e o juramento manto da perfídia. (joaquim manoel de … · americanos que passaram fome....

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Simulado 1 - Língua Portuguesa Nunca esqueçam: só aprendemos errando. Não tenham medo de errar, pois o simulado é feito para que o aluno erre e aprenda com seus erros, adquirindo prática na resolução de exercícios. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. (Enem 98) Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto "Aí, Galera", de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte. AÍ, GALERA Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo "estereotipação"? E, no entanto, por que não? - Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. - Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares. - Como é? - Aí galera. - Quais são as instruções do técnico? - Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação. - Ahn? - É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. - Certo. Você quer dizer mais alguma coisa? - Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas? - Pode. - Uma saudação para a minha progenitora. - Como é? - Alô, mamãe! - Estou vendo que você é um, um... - Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação? - Estereoquê? - Um chato? - Isso. (Correio Braziliense, 13/05/1998) 1. O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre a língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma INADEQUADA da linguagem usada ao contexto: a) "o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito" - um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando. b) "E aí, ô meu! Como vai essa força? " - um jovem que fala para um amigo. c) "Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação" - alguém comenta em uma reunião de trabalho. d) "Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa" - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego. e) "Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros" - um professor universitário em um congresso internacional. 2. O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas: a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe. b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado. c) o uso da expressão "galera", por parte do entrevistador, e da expressão "progenitora", por parte do jogador. d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra "estereotipação", e a fala do jogador em "é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça". e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo. 3. A expressão "pegá eles sem calça" poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por: a) pegá-los na mentira. b) pegá-los desprevenidos. c) pegá-los em flagrante. d) pegá-los rapidamente. e) pegá-los momentaneamente. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (Enem 98) Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; é solitário andar por entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Luís de Camões) 4. (Enem 98) O poema pode ser considerado como um texto: a) argumentativo. b) narrativo. c) épico. d) de propaganda. e) teatral. 5. O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição de palavras ou idéias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente. a) "Amor é fogo que arde sem se ver." b) "É um contentamento descontente." c) "É servir a quem vence, o vencedor." d) "Mas como causar pode seu favor." e) "Se tão contrário a si é o mesmo Amor?" 6. Texto 1 Mulher, Irmã, escuta-me: não ames, Quando a teus pés um homem terno e curvo jurar amor, chorar pranto de sangue, Não creias, não, mulher: ele te engana! As lágrimas são gotas da mentira E o juramento manto da perfídia. (Joaquim Manoel de Macedo) Texto 2 Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde Se ele chorar Se ele ajoelhar Se ele se rasgar todo Não acredite não Teresa É lágrima de cinema É tapeação Mentira CAI FORA (Manuel Bandeira) Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que: a) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher. b) há um tratamento realista da relação homem/mulher. c) a relação familiar é idealizada. d) a mulher é superior ao homem. e) a mulher é igual ao homem. 7. (Enem 99) SONETO DE FIDELIDADE De tudo ao meu amor serei atento Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou ao seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama. Eu possa me dizer do amor (que tive) : Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. (MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA. São Paulo: Cia das Letras, 1992) A palavra MESMO pode assumir diferentes significados, de acordo com a sua função na frase. Assinale a alternativa em que o sentido de MESMO equivale ao que se verifica no 3Ž verso da 1 estrofe do poema de Vinícius de Moraes. a) "Pai, para onde fores, /irei também trilhando as MESMAS ruas..." (augusto dos Anjos) b) "Agora, como outrora, há aqui o MESMO contraste da vida interior, que é modesta, com a exterior, que é ruidosa." (Machado de Assis) c) "Havia o mal, profundo e persistente, para o qual o remédio não surtiu efeito, MESMO em doses variáveis." (Raimundo Faoro) d) "Mas, olhe cá, Mana Glória, há MESMO necessidade de fazê-lo padre?" (Machado Assis) e) "Vamos e qualquer maneira, mas vamos MESMO." (Aurélio) 8. (Enem 99) Leia o texto a seguir. Cabelos longos, brinco na orelha esquerda, físico de skatista. Na aparência, o estudante brasiliense Rui Lopes Viana filho, de 16 anos, não lembra em nada o estereótipo dos gênios. Ele não usa pesados óculos de grau está longe de ter um ar introspectivo. No final do mês passado, Rui retornou de Taiwan, onde enfrentou 419 competidores de todo o mundo na 39 Olimpíada Internacional de Matemática. A reluzente medalha de ouro que ele trouxe na

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Page 1: E o juramento manto da perfídia. (Joaquim Manoel de … · americanos que passaram fome. ("Gazeta Mercantil", 05/01/1999) Ao citar dados referentes à crise ocorrida em 1929, em

Simulado 1 - Língua Portuguesa

Nunca esqueçam: só aprendemos errando. Não tenham medo de errar, pois o simulado é feito para que o aluno erre e aprenda com seus erros, adquirindo prática na resolução de exercícios.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. (Enem 98) Para falar e escrever bem, é preciso, além de conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa, saber adequar o uso da linguagem ao contexto discursivo. Para exemplificar este fato, seu professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto "Aí, Galera", de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor brinca com situações de discurso oral que fogem à expectativa do ouvinte. AÍ, GALERA Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo "estereotipação"? E, no entanto, por que não? - Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. - Minha saudação aos aficionados do clube e aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares. - Como é? - Aí galera. - Quais são as instruções do técnico? - Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação. - Ahn? - É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. - Certo. Você quer dizer mais alguma coisa? - Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas? - Pode. - Uma saudação para a minha progenitora. - Como é? - Alô, mamãe! - Estou vendo que você é um, um... - Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação? - Estereoquê? - Um chato? - Isso. (Correio Braziliense, 13/05/1998) 1. O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre a língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma INADEQUADA da linguagem usada ao contexto: a) "o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito" - um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando. b) "E aí, ô meu! Como vai essa força? " - um jovem que fala para um amigo. c) "Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação" - alguém comenta em uma reunião de trabalho. d) "Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa" - alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego. e) "Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre risco de

termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros" - um professor universitário em um congresso internacional. 2. O texto retrata duas situações relacionadas que fogem à expectativa do público. São elas: a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início da entrevista, e a saudação final dirigida à sua mãe. b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada à situação da entrevista, e um jogador que fala, com desenvoltura, de modo muito rebuscado. c) o uso da expressão "galera", por parte do entrevistador, e da expressão "progenitora", por parte do jogador. d) o desconhecimento, por parte do entrevistador, da palavra "estereotipação", e a fala do jogador em "é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça". e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas de estereotipação e o jogador entrevistado não corresponder ao estereótipo. 3. A expressão "pegá eles sem calça" poderia ser substituída, sem comprometimento de sentido, em língua culta, formal, por: a) pegá-los na mentira. b) pegá-los desprevenidos. c) pegá-los em flagrante. d) pegá-los rapidamente. e) pegá-los momentaneamente. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (Enem 98) Amor é fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; é solitário andar por entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor? (Luís de Camões) 4. (Enem 98) O poema pode ser considerado como um texto: a) argumentativo. b) narrativo. c) épico. d) de propaganda. e) teatral. 5. O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição de palavras ou idéias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente. a) "Amor é fogo que arde sem se ver." b) "É um contentamento descontente." c) "É servir a quem vence, o vencedor." d) "Mas como causar pode seu favor." e) "Se tão contrário a si é o mesmo Amor?" 6. Texto 1 Mulher, Irmã, escuta-me: não ames, Quando a teus pés um homem terno e curvo jurar amor, chorar pranto de sangue, Não creias, não, mulher: ele te engana! As lágrimas são gotas da mentira

E o juramento manto da perfídia. (Joaquim Manoel de Macedo) Texto 2 Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde Se ele chorar Se ele ajoelhar Se ele se rasgar todo Não acredite não Teresa É lágrima de cinema É tapeação Mentira CAI FORA (Manuel Bandeira) Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima sugerem que: a) há um tratamento idealizado da relação homem/mulher. b) há um tratamento realista da relação homem/mulher. c) a relação familiar é idealizada. d) a mulher é superior ao homem. e) a mulher é igual ao homem. 7. (Enem 99) SONETO DE FIDELIDADE De tudo ao meu amor serei atento Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou ao seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama. Eu possa me dizer do amor (que tive) : Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure. (MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA. São Paulo: Cia das Letras, 1992) A palavra MESMO pode assumir diferentes significados, de acordo com a sua função na frase. Assinale a alternativa em que o sentido de MESMO equivale ao que se verifica no 3Ž

verso da 1� estrofe do poema de Vinícius de Moraes.

a) "Pai, para onde fores, /irei também trilhando as MESMAS ruas..." (augusto dos Anjos) b) "Agora, como outrora, há aqui o MESMO contraste da vida interior, que é modesta, com a exterior, que é ruidosa." (Machado de Assis) c) "Havia o mal, profundo e persistente, para o qual o remédio não surtiu efeito, MESMO em doses variáveis." (Raimundo Faoro) d) "Mas, olhe cá, Mana Glória, há MESMO necessidade de fazê-lo padre?" (Machado Assis) e) "Vamos e qualquer maneira, mas vamos MESMO." (Aurélio) 8. (Enem 99) Leia o texto a seguir. Cabelos longos, brinco na orelha esquerda, físico de skatista. Na aparência, o estudante brasiliense Rui Lopes Viana filho, de 16 anos, não lembra em nada o estereótipo dos gênios. Ele não usa pesados óculos de grau está longe de ter um ar introspectivo. No final do mês

passado, Rui retornou de Taiwan, onde enfrentou 419 competidores de todo o mundo na 39�

Olimpíada Internacional de Matemática. A reluzente medalha de ouro que ele trouxe na

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bagagem está dependurada sobre a cama de seu quarto, atulhado de rascunhos dos problemas matemáticos que aprendeu a decifrar nos últimos cinco anos. Veja - Vencer uma olimpíada serve de passaporte para uma carreira profissional meteórica? Rui - Nada disso. Decidi me dedicar à Olimpíada porque sei que a concorrência por um emprego é cada vez mais selvagem e cruel. Agora tenho algo a mais para oferecer. O problema é que as coisas estão mudando muito rápido e não sei qual será minha profissão. Além de ser muito novo para decidir sobre o meu futuro profissional, sei que esse conceito de carreira mudou muito. (Entrevista de Rui Lopes Viana Filho à "Veja", 05/08/1998, n.31, p.9-10) Na pergunta, o repórter estabelece uma relação entre a entrada do estudante no mercado de trabalho e a vitória na Olimpíada. O estudante a) concorda com a relação e afirma que o desempenho na Olimpíada é fundamental para sua entrada no mercado. b) discorda da relação e complementa que é fácil se fazer previsões sobre o mercado de trabalho. c) discorda da relação e afirma que seu futuro profissional independe de dedicação aos estudos. d) discorda da relação e afirma que seu desempenho só é relevante se escolher uma profissão relacionada à matemática. e) concorda em parte com a relação e complementa que é complexo fazer previsões sobre o mercado de trabalho. 9. (Enem 99)

Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome SE e o sentido que adquire no contexto. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome SE, a) em I, indica reflexividade e equivale a "a si mesmas". b) em II, indica reciprocidade e equivale a "a si mesma". c) em III, indica reciprocidade e equivale a "uma às outras". d) em I e III, indica reciprocidade e equivale a "uma às outras". e) em II e III, indica reflexividade e equivale a "a si mesma" e "a si mesmas", respectivamente. 10. (Enem 99) Leia um texto publicado no jornal GAZETA MERCANTIL. Esse texto é parte de um artigo que analisa algumas situações de crise no mundo, entre elas, a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929, e foi publicado na época de uma iminente crise financeira no Brasil. Deu no que deu. No dia 29 de outubro de 1929, uma terça-feira, praticamente não havia compradores no pregão de Nova Iorque, só vendedores. Seguiu-se uma crise incomparável: o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos caiu de 104 bilhões de dólares em 1929, para 56 bilhões em 1933, coisa inimaginável em nossos dias. O valor do dólar caiu a quase metade. O desemprego elevou-se de 1,5 milhão para 12,5 milhões

de trabalhadores - cerca de 25% da população ativa - entre 1929 e 1933. A construção civil caiu 90%. Nove milhões de aplicações, tipo caderneta de poupança, perderam-se com o fechamento dos bancos. Oitenta e cinco mil firmas faliram. Houve saques e norte-americanos que passaram fome. ("Gazeta Mercantil", 05/01/1999) Ao citar dados referentes à crise ocorrida em 1929, em um artigo jornalístico atual, pode-se atribuir ao jornalista a seguinte intenção: a) questionar a interpretação da crise. b) comunicar sobre o desemprego. c) instruir o leitor sobre aplicações em bolsa de valores. d) relacionar os fatos passados e presentes. e) analisar dados financeiros americanos. 11. (Enem 99) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos: "FALO SOMENTE COMO O QUE FALO: a linguagem enxuta, contato denso; FALO SOMENTE DO QUE FALO: a vida seca, áspera e clara do sertão; FALO SOMENTE POR QUEM FALO: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. FALO SOMENTE PARA QUEM FALO: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste." Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário, a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores. b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido. c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor. d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores. e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor. 12. (Enem 99) Diante da visão de um prédio com uma placa indicando SAPATARIA PAPALIA, um jovem deparou com a dúvida: como pronunciar a palavra PAPALIA? Levado o problema à sua sala de aula, a discussão girou em torno da utilidade de conhecer as regras de acentuação e, especialmente, do auxílio que elas podem dar à correta pronúncia de palavras. Após discutirem pronúncia, regras de acentuação e escrita, três alunos apresentaram as seguintes conclusões a respeito da palavra PAPALIA: I. Se a sílaba tônica for o segundo PA, a escrita deveria ser PAPÁLIA, pois a palavra seria paroxítona terminada em ditongo crescente. II. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPALÍA, pois "i" e "a" estariam formando hiato. III. Se a sílaba tônica for LI, a escrita deveria ser PAPALIA, pois não haveria razão para o uso de acento gráfico. A conclusão está correta apenas em: a) I b) II c) III d) I e II e) I e III 13. (Enem 98) A discussão sobre gramática na classe está "quente". Será que os brasileiros sabem gramática? A professora de Português propõe para debate o seguinte texto: PRA MIM BRINCAR Não há nada mais gostoso do que o mim sujeito de verbo no infinito. Pra mim brincar. As cariocas que não sabem gramática falam assim. Todos os brasileiros deviam de querer falar como as cariocas que não sabem gramática. - As palavras mais feias da língua portuguesa são quiçá, alhures e miúde. (BANDEIRA, Manuel. "Seleta em prosa e verso". Org: Emanuel de Moraes. 4Žed. Rio de Janeiro, José Olympio, 1986. Pág.19) Com a orientação da professora e após o debate sobre o texto de Manuel Bandeira, os alunos chegaram à seguinte conclusão: a) Uma das propostas mais ousadas do Modernismo foi a busca da identidade do povo brasileiro e o registro, no texto literário, da diversidade das falas brasileiras. b) Apesar de os modernistas registrarem as falas regionais do Brasil, ainda foram

preconceituosos em relação às cariocas. c) A tradição dos valores portugueses foi a pauta temática do movimento modernista. d) Manuel Bandeira e os modernistas brasileiros exaltaram em seus textos o primitivismo da nação brasileira. e) Manuel Bandeira considera a diversidade dos falares brasileiros uma agressão à Língua Portuguesa. 14. (Enem 99) Quem não passou pelas experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: I. Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser "gauche" na vida (ANDRADE, Carlos Drummond de. ALGUMA POESIA. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964) II. Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim. (BUARQUE, Chico. LETRA E MÚSICA. São Paulo: Cia das Letras, 1989) III. Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Esta espécie ainda envergonhada. (PRADO, Adélia. BAGAGEM. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986) Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por a) reiteração de imagens b) oposição de idéias c) falta de criatividade d) negação dos versos e) ausência de recursos 15. (Enem 99) E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas. Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade. Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! Minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico. (BRAGA, Rubem. AI DE TI, COPACABANA. 20. ed.) O poeta Carlos Drummond de Andrade escreveu assim sobre a obra de Rubem Braga: O que ele nos conta é o seu dia, o seu expediente de homem, apanhado no essencial, narrativa direta e econômica. (...) É o poeta do real, do palpável, que se vai diluindo em cisma. Dá o sentimento da realidade e o remédio para ela. Em seu texto, Rubem Braga afirma que "este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos". Afirmação semelhante pode ser encontrada no texto de Calos Drummond de Andrade, quando, ao analisar a obra de Braga, diz que ela é a) uma narrativa direta e econômica. b) real, palpável. c) sentimento de realidade . d) seu expediente de homem. e) seu remédio.

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GABARITO

Simulado 1 - Língua Portuguesa 1. [E] 2. [B] 3. [B] 4. [A] 5. [B] 6. [A] 7. [C] 8. [E] 9. [E] 10. [D] 11. [A] 12. [E] 13. [A] 14. [A] 15. [A]

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SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESASIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESASIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESASIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Nunca esqueçam: só aprendemos errando. Não tenham medo de errar, pois o simulado é feito para que o aluno erre e aprenda com seus erros, adquirindo prática na resolução de exercícios. Se estiver com dificuldades, faça em dupla ou peça ajuda a um colega. Não deixe de tirar dúvidas com o professor. Mesmo que não tenha ainda visto a matéria, tente resolver com base em suas experiências, pois essas situações acontecerão no vestibular. 1. (Ufjf) As estrofes apresentadas a seguir foram retiradas do poema "Vozes d'África", de Castro Alves. "Vozes d'África" é um dos textos em que o poeta expressa sua indignação diante da escravidão. Leia, com atenção, o fragmento selecionado para responder às questões propostas em a) e b): Vozes d'África Deus! ó Deus, onde estás que não respondes!? Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes, Embuçado nos céus? Há dois mil anos te mandei meu grito, Que embalde, desde então, corre o infinito ... Onde estás, Senhor Deus? ... (...) Mas eu, Senhor! ... Eu triste, abandonada, Em meio dos desertos esgarrada, Perdida marcho em vão! Se choro ... bebe o pranto a areia ardente! Talvez ... pra que meu pranto, ó Deus clemente, Não descubras no chão! ... a) Cite e explique a figura de linguagem através da qual o poeta estrutura todo o poema. b) IDENTIFIQUE OS ELEMENTOS que representam, figuradamente, o abandono e o desespero advindos da escravidão. 2. Na frase "... consumo das significações no SEIO da comunicação social...", a palavra em destaque é, no plano semântico e estilístico, a) denotação e paradoxo. b) conotação e sinédoque. c) denotação e pleonasmo. d) conotação e catacrese. e) conotação e antítese. 3. (Cesgranrio) Vinicius de Moraes - Trechos 1 - Vontade de beijar os olhos de minha pátria De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos". 2 - "Pátria, eu semente que nasci do vento Eu que não vou e não venho, eu que permaneço". A partir dos exemplos 1 e 2, indique as respectivas figuras de linguagem: a) prosopopéia - aliteração. b) metáfora - gradação. c) hipérbole - antítese. d) aliteração - personificação. e) metonímia - assíndeto. 4. (Unirio) LUZ DO SOL

Luz do sol, Que a folha traga e traduz Em verde novo, em folha, em graça, Em vida, em força e em luz Céu azul, Que vem até aonde os pés tocam a terra E a terra expira e exala seus azuis. (Caetano Veloso) O recurso estilístico encontrado no verso "Em verde novo, em folha, em graça," é: a) hipérbole b) epístrofe c) anástrofe d) antítese e) anáfora TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES. (Uel) "Não era ele o seu grande eleitor? Não era ele o seu banqueiro para os efeitos eleitorais? E nós, lá na roça, tínhamos quase convicção de que o verdadeiro deputado era o coronel e o doutor Castro um simples preposto seu. As minhas idas e vindas ao hotel repetiam-se e não o encontrava. Vinham-me então os terrores sombrios da falta de dinheiro, da falta absoluta. Voltava para o hotel taciturno, preocupado, cortado de angústias. Sentia-me só, só naquele grande e imenso formigueiro humano, só, sem parentes, sem amigos, sem conhecidos que uma desgraça pudesse fazer amigos. Os meus únicos amigos eram aquelas notas sujas encardidas; eram elas o meu único apoio, eram elas que me evitavam as humilhações, os sofrimentos, os insultos de toda sorte; e quando eu trocava uma delas, quando as dava ao condutor do bonde, ao homem do café, era como se perdesse um amigo, era como se me separasse de uma pessoa bem amada... Eu nunca compreendi tanto a avareza como naqueles dias em que dei alma ao dinheiro, e o senti tão forte para os elementos da nossa felicidade externa e interna." (BARRETO, Lima. "Recordações do escrivão Isaías Caminha". Rio de Janeiro: Garnier, 1989. p. 52-53.) 5. (Uel) Com base no texto e na leitura do romance, é correto afirmar: a) A dificuldade de localizar o deputado devia-se às freqüentes atividades do político, um dos poucos a dedicar-se com ardor às questões públicas. b) As expectativas de que o deputado era uma pessoa desonesta vão por terra quando Isaías Caminha finalmente o encontra, obtendo através deste contato com o político o emprego almejado. c) A imagem do deputado, criada por Isaías Caminha, corresponde à de um político honesto que lhe dê orientações para o estudo e para o trabalho, sem precisar recorrer ao poder da influência política. d) As esperanças de Isaías Caminha encontrar um político eficiente e influente confirmam-se quando Isaías ganha a vaga de emprego que estava reservada a um aspirante indicado pelo ministro. e) As desconfianças de Isaías Caminha, provocadas pela dificuldade de encontrar o deputado, são confirmadas pelos exemplos desanimadores de outros políticos vistos na Câmara. 6. (Uel) No que se refere à perspectiva da falta de dinheiro, pressentida por Isaías Caminha, considere as afirmativas a seguir. I. É um pressentimento infundado, pois Caminha conta com o apoio dos admirados colegas de redação, que o livram das dívidas e lhe prestam amparo emocional. II. É uma angústia menos perturbadora do que a constatação da inviabilidade de seus propósitos idealistas no terreno da literatura. III. É uma aflição que perde espaço após a conquista do cargo no jornal, embora seu cotidiano continue marcado pela modéstia. IV. É uma previsão que se concretiza, mesmo após a conquista do emprego no jornal, em função do acúmulo de dívidas e dos gastos excessivos na vida boêmia. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e III. b) II e III. c) II e IV. d) I, II e IV. e) I, III e IV. 7. (Uel) Com base no texto, considere as afirmativas a seguir. I. A repetição da palavra "sem" ("sem parentes, sem amigos, sem conhecidos") representa recurso argumentativo do texto. II. A oração "quando eu trocava uma delas" indica uma relação semântica de tempo. III. Em "era como se perdesse um amigo", a palavra "como" indica uma relação de causa/conseqüência. IV. A expressão "dei alma ao dinheiro" apresenta uma comparação entre elementos animados

e inanimados. Estão corretas apenas as afirmativas: a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. 8. Com base no texto e na leitura do romance, é correto afirmar: a) Isaías Caminha e o deputado moravam no mesmo hotel; apesar disso, o político dificilmente era encontrado. b) O fato de Isaías Caminha estar hospedado em um hotel revela sua condição financeira confortável. c) O hotel em que Isaías Caminha estava hospedado representava um local provisório que ele deixou assim que adquiriu a casa própria. d) A hospedagem de Isaías Caminha em um hotel era cortesia do deputado, que já estava saturado de atender solicitações de estranhos. e) Isaías Caminha queria encontrar o deputado no hotel para tentar obter, através dele, um emprego. 9. (Puc-rio) Assinale a opção em que todas as palavras se completam adequadamente com as letras entre parênteses: a) mi__ to; ve__xame; e __emplar. (x) b) empeci__o; famí__a; estarda__aço. (lh) c) __unidade; __umidade; __ombridade. (h) d) cabe__reiro; estrang__ro; praz__roso. (ei) e) di__ernir; di__ente; côn__io. (sc) 10. (Enem) No ano passado, o governo promoveu uma campanha a fim de reduzir os índices de violência. Noticiando o fato, um jornal publicou a seguinte manchete: CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE A manchete tem um duplo sentido, e isso dificulta o entendimento. Considerando o objetivo da notícia, esse problema poderia ter sido evitado com a seguinte redação: a) Campanha contra o governo do Estado e a violência entram em nova fase. b) A violência do governo do Estado entra em nova fase de Campanha. c) Campanha contra o governo do Estado entra em nova fase de violência. d) A violência da campanha do governo do Estado entra em nova fase. e) Campanha do governo do Estado contra a violência entra em nova fase. 11. (Mackenzie) Socorro Alguém me dê um coração Que este já não bate nem apanha. Arnaldo Antunes e Alice Ruiz Assinale a alternativa correta. a) Apanhar pode ser entendido como "sofrer", o que inviabiliza a compreensão de bater como "pulsar". b) O terceiro verso qualifica o termo coração e, portanto, do ponto de vista sintático, é uma oração adjetiva. c) O terceiro verso funciona como explicação para o pedido de socorro e, pela lógica, deveria ser o segundo verso do texto. d) A utilização do verbo apanhar contribui para a combinação de dramaticidade e humor do texto. e) O terceiro verso fornece um exemplo da idéia veiculada no segundo, de necessidade de um novo órgão físico. 12. (Fatec) "Seus óculos eram imperiosos." Assinale a alternativa onde aparece a mesma figura de linguagem que há na frase acima: a) "As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes." b) "Nasci na sala do terceiro ano." c) "O bonde passa cheio de pernas." d) "O meu amor, paralisado, pula." e) "Não serei o poeta de um mundo caduco."

