economia, instituições democráticas e evolução

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  • 8/4/2019 Economia, instituies democrticas e evoluo

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    Economia, instituies democrticas e evoluo

    Um balano pessoal de abordagens recentes

    Fbio Wanderley Reis

    I

    Anos atrs, confrontei a abordagem da escolha racional (escolhapblica, na designao inicialmente mais !sada" # perspecti$a proposta na

    obra de %&rgen 'abermas para tentar sit!arme de maneira ade)!ada diantedos problemas te*ricometodol*gicos bsicos das ci+ncias sociais-. pontocr!cial )!anto a 'abermas / o )!estionamento da contraposio por ele feitaentre trabalho e interao, o! instr!mentalidade e com!nicao, )!e se artic!lacom a denncia da !nilateralidade de !ma concepo instr!mental deracionalidade e com o empenho de rec!perao de !ma s!posta racionalidadecom!nicacional A concl!so geral do confronto em )!e me en$ol$o com asid/ias de 'abermas / a afirmao do carter sempre instr!mental daracionalidade e da ine$itabilidade de !ma concepo de racionalidade em )!ese destaca a id/ia de eficcia o! a relao formal entre meios e fins 0ssa

    posio se $ale das $erifica1es de %ean 2iaget com respeito ao f!ndamentooperat*rio do desen$ol$imento intelect!al, em )!e a1es reais se transp1em

    para o n3$el $irt!al das opera1es l*gicas e matemticas 4essa perspecti$aoperat*ria, o interesse do aspecto de com!nicao tem a $er com o fato de )!enele se do as condi1es sociais de prod!o do pensamento l*gico e doconhecimento seg!ro As condi1es sociais o! com!nicacionais acabamremetendo, assim, aos press!postos cogniti$os da racionalidade instr!mental,

    o! orientada por considera1es de eficcia, bem como aos se!s press!postosmoti$acionais

    5erso re$ista de artigooriginalmentep!blicado naRevista Brasileira de CinciaPoltica, no -, 6aneiro6!nho de 7889, pp -:;

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    Isso le$a ao reconhecimento da importante contrib!io tra>ida pelaabordagem da escolha racional, a )!al se $ale de !ma concepoine)!i$ocamente instr!mentalBformal de racionalidade como press!posto

    bsico @as o eCame detido das promessas e dific!ldades da escolha racional

    no deiCa de le$ar tamb/m # cr3tica dos post!lados a )!e ela se apega em s!aforma mais ortodoCa A aplicao da pr*pria noo de racionalidade s!p1eine$ita$elmente o conhecimento do contextono )!al a ao mais o! menosracional se eCerceD assim como o agente poder ser tanto mais racional )!antomais este6a informado a respeito da sit!ao em )!e de$e at!ar, assim tamb/mo analista estar em melhores condi1es para a$aliar a racionalidade da aodo agente )!anto mais este6a informado a respeito do conteCto dessa ao.ra, esse conteCto no pode ser conhecido com o )!e t+m de caracter3stico os

    rec!rsos da abordagem da escolha racional, pois h todo !m compleCocon6!nto de fatores sociais a conformar o pr*prio ator racional como tal,tornando in$i$el a pretenso de ded!>ir a sociedade a partir da simpless!posio de indi$3d!os calc!ladores Ee a escolha racional aspira a lidar como )!e se pode designar como a economia da ao, referida diretamente aoaspecto de coneCo instr!mental entre fins e meios, eCiste tamb/m o aspectoda energ/tica (o! moti$ao" da ao, )!e depende de fatores psicossociaise do conteCto social e )!e interfere com a ade)!ada a$aliao da pr*priaeconomia da ao Assim, o ob6eti$o da ci+ncia social no seria eCplicar asociedade como tal, como corresponderia # perspecti$a mais ortodoCa eambiciosa da escolha racional o desafio / antes o de fornecer a eCplicao defenGmenos espec3ficos de nat!re>a $ariada, combinando na empreitada orec!rso a !ma metodologia )!e se $ale do s!posto de racionalidade, a me!

    6!3>o indispens$el, com !ma ontologia )!e / social desde o comeo?ma forma de at!ali>ar o debate consistiria em destacar o lado do

    dilogo com 'abermas e tomar os desdobramentos de s!as id/ias )!eocorreram posteriormente a minha disc!sso H!e di>er, por eCemplo, daTeoria da Ao Comunicativa, pro$a$elmente s!a obra principal, c!6a

    p!blicao inicial em alemo ocorria mais o! menos sim!ltaneamente #redao do me! pr*prio trabalho7Jonter ela a sol!o das dific!ldades do

    pensamento de 'abermas )!e proc!rei apontar a3 @inha resposta /

    2%&rgen 'abermas, T!e T!eor" o# Communicative Action, $ol!me I, =oston, =eacon 2ress,-9K; $ol!me II, =oston, =eacon 2ress, -9K: trad!o para o ingl+s de Lhomas @cJarthy

    7

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    decididamente negati$a, mas no tenho a inteno de entrar a)!i por esser!moM0m $e> disso, pretendo eCplorar certos desdobramentos recentes comrespeito # rea da escolha racional e #s rela1es entre a economia e as demaisci+ncias sociais, especialmente a ci+ncia pol3tica e a sociologia, bem como as

    ramifica1es )!e acabamos tendo r!mo # b!sca mais ambiciosa de !mparadigma conceit!al com!m para as ci+ncias do comportamento como tal, aincl!ir mesmo a biologia

    II

    Alg!ns aspectos desses desdobramentos podem ser destacados departida 0m primeiro l!gar, temos a intensa penetrao, ocorrida nas ltimas

    d/cadas, das demais ci+ncias sociais pela perspecti$a da escolha racional 4ocaso da ci+ncia pol3tica, creio ser mesmo poss3$el falar de hegemonia daescolha racional, )!e coloco! na defensi$a a)!eles )!e no compartilha$am aconfiana o! o otimismo )!anto #s s!as promessas (no obstante o impactoca!sado pela denncia das patologias da teoria da escolha racional feita porNonald reen e Ian Ehapiro em $ol!me de -99; referido # ci+ncia pol3tica";A hegemonia se re$ela, por eCemplo, no espao dedicado # escolha racionalno$e% &andboo' o# Political Scienceorgani>ado h alg!m tempo por Robertoodin e 'ansNieter OlingemanD al/m de !ma parte especial dedicada #economia pol3tica, o $ol!me cont/m, a prop*sito de praticamente cada !mdos temas por ele cobertos, !m cap3t!lo )!e se oc!pa especificamente dascontrib!i1es da escolha racional para as )!est1es en$ol$idasP0m seg!ndol!gar, o pr*prio +Cito do desafio representado pela escolha racional e asrea1es por ele s!scitadas res!ltaram em grande conf!so no )!e se refere #srela1es entre a economia e as o!tras ci+ncias sociais, a eCpressarse, poreCemplo, no ab!so da eCpresso no$o instit!cionalismo o! de r*t!losassemelhados, )!e ad)!iriram significados no apenas di$ersos, mas mesmo

    contrastantes Q embora a conf!so gire sempre em torno do confronto entre o

    3A seg!nda edio dePoltica e Racionalidade, citada na nota anterior, cont/m !m p*sescrito em )!e proc!ro lidar bre$emente com a Teoria da Ao Comunicativa4Nonald 2 reen e Ian Ehapiro,Pat!ologies o# Rational C!oice T!eor": A Criti(ue o#A))lications in Political Science, 4e 'a$en, Sale ?ni$ersity 2ress, -99;5Robert 0 oodin e 'ansNieter Olingeman (eds",A $e% &andboo' o# Political Science,.Cford, .Cford ?ni$ersity 2ress, -99

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    apego mais estrito a !m foco econGmico, com a +nfase na racionalidade e noclc!lo dos agentes, e !ma perspecti$a mais sociologi>ante, c!6a +nfase sedirige a categorias como $alores, normas e identidade

    Ne )!al)!er forma, !m ponto de refer+ncia cr!cial para a disc!sso / o

    carter abstrato, ded!ti$o e proposicional da microeconomia neoclssica, )!es!postamente res!lta n!ma teoria do comportamento racional como tal e )!e

    pro$+ os instr!mentos decisi$os da abordagem da escolha racional A partirda3, d!as )!est1es assinalam possibilidades alternati$as e contrastantes (a"At/ )!e ponto o conteCto sociol*gico das abstra1es microeconGmicas noeCigir ele pr*prio, para ser apreendido ade)!adamente, tamb/m !maabordagem anal3tica, propensa a abstrair, ded!ti$a (anloga, portanto, # damicroeconomia" . )!e temos a)!i, nat!ralmente, / a afirmao do

    imperialismo da economia, mais do mesmo em relao ao )!e a escolharacional $em reali>ando (b" Alternati$amente, at/ )!e ponto as abstra1esmesmas da microeconomia no poderiam o! de$eriam fa>erse em termosdiferentes dos da economia neoclssica Q digamos, sociologi>andose

