economia domÉstica: uma disciplina escolar no … · totalmente do papel para o qual se concebia...

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Anais Eletrnicos do IX Congresso Brasileiro de Histria da Educao Joo Pessoa Universidade Federal da Paraba 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 5768

ECONOMIA DOMSTICA: UMA DISCIPLINA ESCOLAR NO SECUNDRIO GINASIAL SERGIPANO

(1944-1947)

Sayonara do Esprito Santo Almeida1

Introduo

Disciplina ausente dos contedos programticos atuais e desconhecida por alguns,

Economia Domstica estava inserida nos currculos escolares brasileiros elaborados com

base na Lei Orgnica do Ensino Secundrio de 09 de Abril de 1942. Voltada para a educao

feminina, entre idades de 13 e 14 anos, destinava-se a promover noes de como ser uma boa

me, esposa e dona de casa.

Levando em considerao que Economia Domstica esteve presente no cenrio

educacional brasileiro, no s no curso secundrio, mas tambm na Escola Normal como

disciplina, no Ensino Agrcola como um curso profissionalizante e, a partir de 1950 como um

curso do Ensino Superior, este trabalho buscou investigar os contedos de Economia

Domstica enquanto disciplina escolar no secundrio ginasial do Colgio Atheneu Sergipense

(1944-1947) de modo a compreender os principais conceitos ensinados nessa disciplina.

No perodo delimitado por esse escrito, Dallabrida (2009) define o ensino secundrio

como o nico curso ps-primrio que preparava e dava direito ao acesso aos cursos

superiores, diferenciando-se do ensino tcnico-profissionalizante, considerado um ensino de

nvel inferior, que preparava mo-de-obra para o ingresso imediato no mercado de trabalho,

e dos cursos normais, que formavam as profissionais para o ensino primrio. Uma

modalidade de ensino que, a partir de 1930 com crescimento significativo, passou por

algumas reestruturaes educacionais de forma a melhor organiz-lo.

Com vistas efetivao pretendida utilizei como fonte principal cadernetas escolares do

Atheneu Sergipense e cotejei-as com outros documentos como leis, decretos,

correspondncias, atas, livro de registro, dirio oficial e programa de ensino. Parte delas

catalogadas no Centro de Educao e Memria do Atheneu Sergipense (CEMAS) e no

Instituto Histrico e Geogrfico de Sergipe (IHGSE).

1 Doutoranda em Educao/Universidade Federal de Sergipe (UFS), Mestre em Educao/UFS, Especialista em Metodologia do Ensino Superior/Faculdade So Lus de Frana/SE, Licenciada em Histria/UFS. Professora da Faculdade Maurcio de Nassau, Campus Aracaju. E-Mail: [email protected]

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Ademais, fiz uso dos conceitos de Disciplina Escolar de Chervel (1990) e Currculo

Escolar de Goodson (1997 e 2008) como tambm bibliografias concernentes temtica

proposta, de modo a subsidiar esse estudo.

A Economia Domstica no Ensino Secundrio

Aos discentes sergipanos da dcada de 1940, eram ofertados o ensino primrio,

secundrio e superior. O ensino secundrio, naquele momento, era o nico que dava acesso

ao ensino superior. queles alunos que no tivessem interesse no ensino superior ou queles

que no conseguissem adentrar no secundrio (devido rgida seleo para sua admisso)

restaria o ensino industrial, agrcola ou comercial, cujo propsito principal era o de prepar-

los para o trabalho. Segundo Souza (2008), essa estrutura condicionava uma educao

voltada para as elites e outra para as camadas populares.

A Reforma Capanema2 estabeleceu sua posio em relao educao feminina.

