eclass notetaker ruben filipe miranda ferreira · ruben filipe miranda ferreira dissertação para...
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eClass Notetaker
Ruben Filipe Miranda Ferreira
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Informática e de Computadores
Júri
Presidente: Prof. Joaquim Armando Pires Jorge
Orientador: Prof. Daniel Jorge Viegas Gonçalves
Co-Orientador: Prof. Joaquim Armando Pires Jorge
Vogal: Prof. Nuno Manuel Robalo Correia
Novembro de 2008
AbstractRaising the student’s levels of learning and teacher’s level of teaching is always a major concern in societies.
With the advances of technology, the learning and teaching methods alter and consequently so does the way
students and teachers interact and behave during and after class. There are many ways in which students try
to capture as much of the class as possible. Note taking is one of the ways. Many students have notebooks
or laptops that allow them to easily take down notes during or even after class. On the other hand, one of the
teacher’s method of teaching the class is the use of slides along with notetaking either on the blackboard or
directly over the slides during their presentation of the class. This methods makes use of a laptop that acts
as the main tool for the teachers’ slide preparation and enables a slideshow for students to follow using an
overhead projector.
In order to capture these activities, we decided to develop new tools for both teachers and students to have
notetaking abilities using their laptops during class. The new tools that we developed were: Show’Em and Le-
arn’It. Show’Em is the teacher application used to give class, using the slides he created, and to make direct
annotations on them. The teacher will also have the ability to introduce video and to make annotations over it
using Show’Em. Learn’It is the student application that is used during and after class. It has the uniqueness
of being only browser dependent, thus, allowing for it to be used with any computer. During class, students
are able to follow the teacher’s presentation and make anotations over the slides while also seeing the notes
that the teacher made. After class, the students and teacher are able to see this class with all the slides,
videos and notes made during class by both students and teacher. They will also be able to add or edit notes
to the class.
Show’Em and Learn’It were both used during a course in a semester and the results were satisfying. Teachers
and students were both more motivated during class which positively contributed to the rising of learning in
students.
i
ResumoAumentar os níveis de aprendizagem dos alunos é sempre uma grande preocupação nas sociedades. Com
o avançar da tecnologia, os métodos de ensino e aprendizagem alteram-se e consequentemente a maneira
de interagir e comportar durante e após uma aula também se altera. Existem muitas maneiras de os alunos
tentarem capturar o máximo possível da aula. Fazer apontamentos é uma das maneiras. Muitos alunos
possuem cadernos ou portáteis que lhes permitem, facilmente, tirar apontamentos durante ou até mesmo
depois da aula. Por outro lado, um dos métodos de ensino dos professores, é a utilização de slides junta-
mente com fazer anotações no quadro ou directamente sobre os slides durante a sua apresentação da aula.
Este método também envolve o uso do portátil que actua como ferramenta principal para a preparação dos
slides e permite fazer um slideshow através dum projector para os alunos acompanharem.
De forma a capturar estas actividades feitas, decidimos desenvolver novas ferramentas para ambos os pro-
fessores e alunos utilizarem, de forma a terem capacidade de fazer apontamentos utilizando os seus portáteis
durante a aula. As ferramentas desenvolvidas foram o Show’Em e o Learn’It. O Show’Em é a aplicação do
professor utilizada para dar a aula, utilizando os slides que criou, e fazer directamente anotações sobre eles.
Com o Show’Em o professor também tem a possibilidade de introduzir vídeo e anotar sobre o mesmo. O
Learn’It é a aplicação utilizada pelos alunos durante e após a aula. O Learn’It tem como particularidade
de ser apenas dependente dum navegador web, permitindo, desta maneira, a sua utilização por qualquer
computador. Durante a aula, os alunos têm a possibilidade de acompanhar a apresentação do professor
e fazer anotações sobre os slides ao mesmo tempo que também visualizam as notas feitas pelo professor.
Após a aula, o professor e os alunos podem rever a aula com todos os slides, vídeos e notas feitas durante a
aula por ambos os intervenientes da aula. Eles também vão ter a capacidade de editar ou acrescentar novas
notas à aula.
Show’Em e o Learn’It foram utilizados numa disciplina ao longo dum semestre e os resultados foram satisfa-
tórios. Os alunos e professor mostraram-se mais motivados durante as aulas, o que contribuiu positivamente
para o aumento da aprendizagem dos alunos.
iii
AgradecimentosEm primeiro lugar quero agradecer ao André Martins por todo o excelente e incontestável apoio e suporte
que me deu desde o primeiro dia. Sempre que precisei de ajuda esteve presente, ajudando-me com as suas
ideias e observações meticulosas, guiando-me da melhor forma durante o decorrer do projecto. Gostaria
também de agradecer ao meu orientador, Daniel Gonçalves, pela maneira como me acompanhou e incen-
tivou ao longo da dissertação. Ao meu co-orientador, Joaquim Jorge, obrigado pela sua visão e sabedoria,
querendo sempre mais e melhor do meu trabalho, puxando desta forma por mim e pelo melhor que tinha
para oferecer.
Ao Manuel Nascimento e Hugo Nicolau colegas no IST e grandes amigos, obrigado pela vossa amizade
e dedicação durante todo o nosso percurso no IST. São realmente os maiores.
À minha família, ao meu pai Hugo, à minha mãe Marília, ao meu irmão Nelson, obrigado por tudo o que
são. Obrigado pela paciência interminável, apoio incondicionável e humor fora do comum. Ao meu irmão
Nelson, obrigado por seres o melhor irmão do mundo!
Finalmente, obrigado Carla, por me fazeres sentir a pessoa mais feliz do mundo, dares-me força e alegria
nos maus momentos mas sobretudo, obrigado, por todo o teu amor e carinho.
v
Índice
Abstract i
Resumo iii
Agradecimentos v
Índice x
Lista de Figuras xii
Lista de Tabelas xiii
1 Introdução 1
1.1 Descrição do Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Objectivos desta Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Abordagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.4 Contribuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.5 Conteúdo da Dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Trabalho Relacionado 7
2.1 Enriquecimento de Apresentações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.1 Lecturer’s Assistant . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.1.2 Tablet Mylar Slides (TMS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.1.3 WriteOn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2 Apresentações e Anotações pelos Alunos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2.1 Forum . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2.2 Coral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2.3 Classroom 2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2.4 MANIC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2.5 StuPad . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.6 Authoring On the Fly (AOF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2.7 Virtual Multiboard System (VMS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2.8 DyKnow . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.2.9 Classroom Presenter . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2.10 iClass . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2.11 Ubiquitous Presenter . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3 Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.3.1 Apresentações com slides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.3.2 Anotações pelos Alunos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3.3 Anotações com Áudio e Vídeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
vii
2.3.4 Colaboração e Interacção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.3.5 Acesso e Edição de Notas num Arquivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.3.6 Outras Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.4 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3 Visão Global 33
3.1 Visão Global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4 Learn’It - Ferramenta Web para os Alunos 35
4.1 Durante a Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.1.1 Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.2 Após a Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.2.1 Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.3 Arquitectura Base . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.3.1 Página Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.3.2 Servidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.4 Características do Learn’It . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.4.1 Autenticação do Aluno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.4.2 Acompanhar a Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.4.3 Visualizar Notas do Professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.4.4 Fazer Anotações com Tinta Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.4.5 Fazer Anotações com Teclado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.4.6 Permissões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.4.7 Visualizar Vídeo Gravado da Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.4.8 Navegar Pela Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.4.9 Anotar Sobre Vídeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5 Show’Em - Ferramenta de Captura de Apresentação com Suporte a Anotações 51
5.1 Show’Em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.1.1 Características . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.2 Arquitectura Base . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.2.1 Aplicação Desktop . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.2.2 Servidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.3 Características do Show’Em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.3.1 Controlar Uma Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.3.2 Capturar Transições de Slides . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.3.3 Adicionar Vídeo à Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.3.4 Fazer Anotações Sobre Slides e Vídeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
viii
6 Resultados e Discussão 59
6.1 Avaliação do Learn’It . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
6.1.1 Comportamento Durante a Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
6.1.2 Discussão do Comportamento Dentro da Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
6.1.3 Comportamento Após a Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
6.1.4 Discussão do Comportamento Após a Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
6.1.5 Satisfação dos Alunos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6.1.6 Discussão da Satisfação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6.1.7 Sucesso e Mais Valia Proporcionado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
6.2 Avaliação do Show’Em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
6.2.1 Avaliação Heurística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
6.2.2 Notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
6.2.3 Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
6.2.4 Sucesso e Mais Valia Proporcionado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
7 Conclusões e Trabalho Futuro 75
7.1 Conclusões Finais e Discussão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
7.1.1 Benefícios da Presente Abordagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
7.1.2 Limitações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
7.1.3 Observações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
7.2 Trabalho Futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Bibliografia 79
A Questionário de Avaliação do e-Class Notetaker 83
B Resultados de Avaliação do e-Class Notetaker 85
C Avaliação Heurística do Show’Em 87
D Modelo de Dados 89
D.1 Learn’It - Durante a Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
D.2 Learn’It - Após a Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
D.3 Show’Em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
ix
Lista de Figuras
2.1 TMS: Ecrã do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2 TMS: Ecrã do aluno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.3 Exemplo de anotações utilizando WriteOn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 Marquee: (a) criação de zona temporal, (b) criação de palavra-chave, (c) associar palavra-
chave a zona temporal, (d) tradução de palavra-chave . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.5 Filochat: Exemplo de notas tiradas numa reunião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.6 NoteLook: Aplicação cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.7 NotePals: Interface de anotação no PalmPilot . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.8 Audio Notebook . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.9 RCA no Visual Studio .Net . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.10 Coral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.11 Interface do ClassPad . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.12 Interface do ZenPad . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.13 Interface do StreamWeaver . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.14 StuPad: Sistema utilizado durante as aulas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.15 Interface do AOF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.16 Componentes necessários para o VMS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.17 Interface do DyKnow . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.18 Classroom Presenter: Professor (esquerda) e Aluno (direita) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.19 iClass: Professor a escrever no Whiteboard com o iClass (direita). Aluno a escever num Tablet
PC com o iClass (esquerda) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.20 Ubiquitious Presenter: Student application . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1 Visão Global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.1 Diagrama do Learn’It . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.2 Learn’It (durante a aula) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.3 Learn’It (após a aula) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.4 Aba dos filtros no Learn’It (após a aula) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.5 Aba dos vídeos no Learn’It (após a aula) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.6 Arquitectura do Sistema Learn’It . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.1 Diagrama do Show’Em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
5.2 Show’Em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.3 Arquitectura do Sistema Show’Em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
6.1 Média de Notas dos Alunos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
6.2 Comparação entre Notas do Professor e Notas dos Alunos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
6.3 Duração das Aulas (cima) e Notas dos Alunos (baixo) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
xi
6.4 Número de consultas dos 23 arquivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
6.5 Número de notas feitas nos 23 arquivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
6.6 Grau de Utilidade e Satisfação geral do Learn’It . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
6.7 Notas dos Professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
B.1 Factores que condicionam a utilização (1- menor dificuldade, 5- maior dificuldade) . . . . . . . 85
B.2 Dificuldade das tarefas (1- muito simples, 5- catástrofe) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
B.3 Incentivo a tirar mais notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
B.4 Utilizar em todas as aulas? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
D.1 Modelo Dados do Learn’It (durante a aula) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
D.2 Modelo Dados do Learn’It (após a aula) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
D.3 Modelo Dados do Show’Em . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
xii
Lista de Tabelas
2.1 Tabela de Comparação das Ferramentas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2 Ferramentas de Apresentações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3 Ferramentas de Anotações pelo Aluno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.4 Ferramentas de Anotações com Áudio e/ou Vídeo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.5 Ferramentas com Colaboração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.6 Ferramentas com Arquivo Editável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.7 Ferramentas com 4 ou mais! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.1 Tabela de Comparações dos Testes de Entrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
6.1 Notas dos Alunos: Total e Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
6.2 Tipos de Notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
6.3 Factores que Influenciam a Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
6.4 Normalização das Notas Sobre os Factores que Influenciam a Aprendizagem . . . . . . . . . 63
6.5 Comparação Entre Tipos de Notas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
6.6 Percentagem de slides com notas em cada aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
xiii
1 Introdução
Numa aula existem diferentes interacções entre o aluno e o professor. Tradicionalmente o professor prepara,
em papel, a matéria da aula que vai dar, consultando as suas notas como guia e adicionalmente escreve no
quadro, aspectos que acha mais relevantes para os alunos. Outra alternativa também muito utilizada para
dar a aula, traduz-se em preparar um conjunto de slides, permitindo ao mesmo tempo, os alunos acompa-
nharem o discurso do professor observando os slides, num projector. Em ambos estes cenários, a maneira
usual dos alunos tirarem notas é apontar, num caderno ou folha, o que o professor apresenta no quadro ou
nos slides e adicionar os seus próprios comentários.
Com o avançar do tempo e consequente avançar da tecnologia, os computadores passaram a ser uma
ferramenta poderosa numa sala de aula [Fre07]. Surgiram ferramentas específicas, como o Powerpoint, que
substituíram os acetatos e retro-projectores tradicionais. Os professores têm agora um meio mais eficiente e
ordeiro para preparar as aulas, arquivar e reutilizar o seu material preparado da aula. Por outro lado, existe
também uma necessidade geral de aumentar a qualidade dos níveis de comunicação e colaboração que
existem numa sala de aula [RBTG03], nomeadamente entre o professor e os alunos, bem como aumentar
a qualidade das tarefas ou actividades realizadas durante a aula [Roc01]. Estas tarefas podem ser simples,
como o tirar uma dúvida ou mesmo uma interacção mais complexa, como a resposta colectiva dos alunos a
uma pergunta de escolha múltipla.
Os dois aspectos referidos acima servem como base do nosso foco para a dissertação. Pretendemos bene-
ficiar do uso de tecnologias para facilitar o tirar de apontamentos por parte dos alunos. A tecnologia pode ser
vista como um meio motivador para o ensino, aumentando desta forma, os níveis de aprendizagem dos alu-
nos. O resto do capítulo descreve o problema, abordagem tomada, contribuições e acaba com a enumeração
dos tópicos da dissertação.
1.1 Descrição do Problema
A utilização de tecnologia numa sala de aula não é tão rara como dantes. A maioria das universidades ou
pólos de ensino possuem infra-estruturas orientadas ao uso de todo o tipo de tecnologia. Projectores, com-
putadores, portáteis, câmara de filmar, sistema de som, quadros electrónicos, entre outras tecnologias, já se
encontram disponíveis em muitas salas de aulas. Hoje em dia, os alunos e professores utilizam um portátil
durante a aula. O professor utiliza-o para apresentar a matéria sob a forma de slides enquanto que o aluno
utiliza o portátil para pesquisar, tirar apontamentos ou até acompanhar a aula.
Uma das formas de aumentar os níveis de aprendizagem da aula é tirar apontamentos. O professor uti-
liza apontamentos para transmitir ideias ou explicar melhor uma questão da aula. Os alunos, por sua vez,
fazem apontamentos para ajudar na compreensão da matéria para depois permitir melhorar o seu estudo na
preparação de um teste ou exame. Em ambos os casos e na maioria das vezes, estes apontamentos são
feitos utilizando um utensílio para escrever e não através de um computador. Folha e papel é o método mais
1
comum e alterar este hábito é muito difícil. Sendo assim, utilizar as tecnologias presentes na sala de aula
e os portáteis dos professores e alunos para a tarefa de fazer apontamentos é o grande desafio para esta
dissertação.
1.2 Objectivos desta Pesquisa
Para além de aumentar as capacidades de tirar apontamentos na sala de aula, a nossa principal motivação
é a necessidade de encontrar novas ferramentas que permitem aumentar e capturar todas as interacções
(apontamentos, perguntas e respostas, etc.) e experiências multimédia existentes numa sala de aula e um
arquivo de suporte às actividades de uma aula.
Para atingir este objectivo, é necessário aumentar a qualidade existente em ferramentas de apresentação
para dar maior flexibilidade em tirar apontamentos e partilhá-los. A actividade de tirar apontamentos tem de
ser melhorada para que o aluno se concentre mais no que o professor está a dizer. Para isto é preciso que
todos os apontamentos que o professor faça não tenham que ser reproduzidos pelos alunos e estes apenas
têm de se preocupar em tirar anotações que acharem mais interessantes para lhes proporcionar uma melhor
aprendizagem da matéria. Também será necessário capturar as actividades multimédia na aula, permitindo
também mecanismos de colaboração em tempo real entre o professor e os alunos. Esta colaboração pode
ser alcançada em termos de partilha de notas ou até submissão de soluções por parte dos alunos. Um aluno
mais tímido poderá desta forma ter mais incentivo a participar na aula pois somente o professor vê a sua
solução.
Deve também ser possível rever e ter acesso a toda a interacção e conjunto de multimédia que existiram
durante a aula após o seu término. Esta faceta é importante pois o aluno ter boa nota é necessário compre-
ender a matéria e para compreender a matéria é necessário que esta esteja acessível. Quanto mais material
e anotações sobre o material estiver disponível para o aluno, maior é a probabilidade de ele compreender
a matéria e consequentemente ser aprovado. O acesso ao material anotado e ao conjunto de experiências
multimédia torna-se desta forma uma faceta muito importante e o modo de como é acedido e o que é acedido
é um ponto de investigação muito debatido.
1.3 Abordagem
Tendo em conta os objectivos apresentados surgem alguns problemas a ultrapassar:
• Utilizar slides projectados numa tela requer que a iluminação da sala seja boa. Uma forma de ultra-
passar este problema é a existência de outra forma de visualizar os slides mostrados.
• Para permitir fazer anotações com qualidade sobre os slides é necessário possuir um Tablet PC. Nem
todos os alunos possuem um Tablet PC portanto tem de existir outra maneira mais convencional (te-
clado) de tirar apontamentos sobre os slides utilizando um PC ou portátil.
• De forma a garantir que o aluno esteja a acompanhar correctamente a aula, os slides e anotações
2
sobre esses slides feitas pelo professor têm de estar visíveis para os alunos. Tendo em conta o primeiro
problema apontado, os alunos terão forma de visualizar os slides e anotações através dos seu Tablet
PCs ou outros PCs.
• O acompanhamento dos slides e visualização das anotações do professor pelos alunos requer uma
sincronização entre os portáteis do professor e do aluno. Esta sincronização está dependente de um
acesso à rede local. Isto trás vários problemas:
– Não é possível garantir rede fixa na maioria dos casos. Por isso é necessário recorrer à rede sem
fios.
– Dado que os alunos estarão na mesma sala de aula, estarão todos ligados a um único ponto de
acesso à rede, provocando congestionamento.
• Os alunos possuem os mais variados portáteis numa aula. Portanto queremos que qualquer um deles
possa ver os slides e tirar apontamentos sem qualquer problema. Para resolver esta questão, podemos
optar por utilizar o navegador web como principal componente do aluno para acompanhar a aula.
Para além destes problemas surgem outros a ter em conta:
• Para garantir a confidencialidade dos apontamentos dos alunos terá de existir um mecanismo de au-
tenticação para garantir que as notas estão ligadas aos alunos.
• De forma a garantir que a tecnologia não se torna numa distracção para o professor e para o aluno,
a interacção do aluno e do professor com a tecnologia tem de ser o menos problemática e simples
possível, para não se perderem a meio de uma aula.
O último problema apontado é o mais difícil de resolver. O ensino tradicional ainda não beneficia do uso
de tanta tecnologia, e como tal, a introdução de novos métodos de aprendizagem podem não ser facilmente
aceites, tornando-se desta forma, uma mera distracção, e não contribuindo para o aumento da aprendiza-
gem do aluno, muito pelo contrário. Sendo assim, é fundamental garantir que a nossa abordagem tenha este
problema em conta se deseja ter algum sucesso no mundo académico.
A abordagem passa então por desenvolver duas aplicações, Show’Em e Learn’It. Existem algumas ten-
tativas para enriquecer a aprendizagem numa sala de aula, como iremos ver no Capítulo 2, no entanto a
nossa abordagem distingue-se destas tentativas sobretudo em dois aspectos: a aplicação do aluno ser des-
tinada a ser utilizada através dum navegador Web, e o facto de existir a possibilidade de rever toda a aula,
incluindo as notas, após a aula terminar.
O Show’Em será utilizado pelo professor e vai permitir carregar uma apresentação com slides, introduzir
vídeo e fazer anotações sobre os slides e vídeo. O Show’Em vai lidar com a sincronização da aula na me-
dida em que cada mudança de slide corresponde a um tempo da aula. Ao contrário do Show’Em, o Learn’It
é uma aplicação web que vai permitir o aluno acompanhar a aula. Este vai poder ver slides e notas do
professor, bem como tirar os seus próprios apontamentos. Para além disso, o Learn’It vai ser utilizado após
a aula para voltar a rever a aula e todos os apontamentos que foram tiradas nessa aula. Juntamente com os
slides vai existir um vídeo de aula e a sincronização feita pelo Show’Em é visível na mudança dos slides feito
3
ao longo da aula.
1.4 Contribuição
Este trabalho deverá promover uma alteração no modo de aprendizagem existente, utilizando tecnologias
providenciando minimizar a distracção dos alunos e maximizar a sua aprendizagem. A contribuição desta
pesquisa pode ser dividida em vários pontos:
• Estado da arte sobre ferramentas de anotações dentro da sala de aula: Foram estudados diver-
sas ferramentas com funcionalidades, arquitecturas e tecnologias diferentes, todas com a capacidade
de fazerem algum tipo de anotações com tinta digital. O nosso foco foi orientado à sala de aula com
principal incidência na possibilidade de aluno fazer apontamentos sobre os slides da aula. Este es-
tado da arte pode ser utilizado noutras pesquisas que envolvem a criação de uma ferramenta com as
característica semelhantes ás estabelecidas por nós.
• Desenvolvimento sobre a tecnologia mais apropriada para anotações sobre a Web: No desenvol-
vimento dos nossos protótipos foi necessário estudar as diferentes tecnologias existentes e compará-
las de forma a obter aquela que melhor se adapta à necessidade de anotar sobre a Web. O estudo
incluiu considerar diferentes navegadores Web, comunicação entre várias tecnologias e qualidade de
tinta digital obtida para as diferentes tecnologias. Este estudo pode servir de base para outros estudos
semelhantes na área.
• Interface de anotações simples em tempo real: A interface criada para os alunos é simples e ori-
entada à necessidade de escrever sobre os slides em tempo real durante a aula. Esta interface serve
como base para introduzir outras funcionalidades mais complexas servindo também como elemento
contribuidor para minimizar o nível de distracção do aluno.
• Anotações sobre Vídeo: A existência de anotações sobre o vídeo na Web é algo inédito numa fer-
ramenta deste tipo. Existem ferramentas que permitem escrever sobre vídeo mas presentemente não
existe uma ferramenta de aprendizagem com a possibilidade de fazer anotações em vídeo na Web. A
escolha de tecnologia adequada serviu como propulsionador desta característica única.
• Ferramenta para o professor: O desenvolvimento do Show’Em, que é a ferramenta que o professor
utiliza para dar a aula pode ser utilizada mesmo sem a ferramenta do aluno.