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13. (Enem)

Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem para a) condenar a prática de exercícios físicos. b) valorizar aspectos da vida moderna. c) desestimular o uso das bicicletas. d) caracterizar o diálogo entre gerações. e) criticar a falta de perspectiva do pai. 14. (Fgv) Assinale a alternativa que indica a correta seqüência das figuras encontradas nas frases a seguir. - O bom rapaz buscava, no fim do dia, negociar com os traficantes de drogas. - Naquele dia, o presidente entregou a alma a Deus. - Os operários sofriam, naquela mina, pelo frio em julho e pelo calor em dezembro. - A população deste bairro corre grande risco de ser soterrada por esta montanha de lixo. - A neve convidava os turistas que, receosos, a olhavam de longe. a) Ironia, eufemismo, antítese, hipérbole, prosopopéia. b) Reticências, retificação, gradação, apóstrofe, ironia. c) Antítese, hipérbole, personificação, ironia, eufemismo. d) Gradação, apóstrofe, personificação, reticências, retificação. e) Ironia, eufemismo, antítese, apóstrofe, gradação. 15. (Fuvest) A prosopopéia, figura que se observa no verso "Sinto o canto da noite na boca do vento", ocorre em: a) "A vida é uma ópera e uma grande ópera." b) "Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de Tormentório, os portugueses apelidaram-no de Boa Esperança." c) "Uma talhada de melancia, com seus alegres caroços." d) "Oh! eu quero viver, beber perfumes. Na flor silvestre, que embalsama os ares." e) "A felicidade é como a pluma..." 16. (Ita) Assinale a figura de linguagem predominante no seguinte trecho: A engenharia brasileira está agindo rápido para combater a crise de energia. a) Metáfora. b) Metonímia. c) Eufemismo. d) Hipérbole. e) Pleonasmo. 17. (Fei) "Em tristes sombras morre a formosura, em contínuas tristezas a alegria" Nos versos citados acima, Gregório de Matos empregou uma figura de linguagem que consiste em aproximar termos de significados opostos, como "tristezas" e "alegria". O nome desta figura de linguagem é: a) metáfora b) aliteração c) eufemismo d) antítese e) sinédoque 18. (Cesgranrio) Com a vida isolada que vivo, gosto de afastar os olhos de sobre a nossa arena política para ler em minha alma, reduzindo à linguagem harmoniosa e cadente o pensamento que me vem de improviso, e as idéias que em mim desperta a vista de uma paisagem ou do oceano - o aspecto enfim da natureza. Casar assim o

pensamento com o sentimento - o coração com o entendimento - a idéia com a paixão - colorir tudo isto com a imaginação, fundir tudo isto com a vida e com a natureza, purificar tudo com o sentimento da religião e da divindade, eis a Poesia - a Poesia grande e santa - a Poesia como eu a compreendo sem a poder definir, como eu a sinto sem a poder traduzir." (DIAS, Gonçalves, "Prólogo aos primeiros cantos") Qual a figura de linguagem observada em "Com a vida isolada que vivo" ? a) Pleonasmo b) Metáfora c) Silepse de gênero d) Metonímia e) Sinestesia 19. (Ufc) Leia o fragmento a seguir e em seguida escreva V ou F, conforme seja verdadeira ou falsa a declaração sobre o trecho lido. "O bem absoluto é Deus; mal absoluto não existe, não pode existir, porque seria o mal sem arrependimento, e sem perdão e portanto um limite à onipotência de Deus, o absurdo na verdade eterna." ( ) O bem e o mal são forças antagônicas de igual poder. ( ) A onipotência de Deus constituiria um absurdo na Verdade eterna. ( ) O mal absoluto seria prova incontestável dos limites do poder divino. ( ) Não existem nem o bem nem o mal absolutos, somente Deus que os subjuga. Assinale a alternativa que contém a seqüência correta. a) V - V - F - V b) V - F - V - F c) F - F - V - V d) F - V - V - F e) F - F - V - F 20. (Ufc) Leia os textos da coluna 1 e, em seguida, complete a coluna 2, identificando as qualidades discursivas de cada texto. COLUNA 1 Texto 1 - Eu te perdôo Getúlio Porque foste generoso Lembrastes dos pequeninos Com teu modo caridoso Mas voltarás ao Brasil Por ordem do Poderoso Texto 2 Capanema - O senhor confia nos seus generais? Getúlio - Claro. Capanema - Mas, se deflagrada a guerra civil, eles passarem para o outro lado? Getúlio - Ora essa, eu também passo... Texto 3 O diretor do jornal TRIBUNA DA IMPRENSA acusava de corrupção pessoas ligadas ao governo, denunciando financiamentos escandalosos do Banco do Brasil, além de acusar Getúlio Vargas de preparar um novo golpe de Estado - "a República Sindicalista". Texto 4 O esquife com o corpo de Vargas fora colocado na sala do chefe do Gabinete Militar. Mattos postou-se ao lado do caixão, de onde podia ver o rosto tranqüilo do morto. Em frente ao comissário, do outro lado do ataúde, estavam os filhos e o irmão do presidente. Alzira, o rosto inchado, continha as lágrimas. Texto 5 Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História. Texto 6 A derrota há de ser tua, tua, tua Ó tampinha prosa Tens que acabar na rua, rua, rua Sem choro e nem prosa Desnudo da cabeça aos pés Saudoso dos contos de réis...

OBSERVAÇÃO: A omissão das referências bibliográficas é intencional. COLUNA 2 (Qualidades discursivas do texto) Forma humorística, temas da esperteza e da ambigüidade, caricatura do Estadista. N° do texto ( ) Forma narrativa literária, tema da morte, tom dramático. N° do texto ( ) Forma narrativa não-literária, tema da campanha antigetulista, análise das pressões políticas. N° do texto ( ) Forma parodística, tema do revanchismo na política, desconstrução da imagem do Presidente. N° do texto ( ) Forma poética popular, tema do messianismo, mitificação de personalidade política. N° do texto ( )

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GABARITO

1. a) O poeta estrutura o poema usando a apóstrofe, ou seja, faz a inversão pelos vocativos, "Deus", "Senhor". Exemplo: "Deus! ó Deus, onde estás..." "Onde estás, Senhor Deus?..." b) O abandono é marcado pelos versos: "Há dois mil anos te mandei meu grito"; "corre o infinito". O desespero é marcado pelos versos: "Deus, onde estás que não respondes" "Onde estás, Senhor Deus" "Não descubras no chão" 2. [D] 3. [A] 4. [E] 5. [E] 6. [B] 7. [A] 8. [E] 9. [E] 10. [E] 11. [D] 12. [C] 13. [E] 14. [A] 15. [C] 16. [B] 17. [D] 18. [A] 19. [E] 20. Na questão, a coluna 2 deve ser preenchido com os números na seguinte ordem: 2, 4, 3, 6, 1. O texto 2 é uma anedota que se difundiu durante o governo de Vargas, mostrando a esperteza do político e seu oportunismo. O texto 4, retirado de "Agosto", narra o momento em que o comissário contempla o rosto tranqüilo de Getúlio durante o velório e em que os familiares do Presidente manifestam dramaticamente as suas dores. O texto 3, retirado de um livro de História, narra a campanha antigetulista, aludindo a um suposto golpe de Estado. O texto 6 parodia uma marcha carnavalesca, propondo a revanche política e a ruína do ex-ditador. O texto 1, por fim, caracteriza-se como uma forma poética rimada que representa Getúlio como o protetor dos pobres e prevê seu retorno ao comando do País.

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LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRALÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRALÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRALÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA BRASILEIRA ---- UERJ UERJ UERJ UERJ

1. (Uerj) - UAI, EU? 1 Se o assunto é meu e seu, lhe digo, lhe conto; que vale enterrar minhocas? De como aqui me vi, sutil assim, por tantas cargas d'água. No engano sem desengano: o de aprender prático o desfeitio da vida. 2 Sorte? A gente vai - nos passos da história que vem. Quem quer viver faz mágica. Ainda mais eu, que sempre fui arrimo de pai bêbado. Só que isso se deu, o que quando, deveras comigo, feliz e prosperado. Ah, que saudades que eu não tenha... Ah, meus bons maus-tempos! Eu trabalhava para um senhor Doutor Mimoso. 3 Sururjão, não; é solorgião. Inteiro na fama - olh'alegre, justo, inteligentudo - de calibre de quilate de caráter. Bom até-onde-que, bom como cobertor, lençol e colcha, bom mesmo quando com dor-de-cabeça: bom, feito mingau adoçado. Versando chefe os solertes preceitos. Ordem, por fora; paciência por dentro. Muito mediante fortes cálculos, imaginado de ladino, só se diga. A fim de comigo ligeiro poder ir ver seus chamados de seus doentes, tinha fechado um piquete no quintal: lá pernoitavam, de diário, à mão, dois animais de sela - prontos para qualquer aurora. 4 Vindo a gente a par, nas ocasiões, ou eu atrás, com a maleta dos remédios e petrechos, renquetrenque, estudante andante. Pois ele comigo proseava, me alentando, cabidamente, por norteação - a conversa manuscrita. Aquela conversa me dava muitos arredores. Ô homem! Inteligente como agulha e linha, feito pulga no escuro, como dinheiro não gastado. Atilado todo em sagacidades e finuras - é de "fimplus"! "de tintínibus"... - latim, o senhor sabe, aperfeiçoa... Isso, para ele, era fritada de meio ovo. O que porém bem. (ROSA, João Guimarães. "Tutaméia: terceiras estórias". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.) Na estrutura tradicional de um texto narrativo, uma das atribuições do narrador é nos dar informações a respeito dos personagens. a) O narrador onisciente é aquele que sabe tudo sobre todos os personagens e suas ações; o narrador-personagem conta a história e dela participa. Identifique o tipo de narrador do texto de Guimarães Rosa e explique, com uma ou duas frases completas, como esse tipo de narrador nos conduz a ver os personagens e a situação em que se encontram. b) Considerando a descrição que o narrador faz do personagem, justifique, com uma frase completa, se a imagem do personagem Doutor Mimoso pode ser depreendida como positiva ou negativa. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 5 QUESTÕES. (Uerj) (...) publicou-se há dias o recenseamento do Império, do qual se colige que 70% da nossa população não sabem ler. 1 Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas nem de metáforas. Eles dizem as coisas pelo seu nome, às vezes um nome feio, mas não havendo outro, não o escolhem. São sinceros, francos, ingênuos. As letras fizeram-se para frases; o algarismo não tem frases, nem retórica. 2 Assim, por exemplo, um homem, o leitor ou eu, querendo falar do nosso país, dirá: 3 - Quando uma Constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu destino, força é que este povo caminhe para o futuro com as bandeiras do progresso desfraldadas. A soberania nacional reside nas Câmaras; as Câmaras são a representação nacional. A opinião pública deste país é o magistrado último, o supremo tribunal dos homens e das coisas. Peço à nação que decida entre mim e o Sr. Fidélis Teles de Meireles Queles; ela possui nas mãos o direito a todos superior a todos os direitos. 4 A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade: 5 - A nação não sabe ler. Há só 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses uns 9% não lêem letra de mão. 70% jazem em profunda ignorância. Não saber ler é ignorar o Sr. Meireles Queles; é não saber o que ele vale, o que ele pensa, o que ele quer; nem se realmente pode querer ou pensar. 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram: sem saber porque nem o quê. Votam como vão à festa da Penha, - por divertimento. A Constituição é para eles uma coisa inteiramente desconhecida. Estão prontos para tudo: uma revolução ou um golpe de Estado. 6 Replico eu: 7 - Mas, Sr. Algarismo, creio que as instituições... 8 -As instituições existem, mas por e para 30% dos cidadãos. Proponho uma reforma no estilo político. Não se deve dizer: "consultar a nação, representantes da nação, os poderes da nação"; mas - "consultar os 30%,

