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S E U C O N T E Ú D O D I G I T A L

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Cidadania edemocracia

O ENEM exige uma gama de reflexões sobre temas que contribuem para o

nosso bem-estar e para o fortalecimento das relações sociais.

A ideia do Exame é que o candidato tenha a compreensão de processos

históricos-geográficos e consiga elaborar propostas solidárias para a realidade,

respeitando sempre os valores humanos e a diversidade sociocultural.

No caso das Ciências Humanas, a Matriz de Referência lista como competência de área a “utilização de conhecimentos históricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade”.

E é justamente sobre esses conceitos tão complexos e recorrentes que falaremos neste e-book! Para acabar com todas as dúvidas sobre democracia e cidadania, o professor Thiago Paiva, do Sistema de Ensino Equipe, reuniu os tópicos mais relevantes e as dicas que farão você gabaritar todas as questões relacionadas ao tema.

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QUEM É QUEM?Antes de mais nada, quando falamos em cidadania e democracia precisamos entender que esses não são eventos isolados. Há uma forte relação de interdependência entre os dois conceitos. Nenhum vai muito longe sem o outro. Cidadania e democracia são, na verdade, grandezas diretamente proporcionais. Ou seja, a partir do momento que você fortalece a cidadania, a democracia também é fortalecida.

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O entendimento mais básico está na própria nomenclatura da palavra demo = povo, cracia = governo. Ou seja, um governo fundamentado pelo povo. Mas atenção: nem todas as democracias são iguais. A Ciência Política distingue os sistemas democráticos a partir da partição popular:

Democracia direta: o povo participa diretamente, é o próprio governo.Democracia indireta ou representativa: a sociedade delega poder políticoa representantes, que constituem o Governo.Democracia deliberativa: modelo participativo da população ativa. Os representantes escolhidos pelo povo consultam os cidadãos acerca de temas políticos antes de efetivar as leis. O conceito ganha força no fim do século XX, com a tentativa de se criar uma fusão do modelo direto e indireto. Nesse modelo unem-se características da representatividade (democracia indireta) com o poder político popular (democracia direta).

Hoje existem dois grandes instrumentos nesse sentido,fortalecedores da democracia e consultas populares: Plebiscito: consulta para saber se o povo está de acordo ou não com uma proposta de lei.Referendo: consulta popular sobre uma lei que já existe.

É importante ter em mente que a democracia é sempre um constante aprendizado para quem dela participa. Espaços de atuação política, como os Conselhos e o Orçamento Participativo, configuram-se como locais de formação e exercício da cidadania, cujo entendimento é:

É fundamentada pela relação de direitos e deveres que o indivíduo tem na sociedade, no que se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços.

NO ENEMÉ muito comum a prova do ENEM trazer diferentes debates sobre democracia e cidadania nas questões de Ciências Humanas e até nas propostas de Redação. Uma abordagem recorrente é a partir dos movimentos sociais, cuja luta é diretamente por direitos, por cidadania. As mobilizações de mulheres, negros e LGBT estão fortemente relacionados à equação: movimento sociais x democracia x cidadania.

ERA CLÁSSICA E MODERNADemocracia e cidadania não são apenas resultados de mudançasdentro de um contexto histórico. Indissociáveis e dinâmicas, ambasse renovam constantemente diante das transformações sociais,adaptando-se no decorrer da história. Analisemos a democracia direta, por exemplo. Existente no contexto da Grécia Antiga, ela só era possível porque nem todos os gregos eram considerados cidadãos. Somente homens da elite social eram reconhecidos como tais. Por isso, a cidadania grega tem três características básicas: patriarcal, elitista e excludente.

Já no século XVIII, com as revoluções burguesas, o movimento iluminista e teorias liberais, a compreensão cidadã tornou-se bastante diferente. Ali, os teóricos perceberam que não havia espaço para esse tipo de democracia. Fundamentados pelos ideais de liberdade e igualdade, expandiram o conceito de cidadania. Agora, os cidadãos modernos não são apenas homens. As mulheres também começaram a lutar pelos seus direitos, assim como as camadas populares. Surge, então, o princípio que hoje consagra a cidadania: a universalidade dos direitos.

Nesse mesmo contexto, é revitalizada a ideia de democracia. Percebeu-se que se todo mundo governasse, não haveria governo, pois cada um tem um pensamento político. Era necessário um modelo mais adequado à sociedade moderna: o modelo indireto. A partir desse momento, cria-se a relação de representatividade também dentro da compreensão de cidadania.

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O QUE O ALUNO MAIS ERRA?A confusão mais comum ocorre ao analisar os direitos do cidadão. Já comentamos que a cidadania é a relação direitos x deveres, correto? Os principais direitos que os cidadãos têm são os direitos civil, político e social. É na distinção entre cada um deles que estão os principais erros.

