economia da empresa i

Upload: kleiton-teixeira-mendes

Post on 17-Jul-2015

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

CENTRO UNIVERSITRIO DO MARANHO - Uniceuma CURSO DE ADMINISTRAO 60 horas ECONOMIA DE EMPRESAS 1 Bimestre 30hs/aula 1. APRESENTAO AUGUSTO CESAR DE SENNA LEMOS PROFESSOR DO CEUMA DESDE 1992 ECONOMISTA TELEFONE: 3236 1675 Residncia 88020982 celular E.Mail: [email protected] 2. OBJETIVO Desenvolver e aprofundar conhecimentos relativos s caractersticas de funcionamento das organizaes e posicionamento no mercado onde atua, enfatizando a importncia das variveis econmicas no desempenho das empresas. 3. CONTEUDO PROGRAMTICO:1. CARACTERIZAO DO OBJETO DA ECONOMIA (Conceito; objeto; problemas, lei da escassez, diviso, fatores de produo; bens e servios; CPP e custo de oportunidade) 2. EVOLUO DO PENSAMENTO ECONMICO (Precursores da teoria econmica, os clssicos, os keynesianos e os marxistas) 3. ESTUDO DA DEMANDA, DA OFERTA, EQUILIBRIO DE MERCADO E ELASTICIDADE (Caracterizao do mercado de bens e servios; Lei da Demanda; Lei da Oferta; Situao de mercado e coeficiente de elasticidade) 4. PRODUO E CUSTOS (Funo de produo; Lei dos rendimentos; custos de produo e maximizao de lucros) 5. CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONMICO (Diferena entre crescimento e desenvolvimento; Produto Nacional; Renda Nacional; PIB; Poupana Interna e Externa e Investimentos) 6. INFLAO E DEFLAO (Tipos de inflao; combate inflacionrio; causas comuns dos aumentos dos custos de produo e os inconvenientes da inflao) 7. O SETOR PBLICO (Funes econmicas; Estrutura tributria; Dficit Pblico e Oramento Pblico) 8. SETOR EXTERNO (Taxa de cambio; valorizao e desvalorizao cambial e balano de pagamentos) 9. RELAES ECONMICAS INTERNACIONAIS (Sistema Monetrio Nacional e Internacional; Conferncia de Bretton Woods; FMI; Banco Mundial e OMC)

REFERNCIAS:MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia:Fundamentos e Aplicaes.S.Paulo.Prentice Hall.2004 ROSSETTI, Jos Paschoal. Introduo Economia. So Paulo, Atlas, 2007 MOCHON, Francisco. Princpios de economia. So Paulo. Prentice Hall, 2007 VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval. Economia:micro e macro. So Paulo. Atlas, 2002 VASCONCELOS, Marco Antonio Sandoval. Fundamentos de Economia. S.Paulo. Saraiva, 2005 USP, Equipe de Professores. Manual de Economia. So Paulo. Saraiva, 2005

POR QUE ESTUDAR ECONOMIA O estudo da economia faz parte de uma das mais abrangentes categorias do conhecimento humano, as cincias sociais. As cincias sociais ocupam-se dos diferentes aspectos do comportamento humano. QUAIS AS LIGAES DA ECONOMIA COM OUTRAS CINCIAS SOCIAIS? Os problemas econmicos no tm contornos bem delineados. Eles se estendem perceptivelmente pela poltica, pela sociologia e pela tica. No ser exagero dizer que a resposta final s questes cruciais da economia encontra-se em algum outro campo. Ou que a resposta a outras questes humanas, formalmente tratadas em outras esferas da cincias sociais, passar necessariamente por alguma reviso do ordenamento real da vida econmica ou do conhecimento econmico.

CONCEITO, DIVISO E PROBLEMAS DA ECONOMIAEtmologicamente a palavra ECONOMIA vem do grego OIKOS(casa) e NOMOS(norma, lei), atribuda a Aristteles. Seria a: administrao da casa, administrao da coisa pblica. No incio se costumava querer uma definio sucinta de Economia. Economia o estudo das atividades que, com ou sem dinheiro, envolvam operaes de troca entre pessoas; Economia o estudo de homens em sua atividade comum, ganhando e desfrutando a vida. Economia o estudo de como a humanidade realiza a tarefa de organizar suas atividades de consumo e produo; Segundo alguns Clssicos: J.S.Mill - a cincia prtica da produo e distribuio da riqueza. A Marshall - o estudo do homem dirigindo sua vida cotidiana. Segundo alguns Contemporneos : a) Paul Samuelson - a cincia que se preocupa com o estudo das leis econmicas indicadoras do caminho que deve ser seguido para que seja mantida em nvel elevado a produtividade, melhorando o padro de vida das populaes e empregados corretamente os recursos. b) Raymond Barre - cincia voltada a administrao dos recursos escassos das sociedades humanas. c) Francisco Mochon - A economia estuda a maneira como se administram os recursos escassos, com o objetivo de produzir bens e servios e distribu-los para seu consumo entre os membros da sociedade.

O conceito de economia na sistematizao de RobbinsNAPOLEONI, Cludio. O pensamento econmico do sculo XX, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979

Em 1932, o economista ingls Lionel Robbins, em seu Ensaio sobre a natureza e a importncia da economia, explicitou novos conceitos sobre o fato econmico e, simultaneamente, sobre a economia. Para compreender a sistematizao de Robbins, devemos partir do conceito walrasiano de escassez. L. Walras define como escassa uma coisa que seja ao mesmo tempo til e limitada em relao s necessidades a que ela possa satisfazer. Se as riquezas so escassas, isto , se com elas no possvel satisfazer s necessidades at a saturao, decorre que o problema que cada agente econmico deve resolver consiste em tirar o mximo proveito dos recursos escassos a sua disposio. O consumidor, por exemplo, tende a distribuir seus rendimentos entre vrios bens, procurando maximizar sua utilidade. O produtor tende a distribuir recursos entre as varias alternativas de produo que lhe so acessveis, de modo a maximizar seus retornos. Um poupador que disponha de certo montante procura distribu-lo entre as varias alternativas de aplicao, para maximizar sua renda futura. E assim sucessivamente. Todos esses casos so especificaes do problema geral de tornar mximo um resultado, condicionado por determinada, e escassa, disponibilidade de meios. Isto o mesmo que tornam mnimo o dispndio de meios para alcanar um dado resultado. Esta bem consolidada compreenso terica sugeriu a Robbins a procura de uma definio para o fato econmico, que no fosse apenas classificatria, mas analtica. Ele pretendeu indicar em que consistiria o aspecto propriamente econmico da conduta humana. Aprofundado o conceito walrasiano de escassez, Robbins estabeleceu quais seriam as condies necessrias e suficientes, que tornam a ao humana suscetvel de considerao econmica. Foram quatro as condies definidas: as duas primeiras dizem respeito aos fins e as duas outras aos meios de ao. A primeira condio que os fins sejam mltiplos; a segunda, que os fins tenham diferentes graus de importncia e possam ser hierarquizados; a terceira que os meios sejam limitados; e a quarta que os meios tenham usos alternativos. Isoladamente considerada, nenhuma dessas quatro condies est apta a caracterizar o fato econmico. Vistas, porm, em conjunto, definem qual o elemento essencial do aspecto econmico da conduta