representantes dos 30%, poderes dos 30%". A opinião pública é uma metáfora sem base; há só a opinião dos 30%. Um deputado que disser na Câmara: "Sr. Presidente, falo deste modo porque os 30% nos ouvem..." dirá uma coisa extremamente sensata. 9 E eu não sei que se possa dizer ao algarismo, se ele falar desse modo, porque nós não temos base segura para os nossos discursos, e ele tem o recenseamento. (ASSIS, Machado de. "Obra Completa". Rio de Janeiro: Nova Aquilar, vol. 111, 1969.) 2. A apresentação do "Sr. Algarismo" como personagem enfatiza a: a) auto-suficiência opinativa do eu-lírico b) justeza da representação política no Brasil c) comprovação numérica de suas afirmativas d) inexistência de raciocínios contrários ao do narrador 3. A conseqüência de o povo não saber ler, segundo o Texto I, está corretamente expressa em: a) jazer em profundo ignorância, por votar do mesmo modo que respira ou como vai à festa da Penha b) ignorar o Sr. Meireles Queles, por fazer parte dos 30% de residentes no país que jazem em profunda ignorância c) desconhecer a Constituição e as leis do país, por serem coisas absolutamente ilegíveis e estimuladoras de uma revolução d) não poder exercer conscientemente a cidadania, por desconhecer as propostas dos candidatos a cargos eletivos e a própria Constituição 4. "As letras fizeram-SE para frases" (par. 1) A única alternativa em que a palavra "se" tem o mesmo valor morfossintático que no trecho acima é: a) "Seja como for, sempre SE morre, muitas vezes um minuto depois de dizer: Vou ali e volto já." (Millôr Fernandes) b) "Enquanto houver escrita e memória as coisas que SE foram voltarão sempre." (Affonso Romano de Sant'Anna) c) "Certamente os leitores conhecem o texto da Constituição Federal em que SE permite a livre manifestação do pensamento pela imprensa." (Graça Aranha) d) "Uma das pragas nas relações humanas é a cobrança que todos se sentem no direito de fazer sobre aqueles que preferem pensar com a própria cabeça.' (Carlos Heitor Cony) 5. Observe a concordância verbal nos trechos abaixo: 70% da nossa população não sabem ler 9% não lêem letra de mão (par.5) 70% dos cidadãos votam do mesmo modo que respiram (par.5) os 30% nos ouvem (par.8) Sobre o assunto, assim se expressa Evanildo Bechara: "Nas linguagens modernas em que entram expressões numéricas de porcentagem, a tendência é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que especifica referência numérica." (BECHARA, Evanildo. "Moderna gramática português". Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.) Considerando essa lição gramatical, pode-se concluir que também estaria adequada a seguinte construção: a) 70% do nossa população não sabe ler b) 9% não lê letra de mão c) 70% dos cidadãos vota do mesmo modo que respira d) os 30% nos ouve 6. Observado o valor semântico do palavra "força" no 4Ž parágrafo, é correto afirmar que ela tem o mesmo sentido que: a) vigor b) motivo c) robustez d) obrigação

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CURSO DOMINANTES – PORTUGUÊS - UFF TEXTO I Depois da independência, se não antes, começamos a balbuciar a nossa literatura,pagamos, como era natural, o tributo à imitação, depois entramos a sentir em nós a alma brasileira,e a vazá-la nos escritos, com a linguagem que aprendemos de nossos pais. Prosseguimos na modesta senda, quando em Portugal principiou a cruzada contra a nossa embrionária e frágil literatura, a ponto de negar-se-lhe até uma individualidade própria. Não era generoso, e não era justo. Basta que a escola dos escritores portugueses, começando pelo príncipe dos seus prosadores, Alexandre Herculano, não se associou à ingrata propaganda. Ainda assim, não reagimos, e nem pensamos em retaliar. No Brasil também se cultiva a crítica; e desde remotas eras Aristarco mostrou que não há superioridade inacessível à censura. Todavia respeitávamos os representantes ilustres da literatura mãe. Enquanto em Portugal, sem darem-se ao trabalho sequer de ler-nos, acusavam-nos de abastardar a língua, e enxovalhar a gramática; nós, ao contrário, apreciando as melhores obras portuguesas, aprendíamos na diversidade dos costumes e da índole a formar essa literatura brasileira, cuja independência mais se pronuncia de ano em ano. É infantil; será incorreta; mas é nossa; é americana. ALENCAR, José de. O nosso cancioneiro. Apud COUTINHO, A. Caminhos do pensamento crítico. Rio de Janeiro /Brasília: Pallas/INL, 1980 p. 188-9

1ª Questão: (2,0 pontos)

Ao se referir à literatura portuguesa, no texto I, Alencar emprega o vocábulo "mãe". Por outro lado, referindo-se à nossa literatura, ele utiliza o verbo "balbuciar" e o adjetivo "embrionária".Transcreva integralmente o período em que Alencar emprega um adjetivo de sentido relacionado a "balbuciar" e "embrionária", para qualificar a literatura brasileira.

2ª Questão: (2,0 pontos) Transcreva, do texto I, uma locução verbal em que o auxiliar exprime um processo considerado em sua fase inicial, semelhante a : "começamos a balbuciar". (linha 2) TEXTO II - ORGULHO

Olha este céu ! E a transparência deste ar ! Olha este sol que é um cacique de brasas com seu escudo polido e seu cocar de raios ! Ouve esta música de asas vibrando sobre este esplendor de passifloras ... Olha esta serra colossal,

o arrojo desta cachoeira dando um salto mortal ... Estes frutos que encerram sóis e auroras na sua polpa. Estas madeiras cujo cerne tem a cor das fogueiras, e as maravilhas destas flores fluviais tão grandes como ilhas ... Esta fauna esquisita e bizarra, estes insetos que são poetas como a cigarra, que são arquitetos como o cupim ...

Onde você já viu terra tão linda assim ?

Fecho os olhos imerso no esplendor que esta pátria imensa encerra e porque minha terra é a mais bela da terra eu me sinto o maior Poeta do universo ! PICCHIA, Menotti del. Poesias. São Paulo: Martins/Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia, 1978. p.137

3ª Questão: (2,0 pontos)

Transcreva, apenas, os segmentos da primeira estrofe do poema em que há um recurso metafórico para representar a imagem do sol.

4ª Questão: (2,0 pontos) Reescreva o verso "Onde você já viu terra tão linda assim?", empregando o mesmo mecanismo lingüístico de comparação usado nos versos de Gonçalves Dias, abaixo transcritos: Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida,

5ª Questão: (2,0 pontos)

O verbo "olhar" na primeira estrofe está empregado na forma imperativa, segunda pessoa. "Olha este céu ! Olha este sol " Flexione as formas verbais, empregando-as na terceira pessoa do singular.

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GABARITO - UERJ 1. a) Narrador-personagem O narrador -personagem nos conduz a ver os outros personagens e a realidade da mesma forma como ele os vê. É ele quem oferece e impõe o padrão da narrativa, e o ouvinte apreende aqueles personagens e a realidade apenas através da percepção parcial do narrador-personagem. b) O personagem Doutor Mimoso é apresentado de forma favorável, com muitas qualidades positivas: é "justo", "inteligentudo" e "bom". 2. [C] 3. [D] 4. [C] 5. [A] 6. [D] Gabarito Prova Discursiva Uff: 1-"É infantil; será incorreta; mas é nossa; é americana" O adjetivo relacionado a "balbuciar" e "embrionária" é "infantil". 2-"entramos a sentir" A locução que expressa início de ação, semelhante a "começamos a balbuciar" é "entramos a sentir". No caso, o sentido do auxiliar - entrar a - corresponde a início de ação (aspecto incoativo). 3-"Olha este sol que é um cacique de brasas com seu escudo polido e seu cocar" . A transcrição poderá englobar a expressão "de raios!" que inicia o verso 4. A metáfora é uma figura de linguagem que confere aspectos (qualidades) de um ser a outro, numa comparação implícita. Nos versos acima o "sol"representa o "cacique de brasas com seu escudo polido e seu cocar (de raios!)". 4-"Onde você já viu terra mais linda assim?" (Grau comparativo de superioridade) 5-"Olhe este céu! Olhe este sol"

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SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURASIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURASIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURASIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

Nunca esqueçam: só aprendemos errando. Não tenham medo de errar, pois o simulado é feito para que o aluno erre e aprenda com seus erros, adquirindo prática na resolução de exercícios. Se estiver com dificuldades, faça em dupla ou peça ajuda a um colega. Não deixe de tirar dúvidas com o professor. Mesmo que não tenha ainda visto a matéria, tente resolver com base em suas experiências, pois essas situações acontecerão no vestibular quando sua memória falhar. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. (Uerj) ACALANTO DO SERINGUEIRO Seringueiro brasileiro, Na escureza da floresta Seringueiro, dorme. Ponteando o amor eu forcejo Pra cantar uma cantiga Que faça você dormir. Que dificuldade enorme! Quero cantar e não posso, Quero sentir e não sinto A palavra brasileira Que faça você dormir... Seringueiro, dorme... Como será a escureza Desse mato-virgem do Acre? Como serão os aromas A macieza ou a aspereza Desse chão que é também meu? Que miséria! Eu não escuto A nota do uirapuru!... Tenho de ver por tabela, Sentir pelo que me contam, Você, seringueiro do Acre, Brasileiro que nem eu. Na escureza da floresta Seringueiro, dorme. (...) Mas porém é brasileiro, Brasileiro que nem eu... Fomos nós dois que botamos Pra fora Pedro II... Somos nós dois que devemos Até os olhos da cara Pra esses banqueiros de Londres... Trabalhar nós trabalhamos Porém pra comprar as pérolas Do pescocinho da moça Do deputado Fulano. Companheiro, dorme! Porém nunca nos olhamos Nem ouvimos e nem nunca Nos ouviremos jamais... Não sabemos nada um do outro, Não nos veremos jamais! (...) Nem você pode pensar Que algum outro brasileiro Que seja poeta no sul

