

40

FloresFaialPicoSão JorgeGraciosaTerceiraSão Miguel

Santa Maria

31

27

2

10

39

15

3

No que respeita aos sectores de atividade verifica-se que o alojamento e restauração e outros serviços são respon-sáveis por mais de 40% das candidaturas recebidas.

É na ilha do Pico que se concentra a maior parte do investimento candidatado a esta medida de apoio.

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Governo dos Açores

SECRETARIA REGIONAL DA ECONOMIA

DIREÇÃO REGIONAL DE APOIO AO INVESTIMENTO E À COMPETITIVIDADE