• Arquivo: O resultante das actividades e conteúdos da aula são guardados sob a forma de arquivo. Este
arquivo serve para rever a aula através do Learn’It, e voltar a editar ou acrescentar novas anotações a
essa aula.
1.5 Conteúdo da Dissertação
O restante desta dissertação é composto por seis capítulos.
No Capítulo 2, é dado um nosso estudo da arte sobre ferramentas de anotações para sala de aulas. São
abordados duas categorias: ferramentas de enriquecimento de apresentações com slides e ferramentas
4
apresentações e anotações pelos alunos.
No Capítulo 3 damos uma visão global da interacção entre os dois protótipos desenvolvidos.
No Capítulo 4 abordamos , sobretudo, o Learn’It, que é o protótipo utilizado pelo aluno. É dado uma vi-
são global da arquitectura dois dois protótipos desenvolvidos, Show’Em e Learn’It. O restante capítulo é
dedicado somente ao Learn’It, e onde são apresentadas as principais características da aplicação desenvol-
vida para durante e após a aula, seguido da descrição da arquitectura escolhida e a razão desta escolha.
O capítulo é concluído, com as características referidas no início do capítulo mas desta vez descrevendo a
maneira como foram implementadas e os problemas que surgiram.
O Capítulo 5 é estritamente dedicado ao Show’Em. Começa com uma descrição das características de-
sejadas. Depois é visto a arquitectura base e o porquê desta arquitectura, à semelhança do que foi feito para
o Learn’It. Finalmente, é discutido a implementação das características juntamente com os problemas que
apareceram.
A avaliação de ambos os protótipos é apresentada no Capítulo 6. Aqui é dada uma avaliação do Learn’It
seguida da avaliação do Show’Em.
O Capítulo 7 representa a conclusão desta dissertação, com a apresentação das vantagens e desvanta-
gens dos protótipos, sugestões para trabalho futuro e conclusões sobre este estudo.
5
2 Trabalho Relacionado
A aprendizagem é hoje em dia, um alvo de muito estudo e procupação. Está sempre em constante mudança
e com o aparecimento de novas tecnologias surgem ferramentas que vêm revolucionar o método como nós
aprendemos. Em muitas universidades já existe acesso à Internet em quase todo o recinto, possuindo tam-
bém as condições necessárias para terem mais e melhor tecnologias dentro da sala de aula. É com estas
novas ferramentas que o conceito de aprendizagem sofre alterações juntamente com o aumento de motiva-
ção e satisfação dos intervenientes da aula.
Existem inúmeros trabalhos cuja finalidade é melhorar o conceito de aprendizagem produzindo ferra-
mentas poderosas de auxilio à tarefa, a que chamamos aprender. A transmissão de conhecimento dentro
da sala de aula é normalmente feita pelo professor. Torna-se também cada vez mais usual este utilizar uma
ferramenta com suporte para apresentações utilizando as mais variadas tecnologias para transmitir esse
conhecimento. O aluno tem como tarefa principal assimilar o máximo possível desse conhecimento, recor-
rendo muitas das vezes a um simples bloco de notas, em que vai tirando apontamentos importantes para
não se esquecer e voltar a rever futuramente. Nesta secção iremos apresentar alguns dos trabalhos que
foram feitos, tanto a pensar no enriquecimento das apresentações do professor bem como ajudar os alunos
na sua aprendizagem permitindo fazer anotações durante a aula. Em primeiro lugar, iremos focar trabalhos
que têm algum suporte a apresentações que ajudam de alguma forma ao professor expor a sua matéria. De
seguida, apresentaremos trabalhos que, para além de ajudarem o professor, também ajudam o aluno na sua
tarefa de tirar notas durante a aula. Concluiremos esta secção com uma análise global e crítica dos trabalhos
apresentados, bem como uma conclusão dos pontos importantes a reter.
2.1 Enriquecimento de Apresentações
As apresentações são cada vez mais importantes para estimular o interesse dos alunos numa sala de aula
e não só. A apresentação de um novo produto no mercado ou mesmo a apresentação de resultados finan-
ceiros numa empresa, requer que seja feita uma apresentação bem estruturada, tendo em mente o alvo e
assunto em questão. Estas apresentações servem para ilustrar um ou mais pontos e por vezes é necessário
entrar em mais detalhes quando se está a expor um determinado ponto. Desta forma, e como complemento
às apresentações surge a necessidade de escrever sobre o slide em questão permitindo uma maior compre-
ensão do conteúdo e consequentemente o aumento da aprendizagem. A possibilidade de escrever sobre o
slide torna a informação do slide mais perceptível e mais fácil do aluno aprender. É o desejo de aumentar a
aprendizagem dos alunos que torna este ponto extremamente importante. Vamos agora ver alguns trabalhos
que se focam especialmente na apresentação de conteúdo a um alvo público.
2.1.1 Lecturer’s Assistant
O primeiro trabalho é um projecto chamado Lecturer’s Assistant [BP94]. Este projecto tem como princi-
pal alvo melhorar a comunicação com os alunos numa sala de aula. Para o professor, um dos objectivos
é a criação dum ambiente de apresentação incluindo facilidades de criação e edição de slides e também a
7
possibilidade de alterar a ordem pela qual os slides são apresentados. Existem ferramentas para mostrar
apenas uma parte do slide ou múltiplos slides duma só vez. Para além destas características existe também
a possibilidade de escrever no ecrã e a facilidade de edição após a apresentação. Os alunos também podem
contribuir e interagir com o professor. Estes podem apontar dúvidas nos slides que estão a ser mostrados à
aula sem ter de se levantar dos lugares.
A criação e edição da apresentação bem como a interacção dos alunos, são duas características impor-
tantes nesta ferramenta. Esta destina-se sobretudo a auxiliar o professor e não tanto os alunos, na medida
em que estes não podem tirar os seus apontamentos pessoais nos slides para depois voltar a rever e ace-
der aos apontamentos que fizeram na aula. Para além disso não existe a possibilidade de ter outros tipos
de multimédia englobados na apresentação como o áudio e vídeo. Entre as ferramentas de apresentação,
o Lecturer’s Assistant é a que mais se aproxima do que pode ser uma ferramenta para tirar notas e de
colaboração interactiva numa sala de aula.
2.1.2 Tablet Mylar Slides (TMS)
Uma outra aplicação, Tablet Mylar Slides (TMS) [Gol04] baseada nos slides transparentes (slides de Mylar)
que combina duas funções: possibilidade de ter slides com o tamanho desejado e poder adicionar ou tirar
o quer que seja aos slides. TMS tem a principal preocupação de enriquecer uma apresentação. Os slides
podem ser configurados em modo vertical ou horizontal e existe a opção de tinta "invisível". Esta tinta é
visível na máquina de apresentação mas não é visível na máquina de projecção, como se pode observar nas
figuras 2.1 e 2.2. Isto permite ao professor ter notas para ele próprio que não quer mostrar à aula.
Figura 2.1: TMS: Ecrã do professor
TMS permite elaborar slides digitais mais ricos e maiores mantendo a filosofia dos slides tradicionais.
Outra vantagem é o facto de os slides poderem ser arquivados de forma a serem reutilizados mais eficaz-
mente. O TMS só é utilizado pelo professor para apresentações podendo escrever sobre os mesmos, não
8
Figura 2.2: TMS: Ecrã do aluno
facilitando assim qualquer tipo de colaboração com os alunos. Tal como o Lecturer’s Assistant, este não
permite a integração de outras experiências multimédia sobre a apresentação. Por outro lado, enquanto que
o Lecturer’s Assistant permite ter acesso e também editar o que foi escrito sobre os acetatos numa aula
passada, o TMS apesar de permitir aceder aos acetatos não permite editar o que foi feito anteriormente.
2.1.3 WriteOn
WriteOn é uma ferramenta para melhorar apresentações e demonstrações [TEP06]. Esta permite escrever
em cima de qualquer aplicação que esteja a correr no computador, podendo tirar imagens do ecrã e da tinta
digital para posterior visualização ou gerar um filme com as actividades do ecrã, gravando voz ao mesmo
tempo. Uma das características desta ferramenta é o facto de o professor poder passar o seu ecrã para o ecrã
dos alunos, para estes poderem ver as anotações feitas pelo professor e fazerem as suas próprias anotações
(ver figura 2.3). Esta ferramenta não relaciona a tinta digital com o conteúdo para a qual a anotação foi
feita, não permitindo desta forma, atribuir semântica à anotação. A visualização das notas é feita atravéd e
imagens ou snapshots duma certa altura, ou então através dum vídeo que capturou as anotações em tempo
real. Para além de um vídeo criado com as anotações, existe a possibilidade de gravar áudio para enriquecer
as anotações.
Figura 2.3: Exemplo de anotações utilizando WriteOn
Apesar de ser uma ferramenta destinada a melhorar apresentações não se vê realmente um melho-
9
ramento em relação às ferramentas descritas até ao momento, pois não permite criar apresentações com
slides permitindo apenas escrever sobre o que aparecer no ecrã sem ter qualquer ligação específica. Uma
vantagem sobre o TMS, é o facto de o WriteOn permitir os alunos interagirem com o professor anotando
sobre o ecrã do professor disponibilizado pelo mesmo. Não existe, no entanto, a possibilidade de editar as
anotações e o acesso às mesmas é feita pela gravação do vídeo com ou sem áudio.
2.2 Apresentações e Anotações pelos Alunos
Na secção anterior vimos alguns trabalhos que já permitem aperfeiçoar a aprendizagem durante uma aula.
Esta forma estava relacionada com a capacidade de melhorar as apresentações dos professores e conse-
quentemente melhorar a transmissão do seu conhecimento permitindo enriquecer as apresentações através
da criação de anotações digitais. O conceito de anotação digital torna-se o ponto fulcral nestes trabalhos
pois é esta característica que os distingue de trabalhos semelhantes.
Antes de entrar numa abordagem que facilita, tanto a tarefa do professor, em fornecer bom conhecimento,
como a do aluno em acompanhar esse conhecimento ao mesmo tempo que tira partido das anotações em
digital, vamos ver alguns trabalhos que são mais específicos, e cuja preocupação é tirar notas digitais.
2.2.0.1 Marquee
O Marquee é uma ferramenta baseada em tinta digital que permite fazer registos sobre vídeo [WP94]. As
anotações são feitas através da escrita manual ou através de palavras-chave. O conceito de zona temporal
é fundamental pois as notas criadas estão associadas e registadas conforme essa zona. A criação de uma
zona temporal é feita por uma linha horizontal e todas as notas escritas a partir daí são associadas a ela
(ver figura 2.4 (a)). Ao criar estas zonas, o utilizador pode adicionar uma nota que se esqueceu numa zona
temporal anterior e desta forma, essa nota fica correlacionada com as da mesma zona temporal. As palavras-
chave são criadas através de um círculo sobre as palavras já escritas (ver figura 2.4 (b)). À imagem que se
encontra dentro do círculo, é dada um identificador único e é copiada para uma palete de palavras-chave. As
palavras-chave também podem estar associadas a zonas temporais (ver figura 2.4 (c)) e podemos atribuir
uma tradução textual à palavra-chave escrita (ver figura 2.4 (d)). O conceito de zona temporal é importante
pois permite a indexação manual de anotações. A indexação manual tem um grau de detalhe muito maior do
que uma indexação automática.
Figura 2.4: Marquee: (a) criação de zona temporal, (b) criação de palavra-chave, (c) associar palavra-chave a zona
temporal, (d) tradução de palavra-chave
Marquee foi desenhado para funcionar com um leitor de vídeo o que não é muito desejável. O conceito
de indexação é muito importante numa ferramenta de anotações e o facto de permitir indexação manual é
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uma grande vantagem. A criação de anotações sobre o vídeo é, neste caso, um processo iterativo pois o
utilizador pode adicionar novas anotações ou removê-las sempre que estiver a rever o vídeo.
2.2.0.2 Filochat
O Filochat [WHW94] é uma ferramenta que permite complementar notas digitais com áudio (ver figura 2.5).
Esta sincronização permite encontrar o que foi dito na altura em que foi feita a anotação. Isto significa que o
utilizador tem acesso a partes da gravação que deseja sem ter que ouvir partes da gravação irrelevantes.
Figura 2.5: Filochat: Exemplo de notas tiradas numa reunião
Esta ferramenta é interessante no ponto de vista em que permite sincronizar áudio com tinta digital. No
entanto, a sua usabilidade é questionável, pois durante uma reunião, não é muito aconselhável os partici-
pantes começarem a falar ao mesmo tempo para tirar notas. O mesmo cenário é desaconselhável para uma
sala de aula. É importante realçar que existe sobretudo um grande preocupação em sincronizar tinta digital
com um determinado tempo, neste caso tempo no sinal de áudio, e isso é o aspecto mais relevante a ter em
conta.
2.2.0.3 Dynomite
Outra aplicação que permite tirar notas é o Dynomite [WSS97]. Esta utiliza tinta digital sem reconhecimento
durante o processo de tirar notas e por isso não é um sistema muito pesado. Não permite inserir texto e
por isso existe falta de indexação utilizando palavras-chave, mas permite aos utilizadores associarem pa-
lavras, ou tipos de dados, com uma colecção de tinta digital ou associarem palavras-chave de um texto a
uma página de notas. Podemos buscar e organizar em vistas, subconjuntos de notas ao especificar datas,
propriedades e palavras-chave. Permite gravar áudio e sincronizá-lo com as notas tiradas mas só é gravado
as partes do áudio que nós queremos poupando assim algum espaço. Os mecanismos de indexação são
algo complicados e não contempla o conceito de colaboração e partilha de informação em tempo real.
11
2.2.0.4 NoteLook
Uma aplicação descendente da aplicação Dynomite é o NoteLook [CKRW99]. É um sistema cliente/servidor
que suporta anotações sobre vídeo digital com tinta digital. Imagens são capturadas através de câmaras
espalhadas pela sala e transmitidas para os clientes pelo servidor. Estas imagens podem ser manipuladas
interactivamente com os Tablet PC e automaticamente incorporadas para as páginas Web do NoteLook. A
existência do servidor permite a partilha de notas entre os alunos e o professor. Quando um professor quer
partilhar ou um aluno quer colaborar com o professor, este precisa apenas de comunicar com o servidor e
os clientes acedem ao servidor para terem acesso ao material partilhado. O NoteLook facilita o acesso às
notas criadas e ao vídeo gravado. Para tal são geradas páginas Web com ligações para imagens e tinta
digital correlacionada com o vídeo. Quando um novo slide é apresentado durante a apresentação, este é
automaticamente gravado na aplicação (imagem) criando uma nova página para poder tirar as notas que
queremos.
Figura 2.6: NoteLook: Aplicação cliente
O cliente NoteLook (ver figura 2.6) localiza e liga-se ao servidor através de um mecanismo de descoberta
de recursos. O cliente faz um broadcast para pedir o serviço, o servidor responde e identificam-se um ao
outro, estabelecendo assim a ligação. Os vídeos não são gravados localmente pelos clientes por causa do
tamanho, em vez disso são os servidores que ficam com o vídeo numa base de dados. Com o mecanismo
de descoberta de recursos, outros canais podem ser adicionados, removidos ou reconfigurados, mesmo
enquanto os clientes estão a ser executados. Para poupar largura de banda na rede sem fios, o servidor
transmite vídeo numa frame rate muito reduzido. Não faz muita diferença porque, como o utilizador está
presente na sala e a tomar atenção à acção ao vivo não é necessário ter boa imagem de vídeo no cliente.
As frames só precisam de ser actualizadas o suficiente para capturar mudanças de acetatos e imagens de
actividade na sala. Para o NoteLook funcionar é necessário ter uma sala equipada com algumas câmaras,
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Tablet PCs e projectores. Um factor relevante neste projecto é a condição de iluminação da sala. Dado que
as imagens produzidas pelo NoteLook são capturadas pelas câmaras de filmar a iluminação da sala tem de
permitir obter uma boa imagem, quer do slide, quer do professor.
2.2.0.5 NotePals
O NotePals [DLC+99] é uma ferramenta baseada em anotações que permite tirar notas em qualquer contexto
e serem colocadas num determinado repositório. A interface escolhida para o NotePals foi um PalmPilot
PDA. Esta escolha teve a ver com o custo, e acesso em qualquer lugar (ver figura 2.6). Quando a nota é
criada, é gravada juntamente com o seu contexto (autor, assunto, tempo de criação). As notas tiradas têm a
particularidade de poderem ser privadas ou públicas e são facilmente acedivéis através dum browser Web.
Figura 2.7: NotePals: Interface de anotação no PalmPilot
Esta ferramenta funciona como um caderno em branco não tendo qualquer ligação a apresentações com
acetatos ou uma sala de aula. Como tal, não existe qualquer captura de actividades multimédia por parte
desta ferramenta. NotePals pode ser utilizado em qualquer situação onde tirar apontamentos e partilhar
esses apontamentos é o essencial. Outra particularidade desta ferramenta é a área de escrita, a qual é
demasiado pequena (ver figura 2.7) para a actividade de tirar apontamentos e indesejável para o ambiente
de sala de aula.
2.2.0.6 Audio Notebook
À semelhança do NotePals, mas com uma componente de áudio, e também semelhante ao Filochat, mas
sem escrita num tablet LCD, existe o Audio Notebook [SAS01]. O Audio Notebook consiste na combinação
de um gravador de áudio digital e um caderno. Este utiliza papel em vez de escrever electronicamente pois
o seu objectivo é aumentar capacidades de escrita em vez de as substituir (ver figura 2.8).
O Marquee utiliza traços digitais para fazer registos de vídeo mas cujas actividade dos registos são muito
explícitos. Por exemplo, os utilizadores têm de desenhar linhas numa determinada área para indicar uma
zona temporal. E todas as notas numa zona temporal são indexadas para um único ponto no vídeo. No
caso do Audio Notebook cada traço é implicitamente ligado a uma parte diferente do vídeo. Por sua vez o
Dynomite faz índices de áudio com actividades de tirar apontamentos. Apesar de o áudio ser gravado conti-
nuamente, apenas partes de áudio sublinhadas pelo utilizador são guardadas permanentemente. No Audio
13
Figura 2.8: Audio Notebook
Notebook o áudio é todo guardado.
O Audio Notebook é mais uma ferramenta focada em tirar notas e não tem as finalidades desejadas para
uma sala de aula, como a interacção entre os alunos e a possibilidade de edição das notas tiradas. Por outro
lado, também não utiliza tinta digital e não permite fazer apresentações.
2.2.0.7 Rich Code Annotation (RCA)
Fazer anotações ou comentários, utilizando tinta digital, directamente num IDE pode ser extremamente útil. A
ferramenta Rich Code Annotation (RCA) [PP06] permite exactamente isso. Esta ferramenta permite que a
tinta digital esteja de alguma forma ligada a um projecto e que quando este é aberto o ficheiro correspondente
de tinta digital também é acedido. Existem mecanismos que facilitam a alteração, remoção e selecção da tinta
digital. Para além destes mecanismos, a ferramenta associa certos graus de severidade aos comentários ou
anotações feitas, e estes têm a capacidade de acompanhar as partes do código a que dizem respeito. Esta
última característica é muito importante em ter em conta porque demonstra claramente que a tinta digital
está associada a um conteúdo (ver figura 2.9).
Trata-se de uma ferramenta muito específica desenhada com o objectivo de auxiliar a edição e leitura
de código mas, no entanto, os conceitos podem ser ampliados para outras aplicações, nomeadamente as
aplicações baseadas em apresentações. Não permite a interacção entre os alunos e tem uma diferença para
as outras ferramentas de anotações que é o facto de se poder editar as notas que foram tiradas noutra altura.
Vistos alguns trabalhos cuja funcionalidade principal é tirar apontamentos ou notas digitais vamos agora ver
outros trabalhos cuja preocupação é enriquecer uma sala de aula, desde as apresentações dos professores
até às notas tiradas pelos alunos.
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Figura 2.9: RCA no Visual Studio .Net
2.2.1 Forum
O Forum [IMR94] é uma aplicação destinada a conferências onde os participantes remotos podem interagir
em tempo real. A audiência recebe vídeo e áudio ao vivo de quem está a falar e também os slides e anota-
ções sobre os mesmos, de quem fala.
Existem três formas de comunicar com quem está a falar: falar com quem está a apresentar, votar anonima-
mente sobre uma questão levantada pelo orador ou enviar comentários escritos. Para além disso, também é
possível ver quem está a assistir à apresentação e enviar mensagens a uma dessas pessoas. O Forum está
desenhado para auditórios onde se fazem discursos ou debates e portanto as suas funcionalidade são todas
direccionadas para o tempo real.
Aplicando o Forum a uma sala de aula, Não existe a capacidade de poder rever a aula e as suas activi-
dades e no que diz respeito às anotações, também só permite ao professor tirar notas e não os alunos. Para
além disso, o Forum funciona como uma espécie de chat em que existe um utilizador que tem o “controlo” da
apresentação. Esta característica não é desejada, pois pretende-se que o professor seja o único a ter esse
tal “controlo” sobre a aula e não os alunos.
2.2.2 Coral
Existe um conjunto de ferramentas, Coral que são muito úteis num ambiente de colaboração [MHJ+95] (ver
figura 2.10). Os objectivos deste conjunto são: o dispositivo, a captura, a indexação e o acesso às activida-
des multimédia.
15
O dispositivo , tal como o nome indica, serve para suportar as actividades naturalmente comunicativas e
interactivas que as pessoas encontram num ambiente em grupo. Limitam-se a ter ferramentas genéricas
para tirar notas e partilhar apresentações. Utilizam portáteis para tirar notas, pois têm sido o comum para
muitas pessoas. Também fornecem maneiras de dispositivos distintos partilharem informação uns com os
outros.
A captura de diferentes tipos de multimédia inclui primeiramente a iniciação e coordenação das gravações
dos vários media (áudio, vídeo, texto, registos de programas). As ferramentas de suporte produzem registos
com valores temporais nas suas actividades. Convém uniformizar estes valores para facilitar o tratamento
dos diferentes registos num ambiente de rede distribuído.
A indexação consiste em criar índices que são ponteiros para os registos de multimédia capturados. Es-
tes permitem ao utilizador ter um acesso aleatório a esses registos. Existem várias maneiras de criar índices.
O acesso consiste em ferramentas para suportar o acesso de registos capturados e indexados. Estas ferra-
mentas têm de encontrar registos de uma determinada sessão, formatar os índices e compô-los num formato
legível, controlar o playback dos registos de multimédia, criar novos artefactos de multimédia dos materiais
capturados e adicionar novas anotações e índices.
Figura 2.10: Coral
O Coral permite anotar apresentações com vários tipos de multimédia e permite a colaboração dessas
notas entre os alunos e professores. É uma ferramenta que abrange vários aspectos interessantes, como já
foi referido, sendo um deles o facto de se poder editar as anotações feitas na fase da captura.