Ande se preocupando Com o seringueiro dormindo, Desejando pro que dorme O bem da felicidade... Essas coisas pra você Devem ser indiferentes, Duma indiferença enorme... Porém eu sou seu amigo E quero ver si consigo Não passar na sua vida Numa indiferença enorme. Meu desejo e pensamento (... numa indiferença enorme...) Ronda sob as seringueiras (... numa indiferença enorme...) Num amor-de-amigo enorme... Seringueiro, dorme! Num amor-de-amigo enorme Brasileiro, dorme! Brasileiro, dorme. Num amor-de-amigo enorme Brasileiro, dorme. Brasileiro, dorme, Brasileiro... dorme... Brasileiro... dorme... (ANDRADE, Mário de. "Poesias completas". São Paulo: Livraria Martins, 1980.) 1. "Que dificuldade enorme! Quero cantar e não posso, Quero sentir e não sinto palavra brasileira" (v.7 - 10) A dificuldade a que se referem os versos acima é resultado das diferenças regionais e culturais que distanciam o seringueiro do eu poético. Dos versos abaixo, aqueles que melhor expressam essa distância percebida e revelada pelo eu poético são: a) "Seringueiro brasileiro, / Na escureza da floresta / Seringueiro, dorme." (v.1 - 3) b) "Tenho de ver por tabela, / Sentir pelo que me contam," (v.20 - 21) c) "Desejando pro que dorme / O bem da felicidade..." (v.48 - 49) d) "Seringueiro, dorme! / Num amor-de-amigo enorme / Brasileiro, dorme!" (v.62 - 64) 2. Ao longo do poema, reafirma-se aquilo que diferencia o poeta e o seringueiro, o que, entretanto, não impede o reconhecimento de uma relação comum entre eles. Nos versos 28 a 36, esse traço comum se revela por meio de: a) história de vida b) atuação como cidadãos c) condição de explorados d) conhecimento de História 3. O uso do vocativo é uma das marcas, no poema, do desejo de comunicação do eu poético. O vocativo inicial "Seringueiro brasileiro" é substituído, ao longo do texto, por "seringueiro", "companheiro" e, finalmente, por "brasileiro", enfaticamente repetido ao final. Esse recurso formal da repetição, no encerramento do texto, é empregado para: a) construir um desfecho inesperado b) reafirmar uma identidade específica c) destacar uma característica implícita d) assinalar uma contradição crescente TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. (Uerj) FITA VERDE NO CABELO 1 Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e mulheres que esperavam, e meninos e meninas que nasciam e cresciam. 2 Todos com juízo, suficientemente, menos uma meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá, com uma fita verde inventada no cabelo. 3 Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a uma outra e quase igualzinha aldeia. 4 Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma vez. O pote continha um doce em calda, e o cesto estava vazio, que para buscar framboesas. 5 Daí, que, indo, no atravessar o bosque, viu só os lenhadores, que por lá lenhavam; mas o lobo nenhum, desconhecido nem peludo. Pois os lenhadores tinham

exterminado o lobo. 6 Então, ela, mesma, era quem se dizia: 7 - Vou à vovó, com cesto e pote, e a fita verde no cabelo, o tanto que a mamãe me mandou. 8 A aldeia e a casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das horas, que a gente não vê que não são. 9 E ela mesma resolveu escolher tomar este caminho de cá, louco e longo, e não o outro, encurtoso. Saiu, atrás de suas asas ligeiras, sua sombra também vindo-lhe correndo, em pós. 10 Divertia-se com ver as avelãs do chão não voarem, com inalcançar essas borboletas nunca em buquê nem em botão, e com ignorar se cada uma em seu lugar as plebeinhas flores, princesinhas e incomuns, quando a gente tanto por elas passa. 11 Vinha sobejadamente. 12 Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu, quando ela, toque, toque, bateu: 13 - Quem é? 14 - Sou eu... - e Fita-Verde descansou a voz. - Sou sua linda netinha, com cesto e pote, com a fita verde no cabelo, que a mamãe me mandou. 15 Vai, a avó, difícil, disse: - Puxa o ferrolho de pau da porta, entra e abre. Deus te abençoe. 16 Fita-Verde assim fez, e entrou e olhou. 17 A avó estava na cama, rebuçada e só. Devia, para falar agagado e fraco e rouco, assim, de ter apanhado um ruim defluxo. Dizendo: - Depõe o pote e o cesto na arca, e vem para perto de mim, enquanto é tempo. 18 Mas agora Fita-Verde se espantava, além de entristecer-se de ver que perdera em caminho sua grande fita verde no cabelo atada; e estava suada, com enorme fome de almoço. Ela perguntou: 19 - Vovozinha, que braços tão magros, os seus, e que mãos tão trementes! 20 - É porque não vou poder nunca mais te abraçar, minha neta... - a avó murmurou. 21 - Vovozinha, mas que lábios, aí, tão arroxeados! 22 - É porque não vou nunca mais poder te beijar, minha neta... - a avó suspirou. 23 - Vovozinha, e que olhos tão fundos e parados, nesse rosto encovado, pálido? 24 - É porque já não te estou vendo, nunca mais, minha netinha... - a avó ainda gemeu. 25 Fita-Verde mais se assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez. Gritou: 26 - Vovozinha, eu tenho medo do Lobo!... 27 Mas a avó não estava mais lá, sendo que demasiado ausente, a não ser pelo frio, triste e tão repentino corpo. (ROSA, João Guimarães. "Fita verde no cabelo". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992.) 4. O conto recria a tradicional história de Chapeuzinho Vermelho, citando suas marcas mais conhecidas e refazendo seu sentido original. Distanciando-se, ainda, da história conhecida, o narrador faz questão de assinalar o caráter ficcional da narrativa. Esse procedimento, de apontar a própria narrativa como produto da ficção, explicita-se na seguinte passagem: a) "Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a uma outra e quase igualzinha aldeia." (par.3) b) "Daí, que, indo, no atravessar o bosque, viu só os lenhadores, que por lá lenhavam; mas o lobo nenhum, desconhecido nem peludo." (par.5) c) "A aldeia e a casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das horas, que a gente não vê que não são." (par.8) d) "Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu, quando ela, toque, toque, bateu:" (par.12) 5. "Mas agora Fita-Verde se espantava, além de entristecer-se de ver que perdera em caminho sua grande fita verde no cabelo atada; e estava suada, com enorme fome de almoço." (par. 18) Pela leitura global do conto, é possível afirmar que essa passagem implica uma mudança para a personagem. Essa mudança pode ser caracterizada como: a) encontro com o passado e superação do medo do desconhecido b) ruptura com um mundo de fantasia e aproximação com a realidade c) supressão do ponto de vista infantil e afirmação de uma nova perspectiva d) alteração da antiga ordem familiar e conhecimento do fenômeno da morte 6. "Fita-Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma vez." (par. 4) O trecho acima exemplifica uma construção original da linguagem por parte do autor, que seleciona e combina as palavras de um modo distinto do uso corriqueiro a que estamos

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habituados. Um dos recursos empregados para construir essa originalidade, no exemplo dado, é: a) o isolamento da expressão "sobre logo" por vírgulas b) a designação da menina por meio do composto "Fita-Verde" c) a equivalência entre "ela" e "a linda" na referência à menina d) o emprego da expressão "era uma vez" com o sujeito "tudo" TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (Uerj) Com base no trecho abaixo, do conto "Bolívar", responda à(s) questão(ões) adiante. "Na última série do curso colegial, antes que eu completasse dezoito anos, o professor de Matemática, com mais de trinta, invadiu a sala de aula montado num corcel que pertencera a Sir Percival, metido na armadura que roubara do Rei Artur. Ao tirar o elmo, percebi que seus cabelos dourados, numa grandiosa revolução sobre a testa, quase encobriam o azul das íris. Em seguida, saltou do cavalo e veio até minha carteira, de espada em punho, apontar as duas incógnitas da equação em que eu me transformara: o amolecimento dos membros inferiores e a taquicardia de cento e vinte por minuto. Não houve jeito. Fiquei apaixonada e me casei no ano seguinte. Mas o casamento foi um teorema que só serviu para demonstrar a inutilidade da espada: era de papelão e não resistia ao menor embate. Em sete anos praticamente assexuados, sem ao menos um filho para chorar o silêncio de nossas noites, meu príncipe encantado se desencantou sob a forma de uma gema arrebentada em cima da clara." (GIUDICE, Victor. "Salvador janta no Lamas". Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.) 7. Pelo trecho passam várias representações da figura do herói na literatura, através do personagem do professor de Matemática. Para a narradora, ele se transforma de um tipo de herói em outro. Essa transformação pode ser comprovada pela identificação do personagem do professor, respectivamente, com os seguintes tipos de herói: a) épico e anti-herói b) medieval e moderno c) intelectual e provedor d) verdadeiro e problemático 8. No trecho do conto de Giudice, os termos matemáticos são usados de maneira irônica. O melhor exemplo dessa ironia ocorre através do estabelecimento da seguinte relação: a) equação e paixão b) teorema e casamento c) revolução e azul das íris d) incógnitas e espada em punho TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES. (Uerj) O Brasil ainda não é propriamente uma nação. Pode ser um Estado nacional, no sentido de um aparelho estatal organizado, abrangente e forte, que acomoda, controla ou dinamiza tanto estados e regiões como grupos raciais e classes sociais. Mas as desigualdades entre as unidades administrativas e os segmentos sociais, que compõem a sociedade, são de tal monta que seria difícil dizer que o todo é uma expressão razoável das partes - se admitimos que o todo pode ser uma expressão na qual as partes também se realizam e desenvolvem. Os estados e as regiões, por um lado, e os grupos e as classes, por outro, vistos em conjunto e em suas relações mútuas reais, apresentam-se como um conglomerado heterogêneo, contraditório, disparatado. O que tem sido um dilema brasileiro fundamental, ao longo do Império e da República, continua a ser um dilema do presente: o Brasil se revela uma vasta desarticulação. O todo parece uma expressão diversa, estranha, alheia às partes. E estas permanecem fragmentadas, dissociadas, reiterando-se aqui ou lá, ontem ou hoje, como que extraviadas, em busca de seu lugar. É verdade que o Brasil está simbolizado na língua, hino, bandeira, moeda, mercado, Constituição, história, santos, heróis, monumentos, ruínas. Há momentos em que o país parece uma nação compreendida como um todo em movimento e transformação. Mas são freqüentes as conjunturas em que se revelam as disparidades inerentes às diversidades dos estados e regiões, dos grupos raciais e classes sociais. Acontece que as forças da dispersão freqüentemente se impõem àquelas que atuam no sentido da integração. As mesmas forças que predominam no âmbito do Estado, conferindo-lhe a capacidade de controlar, acomodar e dinamizar, reiteram continuamente as desigualdades e os desencontros que promovem a desarticulação. (IANNI, Octávio. "A idéia de Brasil moderno". São Paulo: Brasiliense, 1992.) 9. "O todo parece uma expressão diversa, estranha, alheia às partes." Esta sentença indica a base do argumento de Octávio Ianni, que é dialética, ao explorar uma relação contraditória entre o todo e as partes.

Pode-se reformular a sentença, mantendo o aspecto dialético, da seguinte maneira: a) A soma das partes do país não produz necessariamente um todo coerente. b) O fato de o Brasil conter vários países diferentes não transmite uma idéia global de país. c) A compreensão das diferenças sociais do país não significa compreendê-lo como um todo. d) O fato de haver uma língua nacional não implica a existência de um todo político e social. 10. "As mesmas forças que predominam no âmbito do Estado, conferindo-lhe a capacidade de controlar, acomodar e dinamizar, reiteram continuamente as desigualdades e os desencontros que promovem a desarticulação." Este último período retoma três verbos em seqüência que haviam aparecido logo no início do texto, no segundo período. O autor, ao fazer esta retomada, mostra as forças do Estado fundamentalmente como: a) imparciais b) paradoxais c) subversivas d) conseqüentes 11. "Acontece que as forças da dispersão freqüentemente se impõem àquelas que atuam no sentido da integração." A análise isolada deste período, do último parágrafo, mostra o verbo "acontece" como oração principal, deixando todo o restante como uma oração subordinada com função de sujeito. A leitura de todo o texto, no entanto, nos permite perceber a expressão "acontece que" com uma função adicional. Essa função seria a de: a) reafirmar um conceito b) desenvolver uma afirmação c) estabelecer um paralelismo d) enfatizar uma contraposição 12."o Brasil se revela uma vasta desarticulação" A organização do trecho acima disfarça a condição sintaticamente passiva do termo sujeito. Para remover o disfarce e manter o sentido, deve-se reescrever a sentença da seguinte forma: a) O Brasil é percebido de maneira desarticulada. b) O Brasil indica sua desarticulação aos brasileiros. c) O Brasil é desarticulado em fragmentos dissociados. d) O Brasil é mostrado como uma vasta desarticulação. 13. (Uerj)

Na charge de Raul, composta por título, desenho e legenda, há vários contrastes. O contraste que melhor reforça o título da charge é: a) um senhor de fraque e chapéu olha um mendigo b) um homem e um cão disputam o mesmo alimento c) um mendigo com fome faz uma frase polida e formal d) o cão faminto olha para o mendigo e não para o osso 14. (Uerj) "A caricatura não tem por objeto principal fazer rir. Isto é tão certo que há caricaturas lúgubres. Porque encontra o riso em seu caminho, a caricatura afinal não tem nada duma arte do riso, como têm avançado muitos autores, e assim a considera o preconceito corrente. (...) Longe de ser um testemunho da alegria, o próprio exagero caricatural não é senão um meio, nas mãos do artista, para exprimir seu rancor. Não há por que nos surpreendermos com isso. Como, realmente, à força de muito advertidos a respeito daquilo que mascara a mímica social, não cairmos em meditação cheia de desgosto? Como não nos deixarmos possuir por uma espécie de desencantamento, uma como que fadiga da alma, à custa de muito vermos e de vermos muito bem?"