humana: a possibilidade de fazer escolhas. Quando, de um lado, os meios so limitados e aplicveis a usos alternativos e; de outro lado, os fins so graduveis por ordem de importncia, a conduta humana assume necessariamente a forma de uma escolha e tem, ento, uma dimenso econmica. A economia vem assim a configurar-se como a cincia que estuda a conduta humana na utilizao de meios escassos para atender a fins alternativos. Com esta definio, clareava-se o carter essencial do trabalho cientfico em economia: a determinao dos resultados que o ato de escolha alcana em uma srie de casos particulares, de maximizao na realizao de fins ou de minimizao no emprego de meios. A importncia que Robbins, com rigor, atribuiu a esta questo essencial contribuiu para remover incertezas sobre a natureza da cincia econmica, favorecendo notavelmente seu progresso ulterior. Isso foi bem demonstrado em um dos monumentos da moderna sistematizao cientfica em economia, os Fundamentos da anlise econmica, do americano Paul Samuelson, de 1947. Uma das questes mais importantes, decorrentes da sistematizao de Robbins, diz respeito neutralidade da economia, deixando aqui claras suas interfaces com outros ramos do conhecimento social. Do ponto de vista formal, a economia indiferente em relao aos fins que um conjunto de recursos capaz de atingir. Ocorre, porm, que os fins que a ao humana estabelece esto naturalmente sujeitos a outros tipos de avaliao, dos pontos de vista tico e poltico, por exemplo. Como Robbins destaca, isto no significa que o economista no possa nem deva expressar juzos de valor acerca dos fins que se pretende alcanar juzos de valor acerca dos fins que se pretende alcanar e da forma como sero empregados os correspondentes meios disponveis. Mas, ao transitar da abordagem puramente econmica para outras categorias de consideraes, o economista transita do que se convencionou chamar de economia positiva para a economia normativa. Vale dizer, da cincia econmica para a poltica econmica. Nesse trnsito, tornam-se inevitveis juzos de valor e cruzamentos em consideraes extra-econmicas, sistematizadas em outros campos do conhecimento, como os quais, ento, se tornam inexorveis as relaes de interdependncia. OBJETO DA ECONOMIA: A ESCASSEZ A lei da escassez - produzir o mximo de bens e servios a partir dos recursos escassos disponveis a cada sociedade. O conceito de escassez econmica deve ser entendido como a situao gerada pela razo de se produzir bens com recursos limitados, a fim de satisfazer as ilimitadas necessidades humanas. S existir escassez se houver uma procura para a aquisio do bem. Exemplo: o hino nacional escrito na cabea de um alfinete um bem raro, mas no escasso porque no existe uma procura para sua aquisio. As jazidas de minrio de ferro so abundantes, porm as chapas de ao e o automvel so bens econmicos escassos. O objeto da economia evoluiu historicamente, desde as primeiras escolas econmicas do sculo XVIII at os dias atuais. Para Adam Smith, o objeto da economia era o de empreender pesquisas sobre a natureza e as origens da riqueza das naes(1776). David Ricardo procurou desviar o objeto para o terreno da investigao sobre a repartio da riqueza, divergindo de Smith cujo objeto central era o da formao da riqueza. John Maynard Keynes, adotou um terceiro caminho, procurando mostrar que o objeto da economia deveria centralizar-se na pesquisa das foras que governam o volume da produo e do emprego em seu conjunto. A correo dos desajustamentos e desequilbrios parecia ser, a preocupao fundamental das cincias econmicas(anos 30). Aps a segunda guerra, o objeto se voltaria para o exame da extenso dos benefcios do progresso coletividade empenhada na sua promoo, a partir do desenvolvimento econmico das naes. Os economistas contemporneos cuidam da formao da riqueza e do desenvolvimento. O binmio desenvolvimento/repartio - mantm-se ligado dicotomia escassos recursos e necessidades ilimitadas. A preocupao para com o desenvolvimento est formalmente ligado ao aproveitamento timo dos escassos recursos disponveis. E a maior eficincia nos domnios da repartio mostra-se relacionadas com a extenso dos frutos do desenvolvimento s diversas camadas sociais mobilizadas em sua promoo. No campo da economia atualmente fala-se em desenvolvimento sustentvel que seria aquele capaz de satisfazer necessidades sociais atuais sem comprometer a satisfao das necessidades futuras.

NECESSIDADES CARACTERSTICA E ESCALA DE MASLOW Da necessidade Constituindo-se num ponto de fundamental interesse para a Economia, a palavra necessidade expressa um desejo a ser satisfeito pelo homem, tanto no sentido de conservar sua vida, como alimento, sade, segurana, habitao, etc, quanto no sentido de melhorar o seu nvel de vida, como estudo, trabalho, etc. As necessidades de alimentao, sade, de habitao, de vesturio, de educao, de segurana, de transporte, de trabalho, etc., so chamadas de primrias, por serem absolutamente indispensveis conservao e melhoria da vida de cada pessoa, enquanto perfurmar-se com colnia importada, ter o carro do ano, um casaco de pele animal, uma casa de campo, etc. so chamadas de secundrias ou suprfluas, porque podem ter a sua satisfao adiada para outra ocasio, no obstante essa satisfao possa modificar-se para um cidado de elevado nvel de renda. Caractersticas das necessidades: multiplicidade porque podem se diversificar continuamente, graas ao avano da tecnologia, ao aumento da renda; saciabilidade porque a utilizao do bem vai gradualmente reduzindo a sua necessidade at a sua desutilizao. Ex: tomar gua concorrncia porque pode ser substituir mutuamente. Por ex: comer po com margarina e no com manteiga; repetio porque ela se renovar e exigir uma nova satisfao. Por ex: alimentar-se, vestir-se, instruir-se. A escala hierrquica de Maslow Em todas as naes, h unidades familiares que se encontram nos diferentes estgios da pirmide de aspiraes. E os que se encontram nos estgios inferiores certamente se aplicaro na asceno para o estgio seguinte. A emulao social, o efeito demonstrao e as relaes de vizinhana so estmulos para a busca de padres mais altos. Esses estmulos individuais se amplificam medida que consideramos a sociedade como um todo. Por mais altos que sejam os padres de desenvolvimento econmico e social j alcanados, h sempre mais por fazer, em todos os estgios hierrquicos conjuntamente considerados.

