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ESCOLA SUPERIOR MADRE CELESTE ESMAC CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: ECONOMIA POLTICA TURMA DIR1T1

ESCOLA MARXISTA

ANANINDUEA PAR 2010

ESCOLA SUPERIOR MADRE CELESTE ESMAC

ALUNOS: Clvis Coelho Diego Armando Guimares Lobato Mariani Cristina Pelaes Braga Rosinaldo de Oliveira Rodrigues Wagner da Cruz Costa Yasmhyn L. Gomes da Costa

ESCOLA MARXISTA

Trabalho apresentado como requisito de avaliao continuada da Disciplina Economia Poltica, sob a orientao do Prof. MS. Fabrini Borges.

ANANINDEUA PAR 2010

1. INTRODUO Estudar Economia Poltica sempre um grande desafio e ao mesmo tempo fonte de prazer e conhecimento. Quando dedicamos tempo pesquisa e investigao sobre as escolas econmicas alcanamos um desenvolvimento pessoal e coletivo. No mbito pessoal tal estudo contribui para que possamos compreender os principais conceitos relacionados Teoria Econmicaa, habilitando-nos para a participao nos debates referentes aos cenrio poltico, econmico e social tanto de sua nao quanto no cenrio internacional. Do ponto de vista social ou coletivo, possibilita uma formao mais abrangente, oferecendo sociedade profissionais qualificados, capazes de contribuir na resoluo dos grandes emblemas relacionados economia local e global. Portanto, trataremos da Escola Marxista priorizando alguns de seus principais conceitos e caractersticas. A economia marxista, mais tarde chamada marxiana, descende da economia clssica, em particular da obra de Karl Marx. O primeiro volume da obra-prima de Marx, O Capital, foi publicada em alemo em 1867. Nela, Marx foca na teoria do valor-trabalho e o que ele considera a explorao do trabalho pelo capital. Assim, a teoria do valor-trabalho, alm de ser uma simples teoria dos preos, se transformou em um mtodo para medir a explorao do trabalho num sistema capitalista, apesar de disfaradas pela economia poltica "vulgar". 2. CONTEXTUALIZAO HISTRICA DO MARXISMO O marxismo um conjunto de idias filosficas, econmicas, polticas e sociais que so elaboradas primeiramente por Karl Marx e Friedrich Engels e desenvolvida posteriormente por outros seguidores. baseado na concepo materialista e dialtica da histria. O marxismo compreende que o homem como ser social histrico possui a capacidade de trabalhar e desenvolver a produtividade do trabalho, o que diferencia ele dos outros animais e possibilita o progresso e o desenvolvimento das potencialidades humanas. Ele passa a influencias diversos setores da atividade humana no sculo XX, desde a poltica at a interpretao dos fatos sociais, morais, artsticos,

histricos

e

econmicos.

Entre

as

vrias

tendncias

do

marxismo,

especialmente a social-democracia, o bolchevismo, o esquerdismo e o comunismo de conselhos. ORIGEM Lnin defende que os pontos de partidas do marxismo so a anlise dialtica,mtodo e modo de compreenso desenvolvidas por Engels sendo criticada por Marx e a filosofia materialista. Marx critica o sistema idealista de Engels. Em quanto que para ele, da realidade se faz filosofia, apara Marx a filosofia precisa incidir sobre a realidade. O pensamento de Marx de que o homem comea com a necessidade de sobrevivncia humana. A histria se inicia como o prprio homem que na busca da satisfao de necessidades, trabalha sobre a natureza. medida que realiza este trabalho, o homem se descobre como ser produtivo e passa a ter conscincia de si e do mundo atravs do seu desenvolvimento atividade do trabalho e da cincia sobre a realidade. Stlin defende que os dois elementos principais do marxismo so o materialismo dialtico, a qual a natureza, a vida se constitui em movimento, e o materialismo histrico, o qual o modo de produo a base originria dos fenmenos histricos e sociais, inclusive instituies jurdicas e polticas, a moralidade a religio e as artes. HISTRIA Pode-se dizer que o pensamento de Karl Marx, foi desenvolvido fundamentalmente a partir do seu estudo sobre as trs tradies desenvolvidas na Europa no sculo XIX. PENSAMENTO FILOSFICO ALEMO A filosofia de Marx foi em boa parte baseada no pensamento de Engels a sua filosofia exerceu total influncia na qual deu origem a duas fontes. Uma atravs dos ensinamentos de Eduard Gans e outra de Ludwig Feuerbach. Marx admirou os avanos mais no adotou a concepo materialista de Feuerbach. Ele tenta inverter a filosofia de Engels afirmando que o estudo da

humanidade tem de ser feita a partir do homem real que vive num mundo real e material. Ele alega que Deus um ser inventado onde o homem projeta seus poderes o qual considera perfeito e todo poderoso. Afirma tambm que a comparao entre Deus e o homem pode constituir uma inspirao positiva para a realizao da capacidade humana. Engels considera o real como uma emanao do divino, onde para ele, um produto ilusrio do real, o ser precede o pensamento, na medida em que os homens no comeam a refletir sobre o mundo antes de nele agirem. O que Marx absorveu de Feurbach e de Engels, foram as possibilidades que essas filosofias ofereceram entre uma anlise crtica e a realizao da filosofia ou seja, da desalieneao real, material do homem. PENSAMENTO POLTICO FRANS Desde a antiguidade, se pensa em uma luta justa, de sociedades igualitrias. Na Frana autores como Gracchus Babeuf, colocou o manifesto dos iguais pregando uma liberdade, igualdade, fraternidade e uma desigualdade real. Como no sculo XIX as economias e o capitalismo estavam se desenvolvendo desde a revoluo industrial, houve um inchao populacional de proletrios com baixos salrios. Com isso novas teorias exigem uma igualdade real e ideal. Marx visa uma luta de emancipao do proletariado atravs da libertao de classes sociais. Com esta unio, Marx foi o porta-voz e principal inspirador a qual dedicou boa parte de sue tempo. Na Frana, o socialismo teve como porta-vozes Saint-Simon, Fourier e Proudhon. Saint pensa em uma sociedade dirigida por produtores (empresrios, banqueiros). Fourier tenta organizar os Fanlastrios ( pequena unidade social vivendo em comunidades) Proudhon afirma que a propriedade privada significa uma espoliao do trabalho. Para Marx e Engels, os socialistas no colocam nenhuma iniciativa histrica e poltica que lhe seja prpria. Continuando, afirmam que so moralistas, pretendem reformar pela fora. A questo tambm histrica o qual est