Outro foco interessante são as leis trabalhistas. A questão do movimento operário, por exemplo. As leis trabalhistas foram adaptadas para o fortalecimento da cidadania, ao mesmo tempo em que são consequência do desenvolvimento e da consolidação da democracia. Hoje, o Brasil, sendo um estado de direitos, consagra a democracia e a própria cidadania. A nossa última constituição, a de 1988, é conhecida como a Constituição Cidadã.

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Está atrelado à liberdade individual, ao direito de ir e vir, à propriedade. É a liberdade de fazer escolhas na sociedade. Você tem livre arbítrio e eu, como cidadão, tenho o dever de respeitar as suas decisões e isso é fundamental. Há alunos que pensam que cidadania é apenas fruto de direitos, mas ela também é resultado de deveres. O dever mais nobre do cidadão é o respeito e a tolerância à liberdade do outro.

É aquele que fundamenta o coletivo. Quando garantimos o deslocamento do cidadão a partir de transporte e vias, todos são beneficiados - os que têm carro, ônibus e os que são pedestres. É a ideia de mobilidade urbana. Políticas de saneamento, moradia e serviços de saúde também são direitos sociais.

É a participação do indivíduo nas decisões políticas e há várias situações nas quais ela se efetiva. O voto é um instrumento de direito político, mas não é o único. Se você integra audiências públicas, está exercendo seu direito político. O mesmo ocorre em assembleias, plenárias e votações legislativas. A sua simples presença pode repercutir de forma direta ou indireta na decisão e isso conta também na esfera privada, que se efetiva a partir de normas burocráticas do Estado.

direito civil

direito SOCIAL

direito político

Você sabia? Já houve várias audiências públicas sobre o ENEM. Em 2011, na Câmara dos Deputados,

foram discutidos problemas denunciados na edição anterior da prova, como erros de impressão,

furtos de provas e até o vazamento de questões.

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A CONSTRUÇÃODA CIDADANIA E DADEMOCRACIA NO BRASILAo focar no Brasil, o primeiro passo é perceber que quem organiza o Estado são as leis. O Brasil teve sete constituições, o que demonstra a instabilidade da nossa política. E isso repercute diretamente na construção da democracia e da cidadania.

Alguns retrocessos institucionais, como a Ditadura Militar, criaram obstáculos ao amadurecimento político dos brasileiros. Hoje, da Constituição de 1988 até agora, vivemos o período mais longo e consolidado da nossa democracia.

Quando ouvimos discursos sobre perda de direitos e enfraquecimento do modelo democrático, precisamos entender que as crises são naturais, mas superáveis. E os recursos estão dentro da própria democracia.

Quando protegemos o sistema democrático, protegemos a consciência cidadã, que é a responsável por encontrar soluções para os problemas da sociedade, inerentes a qualquer sistema político.

José Murilo de Carvalho é a maior referência no assunto democracia e cidadania na atualidade. Nascido em 1939, saiu do interior de Minas Gerais para desenvolver uma grande carreira científica e acadêmica. É membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Brasileira de Letras.

Como pesquisador da História do Brasil, busca interpretar a dinâmica conflituosa do imaginário político-social, lançando mão, além das fontes tradicionais, de um vasto material cultural, como imagens plásticas, música, literatura e charges. Mantém-se sempre perto das questões de nação, cidadania, justiça e liberdade.

Entre seus livros, destacam-se as obras “A Formação das Almas” (1990), na qual aborda o impacto da República na formação do imaginário popular, e “A Cidadania no Brasil” (2001), em que traça um longo percurso de como se deu a construção da cidadania no país.

Fiel ao seu percurso intelectual, José Murilo mantém em foco os temas centrais de sua obra: a construção da cidadania e a conciliação entre democracia e república. Nessa abordagem, ganha destaque o permanente desafio da construção de um sistema representativo, capaz de combinar a inclusão política e social, ou seja, a democracia. Igualmente desafiador, como se vê, é a existência no país de um regime que respeite os valores da liberdade, da igualdade civil e do bom governo, o que seria a plena realização da república brasileira.

Fonte:Infoescola.com e“O Pecado Original da República”

Não há república democrática sólida sem cidadãos capacitados para intervir na política de maneira efetiva. O eleitor pobre vota racionalmente, mas é limitado em sua liberdade pelas condições materiais de vida e pela escassez dos recursos políticos conferidos pela educação.

Fomos colonizados por Portugal que não estava, naquela época, na vanguarda do desenvolvimento científico, ou mesmo no que diz respeito aos avanços na representação política. Tivemos a escravidão, que durou até fim do século 19. Isso deixou marcas profundas em nossos valores. Tivemos aqui uma sociedade patriarcal, escravocrata e, além disso, uma distribuição de terras feita de maneira muito desigual e até ilegal. Isso criou grupos da população muito desfavorecidos, para usar uma palavra bastante light.

