“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do

Espírito” (Efésios 5:18).

"A vida cristã é vida no Espírito," escreve John Stott." Seria impossível ser cristão, muito menos viver e crescer como um cristão, sem o ministério do Espírito gracioso de Deus. Tudo que nós temos e somos como cristãos devemos a Ele".

O Espírito Santo é Deus mesmo. Nosso Deus é único, mas existe e se manifesta em três distintas personalidades: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Possuem a mesma essência e os mesmos atributos. Hoje, porém, olharemos para a pessoa do Espírito Santo. Ele é uma pessoa com os atributos de uma pessoa. Uma Pessoa é um ser com inteligência, vontade própria, com um caráter e poderes de pensar, sentir e querer. Todas as emoções, personalidade e atributos de uma pessoa são manifestos nele.

O Novo Testamento nos apresenta o Espírito Santo, antes de qualquer coisa, operando no nascimento de Jesus. Todo o Seu ministério foi caracterizado por uma total dependência, não da Sua própria divindade, mas do poder e a habilidade do Espírito Santo. Em todas as áreas de Sua vida e Ministério o Espírito Santo estava presente. A promessa no Antigo Testamento já apontava para o papel do Espírito Santo em Sua vida e ministério, ao declarar:

“Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito de YHWH, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor de YHWH” (Isaías 11:1,2). O relacionamento entre Jesus e o Espírito Santo foi o segredo do Seu sucesso em viver a vida de Deus e realizar a Sua obra.

No nascimento, Gerado pelo Espírito Jesus era a semente de Deus enviada à Terra para a salvação do homem. Sua concepção foi feita por meio do Espírito Santo (Lucas 1.35, Mateus 1.18-20, Isaías 7.14) No Batismo no Espírito Santo O segundo nível de relacionamento de Jesus com o Espírito aconteceu em seu batismo, quando o Espírito o ungiu para cumprir sua missão. As palavras “Cristo” e “Messias” significam “ungido”.

Uma vida cheia do Espírito Jesus voltou do batismo (Lucas 4.1) cheio do Espírito Santo. "Ser cheio com algo é uma frase que denota que todas as faculdades estão impregnadas por ele, engajadas nele, ou sob sua influência" (Barnes). Guiado pelo Espírito O quarto nível de relacionamento entre Jesus e o Espírito tem a ver com comando, liderança. Jesus andava guiado pelo Espírito (Lucas 4.1) e não fazia nada sem Sua liderança (Mateus 12.28)

No poder do Espírito “Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia, e a sua fama correu por toda a circunvizinhança. E ensinava nas sinagogas, sendo glorificado por todos” (Lucas 4:14,15). Tudo quanto fez foi no poder e pelo poder do Espírito Santo. Isto fala das realizações, das ferramentas de trabalho. Ele não apenas fazia o que o Espírito O orientava a fazer. Ele o fazia com as armas e as habilidades do Espírito. Ele se entregava em Suas mãos e deixava que Seu poder fluísse através dele.

O ministério de Jesus, no poder do Espírito Santo, é descrito de forma maravilhosa em Atos 10:38: “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.” Todas as fases da vida de Jesus estão intimamente ligadas ao precioso Espírito Santo. Até de Sua morte é dito que “pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus” (Hebreus 4:14), para purificar a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!

A própria ressurreição de Jesus tem o dedo do Espírito Santo. Paulo o declara: “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita” (Romanos 8:11).

Quando Jesus ressuscitou dentre os mortos, entrou no recinto onde os discípulos se encontravam com as portas trancadas e “disse-lhes, outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio. E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo” (João 20:21).

Naquele momento os discípulos provaram de fato o primeiro nível de relacionamento que uma pessoa deve ter com o Espírito Santo, que é o novo nascimento. Ao mesmo tempo, quando Ele diz “assim como o Pai me enviou, eu também vos envio,” revelava a grande verdade que abrira o caminho para que cada discípulo Seu tivesse com o Espírito Santo o mesmo nível de experiência que Ele teve.

Ora, se ser cristão é ser a reprodução de Jesus Cristo, em Seu caráter e em Sua missão, temos de buscar ter com o Espírito Santo os mesmos níveis de relacionamento que Jesus teve com Ele. Entendendo que Ele é uma pessoa, concluímos que nunca temos tudo de uma pessoa, mas podemos crescer nesse relacionamento. Falar de Plenitude no Espírito é falar de um nível de relacionamento que toca todas as áreas da nossa vida.