Necessidades de auto-realizao Necessidades de status Necessidades sociais Necessidades de proteo e segurana Necessidades fisiolgicasNecessidades individuais: a escala de Maslow

DIVISO DA ECONOMIA Principais compartimentos da Economia: ECONOMIA DESCRITIVA: cuida da descrio da ao econmica e observa sistematicamente o comportamento de seus diversos agentes. TEORIA ECONMICA: formula princpios, teorias, leis ou modelos fundamentados nas descries e observaes da Economia Descritiva. POLTICA ECONMICA: aplica para a melhor conduo da ao econmica, as formulaes elaboradas pela Teoria Econmica. A economia descritiva considerada como o compartimento responsvel pelo reconhecimento - a nvel de descrio - de como se comportam os diversos agentes de dado sistema econmico. Como cincia social, a Economia lida, essencialmente, com o comportamento dos consumidores, dos produtores, das instituies governamentais e de outros agentes (pblicos e privados), permanentemente dedicados tarefa de empregar recursos escassos para que sejam atendidas, ao mais alto nvel possvel, as necessidades de bens e servios da coletividade. A teoria Econmica o comportamento central da economia. Compete-lhe dar, ordenamento lgico aos levantamentos sistemticos fornecidos pela Economia Descritiva, produzindo generalizaes que sejam capazes de ligar os fatos entre si, desvendar as cadeias de aes e reaes manifestadas e estabelecer relaes que identifiquem os graus de dependncia de dado fenmeno em relao a outro. As formulaes elaboradas no compartimento da Teoria Econmica tm a finalidade de servir Poltica Econmica. Nesse terceiro compartimento que sero utilizados os princpios, as teorias, as leis e os modelos explicativos da realidade. A utilizao ter a finalidade de conduzir mais adequadamente a ao econmica, com vistas a objetivos predeterminados. Desdobramento da Teoria Econmica: Anlise Microeconmica e Anlise Macroeconmica. A - Anlise Microeconmica: pode ser considerada como um processo terico elaborado com vistas a determinar as condies gerais de equilbrio da economia a partir do comportamento dos agentes econmicos individuais - produtores e consumidores. B - Anlise Macroeconmica: investiga quando a produo entra em recesso e milhes de pessoas perdem seus empregos, deseja conhecer os efeitos de vrias polticas do governo e est mais interessada na situao econmica e no bem estar de milhes de indivduos, que participam de uma economia, do que nas condies de um indivduo ou de uma unidade econmica em particular. A Poltica Econmica , assim, um ramo essencialmente voltado para o condicionamento da atividade econmica. Os levantamentos feitos pela Economia Descritiva, como vimos, tm a finalidade de suportar as formulaes elaboradas pela Teoria Econmica. E estas, num desdobramento de carter utilitarista, sero o suporte da Poltica Econmica. PROBLEMAS ECONMICOS FUNDAMENTAIS Todas as sociedades (sejam economias de mercado, sejam planificadas) so obrigadas a fazer opes, escolhas entre alternativas uma vez que os recursos no so abundantes. Elas so obrigadas a fazer escolhas sobre o QUE, QUANTO, COMO e PARA QUEM produzir. A - O que produzir: a sociedade deve decidir se produzir mais bens de consumo ou bens de capital, ou, num exemplo clssico- produzir mais canhes ou mais manteiga. No fundo, trata-se de uma deciso que extrapola a esfera puramente econmica. Em economias de mercado, o que produzir sinalizado pelos consumidores( o que chamado de soberania do consumidor). Assim desta forma o problema econmico do que produzir deve ser resolvido pelos votos, desejos dos consumidores. B - Quanto produzir: a sociedade tem que decidir qual a quantidade de cada bem a ser produzida. O quanto produzir deve ser resolvido pelo encontro de ofertantes e demandantes no mercado. C - Como produzir: trata-se de uma questo de eficincia produtiva, sero utilizados mtodos de produo capital intensivos ou mo-de-obra intensivos ou terra intensivos . Isso depende da disponibilidade de recursos (ou fatores de produo) de cada pas. Desta forma, o problema de como produzir deve ser resolvido pelas empresas (eficincia produtiva). D - Para quem produzir: a sociedade deve decidir quais os setores que sero beneficiados na distribuio do produto: trabalhadores, capitalistas ou proprietrios da terra? Agricultura ou indstria? Mercado interno ou mercado externo? Ou seja, trata-se de decidir como ser distribuda a renda gerada

