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Apontamentos de Economia - Mercados.

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Page 1: Economia-Mercados - Apon Alfredo

______________________________________________________________________ Apontamentos de Alfredo Garcia

MERCADO: Noção de mercado: Ao falarmos de mercado muitas ideias nos vêm à cabeça. Já ouvimos certamente falar no mercado do Bulhão, no Porto, ou no mercado da Ribeira, em Lisboa. Já ouvimos também certamente alguém dizer: “Fui ao mercado” – querendo com isso dizer que foram ao “Supermercado” ao “Hipermercado” à “Praça” ou à “Feira”. Todas estas expressões têm em comum o facto de serem locais onde se podem encontrar os bens que necessitamos, os bens para satisfazerem as nossas necessidades... Também é frequente ouvirmos falar em “preço do mercado internacional” de um determinado produto..., “mercado de Capitais”, “mercado de Trabalho”, etc. Ao ouvirmos estes conceitos verificamos que eles não correspondem a lugares concretos onde possamos adquirir coisas. O conceito de mercado tem dois sentidos:

- Concreto: Lugar onde se encontram vendedores e compradores. - Abstracto: Conjunto de possíveis vendedores e compradores.

É através do mercado que se adequam a oferta e a procura de cada bem, de modo que é garantida aos consumidores a produção dos bens que necessitam e aos produtores a certeza de que venderão os bens que irão produzir, isto é, no mercado chega-se à compatibilização entre a oferta e a procura de um bem para certo preço. Mercado “É o elemento fundamental da actividade económica dos países capitalistas modernos. O processo de troca é o centro da vida produtiva nos países de economia de mercado. O mercado é o lugar de encontro entre o que deseja comprar (Procura) e o que deseja vender (Oferta), onde se realizam as trocas dos bens”. O mercado é a realidade de uma troca que se concretiza por um preço ou equivalente monetário do valor do bem. No mercado interagem diversos elementos:

- Oferta, - Procura, - Moeda, - Preços.

Num sistema de mercado, cada mercadoria e cada serviço têm um preço. CLASSIFICAÇÃO DOS MERCADOS: Critérios de definição dos mercados: 1 – Quantidade –número de participantes e sua importância. 2 – Interdependência –relações que se estabelecem entre os vendedores. 3 – Natureza do bem transaccionado.

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______________________________________________________________________ Apontamentos de Alfredo Garcia

O critério da quantidade, do número de participantes, não é suficiente; não é possível determinar o número a partir do qual se passa da Concorrência ao Oligopólio. Um grande número de vendedores, só por si, não é suficiente para dizermos que há concorrência pura. Em concorrência é necessário que haja atomicidade do mercado, ou seja, é necessário que existam muitos vendedores (quantidade) mas que não estejam em condições de influenciar ou dominar o mercado, isto é, não estabeleçam acordos entre si (interdependência) para controlar a oferta... Em concorrência existem muitas empresas, mas cada uma apenas representa uma parte muito pequena da oferta global – atomicidade do mercado. É também necessário, para que estejamos perante um mercado de concorrência perfeita, que o bem transaccionado seja de determinada natureza, é necessário que seja homogéneo, isto é, tenha características uniformes, idênticas, semelhantes, de tal modo que os compradores não têm razão, ou motivo, para preferirem um vendedor a outro. Por ex: são produtos homogéneos:

- matérias-primas, - Produtos agrícolas, - Artigos manufacturados sem indicação de marca ou de proveniência, etc.

É a homogeneidade do bem que faz com que seja indiferente para os compradores adquirirem o bem que necessitam ao vendedor A ou ao vendedor B. É indiferente beber uma “bica” no café da esquina ou num café de um centro comercial. É indiferente comprar maçãs, batatas, laranjas, etc. na “mercearia do Delfim” ou nos hipermercados Continente ou Jumbo. Porquê? Porque se trata de bens homogéneos, bens que têm características idênticas, uniformes... Em conclusão: Na classificação dos mercados temos que ter em conta estes três critérios:

- Quantidade dos participantes, - Relações que estabelecem entre si, - Natureza dos bens transaccionados (Homogénea ou não...).