dentro da pretenso cientificista do sculo XIX, positivista, que v no socialismo utpico o precursor ultrapassado do marxismo cientfico, que mostra o movimento operrio em sua plenitude. PENSAMENTO ECONMICO BRITNICO Quanto questo econmica, Marx tinha como base os estudos sobre economia poltica constituda basicamente pelo pensamento britnico de Adam Smith e David Ricardo. Adam Smith afirma que no o ouro ou outro metal que determina a riqueza ou a prosperidade de uma nao e sim o trabalho humano. Em conseqncia disso, qualquer transformao que aprimore a fora de trabalho, favorece o enriquecimento da nao. Entre elas, destaca-se principalmente alem da mecanizao, a diviso do trabalho que estudada por ele. O pensamento econmico de Marx, procura explicar como o modo de produo capitalista propicia a acumulao de capital, e a resposta se encontra no fabrico de mercadorias o que resulta de meios de produo (ferramenta, mquinas e matria-prima) e do trabalho humano. No marxismo, a quantidade de trabalho necessrio para produzir uma mercadoria o que determina o valor mnimo. A mais-valia conceito criado e desenvolvido por Marx demonstra que o trabalho produz valores superiores ao dos salrios (que o valor necessrio reproduo da fora de trabalho). esse diferencial que torna um conceito fundamental da teoria de Marx, considerada a fonte dos lucros e da acumulao de capitais. 3. A LUTA DE CLASSES Pretendendo caracterizar no apenas uma viso econmica da histria, mas tambm uma viso histrica da economia, a teoria marxista tambm procura explicar a evoluo das relaes econmicas nas sociedades humanas ao longo do processo histrico. Haveria, segundo a concepo marxista, uma permanente dialtica das foras entre poderosos e fracos, opressores e oprimidos, a histria da humanidade seria constituda por uma permanente luta de classes, como deixa bem claro a primeira frase do primeiro captulo d'O Manifesto Comunista:

A histria de toda sociedade passado a histria da luta de classes. Classes essas que, para Engels so "os produtos das relaes econmicas de sua poca". Assim apesar das diversidades aparentes, escravido, servido e capitalismo seriam essencialmente etapas sucessivas de um processo nico. A base da sociedade a produo econmica. Sobre esta base econmica se ergue uma superestrutura, um estado e as idias econmicas, sociais, polticas, morais, filosficas e artsticas. Marx queria a inverso da pirmide social, ou seja, pondo no poder a maioria, os proletrios, que seria a nica fora capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade, socialista. Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idias que eles tm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idias que a burguesia espalha. O capitalismo seria atingido por crises econmicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das foras produtivas. Seria um absurdo que a humanidade inteira se dedica-se a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de grandes empresrios. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, s poderia ser uma produo controlada por todos os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita de socialismo. No basta existir uma crise econmica para que haja uma revoluo. O que decisivo so as aes das classes sociais que, para Marx e Engels, em todas as sociedades em que a propriedade privada existem lutas de classes (senhores x escravos, nobres feudais x servos, burgueses x proletariados). A luta do proletariado do capitalismo no deveria se limitar luta dos sindicatos por melhores salrios e condies de vida. Ela deveria tambm ser a luta ideolgica para que o socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como luta poltica pela tomada do poder. Neste campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido poltico, o partido poltico revolucionrio que tivesse uma estrutura democrtica e que buscasse educar os trabalhadores e lev-los a se organizar para tomar o poder por meio de uma revoluo socialista. Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustia social, e que o nico jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria

explorando os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, de acordo com Marx selvagem, pois o operrio produz mais para o seu patro do que o seu prprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econmico de explorao, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema. A TEORIA DO VALOR-TRABALHO Marx, em O capital, conceitua valor de uso de acordo com sua utilidade: " a utilidade de uma coisa que lhe d um valor de uso, mas essa no surge no ar. determinada pelas qualidades fsicas da mercadoria e no existe sem isso". Diferentemente do valor de troca, pode-se dizer que o valor de uso tem uma relao qualitativa, enquanto o valor de troca tem relao quantitativa. A teoria do valor-trabalho conhece-se principalmente pelos estudos ao respeito de Karl Marx, sendo um princpio fundamental no pensamento econmico do marxismo. Marx pensava firmemente que s o trabalho produz o valor, e em sua obra O capital desenvolveu esta tese. Mas no s o trabalho per s, seno o trabalho abstrato, aquele trabalho que tem sido socialmente necessrio, e o qual tm recebido uma validao deste. Para isso estabeleceu quatro conceitos diferentes de valor: individuais (serve para comparar o valor direto e o valor de produo), diretos (s tem em conta a concorrncia intra-setorial), de produo (tem em conta a concorrncia intra-setorial e inter-setorial) e eletivos (o preo da realidade mercantil). No entanto, Marx no finalizou a anlise matemtica da questo. Parte da base de que o valor de mudana de uma mercadoria est determinado pela quantidade de trabalho necessrio para a produzir, critrio uniforme e aplicvel a todas as atividades de produo que serve como vnculo de unio entre diferentes atividades produtivas; e esta quantidade de trabalho mede-se em tempo, habitualmente em horas. Se o valor da mercadoria est sobre o do tempo de produo, ningum quereria a comprar; e se estivesse por embaixo, o produtor sairia perdendo com a mudana, pelo que seu trabalho teria resultado intil. No entanto, esta lei precisa de certas precises para ser completada. Uma primeira preciso, que no todos os homens trabalham igual, seno que seu trabalho depende de sua idade, de sua experincia, sua habilidade, sua