Fatores Produtivos O fator terra: um conceito abrangente e tipologia Em seu significado econmico, o fator terra constitudo pelo conjunto dos elementos da natureza utilizados no processamento da produo. No obstante seja denominado como fator terra, ela no inclui apenas a disponibilidade total de terras potencialmente apropriadas para a agricultura e a produo animal, mas tambm o conjunto de elementos naturais que se encontram no solo e no subsolo, os lenis de gua subterrneos, os mananciais, riachos, ribeires, rios e quedas de gua; os lagos, os mares e os oceanos; a vegetao e os recursos da flora e fauna; o clima e a pluviosidade; e recursos extraplanetrios, como o sol e o prprio espao sideral. O fator terra, em concepo abrangente, engloba, assim todos os recursos e condies existentes na natureza. do complexo conjunto de elementos que o constitui que o homem extrai os bens econmicos com os quais procura saciar suas ilimitveis necessidades individuais e sociais. A disponibilidade das reservas naturais, todavia, no depende apenas dos nveis e das dimenses de suas ocorrncias, mas tambm de sua interao com os demais fatores de produo, notadamente a capacitao tecnolgica. a partir da interao com os demais fatores que se viabiliza seu efetivo aproveitamento. E este depende tambm dos diferentes estgios da conscincia social sobre sua preservao e reposio. O fator terra tem dois direcionamentos de disponibilidade desse fator. Em direo expansiva, o estgio do conhecimento humano, associado disponibilidade de instrumentos exploratrios, tem ligaes diretas com as dimenses das reservas naturais economicamente aproveitveis. Os processos de renovao e de reposio de recursos, juntamente com as formas e a extenso da ocupao territorial, tambm definem o grau em que as reservas naturais ocorrentes so efetivamente empregadas no processamento da produo, quer pelos mtodos com que so extradas matrias-primas de origem mineral, vegetal e animal, quer pelas tcnicas de aproveitamento de potenciais energticos, originrios do Sol, da intensidade dos ventos e dos movimentos das guas. A disponibilidade efetiva tambm definida pelo avano do homem sobre novas fronteiras e, por fim, pelo desenvolvimento de processos de reciclagem de materiais extrados da natureza. Em direo restritiva, a disponibilidade do fator terra ainda afetada pelos nveis de exausto de reservas minerais, pelas ameaas de extino de espcies vegetais e animais, pela degradao de macrodisponbilidades, por imposies legais e pela crescente conscincia preservacionista das naes. Os modelos de aproveitamento sustentvel do fator terra resultam do balanceamento dessas foras expansivas e restritivas. De todas as citadas, trs condies tm adquirido crescente importncia: 1. o desenvolvimento de tcnicas de reciclagem de recursos naturais j transformados e at ento rejeitados; 2. a capacidade humana de suprir deficincias decorrentes do carter no renovvel de grande parte das reservas conhecidas; e 3. a capacidade humana de conciliar o desenvolvimento socioeconmico e a preservao dos ecossistemas que se transformam sobre a presso dos processos produtivos. De elaborao recente, esses modelos justificam-se pela relevncia das reservas naturais enquanto recursos econmicos. A disponibilidade do fator terra constitui-se em uma das mais rigorosas condies sine qua non para a efetivao do processo produtivo. desse fator que derivam as condies materiais de preservao da espcie humana sob diferentes padres de bem estar. O fator trabalho: as bases demogrficas da atividade econmica O fator trabalho constitudo de uma parcela da populao total: a economicamente mobilizvel. Definida por duas faixas etrias, a pr-produtiva e a ps-produtiva, a parcela no economicamente mobilizvel no se inclui, assim, no conceito e na caracterizao convencional de recursos humanos. Estes so delimitados pela faixa etria apta para o exerccio da atividade de produo. Os limites da faixa etria considerados economicamente mobilizvel variam em funo de dois fatores relevantes: o estgio de desenvolvimento da economia o conjunto de definies institucionais, geralmente expresso atravs da legislao social e previdenciria Nas economias menos desenvolvidas, a idade de acesso s funes produtivas, sobretudo no meio rural, acentuadamente mais baixa em comparao com as economias maduras, que j alcanaram altos padres de desenvolvimento econmico e social. Em mdia mundial, o acesso realiza-se entre 15 e 25 anos. Quanto ao tempo de dedicao ao trabalho, a variao tambm ampla situando-se, porm, entre 30 e 40 anos para a maior parte das ocupaes. O limite superior, alm de varia em funo de institutos legais, como o perodo mnimo exigido para aposentadoria espontnea ou compulsria, tambm definido pela expectativa de vida, pelo tipo de ocupao produtiva e pela posio na estrutura ocupacional os empregadores so os que geralmente alcanam ou at superam o limite superior.

O fator capital: processo de acumulao O fator capital compreende o conjunto das riquezas acumuladas pela sociedade; e com o emprego delas que a populao ativa se equipa para o exerccio das atividades de produo. Esse conjunto de riquezas que d suporte s operaes produtivas existe em todas as sociedades economicamente organizadas, independentemente de seus estgios de desenvolvimento econmico. Mesmos sistemas primitivamente organizados dispem desse fator de produo. J nas culturas prhistricas, medida que o homem evolua de organizaes nmades para estgios de maior sedentariedade, foram desenvolvidos diversos instrumentos destinados a melhorar as possibilidades de explorao econmica do meio ambiente. Atribui-se aos homens do paleoltico superior o desenvolvimento do conjunto arco-flecha. No perodo mesoltico o arsenal de recursos aumentou; h vrios vestgios do uso de pequenas lascas de slex engastadas em cabos de vrios formatos para diversas finalidades, alm de formas rudimentares de trens e barcos. No perodo neoltico o homem comeou a produzir alimentos, superando a fase da coleta; surgiram aldeias permanentes, exigindo melhor coordenao dos esforos de produo que conduziu a um processo tpico de acumulao de riquezas; a cermica e a tecelagem j ento praticadas provocaram o desenvolvimento e a aplicao de novos instrumentos de trabalho. Na proto-histria o processo de evoluo acelerou-se. O homem aprendeu a trabalhar os metais, e sua primitiva metalurgia assentou-se sobre novos meios e instrumentos de produo; substituiu os trens por carros de rodas; horizontalizou a roda, criando a roda de oleiro, instrumento bsico da mais antiga indstria mecanizada; ideou, construiu e utilizou o arado; promoveu irrigaes artificiais, construindo barragens e canais. O desenvolvimento desses instrumentos e meios de produo, associado s primeiras manifestaes de construes infra-estruturais, identifica-se claramente com o processo de formao de capital. Desde as mais remotas culturas o homem foi acumulando riquezas destinadas obteno de novas riquezas. Com o passar do tempo, com a acumulao e a transmisso de conhecimentos, o acervo de recursos aumentaria em progresso extraordinria. O processo de instrumentao do trabalho humano assumiria crescente complexidade, tornando cada vez mais eficiente o esforo social de produo, mas exigindo, em contra-partida, que considervel parcela desse mesmo esforo passasse a ser canalizada sistematicamente para o aperfeioamento e produo de novos e mais complexos recursos. Capacidade tecnolgica: mudanas em paradigmas A dinmica tecnolgica mundial mudou significativamente nas duas ltimas dcadas. Junto com a grande variedade de invenes e de inovaes radicais e incrementais em quase todos os processos de produo, h evidncias de mudanas de paradigmas, caracterizadas pela passagem de tecnologias intensivas de capital e de energia, voltados para linhas inflexveis de produo e larga escala, para tecnologias intensivas em informao e informatizao, flexveis e computadorizadas. As atividades produtivas tecnologicamente mais maduras rejuvenesceram-se com essas mudanas, procurando alinhar-se com os setores mais modernos e avanados, que as criaram ou que passaram a se fundamentar nos desenvolvimentos delas decorrentes. Tratase de uma nova revoluo tecnolgica que est assim afetando todos os setores, embora de forma desigual. Em sua esteira, novos requerimentos tm sido impostos economia como um todo, envolvendo mudanas institucionais e organizacionais. Dentre as caractersticas mais importantes dos novos paradigmas e dos efeitos da difuso das novas tecnologias atravs da economia, destacam-se as seguintes: Intensificao da complexidade. As novas tecnologias so fortemente baseadas em conhecimento cientfico. As inovaes delas decorrentes exigem crescentes gastos em P & D. Acelerao dos novos desenvolvimentos. As taxas de mudana nos processos e produtos se do a uma velocidade cada mais alta. Como conseqncia, observa-se uma crescente especializao em produtos e processos de alta especificidade. A aquisio, a sedimentao e a atualizao em competncias nucleares, de alta especializao, tm sido a resposta de setores que buscam manter-se permanentemente aptos a acompanhar a nova dinmica do desenvolvimento tecnolgico. Fuso e integrao. A integrao e a fuso de novas tecnologias pea fundamental para o rejuvenescimento de setores produtivos. Novos mtodos de P & D. Os procedimentos de P & D passaram a se fundamentar nas novas aquisies das tecnologias da informao e da comunicao. Os novos sistemas de base eletrnica cumprem o importante papel de dar maior velocidade e maior confiabilidade transmisso, armazenamento e processamento de dados.