16
2.2.3 Classroom 2000
O Classroom 2000 [Abo99, AAB+98, AAF+96] é um projecto com as características de captura, colaboração,
tirar notas e acesso a conteúdos multimédia muito próximas das desejadas. Este projecto tem uma primeira
fase, a fase de pré-produção. O objectivo desta primeira fase é minimizar as preparações que o professor
tem de fazer para poder preparar a aula. A segunda fase consiste na captura dos valores temporais das
actividades relevantes. O conjunto de slides preparados constitui uma actividade que é dividida em partes e
que aparecem em tempos definidos. A tinta digital criada pelos alunos ou professor é outra actividade, com
os traços individuais a definirem as partes que vão ser associadas a um valor temporal. Outros exemplos
incluem o áudio e vídeo gravados, conjunto de URL visitados com o navegador Web, ou até interacções com
outros programas que estão a ser executados durante a aula. Numa terceira fase pretende-se olhar para um
determinado tempo da aula e ver o que se está a passar nessa altura. Esta é a actividade central desta fase.
Todas as actividades vão ser disponibilizadas para que o aluno possa ter acesso a elas na próxima fase.
Para a última fase é importante ver que nem todos os alunos têm um Tablet PC e portanto a interface de
acesso deverá ser diferente da fase de captura. Nesta fase os alunos têm acesso ao que foi disponibilizado
na aula. Depois da aula, a aula e slides são transformados numa série de páginas HTML. Esta interface é
gerada através de código Perl. O primeiro protótipo criado foi o ClassPad (ver figura 2.11). Este programa é
utilizado tanto pelo professor, como pelo aluno.
Figura 2.11: Interface do ClassPad
Zen* foi outro programa feito neste projecto , o qual foi feito em Java concebido para suportar múltiplas
sessões de captura em diferentes locais. Consiste num servidor central, ZenMaster, a correr em threads,
que recebe pedidos de clientes a correr o cliente, ZenPad (ver figura 2.12). O ZenPad era eficaz durante a
fase de captura mas não na fase de acesso. Na altura, não existiam muitos navegadores Web fiáveis que
suportavam Java applets e para voltar a ter acesso via HTML, foi criado o StreamWeaver (ver figura 2.13),
que fazia uso de mapas de imagens do lado do cliente que eram suportados por todos os navegadores Web.
A garantia de que o acesso pode ser feito através de qualquer navegador Web é uma mais valia.
17
Figura 2.12: Interface do ZenPad
Figura 2.13: Interface do StreamWeaver
2.2.4 MANIC
O MANIC [SSL+97] foca-se num ambiente de aprendizagem distante assíncrona. Este concentra-se em for-
necer material multimédia guardado e actividades de aulas passadas a alunos distantes. Isto permite o aluno
seguir a aula a seu ritmo e quando o quiser. Um estudante possuindo uma máquina com capacidade mul-
timédia e com navegador Web recebe texto (documentos HTML e GIFS estáticos), sincronizado com áudio
(codificado e entregue utilizando um servidor RealAudio) através da Internet. No lado do servidor, o MANIC
é construído num servidor Web com código customized common gateway interface (CGI) que gera, na altura,
documentos HTML para mandar ao cliente.
Uma característica do MANIC é que o aluno pode visualizar a aula à sua maneira e velocidade, mas também
têm a possibilidade de ver a aula como se fosse uma aula verdadeira. Certas parte do texto são sublinha-
das e este dinamismo é garantido através do descarregamento de uma nova página HTML cada vez que o
sublinhado muda. Esta situação podia gerar congestionamento na rede e a opção de ter sublinhado ou não
é dada ao aluno. As experiências multimédia capturadas por esta ferramenta são as necessárias para um
bom enriquecimento da aprendizagem, no entanto, esta ferramenta não tem a característica de tirar aponta-
mentos pois o seu ambiente é o de aprendizagem distante assíncrono. Tem também a desvantagem de não
permitir interacção em tempo real.
18
2.2.5 StuPad
O StuPad [TAB99] é um sistema baseado em Java e num cliente/servidor utilizando uma infra-estrutura
semelhante à já existente no Classroom 2000. Está baseado no conceito de informação pública, isto é, infor-
mação que é vista ou ouvida por todos numa sala de aula. Actualmente esta informação consiste nos slides
da apresentação com as anotações do professor, páginas Web visitadas durante a apresentação e áudio e
vídeo gravado. Também se encontra estruturado por fases, a fase de captura e fase de acesso. A interface de
Figura 2.14: StuPad: Sistema utilizado durante as aulas
captura maximiza as capacidades de anotações pessoais (ver figura 2.14), enquanto que a interface suporta
navegação rápida e pesquisas através da indexação. Durante a fase de acesso não é permitido adicionar
novas anotações ao conteúdo já existente. Trata-se de uma desvantagem pois pretende-se que nesta fase
qualquer pessoa autenticada possa ter acesso e adicionar as suas anotações se assim o desejar. Este sis-
tema, como já foi referido, é muito semelhante ao Classroom 2000 que também faz uma clara distinção entre
as duas fases. Esta distinção é necessária porque os alunos têm meios disponíveis diferentes na aula e fora
da aula. Durante a aula têm equipamento específico para capturar a aula enquanto que fora da aula, ou em
casa, apenas dispõem do seu computador ou portátil pessoal.
Esta ferramenta permite fazer anotações sobre áudio e vídeo não permitindo colaboração e interacção entre
os alunos. Para além destas características também não permite alterar as anotações já feitas pelo utilizador.
Igualmente não existe uma clara separação entre a papel do professor e do aluno confirmando assim a falta
de colaboração entre os mesmos.
2.2.6 Authoring On the Fly (AOF)
O conceito Authoring On the Fly (AOF) [LL02, MO00] foi criado pela necessidade de existir uma maneira
pouco dispendiosa, em termos de custo, com o objectivo de criar material multimédia para disciplinas com
E-learning (ver figura 2.15). A ideia é gerar documentos multimédia através de uma apresentação ao vivo
sem qualquer pós-processamento manual. Uma gravação AOF inclui: áudio do professor, os slides, e todas
as anotações gráficas feitas nos slides durante a gravação. Uma gravação consiste basicamente numa lista
de objectos, fila de eventos, faixas de áudio, e um ficheiro de configuração descrevendo a gravação com-
19
pleta, incluindo referências para todos os outros ficheiros. Uma desvantagem deste conceito é que guarda
Figura 2.15: Interface do AOF
demasiada informação redundante, especialmente para escrita manual, que é guardada como uma série de
pequenas linhas. Uma vantagem é que todos os objectos nos slides são guardados na sua apresentação
original, facilitando a busca de informação.
O AOF foi pensado com o fim de enriquecer a sala de aula em todos os aspectos, desde a preparação
dos slides, passando pelas anotações feitas pelos alunos, até ao acesso das anotações feitas. No entanto
não abrange duas características extremamente importantes que são, a colaboração e a interacção entre os
alunos e professor, e a edição de anotações feitas.
2.2.7 Virtual Multiboard System (VMS)
O Virtual Multiboard System (VMS) [RTM+04, MT02] é um sistema com funcionalidades de gestão, ano-
tação e gravação de ecrãs. A principal funcionalidade deste sistema é permitir ao professor apresentar
aplicações arbitrárias ou mostrar informação digital num ou mais projectores. É necessário neste caso, para
aproveitar as potencialidades deste sistema, ter mais do que um projector na sala de aula (ver figura 2.16).
O VMS tem um papel importante na visualização de vários slides em simultâneo mas, no entanto, não se
foca nos diferentes aspectos de anotações como por exemplo a colaboração entre os alunos e professor. O
acesso ao conteúdo anotado não permite ser editado e não é permitido anotações sobre vídeo ou áudio.
2.2.8 DyKnow
O DyKnow [Ber06, BBW04] é um sistema baseado em tinta digital que permite partilhar informação entre
alunos, suporta actividades de tirar notas colaborativamente, interacção dentro de aulas, actividades pós au-
las e monitorizar computadores. Toda a informação desenhada, escrita, teclada, ou importada pelo professor
imediatamente aparece no Tablet PC do aluno (ver figura 2.17). Cada aluno pode escrever à mão no seu ecrã
para fazer anotações privadas no material do professor. Um aluno pode temporariamente ter a possibilidade
20
Figura 2.16: Componentes necessários para o VMS
de desenhar ou escrever e ao mesmo tempo partilhar com o resto da turma. Algumas das características do
Figura 2.17: Interface do DyKnow
DyKnow são: mecanismos de votação ou escolha múltipla, submissões de alunos para o professor, controlo
do aluno traço-a-traço, páginas Web embebidas e modo de demonstração. Este sistema tem muitas caracte-
rísticas desejadas para melhorar a aprendizagem, no entanto dar o controlo da aula ao aluno não será muito
apropriado. Em vez disso, o aluno quando quer partilhar informação com a turma, submete-a ao professor e
assim a aula poderá ver o que esse aluno fez.
2.2.9 Classroom Presenter
O Classroom Presenter [AAS+04, AAC+06] é um sistema de apresentação que combina as vantagens de
sistemas baseados em computação, com a flexibilidade de escrita oferecida pelos sistemas manuais. Os
objectivos básicos são, providenciar aos professores uma flexibilidade acrescida em fazer uma apresentação
21
e facilitar a interacção com os alunos. É um sistema distribuído de apresentações para os Tablet PCs cujas
versões sincronizadas da apresentação são partilhadas pelo professor e máquinas dos alunos (ver figura
2.18). O Tablet PC permite anotações de tinta digital de alta qualidade e podem ser enviadas dos alunos
para o professor para visualização durante a aula. Este sistema não abrange o acesso feito às anotações
depois das aulas, pois só se preocupa com as possíveis interacções durante a aula.
Figura 2.18: Classroom Presenter: Professor (esquerda) e Aluno (direita)
2.2.9.1 Student Submissions
Existe uma extensão do Classroom Presenter que se chama Student Submissions [SAHS04]. Esta permite
os alunos contribuírem e participarem nas apresentações em pontos predeterminados pelos professores. As
respostas são submetidas pelos alunos para o professor, são acumuladas no lado do professor e podem ser
visualizados normalmente como se fossem outra apresentação. A apresentação original e as respostas dos
alunos podem ser guardadas para serem partilhadas posteriormente.
O suporte para problemas complexos e respostas ricas é uma característica desta extensão. Os slides
podem ser preparados usando Powerpoints ou ficheiros de imagens. A utilização destas imagens permite
uma apresentação mais variada e motivadora. Existe também inúmeras cores de tinta digital para uma res-
posta mais inovadora e rica. Outra característica é o suporte para actividades espontâneas, isto é, não
exige que as aulas sejam preparadas previamente podendo o professor ir inventando problemas e criando
slides mesmo durante a aula. Para além disso o professor tem as respostas todas submetidas pelos alunos
e pode optar por escolher a resposta correcta, ou a resposta que contem erros comuns. Os alunos contro-
lam a sua área de trabalho podendo submeter as respostas as vezes que quiserem ou nem sequer submeter.
Também existem algumas limitações nesta extensão do Classroom Presenter. Os alunos que queiram ver
slides com tinta digital, ou queiram gravar aulas para depois rever, terão de ter acesso a um Tablet PC com
este software. Outra limitação é o facto de o Classroom Presenter utilizar broadcast como modelo de comuni-
cação, ou seja, no início da aula o professor faz broadcast dos slides para todos os alunos, e durante a aula,
os traços e transições de slides são também enviadas por broadcast. Isto leva a que os alunos que se juntam
à aula tarde não terão acesso ao que já foi feito broadcast anteriormente. O broadcast é garantido através
de redes de multicast, o que levanta mais dois problemas. Primeiro, o multicast não garante a entrega de
22
todos os pacotes, sendo que o problema é mais grave quando se pretende enviar slides num ambiente de
redes em fios. Segundo, nem todas as redes suportam multicast, portanto em muitas universidades poderá
não ser possível fazer multicast na suas redes. Uma última limitação é o facto de as submissões serem
feitas com Tablet PCs e existe a necessidade de todos os alunos ou grupos de alunos terem Tablet PCs para
submissões.
2.2.10 iClass
O iClass [dGPPR+05], inspirado no Classroom 2000, é capaz de gravar bocados de informação durante
uma aula, incluindo: tinta digital, slides, áudio, vídeo e páginas Web. O resultado é no final um documento
XML integrando os diferentes média e guardados num repositório. A visualização do XML é reproduzida em
XSLT style sheets para produzir visualizações HTML ou SMIL. (ver figura 2.19) Existe os conceitos de vista
Figura 2.19: iClass: Professor a escrever no Whiteboard com o iClass (direita). Aluno a escever num Tablet PC com o
iClass (esquerda)
estática ou vista dinâmica. A vista estática contém uma cópia de todos os slides apresentados durante a
sessão e a vista dinâmica é visualizada através dum applet, iPlayer, que permite ver os passos feito pela
caneta digital em tempo real. O iClass é tanto utilizado pelos professores como pelos alunos.
2.2.11 Ubiquitous Presenter
Outro sistema muito semelhante ao Classroom Presenter é o Ubiquitous Presenter (UP) [WGS05]. Este
sistema expande o Classroom Presenter através de tecnologias Web comuns para suportar audiências sem
Tablet PCs. A arquitectura mudou de multicast para cliente/servidor, permitindo desta forma aos alunos
andar para trás e para frente nos slides duma apresentação mais rapidamente. O UP é uma aplicação cli-
ente/servidor programada em PHP, em que a linguagem do lado do servidor gera HTML e JavaScript limitado
que é passado para os navegadores dos alunos (ver figura 2.20). O UP funciona da mesma forma que
o Classroom Presenter sem a necessidade de ter o cliente para o aluno. O aluno interage somente com
um navegador Web acedido através dum Tablet PC. Este utiliza o extensão de Student Submissions apre-
sentado anteriormente para interagir activamente com o professor. Na aplicação é permitido acompanhar a
23
Figura 2.20: Ubiquitious Presenter: Student application
apresentação ao vivo e qualquer alteração feita pelo profesor é reflectida no lado do aluno. Estas alterações
são no entanto algo demoradas e portanto o aluno pode perder o ritmo da aula. Uma desvantagem deste
UP é o facto de os alunos não poderem anotar livremente nos slides para fazer apontamentos,o que se deve
claramente ao facto de que as notas feitas durante a aula não irão ser acedidas.
2.3 Discussão
Uma análise mais detalhada dos trabalhos, revela que existem muitas funcionalidades importantes a consi-
derar no desenvolvimento duma ferramenta destinada a enriquecer um ambiente de colaboração interactivo
e aprendizagem numa sala de aula, com a possibilidade de fazer anotações sobre a apresentação disponibili-
zada pelo professor. A tabela 2.1 mostra uma comparação entre as várias ferramentas analisadas de acordo
com as características que devem ser consideradas. As características são relevantes para a construção
duma boa ferramenta de anotação e colaboração numa sala de aula.
2.3.1 Apresentações com slides
Os professores recorrem cada vez mais ao uso da tecnologia numa sala de aula. É normal o professor ter um
portátil onde tem preparado vários slides que pode projectar para a aula. Os slides contêm material de apoio
à apresentação da matéria feita pelo professor com o objectivo de auxiliá-lo na transmissão do conteúdo da
aula. Os alunos acompanham a aula ouvindo o que o professor diz e observando os slides projectados,
ao mesmo tempo que tiram apontamentos, normalmente num caderno, sobre a matéria em questão. Este
método de ensino tem vindo a aumentar, e por isso, qualquer ferramenta destinada a auxiliar o professor e
consequentemente o ensino numa sala, de aula deve contemplar o uso de slides para o efeito.
Sendo assim uma boa ferramenta de auxílio ao professor deve permitir visualizar os slides carregados pre-
viamente pelo professor doutra aplicação, ou até permitir o professor criar os slides. A abordagem mais
apelativa será a primeira, em que os slides são importados para serem visualizados sendo estes criados
24
Tabela 2.1: Tabela de Comparação das Ferramentas
noutras aplicações desenhadas para esse efeito (ex:Powerpoint). Estas são muito boas para a criação dos
slides e portanto não há necessidade de incluir a criação de slides como característica do sistema. Contudo,
seria desejado que o professor tivesse a possibilidade de criar um novo slide e introduzi-lo nos já existentes.
Juntamente com a apresentação feito com a utilização de slides, é bastante normal o professor utilizar o
quadro ou outra ferramenta para fazer anotações extra que não se encontram nos slides. Estas anotações
extras ajudam no esclarecimento de algum assunto e será importante guardá-la de alguma forma para o
aluno a ver. Esta necessidade faz surgir a possibilidade do professor fazer anotações sobre os próprios sli-
des enquanto que os alunos não só acompanham os slides, como também podem ver automaticamente as
anotações que foram feitas sobre o mesmo.
O Lecturer’s Assistant [BP94] e TMS [Gol04] são duas ferramentas de apresentação que ajudam na pre-
paração e visualização da apresentação da aula. Estas tornam o método de criação de slides mais flexível e
agradável para depois serem guardados para futura reutilização. O Classroom Presenter [AAS+04, AAC+06],
Classroom 2000 [Abo99, AAB+98, AAF+96] e Coral [MHJ+95] são outras ferramentas com funcionalidades
diferentes que permitem preparar a aula com o uso auxiliar do tradicional Powerpoints ou até ficheiros de
imagens (ver tabela 2.2).
2.3.2 Anotações pelos Alunos
Os slides são, normalmente, um resumo da matéria e para ajudar na compreensão, o professor habitual-
mente utiliza o quadro para escrever algumas notas para os alunos copiarem. Por outro lado, os alunos
25
Tabela 2.2: Ferramentas de Apresentações
também vão fazendo no seu caderno algumas notas do que o professor disse mas que não estão contem-
pladas nos slides. Para enriquecer a sala de aula, a possibilidade de o aluno poder tirar notas sobre os slides
da matéria seria muito desejada. Os alunos teriam uma cópia dos slides e poderiam acompanhar a aula
anotando sobre os mesmos, abdicando assim do uso do caderno.
Para tornar a aula mais motivadora e para auxiliar o aluno e professor na tarefa de tirar notas, esta ca-
racterística de poder anotar sobre os slides é muito importante. A ferramenta que tenha esta característica
deverá permitir os alunos terem vários tipos de tinta, seleccionar a tinta já escrita, e editá-la. Outra proprie-
dade será a capacidade de associar a tinta aos slides em questão e permitir também a escrita livre, isto é,
escrever numa espécie de caderno. As notas estão ligadas aos slides e cada nota só será visível quando
esses slides também o forem.
O nosso interesse está na possibilidade dos alunos e do professor poderem fazer anotações. Dentro das
vinte e uma ferramentas que foram apresentadas, somente oito não permitem anotações por parte dos alu-
nos. Essas são Lecturer’s Assistant, Marquee, Filochat ,Forum, MANIC, TMS, VMS e Ubiquitous Presenter.
Das restantes (ver tabela 2.3) realçamos os sistemas DyKnow e Classroom Presenter. Estes sistemas per-
mitem o aluno anotar sobre os slides dos professores com várias cores e formato de tinta para depois ter
acesso às notas que criou e poder rever a matéria. Ambos os sistemas fornecem uma interface que permite
obter imagens de slides e sincronizá-los com a aula em questão. O aluno pode então anotar sobre esse slide
e tudo o que escrever será apenas visível quando o mesmo for seleccionado.
Tabela 2.3: Ferramentas de Anotações pelo Aluno
26
2.3.3 Anotações com Áudio e Vídeo
O contexto com que uma nota foi escrita pode não ser se muito claro. Quando estamos a rever uma nota
torna-se difícil de a perceber somente com os slides associados, e já não entendemos a razão daquela nota.
O uso de áudio e vídeo associado à anotação torna-a mais compreensível. As experiências multimédia exis-
tentes numa sala de aula são facilmente capturadas. O vídeo e áudio são cada vez mais fáceis de manipular,
e associar as anotações a estas actividades multimédia torna-se indispensável para uma boa ferramenta que
permita tirar anotações.
O enriquecimento da aula com vídeo e áudio torna-se também muito importante para tornar uma aula mais
motivadora, agradável de rever e acompanhar. As anotações feitas em conjunto com áudio e vídeo é outra
característica que foi tomada em conta na comparação na tabela. O StuPad, Clasroom 2000 e iClass são
boas referências para ferramentas que permitem anotações com diferentes tipos de multimédia. Enquanto
que estes sistemas têm outras funcionalidades, para além de conjugar as notas com áudio ou vídeo, existem
alguns sistemas cuja finalidade é mesmo só essa. O Filochat, Dynomite e Audio Notebook são exemplos de
ferramentas cuja única finalidade é permitir anotações só com áudio. Por outro lado, o Marquee e o Notelook
são duas ferramentas para anotações com vídeo (ver tabela 2.4).
Tabela 2.4: Ferramentas de Anotações com Áudio e/ou Vídeo
2.3.4 Colaboração e Interacção
A colaboração e comunicação existente entre o professor e os alunos é extremamente importante para o
sucesso duma aula. Quanto mais meios para comunicar e colaborar existirem mais os alunos aprendem e
mais motivação existe para estes aprenderem. A interacção ideal para a sala de aula com uma ferramenta
de aprendizagem e de anotações seria a partilha automática das anotações feitas pelos intervenientes. O
professor tira notas sobre o slides e estas aparecem automaticamente nos slides dos alunos. As notas tira-
das pelos alunos podem ou não aparecer nos slides do professor consoante a nota seja pública ou privada.
O professor deve poder optar por escolher quais as notas de que aluno deseja ver.
O aluno também deve poder comunicar na aula com o professor apresentando as suas dúvidas e solu-
ções pedidas. O professor pode ter explicado mal a matéria e o aluno aponta uma dúvida sobre o slide em
questão, a qual tem de ser visível pelo professor. Ao ler a dúvida, este pode optar por torná-la visível para
que todos os alunos a veja. O mesmo acontece com as soluções dos alunos. A solução de um problema
27
pode ser enviada ao professor e este pode proceder da mesma forma que as dúvidas. Outra propriedade in-
teressante seria a capacidade de a ferramenta disponibilizar mecanismos de escolha múltipla para os alunos
em que o mecanismo de interacção seria muito semelhante ao das soluções.
Para além das notas tiradas pelos alunos e professores, é importante que possa existir partilha dessas
mesmo durante uma aula. O aluno pode partilhar uma dúvida ou uma nota com o professor e o professor
pode até pedir uma solução aos alunos. A submissão de respostas feitas em tinta digital ou repostas a
escolhas múltiplas tornam a aula mais participativa e por sua vez mais estimulante e produtiva. Em ambos
os casos e para tornar a aula mais atractiva, a colaboração que existe entre o aluno e o professor deve ser,
tal que, o aluno não tenha de se levantar do lugar para comunicar com o professor e vice-versa. Esta é
uma característica menos comum nos sistemas analisados, mas existem já algumas ferramentas capazes
de satisfazer este requisito (ver tabela 2.5): o Classroom Presenter e o Ubiqitous Presenter, com o seu mó-
dulo, Student Submissions, que é dedicado somente à colaboração e interacção; o NoteLook, apesar da sua
reduzida funcionalidade, pois só permite anotações como um caderno, tem a capacidade de partilha entre
as notas feitas, ou seja, a nota que eu tiro pode ser vista imediatamente por outro colega meu; e o Forum
que está dedicado a conferências, e como tal, também dá alguma importância à colaboração entre os seus
participantes.