destreza, sua forma de se organizar, etc. Se o valor de mudana dependesse unicamente do tempo individual que tem custado a produzir, chegar-se-ia a uma situao absurda, que quanto mais lento se trabalhasse, tanto mais aumentaria de valor a mercadoria resultante desse trabalho. Desta maneira premiar-se-ia o desperdcio de trabalho e aos trabalhadores preguiosos ou pouco hbeis. A economia seria muito menos produtiva: perder-se-ia o tempo do produtor para fabricar a mercadoria, o tempo do comprador, que precisa trabalhar mais horas para a adquirir, em definitiva, tempo de trabalho social. Por conseguinte, o valor de mudana de uma mercadoria no tanto faz ao trabalho individual, seno ao trabalho socialmente necessrio para produzi-la, sendo isto a quantidade de trabalho necessrio em condies mdias de produtividade em uma determinada sociedade e em uma determinada poca. A segunda preciso refere-se ao conceito de quantidade de trabalho. Como j se explicou a quantidade de trabalho se mede em horas, mas tambm no se pode estabelecer um critrio completamente unificador entre todos os trabalhos, pois no todos os trabalhos so iguais. Cabe estabelecer a diferena entre o diferente grau de qualificao que requerem diferentes trabalhos. Assim, no so equiparveis os trabalhos de pedreiro e arquiteto, pois no precisam a mesma qualificao. Se ambos trabalhos se remunerassem da mesma maneira, isto implicaria que a qualificao no produz um valor acrescentado ao trabalho e seria intil, pelo que ningum desejaria adquirir uma qualificao profissional. Mediante esta teoria que Marx chega existncia do plus valor, que consistiria a fonte do ganho do possuidor de capital no modo de produo capitalista, e surge do plus trabalho ou o trabalho para alm do necessrio para reproduzir o valor da fora de trabalho.

MAIS-VALIA Mais-valia o nome dado por Karl Marx diferena entre o valor produzido pelo trabalho e o salrio pago ao trabalhador, que seria a base da explorao no sistema capitalista.

ENTENDA!!

TEORIA DA MAIS-VALIA Portanto Marx afirmava que a fora de trabalho era transformada em mercadoria, o valor de fora de trabalho corresponde ao Socialmente necessrio. Tudo estaria bem, contudo o valor deste Socialmente Necessrio um problema. Na realidade o que o trabalhador recebe o salrio de Subsistncia, que o mnimo que assegura a manuteno e reproduo do trabalho.

Mas apesar de receber um salrio, o trabalhador acaba por criar um valor acrescentado durante o processo de produo, ou seja, fornece mais do que aquilo que custo, esta diferena que Marx chama de Mais Valia. A Mais Valia no pode ser considerado um roubo, pois apenas fruto da propriedade privada dos meios de produo. Mas, os Capitalistas e os proprietrios, procuram aumentar os seus rendimentos diminuindo o rendimento dos trabalhadores, , pois, esta situao de explorao da Fora de Trabalho pelo Capital que Marx mais critica. Critica a essncia do capitalismo, que reside precisamente na explorao da fora de trabalho pelo produtor capitalista, e que segundo Marx, um dia haver de levar revoluo social; ele postulou que o valor de um bem determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessria para a sua produo. Segundo Marx, o lucro no se realiza por meio da troca de mercadoria, que se trocam geralmente pelo seu valor, mas sim em sua produo. Os trabalhadores no recebem o valor correspondente a seu trabalho, mas s o necessrio para sua sobrevivncia. Nascia assim o conceito da Mais-Valia, diferencia entre o valor incorporado a um bem e a remunerao do trabalho que foi necessrio para sua produo. No essa, porm, para Marx, a caracterstica essencial do sistema capitalista, mas precisamente a apropriao privada dessa MaisValia. A partir dessas consideraes, Marx elaborou sua critica do capitalismo numa obra que transcendeu os limites da pura economia e se converteu numa reflexo geral sobre o homem, a sociedade e a histria. Na realidade o que o trabalhador recebe o salrio de subsistncia, que o mnimo que assegura a manuteno e a reposio do trabalho. A mais valia no pode ser considerada um roubo, pois apenas fruto da propriedade privada dos meios de produo. Em teorias da Mais-Valia, a viso crtica de Marx se liga particularmente a sua concepo acerca das categorias e relaes econmica, bem distinta da vigente na economia clssica. Para Marx, as relaes fazem parte de um complexo processo evolutivo, social, mas essa evoluo pode culminar em transmutao revolucionria. Marx viu que, para explicar estas relaes econmicas, era ir alem do domnio econmico, e por isso elaborou uma teoria da histria.

O Processo de Produzir mais Valia O produto, de propriedade do capitalista, um valor de uso, fios, calados etc. Mas, embora calados sejam teis marcha da sociedade e nosso capitalista seja um decidido progressista, no fabrica sapatos por paixo aos sapatos. Na produo de mercadorias, nosso capitalista no movido por puro amor aos valores de uso. Produz valores de uso apenas por serem e enquanto forem substrato material, detentores de valor de troca. Tem dois objetivos. Primeiro, quer produzir um valor de uso, que tenha um valor de troca, um artigo destinado venda, uma mercadoria. E segundo, quer produzir uma mercadoria de valor mais elevado que o valor conjunto das mercadorias necessrias para produzi-la, isto , a soma dos valores dos meios de produo e fora de trabalho, pelos quais antecipou seu bom dinheiro no mercado. Alm de um valor de uso quer produzir mercadoria, alm de valor de uso, valor, e no s valor, mas tambm valor excedente (mais valia). 4. MATERIALISMO HISTRICO E DIALTICO O marxismo compreende dois aspectos principais: o materialismo dialtico, e o materialismo histrico. Materialismo Dialtico: a base filosfica do marxismo que tenta buscar explicaes coerentes, lgicas e racionais para os fenmenos da natureza, da sociedade e do pensamento. Baseia-se numa interpretao dialtica do mundo; constitui uma concepo cientfica da realidade, enriquecida com a prtica social da humanidade. Este pensar filosfico tem como propsito fundamental o estudo das leis mais gerais que regem a natureza, a sociedade e o pensamento. Isto leva ao estudo da teoria do conhecimento e a elaborao da lgica. Atravs do enfoque dialtico da realidade, o materialismo dialtico mostra como se transforma a matria e como se realiza a passagem das formas inferiores s superiores. Segundo Hegel, a dialtica torna-se no s um mtodo lgico, norma de anlise da natureza, como tambm o comportamento geral da prpria natureza, em sua contnua transformao. Para Hegel, a razo domina o mundo e tem por funo a unificao, a conciliao, a manuteno da ordem no todo. a