Em sítese, pela utilização dos critérios enunciados os mercados distinguem-se em:

- Mercado de Concorrência perfeita, - Mercado de Oligopólio, - Mercado de Monopólio.

Mercado de concorrência perfeita: No mercado de concorrência perfeita existe um grande número de vendedores (pequenos) que não estabelecem acordos entre si para controlar a oferta ou dominar o mercado (atomicidade do mercado).

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______________________________________________________________________ Apontamentos de Alfredo Garcia

Assim, são características do mercado de concorrência perfeita:

- Existência de um grande número de vendedores e de compradores, - Nenhum vendedor estar em condições de dominar o mercado, - É livre a entrada de novos vendedores bem como a saída de qualquer vendedor... - O produto é homogéneo.

No mercado de concorrência pode não se verificar alguma ou algumas das características referidas anteriormente. Mas para estarmos perante um mercado de concorrência perfeita (Pura)é necessário que se verifiquem todas aquelas características. Mercado de Oligopólio: O mercado de Oligopólio caracteriza-se pela existência de:

- Vários compradores e vendedores, - Produtos não homogéneos.

São exemplos de Oligopólios, os Bancos, as Gasolineiras... As empresas estabelecem acordos entre si que podem ser meramente tácitos e que se podem traduzir por exemplo na fixação de preços ou na divisão do mercado. Por exemplo, verificamos que o preço da gasolina não varia muito de gasolineira para gasolineira; seja qual for a gasolineira o preço da gasolina ou do gasóleo é praticamente o mesmo. Verificamos também que há determinadas empresas gasolineiras que predominam em determinadas zonas do país; há zonas em que há mais gasolineiras B.P. ou Mobil, ou outra qualquer. Isto é o resultado do tal acordo, que pode ser meramente tácito, entre os vendedores estabelecendo, fixando, os preços e dividindo entre si o mercado. Mercado de Monopólio: A situação de monopólio caracteriza-se pela existência de uma única grande unidade de produção a oferecer, no mercado, um determinado bem. Em Monopólio essa grande unidade produtiva, esse grande produtor, esse grande vendedor domina, controla completamente o mercado. O preço do bem não resulta da concorrência entre produtores, nem do livre jogo da oferta e da procura – que não existe – mas sim dos objectivos do produtor que pretende obter o lucro máximo. Em todo o caso, mais adiante vamos ver que mesmo assim o estabelecimento do preço em monopólio situa-se num valor próximo do valor que resulta do valor do bem no mercado de concorrência, isto é o preço de monopólio aproxima-se geralmente do preço de concorrência.. O mercado de Monopólio caracteriza-se pelo domínio do mercado por um grande produtor que domina o mercado, que controla a oferta.

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PROCURA: A procura de um bem é a quantidade desse bem que as pessoas estão dispostas a adquirir a um determinado preço. Lei da Procura: A quantidade procurada de um bem varia na razão inversa do seu preço. A procura de um bem depende do preço desse bem.O preço de um bem influencia a quantidade procurada desse bem. Mas há outros factores, além do preço, que podem influenciar a procura. Outros factores, além do preço, que podem influenciar a procura:

- O rendimento médio dos consumidores, - A dimensão do mercado, - O preço e a disponibilidade de outros bens, sobretudo daqueles que são bons

substitutos do bem em questão, - Factores subjectivos:

- Gostos e preferências dos consumidores: * Podem corresponder a necessidades genuínas (água para matar a sede), ou * Corresponder a necessidades criadas artificialmente pela publicidade (por exemplo o consumo de determinadas bebidas). - Tradição, - Moda, - Religião ( proibição de consumo de carne de porco em algumas religiões).

Vamos verificar como se comporta a procura quando se tem em conta apenas o preço de um determinado bem e quando se têm em conta também os outros factores, além do preço, que podem influenciar a procura.

Vejamos primeiro o que acontece à procura de um bem, por exemplo as laranjas, quando se tem em conta apenas o seu preço.

Situação Preço Kg. Laranja Quantidade Procurada/Caixas

de 25 Kg A 130 10 B 110 25 C 90 40 D 70 55 E 50 65

Page 5: Economia-Mercados - Apon Alfredo

Curva da procura: Quadro 1.