Tabela 2.5: Ferramentas com Colaboração
2.3.5 Acesso e Edição de Notas num Arquivo
Para a preparação de um exame é normal o aluno consultar as notas do professor e as suas próprias notas
para estudar. As características anteriores estão relacionadas com a captura das actividades e anotações
que possam existir durante uma aula. É usual o aluno querer rever as notas que tirou numa determinada
aula sobre um determinado slide. Juntamente com este slide devem ser visíveis todas as notas privadas que
o aluno fez, mais as do professor. O acesso a estas notas torna-se assim essencial para permitir o aluno ter
um bom estudo e poder rever toda a aula de novo através de vídeo com áudio. O acesso a estas notas deve
ser controlado, isto é, é necessário que haja qualquer tipo de autenticação para ver a aula.
Para além do acesso, o aluno ou professor pode querer adicionar ou mesmo alterar certas notas. O professor
pode-se ter esquecido duma anotação importante para a compreensão da matéria e pode assim adicionar
uma nova nota ao conjunto das já existentes. A interface de acesso e edição é uma das mais importantes
pois a mesma será vista em qualquer computador, até mesmo em casa. Esta interface terá a capacidade de
ver vídeo, ouvir áudio, ver os slides com as notas tiradas, permitir editar essas notas e até adicionar novas
28
notas.
Também considerado na comparação encontra-se o acesso às notas depois de serem feitas, isto é, a possi-
bilidade de lhes aceder em casa ou noutro sítio após a aula, como se fizessem parte de um arquivo. Todas
as ferramentas, excepto o Forum, permitem aceder às notas tiradas durante a fase de criação das mesmas.
A maior parte destas aplicações permitem aceder ao que foi capturado, ou por HTML ou pelas próprias ferra-
mentas. O MANIC e o Classroom 2000 são exemplos de ferramentas que permitem acesso via HTML o que
é uma clara vantagem em relação ao Classroom Presenter, onde é necessário um cliente específico para ter
acesso à informação que foi produzida pelo próprio.
Tabela 2.6: Ferramentas com Arquivo Editável
O acesso às notas é de extrema importância, e poder editar as notas tiradas anteriormente ainda é mais
importante. Para um professor ou aluno torna-se importante a existência desta capacidade uma vez que é
frequente esquecerem-se de alguma coisa durante a aula e assim têm a possibilidade de alterar ou adicionar
uma nota à aula. Não existem muitos sistemas com esta capacidade, pois apesar de guardarem as notas
de alguma forma para depois, as mesmas só podem ser visualizadas e não alteradas ou acrescentadas
outras novas. No entanto existem alguns sistemas que têm um arquivo editável. O Coral e DyKnow são as
ferramentas com maior alcance neste aspecto (ver tabela 2.6).
2.3.6 Outras Características
Em termos tecnológicos, a apresentação dos slides da aula, as notas tiradas pelo professor e alunos durante
a aula, a colaboração entre os alunos e professor e o acesso ao arquivo já publicado com as anotações das
aulas e onde também podemos acrescentar mais anotações, deverá ser possível de fazer somente com o
uso de um navegador Web. Em comparação com os trabalhados apresentados, somente uma ferramenta, o
Ubiqitous Presenter, está destinado a um ambiente de aprendizagem para funcionar apenas com o Tablet PC
e um navegador Web. É importante realçar que isto é uma grande vantagem pois existem muitas plataformas
diferentes e muitos navegadores Web diferentes no mundo informático, e a necessidade de utilizar um cliente
específico torna-nos dependente do programa em questão, em termos de execução e actualizações.
Para além desta tecnologia Web, a utilização de tinta digital para fazer anotações é essencial, como acontece
com a maior parte das ferramentas. No entanto deverá ser possível acrescentar notas sem o uso de Tablet
PC, ou seja com o uso do teclado ou rato. Isto permite que um aluno em casa, que não tenha um Tablet PC,
possa acrescentar as suas notas ao material que já foi feito na aula.
Em temos de arquitectura, a que mais se ajusta às necessidades anteriores é a de cliente/servidor. Existem
29
várias arquitecturas utilizadas para suportar a tarefa de tirar notas. O broadcast, utilizado pelo Classroom
Presenter, e a arquitectura cliente/servidor, presente no Ubiquitous Presenter, DyKnow, StuPad, são duas
das mais utilizadas. O multicast utilizado pelo broadcast tem alguns problemas. Os pacotes podem-se per-
der e muitas das redes sem fios não suportam o multicast. A arquitectura cliente/servidor é então preferível
pois é mais fiável e também permite ao aluno navegar livremente pelos slides, sem nunca ultrapassar o slide
actual da aula. Para além disso, um aluno que acabou de chegar à aula pode muito bem obter todas as
actividades que foram efectuadas até ao momento para o seu tablet PC efectuando o pedido correcto ao
servidor. Desta forma, toda a sincronização passa pelo servidor e não haverá qualquer comunicação directa
entre as máquinas dos alunos e professores. Sendo assim, a colaboração entre alunos e professor passará
sempre pelo servidor e qualquer respostas submetidas, anotações ou dúvidas que o aluno possa criar, serão
enviadas para o servidor e serão tratadas da mesma forma. Ao tratar da mesma forma qualquer interacção
feita pelo aluno retira a necessidade de ter extensões, como é o caso do Student Submissions.
Outra análise mostra que muitas destas ferramentas precisam de ambientes específicos para funcionarem.
O Rich Code Annotation está desenhado para trabalhar com IDEs, o StuPad e o Forum precisam duma sala
de conferência específica com material próprio para funcionar, o Virtual Multiboard System precisa de mais
do que um projector e os restantes sistemas precisam do seu próprio software para poderem trabalhar com
ele. O ambiente em que o sistema vai funcionar tem um papel extremamente fulcral no seu sucesso. Quanto
mais dependente de terceiros menor sucesso terá o sistema. Tendo este aspecto em conta a penúltima
coluna da tabela 2.1 na página 25 diz respeito ao cliente necessário para o aluno poder acompanhar a aula e
tomar as suas anotações. Todos os sistemas, à excepção do Ubiquitous Presenter, têm o seu próprio cliente
e portanto será necessário instalar um programa para poderem funcionar. O Ubiquitous Presenter funciona
com um navegador simples que existe praticamente em todas as máquinas.
Outro aspecto a termo em conta é o factor de distracção que um sistema destes pode ter na sala de aula.
Este factor não é fácil de medir, no entanto, pretende-se que o sistema funcione como motivador e impulsio-
nador da aprendizagem e não como distracção ou incómodo durante a aula.
Olhando uma última vez para a tabela 2.1 na página 25 verifica-se que existem algumas ferramentas mais
poderosas, isto é, com quatro ou mais funcionalidades acima especifícadas (ver tabela 2.7). Dentro destas
ferramentas o destaque vai para o Coral (única com 6 !), que apesar de ser mais antiga do que a maio-
ria das ferramentas, tem como preocupações resolver os problemas que consideramos importantes para o
melhoramento da aprendizagem na sala de aula.
Tabela 2.7: Ferramentas com 4 ou mais!
30
2.4 Conclusões
Existem algumas características que são importantes para ter em conta quando se pretende construir uma
ferramenta destinada a enriquecer a sala de aula permitindo anotações e colaboração entre os intervenientes.
Existem, como também foi visto, muitas ferramentas de anotações, apresentações e outras, que têm mais
funcionalidades para além destas, cuja comparação foi feita atrás e cuja tabela de comparação (tabela 2.1)
encontra-se na página 25. Concluímos que as características desejadas para um sistema para melhorar a
aprendizagem durante e após a sala de aula são as seguintes:
• Poder utilizar apresentações com slides e permitir aos professores fazerem anotações sobre eles.
• Permitir os alunos seguirem a aula e tirarem apontamentos sobre os slides da aula
• Existir anotações com áudio e/ou vídeo.
• Permitir colaboração e interacção entre o professor e os alunos.
• Permitir aceder e editar as notas criadas depois da aula terminar.
Em relação a detalhes de tecnologia focámos em dois aspectos, que são importantes a ter em conta:
• Permitir ao aluno utilizar o sistema em qualquer lugar sem ter de se preocupar com a instalação de
terceiros (dependente apenas dum navegador Web).
• Utilizar uma arquitectura tipo cliente-servidor.
Na realização do nosso trabalho vamos ter todos os pontos mencionados acima em total consideração
e todo o trabalho desenvolvido irá ser feito com vista a satisfazer esses critérios de forma a não perturbar o
funcionamento da aula mas sim proporcionar uma melhoria na aprendizagem dos alunos.
É importante denotar que nenhumas das ferramentas estudadas neste capítulo possui esta combinação
de características. Todas apresentam algumas delas sendo que a que mais se aproxima em relação ao pro-
posto é o Forum, mas este não tem a tecnologia dependente apenas de um navegador Web. Sendo assim,
a principal inovação desta abordagem será desenvolver uma aplicação dependente da Web, que permita
usufruir de todas as características desejadas para um sistema deste calibre.
31
3 Visão Global
A pesquisa efectuada no Capítulo 2 apresentou-nos algumas características desejáveis num sistema de
apoio ao ensino, que suporte a colaboração, captura e arquivo online das actividades realizadas durante
uma aula. Antes de entrar em mais detalhe nos protótipos que foram concebidos, vamos dar uma visão
global do seu funcionamento e como é que este cooperam entre si.
3.1 Visão Global
Existem três grandes componentes que interagem entre si na concepção de uma aula, o Show’Em, Learn’It e
Skecth-On-Video. Antes demais, vamos definir uma aula como sendo as actividades e interacções realizadas
pelo professor e pelos alunos durante uma aula. Esta inclui os slides, notas do professor e alunos sobre esses
slides, vídeos de demonstração e notas do professor e alunos sobre esses vídeo e o vídeo da aula. Podemos
ver pela figura 3.1 que existem duas fases distintas, durante a aula e após a aula.
Figura 3.1: Visão Global
Durante a aula, o professor utiliza o Show’Em que serve como controlador da apresentação onde pode
fazer anotações sobre os slides, partilhá-las com os alunos e adicionar vídeos de demonstração à aula. Os
alunos por sua vez utilizam o Learn’It para seguir a apresentação e as notas do professor, bem como fazer as
suas próprias anotações sobre os slides. Existe um vídeo com a gravação da aula que captura o professor e
osslides que apresenta durante a apresentação.
Após a aula, todo o material capturado e produzido pelo Show’Em e Learn’It é recolhido pelo Sketch-On-
Video que foi desenvolvido pelo Manuel Nascimento. Este junta toda a informação feita durante a aula e
33
produz um arquivo que contém todas as notas feitas em sincronização com o vídeo da aula, slides, e vídeos
de demonstração. Esta aplicação também deve ser utilizada pelo professor. O professor publica o arquivo
com o auxílio do Skecth-On-Video para depois o aluno consultar as suas notas e rever toda a aula utilizando
novamente o Learn’It.
34
4 Learn’It - Ferramenta Web para os Alunos
Após uma visão global do sistema vamos agora começar por ver o Learn’It, e as suas características. No
capítulo anterior concluímos que a melhor abordagem a seguir seria a construção duma aplicação somente
dependente dum navegador Web e que a sua arquitectura seria semelhante a um cliente/servidor. O Learn’It
foi concebido com base nestas características e pode ser descrito como uma ferramenta Web que permite
aos alunos seguirem uma apresentação, fazer anotações e partilhar o seu conhecimento durante e após a
aula.
Figura 4.1: Diagrama do Learn’It
Este protótipo pode ser utilizado em duas fases distintas: durante a aula e após a aula. Primeiramente,
nas secções seguintes, 4.1.1 e 4.2.1, descrevemos as características e funcionalidades do Learn’It durante
e após a aula, respectivamente. Na última secção, secção 4.3, vamos descrever a arquitectura base do
Learn’It, bem como as opções tomadas durante o seu desenvolvimento.
4.1 Durante a Aula
Ainda existe, e provavelmente sempre existirá, a necessidade do aluno tirar apontamentos durante a aula.
Umas vezes tira poucas notas outras vezes tira mais, mas normalmente acaba sempre por tirar pelo menos
uma nota por aula. Nos tempos em que o professor escrevia no quadro, o aluno simplesmente transcrevia
directamente para o caderno o que lá estava. Presentemente, muitos professores já utilizam slides para
darem a sua aula e o aluno acaba muitas das vezes por estudar directamente desses slides, com ou sem
apontamentos ao lado. O ideal seria poder fazer as notas directamente nos slides para depois consultá-las
mais facilmente durante o seu estudo.
As características apontadas vão de encontro às descritas no capítulo 2 como sendo as mais importan-
tes a considerar. Para relembrar, estas foram, apresentações com slides, anotações dos alunos, anotações
com áudio e vídeo, colaboração e interacção, acesso e edição de notas num arquivo e por último, tecnologia
Web. No desenvolvimento do Learn’It a principal característica é a tecnologia Web, que irá ser falada em
mais detalhe na secção 4.3. Das restantes, as importantes a considerar para o Learn’It durante a aula são
35
Figura 4.2: Learn’It (durante a aula)
todas, excepto o acesso e edição de notas num arquivo e as anotações com áudio e video. A interface do
Learn’It pode ser vista na figura 4.2. Os principais elementos são:
• Slide Navigation Controls: Estes controlos permitem navegar pelos slides da aula. Incluem: ir até ao
último slide mostrado pelo professor, ir para o próximo sem nunca ultrapassar o último mostrado pelo
professor, pausar a apresentação para tirar notas, ir para o slides anterior e ir até ao primeiro slide.
• Filters: Estes elementos permitem escolher que tipo de notas desejamos ver. Os tipo diferentes são
as notas do professor, notas públicas e privadas dos alunos. Os diferentes tipos de notas do aluno irá
ser discutido na secção 4.1.1.6.
• Toolbox: Permite escolher entre a cor da tinta, borracha, grossura da tinta, transparência da tinta e
escolher o tipo de nota.
• Post-It: Representa a nota em texto que o aluno pode fazer.
4.1.1 Características
Nesta secção iremos apresentar as características do Learn’It que estão presentes durante a aula: a auten-
ticação do aluno, o acompanhar a apresentação, o visualizar as notas do professor, o fazer anotações com
tinta digital, o fazer anotações com o teclado e as permissões.
4.1.1.1 Autenticação do Aluno
O acto de tirar notas é pessoal e em muitos dos casos não queremos partilhar as nossas ideias com mais
ningúem. De forma a garantir que o aluno tenha confiança em tirar notas, e que só ele tem acesso a
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elas, tem de existir um mecanismo de autenticação. A utilização do Learn’It requer que um utilizador esteja
correctamente identificado, portanto qualquer nota que este faça é-lhe automaticamente associada.
4.1.1.2 Acompanhar a Apresentação
O Learn’It é utilizado quando o professor dá a sua aula utilizando slides. É através destes slides que este
apresenta a sua matéria e transmite o seu conhecimento para os alunos. Com o Learn’It, os alunos podem
navegar pelos slides já apresentados pelo professor sem nunca ter acesso aos slides ainda não mostrados.
Desta forma o aluno pode voltar a rever qualquer slide durante a aula. Para além disso, o Learn’It também
acompanha automaticamente as mudanças de slides do professor e desta forma o aluno nem tem de interagir
com o Learn’It para acompanhar a aula. Existe também a possibilidade de o aluno pausar a apresentação.
Isto é, o aluno pode querer parar a apresentação para escrever uma nota num slide sem que a apresentação
avance automaticamente. A partir deste momento a apresentação do aluno não acompanha a do professor.
Se o professor avançar na apresentação, é dada ao aluno uma indicação de que tal se sucedeu e este pode
retomar a apresentação, através dos comandos de navegação dos slides.
4.1.1.3 Visualizar Notas do Professor
Para além de acompanhar os slides do professor, o Learn’It também permite visualizar as notas digitais que
o professor fez nos slides. Esta é uma característica importante, pois desta forma, o aluno não precisa de
voltar a escrever estas notas dado que estas já ficam disponíveis para o aluno as poder consultar no futuro.
4.1.1.4 Fazer Anotações em Tinta Digital
Uma das características consideradas importantes no capítulo 2 foi a anotação dos alunos. Anotar em
tempo real, durante e aula e sincronizar as notas com os slides são motivações extras para fazer mais
anotações. O Learn’It permite escrever directamente sobre os slides e associar essa nota somente a esse
slide, significando que, quando o aluno volta àquele slide, aquela nota é visualizada novamente. Na figura
4.2 podemos ver que existe a possibilidade de alterar as propriedades de tinta do Learn’It. Estas alterações
permitem diversificar no visual de cada nota feita, tendo em conta os gostos de cada aluno.
4.1.1.5 Fazer Anotações com Teclado
À parte das notas digitais que o Learn’It permite fazer, esta ferramenta também permite notas de texto criadas
com o teclado. Dado que qualquer aluno pode utilizar o Learn’It numa aula, é normal que existam alguns
alunos sem acesso a um Tablet PC ou outra tecnologia semelhante. O Learn’It permite então, e a pensar
nesses alunos, a criação de notas em texto com o teclado. Estas notas funcionam como um Post It, e também
estão associadas a um slide.
4.1.1.6 Permissões
De forma a satisfazer duas preferências distintas dos alunos, que são a protecção das notas ou a partilha
delas, estabeleceu-se dois tipos de notas no Learn’It: notas privadas ou notas públicas. Como os nomes
37
indicam, as notas privadas são visualizadas somente pelo aluno devidamente autenticado, e as notas públi-
cas podem ser vistas por qualquer aluno. No entanto, é importante esclarecer que estas considerações dos
tipos de notas só entram em funcionamento quando esta aula for acedida após a aula terminar utilizando
o Learn’It, ou seja, a criação duma nota pública durante a aula não é vista imediatamente pelos restantes
alunos. Tanto as notas com tinta digital como as notas com teclado podem ser públicas ou privadas.
4.2 Após a Aula
Figura 4.3: Learn’It (após a aula)
O Learn’It também é utilizado pelos alunos após a aula terminar. As notas que estes fizeram e as notas
que o professor fez, podem ser consultadas aqui. Para além disso estes podem ver um vídeo da aula,
navegar pela aula e até fazer anotações sobre vídeo. A interface do Learn’It utilizado após a aula pode ser
vista na figura 4.3. Nas figuras 4.4 e 4.5 podemos ver as diferentes opções existentes na zona de abas do
Learn’It. Os principais elementos são:
• Class Video: Vídeo que permite ver e acompanhar a aula.
• Slide Table of Contents: Zona que contém uma lista com os slides e uma notificação se esse slide
contem alguma anotação. Ao escolher um slide desta lista, este é visualizado juntamente com as notas
e o vídeo da aula é actualizado para o momento em que foi mostrado.
• Toolbox Tab: Permite escolher entre a cor da tinta, borracha, grossura da tinta, transparência da tinta
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e escolher o tipo de nota.
• Filters Tab (ver figura 4.4): Permite escolher que tipo de notas desejamos ver do aluno e também
escolher as notas públicas dos outros alunos.
• Videos Tab (ver figura 4.5): Contem uma lista dos vídeos de demonstração utilizados na aula, con-
trolos de navegação dos vídeos e o botão Etch-a-Sketch. Este botão permite adicionar um tempo final
aos apontamentos do vídeo.
• Timeline: Linha temporal que indica o momento em que a aula se encontra. Permite saltar directa-
mente para um tempo da aula que desejar.
Figura 4.4: Aba dos filtros no Learn’It (após a aula)
Figura 4.5: Aba dos vídeos no Learn’It (após a aula)
4.2.1 Características
O Learn’It após a aula apresenta as mesma características apresentadas para o Learn’It durante a aula na
seccção 4.1.1. Para além destas, o Learn’It após a aula apresenta mais três características: o visualizar
vídeo gravado da aula, o navegar pela aula e o anotar sobre vídeo.
4.2.1.1 Visualizar Vídeo Gravado da Aula
A utilização do Learn’It durante as aulas é acompanhada com a gravação dum vídeo da mesma. Com este
vídeo os alunos podem ver e ouvir a aula na integra quando quiserem. Desta feita, mesmo um aluno que
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não pôde ir àquela aula pode, ver e ouvir o que foi dito durante a aula e não fica assim para trás na matéria.
Com o Learn’It os alunos podem ver o vídeo da aula juntamente com os slides e as notas que existem sobre
esses slides. (ver figura 4.3).
4.2.1.2 Navegar Pela Aula
O Learn’It permite ao aluno várias alternativas para navegar na aula arquivada. Os slides da aula foram
sincronizados com o vídeo e uma transição de slide no vídeo corresponde a uma transição de slide no
Learn’It. Esta sincronização permite ao aluno navegar na aula através das seguintes formas:
1. Timeline: Permite ao aluno ir para um tempo específico da aula.
2. Slide Table of Contents: Permite ao aluno navegar pelos títulos dos slides
3. Controlos dos Slides: Botões de navegação dos slides, que permitem andar para trás, frente, e ir
para o primeiro ou último slide.
4.2.1.3 Editar e Criar Notas
O acesso às notas e sua edição é uma das características fundamentais do Learn’It. O maior propósito de
tirar notas é para depois as consultar ou alterar. As notas criadas pelo professor e pelo aluno durante a aula
podem ser consultadas com o Learn’It após a aula. Na visualização das notas dos alunos já entra em acção o
tipo de notas que foram feitas. As privadas só são vistas pelo próprio aluno e as públicas são vistas por todos.
Para além de consultar as notas feitas durante a aula o aluno também pode editá-las ou criar notas no-
vas, quer sejam digitais, quer sejam de texto com o teclado, da mesma forma que o faria com o Learn’It
durante a aula.
4.2.1.4 Anotar Sobre Vídeo
Uma característica totalmente inovadora e introduzida pelo Learn’It é a possibilidade de fazer anotações
sobre o vídeo da aula e sobre vídeos de demonstração que possam aparecer na zona dos slides. Como
já referimos, isto é totalmente inovador e promove mais uma maneira de enriquecer a aprendizagem dos
alunos. Estas notas estão, da mesma forma, associadas ao vídeo em questão sendo no entanto apenas
possível fazer notas digitais.
4.3 Arquitectura Base
Depois de vermos as principais características do Learn’It durante e após a aula, vamos entrar agora em
maior detalhe a nível tecnológico. No desenvolvimento do Learn’It a maior preocupação a ter foi em relação
à tecnologia utilizada. A necessidade de poder chegar a qualquer computador e poder tirar notas para
depois ter acesso às mesmas é essencial neste contexto de aprendizagem. Desta forma é importante que,
um aluno com qualquer computador, Tablet PC ou não, possa ter a possibilidade de interagir com o Learn’It
através da utilização dum simples navegador Web. Nos testes efectuados foram tidos em conta o Firefox
40
e o IE, sendo que não existe, à partida, razões para que não possa ser utilizado noutro, ex. Safari. A
preocupação dos alunos poderem utilizar um PC com sistema operativo Windows ou Linux também foi tido
em conta. Estas duas características são sem dúvida as que mais distinguem o Learn’It dos outros trabalhos
até então conseguidos e por isso o maior desafio foi exactamente o de aproveitar as potencialidades da Web
para fornecer aos alunos uma boa ferramenta de aprendizagem com as características referidas nas duas
secções anteriores.
Figura 4.6: Arquitectura do Sistema Learn’It
A característica principal e mais importante desta arquitectura é a interoperabilidade entre os diferentes
sistemas operativos e a necessidade de um simples navegador Web para executar o Learn’It.