razo dialtica que procede por unidade e oposio dos contrrios. A contradio a mola mestra do pensamento e, ao mesmo tempo, o motor da histria, j que esta no seno o pensamento que se realiza. O mtodo dialtico aquele que penetra no mundo dos fenmenos atravs de sua ao recproca, da contradio inerente ao fenmeno e das mudanas dialticas que ocorrem na matria e na sociedade. O pesquisador que aplica o mtodo dialtico compreende a realidade, valoriza a contradio dinmica do fato observado e a atividade criadora do sujeito que est sempre a caminho, em formao, inacabado, aberto para novas alternativas. As definies da dialtica materialista dos clssicos do marxismo ressaltam os aspectos que se referem s formas do movimento universais e as conexes que se observam entre elas. Engels a define como a cincia das leis do movimento e desenvolvimento da natureza, da sociedade humana e do pensamento. E Lnin a define como a doutrina do desenvolvimento na sua forma mais completa, mais profunda e mais isenta da unilateralidade, a doutrina da relatividade do conhecimento humano, que nos d um reflexo da matria em eterno desenvolvimento. Uma das idias mais originais do materialismo dialtico foi ressaltar a importncia da prtica social como critrio de verdade. Assim, as verdades cientficas, em geral, significam graus do conhecimento, limitados pela histria. Materialismo Histrico: a cincia filosfica do marxismo que estuda as leis sociolgicas que caracterizam a vida da sociedade, de sua evoluo histrica e da prtica social dos homens, no desenvolvimento da humanidade, O materialismo histrico significou uma mudana fundamental na interpretao dos fenmenos sociais, pois at o nascimento do marxismo, se apoiava em concepes idealistas da sociedade humana. Marx e Engels colocaram pela primeira vez, em sua obra. A ideologia alem (1845-46), as bases do materialismo histrico. O materialismo histrico ressalta a fora das idias, capaz de introduzir mudanas nas bases econmicas que as originou. Por isso, destaca a ao dos partidos polticos, dos agrupamentos humanos, etc. Essa ao pode produzir transformaes importantes nos fundamentos materiais dos grupos sociais.

Relaes de produo: podem ser de cooperao, de submisso ou de um tipo de relaes que signifique transio entre as formas assinaladas. Modos de produo: da comunidade primitiva, escravista, feudalista, capitalista e comunista. De maneira muito geral, pode-se dizer que a concepo materialista apresenta trs caractersticas importantes. A primeira delas a materialidade do mundo, onde todos os fenmenos, objetos e processos que se realizam na realidade so materiais. Lnin, numa de suas obras, define a Matria como uma categoria filosfica para designar a realidade objetiva que dada ao homem nas suas sensaes, que copiada, fotografada, refletida pelas nossas sensaes, existindo independentemente delas. A segunda peculiaridade ressalta conscincia, uma propriedade da matria. A grande propriedade da conscincia a de refletir a realidade objetiva. Assim surgem as sensaes, as percepes, representaes, conceitos, juzos. fundamental estabelecer que o crebro por si s no pensa. A conscincia est unida realidade material. Esta influi sobre os rgos dos sentidos que transmitem as mensagens aceitas pelos canais nervosos ao crtex dos grandes hemisfrios cerebelosos. A ltima a prtica social, onde a prtica toda atividade material, orientada para transformar a natureza e a vida social. A prtica social se desenvolve e enriquece atravs da atividade prtica e terica dos diferentes indivduos e coletividades Na teoria marxista, o materialismo histrico pretende a explicao da histria das sociedades humanas, em todas as pocas, atravs dos fatos materiais, essencialmente econmicos e tcnicos. A sociedade comparada a um edifcio no qual as fundaes, a infra-estrutura, seriam representadas pelas foras econmicas, enquanto o edifcio em si, a superestrutura, representaria as idias, costumes, instituies (polticas, religiosas, jurdicas, etc). A propsito, Marx escreveu, na obra A Misria da filosofia (1847) na qual estabelece polmica com Proudhon: As relaes sociais so inteiramente interligadas s foras produtivas. Adquirindo novas foras produtivas, os homens modificam o seu modo de produo, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relaes sociais. O

moinho a brao vos dar a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial. Tal afirmao, defendendo rigoroso determinismo econmico em todas as sociedades humanas, foi estabelecida por Marx e Engels dentro do permanente clima de polmica que mantiveram com seus opositores, e atenuada com a afirmativa de que existe constante interao e interdependncia entre os dois nveis que compe a estrutura social: da mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua sobre a superestrutura, sobre os reflexos desta, embora, em ltima instncia, sejam os fatores econmicos as condies finalmente determinantes.