Função Procura de Mercado

0102030405060708090

100110120130140

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Quantidades

Preç

os

Situação ASituação BSituação C

A curva da procura inclina-se da esquerda para a direita e de cima para baixo.

O que acontece à curva da procura se para além dos preços tivermos em conta os outros factores que podem influenciar a procura.

Por exemplo o que acontece à curva da procura de laranjas se: - Ouver mudança de gostos (motivada pela publicidade, por ex.), - Aumentar bruscamente o preço de outras frutas, - Aumentar o rendimento dos consumidores, - Expectativa de que os preços das laranjas aumente muito na semana seguinte. Em todos estes casos a procura de laranjas aumentará. A curva da procura deslocar-se-à, neste caso, mais para a direita.

Chama-se variação da procura a esse deslocamento da curva da procura causada pela variação de um ou mais factores que podem influenciar a procura.

A curva pode deslocar-se para fora, para a direita se ouver um aumento das quantidades procuradas (recta encarnada no gráfico 1) e deslocar-se-à para dentro, para a esquerda se as quantidades procuradas diminuirem (recta azul no gráfico 1).

Podemos verificar isso através de dois exemplos.

______________________________________________________________________ Apontamentos de Alfredo Garcia

Page 6: Economia-Mercados - Apon Alfredo

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No primeiro exemplo, suponhamos que os preços se mantêm: 130, 110, 90, 70 e 50, e as quantidades procuradas aumentam respectivamente para: 15, 30, 45, 60 e 70 caixas de laranjas de 25 Kg cada, por influencia de um ou mais factores que podem influenciar o consumo, nomeadamente:

- mudança nos gostos dos consumidores (motivada pela publicidade, por ex.), - Aumentar bruscamente o preço de outras frutas, - Aumentar o rendimento dos consumidores, - Expectativa de que os preços das laranjas aumente muito na semana seguinte.

Verificamos, neste caso, no quadro 1, que a curva da procura de facto se desloca para fora, para a direita (recta encarnada).

No segundo exemplo suponhamos que mantendo-se os mesmos preços de cada Kg de laranjas: 130, 110, 90, 70 e 50, as quantidades procuradas diminuem por influência dos outros factores que influenciam o consumo respectivamente para: 5, 20, 35, 50 e 60 caixas de laranjas de 25 Kg cada. Verificamos, neste segundo caso, no quadro 1, que a curva da procura de facto se desloca para dentro, para a esquerda (recta azul).

Elasticidade da Procura: A elasticidade da procura pode definir-se como sendo a medida da procura relativamente à variação do preço de um bem ou serviço. A elasticidade da procura mede a relação que existe entre a variação relativa da quantidade procurada de um bem Δq. em relação à quantidade inicialmente procurada q. e a variação relativa do preço de um bem Δp. em relação ao preço inicial do bem p. A elasticidade da procura (elasticidade da quantidade procueada - e.q.p.) é-nos dada pela fórmula:

Δq. q. p. Δp.

e.q.p. = _____ = ____ . _____ Δp. q. Δq. p.

Dito de outro modo: Variação % da quantidade procurada de um bem X A elasticidade da procura = _______________________________________________________________ Variação % do preço do bem X A elasticidade da procura varia entre duas situações extremas, isto é, a elasticidade da procura varia entre :

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A Procura pode ser: - Rígida ou perfeitamente inelástica – Diz-se que a elasticidade da procura de

um bem é rígida ou perfeitamente inelástica se apesar de um grande aumento do preço desse bem, as quantidades procuradas do mesmo bem não diminuem, isto é: perante uma situação em que um grande aumento do preço não implica variações nas quantidades procuradas desse bem a procura dir-se-à Rígida ou perfeitamente inelástica,

- Perfeitamente elástica ou elasticidade forte – Diz-se que a procura de um bem é perfeitamente elástica ou de elasticidade forte se perante uma variação pequena do preço a variação das quantidades procuradas é muito grande,

- Elástica – É a que se verifica entre aquelas duas situações extremas. Factores ou características de que depende a elasticidade da procura de um bem:

A elasticidade da procura de um bem depende:

- Da natureza do bem e lugar que esse bem tem na estrutura de consumo do agente económico (por ex: ser um bem alimentar ou um bem de luxo),

- Da possibilidade de substituição desse bem por outros bens. Se o bem em causa possui poucos substitutos a sua procura será relativamente rígida (é o que se passa por ex: com o Sal). Se o bem possui substitutos a elasticidade é forte (é o que se passa por ex: com a manteiga que pode facilmente ser substituída pela margarina,

- Das alterações na procura de um bem complementar de outro – café e açúcar, por exemplo, quando acontecem variações do preço de um deles.

As características definidas para os bens são relativas e não dependem só das qualidades técnicas dos bens. O costume e a publicidade têm aqui um papel importante. Por exemplo, as campanhas contra o uso do açúcar - porque o seu consumo pode ser prejudicial para a saúde - podem fazer diminuir o seu consumo, sem que diminuam os consumos dos bens complementares. OFERTA: A pocura é a quantidade de um bem que os produtores estão dispostos a vender a um determinado preço: Lei da Oferta: A quantidade oferecida de um bem varia na razão directa dos preços. A Oferta, tal como a procura, também é influenciada ou condicionada pelo preço dos bens.

Page 8: Economia-Mercados - Apon Alfredo

É óbvio que o preço de um bem influencia a sua oferta. Naturalmente um produtor estará disposto a aumentar a oferta, a vender mais, se o preço do bem que produz, por ex. As laranjas, aumentar. Quanto maior for o preço do bem maior será a quantidade oferecida, pois maiores serão também os lucros… Se o preço de um bem baixar abaixo do custo de produção, os produtores deixarão de produzir esse bem e passarão eventualmente a produzir outro bem.

Vejamos como reaje a Oferta de laranjas relativamente à alteração do preço:

Situação Preço Kg. Laranja Quantidade Oferecida/Caixas

de 25 Kg A 130 65 B 110 50 C 90 40 D 70 25 E 50 10

Curva da Oferta: Quadro 2.

FUNÇÃO OFERTA

0102030405060708090

100110120130140

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Quantidades

Preç

os

Verificamos que a representação gráfica da curva da oferta se desloca da esquerda para a direita e de baixo para cima, o que quer dizer que à medida que o preço do bem aumenta, aumenta também a quantidade oferecida desse bem e a curva da oferta deslocar-se-à para for a, para a direita. Se o preço do bem diminuir, sem que se verifiquem alterações nos outros factores que podem influenciar ou determinar a oferta, as quantidades oferecidas diminuem, a curva da oferta deslocar-se-à para

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dentro, para a esquerda. O que demonstra a Lei da Oferta: “ A oferta de um bem varia na razão directa dos preços”.

Mas pode acontecer que apesar do preço do bem baixar a oferta desse bem pode manter-se ou até aumentar, por influência de alterações ocorridas nos outros factores que podem influenciar a oferta, como veremos de seguida.

Tal como a procura, também a oferta pode ser influenciada, além do preço, por outros factores. Factores que influenciam ou determinam a Oferta:

- Variações da procura, - Alterações dos preços das matérias-primas, - Variações salariais, - Mudanças tecnológicas, - Alterações nos preços dos bens complementares e dos bens sucedâneos, - Sazonalidade, - Condições climatéricas, - Grau de conservação dos produtos, - Previsões do produtor relçativamente à relação preço-custo. - Intervenção do Estado subsidiando ou penalizando determinadas produções.

Vejamos o que acontece à Oferta quando temos em conta também um ou vários dos factores acima indicados que podem influenciar a oferta: Dissemos que apesar do preço do bem poder baixar, a oferta pode manter-se ou até aumentar. Exemplifiquemos: Suponhamos que o preço das laranjas baixa, mas verificam-se mudanças nos outros factores que podem influenciar a oferta, nomeadamente:

- Diminuem os custos de produção, por ex: baixam os salários e as matérias-primas,

- Há progressos tecnológicos que permitem produzir mais, que são mais eficientes,

- Baixam os preços dos bens substitutos, por exemplo, baixa o preço das outras frutas.