Buscou normatizar o lugar dela, reforando o papel da mulher como esposa e me, ideias

defendidas tambm pela Igreja Catlica e por vrios setores sociais. A Lei de 1942

recomendava que as mulheres estudassem em estabelecimentos de ensino de exclusiva

frequncia feminina. No aprovava a coeducao, defendida pelos escolanovistas, e definia

que em caso de instituies mistas, as meninas tivessem aulas em salas separadas dos

meninos. Bem como, inclua nos currculos escolares femininos a disciplina de Economia

Domstica:

Incluir-se-, na terceira e na quarta srie do curso ginasial e em todas as sries dos cursos clssico e cientfico, a disciplina de economia domstica. A orientao metodolgica dos programas ter em mira a natureza da personalidade feminina e bem assim a misso da mulher dentro do lar. (BRASIL, 1942. Art. 25)

Cabe destacar que inicialmente, a disciplina seria obrigatria para as 3 e 4 sries do

curso Ginasial e em todas as sries do curso Clssico e Cientfico. Todavia, atravs do

Decreto-Lei 8.347, de 10 de dezembro de 1945, o referido artigo recebe nova redao e a

Economia Domstica torna-se obrigatria apenas para 3 e 4 sries do curso Ginasial,

2 Conjunto de leis implementadas desde o ano de 1942 at 1946, foram elas: Lei Orgnica do Ensino Industrial (Decreto-Lei 4.073, de 30 de janeiro de 1942); Lei Orgnica do Ensino Secundrio (Decreto-Lei 64.244, de 9 de abril de 1942) e Lei Orgnica do Ensino Comercial (Decreto-Lei 6.141, de 28 de dezembro de 1943). Com o fim do Estado Novo, Raul Leito da Cunha foi o ento ministro da educao e estabeleceu as seguintes leis: Lei Orgnica do Ensino Primrio (Decreto-Lei 8.259, de 2 de janeiro de 1946); Lei Orgnica do Ensino Normal (Decreto-Lei 8.530, de 2 de janeiro de 1946) e a Lei Orgnica do Ensino Agrcola (Decreto-Lei 9.613, de 20 de agosto de 1946).

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ficando dispensadas as alunas de outras sries do ensino secundrio. Alm disso, o novo

Decreto-lei ficou mais flexvel quanto possibilidade de moas e rapazes estudarem na

mesma sala de aula.

Embora a transio para reforma do ensino secundrio no Atheneu Sergipense tenha

ocorrido ao longo do ano de 1942, quando ocorreu a implantao da lei a nvel nacional, foi

em 1943 que, de fato, o estabelecimento de ensino passou a funcionar dentro da maioria das

normas definidas pela Reforma Capanema. Aos alunos habilitados na quarta srie do curso

fundamental assegurar-se-, a partir de 1943, o direito de matrcula na primeira srie do

curso clssico ou do curso cientfico. (DECRETO-LEI 5024, de 3 de dezembro de 1942).

Diferentemente do que ocorreu com a Reforma Francisco Campos (1931), a qual foi

implantada no Atheneu Sergipense, somente em 1938, conforme analisou Souza (2011).

O ensino sistematizado sob a forma de Economia Domstica originou-se em 1865

quando a Noruega tomou a primeira iniciativa, atravs do Ministrio da Agricultura daquele

pas, seguida da Islndia em 1874. Nos Estados Unidos e na Frana, este conhecimento

mostra-se no final do sculo XIX e incio do sculo XX. Quanto ao Brasil, os indcios apontam

para meados do sculo XIX, ainda que seus saberes j se fizessem presentes na educao

feminina na esfera privada.

Bastos e Garcia (1999) averiguaram que o discurso fundador da Economia Domstica

no Brasil est relacionado ao primeiro livro de leitura Noes de Vida Domstica 3 de Flix

Ferreira4. O mesmo foi destinado escola primria, s aulas de sexo feminino no Imperial

Liceu de Artes e Ofcios do Rio de Janeiro e ao curso noturno feminino instalado no Colgio

Pedro II. Conforme a obra, a educao feminina deveria restringir-se ao aprendizado de ser

me e dona de casa de forma cientfica e racional. Condenava a mulher que vive para a

sociedade e enaltecia quela que vivia para o lar e para famlia.

Os conhecimentos domsticos sempre estiveram presentes no cotidiano feminino,

contudo no necessariamente sob a forma sistematizada de uma disciplina escolar. Quando

s mulheres foi possvel adentrar ao espao pblico, principalmente no final do sculo XIX,

tais conhecimentos tentaram se fazer presentes por meio de cursos e disciplinas que, aliados

s concepes cientficas, higienistas e conservadoras colaboraram com a ideologia da busca

de uma sociedade saudvel e educada rumo modernidade. Por isso, a importncia do

3 A obra uma adaptao, com acrscimos, do original francs homnimo da Madame Eugne Hippeau Cours de leconomie domestique (1869) (BASTOS, GARCIA, 1999, p. 85).