5. CONSIDERAES SOBRE A EDUCAO NA PERSPECTIVA MARXISTA O tema da educao no ocupou um lugar central na obra de Marx. Ele no formulou explicitamente uma teoria da educao, muito menos princpios metodolgicos e diretrizes para o processo ensino-aprendizagem. Sabemos que sua principal preocupao fora o estudo das relaes scio-econmicas e polticas e seu desenvolvimento no processo histrico. Entretanto, a questo educacional encontra-se inevitavelmente enredada em sua obra. Existem alguns textos que Marx, juntamente com Engels, redigiu sobre a formao e o ensino em que a concepo de educao est articulada com o horizonte das relaes scio-econmicas daquela poca. Assim, para compreendermos qual sua perspectiva na anlise do fenmeno educativo precisamos passar pelo seu modo de compreender a sociedade. Na seqncia, nosso propsito pontuar algumas das questes que, em nosso entender, chamam a ateno para uma releitura de Marx e Engels, hoje, no mbito educacional. O ponto de partida da histria, para Marx, a existncia de seres humanos reais que vivem em sociedade e estabelecem relaes. Para ele a essncia do homem o conjunto das relaes sociais. Assim, a corporeidade natural uma condio necessria mas no suficiente. A humanizao do ser biolgico e especfico s se d dentro da sociedade e pela sociedade. Gadotti (1984) nos lembra que, para Marx, o homem no algo dado, acabado. Ele processo, ou seja, torna-se homem e, isto, a partir de duas condies bsicas:

a) ele produz-se a si mesmo e, ao faz-lo, se determina como um ser em transformao, como o ser da prxis e; b) esta realizao s pode ter lugar na histria. O que distingue o ser humano dos outros animais, conforme Marx, o fato de ele, num dado momento da histria, comear a produzir os seus prprios meios de existncia. O que o ser humano coincide com o que e como ele produz. Ao contrrio de Hegel, para quem a conscincia determina a vida concreta, real; em Marx a vida concreta e real que determina a conscincia. Assim, O que os indivduos so, portanto, depende das condies materiais de sua produo (MARX; ENGELS, 1999, p. 28). Deduz-se desta perspectiva que, para a compreenso do processo educativo, deve-se compreender aquele (processo) pelo qual os seres humanos produzem a sua existncia, isto , o processo produtivo, o mundo do trabalho e o mbito de suas relaes. Para essa anlise preciso recorrer situao da diviso do trabalho, o que permite considerar o grau de desenvolvimento das foras produtivas de uma sociedade. Assim, podemos tomar como exemplo a diviso entre campo e cidade, entre trabalho comercial e industrial. A diviso do trabalho conduz a diferentes interesses ocasionando at mesmo interesses opostos. A educao, na sociedade capitalista, , segundo Marx e Engels, um elemento de manuteno da hierarquia social; ou o que Gramsci denominou como instrumento da hegemonia ideolgica burguesa. A igualdade poltica algo meramente formal e no passa de uma iluso visto que a desigualdade social concreta e inequvoca. Atualmente a situao no parece ser muito diferente daquela vivida e descrita por eles. No entanto, uma das possibilidades de viabilizar a superao das dicotomias existentes e da emancipao do ser humano reside na integrao entre ensino e trabalho. A esta integrao eles designam ensino politcnico ou formao omnilateral. Por meio desta educao omnilateral o ser humano desenvolver-se- numa perspectiva abrangente isto , em todos os sentidos. Conforme Gadotti (1984, p. 54-55) A integrao entre ensino e trabalho constitui-se na maneira de sair da alienao crescente, reunificando o homem com a sociedade. Essa unidade, segundo Marx, deve dar-se desde a infncia. O trip bsico da educao para todos o ensino intelectual (cultura geral),

desenvolvimento fsico (ginstica e esporte) e aprendizado profissional polivalente (tcnico e cientfico). Marx e Engels no s indicaram freqentemente que o trabalho fsico sem elementos espirituais destri a natureza humana como, tambm, que a atividade intelectual margem do trabalho fsico conduz facilmente aos erros de um idealismo artificial e de uma abstrao falsa. Logo, a unio entre os dois d um carter integral educao e tomar o lugar da formao unilateral, especializada e alienada. Assim, o ensino aparece como instrumento para o conhecimento e tambm para a transformao da sociedade e do mundo. Este o potencial e o carter revolucionrio da educao. O proletariado, por si s, no conquista sua conscincia de classe, sua conscincia poltica, justamente pelo fato de ter sido privado desde o incio dos meios que lhe permitiriam consegui-lo. Por isso, h a necessidade de um processo educativo pautado em um projeto poltico e pedaggico definido e voltado aos interesses da grande maioria excluda. A que surge o papel estratgico da escola, dos educadores e intelectuais, os quais, em nosso entender, so decisivos para a construo da conscincia de classe do trabalhador. Acreditamos que extremamente pertinente a concepo educativa de Marx e Engels, visto que sua proposta recupera o sentido do trabalho enquanto atividade vital em que o homem humaniza-se sempre mais ao invs de alienarse e a educao concebida, no como instrumento de dominao e manuteno do status quo mas, como processo de transformao desta situao. A obra destes autores constitui uma crtica fundamental concepo burguesa do ser humano e de educao. s concepes metafsicas e idealistas, que so fundamentalmente conservadoras, estes pensadores opem a concepo materialista, histrica e dialtica, isto , interessaram-se pelo ser humano real em carne e osso, por seus problemas enquanto vivem em sociedade, visando uma transformao positiva e humanizante. Esta concepo dialtico-histrica do ser humano toma como premissa fundamental o fato de ele no ser um dado, mas essencialmente um construir-se. Deste modo, a educao deve vir para corroborar esta construo que no meramente terica ou abstrata, mas real, prtica.