Em todos estes casos apesar do preço da laranja baixar a oferta de laranja pode manter-se ou até aumentar sem que isso implique uma perda de lucros dos produtores. A oferta poderá aumentar porque também se produz com menos custos o que permitirá continuar a obter ou até aumentar os lucros dos produtores, da oferta.

Os deslocamentos para fora, para a direita, da curva da oferta devem-se a alterações em um ou mais dos factores determinantes da oferta que antes eram considerados constantes. Esses deslocamentos da curva da oferta designam-se por variação da oferta.

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Elasticidade da Oferta: A elasticidade da oferta mede a rendibilidade da oferta de um bem ou serviço relativamente à variação do preço de venda; mede a relação que existe entre a variação relativa da quantidade oferecida e a variação relativa do preço em relação ao preço inicial. A elasticidade da oferta pode variar entre a oferta rígida ou inelástica, isto é, a oferta não reaje às variações do preço. É o que acontece, por exemplo, com as obras de arte – a quantidade de obras de arte não pode ser aumentada por decisões económicas, por auxílio dos factores de produção. Quando a quantidade dos bens disponíveis pode ser alterada com o auxílio dos factores de produção, a oferta pode ser elástica ou perfeitamente elástica.

O grau de elasticidade da oferta de um bem depende:

- da existência de stocks ( Quando o produtor possui um determinado stock de um bem, tomará decisões de oferta em função do preço corrente no mercado e dos preços previsíveis no futuro. Preferirá armazenar o bem se prevê que o preço do bem aumente no futuro e procurará vender o máximo se previr que o preço do bem vai baixar no futuro) e, no caso de estes não existirem,

- da possibilidade de aumento da produção desses bens. Esta possibilidade de

aumento de produção de bens depende: - Da existência de factores de produção disponíveis. Por exemplo, a

carência de factores de produção disponíveis, em pleno emprego, pode provocar a rigidez da oferta.

- Da fluidez, da mobilidade dos factores de produção. Mesmo que tenhamos factores de produção disponíveis, se for difícil a sua fluidez, a sua mobilidade, se for difícil a sua deslocação de um emprego para outro ou de uma zona para outra, também aqui poderá haver rigidez da oferta.

O mercado e a formação dos preços: No mercado os preços resultam do livre jogo da oferta e da procura. Segundo a teoria tradicional da economia de mercado os preços resultam da livre concorrência, do livre jogo da oferta e da procura. A teoria tredicional da economia de mercado não admite a intervenção do Estado na economia, nem a possibilidade de cada empresa fixar os seus próprios preços. Para vermos como se formam os preços segundo a teoria tradicional da economia de mercado devemos combinar as análise da oferta e da procura.

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Vejamos num diagrama as duas curvas da oferta e da procura, tendo por base o exemplo das laranjas:

Situação Preços Quant. procurada Quant. Oferecida A 130 10 65 B 110 25 50 C 90 40 40 D 70 55 25 E 50 65 10

Quadro 3.

EQUILÍBRIO DE MERCADO

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

0 10 20 30 40 50 60 70 8

Quantidades

Preç

os

0

FUNÇÃO OFERTA

FUNÇÃO PROCURA

Verificamos que as curvas da procura e da oferta encontram-se num ponto, onde a quantidade oferecida é igual à quantidade procurada, é o ponto de equilíbrio ou preço de equilíbrio. No nosso exemplo das laranjas o ponto de equilíbrio ou preço de equilíbrio, é aquele que corresponde ao preço 90 a que corresponde a oferta de 40 e a procura de 40. O ponto de equilíbrio é aquele ponto em que as vontades dos consumidores (procura) e dos produtores (oferta) se tornam compatíveis – se o preço das laranjas for mais elevado haverá excesso de oferta e se o preço for mais baixo do que o preço ou ponto de equilíbrio haverá excesso de procura. O preço de equilíbrio verifica-se no nível em que a quantidade voluntariamente oferecida é iogual à quantidade livremente procurada. ______________________________________________________________________ Apontamentos de Alfredo Garcia