    As abstra1es da microeconomia neoclssica (seg!indo na linha deTeon Walras, depois formali>ada por Oenneth Arro e erard Nebre!"assentamse em post!lados conhecidos Assim, em $e> de problemati>ar etemati>ar o processo de formao e tansformao das prefer+ncias dos agentes(e, portanto, a pr*pria conformao destes", s!p1emse agentes com

    prefer+ncias dadas, bem como transa1es )!e se fariam sem c!stos Laispost!lados en$ol$em por fora a s!posio adicional de !m conteCtosociopol3tico apropriado ao f!ncionamento l!brificado e harmonioso daeconomia, o! se6a, de institui*es(o estado" em operao e de regras dotadasde $alide> real para os agentes 0m artigo de -99M, Eam!el =oles e 'erbertintis referemse ironicamente ao carter ca$alheiresco da competio )!e a3ocorreria e ao ca$alheirismo $itoriano )!e en$ol$eria as transa1es, atentas# mCima de )!e !m aperto de mos / !m aperto de mos

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    0m contraste, a considerao dos c!stos das transa1es e a problemati>aodas prefer+ncias dos agentes le$am a )!e se temati>e o conteCto social e

    pol3tico das transa1es e o )!adro instit!cional em )!e se do 2odeselembrar, a prop*sito, a economia pol3tica da no$a es)!erda, )!e h tempos

    proc!ra$a tra>er ao foco da anlise o conteCto social e pol3tico dos processoseconGmicos e considerar o papel de categorias como o estado e as classessociais @ais recentemente, por/m, todo !m con6!nto de abordagens o!

    perspecti$as constit!em o )!e =oles e intis designam como economiap*salrasiana

    Ne todo modo, o balano reali>ado por =oles e intis permite apreciarde forma sint/tica e com $iso cr3tica o panorama geral em )!e se inseremalg!mas das principais ramifica1es recobertas pela designao conf!sa de

    no$o instit!cionalismo no campo da economia como disciplina, comimplica1es o! desdobramentos tamb/m para temas cr!ciais de ci+nciapol3tica )!e t+m sido tratados por abordagens )!e reclamam o mesmo r*t!lo. H!adro I abaiCo, adaptado de p!blica1es de =oles e intis e interpretadoa)!i com certa liberdade, eCibe as dimens1es en$ol$idas e s!a artic!lao(al/m de fornecer eCemplos de a!tores )!e corresponderiam, no campo daeconomia, #s diferentes orienta1es"

    . )!adro combina as s!posi1es relacionadas, em diferentesorienta1es o! perspecti$as, com d!as dimens1es Ne !m lado, temos anat!re>a do en#orcement o# claims, o! dos mecanismos pelos )!ais secontrolam o! reg!lam as transa1es e os reclamos relati$os a elas 0ssecontrole pode ser $isto como eC*geno e eCercido pelo estado, com s!as leise as imposi1es nelas baseadas, o! como end*geno, isto /, eCercido pelos

    pr*prios agentes, n!m conteCto )!e ser necessariamente tenso e propenso aoconflito Ne o!tro lado, temos a nat!re>a dos pr*prios agentes o! de s!as

    prefer+ncias e normas A)!i pode ha$er se6a s!posi1es afins aoindi$id!alismo metodol*gico, em )!e as prefer+ncias e normas s!rgem como

    eC*genas e dadas, se6a a s!posio de prefer+ncias e normas end*genas,de responsabilidade dos pr*prios agentes e )!e podem, portanto, ser m!dadas

    por eles, )!er atra$/s do conflito aberto, )!er atra$/s de processos

    'omo 0conomic!s

    P

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    H!adro I

    Jontrole o! reg!lao das transa1es e dos reclamoscorrespondentes

    (,n#orcemento#claims"

    0C*geno 0nd*geno(eCec!tado pB estado" (os pr*prios agentes"

    0C*gena (prefs dadas, - IntercUmbio alra 7 Interc instr!mentalJonstit!io indi$ metodol*gico" siano (ArroB conflit!oso (Etidosagentes Nebre!" glit>BWilliamson"(nature-a )re#s.e normas" 0nd*gena M Intercconstit!ti$o ; Interc constit!ti$o

    (0spao de con contrat!al conflit!oso (AVer flitoBdeliberao" (F'ayeVBAEen" (lofB=olesintis"

    (Adaptado de Eam!el =oles e 'erbert intis, Lhe Re$enge of 'omo 0conomic!s,+ournal o#,conomic Pers)ectives, $ol :, no -, -99M, combinado com idem, 2ostWalrasian 2olitical0conomy, em E =oles, ' intis e = !stafsson, eds,Mar'ets and /emocrac", Jambridge?ni$ersity 2ress, -99;"

    )!e incl!em o debate o! a deliberao coleti$a Q de toda maneira, prefer+ncias

    e normas tornamse algo problemtico a eCigir est!do )!anto a s!a formao etransformao, o )!e pro3be tomlas de partida como dadas Jomoressaltam =oles e intis, no caso da combinao de controle (en#orcement"eC*geno com prefer+ncias e normas tamb/m eC*genas (dadas" estamos noterreno marcado pelos post!lados da economia neoclssica 0m contraste, comcontrole end*geno / preciso s!por )!e a interao entre os agentes tender acaracteri>arse pela b!sca do interesse pr*prio com perf3dia,Kna )!al astransa1es ine$ita$elmente en$ol$ero c!stos, e c!stos pro$a$elmente

    pesados, dado o carter ao menos potencialmente conflit!oso do intercUmbioconstit!ti$o caracteri>ado pela a!s+ncia de normas e instit!i1es pr/estabelecidas

    8.li$er Williamson, Lhe 0conomics of o$ernance,+ournal o# 0nstitutional andT!eoretical ,conomics, $ol -;8, no -, maro de -9K;

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    Eem pretender preencher ade)!adamente as diferentes celas do )!adroadaptado de =oles e intis,9temos eCemplos na chamada no$a economiainstit!cional )!e en$ol$em perspecti$as claramente antagGnicas em relao#s d!as perg!ntas contrastantes acima indicadas o! #s d!as dimens1es do

    )!adro Assim, ary E =ecVer / tal$e> o melhor eCemplo de economista atratar simplesmente de estender a anlise neoclssica a no$as reas temticas,com a reiterao da aposta bsica da escolha racional mais con$encional e ateoria econGmica do crime, da fam3lia o! do comportamento h!mano emgeral-8@as a tend+ncia eCacerbada em ary =ecVer aparece tamb/m emo!tros a!tores )!e se cost!mam $er como correspondendo ao campo do no$oinstit!cionalismo em economiaD com No!glas 4orth, por eCemplo, temos ointeresse nas instit!i1es como tema, mas acompanhado do empenho de

    eCpliclas em termos econGmicos (o!, ao re$/s, de eCaminar comocondicionam o comportamento econGmico, tomandoas como eC*genas" esem refer+ncias # literat!ra de sociologia o! ci+ncia pol3tica na disc!sso dasinstit!i1es e de se! papel--

    2or o!tro lado, a economia p*salrasiana tem tal$e> em eorgeAVerlof o caso mais claro de perspecti$a contrria # de ary =ecVer Nesde!m artigo famoso de -9:8 sobre o mercado de carros !sados,-7temos com eleo empenho de tra>er # anlise neoclssica tradicional int!i1es sociol*gicas (e

    psicol*gicas, antropol*gicasD !ma psychosocioanthropoeconomics, comopretende ele-M", )!e eCigem, por eCemplo, tratar o desemprego como

    9At/ por)!e alg!ns dos a!tores classificados discordam eles pr*prios da maneira como socolocadosD $e6amse os comentrios ao artigo de =oles e intis no mesmo nmero de+ournal o# ,conomic Pers)ectives10X s!gesti$o )!anto # dif!so da percepo dos limites da perspecti$a a con$erg+ncia nacr3tica a =ecVer, em $ol!me de anos atrs, por parte de a!tores diferentes como eorgeAVerlof, Lhomas Echelling, %on 0lster e Amartia Een 5e6ase Richard Eedberg,,conomics and Sociolog", 2rinceton, 4%, 2rinceton ?ni$ersity 2ress, -998, baseado ementre$istas com di$ersos a!tores 0Cemplos importantes do trabalho de =ecVer so T!e,conomic A))roac! to &uman Be!avior, Jhicago, Lhe ?ni$ersity of Jhicago 2ress, -9:

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    fenGmeno sociol*gico, no )!al a solidariedade dos trabalhadores impedesalrios e contratos eficientes, )!e $iessem a ser mar'et5clearing, e prod!>!m mercado de trabalho po!co fleC3$el @as di$ersas o!tras abordagens,designadas por nomes $ariados, cabem no espao recoberto pelo r*t!lo de

    economia p*salrasiana 2ondo de lado a economia do intercUmbioconflit!oso (contested exc!ange", como =oles e intis designam s!a

    pr*pria abordagem, temos, por eCemplo, a economia dos c!stos detransao, de .li$er Williamson, com +nfase em problemas de go$ernana,na contraposio entre mercados e hierar)!ias e na id/ia da opo por!ma o! o!tra forma em f!no da efici+ncia em lidar com o c!sto dastransa1es econGmicas-;Lemos tamb/m a economia da informao,associada, com esse nome, a %oseph Etiglit>, em )!e se destaca o papel

    c!mprido pelas assimetrias de informao entre diferentes categorias de atoreseconGmicos e pol3ticos, dando origem # chamada teoria mandanteagente()rinci)alagentt!eor"", aplicada #s rela1es pr*prias de reas di$ersas(empregadores e empregados, prod!tores e cons!midores, acionistas eadministradores, eleitores e eleitos" e tra>endo o problema de como asseg!rara chamada accountabilit"D !m aspecto de partic!lar interesse, a)!i, consisteem )!e as assimetrias de informao fa$oreceriam o Unimo de tra)aa(eCemplificado de modo especial pelos lemonmar'etsde AVerlof" ao lado dos$elhos moti$os de intercUmbio correspondentes #s diferenas de prefer+nciaso! #s $antagens comparati$as-PL!do isso sem falar da chamada economiacomportamental, de )!e =oles e intis no tratam, marcada sobret!do pelotrabalho de psic*logos )!e, p!blicando em prestigiosas re$istas econGmicas,lograram +Cito em penetrar as correntes dominantes da disciplina com teses)!e realam a compleCidade da moti$ao dos agentes e a fre)!+ncia com )!e

    145e6ase Williamson, Lhe 0conomics of o$ernance155e6ase, por eCemplo, %oseph Etiglit>, 6!it!er Socialism7, Jambridge, @ass, Lhe @IL2ress, -99; Jabe assinalar de passagem )!e com esse Unimo podem ser ligados tamb/m osprocessos marcados pelo )!e se cost!ma designar como risco moral (moral !a-ard", em)!e o >elo dos agentes em se! comportamento / desestim!lado pela eCist+ncia o!implantao de mecanismos o! instit!i1es capa>es de garantir contra os efeitos negati$osdo comportamento irrespons$el Al/m da importUncia de fatores dessa nat!re>a para ainefici+ncia das economias socialistas, ob6eto do trabalho de a!tores como %anos Oornainos anos )!e precederam a derrocada do socialismo, / bem clara s!a rele$Uncia,ig!almente, para as crises )!e t+m sac!dido o capitalismo financeiro do m!ndoglobali>ado

    K

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    o en)!adramento psicol*gico da sit!ao defrontada (#raming" res!lta emdecis1es em )!e o s!posto econGmico da racionalidade se $eriacomprometido-es na linha de re$is1es indicadas acima (economia da informao, teoriamandanteagente", Adam 2r>eorsVi certamente merece desta)!e como casode cientista pol3tico empenhado em tra>er o instr!mental econGmico #disc!sso de temas da pol3tica Nois eCemplos entre o!tros permitem, no casode 2r>eorsVi, il!strar posi1es de menor e maior proCimidade em relao #

    *ptica mais ortodoCa da rational c!oicee da microeconomia . primeiro / oensaio Reforming the EtateD 2olitical Acco!ntability and 0conomicInter$ention, em )!e a reforma do estado / disc!tida # l!> da teoriamandanteagente, com +nfase no problema da accountabilit"pol3tica o! dosmecanismos )!e $isam a asseg!rar a transpar+ncia e a responsabilidade

    pol3tica-:. seg!ndo / o artigo Nemocracy as an 0)!ilibri!m, di$!lgadooriginalmente em man!scrito de -99P e contendo a tentati$a de form!lao de!ma teoria realista da democracia o! da consolidao democrtica, tomadoo processo correspondente como !m e)!il3brio a!toimpositi$o (sel#5en#orcing"a res!ltar do a6!ste espontUneo o! a!tomtico dos interesses

    prod!>ido pelo mero clc!lo dos agentes dispersos Q embora, em $ersore$isada do artigo p!blicada recentemente, o a!tor proc!re elaborar taisaspectos de maneira mais atenta para as complica1es de s!a coneCo com asnormas e a id/ia de c!lt!ra, ob6eto de claras dific!ldades no man!scritoinicial-K

    16@erecem desta)!e os nomes de Naniel Oahneman (pr+mio 4obel de economia de 7887"e Amos L$ersVy, coa!tores do clssico artigo 2rospect LheoryD An Analysis of Necision!nder RisV,,conometrica, $ol ;:, no 7, maro de -9:917Adam 2r>eorsVi, Reforming the EtateD 2olitical Acco!ntability and 0conomicInter$ention, trabalho apresentado # confer+ncia Ine)!ality, the Welfare Etate and Eocial5al!es, 0l 0scorial, 0spanha, 6!lho de -99P18Adam 2r>eorsVi, Nemocracy as an 0)!ilibri!m, 4o$a SorV, 4e SorV ?ni$ersity,man!scrito, o!t!bro de -99P Adam 2r>eorsVi, Nemocracy as an 0)!ilibri!m,PublicC!oice, -7M, prima$era de 788P

    9

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    Jont!do, h tamb/m, nat!ralmente, os representantes de !ma posiomais afirmati$amente sociol*gica, en$ol$endo, em alg!ns casos, resist+nciae mesmo hostilidade # aproCimao com a economia 0Cemplo dessa

    perspecti$a mais hostil se tem com a!tores como abriel Almond, defendendo

    !m $elho instit!cionalismo de carter mais con$encional-9Ne maneiradi$ersa, @arV rano$etter eCemplifica !ma sociologia econGmica )!e proc!ratra>er a estr!t!ra social # concepo da economia, dirigindose criticamentetanto a !ma concepo s!bsociali>ada (neoclssica" )!anto a o!tras!persociali>ada da ao h!mana e b!scando o e)!il3brio n!ma concepode impregnao social (embeddedness", em )!e se destaca o papel de redesde rela1es pessoais em gerar confiana e conter a cond!ta contrria #snormas sociais78Lamb/m %ames @arch e %ohan .lsen b!scam a l*gica da

    cond!ta apropriada, baseada em regras, de acordo com !m modelointegrati$o de organi>ao pol3tica, por contraste com !m modeloagregati$o )!e remete antes # dinUmica dispersa dos interesses e domercado7-@as / tal$e> especialmente interessante salientar, neste campo, otrabalho de Alessandro 2i>>orno, de modo a compensar !m po!co, com !mnome italiano )!e tem eCercido infl!+ncia importante na ci+ncia sociale!rop/ia e mesmo entre especialistas estad!nidenses, a tend+ncia brasileira a

    prestar partic!lar ateno ao )!e se prod!> nos 0stados ?nidos 2i>>orno seenfrenta h m!ito com a abordagem da escolha racional, disting!indo aati$idade identificante da ati$idade eficiente e $inc!lando a pol3tica #

    primeira, em contraste com o )!e se encontra na)!ela abordagem77

    III195e6ase, por eCemplo, abriel Almond, Ecott Flanagan e Robert @!ndt, Jrisis, Jhoiceand Jhange in Retrospect, 8overnment and 9))osition, $ol 7:, no M, 6!lho de -99720@arV rano$etter, 0conomic Action and Eocial Etr!ct!reD Lhe 2roblem of0mbeddedness,American +ournal o# Sociolog", $ol 9-, no M, no$embro de -9KP21%ames @arch e %ohan 2 .lsen,Rediscovering 0nstitutions: T!e 9rgani-ational Basiso# Politics, 4o$a SorV, Free 2ress, -9K9225e6ase AlessandroPi--orno, YE!lla Ra>ionalit# della Ecelta NemocraticaY, Stato eMercato, :, abril de -9KM, M;>orno,acompanhados de se!s pr*prios comentrios, pode ser encontrado no $ol!me em s!a honraeditado por Nonatella della 2orta, @onica reco e Arpad E>aVolc>ai,0dentit2Riconoscimento2 Scambio, =ari, Tater>a, 7888

    -8

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    Eeria poss3$el referir a diferena entre o trabalho da microeconomia (o!s!as aplica1es no campo da pol3tica com a abordagem da escolha racional" eo trabalho te*rico tradicional (con$encional" da sociologia e da ci+ncia

    pol3tica ao carter predominantemente afirmati$o e proposicional da primeira,destacado anteriormenteD ela en!ncia hip*teses precisas e pass3$eis de$erificao sobre o m!ndo emp3rico com base em !ns tantos post!ladosabstratos, como racionalidade e b!sca do interesse pr*prio, en)!anto nasociologia e na ci+ncia pol3tica teoria designo! d!rante m!ito tempo otrabalho de c!nhagem de !m con6!nto de de#ini*es(aparatos conceit!aiso!, na ling!agem de alg!ns, taConomias", com )!e se b!sca$a definir odom3nio de cada disciplina7MX este o caso de parte importante da obra de @aC

    Weber, de m!ito da obra de Lalcott 2arsons, de !m li$ro como T!e $erves o#8overnment, de Oarl Ne!tsch 4at!ralmente, h a eCceo representada pelo)!e Robert @erton chamo! h tempos de teorias de alcance m/dio,orientadas pelo empenho de form!lar proposi1es $erific$eis sobre reasespec3ficas de problemas