A arquitectura do sistema, como pode ser vista na figura 4.6, é composta por dois componentes:
1. Página Web a correr num Tablet PC
2. Servidor
Vamos agora ver em mais detalhe estes dois componentes e observar como estão relacionados, que
outras opções existiam, bem como as razão das escolhas que foram feitas.
4.3.1 Página Web
Uma das nossas grandes prioridades era desenvolver um protótipo que pudesse ser executado através de
um simples navegador Web. Existem algumas vantagens que surgem com esta abordagem:
• Não é necessário instalar software de cliente.
• Qualquer computador, Tablet PC ou não, tem um navegador Web disponível.
• Actualizações do cliente são totalmente transparentes para o utilizador.
Para além das vantagens surgem também algumas desvantagens, que são:
• Cliente dependente duma ligação a uma rede doméstica ou exterior.
• Compatibilidades de navegadores e sistemas operativos diferentes devem ser tratadas.
• Captura de tinta digital e outras operações são suportadas pelos navegadores Web.
41
Existe somente um outra ferramenta, o Ubiquitous Presenter, com esta característica mas apresenta fun-
cionalidades reduzidas (ver Capítulo 2).
Os constituintes da página Web são: um componente em Flex, uma Java Applet e o Javascript. Veremos de
seguida cada um dos constituintes da página Web.
4.3.1.1 Flex
O componente desenvolvido sobre Flex que é utilizado na página Web do Learn’It, actua como principal
mediador entre o Learn’It e o aluno. O Flex é responsável pelo aspecto visual do Learn’It e pela visualização
da informação da aula. É nele que o aluno acompanha a aula pelos slides, vê as suas anotações e as do
professor. Nas figuras 4.2 e 4.3 podemos ver as interfaces desenhadas sobre o Flex. O Flex tem como
objectivo capturar a tinta digital do aluno e persisti-la enviando-a para a Java Applet, através do Javascript. A
tinta digital pode ser traduzida em traços. Um traço é um conjunto de pontos capturados desde o momento
em que se começa a escrever com a tinta digital até ao momento em que se levanta a pen do Tablet PC.
Por exemplo, ao escrevermos com letra de imprensa estamos a fazer pelo menos um traço por letra. Sendo
assim, uma nota pode ter vários traços, ou somente um traço, se for uma linha recta ou até uma elipse feita
com um só movimento.
4.3.1.2 Java Applet
A principal função deste componente é armazenar a informação da tinta do professor (traços) e do aluno
durante a aula, bem como, comunicar com o Servidor. Através do Servidor, o Java Applet consegue obter
nova informação sobre o estado do Show’Em em termos de slides e anotações do professor. O Learn’It
necessita de saber em que slide o professor se encontra em tempo real e também quais os novos traços
que o professor fez no Show’Em. É através da Java Applet presente na página Web que o Learn’It está a
ser actualizado em tempo real. O Show’Em comunica as actualizações ao Servidor, este, fornece-as à Java
Applet, que por sua vez fornece-as ao Flex através do Javascript.
4.3.1.3 Javscript
O Javascript apenas actua como mediador entre o Flex e a Java Applet presentes na página Web. Não é
possível o Flex e a Java Applet comunicarem directamente, portanto é estritamente necessário envolver o
Javascript nesta arquitectura.
4.3.2 Servidor
O Servidor é constituído por dois componentes distintos: o ePresense e uma plataforma Moodle. Nestas
secções vamos apresentar uma pequena descrição destes dois componentes, bem como falar sobre o que
acontece quando existem falhas de rede durante a aula.
42
4.3.2.1 ePresence
O ePresence (epresence.tv) é um servidor que permite gerir as apresentações e arquivos resultantes das
aulas. À parte dos serviços já existentes no ePresence, criámos outros necessários para lidar com a per-
sistência dos traços da tinta do professor e do aluno. Assim toda a tinta está guardada no mesmo local que
a informação da aula em questão. Assim sendo, o Servidor juntamente com o ePresence contém toda a
informação da tinta digital que foi capturada na página Web. Podemos ver pela figura 4.6 que a comunica-
ção existente, para persistir a tinta digital, entre a página Web e o Servidor é feita através da Java Applet.
A tecnologia ePresence já havia sido utilizada em anos anteriores para arquivar as aulas, pelo que a sua
utilização foi escolhida devido à sua facilidade de adaptação.
4.3.2.2 Moodle
O Moodle (moodle.org) é um sistema de gestão de disciplinas. Através do Moodle é possivel ter uma disci-
plina com um nível de aprendizagem on-line muito elevado. Na nossa arquitectura, este sistema é respon-
sável por gerir a cadeira em que o Learn’It vai ser utilizado. O acesso ao Learn’It é feito através do Moodle,
pelo que tem a autenticação garantida pelo mesmo. Neste momento o Learn’It só está implementado para
autenticar com o Moodle mas é de salientar que, no abstracto, não necessita do Moodle para funcionar.
4.3.2.3 Falhas de Rede
O polling é o mecanismo utilizado para actualizar o Learn’It e permitir ao aluno acompanhar a aula. Este
mecanismo, é utilizado na sincronização da informação do Servidor com a Página Web. Consiste no Learn’It
executar um pedido, periodicamente, ao servidor e receber a consequente resposta. É de apontar que não
existe somente um aluno a executar o Learn’It, e que este é para ser utilizado via Web, e como tal está
dependente das condições de rede existentes na sala de aula. Tendo isto em conta, a duração do intervalo
entre cada pedido do polling estabelecido foi de um segundo, se fosse menor então podia congestionar a
rede com demasiados pedidos em simultâneo. Se fosse maior, já implicava que a taxa de actualização da
informação, por exemplo, a de um traço, já não fosse aceitável e demasiado lenta.
Existe dois pollings no Learn’It: um para detectar mudanças de slides pelo professor e outro para obter
os novos traços feitos pelo professor. Não existe só um polling, pois se a informação desejada fosse toda
no mesmo pedido de um só polling, teríamos de estar à espera de uma resposta demasiado complexa. Por
outro lado, resposta a um pedido de mudança de slide é muito mais rápida que a dos novos traços e portanto
não faz sentido esperar pelos mesmos, para saber se houve ou não mudança de slide. Desta forma optámos
por incluir dois pollings no Learn’It.
Quando existem falhas de rede todos os pedidos efectuados ao Learn’It não são possíveis de fazer e o
Learn’It não é actualizado correctamente. Durante o período de falha de rede o aluno fica sem poder receber
novas mudanças de slide e novos traços de tinta. Para além disso todas as notas que ele fizer durante esse
tempo não são guardadas por falta de comunicação no servidor e consequentemente serão perdidas. Assim
43
que o período de falha de rede voltar ao normal o aluno pode voltar a acompanhar normalmente a sua aula
com o Learn’It.
4.4 Características do Learn’It
Depois de vermos a arquitectura do Learn’It, nesta secção iremos falar sobre as características do Learn’It,
apontadas anteriormente, e como é que estas foram satisfeitas.
4.4.1 Autenticação do Aluno
Como já foi referido atrás a autenticação do aluno é garantida através de um sistema chamado Moodle. Para
aceder ao Learn’It o aluno terá de primeiramente aceder ao Moodle e fornecer as suas credenciais. Só
depois de correctamente autenticado é que o aluno pode utilizar o Learn’It.
4.4.2 Acompanhar a Apresentação
Para a acompanhar a apresentação utilizando o Learn’It é preciso que a aula esteja a ser dada pelo pro-
fessor utilizando o Show’Em. Com o Show’Em, cada mudança de slide produz uma alteração no estado
do Servidor e o Learn’It apercebe-se desta alteração fazendo com que também altere o seu slide actual e
mostrando desta forma a alteração de slide feita pelo professor. O modo como o Learn’It se apercebe da
alteração no Servidor é feita através do mecanismo de polling, em que, de segundo em segundo, o Learn’It
acede ao servidor e vê qual é o slide em que se encontra a aula, fazendo a respectiva alteração caso o slide
tenha alterado. A arquitectura cliente/servidor é bem visível nesta interacção.
Outro aspecto a considerar é a actualização da imagem do slide. Cada mudança de slide exige a que
uma imagem seja alterada no Learn’It. Esta alteração pode ser feita de duas maneiras. A primeira opção
é transferir, sempre que haja uma alteração de slide, a imagem do slide do servidor. Ora quanto maior for
a imagem, em termos de tamanho em disco, maior o tempo de transferência e consequentemente maior
o congestionamento da rede, visto que todos alunos com o Learn’It vão ter uma alteração de slide. Para
reduzir este custo optámos por formatos de imagens com maior compressão (PNG). A segunda opção, será
transferir as imagens todas para o Learn’It no início da aula, retirando assim o pedido HTTP da imagem do
slide aquando uma mudança de slide. Esta segunda opção é claramente a mais desejada e o tempo inicial
de transferência de todas as imagens pode ainda ser reduzida através da transferência de apenas algumas
das primeiras imagens e, à medida que o a aula avança, faz-se a transferência dos restantes slides. A última
opção foi a escolhida pois traz maior desempenho à aplicação.
4.4.3 Visualizar Notas do Professor
Tal como anteriormente, para visualizar as notas do professor é necessário que o Show’Em seja utilizado
pelo professor. A forma como funciona esta característica por parte do Learn’It é muito semelhante à ante-
rior. Cada traço feito pelo professor no Show’Em é enviado para o Servidor. O Learn’It apercebe-se de que
44
existe uma traço novo para ser visualizado e obtém a informação desse traço actualizando-se com o novo
traço do professor. Mais uma vez o mecanismo de polling é utilizado e um contador com o número de traços
existentes permite ao Learn’It saber que foram adicionados um ou mais traços para visualizar.
O maior desafio é garantir que não haja perda de traços feitos pelo professor e que o tempo a partir do
qual o professor faz o traço no Show’Em e este ser visível pelo Learn’It, seja aceitável para acompanhar a
aula. Para que não haja perda de traços, um contador garante que a contagem dos traços esteja correcta
e qualquer alteração é correctamente visível. Por outro lado, para que o tempo de visibilidade do traço seja
aceitável o tempo de polling considerado foi de um segundo, como já foi referido atrás. Este tempo junta-
mente com o contador permite a que, de segundo a segundo, apenas os traços feitos pelo professor, nesse
intervalo de tempo, sejam lidos pelo Learn’It no Servidor e visualizados de imediato.
4.4.4 Fazer Anotações com Tinta Digital
O nosso primeiro passo no desenvolvimento do Learn’It foi encontrar uma tecnologia que nos permitisse
capturar tinta digital e guardá-la para a ver futuramente. De seguida iremos abordar estes dois aspectos.
4.4.4.1 Persistência
A Java Applet vista atrás garante a persistência dos traços dos alunos e do professor. Uma Java Applet foi
esolhido devido ao facto de que existia um maior conhecimento da linguagem Java, pouco tempo disponível
para aprendizagem e também que a tecnologia Java é bem conhecida pelas suas compatibilidades entre
navegadores diferentes.
4.4.4.2 Captura
Como se pode constatar pela figura 4.6, a tecnologia escolhida para a captura de tinta digital foi o Flex. No
entanto até chegarmos ao Flex surgiram outros candidatos. De seguida apresentamos esses candidatos e
as suas vantagens e desvantagens.
• Java Applet : Primeira escolha lógica para a captura e persistência da tinta digital.
– Vantagens:
∗ Página Web continha apenas uma Java Applet.
∗ Linguagem Java suficientemente rica para criar elementos gráficos simples e bonitos para
qualquer navegador Web.
– Desvantagens:
∗ Captura da tinta digital torna-se demasiadamente pesado tornando-a ineficiente.
• JavaScript : Não seria necessário introduzir outra tecnologia.
– Vantagens:
∗ Captura dependente apenas da tecnologia do navegador.
∗ Linguagem de Javascript gera os seus próprios eventos do rato.
– Desvantagens:
45
∗ Elementos visuais da página variam de navegador para navegador.
∗ Mostrar visualmente a tinta digital capturada é muito pesado e lento, tornando a captura de
muita tinta digital intolerável.
∗ Cada traço feito faz alterações ao DOM da página.
• Open Laszlo (DHTML) : Escolhido entre Laszlo, Flex ou Flash devido à sua menor curva de aprendi-
zagem.
– Vantagens:
∗ Fácil de aprender.
∗ É uma tecnologia de RIA (Rich Internet Application).
∗ O uso de DHTML facilita a comunicação entre Laszlo e a Java Applet.
– Desvantagens:
∗ Menos pontos capturados em cada traço, tornando a qualidade da tinta inadmissível.
∗ Tal como o JavaScript, mostrar visualmente a tinta digital capturada é muito pesado e lento,
tornando a captura de muita tinta digital intolerável.
∗ Tal como o JavaScript, cada traço feito faz alterações ao DOM da página.
• Open Laszlo (Flash) : Adiciona um elemento Flash ao DOM da página.
– Vantagens:
∗ Fácil de aprender.
∗ É uma tecnologia de RIA (Rich Internet Application).
– Desvantagens:
∗ Menos pontos capturados em cada traço, tornando a qualidade da tinta inadmissível.
∗ Comunicação constante com a Java Applet é impossível quando se utiliza o Internet Explorer
(pode já estar corrigido em novas versões).
• Flex: Semelhante ao Open Laszlo, pois está baseado em XML.
– Vantagens:
∗ É uma tecnologia de RIA (Rich Internet Application).
∗ Fácil de aprender.
∗ Pode ser utilizada juntamente com Flash
∗ Número de pontos capturados é similar aos capturados pela Java Applet ou pelo JavaScript,
ficando a tinta digital com qualidade aceitável.
– Desvantagens:
∗ Não existe o mecanismo de threading para escalonamento de processos.
O Flex foi então escolhido devido, sobretudo, à sua facilidade de aprendizagem e a qualidade de tinta ser
aceitável. Com o Flex é possível conceber uma aplicação que funcione em Windows ou Linux e também em
vários navegadores Web.
4.4.4.3 Maximizar Número de Traços
A tinta digital do aluno é capturada através do Flex. As anotações feitas são constituídas por vários traços e
por cada traço da tinta digital, a informação guardada é:
46
• identificador
• pontos do traço (relativos)
• três componentes de cor (RGB)
• largura do traço
• transparência
• numero do slide ou nome do vídeo
Na captura do dos pontos de cada traço na página Web com o Learn’It, é necessário ter em conta as dimen-
sões da área de desenho que o Learn’It disponibiliza para capturar os traços. As coordenadas capturadas
por esta área são relevantes a estas dimensões e são por isso considerados coordenadas absolutas, ou
pontos absolutos. Ao capturar o traço, o Flex envia o seu identificador, pontos dos traços com coordenadas
absolutas, cor, largura do traço, transparência e número de slide ou nome do vídeo, para a Java Applet. O Ja-
vaScript actua como ponte entre o Flex e a Java Applet. Ao receber esta informação a Java Applet procede à
transformação dos pontos absolutos em pontos relativos. Esta transformação consiste em dividir as coorde-
nadas x e y dos pontos pelas dimensões da dimensão da área de captura dos mesmos. As coordenadas dos
pontos relativos estão desta forma com valores entre 0 e 1. O benefício de ter os pontos relativos do traço é
poder escalar o traço para qualquer área de desenho. Após obter estes pontos relativos, a Java Applet obtém
as três componentes de cor (RGB) e envia toda a informação recebida com as alterações efectuadas para
o Servidor com o ePresence, para persistir num formato XML final ou em binário como iremos ver em seguida.
É importante que o utilizador continue a escrever com a mesma qualidade de tinta digital, independente-
mente da quantidade de tinta digital que já fez anteriormente. Por esta razão existem precauções a ter na
captura da tinta digital.
Vamos considerar como aceitável que o aluno faz várias notas durante a aula e que ao fim dessa aula todos
os traços foram persistidos num formato XML perceptível. Tendo isto em conta, tínhamos duas abordagens
diferentes sobre as quais efectuámos alguns testes para verificar e escolher qual seria a melhor implementa-
ção para maximizar a entrada de dados pelo utilizador, isto é, para maximizar o número de traços feitas pelo
aluno sem perder a qualidade de nenhum deles. A primeira abordagem consiste em adicionar directamente
os traços a um ficheiro XML e a segunda consiste em persistir a informação do traço em formato binário para
depois passar para um formato XML no final da aula.
Antes de entrarmos nos testes é muito importante abordar a situação em que o aluno não precisa de esperar
que um traço seja persistido para fazer outro. Para tal situação precisamos de mecanismos de threading, e
como já vimos anteriormente, o Flex não permite este mecanismo e portanto temos de recorrer à Java Applet
para resolver este problema. Esta é a razão que torna o Java Applet imprescindível nesta arquitectura.
Vamos então ver os testes que foram feitos e os seus resultados.
47
4.4.4.4 Persistir Traços directamente em XML
Depois do Servidor com o ePresence receber a informação do traço para persistir, este pode adicionar o traço
directamente a um ficheiro XML. A função de adicionar é feita pelos serviços .Net do Servidor com ePresence
e foram feitos alguns testes para medir a velocidade desta operação sobre determinadas condições. Os
testes foram:
1. Criar 1000 traços para o mesmo aluno: 1000 traços foram escolhidos aleatoriamente e enviados
para a Java Applet persistir.
• Sem threading: 3m11s
• Com threading: 3m39s
2. Criar 1000 traços para o 10 alunos diferentes: 10 alunos criaram aleatoriamente 1000 traços em
simultâneo e enviaram para a Java Applet persistir.
• Sem threading: 25m10s
• Com threading: 26m44s
4.4.4.5 Persistir Traços em Binário
A diferença deste teste para os anteriores é que a informação do traço não é persistida directamente num
ficheiro XML, mas serializada através de serialização binária pelos serviços .Net no Servidor com ePresence.
À parte do ficheiro serializado, um ficheiro XML é criado contendo apenas o número de traços criados e os
identificadores dos traços apagados. Este ficheiro XML é necessário para gerar o ficheiro XML perceptível
normal. Os testes foram os seguintes:
1. Criar 1000 traços para o mesmo aluno: 1000 traços foram escolhidos aleatoriamente e enviados
para a Java Applet persistir.
• Sem threading: 58s
• Com threading: 1m
2. Criar 1000 traços para o 10 alunos diferentes: 10 alunos criaram aleatoriamente 1000 traços em
simultâneo e enviaram para a Java Applet persistir.
• Sem threading: 4m10s
• Com threading: 4m21s
4.4.4.6 Conclusão
Como podemos observar pela tabela 4.1, a melhor abordagem é a persistência binária. O uso de mecanismo
de threading tem uma influência muito insignificante na velocidade e portanto foi utilizado pelos benefícios
que este mecanismo proporciona como vimos atrás.
4.4.5 Fazer Anotações com Teclado
As anotações com teclado são outro tipo de notas para além das anotações digital. As anotações digitais
são o foco do Learn’It mas qualquer utilizador sem Tablet PC pode fazer notas de texto. Para fazer uma nota
48
Tabela 4.1: Tabela de Comparações dos Testes de Entrada
de texto o aluno tem de premir o botão direito do rato e seleccionar a opção que lhe permite criar uma nota
de texto. Aparece no local onde premiu o botão do rato um post-it, onde poderá escrever a sua nota. Este
post-it está automaticamente associado ao slide e pode ser visto depois das aulas do mesmo modo que se
vê uma nota digital.
Quando é criado um novo post-it a sua informação é imediatamente enviada para o servidor, para que não
haja percas de informação devido a algum problema na aula. A edição dos post-its também é imediatamente
enviada para o servidor pelas mesmas razões.
É possível minimizar um post-it e no seu lugar aparece um alvo a indicar o local dessa nota. Para voltar
a rever ou editá-la basta carregar neste alvo e o post-it aparecerá de novo.
4.4.6 Permissões
Como já referimos, as notas podem ser privadas ou públicas. No Servidor cada aluno possui um ficheiro
para cada tipo de nota e para cada aula. Sendo assim o ficheiro das notas privadas de cada aluno, contem
todos os traços privados feito durante essa aula bem como o nome do aluno. A criação de ficheiros distintos
facilita a leitura das notas públicas para o Learn’It após a aula. Quando um aluno acede ao Learn’It após
a aula, todas notas públicas de todos os alunos são carregadas para o aluno poder ver. Ao existir um só
ficheiro para as notas públicas por aluno, não existe leitura de notas desnecessárias para o carregamento do
Learn’It.
4.4.7 Visualizar Vídeo Gravado da Aula
Após a aula, o Learn’It permite visualizar o vídeo da aula. Permite o aluno assistir à aula mesmo que não
tivesse ido à aula em si. O Learn’It foi , como já foi referido, desenvolvido utilizando a tecnologia Flex. Para
visualizar um vídeo em Flex, este preciso de estar no formato FLV e é necessário existir um servidor que
permita fazer streaming de vídeo. O Red 5 é um servidor que permite fazer streaming de vídeos FLV. Existe
uma versão do Red 5 que foi concebida para funcionar em conjunto com o ePresence, a qual estamos a
utilizar. Sendo assim cabe ao Red 5 a responsabilidade de reproduzir o vídeo da aula num formato FLV. A
responsabilidade de colocar todos os vídeos de demonstração e da aula num formato FLV no Servidor é do
Sketch-On-Video, o qual também é responsável por criar os restantes conteúdos do arquivo.
49
4.4.8 Navegar Pela Aula
No Learn’It após a aula existe o vídeo da aula que está sincronizado com os slides e vídeos de demons-
tração que possam existir nessa aula. Cada slide e vídeo de demonstração tem um tempo associado, que
corresponde ao tempo do vídeo da aula, a que o slide ou vídeo de demonstração aparece no Learn’It. No
Learn’It existem diversas zonas que permitem navegar pela aula:
• Timeline: Indica o tempo em que o vídeo se encontra e as posições dos slides ao longo da aula. Ao
carregar num determinado local da mesma, o Learn’It actualiza o seu estado para o tempo da aula que
foi carregado. Este componente não foi desenvolvido por nós, mas sim pelos mesmos criadores do
ePresence.
• Slide Table of Content: Índice dos slides da aula com indicação de quais os slide que têm notas sobre
eles. Ao carregar numa entrada deste índice, o Learn’It actualiza o seu estado para o tempo associado
desse slide.
• Video Demonstração: Índice semelhante ao índice dos slide mas para os vídeo de demonstração.
• Controlos dos Slides: Botões de navegação pelos slides. Permitem passar para o slide próximo,
anterior ou ir até ao primeiro ou último slide.
A actualização do estado do Learn’It consiste em posicionar o vídeo da aula para o tempo da actualiza-
ção, bem como mostrar o respectivo slide, e actualizar a barra que indica o tempo na timeline.
Existe uma dificuldade encontrada que está relacionada com a timeline. A timeline utilizada, como já
referi, é um componente Flash criado pelo ePresence. Uma das virtudes do Flex é poder incorporar com-
ponentes Flash. No entanto esta virtude traz complexidades, nomeadamente a nível da comunicação entre
o Flex e o componentes Flash embebidos no Flex. Existe uma limitação na comunicação que faz com que
só possa existir uma ligação por navegador Web. Desta forma, não é possível executar várias instâncias do
Learn’It dentro do mesmo navegador Web. Esta limitação terá de ser ultrapassada criando uma timeline com
o Flex, cessando assim a necessidade da comunicação entre o Flex e os seus componentes Flash.