4 Foi funcionrio da Biblioteca Nacional, dedicou-se s letras e ao jornalismo, escritor e atuou no comrcio de livros. Dentre suas obras, destaco: Noes de Vida Prtica (1879), A Educao da Mulher (1881) e A Exposio da Histria do Brasil (1882) (BASTOS e GARCIA, 1999).

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ensino domstico, o qual tambm pretendia evitar que a mulher fosse desvencilhada

totalmente do papel para o qual se concebia como natural: serem mes, esposas e donas de

casa.

medida que ocorriam mudanas na conjuntura social, relativas, entre outros fatos, a

passagem do sistema tradicionalmente agrrio para o industrial a educao feminina, para

alm do espao privado, tornou-se necessria. Contudo, isto atemorizava a ento sociedade

patriarcal, a qual temia que as transformaes pudessem prejudicar as relaes familiares.

Os discursos em torno da educao feminina revestiram-se de novos contornos com

vises conservadoras. E, nesse sentido, a ascenso da mulher ao mundo do trabalho, e s

universidades e condio de eleitoras no trouxeram rupturas imediatas nos papis sociais

desempenhados pelas mulheres (FREITAS, 2003. p. 214). A nao precisava que elas

tivessem uma efetiva participao na sociedade, sem entretanto, relegar seu papel na famlia e

no gerenciamento das atividades domsticas.

Os Contedos de Economia Domstica nos Registros das Cadernetas Escolares do Atheneu Sergipense

Ao expor os principais componentes para o entendimento de uma disciplina escolar,

Chervel (1990) demonstra a importncia de estudar os contedos explcitos da mesma, tendo

em vista que esse componente que chama prioritariamente a ateno, pois ele que a

distingue de todas as modalidades no escolares de aprendizagem, as da famlia ou da

sociedade (CHERVEL, 1990, p.202).

Dentro dessa perspectiva, em 1944, Economia Domstica comeava a ganhar forma

no Atheneu Sergipense, pois estava em seu primeiro ano de funcionamento. Ainda no havia

um programa da disciplina que as professoras pudessem seguir. Portanto, as docentes

tiveram papel preponderante na configurao inicial de Economia Domstica, a qual era

lecionada uma vez por semana em cada turma. Sob esse prisma, visualizemos os primeiros

contedos selecionados por Ester Vasconcellos para compor a disciplina na 3 srie e aqueles

selecionados por Anita Mendona, no ano seguinte, para 4 srie:

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QUADRO 1 - CONTEDOS DE ECONOMIA DOMSTICA DA 3 SRIE "B" EM 1944

Fonte: Quadro elaborado pela autora a partir da caderneta escolar do Atheneu Sergipense (290FASS04).

O quadro 1 evidencia que o conhecimento de Economia Domstica escolhido pela

professora, para a 3 srie, enfatizava o comportamento feminino, os cuidados com o lar, o

exerccio da Culinria, Contabilidade Domstica (noes de Economia) e trabalhos manuais

como costura ou bordado. Alm da ateno dedicada ao refinamento a qual se expressa por

meio de contedos como etiqueta e colabora para distino e hierarquizao dos

indivduos.

A maneira de portar-se em relao a outrem constante nos registros das cadernetas

de aulas como pode ser verificado tambm em quadros posteriores. Esse cuidado era

necessrio, dentre outros motivos, em virtude da nova socializao que ganhava a mulher.

Antes restrita ao ambiente de sua casa, a modernizao levou as mulheres, sobretudo as

casadas, a um convvio social mais amplo ao lado do marido, marcando presena em bailes,

teatros, cafs e demais acontecimentos da vida social. Essas mulheres precisavam aprender a

comportar-se em pblico, a conviver de maneira educada, a serem boas anfitris nos

frequentes saraus que se tornaram parte integrante dos hbitos sociais daquela poca. Essa

dedicao permitia que a mulher colaborasse no projeto familiar de mobilidade social como

esposas modelares e boas mes.