    .corre, por/m, )!e no se tem como escapar, em ambos os casos(teorias proposicionais e taConomias conceit!ais", do rec!rso a post!ladosontol*gicos, o! se6a, a s!postos sobre a nat!re>a ltima da realidade )!e seest!da 0m ltima anlise, a rele$Uncia de tais post!lados ontol*gicos (o )!e o

    mesmo @erton chamo! de orienta1es gerais" reside 6!stamente nointeresse he!r3stico do corpo conceit!al a )!e do origem, isto /, nafec!ndidade dos conceitos ()!er se trate de taConomias laboriosamenteconstr!3das o! da parcimoniosa refer+ncia a categorias como racionalidade o!!tilidade" como fonte de hip*teses e proposi1es )!e, $alendose deles eartic!landoos !ns com os o!tros, possam mostrarse certas no confrontomet*dico com dados emp3ricos de alg!m tipo

    As cr3ticas dirigidas # aplicao do instr!mental da microeconomia

    tanto no campo pol3tico o! social geral )!anto no econGmico consistem comfre)!+ncia em apontar a precariedade dos s!postos ontol*gicos en$ol$idos,com a conse)!+ncia de s!a s!posta defici+ncia do ponto de $ista he!r3stico

    4!m n3$el prof!ndo, isso pode ser $isto como remetendo # $elha )!esto

    23Recorro sempre a respeito ao trabalho clssico de 'ans T Zetterberg, 9n T!eor" and;eri#ication in Sociolog", Eomer$ille, 4%, =edminster 2ress, -9

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    epistemol*gica )!e se pode form!lar em termos de dicotomias di$ersasDestr!t!ra e ag+ncia, coleti$ismo e indi$id!alismo, ao e sit!ao o! conteCto,ator e ambiente 0m s!a forma mais ortodoCa, a aposta da abordagem daescolha racional tem sido eCpressa na f*rm!la seg!ndo a )!al se trataria de

    pro$er os f!ndamentos micro dos fenGmenos macro, em )!e a oposiomicromacro retoma a mesma dicotomia f!ndamental e o fa$orecimento domicro e do indi$id!alismo metodol*gico se ap*ia em post!ladosontol*gicos afins (os indi$3d!os so mais reais de )!e a coleti$idade" Ame! $er, nesse n3$el o problema se resol$e apropriadamente com oreconhecimento da necessidade ine$it$el de !m mo$imento de ir e $ir entremicro e macro (a apreenso antes indicada da moti$ao e da racionalidadeda ao do agente tendo em conta o conteCto em )!e at!a e s!a pr*pria

    apreenso da coneCo entre se!s ob6eti$os e o conteCto", como aponto!Raymond =o!don h tempos Q o! com o reconhecimento, por refer+ncia #f*rm!la rec/mcitada da escolha racional, de )!e fa> pelo menos tanto sentidofalar dos f!ndamentos macro dos fenGmenos micro )!anto dos f!ndamentosmicro dos fenGmenos macro7;

    @as h !m o!tro n3$el, mais diretamente rele$ante para a pol3tica comotal o! para problemas de teoria pol3tica propriamente, no )!al s!postosontol*gicos antagGnicos condicionam as perspecti$as de maneira )!e acaba

    por relacionarse e)!i$ocamente com o rec!rso o! # microeconomia o! #sociologia Q o! com o fato de se tomarem como eC*genas o! end*genasas instit!i1es (o estado" e as normas Refirome a certa disp!ta interna aocampo formado por sociologia e ci+ncia pol3tica, em contraposio #economia, )!e se tem manifestado com alg!ma insist+ncia no =rasil .

    problema a)!i / o das rela1es entre a)!elas d!as disciplinas, ass!mindoclassicamente a forma da )!esto da a!tonomia do pol3tico, da )!aldependeria a a!tonomia da ci+ncia pol3tica como disciplina perante asociologia Q a primeira seria a!tGnoma na medida em )!e a refer+ncia # esfera

    pol3tica como tal bastasse para a eCplicao de )!al)!er fenGmeno pol3ticoespec3fico A posio dos partidrios de !ma ci+ncia pol3tica a!tGnoma tende aen$ol$er a assimilao da id/ia de a!tonomia do pol3tico (o! da pol3tica" # dea!tonomia do estadoQ o! se6a, a referir diretamente ao estado a pr*pria

    245e6ase Raymond =o!don,

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    definio da pol3tica 2ol3tica seria a)!ilo )!e se passa no Umbito do estado(no Umbito instit!cional dos poderes eCec!ti$o, legislati$o e 6!dicirio, tal$e>com reser$as )!anto a este ltimo" o! )!e de alg!m modo di> respeito aoestado (como no caso dos partidos, c!6o carter pol3tico se ligaria ao fato de

    $isarem a controlar o estado" 0m contraste, !ma perspecti$asociologicamente orientada $+ os fenGmenos pol3ticos como ligados aosconflitos de $ariada nat!re>a )!e perpassam a sociedade como tal, e aaparelhagem instit!cional do estado s!rge em artic!lao com tais conflitos,em parte como eCpresso deles e em parte como destinada 6!stamente aacomodlos

    No ponto de $ista do foco da disc!sso a)!i empreendida, o interessedisso se liga com determinados desdobramentos das conf!s1es )!e s!scita e

    da m!ltiplicidade de significados )!e ad)!ire a a!tonomia do pol3tico ems!as apari1es na literat!ra marCista e no marCista . contraste entre ass!posi1es ontol*gicas )!e recortam, por assim di>er, o pedao estatal darealidade como correspondendo # esfera da pol3tica, por !m lado, e a ontologiaen$ol$ida n!ma concepo sociol*gica da pol3tica, por o!tro, pode ser $istoele pr*prio como trad!>indo a )!esto da a!tonomia da esfera pol3tica de d!asmaneiras diferentesD em primeiro l!gar, em termos das rela1es causais)!eessa esfera manteria com o!tras em diferentes modelos anal3ticos dasociedade em seg!ndo l!gar, em termos de )!est1essubstantivaspertinentesa !ma teoria da pol3tica como tal 4este seg!ndo caso, a!tonomia do

    pol3tico (o! da pol3tica" pode referirse a coisas di$ersas comoD (a" o gra! dene!tralidade do aparelho do estado em relao #s classes o! foras sociaise$ent!almente antagGnicas no Umbito da sociedade Q )!anto melhorescondi1es ti$esse para manterse ne!tro, mais o estado seria a!tGnomo (b" ogra! maior o! menor de presena o! iniciati$a estatal perante a sociedadecomo !m todo Q o )!e em ingl+s / designado comostateness, a estatidade,o! a medida em )!e se teria maior o! menor tradio estatista o! em )!e o

    estado contaria como !m ator a merecer ateno por si mesmo (c" o gra! deconsolidao das prticas instit!cionais o! regras do 6ogo Q o )!e Eam!el'!ntington, em partic!lar, ando! chamando de gra! de instit!cionali>ao

    pol3tica para indicar a a!tonomia da aparelhagem instit!cionalb!rocrtica do

    -M

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    estado diante do 6ogo dos interesses sociais de todo tipo o! das forassociais7P

    4otese )!e o problema posto em termos de rela1es ca!sais / oproblema metodol*gico o! epistemol*gico de como prod!>ir boa ci+ncia a

    respeito da pol3tica, o! se6a, de saber se ela de$er ser !masociologiapol3ticao! !ma disciplina de fei1es distintas % o problema en$ol$ido nas demais)!est1es red!nda em nada menos )!e !ma teoria da pr*pria democracia e des!a instit!cionali>aoD como obter instit!i1es pol3ticas )!e, al/m deasseg!rar regras est$eis e efeti$as, faam delas a garantia da ne!tralidade doestado, impedindo )!e ele se transforme no instr!mento a!toritrio deste o!da)!ele con6!nto partic!lar de interesses o! em se! comit+ eCec!ti$o Q)!al)!er )!e se6a o gra! de afirmao o! eCpanso estatal, )!e pode mesmo

    $erse incrementada pelas eCig+ncias dos demais aspectos . problema dademocracia pode descre$erse como sendo 6!stamente o de criar as condi1esQ )!e, em ltima anlise, no podem ser seno sociais Q para )!e o estadose=ane!troD como implantar o compromisso social )!e permita ao estado !mgra! importante de a!tonomia perante as rela1es de fora e as pro$$eisassimetrias no 6ogo dos interesses pri$ados, de sorte )!e, em contraste comcerta s!gesto de passi$idade )!e se poderia tal$e> pretender $er na id/ia dene!tralidade, se torne poss3$el a ele intervirde modo a no apenas garantiros direitos liberais e o estado de direito, mas tamb/m a com)ensarasdesig!aldades da distrib!io social de poder e asseg!rar as liberdades

    positi$as em )!e cada )!al $enha a ter melhores condi1es de a!toreali>ao pessoal 4essa perspecti$a, em )!e !ma ne!tralidade de seg!ndogra! se liga com !m fatal componente de paternalismo estatal (6 )!e oestado democrtico no pode ser a)!ele )!e apenas responda # capacidadediferencial de presso dos di$ersos interesses pri$ados", percebese )!e o$elho problema das rela1es entre capitalismo e democracia, normalmentetomado em termos de democracia)oltica, na $erdade se relaciona

    cr!cialmente com a )!esto da democraciasocialD no apenas a possibilidadeda re$ol!o, o! da r!pt!ra das rela1es de poder no plano social geral, / ocondicionante decisi$o da e$ent!al instabilidade democrtica, mas tamb/m a