Mudanas nos processos de produo. Decorrem da introduo de novos sistemas do tipo CAM, FMS e CIM. Esses sistemas permitem automao, flexibilizao, integrao e otimizao de processo produtivos. Mudanas nos perfis do binmio capital-trabalho. As novas tecnologias exigem simultaneamente mudanas na configurao dos bens de capital e novos nveis de qualificao do fator trabalho. A velocidade com que ocorrem inovaes em processos e produtos requer permanente requalificao e reaprendizagem dos fatores bsicos de produo. Na maior parte dos casos, as mudanas de perfis podem ser descritas como radicais. Capacidade empresarial: a energia mobilizadora A descoberta e a explorao de recursos naturais, a mobilizao da populao em idade de produzir, a escolha dos bens de capital, a definio dos padres tecnlgicos que sero empregados enfim, a mobilizao, a aglutinao e a combinao dos demais fatores de produo pressupem a existncia de determinada capacidade de empreendimento. atravs dela que os recursos disponveis so reunidos, organizados e acionados para o exerccio de atividades produtivas. Na realidade, a existncia de recursos humanos aptos para o exerccio de atividades produtivas, a disponibilidade de capital, a dotao de reservas naturais e a capacidade tecnolgica acumulada s geram fluxos de produo, quando mobilizados e combinados. Isoladamente, cada um de per si, no suficiente para se desencadeie o processo de produo. Caso no sejam idealizados, implantados e mantidos empreendimentos capazes de absorver e combinar esses recursos, eles sero apenas potencialmente relevantes. Adquirem importncia efetiva, no apenas potencial, quando empregados, conjuntamente. de seu emprego, de sua aglutinao em torno do de determinado empreendimento, de sua adequada combinao, bem como da organizao e da direo a que submetem que resultam os fluxos de produo. E todo esse esforo de mobilizao e coordenao atribuvel ao fator capacidade empresarial. A disponibilidade de agentes dotados de capacidade empresarial est associada a fatores culturais, sociais, econmicos e institucionais. Como regra, considerando-se como inatas as qualificaes requeridas que definem os empreendedores, escassa a dotao de fator. Em economias de desenvolvimento tardio, apenas das oportunidades de investimento existentes, a falta de esprito empresarial uma das principais barreiras para a promoo do crescimento. Sob condies de atraso acentuado, a aceitao fatalstica das condies vigentes contrasta com as motivaes encontradas nas sociedades economicamente mais avanadas. As atitudes que conduzem empresariedade ocorrem geralmente em sistemas avanados: so mais escassas em sistemas tardios. como se a capacidade empresarial tambm resultasse da emulao social que estimula a busca por inovaes e da cultura que valoriza conquista, a liderana e o xito no ambiente de negcios.CAM Computer-aided maniufacturing FMS flexible manufacturing systems CIM Computer integrated manufaturing

Modelos de fundamentao da economia, como cinciaEscola Clssica

O liberalismo econmico defendido pelos pases fisiocratas foi tambm a base da Escola Clssica da Economia, desenvolvida na Inglaterra. Essa nova escola comea com a publicao, em 1776, do livro Riqueza das Naes de Adam Smith tem diversos pontos em comum com a teoria dos fisiocratas. A Escola Clssica ou Liberal dizia que no apenas a Agricultura, mas tambm a Indstria e o Comrcio seriam responsveis pela gerao da riqueza ou pelo equilbrio da Economia, e que isso ocorreria naturalmente, como se fosse conduzido por mo invisvel, sem qualquer interferncia do Estado. Essa escola argumentava que a ocorrncia desse equilbrio natural, responsvel pela superao das crises, se devia fundamentalmente a quatro princpios: 1) o da racionalidade do homem econmico, na busca de maximizar satisfaes, interesses e rendimentos; 2) o da positividade do individualismo, pois que o interesse dos preos das comunidades ou naes, resultaria do somatrio dos interesses individuais: 3) o do ajustamento das foras de mercado, onde a demanda e a oferta buscariam, naturalmente, o seu prprio nvel de equilbrio; 4) o da concorrncia, com a competio entre os produtores. Sua filosofia bsica era o princpio do Laissez-faire, laissez-passez que le monde va pour lui mme (deixar fazer, deixar passar, que o mundo segue o seu curso), pelo qual se recusava a presena do Estado na Economia, defendendo o individualismo e a livre iniciativa. Estrutura-se assim, o sistema capitalista, na sua forma pura de organizao apoiada no mercado. Os clssicos tambm estavam preocupados com teoria que promovesse o crescimento econmico, atravs do processo de acumulao do capital, isto , a classe social dos capitalista geraria o excedente econmico para ser reinvestido, mantendo vivas, assim, as bases da expanso econmica. Os principais defensores dessa Escola foram Adam Smith e seus seguidores, David Ricardo, Thomas Malthus e Jean Baptiste Say. Malthus e Ricardo discutiram com maior profundidade os problemas monetrios de sua poca e ainda os relacionados com o comrcio exterior e o sistema tributrio, apresentando novos desenvolvimentos em torno do lucro, dos juros, dos salrios, do valor e da repartio da riqueza. A Malthus se deve a formulao de uma teoria populacional pessimista, que iria projetar seu nome e promover vivas discusses. A Ricardo coube o desenvolvimento de importantes estudos sobre a renda da terra e ainda sobre o futuro do sistema capitalista. Para ele o valor de uma mercadoria determinado pela quantidade de trabalho nela incorporado. o que se chama de teoria do valor-trabalho, que Karl Mark retoma para ampli-la at o conceito de sobretrabalho ou mais-valia, pedra angular de sua teoria da explorao capitalista. J J.B.Say, destacou-se por suas discusses em torno do valor e por ter formulado uma teoria geral sobre o automatismo das foras auto-reguladoras das economias de mercado. Escola Socialista