Nossa meta atual deve ser manter a direção da democracia política. Garantir a liberdade, promover a igualdade dentro da democracia.

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Hoje, cinco anos depois, ainda temos a repercussão das manifestações que ocorreram em junho de 2013. Elas começaram em São Paulo, com o slogan “Não são só 20 centavos”, e ganharanm o Brasil inteiro, pedindo direitos sociais e o fim da corrupção.

PORTO ALEGRE (RS) Data de início: 25 de marçoManifestantes fecharam a avenida Ipiranga e a Bento Gonçalves em protesto ao aumento da passagem. No dia 04 de abril, o Tribunal de Justiça suspendeu o aumento da tarifa.

NATAL (RN) Data de início: 16 de maio“Revolta do Busão” foi como ficou conhecida a primeira manifestação emNatal contra oaumento da tarifade ônibus deR$ 2,20 paraR$ 2,40.

GOIÂNIA (GO)Data de início: 21 de maio200 pessoas foram às ruas contra o aumento da passagem. Houve confronto direto com a polícia. Em manifestações posteriores, 14 pessoas foram presas.

RIO DE JANEIRO (RJ)Data de início: 03 de junhoO anúncio de aumento da tarifa de ônibus levou manifestantes para a frente da Assembleia Legislativa. Também ocorreram protestos contra os excessivos gastos na Copa do Mundo.

SÃO PAULO (SP)Data de início: 06 de junhoMovimento Passe Livre contra o aumento nas tarifas de ônibus, trens e metrô. Intenso confronto com a PM estimulou protestos em outras cidades no país. No dia 17 de junho, 65 mil pessoas foram às ruas.

BELO HORIZONTE (MG)Data de início: 15 de junhoNo dia 17 de junho, 25 mil manifestantes caminharam da Praça Sete até a região da Pampulha. Houve confronto e os militares utilizaram bombas de efeito moral e balas de borracha.

BELÉM (PA)Data de início: 17 de junhoCom duas horas de concentração e três de caminhada, a manifestação de Belém ocorreu sem tumultos. As reivindicações foram contra as corrupções.

SALVADOR (BA)Data de início: 17 de junho

Oito mil pessoas participaramda passeata com

reivindicações diversas,mas com ponto

comum nos gastosexcessivos do governo

com as Copas do Mundo.

CURITIBA (PR)Data de início: 17 de junho

O aumento da tarifa de ônibusfoi a causa da primeira passeata

que reuniu 10 mil pessoas.O fim da manifestação foi

marcado por confrontos.

MACEIÓ (AL)Data de início: 17 de junhoPara protestar contra o aumento da tarifa do transporte públicoe os gastos excessivos com a Copa, 2 mil manifestantesforam às ruas.

RECIFE (PE)Data de início: 17 de junhoAlém de protestar contra a tarifa do transporte público e a corrupção, as 2 mil pessoas marcharam para reivindicar o passe livre estudantil e a meia passagem municipal.

BRASÍLIA (DF)Data de início: 15 de junhoA abertura da Copa das Confederações foi marcada por protestos. Em combate com a Polícia Militar, 27 pessoas foram feridas. Dois dias depois, manifestantes sobem a rampa do Congresso.

UM ACONTECIMENTO:

MANIFESTAÇÕESDE JUNHODE 2013VEJA O QUE ACONTECEU NAS PRINCIPAIS CAPITAIS DO PAÍS:

FORTALEZA (CE)Data de início: 13 de junhoAproximadamente 6 mil pessoas foram às ruas da capital do Ceará para protestar a favor de mais investimentos em segurança. Não houve confronto com a

8Fonte: Jornal O Tempo

COMO COMEÇOU A GREVE EQUANTO TEMPO ELA DUROU?No dia 21 de maio, os caminhoneiros iniciaram uma paralisação nas rodovias brasileiras. Durante 10 dias, houve uma grave crise no abastecimento de produtos, incluindo alimentos e combustível, em todo o país. Para acabar com a manifestação, o governo criou, às pressas, um pacotão de medidas para a categoria.

O QUE OS CAMINHONEIROS REIVINDICAVAM?A principal reivindicação era a redução da carga tributária sobre o diesel. Os motoristas pediram a zeragem da alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Os impostos representavam quase a metade do valor do combustível na refinaria. Segundo eles, a carga tributária menor daria fôlego ao setor, já que o diesel representa 42% do custo do frete.

QUAIS FORAM AS REIVINDICAÇÕES ATENDIDAS PELO GOVERNO?O governo anunciou uma redução de R$ 0,46 no preço do óleo diesel, provenientes da zeragem da Cide sobre o combustível e de uma diminuição da alíquota de PIS/Cofins. Além disso, se comprometeu a publicar uma tabela que regulamentava preços mínimos para o valor do frete.Fonte: O Estado de S.Paulo e Terra

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