    25Eam!el 2 '!ntington,Political 9rder in C!anging Societies, 4e 'a$en, Sale?ni$ersity 2ress, -9

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    operao efeti$a da democracia no tem como deiCar de colocar, de alg!maforma, a meta da democracia social

    I5

    5oltemos agora ao tema de microeconomia $ers!s instit!i1es e dasdiferentes $ers1es de !m no$o instit!cionalismo Ee retomamos omapeamento de =oles e intis adaptado no H!adro I, !m aspecto importantea assinalar / o de )!e, embora se desta)!em a3 ontologias di$ersas denat!re>a instit!cionalistaBcoleti$ista o! indi$id!alista e se indi)!em aslimita1es das do seg!ndo tipo, fica na sombra precisamente a )!esto decomose transita para a cela M, a do intercUmbio constit!ti$o contrat!al, o)!e e)!i$ale a indagar como se estabelecem normas e instit!i1es efeti$as a

    partir de condi1es em )!e a tend+ncia da interao entre os agentes seriaantes a de ass!mir a forma do intercUmbio conflit!oso Q 6!stamente porfaltarem, afinal, as normas e instit!i1es

    4at!ralmente, o cerne da disc!sso en$ol$ida nos cond!> a nada menos)!e o tema clssico da constit!io da sociedade ci$il na refleCo de !m'obbes E!pondo com realismo !m estado de nat!re>a po$oado por agentesorientados apenas por considera1es de interesse pr*prio, 'obbes / le$ado,

    para garantir s!a s!perao, a respaldar o pacto )!e $iabili>aria a sociedade

    ci$il pela inconsist+ncia de fa>er operar no pr*prio estado de nat!re>a !malei da nat!re>a dispondo )!e )acta sunt servanda Isso se fa> necessriode$ido a )!e agentes moti$ados somente por considera1es de interesse

    pr*prio estariam postos diante do dilema da ao coleti$a e no $eriam nopacto e$ent!almente estabelecido (e na eCpectati$a de )!e ele le$asse osdemais a se comportar de acordo com o interesse pblico" seno !ma ra>o amais para, beneficiandose da ordem e dos bens pblicos em geral )!etenderiam a res!ltar, contin!arem eles mesmos a escapar das restri1es

    acarretadas e a se comportar de acordo com o interesse pr*prio Q o )!eres!ltaria em comprometer a transio # sociedade ci$il, na medida em )!e as!posio $alha para a generalidade dos agentes @as agentes inclinados aobser$ar a norma de )!e os pactos se6am c!mpridos simplesmente no seriamos agentes de moti$ao irrestritamente ego3stica descritos por 'obbes noestado de nat!re>a

    -P

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    A literat!ra recente $oltada para a democracia deliberati$a, deinspirao habermasiana, tende certamente a $er a resposta para a dific!ldadeem termos do debate de desfecho !nUnime, con$ergindo, por aspectosimportantes, com a longa tradio contrat!alista em )!e o pr*prio 'obbes se

    sit!a e )!e se $i! re$igorada na at!alidade com o trabalho de a!tores como%ohn Rals7er democracia capa> de apresentaros traos salientados na seo anterior re)!er fatalmente a presena de nichosinstit!cionais )!e permitam a deliberao coleti$a atra$/s do debate emcondi1es to fa$or$eis )!anto poss3$el ao ideal em )!e pre$alece a forados arg!mentos, # maneira de 'abermas", no h como escapar # obser$aode )!e no caso de )!al)!er democracia deliberati$a em operao=> estamos

    na cela M do H!adro I, com a at!ao efeti$a de instit!i1es eC*genasgarantindo )!e o debate possa processarse e res!ltar em contratos capa>esde terem $ig+ncia Ee se retoma a proposio citada de Abba Terner, seg!ndoa )!al !ma transao econGmica / !m problema pol3tico resol$ido, cabes!stentar, certamente com mais ra>o, )!e !m parlamento / !m problema

    pol3tico resol$ido Assim, a id/ia de democracia deliberati$a no pode, por sis*, ser$ir como f!ndamento o! f!ndao de !ma concepo $i$el dedemocracia Q para no falar de correlatas $is1es ideali>adas da pr*pria pol3ticacomo tal

    Resposta alternati$a para a dific!ldade, )!e retoma o realismohobbesiano, se eCemplifica de modo importante com as disc!ss1es de Adam2r>eorsVi sobre o problema da implantao e consolidao da democracia7:

    260m especial, nat!ralmente, %ohn Rals,A T!eor" o# +ustice, Jambridge, @ass, 'ar$ard?ni$ersity 2ress, -9:-, de enorme impacto H!anto # perspecti$a da democraciadeliberati$a em geral, os nomes )!e caberia destacar incl!em %on 0lster, %osh!a Johen,%ames FishVin e o!tros27Al/m de Nemocracy as an 0)!ilibri!m, citado anteriormente, so de interesse, entretrabalhos mais antigos, Adam 2r>eorsVi, Japitalismo, Nemocracia, 2actos, em % A Alb!)!er)!e e 0 R N!rham,A Transio Poltica: $ecessidades e eorsVi,@icrofo!ndations of 2acts in Tatin America, Jhicago, ?ni$ersity of Jhicago, ms, marode -9K: 0mbora este ltimo se6a !m teCto pro$is*rio, o mesmo es)!ema anal3tico /retomado como cap3t!lo I (Nemocracy" dePolitical and ,conomic Re#orms: /emocrac"and Mar'ets in ,astern ,uro)e and

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    A$aliada em confronto com a concepo antisociol*gica e a!tonomista de)!e se falo! acima, )!e tende a assimilar a pol3tica ao estado, a perspecti$a de2r>eorsVi tem o m/rito de $alerse de !ma ontologia claramentesociol*gica no sentido pertinente Assim, o processo )!e le$a # democracia

    e # s!a consolidao s!rge como !m e(uilbrioa res!ltar dos mecanismossel#5en#orcing)!e brotam da interao e do a6!ste espontUneos de agentessociais em b!sca de se!s interesses o! ob6eti$os pr*prios Ressaltese, al/mdisso, o fato de )!e as constit!i1es, o! as regras destinadas a en)!adrar asdisp!tas (e, em partic!lar, as regras eleitorais e s!as chances de seremefeti$as", so $istas como podendo o! no ser bem s!cedidas dependendo deconstrangimentos tra>idos pelo s!bstrato correspondente ao n3$el geral deri)!e>a e aos conflitos relati$os # distrib!io de renda

    @as essa ontologia sociol*gica en$ol$e !ma sociologia pec!liar 2oisela / a$essa #s id/ias associadas com normas e c!lt!ra, e portanto cominstit!i1es, como ingrediente a )!e se de$esse atrib!ir maior importUnciacom respeito # implantao da democracia e # s!a dinUmica Jom apoio emtrabalho de Jal$ert,7K2r>eorsVi atrib!i # noo de e)!il3brio, referidaine)!i$ocamene # b!sca estrat/gica do interesse pr*prio, !m alcance em )!e a

    pr*pria c!lt!ra pol3tica, com as crenas e normas interiori>adas )!e acomp1em, no / $ista seno como e)!i$alendo # descrio do e)!il3brio(!ma c!lt!ra de e)!il3brioD n!m e)!il3brio democrtico s!stentado pelointeresse pr*prio, os protagonistas so c!mpridores da lei", sem )!e issoa!tori>e )!e se pretenda interpretar as crenas e normas como tendo papelca!sal e a c!lt!ra como a)!ilo )!e gera o e)!il3brio, o! a id/ia de )!e oe)!il3brio se6a s!stentado pela moti$ao de obedecer # lei 0 2r>eorsViinsiste em form!la1es como a de )!e, mesmo )!ando a democracia / $istacomo dada o! considerada t!eonl"gameinto%n?, como tende a ocorrer em

    ?ni$ersity 2ress, -99-" .s temas de Nemocracy as an 0)!ilibri!m so retomadosrecentemente tamb/m em Adam 2r>eorsVi, Eelf0nforcing Nemocracy, em =arry RWeingast e Nonald A Wittman (eds", T!e 9x#ord &andboo' o# Political ,conom", 4o$aSorV, .Cford ?ni$ersity 2ress, 788

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    pa3ses desen$ol$idos, isso no implica )!e ela no este6a baseada n!mclc!lo79