Argumentando que persistiam os graves problemas de desemprego, acumulao, distribuio, etc. sem a soluo indicada pelo sistema capitalista, surgia, no sculo XIX, a Escola Socialista, propondo a superao desses males com a substituio da economia de mercado(livre) por uma forma de organizao centralizada(dirigida), isto , a substituio do mercado pelas centrais de planejamento, voltando o Estado a ser a figura central, responsvel pelo planejamento e indicao do consumo e produo. A obra de Karl Marx, daria certa estatura de maturidade ao pensamento socialista. Comparativamente aos escritos de seus antecessores, a estrutura terica da obra de K. Marx apresentou-se, com efeito, mais bem desenvolvida. Partindo da teoria clssica do valor, Marx chegou a definir, com envolvimentos tericos de aparncia definitiva, a parcelo do produto nacional resultando do trabalho e indevidamente apropriada pelos empresrios capitalistas. Para Marx, capital no uma coisa, ou seja, no simplesmente um conjunto de mquinas, equipamentos, estradas, etc. antes de tudo uma relao social entre pessoas efetivada atravs de coisas. Ele quer dizer com isso que o capitalismo uma relao que se caracteriza pela compra e venda da fora de trabalho ... e que ele s surge quando tudo se torna mercadoria, inclusive, a fora de trabalho. No que respeita teoria do valor, de David Ricardo, Marx introduziu o conceito de mais valia na componente do valor-trabalho, dizendo que o capitalista apropriava-se de parte do trabalho exercido pelo operrio, resultando num lucro maior, e, por isso, esse sistema era inimigo da classe trabalhadora. Afirmava ainda que mudana no sistema produtivo poderia inverter a tendncia do processo pessimista de Thomas Malthus, pois sempre haveria misria e pobreza e, por via de conseqncia, m distribuio de renda, maior acumulao de riqueza, desemprego, etc. Escola Neoclssica A partir de 1870, o centro de preocupaes de grande nmero de economistas deslocase. Alguns autores chamam esse deslocamento de revoluo marginalista, porque a idia central que o preside o chamado princpio marginal .... Na anlise do valor os marginalistas foram revolucionrios. O valor dos bens econmicos, que para os clssicos e socialistas, deveria ser a expresso do trabalho necessrio para elabor-los, ganhou nova dimenso na escola austraca. H porm, entre o marginalismo e a escola clssica um ponto comum, decorrente da reconduo do indivduo posio de sujeito econmico central. Todavia, apesar desse ponto em comum, a escola austraca contrastou com a inglesa ao substituir por uma concepo subjetiva os conceitos objetivos da teoria clssica na formao dos preos. As contribuies dos marginalistas conflitariam ainda com o raciocnio econmico de Marx, por no admitir que a base principal do valor de um produto era o trabalho incorporado nos diversos estgios da sua produo. A interpretao marginalista do valor iria basear-se em um novo conceito de utilidade, em torno do qual toda a Cincia Econmica passaria a gravitar. Ademais, a Economia passaria a adotar, em larga escala, mtodos matemticos na construo de modelos tericos representativos da realidade. A nfase de estudo dos Neoclssicos se d sobre os aspectos microeconmicos, isto , estudar firmas individuais, o consumidor, o equilbrio, etc. sem entrar na discusso das relaes de classe. Naturalmente que a questo da maximizao da utilidade, do lado das famlias, e da maximizao do lucro, do lado das empresas, o que importa saber, discutir e considerar, pelos pensadores William Stanley, Jevons, Carl Mengen, Leon Walras e Alfred Marshall.

Marshall foi o primeiro a elaborar o conceito de elasticidade-preo da procura (demanda), que diz da sensibilidade desta em relao a pequenas variaes no preo de determinado bem. Escola Keynesiana A despeito de serem vrias as contribuies neoclssicas, somente com a grande crise de 1929 e como forma de colocar-se frontalmente contra os princpios da Escola socialista e viabilizar o capitalismo, surgiu a corrente do pensamento econmico moderno, denominada Keynesianismo, propondo-se a realizar o pleno emprego, suprimir o desemprego, a instabilidade etc., atravs da anlise global (macroeconmicas) dos grandes agregados. John Maynard Keynes com a aparecimento da General Theory do Emprego, do Juro e do Dinheiro, tornou conhecido e marcou o seu perodo como da revoluo keynesiana. Nela Keynes procurou demonstrar que os postulados da teoria clssica se aplicam apenas a um caso especial e no ao caso geral... de modo que os ensinamentos daquela teoria resultariam ilusrios e nefastos se tentassem aplicar suas concluses aos fatos da experincia. Keynes, olhando a economia como um todo, procurou estudar o nvel do emprego, examinando o nvel da produo nacional, j que aquele determinado por este e este, pela demanda agregada ou efetiva. A sua no-aceitao da mo invisvel ou do auto-ajustamento do sistema econmico, de Adam Smith, abre o espao para a poltica econmica praticada pelo Estado, especialmente as polticas monetria e fiscal, para determinar o nvel de renda efetiva ou agregada. Contribuio Kaleckiana Embora alguns queiram dizer que os estudos de Kalecki tm razes em Keynes, na realidade eles se opem, no obstante trabalhem em cima do mesmo princpio: o da demanda efetiva. A partir de 1933, os trabalhos de Michael Kalecki sobre economias capitalistas e socialistas, com preocupaes dirigidas ao comrcio internacional, aos ciclos econmicos, procurou mostrar a positividade dos gastos governamentais, desde que resultem na elevao da atividade econmica e esta na das importaes e, neste caso, o importante o saldo e no o aumento bruto da renda. As questes ligadas demanda efetiva e aos ciclos econmicos so uma constante em suas obras, buscando respostas e perguntas do tipo: Por que as economias capitalistas crescem de maneira cclica? Em razo de alteraes provadas na demanda efetiva, onde o investimento privado seria o seu principal responsvel, responde o prprio Kalecki. Para Kalecki no existe funo-consumo genrica, sim, consumo dos capitalistas e dos trabalhadores, lucros e salrios. Os lucros so determinados pelos investimentos e consumo dos capitalistas, porque, no dizer deles os capitalistas ganham o que gastam e os trabalhadores gastam o que ganham, e isto porque o capitalista no pode decidir diretamente sobre o lucro futuro, mas decide sobre os gastos em consumo e investimento, que levam ao lucro.