Na sociedade capitalista contempornea a educao reproduz o sistema dominante tanto ideologicamente quanto nos nveis tcnico e produtivo. Na concepo socialista, a educao assume um carter dinmico, transformador, tendo sempre o ser humano e sua dignidade como ponto de referncia. Uma educao omnilateral o que continua fazendo falta em nossa sociedade. O atual sistema educativo, sobretudo no Brasil, vem confirmando o que se diz sobre reproduo, excluso e dominao. Projetos poltico-pedaggicos at existem e so propostos, mas so postos em andamento aqueles que legitimam o sistema e no representam para ele uma ameaa. 6. CRTICAS TEORIA MARXISTA Vrios aspectos do marxismo so alvos de crticas. Diversos autores levantaram objees ao pensamento polticos e filosficos de Karl Max. A maior crtica feita ao marxismo na atualidade alega que ao mesmo possui um carter simplista, seja na organizao da sociedade em classes (capitalista e proletariado) e nas diversas interpretaes da abordagem que Max faz da inter-relao direta entre os fatores sociais de conscincia como ( cultura, religio e poltica) com os econmicos . A posio dos crticos que Karl Max e Friedrich Engels levaram a anlise de todas as aes humanas para o campo da luta de classe desconsiderando que h diversas aes que no podem ser explicadas to somente por uma busca de melhores meios de produo ou por vantagem econmicas . Segundo alguns desses crticos as razes de carter econmico tambm so insuficientes para explicar fenmenos modernos como a busca do homem pelo status ainda que este no venha representar qualquer vantagem econmica ou crescimento da cultura das celebridades. Tambm depem sobre as idias de Karl Max o resultado histricos de diversos regimes que foram influenciados a iderio poltico-ideolgico do marxismo, como a unio sovitica, o regime castrista de cuba e as chamadas repblicas vermelhas do sudeste asitico.

AS CONSIDERAES DE ALGUNS CRTICOS O intelectual francs Raymond Aron em sua obra o ( pio dos intelectuais) afirma que nenhuma outra doutrina criou o homem, como marxismo, uma iluso da onipotncia. A creditava que o marxismo havia se tornado uma ideologia e, por isso, considerava-o pio dos intelectuais . Afirma no livro que as sociedades ocidentais no tm o equivalente ao marxismo-leninismo, seja como base para o regime, seja como fundamento de uma sntese ou pseudo-sntese, intelectual. Ideologia, segundo Aron era uma concepo mais ou menos sistemtica da realidade poltica e histrica de mistura de fatos e valores. LESLIE PAGE: O historiador britnico publicou em 1987 o livro KARL MAX e o EXAME CRTICO DA SUA OBRA Page pretendeu destacar as opinies geralmente desconhecidas ou omitidas de Marx e Engels sobre diversos assuntos como a revoluo o terror revolucionrio , o uso da fora e o terrorismo. As obras de Page contriburam para o debate que se desenvolveu sobre at que ponto Marx poderia ser responsabilizado pelas experincias do socialismo real. ERIC VOEGELIN: Talvez seja um dos crticos mais severos de Karl Marx . no seu livro Reflexo Autobiogrficas relata que induzido pela onda de interesse sobre a revoluo russa de 1917 estudou o capital de Marx e foi marxista entre agosto e dezembro de 1919. Porm durante seu curso universitrio, aos estudar as disciplinas de teoria econmica e histria da teoria econmica aprendera o que estava errado em Marx . Voegelin afirma que Marx comete uma grave distoro ao escrever sobre Hegel. Para Voegelin , ao equivocar se deliberadamente sobre Hegel, Marx pretendia sustentar uma ideologia que lhe permitisse apoiar a violncia contra seres humanos afetando a indignao moral e por isso, Voegelin considerada Karl Marx um mistificador deliberado. Afirma que charlatanismo de Marx reside tambm na terminante recusa de dialogar com o argumento etiolgico de (ARISTOTELES) . Argumenta que embora tenha recebido um excelente informao filosfica, Marx sabia que o problema da etiologia na existncia humana era central para uma filosofia do

homem e que, se quisesse destruir a humanidade do homem fazendo dele um homem socialista Marx precisava repelir a todo custo o argumento etiolgico. Marx e Engels enunciam um disparate ao iniciarem o manifesto comunista com a afirmao categrica de que toda a histria social at o presente foi a histria de luta de classes. Eles sabiam que desde o colgio, que outras lutas existiram na histria como: Guerras Mdicas, as conquistas de Alexandre, a guerra do Peloponeso, as guerras pnicas e a expresso do imprio romano as quais decidiram nada tiveram com as lutas de classes. Voegelin diz que Marx levanta questes que so impossveis de serem resolvidas pelo homem socialista. Tambm alega que Marx conduz a uma realidade alternativa a qual no tem necessariamente nenhum vnculo com a realidade do sujeito. Segundo Voegelin, quando a realidade entre em conflito com Marx , ele descarta a realidade. KARL POPER: em misria do socialismo (1935,1944) Karl discorda MARX quanto a histria ser redigida por leis que se compreendida ,podem servir para antecipar o futuro. Segundo Poper a histria no pode obedecer leis e a idia de lei histrica uma contradio em si mesma. LUDWIN VON MISES: EM AO HUMANA- UM TRTADO DE ECONOMIA (1949), demonstrou a impossibilidade de se organizar uma economia nos moldes socialistas pela ausncia do sistema de preo que funciona com sinalizador aos empreendedores acerca das necessidades dos consumidores. Mises tambm refinou argumentos formulados por EUGEN VON BOHM-BAWERK na obra marxista.

