é preciso perdoar

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Transição manual dos Slides Música: The Caress-Aeoliah Pesquisa e Formatação É Preciso Perdoar terça-feira, 21 de junho d e 2022 15:20:14 HELIO CRUZ

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Page 1: é Preciso perdoar

Transição manual dos SlidesMúsica: The Caress-Aeoliah

Pesquisa e Formatação

É Preciso Perdoar

3 de maio de 202300:53:35

HELIOCRUZ

Page 2: é Preciso perdoar

Com base no conto “O Encontro”, do livro A Vida Escreve, pelo Espírito Hilário Silva. (Momentos de Paz Maria da Luz).Nos conta assim o autor:Rosabela preparava-se. Não cabia em si de esperança. Visitara o cabelereiro, e experimentava, feliz, o vestido novo. Sozinha no apartamento, relia a última carta. A última carta de amor que a buscava, enfim. E a sós, enquanto a noite de sábado transbordava de música, recordava, recordava. Casara-se, havia cinco anos; todavia, Tristão, o esposo, revelara-se libertino. Não conseguia olvidar os primeiros tempos. A presença dele, suas palavras e promessas estavam em seu pensamento como inolvidável perfume.

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Ainda assim, tivera coragem de romper consigo própria e tentar outra experiência. Isso porque não tivera força de perdoar-lhe. Rememorava a noite em que se haviam despedido. Regressava do interior fluminense, onde fora ter com os pais, em repouso breve. Entretanto, inesperada queratite obrigara-lhe a volta em momento imprevisto. E não olvidava o quadro que a ferira, fundo. Penetrando em casa, surpreendera Tristão embriagado junto de outra. Ambos agressivos. Inconvenientes. Dilacerada nos melhores sonhos, protestara, chorando; contudo, o marido, alterado, atira-lhe as malas na rua. Expulsara-a como se fora um animal corroído de peste. Acolhera-se à residência de amigos e mudara o curso dos próprios passos.

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O esposo, talvez mudado, tentara a aproximação, mas debalde. Ultrajada, negou-se. Alugando pequeno apartamento em bairro distante, aceitou as funções de datilografa quase anônima, em grande companhia comercial. E mergulhara a mente no serviço. De quando em quando, esse ou aquele Dom Juan de esquina lhe deitava olhos menos sensatos; todavia, pelo comportamento irrepreensível, não lhes encorajava qualquer palavra incorreta. O tempo correu lentamente. Um, dois, três, quatro anos. Sentia-se, no entanto, intimamente desamparada. Ensaiava a aquisição de amizades novas. Acabava, entretanto, desiludida. Algo faltava. Às vezes, supunha que faltava Tristão, mas arredava para longe esse pensamento.

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Surgiu, no entanto, uma noite diferente. Lia velho número de uma revista sentimental e encontrara aí um convite a esmo. Cavalheiro, anunciando trinta e dois anos de idade, desejava estabelecer amizade com alguém, por sentir-se sozinho. O curioso anúncio era assinado por Benjamim Solis e apresentava expressivo cunho de seriedade. Após refletir, resolveu arriscar. E ofereceu-se, endereçando bela missiva datilografada para a caixa postal indicada. Dizia chamar-se Rosalinda Marvar e informava a posta-restante para a resposta. Benjamim escreveu, contente, feliz. Declarava adotar igualmente a datilografia por sistema ideal, até que pudesse estabelecer um encontro franco. E as cartas começaram afetivas para se tornarem longas e belas, carinhosas e ardentes.

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Confidências recíprocas. Autobiografias discretas. Flores e lembranças pelo correio. Respeitosamente, contou-lhe Benjamim uma longa história. Era casado. Mas via-se distanciado da esposa, desde muito. Não a acusava. Informava, apenas, que não soubera fazê-la feliz. Em outras missivas, historiava estranhos episódios. Relacionava dificuldades do pretérito. E dizia-se um homem a caminho da regeneração. Enviava livros. Livros espíritas, consoladores, que ela manuseava com imensa emoção. Aqueles apontamentos dele inclinavam-na à alegria e à esperança. Falavam de renúncia, entendimento, perdão. Ela mesma, com dez meses de correspondência, estava modificada. Mais paciente mais tolerante.

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E pensava: Se conhecesse tudo isso ao tempo de Tristão... Todavia, mentalizava Benjamim e expulsava a imagem do esposo, buscando anular-lhe o reflexo. Impossível que Benjamim fosse mau. E ainda que houvesse cometido algo passível de justa reprovação, ali estava, naquelas cartas, religiosamente datilografadas, plenamente refeito. Estava presa aos compromissos legais. Contudo, nada a impedia de manter uma afeição pura e nobre. Incentivo do coração que pudesse auxiliá-la a viver. Pensando em como prosseguir no romance, revirava nas mãos a última carta. Antes, deliberadamente, adiavam sempre, entre si, a remessa de fotos. Benjamim, no entanto, convidava-a, agora, a que se avistassem.