Da esposa do rico comerciante ou do profissional liberal, do grande proprietrio investidor ou do alto funcionrio do governo, das mulheres passa a depender tambm o sucesso da famlia, quer em manter seu elevado

5 Todos os contedos expostos nos quadros desta seo foram escritos exatamente da mesma forma do documento original.

3 Srie B Ester de Aquino Vasconcellos 19445

1. A jovem no lar; 14. Oramento domstico;

2. Atitudes; 15. O trabalho manual;

3. Alimentao; 16. Emprego do tempo;

4. Cuidados com o vesturio; 17. Hbitos da vida;

5. Modelo do mapa das despesas; 18. Arte culinria;

6. Etiqueta do lar; 19. Contabilidade Domstica (2 aulas);

7. Arranjos do lar; 20. Receitas;

8. Asseio a ordem (3 aulas); 21. Receitas de biscoitos;

9. Deveres da mulher no lar; 22. Idem bolos;

10. A utilidade do trabalho manual; 23. Idem salgadinhos;

11. Contabilidade Domstica; 24. Idem frios

12. Importncia dos trabalhos manuais; 25. Oramento domstico;

13. A ornamentao do lar; ---

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nvel e prestgio social j existentes, quer em empurrar o status do grupo familiar mais e mais para cima (DINCAO, 2013, p. 229).

Ademais, ter a postura sria que impusesse respeito era uma atitude que diferenciava

as mulheres de boa conduta daquelas cuja sociedade depreciava. Um mau comportamento

implicaria na prpria honra feminina como na do seu marido e da sua famlia. Em outras

palavras, no espao pblico era importante adotar determinadas condutas femininas a fim de

preservar a ordem familiar.

Agir sob as regras das boas maneiras caracterizava o indivduo como bem

educado. A pessoa bem educada sempre bem educada, em qualquer circunstncia, na vida

ntima, na vida social, na vida profissional, nas suas relaes com seus superiores os iguais e

os inferiores (SERRANO, 1942, p. 165).

Na 4 srie (quadro 2), novamente h o estudo da contabilidade domstica sob o

registro de Livro de inventrio, receita e despesa, Equilbrio oramentrio. Dficts,

Pagamento aos empregados e fornecedores, Compras a prestao e suas desvantagens. A

puericultura contemplada entre os contedos selecionados, bem como o conhecimento

culinrio com a Organizao de receitas e a Cozinha atravs dos tempos. O

comportamento feminino na igreja aparece entre os saberes da disciplina, como tambm o

contedo da Eugenia e da preparao da noiva para o casamento.

Nota-se a presena do contedo Contabilidade Domstica tanto na 3 quanto na 4

srie. Nesta poca, saber como economizar era uma recomendao importante para as

mulheres, administradoras do lar. Elas deveriam saber gerenciar as despesas de modo que

no fosse preciso ter que pedir dinheiro ao marido constantemente. Muitos mais que isso,

tambm era de bom tom que elas colaborassem com a utilizao dos trabalhos manuais,

sobretudo a costura de sua prpria roupa e da sua famlia, por meio da reforma de uma roupa

velha ou da confeco de uma roupa nova evitando gastos e conservando o vesturio.

Alm da economia que representavam os trabalhos manuais, estes poderiam tambm se converter em fonte de receita, ainda mais legtima por ter sido gerada em casa, sem expor a pblico as eventuais necessidades sofridas pela famlia (MALUF e MOTT, 2001, p. 418).

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QUADRO 2 - CONTEDOS DE ECONOMIA DOMSTICA DA 4 SRIE "B" EM 1945

4 Srie B Anita Novais Mendona 1945

1. Alimentao que se deve adotar no vero, isto , no nosso clima (2 aulas);

15. Cozinha atravs dos tempos;

2. Atraes do lar: relaes e vizinhana; 16. Organizao de receitas;

3. Puericultura: sua diviso; 17. Como preparar pratos para um banquete;

4. Eugenia: histrico 18. Enxoval de uma noiva. Peas indispensveis;

5. Cantinas e Creches; 19. Livro de inventrio, receita e despesa, caderneta;

6. Caracteres do recm-nascido normal; 20. Equilbrio Oramentrio. Dficts;

7. Arguio; 21. Atitude na igreja;

8. Vesturio do recm-nascido, banho, primeiros cuidados;

22. Prova Parcial;

9. Alimentao natural, mista e artificial; 23. Pagamento aos empregados e fornecedores;

10. Alimentao nos primeiros meses do recm-nascido;

24. Arguio;

11. Vesturio e a moda; 25. Livros adotados em um lar: inventrio, receita e

despesa; 12. Doenas mais frequentes da primeira infncia,

meios de vim h t-los; 26. Compras a prestao e suas desvantagens;