PRINCIPAIS CARACTERSTICAS DO MARXISMO So trs: Materialismo Dialtico; Materialismo Histrico; Valor Supremo do Trabalho. Materialismo Dialtico: a base filosfica do marxismo que tenta buscar explicaes coerentes, lgicas e racionais para os fenmenos da natureza, da sociedade e do pensamento. Baseia-se numa interpretao dialtica do mundo; constitui uma concepo cientfica da realidade, enriquecida com a prtica social da humanidade. Este pensar filosfico tem como propsito fundamental o estudo das leis mais gerais que regem a natureza, a sociedade e o pensamento. Isto leva ao estudo da teoria do conhecimento e a elaborao da lgica. Atravs do enfoque dialtico da realidade, o materialismo dialtico mostra como se transforma a matria e como se realiza a passagem das formas inferiores s superiores. Segundo Hegel, a dialtica torna-se no s um mtodo lgico, norma de anlise da natureza, como tambm o comportamento geral da prpria natureza, em sua contnua transformao. Para Hegel, a razo domina o mundo e tem por funo a unificao, a conciliao, a manuteno da ordem no todo. a "razo dialtica" que procede por unidade e oposio dos contrrios. A "contradio" a mola mestra do pensamento e, ao mesmo tempo, o motor da histria, j que esta no seno o pensamento que se realiza. O mtodo dialtico aquele que penetra no mundo dos fenmenos atravs de sua ao recproca, da contradio inerente ao fenmeno e das mudanas dialticas que ocorrem na matria e na sociedade. O pesquisador que aplica o mtodo dialtico compreende a realidade, valoriza a contradio dinmica do fato observado e a atividade criadora do sujeito que est sempre a caminho, em formao, inacabado, aberto para novas alternativas. As definies da dialtica materialista dos clssicos do marxismo ressaltam os aspectos que se referem s formas do movimento universais e as conexes que se observam entre elas. Engels a define como a cincia "das leis do movimento e desenvolvimento da natureza, da sociedade humana e do pensamento". E Lnin a define como "a doutrina do desenvolvimento na sua forma mais completa, mais profunda e mais isenta da unilateralidade, a

doutrina da relatividade do conhecimento humano, que nos d um reflexo da matria em eterno desenvolvimento. Uma das idias mais originais do materialismo dialtico foi ressaltar a importncia da prtica social como critrio de verdade. Assim, as verdades cientficas, em geral, significam graus do conhecimento, limitados pela histria. Materialismo Histrico: a cincia filosfica do marxismo que estuda as leis sociolgicas que caracterizam a vida da sociedade, de sua evoluo histrica e da prtica social dos homens, no desenvolvimento da humanidade, O materialismo histrico significou uma mudana fundamental na interpretao dos fenmenos sociais, pois at o nascimento do marxismo, se apoiava em concepes idealistas da sociedade humana. Marx e Engels colocaram pela primeira vez, em sua obra. A ideologia alem (1845-46), as bases do materialismo histrico. O materialismo histrico ressalta a fora das idias, capaz de introduzir mudanas nas bases econmicas que as originou. Por isso, destaca a ao dos partidos polticos, dos agrupamentos humanos, etc. Essa ao pode produzir transformaes importantes nos fundamentos materiais dos grupos sociais. Relaes de produo: podem ser de cooperao, de submisso ou de um tipo de relaes que signifique transio entre as formas assinaladas. Modos de produo: da comunidade primitiva, escravista, feudalista, capitalista e comunista. De maneira muito geral, pode-se dizer que a concepo materialista apresenta trs caractersticas importantes. A primeira delas a materialidade do mundo, onde todos os fenmenos, objetos e processos que se realizam na realidade so materiais. Lnin, numa de suas obras, define a Matria como "uma categoria filosfica para designar a realidade objetiva que dada ao homem nas suas sensaes, que copiada, fotografada, refletida pelas nossas sensaes, existindo independentemente delas. A segunda peculiaridade ressalta conscincia, uma propriedade da matria. A grande propriedade da conscincia a de refletir a realidade objetiva. Assim surgem as sensaes, as percepes, representaes, conceitos, juzos. fundamental estabelecer que o crebro por si s no pensa. A conscincia est unida realidade material.

Esta influi sobre os rgos dos sentidos que transmitem as mensagens aceitas pelos canais nervosos ao crtex dos grandes hemisfrios cerebelosos. A ltima a prtica social, onde a prtica toda atividade material, orientada para transformar a natureza e a vida social. A prtica social se desenvolve e enriquece atravs da atividade prtica e terica dos diferentes indivduos e coletividades Na teoria marxista, o materialismo histrico pretende a explicao da histria das sociedades humanas, em todas as pocas, atravs dos fatos materiais, essencialmente econmicos e tcnicos. A sociedade comparada a um edifcio no qual as fundaes, a infra-estrutura, seriam representadas pelas foras econmicas, enquanto o edifcio em si, a superestrutura, representaria as idias, costumes, instituies (polticas, religiosas, jurdicas, etc). A propsito, Marx escreveu, na obra A Misria da filosofia (1847) na qual estabelece polmica com Proudhon: As relaes sociais so inteiramente interligadas s foras produtivas. Adquirindo novas foras produtivas, os homens modificam o seu modo de produo, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relaes sociais. O moinho a brao vos dar a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial. Tal afirmao, defendendo rigoroso determinismo econmico em todas as sociedades humanas, foi estabelecida por Marx e Engels dentro do permanente clima de polmica que mantiveram com seus opositores, e atenuada com a afirmativa de que existe constante interao e interdependncia entre os dois nveis que compe a estrutura social: da mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua sobre a superestrutura, sobre os reflexos desta, embora, em ltima instncia, sejam os fatores econmicos as condies finalmente determinantes. Valor Supremo do Trabalho Marx, em O capital, conceitua valor de uso de acordo com sua utilidade: " a utilidade de uma coisa que lhe d um valor de uso, mas essa no surge no ar. determinada pelas qualidades fsicas da mercadoria e no existe sem isso". Diferentemente do valor de troca, pode-se dizer que o valor de uso tem uma relao qualitativa, enquanto o valor de troca tem relao quantitativa.