(GAULTIER, Paul. ln: LIMA, Herman. "História da caricatura no Brasil". Rio de Janeiro: José Olympio, 1963.) Porque encontra o riso em seu caminho, a caricatura afinal não tem nada duma arte do riso... Neste trecho, percebemos que o conectivo "porque" está sendo empregado com um significado diferente do usual. A substituição do conectivo que preserva o sentido original do trecho é: a) Se encontrar o riso em seu caminho,... b) Ainda que encontre o riso em seu caminho,... c) Já tendo encontrado o riso em seu caminho,... d) Em virtude de encontrar o riso em seu caminho,... 15. (Uerj) "Comenta-se, um pouco rápido demais, que a predileção que os leitores sentimos por um ou outro personagem vem da facilidade com que nos identificamos com eles. Esta formulação exige algumas pontuações: não é que nos identifiquemos com o personagem, mas sim que este nos identifica, nos aclara e define frente a nós mesmos; algo em nós se identifica com essa individualidade imaginária, algo contraditório com outras 'identificações semelhantes', algo que de outro modo apenas em sonhos haveria logrado estatuto de natureza. A paixão pela literatura é também uma maneira de reconhecer que cada um somos muitos, e que dessa raiz, oposta ao senso comum em que vivemos, brota o prazer literário." (Traduzido de SAVATER, Fernando. "Criaturas del aire". Barcelona: Ediciones Destino,1989.) Este texto trata de um conceito importante na teoria da literatura: o conceito de catarse. De acordo com o autor, pode-se definir catarse como o processo que afeta o leitor no sentido de: a) valorizar o imaginário b) superar o senso comum c) construir a personalidade d) liberar emoções reprimidas 16. (Uerj) Observe atentamente os dois trechos transcritos a seguir. "... o objetivo da poesia (e da arte literária em geral) não é o real concreto, o verdadeiro, aquilo que de fato aconteceu, mas sim o verossímil, o que pode acontecer, considerado na sua universalidade." (SILVA,Vítor M. de A. "Teoria de Literatura". Coimbra: Almedina, 1982.) Verossímil. 1. Semelhante à verdade; que parece verdadeiro. 2. Que não repugna à verdade, provável. (FERREIRA. A. B. de Holanda, "Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.) A partir da leitura de ambos os fragmentos, pode-se deduzir que a obra literária tem o seguinte objetivo: a) opor-se ao real para afirmar a imaginação criadora b) anular a realidade concreta para superar contradições aparentes c) construir uma aparência de realidade para expressar dado sentido d) buscar uma parcela representativa do real para contestar sua validade 17. (Uerj) A televisão não transmite regularmente cenas de violência, nos telejornais, nos filmes e até nos desenhos animados? Pois então: a nossa sociedade é muito violenta! Como fica demonstrado, a causa da violência é a televisão. Logo, deve-se simplesmente censurar as cenas de violência de todos os programas de televisão. O argumento apresentado no trecho acima é um sofisma. Podemos caracterizar este sofisma como: a) círculo vicioso b) desvio de assunto c) silogismo não-válido d) confusão entre causas e efeitos 18. (Uerj) Leia atentamente o fragmento a seguir: "Por exemplo, a frase: Em casual encontro com Júlia, Pedro fez comentários sobre SEUS exames. tem um enunciado equívoco; os comentários de Pedro podem ter sido feitos sobre os exames de Júlia, ou sobre os exames dele, Pedro; ou, ainda, sobre os exames de ambos." (CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. "Nova gramática do português contemporâneo". Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.) O fragmento acima aponta o problema da ambigüidade resultante do emprego do termo "seus". A ocorrência da ambigüidade, no caso, pode ser explicada por uma característica relativa à significação geral da palavra em questão. Essa característica do vocábulo "seus" é a de: a) indicar a pessoa gramatical, sem flexionar-se ou remeter a termos antecedentes b) referir-se à pessoa gramatical, sem nomeá-la ou indicar-lhe característica própria c) substituir o nome próprio, sem individualizá-lo ou permitir a devida concordância d) qualificar os nomes presentes, sem hierarquizá-los ou revelar sua verdadeira significação

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GABARITO

1. [B] 2. [C] 3. [B] 4. [C] 5. [B] 6. [D] 7. [A] 8. [B] 9. [A] 10. [B] 11. [D] 12. [D] 13. [B] 14. [B] 15. [C] 16. [C] 17. [D] 18. [B]

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CURSO DOMINANTES - SIMULADO INTERPRETAÇÃO PREPARATÓRIO UFRJ-UNICAMP Lembrem-se que o gabarito de questões de interpretação de textos é altamente discutível. O ideal é tentar encontrar sempre um equilíbrio e evitar radicalismos. Escreva de forma objetiva e não fuja muito do senso comum. 1. A edição de 30 de janeiro de 1998 do NOITE E DIA (Feira de Santana, BA) trazia, na seção Zé Coió, a seguinte história: "Vou pegar o talão!" Cansado de não vender nada na sua loja, João pegou o carro e saiu pelo interior para vender seus produtos. Depois de 15 dias sem tirar um só pedido, sentou-se embaixo de uma árvore para descansar. De repente viu uma garrafa e chutou. A garrafa deu meia volta e chegou junto. João tornou a chutar e a garrafa deu outra meia volta e ficou bem ao seu lado. João pegou a garrafa, começou a acariciar e de repente surgiu uma voz que disse: - "Você tem direito a três pedidos!" João levantou correndo e disse: - "Espere aí que eu vou buscar o talão". Cá, cá, cá, cá, cá, cá, cá, cá. a) A seqüência Cá, cá, cá, cá, cá, cá, cá, cá não faz parte da história. Explique por quê. b) A fala de João, retomada no título, revela um equívoco fundamental na identificação de quem fala de dentro da garrafa. Em que consiste esse equívoco? c) Transcreva as palavras que, no diálogo entre as duas personagens, permitem articular a resposta de João com sua experiência prévia de vendedor itinerante. 2. O texto a seguir foi extraído de uma seção que divulga "novidades científicas". Leia-o e responda às questões que se seguem: IDOSA PRECOCE - Dolly é uma cópia tão exata da ovelha de cuja mama os cientistas do Instituto Roslin tiraram uma célula para clonar, que já nasceu "velha". Quando veio ao mundo, o interior de suas células já apresentava traços não de uma filhote, mas de um animal adulto. É o que os biólogos escoceses revelaram na revista Nature. O problema está nos telômeros, apêndices dos cromossomos que compõem o material genético. Os de Dolly são 20% mais curtos do que deveriam ser numa ovelha de sua idade. Sabe-se que o comprimento dos telômeros diminui à medida que as células vão se dividindo ao longo da vida. Eventualmente, ficam tão pequenos que a célula perde essa capacidade. Nesse sentido, os telômeros estão fundamentalmente ligados ao envelhecimento. Como Dolly foi criada a partir de uma célula adulta, seus telômeros são curtos. Se essa anomalia pode acarretar o envelhecimento precoce da ovelha ou não é outra história ainda a investigar. A comparação com o drama dos replicantes do filme Blade Runner, andróides vigorosos, mas de vida curta, é inevitável. (ISTOÉ 1548, 02/06/99) a) O que é caracterizado como problema e como ele é explicado? b) Cite a passagem do texto que expressa uma verdade genética dada como conhecida de todos e transcreva a expressão que indica que esse conhecimento é compartilhado. c) Cite uma passagem do texto que expresse uma hipótese. 3. Millôr Fernandes, considerado um dos maiores humoristas brasileiros, escreveu o texto "Leite, quéqué isso?" em sua coluna no Caderno 2, no jornal O ESTADO DE S. PAULO de 22/08/99. A seguir, está um excerto desse texto. Leia-o com atenção e responda: Vocês, que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? Lembram mais longe, quando a vaca-leiteira, que não era vaca coisa nenhuma, era uma caminhonete-depósito, vinha vender leite na porta de casa? Lembram mais longe ainda, quando a gente ia comprar leite no estábulo e tinha aquele cheiro forte de bicho, de bosta e de mijo, que a gente achava nojento e só foi achar genial quando aprendeu que aquilo tudo era ecológico? Lembram bem mais longe ainda, quando a gente mesmo criava a vaca e pegava nos peitinhos dela pra tirar o leite dos filhos dela, com muito jeito pra ela não nos dar uma cipoada? Mas vocês não lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite - leite em pacote, imagina, Tereza! - na porta dos fundos e estava escrito que é pausterizado, ou

pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau. a) A palavra "embromatologia" soa como um termo técnico, mas não é. Diga por que parece e por que não é. b) O texto mostra que a moda pode afetar nossos gostos. Em que passagem isso aparece? c) As informações técnicas que acompanham muitos produtos não necessariamente esclarecem o consumidor, mas o impressionam. Transcreva a passagem do texto em que o autor alude a esse problema. 4. Na coluna "De zero a dez", de Rubem Tavares, publicada na revista "Business Travell", 34, no primeiro semestre de 2000, p.13, encontram-se, entre outras, as seguintes notas, parcialmente adaptadas: "Para os lunáticos que insistem em soltar balões de grande porte, causando incêndios e sérios riscos à segurança dos vôos: segundo o Controle de Tráfego Aéreo, em 1998 foram registradas 99 ocorrências em Guarulhos. Em todo o ano passado foram registradas 33 ocorrências e, neste ano, só no período de janeiro a abril, já foram 31. As autoridades deveriam enquadrar os responsáveis por crime inafiançável e trancafiá-los em presídios por longos anos." "Não seria o caso de a Prefeitura pagar por cada nova pichação feita na cidade? É claro que sim. Se todos entrassem com uma ação simultaneamente, com certeza o prefeito encontraria novas atribuições para a Guarda Municipal. Vide sugestão na nota anterior que também poderia ser aplicada nestes casos." a) Qual é a conclusão implícita na seqüência "neste ano, só no período de janeiro a abril, já foram 31", que se encontra na primeira nota? b) Explicite a sugestão dada no final da segunda nota. 5. Quando o treinador Leão foi escolhido para dirigir a seleção brasileira de futebol, o jornal "Correio Popular" publicou um texto com muitas imprecisões, do qual consta a seguinte passagem: "Durante sua carreira de goleiro, iniciada no Comercial de Ribeirão Preto, sua terra natal, Leão, de 51 anos, sempre impôs seu estilo ao mesmo tempo arredio e disciplinado. Por outro lado, costumava ficar horas aprimorando seus defeitos após os treinos. Ao chegar à seleção brasileira em 1970, quando fez parte do grupo que conquistou o tricampeonato mundial, Leão não dava um passo em falso. Cada atitude e cada declaração eram pensadas com um racionalismo típico de sua família, já que seus outros dois irmãos, Edmílson, 53 anos, e Édson, 58, são médicos." ("Correio Popular", Campinas, 20/10/2000.) a) O que aconteceria com Leão se ele, efetivamente, ficasse "aprimorando seus defeitos"? Reescreva o trecho de maneira a eliminar o equívoco. b) A expressão "por outro lado", no início do segundo período, contribui para tornar o trecho incoerente. Por quê? c) Por que o emprego da palavra "racionalismo" é inadequado nessa passagem? 6. O texto abaixo foi publicado na seção "Cartas do leitor da "Folha de S. Paulo", de 30/08/2000. Referida a um crime que teve repercussão na imprensa escrita e falada, esta carta dá uma notável demonstração de machismo e desprezo pelas mulheres. "A recente morte violenta de uma jornalista choca a todos porque, nesse fato, o assassino foge ao perfil comum de tais tipos, mas certas situações que levam a isso estão aí, nos círculos milionários, meios artísticos, esportivos e de poder. Tudo porque o homem não aprende. Há milênios, gosta de passar aos demais uma imagem de eterna juventude e virilidade, posando com fêmeas muito mais jovens. Fingem acreditar que elas estão aí por amá-los. São poucas vezes atraídas pelo seu intelecto, e muitas pela fama, poder e dinheiro. A durabilidade de tais ligações, no geral, termina quando tal fêmea atinge seu objetivo. Pior ainda, quando essa fêmea mostra também intelecto e capacidade de sobrevivência sem seu protetor. Duro, triste, real." (Laércio Zanini, Garça, SP) a) O texto usa, em relação às mulheres, um termo fortemente conotado, e lhes atribui um comportamento que as desqualifica. Transcreva uma frase em que o termo ocorre, associado à descrição de comportamentos que desqualificariam as mulheres. Sublinhe o termo em questão na sua frase. b) Quais os traços de caráter das mulheres em relação aos quais os homens deveriam se precaver, segundo o autor dessa carta? c) A quem se refere o autor da carta, na frase "o homem não aprende"?