No Novo Nascimento: Gerados pelo Espírito Se queremos provar a plenitude do Espírito Santo, precisamos ter esse primeiro nível de relacionamento. É o Espírito Santo que nos faz nascer outra vez para Deus e para a compreensão de coisas espirituais. Da Sua ação em conjunto com a Palavra, nova vida é gerada dentro de nós (João 3.5-6)

No Batismo no Espírito Santo O batismo no Espírito Santo é a unção para o serviço. Se no novo nascimento nos tornamos filhos para manifestar o caráter do Pai, refletindo Cristo, no batismo no Espírito Santo nos tornamos soldados. No novo nascimento o Espírito Santo passa a ser residente em nós. Por isso podemos produzir o fruto do Espírito (Gálatas 5:22). Mas no batismo, o Espírito Santo se torna presidente e passar a operar em nós através dos Seus dons sobrenaturais.

No novo nascimento O Espírito Santo é o agente batizador, que nos batiza em Cristo para que nos tornemos parte dEle, como Seu Corpo, conforme está escrito: “Pois, por um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1 Coríntios 12:14). No batismo, Jesus é o agente batizador, que nos batiza no Espírito Santo, para dar-nos poder para testemunhar e realizar a obra de Deus, como o Batista anunciou tantas vezes. No novo nascimento você possui o Espírito Santo. No batismo o Espírito Santo o possui.

Cheios do Espírito Santo: A Bíblia dá uma ordem quanto a isso: devemos estar cheios do Espírito Santo (Efésios 5.18). Mas o que é estar cheio? •Estar sob o controle do Espírito; •Ser inteiramente imbuídos, afetados, influenciados pelo Espírito; •Ter todas as nossas faculdades permeadas pelo Espírito e sob Sua influência.

Qual a relação entre batismo no Espírito e plenitude ou enchimento do Espírito? Isto é mostrado em Atos 2. Tanto os 120 como os 3000 foram batizados por Jesus no Espírito Santo. O resultado deste batismo é que "todos ficaram cheios do Espírito Santo" (Atos 2:4). Assim, a plenitude do Espírito foi a conseqüência do batismo no Espírito.

O batismo foi o que Jesus fez; a plenitude foi o que eles receberam. O batismo era uma experiência iniciatória única; a plenitude deveria ser algo contínuo, um resultado permanente, uma norma de vida. Como uma experiência iniciatória, o batismo não é repetível, e não pode ser perdido, mas o enchimento pode ser repetido e precisa ser mantido.

Guiados pelo Espírito Todos os dias temos decisões a tomar e precisamos de direção. Desconhecemos o que o futuro nos reserva e não sabemos o que é melhor para nossas vidas. Mas, nascidos de novo pela obra regeneradora do Espírito Santo; batizados no Espírito e vivendo cheios dEle, momento, após momento, contamos com Sua sábia direção. A palavra grega usada para descrevê-lo é Paracleto, que pode ser traduzida como um Guia, Conselheiro, Mestre, Advogado... Isto transmite o conceito de alguém que guia, dirige. Jesus prometera: “Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido” (João 16:13).

Paulo afirma que “todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Romanos 8.14). O termo “filhos” na passagem, no original é “huios”, que se trata de um “filho maduro”. Ou seja, aquele que é maduro, é guiado pelo Espírito Santo. Anda no Espírito. Tal crente é guiado não apenas no que faz, mas numa vida de santidade e domínio sobre a carne. Isto está refletido na máxima de Paulo: “Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne” (Gálatas 5:16).

No poder do Espírito Jesus ensinou que o batismo no Espírito Santo transmite o Seu poder, Sua habilidade divina para testemunhar e fazer a obra de Deus, ao prometer: “Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1:8).

Tal poder é necessário para cumprir nosso ministério (2 Coríntios 3:5), nossa missão pessoal (1 Coríntios 2:4,5) e para expandir o Reino, “Porque o reino de Deus consiste não em palavra, mas em poder” (1 Coríntios 4:20). Certos de que podemos contar com este poder em todo o tempo, podemos declarar em gratidão: “Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Efésios 3:20,21).

A vida cristã é uma aventura sobrenatural, que começa e termina com a presença, obra e direção do Espírito Santo. É Ele: • Quem nos gera em Cristo, como filhos de Deus; • Em quem somos batizados por Jesus para receber a habilidade divina para testemunhar; • É Ele que nos enche de Sua presença e permeia todo o nosso ser; • É Ele quem nos guia a toda a verdade e dirige os nossos passos; • É dEle que procede todo o poder para viver a vida cristã e realizar a obra de Deus.

Qual o nível de seu relacionamento com Ele?