    4at!ralmente, a )!esto da direo ca!sal nas rela1es entre c!lt!ra edemocracia /, com boas ra>1es, ob6eto de disp!ta mesmo em perspecti$as

    sociol*gicas mais con$encionaisD a c!lt!ra le$a # democracia, o! ser antesa eCperi+ncia com a operao da democracia )!e acaba prod!>indo a c!lt!rademocrtica Ee6a como for, / c!rioso constatar, por !m lado, )!e a posiode 2r>eorsVi, desde s!as form!la1es iniciais, tem !m eCpl3citodesdobramento normativo, em )!e se des)!alifica como antidemocrtico oempenho (ligado eCpressamente a certa tradio latinoamericana" deestabelecer !m consenso democrtico )!e se trad!>isse n!m pactof!ndacional o! constit!cional a ser tornado efeti$o pela inter$eno

    coordenadora do estadoD a )!intess+ncia da democracia / )!e no hning!/m para impGlaM8(to en#orce itQ notese a clare>a com )!e a3transparece, nos termos de =oles e intis, o carter end*geno doen#orcementno como mera constatao o! press!posto anal3tico, mas comorecomendao" 2or o!tro lado, mesmo nos teCtos mais recentes 2r>eorsVino se f!rta a escre$er )!e, n!ma c!lt!ra democrtica de e)!il3brio, os

    protagonistas c!mpridores da lei agem de maneira a perpet!ar ademocracia,M-form!lao )!e dificilmente poderia ser tomada comocompat3$el com a disposio de negar importUncia aos elementos normati$ose c!lt!rais Q e mesmo importUncia causal, ainda )!e se aceite serem eles

    pr*prios ca!sados e condicionados por o!tros fatores @as ressaltese ainda!m ponto de clara rele$Uncia, ainda )!e s!as rela1es com a )!esto do papelde instit!i1es e normas possam ser e)!3$ocasD 2r>eorsVi tampo!co deiCa de$inc!lar eCpressamente o cartersel#5en#orcingda dinUmica mesma dademocracia, o! das regras democrticas, #s condi1es correspondentes aoconflito distrib!ti$o, em se! potencial de re$ol!o o! rebelio o! na maneiracomo se reflete na pr*pria disp!ta eleitoralM7Isso implica, por !m lado, )!e

    292r>eorsVi, Nemocracy as an 0)!ilibri!m (788P", especialmente p 7eorsVi,Eelf0nforcing Nemocracy32Nemocracy as an 0)!ilibri!m (788P", p 7eorsVi acaba$a por admitir !m tipo dee)!il3brio s!stentado por compromissos normati$os e por eCplorar a id/ia de

    -K

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    condi1es de conflito distrib!ti$o intenso impediro )!e as normas einstit!i1es democrticas f!ncionem a!tonomamente com eficcia masimplica tamb/m )!e, em condi1es estr!t!rais em )!e o conflito se acomode,as normas e instit!i1es passaro a processar os enfrentamentos em se!s

    pr*prios termos, com isso se reforando e dando contin!idade e cartera!tomtico # pr*pria democracia

    5

    4as anlises clssicas de '!ntington sobre o problema deinstit!cionali>ar a democracia, mencionadas acima, o problema central /form!lado 6!stamente em termos das dific!ldades tra>idas ao processo de

    instit!cionali>ao (o! de constr!o das sociedades c3$icas o!politicamente instit!cionali>adas" pelo e(uilbrioper$erso )!e define acondio descrita como pretorianismo, onde a car+ncia de instit!i1esefeti$as transforma o 6ogo pol3tico n!m 6ogo de $alet!do )!e se a!toalimentae se eterni>a 4o parece ha$er ra>o para pres!mir )!e os mecanismos )!ele$am ao bom e)!il3brio democrtico $enham, sem mais, a pre$alecer sobreos )!e prod!>em o ma! e)!il3brio pretoriano 2ortanto, a id/ia de !me)!il3brio s!stentado no 6ogo de interesses /, por si s*, ins!ficienteD assimcomo no caso da democracia deliberati$a, o problema pol3tico resol$idos!rge comosu)osionecessria tamb/m no caso em )!e a pr*pria interaoestrat/gica, o! a interao baseada em interesses, $enha a ass!mir formas

    benignas 0 isso $ale )!er se trate, na esfera econGmica con$encional, de !mmercado de competio regrada e e$ent!almente ca$alheiresca, )!er se trate,na esfera sociopol3tica mais ampla, da democracia est$el, f!ndada eminstit!i1es efeti$as, nas )!ais !m fatal ingrediente deliberati$o e os!bstrato normati$o ade)!ado estaro sempre presentes A sol!o do

    instit!cionali>ao pol3tica em termos )!e en$ol$em a correspond+ncia entre normas ee)!il3brios a!toimpositi$os % em Japitalismo, Nemocracia, 2actos o embarao ass!meclaramente a forma de !ma petio de princ3pio em )!e a b!sca de !ma sol!oinstit!cional )!e se6a a!toimpositi$a para o problema da democracia / reiteradamentecaracteri>ada em termos )!e deiCam e$idente s!a pr*pria depend+ncia de con)!istasinstit!cionais pr/$ias Nisc!sso mais detida se encontra em me! Racionalidade,[Eociologia\ e a Jonsolidao da Nemocracia, rep!blicado em Reis,Mercado e @to)ia:Teoria Poltica e Sociedade Brasileira

    -9

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    problema pol3tico consiste fatalmente, em )!al)!er caso, na criao deinstit!i1es pol3ticas efeti$as, o! se6a, na implantao de parUmetrosnormati$os apropriados para o li$ro 6ogo dos interesses

    4o admira, nessa *ptica, )!e o realismo a$esso #s normas acabe se

    re$elando problemtico Nific!ldades de certa forma anlogas #s de2r>eorsVi se reiteram, por eCemplo, com Jarles =oiC no recente e premiado$ol!me/emocrac" and Redistribution Nestacando realisticamente, comos!gere o t3t!lo, as rela1es da democracia com o conflito distrib!ti$o(especificamente o 6ogo entre o gra! de desig!aldade eCistente na sociedade, amobilidade do capital e os rec!rsos pol3ticos controlados pelos estratos

    pop!lares, isto /, s!a organi>ao e capacidade de mobili>ao", =oiC / le$adoa dar po!co desta)!e ao papel das instit!i1es, ademais de se dispensar de

    )!al)!er +nfase no ingrediente normati$o )!e se faria presente nelas 0,apesar das boas ra>1es para ligar a operao est$el da democracia #acomodao do conflito distrib!ti$o, =oiC acaba por associar, por eCemplo, os!cesso pol3tico dos 0stados ?nidos (a acomodao bems!cedida" ao

    baiCo comparecimento eleitoral e ao )!e / $isto como a fra)!e>a dospartidos americanos 4essa linha, o papel das instit!i1es pol3ticas, em geral, /descrito como no sendo seno o de ne!trali>ar as press1es dostrabalhadores o! dos pobres, conter as s!as demandas 4o entanto, t!do isso$em 6!nto da tentati$a de disting!ir entre instit!i1es fracas e instit!i1esfortes Q e, inconsistentemente, da definio de instit!i1es fortes comoa)!elas )!e efeti$amente alteram a balana de poder entre os atores

    pol3ticos e redistrib!em os rec!rsos entre os agentesMM

    @as 6 no ig!almente recente e infl!ente,conomic 9rigins o#/ictators!i) and /emocracia, de Naron Acemogl! e %ames Robinson,podemos encontrar a +nfase na importUncia do conflito distrib!ti$o associadacom perspecti$a distinta )!anto #s instit!i1es .s a!tores se $alem de !maf*rm!la )!e sinteti>aria, com respeito ao conflito distrib!ti$o, a *ptica de

    m!itos est!dosD os pobres )!erem democracia e, se conseg!em poder, eles aobt+m Q em princ3pio, de elites foradas a conced+la 4at!ralmente, hmltiplas interconeC1es en$ol$idas, e elas tornam pelo menos ig!almente

    pla!s3$el, e pro$a$elmente mais realista, di>er )!e os pobres )!erem bens

    33Jarles =oiC,/emocrac" and Redistribution, 4o$a SorV, Jambridge ?ni$ersity 2ress,788M $e6amse especialmente pp -;MB;

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    socioeconGmicos $ariados e tratam de obt+los com o s!frgio e a democraciaNe )!al)!er modo, Acemogl! e Robinson s!stentam )!e a f*rm!la citadares!lta n!ma simplificao em )!e no se reconhece o papel cr3tico dasinstit!i1es na prod!o da democraciaD agindo como instr!mento da criao

    de poder de =uree no apenas de #acto, elas permitem o s!rgimento docompromisso est$el e confi$el )!anto # assignao e # distrib!io de poderao longo do tempoM;

    Jomo )!er )!e se6a, malgrado as dific!ldades o! inconsist+ncias )!antoao problema das instit!i1es, o! s!a conformao e se! papel, )!e possamosencontrar, em geral, na linha de est!dos atenta ao conflito distrib!ti$o, elamerece ser $ista como introd!>indo (o! reintrod!>indo" !ma correoimportante #s conf!s1es de m!ito do chamado no$o instit!cionalismo Jom

    efeito, o componente sociol*gico da +nfase nos interesses e no conflitodistrib!ti$o, acima salientado com refer+ncia a 2r>eorsVi, red!nda na)!ilo)!e 6 foi chamado de !m no$o estr!t!ralismo, empenhado em destacar o

    papel de fatores estr!t!rais no condicionamento do 6ogo pol3ticoinstit!cional o! g!iado, nas pala$ras de I$ersen, pela id/ia de )!e a estr!t!rada economia pr/democrtica tra> constri1es sobre os agentes pol3ticos )!ea6!dam a eCplicar se! comportamento, o! pela preoc!pao de apreender oenrai>amento dos atores na estr!t!ra da economia capitalistaMP.s trabalhoscitados de =oiC e de Acemogl! e Robinson compartilham essa refer+nciaestr!t!ral com !m componente rele$ante da perspecti$a de 2r>eorsVi, e

    podem certamente ser $istos, como corresponde mesmo # inteno )!emanifestam eCplicitamente, # retomada da proposta ambiciosa da literat!rasobre desen$ol$imento pol3tico )!e floresce! d/cadas atrs (e )!e se $i!depois s!bstit!3da pela $ol!mosa literat!ra $oltada para as transi1es entrea!toritarismo e democracia e caracteri>ada pela abdicao te*rica e pela

    perseg!io m3ope das idas e $indas dos e$entos" . carter teoricamenteambicioso di> respeito 6!stamente # ramificao sociol*gica dos fenGmenos