7. "STF dá vitória ao governo no julgamento do artigo 20" "Pela diferença de um voto, o governo saiu vitorioso ontem no julgamento do pedido de liminar contra o artigo 20 da Lei de Responsabilidade Fiscal. Uma retificação no voto do ministro Marco Aurélio de Mello garantiu a decisão do STF, que confirmou a constitucionalidade do artigo que estabelece os limites de gastos com pessoal para os três poderes. A revisão promovida pelo ministro Marco Aurélio favoreceu o governo, que corria o risco de ficar impedido de aplicar cortes de despesas com folha de pagamento previstas na lei, especialmente em relação aos Poderes Legislativo e Judiciário no âmbito dos Estados e Municípios. Existem ainda no STF outras cinco ações propostas pela oposição contra dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal." ("O Estado de S. Paulo", 12/10/2000.) (nota: o título de "ministro" é dado aos juízes do Supremo Tribunal Federal) a) No texto acima, ocorrem vários termos de jargão técnico que remetem a diversas fases do andamento de um processo no judiciário. Transcreva pelo menos três. b) O que os termos "retificação" e "revisão" informam sobre a participação do juiz Marco Aurélio de Mello no julgamento da questão? c) Do que trata o artigo 20 da lei de Responsabilidade Fiscal? Responda, com base no texto. 8. Perguntado em fins de 1997 pelo JORNAL DAS LETRAS (Lisboa) se seu nome seria uma boa indicação para o Prêmio Nobel de Literatura, junto com os nomes, sempre lembrados pela imprensa, de José Saramago e António Lobo Antunes, o escritor português José Cardoso Pires deu a seguinte resposta: "A Imprensa tem lá as suas razões. Durante anos e anos passei a vida a assinar papéis a pedir um Nobel para um escritor português e isso não serviu de nada. De modo que o facto da Imprensa agora prever isto ou aquilo... Uma coisa eu sei: o Prémio Nobel dado a um escritor português de qualidade beneficiava todos os escritores portugueses. Que todos gostariam de ter o Prémio Nobel também é verdade, mas se um ganhar ganhamos todos. De qualquer modo o critério actual é o dos mais traduzidos e os mais traduzidos são o Saramago e o Lobo Antunes. Eu sou menos. Mas isso não me preocupa nada. Sinceramente". a) Aponte, na resposta de Cardoso Pires, as características de acentuação e grafia que a identificam como um texto em português europeu. b) Aponte, na mesma resposta, as construções que a caracterizam como um texto em português europeu, e dê os prováveis equivalentes brasileiros dessas construções. c) Sabemos que o Nobel de Literatura foi ganho em 1998 por José Saramago. A partir de qual passagem do texto poderíamos desconfiar que, na opinião do entrevistado, não necessariamente o vencedor é o melhor? 9. Veja e leia a tira abaixo, publicada no CADERNO IMÓVEIS, da "Folha de S. Paulo" de 06/08/2000:

a) Para apreender o humor dessa tira, o leitor deve compartilhar com o autor de uma opinião, não necessariamente correta, sobre características associadas à arquitetura. Que características são essas? b) A tira leva à conclusão de que Pequeno Castor é um sonhador. Dê dois sentidos de "sonhador" e explique como cada um deles pode se relacionar com a escolha profissional anunciada por Pequeno Castor.

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GABARITO

1. a) O texto apresenta um narrador em 3� pessoa e duas

personagens (João e "gênio" da garrafa). O diálogo é marcado pelas aspas, de modo que a onomatopéia "cá, cá ..." permite inferir que se trata de uma representação da risada do narrador para terminar a piada. b) João entende que o gênio da garrafa seja um comprador disposto a fazer três encomendas. c) "pedidos" e "talão". 2. a) A ovelha Dolly tem como problema o reduzido comprimento dos telômeros. Segundo o texto, estes "apêndices dos cromossomos que compõem o material genético" diminuem no decorrer da vida, o que pode acarretar no envelhecimento precoce da ovelha. b) A verdade genética está em "sabe-se que o cumprimento dos telômeros diminui à medida que as células vão se dividindo ao longo da vida". A expressão que indica o conhecimento compartilhado é "sabe-se". c) A hipótese está na condicional: "Se essa anomalia pode acarretar o envelhecimento precoce da ovelha ou não é outra história ainda a investigar." 3. a) A palavra "embromatologia" denota ser técnico pela terminologia "logia", que seria um tipo de ciência. Mas não é porque no final do texto, o autor utiliza da expressão "escambau", depreciando o termo. b) "... e só foi achar genial quando aprendeu que aquilo tudo era ecológico?" c) "... que é pausterizado, ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia..." 4. a) Se no "ano passado foram registradas 33 ocorrência" e "neste ano, só no período de janeiro a abril, já foram 31", traz implícita a conclusão de que a situação é alarmante e com tendência a ser pior que o ano passado. b) Coloca pichadores e baloeiros na condição de "criminosos" e, como tais, devem ser "responsáveis por crime inafiançável" e

trancafiados "em presídios por longos anos". 5. a) Se continuasse "oprimorando seus defeitos", Leão tornar-se-ia um péssimo goleiro. O correto seria afirmar: "costumava ficar horas aprimorando sua técnica, corrigindo seus defeitos." b) Para se usar o "por outro lado", seria válido o uso do paralelismo "por um lado". Como não houve, o "por outro lado" opõe-se aquilo que se afirmou anteriormente. c) A palavra "racionalismo" acaba por designar um sistema filosófico que elege a razão como critério único de verdade. 6. a) "A durabilidade de tais ligações no geral, termina quando tal fêmea atinge seu objetivo". b) Segundo o autor, os homens devem tomar cuidado com a ambição e a astúcia das mulheres. c) Refere-se a todos os homens. 7. a) "pedido de liminar", "revisão promovida", decisão do STF" b) A "retificação" e a "revisão" informam que o juiz Marco Aurélio votou a favor do governo. c) Entende-se que o artigo 20 da lei de Responsabilidade Fiscal "estabeleceu os limites gastos com pessoal para os três poderes". 8. a) - acentuação: "prémio" - grafia: "facto" e "actual" b) As construções são: - "... passei a vida a assinar papéis..." No Brasil: passei a vida assinando papéis. - "... a pedir um Nobel..." No Brasil: pedindo um Nobel ou para pedir um Nobel. c) Segundo a passagem: "critério actual é o do mais traduzidos e os mais traduzidos são o Saramago e o Lobo Antunes" 9. a) A arquitetura é a possibilidade de criar uma nova forma de morada, romper com as formas rígidas da engenharia. O Pequeno Castor pretende modificar a massificação da moradia

dos índios. b) O Pequeno Castor é sonhador no sentido de ser um transgressor, um revolucionário por subverter a ordem estabelecida. O outro de um visionário, um idealizador. É difícil, em uma tribo, quebrar a tradição, ainda mais, do "grande Alce"

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SIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURASIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURASIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURASIMULADO DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA

Nunca esqueçam: só aprendemos errando. Não tenham medo de errar, pois o simulado é feito para que o aluno erre e aprenda com seus erros, adquirindo prática na resolução de exercícios. Se estiver com dificuldades, faça em dupla ou peça ajuda a um colega. Não deixe de tirar dúvidas com o professor. Mesmo que não tenha ainda visto a matéria, tente resolver com base em suas experiências, pois essas situações acontecerão no vestibular quando sua memória falhar. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. (Ufrrj) O preto Henrique tomou o caneco das mãos da preta velha e bebeu dois tragos. - Ainda tá quente, meu filho? É o restinho... - ¢Tá, tia. Bota mais. Quando acabou, disse: - Você lembra dessas histórias que você sabe, minha tia? - Que histórias? - Essas histórias de escravidão... - O que é que tem? - £Você vai esquecer elas todas. - Quando? - No dia em que nós for dono disso... - Dono de quê? - Disso tudo... Da Bahia... do Brasil... - Como é isso, meu filho? - ¤Quando a gente não quiser mais ser escravo dos ricos, titia, e acabar com eles... - Quem é que vai fazer feitiço tão grande ¥pros ricos ficar tudo pobre? - Os pobres mesmo, titia. - Negro é escravo. Negro não briga com branco. Branco é senhor dele. - O negro é liberto, tia. - Eu sei. Foi a Princesa Isabel, no tempo do Imperador. Mas negro continua a respeitar o branco... - Mas a gente agora livra o preto de vez, velha. - ¦Você sabe qual é a coisa mais melhor do mundo, Henrique? - Não. - Não sabe o que é? É cavalo. Se não fosse cavalo, branco montava em negro...

Adap. AMADO, Jorge. "Suor". Rio de Janeiro: Record, 1984, 43� ed.,

p.43/44. 1. O texto é praticamente todo composto por diálogos, sem verbos de elocução - aqueles que indicam quem está falando. O recurso gramatical utilizado pelo autor, em substituição aos verbos de elocução, para que o leitor possa identificar quem está com a palavra, foram a) os períodos curtos. b) os travessões. c) os vocativos. d) as frases interrogativas. e) as reticências. 2. O texto encontra-se repleto de expressões próprias do padrão coloquial. A passagem que apresenta inadequação ao padrão culto da língua, quanto à concordância verbal, é: a) "Tá, tia. Bota mais." (ref. 1). b) "Você vai esquecer elas todas." (ref. 2). c) "Quando a gente não quiser mais ser escravo dos ricos (...)" (ref. 3). d) "(...) pros ricos ficar tudo pobre?" (ref. 4). e) "Você sabe qual é a coisa mais melhor do mundo?" (ref. 5).

3. O cenário predominante na obra do escritor Jorge Amado é o estado da Bahia. Sua produção é dividida pelos críticos literários em várias fases. O texto lido pode ser enquadrado na fase a) do romance proletário, que denuncia a miséria e a opressão das classes populares. b) dos depoimentos sentimentais, baseados em rixas e amores de marinheiros. c) de pregação partidária, que inclui biografias de pessoas defensoras de maior justiça social. d) de textos de tom épico, que retratam as lutas entre coronéis e trabalhadores da região do cacau. e) do relato de costumes provincianos, que mostram o lado pitoresco do povo baiano. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (Ufrrj) Casamento Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque, mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha, de vez em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas como "este foi difícil" "prateou no ar dando rabanadas" e faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: somos noivo e noiva. PRADO, Adélia. "Poesia reunida". São Paulo: Siciliano, 1991, p. 252. 4. A opção que melhor revela a opinião do eu-lírico a respeito do papel da mulher, nesse texto, é a) não deve acordar para limpar peixe com o marido. b) deve limpar sozinha os peixes que o marido pescou. c) deve limpar o peixe junto com o marido "pescador". d) deve mandar o marido limpar o peixe que pescou. e) deve limpar o peixe sozinha, pois é a responsável pela cozinha. 5. Em "este foi difícil", marque a opção que apresenta a justificativa correta para o uso das aspas: a) mudança do interlocutor. b) ironia. c) ênfase. d) estilo poético da autora. e) exemplificação. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. (Ufrrj) Do progresso à bioética A emergência do termo ¢bioética refere-se a uma mudança profunda no modo como a cultura ocidental pensa seu próprio futuro. A Modernidade - compreendendo aqui o período que vai da Revolução Francesa até a queda do muro de Berlim - concebia-se a si mesma como limitada no tempo e como limitações das experiências subjetivas. Os conceitos de revolução, liberação e progresso derivavam desse modo de pensar. Em todos eles, emergia a imagem de uma humanidade heróica, conquistadora, uma humanidade cujo dever era o de transgredir as limitações do presente para realizar-se no futuro. No imaginário cultural sobre a tecnologia em nossa atualidade, o que predomina não é a existência de limites culturais ao que os indivíduos podem fazer. Ao contrário, o sentimento geral é o de que estamos podendo demais, tornando decisivo não a transgressão, mas o estabelecimento de limites sobre o que podemos fazer com nossas tecnologias. Pensamos o fim de nossa cultura não como necessidade histórica de libertação do homem, mas como extinção, como uma possibilidade originada em nosso