4.4.9 Anotar Sobre Vídeo
No Learn’It existe sempre um vídeo da aula e também existe a possibilidade de haver vídeos de demons-
tração. Para aumentar os níveis de aprendizagem, queremos que tudo o que aparece, como conteúdos, no
Learn’It possa ser anotado. Sendo assim, a possibilidade de anotar sobre os vídeo presentes no Learn’It
torna-se indispensável. O Flex oferece mecanismos de transparência que permite adicionar camadas de
tinta sobre os vídeos FLV. Desta forma, a única alteração necessária para incluir anotações sobre o vídeo é
especificar na nota o seu slide ou vídeo correspondente, e caso seja um vídeo, esta pode ter um tempo de
início e fim associado.
50
5 Show’Em - Ferramenta de Captura de Apresentação com Suporte a
Anotações
No capítulo anterior tivemos a oportunidade de apresentar um protótipo que tem como utilizadores finais os
alunos durante e após a aula. Neste capítulo passamos para os outros intervenientes duma aula que são os
professores. O protótipo que vamos apresentar agora, chama-se Show’Em, e é utilizado pelos professores
para capturar a apresentação e suportar anotações durantes a aula.
Figura 5.1: Diagrama do Show’Em
Em seguimento do capítulo 2, em que se apresentaram algumas características importantes, este pro-
tótipo tem como principais objectivos controlar apresentações com slides e fazer anotações sobre slides
e sobre vídeo. O capítulo está dividido em três secções. Na primeira secção, secção 5.1, descrevemos
as características do Show’Em. Na segunda secção, secção 5.2, entramos em detalhe sobre a arquitec-
tura e tecnologia utilizada. Na última secção, secção 5.3, vamos voltar às características do Show’Em,
descrevendo-as com maior detalhe e como é que estas foram implementadas.
5.1 Show’Em
O Show’Em é uma ferramenta de auxilio ao professor durante a aula. No entanto, um dos grandes objectivos
será fazer com que o Show’Em não se torne numa distracção mas sim uma mais-valia para o professor
durante a aula. Como já foi mencionado mais do que uma vez, o uso de slides para fazer apresentações
está a ser cada vez mais utilizado. Como também já vimos no capítulo 2, existem inúmeras ferramentas
que permitem criar e dar apresentações com o uso de slides. Na fugura 5.2, podemos ver a interface do
Show’Em. Os principais elementos são:
• Slide Preview Zone: Zona de slides que permite ver o professor slide seguinte e anterior da apresen-
tação. O professor pode navegar nesta zona sem mostrar os slides aos alunos.
• Video: Zona que permite adicionar um vídeo à apresentação e controlá-lo.
51
Figura 5.2: Show’Em
• Ink, Erase, Highlight, Ink Thickness: Funcionalidades semelhantes à Toolbox do Learn’It que permite
escolher a cor da tinta, borracha e grossura da tinta.
• Pesentation Controls: Permite começar, parar e pausar a apresentação. Também permite navegar
pelos slides da apresentação.
• Setup Wizard: Permite configurar o perfil e os dados da apresentação.
• Botão On-line/Off-line: Indica e permite escolher se a apresentação está a ser transmitida em tempo
real.
5.1.1 Características
Nesta secção iremos falar sobre as características do Show’Em e as suas diferenças em relação a essas
ferramentas. As características que iremos falar são: o configurar uma apresentação, o controlar uma apre-
sentação, o capturar as transições de slides, o adicionar vídeo à apresentação e o fazer anotações sobre os
slides e vídeo.
5.1.1.1 Configurar uma Apresentação
Antes de iniciar uma aula ou apresentação o professor precisa de configurá-la. Esta configuração é feita atra-
vés do Show’Em e consiste em: escolher o perfil, criar uma nova apresentação e escolher os slides dessa
apresentação.
52
Para configurar a apresentação o professor precisa de executar o wizard de configuração (ver figura 5.2).
O primeiro passo é então escolher o perfil que vai utilizar para a sua apresentação. O perfil contém in-
formação do URL do Servidor, palavra-chave do Servidor, modo da aula (on-line ou off-line) e o nome do
apresentador. O nome do perfil é utilizado como parte do nome de todas as apresentações que criar com
este perfil.
Depois de escolher o perfil, tem de escolher entre: criar uma nova apresentação ou continuar uma an-
tiga. Para criar uma nova apresentação terá de escrever o número da aula a que esta apresentação está
destinada e seleccionar a opção de criar uma nova. Se pretende continuar uma apresentação antiga apenas
tem de a escolher na lista de todas as apresentações visíveis e continuar com a configuração.
O passo seguinte da configuração consiste na escolha dos slides para essa apresentação. Se no passo
anterior optou por continuar uma apresentação poderá concluir a o wizard sem adicionar novos slides. Caso
pretenda adicionar slides à apresentação, tanto para uma nova apresentação como para uma antiga, então
terá de adicionar à lista de Powerpoints a apresentação que deseja adicionar. Depois de adicionar à lista,
para poder utilizar os slide desses Powerpoints escolhidos, terá de converter esses slides em imagens para
que possa ser utilizado pelo Show’Em e pelo Learn’It. Esta conversão é feita através do elemento COM
disponibilizado pelo Microsoft Office PowerPoint. As imagens extraídas são sempre guardadas localmente e
gravadas remotamente dependente do modo da aula (tem de ser on-line para guardar no Servidor) escolhido
no perfil. Após escolher todos os slides que quer para a apresentação, pode terminar a configuração e está
pronto para começar a aula.
5.1.1.2 Controlar uma Apresentação
Existem muitas ferramentas que permitem controlar uma apresentação com slides. Esta característica con-
siste em navegar pelos slides e escolher qual deverá ser mostrado aos alunos. O Show’Em também permite
que um segundo ecrã, ou projector esteja ligado ao PC para que a imagem do slide seja visualizada neste
segundo ecrã. Com isto, o aluno pode acompanhar a aula e as ver as notas do professor mesmo senão
tiver um portátil consigo. Esta característica não traz nada de novo em relação às já existentes, contudo não
deixa de ser indispensável. Esta característica é igual às já conhecida capacidade do Powerpoint, e que são
indispensáveis para o professor efectuar uma apresentação aos alunos.
5.1.1.3 Capturar Transições de Slides
Vimo atrás que a apresentação no Show’Em é composta pelas imagens dos slides da apresentação. Estas
imagens são obtidas na altura em que o professor escolhe qual a apresentação que vai utilizar e carrega-
a para o Show’Em. Nesta altura o Show’Em envia para o servidor, todas as imagens dos slides dessa
apresentação e fica com uma cópia local das imagens para acesso rápido. As imagens no servidor são as
imagens utilizadas pelo Learn’It para os alunos acompanharem a aula. Após esta operação estar concluída,
53
o professor pode começar a apresentação com o Show’Em e qualquer transição de slide que efectuar com o
Show’Em é registada com o tempo em que ocorreu, tanto localmente como no servidor.
A captura de transições tem duas finalidades. A primeira é permitir aos alunos seguirem em tempo real
a apresentação com o Learn’It. A segunda diz respeito à sincronização existente entre os slides e o vídeo
da aula, que são vistos após cada aula pelo Learn’It. Podemos no entanto apontar que o Show’Em não
necessita do Learn’It para funcionar, e a captura das transições pode ser efectuada apenas localmente.
5.1.1.4 Adicionar Vídeo à Apresentação
A maior parte das apresentações realizadas pelos professores apenas utilizam slides. No entanto, de vez
em quando, alguns professores gostam de mostrar vídeos de demonstração que servem algum propósito
daquela aula. Com o Show’Em o professor pode por um vídeo a correr no mesmo local onde estão os slides
e desta forma estes também são vistos no segundo ecrã, para que os alunos possam ver. A mudança de
slide e a mudança para um vídeo traduz-se numa transição para o Show’Em. A diferença está no tipo de
transição (vídeo ou slide) e o nome do vídeo ou número do slide.
Ao adicionar vídeo à apresentação, o Show’Em captura esta transição, mas desta vez como sendo de vídeo.
O resultado desta captura, do lado do Learn’It, é que após a aula, quando chegar à altura desta transição, o
Learn’It mostra o vídeo aos alunos na zona dos slides. É importante realçar que nada acontece em tempo
real no Learn’It durante a aula quando o vídeo está a ser mostrado pelo Show’Em. Isto porque, é necessário
uma banda de rede muito larga para que todos os alunos conseguissem ver o vídeo em condições e em
tempo real.
5.1.1.5 Fazer Anotações Sobre os Slides e Vídeo
Com as características anteriores o professor já pode controlar a apresentação e capturar transições de sli-
des e vídeo. A última característica é a capacidade de fazer anotações tanto sobre os slides como sobre o
vídeo.
Já vimos no capítulo anterior que uma das características do Learn’It é visualizar as anotações do professor.
As anotações que o professor faz sobre os slides são sempre importantes para realçar alguma aspecto que
o professor acha relevante no slide. Ele pode escrever ou até sublinhar algo de importante para os alunos e
estes vêm imediatamente as anotações que o professor acabou de fazer através do Learn’It.
As anotações sobre o vídeo é uma das características que distingue o Show’Em de qualquer outra ferra-
menta similar. Adicionar vídeo à apresentação já é vulgar mas poder escrever sobre esse vídeo não é tão
comum. Desta forma, com o Show’Em, o professor pode fazer anotações sobre o vídeo da mesma forma
que o faria sobre os slides. As notas feitas estão associadas ao vídeo e não é necessário pausar o vídeo
para o fazer. Às notas sobre o vídeo é associado um tempo de início e tempo de fim. O tempo de início é o
54
tempo inicial em que a nota foi feita e o tempo final é o tempo final do vídeo. Este tempo final do vídeo pode
ser alterada através da funcionalidade Etch-a-Sketch (ver figura 5.2). Ao utilizar esta função todas as notas
feitas são limpas do ecrã e é-lhes associada o tempo final em que foram limpas.
Mais uma vez, a diferença entre anotar nos slides ou no vídeo é o facto de estas anotações só serem
vistas pelo Learn’It após a aula.
5.2 Arquitectura Base
O Show’Em é uma ferramenta que vai ser utilizada pelos professores e apesar do nosso grande desejo de
tornar todos as nossos protótipos executáveis através dum navegador Web, para este protótipo optámos
por fazer uma aplicação cliente desktop. A principal razão desta escolha deve-se ao facto de que se existir
uma falha de rede a aula tem de continuar. Se o Show’Em não fosse uma aplicação desktop, então numa
falha de rede o professor ficaria pendurado à espera de rede sem poder continuar a dar aula, o que é
inadmissível. Vamos agora ver a arquitectura do Show’Em que está dividia em dois componentes (ver figura
5.3): a aplicação desktop e o Servidor.
Figura 5.3: Arquitectura do Sistema Show’Em
5.2.1 Aplicação Desktop
Como já vimos anteriormente, a estratégia de desenvolvimento utilizada para o Learn’It não pôde ser aplicada
para o Show’Em. Esta incluia desenvolver o protótipo para ser executado num navegador Web. Ora visto
que o Show’Em iria ser aplicado pelo professor, para além do factor já mencionado atrás, outros factores
surgiram para mudar de abordagem e desenvolver uma aplicação desktop. Os factores que surgiram foram
os seguintes:
• Não estar dependente de rede para fazer apresentação.
• Só existe um cliente a ser executado durante uma aula.
55
• É necessário acesso ao disco local para carregar a apresentação e os vídeos de demonstração.
• Garantir backup local da informação da aula em caso de falha de rede.
Tendo estes factores em conta resolvemos fazer uma aplicação desktop para o professor. O próximo
passo seria escolher a plataforma de desenvolvimento do Show’Em. Nesta escolha surgiu o CSharp muito
naturalmente devido à sua facilidade de aprendizagem, conhecimento anterior e imensidão de ferramentas
existentes e bibliotecas de apoio ao desenvolvimento nesta plataforma.
No Learn’It, o Flex é responsável pela captura da tinta digital, enquanto que, no Show’Em, é uma biblio-
teca chamada, Microsoft Ink, que tem esse papel. A definição de traço que vamos aplicar para o Show’Em
é a mesma que foi aplicada para o Learn’It com a diferença de que é o Microsoft Ink que tem um painel de
desenho onde os traços são capturados.
5.2.2 Servidor
Como podemos observar pela figura 5.3, o servidor também contém o componente ePresence. Como vimos
no Capítulo 4, este componente é igual ao utilizado pelo Learn’It e serve como repositório de toda a infor-
mação relevante da aula. É através dele que o Learn’It obtém o necessário para criar um arquivo da aula
que o aluno pode consultar através do Learn’It após a aula. As interacções que existem entre o servidor e o
Show’Em são as seguintes:
• Iniciar o processo de criação duma aula no servidor.
• Carregar imagens dos slides para o servidor.
• Registar as transições de slides e vídeo.
• Enviar informação de cada traço de tinta digital para o servidor.
A comunicação do Show’Em com o servidor é feita através da invocação de serviços Web. No entanto
podem surgir falhas de rede durante estas comunicações. De seguida vamos analisar o que acontece nestas
situações.
5.2.2.1 Falhas de Rede
Numa falha de rede o Show’Em deixa de poder comunicar com o Servidor. Isto implica a que nova infor-
mação não seja enviada para o Servidor e consequentemente, o aluno deixa de poder acompanhar a aula
correctamente. Quando ocorre uma falha de rede, as transições e novos traços de tinta são apenas guarda-
dos localmente pelo que remotamente esta informação deixa de estar actualizada. Mesmo que a rede volte a
funcionar a actualização não é feita imediatamente, não querendo isto dizer que o aluno não consegue voltar
a acompanhar a aula. Depois de voltar a rede, a seguir a uma falha, o Show’Em e Learn’It comportam-se tal
como se não existisse essa falha. No entanto, o Show’Em registou a falha, e no final da aula dá a opção ao
professor para actualizar no Servidor o que foi perdido. Isto só é possível porque todas as interacções são
sempre registadas localmente. Por outro lado, mesmo que continue a existir falhas de rede no final da aula,
o professor pode optar por actualizar a aula noutra altura que haja rede.
56
5.3 Características do Show’Em
Vimos anteriormente a arquitectura do Show’Em. Vamos agora ver como é que esta influencia as caracterís-
ticas do Show’Em.
5.3.1 Controlar Uma Apresentação
O Show’Em deve ter um comportamento semelhante ao Powerpoint, isto é, deve permitir carregar uma
apresentação e ainda projectá-la para os alunos seguirem. Para além disso deverá permitir navegar pela
apresentação e também permitir visualizar quais os slides da apresentação. O Show’Em carrega uma apre-
sentação no formato PPT e tira, através da COM disponibilizado pelo Powerpoint, dos slides uma imagem
em formato PNG. O formato PNG foi escolhido devido à sua reduzida dimensão e boa qualidade. O tamanho
das imagens escolhido foi de 800x600 pois, 1024x768 seria demasiado grande para transferir em tempo real
para os alunos e num formato mais pequeno seria muito pequeno para permitir anotações sobre o slide.
Ao tirar as imagens dos slides, este envia para o Servidor as mesmas imagens para que o Learn’It possa
usá-las. A apresentação é, desta forma, um conjunto de imagens dos slides.
5.3.2 Capturar Transições de Slides
Cada mudança de slide significa uma mudança de imagem do slide. O Show’Em mantém uma lista com o
número dos slides que permite seleccionar a imagem correcta correspondente ao slide actual. A operação
de mudança de slide implica invocar os serviços do Servidor para alterar o número do slide em que se en-
contra a apresentação. Vimos, no Learn’It, que este utiliza um mecanismo de polling para detectar quando é
que o número do slide actual altera para se manter a par da apresentação.
Na comunicação existente no Show’Em com o Servidor para a captura de transições surgiram algumas
questões. A captura de transições envolve apenas o envio do número de slide ou nome do vídeo para o
Servidor, o qual apenas adiciona uma transição a um ficheiro XML com o registo de tempo a que ocorreu
com a informação vinda do Show’Em. A adição desta transição ao ficheiro XML é muito rápida e não é tão
pesada como a adição da informação dum traço a um ficheiro XML. Sendo assim, não é necessário seriali-
zar a informação tal como é feita para as anotações. A única alteração que foi feita nesta comunicação foi a
adição de um mecanismo de threading, que permite enviar muitas transições sem esperar que estas sejam
registadas pelo servidor.
5.3.3 Adicionar Vídeo à Apresentação
A adição de vídeos de demonstração no Show’Em corresponde a uma transição de vídeo no Learn’It após
a aula. No Show’Em, o mesmo corresponde a adicionar um video player com a capacidade de abrir vídeos
no formato WMV e AVI. Dado que estes formatos não são permitidos pelo Learn’It, o Skecth-On-Video, fer-
ramenta de produção do arquivo com a aula, tem a função de converter estes vídeos para o formato FLV.
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Estas transições de vídeo são semelhantes às transições de slides no que diz respeito ao envio de infor-
mação para o Servidor. A informação enviada numa transição de vídeo consiste o nome do vídeo e no
tempo da aula em que o vídeo foi introduzido na apresentação.
5.3.4 Fazer Anotações Sobre Slides e Vídeo
5.3.4.1 Captura e Persistência
A captura e persistência da tinta digital é garantida no Show’Em através duma biblioteca criada especifica-
mente para Tablet PCs, pela Microsoft, que se chama, Microsoft Ink. Esta biblioteca permite capturar a tinta
digital e modificar as suas propriedades. Capturar um traço implica guardá-lo localmente e por vezes remo-
tamente. Ao fazer um traço, a Microsoft Ink, guarda os seus pontos absolutos, tal como acontece no Learn’It
com o Flex.
Localmente, o Show’Em converte os pontos absolutos e relativos e guarda o traço no ficheiro do profes-
sor dessa aula. Se o Show’Em estiver em modo on-line o Show’Em envia a informação do traço para o
Servidor e é no Serviodr que a alteração dos pontos para pontos relativos é executada. O Servidor é então
responsável por guardar o traço no ficheiro do professor correspondente daquela aula. O Learn’It irá buscar
estes traços para mostrar aos alunos.
5.3.4.2 Maximizar Numero de Traços
O problema de maximização das anotações é o mesmo problema que encontrámos na maximização das
anotações feitas no Learn’It. O professor não quer estar à espera que um traço seja guardado para que
possa fazer novos traços. Desta forma tivemos em conta os mesmos testes que efectuámos ao Learn’It para
o mesmo efeito. Faz sentido, pois a informação enviada de cada traço é igual e o resultado final da persis-
tência de cada traço também é igual ao Learn’It.
De acordo com os testes que efectuámos com o Learn’It, a escrita directa em XML ou serialização biná-
ria da informação do traço eram as escolhas possíveis. Do resultado destes teste concluímos que a melhor
solução seria a serialização binária dos traços. Esta solução também foi incorporada nas anotações do pro-
fessor. Para além desta solução, o mecanismo de threading, possível numa plataforma CSharp, também
ajudou maximizar a escrita, pois desta forma, não é preciso o professor esperar que a informação do traço
seja persistida para fazer outro.
58
6 Resultados e Discussão
A avaliação dum protótipo de engenharia é dos momentos mais esperados em todo o processo de desenvol-
vimento de qualquer projecto. É através deste momento que conseguimos determinar se o esforço despen-
dido na realização dos protótipos alcançaram os objectivos inicialmente propostos. Após o desenvolvimento
dos protótipos descritos nos capítulos anteriores, foram realizados testes de avaliação sobre cada um deles.
Cada avaliação está focada no seu protótipo e o esperado de cada um difere ligeiramente consoante os
objectivos iniciais, partilhando contudo o mesmo objectivo melhorar a aprendizagem do aluno dentro e fora
da sala de aula.
Este capitulo está divido da seguinte forma:
• Avaliação do Learn’It (secção 6.1)
• Avaliação do Show’Em (secção 6.2)
Cada secção é seguida por uma breve discussão sobre os resultados obtidos.
6.1 Avaliação do Learn’It
O nosso grande objectivo com o Learn’It foi testar de alguma forma qual foi o impacto que causou nos alunos
ao utilizarem este protótipo. Este impacto pode ser traduzido de várias formas começando pela quantidade
de notas que cada aluno tirou em cada aula, passando pelo grau de satisfação individual e acabando no
sucesso ou mais valia que a utilização do Learn’It proporcionou a cada aluno. Nesta secção iremos descrever
o processo de avaliação que foi feito e que nos permitiu responder às questões anteriores. Iremos dar uma
avaliação heurística do Learn’It durante e após a aula, avaliar o comportamento dos alunos durante e após
a aula, satisfação dos alunos face ao Learn’It e o sucesso e mais-valia que o Learn’It proporcionou.
6.1.1 Comportamento Durante a Aula
6.1.1.1 Procedimento Experimental
O Learn’It foi utilizado na disciplina de Produção de Conteúdos Multimédia do 1o ano do 2o ciclo de Bo-
lonha do curso de Engenharia Informática, durante o segundo semestre do ano lectivo de 2007/2008 no
IST-Taguspark. A avaliação foi feita ao longo de 17 aulas e contava com um número de 24 alunos inscritos.
Existiam 20 Tablet PCs disponíveis para os alunos sendo que estes eram distribuidos aleatoriamente. As
aulas eram cerca de uma hora e cinco minutos, e existiam dois tipos de aula: normal ou convidada. Uma
aula normal consistia numa aula dada pelo professor da disciplina com o show’Em e uma aula convidada
consistia num aula dada por um professor convidado em que o professor da disciplina utilizava o Show’Em
para os alunos poderem acompanhar a aula com o Learn’It.
Durante as primeiras 6 aulas, verificaram-se vários problemas tanto com o os dois protótipos desenvolvi-
dos como com problemas de hardware no Servidor. Desta forma, vamos considerar que apenas as restantes
59
aulas são consideradas estáveis e as primeiras 6 foram instáveis. No entanto as tabelas e gráficos obtidos
contêm todas as 17 aula incluindo estas 6.
6.1.1.2 Resultados
Esta avaliação tinha por finalidade avaliar o grau de utilização do Learn’It durante a aula. A obtenção deste
grau foi possível através do registo das várias operações realizadas pelos alunos. O importante nesta avali-
ação era obter informações sobre a quantidade de notas que os alunos tiravam e que tipo de notas tiravam.
Vamos de seguida apresentar os vários resultados que obtivemos, em que uma nota é definida como sendo
um traço. Consideramos uma nota um traço pois, como vimos anteriormente, a tinta de cada aluno é guar-
dada como um conjunto de traços e não é possível saber que traços pertencem a cada anotação.
O primeiro resultado a apresentar diz respeito ao número de notas realizadas pelos alunos. A tabela
6.1 mostra para cada aula, o número de alunos presentes, o número total de notas e a média do número de
notas feitas pelos alunos.
Tabela 6.1: Notas dos Alunos: Total e Média
No gráfico da figura 6.1 podemos observar a curva de evolução das médias das notas feitas pelos alunos
ao longo das aulas.
Através duma análise rápida podemos observar pela tabela 6.1 e figura 6.1, que a quantidade de notas
tiradas sofre de alguns altos e baixos, e que a média total ao longo das aulas por aluno foi de 62.2, o que
representa um nível bastante elevado de utilização do Learn’It. Outra observação diz respeito ao desvio
padrão, onde podemos ver que na maioria das aulas existiu um ou outro aluno que se destacou mais na
quantidade de notas que tirou. Na discussão iremos aprofundar mais estes resultados de forma a tirarmos
mais e melhores conclusões.