    34Naron Acemogl! e %ames A Robinson,,conomic 9rigins o# /ictators!i) and/emocrac", 4o$a SorV, Jambridge ?ni$ersity 2ress, 788

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    pol3ticos, acabando por en$ol$er os desafios de !ma concepo da pr*prianoo de democracia em )!e democracia pol3tica e democracia social seartic!lam e imp1em a a$aliao lcida das coneC1es entre esforos anal3ticose considera1es normati$as na disc!sso da pol3tica como tal (de maneira afim

    #s id/ias form!ladas ao final da seo III acima" 4a $erdade, essa linha detrabalho tem parentesco importante com o!tra )!e $em de mais longe e temsido designada pelo r*t!lo de $ariedades do capitalismo, oc!pandose dotema clssico da l!ta de classes democrtica e das $icissit!des acarretadas

    para o %el#are statepela globali>ao e pela no$a dinUmica econGmica daat!alidade, bem como s!as formas de ligao com estr!t!ras mais o! menoscorporati$as no plano das rela1es de trabalho e com o $ariado 6ogo de

    partidos e sistemas partidrios )!e com elas se artic!laMymala=!sse 2a!line %ones T!ong

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    morais e interesses materiaisM:@as o foco real de interesse $ai al/m noapenas do desafio de lidar melhor com o est!do da economia, mas tamb/m darea designada con$encionalmente pela eCpresso ci+ncias sociaisD elaincorpora ig!almente, e de modo especial, a biologia e$ol!cionria,

    proc!rando aproCimar e e$ent!almente !nificar as ci+ncias docomportamento, em geral, atra$/s da elaborao de !m arcabo!o conceit!alcom!m capa> de ser$ir a todas elasMK. )!e no impede )!e os esforosdesen$ol$idos deiCem marca especial na rea da economia pol3tica, comodesignao alternati$a para a abordagem da escolha racional Jomo di>em=arry Weingast e Nonald Wittman na introd!o ao $ol!me dedicado a essarea na ambiciosa s/rie de 9x#ord&andboo'sdedicada ao balano at!ali>adodo campo geral da ci+ncia pol3ticaD A economia pol3tica se acha agora na

    confl!+ncia de dois paradigmas relacionadosD a maCimi>ao da !tilidade e aaptido e$ol!cionriaM9

    0m termos da contraposio entre ontologia e trabalho propriamentete*rico o! proposicional, parte importante do esforo desen$ol$ido na

    perspecti$a il!strada pelo $ol!me citado de intis e o!tros pode ser $istocomo pretendendo tra>er os f!ndamentos e$ol!cionrios para !ma ontologiadistinta da )!e caracteri>a a economia alrasiana o! neoclssica Q de certaforma, tratase do empenho de eCplicar a sociedade como tal de )!e se falo!

    37'erbert intis, Eam!el =oles, Robert =oyd e 0rnst Fehr (eds", Moral Sentiments andMaterial 0nterests: T!e 1oundations o# Coo)eration in ,conomic

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    no in3cio, de di>er )!al / a nat!re>a ltima da sociedade e por )!e ela /como / Jomo s!gere a aproCimao de Weingast e Wittman, rec/mcitada,entre maCimi>ao de !tilidade e aptido e$ol!cionria, a perspecti$a deintis e colaboradores os le$a a dar +nfase ao contraste entre os s!postos de

    economistas e bi*logos, tomados como afins (ressaltando agentes ego3stas emb!sca de interesses, mesmo se de longo pra>o", e os de soci*logos eantrop*logos ()!e destacariam as normas e o altr!3smo como parte danat!re>a h!mana" intis e os demais integrantes do gr!po em )!esto,salientando ig!almente a importUncia das normas, $+em a esp/cie h!manacomo disting!ida pela disposio especial # cooperao (ser3amos a esp/ciecooperati$a" prod!>ida pelos r!mos da e$ol!o por ela eCperimentada;8Ainternali>ao de normas le$a a )!e as prefer+ncias se6am socialmente

    program$eis por meio do processo de aprendi>agem social, e / cr!cial a id/iada coe$ol!o gen/tica e c!lt!ralD os genes se adaptam a !m panorama deaptido (#itness landsca)e" do )!al as formas c!lt!rais so !m elementocr3tico, e as m!danas gen/ticas res!ltantes lanam as bases para o a$ano dae$ol!o c!lt!ral;-@as o ponto central, tal$e>, do )!e se s!stenta / )!e osf!ndamentos decisi$os da cooperao na $ida econGmica e social, tal comoengendrados pela e$ol!o da esp/cie, no correspondem nem ao ego3smocalc!lista do !omoeconomicusnem ao p!ro e simples altr!3smo, mas teriam a$er antes com certa l*gica da reciprocidade, descrita como reciprocidadeforteD a propenso, de !m lado, a cooperar com o!tros )!e manifestemdisposio semelhante, mesmo se a cooperao en$ol$e alg!m c!sto pessoal,e, de o!tro lado, a p!nir os )!e $iolam a norma de cooperao e as normassociais em geral, ig!almente mesmo se a p!nio / pessoalmente c!stosa paraa)!ele )!e a eCec!ta;7

    Jont!do, al/m da pretenso de eCplicar a pr*pria e$ol!o do contratosocial e da reorientao ontol*gica o! de s!postos bsicos )!e ela permitiria,o princ3pio de e)!idade destacado por essa ontologia condicionalmente

    cooperati$a baseada na reciprocidade forte teria implica1es esclarecedoras

    405er Eam!el =oles e 'ebert intis, Lhe 0$ol!tionary =asis of Jollecti$e Action, emWeingast e Wittman, T!e 9x#ord &andboo' o# Political ,conom"41intis, A FrameorV for the ?nification of the =eha$ioral Eciences, p 742intis, A FrameorV for the ?nification of the =eha$ioral Eciences intis e o!tros,Moral Sentiments and Material 0nterests =oles e intis, Lhe 0$ol!tionary =asis ofJollecti$e Action

    7;

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    para problemas di$ersos Lais implica1es possibilitariam a teori>ao denat!re>a proposicional relati$amente a mltiplas reas espec3ficas, incl!indo)!est1es de pol3ticas pblicas )!anto a elasD a disposio # corr!po o! #sonegao, atit!des com respeito ao %el#are statee, portanto, a $iabilidade de

    formas mais o! menos ambiciosas dele, )!est1es pertinentes a rela1estrabalhistas, o! # criminalidade e a como combat+la eficientemente etc;M

    @as dific!ldades e indaga1es s!rgem de no$o a)!i, e s!rgem de formaa permitir )!e nos sit!emos com mais clare>a diante dos problemas geraisdisc!tidos neste teCto Jonhecer melhor os fatos da e$ol!o h!mana /certamente de interesse em si mesmo, e alcanar !ma ontologia bem f!ndadan!ma $iso e$ol!cionria de perspecti$a de tempo m!ltimilenar pode serenri)!ecedor para o trabalho te*rico e proposicional em campos espec3ficos

    @as a perspecti$a de tempo rele$ante para a dinUmica da $ida pol3tica e dasdecis1es sobre pol3ticas / sem d$ida m!ito mais red!>ida 0la no se a6!stabem, por eCemplo, nem mesmo # perspecti$a apenas m!ltisec!lar )!e sesalienta no infl!ente $ol!me de Robert 2!tnam sobre a democracia italiana,onde os rec!rsos de capital social capa>es de permitir !ma dinUmicasociopol3tica instit!cionalmente prop3cia so ligados a tradi1es c3$icas )!eremontam # Idade @/diaD;;)!e fa>er diante de problemas c!6a sol!o s!p1ea passagem dos s/c!los @esmo se abrimos mo, por/m, de falar se)!er des/c!los (em $e> de mil+nios o!, com mais ra>o, da e$ol!o da esp/cieh!mana", seg!e sendo e$idente a tenso entre a temporalidade da ao pol3ticacotidiana, de !m lado, e, de o!tro, a en$ol$ida na necessidade de $ir a contarcom instit!i1es )!e meream o nome e componham de maneira efeti$a oconteCto rele$ante para a)!ela ao cotidianaD o estabelecimento deinstit!i1es re)!er o passar do tempo e a impregnao grad!al da coleti$idade

    por normas internali>adas c!6a obser$Uncia dispense a refleCo e se torneespontUnea e a!tomtica .s mesmos a!tomatismo e espontaneidade antesressaltados nos mercados s!rge tamb/m a)!i, como atrib!to das normas

    c!lt!rais, tradi1es o! instit!i1es, e s!a presena neste seg!ndo aspecto /ob$iamente rele$ante para s!a presena no primeiroD ao cabo, so as normas einstit!i1es )!e $iabili>am os mercados (o )!e se indico! antes com a id/ia