13. Enxoval do recm-nascido; 27. Objetos de uso domstico que se pode obter com

prestao

14. A noiva, seu enxoval. Exposio de presentes; ---

Fonte: Quadro elaborado pela autora a partir de caderneta de aula do Atheneu Sergipense (274FASS04)

Ter uma esposa que dominasse a arte da costura, do croch ou do bordado era algo

muito valorizado para poca. Alguns desses trabalhos de costura foram posteriormente

comercializados colaborando assim para renda complementar da famlia, alm de favorecer o

convvio com as amigas e a vizinhana.

No que tange aos contedos alusivos noiva e aos elementos que a rodeiam, ressalto

que o casamento foi alvo de preocupao dos discursos de modernidade que se iniciava.

Tendo em vista, as novas possibilidades que a urbanizao trazia para homens e mulheres,

como as opes de lazer e o trabalho feminino, j se disseminava o fim de algumas relaes

matrimoniais e a esquiva de homens e mulheres pelo casamento (MALUF e MOTT, 2001).

Assim, buscou-se fortalecer a importncia do matrimnio, instituio basilar da sociedade,

de modo a afastar os riscos da vida pblica e desagregar a organizao domstica.

Constata-se ainda em 1944 (ver quadro 1), a ausncia de um sistema avaliativo. No

h meno de nenhuma forma avaliativa no espao destinado ao registro de aulas e nem

notas na caderneta escolar, apenas presena ou ausncia das alunas. De forma geral, as

alunas assistiam regularmente as aulas, sendo muito poucos os registros faltosos.

J no ano de 1945 (quadro 2), observa-se duas arguies e uma prova parcial. Sobre

esse ponto, destaco que na Ata do Atheneu Sergipense, em 1944, o Diretor Joaquim Vieira

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Sobral6, mencionou que Trabalhos Manuais, Msica e Economia Domstica estavam

dispensados de provas e atribuies de notas mensais at que fosse expedida a respectiva

regulamentao (SOBRAL, Joaquim Vieira. Atas, 1942. CEMAS, 413FASS01). Porm, a

mesma s foi expedida em 1946. Ainda assim, a Professora Anita Mendona fez o registro de

Provas Parciais na caderneta de aula da 4 srie B, contudo, no havia nenhuma

transcrio de notas.

Em 1946, foi divulgado o Programa Oficial de Economia Domstica por meio da

portaria ministerial n.14, de 7 de janeiro do mesmo ano. O programa da disciplina demonstra

que as alunas da 3 srie deveriam ter conhecimento do que consistia a Economia Domstica

de modo a compreender sua importncia e necessidade; aprender noes de higiene com a

casa, a famlia, as roupas e os alimentos. O saber compreendia no apenas o preparo de uma

refeio, mas englobava o conhecimento de cada alimento, seus devidos usos e valor nutritivo

tendo em vista uma vida saudvel.

J na 4 srie, segundo o programa, as discentes deveriam conhecer a Contabilidade

Domstica a aprendizagem deste contedo perpassava no s noes de Matemtica como

tambm Economia e, sobretudo, a Administrao Financeira como funo primordial da

mulher medida que proporcionaria a harmonia familiar. Os cuidados higinicos tambm se

faziam presentes, mas centralizados na criana por meio da Puericultura, diferentemente da

3 srie cujos cuidados estavam voltados para a casa e para a famlia de modo geral. Os

conhecimentos de Puericultura j eram disseminados em cursos, manuais, revistas e em

disciplinas dos cursos normais desde o incio da Repblica como forma da mulher contribuir

para evitar a mortalidade infantil. Muitas normalistas ao conclurem o ensino levavam esse

aprendizado para as escolas primrias tornando um saber bastante divulgado no meio

feminino (FREITAS, 2003).