FUNCIONAMENTO DO MERCADO

Neces sidad e

Utili dade

Prod uo

Custo s

MERCADODEMAN DA OFERTA

PREOS

Concor rncia Perfeit a

Mono plio

Concor rncia Imper feita

Oligo plio

Estrutura de Mercado O que mercado Uma rea geogrfica dentro da qual vendedores e compradores realizam a transferncia de propriedade de bens e servios. Segundo esse conceito existe trs tipos de mercado: a) os mercados geogrficos, que incorporam a utilidade de lugar ex: So Paulo

b) os mercados de um produto, que incorporam a utilidade de forma ex: automveis c) os mercados temporais, que incorporam a utilidade de tempo ex: soja em maio Lei da Demanda Procura ou demanda a quantidade de determinado bem ou servio que o consumidor deseja adquirir, num dado perodo de tempo. Variveis que afetam a Procura A procura de um bem ou servio pode ser afetada por: riqueza (e sua distribuio) renda (e sua distribuio) preo dos outros bens clima propaganda hbitos, gostos, preferncias dos consumidores expectativas sobre o futuro. Tradicionalmente, a funo demanda colocada em funo das seguintes variveis: Qdi = f( Pi. Ps, Pc, R, G) onde Qdi = quantidade procurada do bem i num determinado perodo de tempo. Pi = Preo do bem i/t Ps = preo dos bens substitutos ou concorrentes/t Pc = preo dos bens complementares/t R = Renda do consumidor/t G = gostos e hbitos do consumidor/t Lei Geral da Demanda: a quantidade demandada de um bem ou servio varia na relao inversa de seu preo, coeteris paribus. Por que h essa relao inversa? Essa relao inversa ocorre devido aos chamados efeitos substituio e renda, que agem conjuntamente. Efeito substituio: o bem i fica barato relativamente a outros, a quantidade demandada do i aumenta; Efeito renda: a renda real do consumidor aumenta, o poder aquisitivo aumenta, a quantidade demandada do bem i deve aumentar. Distino entre variaes da demanda e variaes na quantidade demandada: Variaes da demanda: deslocamento da curva da demanda, devido a alteraes em ps, pc, R ou G(ou seja, mudanas na condio coeteris paribus). Variao na quantidade demandada; movimento ao longo da prpria curva de demanda, devido a variao do preo do prprio bem pi. Paradoxo de Giffen: A curva de demanda positivamente inclinada. Suponhamos uma comunidade que consume basicamente farinha. Se houver queda no preo da farinha, aumenta o poder aquisitivo dos habitantes dessa comunidade. Mas eles j esto saturados de farinha, e gastaro parte da sua renda em outros bens, diminuindo o consumo de farinha. Assim, o preo da farinha caiu e a quantidade demandada tambm caiu, o que acarreta uma curva de demanda positivamente inclinada.

A procura de mercado igual ao somatrio das procuras individuais. n D mercado = di i=1 Graficamente, a curva de demanda de mercado a soma das curvas dos consumidores individuais. Consumidor Preo A B C MERCADO 2.500 4 5 12 21 2.000 14 10 22 46 1.500 24 15 32 71 1.000 34 20 42 96 500 44 25 52 121P Somente muda a Procura quando muda a curva

P2 P1 P3 0 Q2 Q1 Q3 Q D

P Mudana de Curva: quando houver mudana nos parmetros que fazem parte do mercado

P1 D

0

Q1

Q

Lei da Oferta A quantidade que se deseja ofertar, por unidade de tempo, ser maior quanto maior for o preo e ser menor quanto menor for o preo, ou seja, a quantidade de determinado bem ou servio que os produtores desejam vender em determinado perodo de tempo. Variveis que afetam a oferta preo do prprio bem preo dos outros bens preo dos fatores de produo tecnologia objetivos da empresa Funo Geral da Oferta si = f( Pi, Pn, m, T, O) onde si = quantidade ofertada do bem i num determinado perodo de tempo. Pi = Preo do bem i/t Ps = preo dos bens das empresas concorrentes m = preo dos fatores de produo T = Tecnologia O= objetivo = Lucro Distino entre variao da oferta e variao na quantidade ofertada. Variao da oferta: deslocamento da curva (quando altera a condio coeteris paribus) Variao da quantidade ofertada: movimento ao longo da curva (quando se altera o preo do prprio bem) Curva de oferta de mercado(de um bem) a soma das curvas de oferta das firmas individuais. n S Mercado = si i=1Graficamente, a curva de demanda de mercado a soma das curvas dos consumidores individuais PREO 2.500 2.000 1.500 1.000 500 A 25 20 15 10 5 FIRMA B 50 40 30 20 10 C 48 38 28 18 8 OFERTA DE MERCADO 123 98 73 48 23

Equilbrio de MercadoO preo de equilbrio aquela em que coincidem os planos dos demandantes ou consumidores e dos ofertantes ou produtores. Costuma-se tambm dizer que preo de equilbrio zera o mercado. Preo p/quilo-R$ Quantidade Quantidade Situao do Mercado Demandada Ofertada 100 20 150 Excedente 70 50 120 Excedente 40 80 80 Equilbrio 20 110 40 Escassez 10 130 20 Escassez

P D E Pe S

Qe

Q/t

Na situao de equilbrio igualam-se as quantidades oferecidas e demandadas. Este tem lugar para o preo igual a R$40/kg. Para um preo maior, a quantidade oferecida excede a demandada, e as existncias fazem com que o preo diminua. Em troca, para qualquer preo inferior ao de equilbrio, a quantidade demandada supera a oferecida, e os demandantes insatisfeitos fazem subir o preo at a situao de equilbrio. Anlise da Condio de Equilbrio I - quando existir excesso de procura surgiro presses no sentido de os preos subirem, pois: a) os compradores incapazes de comprar tudo o que desejam ao preo existente, se dispem e passam a pagar mais; b) os vendedores vem a escassez e percebem que podem elevar os preos sem queda em suas vendas. II - quando existir excesso da oferta surgiro presses para os preos carem, pois: a) os vendedores percebem que no podem vender tudo o que desejam, seus estoques aumentam e, assim, passam a oferecer a preos menores; b) os compradores notam a fartura e passam a regatear no preo.