Page 12: Economia-Mercados - Apon Alfredo

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Vejamos duas situações: 1ª Situação: Se o preço fosse de 110 (e não de 90 – preço de equilíbrio no nosso exemplo) a quantidade procurada seria de 25 e a oferecida seria de 50. Significa isto que haveria excesso de oferta sobre a procura. Uma parte da produção ficaria por vender. 2ª Situação: Se o preço fosse de 70 (e não de 90) a procura seria de 55 e a oferta seria de 25. Neste caso existiria falta de laranja, estaríamos perante um situação de excesso de procura sobre a oferta. Neste caso haveria falta de laranja e muitas pessoas estariam dispostas a pagar mais oelas laranjas para as poderem adquirir. Estes dois casos correspondem a duas situações de desequilíbrio. Vejamos como se passa de uma situação de desequilíbrio para uma situação de equilíbrio, através de dois exemplos: 1º exemplo: Se o preço for de 130 há excesso de laranjas – excesso de oferta – os produtores não venderão toda a sua produção. Se a quiserme vender toda vão ter que a curto prazo baixar os preços – diz-se que há uma pressão da procura sobre a oferta para que os preços baixem. A tendência será para os produtores continuarem a baixar os preços. Esta pressão só deixará de existir quando à quantidade voluntariamente oferecida corresponder a quantidade livremente procurada, isto é, quando a oferta e a procura estiverem equilibradas. 2º exemplo: Se o preço das laranjas fôr de 50 a procura é 65 e a oferta é 10. A procura é superior à oferta, há um excesso da procura sobre a oferta. Os consumidores (procura) estarão dispostos a pagar mais pelas laranjas. Diz-se neste caso que há uma pressão sobre os preços para subirem. Esta pressão só desaparecerá também quando se atingir de novo o ponto de equilíbrio. Pode concluir-se que o preço de equilíbrio se verifica no nível em que a quantidade voluntariamente oferecida é igual à quantidade livremente procurada. Num mercado concorrencial, o preço de equilíbrio deve encontrar-se, quando confrontamos a curva da procura com a curva da oferta, no ponto em que as duas curvas se cruzam. Este é o ponto que corresponde à compatibilização entre a procura e a oferta.

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Formação dos preços num mercado de monopólio: Havendo um só produtor no mercado este fixará o preço atendendo aos custos de produção e ao lucro desejado, não terá que ter em conta a concorrência na determinaçãodo preço, não tem que se preocupar com a concorrência porque esta não existe. A situação de um só vendedor é rara; acontece em alguns serviços públicos, como a CP, que possui o monopólio dos transportes de caminhos de ferro. Exitem no entanto muitas situações de quase-monopólio. Basta pensar por exemplo num merceeiro duma pequena aldeia isolada que não tem de se preocupar com a concorrência local que não existe. O objectivo do monopólio consite em dominar a produção e o mercado para poder obter os maiores lucros possíveis. Para o monopolista o dado fundamental a ter em conta é a curva da respectiva procura, cuja elasticidade como sabes depende da natureza do produto e da existência de sucedâneos. No mercado de monopólio os preços formam-se de acordo com o princípio da maximização dos lucros. Segundo a lei do lucro máximo o preço do monopólio será aquele que garante ao produtor o lucro máximo total. Vejamos um exemplo de como uma empresa apesar da sua situação de monopólio não pode elevar o preço para além de um determinado limite, aquele que lhe permite obter o lucro máximo. Vamos considerar um empresa que, num determinado país, tenha o monopólio da produção de fogões:

Preços Quantidade Receita Total P Q RT = P x Q

200 0 0 180 1 180 160 2 320 140 3 420 120 4 480 100 5 500 80 6 480 60 7 420 40 8 320

No exemplo dado verificamos que o preço de 100 é aquele que permite à empresa a obtenção do lucro máximo. Se a empresa pretendesse vender os fogões a um preço superior a 100, apesar de ganhar mais em cada fogão, em cada unidade, no conjunto das vendas o lucro total seria menor. Pode concluir-se que qualquer empresa mesmo na situação de monopólio não pode elevar o preço para além de um determinado limite, aquele que lhe permite obter o máximo lucro total.