A alimentao, o asseio da criana e de seu ambiente, o acompanhamento de seu

crescimento e desenvolvimento fsico e psquico, na sade e na doena, e ainda a educao e

disciplina do lactente estavam fortemente presentes entre as funes maternas. Vlido

mencionar que as mulheres tambm apreendiam nesse contedo noes de enfermagem

embasadas em conhecimentos cientficos. Somado a todo o conhecimento j exposto, cabia

tambm aprender o papel da mulher na sociedade e formas de contribuir com ela por meio

do Servio Social.

6 Professor catedrtico do Atheneu Sergipense. Ocupou o cargo de diretor da instituio a partir do ano de 1944.

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Em meio ao desenvolvimento das cincias, as preocupaes higienistas facilitaram

que os conhecimentos da Psicologia cientfica e da Psiquiatria adentrassem no Brasil e

colaborassem para higiene mental do indivduo.

A Psicologia, assim como a Eugenia, tornou-se um dos fundamentos

cientficos do movimento higienista e, marcadamente, a base cientfica da higiene mental (MANSANERA, SILVA, p. 135, 2000).

A criana nesse sentido foi um alvo muito importante para os higienistas que no se

preocupavam apenas com os cuidados fsicos como tambm a sade mental: recomendavam

um acompanhamento cuidadoso na fase da infncia, por ser esse o momento da formao do

psiquismo, o momento em que se estruturaria a personalidade (MANSANERA, SILVA, p.

129, 2000). A Economia Domstica, por meio dos cuidados com a infncia tambm foi

responsvel por disseminar tais conhecimentos.

Goodson (1997 e 2008) adverte que preciso confrontar o currculo definido

oficialmente com aquele realizado nas escolas, pois aquilo que est prescrito no

necessariamente o que apreendido, e o que se planeja no necessariamente o que

acontece (GOODSON, 2008, p. 78).

Com efeito, ao comparar o roteiro de contedos do programa com aqueles

selecionados por Ester de Aquino Vasconcellos em 1944, na 3 srie B, verifica-se que os

assuntos registrados por ela voltavam-se mais para as atividades domsticas como a

organizao da casa, regras e comportamentos femininos. No possvel (dada a forma

abrangente com que foram grafados os contedos bem como, as limitaes das fontes)

perceber um saber mais cientfico sobre a alimentao ou a higiene, por exemplo.

Na caderneta da 4 srie B de 1944 do Atheneu Sergipense, percebe-se que a

Professora centralizou a disciplina mais para o contedo da contabilidade domstica, bem

como a Puericultura, mas no deixou de lado o comportamento feminino, a preparao da

noiva para o casamento e a culinria. Tambm contemplou temas que no constam no

programa como Eugenia: histrico.

Nota-se ainda a ausncia de uma sequncia lgica de organizao dos contedos,

como pode ser observado, por exemplo, quando a Professora leciona duas aulas sobre

contabilidade domstica e antes mesmo de concluir os assuntos referentes ao tema ela insere

atitude na igreja e depois retoma ao tema inicial. Essa falta de encadeamento coeso

tambm acontece na 3 srie B (1944).

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Levando em considerao o que defende Chervel (1990) quando argumenta que os

contedos escolares devem estar em sintonia com os objetivos educacionais, inicialmente

Economia Domstica no Atheneu Sergipense esteve direcionada para a perspectiva

tradicional do trip dona de casa-me-esposa. Quando o que se almejava atingir, conforme o

programa era um conhecimento mais especfico e aprofundado acerca de aspectos tcnicos,

cientficos e higinicos da funo da mulher na casa e na famlia em consonncia com as

transformaes sociais que ocorriam.

Presumo que a ausncia de docentes especializados em Economia Domstica pode ter

contribudo para que os contedos fossem lecionados de maneira rasa e tmida mediante

aos conhecimentos cientficos. Nascimento (2004) assinala que os primeiros professores

licenciados em Economia Domstica s chegariam em Sergipe, por volta da dcada de 1980

para ensinarem nos cursos tcnicos de Economia Domstica. A partir desse perodo,

verificou-se uma mudana na forma como os contedos eram trabalhados e discutidos.