60
Figura 6.1: Média de Notas dos Alunos
Outro resultado interessante a avaliar foi a preferência dos alunos sobre os tipos de notas que faziam. O
aluno podia optar por notas públicas, privadas ou então notas em texto privadas com o teclado (públicas não
estavam ainda implementadas). A tabela 6.2 mostra o número de notas feitas pelos alunos em cada aula
consoante o seu tipo.
Tabela 6.2: Tipos de Notas
Ao olhar para a tabela 6.2 podemos desde logo concluir que os alunos preferem as notas privadas às
publicas e que preferem notas com o uso da pen em vez do uso do teclado.
61
6.1.2 Discussão do Comportamento Dentro da Aula
Na avaliação do comportamento dos alunos em relação ao número de notas tiradas e tipos de notas tiradas
temos de ter vários factores em conta que diferem de aula para aula e portanto condicionam o funcionamento
das mesmas. Estes factores podem influenciar directamente a aprendizagem dos alunos e como tal temos
a necessidade de os especificar e relacioná-los directamente com os resultados que obtivemos. Os factores
que considerámos relevantes foram o número de notas que o professor faz, a duração da aula, o número de
slides e se a aula foi dada por um convidado.
A tabela 6.3 dá-nos uma visão global dos factores ao longo de cada aula. Podemos ver para cada aula:
o número de notas do professor, a duração da aula, o número de slides, e o tipo de aula. Também podemos
ver que a média de notas feita pelo professor foi de 233,7, durante um média de uma hora e cinco minutos
de aula com uma média de 76,2 slides. Pela tabela também temos que só existiram três aulas convidadas.
A tabela 6.4 dá-nos uma normalização das notas em relação aos três primeiros factores. A normalização foi
realizada tendo em conta o número médio de notas feitas pelos alunos para cada aula. As colunas desta
tabela estão então calculadas através de: o número média de notas sobre o factor correspondente à coluna.
Pela tabela concluimos que o aluno faz em média 1,139 por cada nota do professor, faz um nota cada 0,2
segundos e faz 1,263 notas por slide.
Iremos então focar nos factores que considerámos mais importantes e relevantes na nossa avaliação pas-
sando de seguida a entrar em detalhe em cada um e relacionando-os com os resultados da nossa avaliação.
No final passaremos então a uma discussão mais geral sem ter em conta os outros factores mencionados.
Tabela 6.3: Factores que Influenciam a Aprendizagem
62
Tabela 6.4: Normalização das Notas Sobre os Factores que Influenciam a Aprendizagem
6.1.2.1 Notas do Professor
A aprendizagem feita num ambiente tradicional, passa muito por ouvir o que o professor diz e também tirar
notas daquilo que o professor escreve no quadro. Um aluno que tem como hábito tirar apontamentos durante
a aula, também tem por norma passar tudo o que o professor escreve no quadro para depois consultar
após a aula. No contexto do Learn’It, as notas feitas pelo professor são mostradas aos alunos nos seus
próprios Tablet PCs e são automaticamente gravadas para uso posterior à aula. Sendo assim não existe a
necessidade do aluno passar o que o professor apresenta nos slides pois estas notas já fazem parte das
notas consultáveis pelos alunos após a aula terminar.
Figura 6.2: Comparação entre Notas do Professor e Notas dos Alunos
63
Tendo esta característica em conta na análise dos resultados anteriores, podemos tirar algumas conclu-
sões olhando para o gráfico da figura 6.2 onde vemos um padrão no número de notas feitas pelo professor e
pelos alunos. Podemos observar que a partir da sétima aula (aulas estáveis) o número de notas feitas pelo
professor influencia o número de notas feitas pelos alunos. O coeficiente de correlação de Pearson entre
o número médio de notas feitos pelos alunos e notas feitas pelo professor é de -0,6992 a partir da sétima
aula, inclusive. Por exemplo, temos que na oitava, décima e décima primeira aula, o número de notas feitas
pelo professor é reduzido enquanto que o número médio de notas feitas pelos alunos aumentou significa-
tivamente. Da mesma forma se pode observar que a partir da décima segunda aula, o número médio de
notas feito pelos alunos diminui face às anteriores e que o número total de notas feito pelo professor aumen-
tou muito. Podemos então concluir que o número de notas feitas pelo professor influenciou directamente o
número de notas feitas pelos alunos. Contudo, não deixa de ser excitante que os alunos continuaram a tirar
notas, embora de forma mais reduzida, independentemente do professor também tirar notas para os alunos.
6.1.2.2 Duração da Aula
Um dos dados recolhidos ao longo da avaliação do Learn’It foi a duração de cada aula. A duração média das
aulas foi de 1 hora e 5 minutos, ver tabela 6.3 da página 62. O coeficiente de correlação de Pearson entre a
média de notas tiradas e a duração das aulas a patir da sétima aula é de -0.0499. Quer isto dizer que apesar
de existirem diferenças nas durações das aulas estas não variam significativamente e portanto a variação o
número de notas não está dependente da duração da aula. O gráfico da figura 6.3 mostra uma comparação
entre o número de notas feitas pelos alunos (baixo) e a duração de cada aula (cima).
Figura 6.3: Duração das Aulas (cima) e Notas dos Alunos (baixo)
64
6.1.2.3 Número de Slides
Outro factor a ter em conta é o número de slides em cada aula. A quantidade de slides conjugada com a
duração da aula pode ter um efeito indesejado no aluno, pois se este se encontra numa situação em que
o professor está constantemente a mudar de slide devido à quantidade enorme que tem para mostrar num
curto espaço de tempo, o aluno pode não ter o incentivo de tirar notas com o receio de perder o fio à aula,
influenciando desta forma o acto de tirar notas. No entanto e de acordo com os nossos resultados, podemos
ver que o número de slides não influenciou o número de notas tirados pelos alunos, pois o coeficiente de
correlação de Pearson foi de -0.1563.
6.1.2.4 Tipo de Aula
De uma forma muito semelhante, o tipo de aula pode também influenciar o aluno a tirar mais ou menos
apontamentos. Uma aula convidada pode trazer alguma novidade no modo como a aula é dada e daí resultar
numa maior motivação para tirar mais apontamentos. Por outro lado, essa novidade pode não ser bem aceite
por alguns alunos e que leve à dispersão desse alunos durante a aula e consequentemente um desinteresse
em tirar notas durante nessa aula. Para poder obter alguma relação comparámos a média entre as notas
tiradas em aulas normais e aulas convidadas. As médias foram, respectivamente, 350 e 323. Podemos ver
que as aulas convidadas tiveram menos notas do que as normais mas dado o reduzido número de aulas
convidadas que existiram, estes dados não nos dão uma boa perspectiva deste factor.
6.1.2.5 Discussão Geral
À parte dos factores vistos anteriormente, podemos tirar outras conclusões, não menos interessantes, sobre
os resultados obtidos. Em primeiro lugar, é preciso ter em conta algumas das situações diferentes que ocor-
rerem ao longo do semestre. O início do semestre ficou marcado com a introdução duma novidade para os
alunos, que foi a utilização do Learn’It durante as aulas. O Learn’It foi uma novidade para os alunos, e como
qualquer brinquedo novos para uma criança, foi muito utilizado no início. Ora isto pode ser comprovado (ver
gráfico da figura 6.1 na página 61), especialmente, pelas duas primeiras aulas de utilização do Learn’It.
O Learn’It é totalmente orientado à Web e como tal necessita de uma rede fiável e robusta para funcio-
nar. Infelizmente e inevitavelmente surgiu um problema no servidor que continha o Learn’It durante a quinta
e sexta aula. Este problema técnico explica a baixa utilização do Learn’It durante estas aulas (ver gráfico da
figura 6.1 na página 61).
Após este acontecimento inesperado, o Learn’It conseguiu estabilizar e as aulas decorreram normalmente a
partir da sétima aula. Durante estas aulas já foi visto alguns dos factores que influenciaram directamente o
Learn’It e os resultados obtidos são motivadores. No entanto também surgiram situações inesperadas, por
parte dos alunos, quando observamos com maior detalhe a tabela 6.2 da página 61. Já referimos que a
preferência dos alunos sobre os tipos de notas que tiram são as notas privadas. Pela tabela 6.5 podemos ver
que 94% das notas feitas são privadas utilizando a pen do tablet PC. Este resultado é deveras surpreendente
65
Tabela 6.5: Comparação Entre Tipos de Notas
pois esperava-se que os alunos partilhassem mais as suas notas, o que não se veio a verificar. Podemos
também concluir que o modo como se alterna entre os vários tipos, possa não ser o melhor para os alunos.
Outro dado que resulta da avaliação dos diferentes tipos utilizados é o número decrescente de notas em
texto que foram feitas (ver tabela 6.2 da página 61). Podemos daqui concluir que o decréscimo do número
de notas de texto deve-se a dois aspectos. O primeiro resulta do hábito que os alunos têm quando interagem
com um PC. O normal é usar rato e teclado e a inserção de notas de texto necessita apenas dessas duas
combinações para funcionar. O facto de utilizar uma pen não é usual e poderá ter levado alguns alunos a
demorar a ajustar ao Tablet PC. O segundo aspecto diz respeito mais uma vez ao modo como a nota de texto
é apresentada e criada. Este método terá de ser revisto para facilitar tanto a criação de uma nota de texto
com o teclado tanto uma nota com tinta digital.
Outro resultado interessante é saber qual a quantidade de slides em que os alunos fizeram anotações. Este
resultado pode ser interessante na medida em que podemos observar qual o nível de utilização do Learn’It
juntamente com o número de notas feitas durante a aula. Os valores apresentados na tabela 6.6 mostra-nos
os alunos com a percentagem de slides de todas as aulas que tiveram algum tipo de notas. Por exemplo,
o aluno 1, anotou em 1.03% do número total de slides de todas aulas. Com este resultado é possível ver
que em média é de esperar que numa aula 7% desses slides vão ter anotações associadas. Este valor pode
não parecer muito elevado mas tendo em conta que o professor também faz anotações sobre os slides e
que será muito provavelmente noutros slides então já temos um número bom de slides com anotações. É
também importante realçar que os slides já por si servem como apontamentos e que as anotações feitas são
os pormenores mais importantes ou esquecidos sobre esse slide e que não se encontram nesse slide.
6.1.3 Comportamento Após a Aula
Uma das características diferenciadoras do Learn’It é permitir ao aluno rever a aula e as notas tiradas durante
essa aula quando e onde lhe apetecer. Para além de consulta, também pode alterar e adicionar mais notas
de forma a enriquecer a aprendizagem dessa aula. Isto tudo é possível graças à interoperabilidade e inde-
pendência do Learn’It que é seguramente a sua maior virtude. Nesta secção, falamos de alguns resultados
interessantes no ponto de vista da consulta e enriquecimento do arquivo através do Learn’It após a aula.
O grande objectivo quando estamos a tirar notas de alguma coisa é para depois as consultar no futuro,
seja este distante ou próximo. Ora, num ambiente de aprendizagem, onde o principal método de estudo é
a consulta de notas, faz o maior sentido existir uma forma de o aluno poder consultar e ver as notas que
foram feitas durante a aula. Para além de as consultar também é bastante razoável que este possa editá-las
e consequentemente adicionar novas nota. O Learn’It engloba estas funcionalidades e de seguida vamos
ver alguns resultados que lhes dizem respeito.
66
Tabela 6.6: Percentagem de slides com notas em cada aula
6.1.3.1 Procedimento Experimental
O Learn’It após a aula foi utilizado para todas as aulas criadas ao longo do semestre. Estas incluiram as 17
aulas em que o Learn’It e o Show’Em foram utilizados e outras 6 aulas que não foi utilizado nem o Show’Em
nem o Learn’It. Estas 6 aulas apenas continham os slides e o vídeo da aula sincronizados. Todos os alunos
(total 24) inscritos na disciplina de Produção de Conteúdos Multimédia tiveram acesso ao Learn’It após as
aulas. Os registos de acesso e novas notas foram recolhidos no dia depois do primeiro exame da disciplina.
O acesso aos arquivos é feita através dum link que direcciona para o Learn’It com o arquivo da aula em
questão.
6.1.3.2 Consulta
Após todas as aulas foi criado um arquivo que continha todas as notas das aulas juntamente com o vídeo
da aula para os alunos consultarem. Para contabilizarmos a consulta aos arquivos foi registado o número
de consultas que o aluno fez aos arquivos. De acordo com os nossos registos houve 291 consultas aos
arquivos. Temos de considerar os seguintes aspectos:
• Foram criados 23 arquivos que incluem as 17 aulas em que o Learn’It foi utilizado mais outras 6 que
não foi utilizado.
• Todos os alunos que estavam inscritos na disciplina tinham acesso aos arquivos e estes 24 alunos
utilizaram o LEarn’It durante a aula pelo menos uma vez.
O gráfico da figura 6.4 dá-nos a dispersão do número de consultas feitas por aula. Pelo gráfico da
figura podemos concluir que existem algumas aulas que têm mais consultas do que outras. Este facto é
perfeitamente explicável pois cada aula tem o seu grau de importância numa dada disciplina.
67
Figura 6.4: Número de consultas dos 23 arquivos
6.1.3.3 Enriquecimento
A consulta é uma característica importante mas não menos importante é a possibilidade de enriquecer o ar-
quivo com novas notas. Com o Learn’It, o acesso às notas é muito simples e podemos enriquecer o arquivo
com novas notas, com o teclado ou mesmo com uma pen. Durante a aula os alunos tinham a possibilidade
de escrever notas utilizando Tablet PCs, no entanto quando consultavam as notas fora de aula muitos dos
alunos já não têm em posse um Tablet PC e portanto a escrita de novas notas está condicionada ao rato e
teclado. Nesta secção vamos ver qual o resultado do enriquecimento dos arquivos em termos de quantida-
des de notas criadas após a aula com o Learn’It.
O gráfico da figura 6.5 mostra o número de notas que foram criadas em cada um dos 23 arquivos após as
aulas. Estas satisfazem um total de 3276 notas sendo que 98% são notas utilizando a pen e 2% são notas
feitas com o teclado.
Figura 6.5: Número de notas feitas nos 23 arquivos
6.1.4 Discussão do Comportamento Após a Aula
Numa análise mais detalhada sobre as consultas e enriquecimento dos arquivos através do Learn’It pode-
mos apontar alguns pormenores que levaram a que o número de consultas e consequentemente o enrique-
68
cimento dos arquivos, não fosse tão alto como desejado, face ao número de alunos que existem inscritos.
Os pormenores são:
• Inovação face a outras disciplinas.
• Interface menos atractiva para quem não tem um Tablet PC.
• Disponibilização ineficaz dos arquivos.
Vamos ver mais em detalhe cada um destes pontos acima mencionados.
6.1.4.1 Inovação face a outras disciplinas
A metodologia de ensino proporcionado por esta disciplina é totalmente distinta das outras disciplinas presen-
tes no Instituo Superior Técnico. Isto significa que o método de aprendizagem é muito diferente e consequen-
temente o método de estudo também o é. Só este factor por si é suficiente para explicar alguns dos números
menos conseguidos na consulta e enriquecimento do arquivo. À medida que mais disciplinas vão adoptando
esta metodologia, mais sucesso irá ter o Learn’It e sem dúvida proporcionar uma maior aprendizagem aos
alunos.
6.1.4.2 Interface menos atractiva para quem não tem um Tablet PC
A interface deve ser o aspecto mais importante a ter em conta no desenvolvimento dum projecto com este
calibre. Na aula os alunos tinham acesso a Tablet PCs, mas fora da aula eles estão por sua conta e como tal
o acesso a Tablet PCs ou outra tecnologia semelhante não é tão fácil. Esta tecnologia é, até a data, não muito
usual e portanto mais cara para um aluno. Sendo assim, a interface do Learn’It disponibiliza alternativas para
adicionar notas sem o uso desta tecnologia. Através do teclado, o aluno pode criar uma nova nota de texto.
O uso do rato também é possível mas a escrita digital com um rato é extremamente imprecisa e muito ilegível.
Tendo em conta os resultados obtidos (ver figura 6.5) e sabendo que 2% das notas criadas foi utili-
zando o teclado podemos ver um aumento natural em relação às notas de teclado feitas durante a aula (ver
tabela 6.5). Este número pode ainda ser mais aumentado pelas mesmas razões já apontadas anteriormente
em relação à notas de texto com o teclado.
6.1.4.3 Disponibilização ineficaz dos arquivos
Uma das metodologias de ensino da disciplina, sobre a qual foi utilizado o Learn’It, foi a realização de mini-
teste semanais. Como tal, era de extrema importância que os arquivos com as notas fossem disponibilizados
a tempo para que estes pudessem ser consultados e enriquecidos pelos alunos. Devido a alguns problemas
de origem tecnológica, exteriores ao Learn’It, os arquivos demoravam algum tempo a estarem disponíveis,
reduzindo desta forma o número de consultas aos arquivos. No entanto, para o exame todas as aulas já se
encontravam disponíveis contribuido assim para um bom método de estudo para o exame.
69
6.1.5 Satisfação dos Alunos
Foi realizado um inquérito no final do ano aos alunos em anónimo sobre o que pensavam do Learn’It para
obter o seu grau de satisfação e também para obter algumas ideias sobre o que pode melhorar para o futuro.
O inquérito encontra-se no anexo A na página 83 e foi feito aos 24 alunos que tiverem acesso ao Le-
arn’It durante as aulas. Os resultados de satisfação e utilidade podem ser vistos nos gráficos seguintes. Na
discussão iremos falar mais sobre os outros resultados obtidos para depois tirarmos algumas conclusões.
Figura 6.6: Grau de Utilidade e Satisfação geral do Learn’It
6.1.6 Discussão da Satisfação
Os resultados do inquérito são muito positivos. Os alunos mostram-se em geral, 83% satisfeitos e 88% dizem
que o Learn’It é muitl útil (ver gráficos da figura 6.6). No que diz respeito aos que não se encontram satisfeitos
ou que dizem não ser útil, as pricipais razões que apontaram foram:
• Dificuldade de escrita: Devido à dimensão do slide juntamente com o tamanho possível de escrita
proporcionado pela pen.
• Lentidão: No carregamento das imagens devido à sua dimensão juntamente com problemas de rede
sem fios.
• Distracção da aula: Brinquedo novo e problemas iniciais que surgiram.
Existem como já referimos anteriormente alguns factores que influenciam a utilização do Learn’It na aula.
Apresentámos alguns desses factores, entre outros, aos alunos, para estes nos dizerem qual o grau de difi-
culdade associado a cada factor (ver figura B.1 em anexo).
O factor que apresentou maior dificuldade foi o ritmo da aula, que está relacionado directamente com o
tempo da aula e o número de slides que o professor tem para mostrar na aula. Nesta disciplina o número
de slides é sempre em bastante número o que muitas das vezes não permite acompanhar a aula e tirar
apontamentos nos slides. Por esta razão existe, tal como foi especificado no Learn’It a possibilidade de o
aluno pausar a apresentação para tirar as notas que deseja.
O outro factor foi a qualidade de tinta. Esta questão também está ligada a outra colocada aos alunos sobre
70
se conseguiram ou não tirar notas quando queriam, aos quais 75% dos alunos responderam que sim. As
razões de insucesso apontadas são as seguintes:
• Lentidão na rede: Muitos alunos a utilizaram o Learn’It ligados todos no mesmo ponto de acesso à
rede sem fios.
• Espaço de escrita: A dimensão do slide era por vezes pequena. Devia existir um método de ampliar a
zona onde se pretende escrever sobre o slide.
A interface do Learn’It é muito importante para o seu sucesso. Quando questionámos qual era o grau
de satisfação dos alunos sobre a interface na concretização de algumas tarefas, os resultados foram os
seguintes:
• Mais simples navegar pelos slides: A navegação dos slides é muito acessível e fácil de efectuar.
• Mais dificuldade na escrita de notas: Esta dificuldade prende-se com o factor já apontado anteriormente
no que diz respeito ao espaço de escrita dos slides.
Podemos desde já concluir que, e tendo em conta todos os resultados anteriores, a maior dificuldade da
utilização do Learn’It diz respeito à utilização da pen para tirar notas. Este ainda é relativamente um novo
conceito para os alunos, e a qualidade de tinta apresentada aos alunos deve ser melhorada para contribuir
para o sucesso do Learn’It. Não nos podemos esquecer sobretudo que toda a interacção está a ser realizada
somente com um navegador Web e como tal está totalmente dependente da qualidade de rede que a infra-
estrutura possui. Contudo, os resultados apresentados são muito satisfatórios, podendo também afirmar que
83% dos inquiridos foram incentivados a tirar mais notas e 88% gostariam de utilizar o Learn’It noutras aulas
(ver gráficos das figuras B.3 e B.4).
6.1.7 Sucesso e Mais Valia Proporcionado
Medir o sucesso ou mais-valia que uma aplicação deste género pode trazer não é trivial. É necessário ter
muito aspectos em conta, nomeadamente o histórico de cada aluno, o método de avaliação da disciplina, e
sobretudo ter algo de base com as mesmas características para comparar com o Learn’It. Infelizmente esta
comparação não foi possível fazer, visto que foi o primeiro ano de implementação do Learn’It. Poderíamos
também comparar com os alunos que não utilizaram o Leanr’It mas mais uma vez estes não se encontravam
na mesmas condições e portanto um estudo a este nível não foi viável. Estas condições incluem, origens
de pólos diferentes do técnico, outro professor e outras disciplinas para além desta. No entanto podemos
tirar uma conclusão muito interessante ao analisarmos todos os nossos dados. Mais uma vez este resultado
não é totalmente fiável mas podemos afirmar que o aluno que mais se destacou durante e após as aulas, a
nível da quantidade de notas que tirou com o Learn’It foi o aluno que melhor nota teve no exame final. Isto é
meramente um facto, mas não deixa de ser uma facto muitíssimo interessante.
Na próxima secção passaremos à avaliação do Show’Em que foi a aplicação utilizada pelo professor du-
rante a aula.
71
6.2 Avaliação do Show’Em
Na secção anterior avaliamos o comportamento, satisfação e sucesso do alunos ao utilizarem o Learn’It.
Esta secção passamos para o professor e a aplicação Show’Em, que foi criada com o intuito de auxiliá-lo
no ensinamento da aula e em partilhar as suas notas com os alunos. Este componente é exclusivamente
utilizado pelo professor e foi avaliado ao longo de 17 aulas de Produção de Conteúdos Multimédia do 4o ano,
durante o segundo semestre do ano lectivo de 2007/2008 no IST-Taguspark. Vamos aqui apresentar duas
avaliações distintas. Uma diz respeito ao nível de utilização do Show’Em em termos de quantidade de notas
feitas e a outra uma avaliação heurística de Nielsen à sua interface.
6.2.1 Avaliação Heurística
De forma a produzirmos uma boa interface para o professor fizemos uma avaliação heurística do Show’Em.
Os resultados mais detalhados encontram-se em anexo na secção C. De acordo com a avaliação heurística
realizada, os problemas mais graves são a falta de ajuda ou documentação. Apesar de ser uma interface
que não tem muitas funcionalidades, existem algumas que necessitam de ajuda para serem concretizadas.