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Esperá-la-ia às dez horas em ponto, do dia seguinte, domingo, à porta do velho Jardim Botânico. Envergaria costumes de linho alvo e traria gravata escura com pequeno alfinete em forma de “R”. Respondera aquiescendo. E informara que trajaria um vestido da mesma cor, mostrando um broche singelo lembrando os contornos da mesma letra. Enfim, enfim o encontro. Manhãzinha, Rosabela pôs-se em marcha. A princípio, o elétrico e, depois, o lotação. Não quis, porém, descer, de chofre, nas imediações do jardim. Queria movimentar-se um tanto. Preparar-se. E chegar às dez em ponto. Fez sinal e apeou numa rua da Gávea. Aí mesmo, mal suportando a própria emoção, retocou o semblante e realinhou os cabelos, utilizando pequena bolsa.

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E caminhou, coração aos saltos, no rumo certo. Vários grupos se movimentavam sob o arvoredo, à caça de ar puro. Avançou, trêmula. Olhou o relógio. Dois minutos para dez. Mais alguns passos e estacou. O amigo lá estava. Roupa branca e gravata escura. O alfinete em forma de “R” luzia, não obstante minúsculo. Mas, aquele homem... Aquele homem era Tristão. O marido muito pálido, veio ao encontro dela. Ambos, prestes a cair, abraçaram-se, de manso.- Pois é você, Rosa? Eu bem desconfiava. Somente você poderia escrever-me como fez, tocando-me o coração. Perdoe-me, agora! Estou transformado, creia. Sofri demais. Este encontro é a resposta do Mundo Espiritual às minhas preces constantes! Louvado seja Deus!

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Rosabela nada respondeu. O esposo, no entanto, abraçou-a mais forte, ao notar que ela repousara a cabeça em seus ombros, e, depois de alguns minutos, percebeu que a primorosa lapela surgia agora ensopada de lágrimas.REFLEXÃO:A jornada terrestre é sempre uma jornada de reajustes e aprendizado. Nela, o equilíbrio e a paz necessários sí serão atingidos quando, purificando corações, os homens forem capazes de reconhecer que ninguém neste planeta ainda é digno do pedestal da perfeição. A reconciliação, o perdão, a compreensão, são essenciais para a paz na vida do homem. Jesus foi o maior de todos por estabelecer com seu exemplo uma conduta de amor e de perdão. Em Suas Bem-aventuranças traçou um roteiro de iluminação, e nele indicou que todos os aflitos seriam consolados.

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O caminho da elevação indicado pelo Mestre Jesus, passa pelo imperativo do amor incondicional. Muitos de nós, pensam saber o que seja o amor; raros são aqueles capazes de perceber o que seja amar incondicionalmente. Tirando a figura de Jesus, todos aqueles que gravitam, encarnados ou desencarnados, neste planeta, são falíveis, e trazem nos milênios de suas existências, desde os primórdios dos tempos, dívidas e falhas, e se apresentam ainda hoje requerendo reparação e novas oportunidades. Jesus foi enfático diante daqueles que desejavam apedrejar Madalena, dizendo: Aquele que não tiver pecado, que atire a primeira pedra. Partindo dessa premissa, é essencial a todos nós termos a consciência daquilo que somos, e a compreensão de que já tivemos muitas quedas e muitas quedas ainda teremos, e que já compreendemos que não somos perfeitos.

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Um dos fatos mais notórios na vida de relação é o costume que temos de colocar aqueles a quem dizemos amar num pedestal. A partir daí tornamo-nos intolerantes com as fraquezas que venham a demonstrar, esquecendo-nos que todos, sem exceção, somos carentes de compreensão e de perdão. Isso ocorre com muita frequência na vida de relação, por exemplo, entre marido e mulher, entre filhos e pais, entre irmãos. Olhando os grupos de relação, pelo ponto de vista espiritual, vamos encontrar nas oficinas domésticas provas de reajuste que requerem misericórdia, compreensão e perdão. Isto é, que requerem amor incondicional. Assim, se buscas a paz em tua vida, mas alimentas a desilusão, o desamor em teu coração; se procuras a compreensão e és carente de afeto, mas agasalhas o queixume em relação a outras pessoas, e ainda atiras pedras naqueles que te magoaram;

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Se não és capaz de esquecer as ofensas, e não permites que a misericórdia e a indulgência possam fazer parte de tua vida, medita na pequenez de nossa existência e na necessidade de refazermos as experiências menos felizes. Prepara teu coração para a luta contra ti mesmo; afasta a mágoa, pois, ela só existe onde a imperfeição ainda faz morada; expande teu coração para o amor incondicional, para que as Bem-aventuranças possam chegar até ti. Pede forças para que possas vencer, em tuas experiências terrenas, a fraqueza que ainda carregas. Busca reencontrar os afetos e os desafetos do caminho, levando no coração o amor incondicional que auxilia, exemplifica, e ilumina os caminhos. Verás como a paz há de chegar até ti, e compreenderás, melhor, quem és e o que o Criador espera de ti. Exercitemos o perdão, e todas as nossas dores serão acalmadas.

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Muita Paz!

Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br

Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.