Chervel (1990) defende ainda que os contedos devem ser distribudos

adequadamente conforme o desenvolvimento cognitivo dos educandos e ainda ater-se ao

tempo pedaggico. Nesse sentido, na caderneta da 3 srie E de 1946 (quadro 3),

verificou-se que os contedos registrados correspondiam aos contedos elencados no

programa, mas com algumas modificaes como a insero ou supresso de determinados

assuntos ou a inverso desses (contedos que deveriam estar na 4 srie e surgem na 3 e

vice versa).

QUADRO 3 - CONTEDOS DE ECONOMIA DOMSTICA DO ATHENEU SERGIPENSE 3 SRIE "E" EM 1946

3 Srie E Anita Novais Mendona 1946

1. Economia Domstica e sua importncia na vida em famlia

11. Os pratos herdados do branco, do ndio e do negro;

2. Habitaes: funo da habitao; 12. Contabilidade domstica (2 aulas);

3. Mobilirio; 13. Livro inventrio e sua utilidade;

4. Arguio 14. Vesturio e o clima;

5. Iluminao, ventilao; 15. Arguio;

6. Alimentao e sua importncia (2 aulas); 16. Alimentos energticos e vitaminas;

7. Evoluo da cozinha brasileira (2 aulas); 17. Sais minerais, as vitaminas, gorduras, acares (2

aulas);

8. Receita de bolos e tortas; 18. Subnutrio e estados de carncia;

9. Cardpio para um jantar de cerimnia; 19. Arguio

10. Receitas dos pratos do jantar de cerimnia da aula anterior;

20. Alimentos frescos e de cenoura.

Fonte: Quadro elaborado pela autora a partir da caderneta de aula do Atheneu Sergipense (CEMAS, 90 FASS04).

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Ressalto novamente a presena do contedo de Contabilidade Domstica na 3 srie

quando esse assunto, conforme programa, s deveria ser ensinado na 4 srie. Em outras

palavras, mesmo com a implantao do programa da disciplina, determinadas temticas

persistiram em continuar em detrimento de outras que deveriam estar presentes.

Essa mudana na disposio dos contedos demonstra que a seleo de assuntos

realizada pelas professoras, a partir do programa oficial da disciplina, nem sempre estavam

condizentes com a ordem elencada no programa nem com o desenvolvimento cognitivo do

aluno conforme sugere Chervel (1990).

QUADRO 4 - CONTEDOS DE ECONOMIA DOMSTICA DO ATHENEU SERGIPENSE 3 SRIE "C" - 1947

3 Srie C Anita Novais Mendona 1947

1. Economia Domstica sua adaptao e fins; 10. Teste

2. Habitao. Higiene das habitaes: paredes e piso; 11. Processo de lavagem dos tecidos de linho, l e peas

finas;

3. Alimentao e sua importncia; 12. gua Potvel. Doenas transmitidas pela gua.

Processos prticos para esterilizar a gua;

4. Alimentao alimentos bsicos, energticos; (3 aulas)

13. Teste;

5. Arguio; 14. Cardpio para pessoas que fazem trabalho leve e

moderado;

6. A mesa brasileira; 15. Algumas receitas de creme e tortas;

7. Vesturio e o clima; 16. Alimentos frescos e de cenoura;

8. Propriedades essenciais dos bons tecidos; 17. Teste;

9. Arguio 18. Algumas receitas de cremes e bolos.

Fonte: Quadro elaborado pela autora a partir da caderneta de aula do Colgio Atheneu Sergipense (CEMAS, 244FASS04).

A presena do contedo gua potvel (quadro 4) embora no fizesse parte do

programa oficial revela, mais uma vez, os cuidados higinicos e a preocupao com o

saneamento bsico um dos problemas caracterstico de lugares que se apresentam em

crescente urbanizao. Mesmo aps a melhoria de saneamento bsico empreendidas no

governo Graccho Cardoso7, a populao aracajuana continuava em expanso num

descompasso com as melhorias de rede de gua e esgoto. O consumo de gua de m

qualidade ocasionava diversas doenas que precisavam ser combatidas. Conhecer os

benefcios da gua correta a ser ingerida e as consequncias de seu mau consumo consistia

em uma medida profiltica e interventiva.