Um outro problema grave nesta interface é o modo como se lidam com os erros. Os erros não são tratados
correctamente e não dão indicação onde e porque ocorreram. Estes erros quando aparecem também devem
conter uma mensagem que indique o que pode ser feito para solucionar o problema.
6.2.2 Notas
Na preparação duma aula, o professor precisa de ter os slides e a matéria que vai transmitir nessa aula
minimamente organizada. A expressão de uma ideia fica muito mais clara com o uso visual do que se tenta
transmitir. Esta ideia é muitas vezes difícil de explicar e o professor tem a necessidade de fazer apontamentos
ou tirar notas sobre essa ideia para que os alunos possam compreender mais facilmente o que significa
realmente. Durante as aulas em que o Show’Em foi utilizado o professor tinha a capacidade de poder tirar
notas sobre os slides que tinha e essas notas eram visualizadas nos ecrãs dos alunos. Ao ter a possibilidade
de transmitir estas notas o professor fica mais motivado em passar as suas ideias e tem ao seu dispor outro
mecanismo mais perceptível e eficaz para o fazer. O número de notas feitas pelo professor ao longo das
aulas pode ser visto no gráfico da figura 6.7.
6.2.3 Discussão
A avaliação feita ao Show’Em foi realizada ao longo de todo o semestre e em todas as aulas era dado fe-
edback sobre os erros que surgiram e sobre os principais defeitos em termos heurísticos que a interface
continha. A avaliação heurística apresentada foi a última que foi feita depois da última aula, sendo que mui-
tos dos problemas que surgiram nas avaliações anteriores foram resolvidos.
Em termos de número de notas podemos observar que a partir da 12a aula inclusive, deu-se um aumento
significativo no número de notas feito pelo professor. Este fenómeno resultou ao facto da existência de um
72
Figura 6.7: Notas dos Professor
problema, que foi eventualmente corrigido e que surgia inesperadamente durante a aula. A aula em que fo-
ram feitas mais notas foi numa aula convidada na qual o professor comportava como aluno, actuando apenas
como intermediário entre o professor convidado e os alunos, para estes poderem acompanhar os slides das
aulas.
Podemos concluir que apesar dos problemas que surgiram durante as aulas o professor ficou satisfeito com
o facto de podermos tirar notas sobre os slides e ao mesmo tempo mostrá-las imediatamente aos alunos.
6.2.4 Sucesso e Mais Valia Proporcionado
A mais valia que o Show’Em trouxe à aula foi claramente, o enriquecimento da maneira como o professor
expõe a sua matéria. A abordagem e preparação de cada aula é alterada na medida em que este tem ao
seu dispor mais métodos para a explicar melhor. Este pode preparar vídeos de demonstração e deixar zonas
dos slides em branco sabendo que pode escrever neles durante a aula. Uma apreciação global do Show’Em
reflecte o seu sucesso e vontade de querer continuar a utilizá-lo durante as aulas.
73
7 Conclusões e Trabalho Futuro
Neste capítulo vamos apresentar um breve resumo desta dissertação, bem como os benefícios, limitações e
observações finais. Concluímos com um possível trabalho futuro sobre a dissertação.
7.1 Conclusões Finais e Discussão
Existem ínumeros trabalhos que têm uma abordagem muito semelhante à utilizada por nós. No entanto
existem dois factores que nos tornam relamente diferenciadores em relações aos trabalhos estudados. O
primeiro factor diz respeito ao facto de o Learn’It ser uma aplicação Web e o segundo é o facto de a nossa
abordagem permitir fazer anotações sobre vídeo. Durante a análise dos trabalhos surgiram várias carac-
terísticas interessantes e a combinação de características foi possível realizar e juntar na criação de duas
ferramentas: Learn’It e Show’Em.
O Learn’It permite ao aluno acompanhar e participar de forma activa na aula tirando apontamentos sobre
os slides da aula com tinta digital ou mesmo com o uso do teclado. Durante a aula o aluno está na posse de
uma interface simples, que oferece poucas distracções, o que torna o seu nível de aprendizagem mais ele-
vado. Após a aula, um aluno pode rever toda a aula, ao mesmo tempo que vê um vídeo da aula juntamente
com os slides da aula com todas as anotações do professor e as que ele fez durante a aula.
O Show’Em, para além de permitir ao professor preparar de forma diferente as suas aulas pois também
pode fazer anotações directamente sobre os slides, este também pode acrescentar e apresentar vídeos de
demonstração à aula e ainda fazer anotações sobre o mesmo.
Este dois protótipos foram postos em prática durante todas as aulas duma cadeira durante um semestre
de forma a podermos tirar resultados interessantes sobre a sua avaliação. Os resultados mostram que ferra-
mentas deste género podem trazer algum sucesso entre os alunos mas requerem que o hábito e método de
ensino e aprendizagem alterem significativamente. Esta questão é complexa pois o hábito é das forças mais
difíceis de quebrar e só com o tempo é que uma ferramenta como estas duas podem trazer muito valor ao
aluno e professor.
7.1.1 Benefícios da Presente Abordagem
Existe uma grande vontade em utilizar novas tecnologias para realizar todos os tipos de tarefas. O uso de
novas tecnologia empolga os utilizadores e ficam motivados para querem mais e mais. O primeiro benefício
que apresentamos vai de encontro a estes factos. Ao permitir ao aluno fazer apontamentos com tinta digital
na aula para depois consultar em casa muito facilmente, e acima de tudo permitir ver vídeo e anotar sobre
o mesmo, cativa a atenção e desejo de querer utilizar a nossa abordagem. Este benefício acaba por ser
fruto de uma inovação no método de aprendizagem e a mente do aluno está sempre aberta a aceitar novas
alterações quando estão envolvidas novas tecnologias.
75
Outro benefício presente nesta abordagem é a facilidade de acesso ao Learn’It. Qualquer pessoa com
um PC pode aceder a esta aplicação. Não precisa de se preocupar com que plataforma tem no seu PC pois
a única coisa de que precisa é de um navegador Web. Este é um grande benefício pois não é necessário
instalar nada nem obter as últimas actualizações para funcionar com o Learn’It. As actualizações são trans-
parentes para o aluno e este por sua vez fica descansado de que pode chegar a casa ou ir a um café, onde
tenha PC e um navegador Web disponível, e rever a aula toda com as anotações que fez nessa aula.
Ao permitir adicionar vídeo de demonstração à aula o professor pode preparar de forma diferente a sua
aula. Uma aula com vídeos torna-se mais interessante e mais fácil de entender e acompanhar. Este be-
nefício tem ainda outro maior que é o facto de o professor poder fazer anotações sobre o vídeo. O vídeo é
projectado com as anotações da mesma forma que os slides para os alunos verem. Depois das aulas os
alunos ao consultar a aula com o Learn’It podem também rever estes vídeos de demonstração.
Um último benefício diz respeito ao professor continuar a poder dar a aula independentemente do problemas
de rede existentes. Apesar de os alunos não poderem utilizar o Learn’It sem rede, o professor pode continuar
a utilizar o Show’Em e desta forma a aula continua e a existência do arquivo está assim garantida.
7.1.2 Limitações
Apesar da nossa abordagem ter alguma inovações face a outras já existentes, estas inovações trazem algu-
mas limitações. De seguida vamos ver quais são as limitações da nossa abordagem.
Os formatos de vídeo permitidos pelo Show’Em são apenas dois. Esta é uma limitação pois existem inú-
meros formatos de vídeo e estamos a condicionar o formato utilizado pelos professores. Para além disso o
vídeo é sempre visualizado nas dimensões de 800x600 o que pode levar à qualidade da imagem visualizada
ser fraca.
No Learn’It, numa falha de rede temporária perde-se a informação dos traços feitos pelo aluno durante
esse tempo. Todas as notas feitas pelo aluno não são guardadas nesta altura e o Learn’It só entrará em
funcionamento quando houver novamente rede.
Da mesma forma, um aluno deixa de poder navegar pelos slides durante uma falha de rede. Os slides
não se encontram guardados localmente pelo que uma mudança de slide necessita de acesso à rede.
Os dois protótipos só entraram em testes durante um semestre duma disciplina. Como tal não foi possí-
vel estabelecer uma base de comparação para os resultados obtidos. No entanto, acreditamos que a nossa
abordagem traz benefícios na aprendizagem os alunos e com o aumento de utilização das duas ferramentas,
as aulas vão tornar-se mais tecnologicamente motivadoras.
76
7.1.3 Observações Finais
Esta dissertação teve como objectivo combinar a tecnologia e aumentar os níveis de aprendizagem dos alu-
nos sem proporcionar distracção. Acreditamos que apesar de não podermos estabelecer comparações com
anos anteriores, que o nosso objectivo foi cumprido.
Nesta dissertação apresentámos as características que achámos serem as mais desejadas e propícias para
um sistema destes. Por exemplo, durante a aula o professor quer tirar apontamentos e os alunos querem
escrever o que o professor tomou nota. Para lidar com este problema propusemos dois protótipos, um para
o aluno e outro para o professor, de forma a que o professor tire notas nos slides e o aluno não precise de
voltar a escrever o que o professor disse. Uma outra situação diz respeito ao aluno tirar notas e depois voltar
a consultá-las. Para este efeito a aplicação do aluno permite tirar notas num PC durante a aula e voltar a
rever essas notas noutro PC após a aula. Para além disso também é possível partilhar notas entre os alunos,
pois existe a possibilidade dos alunos fazerem notas públicas que serão visíveis a todos depois da aula.
Resumindo, minimizámos o esforço despendido no acto de tomar notas e voltar a rever a aula com essas
notas, aumentando desta forma o nível de aprendizagem e motivação em tirar mais apontamentos, através
do uso de novas tecnologias.
7.2 Trabalho Futuro
Os resultados desta dissertação levam-nos a apontar áreas em que a nossa abordagem pode melhorar e
avançar:
• Colaboração: A nossa abordagem permite interacção entre o professor e aluno, no entanto a cola-
boração pode ser aumentado com a funcionalidade poder responder a dúvidas colocadas pelo aluno.
O aluno escreve uma dúvida sobre o slide e uma indicação de dúvida poderia aparecer no professor
para este responder ou não à mesma. Outro tipo de colaboração é o professor fazer perguntas para
os alunos responderem no seu PC.
• Tecnologia de captura: Esta dissertação dá uma base de estudo para a tecnologia utilizada na cap-
tura dos traços. A qualidade do traço é directamente influenciada pela tecnologia utilizada sendo
que existem outros mecanismos que permitem melhorar a qualidade do traço, nomeadamente, o anti-
alising.
• Página Web: A estrutura que contém a informação de todos os traços é uma Java Applet. Isto requer
que o Java esteja instalado para utilizar o Learn’It. Desta forma o Learn’It poderá ainda tornar-se mais
independente se este componente for retirado da equação.
• Área de Escrita: A área de escrita dos slides foi uma questão muito debatida durante as aulas com os
alunos. Dado que a escrita é feita com uma pen não é fácil escrever muito pequeno pelo que a área
do slide torna-se demasiado pequena. Esta é uma área de estudo mais funcional que não deixa de ter
as suas complexidades maiores.
• Análise de feedback em tempo real: Com o Learn’It pode ser possível obter feedback dos alunos em
77
relação à qualidade dos slides e outros pormenores da aula. Com este feedback será possível arranjar
soluções gráficas que correspondem a uma análise rápida em tempo real do que se está a passar na
aula.
• Extensões para webcast: O webcast pode ser uma futura extensão deste projecto. O contexto actual
de aula para o Show’Em e o Learn’It poderá ser adaptado para incluir aulas totalmente on-line e não
presenciais em tempo real.
• Streamline/Workflow: O workflow de utilização do Show’EM poderá ser ainda mais simplificado para
o professor dar a aula e posteriormente disponibilizá-la. A preparação da aula poderá ser constituída
por menos tarefas com maior automatismo. A ideia será tão simples como um sistema "walk-up-and-
use".
78
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81
A Questionário de Avaliação do e-Class Notetaker
83
84
B Resultados de Avaliação do e-Class Notetaker
Figura B.1: Factores que condicionam a utilização (1- menor dificuldade, 5- maior dificuldade)
Figura B.2: Dificuldade das tarefas (1- muito simples, 5- catástrofe)
Figura B.3: Incentivo a tirar mais notas
85
Figura B.4: Utilizar em todas as aulas?
86
C Avaliação Heurística do Show’Em
• Não existe ajuda
– H2-10: Dar ajuda e documentação
– Descrição: Não existe qualquer tipo de ajuda para o utilizador fazer uma tarefa.
– Correcção: Poderá existir um botão que faz aparecer uma janela com os tópicos de ajuda exis-
tentes. Poderá existir tooltips para cada botão.
– Severidade: 4
• O termo evento é orientado ao sistema
– H2-2: Falar linguagem do utilizador
– Descrição: O termo evento não é normal no dia-a-dia do utilizador quando se entra no domínio
de dar aulas.
– Correcção:O termo pode ser substituido por apresentação.
– Severidade: 2
• Distinção entre cursor de tinta e highlight
– H2-1: Tornar estado do sistema visível
– Descrição: O cursor que representa o modo tinta e modo highlight é igual.
– Correcção: Arranjar cursores diferentes para cada um dos modos.
– Severidade: 2
• Botão Display On inactivo/activo
– H2-5: Evitar erros
– Descrição: O botão Display On só deverá estar activo caso seja possível ligar o segundo ecrã.
– Correcção: Detectar no inicio da apresentação seo o segundo monitor pode ou não ser ligado e
actuar conforme o resultado.
– Severidade: 2
• Funcionalidade de Undo/Redo
– H2-3: Utilizador controla e exerce livre-arbítrio
– Descrição: Não existe botões de undo e redo.
– Correcção: Introduzir as funcionalidades de undo e redo
– Severidade: 3
• Diagnóstico de erros inesperados
– H2-9: Ajudar utilizar a reconhecer, diagnosticar e recuperar e erros
– Descrição: Quando existe um erro a sua descrição é limitada e não diz se o sistema ficou opera-
cional ou como corrigir esse erro.
– Correcção: Tratar devidamente os erros e apontar uma possível solução
– Severidade: 4
• Saltar directamente para um slide
– H2-7: Flexibilidade e eficiência
87
– Descrição: Para ir para o último slide, por exemplo, temos de carregar no botão para baixo até
chegar ao último slide.
– Correcção: Permitir introduzir o número do slide ou uma tecla que vai directamente para o pri-
meiro ou último slide.
– Severidade: 3
88
D Modelo de Dados
D.1 Learn’It - Durante a Aula
Figura D.1: Modelo Dados do Learn’It (durante a aula)
Overview
O Learn’IT (durante a aula), é constituído pelo componente de Flex, chamado inkFlex. O inkFlex utiliza
as classes mostradas na figura D.1 em azul, da biblioteca, InkLibrary. A InkLibrary é comum em ambas as
vertentes do Learn’It, durante a aula e arquivo. De seguida vamos ver as classes que fazem parte do Learn’It
durante a aula:
1. inkFlex: Esta classe representa um componente Flex. É responsável pela aparência do Learn’It.
Contem o DrawingCanvas, que é o painel de desenho com as imagens dos slides com os traços e
duas janelas de pop-up, InitialWindow e ExitWindow. Este também pode comunicar com o Javascript
através da class JavaIntermediate.
2. InitialWindow: Também representa um componente Flex que mostra uma janela pop-up indicando a
informação inicial da aplicação, ex: nome do aluno.
3. ExitWindow:Esta classe representa uma janela pop-up que indica se o utilizar quer guardar os traços
que fez.
4. JavaIntermediate: Esta classe é responsável pelas comunicações com o Javascript. Quando é ne-
cessário enviar alguma coisa para a JavaApplet, a comunicação passa primeiro por esta classe.
5. Bullseye: Esta classe representa o alvo de um Post-It. Quando a nota de texto não é visível aparece
no seu lugar um botão semelhante a um alvo para indicar que existe naquele lugar um PostIt.
6. PostIt: Representa a nota em texto feita pelo aluno.
89
7. InkStroke: Representa um traço sobre um slide ou vídeo. Este contém os pontos, tipo e identificador
do traço bem como o tempo inicial e final utilizado nos arquivos.
8. StrokeContainer: Um StrokeContainer contém um conjunto de InkStroke. Este conjunto representa
um slide, através do nome, com os diferentes tipos de traços disponíveis. Para além disso também
contém um conjunto de PostIts com as notas de texto referentes a esse slide.
9. DrawingCanvas: Esta classe representa o painel de desenho da aplicação, com os slides e traços da
aula. Ela é responsável por alterar as propriedades de tinta bem como guardar a informação relevante
de cada slide através dum conjunto de StrokeContainer.
D.2 Learn’It - Após a Aula
Figura D.2: Modelo Dados do Learn’It (após a aula)
Overview
O Learn’IT (após a aula), é constituído pelo componente de Flex, chamado archive. O archive utiliza
as classes mostradas na figura D.2 em azul, da biblioteca, InkLibrary. A InkLibrary é comum em ambas as
vertentes do Learn’It, durante a aula e o arquivo. De seguida vamos ver as classes que fazem parte do
aqruivo Learn’It.
1. archive: Esta classe representa um componente Flex. É responsável pela aparência do Learn’It.
Contem o DrawingCanvas, que é o painel de desenho com as imagens dos slides com os traços e
uma janela de pop-up, InitialWindow. O vídeo é gerido pelo VideoInkManager que contem os painéis
desenho sobre o vídeo, VideoDrawingCanvas. Os conteúdos, slides ou vídeos, que são mostrados pelo
90
arquivo são geridos pelo ContentManager. Este também pode comunicar com o Javascript através da
classe JavaIntermediate.
2. InitialWindow: Também representa um componente Flex que mostra uma janela pop-up indicando a
informação inicial da aplicação, ex: nome do aluno.
3. JavaIntermediate: Esta classe é responsável pelas comunicações com o Javascript. Quando é ne-
cessário enviar alguma coisa para a JavaApplet, a comunicação passa primeiro por esta classe.
4. Bullseye: Esta classe representa o alvo de um Post-It. Quando a nota de texto não é visível aparece
no seu lugar um botão semelhante a um alvo para indicar que existe naquele lugar um PostIt.
5. PostIt: Representa a nota em texto feita pelo aluno.
6. InkStroke: Representa um traço sobre um slide ou vídeo. Este contém os pontos, tipo e identificador
do traço bem como o tempo inicial e final utilizado nos arquivos.
7. StrokeContainer: Um StrokeContainer contém um conjunto de InkStroke. Este conjunto representa
um slide, através do nome, com os diferentes tipos de traços disponíveis. Para além disso também
contém um conjunto de PostIts com as notas de texto referentes a esse slide.
8. DrawingCanvas: Esta classe representa o painel de desenho da aplicação, com os slides e traços da
aula. Ela é responsável por alterar as propriedades de tinta bem como guardar a informação relevante
de cada slide através dum conjunto de StrokeContainer.
9. VideoDrawingCanvas: Esta classe representa o painel de desenho sobre os vídeos da aula. È res-
ponsável por gerir as propriedades dos traços bem como guardar a informação de cada vídeo através
do conjunto de StrokeContainer.
10. VideoInkManager: Esta classe gere todos os painéis de vídeos registados nesta classe. É responsável
por alterar qualquer propriedade em simultâneo de todos os VideoDrawingCanvas registados.
11. Content: Um Content representa a informação de um slide ou vídeo. Este contém, o nome, tipo, tempo
e duração. O tempo indica a que tempo do vídeo de classe é que este Content deve ser representado.
E a duração representa a duração total deste Content caso o tipo seja um vídeo.
D.3 Show’Em
Classes
1. ConfigContainer: Esta classe serve como arranque da aplicação. É através dela que a directoria onde
todos os ficheiros necessários à aplicação se encontra.
2. Presentation: Esta classe representa uma apresentação ou uma aula. Esta contém o nome, número
de slides, nome do apresentador, identificador do evento remoto, tempo total de apresentação, indica-
ção se está no servidor remoto, a data e o número de traços do professor.
3. PresentationManager: Gere as apresentações da aplicação. Existe uma pasta com todas as apre-
sentações disponíveis desta aplicação. Contem portanto um conjunto de Presentations. Também é
responsável por criar novas apresentações. Isto implica obter as imagens dos slides e guardá-los lo-
calmente e também remotamente caso seja desejado. As apresentações disponíveis podem ser vistas
no setup wizard onde se podem criar novas e fazer upload caso não estejam no servidor. Esta classe
91
Figura D.3: Modelo Dados do Show’Em
obtém a informação das directorias locais e remotas, bem como se está em modo ligado ou não através
do Perfil.
4. Server: Um servidor contém o nome, url, palavra-chave e community id do servidor remoto.
5. Profile: Esta classe representa um perfil na aplicação. Esta contém o nome, modo ligado ou desli-
gado, pode ter ou não um servidor (Server) e a directoria local para a aplicação colocar os ficheiros
necessários.
6. ProfileManager: Esta classe é responsável por gerir os perfis. Durante o setup wizard é possível criar,
editar ou apagar perfis. Contém uma lista de perfis.
7. Event: Representa um evento. Os eventos podem ser mudança de slide (SlideEvent), mudança de
vídeo (VideoEvent) e escrita de um traço (InkEvent) quer sobre um slide quer sobre um vídeo. Todos
os eventos têm um tempo, que indica o timestamp. Um SlideEvent contem o número do slide a que
corresponde o evento. O VídeoEvent contem o nome do vídeo a que corresponde o evento. Um Ink
event contém um StrokeData que contém a informação necessária sobre o traço do evento.
8. StrokeData: Esta classe representa a informação do traço. Um StrokeData contem um Stroke, di-
mensão da tela, nome do vídeo ou número do slide, tempo de começo e tempo de fim do traço e um
InkCanvas que corresponde à tela de desenho que capturou esse traço.
92
9. EventService: O EventService é o responsável por executar os eventos que lhe são enviados. Para
todos os eventos recebidos ele regista-o localmente e também remotamente (caso seja desejado). O
EventService contém os serviços necessários para a execução do pedido. Utiliza um Perfil nas suas
operações.
10. EventManager: O EventManager contém uma lista de eventos. Para cada evento recebido este envia
o evento para o EventService para executar o pedido.
11. InkCanvas: Esta classe representa o painel de captura dos traços. O SlideInkCanvas representa o
painel sobre os slides e o VideoInkCanvas representa o painel existente sobre o vídeo. Quando um
traço é capturado por um SlideInkCanvas este envia o traço para o InkDispatcher de forma a actualizar
todos os SlideInkCanvas que foram registados. Os traços capturados pelo VideoInkCanvas funcionam
de forma semelhante.
12. InkDispatcher: O InkDispatcher contem uma lista de SlideInkCanvas e uma lista de VideoInkCan-
vas. Ao receber um traço de um destes InkCanvas o traço é enviado para todos os outros painéis da
mesma classe. À parte disso, o InkDispatcher gera um evento com a informação do traço para que o
EventManager registe o traço recebido.
13. Controller: A classe Controller representa as classes de input da aplicação. O KeyboardController
captura movimentos de teclas, o GestureController captura gestos feitos com o rato, e o VoiceController
captura comandos de voz.
93