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O termo Leishmaniose (ou Leishmaníase) engloba um grupo de Parasitologia TRICHOMONAS

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Page 1: Ebook - Trichomonas · aliviar os sintomas, previne infecção respiratória ou genital no recém-nascido. O mesmo tratamento é recomendado para puérperas. A prevenção se dá

O termo Leishmaniose (ou Leishmaníase) engloba um grupo de

Parasitologia

TRICHOMONAS

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A família Trichomonadidae engloba diversas espécies de protozoários flagelados para-sitos de invertebrados, vertebrados e até raras espécies de vida livre. Três dessas espé-cies são parasitas dos seres humanos, fazendo parte da microbiota: Trichomonas tenax (cavidade oral), Pentatrichomonas hominis (intestinos) e Trichomonas vaginalis (trato genitourinário). Dentre eles, apenas a Trichomonas vaginalis é patogênica. Esse proto-zoário somente existe na forma trofozoítica, sua morfologia é piriforme ou ameboide e apresenta quatro flagelos livres que surgem de uma pequena cavidade no polo anterior da célula (canal periflagelar). Existe ainda outro flagelo recorrente aderido ao corpo do parasito, denominado membrana ondulante. Apresenta o axóstilo, estrutura de susten-tação rígida formada por microtúbulos, que parte do centro até a extremidade posterior gerando saliência. É um organismo anaeróbio facultativo, portanto, se desenvolve muito bem na ausência de O2. Além disso, sobrevive em ambientes de 20° a 40°C e em pH ácido (idealmente, entre 5,5 e 6). Essas características fazem com o que o aparelho geniturinário seja o local preferencial de colonização e infecção desse agente. Em mu-lheres, a T. vaginalis é encontrada na uretra, glândulas maiores e parauretrais, vagina, endo e ectocérvice uterinas e tubas uterinas. No sexo masculino, os habitats podem ser uretra, próstata, vesícula seminal e epidídimo.

O ciclo biológico do parasito ocorre estritamente entre hospedeiros humanos. Os trofo-zoítos se multiplicam por divisão binária no aparelho geniturinário e são transmitidos durante o intercurso sexual. Acredita-se também que mecanismos adicionais possam influir, como a transmissão por água ou objetos íntimos (toalhas, roupas e artigos de banho), uma vez que transmissão entre mães e filhas já foi observada. A maioria das mulheres que apresenta Trichomonas vaginalis na sua flora é colonizada, ou seja, pos-sui o protozoário, mas não desenvolve infecção clínica. As condições para que a pato-gênese ocorra ainda não são totalmente esclarecidas, porém acredita-se que fatores como modificações da flora bacteriana vaginal, diminuição da acidez local, diminuição do glicogênio nas células epiteliais e acentuada descamação epitelial possam contribuir para ocorrência de infecção sintomática. Nos indivíduos do sexo masculino, raramente ocorre qualquer sintomatologia.

As queixas típicas de Tricomoníase vaginal são corrimento vaginal purulento e fétido, prurido genital, ardência ao urinar (disúria), dor na porção inferior do abdome e dor du-rante a penetração sexual (dispareunia). Os achados no exame ginecológico são

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corrimento amarelo-esverdeado(frequentemente de aspecto bolhoso), vermelhidão (hi-peremia) na mucosa vulvar e vaginal e pequenos pontos hemorrágicos em vagina e colo uterino. O quadro clínico clássico é, portanto, vulvovaginite, sendo importante o diag-nóstico diferencial com Candidíase e Vaginose Bacteriana, uma vez que isso tem impli-cações terapêuticas. No entanto, vale ressaltar, que a trocomoníase apresenta uma am-pla variedade de manifestações clínicas. Estas se modificarão conforme condições in-dividuais, agressividade e número de parasitas infectantes.

O diagnóstico é microbiológico e pode ser feito na própria consulta médica por meio da coleta da secreção vaginal com observação direta dos protozoários flagelados pela mi-croscopia óptica. Nos homens, o diagnóstico dificilmente é realizado. Os exames mais utilizados para o diagnóstico das infecções vaginais, são: i) pH vaginal: devido à flora predominante de Lactobacillus spp., normalmente o pH vaginal se encontra abaixo de 4,5. Neste método, utiliza-se uma fita de pH na parede lateral da vagina, comparando a cor resultante do contato do fluido vaginal com o padrão da fita. Na tricomoníase ou em vaginose bacteriana, esse pH apresenta-se maior que 4,5; ii) Teste de Whiff ou teste das aminas ou “do cheiro”: coloca-se uma gota de KOH a 10% sobre o fluido vaginal depositado numa lâmina de vidro. Caso a reação reproduza um “odor de peixe”, o teste será considerado positivo e sugestivo de vaginose, fazendo o diagnóstico diferencial com a tricomoníase; iii) Exame a fresco: sobre uma lâmina de vidro, faz-e um esfregaço com amostra do contéudo vaginal e uma gota de solução salina, cobrindo a mistura com uma lamínula. Examinando o conjunto em microscopia óptica, com objetiva em au-mento de 400x, pode-se observar não só a presença de leucócitos, células parabasais, leveduras e/ou hifas, bem como Trichomonas sp móveis. A visualização na secreção vaginal de leucócitos ocorre em mulheres com candidíase vulvovaginal e com tricomo-níase; iv) Bacterioscopia por coloração de Gram: evidencia a presença de clue cells (cé-lulas epiteliais escamosas de aspecto granular pontilhado e bordas indefinidas cobertas por pequenos e numerosos cocobacilos), características de vaginose bacteriana.

O tratamento de escolha é o antimicrobiano Metronidazol 2g, VO, dose única (age contra anaeróbios) e a parceria sexual também deve ser tratada para evitar reinfecção. Porém, devido aos casos de ineficácia do tratamento em dose única e ao surgimento de cepas resistentes, alternativas estão sendo avaliadas. Em gestantes, o tratamento além de

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aliviar os sintomas, previne infecção respiratória ou genital no recém-nascido. O mesmo tratamento é recomendado para puérperas.

A prevenção se dá por estratégias similares a outras Infecções Sexualmente Transmis-síveis e envolve o uso de preservativos, educação sexual e o tratamento de pessoas acometidas.