    435er especialmente intis e o!tros,Moral Sentiments and Material 0nterests44Robert N 2!tnam,Ma'ing /emocrac" 6or': Civic Traditions in Modern 0tal"(comRobert Teonardi e Raffaella 4anetti", 2rinceton, 2rinceton ?ni$ersity 2ress, -99M

    7P

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    dos parUmetros normati$os capa>es de en)!adrar o a6!ste espontUneo dosinteresses no mercado e de transformlo n!m bom e)!il3brio" 4a *pticados desafios )!e a3 se colocam, como )!er )!e se6a, saber )!e somose$ol!cionariamente !ma esp/cie cooperati$a acrescenta po!co, se / )!e de

    fato acrescenta algointis e se!s parceiros no escapam a tais dific!ldades A aposta bsica

    )!e deri$am de s!a ontologia e$ol!cionria dirigese ao papel a ser c!mpridopor comunidades(por contraste com o mercado, de !m lado, e o estado, deo!tro", nas )!ais enCergam as bases de !ma forma de go$ernanaespecialmente positi$a, por en$ol$er a c!lt!ra fa$or$el # presena intensados traos correspondentes # reciprocidade forte, operando com eficcia emfa$or da cooperao por meio de dif!sas san1es positi$as e negati$as ao

    comportamento de cada )!al @as os pr*prios a!tores se $+em le$ados aressaltar a necessidade de combinar as tr+s arenas o! dimens1es(com!nidades, mercado e estado" 4o s* os mercados, na)!ilo em )!e sediferenciam de meras com!nidades (o! em )!e no so a)enas com!nidades,embora a )!esto no se6a posta nesses termos pelos a!tores a )!e a)!i merefiro", so $istos como importantes o! mesmo ins!bstit!3$eis por ra>1esdi$ersas (permitem o !so de informao pri$ada, a6!stamse a sit!a1es em)!e contratos compreensi$os podem ser estabelecidos e respaldados com

    baiCo c!sto, propiciam !m mecanismo disciplinador descentrali>ado e dif3cilde corromper, )!e p!ne os ineptos e recompensa os de bom desempenho"tamb/m o estado, por s!a parte, / o nico ator a dispor do poder paraestabelecer e impor as regras do 6ogo )!e go$ernam a interao dos agentes

    pri$ados, sendo partic!larmente importante onde a efeti$idade de !mprocesso dependa de participao obrigat*ria (o! se6a, como agente c!6aat!ao permite romper o dilema da ao coleti$a";P

    45Jf Eam!el =oles e 'erbert intis, Eocial Japital, @oral Eentiments, and Jomm!nityo$ernance, cap3t!lo -M de intis e o!tros,Moral Sentiments and Material 0nterests,especialmente p MKP

    7

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    5II

    Lemos com isso, )!ero crer, os elementos para fechar de modo tal$e>ade)!ado o balano )!e a)!i se trato! de reali>ar 2roc!rarei fa>+lo

    sinteticamente por meio de !ma lista de itens em )!e se rec!pere a l*gicabsica dos arg!mentos en$ol$idos e se eCplicitem melhor a artic!lao geraldas id/ias e certos pontos importantes

    - Jomo indica a disc!sso do es)!ema eCibido no H!adro I, no h por)!e deiCar de reconhecer o carter conflit!oso do con$3$io dos interesses, o!s!bstit!ir esse reconhecimento pelas ideali>a1es contidas se6a na concepoca$alheiresca e neoclssica da $ida econGmica (o! s!a trad!o na maneirade entender a pr*pria democracia como espao do 6ogo dos interesses", se6a

    em concep1es como a de !ma democracia deliberati$a7 2rescindindo das conf!s1es em torno da proliferao de no$osinstit!cionalismos, / necessrio temati>ar (6!stamente em ra>o do conflitode interesses sempre presente" as normas e instit!i1es e o problemasociol*gico de s!a conformao, e e$ent!almente o da possibilidade e dosmeios de tratar de constr!3las deliberadamente (politicamente" e tornlasefeti$as em s!a ao reg!ladora, em $e> de simplesmente esperar )!e ascoisas marchem bem com a aposta s!postamente realista no e)!il3brio

    M Admitidas as defici+ncias da ontologia da abordagem da escolharacional, trib!tria das abstra1es da economia neoclssica, os problemasanal3ticos no se resol$em com a mero rec!rso a !ma ontologia sociol*gicamais rica e mati>ada Q o! mesmo com a reconstr!o e$ol!cionria dessaontologia Jomo se il!stra com os trabalhos de intis e associados, s!bsisteimportante corte entre o )!e / aportado pela perspecti$a e$ol!cionria, em

    partic!lar os s!postos de disposio # cooperao )!e dela res!ltam, e oinstr!mental anal3tico rele$ante para os problemas )!e se colocam na *pticada ati$idade pol3tica cotidiana o! da adoo de pol3ticas pblicas

    ; No ponto de $ista das instit!i1es o! da aparelhagem instit!cional, /cr!cial a contraposio, )!e no / afetada pela adeso a !ma perspecti$ae$ol!cionria e #s s!posi1es referidas a !ma temporalidade m!ltimilenar,entre o )!e tenho chamado o instit!cional como ob6eto, em )!e se trata daelaborao artificial de leis e normas e de iniciati$as de constr!oinstit!cional, cond!>idas sempre no presente e sob as constri1es da

    7:

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    con6!nt!ra, e o instit!cional como conteCto, em )!e se trata de normasinternali>adas e instit!i1es amad!recidas e enrai>adas, )!e $+m a integrar oconteCto de fato rele$ante na *ptica das a1es e da pol3tica cotidianas e de se!condicionamento 4at!ralmente, a ao no plano do instit!cional como ob6eto

    no tem como escapar de ser em grande medida ao 6!nto ao estado e atra$/sdo estado, $alendose do estado, com realismo, como o agente capa> deeCercer papel reg!lador antes de mais nada pelo controle de instr!mentos )!elhe permitem im)ordecis1es e regras Jomo no se trata de in$ocar fic1escontrat!alistas, as sit!a1es concretas em )!e o problema geral se coloca sosempre sit!a1es em )!e o estado=> eCiste e opera, constit!indose como !mespao o! instr!mento potencial ()!e c!mpre tratar de tornar at!al o! efeti$o"de refleCi$idade no Umbito de coleti$idades caracteri>adas pela b!sca dispersa

    de interesses partic!lares de indi$3d!os o! categorias espec3ficas di$ersasP Lendo em $ista a tenso entre as temporalidades de c!rto e de longopra>o do instit!cional como ob6eto e como conteCto, a id/ia de operarrealisticamente atra$/s do estado apresenta !m desdobramento especial )!econt/m !ma aparente (e importante" re$ira$oltaD o de )!e a ao artificial

    6!nto ao estado o! por meio do estado tem como ob6eti$o imediato o decondicionar, e tal$e> alterar no r!mo apropriado, o clc!lo relacionado com osinteresses, o! a definio o! percepo do interesse pr*prio por parte dosagentes pri$ados Isso en$ol$e a +nfase n!m elemento de nat!re>a cognitivaDtratase de imediato, por o!tras pala$ras, de condicionar as ex)ectativas comrespeito #s perspecti$as de ganho associadas com esta o! a)!ela forma decond!ta, por meio de regras )!e p!nam o! incenti$em determinadas cond!tas,

    por eCemplo Ainda )!e caiba contar, no esforo de constr!o instit!cional,com a presena ocasional do carisma e de lideranas inspiradoras )!e to)!emdiretamente as emo1es e os $alores, a necessria ao artificial no plano doinstit!cional como ob6eto no pode esperar efeitos consistentes sobre a c!lt!raem sentido pleno, incl!indo se!s componentes $alorati$os, seno pela

    operao do preceito sociol*gico de )!e eCpectati$as )!e se reiteram ecorroboram acabam por transformarse em prescri1es o! normas,

    prod!>indo, no longo pra>o, a c!lt!ra apropriada e, assim, !m conteCtoinstit!cional prop3cio e dotado de efeti$idade

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    )!e o desafio anal3tico / o de apreender as coneC1es entre a dimensosociol*gica, por !m lado, dos interesses )!e se agl!tinam e se chocam no

    plano do s!bstrato social e, por o!tro, a aparelhagem instit!cional do estado eo carter )!e ass!me diante do 6ogo dos interesses Remetendo por fora, ele

    pr*prio, # )!esto das rela1es entre as chamadas democracia pol3tica edemocracia social, esse desafio le$a a )!e a anlise no possa deiCar delidar com o inescap$el componente normati$o da definio mesma de

    pol3tica e, por conse)!+ncia, com o tema do desen$ol$imento pol3tico