7 As redes de abastecimento de gua e de esgoto da capital estavam em situao deplorvel. A populao e a imprensa reclamavam da constante falta de gua e sua m qualidade, como tambm as doenas causadas devido a ela (SANTANA, 1998).

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QUADRO 5 - CONTEDOS DE ECONOMIA DOMSTICA DO ATHENEU SERGIPENSE 4 SRIE "D" - 1947

4 Srie D Anita Novais Mendona 1947

1. Contabilidade Domstica; 10. Evoluo da Cozinha brasileira;

2. Pagamento aos empregados e fornecedores. Gratificao aos creados;

11. Teste;

3. Como registrar o livro de tabela geral para as despesas mensais e anuais;

12. Continuao do exerccio;

4. Puericultura; 13. Noes de Enfermagem;

5. Diviso da Puericultura; 14. Envenenamento pelos cidos custicos lizal, cido

fnico etc. Primeiros cuidados antes da chegada do mdico;

6. Caractersticas do recm-nascido normal; 15. Teste;

7. Enxoval do lactante e problemas relacionados com os mesmos;

16. Mordeduras de ces. Socorros urgentes;

8. Arguio; 17. Recapitulao de alguns pontos dados;

9. Alimentao na infncia; 18. Reunio da 4 srie.

Fonte: Quadro elaborado pela autora a partir de caderneta de aula do Colgio Atheneu Sergipense (CEMAS, 229FASS04).

No ano de 1947, a Professora Anita Mendona demonstra em seus registros ter

adequado melhor os contedos conforme as sries. Contabilidade Domstica, por exemplo,

aparece conforme sugere o programa oficial - na 4 srie e na 1 unidade.

Pela primeira vez na caderneta, desde a criao da disciplina no Atheneu Sergipense, o

contedo sobre noes de enfermagem mencionado. Contemplando inclusive

conhecimentos sobre formas de socorrer.

As anotaes tambm revelam que possivelmente um dos testes aplicados

correspondia a exerccios realizados em sala, j que foi registrado em uma aula teste e na

aula seguinte continuao do exerccio.

Consideraes Finais

Economia Domstica foi inserida nos currculos escolares das 3 e 4 sries do curso

Ginasial, Clssico e Cientfico da Reforma Capanema, sendo obrigatria apenas para o curso

Ginasial a partir de 1945.

No Atheneu Sergipense a Reforma Capanema comeou a ser implantada em 1943, entre

as alteraes promovidas pela Lei Orgnica do Ensino Secundrio de 1942. Embora a

Reforma Capanema tenha sido implantada no ano de 1943, documentos pertencentes ao

Colgio Atheneu Sergipense comprovam que a disciplina de Economia Domstica s

funcionou no ano de 1944, no curso ginasial, quando houve a abertura para o processo de

seleo de professores para a citada disciplina escolar.

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Por meio da anlise dos contedos registrados no programa oficial da disciplina,

implantado em 1946 nota-se que os saberes de Economia Domstica incluam no apenas

orientaes e regras para a boa me, dona de casa e esposa, mas conseguiam promover

tambm conhecimentos cientficos, principalmente ligados a rea da Biologia (com nfase na

Bacteriologia), Psicologia e Sociologia.

As Professoras Anita Mendona e Ester Vasconcellos tiveram papel preponderante na

prtica da Economia Domstica. Mesmo buscando seguir o programa oficial da disciplina, a

seleo realizada por elas e registrada nas cadernetas de notas recaem para um contedo que

reforava os valores da mulher como boas mes e donas de casa. O que no significa dizer

que as alunas que estudaram os conhecimentos de Economia Domstica no Atheneu

Sergipense tenham se limitado execuo desses saberes. Uma vez que, possivelmente em

menor proporo, elas tiveram acesso a noes de conhecimentos cientficos em voga no

perodo e embasamento para outras profisses, como Enfermagem, Empregada Domstica,

Professora. No sendo verificado, no entanto, sustentculo para o Servio Social, pois at

1947 no houve nenhum registro sobre este contedo.

Inicialmente, Economia Domstica funcionou sem um sistema avaliativo. Aps a

implantao do programa oficial, as alunas foram avaliadas por meio de arguies, exerccios

prticos e tericos sobre os contedos lecionados.

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