A teoria do valor-trabalho conhece-se principalmente pelos estudos ao respecto de Karl Marx, sendo um princpio fundamental no pensamento econmico do marxismo. Marx pensava firmemente que s o trabalho produz o valor, e em sua obra O capital desenvolveu esta tese. Mas no s o trabalho per s, seno o trabalho abstrato, aquele trabalho que tem sido socialmente necessrio, e o qual tem recebido uma validao deste. Para isso estabeleceu quatro conceitos diferentes de valor: individuais (serve para comparar o valor direto e o valor de produo), diretos (s tem em conta a concorrncia intra-setorial), de produo (tem em conta a concorrncia intra-setorial e inter-setorial) e eletivos (o preo da realidade mercantil). No entanto, Marx no finalizou a anlise matemtica da questo. Parte da base de que o valor de mudana de uma mercadoria est determinado pela quantidade de trabalho necessrio para a produzir, critrio uniforme e aplicvel a todas as atividades de produo que serve como vnculo de unio entre diferentes atividades produtivas; e esta quantidade de trabalho mede-se em tempo, habitualmente em horas. Se o valor da mercadoria est sobre o do tempo de produo, ningum quereria a comprar; e se estivesse por embaixo, o produtor sairia perdendo com a mudana, pelo que seu trabalho teria resultado intil. No entanto, esta lei precisa de certas precises para ser completada. Uma primeira preciso, que no todos os homens trabalham igual, seno que seu trabalho depende de sua idade, de sua experincia, sua habilidade, sua destreza, sua forma de se organizar, etc. Se o valor de mudana dependesse unicamente do tempo individual que tem custado a produzir, chegar-se-ia a uma situao absurda, que quanto mais lento se trabalhasse, tanto mais aumentaria de valor a mercadoria resultante desse trabalho. Desta maneira premiar-se-ia o desperdcio de trabalho e aos trabalhadores preguiosos ou pouco hbeis. A economia seria muito menos produtiva: perder-se-ia o tempo do produtor para fabricar a mercadoria, o tempo do comprador, que precisa trabalhar mais horas para a adquirir, em definitiva, tempo de trabalho social. Por conseguinte, o valor de mudana de uma mercadoria no tanto faz ao trabalho individual, seno ao trabalho socialmente necessrio para produzi-la, sendo isto a quantidade de trabalho necessrio em condies mdias de produtividade em uma determinada sociedade e em uma determinada poca.

A segunda preciso refere-se ao conceito de quantidade de trabalho. Como j se explicou a quantidade de trabalho se mede em horas, mas tambm no se pode estabelecer um critrio completamente unificador entre todos os trabalhos, pois no todos os trabalhos so iguais. Cabe estabelecer a diferena entre o diferente grau de qualificao que requerem diferentes trabalhos. Assim, no so equiparveis os trabalhos de pedreiro e arquiteto, pois no precisam a mesma qualificao. Se ambos trabalhos se remunerassem da mesma maneira, isto implicaria que a qualificao no produz um valor acrescentado ao trabalho e seria intil, pelo que ningum desejaria adquirir uma qualificao profissional. Mediante esta teoria que Marx chega existncia do plus valor, que consistiria a fonte do ganho do possuidor de capital no modo de produo capitalista, e surge do plus trabalho ou o trabalho para alm do necessrio para reproduzir o valor da fora de trabalho. Como se consegue esta plus valia? Partamos de uma definio. Considera-se a plus valia a forma monetria do subproduto social que o assalariado abandona ao proprietrio dos meios de produo sem receber nada a mudana, nem sequer o salrio, pois se pagasse para compensar toda a jornada trabalhista, no teria benefcios para o empregador. Ao trocar o excedente de produo produz-se o benefcio para o capitalista que se apropriou da produo de seus trabalhadores. Assim, a plus valia a diferena entre o valor do produzido -e trocado- e o valor do trabalho que o produziu. Na sociedade capitalista a mo de obra converte-se em mercadoria que o operrio sem meios de produo oferece no mercado a mudana de um salrio como nica forma de se ganhar a vida. Ao igual que toda a mercadoria, seu valor a quantidade de trabalho socialmente necessrio para a produzir, isto , as despesas de manuteno do operrio, que lhe assegurem a sobrevivncia e a reproduo. Com o desenvolvimento social as necessidades consideradas bsicas dos homens variam, e por tanto seus preos tambm. Com a teoria do valor, observa-se que o valor do produzido equivalente durao da produo. Se um operrio trabalha 10 horas, produz 10 horas de valor que pode trocar por outros bens ou servios para sua sobrevivncia. No entanto, se sua sobrevivncia constitusse 10 horas de trabalho no teria um

plus produto do que se apropriar. Assim, no sistema capitalista as despesas de manuteno so inferiores ao valor produzido, eis a origem do enriquecimento capitalista, pois se esta diferena no existisse, a compra de fora de trabalho por parte do empregador, no lhe repercutiria nenhum benefcio, que o que procura com a operao de compra venda. Conclui-se ento que o salrio uma frao da jornada trabalhista e no seu total, rompendo o sistema capitalista na mercadoria trabalho a lei do valor que sim aplica ao resto de mercadorias.

7. CONCLUSO Marx prope um mtodo de anlise da realidade, partindo do concreto indo de encontro ao abstrato. Vira a filosofia de Hegel de cabea para baixo. A dialtica contestadora, questionadora e faz com que, constantemente, revisemos a prtica, critiquemos, faamos reflexes, re-analisemos as idias. No contexto histrico, Marx demonstra como o homem tem se organizado. Define seu mtodo como oposto ao de Hegel, sendo que este prope que a idia seja materializada no real e o mtodo de Marx faz exatamente o contrrio, a partir do real materializado o homem elabora seu pensamento. Nos estudos da escola marxista, elege-se um agente reformador, fora propulsora da histria, o proletariado, em conflito constante com o outro agente histrico, a burguesia. Assim, se essa tinha reduzido a democracia ao papel de discurso legitimador das desigualdades entre os indivduos, ao propor o direito, a livre iniciativa, a competio, ao domnio do capital, logo, a crtica socialistamarxista redefinia a direo do discurso democrtico, evocando o poder popular, organizado em conselhos que, transformando o Estado como o ente responsvel pela grande transformao a ser realizada. Marx, na escola marxista preocupou-se com pocas histricas especficas. Desenvolveu argumentos para mostrar que o valor da fora de trabalho se baseia nos insumos de trabalho necessrios subsistncia e treinamento dos trabalhadores. Desta forma, ainda hoje buscamos aprender com os economistas muitos significados para escrevermos tambm a nossa histria.

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