Elasticidade-preo da demanda (Epd) Mede o grau em que a quantidade demandada responde s variaes de preo de mercado e se expressa como o quociente entre a variao percentual da quantidade demandada do bem, produzida por uma variao de seu preo em 1%, mantendo-se constantes todos os demais fatores que afetam a quantidade demandada Para calcular a elasticidadevariao percentual da quantidade demandada variao percentual do preo Q Q P P x100 x 100

Elasticidade da demanda

Demanda elstica variao percentual da quantidade demandada maior que a variao percentual do preo, a receita total segue o sentido da quantidade, isto , prepondera a variao da quantidade sobre o preo. Se p aumentar, qd cair, e a RT diminuir; se p cair, qd aumentar, e a RT aumentar.Preo unitrio 5

Dem anda elstica (Ep=2)

3

100

180

Q uantidade

Demanda de elasticidade unitria variao percentual da quantidade demanda igual a variao percentual do preo, tanto faz o preo aumentar ou cair, que a receita total permanece constante.Preo unitrio 3Demanda de elasticidade unitria ( Ep =1)

2

15

20

Quantidade

Demanda inelstica variao percentual da quantidade demanda menor que a variao percentual do preo, prepondera o sinal do preo. Se p aumentar, qd cair, e a RT aumentar; se p cair, qd aumentar, e a RT cair.Preo unitrio 5 4Dem anda inelstica ( Ep =0,5)

100

110

Quantidade

A elasticidade da demanda: casos extremos PERFEITAMENTE INELSTICA A demanda perfeitamente inelstica - isto , sua elasticidade zero - quando, ao variar o preo, a demanda no mostra nenhuma resposta na quantidade demandada. PERFEITAMENTE INELSTICA A elasticidade da demanda: casos extremos PERFEITAMENTE ELSTICAP reo u it n rio d an a em d p erfe itam te en in elstica

Q a tid e d an ad u n ad em d a

A demanda perfeitamente elstica, ou infinita, quando os compradores no esto dispostos a pagar mais que um determinado preo, qualquer que seja a quantidade do bem TOTALMENTE ELSTICAPreo unitrio

demanda totalmente elstica

Quantidade demandada

A elasticidade no pontoO valor da elasticidade da demanda diferente em cada ponto da curva de demanda

ELASTICIDADE NO PONTO

Preo5 4 3 2 1

QuantidadeFatores determinantes da Elasticidade-preo da procura: - Essencialidade do produto grau de necessidade do produto - Substitubilidade maior o nmero de produtos que se substituem mutuamente, maiores os coeficientes e elasticidade-preo de todos eles - Periodicidade de aquisio o intervalo de tempo entre uma e outra aquisio do produto - Importncia no oramento os gastos com o produto em relao ao oramento total do agente econmico tende a influenciar a elasticidade-preo da procura nas seguintes direes:- baixa importncia e alta importncia e baixa e alta elasticidade. No caso da Elasticidade-preo da oferta Os fatores determinantes da elasticidade-preo da oferta so: - A disponibilidade de fatores de produo. Um dos casos clssicos o de oferta de gua mineral: a vazo das nascentes determinada e quantitativamente limitada. Isto pode configurar at casos de anelasticidade de oferta (as quantidades ofertadas so dadas e no reagem a preos). Outro exemplo ocorre no setor primrio de produo, no caso de culturas permanentes: as quantidades ofertadas so dadas pela capacidade mxima de produo da lavouras. - Defasagem de resposta. H determinados produtos que exigem grandes intervalos de tempo para ser produzidos, definindo curvas de oferta inelstica. Entre a sinalizao dos preos mais altos e a defasagem de tempo para a produo podem ocorrer intervalos to longos que impeam a pronta resposta dos produtores. Como deve ser representado os resultados da elasticidade-preo da procura Como Qd negativa pela lei da demanda e os preos e quantidades so valores P positivos, o resultado da Epd sempre negativa, levando o seu valor ser expresso em mdulo: Epd = 1,2 que equivale a Epd = - 1,2

1. Elasticidade no ponto: Ponto A:

__P___Qd_ 1 8 2 6

Po = 1 P1 = 2

Qo = 8 Q1 = 6

Po; Qo = A P1; Q1 = B

Epd(A) = Q1 Qo . PA P1 Po QA Epd(A) = 6 8 . 1 Epd (A) = - 2 . 1 21 8 1 8 Epd(A) = - 0,25 Epd (A) = | 0,25% | __P___Qd_ 1 8 Po = 1 Qo = 8 Po; Qo = A 2 6 P1 = 2 Q1 = 6 P1; Q1 = B Ponto B: com relao a A Epd(B) = Q1 Qo . PB P1 Po QB Epd(B) = 6 8 . 2 Epd (B) = - 2 . 2 21 6 1 6 Epd(B) = - 0,67 Epd (B) = | 0,67% | Ponto B: com relao a C __P___Qd_ 2 6 Po = 2 Qo = 6 3 4 P1 = 3 Q1 = 4

Epd(A) = - 2 8

Epd(B) = - 4 6

Po; Qo = B P1; Q1 = C

Epd(B) = Q1 Qo . PB P1 Po QB Epd(B) = 4 6 . 2 Epd (B) = - 2 . 2 32 6 1 6 Epd(B) = - 0,67 Epd (B) = | 0,67% | Ponto C: com relao a B __P___Qd_ 2 6 Po = 2 Qo = 6 3 4 P1 = 3 Q1 = 4

Epd(B) = - 4 6

Po; Qo = B P1; Q1 = C

Epd(C) = Q1 Qo . PC P1 Po QC Epd(C) = 4 6 . 3 Epd (C) = - 2 . 3 32 4 1 4 Epd(C) = - 1,5 Epd (C) = | 1,5% |

Epd(C) = - 6 4

Ponto C: com relao a D __P___Qd_

3 4

4 2

Po = 3 P1 = 4

Qo = 4 Q1 = 2

Po; Qo = C P1; Q1 = D

Epd(C) = Q1 Qo . PC P1 Po QC Epd(C) = 2 4 . 3 Epd (C) = - 2 . 3 43 4 1 4 Epd(C) = - 1,5 Epd (C) = | 1,5% | No Arco: A B __P___Qd_ 1 8 Po = 1 2 6 P1 = 2

Epd(C) = - 6 4

Qo = 8 Q1 = 6

Po; Qo = A P1; Q1 = B

Epd(A B) = Q1 Qo . PA + PB P1 Po QA + QB Epd(A B) = 6 8 . 1+ 2 Epd (A B ) = - 2 . 3 2 1 8+ 6 1 14 Epd (A B) = - 6 Epd (A B) = - 0,42 14 Epd (A B) = | 0,42% | O ponto do Arco A B deve ficar no intermdio dos pontos A e B. Se o ponto A = 0,25% e o ponto B = 0,67% o ponto do arco ser 0,42%. No Arco: B C __P___Qd_ 2 6 Po = 2 Qo = 6 Po; Qo = B 3 4 P1 = 3 Q1 = 4 P1; Q1 = C Epd(B C) = Q1 Qo . PB + PC P1 Po QB + QC Epd(B C) = 4 6 . 2 + 3 Epd (A B ) = - 2 . 5 32 6+4 1 10 Epd (B C) = - 10 Epd (A B) = - 1,0 10 Epd (B C) = | 1,0% | O ponto do Arco B C deve ficar no intermdio dos pontos B e C . Se o ponto B = 0,67% e o ponto C = 1,5% o ponto do arco ser 1,0 %.