controle sobre a natureza, aí incluído o nosso corpo. Deste modo, concebemos a humanidade como uma vítima virtual de si mesma porque ela ainda não controla seu controle. VAZ, Paulo. "O Futuro da Genética". In: "Nas fronteiras do contemporâneo". Rio de Janeiro: Mauad: FUJB, 2001, pp. 138-139. 6. Ao afirmar que "a emergência do termo bioética refere-se a uma mudança profunda no modo como a cultura ocidental pensa seu próprio futuro", o autor do texto reporta-se ao fato de a bioética a) analisar o futuro da cultura ocidental sem emitir julgamentos. b) incentivar as transgressões dos ocidentais sobre o futuro da humanidade. c) reprimir a emergência de mudanças culturais no Ocidente. d) reformular os parâmetros do pensamento ético ocidental sobre a vida. e) aperfeiçoar as conquistas tecnológicas na área da Biologia. 7. Entre as afirmativas a seguir, indique a que melhor sintetiza as idéias do texto. a) A substituição da crença da Modernidade no progresso do gênero humano pela bioética implica sensibilidade diferente para as atuais ações éticas e políticas em relação à tecnologia. b) A preocupação com a bioética limita-se às experiências subjetivas anteriores à queda do muro de Berlim crença nos conceitos de revolução, liberação e progresso. c) A mudança profunda no modo como a cultura ocidental pensa seu próprio futuro começou no período Revolução Francesa e terminou com a queda do muro de Berlim. d) O imaginário cultural sobre a tecnologia em nossa atualidade é formado pelos conceitos de revolução, liberação e progresso sem considerar limites para a transgressão. e) A preocupação com a bioética tomou o lugar de nossa crença anterior no progresso do gênero humano, não implica o estabelecimento de limites sobre a tecnologia. 8. Em relação à palavra "bioética" (ref. 1), é possível verificar, em seu processo de formação, a presença de a) prefixo (bio) + radical (ética). b) radical (bio) + radical (ética). c) radical (bio) + sufixo (-ético). d) prefixo (bio) + radical (ét-) + sufixo (-ica). e) radical (bioét) + sufixo (-ica). TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (Ufrrj) POESIA BRASILEIRA Casimiro de Abreu chorava tanto que não cabia em si de descontente. Suas lágrimas escorrem até agora pelas vidraças pelas calçadas pelas sarjetas e só vão deter-se ante o coreto da praça pública, onde, sob os mais inconfessáveis disfarces, Castro Alves ainda discursa! QUINTANA, Mário. "Caderno H". São Paulo: Globo, 1998, p. 163. 9. No período "Casimiro de Abreu chorava tanto/que não cabia em si de descontente", a segunda oração estabelece com a primeira uma relação de a) causalidade. b) concessão. c) finalidade. d) proporção. e) conseqüência. 10. Mário Quintana em seu "Poesia Brasileira" refere-se a dois poetas do Romantismo, Casimiro de Abreu e Castro Alves, cujas obras apresentam, respectivamente, como principal característica: a) nativismo / indianismo. b) expressão épica / expressão hiperbólica. c) nacionalismo crítico / nacionalismo ufanista. d) condoreirismo / egocentrismo. e) sentimentalismo / preocupações sociais.

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (Ufrrj) Fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma "Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. ( ... ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de Brasil. ( ... ) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro." BARRETO, Lima. "Triste fim de Policarpo Quaresma". São Paulo: Scipione, 1997. 11. Considerando os itens grifados na passagem "O que O patriotismo O fez pensar", é correto afirmar que temos, respectivamente: a) artigo definido, pronome demonstrativo e pronome demonstrativo. b) pronome relativo, artigo definido e artigo definido. c) pronome relativo, pronome oblíquo e pronome demonstrativo. d) pronome demonstrativo, artigo definido e pronome oblíquo. e) pronome definido, artigo definido e pronome oblíquo. 12. Este fragmento de "Triste Fim de Policarpo Quaresma" ilustra uma das características mais marcantes do Pré- Modernismo que é o a) desejo de compreender a complexa realidade nacional. b) nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do Romantismo. c) resgate de padrões estéticos e metafísicos do Simbolismo. d) nacionalismo utópico e exagerado, herdado do Parnasianismo. e) subjetivismo poético, tão bem representado pelo protagonista. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES. (Ufrrj) Quando Jean-Jacques Rousseau desenvolveu a teoria do contrato social em obra clássica, não estava sendo o primeiro a afirmar que o Estado surge de um acordo de vontades. Antes dele, Thomas Hobbes já desenvolvera teoria semelhante. Existe, porém, um foco de divergência entre estes autores: se ambos consideram o homem primitivo vivendo num estado selvagem, passando à vida em sociedade mediante um pacto comum a todos, exatamente como se cria uma sociedade civil ou comercial, vale frisar que Rousseau imaginava uma convivência individualista, mas cordial, vivendo os homens pacificamente, sem atrito com seus semelhantes, ao contrário de Hobbes, para quem, em célebre tirada, "o homem é lobo do próprio homem" (homo homini lupus). Considerava Hobbes que o homem era um ser anti-social por natureza, e seu "apetite social" seria o fruto da necessidade da vida comunitária, fiscalizada por um aparato social gigantesco destinado a impor a ordem, o Estado, enfim. A este aparato Hobbes denominava "Leviatã". Esta palavra, de origem bíblica, designava um monstro mitológico que habitava o rio Nilo e devorava as populações ribeirinhas, tal como, segundo Hobbes, o Estado faz com seus súditos...

ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. "Teoria Geral do Estado". 2� ed. rev. e aum.

São Paulo: Saraiva, 2000. p. 18/19. 13. O Estado, segundo a concepção de Hobbes, é a) um organismo mitológico. b) uma sociedade civil ou comercial. c) um monstro aquático. d) um organismo repressor. e) um ser imaginário. 14. Leia atentamente o trecho a seguir: "SE ambos consideram o homem primitivo vivendo num estado selvagem, passando à vida em sociedade mediante um pacto comum a todos, exatamente como se cria uma sociedade civil ou comercial, vale frisar que Rousseau imaginava uma convivência individualista, mas cordial, vivendo os homens pacificamente, sem atrito com seus semelhantes, ao contrário de Hobbes, para quem, em célebre tirada, 'o homem é lobo do próprio homem' (homo homini lupus)." Sobre o valor semântico do conectivo destacado, é correto afirmar que estabelece uma relação de a) condição, equivalendo a "desde que". b) tempo, equivalendo a "quando". c) conclusão, equivalendo a "logo".

d) alternância, equivalendo a "ou". e) concessão, equivalendo a "embora". 15. Considerando o gênero, o texto é uma a) descrição que apresenta como característica a contraposição de idéias e a defesa de uma delas pelo autor. b) descrição que tem como característica a presença de verbos de estado e a ausência do ponto de vista do autor. c) dissertação do tipo subjetiva porque o autor apresenta e defende seu ponto de vista sobre a função do Estado. d) dissertação do tipo objetiva porque o autor expõe idéias, sem posicionar-se contra ou a favor em relação a elas. e) narração em que o autor apresenta uma longa introdução para, a seguir, narrar os feitos do monstro mitológico. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (Ufrrj) Descreve o que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia A cada canto um grande conselheiro Que nos quer governar a cabana, e vinha, Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um freqüentado olheiro, Que a vida do vizinho, e da vizinha Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha, Para a levar à Praça, e ao Terreiro. Muitos Mulatos desavergonhados, Trazidos pelos pés os homens nobres, Posta nas palmas toda a picardia. Estupendas usuras nos mercados, Todos, os que não furtam, muito pobres, E eis aqui a cidade da Bahia. MATOS, Gregório de. In: BARBOSA, F. (org.) "Clássicos da Poesia Brasileira." RJ: Klick Editora, 1998, p.24/25. 16. No verso "para A levar à Praça, e ao Terreiro.", o pronome destacado está substituindo a palavra a) "porta" (verso 5). b) "vida" (verso 6). c) "vizinha" (verso 6). d) "esquadrinha" (verso 7). e) "praça" (verso 8). 17. A crítica à incapacidade dos portugueses de governar o Brasil e a conseqüente pobreza do povo são temas presentes nesse poema barroco de Gregório de Matos e representam uma característica retomada, mais tarde, pelo Romantismo. Essa característica é a) o sentimento nativista. b) a preferência pelo soneto. c) a denúncia da escravidão. d) a tendência regionalista. e) a volta ao passado histórico. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (Ufrrj) Racismo e Fraude A campanha para provar que o Brasil é um país racista não esmorece. Há uma semana, o IBGE divulgou pesquisa sobre emprego e raça, e os jornais concluíram que os dados "comprovavam" que os negros são discriminados no mercado de trabalho. A pesquisa revelou que os negros - a soma de pretos e pardos - são a maioria dos desempregados, têm as piores ocupações e ganham a metade do salário dos brancos. Mas nada no estudo permitia dizer que os negros estão nessa condição porque o Brasil é

racista ou porque os brancos são racistas ou porque os empregadores discriminam os negros. O nosso problema não é o racismo, mas a pobreza e o modelo econômico que, ao longo dos anos, só fizeram concentrar a renda: os que eram pobres - e os negros, ex-escravos, por definição foram os despossuídos da nação - permaneceram pobres ou ficaram mais pobres; e os que eram ricos, ricos ficaram ou enriqueceram mais ainda. O Brasil deveria estar unido para resolver esse problema, distribuindo renda e investindo maciçamente em educação. Quando os pobres deste país tiverem uma educação de qualidade, todos terão a mesma chance no mercado de trabalho. E as distorções entre brancos e negros terão um fim. Adap. de KAMEL, Ali. JORNAL "O GLOBO", 15/06/2004, p. 7. 18. A leitura do texto leva o leitor a concluir que a palavra "Fraude', presente no título, foi utilizada porque a) a pesquisa sobre emprego e raça divulgada pelo IBGE utilizou dados falsos. b) a campanha para provar que o Brasil é um país racista não existe. c) o grupo dos negros não representa apenas a soma de pretos e pardos. d) as condições ruins dos negros no mercado de trabalho não advêm do racismo. e) as diferenças entre brancos e negros no Brasil jamais terão fim. 19. "Há uma semana, o IBGE divulgou pesquisa sobre emprego e raça, e os jornais concluíram que os dados 'comprovavam' que os negros são discriminados no mercado de trabalho." (1¡. parágrafo) Para eliminar a repetição do conectivo que na última oração desse período, pode-se reescrevê-la da seguinte forma: a) sendo os negros discriminados no mercado de trabalho. b) tendo sido os negros discriminados no mercado de trabalho. c) serem os negros discriminados no mercado de trabalho. d) discriminam os negros no mercado de trabalho. e) discriminando os negros no mercado de trabalho. 20. (Ufrrj) Cena 9 CANÇÃO DO EXÍLIO Minha terra tem campos de futebol onde cadáveres amanhecem emborcados pra atrapalhar os jogos. Tem uma pedrinha cor-de-bile que faz "tuim" na cabeça da gente. Tem também muros de bloco (sem pintura, claro, que tinta é a maior frescura quando falta mistura), onde pousam cacos de vidro pra espantar malaco. Minha terra tem HK, AR15, M21, 45 e 38 (na minha terra, 32 é uma piada). As sirenes que aqui apitam, apitam de repente e sem hora marcada. Elas não são mais das fábricas, que fecharam. São mesmo é camburões, que vêm fazer aleijados, trazer tranqüilidade e aflição. BONASSI, Fernando. "15 cenas de descobrimento de Brasis". In: MORICONI, Ítalo (org). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio Janeiro: Objetiva, 2000, p. Sobre o uso do nível de linguagem empregado no texto, é correto afirmar que é a) inaceitável, por se tratar de um texto literário, cujo nível de linguagem exigido é o culto. b) adequado às intenções de crítica e denúncia do mundo contemporâneo. c) inadequado para abordar o tema romântico do exílio de uma perspectiva crítica e contemporânea. d) aceitável por se tratar de texto literário, mas inadequado à intenção jornalística do autor. e) inadequado porque os escritores brasileiros contemporâneos não falam nem escrevem dessa maneira.

Page 17: E o juramento manto da perfídia. (Joaquim Manoel de … · americanos que passaram fome. ("Gazeta Mercantil", 05/01/1999) Ao citar dados referentes à crise ocorrida em 1929, em

GABARITO

1. [C] 2. [D] 3. [A] 4. [C] 5. [A] 6. [D] 7. [A] 8. [B] 9. [E] 10. [E] 11. [D] 12. [A] 13. [D] 14. [E] 15. [D] 16. [B] 17. [A] 18. [D] 19. [C] 20. [B]